Avaliação Do Conhecimento Das Gestantes Sobre Toxoplasmose Em Uma Unidade de Atendimento Obstétrico Na Cidade de Formiga

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Toxoplasmose - Zoonose

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    CENTRO UNIVERSITRIO DE FORMIGA-UNIFOR-MG

    CURSO DE MEDICINA VETERINRIA

    LAIS HELENA DE CARVALHO

    AVALIAO DO CONHECIMENTO DAS GESTANTES SOBRE TOXOPLASMOSE

    EM UMA UNIDADE DE ATENDIMENTO OBSTTRICO NA CIDADE DE

    FORMIGA/MG

    FORMIGA - MG

    2011

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    LAIS HELENA DE CARVALHO

    AVALIAO DO CONHECIMENTO DAS GESTANTES SOBRE TOXOPLASMOSEEM

    UMA UNIDADE DE ATENDIMENTO OBSTTRICO NA CIDADE DE FORMIGA/MG

    Trabalho de concluso de curso apresentado ao Cursode Medicina Veterinria do UNIFOR-MG, comorequisito parcial para obteno do ttulo de bacharelem Medicina Veterinria.Orientadora: Raquel Ribeiro Dias Santos.Co-orientadora: Ana Dalva da Costa.

    FORMIGA - MG

    2011

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    Lais Helena de Carvalho

    AVALIAO DO CONHECIMENTO DAS GESTANTES SOBRE TOXOPLASMOSE EM

    UMA UNIDADE DE ATENDIMENTO OBSTTRICO NA CIDADE DE FORMIGA/MG

    Trabalho de concluso de curso apresentado aoCurso de Medicina Veterinria, como requisitoparcial para obteno do ttulo de bacharel em

    Medicina Veterinria.

    BANCA EXAMINADORA

    ______________________________________________________________

    Prof. Raquel Ribeiro Dias Santos

    Orientadora

    ______________________________________________________________

    Prof. Ana Dalva da Costa

    Co-orientadora

    ______________________________________________________________

    Prof. Roberta Avelar Arajo Garcia

    UNIFOR/MG

    Formiga, 10 de novembro de 2011.

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    A Deus pelo dom da sabedoria. Ao Saymon por todo amor e

    carinho. Aos mestres e professores, que tem o lindo dom de

    transmitir o que eles sabem aos outros. E a todos que amam

    os animais.

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    RESUMO

    O objetivo do estudo foi realizar um levantamento do conhecimento de mulheres

    gestantes em relao toxoplasmose, como meios de transmisso, preveno e seus

    hbitos alimentares e higinicos; atravs de uma entrevista; e fornecer informaes

    atravs de folhetos informativos, alertando os meios de transmisso e preveno da

    doena, com intuito de diminuir casos de toxoplasmose. Trata-se de um estudo

    transversal, de uma pesquisa bsica, descritiva, com abordagem qualitativa, realizada

    atravs de um levantamento; desenvolvida no Centro Municipal de Assistncia

    Especializada (CEMAES) da Secretaria Municipal de Sade de Formiga/MG. Os dados

    foram coletados atravs de uma entrevista, no perodo de setembro/2011. A amostra foi

    constituda de 28 gestantes cadastradas no CEMAES. O projeto foi enviado para o

    comit de tica humana e as gestantes assinaram um termo de consentimento livre.

    Das gestantes entrevistadas, 11 no tinham conhecimento sobre a doena e 17

    admitiram ter muito pouco conhecimento. De acordo com os resultados encontrados

    observamos uma grande falta de informao das gestantes em relao toxoplasmose.

    Algumas possuem a alimentao inadequada, o que contribui como fator de risco de

    contaminao da doena. Programas educacionais devem ser realizados,

    principalmente com mulheres em idade reprodutiva, com o intuito de diminuir casos de

    toxoplasmose e danos causados aos fetos infectados por esta grave doena.

    Palavras-chave: Toxoplasmose, gestantes, conhecimento, preveno, transmisso.

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    ABSTRACT

    The aim of this study was to survey the knowledge of pregnant

    women regarding toxoplasmosis, as a means of transmission, prevention and their

    eating habits and hygienic; through an interview, and providing information

    through leaflets, warning the means of transmission and disease prevention, aiming to

    reduce cases of toxoplasmosis. It is a cross-sectional study of a basic

    research, descriptive, qualitative approach, carried out through a survey, developed in

    the Municipal Center Expert Assistance (CEMA) of the Municipal Health Formiga/MG.

    Data were collected through an interview, from September/2011. The sample consisted

    of 28 pregnant women enrolled in CEMA. The project was sent to the committee

    of human ethics and pregnant women signed an informed consent. Of the pregnant

    women interviewed, 11 had no knowledge about the disease and 17 admitted to

    having very little knowledge. According to the results we observed a lack of

    information about pregnant women for toxoplasmosis. Some have poor diet, which

    contributes as a risk factor for contamination of the disease. Educational

    programs should be conducted, especially with women of reproductive age in order to

    reduce cases of toxoplasmosis and damage to fetuses infected by this serious disease.

    Keywords: toxoplasmosis, pregnant women,knowledge, prevention,transmission.

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    LISTA DE TABELAS

    TABELA 1 - Associao entre o conhecimento da toxoplasmose e a escolaridade das

    gestantes atendidas no CEMAES em Formiga/MG........................................................35

    TABELA 2 - Fatores de risco relacionados com o nmero de gestantes que possuem o

    hospedeiro definitivo (gato) em casa...............................................................................38

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    LISTA DE ILUSTRAES

    FIGURA 1 Ciclo da toxoplasmose................................................................................18

    GRFICO 1 Presena do hospedeiro definitivo (gato) em casa..................................37

    GRFICO 2 Tipo de gua consumida pelas gestantes que realizaram seu pr-natal no

    CEMAES em Formiga/MG..............................................................................................40

    GRFICO 3 Tipo de leite consumido pelas gestantes que realizaram seu pr-natal no

    CEMAES em Formiga/MG..............................................................................................42

    GRFICO 4 Conhecimento dos meios de preveno da toxoplasmose em gestantes

    atendidas no CEMAES em Formiga/MG.........................................................................43

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    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    DNA cido desoxirribonuclico

    IgG Imunoglobulina G

    IgM Imunoglobulina M

    LCR Lquido cefalorraquidiano

    PCR Reao em cadeia de polimerase

    T. gondii Toxoplasma gondii

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    SUMRIO

    1 INTRODUO........................................................................................................12

    2 REFERENCIAL TERICO......................................................................................14

    2.1 Estgios da infeco............................................................................................14

    2.2 Vias de Transmisso............................................................................................15

    2.3 Ciclo biolgico nos hospedeiros intermedirios...................................................16

    2.4 Ciclo biolgico no hospedeiro definitivo...............................................................17

    2.5 Quadro clnico......................................................................................................18

    2.5.1 Quadro clnico nos animais...............................................................................19

    2.5.2 Quadro clnico no homem.................................................................................20

    2.6 Epidemiologia.......................................................................................................22

    2.7 Diagnstico...........................................................................................................23

    2.7.1 Sorologia...........................................................................................................23

    2.7.2 Reao em Cadeia de Polimerase (PCR).........................................................24

    2.7.3 Identificao de Toxoplasma.............................................................................25

    2.8 Tratamento...........................................................................................................25

    2.9 Preveno em gatos.............................................................................................26

    2.10 Preveno em humanos.....................................................................................26

    2.11 Riscos ao proprietrio de um gato infectado......................................................27

    2.12 O mdico veterinrio na sade pblica..............................................................28

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    2.13 Meios de coleta de dados...................................................................................29

    2.14 Centro Municipal de Assistncia Especializada (CEMAES)...............................30

    3 MATERIAIS E MTODOS.......................................................................................31

    3.1 Caracterizao do estudo.....................................................................................31

    3.2 Caracterizao da amostra..................................................................................31

    3.3 Critrios de incluso da amostra..........................................................................31

    3.4 Critrios de excluso da amostra.........................................................................32

    3.5 Aspectos ticos....................................................................................................32

    3.6 Instrumento de coleta de dados...........................................................................32

    3.7 Coleta de dados...................................................................................................32

    3.8 Anlise e tratamentos dos dados.........................................................................33

    3.9 Distribuio de folhetos informativos....................................................................33

    4 RESULTADOS E DISCUSSES............................................................................34

    5 CONCLUSO..........................................................................................................46

    REFERNCIAS........................................................................................................47

    APNDICE Entrevista...........................................................................................53

    APNDICE Folheto informativo.............................................................................56

    APNDICE Carta de Inteno de Pesquisa..........................................................59

    ANEXO A Termo de consentimento livre e esclarecido........................................60

    ANEXO B Parecer consubstanciado.....................................................................62

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    1 INTRODUO

    A toxoplasmose uma zoonose, que acomete muitas espcies animais, como osmamferos, de qualquer espcie incluindo o homem, ou aves; sendo considerado um

    dos parasitos mais freqentes do ser humano. (URQUHART, et al., 1998).

