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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Vera Regina do Carmo Mendonça Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: Um Estudo de Caso no Município de Volta Redonda Rio de Janeiro 2007

Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: Um Estudo de ... · O município de V. Redonda, ... Tabela 12 Distribuição das mulheres segundo variáveis referentes à utilização

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROCENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDEINSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA

Vera Regina do Carmo Mendonça

Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: Um Estudo de Caso noMunicípio de Volta Redonda

Rio de Janeiro

2007

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Vera Regina do Carmo Mendonça

Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: Um Estudo de Caso noMunicípio de Volta Redonda

Dissertação de Mestrado apresentada ao Institutode Saúde Coletiva, Centro de Ciências da SaúdeUniversidade Federal do Rio de Janeiro, comoparte dos requisitos necessários à obtenção dotítulo de Mestre em Saúde Coletiva. Área deconcentração em Políticas de Saúde,Planejamento, Avaliação.

Orientadora: Dra. Ivani Bursztyn

Rio de Janeiro

2007

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M539aMENDONÇA, Vera Regina do Carmo. Avaliação do PSF na perspectiva do usuário: um estudo de caso no

município de Volta Redonda/ Vera Regina do Carmo Mendonça. Riode Janeiro: 2007.

98f. Orientadora: Ivani Bursztyn Dissertação (mestrado) – Instituto de Saúde Coletivo, Centro de

Ciências da Saúde Universidade Federal do Rio de Janeiro. 1. Programa de saúde da família 2. Avaliação de serviços e saúde 3.

Visão dos usuários I. Mendonça, Vera Regina do Carmo. II.Universidade Federal do Rio de Janeiro. III. Título.

CDD: 610.734

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RESUMO

MENDONÇA, Vera Regina do Carmo. Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: UmEstudo de Caso no Município de Volta Redonda. Rio de Janeiro, 2007 Dissertação (Mestradoem Saúde Coletiva) Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Riode Janeiro, 2007

O município de V. Redonda, localiza-se ao Sul do Estado do Rio de Janeiro. Suapopulação é de 258.145 habitantes. A rede assistencial do município vem sendo estruturada,acompanhando a implementação das políticas preconizadas pelo Ministério da Saúde. Em1993 aderiu á estratégia de reorganização da atenção, implantando o Programa Saúde daFamília, o qual iniciou as atividades em 1994, em cinco bairros, cobrindo 10% de suapopulação. Esta cobertura permaneceu até o lançamento do PROESF- Programa de Expansãodo PSF, para os municípios acima de 100.000 habitantes, pelo Ministério da Saúde. Estetrabalho visa analisar o padrão de utilização dos serviços de saúde pela população assistidapela estratégia Saúde da Família; analisar a utilização dos serviços pelos usuários de uma áreaassistida pela Estratégia´Saúde da Família; verificar se a população incorpora a lógica dediagnóstico e intervenção precoce ao procurar os serviços de saúde ; averiguar se a equipe dePSF atua enfatizando a prevenção de agravos e a promoção da saúde. Analisar a opinião dapopulação sobre a Estratégia Saúde da Família Neste trabalho foi realizado um estudotransversal, através de inquérito domiciliar. O universo amostral foi constituído pelas 1115famílias cadastradas em um módulo de PSF, entre as quais selecionou-se uma amostraaleatória de 300 famílias. As variáveis do estudo foram definidas enfocando, sob o ponto devista dos usuários, os aspectos de acesso aos serviços de saúde, resolubilidade das ações,organização dos serviços, processo de trabalho dos profissionais, referência e contra-referência, integralidade da atenção à saúde. A informação foi coletada por meio dequestionários formulados com perguntas abertas e fechadas. Os dados coletados foramarmazenados em bancos no programa Excel e analisados com o auxílio do software Epiinfo,realizando-se uma análise descritiva baseada de freqüências e tabulações simples. Entre osresultados deste estudo observou-se a insatisfação da população com o sistema deagendamento de consultas, a insuficiência de atividades educativas, o desconhecimento doprocesso de trabalho do PSF pela população, baixa resolubilidade e quase inexistência devisitas domiciliares por parte dos agentes comunitários. Concluiu-se que deve haver umarevisão do processo de trabalho da equipe, com capacitação adequada para as atividades deprevenção e promoção da saúde, e abordagem da comunidade.

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ABSTRACT

MENDONÇA, Vera Regina do Carmo. Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: UmEstudo de Caso no Município de Volta Redonda. Rio de Janeiro, 2007. Dissertação(Mestrado em Saúde Coletiva) Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal do Rio deJaneiro, Rio de Janeiro, 2007

The municipal district of Volta Redonda, is situated at the south in the state of Rio deJaneiro. It's population is about 258,145 inhabitants. The municipal health care network hasbeen structured according to the implementation of the Health Ministry's politics.In 1993 itjoined the strategy for reorganizing health care, starting the Programa de Saúde da Família,which iniciated it's activities in 1994, at five neighborhoods, covering 10% of all themunicipal districts's population. This coverage lasted until the release of PROESF –

Programa de Expansão do PSF, for municipalities over 100,000 inhabitants, by the HealthMinistry. This work aims to analyze the pattern of the utilization of the health services by thepopulation assisted by the family health strategy; to analyze the utilization of services by theusers of an area assisted by the family health strategy; to verify if the population accepts thediagnostic and early intervention logics when seeking the health services; to verify if the PSFteam acts emphasizing the grievance prevention and health promotion; to analyze the opinionof the population about the family health strategy. The sample universe was constituted by1,115 families registered in a PSF module, from which a randomized sample of 300 familieshas been selected. The study variables were defined focusing, from the user's point of view,the aspects of access to the health services, the resolubility of actions, the servicesorganization, professionals' work process, reference and counter reference,comprehensiveness of healthcare. The information was collected by means of questionnairesmade with open and closed questions. The data collected were then stored in the softwareExcel's databases and analyzed with the aid of the software Epiinfo, a descriptive analysis hasbeen carried out based on frequencies and simple tabulations. Among the results of this studyit has been observed a population dissatisfaction concerning the medical appointment system,the insufficiency of the educative activities, the population unawareness about PSF workprocess, low resolubility and the almost nonexistence of the home visits done by thecommunity health worker. It has been concluded that there must have be a review of the teamwork process, with the adequate skills development for the prevention and promotion ofhealth activities, as well as the community approach.

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 12

1 INTRODUÇÃO 15

1.1 O Município de Volta Redonda. Aspectos Históricos 15

1.2 Aspectos Gerais 16

1.3 A Rede Municipal de Saúde em Volta Redonda 17

1.4 A Estratégia Saúde da Família em Volta Redonda 20

2 OBJETIVOS 24

3 A ATENÇÃO PRIMÁRIA – MODELO BRASILEIRO 25

3.1 O Conceito de Saúde 25

3.2 A Atenção Primária em Saúde 28

3.3 A Atenção Primária e Promoção da Saúde 31

3.4 A Atenção Primária no Brasil 34

3.5 Avaliação na Atenção Primária 37

4 METODOLOGIA 41

5 RESULTADOS 45

6 DISCUSSÃO 75

7 CONCLUSÃO 81

REFERÊNCIAS 82

ANEXOS 87

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Agradecimentos

Este trabalho é resultado da atuação de muitas pessoas, com as quais divido a alegriapela sua conclusão e a quais agradeço do fundo do meu coração.

À Secretaria Municipal de Saúde de Volta Redonda, pelo apoio e permissão para a realizaçãodeste estudo, através dos Secretários de Saúde José Roberto Roxo e Neusa Maria Jordão;

À equipe da Unidade de Saúde e aos moradores do bairro Vila Rica

Aos meus colegas de Trabalho do Departamento de Desenvolvimento de Programas peloapoio e incentivo;

Aos meus filhos e marido pelo apoio e por entenderem as minhas dificuldades e ausências, eespecialmente à Tainá pelo trabalho de digitação das tabelas e por ter assumido as tarefasdomésticas nos finais de semana e ao Tauã pela revisão gramatical e tradução para o inglês;

À Fátima Pereira, com quem desde 1987, divido o gosto pela atuação no serviço publico, peladisponibilidade em atender meu pedido de ajuda;

À Sheila e a Laís, pelo incentivo e iniciação na vida acadêmica;

Aos meus colegas professores do Curso de Enfermagem do Centro Universitário de BarraMansa pelo incentivo e carinho e a bibliotecária Dalva de Andrade

À Ana Lúcia e seu marido André pelo apoio no inicio do curso;

À Analice, Sheila, Marluce e Berta, com as quais dividi horas de trabalho em busca de umsistema de saúde mais justo e mais humano;

À Associação de Aposentados e Pensionistas de Volta Redonda, pelo apoio de seus diretorese colegas que nesta última fase do curso permitiram e compreenderam minha ausência;

Aos funcionários do IESC, especialmente ao Ivisson e ao Geraldo de Oliveira sempre muitoatenciosos;

À Ivete, por suas palavras de incentivo e atenção;

Agradeço aos alunos do Curso de Enfermagem do UBM que participaram da aplicação doquestionário teste: Ila Cristina, Jaqueline, Priscila Cristina, Lila, Márcia.

Agradeço aos alunos do Curso de Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa queconviveram comigo enfrentando sol e chuva e sem os quais este trabalho não seria concluído:André, Fernanda, Renata, Maria Luiza, Marluce, Giuliane, Natália, Daniel, Priscila Moura,Ludmila.

E por fim agradeço à minha orientadora Ivani, pela atenção, carinho, disponibilidade,compreensão e incentivo, e à banca examinadora que gentilmente aceitou avaliar meutrabalho.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Caracterização do entrevistado principal, bairro Vila Rica, Volta Redonda 2007. 46

Tabela 02 Distribuição dos entrevistados segundo variáveis referentes à acessibilidade àunidade de saúde do bairro Vila Rica, segundo entrevistado principal, 2007. 48

Tabela 03 Distribuição das crianças menores de 01 ano segundo variáveis segundo sexo,idade, estado imunológico e amamentação, Vila Rica, Volta Redonda, 2007. 55

Tabela 04 Distribuição das crianças de 1 a 4 anos segundo sexo, freqüência a creche,condição de deficiência, Vila Rica, Volta Redonda, 2007. 55

Tabela 05 Distribuição das crianças de 05 a 09 anos segundo sexo escolaridade e condição dedeficiência, Vila Rica, Volta Redonda, 2007. 56

Tabela 06 Distribuição das crianças de 9 a 12 anos segundo sexo, escolaridade econdição de deficiência, Vila Rica, Volta Redonda, 2007. 56

Tabela 07 Distribuição dos jovens 13 a 18 anos segundo posição na família, sexo,escolaridade, ocupação e renda, Vila Rica, Volta Redonda, 2007. 59

Tabela 08 Distribuição dos jovens de 13 a 18 anos de acordo com variáveis relativas àutilização dos serviços, Vila Rica, Volta Redonda, 2007. 60

Tabela 09 Distribuição dos homens acima dos 19 anos segundo escolaridade, ocupação,condição de deficiência, renda e faixa etária Vila Rica, Volta Redonda, 2007. 62

Tabela 10 Distribuição dos homens acima de 19 anos segundo variáveis referentes àutilização dos serviços de acordo com a faixa etária, Vila Rica, Volta Redonda,2007.

63

Tabela 11 Distribuição das mulheres acima de 19 anos segundo escolaridade, ocupação,condição de deficiência, renda e faixa etária, Vila Rica, Volta Redonda, 2007. 67

Tabela 12 Distribuição das mulheres segundo variáveis referentes à utilização da unidade desaúde, Vila Rica, Volta Redonda, 2007. 69

Tabela 13 Distribuição das mulheres de acordo com variáveis referentes à utilização de outrosserviços, Vila Rica, Volta Redonda, 2007. 71

Tabela 14 Distribuição das mulheres acima de 19 anos segundo variáveis referentes àsexualidade e participação em atividades educativas, Vila Rica, Volta Redonda,2007.

73

Tabela 15 Distribuição das mulheres acima de 60 anos segundo variáveis referentes àparticipação em atividades para 3ª idade, Vila Rica, Volta Redonda, 2007.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 Aspectos positivos e negativos do Programa Saúde da Família, do bairro VilaRica-Volta Redonda, segundo entrevistado principal, 2007. 49

Quadro 02 Satisfação com o atendimento e resolução de problema no último comparecimento aunidade de saúde segundo o entrevistado principal, Vila Rica, Volta Redonda, 2007.

51

Quadro 03 Visita Domiciliar pela Equipe do Programa Saúde da Família, conforme entrevistadoprincipal, Vila Rica, Volta Redonda, 2007.

52

Quadro 04 Última utilização da unidade de saúde pelo entrevistado principal, Vila Rica, VoltaRedonda, 2007.

53

Quadro 05 Caracterização das Gestantes do bairro Vila Rica, Volta Redonda, 2007. 65

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GRÁFICOS

Gráfico 01 Utilização de serviços de saúde por crianças de 0 a 12 anos, bairro Vila Rica, VoltaRedonda, 2007.

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LISTA DE SIGLAS

ADPH Ações para o Desenvolvimento do Potencial Humano Para a Melhoria da Qualidade do Serviço Público

AIS Ações Integradas de Saúde CCS Conselho Comunitário de Saúde CIMS Comissão Municipal Inter Institucional de Saúde CONAM Conselho de Associações de MoradoresCSN Companhia Siderúrgica Nacional ENSP Escola Nacional de Saúde PúblicaESF Estratégia Saúde da FamíliaFEBAM Fundação Educacional de Barra Mansa.FIOCRUZ Fundação Oswaldo CruzFUNASA Fundação Nacional de SaúdeIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaINAMPS Instituo Nacional de Assistência Médica da Previdência SocialLBA Legião Brasileira de Assistência NOAS Norma Operacional da Assistência à SaúdeOMS Organização Mundial de SaúdePREV-SAÚDE Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde PROESF Programa de Expansão do Saúde da FamíliaPSA Antígeno específico da próstataPSB Partido Socialista BrasileiroPSF Programa Saúde da Família PT Partido dos TrabalhadoresSAH Serviço Autônomo Hospitalar SINPAS Sistema Nacional de Previdência e Assistência SocialSMS Secretaria Municipal de Saúde SUS Sistema Único de Saúde UBM Centro Universitário de Barra Mansa UFRJ Universidade Federal do Rio de JaneiroUHG União Hospitalar GratuitaWWW World wide webWHO World health Organization WONCA Sociedade Européia de Clínica Geral/ Medicina de Família

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APRESENTAÇÃO

Nasci em Volta Redonda, onde estudei e conclui o 1º e 2º grau. Cursei a Faculdade de

Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro e após seu término em 1980,

retornei ao meu município por entender que havia um campo de trabalho aberto para a

profissão, por minha família permanecer residindo ali e por saber que enquanto cidadã

poderia contribuir de alguma forma com os meus conhecimentos para o desenvolvimento

local. Assim, ao retornar integrei-me ao movimento popular, participando da Associação de

Moradores de meu bairro, do Conselho de Associações de Moradores - CONAM, do

Conselho Comunitário de Saúde, tendo a oportunidade de representá-lo na CIMS, Comissão

Inter Institucional de Saúde, movimentos estes muito atuantes no início da década de 80.

Minha vida profissional iniciou-se em uma clínica de assistência a crianças portadoras

de deficiência, conveniada à extinta Legião Brasileira de Assistência.

Após 02 anos de atuação, tive a oportunidade de integrar equipe do Serviço de

Psicologia e Assistência ao Escolar da Fundação Educacional de Barra Mansa, onde

trabalhava com as famílias dos alunos e a comunidade.

Nesta época, já chamava minha atenção às precárias condições de vida e saúde da

população interferindo no desenvolvimento escolar e na saúde dos alunos.

Em 1987, participei de um concurso público promovido pelo Governo Estadual, cujas

vagas destinavam-se área da Saúde com 01 vaga disponível para o Posto de Saúde de Volta

Redonda. Fui aprovada neste concurso e devido a minha classificação pude escolher o meu

município de residência como lotação.

Inicia-se então minha vinculação à área da Saúde, com a atuação na primeira equipe

de Saúde Mental que estava sendo criada. Nesta época já havia acontecido a primeira eleição

após o município deixar de ser considerado Área de Segurança Nacional e a Secretaria de

Saúde começava a se desenvolver. Minha participação agora se dava nos dois campos; no

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movimento popular e como profissional. As contradições da sociedade ficavam cada vez mais

claras, e o entendimento de que era fundamental que os governos se preocupassem em

oferecer serviços de saúde mais adequados à realidade da população, mais evidentes.

Após avanços e retrocessos na construção do Sistema de Saúde no município num

espaço de 08 anos, ocorre uma nova eleição municipal sendo destinada ao Partido dos

Trabalhadores do qual eu era simpatizante, a condução da Secretaria de Saúde. Neste período,

iniciado em 1993, recebi um convite para gerenciar a Unidade de Saúde do Estado, da qual eu

era funcionária, com a tarefa principal de colaborar no processo de sua municipalização.

Cumprida esta tarefa, coordenei em 1994 a equipe da Assessoria de Treinamento e

Desenvolvimento de Recursos Humanos da SMS, tendo como tarefa o desenvolvimento da

estratégia de gestão democrática na área de saúde, denominada Ações para o

Desenvolvimento do Potencial Humano Para a Melhoria da Qualidade do Serviço Público -

ADPH, que buscava a adesão dos funcionários ao Projeto "Em Defesa da Vida". Este trabalho

consistia na realização de oficinas de sensibilização e de planejamento na área gerencial,

buscando um novo entendimento dos profissionais quanto á sua responsabilidade para com os

usuários do serviço e a melhoria da qualidade do atendimento, reforçando a importância da

humanização do processo de trabalho e construção de um trabalhador coletivo (Braga, 1999).

Estive na coordenação deste setor por alguns anos, me afastando por um período, para

assumir a Chefia de Gabinete da Secretaria de Saúde, posteriormente retornando à função,

acumulando também a coordenação do Departamento de Desenvolvimento de Programas,

tendo a oportunidade de participar nestes momentos do colegiado de gestão da SMS. Isto me

fez aproximar das questões gerenciais, percebendo cada vez mais a necessidade de

sistematização de ações de planejamento, avaliação para a construção de um sistema mais

efetivo.

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Nesta construção, tive também a oportunidade de me qualificar concluindo 03

especializações: a primeira em Desenvolvimento Gerencial de Unidades de Saúde, outra em

Desenvolvimento de Recursos Humanos para o SUS, ambas pela ENSP-FIOCRUZ, e a

terceira, mais recentemente, em Vigilância em Saúde, pelo Centro Universitário de Barra

Mansa, em convênio com a Fundação Nacional de Saúde - FUNASA.

O interesse em realizar minha dissertação de mestrado enfocando a Estratégia Saúde

da Família – PSF, deve-se ao fato de eu ter participado, desde a tomada de decisão pela

implantação da estratégia, definindo os locais onde seriam implantadas as primeiras equipes,

seleção das mesmas, estratégias para sua capacitação, acompanhamento de seus resultados, e

ainda, a decisão de implantar no município o PROESF – Programa de Expansão de Saúde da

Família, para os municípios acima de 100.000 habitantes.

