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E
1. Introdução
Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos são eventos de massa, históricos, que reúnem pessoas de
diversos países no país sede. Os jogos ocorrem a cada quatro anos em um país específico e
reúnem esportistas que concorrem em diversas modalidades. Os jogos Olímpicos e Paralímpicos
de 2016 têm como país anfitrião o Brasil e como cidade sede a cidade do Rio de Janeiro, no
período de 5 a 21 de Agosto e 7 a 18 de Setembro de 2016, respectivamente. Entretanto, os jogos
de futebol ocorrerão em mais cinco cidades: Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Salvador e São
Paulo.
O país possui reconhecida experiência na preparação e organização de grandes eventos
internacionais realizados com absoluto sucesso, como Jogos Pan Americanos e Para Pan
Americanos 2007, Rio+20, Copa das Confederações FIFA 2013, Jornada Mundial da Juventude
2013, Copa do Mundo FIFA 2014 e I Jogos Mundiais dos Povos Indígenas em 2015.
2. Objetivo
Avaliar riscos de danos à saúde pública, que podem ocorrer durante os Jogos, nas cidades sede
dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, com ênfase para os riscos de potencial impacto relevante
em saúde pública.
3. Metodologia de Avaliação
A estratégia metodológica se apoiou na revisão de literatura, em critérios iniciais tais como:
doenças e agravos, sazonalidade e população alvo, probabilidade de ocorrência dos riscos e
impacto potencial durante os Jogos. Importante considerar ainda no planejamento dos riscos em
curso, testes, exercícios e atividades operacionais existentes na rotina, verificando se as mesmas
estão adequadas para o evento de massa.
Para a primeira fase da análise contou-se com o conhecimento técnico e o levantamento dos
dados sobre os agravos/doenças e riscos à saúde, bem como de estratégias de promoção,
prevenção e controle desenvolvidas e programadas, junto às diversas áreas técnicas do Ministério
da Saúde e das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. Essa estratégia, além de
AVALIAÇÃO DE RISCO – CIDADES SEDES DOS JOGOS OLÍMPICOS
E PARALÍMPICOS
Brasília
estabelecer uma interação entre os interessados, possibilitou a realização de um planejamento
minucioso, a fim de identificar a ocorrência de possíveis eventos em saúde, em circulação e ao
longo dos últimos anos, as potenciais consequências, para assim, poder traçar estratégicas de
controle e/ou prevenção.
Na segunda fase da análise, especificamente para as doenças de notificação compulsória (DNC),
foi realizado o levantamento dos dados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(SINAN), através de avaliação de séries históricas, visando estimar a ocorrência de possíveis
eventos em saúde que já estão presentes no país, para o período dos Jogos.
A terceira fase incluiu os possíveis riscos a serem importados, com a entrada no país de visitantes
estrangeiros, em função dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Para essa análise utilizou-se as
fontes: EIS for IHR National Focal Points (Informações oficiais), HealthMap (rumores).
Na quarta fase foram realizadas oficinas de trabalho nas cidades sedes dos Jogos, com a
participação de diversos setores das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, visando a
elaboração dos textos que constituiriam a avaliação de risco de cada cidade. Os textos foram
revisados pelos técnicos das respectivas Secretarias, sendo consolidados pela Secretaria de
Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS).
Na presente avaliação de risco foi considerada a situação epidemiológica atual dentro do país e
no município sede, especificamente referente aos riscos relativos às doenças transmissíveis
selecionadas, riscos ambientais, violência e acidentes no município sede.
Para algumas doenças transmissíveis selecionadas foram consideradas aquelas que apresentam
maior potencial de introdução ou reintrodução no país considerando seu impacto.
Os riscos relativos à segurança, terrorismo (QBRN) e produtos e serviços sob Vigilância Sanitária,
são tratados em outros documentos específicos. Em relação à QBRN existe um Plano de
Contingência disponível na página da SVS/MS
(http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_contingencia_emergencia_saude_quimico.pdf).
O formato do texto com a avaliação dos riscos específicos conta com perguntas padronizadas, de
interesse para o cidadão (residente no local ou visitante), em termos de conhecimento dos riscos,
das medidas adotadas, ou que ainda serão adotadas e as recomendações pertinentes, caso o
risco ocorra.
Para a definição dos riscos abordados nesta avaliação foram identificados os riscos à saúde que
podem se expressar de forma adicional, tanto em termos de magnitude, como de gravidade, em
relação ao padrão normal de ocorrência de uma determinada doença ou agravo para o local e
período de tempo especifico. Assim, esta avaliação não compreendeu os riscos relacionados aos
eventos de saúde pública que se expressam rotineiramente e dentro da magnitude esperada para
o local de realização e no período dos Jogos e não substitui planos de contingência específicos já
existentes para situações de emergências de Saúde Pública.
Este documento tem como público alvo os participantes dos Jogos Olímpicos (delegações,
espectadores, trabalhadores), população residente na cidade sede, bem como os profissionais de
saúde dessas cidades e dos locais de origem das delegações.
4. Avaliação de risco de Brasília
4.1. Contexto
O Distrito Federal (DF) é uma das 27 Unidades da Federação do Brasil e está situado na Região
Centro-Oeste (Figura 1). O seu território tem uma área de 5 779,999 km², divididos em 31 regiões
administrativas (RA’s), com uma população estimada para 2015 de 2.914.830 habitantes. É a
menor Unidade da Federação do Brasil, faz fronteira com os Estados de Goiás e Minas Gerais e é
a única UF sem a existência de municípios. A capital do país, Brasília, está localizada no Distrito
Federal.
De clima tropical de altitude, o ano do Distrito Federal é marcado por um verão úmido e chuvoso e
um inverno seco e relativamente frio. A temperatura média anual é de cerca de 21°C, podendo
chegar aos 29,7°C de média das máximas em setembro, e aos 12,5 °C de média das mínimas
nas madrugadas de inverno em julho. Nas áreas menos urbanizadas as temperaturas podem ser
menores e a média das mínimas de inverno cai para cerca de 10º a 5º C. A umidade relativa do ar
é de aproximadamente 70%, podendo chegar aos 20% ou menos durante o inverno. No período
de realização dos jogos olímpicos o tempo será predominantemente seco, com baixa umidade
relativa do ar, chegando frequentemente abaixo de 15%.
