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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL FABIANO MALCHER DE ALMEIDA REGIANA BARBOSA CARVALHO AVALIAÇÃO DO NIVEL DA APLICAÇÃO DA NR-18 NOS CANTEIROS DE OBRAS DA CIDADE DE TUCURUÍ-PA Tucuruí PA 2011

AVALIAÇÃO DO NIVEL DA APLICAÇÃO DA NR-18 NOS …bdm.ufpa.br/jspui/bitstream/prefix/418/1/TCC_AvaliacaoNivelApli... · 4 DEDICATÓRIA FABIANO A Deus. Aos meus pais, Risolan e Olivia

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1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL

FABIANO MALCHER DE ALMEIDA

REGIANA BARBOSA CARVALHO

AVALIAÇÃO DO NIVEL DA APLICAÇÃO DA NR-18 NOS

CANTEIROS DE OBRAS DA CIDADE DE TUCURUÍ-PA

Tucuruí – PA

2011

2

FABIANO MALCHER DE ALMEIDA

REGIANA BARBOSA CARVALHO

AVALIAÇÃO DO NIVEL DA APLICAÇÃO DA NR-18 NOS

CANTEIROS DE OBRAS DA CIDADE DE TUCURUÍ-PA

Trabalho de Conclusão de Curso como parte

dos requisitos necessária para a obtenção do

grau de Bacharel em Engenharia Civil, na Fa-

culdade de Engenharia Civil do C ampus Uni-

versitário de Tucuruí da Universidade Federal

do Pará.

Orientadora: Profª. MSc. Carolina Coelho da

Rosa

Tucuruí – PA

2011

3

FABIANO MALCHER DE ALMEIDA

REGIANA BARBOSA CARVALHO

AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA NR-18 NOS CANTEIROS DE OBRAS DA CI-

DADE DE TUCURUÍ-PA

Trabalho de Conclusão de Curso como parte

dos requisitos necessária para a obtenção do

grau deBacharel emEngenharia Civil, naFa-

culdade de Engenharia Civil do Campus uni-

versitário de Tucuruí da Universidade Federal

do Pará.

Tucuruí, 19 de Dezembro de 2011.

Aprovado por

____________________________________________

Profa. MSc. Carolina Coelho da Rosa (FEC-UFPA)

(Orientadora)

____________________________________________

Prof. MSc.Jessé Luís Padilha (FEM-UFPA)

(Examinador Interno)

____________________________________________

Eng° Midson César Feitosa Cardoso

(Examinador Externo)

4

DEDICATÓRIA

FABIANO

A Deus.

Aos meus pais, Risolan e Olivia Almeida queDuran-

te todos esses anos de graduação sempre meapoia-

ram e acreditaram na minha capacidade.

A toda a minha família e amigos que de alguma

formacontribuíram e me ajudaram nessa jornada.

REGIANA

A Deus.

Aos meus pais, Antonia e Raimundo Carvalho e ao

meu irmão Gilmar, pelo apoio que me deram durante

toda a graduação e por sempre terem acreditado na

minha capacidade e persistência.

Aomeu namorado.

A toda minha família.

Aos meus amigos.

Aos meus professores, colegas da UFPA.

A todos que de uma ou outra forma me ajudaram

nesta etapa da minha vida.

5

AGRADEDIMENTOS

Agradecemos aos nossos pais, amigos efamiliares, pelo incentivo, dedicação ecari-

nho necessário para alcançamos nosso objetivo. Aos professores da UFPA,pela disposição em

nos ajudar quandonecessário.

Em especial, a nossa professora Carolina Coelho da Rosa pela orientaçãoprestada,

essencial para a realização destetrabalho.

Atodas as empresas visitadas na cidade de Tucuruí - PA, peladisponibilidade e aten-

ção dada aos nossos questionamentos, e pelas informações essenciais a realização deste traba-

lho.

6

RESUMO

A preocupação com a segurança no trabalho não é um tema recente, desde a antigui-

dade já se tinha relatos sobre as péssimas condições em que as atividades laborais eram reali-

zadas. Condições que sujeitavam os profissionais a diversos problemas de saúde ou acidentes.

No município de Tucuruí, localizado no estado do Pará, os empreendedores, donos de empre-

sas e responsáveis técnicos, tem por cultura não exigir a utilização de equipamentos de segu-

rança e nem conscientizar os colaboradores da sua utilização. A despreocupação com a saúde

e a segurança do colaborador, peça fundamental no processo produtivo, vem mostrando uma

realidade amarga e cruel nos canteiro de obra, quanto ao elevado número de acidentes e doen-

ças. Diante do descaso propõe-se diagnosticar as reais condições de trabalho nos canteiros de

obra da cidade. O objetivo do trabalho foi analisar a aplicação dos requisitos estabelecido na

Norma Regulamentadora n°18 através de questionários aplicados em oito obras na cidade.

Além da aplicação de questionários voltados aos colaboradores e empreendedor. Diante da

analises obtidas com os questionários, conclui-se que 66,8% dos itens da lista de verificação

exigido pela NR-18 não são cumpridas nas obras visitadas, tornando assim o setor da constru-

ção civil na cidade mais vulnerável a acidente no trabalho que podem levar até a morte do

colaborador. Diante da situação dos canteiros de obras da cidade de Tucuruí propõem-se a

aplicação da NR-18, parcerias com entre universidade e empresas locais além de qualificação

dos profissionais e o aumento da atuação da DRT.

Palavra Chaves: Segurança no Trabalho, Construção Civil

7

ABSTRACT

Concern for safety is not a recent topic of old had already been reports of poor condi-

tions in which work activities were performed. Conditions professionals subjected to various

health problems or accidents. In the municipality of Tucuruí, located in Para State, entrepre-

neurs, business owners and technical managers, culture is not requiring the use of safety

equipment and educate employees or their use. The lack of concern with health and safety of

the employee, a fundamental part in the production process, has shown a cruel and bitter reali-

ty in the construction site, in the high number of accidents and diseases. Given the neglect

aims to diagnose the actual working conditions on construction sites in the city. The objective

of this study was to analyze the application of the requirements set out in Regulatory Standard

No. 18 through questionnaires in eight works in the city. Besides the use of questionnaires

aimed to employees and entrepreneurs. Before the analysis obtained from the questionnaires,

it was concluded that 66.8% of the items on the checklist required by NR-18 are not met in

the works visited, thus making the construction industry in the city more vulnerable to acci-

dents at work can lead to death of the employee.Given the situationof theconstruction sitesof

the city ofTucuruítoproposethe application of NR-18, withpartnershipsbetween universitie-

sand local companiesas well asprofessional qualificationand increasedperformance of

theDRT.

Keywords: Safety, Construction

8

LISTA DE FIGURAS

Figura1 - Vista frontal da obra1...............................................................................................45

Figura 2 - Vista geral da obra2.................................................................................................46

Figura 3 - Vista geral da obra3.................................................................................................47

Figura 4 - Vista geral do canteiro de obra4..............................................................................47

Figura 5 - Vista geral da obra5................................................................................................48

Figura 6 - Vista geral da obra 6.................................................................................................49

Figura 7 - Vista frontal da obra 8..............................................................................................50

Figura 8 - Instalações sanitárias................................................................................................54

Figura 9- Instalações sanitárias improvisadas...........................................................................54

Figura 10 – Vergalhões de aço expostos...................................................................................55

Figura 11 – Formas de madeira para concretagem...................................................................56

Figura 12 – Trabalhadores sem o EPI.......................................................................................56

Figura 13 – Escadasimprovisadas............................................................................................57

Figura 14 – Escada inadequada.................................................................................................57

Figura 15 – Ausência de guarda corpo......................................................................................58

Figura 16 – Andaimes improvisados........................................................................................59

Figura 17 – Instalações elétricas desprotegidas........................................................................59

Figura 18 – Trabalhadores sem o EPI.......................................................................................60

9

Figura 19 – Barras de aço armazenado em local inadequado no canteiro................................61

Figura 20 – Materiais mal armazenados na obra......................................................................61

Figura 21 – Entulho não removido da obra...............................................................................63

Figura 22 – Formas e cavaletes em desordemna obra.............................................................63

10

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Quadro 1 - Quadro da função e do EPI correspondente. Fonte: PCMAT

(2007)........................................................................................................................................40

Quadro 2 – Exemplo de lista de verificação.............................................................................42

11

LISTA DE TABELA

Tabela 1 - Quantidade de acidente do trabalho no Brasil. .......................................................22

Tabela 2 - Quantidade de acidente do trabalho no estado do Pará. ..........................................22

Tabela 3 - Resultados da lista de verificação............................................................................50

Tabela 4 - Resultado do questionário aplicado aos Colaboradores..........................................64

Tabela 5 – Analises geral da lista de verificação NR-18..........................................................66

12

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CAT Comunicação de Acidente no Trabalho

EPC Equipamento de Proteção Coletiva

EPI Equipamento de Proteção Individual

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

MTE Ministério do Trabalho e Emprego

NR Norma Regulamentadora

PCMAT Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho

PQO Programa de Qualificação do Operário

PVC Policloreto de Vinila

DRT Delegacia Regional do Trabalho

13

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................15

1.1 OBJETIVOS.............................................................................................................17

1.2 JUSTIFICATIVA......................................................................................................17

2. REVISÃO DE BIBLIOGRAFIA..........................................................................18

2.1 SEGURANÇA: UMA QUESTÃO ORGANIZACIONAL....................................18

2.2 A SEGURANÇA NO TRABALHO.......................................................................18

2.3 A SEGURANÇA NO TRABALHO COMO ORGANIZAÇÃO...........................19

2.4 ACIDENTE NO TRABALHO...............................................................................20

2.5 SEGURANÇA NO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL............................24

2.5.1 NR-18: Condição e meio ambiente de trabalho na indústria da construção...........24

2.5.1.1 Objetivo e Campo de Aplicação........................................................................25

2.5.1.2 Comunicação Prévia.........................................................................................25

2.5.1.3 Programas de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Cons-

trução – PCMAT.....................................................................................................25

2.5.1.4 Áreas de Vivência..............................................................................................26

2.5.1.5 Demolição.........................................................................................................26

2.5.1.6 Escavações, Fundações e Desmonte de Rochas...............................................26

2.5.1.7 Carpintaria........................................................................................................26

2.5.1.8 Armações de Aço..............................................................................................26

2.5.1.9 Estruturas de Concreto.....................................................................................27

2.5.1.10 Estruturas Metálicas.........................................................................................27

2.5.1.11 Operações de Soldagem e Corte a Quente........................................................27

2.5.1.12 Escadas, Rampas e Passarelas.........................................................................27

2.5.1.13 Medidas de Proteção contra Quedas de Altura................................................28

2.5.1.14 Movimentações e Transporte de Materiais e Pessoas......................................28

2.5.1.15 Andaimes e Plataforma de Trabalho.................................................................28

2.5.1.16 Cabos de Aço.....................................................................................................29

2.5.1.17 Alvenarias, Revestimentos e Acabamentos........................................................29

2.5.1.18 Serviços de Telhados.........................................................................................29

2.5.1.19 Serviços em Flutuantes......................................................................................29

2.5.1.20 Locais Confinados.............................................................................................30

2.5.1.21 Instalações Elétricas.........................................................................................30

2.5.1.22 Máquinas, Equipamentos e Ferramentas Diversas..........................................30

2.5.1.23 Equipamentos de Proteção Individual..............................................................31

2.5.1.24 Armazenagem e Estocagem de Materiais.........................................................31

2.5.1.25 Transportes de Trabalhadores em Veículos Automotores................................31

2.5.1.26 Proteções Contra Incêndio................................................................................31

2.5.1.27 Sinalizações de Segurança................................................................................32

2.5.1.28 Treinamento......................................................................................................32

