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Aula 5 – Agente Físico – Calor Avaliações Quantitativas Na avaliação do calor, se deve levar em consideração todos os parâmetros que influem na sobrecarga térmica a que estão submetidos os trabalhadores. Para tanto, é necessário quantificar cada um destes parâmetros e considerá-los de forma adequada, obtendo, assim, resultados finais que expressem as condições reais de exposição. Como é sabido, existem cinco fatores que devem ser considerados na avaliação do calor: Temperatura do ar Umidade relativa do ar Velocidade do ar Calor radiante Tipo de atividade Temperatura do ar Deve ser medida com termômetro de mercúrio comum, mas de funcionamento confiável, permitindo leituras até 1/10 de grau Celsius. A leitura é realizada quando o termômetro estiver estabilizado. Umidade relativa do ar Na medição deste parâmetro, utiliza-se o aparelho denominado psicrômetro. O psicrômetro é basicamente constituído de dois termômetros idênticos colocados paralelamente. Um deles possui o seu bulbo revestido por tecido que deve ser umedecido com água destilada durante a medição. Após a estabilização, se realizam as duas leituras: a temperatura de bulbo seco e a temperatura de bulbo úmido. A temperatura de bulbo seco nada mais é que a temperatura do ar, e, portanto, esta última pode ser obtida diretamente no psicrômetro. A circulação de ar pelos bulbos do termômetro é um fator importante e deve ser observada. Da não observância deste detalhe resulta uma leitura incorreta, pois logo que o psicrômetro é exposto ao calor, vapores de água destilada são emitidos do bulbo úmido para o ambiente, se mantendo em equilíbrio com a umidade do mesmo. Se não há movimentação adequada do ar, ocorre uma rápida saturação de vapor em torno do bulbo, invalidando a leitura. O valor obtido nos dois termômetros é colocado em um gráfico denominado carta psicomêtrica, obtendo-se desta forma a umidade relativa do ar. Velocidade do ar Existe uma variedade muito grande de anemômetros, porém, os mais indicados para o levantamento de calor são anemômetros bastante sensíveis a pequenos fluxos de ar, que podem fazer leituras continuas da movimentação de ar não direcional. Calor radiante Este parâmetro é medido indiretamente através de um aparelho denominado termômetro de globo. É composto de uma esfera oca de cobre com aproximadamente 15cm de diâmetro e um 1mm de espessura, pintada externamente esfera. Este aparelho deve ser montado no local da medição sem contato direto com o suporte, a fim de evitar perda de calor por condução. A leitura obtida é denominada temperatura de globo. A leitura correta é obtida após 30 minutos da estabilização do aparelho. Tipo de atividade A quantidade de calor produzida pelo organismo é proporcional ao esforço físico despendido pelo trabalhador. Devido à grande dificuldade em efetuar sua avaliação, este parâmetro deve ser estimado através de tabelas que estabelecem valores em função da atividade exercida.

Avaliação de Calor

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Aula 5 – Agente Físico – Calor Avaliações Quantitativas Na avaliação do calor, se deve levar em consideração todos os parâmetros que influem na sobrecarga térmica a que estão submetidos os trabalhadores. Para tanto, é necessário quantificar cada um destes parâmetros e considerá-los de forma adequada, obtendo, assim, resultados finais que expressem as condições reais de exposição. Como é sabido, existem cinco fatores que devem ser considerados na avaliação do calor:

• Temperatura do ar • Umidade relativa do ar • Velocidade do ar • Calor radiante • Tipo de atividade