    Os feldeos so os nicos hospedeiros definitivos da doena (URQUHART, et al.,

    1998) e os gatos domsticos assumem grande importncia na transmisso.

    A transmisso pode ocorrer pela ingesto de cistos presentes em carne animal

    (bovino, caprino, suno e aves), ou de oocistos eliminado nas fezes de felinos, que

    podem contaminar alimentos (como frutas e verduras), gua, entre outros. A

    transmisso pode ocorrer tambm de forma transplacentria. (MUSSI-PINHATA;

    CARVALHEIRO; YAMAMOTO, 2006).

    Seres humanos adultos, com o sistema imunolgico intacto ao adquirirem a

    primeira infeco sofrero uma doena de curto prazo, caracterizada por febre, mialgia,

    linfadenopatia, anorexia e dor de garganta, que raramente ser diagnosticada

    precisamente. A doena ser muito mais grave em indivduos com respostas

    imunolgicas deficientes, como adultos mais velhos e aqueles com imunodeficincia

    adquirida. (BOWMAN et al., 2006).

    O maior problema ocorre quando a mulher exposta pela primeira vez durante a

    gestao, pois no possuir anticorpos maternos, podendo causar abortos, natimortos,

    ou leso do sistema nervoso do feto. (URQUHART, et al., 1998). Mulheres infectadas

    at trs meses antes da concepo apresentam risco mnimo ou inexistente de

    transmisso congnita. (MUSSI-PINHATA; CARVALHEIRO; YAMAMOTO, 2006).

    Durante a gestao, em mulheres soropositivas (que j tiveram contato com o

    agente), se a imunidade decair, h possibilidades de desencadearem novamente adoena (URQUHART et al., 1998), sendo necessrio um pr-natal bem rigoroso e

    seguir corretamente os meios de preveno da toxoplasmose.

    Se um hospedeiro com toxoplasmose crnica for imunossuprimido, os

    bradzotos, (fase de encistamento crnico) podem se replicar rapidamente e

    disseminar-se como taquizotos (fase de replicao intra-celular); o que muito comum

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    em humanos com sndrome da imunodeficincia adquirida (AIDS). (NELSON; COUTO,

    2006).

    A gestao o perodo de formao e desenvolvimento do feto. Como atoxoplasmose pode levar a graves conseqncias no concepto, importante dar o

    diagnstico precoce em gestantes para estabelecer o tratamento imediato e

    conseqentemente reduzir os danos sobre o feto.

    Os principais meios de preveno da doena so atravs de medidas higinicas

    e manejo alimentar, tais como, lavar bem as mos antes de comer, lavar com cuidado

    os alimentos, no consumir leite no pasteurizado, no comer carne crua (BOWMAN,

    et al., 2006); ferver, ou filtrar a gua antes de beb-la (BIRCHARD; SHERDING, 2008);

    remover as fezes do gato adequadamente e usar luvas para jardinagem. (URQUHART,

    et al., 1998).

    Devido falta de estudos que investigam o tema em questo na cidade de

    Formiga/MG, o objetivo do estudo foi realizar um levantamento do conhecimento de

    mulheres gestantes em relao toxoplasmose, como meios de transmisso,

    preveno e seus hbitos alimentares e higinicos; atravs de uma entrevista. E

    fornecer informaes as gestantes atravs de folhetos informativos, alertando os meios

    de transmisso e preveno da doena, com intuito de diminuir casos de toxoplasmose.

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    2 REFERENCIAL TERICO

    A toxoplasmose causada pelo protozorio Toxoplasma gondii, que umcoccdio entrico de gatos, de distribuio mundial. O gato pode abrigar estgios extra-

    intestinais e ser tambm um hospedeiro intermedirio (URQUHART, et al., 1998). A

    infeco est diretamente relacionada com o estado imunolgico do hospedeiro.

    2.1 Estgios da infeco

    O oocisto a forma infectante produzida nas clulas do intestino delgado de

    felinos durante a fase sexuada do ciclo do parasita. Os oocistos imaturos no so

    infectantes quando eliminados no ambiente juntamente com as fezes; aps a

    esporulao se tornam maduros. A esporulao ocorre de um a cinco dias, sob

    condio de aerao, umidade e calor, resultando na formao de dois esporocistos,

    cada um com quatro esporozotas, tornando-se infectantes e permanecendo viveis por

    at um ano em solo mido e quente. Gatos podem eliminar milhes de oocistos aps a

    infeco primria (JACKSON; HUTCHISON, 1989 apudISABEL, 2006, p.23).1

    O taquizoto a forma circulante, presente na infeco aguda. Aps a infeco

    os taquizotos replicam-se e disseminam-se em tecidos extra-intestinais por meio de

    sangue e da linfa. Esta multiplicao rpida e podem parasitar quase todas as clulas

    de todos os tecidos, (inclusive a placenta) rompendo e destruindo as clulas infectadas,

    liberando microorganismos que infectaro novas clulas, causando focos de necrose e

    inflamao. Esta replicao geralmente breve, medida que se desenvolve

    imunidade e antes de manifestar sinais clnicos, agregados desses microorganismos

    encistam, tornando-se latentes (BIRCHARD; SHERDING, 2008).O bradizoto encontrado na fase crnica da infeco; com o incio da

    imunidade, multiplicam-se lentamente e formam grandes cistos teciduais,

    principalmente em msculos (cardaco e esqueltico), crebro e vsceras (pulmo,

    1 JACKSON, M. H.; HUTCHISON, W. M. The prevalence and source of Toxoplasma infection in theenvironment. Adv. Parasitol.,v.28, p.55-105. 1989.

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    fgado e rins). H uma resposta mnima dos hospedeiros a esses cistos e estes podem

    permanecer de forma latente pelo resto da vida do portador crnico. Em geral, o cisto

    no provoca sinal clnico, exceto em raros casos, quando eles se rompem no sistemanervoso central ou no olho, ou, quando a infeco reativada para um estgio agudo,

    em razo da baixa imunidade do hospedeiro (BIRCHARD; SHERDING, 2008). Os cistos

    so relativamente resistentes a mudanas na temperatura e sobrevivem em carcaas

    refrigeradas, entre 1 e 4C, ou em carnes cortadas por at trs semanas; so mortos

    aps o congelamento da carne temperatura de - 20C, ou aquecimento a 65 C

    (DUBEY et al., 1990).

    2.2 Vias de transmisso

    A transmisso no homem pode ocorrer pela ingesto do parasita em qualquer

    um dos estgios de infeco. Pode ocorrer atravs da ingesto de oocistos presentes

    nas fezes do gato, contaminando o solo, caixas de areia, gua e alimentos (como frutas

    e verduras); ingesto de cistos teciduais presentes na carne crua, ou mal cozida de

    animais contaminados; ou atravs de taquizotos presentes em rgos transplantados,

    sangue contaminado, como na transfuso sangunea (COOK et al., 2000 apudPRTO,

    2005, p.3)2 ou leite no pasteurizado (HIRAMOTO et al., 2001).

    A transmisso congnita ocorre quando o parasito transmitido da me para o

    feto; os taquizotos podem atravessar a placenta, infectando o feto e causando uma

    doena grave ou fatal. A principal forma quando a me infecta-se no decorrer da

    gestao e a secundria se deve a recrudescncia da doena no decorrer da gravidez

    (BENNETT & PLUM, 1997, apudCOELHO; CERVOLO; BORGES, 2003, p.2).3

    A transmisso congnita s poder ocorrer uma nica vez; uma mulher s

    2COOK, A. J. C. et al. Sources of toxoplasmainfection in pregnant womem: European multicentre case-control study. Br Med J, 2000; 321: p.142-147.

    3 BENNETT, C. J.; PLUM, F. Cecil: tratado de medicina interna. 20 ed. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan, 1997. 2v.

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    poder ter um filho com toxoplasmose congnita, ou seja, a transmisso ocorre

    somente na primo-infeco (JOBIM; SILVA, 2004).

    Em ces e gatos a toxoplasmose congnita rara, mas pode causar aborto,natimortos e mortalidade neonatal. Os animais so infectados pela ingesto de carne

    crua contendo cistos de T. gondii; os gatos podem adquirir tambm atravs da ingesto

    de tecidos animais, pelo carnivorismo ao caarem camundongos, ou aves. A ingesto

    de taquizotos no leite cru (no pasteurizado) pode ser uma forma de infeco; e pode

    causar infeco lactognica em filhotes de gatos lactentes. Alimentos, gua e solo

    contaminados com fezes de gato contendo oocistos esporulados so importantes fontes

    de infeco para ces, animais pecurios e roedores. Lembrando que os oocistos

    podem ser transportados por baratas, moscas e minhocas, a partir do local

    contaminado pelas fezes no solo (BIRCHARD; SHERDING, 2008).