Figura 1: Localização de Brasília no território brasileiro.
Local dos jogos
O Torneio Olímpico de Futebol, em Brasília, terá seus jogos realizados no Estádio Mané
Garrincha, localizado no Eixo Monumental no Plano Piloto da cidade de Brasília e receberá 10
jogos em 6 datas diferentes (www.saude.df.gov.br), incluindo a disputa das quartas de final
masculino e feminino, bem como dois jogos da Seleção Brasileira já na primeira fase. O Estádio
tem capacidade para 76.000 pessoas. O seu acesso é por meio de 19 portões e 158 catracas. O
tempo de evacuação do local é de até oito (08) minutos.
4.2. Doenças Transmissíveis
A. Riscos Endógenos
Dengue, Febre de Chikungunya e Doença Aguda pelo Virus Zika
O que poderia acontecer?
Estas arboviroses são doenças virais, transmitidas por meio da picada do mosquito Aedes
aegypti. O risco de transmissão da dengue tem forte relação com a sua sazonalidade. No DF, a
maior incidência de casos de dengue ocorre entre os meses de meses de março a maio. O
período da realização dos Jogos é considerado de baixa transmissão. As febres de Chikungunya
e Zika, tiveram seus primeiros casos autóctones do Distrito Federal registrados em 2015 e 2016,
respectivamente. Até o momento não há sazonalidade descrita para ambas, mas a previsão é de
que apresente o mesmo padrão sazonal, tendo em vista a transmissão pelo mesmo vetor da
dengue. Informações adicionais sobre dengue: http://www.saude.df.gov.br/programas/435-
informes-epidemiologicos-dengue.html.
O que você deve fazer caso aconteça?
Não existe tratamento específico para Dengue, febre Chikungunya e Zika, apenas tratamentos
que aliviam os sintomas. Na presença dos sintomas sugestivos dessas doenças (Anexo 1),
procure o Hospital Regional da Asa Norte (Endereço: Setor Médico Hospitalar Norte, Quadra 101-
Área Especial. Telefone: 3325-4300; http://www.saude.df.gov.br/sobre-a-secretaria/hospitais-e-
regionais/500-regional-de-saude-da-asa-norte.html) ou Hospital Regional de Taguatinga
(Endereço: QNC - Área Especial Nº 24 - Taguatinga Norte Telefone: 3353-1000;
http://www.saude.df.gov.br/sobre-a-secretaria/hospitais-e-regionais/282-regional-de-saude-de-
taguatinga.html).
Cuidados importantes na suspeita da doença: repouso, ingestão abundante de líquido para
prevenção da desidratação e não tomar medicamentos por conta própria, em especial à base de
ácido acetil salicílico e antiinflamatórios, pois podem aumentar o risco de hemorragias.
Não existem vacinas disponíveis na rede pública contra Dengue, Chikungunya e Zika.
Recomenda-se o uso de medidas de proteção individual: uso de repelentes (seguindo as
instruções do rótulo), mosquiteiros, evitar situações que aumentam a exposição da pele a picadas
do vetor durante o dia.
O que está sendo feito para diminuir ou mitigar o risco?
O Distrito Federal dispõe de um plano de contingência para Dengue, febre Chikungunya e Zika e o
controle dessas doenças está pautado na vigilância; combate ao vetor; assistência aos pacientes;
integração da vigilância em saúde com a atenção primária; ações de saneamento ambiental;
ações integradas de educação em saúde; comunicação e mobilização; capacitação de
profissionais; acompanhamento e avaliação das ações.
O que será feito caso aconteça?
Os casos suspeitos de dengue, febre Chikungunya e Zika devem ser notificados utilizando-se a
Ficha de Notificação/Investigação individuais do SINAN/NET, pelos serviços de saúde, os quais
têm acesso a este sistema. A ficha para Zika deverá ser a específica de notificação/conclusão. A
partir da notificação será realizada a investigação e adotadas as medidas de controle pertinentes.
Febre Amarela
O que poderia acontecer?
Transmitida por meio da picada de mosquitos do gênero Aedes (A. aegypti e A. albopictus), a
febre amarela é uma doença viral, febril aguda, que pode ser muito grave e levar à morte. Tem
início súbito com febre alta e calafrios, muita dor no corpo e dor de cabeça. Outros sintomas
incluem náuseas, vômito (escuro), icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos) e hemorragias.
Desde 1942 não há registro de casos de febre amarela urbana, os casos ocorridos no país são
restritos ao ciclo e às áreas silvestres de alguns estados brasileiros, incluindo os Estados de
Goiás e do Distrito Federal por conta do turismo ecológico. Tendo em vista que o Distrito Federal
está situado em área de risco para a febre amarela, recomenda-se a vacinação de todas as
pessoas que pretendam visitar o Distrito, bem como as áreas do entorno do DF, com 10 dias
antes da viagem. Conheça as áreas de risco no site www.saude.gov.br.
O que você deve fazer caso aconteça?
Se você não for vacinado, tomou há mais de 10 anos ou não lembra, apresenta sintomas e esteve
em área de risco (http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/novembro/19/Lista-de-
Municipios-ACRV-Febre-Amarela-Set-2015.pdf) há menos de sete dias, procure uma unidade de
saúde e declare que pode estar com febre amarela. A relação e o endereço das unidades de
saúde da SES DF encontram-se disponíveis no www.saude.df.gov.br. O tratamento é sintomático
e de suporte a vida. Requer assistência hospitalar (internação) ou cuidados intensivos (UTI) nas
formas graves. O SUS oferece gratuitamente atendimento médico a todas as pessoas, entretanto
é facultativa a procura de atendimento na rede particular. Informe ao médico que o atender todo o
roteiro de viagens, em especial em áreas rurais/silvestres, nos últimos dias, para verificar se
esteve em área de risco para febre amarela.
O que está sendo feito para diminuir ou mitigar o risco?
Rotineiramente é feito o controle vetorial do Aedes aegypti, que é um potencial transmissor da
doença em áreas urbanas. A vacina é a forma efetiva de prevenção da doença. É gratuita e está
disponível nos centros de saúde, postos de saúde e em postos de vacinação da rede da
Secretaria de Saúde do DF em qualquer época do ano.