2.5.1.29 Ordem e Limpeza..............................................................................................32

2.5.1.30 Tapumes e Galerias...........................................................................................32

14

2.5.2 PCMAT na indústria da construção........................................................................32

2.5.3 Equipamento de proteção coletiva – EPC...............................................................34

2.5.4 Equipamento de proteção individual – EPI.............................................................35

3. METODOLOGIA...................................................................................................41

3.1 ELABORAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA.................41

3.2 ELABORAÇÃO DO QUESTIONÁRIO AO COLABORADOR............................42

3.3 ELABORAÇÃO DO QUESTIONÁRIO AO EMPREENDEDOR..........................43

3.4 APLICAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO E QUESTIONÁRIO....................43

3.5 TABULAÇÃO DOS RESULTADOS......................................................................44

3.5.1 Resultado da lista de verificação.............................................................................44

3.5.2 Resultado dos questionários aos colaboradores......................................................44

4. CARACTERIZAÇÃO DAS OBRAS E APRESENTAÇÃO DOS DADOS CO-

LETADOS....................................................................................................................45

4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS OBRAS.......................................................................45

4.2 APRESENTAÇÃO DOS DADOS COLETADOS...................................................50

4.3 ANÁLISE DOS ITENS PESQUISADOS................................................................53

4.4 Programa de condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção –

PCMAT.........................................................................................................................53

4.4.1 Área de vivência......................................................................................................53

4.4.2 Escavações, fundações e desmontes.......................................................................54

4.4.3 Armações de aço.....................................................................................................55

4.4.4 Estrutura de concreto..............................................................................................55

4.4.5 Escadas, rampas e passarelas..................................................................................57

4.4.6 Proteção contra queda em.......................................................................................58

4.4.7 Andaimes................................................................................................................58

4.4.8 Instalações elétricas.................................................................................................59

4.4.9 Máquinas, equipamentos e ferramentas diversas....................................................60

4.4.10 Equipamento de proteção individual – EPI ...........................................................60

4.4.11 Armazenagem e estocagem de materiais................................................................61

4.4.12 Proteção contra incêndio.........................................................................................62

4.4.13 Sinalização de segurança........................................................................................62

4.4.14 Ordem e limpeza.....................................................................................................62

4.5 QUESTIONÁRIO APLICADO AO COLABORADOR........................................64

4.6 QUESTIONÁRIO APLICADO AO EMPREENDEDOR......................................65

4.7 ANALISE GERAL DOS ITENS DA NR-18 NOS CANTEIRO DE OBRAS.......65

5. CONCLUSÃO.............................................................................................................68

6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA..........................................................................71

APÊNDICE A-MODELO DO QUESTIONÁRIO AO COLABORADOR.......................74

APÊNDICE B- MODELO DO QUESTIONÁRIO AO EMPREENDEDOR....................76

15

1. INTRODUÇÃO

Não é de hoje a preocupação com a segurança no trabalho, desde a antiguidade já se

tinha relatos sobre as péssimas condições em que as atividades laborais eram realizadas. Con-

dições que sujeitavam os profissionais a diversos problemas de saúde e até acidentes que po-

dem ocasionar a morte do trabalhador. Claro que, toda essa situação é decorrente da falta ou

completa inexistente de procedimento e equipamentos de segurança.

A história da segurança no trabalho também nos faz lembrar o “Pai da Medicina do

Trabalho”, o médico Bernardino Ramanzini que em meados do século XVII em suas publica-

ções, na Itália, relatava que inúmeras doenças estavam intimamente ligadas as profissões exis-

tentes na época, pois sujeitavam os trabalhadores a constantes situações de riscos e péssimas

condições de trabalho. Também, não esquecendo a revolução industrial e o advento das pri-

meiras máquinas de fiação e tecelagem que originava a necessidade de uma grande quantida-

de de mão de obra, da qual não precisava de nenhum requisito, poderia ser mulher, homem,

criança, não importando se os mesmos tinham saúde ou qualificação para tal atividade, o que

aumentava os índices de insegurança no setor.

Com a modernização no processo produtivo da época, vieram as péssimas condições

de trabalho oferecidas a esses trabalhadores, e não existia regulamentação nas relações de

trabalho que amparasse esses seres humanos, que eram tratados simplesmente como máqui-

nas. Porém essa situação assumiu um quadro gravíssimo e seria inadmissível manter despro-

tegido o ser humano já que estava exposto a acidentes e enfermidades típicos ou agravados

pelo ambiente laboral. Felizmente, pouco tempo depois, o governo e os órgãos do trabalho

começaram a se mobilizar em favor do trabalhador, adotando medidas, mesmo que branda,

para melhoria das condições de trabalho e a propaganda contra os perigos de acidentes no

trabalho.

O setor da construção civil vem num processo crescente, com novas tecnologias e

maior investimento no setor produtivo, devido ao surgimento de inúmeras obras. No entanto

com o aumento dessa demanda surgem elevadas vagas de trabalho e como consequência apa-

rece à realidade das condições precárias de trabalho nesse setor, o que resulta em maior ocor-

rência de acidentes provenientes das atividades laboral.

16

Contudo isso, não se observa uma preocupação por parte dos órgãos competentes e

das empresas, em realizar fiscalizações adequadas e eficientes, de forma a eliminar ou contro-

lar as doenças ocupacionais e os acidentes no trabalho. Na maioria das vezes, as ações fiscali-

zadoras limitam-se apenas a vistoriar dimensões dos terrenos, os recuos e a metragem das

edificações, deixando a questão da segurança de lado.

Na grande maioria das obras de construção civil, observam-se atos imediatistas que

tentam apenas driblar a falta de equipamento e acessórios adequados para a segurança dos

funcionários na obra, o que resulta em falta de preocupação das empresas e comodismo. Não

diferente de outros setores, a construção civil visa apenas obter lucros, e dessa forma busca

cortar custo, muitas vezes são reduzidos os recursos de alguns setores e sendo um deles, e

principal, o da segurança do trabalho.

“Se as empresas tivessem desenvolvido ou implantado programas de segurança e sa-

úde no trabalho, muitos acidentes seriam evitados”. (SAMPAIO, 1998)

Outro ponto agravante a essa situação é a inexistência de técnicos e engenheiros de

segurança nos canteiros de obra. É grande a dificuldade de fazer o operário tornar a sua higie-

ne pessoal e segurança no ambiente de trabalho um hábito. Porém, percebe-se que somente

em algumas situações os trabalhadores usam os Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

Sendo este, em obras de qualidade ou onde as construtoras possuam certificações (I S O) e

que se identifica a presença de profissionais da área.

Diante do descaso com a problemática das doenças e dos acidentes no trabalho, sur-

giu a preocupação e propõe-se diagnosticar as reais condições de trabalho dos canteiros de

obra da cidade de Tucuruí, onde se buscou levantar os dados para que se possa avaliar se há o

cumprimento mínimo dos requisitos estabelecido na Norma Regulamentadora n°18.

17

1.1 OBJETIVOS

O presente trabalho tem como objetivos:

1. Verificar se as obras de construção civil da cidade de Tucuruí cumprem a Norma

Regulamentadora de n° 18;

2. Verificar o conhecimento dos colaboradores com relação à segurança no traba-

lho;

3. O comprometimento por parte da empresa em aplicar medidas mínimas de segu-

rança nos canteiros de obras;

4. Propor melhorias após a análise dos resultados.

1.2 JUSTIFICATIVAS

Segundo Junior(2002) a falta de cultura, de exigência e de consciência profissional

nos canteiro de obras relacionado à segurança no trabalho, além de uma despreocupação com-

trabalhadorvem mostrando uma realidade amarga e cruelquanto ao elevado número de aciden-

tes e doenças do trabalho, que muitas vezes geram ocorrência fatais.

No Brasil, no estado do Pará e no município de Tucuruí, foco deste trabalho, esta

realidade não é diferente, mas é muito preocupante.

Na literatura e em dados estatísticos de órgão competentes, como a Delegacia Regio-

nal do Trabalho (DRT), nada consta sobre o município de Tucuruí, somente dados gerais do

estado. O presente trabalho surge como o inicio desse processo, fazendo levantamento da se-

gurança no município e como forma de tentar melhorar esta realidade.

18

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1.SEGURANÇA: UMA QUESTÃO ORGANIZACIONAL

Segundo Junior (2002): “Não é novidade a despreocupação e o descaso, quando o as-

sunto é segurança e higiene do trabalho nos canteiro de obras, seja no contexto regional, esta-

dual ou nacional”.

Muitas empresas consideram os gastos com segurança no trabalhoum custo desne-

cessário, ou seja, um desperdício de dinheiro, mas podem colocar a vida de vários trabalhado-

res exposta a acidente, doenças e até morte nos locais de trabalho.

Com base nisso, é de fundamental importância que as empresas, debatam e questio-

nem a realidade da segurança no trabalho nas obras de construção, analisando sua eficácia e

os benefícios que empresários e operários obtém com a adoção de sistemas preventivos.

2.2. A SEGURANÇA NO TRABALHO

Segurança no trabalho é um conjunto de medidas administrativas, legais, técnicas

médicas, educacionais e psicológicas, cujo cunho multidisciplinar é empregado na prevenção

de acidentes e doenças ocupacionais.

A segurança e saúde no trabalho são feita de pequenas atitudes, simples gestos, baixo

investimento, e claro trabalho de equipe, com estes elementos juntos resultam em condições

seguras aos colaboradores e ganho na produtividade.

19

2.3. A SEGURANÇA DO TRABALHO COMO ORGANIZAÇÃO

De acordo com Junior (2002)“A questão da segurança no trabalho quando analisada

do ponto de vista organizacional, deveria ser um referencial de qualidade no que diz respeito a

um bom andamento nas atividades executada, além de boas condições de trabalho nas cons-

truções.”

Para que um programa de segurança seja realmente implantado, é necessário, antes

de tudo, que ele exista fisicamente. A responsabilidade de idealizar o programa depende do

tamanho e do grau de comprometimento da segurança no trabalho na estrutura da empresa. O

importante é que tal programa de segurança atenda as filosofias da empresa, podendo, portan-

to, ser planejado pela gerência, pelo engenheiro de segurança e pelo técnico. (SCALDELAI et

al,2009).

Segundo Oliveira (2009)“Tudo depende das organizações, dos seus gestores, de tra-

tar as pessoas com as suas características próprias de personalidade e de entendê-las a partir

de suas diferenças individuais, além dos incentivos adequados á sua motivação”.

Se houvesse a preocupação organizacional com o crescimento e a compressão do in-

dividuo no âmbito de respeitar e obedecer às normas de segurança, reduziria e muito os altos

índices de acidente, doenças e mortes de trabalhadores nos ambientes de trabalho na indústria

da construção civil.

No entanto, com as várias atividades realizadas no processo construtivo de uma edi-

ficação, a segurança no trabalho não funciona sozinha tem-se a necessidade do apoio de vá-

rios outrossetores da empresa que juntos assegurem ambiente de trabalho organizado, limpo,

produtivo, além é claro, dotados de condições adequadas, visando garantir a integridade física

e psicológica dos trabalhadores.

Algumas medidas prevencionista são simples, porém bastante eficientes. De fácil a-

plicação nos canteiro de obras, estas sugestões, com ênfase no caráter social e humano, são

implantadas regras nas construções civis como forma de reduzir ou eliminar os riscos existen-

tes nas diversas atividades realizadas.

20

Segundo Oliveira (2009) “As empresas deveriam desenvolver nos canteiro de obras e

em suas frentes de trabalho a conscientização prevencionista, lançando mão de treinamentos,

campanhas e inspeções de segurança”.

2.4. ACIDENTES NO TRABALHO

A indústria da construção há muito tempo é a recordista em números de acidentes e

mortes do trabalho no Brasil. Desde 1995 com a revisão da NR-18, empresários, trabalhado-

res e governo se empenham em reverter o quadro, buscando resultados positivos. Para tanto,

percebe-se a necessidade e a fundamentação da qualidade total e da organização dos canteiros

de obra, onde se consiga reduzir os números e as estatísticas atuais.

Acidente de trabalho ésegundo o artigo 19 da Lei 8.213, publicado em 24 de julho

de 1991 como aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou

ainda pelo exercício do trabalho de segurados especiais, provocando lesão corporal

ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução da capacidade para

o trabalho permanente ou temporário.

Ainda segundo a Lei 8.213/1991, considera-se como acidente de trabalho:

Acidente que ocorre durante o trajeto entre a residência do trabalhador e o local de

trabalho;

Acidente típico - acidente decorrente da característica da atividade profissional

desempenhada pelo acidentado;

Doença profissional é produzida ou desencadeada pelo exercício de determinado

trabalho;

Doença do trabalho, a qual é adquirida ou desencadeada pelas condições em que a

função é exercida.