No entanto, percebi que nestes doze anos, a avaliação do programa privilegiou os

aspectos técnicos, não verificando a visão e a adesão da população a esta estratégia.

Portanto, pretendo com a realização deste trabalho, contribuir para a consolidação da

implantação do Programa Saúde da Família, demonstrando o nível de adesão da população ao

mesmo e o padrão de utilização, para propiciar ao serviço de saúde a possibilidade de

identificar as falhas, assim podendo corrigi-las melhorando a qualidade dos serviços

oferecidos à população.

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1 INTRODUÇÃO

1.1 O MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA - ASPECTOS HISTÓRICOS

A ocupação no médio Vale do Paraíba do Estado do Rio de Janeiro, onde se situa o

município de Volta Redonda, teve seu início com o ciclo econômico cafeeiro no final do

século XVIII. Com o esgotamento deste ciclo a pecuária toma seu lugar.

Em 1940, o espaço urbano era composto por dois povoados, um á margem esquerda e

outro à direita do rio Paraíba do Sul, constituído como o 8º Distrito do município de Barra

Mansa, com poucos equipamentos urbanos e serviços públicos precários (IPPU-VR, 1994).

A cidade se desenvolveu a partir da implantação da CSN em 09 de abril de 1941, quando

chegaram os primeiros trabalhadores incumbidos de sua construção.

Paralelamente à construção da Usina, inicia-se a construção da cidade operária, com

infra-estrutura adequada, conforme padrão norte-americano. As residências eram construídas

e destinadas aos funcionários conforme o seu padrão de especialização, formando bairros com

características sócio-econômicas diferenciadas reforçando a estratificação social.

O processo de industrialização foi marcante determinando o desenvolvimento e a

expansão demográfica da região.

O município foi criado pela lei nº 2185 de 17 de julho de 1954, quando se emancipou de

Barra Mansa. Nesta época expandiu-se a malha urbana, com implantação de vários bairros e

ocupações de terras não regularizadas, carecendo de equipamentos sociais. Existiam “dois

municípios” um administrado pela Prefeitura e outro administrado pela CSN. Durante o

período de ditadura militar, o município passou a ser considerado área de Segurança Nacional

(COSTA, 1991).

Em 1968 reuniu-se sob a mesma administração a cidade operária e a cidade velha, visto a

retirada da CSN da administração das tarefas urbanas e da venda de suas casas aos operários

que as ocupavam (IPPU-VR, 1994).

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Na década de 70 ocorre a primeira expansão da CSN, trazendo um contingente de

operários contratados temporariamente para a cidade, que nela permaneceram após o término

das obras, causando um crescimento urbano desordenado, agravado também pela crise

econômica da década de 80.

Na metade dos anos 90, fruto da política econômica nacional, ocorreu à privatização da

CSN, um forte golpe para a cidade. Houve um aumento do desemprego face à política de

demissões implantada e redução dos direitos sociais dos empregados, do qual a assistência à

saúde é um exemplo. A assistência que era gratuita e prestada pela empresa é privatizada,

passando a fazer jus á mesma quem pagasse por ela, através da adesão a planos de saúde.

1.2 ASPECTOS GERAIS

O município de Volta Redonda está situado às margens do rio Paraíba do Sul, na região

do Médio Paraíba, entre as Serras do Mar e da Mantiqueira, ao sul do Estado do Rio de

Janeiro, limitando-se com os municípios de Pirai, Barra do Piraí, Pinheiral, Barra Mansa e Rio

Claro. Tem uma superfície de 181Km², sendo um dos menores municípios do Estado (IPPU-

VR, 1994).

Sua população em 2006 foi estimada pelo IBGE em 258.145 habitantes.

Volta Redonda é uma cidade industrial que possui como característica a hegemonia de

uma só empresa–A CSN. Sofre, portanto as conseqüências de todas as decisões tomadas em

seu âmbito, o que afeta tanto a economia quanto a vida social da cidade. As atividades

comerciais e de prestação de serviços respondem a exigência de um mercado urbano,

atendendo a outros municípios da região, caracterizando a cidade como metrópole regional

(IPPU-VR, 1994).

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1.3 A REDE MUNICIPAL DE SAÚDE EM VOLTA REDONDA

A instalação da rede de saúde ocorreu de acordo com a política de saúde vigente no país.

O primeiro estabelecimento da área de saúde em Volta Redonda foi o hospital da

Companhia Siderúrgica Nacional, criado na década de 40, para prestar assistência aos

trabalhadores empregados na construção da usina.

Nos anos 50, foi fundado um hospital, por uma instituição filantrópica a União Hospitalar

Gratuita - UHG, com o objetivo de atender à população não previdenciária e também aos seus

associados, em contra ponto à assistência prestada pelo hospital da CSN, que atendia apenas

seus funcionários e familiares.

A partir de 1970 é criado o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social –

SINPAS, que visava à expansão de cobertura previdenciária. Na metade desta década, é

implantado o Sistema Nacional de Saúde (lei 6229 de 17 de julho de 1975) que inspirado

numa visão sistêmica, consolidava as mesmas funções, duplicações e superposições de ações

de saúde que eram alvo da crítica de diversos segmentos da área de saúde (CORDEIRO,

2004).

De acordo com a política vigente, ocorre no município de Volta Redonda a expansão dos

serviços de saúde. A União Hospitalar Gratuita foi municipalizada, a partir da criação de uma

autarquia, o Serviço Autônomo Hospitalar (SAH), denominando o hospital como São João

Batista. Foram implantadas três unidades estatais, duas ambulatoriais e outra de urgência, e no

âmbito privado, de seis estabelecimentos hospitalares, além da transformação do status do

Departamento de Pronto Socorro em Secretaria de Saúde (MENDONÇA E TEIXEIRA,

1998).

Durante a Ditadura Militar, o município foi considerado Área de Interesse da Segurança

Nacional (Decreto-Lei nº 1.273 de 29 de maio de 1973), tendo sido suprimida a eleição para

prefeito. Esta medida foi revogada com a edição da Lei 7.332 de 01 de julho de 1985 que re-

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estabeleceu a eleição para Prefeito e Vice-prefeito nos municípios considerados de Interesse

de Segurança Nacional.(COSTA, 1991).

Com a primeira eleição municipal, após este período, elege-se um governo de oposição.

A Secretaria Municipal de Saúde, acompanhando a tendência nacional de reorganização da

assistência, em função dos problemas relacionados á falência da Previdência Social, e da

pouca efetividade da assistência prestada pelo INAMPS, iniciou as discussões para a

implantação das AIS (Ações Integradas de Saúde) culminando mais tarde a criação da CIMS -

Comissão Interinstitucional de Saúde, em 1985, na qual tinham assento os representantes do

das Instituições Federais (Chefe da Medicina Social do INAMPS), da Instituição Estadual

(Chefe do Posto de Saúde do Estado), e do Município (Secretário Municipal de Saúde) além

do coordenador do Conselho Comunitário de Saúde, órgão criado pelo movimento popular.

Pela importância e responsabilidade frente à saúde do município participavam também da

CIMS, representantes do Hospital São João Batista, Hospital da CSN, Escola de Ciências

Médicas de Volta Redonda e representante do Sindicato dos Metalúrgicos.(VOLTA

REDONDA, CIMS, 1987a).

Até meados dos anos 80, o Hospital da CSN, responsabiliza-se pela maior oferta de

serviços de saúde no município, “apontando naturalmente para a demanda por internações e

consultas especializadas. As ações de saúde pública eram executadas pelo Posto de Saúde do

Estado” (PINHEIRO, 2000).

Em 03 de outubro de 1987, acontece o 1º Fórum de Saúde de Volta Redonda, quando os

debates apontaram para uma redefinição de modelo assistencial, propondo a reestruturação de

rede de serviços, com aumento da capacidade instalada, hierarquização e definição de áreas de

atuação dos diferentes níveis de governo a partir da complexidade de serviços, definição de

prioridades e grupos populacionais alvos destas ações, reforçando a articulação entre as

diversas instituições e o movimento popular (VOLTA REDONDA. CIMS/SMS, 1987b).

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Em 1988 realiza-se a 1ª Conferência Municipal de Saúde que deliberou pela criação do

Conselho Municipal de Saúde e do Fundo Municipal de Saúde.

O governo eleito no período seguinte, não deu continuidade à reorganização do sistema

de saúde, conforme a proposta da reforma sanitária, promovendo a expansão da rede de saúde

sem, contudo, colocá-la em funcionamento efetivo.

Em 1992, ocorre nova eleição municipal e uma coligação denominada frente popular

(PSB-PT) conquista o governo. A Secretaria de Saúde teve sua condução destinada ao Partido

dos Trabalhadores. Inicia-se a reorganização do Sistema de Saúde Municipal. Realiza-se, em

Dezembro de 1993, a 3ª Conferência Municipal de Saúde, discutindo-se os temas Saúde

Direito de Cidadania, Controle Social (participação popular), Financiamento do Sistema

Único de Saúde, Modelo Assistencial, Política de Recursos Humanos, Conselho e Fundo

Municipal de Saúde. (VOLTA REDONDA, SMS, 1993).

Elege-se o Conselho Municipal de Saúde, delibera-se pela implantação do Fundo

Municipal de Saúde e o repasse de 25% do faturamento do SUS para aplicação em

complementação salarial para os funcionários, que evoluiu após estudos para o pagamento da

Gratificação de Incentivo ao Desempenho (VOLTA REDONDA, SMS, 1993).

Nesta gestão, o município foi organizado em quatro Distritos Sanitários, contando com

unidades básicas de saúde, serviços de referência em especialidades, e serviços de diagnose.

Dois hospitais públicos (um deles psiquiátrico, sob intervenção) além de uma rede de serviços

contratados para suprir carências da rede pública.

O município na última década acompanhou o desenvolvimento das políticas

implementadas pelo Ministério da Saúde, assumindo as formas de gestão preconizadas pelas

Normas Operacionais, estando hoje habilitado para a Gestão Plena do Sistema Municipal de

Saúde, conforme a NOAS/2001.

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Em 2006, a cidade apresenta uma rede de serviços composta por 02 hospitais gerais

públicos, um hospital psiquiátrico sob intervenção municipal, 48 unidades Básicas de Saúde,

das quais 26 são módulos do Programa Saúde da Família, 01 unidade de atendimento em

especialidades e 07 centros de referência, 01 laboratório central. Além de contar com serviços

contratados e conveniados complementares ao sistema. Assume a execução das ações

programáticas preconizadas pelo Ministério da Saúde, possuindo serviço de vigilância

sanitária e epidemiológica.

1.4 A ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM VOLTA REDONDA.

A Constituição Federal em seu artigo 196, afirma que:

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais eeconômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acessouniversal e igualitário as ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.(BRASIL. C.F, 1988).

Afirma também os princípios da descentralização com direção única em cada esfera de

governo, atendimento integral priorizando atividades preventivas sem prejuízo das

assistenciais e participação da comunidade (BRASIL. C.F, 1988).

As leis 8080 de 19 de setembro de 1990 e 8142 de 28de dezembro de 1990

regulamentaram o Sistema Único de Saúde. Para operacionalizá-lo foram editadas, pelo

Ministério da Saúde, as Normas Operacionais

que são orientações específicas e pactuadas para reorganizar o modelo degestão, alocar recursos, promover a integração entre as três esferas degoverno e promover a transferência para estados e municípios dasresponsabilidades do SUS (RADIS n.5, dez 2002, p.17).

A estratégia Saúde da Família, lançada em 1993, surge como possibilidade de

reorganização do sistema de saúde, no sentido de fortalecer a implementação do Sistema

Único de Saúde.

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Em 1994, a Secretaria Municipal de Saúde de Volta Redonda, aderiu à estratégia Saúde

da Família, assinando convênio com o Ministério da Saúde, porém, só em 1995 iniciaram-se

as atividades.

Para sua implantação, utilizaram-se critérios epidemiológicos para avaliar indicadores

de saúde da população e políticos no sentido de ouvir as comunidades, além do Conselho

Municipal de Saúde, que aprovou a adesão ao Saúde da Família em outubro de 1994. Assim,

respeitaram-se critérios, semelhantes a outros municípios brasileiros, como cobertura de

grupos vulneráveis identificados, observação de indicadores sociais e de saúde, atendimento a

população de baixa renda, que conseqüentemente apresentavam maior risco epidemiológico e

com risco social presentes (BRASIL, MS, 2005, p.72).

Foram criados 05 módulos nos bairros, Vila Rica, Mariana Torres, São Carlos, Santa Rita

do Zarur, Padre Josimo, cobrindo a população de 8 localidades, oferecendo cobertura a 10%

da população.

Os profissionais foram escolhidos segundo perfil traçado pela equipe técnica da SMS, de

acordo com as orientações do Ministério da Saúde. Passaram também pelo treinamento

introdutório, também elaborado pelos técnicos da SMS.

As equipes foram implantadas ou substituíram as equipes das antigas unidades básicas de

saúde não havendo superposição de ações. As unidades foram fisicamente adequadas para

receber as novas equipes de acordo com suas características. As equipes são compostas por

médico, enfermeiro, 02 auxiliares ou técnicos de enfermagem, 04 a 06 agentes comunitários

de saúde.

A Estratégia Saúde da Família, ao longo de 10 anos, mostrou-se viável para a

reorganização do Sistema de Saúde, pois:

visa a mudar o modelo assistencial na Atenção Básica, substituindo as unidadesbásicas preexistentes, ou como um programa constituído de modo paralelo àestrutura de atenção à saúde preexistente. Nas concepções de estratégia, asubstituição pode ser total ou parcial, quando apenas parte das unidades básicas

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foram substituídas por USF ou nos casos que a implantação do Saúde da Famíliaocorreu somente por meio de criação de novas unidades de saúde, expandindocobertura em áreas previamente sem assistência, convivendo com a rede básicatradicional sem superposição. (BRASIL. MS, 2005, p.79).

Desta forma a SMS procurava viabilizar sua expansão.

Em 2000, inicia-se nova gestão municipal e a discussão entre a Secretária de Saúde e o

quadro técnico identifica os seguintes problemas:

• A concentração de recursos e esforços no atendimento curativo• A lógica programática centrada no controle de agravos a partir de seu

acontecimento e não na intervenção precoce e detecção.• Modelo assistencial não direcionado á demanda de necessidades de cada

Distrito atendendo de forma programada, a partir da demanda espontânea asomente alguns grupos de risco.

• Esta eleição dos grupos prioritários não emerge da necessidade local, mas simdo preconizado pelo nível central, na tentativa de impactar na saúde dapopulação, contando com sua capacidade operacional.

• Processo de trabalho não enfoca a vigilância em saúde, o que compromete aresolutividade das ações.

• A porta de entrada ao Sistema de Saúde não vem garantindo acesso adequado(tempo e qualidade) ao usuário do serviço. (VOLTA REDONDA, SMS, 2002).

No ano de 2003, a Secretaria Municipal de Saúde apresentou em seu relatório de Gestão a

Estratégia Saúde da Família como:

o eixo estruturante da atenção básica, integrados aos demais níveis de atenção, comresponsabilidade sanitária sobre o território e acesso para os segmentos populacionaisprioritários. Assim, aderiu ao Projeto de Expansão da Saúde da Família junto aoMinistério da Saúde e Banco Mundial em setembro de 2003, comprometendo-se aalcançar uma cobertura de 70% da população do município com equipes de saúde dafamília até julho de 2007. (FILGUEIRAS, 2005 p 19).

O Departamento de Desenvolvimento de Programas e sua equipe, em conjunto com a

Epidemiologia, elaborou o projeto de implantação das novas equipes a partir do mapeamento

das áreas de risco do município, classificadas de acordo com critérios estabelecidos, analisando

dados de geoprocessamento e leitura dos seguintes indicadores de saúde: prevalência de

tuberculose, prevalência de hanseníase, coeficiente de mortalidade infantil e renda mensal da

pessoa responsável pelo domicílio segundo o senso do IBGE–2000, classificando a população

por critério de risco (alto, médio e baixo risco) propondo a cobertura de 100% da população

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atendida pelo SUS, com previsão de atingir esta meta em 2007 (VOLTA REDONDA, SMS,

2002).

Atualmente, o município tem priorizado esta expansão, contando em agosto de 2006 com

49 equipes, cobrindo 65% da população. É importante ressaltar que várias unidades possuem

02 ou 03 equipes, visto cada equipe responsabilizar-se pelo atendimento a 1000 famílias ou

4.500 pessoas por equipe, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde.

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2 OBJETIVOS:

Geral:

Analisar o padrão de utilização dos serviços de saúde pela população assistida pela

Estratégia Saúde da Família.

Específicos:

• Analisar a utilização dos serviços pelos usuários de uma área assistida pela Estratégia

Saúde da Família.

• Verificar se a população incorpora a lógica de diagnóstico e intervenção precoce ao

procurar os serviços de saúde.

• Averiguar se a equipe de Saúde da Família atua enfatizando a prevenção de agravos e

promoção da saúde.

• Analisar a opinião da população sobre a Estratégia Saúde da Família

A motivação para a realização deste estudo foi norteada pelas seguintes questões: A

população conhece a Estratégia Saúde da Família? Esta estratégia atende às expectativas da

população? O comportamento da população com relação à utilização dos serviços revela a

ênfase nos aspectos de prevenção e promoção?

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3 A ATENÇÃO PRIMÁRIA – MODELO BRASILEIRO

3.1 O CONCEITO DE SAÚDE

O conceito de saúde evoluiu da visão mágica, onde a doença era explicada pela influência

de demônios e forças naturais, passando pela concepção religiosa, resultante da desobediência

aos códigos prescritos por deuses e vigiados por sacerdotes, ao entendimento de sua

concepção enquanto fenômeno natural que, a partir do renascimento cultural, possibilitou

maior compreensão do corpo humano. Os avanços da física e da química resultaram na

representação do corpo como uma máquina, passível de defeitos, que quando identificados

eram sujeitos à correção (SABROZA, 2005).

Com o início dos tempos modernos, estabelecido pelas relações mercantilistas e mais

tarde com o aparecimento da indústria, estabeleceu-se um período de exploração de

trabalhadores, que eram submetidos a um processo de desgaste físico, além de não ter moradia

e alimentação adequadas, refletindo uma crise sanitária expressa pelo processo de reprodução

capitalista.

O movimento dos trabalhadores, reivindicando melhores condições de trabalho e. por

outro lado, as regulamentações estatais, que introduziu legislações e mecanismos de controle

específicos, criaram condições para uma concepção positiva de saúde, vinculada a condições

de vida adequadas, onde as enfermidades eram caracterizadas como resultado da pobreza e da

injustiça e sua possibilidade de superação vinculada ao progresso social (SABROZA, 2005).