    2.3 Ciclo biolgico nos hospedeiros intermedirios

    O ciclo evolutivo nos hospedeiros intermedirios extra-intestinal e ocorre a

    formao de taquizotos e bradizotos, que so as nicas formas encontradas nos

    hospedeiros intermedirios. A infeco pode ocorrer atravs da ingesto de oocistos

    esporulados, onde os esporozotos liberados penetram rapidamente na parede

    intestinal, disseminando por via hematgena; este estgio proliferativo denominado

    de taquizoto, que ao entrar em uma clula (como fibroblastos, hepatcitos, clulas

    reticulares e clulas miocrdicas) multiplica-se assexuadamente em um vacolo por

    brotamento e quando acumular 8-16 taquizotos, a clula se rompe e novas clulas seinfectam; sendo esta a fase aguda da toxoplasmose. Em geral, os hospedeiros

    sobrevivem, produzindo anticorpos que limitam a invaso dos taquizotos, ocorrendo

    formao de cistos, contendo milhares de organismos de crescimento lento, que so os

    bradizotos (que ocorrem principalmente nos msculos, fgado, pulmo e crebro).

    Estes cistos contendo bradizotos a forma latente da doena e a multiplicao est

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    sob controle atravs da imunidade adquirida do hospedeiro, que ao decair, o cisto pode

    romper-se e liberar os bradzotos que tornaro ativos e recuperaro as caractersticas

    invasivas dos taquizotos. A infeco tambm pode ocorrer atravs da ingesto debradizotos e taquizotos j presentes na carne de outro hospedeiro intermedirio; o

    ciclo aps a infeco semelhante ao que ocorre aps a ingesto dos oocistos

    (URQUHART et al., 1998).

    2.4 Ciclo biolgico no hospedeiro definitivo

    Quando o gato ingere oocistos esporulados, eles se rompem no intestino do

    mesmo e liberam os esporozotas. Estes entram nas clulas do intestino e nos

    linfonodos mesentricos e se multiplicam, dando origem a formas de multiplicao

    rpida, os taquizotos, os quais se disseminam para vrios tecidos do corpo, invadindo

    as clulas e continuando a multiplicao, formando cistos. Estes cistos, que contm

    forma de diviso lenta, so os bradizotos, formados no crebro, msculos estriados e

    fgado, onde permanecem viveis ao longo da vida do hospedeiro (BOWMAN, et al.,

    2006).

    Gatos em geral infectam-se pela ingesto de animais infectados com o

    Toxoplasma, como roedores, os quais contm taquizotos ou bradizotos em seus

    tecidos. Aps a infeco, a parede do cisto ser digerida no estmago do gato e os

    bradizotos penetram nas clulas epiteliais do intestino delgado e iniciam uma srie de

    ciclos assexuados e finalmente o ciclo sexual, que resulta na eliminao de oocistos

    entre trs e dez dias aps a infeco e continuam sendo eliminados num perodo curto,durante uma a duas semanas (FIG. 1). A via mais importante a ingesto de

    bradizotos maduros, pois resulta na eliminao dos oocistos em maiores quantidades,

    comparada com a infeco a partir de outros estgios (URQUHART, et al., 1998).

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    e da rpida replicao dos taquizotas dentro das clulas. Os rgos mais acometidos

    so olhos, pulmo, fgado, pncreas, sistema nervoso central e msculo esqueltico.

    Os sinais clnicos especficos de cada rgo geralmente so acompanhados deanorexia, depresso e febre; que podem se manifestar no momento da infeco inicial

    (toxoplasmose aguda ou primria) ou por ocasio da reativao da infeco encistada

    (toxoplasmose crnica ou secundria) induzida por uma imunossupresso (BIRCHARD;

    SHERDING, 2008).

    2.5.1 Quadro clnico nos animais

    Nos animais, principalmente os de produo, o T. gondii causa danos

    considerveis, principalmente reprodutivos, como aborto, repetio de cio e elevada

    mortalidade de recm-nascidos. Provocando elevadas perdas econmicas aos

    produtores (OLIVEIRA; COSTA; SABATINI, 2001). Em ruminantes existem poucos

    relatos de toxoplasmose clnica, apresentando febre, dispnia, sintomatologia nervosa e

    aborto. Na necropsia podem ser demonstrados bradizotos no crebro com necrose

    focal em casos agudos e em casos crnicos observam-se ndulos da glia (acmulo de

    clulas da micrglia e outras clulas inflamatrias) (URQUHART, et al., 1998).

    Em ces pode ocorrer febre, anorexia e diarria, so comuns pneumonia e

    manifestaes neurolgicas. A infeco pode ocorrer junto com a cinomose.

    necropsia podem ser observados cistos de bradizotos em clulas no crebro e no trato

    respiratrio, os linfonodos ficam aumentados de volume (URQUHART, et al., 1998).

    Os gatos geralmente no apresentam sinais clnicos quando infectados pelatoxoplasmose (DUBEY, 1994, apudQUITES, 2009, p.5).4

    Porm quando ocorre a forma clnica da doena, mais comum em gatos do que

    em ces, mas o quadro clnico nas duas espcies semelhante. mais grave e

    4DUBEY, J. P. Toxoplasmosis and Other Coccidial Infections. In: SHERDING, R. G. The Cat Diseasesand Clinical Management. New York: Churchill Livingstone,1994. p.565-605.

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    freqentemente fatal em neonatos de felinos, infectados pela ingesto de leite, ou por

    via transplacentria, podendo ocasionar natimortos, ou filhotes que morrem em razo

    da toxoplasmose neonatal que acomete pulmo, fgado, ou sistema nervoso central(BIRCHARD; SHERDING, 2008). Em gatos em infeces experimentais, h registros de

    enterite, linfonodos dilatados, pneumonia, alteraes degenerativas no sistema nervoso

    central e encefalite. A transmisso congnita tambm pode ocorrer com a ativao de

    cistos de bradizotos durante a prenhez, mas rara (URQUHART, et al., 1998). Entre

    os sintomas mais freqentes da doena nos gatos observa-se febre, tosse, dispnia,

    letargia, anorexia, vmito, diarria e ictercia; alm de alteraes miocrdicas,

    neurolgicas e oculares (DA SILVA et al., 2006).

    2.5.2 Quadro clnico no homem

    Em indivduos imunocompetentes, na maioria dos casos, a toxoplasmose ocorre

    de forma assintomtica, ou, com pequenas manifestaes, como febre, mal-estar, dores

    musculares, cefalia, fadiga e linfadenopatia que a manifestao clnica mais comum

    e que regride espontaneamente (MACIEL; PHILOREON; LEITE, 1984 apud ISABEL,

    2006, p.31).5

    Cerca de 10% a 20% dos indivduos infectados apresentam sintomas da doena,

    caracterizando alta infectividade e baixa patogenicidade do parasito (FRENKEL, 1988

    apud ISABEL, 2006, p.31).6Manifestaes severas raramente ocorrem em indivduos

    competentes.

    Em indivduos imunocomprometidos (transplantados, quimioterpicos, portadoresda Sndrome da Imunodeficincia Adquirida - AIDS) a toxoplasmose pode ser

    decorrente de uma primo-infeco, ou da reativao de uma infeco latente, devido a

    5 MACIEL, C. J.; PHILOREON, G. R.; LEITE, M. S. B. Toxoplasmose congnita. Rev. Goinia Med.,v.30, 1984. p.167-176.

    6FRENKEL, J. K. Pathophysiology of toxoplasmosis. Parasitol. Today,v.4, n.10, 1988 p.273-278.

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    uma imunossupresso significativa. Na maioria dos casos so observados sinais leves

    e inespecficos, podendo com o passar do tempo evoluir para complicaes severas

    (LUFT; REMINGTON, 1992, apud QUITES, 2009, p.8).7 Cerca de 10% das pessoascom AIDS desenvolvem encefalite por Toxoplasma, devido ativao de bradizotos

    encistados (NELSON; COUTO, 2006).

    Na infeco congnita, quando a mulher exposta pela primeira vez infeco

    durante a gravidez, a doena pode ser grave, pois os taquizotos atravessam a placenta

    quando no h anticorpos maternos. As alteraes so variadas, podendo ocorrer

    abortos, natimortos, m formao e leses no sistema nervoso fetal. A doena mais

    severa quando adquirida a infeco no primeiro trimestre da gravidez. As crianas

    acometidas podem apresentar mltiplas alteraes, como retinocoroidite e necrose

    cerebral; podendo ter insuficincia heptica, hepatoesplenomegalia, convulses e

    hidrocefalia (URQUHART, et al., 1998). ideal realizar o teste para toxoplasmose antes

    dos trs primeiros meses de gestao.

    Segundo Pinard, Leslie e Irvine (2003), a incidncia de transmisso e a

    gravidade da doena congnita dependem da idade gestacional em que ocorre a

    soroconverso materna. A gravidade da doena no feto inversamente proporcional

    idade gestacional, ou seja, no inicio da gestao as leses so mais graves que nos

    ltimos meses. Porm, a taxa de transmisso da me para o feto diretamente

    proporcional idade gestacional a qual a me se encontra quando adquire a primo-

    infeco; ou seja, tende a ser baixa no incio da gravidez e maior no final da gestao;

    variando entre 6% no incio e 80% no ltimo ms.