As doenças do trabalho são entendidas como doenças adquiridas ou desencadeadas

em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e como ele se relaciona dire-

21

tamente. Assim como os acidentes são paradigmas que, hoje, a construção civil enfrenta e luta

para conscientizar o empresariado e os profissionais sobre a importância da questão.

Também se equipara a acidentes de trabalho aqueles sofridos pelos trabalhadores no

horário e local de trabalho, devido a agressões, sabotagens ou atos de terrorismo praticados

por terceiros ou colegas de trabalho. Também aqueles sofridos fora do local e horário de tra-

balho, na condição de que o trabalhador esteja executando ordens ou serviços sob a autoridade

da empresa. Outra situação seria o acidente que ocorre durante viagens a serviço, mesmo que

seja com fins de estudo, desde que financiada pela empresa (LEI 8.213/1991).

Os acidentes do trabalho também são classificados mediantes a gravidade das conse-

quências à vida do trabalhador. São estes:

Acidente com afastamento: lesão pessoal que impende o acidentado de voltar ao

trabalho no dia imediato ao do acidente ou que resulte em incapacidade permanente.

Acidente sem afastamento: lesão pessoal que não impede o acidentado de voltar

ao trabalho no dia imediato ao do acidente, desde que não haja incapacidade perma-

nente. Requer, porém, um retorno ao ambulatório médico para acompanhamento por,

pelos menos, mais uma vez, além daquela da ocasião do acidente.

De acordo Scaldelaiet al (2009), todo funcionário deve comunicar imediatamente, a

sua chefia, a ocorrência de todo e qualquer acidente no trabalho. Após ser notificada da ocor-

rência do acidente, a chefia deve certificar-se prontamente que as condições inseguras, causa-

doras ou consequentes do fato sejam eliminadas, devendo a vitima ser encaminhada ao ambu-

latório medico.

De acordo com a Lei nº 8.213/91 no seu artigo 22 todo acidente do trabalho ou do-

ença profissional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de multa

em caso de omissão. A comunicação é realizada através de um documento denomi-

nado Comunicação Acidente no Trabalho (CAT),na qual o responsável pela empresa

deve preparar e encaminhar esse documento ao INSS até o 1° dia útil após o aciden-

te.

Mesmo que as estatísticas apontem que num âmbito geral, o Brasil investe na segu-

rança dos trabalhadores da construção civil, nota-se que ainda existem muitas falhas que pre-

cisam ser solucionadas, para alcançarem números menores.

22

A Tabela 1 apresenta alguns dados sobre ocorrência de acidentes no trabalho, refe-

rentes ao Brasil, destacando as consequências dos acidentes a vida dos trabalhadores.

Tabela 1: Quantidade de acidente do trabalho no Brasil

ACIDENTES DE TRABALHO NO BRASIL

SETOR DE ATI-

VIDADE ECO-

NÔMICA

ANO TOTAL

Com CAT Registrada

Sem CAT Re-

gistrada Total

Motivo

Típico Trajeto Doença do Trabalho

CONSTRUÇÃO

2007 37.394 30.362 25.797 3.540 1.025 7.032

2008 52.830 38.822 33.288 4.594 940 14.008

2009 54.142 40.697 34.663 4.970 1.064 13.445

FONTE: DATAPREV (2010)

Observa-se a questão dos acidentes no trabalho no Brasil na indústria da construção

nos anos de 2007 a 2009. A Tabela 1 mostra que houve um aumento nas ocorrências de aci-

dentes e que pode indicar uma maior preocupação, no empenho para a redução destes índices.

A Tabela 2mostra dados sobre ocorrência de acidentes no estado do Pará enfatizando

a quantidadede acidente no trabalho com destaque as consequênciasa vida dos trabalhadores.

Tabela 2: Quantidade de acidente do trabalho no Estado do Pará

FONTE: DATAPREV (2010)

Nota-se pelos dados da tabela a indicação do aumento nos números de acidentes no

trabalho entre os anos 2007 a 2009 no estado do Pará. Como pode ser observado no ano 2007

ocorreram 9.273 enquanto no ano de 2009 esses números aumentaram para 9.665 acidentes no

ACIDENTES DE TRABALHO NO PARÁ

ESTADO ANO

QUANTIDADE DE ACIDENTES DO TRABALHO LIQUIDADOS

Consequências

Total

Assistência

Médica

Incapacidade Temporária

Incapacidade

Permanente Óbito

Total Menos de

15 dias

Mais de 15

dias

PARÁ

2007 12.016 2.499 9.273 5.320 3.953 157 87

2008 12.328 2.385 9.599 5.193 4.406 252 92

2009 12.419 2.307 9.665 5.240 4.425 374 73

Média 12.254

23

trabalho com incapacidade temporária desse trabalhador para a realização de suas atividades

laborais.

Um ponto importante e significativo no que diz respeito à diminuiçãodos índices de

acidentes e controle das falhas no processo produtivo é o gerenciamento dos riscos existente

nos canteiro de obras. A medida que se investiga e identifica os locais e setores com maiores

índice de periculosidade e insalubridade onde a ocorrência de acidentes tem maior probabili-

dade de ocorrer, ficar mais rápido e eficiente à busca das soluções dos problemas, seja na im-

plantação de novos equipamentos e tecnologia na qual venha a contribuir no processo produ-

tivo para a empresa, no âmbito organizacional, tendo como resultado a diminuição dos aci-

dentes do trabalho no setor.

A revista Techne (2008) diz que a “Ineficiência ou mesmo ausência de um plano de

segurança para a realização das obras está entre as principais causas de acidentes nos cantei-

ros”.

Ainda de acordo com a revista Techne(2008)“Ao se somar a isso a cultura de impro-

visação tão arraigada no Brasil, tem-se uma combinação perigosa que pode levar a longos

afastamentos, penalizações financeiras das construtoras, além dos irreparáveis acidentes fa-

tais”.

SegundoTan&Fung (1998 apud BRANDLI, 2000), outro fator que pode aumentar a

ocorrência de acidentes é a falta do conhecimento dos locais de risco, informações gerais da

obra, muitas vezes os serviços são desconhecidos.

Ainda de acordo com Tan&Fung (1998 apud BRANDLI, 2000), “A dificuldade está

na falta de familiaridade dos trabalhadores ao ambiente de trabalho”.

É preciso que a engenharia brasileira, pela sua representatividade e importância na

vida da nação, reaja contra esse quadro e mobilize todas as forças para revertê-lo

como condição de resgate da dignidade de seus trabalhadores, e ainda, bem estar,

justiça social e qualidade de vida, referindo-se a importância e ao valor que precisa

ser atribuído às vidas presentes em obras, para depois, sim, exigir trabalho, rendi-

mento e produtividade no canteiro, destes trabalhadores que agora ou neste instante

passam a sentir-se valorizados como integrantes do meio em que se encontram.

(LUDOVICE, 2OO5)

24

Segundo Vitória(2001) “Em época em que o tema qualidade vem sendo discutido fre-

quentemente, é imprescindível que a construção civil promova a melhoria da qualidade de seu

trabalho e o aumento de sua produção, como forma buscar o desenvolvimento do setor.

2.5. SEGURANÇA NO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A construção civil desempenha um papel importante na economia local, uma vez que

através dos seus investimentos, há geração de empregos, otimizaçãodas construções e contri-

buição para o desenvolvimento (COSTELLA, 1999).

Ainda segundo Costella (1999) “Isto ocorre, principalmente, devido às características

desta atividade, como manuseio de materiais pesados e cortantes, trabalhos em alturas e diver-

sos riscos que acarretam inúmeros acidentes ou lesões”. Diante de tal situação, tornou-se ne-

cessário pensar em alternativas eficazes para o seu enfrentamento, dentre elas a implantação

de programas de prevenção.

Os programas de segurança são de extrema importância na construção civil, pois a-

través dele que são desempenhadas atividades dentro da obra visando eliminar ou minimizar

os riscos geradores de acidente.

2.5.1. NR-18: Condição e Meio Ambiente de trabalho na indústria da construção

A Norma Regulamentadora de n° 18, regido pela portaria n° 4, de 04/07/95, estabe-

lece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de organização, que objetivam a

implantação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas

condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção.

De acordo com a NR-18, Consideram atividades da Indústria da Construção as ativi-

dades específicas constante na Norma Regulamentadora n°4 - Serviços Especializados em

Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. São elas:

25

Atividades e serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifí-

cios em geral, de qualquer número de pavimentos ou tipo de construção, inclusive manuten-

ção de obras de urbanização e paisagismo.

A Norma Regulamentadora n° 18 trata-se sobre requisito mínimo e essencial a reali-

zação das atividades na indústria da construção, e divide esta atividade por itens como pode

ser observado a seguir:

2.5.1.1 Objetivo e Campo de Aplicação

Neste item são abordados o objetivo de implantação na NR-18 e sua importância na

buscar de condições controladoras dos riscos existentes na indústria da construção e suas me-

didas preventivas de segurança.

2.5.1.2Comunicação Prévia

É um documento obrigatório antes do início de qualquer atividade na indústria da

construção no qual deve ser encaminhado à Delegacia Regional do Trabalho.

2.5.1.3 Programas de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção –

PCMAT

O PCMAT deve contemplar as exigências contidas na NR-9 - Programa de Preven-

ção e Riscos Ambientais, devendo ser mantido nos locais de trabalho para possível fiscaliza-

ção do órgão regional do Ministério do Trabalho, além de ser elaborado por um profissional

legalmente habilitado na área de segurança do trabalho.

26

2.5.1.4 Áreas de Vivência

As áreas de vivência são partes integrantes de um canteiro de obras, representadas

pelas instalaçõessanitárias, vestiário, alojamento, local de refeições, cozinha, lavanderia, área

de lazer e ambulatório.

Segundo Sampaio (1998), áreas de vivência são áreas destinadas a suprir as necessi-

dades básicas humanas de alimentação, higiene descanso, lazer, convivência e ambulatória,

devendo ficar fisicamente separadas das áreas laborais.

2.5.1.5 Demolição

O item 18.5 trata dos procedimentos de segurança que devem ser implantados antes

realização da atividade de demolição, visando garantir a integridade física das estruturas e dos

trabalhadores nos canteiro de obras.

2.5.1.6 Escavações, Fundações e Desmonte de Rochas.

Nas atividades de escavações, fundações e desmonte de rocha, somente será realiza-

da mediante aplicação de procedimentos que vise garantir a instabilidade do solo e a preser-

vação da saúde e segurança dos trabalhadores.

2.5.1.7 Carpintaria

O trabalho em uma carpintaria envolve freqüentemente a utilização de esforço físico,

de trabalho ao ar livre e manuseio de maquinas e equipamentos, o que oferece uma grande

exposição dos trabalhadores a estes riscos. O item 18.7 vem justamente adotar medidas de

segurança nesta atividade que visem reduzir os riscos de acidente e garantir a integridade físi-

ca dos trabalhadores.

2.5.1.8 Armações de Aço

A atividade com armações de aço é responsável pela elaboração das estruturas de aço

na qual ira se construído as edificações tais como, laje, vigas, pilares entre outros. Porém essa

27

atividade expõe os trabalhadores a situações de riscos. Este item vem para que sejam adotadas

medidas de prevenção de acidente no trabalho.

2.5.1.9 Estruturas de Concreto

As estruturas de concreto são um conjunto de elementos como lajes, vigas e pilares

de concretoque desempenham diversas funções numa edificação. Expondo o trabalhador a

diversos riscos, caso não haja um planejamento na execução. No entanto o item 18.9 vem

justamente para adotar requisitos mínimos de segurança nos locais de trabalho.

2.5.1.10 Estruturas Metálicas

No item trata sobreas condições mínimas de segurança na utilização de estruturas

metálica que vise controlar os possíveis danos aos trabalhadores. As peças metálicas devem

estar previamente fixadas antes de serem soldadas, rebitadas ou parafusadas.