Visando a preservação da força produtiva, os países industrializados adotaram políticas

de prevenção de doenças, orientando-se pelo modelo da História Natural de Doenças,

proposto por Leavell & Clark.

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Neste modelo, são enfocados três períodos: O primeiro, o pré-patogênico, “é a própria

evolução das inter-relações dinâmicas que envolvem, de um lado os condicionantes sociais e

ambientais e de outro, os fatores próprios do suscetível, até que se chegue a uma configuração

favorável a instalação da doença” (ROUQUAYROL, 2003). Neste período, a inter-relação de

fatores sociais, econômicos, políticos, ambientais, culturais, genéticos são preponderantes.

O período patogênico é caracterizado por alterações na normalidade percorrendo os

estágios de interação estímulo-suscetível; alterações bioquímica, fisiológicas e histológicas;

sinais e sintomas; defeitos permanentes e cronicidade.

Por último o período de incapacidade temporária ou permanente, onde o indivíduo se

readapta as novas condições de vida.

Este modelo pressupõe formas de intervenção que passam pela promoção da saúde,

prevenção de doenças, diagnóstico precoce, tratamento e recuperação da saúde.

Pode-se então afirmar que saúde não é ausência de doenças e para obtê-la conforme

definido pela Organização Mundial de Saúde-OMS (1946), como “completo estado de bem

estar físico, mental e social” é necessário avançar na discussão de um conceito mais amplo.

Na década de 70, auge da revolução científica e tecnológica, iniciada com o final da

segunda guerra e com a bipolarização econômica e ideológica propiciada pela guerra fria, já

se reconheciam as grandes e crescentes desigualdades e injustiças sociais, causadas pelas

precárias condições de vida como pobreza e abandono de grande parte das populações. Por

isto as decisões das Assembléias Mundiais de Saúde de 1975 e 1976, afirmarem o

compromisso de Saúde para Todos no ano 2000 (RIVERO, 2003).

Esta meta social e política, proposta pela OMS pretendiam alcançar um nível da saúde

que permitisse a todos sem exceção levar uma vida digna dentro de um padrão de

desenvolvimento verdadeiramente humano, comprometendo todos os países com o objetivo

de alcançar esta meta com prazos variáveis.

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A Conferência de Alma-Ata (1978) reitera esta definição, e agrega a ela o conceito de

saúde enquanto direito humano fundamental, cabendo aos diversos países perseguir o objetivo

de obtenção do maior nível de saúde possível para suas populações.

O Brasil, que não participou da Conferência de Alma-Ata, adere aos seus princípios em

1979. Em 1980, quando da realização da VII Conferência Nacional de Saúde, o Ministério da

Saúde, articulado com o da Previdência Social, lança o PREV-SAÚDE, que pretendia a

reorientação do sistema de saúde, através da integração dos três níveis de governo. As

diretrizes deste programa reforçavam a atenção primária á saúde, a articulação entre os órgãos

públicos, descentralização dos serviços, a integração de ações preventivas e curativas,

enfatizando ações de promoção, recuperação e reabilitação e a participação da comunidade

(PAIM, 2000, p.46).

Na década seguinte, quando se vivenciava o processo de abertura política, após duas

décadas de ditadura militar, é realizada a VIII Conferência Nacional de Saúde.

Esta Conferência propôs:

Em seu sentido mais abrangente, a saúde como resultante dascondições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente,trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terrae acesso a serviços de saúde. É assim antes de tudo, o resultado dasformas de organização social da produção, as quais podem gerargrandes desigualdades nos níveis de vida. (BRASIL, M.S. 8ªCNS,1986).

Afirmou ainda, que a saúde é fruto de um contexto histórico, devendo ser conquistada

pela população através de suas lutas cotidianas, definindo o direito á saúde como:

Garantia pelo Estado, de condições dignas de vida e acesso universal eigualitário às ações e serviços de promoção, proteção e recuperação desaúde, em todos os seus níveis, a todos os habitantes do territórionacional, levando ao desenvolvimento pleno do ser humano em suaindividualidade (BRASIL, M.S. 8ªCNS, 1986).

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O relatório final desta Conferência foi apresentado à Assembléia Nacional Constituinte,

realizada em 1988, que aprovou o Sistema Nacional de Seguridade Social, responsável por

assegurar os direitos relativos à saúde, previdência e a assistência social.

Atendendo às reivindicações e propostas do movimento pela Reforma Sanitária brasileira,

foi instituído o Sistema Único de Saúde, formulando-se mais tarde a legislação complementar.

A lei 8080 de 1990, além de enfocar o conceito ampliado de saúde, afirma ter o Sistema

Único de Saúde, os seguintes objetivos:

• A identificação e divulgação dos fatores condicionantes edeterminantes da saúde,

• A formulação de políticas sociais e econômicas que visem à reduçãode riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento decondições que assegurem o acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação.

• A assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção,proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada dasações assistenciais e das atividades preventivas. (BRASIL, M.S.1990).

3.2 A ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE

A Atenção Primária á Saúde, é definida pela Conferência de Alma Ata como:

Cuidados essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologiaspráticas, cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis,colocadas ao alcance universal dos indivíduos e famílias dacomunidade, mediante sua plena participação a um custo que acomunidade e o país pode, manter em cada fase do seudesenvolvimento, no espírito de autoconfiança e auto determinação.Fazem parte integrante tanto do sistema de saúde do país do qualconstituem a função central e ao foco principal, quanto dodesenvolvimento social e econômico global da comunidade.Representam o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família eda comunidade, com os sistemas nacionais de saúde, pelo qual oscuidados de saúde são levados o mais proximamente possível aoslugares onde pessoas vivem e trabalham, e constituem o primeiroelemento de um continuado processo de assistência á saúde. (OMS,1978).

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Esta Conferência ainda afirmou que os cuidados primários á saúde refletem as condições

sócio-econômicas, culturais e políticas dos países e devem se basear na aplicação de

conhecimentos técnicos e científicos, tendo em vista a resolução de problemas de saúde das

comunidades, proporcionados por ações de promoção, prevenção, cura e reabilitação. Rivero,

(2003) analisando a Conferência de Alma-Ata, 25 anos após sua realização, aponta que os

propósitos desta Conferência muitas vezes foram mal interpretados e distorcidos. Afirma que,

em determinados momentos, a atenção primária foi confundida com uma atenção médica

curativa, centrada exclusivamente nas enfermidades, outras vezes foi entendida como uma

forma simples de programação, mais técnica do que social e mais burocrática do que política.

Afirma ainda, em relação aos princípios de Alma Ata, que a saúde não foi compreendida

como realidade social, que não pode ser separada de aspectos sociais, econômicos e políticos

dentro dos quais se devem tomar decisões e comprometer todos os setores governamentais,

reforçando ainda que a saúde é responsabilidade e dever de todas as pessoas, grupos sociais,

cidadãos em geral e que todos devem cuidar da saúde individual e coletiva, lamentando-se que

as pessoas continuam a ser recipientes passivos de atividades pontuais dos sistemas de saúde

voltados para a assistência curativa. (RIVERO, 2003).

A prática assistencial relativa aos cuidados primários é caracterizada por

• Alta incidência de problemas agudos e de evolução autolimitada;• Alta prevalência de doenças crônico-degenerativas;• Alta prevalência de componente psico-sócio-cultural;• Alta prevalência de pessoas saudáveis;• Apresentação precoce de doenças graves (PISCO, sd).

Pode-se afirmar que a saúde possui vários determinantes, estando correlacionada á

distribuição de renda e as questões sociais. Desta forma, a atenção primária á saúde deve ter

uma atuação, para além das ações curativas individuais, interferindo nos aspectos que a

condicionam.

A atenção primária,

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É aquele nível do sistema de serviços de saúde que oferece a entrada nosistema para todas as novas necessidades e problemas, fornece a atençãocontinuada, no decorrer do tempo e fornece atenção a todas as situações,exceto as incomuns ou raras. (STARFIELD, 2002 p.28).

Responsabiliza-se por acesso, qualidade, custo, funções que não lhe são exclusivas e

realiza atividades de prevenção, tratamento, reabilitação e trabalho em equipe.

A atenção primária deve lidar com o contexto onde a doença se localiza e influenciar as

respostas das pessoas a seus problemas de saúde.

Os cuidados primários devem enfocar a educação em saúde, as questões de saneamento,

tratamento de doenças, fornecimento de medicamentos, entre outros.

Prevê ainda, envolvimento de outros setores relacionados ao desenvolvimento social e

econômico requerendo ações coordenadas entre eles. Enfatiza a participação comunitária no

planejamento, organização, operação e controle dos cuidados primários à saúde, propõe que

estes cuidados sejam apoiados por sistemas de referência integrados e sejam desenvolvidos

em nível local por equipes multi profissionais para responder às necessidades de saúde da

população.

A reforma dos sistemas de saúde é comum a vários países no mundo. Há evidências

indicando que, os sistemas de saúde baseados em cuidados primários á saúde, com médicos

generalistas (Médicos de Família), prestam cuidados com maior efetividade, tanto em termos

de custos como em termos clínicos, em comparação com os sistemas com uma fraca

orientação para os cuidados primários (STARFIELD, 2002; WONCA, 2002; OPAS, 2005).

A Sociedade Européia de Clínica Geral/ Medicina de Família (2002) apresenta como

características da medicina familiar:

a) Ser normalmente o primeiro ponto de contato médico com o sistema desaúde, proporcionando um acesso aberto e ilimitado aos seus usuários,lidando com todos os problemas de saúde, independentemente da idade,sexo, ou qualquer outra característica da pessoa em questão;

b) Utilizar eficientemente os recursos da Saúde, coordenando a prestação decuidados, trabalhando com outros profissionais no contexto dos cuidados

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primários e gerindo a interface com outras especialidades, assumindo umpapel de defesa do paciente sempre que necessário;c) Desenvolver uma abordagem centrada na pessoa, orientada para oindivíduo, a família e a comunidade;

d) Ter um processo de consulta singular em que se estabelece uma relação ao longo do tempo, através de uma comunicação médico-paciente efetiva; e) Ser responsável pela prestação de cuidados continuados longitudinalmente consoante as necessidades do paciente;

f) Possuir um processo de tomada de decisão determinado pela prevalência eincidência de doença na comunidade;g)Gerir simultaneamente os problemas, tanto agudos como crônicos, dospacientes individuais;h) Gerir a doença que se apresenta de forma indiferenciada, numa faseprecoce da sua história natural, e que pode necessitar de intervenção urgente;i) Promover a saúde e bem-estar através de intervenções tanto apropriadascomo efetivas.j)Ter uma responsabilidade específica pela saúde da comunidade.K)Lidar com os problemas de saúde em todas as suas dimensões física,psicológica, social, cultural e existencial.

Conclui-se que na Atenção primária busca-se identificar as necessidades de saúde das

pessoas independente da procura pelos serviços, existindo uma preocupação com o cuidado

aos pacientes crônicos, além de prevenir e detectar precocemente as doenças.

3.3 A ATENÇÃO PRIMÁRIA E PROMOÇÃO DA SAÚDE

O conceito de promoção da saúde, segundo BUSS (2000) foi enfocado por Sigerist em

1946 definindo quatro tarefas essenciais para a medicina: promoção da saúde, prevenção de

doenças, recuperação de enfermos e reabilitação, conceitos posteriormente retomados por

Leavell & Clark, a partir da História Natural das Doenças.

Posteriormente, o informe Lalonde, constituiu o conceito de campo da saúde, propondo

quatro fatores que influenciam a saúde das pessoas: a biologia humana, o estilo de vida, o

meio ambiente físico e social e a organização dos serviços de atenção á saúde. Este conceito é

entendido como um instrumento de análise dos problemas de saúde, visto abarcar todas as

situações que causam o adoecimento, contribuindo para que todos os envolvidos com a saúde

tenham consciência de suas funções e influências no nível de saúde da população. Permite

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analisar os problemas de saúde sobre estes quatro aspectos, avaliando a importância de cada

um deles e sua interação (LALONDE, 1974).

Na década seguinte, influenciada por este documento, a Primeira Conferência

Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em Ottawa (1986), propõe sua Carta de

Intenções, adotada tanto por países industrializados, como por países em desenvolvimento,

como reforço aos objetivos de “Saúde para Todos no ano 2000”.

A Carta de Ottawa (1986), define promoção da saúde como um “processo de capacitação

da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde incluindo uma maior

participação no controle deste processo”.

Ao enfatizar a saúde como recurso para a vida, e não um objetivo de viver trabalha com

um conceito positivo de saúde onde as responsabilidades pelas ações extrapolam o setor

saúde.

Fatores políticos, sociais, econômicos, culturais, ambientais, comportamentais e

biológicos, podem tanto favorecer como prejudicar a saúde. As ações de promoção da saúde

objetivam, através da defesa da saúde, fazer com que as condições descritas sejam cada vez

mais favoráveis. Aponta, como requisitos fundamentais para a saúde, a paz, habitação,

educação, alimentação, renda, eco-sistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e

eqüidade. As ações de promoção da saúde devem ter como objetivo reduzir as diferenças no

estado de saúde da população (OMS, 1986).

Segundo TERRIS (1996), a estratégia de promoção da saúde possui componentes inter-

relacionados: a ação intersetorial, que tem por objetivo realizar políticas públicas saudáveis,

além de políticas de saúde pública; papel ativo da população através do uso de seus

conhecimentos sobre saúde, realizando escolhas saudáveis para obtenção do maior controle,

sobre sua saúde e o ambiente onde vive, além de ação comunitária, através do fortalecimento

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da participação da população e do direcionamento dos temas relacionados à saúde, por ela

definido como a essência da estratégia da promoção da saúde.

Outros documentos, elaborados pela OMS em anos posteriores, como a CARTA DE

ADELAIDE (1998), SUNDSVALL (1991), BOGOTÁ (1992), MÉXICO (2000) E

BANGKOK (2005) abordaram temas específicos como políticas públicas saudáveis,

ambientes favoráveis à saúde, promoção da saúde e eqüidade e globalização.

Todos os documentos são unânimes em reforçar a participação ativa das pessoas e das

comunidades, visando a mudança no estilo de vida e nos ambientes. Abordam também, a

responsabilidade de todos os atores sociais e seus diferentes graus de decisões políticas na

aplicação de estratégias de promoção da saúde, com vistas à redução das desigualdades

sociais, direcionando as ações que estejam voltadas á obtenção de um conceito amplo de

saúde, condicionado por fatores sociais, econômicos, ambientais, culturais, políticos,

biológicos como outras metas a serem perseguidas. Assim,

Promover a saúde alcança, dessa maneira, uma abrangência muitomaior do que a que circunscreve o campo específico da saúde,incluindo o ambiente em sentido amplo, atravessando a perspectivalocal e global, além de incorporar elementos físicos, psicológicos esociais (CZERESNIA, 2003).

Em nosso país, a promoção da saúde vem se desenvolvendo a partir da instalação do

Sistema Único de Saúde, constituindo-se como oportunidade de aperfeiçoá-lo através da

retomada dos preceitos da reforma sanitária no que se refere ao combate ás desigualdades para

a construção da saúde e vida com dignidade (CARVALHO, 2004).

O reconhecimento da promoção da saúde, como responsabilidade dos governantes, deve

ser compartilhada por todos os setores e níveis da sociedade, e entendida como prioridade das

políticas públicas, que devem reconhecer a saúde como um bem essencial, transformando as

relações excludentes em relações eqüitativas que são condições indispensáveis para a saúde e

o desenvolvimento ( BRASIL, M.S. 1996).

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3.4 A ATENÇÃO PRIMÁRIA NO BRASIL

O quadro sanitário brasileiro, caracterizado no início do século pela prevalência das

doenças transmissíveis e doenças materno infantis entre outras, propiciou às estruturas

burocráticas, a proposição da constituição de uma rede de centros de saúde, cujo objetivo seria

constituir “uma rede básica permanente que deveria estar próxima às comunidades e que

combatesse a ignorância do povo a respeito da higiene e especialmente a inoperância da saúde

pública frente aos novos desafios colocados pela urbanização e industrialização do país”

(CAMPOS, 1998).

Os Centros de saúde representaram a superação do antigo modelo sanitário, tentando

assegurar a ascendência da saúde pública, sobre outras formas de assistência, como a clínica.

(CAMPOS, 1998).

Apesar de não ter sido priorizada nas décadas de 50 a 70, período em que se enfatizou a

medicina curativa, através da política previdenciária, inicia-se na década de 80, nova expansão

dos serviços básicos de saúde.

A partir da reformulação da Constituição Federal Brasileira, em 1988 instituiu-se no país

o Sistema Único de Saúde, regulamentado por um arcabouço jurídico –institucional, que

orientou a reorganização do sistema de saúde, o modelo de gestão, as responsabilidades de

cada esfera de governo com as ações de saúde em seus diversos níveis de atenção.

A lei 8080/90 ao consolidar a proposta do Sistema único de Saúde, reafirma que a saúde é

um direito de todo ser humano, cabendo ao Estado prover as condições necessárias para sua

obtenção. Apresenta os princípios que devem orientar o sistema de saúde: integralidade da

assistência, universalidade, eqüidade, resolutividade, intersetorialidade, humanização do

atendimento e participação popular.

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As Normas Operacionais Básicas, regulamentadoras do Sistema Único de Saúde - NOB-

91, 93 e 96, que apresentam as bases para redirecionamento da assistência, afirmam que o

modelo de atenção deve ser centrado na qualidade de vida das pessoas, em seu meio ambiente,

além de privilegiar a relação da equipe da unidade de saúde com a comunidade, através de

seus grupos primários, ou seja, as famílias.

O Ministério da Saúde (1998), definiu a atenção básica, como “conjunto de ações de

caráter individual ou coletivo, situadas no primeiro nível de atenção dos sistemas de saúde,

voltadas para a promoção da saúde, prevenção de agravos, tratamento e reabilitação”,

propondo um novo redirecionamento, através de um modelo de atenção voltado de um lado

para a “transformação na relação entre o usuário e os agentes do sistema de saúde,

estabelecendo o vinculo entre quem presta o serviço e quem o recebe e, de outro, a

intervenção ambiental, para que sejam modificados fatores determinantes da situação de

saúde” (BRASIL, M.S, 1998).

O Programa Saúde da Família, instituído pelo Ministério da Saúde em 1993, vem sendo

apontado, desde então, como uma estratégia para a reorganização do sistema de saúde

brasileiro.

Propõe um conjunto de ações voltadas para a população, priorizando grupos com maior

risco de adoecimento e morte, com ênfase no atendimento primário à saúde. Ao contrário do

modelo tradicional, centrado na doença e no hospital, o PSF prioriza as ações de proteção e

promoção da saúde dos indivíduos e da família, tanto adultos quanto crianças sadios ou

doentes, de forma integral e contínua (BRASIL, M.S. 1994).