    Cerca de 85% dos recm-nascidos com toxoplasmose congnita no

    apresentam sinais clnicos evidentes ao nascimento. Em algumas crianas as

    manifestaes evidentes podem aparecer aps semanas ou anos. A ocorrncia deseqelas tardias freqente em todas as formas clnicas da toxoplasmose congnita

    no tratada. Em crianas com manifestaes clnicas identificadas ao nascimento, as

    seqelas so graves e freqentes, cerca de 55 a 85% delas apresentam retardo mental;

    7LUFT, B. J.; REMINGTON, J. S. Toxoplasmic encephalitis in AIDS. Clinical Infectious Diseases, v.15,

    1992. p.211-222.

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    25 a 75% com convulses, espasticidade e paralisia; e 50 a 86% com dificuldade visual

    severa; alm da possibilidade de surdez que varia de 2 a 58%. A ocorrncia da trade

    clssica da toxoplasmose congnita (hidrocefalia, calcificaes cerebrais ecoriorretinite) no comum. Podem ocorrer vmitos, diarria e ictercia (REMINGTON,

    et al., 2001 apudMUSSI-PINHATA; CARVALHEIRO; YAMAMOTO, 2006, p.69).8

    Um estudo realizado no Brasil, constatou que a toxoplasmose congnita tem

    prevalncia de 1 para cada 300 nascidos vivos. Uma prevalncia extremamente alta na

    opinio dos clnicos (NETO, et al., 2000).

    2.6 Epidemiologia

    Investigaes epidemiolgicas nos EUA e em outros locais indicam que 60% dos

    gatos so sorologicamente positivos para Toxoplasma, que em geral adquirem a

    infeco atravs da predao, sendo mais freqentes em gatos de rua. A infeco

    congnita rara, aps a infeco os gatos ficam resistentes a reinfeco; alguns

    permanecem como portadores, podendo ocorrer reativao da doena durante o

    perodo peripuerperal em gatas, ou aps corticosteroideterapia (URQUHART, et al.,

    1998).

    A prevalncia da infeco na populao humana avaliada por testes sorolgicos

    variada.

    No Brasil, nos estados de So Paulo e Minas Gerais a positividade registrada foi

    de aproximadamente 68%; na regio Amaznica, 71%; no Rio Grande do Sul, 74,5% e

    no Rio de Janeiro, 79% (GUIMARES et al., 1993, apudISABEL, 2006, p.26).9

    Na America central, America do sul e Europa, estima-se que a prevalncia da

    8 REMINGTON, J. S. et al. Toxoplasmosis. In: REMINGTON, J. S.; KLEIN, J. O., editors. Infectious

    Diseases of the Fetus & Newborn Infant. 5 th ed. Filadlfia: WB Saunders Co., 2001. p.205-346.

    9 GUIMARES, A. C. S., et al. Regional variation in toxoplasmosis seronegativity in the So Paulo

    metropolitan region. Rev. Inst. Med. Trop.So Paulo, v.35, n.6, p.479-483. 1993.

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    toxoplasmose seja de 50 a 80% e nos Estados Unidos da Amrica de 16 a 40%

    (DUBEY, 1998, apud ISABEL, 2006, p.26).10

    As diferentes taxas de incidncia da infeco pelo T. gondii na populaohumana devem-se a diferentes fatores, como: hbitos culturais e alimentares, contato

    com animais portadores da doena e condies climticas (DINIZ, E. M. de A., 2006).

    2.7 Diagnstico

    O diagnstico clnico da toxoplasmose torna-se difcil, pois os casos agudos

    podem levar morte ou evoluir para a forma crnica; esta pode se manifestar

    assintomaticamente ou se assemelhar a outras doenas. Necessitando de tcnicas

    laboratoriais para sua confirmao (SZPEITER, 2000).

    O diagnstico laboratorial pode ser feito com mtodos diretos e indiretos, como

    os testes sorolgicos, que so muito utilizados. Qualquer teste usado importante

    colher amostras pares, com intervalo de uma a duas semanas para determinao de

    uma infeco recente, atravs de um ttulo crescente (URQUHART, et al., 1998).

    2.7.1 Sorologia

    Ensaio imunossorvente ligado enzima (ELISA) geralmente mais confivel

    para determinar anticorpos especficos para toxoplasmose. Ttulos positivos de

    anticorpos IgG e IgM indicam infeco prvia ou atual. O ttulo de IgG inicialmente

    aumenta duas a quatro semanas aps a infeco e persiste ao longo dos anos,

    permitindo diferenciar a infeco prvia daquela ativa atual. Um aumento de quatro

    vezes no ttulo de IgG em amostras pareadas em um perodo de duas a trs semanas indicativo de infeco ativa (BIRCHARD; SHERDING, 2008).

    10DUBEY. J. P. Toxoplasmosis, sarcocystosis, isosporosis, and cyclosporosis. In: Palmer, S. R.; Soulsby,E. J. L.; Simpson, D. J. H. (eds.). Zoonoses.Oxford: Oxsford University Press, p.579-597. 1998.

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    Os anticorpos IgM surgem mais precocemente que os de classe IgG e em geral,

    tem diminuio mais rpida, tornando-se negativos em alguns meses. No entanto em

    algumas pessoas a IgM pode permanecer detectvel por anos aps a infeco aguda, oque pode dificultar a interpretao dos resultados (MONTOYA; LIESENFELD, 2004).

    Em gatos o ttulo de IgM inicialmente aumenta uma a duas semanas aps a

    infeco, coincidindo com o incio dos sintomas; o valor mximo atingido aps trs a

    seis semanas e desaparece em 12 semanas. Em alguns gatos, o ttulo pode persistir

    por at um ano, quando h reativao de infeco crnica ou retardo na passagem da

    fase de IgM para IgG, por razo de infeco pelo vrus da imunodeficincia felina ou

    terapia com glicocosterides. (Interpretao: ttulo de IgM >= 1:64 indica infeco ativa

    ou recente) (BIRCHARD; SHERDING, 2008).

    No incio da dcada de 90, foi desenvolvido o teste ELISA - Avidez de IgG, para

    ajudar na discriminao entre infeco recentemente adquirida ou infeco passada. O

    mtodo baseia-se em que durante a infeco aguda, os anticorpos IgG se ligam

    fracamente ao antgeno (baixa avidez), j na infeco crnica observa-se alta avidez,

    na maioria dos pacientes. Esses anticorpos com alta avidez mostram que a infeco

    primria foi adquirida a mais de trs meses, e anticorpos com baixa avidez sugerem

    infeco ocorrida nos ltimos trs meses. Entretanto, anticorpos de baixa avidez podem

    persistir alm deste perodo, no sendo um mtodo eficiente para determinar infeco

    recentemente adquirida (SZPEITER, 2000).

    Outros testes sorolgicos podem ser usados para deteco de anticorpos anti-T.

    gondii, como: Reao de Sabin e Feldman ou Teste do corante; Reao de

    Imunofluorescncia Indireta, Hemaglutinao Indireta, Fixao do Complemento, entre

    outros (VIDOTTO, 1992).

    2.7.2 Reao em Cadeia de Polimerase (PCR)

    O PCR pode ser realizado para deteco de DNA do T. gondii em fluidos

    corporais. Pode ser utilizado para o diagnstico da toxoplasmose congnita pr-natal,

    que deve ser realizada a partir de 18 semanas de gestao, em lquido amnitico,

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    colhido por amniocentese; a reao de PCR mais sensvel, rpida e segura do que os

    mtodos realizados em sangue fetal (JOBIM; SILVA, 2004) Pode ser realizada no

    sangue, urina e no LCR do recm nascido (DINIZ, 2006).O diagnstico por PCR permite tambm detectar DNA de T. gondii em tecido

    cerebral, fluido crebro-espinhal, fluido aquoso e vtreo, fluido de lavagem bronco-

    alveolar e sangue de indivduos com AIDS; porm no recomendada a pesquisa em

    liquido amnitico, devido ao risco de transmisso do vrus HIV ao feto durante a

    amniocentese (MONTOYA, 2002).

    Em gatos, o teste pode ser positivo com ou sem doena clnica, sendo que um

    resultado positivo de PCR por si s, no confirma a doena clnica (BIRCHARD;

    SHERDING, 2008).

    2.7.3 Identificao de Toxoplasma

    Pode ser feito a pesquisa de taquizotos, onde ocasionalmente so identificadas

    incluses intracelulares caractersticas em preparaes citolgicas, de amostras obtidas

    por aspirados eimprint (impresses realizadas em lminas) submetidas colorao, ou

    em amostras obtidas por biopsia. As amostras podem ser retiradas de aspirado de

    fgado e linfonodos, humor aquoso e fluido da cavidade corporal. A sensibilidade da

    pesquisa geralmente baixa, pois os taquizotos so escassos e difceis de encontrar.

    Na pesquisa de oocistos nas fezes, raramente eles so detectados, pois a maioria dos

    gatos passa pela fase de excreo dos oocistos antes de manifestarem os sinais

    clnicos; eles tambm so muito pequenos e passam facilmente despercebidos, sendo

    um mtodo no apropriado para o diagnstico (BIRCHARD; SHERDING, 2008).