Na edificação de estrutura metálica, abaixo dos serviços de rebitagem, parafusagem

ou soldagem, deve sermantido piso provisório, abrangendo toda a área de trabalho situada no

piso imediatamente inferior visando garantir a segurança dos trabalhadores envolvidos na

atividade.

2.5.1.11 Operações de Soldagem e Corte a Quente

O item 18.11 assegura que em todas as atividades que forem executadas operações

de soldagem e corte á quente em chumbo, zinco ou materiaisrevestidos de cádmio será obriga-

tória a remoção por ventilação local exautora dos fumos originados no processode solda e

corte, bem como na utilização de eletrodos revestidos. Com o objetivo de garantir a segurança

dos trabalhadores no exercício de suas atividades.

2.5.1.12 Escadas, Rampas e Passarelas.

São estruturas para trânsito de pessoas, equipamentos e materiais leves utilizados na

indústria da construção. No entanto o item 12.12, vem para aplicar condições mínimas de se-

gurança para implantação dessas superfícies nas edificações e nos locais de trabalho, objeti-

28

vando garantir a segurança dos trabalhadores e de todos que vierem a utilizar estas superfícies

de passagem.

2.5.1.13 Medidas de Proteção contra Quedas de Altura

Umas das principais causas de mortes de trabalhadores se devem a acidentes envol-

vendo quedas de trabalhadores. As quedas são as maiores causa de acidentes fatais no Brasil e

no mundo. Sabemos que os riscos de queda existem em vários ramos de atividades e em di-

versos tipos de tarefas.

Portanto o item 18.13 tem por objetivo intervir nessas situações de grave e iminente

risco, regularizando o processo, de forma a tornar estes trabalhos seguros. Portanto todos os

trabalhos realizados com risco de queda devem ser tomados todas as medidas necessárias para

que as atividades ocorram com total segurança para o trabalhador e terceiros.

2.5.1.14 Movimentações e Transporte de Materiais e Pessoas

As disposições deste item aplicam-se à instalação, montagem, desmontagem, opera-

ção, teste, manutenção ereparos em elevadores de transporte de material ou de pessoas em

canteiros de obras ou frentes de trabalho. Além de que todos os equipamentos de transporte

vertical de materiais e de pessoas devem ser dimensionados porprofissional legalmente habili-

tado.

2.5.1.15 Andaimes e Plataforma de Trabalho

Plataformas necessárias à execução de trabalhos em lugares elevados, onde não pos-

sam ser executados emcondições de segurança a partir do piso. São utilizados em serviços de

construção, reforma demolição, pintura, limpeza e manutenção.

Com o objetivo de fixar condições exigíveis de segurança dos andaimes e plataforma

de trabalho quanto à sua utilização bem como da segurança das pessoas que o utilizam. O

dimensionamento dos andaimes, sua estrutura de sustentação e fixação, deve ser realizado

porprofissional legalmente habilitado.

29

2.5.1.16 Cabos de Aço

O item 18.16 torna obrigatória a observância das condições de utilização, dimensio-

namento e conservação dos cabos de açoutilizados em obras de construçãode forma a garantir

a segurança dos trabalhadores e a integridade das estruturas submetidas à utilização dos cabos

de aço.

Os cabos de aço e de fibra sintética devem ser substituídos quando apresentarem

condições quecomprometam a sua integridade em face da utilização a que estiverem submeti-

dos

2.5.1.17 Alvenarias, Revestimentos e Acabamentos.

Todas as atividades com alvenaria, revestimento e acabamento devem ser utilizadas

técnicas que garantam a estabilidade das paredes de alvenaria da periferia de forma a não cau-

sar nenhum dano a saúde e segurança nos trabalhadores.

2.5.1.18 Serviços de Telhados.

Os trabalhos em telhados podem ser perigosos, pelo que é essencial que existam re-

gras e normas de segurança rigorosas, tanto para os trabalhos em longo prazo, como para os

trabalhos em curto prazo.

De acordo com o item 18.18 todo trabalho em telhados e coberturas devem ser utili-

zados dispositivos dimensionados por profissional legalmente habilitado e que permitam a

movimentação segura dos trabalhadores.

2.5.1.19 Serviços em Flutuantes

No item 18.19 tem por objetivo garantir, que em toda execução de trabalhos com ris-

co de queda n'água, serão utilizado coletes salva-vidas ou outrosequipamentos de flutuação.

Deve haver sempre, nas proximidades e em local de fácil acesso, botes salva-vidas em nú-

mero suficiente edevidamente equipados.

30

As plataformas de trabalho devem ser providas de linhas de segurança ancoradas em

terra firme, que possamser usadas quando as condições meteorológicas não permitirem a uti-

lização de embarcações.

2.5.1.20 Locais Confinados

É um local que não foi idealizado para ocupação continua ou não de trabalho. Seus

meios de entrada e saída são limitados, bem como a ventilação e ar respirável são perigosos a

saúde, podendo prejudicar o trabalhador colocando-a em perigo de morte, incapacitação, lesão

ou doença aguda.

O item tem por objetivo garantir que todas as atividades realizadas em locais confi-

nados sejam acompanhadas de um bom planejamento, organização e capacitação, a fim de

assegurar á integridade física e psicológica do trabalhador.

2.5.1.21 Instalações Elétricas

A eletricidade constitui-se em agente de elevado potencial de risco ao homem. Mes-

mo em baixas tensões ela representa perigo à integridade físicae saúde do trabalhador. De

acordo com item 18.21 toda execução e manutenção em instalações elétrica devem ser reali-

zadas por trabalhador qualificado.

2.5.1.22 Máquinas, Equipamentos e Ferramentas Diversas.

A construção civil constantemente passa por mudança e adaptações no seu processo

produtivo. E nessas mudanças esta a modernização das maquinas e equipamento, como for-

ma de reduzir gastos e ganho na produtividade, mas paralelo a isso vem preocupação com os

acidentes. Daí a necessidade de um maior investimento em segurança e qualificação dos

profissionais.

Diante disso o item 18.22 estabelece que na operação de máquinas e equipamentos

que exponham o operador ou terceiros a riscos só pode ser feita por trabalhador qualificado

e identificado por crachá visando garantir a segurança dos trabalhadores de forma a evitar os

acidentes no trabalho.

31

2.5.1.23 Equipamentos de Proteção Individual

A empresa é obrigada a fornecer aos trabalhadores, gratuitamente, EPI adequado ao

risco e em perfeitoestado de conservação e funcionamento, consoante as disposições contidas

na NR 6 – Equipamento de ProteçãoIndividual - EPI.

2.5.1.24 Armazenagem e Estocagem de Materiais

De acordo com o item 18.24 os materiais devem ser armazenados e estocados de

modo a não prejudicar o trânsito de pessoas e detrabalhadores, a circulação de materiais, o

acesso aos equipamentos de combate a incêndio, não obstruir portas ousaídas de emergência e

não provocar empuxos ou sobrecargas nas paredes, lajes ou estruturas de sustentação, além do

previsto em seu dimensionamento.

2.5.1.25 Transportes de Trabalhadores em Veículos Automotores

O transporte de trabalhadores dentro e fora dos canteiros de obras é um ponto preo-

cupante, pois além dos riscos inerentes as suas atividades também estãoexpostas a acidentes

típico de transito, causando pelos problemas do desrespeito as normas de transito e às vezes

pelas péssimas condições dos veículos utilizadosneste transportes.

Portanto o item 18.25 estabelece procedimento de segurança aos trabalhadores nos

transportes dentro dos locais de trabalho, visado diminuir a possibilidade de acidente no tran-

sito decorrente do não cumprimento das normas de segurança.

2.5.1.26 Proteções Contra Incêndio

O item torna obrigatória a adoção de medidas que atendam, de forma eficaz, às ne-

cessidades de prevenção e combate aincêndio para os diversos setores, atividades, máquinas

e equipamentos do canteiro de obras.

32

2.5.1.27 Sinalizações de Segurança

A sinalização nos ambientes de trabalho alerta trabalhadores e visitantes sobre os ris-

cos existentes e anecessidade de utilização dos equipamentos de proteção. Esta sinalização

tem por objetivo chamar a atenção, de forma rápida e inteligível, para objetos ou situações

que comportem riscos ou possam estar na origem de perigos

2.5.1.28 Treinamento

O item 18.28 assegura que todos os empregados devem receber treinamentos admis-

sional e periódico, visando a garantir a execução de suas atividades com segurança.

2.5.1.29 Ordem e Limpeza

O canteiro de obras deve apresentar-se organizado, limpo e desimpedido, notada-

mente nas vias decirculação, passagens e escadarias. O entulho e quaisquer sobras de materi-

ais devem ser regulamente coletados e removidos. Por ocasião de suaremoção, devem ser to-

mados cuidados especiais, de forma a evitar poeira excessiva e eventuais riscos causem danos

a saúde do trabalhador.

2.5.1.30 Tapumes e Galerias

O item 18.30 torna obrigatória a colocação de tapumes ou barreiras sempre que se

executarem atividadesda indústria da construção, de forma a impedir o acesso de pessoas es-

tranhas aos serviços. Com o objetivo de garantir a segurança da obras e dos trabalhadores.

2.5.2 PCMAT na Indústria da Construção

O PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho, sendo uma fer-

ramenta de trabalho que nos dias de hoje tornou-se indispensável nos canteiros de obra.

33

Segundo Sampaio (1998) no item 18.3 da NR-18, “Contempla os requisitos a serem

seguido para a elaboração e cumprimento do PCMAT, atribuindo à obrigatoriedade da elabo-

ração do programa aos estabelecimentos com 20 ou mais trabalhador”.

Nos canteiros de obras com menos de 20 (vinte) trabalhadores não é obrigatória a e-

laboração do PCMAT, sendo que a identificação dos riscos ambientais1 deve ser feita através

do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.

De acordo com Saurin (2002) “Muitos empreendimentos no Brasil aplicam os pro-

gramas de prevenção apenas para estarem em conformidade com a legislação obrigatória".

Porém, estas leis apresentam requisitos mínimos para a eliminação dos acidentes,

mesmo que as empresas apliquem o programa na sua totalidade ainda apresentarão riscos de

acidentes de trabalho.(SAURIN 2002)

Ainda de acordo com Saurin (2002) percebe-se que o PCMAT não é utilizado como

um sistema de segurança na maioria das empresas, mas somente é confeccionado pa-

ra não receber multa do Ministério do Trabalho, isto devido às grandes deficiências

que se apresenta desde a sua elaboração até a sua implantação.

Dentre essas deficiências destaca a:

Falta de participação dos trabalhadores da obra na hora da concepção do programa

fazendo com que não ocorra a continuidade do mesmo;

Falta de integração do programa com as atividades rotineiras, tornando-o uma ati-

vidade extrapara os coordenadores do empreendimento;

Falta de atualização do mesmo no decorrer da obra, ou quando novos processos

construídos são adotados ou mesmo quando novos riscos são detectados;

Eliminação dos riscos desde a hora da criação do projeto.

1 De acordo com a NR 09, consideram-se riscos ambientais os agentes físico, químicos e biológicos existentes

nos ambientes de trabalho, que em função da natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são

capazes de causar danos á saúde do trabalhador.

34

Para Sampaio (1998), “O PCMAT é fundamentalmente para prevenir riscos e infor-

mar, além de treinar os trabalhadores para quese reduzam as chances de ocorrência de aciden-

tes, assim como diminuir as conseqüências de quando são ocorridos”.

De acordo com Sampaio (1998) “O PCMAT também tem a intenção da implantação

de um programa de segurança e saúde, regido pelas normas de segurança, com o intuito de

haver a integração entre a segurança, o projeto e a execução da obra”.

Sampaio destaca ainda alguns objetivos do PCMAT, quais sejam:

Garantir a saúde e a integridade dos trabalhadores;

Definir atribuições, responsabilidades e autoridade ao pessoal que administra, de-

sempenha e verifica atividades que influem na segurança e que intervêm no processo

produtivo;

Fazer a previsão dos riscos que derivam do processo de execução da obra;

Determinar as medidas de proteção e prevenção que evitem ações e situações de

risco;

Aplicar técnicas de execução que reduzam ao máximo possível esses riscos de a-

cidentes e doenças.