Frente à ocorrência de uma epidemia de febre amarela urbana em alguns países da África
(Angola e República Democrática do Congo), seguindo a recomendação da Organização Mundial
da Saúde, o Ministério da Saúde adota a exigência de certificado internacional de vacinação
contra febre amarela para todos os viajantes procedentes desses países.
Medidas de proteção individuais contra picada dos mosquitos são divulgadas/recomendadas:
Evitar transitar em locais com alta densidade de mosquitos;
Ao visitar áreas de risco, matas, cerrados, cachoeiras e florestas devem se vacinar, pelo
menos 10 dias antes, e utilizar vestimentas e repelentes para evitar picadas dos
mosquitos;
Dormir em cômodos com telas, ar condicionado ou outras medidas contra os mosquitos.
O que será feito caso aconteça?
Diante de um caso suspeito de febre amarela, o núcleo de vigilância das superintendências de
saúde da SES DF deve ser notificado imediatamente. A investigação será feita pela equipe local
com apoio do CIEVS DF (61 - 9822-3447), com a finalidade de verificar a procedência, ou seja,
em que área de risco ocorreu a transmissão e adotar as medidas indicadas no Guia de Vigilância
em Saúde do Ministério da Saúde.
(http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/fevereiro/06/guia-vigilancia-saude-atualizado-05-
02-15.pdf).
Influenza
O que poderia acontecer?
A influenza, doença viral caracterizada por uma síndrome gripal é altamente transmissível, que
afeta principalmente o nariz, a garganta, a boca, os brônquios e, ocasionalmente, os pulmões. A
transmissão da doença ocorre de pessoa para pessoa através das vias respiratórias, dura cerca
de uma semana e os casos podem ocorrer durante todo o ano, mas é mais frequente nos meses
do outono e do inverno, quando as temperaturas caem e as pessoas se aglomeram mais. Os
sintomas são: febre de início súbito, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou dor de
garganta e pelo menos um dos seguintes sintomas: cefaleia, mialgia ou artralgia, na ausência de
outro diagnóstico específico. Em crianças com menos de 2 anos de idade, considera-se também
como caso de síndrome gripal: febre de início súbito (mesmo que referida) e sintomas
respiratórios (tosse, coriza e obstrução nasal), na ausência de outro diagnóstico específico.
A síndrome respiratória aguda grave (SRAG) é um quadro de agravamento da síndrome gripal,
com a evolução dos sintomas gripais comuns para dificuldade para respirar. Apresenta maior
incidência em crianças menores de 1 ano, maiores de 60 anos, gestantes e pessoas com
problemas de saúde, como por exemplo pressão alta, diabetes, obesidade.
O que você deve fazer caso aconteça?
Caso apresente os sinais e sintomas de síndrome gripal ou influenza, procure uma unidade de
saúde mais próxima de você. Caso apresente algum fator de risco ou alguns sintomas de
agravamento (dificuldade na respiração, persistência da febre por mais de 3 dias, desidratação,
exacerbação de doença pré-existente), procure imediatamente a unidade de saúde. Caso
apresente a doença, evite sair de casa em período de transmissão da doença (até 7 dias após o
início dos sintomas), bem como restrinja seu ambiente de trabalho para evitar disseminação. O
uso do medicamente específico, antiviral, é um critério médico e tem suas indicações conforme o
Protocolo de Tratamento de Influenza 2015 do Ministério da Saúde
(http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/dezembro/17/protocolo-influenza2015-16dez15-
isbn.pdf) com as recomendações especificas para os casos e surtos de influenza.
O que está sendo feito para diminuir ou mitigar o risco?
O Ministério da Saúde dispõe de um protocolo com as recomendações especificas para o manejo
clínico dos casos e condutas frente aos surtos de influenza. Além disto, o Brasil realizou a
vacinação de grupos de risco no período de 18 de abril a 20 de maio de 2016, antes do período de
maior incidência da doença (http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-
mais-o-ministerio/416-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/influenza/l2-influenza/10959-vacinacao-
influenza).
As medidas que evitam a transmissão da influenza e outras doenças respiratórias devem ser
utilizadas sempre, mesmo que o indivíduo tenha recebido a vacina contra a gripe, são elas:
frequente lavagem e higienização das mãos, principalmente antes de consumir algum alimento;
utilizar lenço descartável para higiene nasal; cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir; evitar
tocar mucosas de olhos, nariz e boca; higienizar as mãos após tossir ou espirrar; não
compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas; manter os
ambientes bem ventilados; e evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas
de influenza.
O que será feito caso aconteça?
Caso ocorra algum surto de influenza, o Distrito Federal dispõe de procedimentos padronizados
para proceder à investigação epidemiológica e controle da doença, conforme preconizado no
protocolo.
Hantavirose
O que poderia acontecer?
As hantaviroses são antropozoonoses amplamente distribuídas em todo mundo. As infecções
humanas causadas pelo hantavírus se manifestam de diferentes formas, desde doença febril
aguda, a formas clássicas de Febre Hemorrágica com Síndrome Renal – FHSR – e Síndrome
Cardiopulmonar por Hantavírus – SCPH.
No Distrito Federal, até o momento, tem sido identificada apenas a doença na forma de SCPH.
Considerando a realização de algumas partidas dos Jogos Olímpicos com o possível incremento
do ecoturismo e turismo rural na região, aumenta a probabilidade de ocorrência de casos, uma
vez que no Distrito Federal foi identificada a presença de cinco espécies de roedores silvestres
reservatórios do hantavírus, sendo a espécie Calomys calossus a mais frequente (52%), seguida
da espécie Bolomys lasiurus (38%).
A infecção humana ocorre mais frequentemente pela inalação de aerossóis, formados a partir da
urina, fezes e saliva dos roedores. Outras formas descritas e menos frequentes são: percutânea
(por meio de escoriações, mordeduras de roedores infectados), ou contato do vírus com mucosas
(por meio de ingestão de alimentos ou água contaminados).
O que você deve fazer caso aconteça?