    2.8 Tratamento

    As drogas recomendadas para o tratamento da toxoplasmose so benficas

    contra a forma de taquizoto e nenhum medicamento tem sido efetivo para erradicar a

    forma encistada do parasito. No homem, as drogas utilizadas so: pirimetamina,

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    sulfadiazina, sendo que as duas atuam contra o T. gondii com uma atividade

    combinada de oito vezes maior do que se fossem usadas isoladamente; sendo bastante

    txicas em gatos. A espiramicina no tem sido mais recomendada, pois a sua eficciano bem definida (DINIZ; VAZ, 2003).

    Gatos clinicamente doentes com toxoplasmose podem ser tratados com

    hidrocloreto de clindamicina, que pode ser administrado por via oral, de 10 a 12mg/kg, a

    cada 12 horas, por quatro semanas; ou, uma combinao de trimetroprim-sulfonamida,

    administrada por via oral, 15mg/kg, a cada 12 horas, por quatro semanas. No existe

    um tratamento completamente satisfatrio, sendo comum ocorrerem recidivas; os

    felinos infectados sero sempre soropositivos. O tratamento para ces pode ser o

    mesmo utilizado para os gatos (NELSON; COUTO, 2006).

    Cerca de 60% de animais com toxoplasmose generalizada recuperam-se com o

    tratamento, assim o prognstico reservado (BIRCHARD; SHERDING, 2008).

    2.9 Preveno em gatos

    Para prevenir a toxoplasmose em gatos, deve-se evitar que gatos consumam

    carne e presas infectadas com cistos nos tecidos. No fornecer carne crua, vsceras ou

    ossos e no permitir que eles busquem alimentos no lixo. No fornecer leite cru (no

    pasteurizado). No permitir que eles cacem e no deixar que se alimentem de vetores

    parasitas, como baratas, moscas e minhocas (BIRCHARD; SHERDING, 2008).

    Os gatos que estiverem eliminando oocisto nas fezes devem ser hospitalizados,

    at que parem de eliminar, na faixa de duas semanas, prevenindo assim a exposio

    do proprietrio. Pode ocorrer reinfeco, mas ter um menor nmero de oocistos e por

    um curto perodo de tempo (BOWMAN, et al., 2006).

    2.10 Preveno em humanos

    Para a preveno em humanos, deve-se evitar a exposio ou ingesto do

    parasita independente do seu estgio; isto pode ser feito atravs de hbitos higinicos e

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    alimentares. No ingerir carne crua, ou mal passada; lavar bem as mos antes de

    comer, principalmente mulheres grvidas; lavar com cuidado os alimentos,

    principalmente frutas e vegetais frescos; e tambm utenslios que entrem em contatocom a carne fresca; beber somente gua tratada e leite pasteurizado; evitar o contato

    com membranas fetais (BOWMAN, et al., 2006); fazer a limpeza diria dos gatis

    removendo as fezes adequadamente (grvidas devem deixar para outra pessoa ou usar

    luvas descartveis); ter cuidado ao manusear o solo; usar luvas para jardinagem e

    aps, lavar bem as mos com gua quente e sabo. Nas fazendas, raes devem ser

    cobertas, impedindo o acesso de gatos, roedores e insetos (URQUHART, et al., 1998).

    Manter os tanques de areia para crianas cobertos; controlar os principais hospedeiros

    de transporte (NELSON; COUTO, 2006).

    2.11 Riscos ao proprietrio de um gato infectado

    improvvel que o contato direto com gatos represente risco de infeco

    humana. O modo de defecar dos gatos, enterrando suas fezes e mantendo a pelagem

    limpa, muito improvvel a transmisso de oocistos de Toxoplasma s pessoas pelo

    toque e carinho a um gato de estimao. Os gatos no imunes, se expostos a infeco

    so mais provveis de excretar oocistos, e conseqentemente, representam um maior

    risco ao proprietrio do que um gato soropositivo (BIRCHARD; SHERDING, 2008).

    Em condies naturais, o gato elimina oocistos somente quando sofre a primo-

    infeco, geralmente nos primeiros meses de vida (DE BRITO, et al., 2002). Alguns

    podero eliminar novamente, quando expostos a segunda vez, por isso, as fezes

    devem ser manipuladas com muito cuidado. A eliminao repetida de oocistos rara,

    mesmo nos felinos que tenham recebido glicocorticides, ou naqueles infectados com ovrus da imunodeficincia felina ou vrus da leucemia felina. A maioria dos gatos

    soropositivos dificilmente repetir este perodo, pois exposies repetidas resultam em

    pouca ou nenhuma excreo de oocistos (NELSON; COUTO, 2006).

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    2.12 O Mdico Veterinrio na sade pblica

    A sade humana e a sade animal esto interligadas de diferentes formas. Osanimais tm diversas utilidades, como desenvolvimento socioeconmico, nutrio e

    companhia. Mas, podem transmitir enfermidades ao seres humanos e tambm

    ocasionar grandes perdas econmicas. O medico veterinrio possui um papel essencial

    para a melhoria da sade pblica, dentre diferentes atividades, como vigilncia

    epidemiolgica, sanitria e ambiental (BURGER, 2010).

    O Programa Sade da Famlia (PSF) entendido como uma estratgia dereorientao do modelo assistencial, operacionalizado mediante a implantaode equipes multiprofissionais (onde pode entrar todos os profissionais da reada sade, inclusive o mdico veterinrio), em unidades de sade. As equipesatuam com aes de promoo da sade, preveno, recuperao, reabilitaode doenas e agravos mais freqentes, e na manuteno de sade de umacomunidade, com nmero definido de famlias localizadas em uma reageograficamente delimitada (CONSELHO REGIONAL DE MEDICINAVETERINRIA DO ESTADO DE SANTA CATARINA, 2008).

    So diversas as atividades que podem ser realizadas pelos mdicos veterinrios

    dentro da sade pblica. As principais so: diagnstico, controle e vigilncia das

    zoonoses; estudos da epidemiologia de enfermidades no infecciosas dos animais em

    relao aos seres humanos; inspeo de alimentos e vigilncia sanitria; estudos de

    problemas de sade relacionados s indstrias de produtos de alimentos de origem

    animal e o destino adequado de seus dejetos; estudos sobre substncias txicas e

    venenos provenientes de animais peonhentos; superviso da criao de animais para

    experimento, etc. Alm destas, o mdico veterinrio pode desenvolver outras funes

    na sade pblica, que so comuns tambm aos mdicos e a outros membros da equipe

    de sade (DA COSTA, 2011).

    A medicina veterinria e a sade pblica esto ligadas, com o objetivo deproteger, promover e melhorar a sade e o bem estar da populao humana, atravs

    da medicina preventiva.

    O mdico veterinrio est apto para garantir a qualidade da sade dos animais,

    proporcionando melhorias nas condies ambientais, levando informaes e orientando

    a populao humana quanto aos princpios bsicos de sade. O campo na rea da

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    sade pblica muito amplo; tanto na sade e proteo animal, quanto na promoo e

    proteo da sade humana, atravs do controle de zoonoses e da segurana sanitria

    dos produtos de origem animal (DA COSTA, 2011).

    2.13 Meios de Coleta de dados

    Os mtodos utilizados na coleta de dados esto relacionados com o tipo de

    abordagem, qualitativa ou quantitativa. Sendo assim, as entrevistas so utilizadas em

    estudos qualitativos; e os questionrios em estudo quantitativos (mas podem ter

    perguntas abertas que coletem dados qualitativos) (BAPTISTA; DA CUNHA, 2007).

    A entrevista um mtodono qual um entrevistador questiona pessoas a fim de

    obter informaes a respeito de determinado assunto, mediante uma conversao de

    natureza profissional.A entrevista pode ser estruturada (quando o entrevistador segue

    um roteiro previamente estabelecido); e no estruturada (quando o entrevistado tem

    liberdade para desenvolver cada situao em qualquer direo que considere

    adequada); e painel (consiste na repetio de perguntas, s mesmas pessoas, de

    tempo em tempo, a fim de pesquisar a evoluo das opinies em perodos curtos).

    (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE

    AGRONOMIA).

    As vantagens so: no exige que o entrevistado saiba ler e escrever; apresenta

    muita flexibilidade j que o entrevistador pode adaptar-se as caractersticas das

    pessoas e das circunstncias em que se desenvolve a entrevista; possibilita captar a

    expresso corporal do entrevistado, bem como a tonalidade da voz e a nfase as

    respostas. Algumas desvantagens so: custos por causa do tempo requerido para cada

    entrevista e o treinamento dos entrevistadores; menores informaes podem serarmazenadas por causa da exigncia de tempo; probabilidade de dados incorretos, pois

    as pessoas podem mentir ou omitir informaes; possibilidade de dados incorretos

    devido tendncia do entrevistador ou a interao do entrevistador e entrevistado

    (UNIVERSIDADE TECNOLGICA FEDERAL DO PARAN).