Enfatiza o atendimento domiciliar a partir do trabalho multiprofissional, priorizando os

aspectos epidemiológicos da área adstrita, executa ações programáticas com vistas à redução

da procura por centros de saúde e hospitais e estimula a participação comunitária e o controle

social (BRASIL, M.S. 1994).

35

Page 36: Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: Um Estudo de ... · O município de V. Redonda, ... Tabela 12 Distribuição das mulheres segundo variáveis referentes à utilização

O Programa executado como primeiro nível da atenção á saúde, tem seus princípios

reforçados pela Carta de Lubliana, adotada pela Organização Mundial de Saúde em 1996.

Conforme STARFIELD (2002), este documento propõe que os sistemas de saúde sejam:

• Dirigidos por valores de dignidade humana, equidade, solidariedade eética profissional,

• Direcionados para a proteção e promoção da saúde,• Centrado nas pessoas, permitindo que os cidadãos influenciem os

serviços de saúde e assumam a responsabilidade por sua própria saúde. • Focados na qualidade, incluindo a relação custo – efetividade.• Baseados em financiamento sustentável, para permitir a cobertura

universal e o acesso eqüitativo.• Direcionados para a atenção primária.

Estes princípios, também encontrados no arcabouço do Sistema Único de Saúde,

enfatizam a saúde como direito e responsabilidade do Estado, acesso universal e igualitário,

prestação de serviços com qualidade e participação da comunidade.

O conceito ampliado de saúde, definido na Lei 8080/1990, que relaciona:

A alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, otrabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer o acesso a bens e serviçosessenciais, como meio de garantir as pessoas e a coletividade, condições debem estar físico, mental e social, ainda não foi incorporado pelo conjunto dapopulação, que em senso comum ainda percebe a saúde como ausência dedoença ou como acesso á assistência médica, buscando as ações curativascomo principal meio de obter saúde (BRASIL, M.S. 1990).

Visando a modificação deste contexto, cabe então, a organização de um sistema de saúde

que tenha na assistência básica a saúde, não só:

a porta de entrada de um sistema de saúde, mas o lugar essencial a realizar aintegralidade das ações individuais e coletivas de saúde, ao mesmo tempoem que fosse a linha de contato entre as práticas de saúde e o conjunto daspráticas sociais que determinam a qualidade de vida provocando a mudançano sentido das práticas (MERHY, 1997).

Desse modo, deve-se constituir como tarefa primordial do Programa Saúde da Família, as

ações que clarifiquem os aspectos determinantes das condições de saúde e fortaleçam os

indivíduos e comunidade para atuarem como sujeitos capazes de identificar os problemas e

necessidades de saúde e participarem de forma ativa na busca de soluções efetivas para os

mesmos.

36

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3.5 AVALIAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

O Programa Saúde da Família, enquanto modelo de reorganização do sistema de saúde,

se apresenta como desafio, visto em muitos casos, se constituir na reprodução do modelo

tradicional de assistência. Conforme FRANCO e MERHY (2000), a implantação do PSF por

si só não significa mudança do modelo assistencial sendo, portanto, necessário avaliar sua

implantação.

A avaliação de serviços de saúde tem sido objeto de vários estudos e para isto métodos e

técnicas diversificadas, têm sido utilizadas. Deve ter como objetivo, identificar problemas e

subsidiar os processos decisórios para reorientação da atuação dos serviços de saúde.

Entre os diversos conceitos de avaliação estudados, optou-se pela definição de

CONTANDRIOPOULOS et al (1997 p.31).

Avaliar consiste fundamentalmente em fazer um julgamento de valor, arespeito de uma intervenção ou sobre qualquer um de seus componentes, como objetivo de ajudar na tomada de decisões. Esse julgamento pode serresultado da aplicação de critérios e de normas (avaliação normativa) ou seelaborar a partir de um procedimento científico (pesquisa avaliativa).

Para o autor, a avaliação normativa consiste em fazer um julgamento sobre uma

intervenção, comparando os recursos empregados e sua organização (estrutura), os serviços ou

bens produzidos (processo) e os resultados obtidos com critérios e normas, enquanto a

pesquisa avaliativa examina as relações existentes entre os diferentes componentes de uma

intervenção, as relações existentes entre esta intervenção e o contexto no qual se situa, com o

objetivo de auxiliar na tomada de decisões (CONTANDRIOPOULOS, 1997).

Segundo HARTZ e SILVA (2005, p.17), a pesquisa avaliativa:

Corresponderia ao julgamento que é feito sobre as práticas sociais a partir daformulação de uma pergunta não respondida ainda na literatura

37

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especializada, sobre as características dessas práticas, em geral, ou em umcontexto particular, através do recurso a metodologias científicas.

A intervenção é definida por CONTANDRIOPOULOS (1997, p.31) como "conjunto dos

meios (físicos, humanos, financeiros, simbólicos) organizados em um contexto específico, em

um dado momento, para produzir bens ou serviços com o objetivo de modificar uma situação

problemática”. Para a análise de uma intervenção, é necessário considerar os diferentes atores

nela envolvidos, pelo fato de terem objetivos diferenciados em relação à própria intervenção e

sua avaliação.

O Programa Saúde da Família por possuir componentes técnicos, políticos e

comportamentais, deve ser avaliado sobre estes três eixos, incluindo aspectos quantitativos e

qualitativos.

Segundo STARFIELD (2002, p.60) A avaliação da atenção primária deve ser

realizada enfocando alguns elementos estruturais. Entre eles, encontra-se a acessibilidade,

variedade de serviços, definição da população eletiva, continuidade, utilização de serviços

pela população e reconhecimento de problemas pelos profissionais dos serviços de saúde.

A acessibilidade trata da localização dos serviços, horários, grau de tolerância para

consultas não agendadas e a percepção da população sobre a pertinência destes aspectos. A

variedade de serviços refere-se ao que é ofertado pelo serviço de atenção primária e como a

população enxerga o serviço que é oferecido. A definição da população eletiva relaciona-se à

definição da área de abrangência da unidade de saúde pela equipe, bem como o entendimento

da população de que a unidade de saúde de fato se responsabiliza por ela. Quanto à

continuidade, deve ser avaliado a oferta ininterrupta de serviços que pode ser medida pela

atuação do profissional que atende os registros nos prontuários realizados corretamente.

Ainda segundo STARFIELD (2002, p.61), deve ser objeto de avaliação de

desempenho da atenção primária, a utilização dos serviços de saúde pela população, através

dos motivos para os quais usa como, por exemplo, a ocorrência de um novo problema, o

38

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acompanhamento de um problema anterior ou a participação em programas de prevenção. O

reconhecimento de um problema ou necessidade de saúde da população também deve ser

enfocado visto constituir uma etapa do processo de trabalho das equipes que é a elaboração de

diagnóstico.

Os aspectos acima citados, ainda contribuem para a avaliação do alcance de quatro

atributos da atenção primária: atenção ao primeiro contato, longitudinalidade, integralidade e

coordenação. A atenção ao primeiro contato trata de aspectos relativos à acessibilidade aos

serviços de saúde entendidos como fornecimento de atendimento a cada episódio de um

problema que demanda atenção da equipe de saúde.

Para medir a acessibilidade outros aspectos devem ser considerados como, por

exemplo, os de caráter organizacionais, citados anteriormente. Deve ser levada em

consideração também a acessibilidade econômica entendida como consumo de tempo, energia

e dinheiro para a obtenção de assistência à saúde, prejuízos por falta ao trabalho ou

afastamento por doenças e gasto com aquisição de medicamentos.

Um outro tipo de acessibilidade é a sócio-cultural observada através da representação que

a população faz de seu adoecer, sobre as crenças relativas á saúde, tolerância à dor e

credibilidade nos serviços. Ainda deve-se observar a acessibilidade geográfica medida em

função do tempo e dos meios habituais para chegar aos serviços de saúde (FEKETE, 1997).

Percebe-se então que a prática da Saúde da Família deve ser realizada além dos muros da

unidade de saúde, deve desviar seu olhar para o espaço domicílio das famílias e comunidades

onde as práticas são realizadas, tornando família alvo estratégico de investigação (TRAD,

BASTOS, 1998).

Pode-se afirmar, portanto que devem ser avaliadas as relações existentes entre a equipe de

saúde e os usuários e as características da atenção prestada a esta família.

39

Page 40: Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: Um Estudo de ... · O município de V. Redonda, ... Tabela 12 Distribuição das mulheres segundo variáveis referentes à utilização

Entre as diversas formas de avaliação a Organização Mundial de Saúde tem utilizado as

metodologias rápidas - “rapid appraisal", que tem se constituído como uma possibilidade,

visto a obtenção de informações necessárias ao planejamento, com rapidez e baixo custo,

favorecendo a participação e cooperação multi setorial, tendo como objetivo o conhecimento

dos problemas comunitários para reduzir os riscos de adoecimento (WHO, 2006).

A avaliação rápida é um método para buscar informação em torno de problemas. Deve

ser realizada num prazo curto, para que seus resultados tenham repercussão na realidade,

visando atender à situação de recursos escassos, sejam estes materiais, de tempo ou mesmo de

poder (BURSZTYN, 2005).

O termo rápido é relativo ao tempo de coleta e análise de dados. As informações são

construídas a partir do diálogo com a comunidade e de suas observações.

Entre as metodologias de avaliação rápida que têm sido desenvolvidas por países

industrializados a partir da década de 60, encontram-se os inquéritos populacionais, cujos

instrumentos são utilizados para formulação e avaliação de políticas públicas.

A OMS tem aplicado em vários países inquéritos populacionais com o objetivo, de

monitorar os sistemas de saúde, verificar o alcance de suas metas e elaborar políticas baseadas

em evidências, a fim de adequar políticas, estratégias e programas á necessidade da população

(WHO, 2006).

Através dos inquéritos populacionais é possível coletar dados e construir indicadores de

saúde, bem como identificar fatores de risco e aspectos determinantes do processo saúde-

doença (VIACAVA, 2002).

40

Page 41: Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: Um Estudo de ... · O município de V. Redonda, ... Tabela 12 Distribuição das mulheres segundo variáveis referentes à utilização

4 METODOLOGIA

Foi realizado um estudo transversal. A escolha deste tipo de estudo deve-se ao fato de

apresentar um desenho adequado aos objetivos propostos, de baixo custo, podendo ser

coletado em um curto intervalo de tempo, não havendo necessidade de seguimento das

pessoas e facilidade de obter a amostra representativa da população.

O universo amostral definido como "conjunto de elementos que possuem determinadas

características" (RICHARDSON, 1999 p.157) constituiu-se pelas 1057 famílias cadastradas

no módulo do P.S.F. Vila Rica do município de Volta Redonda, implantado quando da adesão

ao Programa em 1994.

O tamanho da amostra, definido como 282, foi calculado de acordo com a fórmula

(KISH e LESLIE, 1965)

S = Z*Z P(1-P)/D*D

Em que

S: tamanho da amostra

Z: 1,96 para um grau de confiança igual a 95%

P: freqüência aceitável do fator de estudo (50%)

D: metade da largura do intervalo de confiança desejado para a amostra (5%)

A amostra é ajustada para o tamanho da população por meio da fórmula

Sample Size = S/(1-(S/population)

As variáveis do estudo, entendidas como "características mensuráveis de um fenômeno,

que podem apresentar variações ou diferenças em relação ao mesmo ou a outros fenômenos"

(RICHARDSON, 1999, p.117) foram definidas de maneira a levantar, sob o ponto de vista

dos usuários, os aspectos de acesso aos serviços de saúde, resolubilidade das ações,

organização dos serviços, processo de trabalho dos profissionais, referência e contra-

referência, integralidade da atenção á saúde.

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A coleta de dados se deu pela aplicação de questionários formulados com perguntas

abertas e fechadas para cumprir "pelo menos duas funções: descrever as características e

medir determinadas variáveis de um grupo social" (RICHARDSON, 1999, p.189).

As perguntas fechadas visaram obter informação sócio-demográfica do entrevistado e

respostas de identificação de opiniões, as perguntas abertas aprofundaram as opiniões do

entrevistado (RICHARDSON, 1999, p.193).

Para analisar a situação de emprego dos entrevistados, optou-se por adotar a Classificação

Brasileira de Ocupações (CBO) do Ministério do Trabalho e emprego, atualizada no ano de

2002, que define emprego como um conjunto de atividades desempenhadas por uma pessoa

com ou sem vínculo empregatício.

Os questionários foram aplicados através de contato direto, por entrevistadores recrutados

entre alunos do curso de Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa após

treinamento específico.

O questionário foi discutido com profissionais vinculados ao Programa Saúde da Família

e após a confecção, foi verificada sua validade por meio da aplicação de um pré-teste em 12

famílias moradoras do bairro, entrevistada por acadêmicos do curso de enfermagem que

consistiu em testar os instrumentos da pesquisa em uma população com características

semelhantes, visando identificar inconsistências ou complexidade de questões, ambigüidades

ou linguagem inacessível, além de perguntas supérfluas (MARCONI E LAKATOS, 2005), foi

testado também o processo de coleta e tratamento dos dados (RICHARDSON, 1999).

Ressalta-se que as famílias participantes do pré -teste foram excluídas da pesquisa.

No tocante aos aspectos da ética em pesquisa, foi obtida autorização da SMS-Volta

Redonda (anexo A), assim como foi solicitado o consentimento esclarecido dos sujeitos

entrevistados (anexo B).

42

Page 43: Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: Um Estudo de ... · O município de V. Redonda, ... Tabela 12 Distribuição das mulheres segundo variáveis referentes à utilização

De acordo com o disposto na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, o estudo

não incorre em maleficências para os sujeitos e os resultados serão encaminhados a SMS-

Volta Redonda para que possam ser utilizados no aprimoramento do serviço e maior

satisfação da população usuária. Com o intuito de comunicar a realização desta pesquisa e

obter apoio para a sua aplicação, foi também realizado contato com a equipe de saúde da

família da área pesquisada, bem como com o Conselho Gestor da Unidade de Saúde e

Associação de Moradores do bairro, com os quais também se firmou o compromisso de

repasse dos resultados da pesquisa.

A Unidade de Saúde da Família do bairro Vila Rica em Volta Redonda, registrava no

SIAB em 2006, 3815 pessoas e 1057 famílias cadastradas.

A pesquisa de campo foi realizada nos meses de dezembro de 2006 e janeiro de 2007,

pela própria pesquisadora e alunos do curso de enfermagem do Centro Universitário de Barra

Mansa-UBM.

Foram selecionadas através de amostra sistemática aleatória, extraídas do cadastro da

unidade, 300 famílias. Destas, 82 foram substituídas, no decorrer do trabalho de campo,

devido a seguintes situações: mudança da família residente no domicílio sorteado, problemas

com o endereço (nº da casa não localizado, morador não encontrado após 3ª visita) e outras

questões relativas à falta de atualização do cadastro da unidade. Houve, por parte de 46

famílias, recusas à participação por motivos diversos, entre eles encontram-se a não utilização

da unidade de saúde, a insatisfação com o serviço, ser usuário de plano de saúde e por isto não

se sentir em condição de opinar. O estudo final contou com 254 famílias, conformando 90%

do tamanho de amostra calculado (282).

Para a realização da entrevista foi considerado como entrevistado principal a pessoa

que recebeu o entrevistador adulto ou adolescente que na abordagem afirmou ser capaz de

responder ao questionário.

43

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O formulário aplicado (anexo C) contém um questionário principal, elaborado com o

objetivo de caracterizar o entrevistado, conhecer a estrutura familiar em seus aspectos sociais

econômicos e educacionais, a forma de utilização dos serviços de saúde, a opinião sobre a

Saúde da Família e seu funcionamento. Foram também aplicados formulários anexos

adequados à faixa etária dos membros da família (crianças menores de 1ano, 1 a 4 anos, 5 a 9

anos, 9 a 12 anos; jovens 13 a 19 anos, mulheres de 19 a 59 anos, acima de 60 anos e

gestantes. Homens adultos entre 19 e 39 anos e homens acima de 40 e 60 anos), com o

objetivo de verificar se estes recebem o atendimento adequado às necessidades de sua faixa

etária e quais as ações programáticas desenvolvidas na unidade de saúde. Como forma de

facilitar o trabalho de campo, os formulários anexos foram impressos em cores diferentes,

permitindo uma seleção rápida e sem erros no momento da entrevista.

Os dados coletados foram armazenados em bancos no programa Excel e analisados com o

auxílio do software Epiinfo 6.0.

44

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5 RESULTADOS

Neste estudo foram entrevistadas 254 famílias. Como entrevistado principal foi

considerada a pessoa que recebeu os entrevistadores na residência e que se sentiu apta a

responder o questionário.

Quanto à caracterização do entrevistado principal (tabela 1), pode-se afirmar que

predominou o sexo feminino (78,0%). Em relação ao estado civil1, a maioria afirmou ser

casado (54,7%), seguidos de solteiros (26,4%). No que se refere à ocupação, observou-se que

a maioria afirma exercer atividades domésticas no próprio lar (44,0%), 13,7% estão

aposentados ou são pensionistas da Previdência Social, os desempregados correspondem a

2,8%, e os estudantes são 3,1%. Entre as pessoas que trabalham encontram-se 10,6% de

mantenedores de edificações, seguidos pelos vendedores e prestadores de serviço do comércio

(9,1%), dos trabalhadores domésticos em geral (9,1%). Outras ocupações somaram 6,0%, e há

ainda 1,6% que não informaram a situação de emprego.

Quanto à escolaridade percebe-se que 11,4% dos respondentes informaram ser analfabetos,

7,3% cursaram da 1ª à 8ªsérie do antigo ensino fundamental. Apenas 10,2% têm o 2º grau

completo e 1,2% dos respondentes iniciaram o ensino superior sem conclusão.

Em relação à renda familiar, 6,3 % das famílias entrevistadas referem menos de 1

salário mínimo, 71,2% possuem renda familiar entre 1 e 3 salários mínimos, 15,3% possuem

renda entre 3 a 5 salários mínimos, 6,0 % tem renda familiar acima de 5 salários mínimos.

Não informaram a renda familiar apenas 2,4% dos respondentes.

Na tabela 2, enfocam-se alguns aspectos relativos à acessibilidade ao serviço de saúde.

A maioria dos entrevistados informou residir no bairro há mais de 5 anos (80,7%), seguidos

dos que moram entre 2 a 5 anos (12,2%). Entre os que residem há menos de dois anos

1 Foram consideradas apenas as situações oficiais e com registro civil

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encontra-se com um ano de moradia 2,8 % dos entrevistados e com menos de um ano de

moradia, 4,3% dos entrevistados.

Tabela 1- Caracterização do entrevistado principal, bairro Vila Rica, Volta Redonda, 2007.

VARIÁVEIS Nº ENTREV. % FR.AC.