Portanto o PCMAT é de extrema importância nos canteiro de obras, apresentando

aspectos administrativo, técnicos e legais, além da existência de cronograma relacionando a

saúde e segurança no trabalho onde se busca ordem e organização do canteiro com intuito de

eliminar ou controlar os riscos nos locais de trabalho.

2.5.3 Equipamento de Proteção Coletiva – EPC

Os equipamentos de proteção coletiva têm por finalidadeneutralizar ação dosagentes

ambientais, evitando acidentes e doenças ocupacionais além de proteger contra danos à saúde

e a integridade física dos trabalhadores.

35

Para Sampaio (1998) “São ações, equipamentos ou elementos que servem de barreira

entre o perigo e os operários. Numa visão mais ampla, são todas as medidas de segurança

tomadas numa obra para proteger uma ou mais pessoas”.

De acordo com a NR-18, o projeto de execução e implantação das medidas de prote-

ção coletiva deve estar em conformidade com as etapas de execução da obra o qual deve fazer

parte dos documentos que integram o PCMAT, além dos mesmos terem que ser projetados e

dimensionados por profissional legalmente habilitado.

A implantação das medidas proteção coletivo deverá ser acompanhada detreinamento

dos trabalhadores quanto aos procedimentos que assegurem sua eficiência e de informação

sobre as eventuais limitações de proteção que ofereçam.

Dentre as principais, citam-se: medidas de proteção contra quedas; medidasde prote-

ção na movimentação de materiais e pessoas (elevadores, gruas, guinchos); medidas de prote-

ção na execução e nas operações de escavações, fundações e desmonte de rochas; medidas de

proteção na confecção de escadas, rampas e passarelas; sistema de guarda corpo, medidas de

proteção na elaboração e manutenção das instalações elétricas temporárias, Cones de sinaliza-

ção, etc.

2.5.4 Equipamento de Proteção Individual – EPI

De acordo com a NR-06, EPI “É todo dispositivo ou produto, de uso individual utili-

zado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a

saúde no trabalho”.

Segundo Araújo (2002), Os EPI destinam-se á proteção de diferentes partes do cor-

po, incluído cabeça, os olhos, a face, as mãos, os pés, e o tronco. Cabe ao emprega-

dor, após proceder ao levantamento e á avaliação dos riscos, selecionar o EPI ade-

quado a atividade desenvolvida na empresa.

Ainda de acordo com Araújo (2002) “Os EPI são empregados, na maioria dos casos,

quanto os recursos de ordem geral não são aplicáveis ou não se encontram disponível para a

neutralização de riscos que comprometam a segurança e a saúde do trabalhador”.

36

Além de proteger, estes equipamentos oferecem certa segurança, vezes momentânea,

mas em, alguns momentos, suficiente para alertar. O EPI tem por finalidade auxiliar e orientar

os funcionários da empresa na utilização adequada, os quais quando esquecidos mesmo por

instantes pode, provocar algum acidente não esperado (SAMPAIO, 1998).

A Norma Regulamentadora de n° 06 aponta alguns direitos e deveres e deveres ao-

sempregadores e empregados:

Cabe ao empregador quanto ao EPI:

a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;

b) exigir seu uso;

c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em

matéria de segurança e saúde no trabalho;

d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado guarda e conservação;

e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,

g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.

h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou

sistema eletrônico.

Cabe ao empregado quanto ao EPI:

a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;

c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;

d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

Sampaio (1998) cita uma lista básica de EPI que devem ser utilizados nos canteiro de

obras, implantando, assim, o sistema de proteção contra acidentes no trabalho:

Proteção à Cabeça

a) Proteção craniana:

Capacete de segurança ½ aba

37

Suspensão para capacete

b) Proteção aos olhos e à face:

Óculos de segurança contra impactos

Óculos de segurança panorâmico (ampla visão)

Óculos para serviços de soldagem

Lentes redondas filtrantes

Máscara para soldador

Escudo para soldador

Lentes retangulares filtrantes

c) Proteção à face:

Protetor facial

Protetor facial acoplado ao capacete

d) Proteção respiratória:

Máscara panorâmica

Máscara semifacial – respirador

Máscara descartável contra poeiras incômodas

Filtro para proteção contra poeiras químicas finíssimas

Filtro para proteção respiratória contra gases, ácidos nitrosos e halogênicos

Filtro para proteção respiratória contra vapores orgânicos, solventes e inseticidas.

Máscara descartável para proteção respiratória contra poeiras inertes

Filtro para proteção respiratória contra poeiras inertes

e) Proteção aos ouvidos:

Protetor auricular tipo concha (abafador de ruído).

Proteção ao tronco

a) Proteção geral:

Avental de raspa

38

Avental de PVC

Proteção aos membros superiores

a) Proteção aos braços e antebraços:

Mangote de raspa;

b) Proteção às mãos:

Luva de raspa com punho de 8 cm;

Luva de lona com punho de malha de 5 cm;

Luva vinílica com punho de malha;

c) Proteção às mãos e antebraços:

Luva de amianto

Luva de raspa com punho de 7,15 e 20 cm;

Luva de PVC com forro e punho de 35 e 60 cm;

Luva de PVC sem forro e punho de 45 cm;

Luva de PVC de 1,5mm, sem forro, com punho de 7 cm;

Luva de borracha para eletricista;

Luva protetora de borracha para eletricista.

Proteção aos membros inferiores

a) Proteção às pernas:

Perneira de raspa

b) Proteção aos pés e pernas:

Botas impermeáveis de PVC (cano médio) sem palmilha de aço

Botas impermeáveis de PVC sem palmilha de aço, cano até as virilhas.

c) Proteção aos pés:

Calçado de segurança sem biqueira e sem palmilha de aço

39

Proteção contra intempéries/umidade

a) Proteção geral:

Capa impermeável de chuva

b) Proteção contra quedas:

Cinturão de segurança tipo eletricista

Cinturão de segurança tipo paraquedista

Trava-quedas

Proteção especial

a) Proteção geral:

Colete refletivo

Uma forma de orientar com mais facilidade os trabalhadores, para que estes compre-

endam a necessidade do uso dos EPI, relacionando-os com as atividades que exercem, pode

ser a fixada uma tabela, ampliada, emoldurada e plastificada, em local de fácil acesso e lei-

tura para todos os operários da obra, como exemplo o Quadro 1:

FUNÇÃO X EPI

(O:Obrigatório

E: Eventual)

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Administração O

Almoxarife O

Armador O E E

Azulejista O E E

Carpinteiro O E E E E

Eletricista O E E

Encanador O E E

Eq. Montagem Eqpa. O

Op. Betoneira O O O E O

Op. Empilhadeira O E

Op. Elevador carga O E

Op. Elevador pessoas O

Op. Máquinas e Eqp. O E

40

Operador martelete O O E E O O

Operador policorte O E O O O

Pastilheiro O E

Pedreiro O E E

Pintor O E E E E E

Soldador O O O O O E O

Servente O E

Vigia O

FUNÇÃO X EPI

(O:Obrigatório

E: Eventual)

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Administração

Almoxarife

Armador

Azulejista

Carpinteiro

Eletricista

Encanador

Eq. Montagem Eqpa.

Op. Betoneira

Op. Empilhadeira

Op. Elevador carga

Op. Elevador pessoas

Op. Máquinas e Eqp.

Operador martelete

Pedreiro

Pintor

Soldador

Servente

Vigia

Quadro 1 - Quadro da função e do EPI correspondente.

Fonte: PCMAT- programa de condições do meio de trabalho na indústria da construção (2007)

A utilização de quadros ilustrativos de fácil leitura e compreensão servem para des-

pertar nooperário uma consciência para a utilização dos EPI. Porém primeiro é necessário que

ocorra uma preocupação por parte dos engenheiros e técnicos de segurança em realizar uma

orientação e explicação geral sobre o quadro de EPI para todos os operários.

41

3. METODOLOGIA

Para realizar a pesquisa do grau de comprimento da Norma Regulamentadora da In-

dústria da Construção (NR-18)nos canteiros de obras da cidade de Tucuruí, foramrealizadas

as seguintes etapas: elaboração da lista de verificação, aplicação da lista, tabulação de resulta-

dos e análise; elaboração de questionários específicos aos colaboradores e empresas, aplica-

ção dos questionários, tabulação e análise dos resultados.

3.1. ELABORAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA

Atentando para os objetivos do trabalho, extensão da norma e porte das obras encon-

tradas na cidade de Tucuruí, alguns itens da NR-18 foram excluídos da lista de verificação,

adotando os seguintes critérios para a elaboração da mesma.

1.Abordar exigências da NR-18 que sejam de rápida analise visual nos canteiros de

obras em apenas a uma única visita.

2.Abordar itens que possuam maior frequência nos canteiros da cidade e excluir os

que possuem raríssima aplicação ou os que não possuem aplicação.

3.Exclusão de itens que abordamuso de tecnologia que são pouco aplicadas compa-

radas com as de tecnologia tradicional.

4.Exclusão de itens que estão relacionados com obras de maior porte, considerando

que a cidade de Tucuruí possui obras de menor porte.

5.Itens das normas que possuem critérios técnicos com alturas de louças e área mí-

nima, não foram levando em consideração.

A aplicação desses critérios resultou em uma lista de 40 itens da norma passiveis de

serem abordados na lista de verificação e que englobam situações do cotidiano das obras de

Tucuruí.

42

A configuração da lista utiliza os procedimentos adotados por Saurin (1997), fazendo

com que as respostas assinaladas com a opção “sim” representassem os aspectos positivos, e

respostas assinaladas com “não”, representassem os aspectos negativos, enquanto que as res-

postas “não se aplicam” indicavam exigências do item ou não eram necessários no canteiro,

seja devido à tipologia da obra ou a fase de execução no dia da visita. O Quadro 2 apresenta

um trecho da lista de verificação que representa itens da norma.

ITEM DE REFE-

RENCIA DESCRIÇÃO

SITUAÇÃO

SIM NÃO N.A

18.3 PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA

INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO- PCMAT

18.3.1 A empresa em acordo com as disposições desta NR elaborou o PCMAT na obra?

18.4 ÁREA DE VIVÊNCIA

18.4.1.2 As áreas de vivencia estão em perfeito estado de conservação, Higiene e Limpeza?

18.4.2 Instalações Sanitárias

18.4.2.2 As instalações sanitárias são utilizadas para outros fins?

18.4.2.3 As Instalações Sanitárias estão em conformidade com a norma?

Quadro 2–Exemplo da lista de verificação.

3.2. ELABORAÇÃO DO QUESTIONÁRIO AO COLABORADOR

A elaboração do questionário teve como objetivo verificar o grau de conhecimento

dos colaboradores com relação à segurança, mesmo sem ter ouvido falar sobre a norma (NR-

18) e se já participaram de treinamentos de segurança e uso de EPI. Outro fator abordado foi

verificar o grau de compromisso das empresas com relação aos trabalhadores através do seu

próprio relato, e finalmente saber qual o grau de importância da segurança do trabalho para o

bom andamento da obra.

O questionário foi composto por onze itens perguntas, como pode ser visto no Apên-

dice A.

43

3.3. ELABORAÇÃO DO QUESTIONÁRIO AO EMPREENDEDOR

A elaboração do questionário levou em consideração dados que seriam de fundamen-

tal importância para o entendimento da situação dos canteiros de obras das empresas em Tu-

curuí. Dados como: tipo de obra, memorial técnico, previsão de tempo de obra, quantidade de

trabalhadores, quantidade de obras em andamento, implantação de PCMAT, informação de

riscos ambientais aos colaboradores e meios necessários para prevenção de acidentes, foram

alguns dos principais itens que se julgaram necessários para a compreensão e chegar ao obje-

tivo do trabalho.

O questionário foi composto por doze itens perguntas, como pode ser visto no Apên-

dice B.

3.4. APLICAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO E QUESTIONÁRIO

A aplicação da lista de verificação e questionários foi realizada de maio a junho de

2011, período de acesso às obras.

Foram aplicados vinte e um questionários aos trabalhadores nas oito obras visitadas,

onde todos se mostraram acessíveis e interessados em responder a todas as perguntas, oque

facilitou o seu preenchimento. Sendo que o encarregado das obras indicava alguns colabora-

dores e outros eram escolhidos aleatoriamente para dar maior veracidade aos resultados.