A definição de caso suspeito se remete à pessoa com exposição de risco nos últimos 60 dias, com
febre (38 graus ou mais) e mialgia associada a dois ou mais sintomas: cefaleia, náuseas, vômitos,
tontura, dispneia, e sinais de insuficiência respiratória aguda de causa indeterminada durante a
primeira semana de doença com exposição de risco nos últimos 60 dias. Caso perceba alguns
desses sinais e sintomas, procure uma unidade de saúde da SES DF mais próxima de você. A
relação dos endereços e telefones se encontram disponíveis no www.saude.df.gov.br.
O que já está sendo feito para diminuir ou mitigar o risco?
Reorganização dos fluxos de notificação/comunicação de agravos e eventos de interesse à Saúde
Pública com fins de controle e redução de danos. Além disso, o envolvimento do SAMU no
atendimento às ocorrências de urgência, e a definição do “Fluxograma de Atendimento a
Pacientes com Suspeita de Síndrome Cardiopulmonar por Hantavirose” para equipes de saúde.
O que será feito caso aconteça?
A hantavirose é doença de notificação compulsória imediata. Todo atendimento de caso suspeito
deve ser notificado ao CIEVS/DF pelo telefone (61) 99822-3447 ou 0800 645 7089. Garantir o
tratamento hospitalar, com medidas de suporte a vida, sendo muitas vezes necessária a utilização
de respiradores artificiais, e proceder à investigação epidemiológica.
Meningites
O que poderia acontecer?
As meningites infecciosas são doenças de transmissão respiratória, sendo o homem o principal
reservatório, seja o caso sintomático (infecção) ou assintomático (portadores sãos). A doença se
caracteriza pelo processo inflamatório das meninges - membranas que envolvem o cérebro e a
medula espinhal - causado por bactérias, vírus, fungos ou parasitas. Considerando o potencial de
disseminação e de morbimortalidade da doença, as meningites bacterianas são as de maior
risco, seguidas das meningites virais, estas com menor potencial.
São considerados fatores de risco: infecções respiratórias virais recentes, aglomeração no
domicílio, residir em quartéis, dormir em acampamento militar ou em alojamentos de estudantes,
tabagismo ativo ou passivo, condições socioeconômicas menos privilegiadas, e contato íntimo
com portadores.
O que você deve fazer caso aconteça?
A doença meningocócica, que cursa com uma das formas mais graves dentre as meningites
bacterianas, tem início abrupto e evolução rápida, podendo levar ao óbito em menos de 24 a 48
horas. Se caracteriza por febre, cefaleia, náusea, vômito, rigidez de nuca, prostração, confusão
mental, sinais de irritação meníngea (caracterizadas pelo Sinal de Kernig e Sinal de Brudzinski).
Crianças de até 9 meses poderão não apresentar sinais clássicos de irritação meníngea e sim
irritação, recusa alimentar, convulsões, abaulamento da fontanela, choro persistente ou grito
meníngeo (choro forte ao ser manipulada, principalmente à troca de fraldas). Na doença
meningocócica pode aparecer petéquias. No aparecimento eventual de alguns desses sinais ou
sintomas deve se procurar imediatamente uma unidade de saúde da SES DF. Os telefones e
endereços encontram-se disponíveis no endereço eletrônico http://www.saude.df.gov.br.
O que já está sendo feito para diminuir ou mitigar o risco?
Revisão/reposição dos estoques de Rifampicina, para quimioprofilaxias, quando indicadas, nos
Núcleos de Vigilância Epidemiológica dos hospitais e no CIEVS/DF. Tem sido instituída a
vacinação de rotina contra as infecções pelas seguintes bactérias causadoras das meningites e
outras doenças: meningococo sorogrupo C, pneumococo, Haemophylus influenzae e
tuberculose. Todas essas vacinas estão incluídas no Calendário Básico de Vacinação da criança
(do Programa Nacional de Imunização, bem como para grupos de risco, e são aplicadas
gratuitamente nos postos e centros de saúde do DF.
O que será feito caso aconteça?
As meningites e a doença meningocócica são de notificação compulsória, sendo que agregados
de casos ou óbitos são de notificação imediata. Todo atendimento de caso suspeito deve ser
notificado ao CIEVS/DF pelo telefone 61-99822-3447 ou 0800647089, para instalação das
medidas de controle e interrupção da transmissão, em especial a investigação e quimioprofilaxia
dos contatos íntimos. Garantir o tratamento hospitalar, com medidas de suporte a vida,
procedendo com a coleta de material para exames laboratoriais, antibioticoterapia imediata e
investigação epidemiológica.
Doenças Transmitidas por Alimentos – DTA
O que poderia acontecer?
Doenças transmitidas por alimento (DTAs) são causadas pela ingestão de alimentos e/ou água
contaminados. São todas ocorrências clínicas, frequentemente com manifestações do trato
gastrointestinal (diarreia e vômitos), consequentes à ingestão de alimentos que possam estar
contaminados com microorganismos patogênicos (infecciosos, toxinogênicos ou infestantes),
toxinas de microrganismos, substâncias químicas, objetos lesivos ou que contenham em sua
constituição estruturas naturalmente tóxicas, ou seja, são doenças conseqüentes da ingestão de
perigos biológicos, químicos ou físicos presentes nos alimentos.
Além do consumo de água não potável, a ausência de higiene e boas práticas de manipulção dos
alimentos, o armazenamento inadequado e a falta de controle de temperatura dos alimentos no
período de pré-preparo, preparo, armazenamento, transporte ou distribuição - propiciando os
alimentos a permanecerem períodos superiores a uma hora em temperaturas dentro da faixa de
20oC a 50oC - podem ser responsáveis pela ocorrência de DTA.
O que fazer se acontecer?
Na ocorrência de sintomas de DTA não se deve suspender a alimetação via oral, evitando
alimentos gordurosos, açúcar e aumentando a ingestão de água potável e outros líquidos para
reidratação oral. Se ocorrer piora dos sintomas, deve-se procurar atendimento no estádio e/ou nas
unidades de saúde da SES DF. A relação de endereços e os telefones encontram-se disponíveis
em http://www.saude.df.gov.br.
O que está sendo feito para diminuir ou mitigar o risco?