SexoMasculino 56 22,0 22,0

Feminino 198 78,0 100,0

Estado civil

Solteiro 67 26,4 26,4

Casado 139 54,7 81,1

Divorciado 14 5,5 86,6

Viúvo 29 11,4 98,0

Não informado 5 2,0 100,0

Ocupação

Mantenedores de edificações 27 10,6 10,6

Trabalhadores de serviços domésticos em geral 23 9,1 19,7

Vendedores e prestadores de serviços do comércio 23 9,1 28,8

Trabalhadores de confecções de roupas 4 1,6 30,4

Trabalhadores em serviços de embelezamento ecuidados pessoais

3 1,2 31,6

Motoristas de ônibus urbanos, metropolitanos erodoviários

3 1,2 32,8

Trabalhadores em serviços administrativos 2 0,8 33,6

Técnicos da ciência da saúde 1 0,4 34,0

Agente comunitário de saúde 1 0,4 34,4

Profissionais de relações públicas, publicidade,mercado e negócios

1 0,4 34,8

Aposentados e pensionistas 35 13,7 48,5

Não informada 4 1,6 50,1

Estudantes 8 3,1 53,2

Desempregados 7 2,8 56,0

Do lar 112 44,0 100,0

Escolaridade

Sem escolaridade 29 11,4 11,4

1ª a 4ª série do ensino fundamental 92 36,2 47,6

5ª a 8ª série do ensino fundamental. 77 30,3 77,9

2º grau incompleto 27 10,6 88,5

2º grau completo 26 10,3 98,8

Superior incompleto 3 1,2 100

Renda Familiar

Menos de 1 salário mínimo 16 6,3 6,3

01 a 02 salários mínimos 139 54,7 61,0

02 a 3 salários mínimos 42 16,5 77,5

3 a 4 salários mínimos 32 12,6 90,1

4 a 5 salários mínimos 07 2,7 92,8

Mais de 5 salários mínimos 12 4,8 97,6

Não informado 06 2,4 100,0

Total 254 100,0

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Quanto à locomoção até a unidade de saúde, 82,6% dos entrevistados afirmaram que ao

dirigir-se de casa até a unidade de saúde, gastam até 15 minutos, 11,1%, de 15 a 25 minutos e

apenas 5,5% afirmaram gastar mais de 25 minutos. Não utilizam nenhum meio de locomoção,

89,8% dos entrevistados que afirmam irem a pé até o serviço de saúde do bairro, 3,1%

utilizam bicicleta, e 4%, veículo automotor. Não informaram o meio de transporte utilizado

3,1%.

Ao serem indagados sobre as unidades de saúde existentes em seu bairro, 92,2% dos

entrevistados referiram-se à Unidade de Saúde Vila Rica, 7,9 % citaram as unidades de saúde

próximas (Posto de Saúde do bairro Três Poços e a Unidade de Saúde da Faculdade de

Medicina da Fundação Oswaldo Aranha - FOA).

Quanto à utilização dos serviços de saúde, 88,9% dos entrevistados disseram freqüentar

as unidades de saúde por eles referidas. Entre estes, 41,7% utilizam as unidades de saúde do

bairro Três Poços ou a unidade da FOA. Não informaram à unidade que utilizam 1,2 % dos

respondentes.

Quanto ao tipo de problema que motiva a utilização da unidade observa-se que 31,8%

dos entrevistados informaram ser motivada pelo controle da hipertensão arterial, 17,7%

referiu-se a consultas clinicas e solicitação de exames laboratoriais, seguidas por consultas de

pediatria 8,6%, consultas ginecológicas e exames preventivos de câncer (7,5%), solicitação de

encaminhamentos a especialistas motivaram 5,1% dos entrevistados e vacinação 4,8 %.

Problemas diversos que constituem a porta de entrada para o serviço de saúde foram referidos

por 24,5%.

No quadro 1, que aborda a opinião dos entrevistados em relação a aspectos positivos e

negativos no Programa Saúde da Família, foi encontrado quase o dobro de citações para o que

é ruim (440), em relação ao que é bom (243). O aspecto mais lembrado é o atendimento em

geral, referido como bom por 113 entrevistados e como ruim por 176. O atendimento médico

47

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é destacado como um aspecto ruim por 121 entrevistados, enquanto apenas 4 o referiram

como bom.

Tabela 2– Distribuição dos entrevistados segundo variáveis referentes à acessibilidade à unidade de saúde do bairroVila Rica, segundo entrevistado principal, 2007.

VARIÁVEIS Freq (N =254) %

Tempo de residência no bairro

menos de 1 ano 11 4,3

1 a 2 anos 07 2,8

2 a 5 anos 31 12,2

mais de 5 anos 205 80,7

Tempo gasto de casa à unidade de saúde

Até 10 minutos 185 72,8

De 10 a 15 minutos 25 9,8

De 15 a 20 minutos 21 8,3

De 20 a 25 minutos 07 2,8

De 25 minutos a 30 minutos 14 5,5

Não informado 02 0,8

Meio de locomoção usado para chegar àunidade de saúde

Á pé 228 89,8

De bicicleta 08 3,1

De ônibus 04 1,6

De carro 06 2,4

Não informado 08 3,1

Qual unidade de saúde existe no bairro Posto Vila Rica - 234 92,2

Três Poços 17 6,7

FOA 3 1,1

Em relação à freqüência a estas unidadesfreqüentam 226 88,9

não freqüentam 27 10,7

Não informaram 1 0,4

Freqüenta qual unidadePosto de Três Poços /FOA 106 41,7

Posto vila Rica 145 57,1

Não informaram 3 1,2

Utiliza para que problema

tratamento de hipertensão 81 31,8

consultas clinicas e exames laboratoriais 45 17,7

consultas de pediatria 22 8,6

preventivo e ginecologia 19 7,5

solicitar encaminhamento a especialistas 13 5,1

vacinação 12 4,8

Outros motivos 62 24,5

total 254 100,0

48

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O agendamento é visto como ruim por 56 entrevistados, enquanto apenas 9 o referem

como bom.

VARIÁVEIS BOM NO PSF ( N=243)freq

RUIM NO PSF (N=440)freq

Atendimento em geral 113 176

Atendimento médico 04 121

Profissionais 16 03

Dispensação de medicação 14 15

Visita domiciliar 12 06

Não tem nada a dizer 46 49

Agendamento 09 56

Não conhecem o programa por isto nãosabem informar.

29 14

VARIÁVEIS POR QUE É BOM POR QUE É RUIM

Atendimento em Geral Assistem à saúde, dão atenção, fazem reuniões,esclarecem dúvidas; sorteiam o Kit bebê,informam se a vacina está atrasada, e elo entre aSMS e a população, previnem doenças,facilidade para atendimento, possui dentista

Demora nas consultas erealização de exames,encaminhamentos, agendamento;Precisam buscar atendimento emoutro lugar; Não tem atendimentoquando precisam; Não resolvemproblemas simples. O horário deatendimento não atende ànecessidade da comunidade

Atendimento médico O médico atende em casa, consultas rápidas,tem médico,

Porque tem que agendar, não tempediatra, clínico e ginecologista, égeneralista, troca constante deprofissionais, sempre encaminha,não examina, não conhece acomunidade,

Profissionais São atenciosos e educados, tratam bem A enfermeira não pode receitar,faltam com respeito à população;Não resolvem problemas simples;O agente não deveria ser moradordo bairro, privilegiam os amigos.Falta dentista

Dispensação de Medicação Recebem medicação; facilita a vida das pessoas. Nem sempre tem remédio,interrompendo o tratamento.

Agendamento Tem garantido o atendimento, Demora no agendamento, quandoconseguem a consulta, jábuscaram atendimento em outrolugar, ou melhoraram.

Visita domiciliar Entregam o encaminhamento em casa, avisamdata de consulta informam se a vacina estáatrasada

Não fazem visita domiciliar; sãoirregulares.

Quadro 1- Aspectos positivos e negativos do Programa Saúde da Família, do bairro Vila Rica-Volta Redonda,segundo entrevistado principal, 2007

49

Page 50: Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: Um Estudo de ... · O município de V. Redonda, ... Tabela 12 Distribuição das mulheres segundo variáveis referentes à utilização

Os itens profissionais e visita domiciliar foram os únicos que tiveram mais apreciação

positiva do que negativa, embora, no geral, tenham tido poucas menções. A dispensação de

medicação teve apreciação equilibrada.

Nas justificativas para a satisfação com o PSF encontraram-se 108 citações, estando

entre as dez mais citadas as relacionadas à atenção dos funcionários e o acolhimento na

unidade, seguido das relacionadas à assistência à saúde. Satisfação com dispensação de

medicamentos, atendimento domiciliar, facilitar a vida das pessoas, esclarecimento de

dúvidas, agendamento, atividades educativas. Prevenção de doenças também foi citada.

O maior grau de insatisfação foi encontrado em relação ao atendimento, justificado pela

demora no agendamento, atendimento em geral, demora no encaminhamento, demora no

atendimento, falta de atendimento odontológico, não consegue ser atendido na hora que

precisa, falta de visita domiciliares e profissionais pouco capacitados. Queixaram-se ainda da

falta de medicamento, demora na marcação e entrega de exames, de não haver atendimento à

noite, funcionários serem moradores do bairro, estrutura física do posto inadequada e de

outros itens relacionados ao processo de trabalho: não realizar curativos em casa, não tirar

ponto cirúrgico, o pré-natal e o exame ginecológico serem realizados por enfermeira,

funcionários permanecerem sem ocupação na unidade, limitações do sistema de saúde e falta

de comunicação.

Dentro das críticas ao atendimento ressalta-se o atendimento médico. Destas a maior

queixa se refere à não existência de pediatra e ginecologista, seguida do fato da equipe só ter

um médico. Muitos se queixaram de falta de médico e a troca constante destes profissionais.

As outras queixas foram relativas ao fato do profissional não realizar visita domiciliar, não

examinar adequadamente os pacientes, não atender durante toda a semana, encaminhar para

outros profissionais como, por exemplo, o pré-natal, não terem acesso ao médico quando tem

dúvidas e queixas da falta de especialistas na unidade.

50

Page 51: Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: Um Estudo de ... · O município de V. Redonda, ... Tabela 12 Distribuição das mulheres segundo variáveis referentes à utilização

Em relação a ultima vez que se consultou na unidade de saúde ou a procurou por

alguma razão (quadro 02), observa-se que a maioria dos entrevistados disse ter sido bem

atendido na unidade quando procurou atendimento pela última vez 86,2%, e terem tido seu

problema resolvido, 76,4% dos entrevistados. O não atendimento a sua demanda foi relatada

por 11% dos entrevistados e não resolução de seu problema por 20,1% dos entrevistados.

VARIÁVEIS Freq (N=254) %

Foi bem atendido na UBS

Sim 219 86,2

Não 28 11,0

Não informado 07 2,8

Resolveu seu problema

Sim 194 76,4

Não 51 20,7

Não informado 09 3,5

Quadro 02- Satisfação com o atendimento e resolução de problema no último comparecimento aunidade de saúde segundo o entrevistado principal, Vila Rica, Volta Redonda, 2007.

Em relação às visitas domiciliares (Quadro 03) foi obtido um percentual de 55,9% para

o não recebimento de visitas e 43,3% para a resposta afirmativa, 0,8% da população não

respondeu à pergunta. Sobre quem visita, 63,7% afirmaram ser visitado pelo agentes

comunitários de saúde, 29,1% não souberam informar quem é a pessoa que o visita. A visita

realizada pelo médico teve 2,7 % dos registros e do enfermeiro 4,5 %; nota-se que não foi

mencionada a visita realizada pelo auxiliar de enfermagem, o que pode estar enviesado pelo

fato da população não diferenciar o auxiliar de enfermagem do enfermeiro.

À pergunta sobre o motivo pelo qual não é visitado, realizada às 142 pessoas que

afirmaram não receber visita, obteve-se o seguinte resultado: 56,3 % não sabem a razão ou

não informaram. O segundo maior percentual encontrado, 13,4% disseram que os

funcionários do posto só vêm à sua casa para entrega de encaminhamentos, avisar da

marcação de consultas e entregar resultados de exames. 8,5% disseram que acham que é

porque não tem necessidade. Outros 8,5 % afirmaram que os funcionários só visitam se a

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Page 52: Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: Um Estudo de ... · O município de V. Redonda, ... Tabela 12 Distribuição das mulheres segundo variáveis referentes à utilização

pessoa precisar, estiver doente e for solicitada a visita. Disseram que trabalham o dia inteiro

3.5% e por isto as visitas não ocorrem. Afirmaram morar há pouco tempo no bairro ou não ter

sido cadastrado no posto 2,8% e outros 4,2% afirmaram que não existe regularidade na visita

e que os profissionais não tem interesse em realizá-las. Dos entrevistados 1,4% disseram que

os funcionários só passam por eles na rua e perguntam se está tudo bem. 0,7 % dos

entrevistados afirmaram não querer ser visitado e 0,7% não ter agente em sua área.

VARIÁVEIS Freq %

Alguém da Equipe de Saúde daFamília visita sua casa

SimNãoNão informaramtotal de respondentes

110142 02254

43,355,9 0,8

100,0

Quem visita sua casa

MédicoEnfermeiroAgente de saúdeNão soube informartotal de respondentes

03057032

110

2,74,5

63,729,1

100,0

Quando recebeu a última visita

1 mês2 meses3 a 5 mesesmais de 6 mesesnão informadototal de respondentes

4913172605

110

44,611,815,523,6

4,5100,0

Por que não visitam

Só visitam se a pessoa precisar, quem estiver doente e sefor solicitado 12Só vem para entregar encaminhamentos, avisar data deconsulta e entregar o resultado de exame 19Não tem necessidade 12Trabalha o dia inteiro 05Falta de interesse Não tem regularidade na visita 06Mora a pouco tempo no bairro,não é cadastrado 04Perguntam se está tudo bem Só conversam na rua 02Não informaram 80Não quer ser visitado 01Não tem agente na área 01total de respondentes 142

8,5

13,48,53,54,2

2,8 1,4

56,3 0,7 0,7

100,0

Quadro 03- Visita Domiciliar pela Equipe do Programa Saúde da Família, conforme entrevistadoprincipal, Vila Rica, Volta Redonda, 2007.

52

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Sobre a última utilização da unidade de saúde (quadro 4) 61,3 % dos entrevistados a

utilizaram nos últimos 2 meses, seguidos de 13,8% que compareceram à unidade num período

de 3 a 6 meses. Há mais de 6 meses é o tempo utilizado por 8,7 % dos usuários. Não

lembram do último comparecimento ao posto ou não informaram quando ocorreu o último

atendimento 11,4% dos entrevistados.

VARIÁVEIS Freq %

Tempo decorrido após a últimautilização da unidade de saúde

Menos de 1 mês1 a 2 meses3 a 4 meses5 a 6 meses6 meses a 1 anomais de 1 anonão lembram / não informaram

25131

2965

1741

9,851,511,4

2,42,06,7

16,2

Motivo que levou a utilização daunidade de saúde

Consultas diversasControle de hipertensãoExames laboratoriaisSolicitar encaminhamentoMarcar consultasVacinar /fazer teste do pezinhobuscar medicaçãoretirar pontos / fazer curativoatividade educativa não lembra / não informado

135291213

81308060129

53,111,4

4,75,23,15,23,12,40,4

11,4

Receberam atendimento no mesmodia em que procuraram o serviço.

SimNãoNão informaram

19353

8

76,020,9

3,1

TOTAL 254 100,0

Quadro 4- Última utilização da unidade de saúde pelo entrevistado pirncipal, Vila Rica, VoltaRedonda, 2007

Em relação ao motivo do comparecimento à unidade 53,1% dos entrevistados

procuraram por consultas clínicas, de pediatria, ginecológicas, pré-natal, entre outras.

Referiram-se ao controle da hipertensão 11,4%, sem, no entanto, afirmar se foram à

consulta médica ou receberam outro tipo de atendimento, 4,7% foram realizar ou buscar

resultados de exames laboratoriais. Solicitar encaminhamento a especialista foi o motivo de

5,2% dos entrevistados. Marcar consulta, vacinar, realizar teste do pezinho, buscar medicação,

retirada de ponto, participar de atividade educativa, motivaram outros 14,2% dos usuários do

53

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posto. Afirmaram não lembrar ou não informaram o motivo do último comparecimento á

unidade 11,4% dos entrevistados.

Quanto ao atendimento, 76,0% dos entrevistados, disseram que foram atendidos no

mesmo dia em que procuraram o serviço de saúde, 20,9 % não foram atendidos e 3,1% não

informaram. Vale considerar que consultas de rotina, exames preventivos, controle de

hipertensão, exame pré-natal, são atividades que costumam ser agendadas e outras atividades

como coleta de exames, teste do pezinho e algumas vacinas também terem dias marcados para

sua realização.

A seguir inicia-se a análise dos grupos, desagregados por faixa etária.

5. ASPECTOS DE SAÚDE E UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS EM CRIANÇAS ATÉ 12

ANOS

Entre os menores de 01 ano (tabela 03) que totalizam 68 crianças no bairro, foram

entrevistadas os responsáveis por 23 delas, o que corresponde a 33,8% das crianças nesta

faixa etária. A divisão por sexo foi registrada como 52% do sexo masculino, 48% do sexo

feminino. Todas as crianças estão com as vacinas em dia. Questionados sobre a amamentação

74% das crianças são amamentadas (17 crianças) e destas 47%, com idade variando de

algumas semanas a 4 meses, encontram-se em amamentação exclusiva.

Registra-se que na faixa de 0 a 6 meses existem 12 crianças, portanto o índice de

aleitamento exclusivo até 6 meses de idade encontrado neste grupo é de 66,6%. Entre as

crianças as 6 crianças não amamentadas no momento da entrevista 66,7% tiveram a

amamentação interrompida precocemente até os dois meses de idade. No grupo avaliado não

foram encontradas crianças com deficiência.

54

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Tab. 03- Distribuição das crianças menores de 01 ano segundo variáveis referentes a sexo, idade, estado imunológicoe amamentação, Vila Rica, Volta Redonda, 2007.

Variáveis freq %

Idade em meses 0 a 1 mês1 a 3 meses4 a 6 meses7 a 9 meses9 a 12 meses

0107040209

4,330,417,38,7

39,2

SexoMasculinoFemininoTotal

121123

52,048,0

100,0

ImunizaçãoVacinas em dia? Sim 23

100,0

AmamentaçãoAmamentação Exclusiva?SimNão

0809

47,053,0

É amamentada? SimNão

1706

74,026,0

Amamentada até que mês?1 semana1 mês2 meses5 meses9 meses

0101020101

16,716,733,316,716,7

Caracterizando as crianças de 1 a 4 anos (tabela 04) observou-se que das 219 crianças

do bairro que encontram-se nesta faixa etária, foram entrevistados os responsáveis por 49

(22,3%). Nesta faixa, apenas 10% das crianças tem acesso à creche. Todas estão com as

vacinas em dia. Neste grupo foram encontradas duas crianças com deficiência, uma visual e a

outra não informada. (4,1% das crianças de 1 a quatro anos).