Ao mesmo tempo era aplicada a lista de verificação, onde eram feitas avaliações vi-

suais, e questionamento ao responsável da obra quando alguns itens não eram percebidos com

facilidade para o preenchimento da lista.

44

3.5. TABULAÇÃO DOS RESULTADOS

3.5.1 Resultados da Lista de verificação

O procedimento para tabulação dos resultados foi realizado mediante análises e ava-

liação dos itens coletados nas obras, quanto ao cumprimento mínimo dos requisitos exigido

pela NR-18.

Os dados coletados de cada item da lista de verificação da norma foram apresentados

em percentuais de cumprimento, resultante da devida parcela que cada canteiro de obra obt i-

nha no respectivo item. Em seguida foi elaborada uma tabela com os dados analisados em

percentuais de cumprimento ou não dos itens analisados, apresentadono capitulo 4.

3.5.2 Resultados do questionário aos colaboradores.

O método para a tabulação dos resultados do questionário aos trabalhadores foi reali-

zado mediante análise das entrevistas feitas aos trabalhadores nos canteiros de obras visitados.

O questionário foi preenchido através de entrevista a 21 trabalhadores dos oito can-

teiros de obras visitados. Após concluir a análise, foi elaborada uma tabela informando os

percentuais respectivos a cada item do questionário, para verificação do conhecimento básico

da NR-18 e de procedimento de segurança nos locais de trabalho.

45

4. CARACTERIZAÇÃO DAS OBRAS E APRESENTAÇÕES DOS DADOS COLETADOS

4.1 CARACTERIZAÇÕES DAS OBRAS

Abaixo estão caracterizadas as oito obras visitadas na cidade de Tucuruí.

a) Obra 1

A obra 1 está localizada na Rua Dois no Bairro Santa Monica, a obra é privada, não

possuía placa com identificação dos responsáveis técnicos, como pode ser observada na Figu-

ra 1, além de não ser encontrado na obra os projetos arquitetônico, hidráulico, elétrico e nem e

fundação. Com 7 trabalhadores, a obra tem por finalidade a construção de ponto.

Figura 1 – Vista frontal da obra 1

46

b) Obra 2

A obra 2 esta localizada na av. Governador Aloísio Chaves, no Bairro Nova Tucuruí,

a obra é do tipo privada e não possuía placa de identificação como mostra a Figura 2, porém

possuía projeto arquitetônico, hidráulico, elétrico e de fundação. Com 14 trabalhadores, é uma

obra de um conjunto residencial com 3 casas.

Figura 2 – Vista geral da obra 2

c) Obra 3

A obra 3 situa-se na Av. Lauro Sodré, no Bairro Centro, a obra e do tipo privada e não

possuía placa e identificação dos responsáveis técnico, possuíam projetos arquitetônicos, hi-

dráulico e de fundação. Com 11 trabalhadores, é uma obra de ponto comercial de dois pavi-

mentos. Como pode ser visto na Figura 3.

47

Figura 3- Vista geral da obra 3

d) Obra 4

A obra 4 está localizada na Rua J, n° 17, no Bairro da Santa Monica, a obra é do tipo

privada e não possuía placa de identificação dos responsáveis técnicos como pode ser obser-

vado na Figura 4, possuía somente projeto arquitetônico. Com 28 trabalhadores, é uma obra

de um conjunto residencial com 4 casas.

Figura 4 – Vista geral do canteiro de obra 4

48

e) Obra 5

A obra 5 está localizada na Rua dos Lírios, no bairro Jardim das Flores, a obra e do

tipo comercial, e não possuía placa de identificação,como ilustra a Figura 5, além da inexis-

tência de dos projetos arquitetônicos, hidráulico, elétrico e de fundação. Com 10 trabalhado-

res, e uma obra de um ponto comercial com um pavimento.

Figura 5 – Vista geral da obra 5

f) Obra 6

A obra 6 está situada na Av. Santo Antonio, no bairro da Jaqueira, a obra é do tipo

pública, possuía placa e identificação, e projetos arquitetônico, hidráulico, elétrico e de funda-

ção. Com 40 trabalhadores, a obra é de reforma do mercado municipal. A Figura 6 ilustra a

situação.

49

Figura 6 – Vista frontal da obra 6

g) Obra 7

A obra 7 encontra-se na Av. Lauro Sodré, no Bairro Centro, a obra é do tipo comer-

cial, e não possuía placa de identificação e possuía projetos arquitetônicos, hidráulico, elétri-

co e de fundação. Com 13 trabalhadores, é uma obra comercial de 2 pavimentos.

h) Obra 8

A obra 8 encontra-se na Av. Veridiano Cardoso, no Bairro Cohab, a obra é do tipo

comercial, possuía placa de identificação, e projetos arquitetônico, hidráulico, elétrico e de

fundação. Com 15 trabalhadores, é uma obra comercial com 3 pavimentos como pode ser

observado na Figura 7.

50

Figura 7 – Vista frontal da obra 8

4.2 APRESENTAÇÃO DOS DADOS COLETADOS

A seguir são mostrados os resultados da aplicação da lista de verificação da seguran-

ça do trabalho em obras na Tabela 3.

Tabela 3- Resultados da lista de verificação.

LISTA DE VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO EM OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL NA CIDADE

DE TUCURUI

ITEM DE REFE-

RÊNCIA DESCRIÇÃO

SITUAÇÃO

SIM NÃO N.A

18.3 PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABA-

LHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO- PCMAT

18.3.1 A empresa em acordo com as disposições desta NR elaborou o PCMAT na

obra? 0% 25% 75%

18.4 AREA DE VIVÊNCIA

18.4.1.2 As áreas de vivencia estão em perfeito estado de conservação, higiene e

limpeza? 25% 75% 0%

18.4.2 Instalações Sanitária

18.4.2.2 As instalações sanitárias são utilizadas para outro fins? 0% 100% 0%

18.4.2.3 As instalações sanitária estão em conformidade com a norma? 25% 75% 0%

18.4.2.5 Lavatórios

O canteiro de obra dispõe de lavatórios? 25% 75% 0%

18.4.2.5.1 Os lavatório estão em conformidade com a norma? 25% 75% 0%

18.4.2.6 Vasos sanitários

Os canteiro de obras dispõem de vaso sanitário? 75% 25% 0%

51

18.4.2.9 Vestiário

18.4.2.9.1 Há vestiário nos canteiro de obras para troca de roupa para quem não reside

no local? 0% 100% 0%

18.4.2.11.4

Tem o fornecimento de agua potável, filtrada e fresca, para aos trabalhado-

res, por meio de bebedouro de jato inclinado ou outro dispositivo equivalen-

te, sendo proibido o uso de copos coletivos?

62,5% 37,5% 0%

18.6 ESCAVAÇÕES , FUNDAÇÕES E DESMONTES

18.6.2 Muros e edificações vizinhas são adequadamente escorados,

quando necessários? 0% 12,5% 87,5%

18.6.11 Há sinalização de advertência, inclusive noturna, e barreira de isolamento

em todo o seu perímetro no canteiro de obras e vias públicas? 25% 75% 0%

18.8 ARMAÇÃO DE AÇO

18.8.5 Há pontas de vergalhões de aço desprotegidas? 100% 0% 0%

18.9 ESTRUTURA DE CONCRETO

18.9.1 As formas estão projetadas e construída de forma a resistir as cargas máxima

de serviço? 62,5% 0% 37,5%

18.9.4 Durante a desforma ocorre a viabilização de meio que impeçam a queda

livre de seções da forma e escoramento? 12,5% 0% 87,5%

18.9.10 No local onde se executa a concretagem somente permanecer a equipe

indispensável para a execução desta tarefa? 50% 25% 25%

18.12 ESCADAS, RAMPAS E PASSARELAS

18.12.4 Há instalações de rampa ou escada provisória de uso coletivos para transpo-

sição de níveis como meio de circulação de trabalhadores. 37,5% 50% 12,5%

18.12.2. As escadas de uso coletivo, rampas e passarelas para circulação de pessoas e

materiais são construída de forma sólida e dotada de corrimão e rodapé? 12,5% 75% 12,5%

18.12.6 As rampas e passarelas provisória estão sendo construída ou mantidas em

perfeitas condições de uso e segurança? 12,5% 75% 12,5%

18.13 PROTEÇÃO CONTRA QUEDA DE ALTURA

18.13.1 Quando houver risco de queda de trabalhadores ou de projeção de materiais

existe a instalação de proteção obrigatória? 0% 87,5% 12,5%

13.13.2.1 As aberturas utilizadas no transporte vertical estão protegidas por guarda-

corpo e por sistema de fechamento (tipo cancela ou similar)? 0% 37,5% 62,5%

18.13.5

A proteção contra quedas, quando constituída de anteparos rígidos, em

sistema de guarda-corpo e rodapé, atende os requisitos abaixo:

a) É Constituída com altura de 1,20m para o travessão

superior e 0,70m para o travessão intermediário.

b) O rodapé com altura de 0,20m.

c) Os vãos entre travessas preenchidos com tela ou outro

dispositivo que garanta o fechamento seguro da abertura.

0% 75% 25%

18.15 ANDAIMES

18.15.3 O piso dos andaimes possui forração completa, antiderrapante, bem como

esta nivelada e fixada de modo seguro e resistente? 0% 25% 75%

18.15.8 É observada uso de escada ou outro meio sobre os pisos dos andaimes, com

o objetivo de atingir lugares mais altos? 0% 12,5% 87,5%

18.18 SERVIÇOS EM TELHADOS

52

18.18.1

Nos trabalhos em telhados estão sendo usado dispositivos que permitam a

movimentação segura dos trabalhadores, tais como, a instalação de cabo-

guia de aço para fixação do cinto de segurança tipo paraquedista ?

0% 0% 100%

18.18.1.1

Os cabos-guias têm suas extremidades fixadas á estruturas definitivas da

edificação por meio de suportes de aço inoxidávelou outro material de

resistência e durabilidade?

0% 0% 100%

18.18.3

Nos trabalhos onde se desenvolvem trabalhos em telhados existem sinaliza-

ção e isolamento de forma a evitar que os trabalhadores no piso inferior

sejam atingidos por eventual queda de materiais e equipamentos?

0% 0% 100%

18.21 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

18.21.3 Há partes vivas desprotegidas de circuitos e equipamentos

elétricos? Ex: chaves, fios e etc... 87,5% 12,5% 0%

18.22 MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS DIVERSAS

18.22.2 Há proteção das partes móveis dos motores, transmissões e partes perigosas

das máquinas ao alcance dos trabalhadores? 62,5% 25% 12,5%

18.23 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

18.23.1

A empresa fornece aos trabalhadores, gratuitamente, EPI adequado ao risco

e em perfeito estado de conservação e funcionamento, consoante as disposi-

ções contidas na NR 6– Equipamento de Proteção Individual?

37,5% 62,5% 0%

18.23.3

O cinto de segurança tipo paraquedista esta sendo utilizado em atividades a

mais de 2,00m (dois metros) de altura do piso, nas quais haja risco de queda

do trabalhador?

12,5% 62,5% 25%

18.23.3.1 O cinto de segurança é dotado de dispositivo trava-quedas e estar ligado a

cabo de segurança independente da estrutura do andaime? 12,5% 50% 37,5%

18.24 ARMAZENAGEM E ESTOCAGEM DE MATERIAIS

18.24.1

Os materiais devem estão armazenados e estocados de modo a não prejudi-

car o trânsito de pessoas e de trabalhadores, a circulação de materiais, o

acesso aos equipamentos de combate a incêndio, não obstruir portas ou

saídas de emergência e não provocar empuxos ou sobrecargas nas paredes,

lajes ou estruturas de sustentação, além do previsto em seu dimensionamen-

to?

25% 75% 0%

18.24.5

Os materiais não podem ser empilhados diretamente sobre piso instável,

úmido ou desnivelado. Na obra esses materiais estão sendo empilhando

diretamente sobre piso instável, úmido ou desnivelados?

37,5% 37,5% 25%

18.24.8

As madeiras retiradas de andaimes, tapumes, fôrmas e escoramentos estão

sendo empilhados, depois de retirados ou rebatidos os pregos, arames e fitas

de amarração?