Para prevenir a ocorrência de DTA durante a realização dos Jogos Olímpicos está sendo feito o
monitoramento da qualidade da água para consumo humano do estádio Mané Garrincha, da rede
hospitalar (pública e privada) e na rede hoteleira. Está sendo monitorada a qualidade dos
alimentos comercializados nos locais de maior circulação dos turistas e realizada a fiscalização
das empresas terceirizadas fornecedoras de alimentos e bebidas que serão comercializados
durante os jogos para as delegações e atletas.
O que será feito caso aconteça?
Frente à suspeita de ocorrência de DTA, o profissional assistente deve notificar o núcleo de
vigilância epidemiológica da região de saúde de referência, além da Gerência de Vigilância
Epidemiológica e Imunização (GVEI/DIVEP) e o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância
em Saúde (CIEVS). Preliminarmente, orienta-se a guarda e conservação dos alimentos suspeitos
para permitir eventuais análises laboratoriais. A investigação laboratorial deve ser realizada sob
orientação da Diretoria de Vigilância Sanitária. A investigação epidemiológica é realizada sob
orientação da Gerência de Vigilância Epidemiológica e Imunização (GVEI/DIVEP), orientada pelo
Protocolo Operacional Padrão para Investigação de Doenças Transmitidas por Alimentos para
identificar as prováveis causas de adoecimento por DTA.
HIV e Infecções de Transmissão Sexual
O que poderia acontecer?
No Brasil, a principal forma de transmissão do vírus HIV é a sexual, porém existe risco no contato
com sangue infectado dependendo de aspectos comportamentais como uso de drogas injetáveis.
Relação sexual desprotegida com parceiros com sorologia desconhecida aumenta o risco de
exposição, bem como uso compartilhado de agulhas e/ou seringas. O risco também existe em
relação às hepatites virais B e C.
Outras infecções de transmissão sexual como sífilis, gonorreia, herpes genital, entre outras são
possíveis.
O que você deve fazer caso aconteça?
Recomenda-se, independente do conhecimento de estados sorológicos dos parceiros, o uso de
preservativos feminino ou masculino em todas as relações sexuais. É fundamental buscar
informações sobre as formas de transmissão e de prevenção, como uso de preservativos e
materiais descartáveis, bem como não compartilhar instrumentos perfurocortantes. Em caso de
exposição, buscar unidade de pronto atendimento para uso de profilaxia pós-exposição. Caso seja
portador de HIV/Aids em tratamento e desabastecido de antirretroviral (ARV), deve-se buscar a
unidade de saúde para orientar-se onde obter acesso pela rede Pública de Saúde.
O que está sendo feito para diminuir ou mitigar o risco?
Em situações de eventos de massa são incrementadas as ações educativas e distribuição de
materiais informativos e insumos de prevenção. Também se incrementa a oferta de testagem,
profilaxia pós exposição ao HIV e de medicamento antirretrovirais na rede de referência.
O que será feito caso aconteça?
Os profissionais de saúde deverão informar sobre formas de transmissão e de prevenção,
disponibilizar preservativos; realizar testagem (preferencialmente rápida). Realizar profilaxia pós
exposição, conforme preconizado ou encaminhar para onde é realizado o mais breve possível.
Disponibilizar anti-retrovirais conforme normas federais ou encaminhar para serviço onde o
medicamento é dispensado. Caso sofra acidente ocupacional com paciente estrangeiro, utilizar a
PEP conforme fluxo definido na SES DF.
Riscos ambientais
A) Climáticos
O que poderia acontecer?
Os principais riscos ambientais identificados para o Distrito Federal estão relacionados ao clima
devido à baixa umidade relativa do ar vigente no período de realização dos Jogos.
A estação chuvosa compreende os meses de outubro a março e a estação seca, no restante do
ano, de abril até setembro. A umidade relativa do ar, no período de seca, reduz
consideravelmente. Para o mês de agosto, a umidade relativa do ar média é de 40%, entretanto
pode chegar a 12%, valor típico de deserto.
Nessas condições podem ocorrer cefaleia, desidratação, insolação e problemas respiratórios,
especialmente em pessoas alérgicas, idosos e crianças.
O que você deve fazer caso aconteça?
Para evitar os efeitos relacionados à baixa umidade, são recomendadas medidas de proteção
individual tais como hidratação oral frequente, uso de protetor solar, protetores labiais, uso de
umidificadores, entre outros. Caso ocorram problemas de saúde relacionados à baixa umidade,
recomenda-se buscar serviços de saúde próximo do local da ocorrência para atendimento médico
e administração do tratamento específico. É possível acionar o Serviço Móvel de Urgência (SAMU
192), em casos de situação de urgência/emergência.
O que está sendo feito para diminuir ou mitigar o risco?
Orientações aos turistas quanto aos riscos e medidas preventivas em relação aos fatores
ambientais que são influenciados pela sazonalidade do clima, principalmente na estação de seca
do Distrito Federal.
O que será feito caso aconteça?
Transportar a vítima para um serviço de urgência/emergência, um centro de saúde ou uma
Unidade de Pronto Atendimento mais próximos do local da ocorrência. Os endereços das
unidades de saúde estão disponíveis no sítio eletrônico da SESDF (htttp://www.saude.df.gov.br).
B) Acidentes por Animais Peçonhentos
O que poderia acontecer?
O Planalto Central guarda belezas naturais desconhecidas por muitos turistas, possui vegetação
típica, com a presença de animais como lagartas, morcegos, escorpiões amarelos, cobras e
algumas aranhas que representam potencial risco para causar acidentes.
O que você deve fazer caso aconteça?
Caso ocorra algum acidente com um animal peçonhento é necessário solicitar socorro por meio
do SAMU tel. 192 e ainda ligar para o Centro de Informações Toxicológicas pelos telefones 0800-
644-6771 ou 0800-722-6001. É importante fornecer a descrição desses animais, caso possível,
para que o acidentado receba orientações de como proceder em cada caso. Todos os hospitais
com emergência da SES DF poderão ser acionados para a aplicação de soros e tratamento
adequados, de acordo com cada caso. Os endereços das unidades de saúde da rede pública do
DF estão disponíveis no site http://www.saude.df.gov.br.
O que está sendo feito para diminuir ou mitigar o risco?
A SES-DF realiza campanhas educativas, mutirões para o controle de infestações, e é
responsável pela manutenção dos estoques de soros nos hospitais para atendimento dos
acidentados.