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    O questionrio um dos mtodos mais utilizados para coleta de dados. Consiste

    em uma srie ordenada de perguntas, formuladas pelo pesquisador, que devem ser

    respondidas por escrito pelos sujeitos pesquisados, sem a presena do pesquisador(BAPTISTA; DA CUNHA, 2007).

    Deve ser claro, limitado em extenso e em finalidade, conter instrues, ter boa

    apresentao esttica. Pode conter perguntas abertas, fechadas e de mltipla escolha

    (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE

    AGRONOMIA).

    As vantagens dos questionrios so podem ser mais longos; aplicvel em

    grandes amostras; tem maior liberdade nas respostas devido ao anonimato; h mais

    tempo para responder e menos riscos de distores pela no influncia do pesquisador.

    Entre as desvantagens esto a porcentagem pequena de formulrios que retornam ao

    pesquisador; respostas incompletas; no se sabe quem responde devido ao anonimato;

    no pode ser aplicado a pessoas analfabetas ou com dificuldade de interpretao

    (AZAMBUJA, 2005).

    2.14 Centro Municipal de Assistncia Especializada (CEMAES)

    O atendimento das gestantes pelo servio municipal de sade da cidade de

    Formiga/MG realizado primeiramente em uma unidade de atendimento PSF

    (Programa Sade da Famlia) do seu bairro.

    A partir de 20 semanas de gestao as gestantes so atendidas no CEMAES

    (Centro Municipal de Assistncia Especializada) da Secretaria Municipal de Sade de

    Formiga/MG; onde participam de uma reunio, com uma palestra de orientao da

    gestao durante o pr-natal, feita por enfermeiras.Aps a palestra, as gestantes saem com consultas de pr-natal agendadas com

    o seu mdico obstetra, onde vo ser atendidas at o trmino da gestao.

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    3 MATERIAIS E MTODOS

    3.1 Caracterizao do estudo

    Trata-se de um estudo transversal, de uma pesquisa bsica, descritiva, com

    abordagem qualitativa, realizada atravs de um levantamento, desenvolvido no Centro

    Municipal de Assistncia Especializada (CEMAES) da Secretaria Municipal de Sade

    de Formiga/MG.

    3.2 Caracterizao da amostra

    Para constituio da amostra foi realizado um levantamento do nmero de

    gestantes atendidas no CEMAES (Centro Municipal de Assistncia Especializada) no

    perodo de janeiro/2010 a dezembro/2010, neste perodo foram atendidas 324

    gestantes (informaes diretas: Secretaria Municipal de Sade Formiga/MG, 2011)

    Assim, a fim de obtermos o nmero de indivduos para compor a amostra,

    estimamos a mdia mensal de pacientes atendidas no ano de 2011, a qual foi igual a

    28 (vinte e oito) pacientes. partir disso, realizamos uma amostragem no

    probabilstica, por convenincia, de 28 gestantes atendidas no CEMAES durante o ms

    de setembro/2011 e que atendessem os critrios de incluso e excluso descritos

    abaixo.

    3.3 Critrios de incluso da amostra

    O critrio de seleo para compor a amostra, foram gestantes maiores de 18anos, de qualquer idade gestacional, com consultas de pr-natal agendadas em datas

    pr-estabelecidas (setembro/2011) e que assinaram o termo de consentimento livre e

    esclarecido.

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    3.4 Critrios de excluso da amostra

    No fizeram parte da amostra as gestantes que faltaram consulta do pr-natalna data agendada, aquelas que no aceitaram assinar o termo de consentimento, ou

    que possuam algum tipo de dficit cognitivo que limitasse a compreenso do

    questionrio.

    3.5 Aspectos ticos

    Para realizao da pesquisa, o projeto foi enviado para o comit de tica humana(ANEXO B PARECER CONSUBSTANCIADO) para ser avaliado e foi enviada

    Secretaria Municipal de Sade de Formiga/MG uma carta (APNDICE Carta de

    Inteno de Pesquisa) solicitando a autorizao e, somente aps aprovao foi

    realizada a pesquisa.

    As gestantes foram previamente esclarecidas quanto ao estudo e aquelas que

    aceitaram participar assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido

    (APNDICE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido).

    3.6. Instrumento de coleta de dados

    Foi realizada uma entrevista, com questes contendo dados de caracterizao

    (Nome, idade, idade gestacional, nmero de filhos, nmero de gestaes, escolaridade

    e bairro) e, questes mistas que deram nfase ao conhecimento das gestantes em

    relao toxoplasmose (APNDICE Entrevista).

    3.7. Coleta de dados

    Aps as gestantes assinaremo Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, a

    coleta foi realizada atravs de uma entrevista. As questes foram construdas pela

    prpria aluna e teve como objetivo traar o perfil das gestantes; e o conhecimento das

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    mesmas em relao doena.

    A pesquisa foi realizada no ms de setembro de 2011 e a pesquisadora foi a

    prpria aluna. No perodo da pesquisa cada gestante estava presente no seu pr-nataluma nica vez.

    Cada gestante realiza suas consultas com o mesmo mdico obstetra durante

    toda a gestao. O CEMAES possui vrios mdicos obstetras para realizar as

    consultas, garantindo o melhor atendimento s gestantes durante seu pr-natal.

    3.8 Anlise e tratamento dos dados

    Aps a realizao da pesquisa, os dados coletados foram organizados e

    tabulados, utilizando o programa Microsoft Office Excel 2007, em forma de grficos e/ou

    tabelas.

    No foi realizada anlise estatstica para tratamento dos dados.

    3.9 Distribuio de folhetos informativos

    Aps a entrevista, foram distribudos s gestantes, folhetos informativos gratuitos

    contendo meios de transmisso, preveno, tratamento e conseqncias causadas

    pela toxoplasmose (APNDICE Folheto informativo).

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    4 RESULTADOS E DISCUSSES

    Baseado na entrevista realizada observou-se que das 28 mulheres, todastiveram acompanhamento pr-natal em todas as suas gestaes e todas realizaram o

    teste para toxoplasmose. Das 28 gestantes, cinco j sofreram aborto em outras

    gestaes.

    A mdia da idade gestacional encontrada de todas as gestantes foi de 26,07

    semanas; e o Desvio Padro foi de 9,62.

    No entanto, 11 mulheres (39,28%) responderam no ter conhecimento sobre a

    doena e 17 (60,71%) admitiram ter muito pouco conhecimento. Observamos assim, a

    falta de informaes das gestantes, que elas no obtiveram atravs dos profissionais da

    sade.

    Em uma pesquisa realizada com pacientes HIV positivos em Pelotas/RS

    constatou-se grande desconhecimento dos pacientes sobre a toxoplasmose e aqueles

    que afirmaram conhec-la, a desinformao sobre os meios de transmisso era quase

    total. Em relao escolaridade, a maioria dos pacientes com sorologia positiva paratoxoplasmose possua baixo grau de instruo, pois dos 109 pacientes soropositivos

    somente 12% possuam o ensino mdio ou superior (XAVIER; CADEMARTORI;

    FARIAS, 2008).

    Um estudo soroepidemiolgico realizado no municpio de So Paulo, avaliando o

    conhecimento da toxoplasmose em universitrios do sexo feminino e masculino, foi

    observado atravs de um questionrio, que em total de 160 universitrios, 67 (41,9%)

    tinham conhecimento sobre a doena (YAMAMOTO et al., 2009). Observando que onvel escolar pode influenciar no conhecimento da doena.

    O conhecimento das gestantes e a escolaridade das mesmas podem ser

    observados (TAB. 1). Foi observado pela pesquisadora que nenhuma mulher tem

    conhecimento profundo da doena, apenas superficial.

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    TABELA 1 - Associao entre o conhecimento da toxoplasmose e a

    escolaridade das gestantes atendidas no CEMAES em Formiga/MG.

    Variveis Escolaridade N de mulheres %

    No tem conhecimentoPrimrio 1 9,09

    Ensino fundamental 4 36,36

    sobre a doena Ensino mdio 6 54,54

    Superior completo 0 0

    Total 11 39,28

    Muito pouco conhecimento Primrio 2 11,76Ensino fundamental 5 29,41

    sobre a doena Ensino mdio 9 52,94

    Superior completo 1 5,88

    Total 17 60,71

    Um estudo realizado com gestantes em Porto Alegre/RS mediu a prevalncia de

    soropositividade para toxoplasmose associado escolaridade das mesmas. Maior nvel

    de escolaridade foi identificado como fator de proteo para toxoplasmose,

    principalmente aquelas que freqentaram mais de nove anos de escola. O que sugere

    que o grau de instruo diminui a exposio ao risco devido adoo de medidas mais

    apropriadas de higiene relacionadas alimentao (VARELLA et al., 2003).

    Com estes resultados, percebemos que h pouca divulgao sobre a doena no

    sistema municipal de sade; o que deveria ser divulgado com maior interesse, pela

    importncia da toxoplasmose. As gestantes necessitam de maiores informaes,

    principalmente sobre os meios de preveno e transmisso da doena. Lembrando que

    este papel poderia ser feito pelo mdico veterinrio, que agora pode fazer parte do

    programa sade da famlia, onde ir contribuir na sade pblica, cuidando tanto do bem

    estar dos animais, quanto do homem; atuando tanto na rea de inspeo, garantindo

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    qualidade dos produtos de origem animal, como na rea de doenas, tentando diminuir

    casos de zoonoses; levando maiores informaes e contribuindo na melhoria da sade

    da populao.