0% 87,5% 12,5%

18.26 PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

18.26.1

A obra adota medidas que atendam, de forma eficaz, às necessidades de

prevenção e combate a incêndio para os diversos setores, atividades, máqui-

nas e equipamentos do canteiro de obras.

0% 100% 0%

18.27 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

O canteiro de obra possui sinalização de segurança? 25% 75% 0%

53

18.27.3

A sinalização de segurança em vias públicas deve ser dirigida para alertar os

motoristas, pedestres e em conformidade com as determinações do órgão

competente.

37,5% 50% 12,5%

18.29 ORDEM E LIMPEZA

18.29.1 O canteiro de obras apresentam-se organizado, limpo e desimpedido, nota-

damente nas vias de circulação, passagens e escadarias? 12,5% 87,5% 0%

18.29.2 O entulho e quaisquer sobras de materiais estão sendo regulamente coletados

e removidos? 0% 100% 0%

18.29.5 É mantido lixo ou entulho acumulado ou exposto em locais inadequados do

canteiro de obras? 100% 0% 0%

4.3ANÁLISE DOS ITENS PESQUISADOS

Os itens a seguir mostram a análise dos resultados, comentando cada item da lista a-

plicada nos canteiros de obra da cidade de Tucuruí.

4.3.1 - Programa de condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção- PC-

MAT

Devido ao porte da maioria das obras visitadas e as condições financeiras dos propri-

etários das obras, que não permitiam a contratação de um número maior de funcionários o

PCMAT não foi implantado em algumas obras. Contudo percebeu-se que outras necessitavam

da implantação do PCMAT enão seguiam a norma, por falta de conhecimento da norma ou

mesmo por descaso.

4.3.2 - Área de vivência

Pode-se observar que na maioria dos casos háfalta de conservação e limpeza das á-

reas de vivência. Em vários canteiros de obras as instalações sanitárias são improvisadas, e

54

suas instalações não oferecem as condições mínimas de segurança e higiene para o colabora-

dor, conforme as Figuras 8 e 9.

Figura8 - Instalações sanitárias.

Figura 9 – Instalações sanitárias improvisadas.

4.3.3 - Escavações, fundações e desmontes de rocha

Nas obras que havia a necessidade de escoramento adequado em estruturas vizinhas,

observou-se a inexistência do mesmo, assim como a falta de sinalização em volta.

55

4.3.4 - Armação de aço

Em todas as obras visitadas foram encontradas pontas de vergalhões de aço despro-

tegido, como pode ser visto na Figura 10. Quando perguntado aos trabalhadores ou responsá-

vel pela obra sobre a proteção, afirmavam que não havia a necessidade da proteçãodas pontas.

Figura10 - Vergalhões de aço expostos.

4.3.5 - Estrutura de concreto

Em todas as obras visita não se observou nenhuma falha visível no dimensionamento

das formas e escoramento, significando que estava apto a absorver as cargas, evitar deforma-

ções e garantir a qualidade da estrutura como exemplificada na Figura 11.

56

Figura 11 - Formas de madeira para concretagem.

Observou-se que no serviço de concretagem boa parte das obras somente pessoas au-

torizadas e indispensáveis para o serviço permaneciam no local. Porém um agravante identifi-

cado foi a não utilização dos EPI adequados à atividade, aliado a não qualificação dos profis-

sionais para execução do serviço. A Figura 12ilustra a situação.

Figura 12 - Trabalhadores sem os EPI.

57

4.3.6 - Escadas, rampas e passarelas

Em grande parte das obras visitadas a transposição de nível para o trabalhador era

improvisada ou simplesmente não existiam. Mesmo nas obras que possuíam escadas ou ram-

pas para a circulação as mesmas não apresentavam condições de segurança como mostrado

nas Figuras 13 e 14. Foi comum encontrar escadas convencionais improvisadas ou mesmo

nenhuma forma de transposição, o que obrigava o trabalhador a subir de outra forma.

Figura 13 - Escada improvisada.

Figura 14 - Escadas inadequadas.

58

4.3.7 - Proteção contra queda em altura

As obras visitadas não possuíam nenhum sistema de proteção coletiva (guarda corpo)

contra queda de trabalhadores ou de projeção de matérias. No transporte vertical de materiais

e ferramentas era comum encontrar o lançamento de “mão a mão” para transpor níveis. Ob-

servou-se também que não havia nenhum sistema de proteção coletiva em locais em que havia

risco de queda de trabalhadores ou materiais como indica a Figura 15. O mesmo acontece

com aberturas em pisos ou lajes.

Figura 15 - Ausência de guarda corpo.

4.3.8 – Andaimes

Em todas as obras visitadas os andaimes não cumpriam as exigências da norma quan-

to à fixação, nivelamento e proteção contra queda como mostrado na Figura 16. A utilização

de andaime de madeira foi comum nos canteiros de obras visitados, e muitos se mostravam

sem a capacidade de resistir ao peso dos trabalhadores e materiais.

59

Figura - 16. Andaimes improvisados.

4.3.9 - Instalações elétricas

Na grande maioria das obras visitadas encontraram-se partes vivas desprotegidas em

vários equipamentos (como mostrado na Figura 17) e instalações elétricas provisórias. Sendo

que acidentes relacionados ao choque elétrico são muito frequentes na construção civil.

Figura 17 - Instalações elétricas desprotegidas.

60

4.3.10 Máquinas, equipamentos e ferramentas diversas

Em boa parte das obras visitadas os equipamentos possuíam proteção das partes mó-

veis e tinham aterramento elétrico adequado.

4.3.11 - Equipamento de proteção individual – EPI

Observou-se que na maioria das obras visitadas o empregador não fornecia os EPI

para seus trabalhadores, e quando havia a necessidade de troca do equipamento por motivos

de deterioração, os mesmo não eram substituídos.

Em obras que havia a necessidade de proteção contra quedas em altura,em níveis a-

cima de dois metros, com o uso de cinto de segurança tipo paraquedista, observou-se que,

partes dos empregadores que forneciam o equipamento não obrigavam o uso, com isso o e-

quipamento não era utilizado e ficavam guardados.

Em boa parte das obras foi comum encontrar trabalhadores sem botas de segurança e

sem capacete como pode ser vista na Figura 18, ao qual são equipamentos mínimos para a

entrada em um canteiro de obras.

Figura 18 - Trabalhadores sem o EPI.

61

4.3.12 - Armazenagem e estocagem de materiais

A maioria das obras visitadas possuíam materiais de construção equipamentos arma-

zenado em local inadequados,podendo gerar sérios problemas, como perder o material e tam-

bém causar acidente no trabalho. Observou-se que o improviso e a negligência no armazena-

mento de materiais se tornam um grande vilão da perda de materiais aliado a condições inse-

guras no canteiro de obra, como mostrado nasFiguras 19 e 20.

Figura 19 - Barras de aço armazenado em local inadequado no canteiro.

Figura 20 - Materiais mal armazenados na obra.

62

4.3.13 - Proteção contra incêndio

Em todas as obras visitadas, não foi encontrada nenhuma medida que atendesse a ne-

cessidade de combate ao incêndio como extintores.

4.3.14 - Sinalização de segurança

Observou-se o que em grande parte das obras não havia sinalização com avisos, e

cartazes, informando sobre riscos. Mesmo as obras que possuíam algum tipo de sinalização,

as mesmas não eram de forma e quantidade adequada, assim como a sinalização externa, onde

se havia a necessidade de cavaletes, cones, fitas zebra e um orientador de trânsito veicular e

de pedestre.

4.3.15 - Ordem e limpeza

Grandes partes dos canteiros de obras mostram-se desorganizados quanto à locação

de materiais e entulhos, na qual ficam espalhados pela obra impedindo a boa circulação e não

garantindo um ambiente de trabalho seguro e higiênico. É notório que entulhos, formas e res-

tos de matérias como mostrado nas Figuras 21 e 22, após o uso não são removidos para locais

apropriados, ficando grande quantidade exposta a condições climáticas e ação da umidade.

63

Figura 21- Entulho não removido da obra.

Figura 22 - Formas e cavaletes em desordem na obra.

64

4.4QUESTIONÁRIO APLICADO AO COLABORADOR

A Tabela 4 mostra os resultados do questionário aplicado aos trabalhadores das o-

bras.

Tabela 4 - Resultado do questionário aplicadoaos trabalhadores.

QUESTÕES Sim Não

1) Você já participou de algum curso relacionado à segurança do trabalho? 38,1% 61,9%

2) Gostaria de participar? 90,5% 9,5%

3) Você recebe gratuitamente seus EPI? 71,4% 28,6%

4) Em caso de defeito em seu EPI, a empresa fornece outro? 52,4% 47,6%

5) Sua empresa lhe ofereceu treinamento em segurança do trabalho antes do inicio

desta obra? 61,9% 38,1%

6) Você já ouviu algo sobre a NR-18? 23,8% 76,2%

7) Considera o item “Segurança no Trabalho” importante para o bom andamento

da obra ? 95,2% 4,8%

8) Nesta obra você já sofreu algum acidente de trabalho? 14,3% 85,7%

9) Se ocorreu, Foi comunicado a empresa? 14,3% 85,7%

10) Provocou afastamento? 4,8% 95,2%

11) Quantos dias de afastamento? 4,8% 95,2%

Cerca 38,1% dos trabalhadores entrevistados afirmam nunca terem participado de al-

gum curso de segurança enquanto que os restantes dos trabalhadores afirmaram terem partici-

pado de algum curso de segurança ou palestra realizada por outras empresas. Sendo que a

maioria dos colaboradores, mesmo os que já participaram de algum curso ou palestra de segu-

rança mostram interesse em participar de algum curso relacionado, considerando que a segu-

rança no trabalho é de fundamental importância para o bom andamento da obra e para sua

integridade.

Outro item verificado foi quanto ao recebimento de EPI’s, saber se os equipamentos

eram disponibilizados gratuitamente pelos empregadores e se quando apresentando defeito era

realizada a troca do mesmo, sendo que a entrega de EPI’s são de responsabilidade do empre-

gador.

65

Dos 21 colaboradores entrevistados 14,3% afirmaram que já sofreram acidentes na

obra em que estavam trabalhando, e os mesmos afirmaram que o empregador foi informado

sobre o acidente sofrido, contudo somente 4,8% afirmam que houve afastamento após o aci-

dente.

4.5QUESTIONÁRIO APLICADO AO EMPREENDEDOR

A aplicação do questionário teve como objetivo analisar o grau de comprometimento

relacionado à segurança do trabalho nos canteiro de obra. Porem o que foi observado nas visi-

tas, foi à inexistência de um representante da empresa, apenas foi encontrado o líder das equi-

pes em obras o que implicava em um não conhecimento técnico das normas de segurança a-

carretando um não cumprimento da mesma.

A maioria das obras visitadas não possuía placa com o nome dos responsáveis técni-

co, apenas os nomes dos mesmos eram informados pelos lideres de equipe, o que dificultou a

veracidade dos dados coletados.

De acordo com os lideres de equipe das obras visitada, numa pergunta feita a eles

sobre informar os riscos ambientais presente nos locais de serviço e forma de evitar os aciden-

tes, 100% das empresas relataram que todos os colaboradores recebiam tais informações. Po-

rem na pratica e nas entrevistas aos trabalhadores essas informações não eram fornecidas aos

colaboradores.

4.6ANÁLISES GERAIS DOS ITENS DA NR-18 NOS CANTEIROS DE OBRAS

Após analisar a lista de verificação aplicada nas obras, pode-se detectar que alguns

itens da NR-18 não se aplicavam no canteiro no momento da visita, esses foram excluídos

para contabilização real dos percentuais de cumprimentos dos itens em cada obra. Na Tabela

5 encontram-se os percentuais de cumprimento ou não por obra e a média geral.

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Tabela 5 – Análise geral da lista de verificação da NR-18.