O que será feito caso aconteça?
Caso o turista sofra algum tipo de acidente com animal perigoso será oferecido atendimento
médico de urgência. Os profissionais da SES DF, em caso de dúvida, igualmente poderão solicitar
informações e orientações para a equipe do Centro de Informações Toxicológicas da SES DF por
meio dos telefones 0800-644-6771 ou 0800-722-6001 de forma a se buscar a condutra adequada
para cada caso.
Violência
O que poderia acontecer?
A realização de eventos de grande porte, como os jogos olímpicos e paralímpicos são de grande
relevância econômica e social, mas ao mesmo tempo a grande circulação de pessoas pode
agravar situações de vulnerabilidades estabelecidas, implicando em risco de violência. Considera-
se como violência, para fins de notificação “o uso intencional de força física ou do poder, real ou
em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade que
resulte ou tenha possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de
desenvolvimento ou privação” (OMS, 2002).
O que você deve fazer caso aconteça?
Os serviços de saúde realizam atendimento às pessoas em situação de violência, procedendo
com a notificação compulsória dos casos de violência e os encaminhamentos posteriores. Caso
ocorra alguma situação de violência, deve-se buscar um serviço de saúde, em especial unidades
que oferecem pronto atendimento, para o manejo imediato de situações que envolvem risco de
vida ou sequelas.
O principal órgão que compõe o Sistema de Garantia dos Direitos de Crianças e Adolescentes é o
Conselho Tutelar, trata-se da porta de entrada dos casos de violação de direitos desses
segmentos. Caso alguma dessas violações ocorra com uma criança ou adolescente, deve-se
buscar o Conselho Tutelar que atende à área em que a criança ou adolescente encontra-se.
Quando a violação é praticada contra a mulher adulta a referência de proteção é a Delegacia
Especializada de Atendimento à Mulher. A Central Judicial do Idoso ou a Delegacia integram
diferentes instituições que atuam na garantia e proteção dos direitos das pessoas idosas.
O Proteja Brasil é o aplicativo para iPhone ou celular com sistema Android criado para facilitar
denúncias e informar sobre violencia contra crianças e adolescentes. A partir do local onde o
usuário está, o Proteja Brasil indica telefones e endereços e o melhor caminho para chegar a
delegacias especializadas de infância e juventude, conselhos tutelares, varas da infância e
organizações que ajudam a combater a violência contra a infância e adolescência nas principais
cidades brasileiras.
http://www.protejabrasil.com.br/br/
O que está sendo feito para diminuir ou mitigar o risco?
A rede de atendimento às pessoas em situação de violência atua de forma integrada buscando
assegurar ações intersetoriais voltadas para a diminuição da ocorrência de situações de violência,
com foco nas ações de prevenção, atendimento, sensibilização e responsabilização nos casos
onde se identifica a violência.
O que será feito caso aconteça?
Fornecer atendimento de emergência, para que os primeiros cuidados possam ser iniciados com o
mais rápido possível, principalmente nos casos de ocorrência da violência sexual, onde se deve
ter acesso à profilaxia pós-exposição que é considerada uma urgência médica, que deve ser
iniciada o mais rápido possível, preferencialmente nas primeiras 2 horas após exposição e no
máximo em 72 horas.
Riscos exógenos
O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde do Distrito Federal (CIEVS/DF)
está trabalhando, em parceria com a rede nacional, para identificar as principais doenças
prevalentes e de relevância nos países participantes dos Jogos no Distrito Federal. Foram
pesquisadas informações relativas aos 11 países que jogarão em Brasília na 1° fase e ainda
outros 13 países que podem vir a jogar em Brasília nas quartas de final. Além dos riscos
endógenos citados abaixo, existem documentos complementares com a descrição de outros
riscos relacionados às doenças prevalentes, bem como informações atualizadas em relação a
ocorrência de doenças/agravos de interesse, no período de monitoramento estabelecido em torno
dos Jogos Olímpicos.
Sarampo
O que poderia acontecer?
No Brasil não há transmissão autóctone do sarampo desde julho de 2015. No Distrito Federal,
desde o ano 2000, houve confirmação de apenas dois casos da doença. Entretanto, com os Jogos
e a vinda de viajantes procedentes de países com transmissão, poderia haver a ocorrência de
casos importados, sendo fundamental a detecção precoce desses casos;
O que você deve fazer se acontecer?
Considera-se como caso suspeito, todo indivíduo que apresente febre, exantema maculo papular
acompanhado de tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite, independentemente da idade e situação
vacinal ou todo caso suspeito que tenha história de viagem para fora do país, nos últimos 30 dias,
ou que tenha história de contato com alguém que viajou para fora do país, no mesmo período.
Caso você apresente esses sintomas procure imeditamente a unidade de saúde mais próxima.
O que está sendo feito para diminuir ou mitigar o risco?
No Brasil é realizada a vacinação de rotina de crianças contra o sarampo, conforme o calendário
básico de vacinação do Ministério da Saúde. Não existe tratamento específico para o sarampo. O
Distrito Federal mantém a vigilância do sarampo sob alta sensibilidade, para que, na ocorrência de
um caso suspeito, ele seja imediatamente isolado e sejam tomadas as medidas de controle.
O que será feito caso aconteça?
Caso seja detectado algum caso suspeito de sarampo serão adotadas as medidas preconizadas
no Guia de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Deve-se ainda notificar imediatamente o
CIEVS DF pelo número 0800 645 7089 ou a Gerência de Vigilância Epidemiológica e Imunização
através do número 3323-7461, para que as medidas de controle e de interrupção da transmissão
sejam implementadas imediatamente. No presente momento há um surto de sarampo ocorrendo
na Irlanda, portanto recomenda-se que todo viajante que se dirija ao Brasil seja vacinado
antecipadamente contra o sarampo, visando evitar a reintrodução do vírus no país.
Rubéola
O que poderia acontecer?
O Brasil está oficialmente livre da rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC). O país
não registra casos da transmissão endêmica das doenças desde 2008 e 2009, respectivamente,
tendo recebido da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) o Certificado de Eliminação da
Rubéola em 2015, em conjunto com os demais países das Américas.