Temperatura do ar Deve ser medida com termômetro de mercúrio comum, mas de funcionamento confiável, permitindo leituras até 1/10 de grau Celsius. A leitura é realizada quando o termômetro estiver estabilizado. Umidade relativa do ar Na medição deste parâmetro, utiliza-se o aparelho denominado psicrômetro. O psicrômetro é basicamente constituído de dois termômetros idênticos colocados paralelamente. Um deles possui o seu bulbo revestido por tecido que deve ser umedecido com água destilada durante a medição. Após a estabilização, se realizam as duas leituras: a temperatura de bulbo seco e a temperatura de bulbo úmido. A temperatura de bulbo seco nada mais é que a temperatura do ar, e, portanto, esta última pode ser obtida diretamente no psicrômetro. A circulação de ar pelos bulbos do termômetro é um fator importante e deve ser observada. Da não observância deste detalhe resulta uma leitura incorreta, pois logo que o psicrômetro é exposto ao calor, vapores de água destilada são emitidos do bulbo úmido para o ambiente, se mantendo em equilíbrio com a umidade do mesmo. Se não há movimentação adequada do ar, ocorre uma rápida saturação de vapor em torno do bulbo, invalidando a leitura. O valor obtido nos dois termômetros é colocado em um gráfico denominado carta psicomêtrica, obtendo-se desta forma a umidade relativa do ar. Velocidade do ar Existe uma variedade muito grande de anemômetros, porém, os mais indicados para o levantamento de calor são anemômetros bastante sensíveis a pequenos fluxos de ar, que podem fazer leituras continuas da movimentação de ar não direcional. Calor radiante Este parâmetro é medido indiretamente através de um aparelho denominado termômetro de globo. É composto de uma esfera oca de cobre com aproximadamente 15cm de diâmetro e um 1mm de espessura, pintada externamente esfera. Este aparelho deve ser montado no local da medição sem contato direto com o suporte, a fim de evitar perda de calor por condução. A leitura obtida é denominada temperatura de globo. A leitura correta é obtida após 30 minutos da estabilização do aparelho. Tipo de atividade A quantidade de calor produzida pelo organismo é proporcional ao esforço físico despendido pelo trabalhador. Devido à grande dificuldade em efetuar sua avaliação, este parâmetro deve ser estimado através de tabelas que estabelecem valores em função da atividade exercida.

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Local de medição: Cabe salientar a importância da localização dos aparelhos de medição. Estes devem ser montados no local onde permanece o trabalhador, à altura da região do corpo mais atingida, para que as leituras representem as condições reais de exposição. É igualmente importante que os trabalhos de avaliação não interfiram nas condições normais do ambiente, para que os resultados sejam significativos. ÍNDICES A SEREM CONSIDERADOS Existem diversos índices que correlacionam as variáveis que influem nas trocas entre o individuo e o meio e, desta forma, permitem quantificar a severidade da exposição ao calor. Entre estes índices os mais conhecidos são:

• TE – Temperatura efetiva • TEC – Temperatura Efetiva Corrigida • IST – Índice de Sobrecarga Térmica (Belding and Hatch) • IBUTG – Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo • TGU – Temperatura de Globo Úmido

O esquema abaixo mostra quais os fatores que cada índice considera: Observando o esquema apresentado, verifica-se que os índices Temperatura Efetiva e Temperatura Efetiva Corrigida não consideram todos os fatores tidos como fundamentais para a correta avaliação da sobrecarga térmica e, portanto, são as menos recomendadas para uma adequada avaliações da exposição ao calor. Estes índices são conhecidos como índices de conforto térmico. Os índices IST, IBUTG e TGU consideram os cinco principais fatores que influenciam as condições de exposição ao calor e, portanto, são denominados, índices de sobrecarga térmica. LEGISLAÇÃO (LIMITES DE TOLERÂNCIA) A legislação brasileira, através da portaria 3.214 de 8 de junho de 1978, norma regulamentadora 15 (NR-15), anexo 3, do ministério do trabalho, estabelece que a exposição ao calor deve ser avaliada através do índice de bulbo úmido – termômetro de globo (IBUTG). Consiste em um índice de sobrecarga térmica, definido por uma equação matemática que correlaciona alguns parâmetros medidos no ambiente de trabalho. A equação, para o cálculo do índice, varia em função da presença ou não de carga solar, no momento da medição, conforme é apresenta a seguir: Ambientes internos ou externos sem carga solar: IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg Ambientes externos com carga solar: IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg Onde: tbn = temperatura de bulbo úmido natural tg = temperatura de globo tbs = temperatura de bulbo seco.

TEMPERATURA DO AR UMIDADE DO AR VELOCIDADE DO AR CALOR RADIANTE TIPO DE ATIVIDADE

TE TEC IST, IBUTG, TGU.

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Temperatura de bulbo úmido natural A obtenção deste parâmetro é feita através do termômetro de bulbo úmido natural. Este se constitui em um termômetro de mercúrio comum, que permite leituras de até 1/10 grau Celsius. Seu bulbo é revestido por um tecido que inicialmente é umedecido, e sua extremidade alongada deve permanecer imersa em água destilada. O termômetro é mantido em posição vertical e a ventilação natural do bulbo não pode ser alterada. A leitura é feita após 30 minutos da estabilização. Uma vez calculado o IBUTG, a interpretação é feita através do Quadro I, da NR-15, Portaria 3214/78. Regime de trabalho-descanso com descanso no local de trabalho Nesta forma determinam-se períodos de trabalho alternados por períodos de descanso, que são realizados no próprio local de descanso.