    De acordo com a pesquisa, 26 mulheres disseram no ter tido toxoplasmose e

    duas no sabiam responder; foi percebido pela pesquisadora que as mulheres ao

    serem indagadas sobre ter tido a doena, no tinham certeza da resposta e no tiveram

    acesso a resultados laboratoriais.

    Uma pesquisa realizada com 425 gestantes em Pelotas/RS constatou que 64,9%

    das gestantes analisadas desconheciam a doena; e que 54,8% apresentaram IgG

    positivos para toxoplasmose. Sugerindo que as gestantes podem ser soropositivas e

    no ter conhecimento sobre a doena e suas formas de transmisso (CADEMARTORI;

    FARIAS; BROD, 2008).

    O Programa de Humanizao no pr-natal e nascimento foi institudo pelo

    Ministrio da Sade atravs da Portaria/GM n 569, de 1/6/2000, baseado nas

    necessidades de ateno especfica gestante, ao recm-nascido e me no perodo

    ps-parto. O objetivo primordial do programa assegurar a melhoria do acesso, dacobertura e da qualidade do acompanhamento pr-natal, da assistncia ao parto e

    puerprio s gestantes e ao recm-nascido, na perspectiva dos direitos de cidadania,

    alm de tentar reduzir as altas taxas de morbi-mortalidade materna e perinatal. Com

    isto, todas as mulheres atendidas durante o pr-natal realizam o teste para

    toxoplasmose, para evitar as conseqncias causadas pela doena (BIBLIOTECA

    VIRTUAL EM SADE MINISTRIO DA SADE).

    Entretanto, h uma grande necessidade de orientao da populao em relao doena, que pode ser devidamente realizada pelos profissionais da sade.

    No tocante a presena do hospedeiro definitivo em casa, das 28 mulheres, trs

    (10,71%) possuem gato em casa e 25 mulheres (89,28%) no possuem o animal

    (GRAF. 1).

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    GRFICO 1 Presena do hospedeiro definitivo (gato) em casa.

    A presena do gato em casa pode ser considerado um grande fator de risco se

    no houver hbitos higinicos adequados, j que somente ele elimina oocistos nas

    fezes. Isto pode ser confirmado por Bahia-Oliveira, et al., (2003), que realizando uma

    pesquisa em Campos dos Goytacazes/RJ observou que possuir um gato estava

    associado com a soropositividade para toxoplasmose na anlise univariada e neste

    estudo foi mais comum nos grupos de pessoas de baixa e mdia classe social, do que

    aquelas pertencentes a grupos de superior classe socioeconmica.

    Das trs mulheres que possuem gato em casa foram relacionados fatores de

    risco, que esto citados na (TAB. 2).

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    TABELA 2 - Fatores de risco relacionados com o nmero de gestantes

    que possuem o hospedeiro definitivo (gato) em casa.

    Variveis N de mulheres %

    Recolhe as fezes / limpa caixa de areia

    Sim 1 33,33

    No 2 66,66

    Tem contato direto com gato

    Sim 2 66,66

    No 1 33,33Tem contato com terra

    Sim 0 0

    No 3 100

    Total de mulheres que possuem gato 3 100

    Uma pesquisa realizada com gestantes em Pelotas/RS mostra que no houve

    associao significativa entre a soropositividade das gestantes e o convvio com gatos,

    ou contato com seus dejetos. Entretanto, houve associao estatisticamente

    significativa com o contato direto com o solo (CADEMARTORI; FARIAS; BROD, 2008).

    Um estudo realizado com pacientes HIV positivos em Pelotas/RS teve como

    objetivo avaliar a prevalncia de anticorpos para Toxoplasma gondiie correlacionar os

    dados epidemiolgicos de cada paciente. Mostrou que aqueles que manipulavam

    diretamente o solo estavam 3,09 vezes mais expostos ao parasita; sendo que este fator

    de risco teve associao estatisticamente significativa com a soropositividade para T.

    gondii nestes pacientes. Neste mesmo estudo, os resultados revelam que o convvio

    com o gato no representou risco de infeco pelo T. gondii(XAVIER; CADEMARTORI;

    FARIAS, 2008).

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    Um estudo realizado com 160 universitrios em So Paulo/SP mostrou que o

    convvio prvio ou atual com gato e contato com terra de jardim no mostraram

    associao com a soropositividade, no se caracterizando como fatores de risco nestegrupo estudado (YAMAMOTO et al., 2009).

    Estes estudos sugerem que a convivncia com gatos, a manipulao de seus

    dejetos e o contato com terra, podem ou no serem considerados como fatores de

    risco, ir depender de como realizado os hbitos higinicos e alimentares. Pois em

    outros estudos a convivncia com gato pode estar relacionada como um fator de risco,

    como mostra Figueiredo et al., (2010) em Campo Grande/MS, onde a presena de

    gatos em domiclio foi o nico fator que apresentou relao com a soropositividade aoparasito na amostra estudada.

    Como a transmisso da toxoplasmose pode ocorrer devido ingesto de

    alimentos crus, ou carne mal passada, foi realizado um questionamento em relao

    carne consumida pelas gestantes. Das 28 gestantes, 26 (92,85%) relataram comer

    carne cozida, bem passada; e duas (7,14%) disseram comer carne mal passada.

    Um estudo realizado por Coelho, Cervolo e Borges (2003) relataram que 92%das gestantes deixam comidas cruas entrarem em contato com a carne a ser

    manipulada. Os dados mostraram que a proporo de mulheres IgG positivas que

    nunca deixam a carne crua entrar em contato com outros alimentos crus

    significamente menor do que as que permitem esse contato. O que comprova a

    contaminao atravs da carne crua; e que as gestantes devem ter cuidado ao

    manipular os alimentos.

    Como a carne um dos principais meios de transmisso da toxoplasmose, preciso ter cuidados especiais em abatedouros para deteco de cistos nas carcaas e

    vsceras. Deve-se ter uma correta inspeo sanitria e retirar as carcaas condenadas,

    para que pessoas no se contaminem ao consumir esta carne.

    Uma sorologia realizada com 348 bovinos em quatro matadouros da microrregio

    de Pato Branco no Paran-Brasil visando avaliar a participao da carne bovina na

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    epidemiologia da toxoplasmose, relatou que a soropositividade (IgG) foi de 41,4% nas

    amostras examinadas. O que sugere que estes bovinos podem servir de fonte de

    infeco de toxoplasmose para consumidores que tem o hbito de comer carne crua oumal passada (DAGUER et al., 2004).

    Os manipuladores e consumidores devem estar atentos quanto ao risco de

    infeco e orientados quanto necessidade de adoo de medidas higinicas e

    preventivas.

    Em relao ao consumo de gua, das 28 gestantes, sete mulheres (25%) bebem

    gua no filtrada e 21 (75%) consomem gua filtrada ou mineral (GRAF. 2).

    GRFICO 2 Tipo de gua consumida pelas gestantes que realizaram seu pr-natal no

    CEMAES em Formiga/MG.

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    A quantidade de mulheres que consomem gua no tratada maior que as

    observadas por Yamamoto et al., (2009), que observando fatores relacionados

    transmisso da toxoplasmose em universitrios no municpio de So Paulo, relatou quede 160 universitrios, 96,2% utilizavam gua filtrada ou mineral, e apenas 3,7%

    utilizavam gua no filtrada.

    Um levantamento da prevalncia e fatores de risco para infeco por

    Toxoplasma gondii realizado em Campos dos Goytacazes, no norte do Rio de Janeiro,

    Brasil, em 1997 a 1999, abordou atravs de um questionrio padronizado exposies a

    fontes de infeco de toxoplasmose, bem como a exposio a vrios tipos de gua. O

    consumo de gua no filtrada ou no tratada foi significativamente associado com asoropositividade para T. gondii, com 1,6 a 3 vezes mais risco de infeco. Indicando a

    contaminao por oocistos na gua desta regio (BAHIA-OLIVEIRA et al., 2003).

    Sendo assim, de extrema importncia o consumo de gua tratada, para evitar

    a transmisso da doena.

    Um trabalho realizado por Hiramoto et al., (2001) analisou a infecciosidade e a

    resistncia de cistos de Toxoplasma gondii em leite e queijo fresco caseiro, pelainfeco artificial de leite bovino. O leite pasteurizado foi infectado artificialmente com

    10 cistos/ml de T. gondiicepa ME-49 e inoculado em camundongos, imediatamente ou

    aps ser estocado por 5, 10 e 20 dias a 4oC. Foi preparado o queijo fresco caseiro com

    o leite infectado, sendo testado em camundongos. A infeco foi detectada pela

    presena de cistos no crebro dos camundongos e testes sorolgicos aps cinco

    semanas. A infecciosidade dos cistos foi mantida mesmo sendo armazenado no leite

    por at 20 dias. Os cistos resistiram ao processo de fabricao do queijo e eram

    infectantes aps um perodo de 10 dias nas mesmas condies.