A rubéola é uma doença exantemática aguda, de etiologia viral, alta transmissibilidade e acomete
principalmente crianças. Sua importância epidemiológica está relacionada ao risco da rubéola
congênita: abortos, morte fetal e malformações congênitas, como cardiopatias, catarata e surdez.
O que você deve fazer caso aconteça?
São considerados casos suspeitos: todo paciente que apresentar febre e exantema máculo-
papular, acompanhado de linfoadenopatia retroauricular, occipital e/ou cervical,
independentemente de idade e situação vacinal ou todo indivíduo com febre, acompanhada de
exantema ou linfoadenopatia com as características mencionadas acima e que tenha história de
viagem ao exterior nos últimos 30 dias ou de contato, no mesmo período, com alguém que viajou
ao exterior. Caso você apresente esses sintomas procure imeditamente a unidade de saúde mais
próxima.
O que está sendo feito para diminuir ou mitigar o risco?
No Brasil é realizada a vacinação de rotina de crianças contra a rubéola, conforme o calendário
básico de vacinação do Ministério da Saúde. Não existe tratamento específico para a rubéola. O
Distrito Federal mantém a vigilância das doenças exantemáticas sob alta sensibilidade, para que,
na ocorrência de um caso suspeito, ele seja imediatamente isolado e sejam tomadas as medidas
de controle.
O que será feito caso aconteça?
Caso seja detectado algum caso suspeito de rubéola serão adotadas as medidas preconizadas no
Guia de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Deve-se ainda notificar imediatamente o
CIEVS DF pelo número 0800 645 7089 ou a Gerência de Vigilância Epidemiológica e Imunização
através do número 3323-7461, para que as medidas de controle e de interrupção da transmissão
sejam implementadas imediatamente.
Recomenda-se que todo viajante que se dirija ao Brasil seja vacinado antecipadamente
contra a rubéola, visando evitar a reintrodução do vírus no país.
Poliomielite
O que poderia acontecer?
Os últimos casos de Poliomielite no Brasil ocorreram em 1989 e, em 1994, o País recebeu da
Organização Panamericana de Saúde (OPAS), o “Certificado de Interrupção da Transmissão
Autóctone do Poliovírus Selvagem do seu território”, juntamente com os demais países das
Américas. No Mundo, ainda existem 2 países endêmicos para Poliomielite, sendo esses Paquistão
e Afeganistão, com 54 e 20 casos de Poliomielite causada pelo poliovirus selvagem,
respectivamente, em 2015.
A poliomielite é uma doença infectocontagiosa viral aguda, caracterizada por um quadro de
paralisia flácida, de início súbito, que ocorre em cerca de 1% das infecções causadas pelo
poliovírus. O deficit motor instala-se subitamente e sua evolução, frequentemente, não ultrapassa
3 dias.
O que você deve fazer caso aconteça?
Um caso suspeito de poliomielite é definido como todo caso de deficiência motora flácida, de início
súbito, em indivíduos com menos de 15 anos de idade, independentemente da hipótese
diagnóstica de poliomielite ou todo caso de deficiência motora flácida, de início súbito, em
indivíduo de qualquer idade, com história de viagem a países com circulação de poliovírus nos
últimos 30 dias que antecedem o início do deficit motor, ou contato no mesmo período com
pessoas que viajaram para países com circulação de poliovírus selvagem e apresentaram
suspeita diagnóstica de poliomielite. Caso você apresente esses sintomas deve procurar
imediatamente a unidade de saúde mais próxima.
O que está sendo feito para diminuir ou mitigar o risco?
São mantidas as vacinações de rotina e em campanhas. Além disso, profissionais e serviços de
saúde da rede pública e privada devem estar em alerta e atentar para a manutenção das medidas
de prevenção e controle (descritas no Guia de Vigilância em Saúde), disponível em:
http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/fevereiro/06/guia-vigilancia-saude-atualizado-05-
02-15.pdf. Além disso, deve ser investigado, oportunamente, TODO caso de Paralisia Flácida
Aguda (PFA), em indivíduo de qualquer idade, suspeito de Pólio, que possa surgir durante ou em
até 30 dias após o término das olimpíadas.
O que será feito caso aconteça?
Caso seja detectado algum caso suspeito de poliomielite serão adotadas as medidas
preconizadas no Guia de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Deve-se ainda notificar
imediatamente o CIEVS DF pelo número 0800 645 7089 ou a Gerência de Vigilância
Epidemiológica e Imunização através do número 3323-7461, para que as medidas de controle e
de interrupção da transmissão sejam implementadas imediatamente.
Recomenda-se que todo viajante que se dirija ao Brasil seja vacinado antecipadamente
contra a poliomielite, visando evitar a reintrodução do vírus no país.
MERS-CoV
O que poderia acontecer?
O Brasil não é considerado área de risco para MERS-CoV(link:
http://www.cdc.gov/coronavirus/mers/risk.html ). Em 2012 foi identificada na Arábia Saudita uma
nova linhagem de coronavírus associada a quadros de SRAG, sendo atualmente denominada
MERS-CoV – Middle East respiratory syndrome coronavirus (síndrome respiratória do Oriente
Médio associada ao coronavírus). Desde então, já foram notificados em 27 países, principalmente
no Oriente Médio (Arábia Saudita, Qatar, Iêmen, Irã, Kuwait, Emirados Árabes) e Ásia (China e
Coréia do Sul). Também foram registrados casos na Europa (França, Alemanha, Holanda, Áustria,
Itália, Irlanda e Inglaterra) e no continente africano (Egito, Algéria, Tunísia).
A transmissão inter-humana parece ocorrer apenas quando há contato muito próximo e ainda não
há evidências de transmissão sustentada entre os seres humanos. Um dos potenciais
reservatórios para essa linhagem do vírus parece ser o camelo. Os Jogos Olímpicos reúnem
pessoas de dezenas de países, entre atletas e turistas. Embora ainda não haja clareza sobre os
reservatórios e modos de transmissão dessa nova linhagem do coronavírus, assume-se a
possibilidade de transmissão inter-humana, principalmente através de gotículas de saliva. É
possível, ainda, que pessoas previamente infectadas cheguem ao país e aqui iniciem o processo
de adoecimento. Diante disso, considera-se possível a ocorrência da MERS-CoV no Brasil e no
Distrito Federal.