Tabela 4 – Distribuição das crianças de 1 a 4 anos segundo sexo, freqüência à creche, condição de deficiência, VilaRica, Volta Redonda, 2007.

Variáveis freq %

Sexo MasculinoFeminino

3118

63,336,7

Freqüenta creche? SimNão

1039

20,479,6

Portadora de deficiência? SimNão

0247

4,195,9

Qual deficiência? Visualnão informada

0101

50,050,0

55

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Tabela 5 – Distribuição das crianças de 05 a 09 anos segundo sexo escolaridade e condição de deficiência, Vila Rica,Volta Redonda, 2007

Variáveis freq %

Sexo Masculino Feminino

4936

57,742,3

Grau de instrução Sem escolaridade Pré-escola 1ª a 4ª série

132349

15,227,157,7

Freqüenta escola? Sim Não Não informado

780502

91,7 5,9 2,4

Portadora de Deficiência Sim Não Não informado

057901

5,992,9

1,2

Na faixa etária de 05 a 09 anos (tabela 05) encontrou-se 86 crianças, 91,7% delas

freqüentam escola, sendo 27,1% a pré-escola e 57,6 % 1ª a 4ª série do ensino fundamental.

Destas crianças cinco possuem deficiência, relacionadas como Síndrome Neurológica, (01)

mental e auditiva (01) e atraso mental (03), 98,8% das crianças estão com as vacinas em dia.

Tabela 6 – Distribuição das crianças de 9 a 12 anos segundo sexo, escolaridade e condição de deficiência,Vila Rica, Volta Redonda, 2007.

Variáveis freq %

Sexo MasculinoFeminino

3727

58,141,9

Grau de instrução sem escolaridade1ª a 4ª séries5ª a 8ª sériesNão informado

02313001

3,148,446,9

1,6

Freqüenta escola? SimNão

6301

98,41,6

Portador dedeficiência

SimNão

0262

3,196,9

Qual deficiência Déficit de aprendizagemNeurológica

0101

50,050,0

Dentre as crianças de 9 a 12 anos (tabela 06), encontramos 64 crianças. Destas, 58,1 %

são do sexo masculino, 3,1% não tem escolaridade, por serem portadores de deficiência

relacionada a déficit de aprendizagem e deficiência neurológica. Das crianças nesta faixa

etária 48,4% cursam da 1ª a 4ª série do ensino fundamental, enquanto 49,6% estão na 5ª a 8ª

série. Apenas 1% não teve a informação registrada.

56

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A seguir apresenta-se no gráfico 01 a análise da utilização dos serviços de saúde pelas

crianças na faixa etária de 0 a 12 anos. Percebe-se que o índice de vacinação na faixa etária de

0 a 4 anos encontra-se em 100%, caindo para 92,2% na faixa de 5 a 9 anos e 90,6% na faixa

de 9 a 12 anos. A falta da vacina foi justificada pelos informantes como esquecimento ou

desconhecimento do fato.

Em relação ao agendamento de consultas que é preconizado com maior regularidade

para a faixa etária de 0 a 1 ano percebe-se que apenas 39% destas crianças estão com

consultas agendadas. Os que não tem agendamento alegaram não gostar do atendimento da

unidade de saúde, terem esquecido de agendar, perda da consulta anterior, utilizarem a

unidade de Três Poços ou a da FOA. Referiram-se também ao agendamento para o ano de

2007 estar fechado, o que pode estar relacionada ao fato de, no mês do estudo, a enfermeira

estar de férias, tendo sido suspensas o agendamento das consultas de puericultura. Observa-se

também que o percentual de consultas agendadas cai nas faixas etárias de 1 a 4 para 26,5%,

na faixa de 5 a 9 anos para 9,4%, na faixa de 9 a 12 anos o percentual eleva-se para 10,7%.

Como motivo para o não agendamento de consultas para estas crianças obtiveram-se como

justificativas dadas pelos entrevistados o fato do posto não possuir pediatra, demora para

agendar as consultas quando solicitadas, e o não agendamento das crianças nestas faixas

etárias pela unidade de saúde.

A utilização de outros serviços de saúde é referida para 74,0% das crianças na faixa de 0

a 1 ano, 83,7% na faixa de 1 a 4 anos, 77,7% na faixa de 5 a 9 anos e 59,3% na faixa de 9 a

12 anos. Os informantes alegaram não conseguirem atendimento no posto, acharem os outros

serviços de saúde melhores, ausência de pediatra na unidade de saúde, conseguirem

atendimento mais rápido em outros serviços.

57

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Gráfico 1- Utilização de serviços de saúde por crianças de 0 a 12 anos, bairro Vila Rica,Volta Redonda, 2007.

Sobre os outros serviços de saúde procurados registram-se o maior percentual para

os serviços de urgência, relativos a 29% na faixa etária de 0 a 1 ano, 49% na faixa de 1 a 4

anos, 50,6% na faixa etária de 5 a 9 anos e 27,8% na faixa de 9 a 12 anos.

5.2 ASPECTOS DE SAÚDE E UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS EM JOVENS ENTRE 13 E

18 ANOS

Apresenta-se a seguir a caracterização do jovem de 13 a 18 anos (tabela 07). Foi

observado que entre estes o nível de escolaridade encontra-se entre a 5ª e 8 série do ensino

fundamental para 52,7%, 29,1% possuem o 2º grau incompleto, 7,5% o 2º grau completo e

outros 7,5% cursaram apenas da 1ª a 4ª série do ensino fundamental.

Atualmente 75.3% freqüentam escola e 8,6% trabalham tendo profissões não

qualificadas relacionadas á prestação de serviços, possuindo baixa remuneração.

58

0-1 01 a 04 05 a 09 09 a 120,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

Vacinas

Consulta agendadaProcura outro serviçoServ. proc: emergência

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Tabela 07 – Distribuição dos jovens 13 a 18 anos segundo posição na família, sexo, escolaridade, ocupaçãoe renda, Vila Rica, Volta Redonda, 2007.

Variáveis N %

Posição na família Filho Filha Esposa Outros

46400106

49,543,0

1,16,4

Sexo Masculino Feminino

4944

52,747,3

Grau de instrução 1ª a 4ª série 5ª a 8ª série 2º grau incompleto 2º grau completo Não informaram

0749270703

7,552,729,1

7,53,2

Freqüenta escola? Sim Não Não informaram

701607

75,317,2

7,5

Ocupação Serviços administrativos Serviços domésticos Venda e prestação de serviços/ comércio Trabalho em serviços de embelezamento

01020901

1,02,19,71,0

Renda 1 a 2 salários mínimos 2 a 3 salários mínimos Não informaram Sem renda

02030880

2,13,2

8,586,2

Total 93 100,0

A utilização dos serviços de saúde por estes jovens é apresentada na tabela 08.

Verifica-se que 71,0% dos jovens afirmaram não possuir problemas de saúde.

Disseram freqüentar outras unidades de saúde, 57,0%. Registra-se que isto ocorre por

problemas diversos, mas chama a atenção como itens mais citados a hipertensão arterial,

(15,3%), rinite e sinusite (11.4%).

A hipertensão arterial é referida por quatro jovens entre 16 e 17 anos, sendo 3

mulheres e um homem, havendo uma que refere associação com nefropatia. Configura-se uma

prevalência de 4,0% da hipertensão arterial neste grupo, sobressaindo-se como motivo de

procura pelos serviços de saúde.

Nos três meses anteriores a esta pesquisa 26,9% dos jovens utilizaram um serviço de

saúde e 43,0% dos jovens não utilizam o serviço há mais de um ano.

59

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Tabela 08 – Distribuição dos jovens de 13 a 18 anos de acordo com variáveis relativas à utilização dosserviços, Vila Rica, Volta Redonda, 2007

Variáveis freq %

Utilização de Serviços deSaúde

Tem problema de saúdeSim Não Não informado

266601

27,971,0

1,1

qual problema?HA Rinite / sinusite Anemia Visual Neurológico outros problemas Não informaram

04030202021102

15,411,57,77,77,7

42,37,7

Quando consultou a ultima vez?1 mês 2 a 3 meses 4 a 6 meses 6 meses a 1 ano Mais de 1 ano Não lembra Não freqüenta o posto Não informaram

1015041111290805

10,816,14,3

11,811,831,28,65,4

Porquê consultou?Consultas Problema Respiratório / alergiaSolicitar exames Problema de estômago suspeita de fratura dermatológicos Controle de H.A Outros problemas Não lembra / Não informou

070803030202023630

7,68,63,23,22,12,12,1

38,8 32,3

Procura que outros Serviços de Saúde?Serviços Especializados Urgência/ Hospitais Outra UBS Plano de saúde / convenio FOA Não informado Consultório particular Não procuram

0732030504160224

7,534,43,25,44,3

17,22,2

25,8

Procura por que?Atendimento de urgência Porque é mais rápido /resolvem o problemaTem atendimento especializado Tem plano de saúde / convênio não conseguem atendimento no posto não informaram / outros motivos

150706050526

21,817,3 8,7 7,2 7,237,8

Total 93 100,0

60

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Em relação ao motivo para a última consulta são relacionados problemas diversos aparecendo

como principal citação as consultas clínicas sem especificação (7,6%), seguida pelos

problemas respiratórios e alergias (4,3%).

Sobre quais outros serviços de saúde procuram 25,8% disseram não procurar,

enquanto 34,4% procuram hospitais ou serviços de urgência e 7,5% os serviços

especializados, motivados pelo fato de atenderem a casos de urgência (21,8%), serem

atendidos mais rapidamente (10,1%), terem atendimento especializado (8,7%), seguidos de

outras motivações.

As informações referentes à atividade reprodutiva estão enviesadas pelo fato de muitos

questionários terem sido respondidos pelo responsável e não diretamente pelo adolescente,

mas ressalta-se o fato de três das jovens serem mães e sua posição na família é de filha ou

enteada.

5. ASPECTOS DE SAÚDE E UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS EM HOMENS ACIMA DE19 ANOS

Quanto à caracterização dos homens participantes da pesquisa (tabela 09), pode-se

afirmar que a falta de escolaridade é mais presente na faixa etária acima de 60 anos, com

19,5%. Registra-se também que a escolaridade mais expressiva em todas as faixas etárias

corresponde ao ensino fundamental (até a 8ª série do 1º grau). Entre os homens a ocupação é

compatível com a escolaridade apresentada encontrando-se como mais expressivas as

ocupações em serviços de comércio, lojas e mercado, seguidas por trabalhadores em estrutura

de alvenaria, e serviços de administração, conservação, manutenção de edifícios e

logradouros. É relevante o número de desempregados registrados na faixa de 19 a 40 anos, em

comparação com as outras faixas.

61

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Quanto a portar deficiência, o maior índice é encontrado na faixa acima de 40 anos, com

predominância da deficiência física entre as referidas.

Tabela 9: Distribuição dos homens acima dos 19 anos segundo escolaridade, ocupação, condição dedeficiência, renda e faixa etária Vila Rica, Volta Redonda, 2007.

Variáveis Faixa Etária

19 a 39anos

(n = 131)

% 40 a 59 anos

(n = 92)

% Acima de 60anos

(n = 41)%

Grau de instruçãoSem escol.Até 8ªsérie2º grau incompleto 2º grau completosuperior incompletosuperior completonão informado

02781624040205

1,559,612,218,33,11,53,8

04680412

--

04

4,374,0

4,313,1

--

4,3

08290101

--

02

19,570,8

2,42,4

--

4,9

Ocupação Serv. ComercioServ. Est. de alvenariaServ. ManutençãoDesempregadooutras ocupações / aposentado

2116151762

16,012,211,513,052,7

0612200549

6,513,121,7

5,453,3

030104

-133

2,20,72,8

-94,3

Possui deficiênciaSimNãonão informaram

06119

06

4,690,84,6

107804

10,984,8

4,3

033206

7,378,114,6

Qual deficiênciaFísicaFalaVisualMental

04--

02

80,0--

20,0

07010101

70,010,010,010,0

03---

100,0

---

Renda 1a 2 sal 55,7 1 a 3 sal 57

61,9 1 a 2 sal 24 58,5

Em relação à utilização dos serviços de saúde (tabela 10), entre os homens das diversas

faixas etárias, observa-se que o maior percentual de consultas agendadas encontra-se na faixa

acima de 60 anos com 45,8%. Nesta faixa também se encontram os que mais referiram

possuir doenças 53,7 %. Entre as doenças citadas, a principal é a hipertensão arterial citada

62

Page 63: Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: Um Estudo de ... · O município de V. Redonda, ... Tabela 12 Distribuição das mulheres segundo variáveis referentes à utilização

pelos entrevistados nas 03 faixas etárias, chamando a atenção o percentual de 30,0%, para os

adultos entre 19 e 39 anos. O Diabetes e os problemas de coluna são citados como causas de

adoecimento nas faixas acima de 40 anos e a epilepsia como uma causa importante na faixa

de 19 a 39 anos.

Tabela 10-Distribuição dos homens acima de 19 anos segundo variáveis referentes à utilização dos serviçosde acordo com a faixa etária, Vila Rica, Volta Redonda, 2007.

Variáveis

Faixa Etária

19 a 39 anos (n = 131)

Freq

%

40 a 59 anos (n = 92)

Freq %

Acima de 60 (n = 41)

Freq %

Consulta. Agend. Sim 04 3,0 Sim 12 13,0 Sim 11 45,8

Possui doença Sim 30 22,9 Sim 48 52,2 Sim 22 53,7

Qual doença H.A. 09Gástrica 03Epilepsia 03

30,010,010,0

H.A 28Diabetes 08Coluna 08

42,512,112,1

H.A 19Coluna 04Diabetes 03

86,318,113,6

Freqüenta outrosserviços

Sim 62 47.3 Sim 46 50,0 Sim 19 46,3

Qual freqüenta urg/hosp 33plano/conv 16UBS/FOA 07Serv. Espec.03não inform. 03

53,325,911,24,84,8

urg/hosp 25plano/conv 04UBS/FOA 09Serv. Espec 08

54,48,7

19,617,3

urg/hosp 06Serv. Espec 07UBS/FOA 06

31,636,831,6

Freqüenta outrosserviços por que

Tem plano 13posto nãoatende 09só atendeagendados 07

20,9

14,6

11,3

Nec. Especialista 10atend. Rápido 06não é atendido no posto 05

20,012,0

10,0

É mais rápido 07neces.Espec. 06É urgenc. 03

36,831,615,8

Participa Ativ.Educ Não 124 94,6 Não 80 87,0 Não 31 75,6

Porque não participa Não inf. 96Não seinteressa 11

72,2

8,3

Não inf. 55Não foi convidado 06

73,38,0

Não inf. 22

Não gosta 05

71,0

16,1

Fez exame de próstata - - Sim 25 27,2 Sim 13 31,7

Sobre a utilização de outros serviços de saúde, nas três faixas encontra-se um

percentual alto (acima de 45%). Entre os serviços mais utilizados encontram-se os serviços de

urgência procurados por mais de 53% dos homens entre 19 e 59 anos. Seguidos

63

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posteriormente por serviços ligados a planos de saúde, convênios ou serviços particulares e

outras unidades de saúde. Quanto aos motivos para a procura de outros serviços registram-se

a dificuldade em conseguir atendimento no posto de saúde do bairro, ter necessidade de

acompanhamento com especialistas e estes serviços serem mais rápidos.

É relevante a não participação em atividades educativas pelos homens das diversas

faixas etárias, citados por mais de 75% na faixa acima de 60 anos e por 94,6% entre os que

possuem entre 19 e 39 anos. Entre os motivos para a não participação, foram apontados: não

freqüência ao posto, falta de tempo, trabalho e não sentir necessidade de participação, sendo

relevante o fato de não saberem informar o porque da não participação mais de 70% dos

homens em todas as faixas etárias.

5.4 ASPECTOS DE SAÚDE E UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS EM MULHERES

Analisando o grupo mulheres, foram encontradas no decorrer da pesquisa 05

gestantes (quadro 05). Pode-se afirmar que todas têm escolaridade entre a 5ª e 8ª séries do

ensino fundamental, atualmente não estudam. Duas são adolescentes (16 e 18 anos), as outras

tem idade entre 24 e 29 anos. Não exercem ocupação fora do lar, nem possuem renda própria,

duas encontravam-se no primeiro trimestre da gravidez e três no terceiro trimestre. Todas

informaram que a gravidez foi desejada.

Das cindo gestantes, 01 não havia iniciado o pré-natal. Somente uma delas faz o pré-

natal na unidade de saúde do Vila Rica., três fazem na Policlínica da Mulher. As quatro

gestantes iniciaram o pré-natal no primeiro trimestre gestacional. Duas gestantes informaram

ter consulta agendada para o mês da entrevista. Uma havia realizado o pré-natal no mês

anterior e duas não estavam agendadas. Uma delas porque ainda não confirmou a gravidez

com exames laboratoriais a outra não informou a razão.

64

Page 65: Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: Um Estudo de ... · O município de V. Redonda, ... Tabela 12 Distribuição das mulheres segundo variáveis referentes à utilização

Duas gestantes foram vacinadas contra rubéola e duas não. E uma outra não soube

informar. As que não foram vacinadas não souberam informar o porquê. Em relação à vacina

antitetânica, três afirmaram ter recebido a vacina. Uma gestante não foi vacinada e a outra não

informou.

Variáveis Resultado (nº absoluto)

Variáveis Resultado (nº absoluto)

Características Posição nafamília

Mãe 01Enteada 01Companheira 01Mulher 02

Idade15 a 19 anos 02

20 a 29 anos 03

Grau deinstrução

5ª a 8ª séries 05 Ocupação Do lar 05

FreqüentamEscola

Não 05 Renda Sem rendimentos 05

SituaçãoGestacional

Idade gestacional 1º trimestre 023º trimestre 03

Gravidezdesejada

Sim 05

Faz Pré-natal Sim 04Não 01

Posto Vila RicaPoliclínica da

Mulher

01

03

Tem consultaagendada

Sim 03Não 02

Consulta nãoagendada por

que?

Gravidez não confirmada porExames 01Não informado 01

Vacinas Rubéola Sim 02Não 02Não informado 01 AntitetânicaSim 03Não 01Não informado 01

AtividadesEducativas

Participam Sim 02 Regularmente Sim 01 Não 01

Não 03 Por que nãoparticipam

Não tem interesse 02Não iniciou pré-natal 01

Recebemorientação sobre

o parto

Sim 03Não 02

Quem orienta Médico 02Enfermeira 01

Orientação sobreamamentação

Sim 02Não 03

Quem orienta Enfermeira 01não informado 01

Quadro 5 -Caracterização das Gestantes do bairro Vila Rica, Volta Redonda, 2007.

65

Page 66: Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: Um Estudo de ... · O município de V. Redonda, ... Tabela 12 Distribuição das mulheres segundo variáveis referentes à utilização

Quanto à participação em atividades educativas para a gestante na unidade de saúde,

02 afirmaram participar das mesmas. Uma delas regularmente e a outra não. Três gestantes

negaram participação neste tipo de atividade.