    Estes achados mostraram que o leite e seus derivados podem ser uma

    importante fonte de contaminao humana pelo Toxoplasma gondii, alertando a

    importncia da pasteurizao do leite antes de qualquer processamento ou ingesto.

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    De acordo com a pesquisa, das 28 gestantes, 16 mulheres consomem leite UHT

    (caixinha), 10 consomem leite fervido e duas consomem leite pasteurizado (barriga-

    mole); observando que nenhuma gestante consome leite cru, sem ferver. Os resultadosobtidos podem ser observados (GRAF. 3).

    GRFICO 3 Tipo de leite consumido pelas gestantes que realizaram seu pr-natal no

    CEMAES em Formiga/MG.

    Um estudo realizado com gestantes que realizaram seu pr-natal em umaunidade de sade do municpio de Ipatinga em 2003 mostrou que das 49 gestantes

    assistidas, 55% consumiam leite de caixa, 33% consumiam leite de barriga-mole, 2%

    consumiam leite em p e 10% consumiam leite tirado direto da vaca, sem nenhum meio

    de pasteurizao (COELHO; CERVOLO; BORGES, 2003).

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    Um estudo realizado com gestantes em Londrina-Paran para conhecer a

    soroprevalncia da toxoplasmose, relatou que das 5.251 gestantes atendidas, de

    acordo com a procedncia 68,9% das gestantes das zonas rurais foram reagentes,contra 55,7% das gestantes da zona urbana. A soroprevalncia aumentou com a faixa

    etria, demonstrando que a infeco adquirida ao longo da vida e que a prevalncia

    de anticorpos especficos IgG para T.gondii diretamente proporcional faixa etria

    (MANDAI; LOPES; MITSUKA-BREGAN, 2007).

    A prevalncia maior na zona rural sugere que os fatores de riscos ligados a

    infeco devem ser maiores, devido a suas atividades relacionadas terra, portanto

    com maior exposio aos oocistos. Outros fatores como ausncia de abastecimento degua, coleta de lixo e consumo de embutidos caseiros, podem estar relacionados. A

    elaborao de um programa de controle da toxoplasmose congnita, com protocolo de

    monitoramento das gestantes nas unidades bsicas de sade, realizao do tratamento

    precoce e acompanhamento da criana depois do nascimento, so medidas que podem

    diminuir a incidncia e complicaes desta infeco (MANDAI; LOPES; MITSUKA-

    BREGAN, 2007).

    Maiores informaes sobre os meios de preveno da toxoplasmose devem ser

    divulgados, principalmente para gestantes residentes na zona rural, onde h maiores

    chances de adquirirem a doena.

    Em relao aos meios de transmisso da toxoplasmose, das 28 gestantes, 19

    mulheres (67,85%) disseram no conhecer os meios de transmisso e nove (32,14%)

    relatam conhecer algum meio de transmisso da doena.

    Um estudo realizado em Ipatinga/MG com 49 gestantes, mostra que 90% dasgestantes no tm restries quanto ao local em que consomem verduras, e a

    proporo de IgG positiva nesse grupo significamente maior do que as que possuem

    alguma restrio. O que sugere que o hbito alimentar um fator importante para

    adquirir a doena (COELHO; CERVOLO; BORGES, 2003).

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    Um estudo realizado com gestantes em Sergipe mostrou que houve associao

    entre idade e soroprevalncia da toxoplasmose, observando maior positividade em

    gestantes entre 20 e 34 anos. Quanto soropositividade para anticorpos IgGantitoxoplasma foi observado incremento na soroprevalncia com o aumento da idade

    (INAGAKI et al., 2009).

    Estudos epidemiolgicos brasileiros mostram que a prevalncia de anticorpos

    antitoxoplasma pode variar de acordo com a regio. Foi relatado 41,9% de prevalncia

    em Florianpolis/SC (CANTOS, et al., 2000) e de 91,6% no Mato Grosso do Sul

    (FIGUEIR-FILHO et al., 2005).

    Observamos que faltam estudos nesta rea e que programas educacionais

    devem ser realizados, principalmente com mulheres em idade reprodutiva e as

    residentes na zona rural, com o intuito de diminuir casos de toxoplasmose e

    conseqentemente danos causados aos fetos infectados por esta grave doena.

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    5 CONCLUSO

    Baseado nos resultados encontrados na pesquisa observamos uma grande falta

    de informao da parte das gestantes em relao toxoplasmose, apesar da

    importncia da doena.

    Algumas gestantes possuem a alimentao inadequada, como carne mau

    passada e gua sem tratar, contribuindo como um fator de risco de contaminao da

    doena.

    Apesar de existir o programa de humanizao do parto, realizado pelo Ministrio

    da Sade em benefcio s mulheres, onde as gestantes realizam o teste para

    toxoplasmose, observamos a falta de informao durante o pr-natal dessas gestantes,

    que poderia ser feito pela implantao de programas educacionais de sade, alertando

    os meios de preveno, transmisso e controle da toxoplasmose; com isso as

    gestantes iriam se prevenir, diminuindo casos da doena e conseqentemente riscos

    causados aos fetos.

    Percebemos a importncia do papel do mdico veterinrio na sade da famlia, o

    qual ajudaria na divulgao, levando maiores informaes; influenciaria no controle de

    doenas causadas por animais e transmitidas ao homem, diminuindo os casos de

    zoonoses; cuidando tanto dos animais, quanto do homem; levando o bem estar para a

    populao e contribuindo para uma melhoria na sade pblica.

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    APNDICE - Entrevista

    Dados Pessoais:

    Nome: __________________________________________

    Idade: ________ anos. Idade gestacional: ________ semanas.

    Nmero de filhos: ________ Nmero de gestaes: ________

    Escolaridade: __________________ Bairro: _______________________

    Perguntas:

    1) Voc tem algum conhecimento ou j ouviu falar sobre a toxoplasmose?

    Sim No Muito pouco

    2) Voc teve acompanhamento pr-natal em todas as gestaes?

    Sim No Em todas

    3) Em sua(s) gestao(es) j sofreu algum aborto?

    Sim No

    4) J realizou o teste para toxoplasmose em alguma gestao?

    Sim No Em todas

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    8) Como a gua que voc consome?

    Filtrada, ou mineral No filtrada

    9) Como o leite que voc ingere?

    Leite cru, sem ferver Leite fervido

    Leite pasteurizado (barriga-mole) Leite UHT (caixa)

    10) Conhece algum meio de transmisso da toxoplasmose?

    Sim No Nunca ouviu falar

    11) Sabe quais so os meios de preveno da doena?

    Sim No Muito pouco

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    APNDICE - Folheto informativo

    FRENTE

    Toxoplasmose na gestao

    Fonte:

    http://colunas.epocasp.globo.com/farejadorbicho

    s/2011/07/06/toxoplasmose-como-as-gestantes-

    podem-se-prevenir-da-doenca-do-gato/

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    VERSO

    O que a Toxoplasmose?

    - A Toxoplasmose uma zoonose, causada pelo

    protozorio Toxoplasma gondii, que acomete

    mamferos, incluindo o homem, rpteis e aves. Os

    hospedeiros definitivos so os feldeos,

    principalmente os gatos domsticos. Os trsestgios de infeco da doena so: estgio de

    excreo de oocistos nas fezes do gato; estgio de

    taquizoto (fase de replicao nas clulas); e

    estgio de bradizoto (forma latente, encistada nos

    tecidos, principalmente em msculo, crebro e

    vsceras). Somente gatos infectados vo eliminar

    oocistos nas fezes, que no so infectantes

    quando eliminado, mas aps sua esporulao, que

    ocorre de um a cinco dias.

    Como ocorre a transmisso da doena?

    - A transmisso ocorre por via transplacentria (da

    me para o feto) ou, pela ingesto do parasita em

    qualquer um dos trs estgios de infeco. Atravs

    de carne crua contendo cistos de Toxoplasma; leite

    cru (no pasteurizado); alimentos, gua, mos e

    solo contaminados com fezes de gato.

    Quais so os riscos da doena?

    - Vrios rgos podem ser acometidos,

    como olhos, pulmo, fgado, pncreas,

    sistema nervoso central e msculo

    esqueltico.

    Em gestantes podem ocorrer abortos,natimortos, m formao e leses no

    sistema nervoso central; a doena mais

    freqente quando adquirida nos trs

    primeiros meses de gravidez. Deve-se

    fazer exames e realizar o tratamento o

    mais rpido possvel, tentando amenizar

    riscos ao feto.

    Durante a gestao, em mulheressoropositivas (que j tiveram contato com

    o agente) se a imunidade decair, h

    possibilidades de desencadearem

    novamente a doena, sendo necessrio

    um pr-natal bem rigoroso e seguir

    corretamente os meios de preveno da

    toxoplasmose.

    Em indivduos com respostasimunolgicas deficientes, como adultos

    mais velhos, ou com AIDS a doena pode

    ser grave.

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