RESULTADOS DA APLICAÇÃO DA NR-18 NOS CANTEIRO DE OBRA DE TUCURUÍ

OBRAS VISITADAS SIM NÃO

OBRA 1 45,2 54,8

OBRA 2 46,6 53,4

OBRA 3 18,6 81,4

OBRA 4 36,4 63,6

OBRA 5 21,4 78,6

OBRA 6 32,1 67,9

OBRA 7 31,2 68,8

OBRA 8 34,4 65,6

Média dos percentuais

SIM NÃO

33,2 66,8

Além dos itens analisados na lista de verificação, foram observados outros que não

entraram nos questionários, mas que se mostram importantes para serem citados; O acesso de

carga e descarga de materiais, um problema comum em todas as obras visitadas, pois eram

feitos pelo mesmo local de entrada dos visitantes e funcionários.

A estocagem de matérias, áreas de vivência, escritórios e outras etapas apresentaram-

se desorganizados. Tal fato acaba contribuindopara a redução de espaço físico e para a movi-

mentação de materiais e pessoas, o que colabora para uma maior iminência de acidentes na

obra.

Boa parte das obras não apresentava local adequado para os funcionários realizarem

suas refeições e nem mesmo o aquecimento. Nenhum tipo de cadeira ou mesa foi encontrado.

Mesmo os canteiros que possuíam local para tal, não atendiam aos itens da norma.

Todos os canteiros de obras visitados não apresentavam local adequado para os fun-

cionários guardarem seus pertences. Fazendo com que ficassem em local inapropriado.

Observou-se que em todas as obras visitadas as empresas e donos de obra não fazem

investimento em uniformes para os funcionários, assim como em alguns equipamentos, por

julgarem serdispensável a sua utilização.

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Notou-se que boa parte dos canteiros de obra possuía tapumes ou outro tipo de bar-

reira que pudesse impedir o acesso de pessoas estranhas na obra. Nas obras que possuíam o

tapume foi observado que não passavam por manutenções periódicas e foi comum encontrá-

los com alguma parte deteriorada, e, portanto, acabava deixando de cumprir a sua função.

Um ponto positivo observado nos canteiros foi quanto à preocupação dos mestres de

obras ou encarregados das obras em no mínimo uma vez por semana ou mensalmente, lem-

brar os trabalhadores da importância de se trabalhar com segurança e com os devidos cuida-

dos para a realização das atividades, contudo não exigem que trabalhem com os devidos equi-

pamentos de segurança.

Nas obras visitadas observou-se que os empregados não tiveram treinamento admis-

sional o qual visa garantir a execução das atividades com segurança, e que somente alguns

trabalhadores recebiam informações superficiais em relação à segurança para o inicio de suas

atividades, mostrando informalidade do setor da construção civil.

Outro ponto foi à entrada de visitantes e pessoas alheias a obras, os mesmo tinham

acesso sem os devidos equipamentos de proteção individual, ou, sem as devidas recomenda-

ções para entrada no canteiro, o que caracteriza a falta de cultura da utilização dos EPI e da

própria segurança no trabalho por parte dos trabalhadores e responsáveis pelas obras.

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5. CONCLUSÃO

Segurança no trabalho é um conjunto de medidas administrativas, legais, técnicas

médicas, educacionais e psicológicas, com cunho multidisciplinar com o objetivo de realizar a

prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. A segurança se consegue com simples atitu-

des, baixos investimentos, apoio e participação de todos os membros da empresa.

Para que a segurança no trabalho seja realmente implantada nos canteiro de obra, é

necessário, antes de tudo, que ela exista fisicamente e que seja colocada em prática. A respon-

sabilidade de idealizar medidas de prevenção nos locais de trabalho depende do grau de com-

prometimento da empresa na estrutura organizacional. É importanteque as empresa vejam os

custo com a segurança no trabalho como um investimento e não como desperdício.

O estudo buscou verificar o nível de segurança no trabalho nas obras da construção

civil do município de Tucuruí. Objetivando analisar a importância da questão da segurança no

setor e principalmente com seus trabalhadores.

De acordo com o preenchimentos da lista e as analises realizada, observou-se que de

uma forma geral empresas e empreendedores não cumpriram cerca de 66,8% dos requisito

considerado mínimo de segurança exigido pela NR-18.

Portanto, diante dos dados é evidente que grande parte das obras visitadas não aplica

a NR-18 nos locais de trabalho que visem garantir a segurança dos trabalhadores nos canteiro

de obras, o que torna o setor da construção civil mais vulnerável a acidente no trabalho e ate

situações à morte de trabalhadores.

De acordo com as entrevistas feitas aos colaboradores nas obras, um grande número

dos entrevistados nunca participou de cursos relacionados à segurança e um pequeno número

que já participoumostrou interesse em participar, considerando que a segurança no trabalho é

de fundamental importância para o bom andamento da obra e para sua integridade.

Em relação ao questionário aplicado ao empreendedor, após a análise foi constatada

a inexistência de um representante da empresa, pois apenas era encontrado o líder das equipes

nas obras isso implica em falta de conhecimento técnico das normas de segurança acarretando

69

em não cumprimento da mesma e aumento das condições de insegurança e por consequência

maiores possibilidades de acidentes.

Investimentos na área de segurança são de extrema importância, percebeu-se que vá-

rias das empresas visitadas mostram não ter consciência dessa importância e acreditam que

tais investimentos não contribuem diretamente para uma maior produtividade, diminuição do

número de afastamento dos trabalhadores decorrente de acidentes no trabalho, redução das

perdas de matérias e danos causados aos próprios equipamentos e terceiros.

Além dessas causas, tal investimento poderá gerar uma imagem positiva para a em-

presa perante os funcionários e a própria sociedade o que aumentara a credibilidade e compe-

titividade no mercado.

Diante dos fatos constatados, propomos as seguintes sugestões para melhoria da se-

gurança no setor:

1. A aplicação mínima da NR-18 nos canteiros de obras da cidade de Tucuruí,

mesmo com o atendimento das exigências da norma, não implica na eliminação de acidentes e

fatalidades, mas que contribui para a prevenção.

2. Pode ser criada uma parceria entre a universidade (UFPA) e empresas locais,

através do projeto de extensão (PQO) para a aplicação de cursos e treinamentos que promo-

vam a cultura da higiene e segurança no trabalho.

3. A qualificação do profissional é a forma mais eficiente para mudar o quadro

deacidenteno trabalho, assim como melhorar o ambiente de trabalho, produtividade e qualida-

de do serviço prestado.

4. O arranjo físico dos canteiros de obras merece uma considerada preocupação,

pois além da importância de organização, outros fatores como limpeza, produtividade e segu-

rança nas obras são de grande relevância.

5. Aumentar a atuação da DRT nos canteiros de obras da cidade de Tucuruí com

uma maior e incisiva fiscalização além de incentivos para conscientização dos empregados.

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Como sugestões para trabalhos futuros indicam-se:

1. Desenvolver e aplicar uma análise mais detalhadas dos requisitos exigidos pela

NR-18, num maior período de acompanhamento em obra, afim de uma melhor veracidade dos

dados.

2. Aplicar a NR-18 nos canteiro de obra da cidade de Tucuruí e medir o ganho em

segurança e produtividade nos locais de trabalho.

3. Fazer levantamento dos custos de cursos, equipamentos e manutenção em o-

bras do município e medir os benefícios que os mesmo poderão gerar.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRFICAS

AMÂNCIO, V. et al. Na mira da gestão. Revista Proteção, p. 44-48, out/2002.

ARAÚJO, N. M. C. NR-18: uma década de transformações. Revista Proteção.2002

BRANDLI, L. L. A Estratégia de Subcontratação e as Relações Organizacionais

na Construção Civil de Florianópolis. Ijuí: Editora Unijuí, 2000. 165p. Dissertação

(mestrado em Gerenciamento da Construção) – departamento de Tecnologia, URN-

RGS. Ijuí, 2000.

COSTELLA M.F. Análise dos acidentes do trabalho e doenças profissionais ocor-

ridos na atividade de construção civil no Rio Grande do Sul em 1996 e 1997.150

p.Dissertação(mestrado em Engenharia Civil), UFRGS.Porto Alegre, 1999.

GESTÃO DE CARREIRA. Revista Techne, São Paulo, p. 40, outubro/2008.

JUNIOR, J. A. D. Segurança do trabalho em obras de construção Civil: uma a-

bordagem na cidade de Santa Rosa-RS. Ijuí, 2002.

LUDOVICE, H.Trabalho e Segurança: uma questão de cidadania. Revista do

CONFEA – Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

Mensal de Saúde e Segurança do Trabalho, n. 161, p. 34-46, 2005.

Ministério da Previdência Social. Acidentes de trabalho: Anuário estatístico disponí-

vel em: http://www.previdenciasocial.gov.br/AgPREV/agprev_mostraNoticia.asp.

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Trabalho na Indústria da Construção. Segurança e Medicina do Trabalho, 7ª e-

dição, Editora YENDIS: São Paulo, 2011.

OLIVEIRA, C.A.D. Segurança e Medicina do Trabalho: Guia de Prevenção de

Riscos, 2009.

SAMPAIO, J. C. A. PCMAT: Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho

na Indústria da Construção. São Paulo: Pini, SINDUSCON/SP, 1998.

72

SAURIN, T. A. Método para diagnósticas e diretrizes para planejamento de can-

teiros de obra de edificações. Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Escola de

Engenharia, CPGEC/UFRGS. Porto Alegre, 1997

SCALDELAI, A. V.; OLIVEIRA, C. A. D. ; MILANELI, E.; OLIVEIRA, J. B. C.;

BOLOGNESI, P. R. Manual de Prático de Saúde e Segurança do trabalho. São

Caetano do Sul, Yendis, 2009.

VIEIRA, S. I. (org.). Medicina básica do trabalho. Vol. II. Curitiba: Gênesis, 1994.

VITÓRIA, M. de C.II Simpósio Brasileiro de Gestão da Qualidade e Organização do

Trabalho no Ambiente Construído: A Avaliação do Grau de Utilização das Normas

de Segurança nos Canteiros de Obra da Cidade de Cascavel,Fortaleza 2001.

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APÊNDICE A

MODELO DO QUESTIONARIO AO COLABORADOR

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QUESTIONARIO DE SEGURANÇA- AO COLABORADOR

1) Você já participou de algum curso relacionado à segurança do trabalho?

( ) Sim ( ) Não

2) Gostaria de participar?

( ) Sim ( ) Não

3) Você recebe gratuitamente seus EPIs?

( ) Sim ( ) Não

4) Em caso de defeito em seu EPI, a empresa fornece outro?

( ) Sim ( ) Não

5) Sua empresa lhe ofereceu treinamento em segurança do trabalho antes do inicio desta obra?

( ) Sim ( ) Não

6) Você já ouviu algo sobre a NR-18?

( ) Sim ( ) Não

7) Considera o item “Segurança no Trabalho” importante para o bom andamento da obra ?

( ) Sim ( ) Não

8) Nesta obra você já sofreu algum acidente de trabalho?

( ) Sim ( ) Não

9) Se ocorreu, Foi comunicado a empresa?

( ) Sim ( ) Não

10) Provocou afastamento?

( ) Sim ( ) Não

11) Quantos dias de afastamento?

_________________________________________________

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APÊNDICE B

MODELO DO QUESTIONARIO AO EMPREENDEDOR

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QUESTIONARIO DE SEGURANÇA – AO EMPREENDEDOR

Data:___/___/___

DADOS DA EMPRESA

1) Enderço:_____________________________Bairro:______________________Telefone________________

2) ResponsávelTécnico:_____________________________________________________________________

3) Qual o tipo da obra? ( ) Publica ( ) Privada ( ) Comercial ( ) Mista

4) Tem placa? ( ) Sim ( ) Não

5) Tem Projeto (Memorial Técnico)? ( ) Sim ( ) Não

6) Qual tipo de projeto? ( ) Arquitetônico ( ) Hidráulico ( ) Elétrico ( ) Fundação Ou-

tros:____________________________

7) Tempo previsto de Termino? _____________________________________________

8) Quantidade de Trabalhadores?____________________________________________

9) Quantidade de Obras em andamento?_______________________________________

10) Estabelece e implanta o PCMAT como atividade? ( ) Sim ( ) Não

11) Informa os colaboradores sobre Riscos Ambientais? ( ) Sim ( ) Não

12) Informa os meios necessários para prevenir acidentes? ( ) Sim ( ) Não