Alegando motivos para não participação, citaram a falta de interesse em participar e a

outra porque ainda não começou o pré-natal. Sobre as orientações sobre o parto 03 afirmaram

recebê-las, duas do profissional médico e outra da enfermeira. Uma não informou de quem

recebe orientação.

Em relação á amamentação duas são orientadas a respeito e três não. Das que recebem

orientação uma afirmou recebê-la da enfermeira e a outra não disse de quem recebe. Das três

que não recebem orientação duas disseram que ainda é muito cedo para isto e uma não iniciou

o pré-natal.

Em relação às mulheres com idade entre 19 e 59 anos e acima de 60 anos cuja

caracterização é apresentada na tabela 11, foi observado que entre as primeiras, 5,8% não tem

escolaridade, 28% possuem até a 4ª série do ensino fundamental, 30,7% estudaram da 5ª a 8ª

série, 10,5% possuem o 2º grau incompleto e 17,9% o 2º grau completo, 4,3% cursaram o

nível superior, porém somente 0,4% o completou. Das respondentes, 2,8% não tiveram seu

grau de instrução identificado. Entre as mulheres acima de 60 anos predomina a falta de

escolaridade apontada em 42,3% das entrevistadas, seguidas pelas 35,5% que estudaram da 1ª

a 4ª série. Apenas 11,1% destas mulheres possuem o ensino fundamental completo.

Quanto à ocupação, 49,4% das mulheres entre 19 e 59 anos não exercem atividades fora do

lar. Entre as principais ocupações encontram-se 15,9% das mulheres trabalhando em serviço

de comércio, lojas e mercados, 15,2% atuando em serviços de administração, conservação,

manutenção de edifícios e logradouros.

66

Page 67: Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: Um Estudo de ... · O município de V. Redonda, ... Tabela 12 Distribuição das mulheres segundo variáveis referentes à utilização

Tabela 11- Distribuição das mulheres acima de 19 anos segundo escolaridade, ocupação, condição dedeficiência, renda e faixa etária, Vila Rica, Volta Redonda, 2007.

Variáveis 19 a 59 anos (n= 257)

Freq %

Acima de 60 anos(n=45)

Freq %

Grau de instruçãoSem escol.1ª a 4ª série5ª a 8ª série2º grau incompleto2º grau completosuperior incompletosuperior completonão informado

1572792746100107

5,8 28,0

30,710,517,9 3,9 0,4 2,8

19160601

---

03

42,235,613,3

2,2---

6,7

Ocupação Serv. ComercioServ. ManutençãoAtiv. do larAposentadas / pensionistasOutras ocupações

4139

1270545

15,915,249,4 1,917,6

0202152303

4,44,4

33,451,1

6,7

Possui deficiênciaSimNãonão informaram

10246

01

3,995,70,4

083601

17,880,0

2,2

Qual deficiênciaFísicaFalaVisualMentalnão informada

0402

-0301

40,020,0

-30,010,0

05-

02-

01

62,5%-

25,0%-

12,5%

Renda 1 a 2 sal. 75 57,7% 1 a 2 sal. 18 40,4%

Entre as que possuem mais de 60 anos predominam as aposentadas e pensionistas com

51,1% das citações, seguidas das que não exercem atividades fora do lar. Encontra-se um

percentual pequeno (4,4%), de mulheres que trabalham, persistindo as mesmas ocupações

citadas para o outro grupo de mulheres, ou seja, o serviço no comércio e em serviços de

manutenção. Em outras ocupações encontram-se 6,7%.

Em relação à renda, 57,7% das entrevistadas afirmaram ser de 01 a 02 salários

mínimos, na faixa entre 19 e 59 anos e 40,4% para as que possuem mais de 60 anos.

67

Page 68: Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: Um Estudo de ... · O município de V. Redonda, ... Tabela 12 Distribuição das mulheres segundo variáveis referentes à utilização

Perguntado às mulheres acima de 19 anos, se portam alguma deficiência, 3,9%

informaram que sim, e entre estas 30% possuem deficiência mental, 40% a física e 20% a

visual. Não informaram qual deficiência portam 10,0% das entrevistadas.

Na faixa acima de 60 anos 17,8% afirmaram portar deficiência, predominando a física,

62,5%, seguida de visual 25%. Não informaram tipo de deficiência 12.5% das entrevistadas.

Sobre a utilização dos serviços de saúde (tabela 12) 26,8% das mulheres que possuem

entre 19 e 59 anos, afirmaram ter realizado uma consulta no mês de realização desta

entrevista, 19,1% nos cinco meses anteriores a ela e 14,4% no período de seis meses a um

ano antes desta pesquisa, 20,3% realizaram uma consulta a mais de 01 ano e não lembram ou

não informaram quando fizeram sua última consulta 19,4% das respondentes.

Entre as mulheres acima de 60 anos foram encontradas 40,0% que realizaram consulta no

mês da entrevista e outras 40,0 % se consultaram no período de 2 a 5 meses anteriores a esta

pesquisa. Com atendimento médico há mais de 01 ano foram encontradas 2,2% das mulheres

nesta faixa etária, enquanto 17,8% não lembram ou não informaram o período de seu último

atendimento. Quanto a agendamento de consultas, 75,5% das mulheres na faixa de 19 a 59

anos informaram não ter consulta agendada, enquanto 22,9% afirmaram possuí-la. Destas

mulheres 61,0% tinham consulta agendada para o mês de realização desta pesquisa, 32,2%

tinham consulta agendada par o mês posterior e 6,8% para dois meses após.

Na faixa acima de 60 anos 28,9% possuíam consultas agendadas enquanto 42,2%

disseram não ter. Não responderam ou não informaram 28,9% das mulheres nesta faixa.

Em relação aos motivos para não terem consultas agendadas, 42,3% das mulheres

inseridas na primeira faixa, disseram que não tem necessidade, 9,8% afirmaram que a agenda

para o ano de 2007 ainda não estava aberta, 12,9% citaram que o posto é ruim e por isto não

conseguem atendimento, por possuir plano de saúde 3,6%, por outros motivos 5,1%. No que

se refere à dificuldade em marcação de consulta para o mês de janeiro, repete-se o que já foi

68

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Tabela 12 – Distribuição das mulheres segundo variáveis referentes à utilização da unidade de saúde, VilaRica, Volta Redonda, 2007.

Variáveis 19a 59 anosFreq %

Mais de 60 anos Freq %

Data da últimaconsulta

No mês da entrevista De 2 a 5 meses 6 meses a 1 ano mais de 1 ano não lembra /não informado

6949375250

26,819,114,420,319,4

1818-

0108

40,040,0

- 2,217,8

Motivo da últimaconsulta

Não informado Consulta clínica agendada Controle de HA Consulta ginecológica Fazer pré-natal Consulta especializada outros motivos Solicitar encaminhamento Fazer exames laboratoriais

523721451409150707

25,117,910,121,86,83,57,23,8 3,8

091014---

12--

20,022,231,1

---

26,7--

Tem consultaagendada?

Sim Não Não informado

59 194

4

22,975,51.6

131913

28,942,228,9

Para quando? Mês da entrevista Próximo mês2 meses após a entrevista

361904

61,032,2 6,8

030604

23,146,130,8

Porque não temconsulta agendada?

Não tem agenda aberta para 2007Porque no hospital é mais rápidoEstá aguardando resultados de examesnão é atendido, posto ruim Demora para agendarEsqueceu de agendarNão tem necessidadeNão informadoTem plano de saúdeAguardando especialistafalta médico médico visita

19020325010282510702--

9,81,01,612,90,51,042,326,3 3,6 1,0

--

04-

01--

01-

11--

0101

21,0-

5,3--

5,3-

57,8--

5,35,3

Mulher portadora dealguma doença?

Sim Não Não informado

9216203

35,863,5

0,7

300213

66,64,4

29,0

Qual doença? Anemia Problema cardíaco Coluna Diabetes Hipertensão outros

060807114812

6,68,67,6

12,052,213,0

-0405032126

-6,78,55,1

35,644,1

Recebe medicação naunidade?

Sim Não Não informado

77171 09

29,966,5

3,6

220815

48,917,833,3

Recebe medicaçãocom qual

regularidade?

Com regularidade Sem regularidade Não recebe Não informado

42090125

54,511,7 1,2

32,6

1304

05

59,118,2

-22,7

69

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assinalado quanto à puericultura: sendo o mês de férias da enfermeira, aparentemente,

algumas atividades estavam suspensas. Das respondentes, 26,3% não souberam informar o

porque de não estarem agendadas para consulta.

Entre as mulheres na faixa acima de 60 anos que não possuíam consultas agendadas

encontraram-se 21,0 % que apresentaram como justificativa a agenda para o ano de 2007

ainda não esta aberta, estar aguardando resultado de exame 5,3%, estar aguardando marcação

para especialista 5,3%, achar o atendimento do posto ruim 5,3,%, possuir plano de saúde

5,3%, e ter esquecido de agendar 57,8% das respondentes a esta pergunta.

Quanto a possuir alguma doença, 36,1% das mulheres acima de 19 anos responderam

afirmativamente referindo-se à hipertensão (52,2%), seguidas respectivamente de diabetes

(12,0%), problema cardíaco (8,6%), problema de coluna (7,6%) anemia (6,6%) e outras (13,0

%). Dentre as que referem alguma doença, 29,9% disseram receber o medicamento que

necessita na unidade de saúde, enquanto 66,5% negaram o recebimento. Das que recebem a

medicação na unidade de saúde 54,5 % informou recebê-la com regularidade e 11,7% sem

regularidade. Informaram não receber medicação do serviço de saúde 1,2% das mulheres

nesta faixa, enquanto 32,6% não informaram a respeito.

Entre as mulheres acima de 60 anos, 66,6% afirmaram estar doente. Enquanto 4,4%

negaram qualquer problema de saúde e 29,0% não responderem à questão. Citando os

problemas de saúde que as acometem aparece a hipertensão (35,6%), seguida problema de

coluna (8,5%) problema cardíaco ( 6,7%), diabetes (5,1%) e outros (44,1 %). Ressalta-se que

algumas entrevistadas citaram mais de um problema de saúde. Das entrevistadas 48,9%

disseram receber o medicamento que necessita na unidade de saúde, enquanto 17,8% negaram

o recebimento, e 33,3 % não informaram. Das que recebem a medicação na unidade de saúde

59,1% informou recebê-la com regularidade e 18,2 % sem regularidade. Sem informar

encontramos 22,7% das respondentes.

70

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Na tabela 13 observa-se que 60,3% afirmaram freqüentar outros serviços de saúde,

enquanto 38,1% negaram. Não informaram se freqüentam ou não outros serviços, 1,6% das

entrevistadas. Sobre que serviços freqüentam, o maior percentual encontrado foi relativo ao

serviço de urgência (37,4%), seguido dos centros de Especialidades (32,9%) e de outras

unidades básicas de saúde (29,7%).

Quanto aos motivos para a procura destes serviços, o maior percentual encontrado foi

para a realização de consulta ginecológica (27,7%), seguidas de consultas clínicas e situações

de emergência. (18,1%). Outros tipos de consultas foram citados por 18,6% das entrevistadas,

enquanto 14,1% não responderam a indagação.

Tabela 13 – Distribuição das mulheres de acordo com variáveis referentes à utilização de outros serviços, Vila Rica,Volta Redonda, 2007.

VARIÁVEIS Freq %

Freqüenta outros serviços desaúde?

Sim Não Não informado

1559804

60,338,11,6

Qual freqüenta? Outra UBS Centro especializado Serviço de urgência/ hospital

465158

29,732,937,4

Freqüenta estes serviços paraquê?

Emergência Consulta odontológica Consulta ginecológica Consulta clinica Consulta de HA / diabetes Consulta especializada Consulta pediátrica Não informaram

2803433308120622

18,12,1

27,721,35,17,73,9

14,1

Freqüenta outros serviçosporque?

Atendimento / marcação de consultas mais rápido Tem plano de saúde Foi encaminhado Consulta é feita pelo médico Costume Emergência Necessita de tratamento especializado

73241511060917

47,015,59,77,13,95,8

11,0

Ao serem inquiridas sobre por que procuram estes serviços, 47,0% disseram que o

atendimento e marcação de consultas mais rápidas (47,0%) necessitar de especialista (11,0%),

possuir plano de saúde ou convênio (15,5%), ter sido encaminhada pelo posto (9,7%), a

71

Page 72: Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: Um Estudo de ... · O município de V. Redonda, ... Tabela 12 Distribuição das mulheres segundo variáveis referentes à utilização

consulta ser realizada por médico (7,1%), para situações de emergência (5,8%) e por estar

acostumada (3,9%).

Na tabela 14 é apresentada a participação em atividades educativas e a atitudes em

relação à prevenção do câncer. Das mulheres pesquisadas 69,6% informaram ter vida sexual

ativa e 81,7% tem filhos. Destas 88,6% fizeram pré-natal e 9,7 % das mulheres informaram

participação em atividades de planejamento familiar, 82,9% negaram participação e 7,4% não

informaram.

Sobre a contracepção, 39,7% das mulheres utilizam algum método contraceptivo, sendo

a maioria deles a pílula (50%), seguido da laqueadura (24,5%), preservativo (9,8%), DIU

(4,9%), vasectomia (2,0%), 7,8% não informaram o método que utilizam.

Quanto à realização de exames de prevenção ao câncer de colo de útero 79,4%

afirmaram realizá-lo, 19,8% não se submetem ao exame e 0,8% não informou. Para o exame

preventivo do câncer de mama obteve-se resposta positiva (74,7%) e negativa (23,4%). Em

relação à data do último exame preventivo 62,3% das mulheres entrevistadas o realizaram no

último ano, 25,0% o fizeram a mais de dois anos, 7,3 % a mais de 03 anos. Não informaram a

data 5,4% das mulheres.

Quanto à participação em atividades educativas apenas 15,2% disseram participar ou

terem participado em algum momento, citando grupo de hipertensos (25,6%) grupo de

gestantes (12,8%), grupo de mulheres (10,3%), palestras e planejamento familiar (15,4%)

respectivamente.

Quanto à regularidade da freqüência, 51,3% não informaram e 23,1% disseram que não

tem regularidade. As outras informações obtidas foram: no período do pré-natal (2,6%),

quando marcam (17,9%), quando é realizada no momento da consulta (5,1%).

72

Page 73: Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: Um Estudo de ... · O município de V. Redonda, ... Tabela 12 Distribuição das mulheres segundo variáveis referentes à utilização

Tabela 14- Distribuição das mulheres acima de 19 anos segundo variáveis referentes à sexualidade e participação ematividades educativas, Vila Rica, Volta Redonda, 2007.

Variáveis Freq %

Tem vida sexual ativa? Sim Não Não informado

179 59 19

69,623,07,4

Tem filhos? Sim Não Não informado

210 43 04

81,716,71,6

Fez pré-natal Sim Não

186 24

88,611,4

Fez planejamento familiar? Sim Não Não informado

25213 19

9,782,97,4

Usa método contraceptivo Sim Não Não informado

102138 17

39,753,76,6

Qual usa? Pílula Diu Vasectomia Laqueadura Anticoncepcional injetável Preservativo Não informado

51 05 02 25 01 10 08

50,04,92,0

24,51,09,87,8

Fez preventivo de útero? Sim Não Não informado

204 51 02

79,419,80,8

Fez preventivo da mama? Sim Não Não informado

192 60 05

74,723,41,9

Data do ultimo preventivo 2006/2007 2005 2004 Mais de 3 anos Não informaram

127 37

14 15

11

62,318,2 6,8 7,3

5,4

Participa de atividade educativa? Sim Não Não informado

39213 05

15,282,91,9

Qual atividade? Controle de peso Grupo de gestantes Grupo de mulheres Grupo de hipertensos Adolescentes Palestras Planejamento familiar Não informaram

03 05 04 10 01 06 06 04

7,712,810,325,62,5

15,415,410,3

Freqüenta com qual regularidade? Sem regularidade No período do pré-natal Sempre quando marca Quando é feita no horário da consulta Não informaram

09 01 07 02 20

23,12,6

17,95,1

51,3

73

Page 74: Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: Um Estudo de ... · O município de V. Redonda, ... Tabela 12 Distribuição das mulheres segundo variáveis referentes à utilização

Tabela 15-Distribuição das mulheres acima de 60 anos segundo variáveis referentes à participação em atividadespara 3ª idade, Vila Rica, Volta Redonda, 2007.

Variáveis nº %

Participa de atividadespara a 3ª idade?

Sim Não Não informado

103302

22,273,3

4,5

Qual atividade? Caminhada Hidroginástica Ginástica

010108

10,010,080,0

Não freqüenta porque? Dificuldade de locomoção Não tem tempo Precisa cuidar de outros familiares É acamada Não quis participar Não informado Mora longe Orientação médica

0503040214030101

15,19,1

12,16,1

42,59,13,03,0

Em relação à freqüência em atividades para a terceira idade 22,2% das entrevistadas

afirmaram participar, 73,3% negaram participação e 4,5% não informaram. As que participam

citaram a ginástica (80,0%), hidroginástica (1,0%) e caminhada (1,0%) como atividades

praticadas. Como justificativa para a não participação citam não quererem participar 42,5%,

dificuldade de locomoção 15,15%, necessidade de cuidar de familiares (12,1%), não ter

tempo (9,1%), ser acamada (6,1%), outros motivos (6,0%) e não informaram 9,1%.

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6 DISCUSSÃO

A Estratégia Saúde da Família tal como concebido pelo Ministério da Saúde (1994)

deve constituir–se como estratégia de reorganização do sistema de saúde devendo priorizar

ações de proteção e promoção da saúde de indivíduos sadios ou doentes de forma integral e

contínua, reforçando o vínculo com a comunidade, devendo se constituir como porta de

entrada ao sistema de saúde, com profissionais capazes de assistir aos problemas de saúde

mais comuns atuando no nível individual e coletivo, desenvolvendo ações em conjunto com a

comunidade.

Em relação à unidade de saúde estudada esta orientação precisa ser objeto de reflexão,

pois foi percebido logo no contato inicial com a unidade, quando do momento da seleção das

famílias a serem entrevistadas, a falta de atualização dos dados cadastrais, o que ficou claro

nos problemas vivenciados durante a realização do trabalho de campo. Entre estes problemas

podemos citar: famílias que já não moravam no bairro ainda com prontuários abertos, famílias

novas, residindo há mais de três meses no bairro sem cadastro no posto, pessoas falecidas

fazendo parte do cadastro, mudança na composição das famílias não registradas, novos

nascimentos não incluídos, datas de nascimento desatualizadas, número das casas não

existentes na rua. Estes fatos refletiram neste estudo visto a necessidade de substituição de 83

famílias que constitui 27,6% da amostra selecionada.