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NORMA REGULAMENTADORA 15 (NR-15) ANEXO 3 QUADRO 1

TIPO DE ATIVIDADE REGIME DE TRABALHO – DESCANSO COM DESCANSO NO PRÓPRIO LOCAL DE TRABALHO (p/hora)

LEVE MODERADA PESADA

Trabalho contínuo Até 30,0 Até 26,7 Até 25,0 45 minutos Trabalho 15 minutos Descanso

30,1 a 30,6 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9

30 minutos Trabalho 30 minutos Descanso

30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9

15 minutos Trabalho 45 minutos Descanso

31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0

Não é permitido o Trabalho, sem a adoção de medidas adequadas de controle.

Acima de 32,2 Acima de 31,1 Acima de 30,0

Conforme se observa, este critério de operação nas quais o trabalhador não pode abandonar o local de trabalho, entre a execução de uma tarefa e a seguinte. Neste caso, o limite de tolerância para exposição ao calor será considerado excedido, quando os valores obtidos na avaliação não forem compatíveis com o Quadro I. Regime de trabalho-descanso com descanso em outro local Quando, observando-se os procedimentos de trabalho de um operário que atua junto a uma fonte de calor, se verifica que o mesmo executa seu trabalho intercalado por períodos de descanso em outro local, termicamente mais ameno, a interpretação das condições de exposição é realizada através do Quadro 2, do anexo 3, da NR-15. ANEXO 3 QUADRO 2

M (kcal/h) MÀXIMO IBUTG 175 30,5 200 30 250 28,5 300 27,5 350 26,5 400 26 450 25,5 500 25

Onde: M é a taxa de metabolismo média ponderada para uma hora, determinada pela seguinte fórmula:

( ) ( )60

TdMdTtMtM

×+×=

Sendo: Mt – taxa de metabolismo no local de trabalho. Tt – soma dos tempos, em minutos, em que se permanece, no local de trabalho. Md – taxa de metabolismo no local de descanso. Td – soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso

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IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para uma hora determinado pela seguinte fórmula:

( ) ( )60

TdIBUTGdTtIBUTGtIBUTG

×+×=

A determinação do metabolismo, tanto para o local de trabalho, como para o local de descanso, é feita consultando o Quadro 3 – Taxas de metabolismo por tipo de atividade. ANEXO 3 QUADRO 3 TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE

Nesta situação o local avaliado será considerado insalubre se valor do IBUTG obtido nas

avaliações forem superiores aos valores de IBUTG encontrados no Quadro 2. MEDIDAS DE CONTROLE O controle do calor deve ser feito, primeiramente, na fonte e, em seguida, em sua trajetória, deixando a aplicação do controle ao pessoal, como complemento das medidas anteriores ou quando constituir a única solução viável. MEDIDAS DE CONTROLE RELATIVAS AO AMBIENTE As medidas de controle relativas ao ambiente são aplicadas no meio de trabalho, isto é, alterações na fonte ou ação na trajetória, não envolvendo diretamente o trabalhador. Muitos são os recursos e dispositivos que podem ser utilizados no controle do calor, como podem ser observadas na Tabela 1.

TIPO DE ATIVIDADE Kcal/h

SENTADO EM REPOUSO 100

TRABALHO LEVE

Sentado, movimentos moderados com braços e tronco

(ex: datilografia) 125

Sentado, movimentos moderados com braços e pernas 150

(ex: dirigir)

De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com 150

os braços.

TRABALHO MODERADO

Sentado, movimentos vagarosos com braços e pernas 180

De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma

movimentação. 175

De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma

movimentação. 220

Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar. 300

TRABALHO PESADO

Trabalho de levantar, empurrar ou arrastar peso

(ex.: remoção com pé) 440

Trabalho fatigante. 550

TABELA 1Medida Adotada Fator Alterado

Insuflação de ar fresco no local onde permanece o trabalhador Temperatura do arMaior circulação do ar existente no local de trabalho Velocidade do arExaustão dos vapores de água emanados de um processo Umidade relativa do arUtilização de barreiras refletoras (alumínio polido, açoinoxidável) ou absorventes (ferro ou aço oxidado) de radiação Calor radianteinfra-vermelha, colocadas entre a fonte e o trabalhadorAutomatização do processo. Por exemplo, mudança dotransporte manual de carga, por transporte com esteira ou Calor produzido peloponte rolante metabolismo

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Embora haja inúmeras medidas aplicadas no controle do calor, para cada caso se faz necessário um estudo minucioso e sistemático das mesmas, a fim de determinar a melhor solução para o problema. MEDIDAS RELATIVAS AO PESSOAL Como é sabido, há uma série de medidas de controle que podem ser aplicadas diretamente no trabalhador, com o objetivo de minimizar a Sobrecarga Térmica e preservar sua saúde. Entre elas destacam-se:

• Exames médicos • Aclimatização • Ingestão de água e sal • Limitação do tempo de exposição • Equipamento de proteção individual • Educação e treinamento

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EXERCÍCIOS EXERCÍCIO 1 Observando-se um operador de forno de uma empresa, verifica-se que o mesmo gasta 3 minutos carregando o forno, aguarda 4 minutos para que a carga atinja a temperatura esperada e, em seguida, gasta outros 3 minutos para descarregar o forno. Durante o tempo em que aguarda a elevação da temperatura da carga (4 minutos), o operados do forno fica fazendo anotações sentado a uma mesa que está afastada do forno. Este ciclo de trabalho é continuamente repetido durante toda jornada de trabalho. Neste caso, para fins de aplicação do índice, denomina-se local de trabalho, o local onde permanece o trabalhador quando carrega e descarrega o forno, e local de descanso, o local onde o operador do forno permanece sentado, fazendo anotações. Determinando-se os parâmetros necessários ao cálculo do IBUTG, obteve-se:

a) local de trabalho tg=54 ºC; tbn=22 ºC; M=300Kcal/h

b) local de descanso tg=28 ºC; tbn= 20ºC; M= (vide tabela)

Calcular o IBUTG no local de trabalho, no local de descanso e as médias gerais.

EXERCÍCIO 2 Observando-se um operador de forno de uma empresa, verifica-se que o mesmo gasta 3 minutos carregando o forno, aguarda 4 minutos para que a carga atinja a temperatura esperada, sem, no entanto, sair do local, em seguida gasta outros 3 minutos para descarregar o forno. Este ciclo de trabalho é continuamente repetitivo durante toda jornada de trabalho. Determinando-se os parâmetros necessários ao cálculo do IBUTG, obteve-se: Tg = 35ºC Tbn = 25ºC Tipo de atividade – Moderada (vide tabela) Calculando-se o IBUTG temos? Pergunta: foi ultrapassado o LT? EXERCÍCIO 03 Um trabalhador de um forno de uma empresa alimentícia, tem a função de abastecer continuamente este equipamento, colocando a carga em uma espécie de esteira. O trabalho é moderado, de pé, em bancada, com algumas movimentações. O local de trabalho não possui carga solar. Nas avaliações de calor foram encontrados os seguintes parâmetros: Tg = 35ºC Tbn = 27ºC Análise a situação e verifique se este posto de trabalho é ou não insalubre. EXERCÍCIO 04 No processo de galvanoplastia (recobrimento da superfície de objetos ferrosos com materiais mais resistentes à corrosão), um determinado cargo tem a função de abastecer os tanques com metais líquidos, com as peças a terem sua superfície recoberta por um material mais resistente a corrosão. As atividades realizadas nesta função consistem basicamente em manipular uma talha manual que transporta o objeto que deverá receber o recobrimento, a uma distância de aproximadamente dois metros do tanque. Sendo:

1. Movimentar a talha com a peça a ser tratada vertical e horizontalmente até coloca-la dentro do tanque com níquel fundido (tempo de execução de aproximadamente 1 minuto);

2. Aguardar quatro minutos até que o material atinja o ponto ideal de recobrimento;

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3. Retirar o material do tanque, movimentando a talha vertical e horizontalmente, colocando-a numa espécie de bancada (tempo de execução de aproximadamente 3 minutos);

4. Aguardar a retirada da peça e colocação de uma nova peça na talha para ser recoberta (outro trabalhador que executa esta tarefa) (tempo de espera de aproximadamente 2 minutos).

As peças possuem tamanho relativamente pequeno, o que acaba não gerando a necessidade de se despender muita força para a manipulação da talha, desta forma podemos considerar que o trabalho executado é leve, de pé e principalmente com movimentações dos braços. Outro aspecto importante, é que durante o tempo em que o trabalhador aguarda que a peça atingir o ponto ideal de recobrimento, bem como a retirada e colocação de uma outra peça na talha, o mesmo não pode abandonar o local de trabalho, permanecendo na sua posição de trabalho. As avaliações de calor realizadas no posto de trabalho do trabalhador que executa esta função (à altura da região do corpo mais atingida), apresentaram os seguintes resultados: Tbn = 33ºC Tg = 35ºC Verificar se os trabalhadores que executam esta função estão expostos a condições de trabalho insalubres.

Equipamento para Monitoramento de Calor