O que você deve fazer caso aconteça?
Se o viajante procede de países afetados pela doença e apresente febre, tosse e falta de ar, deve
procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo e informar o local de procedencia para
que seja acionada a vigilancia epidemiológica do municipio e comunicada as demais autoridades.
O que está sendo feito para diminuir ou mitigar o risco?
Instalação de posto médico no Estádio Nacional de Brasília durante a realização dos jogos.
Divulgação de informações nos serviços de urgência e UTIs dos hospitais, UPAS, SAMU e
Serviço Médico do Aeroporto sobre os agravos de transmissão respiratória.
Preparação dos ambientes de atendimento médico hospitalar visando o isolamento dos casos
suspeitos para evitar grandes disseminações.
O que será feito caso aconteça?
Pessoas com suspeita de MERS-CoV devem ser mantidas separadas de pessoas hígidas ou
pessoas com outras doenças. A notificação deve ser imediata ao núcleo de vigilância
epidemiológica da superintendência de saúde, e também ao CIEVS (0800 645 7089). A
investigação epidemiológica será realizada pela equipe da região de saúde, com apoio do CIEVS,
sob orientação da área técnica responsável da GEVEI/DIVEP.
Anexos
Anexo 1.
Frequência dos principais sinais/sintomas ocasionados pela infecção por dengue,
febre Chikungunya e Zika.
Características principais Dengue Chikungunya Zika
Febre +++++ ++++ +
Exantema maculopapular ++ ++ ++++
Hiperemia conjuntival + + ++++
Mialgia/Artralgia +++ +++++ ++
Edema Ausente ++++ +++
Dor retrorbital +++++ + ++
Linfadenopatia + ++ +
Hemorragia ++ Ausente Ausente
Hepatomegalia ++ +++ Ausente
Leucopenia/trombocitopenia +++ +++ Ausente
Obs.: Considerar este quadro apenas para auxiliar no diagnóstico clínico em
conjunto com as outras características clínicas, epidemiológicas e laboratoriais.
Fonte: Adaptado de Haltead, et al. Departamento de serviço de Saúde do Estado de
Yap/Micronésia.
Anexo 2
Telefones/contatos úteis
Unidade Telefones/e-mail
SAMU DF 192
Centro de Informações Estratégicas em Vigilância
à Saúde – CIEVS DF
(61) 9822-3441 – Email: [email protected]
Diretoria de Vigilância Epidemiológica/SVS (61) 3323-9492 – Email: [email protected]
Gerência de Epidemiologia de Campo (61)3901-4672 – Email: [email protected]
LACEN DF (61)3321-2772-Email:
Gerencia de Doenças Crônicas e Agravos
Transmissíveis- GEDCAT
(61) 3322-7378 – Email: [email protected]
Gerência de Vigilância Epidemiológica e (61) 3323-7461 – Email: [email protected]
Imunização - GEVEI
Gerência de Doenças Sexualmente
Transmissíveis – GEDST/AIDS
(61) 3322-1590 Email:
Gerência de Doenças e Agravos não
Transmissíveis - GEDANT
(61)3323-3056 Email: [email protected]
Núcleo de Vigilância Epidemiológica - HRAN (61) Email: [email protected]
Núcleo de Vig. Epid.do Núcleo do Bandeirante (61) 3552-2044 - Email: [email protected]
Núcleo de Vigilância Epidemiológica - HMIB (61) 3244-2926 - Email: [email protected]
Núcleo de Vigilância Epidemiológico - Guará (61)3353-1445- Email:
Núcleo de Vigilância Epidemiológica - Brazlândia (61) 3479-9640- Email: [email protected]
Núcleo de Vigilância Epidemiológica - Ceilândia (61)3471-9149 - Email: [email protected]
Núcleo de Vigilância Epidemiológica - HRG (61) 3385-9820 - Email: [email protected]
Núcleo de Vigilância Epidemiológica - HRSM (61) 3392-6970 - Email: [email protected]
Núcleo de Vigilância Epidemiológica - São
Sebastião
(61)3335-6051-Email:
Núcleo de Vigilância Epidemiológica - Paranoá (61)3369-6663 - Email:
Núcleo de Vigilância Epidemiológica - HRS (61) 3591-8271- Email: [email protected]
Núcleo de Vigilância Epidemiológica - HRPL (61) 3388-8061 - Email:
Núcleo de Vigilância Epidemiológica- HRSam (61)3458-4815 Email:
Núcleo de Vigilância Epidemiológica - HRT (61) 3352-3320 - Email: [email protected]
Núcleo de Vigilância Epidemiológica - HBDF (61) 3315-1215 - Email: [email protected]
Núcleo de Vigilância Epidemiológica - HAB (61) Email: [email protected]
Núcleo de Vigilância Epidemiológica - HFA (61) 3966-2147 - Email:
Núcleo de Vigilância Epidemiológica- HUB (61) 2028-5595 - Email: [email protected]
Ouvidoria 160
Hospital da Criança de Brasília (61) 3025-8350
Hospital Universitário de Brasília (61) 2028-5000
Hospital Materno Infantil de Brasília (61) 3445-7500 Email:
Hospital Regional do Guará (61) 3353-1500
Hospital Regional Asa Norte (61) 3325-4300
Hospital Regional de Santa Maria (61)3392-6802 Email:
Hospital Regional do Gama (61) 3385-9700
Hospital Regional de Ceilândia (61) 3471-9000
Hospital Regional Brazlândia (61)3479-1758/3479-9642
Hospital regional do Paranoá (61) 3369-9800 Email: [email protected]
Hospital Regional Planaltina (61)3388-9710 Email: [email protected]
Hospital Regional Sobradinho (61) 3487-9200/3487-9474
Hospital Regional de Taguatinga (61) 3353-1000
Hospital Regional de Samambaia (61) 3458-9835
Hospital de Apoio (61) 3905-4700
Equipe Volante Malária (61) 9249-0000/9668-2512
Instituto Médico Legal (IML) (61) 3207-4815/32074818
Hospital HOME (61) 3878-2878
Rede de Frio (61) 3361-4531, 3362-2272, 3362-2212, 9152-
1799