O fato acima citado remete à discussão do processo de trabalho da equipe, visto que a

mesma tem por prerrogativa o conhecimento da realidade das famílias sob sua

responsabilidade. O cadastro sendo uma atribuição da equipe deve ser mantido atualizado.

Para tal tarefa a equipe possui um membro que deve atuar como elo com a comunidade,

através do contato direto em seu domicílio que é o Agente Comunitário de Saúde.

Segundo o Ministério da Saúde (1994 ) entre as atribuições do agente comunitário

ressalta-se a realização de mapeamento da micro-área, cadastramento destas famílias e sua

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atualização permanente, propiciando a identificação de indivíduos e famílias expostas a

situações de risco.

O Desenvolvimento de ações de educação e vigilância à saúde, com ênfase na

promoção da saúde e na prevenção de doenças, também dada como tarefa primordial deste

profissional, nesta unidade não são identificadas pela comunidade visto a referência à visita

domiciliar como o momento da entrega de encaminhamentos, aviso da data de uma consulta,

ou ainda entrega do resultado de exames, fato que é reforçado pelo registro da não

regularidade das visitas. Percebe-se também um desconhecimento da população deste aspecto

do trabalho da equipe visto ser desconhecida a obrigatoriedade do agente percorrer a área

sobre sua responsabilidade persistentemente, por deter a tarefa da vigilância à saúde.

Na análise dos dados ficou demonstrado que a maioria dos entrevistados não recebem

visita domiciliar o que é muito significativo, pois é norma do programa que as famílias sejam

visitadas uma vez a cada mês.

Quanto às visitas pelos outros profissionais de saúde acredita-se que ela ocorra dentro

da necessidade apresentada pela população, visto a referência de pessoas acamadas ou

impossibilitadas de comparecer á unidade, à visita médica em seu domicílio. Segundo

FRANCO e MERHY (2003) as visitas não devem ser realizadas compulsoriamente, sem

indicação e motivações claras.

Quanto à caracterização destas famílias percebe-se pelas respostas relativas à sua

composição que em torno de 90% das famílias apresentam uma composição nuclear o que

pode facilitar o trabalho da equipe pela possibilidade da abordagem do indivíduo através do

entendimento de sua dinâmica familiar.

Os integrantes do núcleo familiar tem nível de escolaridade baixo, que reflete na

característica das ocupações que não exigem qualificação e por isto tem baixa remuneração.

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A acessibilidade aos serviços, segundo CARMEM UNGLERT (1987) está vinculada

ás condições sociais e econômicas da população, devendo ser avaliada em seus aspectos

geográficos, funcionais, culturais e econômicos. A unidade analisada é bem localizada dentro

do bairro, percebe-se que a maioria da população gasta pouco tempo para sair de sua casa e

chegar ao serviço, de saúde, porém a acessibilidade organizacional demonstra problemas visto

a queixa relativa à organização do trabalho da equipe, presente em todas as faixas etárias

analisadas que informam a insatisfação com o processo de agendamento e a procura pelas

unidades de saúde próximas ao bairro no caso a UBS Três Poços e a Unidade de Saúde da

Faculdade de Medicina da Fundação Oswaldo Aranha que são freqüentadas pela população.

Conforme UNGLERT (1987) a área de abrangência de uma unidade de saúde

compreende a área de responsabilidade do serviço e deve ser definida segundo critérios de

acessibilidade geográfica e fluxo da população. Deve-se então discutir se esta comunidade

incorpora o conceito de área de abrangência de serviços, presente na estratégia saúde da

família, que prevê a responsabilização pela população em um dado território. Observa-se que

a população procura por outras unidades para resolver problemas que poderiam ser resolvidos

no próprio bairro, que dispenderia de menos tempo e recursos. Discute-se também se a

unidade enquanto serviço tem condição de acolher e atender a todas as necessidades sentidas

pela população, pois cabe aos serviços de atenção primária, conforme STARFIELD (2002)

oferecer à comunidade a entrada no sistema de saúde e a atenção continuada a todos os

problemas e situações excetuando-se as incomuns ou raras. Por isto é prerrogativa da

Estratégia Saúde da Família a substituição das práticas convencionais por uma prática voltada

para a vigilância à saúde, visando o atendimento integral à população assegurando o trânsito

em todos os níveis do sistema de saúde dos quais a população necessita.

Em relação a este fato, ressalta-se que o atendimento é o item que apresenta maior

queixa entre os usuários entrevistados e com um registro quase unânime de insatisfação com o

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atendimento médico, visto a população não aceitar o médico generalista e apresentar como

queixa, a falta do médico das especialidades básicas, ou seja, do ginecologista, do clínico e do

pediatra, que é motivo para a procura de outros serviços de saúde. Os entrevistados justificam

os aspectos que consideram ruins, pelo não atendimento das funções básicas dos serviços de

atenção primária à saúde, como os especificados, por exemplo, pela SOCIEDADE

EUROPÉIA DE MEDICINA FAMILIAR-WONCA (2002 ) que entre outros aspectos afirma

que a atenção primária deve ser o primeiro ponto de contato médico com o sistema de saúde,

garantindo acesso aos serviços, e resolvendo problemas de saúde, independentemente da

idade, sexo, ou qualquer outra característica da pessoa em questão; ser responsável pela

prestação de cuidados continuados, estabelecendo com o usuário uma relação ao longo do

tempo, através de uma comunicação médico-paciente efetiva além de lidar com os problemas

de saúde em todas as suas dimensões física, psicológica, social, cultural e existencial. O não

cumprimento destes aspectos é evidenciado na queixa de vários usuários quanto à troca

constante de profissionais, especificamente os médicos, que não criam vínculo com a

comunidade e não prestam o atendimento às questões básicas, muitas vezes encaminhando o

paciente, o que gera um descrédito no serviço.

Uma outra questão relativa à organização do trabalho diz respeito ao agendamento, que

é visto pelos órgãos oficiais como um diferencial no atendimento pela Estratégia Saúde da

Família, porém, do ponto de vista da comunidade é um problema, pela forma como é

desenvolvido, não propiciando um atendimento rápido à demanda espontânea, gerando a

procura por outros serviços de saúde especialmente os serviços de urgência de hospitais e

centros intermediários em saúde, citados pela maioria dos entrevistados como alternativa à

dificuldade encontrada para conseguir atendimento rápido na unidade de saúde, no momento

em que dela necessita. Conforme FRANCO e MERHY (2003) este é um erro estratégico do

programa que acaba por reforçar a organização de serviços com características mais próximas

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do modelo hegemônico, porque estes respondem às necessidades mais imediatas da

população.

Quanto à utilização de outros serviços de saúde pelos usuários das faixas etárias

analisadas, observaram-se três principais problemas que a motivam:

O primeiro está relacionado à percepção do usuário quanto a

resolubilidade do atendimento prestado pelo posto de saúde, retratado

nas afirmações de que “não conseguem atendimento”, “o posto só

atende agendados”, “o atendimento em outros serviços é mais rápido”,

“o posto não tem pediatra e ginecologia”, o que foi apontado pelos

respondentes que tem filhos e pelas mulheres;

O segundo está relacionado à percepção do próprio médico de

família quanto à sua responsabilidade clínica, e é referida como o

encaminhamento da unidade a outros serviços, quando o profissional

não se sente habilitado a resolver um caso agudo de pediatria, por

exemplo.

O terceiro está relacionado às situações de urgência ou emergência.

Também é apontado, especialmente pelos homens, o não

funcionamento da unidade de saúde à noite e nos finais de semana, o

que reforça o não envolvimento do programa com eventos e

intercorrências fora do atendimento programático.

Segundo FRANCO e MERHY (2003) a Estratégia Saúde da Família pressupõe a idéia

de vinculo e adscrição de clientela, devendo se constituir como porta de entrada no sistema de

saúde, porém por atuar com ações programáticas não priorizam a demanda espontânea e o

atendimento ás urgências, que não se constitui como ponto forte e é importante na visão do

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usuário que demonstra baixa credibilidade no serviço, buscando assim outros serviços como

os de urgência e pronto atendimento para a resolução de seus problemas.

Avaliando a informação dos entrevistados sobre as atividades de prevenção e

promoção da saúde, supõe-se que as mesmas são realizadas esporadicamente, e não trazem

impacto diante da população. Ressalta-se que segundo o MINISTÉRIO DA SAÚDE (2000)

cabe à equipe desenvolver processos educativos através de grupos voltados à recuperação da

auto estima, troca de experiências, apoio mútuo e melhoria do auto cuidado além de em

contato com indivíduos sadios ou doentes promover a saúde através da educação sanitária.

De acordo com este estudo, conclui-se que a população que utiliza esta unidade de

saúde não demonstra adesão a alguns princípios colocados pelo programa, como adscrição da

clientela, responsabilização e vínculo; não reconhece a unidade de saúde como porta de

entrada para o sistema de saúde, visto a utilização de outros serviços de acordo com suas

necessidades pessoais.

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7 CONCLUSÃO

Este estudo, longe de esgotar todas as possibilidades de análise, face o vasto material

produzido, demonstra que o processo e organização do trabalho desenvolvido por esta equipe

necessita ser revisto e reformulado.

A utilização dos serviços de saúde pela população é influenciada pelos aspectos

relativos a rapidez no atendimento, resolução do problema que a aflige no momento da

necessidade sentida, não importando com o perfil assistencial do serviço de saúde que

procura, nem com os princípios organizacionais colocados para os serviços de saúde. No

entanto, a população demonstra reconhecer e aderir a algumas ações como, por exemplo, a

vacinação e o controle de hipertensão no sentido da assistência medicamentosa.

A adoção de hábitos saudáveis e mudanças comportamentais não são aparentes,

demonstrando que a lógica de diagnóstico precoce voltada para os aspectos de prevenção e

promoção da saúde não são incorporados pela população e nem estimulados pela equipe de

trabalho visto que as atividades relacionadas a estes aspectos não aparecem como ponto forte

em nenhum momento da pesquisa, e é reforçada também pela inexistência das ações de

vigilância à saúde demonstrada pelas criticas à atuação dos agentes comunitários de saúde,

pela ausência de atividades educativas sistemáticas que estimulariam a adoção do auto

cuidado pela população.

Cabe á luz das observações realizadas a intensificação das ações de supervisão à

equipe, não no sentido punitivo, mas no sentido da educação permanente em serviço que

propicie a reestruração da assistência.

Por fim registra-se que este estudo deve ser objeto de aprofundamento pelos serviços

de saúde que visem à implementação do Programa Saúde da Família para de fato garantir uma

assistência com qualidade e que atenda às necessidades da população.

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ANEXOS

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Anexo A

Universidade Federal do Rio de JaneiroCentro de Ciências da Saúde

Núcleo de Estudos de Saúde ColetivaMestrado em Saúde ColetivaÁrea de Concentração Políticas e Planejamento em Saúde

Rio de Janeiro, 06 de junho de 2006.

Ilma. Sra.

Vimos através deste, solicitar autorização para realização de pesquisa de campo da mestranda Vera

Regina do Carmo Mendonça.

A pesquisa que tem como título provisório “Avaliação de um modelo: 10 anos de PSF em Volta

Redonda" pretende avaliar o os fatores que influenciam a utilização dos serviços pelos usuários de áreas

assistidas pelo Programa Saúde da Família e identificar os padrões de utilização destes serviços pela população.

A mestranda pretende avaliar duas unidades que possuem 10 anos de implantação do programa: PSF

Vila Rica (Três Poços), escolhida aleatoriamente entre as 05 unidades implantadas inicialmente no município.

Pretende-se que a pesquisa de campo seja realizada, tão logo obtenha-se a aprovação pelo conselho de

Ética e Pesquisa que analisa o projeto, em data a ser informada posteriormente.

A pesquisa será coordenada pela mestranda e contará com a participação de alunos do Curso de

Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa, recrutados como pesquisadores.

A mestranda compromete-se a repassar os resultados da pesquisa a esta instituição, visando colaborar

para o aprimoramento do serviço, e informa que os dados coletados serão utilizados exclusivamente para fins

acadêmicos.

Aguardando seu pronunciamento, despedimo-nos.

Vera Regina do Carmo Mendonça

mestranda - pesquisadora

Ivani Bursztyn

professora orientadora

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Anexo B

Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Ciências da Saúde

Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva Mestrado em Saúde Coletiva Área de Concentração Políticas e Planejamento em Saúde

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Título do Projeto: Avaliação de um Modelo: 10 Anos de PSF em Volta RedondaPesquisador Responsável: Vera Regina do Carmo MendonçaInstituição a que pertence o Pesquisador Responsável: Universidade Federal do Rio de JaneiroTelefones para contato: (24) 334666-92, (24) 92114562

Nome do voluntário:______________________________________________________________________________ Idade: _____________ anos R.G. __________________________

Responsável legal (quando for o caso):_______________________________________________________________R.G. Responsável legal: _________________________

O Sr. (ª) está sendo convidado(a) a participar como voluntário do projeto de pesquisa "Avaliaçãode um Modelo -10 anos de PSF em Volta Redonda" de responsabilidade do pesquisador Vera Reginado Carmo Mendonça, que tem por objetivo conhecer e avaliar como a população utiliza os serviços desaúde e como a população participa do Programa Saúde da Família. Este estudo será realizado pormeio de entrevistas, realizadas por acadêmicos do Curso de Enfermagem, do Centro Universitário deBarra Mansa, sob a supervisão da pesquisadora. As respostas do questionário serão anotadas peloentrevistador, o questionário será identificado pelo número do prontuário da família registrado naunidade de saúde, será resguardado o sigilo e as informações relatadas serão usadas somente para finsacadêmicos. Suas dúvidas poderão ser esclarecidas pelos entrevistadores bem como com apesquisadora do projeto. Espera-se com este projeto contribuir para melhorar o atendimento prestado apopulação deste bairro, bem como a população de Volta Redonda, pela Secretaria Municipal de Saúde,que receberá o relatório final desta pesquisa. Informamos também que a Associação de Moradoresdeste bairro e o Conselho Gestor de Saúde serão informados do resultado deste trabalho.

Eu, __________________________________________, RG nº _____________________ declaro tersido informado e concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa acima descrito.

Volta Redonda, _____ de ____________ de _______

.................................................................. .................................................... assinatura do entrevistado assinatura do entrevistador

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Anexo C

Universidade Federal do Rio de JaneiroCentro de Ciências da SaúdeNúcleo de Estudos de Saúde ColetivaMestrado em Saúde ColetivaÁrea de Concentração: Políticas e Planejamento emSaúde

PESQUISA - AVALIAÇÃO DE UM MODELO: 10 ANOS DE PSF EM VOLTA REDONDA Unidade de Saúde:................................................................ Nº do questionário:.............................................. Horário de Funcionamento da Unidade:............................... Nome do Entrevistador:........................................................ Nome do supervisor:............................................. Nº da visita:.................. Data....../........../.............. Horário:..................................................................

I - IDENTIFICAÇÃO:

Nº PRONTUÁRIO.................................................

DATA DE NASCIMENTO ......../........./............... ESTADO CIVIL:...................................... SEXO:................

PROFISSÃO: ........................................................ OCUPAÇÃO: .......................................................................

ESCOLARIDADE:

( ) Sem Escolaridade ( ) 1ª a 4ª série do ensino fundamental

( ) 5ª a 8ª série do ensino fundamental ( ) 2º grau incompleto.

( ) 2º grau completo. ( ) Superior incompleto ( ) Superior completo.

RENDA FAMILIAR:

( ) menos de um salário mínimo ( ) 1 a 2 salários mínimos

( ) 2 a 3 salários mínimos ( ) 3 a 4 salários mínimos ( ) 4 a 5 salários mínimos

( ) 5 a 6 salários mínimos ( ) mais de 6 salários mínimos

2- COMPOSIÇÃO FAMILIAR:

posição nafamília

sexo grau deinstrução

data denascimento

ocupação horário detrabalho

renda

90

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3- DESENVOLVIMENTO:

1- TEMPO DE RESIDÊNCIA NO BAIRRO: ( ) 01 a 3 meses ( ) 03 a 6meses ( ) 07 meses a 11 meses ( ) 01 ano ( ) 02 anos ( ) 03 anos ( ) 04 anos ( ) 05 anos ( ). mais de 05 anos .....................

2- QUE UNIDADES DE SAÚDE TEM EM SEU BAIRRO?

...................................................................................................................................................................................

3- VOCÊ FREQUENTA ESTA(S) UNIDADE(S) DE SAÚDE?

( ) sim ( ) não Qual (is)?..............................................................................................................................

Para que tipo de problema?.......................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................

4- NOS ÚLTIMOS QUINZE DIAS ALGUÉM DA CASA PROCUROU OUTRO SERVIÇO DE SAÚDE?

( ) sim ( ) não

quem? ............................................. qual serviço? ..............................................................................................

por quê?....................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................

5- O QUE TEM DE BOM NO PROGRAMA SAÚDE DA FAMILIA?

..............................................................................................................................................................................................

........................................................................................................................................................................

por quê?.....................................................................................................................................................................

..............................................................................................................................................................................................

........................................................................................................................................................................

6- O QUE TEM DE RUIM NO PROGRAMA SAÚDE DA FAMILIA?

..............................................................................................................................................................................................

.....................................................................................................................................................................

por quê?.....................................................................................................................................................................

..............................................................................................................................................................................................

.......................................................................................................................................................................

7-NA ÚLTIMA VEZ EM QUE SE CONSULTOU, OU UTILIZOU A UNIDADE DE SAÚDE, A EQUIPE DA

UNIDADE

o atendeu bem ( ) Sim ( ) Não

resolveu seu problema ( )Sim ( ) Não

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8- QUAL O TEMPO GASTO PARA IR DE SUA CASA ATÉ A UNIDADE DE SAÚDE?

( ) até 10 minutos ( ) de 10 a 15 minutos

( ) de 15 a 20 minutos ( ) de 20 a 25 minutos

( ) 25 a 30 minutos ( ) mais de 30 minutos

9- QUAL O MEIO DE LOCOMOÇÃO QUE VOCÊ USA PARA CHEGAR Á UNIDADE DE SAÚDE?

( ) á pé ( ) bicicleta

( ) ônibus ( ) carro ( ) outros....................................................................

10 - ALGUÉM DA EQUIPE DA UNIDADE DE SAÚDE VISITA SUA CASA?

( ) sim, Quem?.......................................................................................................................................................

( ) não Por quê?....................................................................................................................................................

11- QUANDO RECEBEU A ÚLTIMA VISITA?..................................................................................................

12- QUANDO USOU PELA ÚLTIMA VEZ A UNIDADE DE SAÚDE?.............................................................

...................................................................................................................................................................................

13-- QUAL FOI O MOTIVO?.................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................

14- FOI ATENDIDO NO MESMO DIA EM QUE PROCUROU O SERVIÇO?

( ) sim ( ) não Por quê? ......................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................

do dia em que procurou o serviço ao dia do atendimento quantos dias passaram?...................................................

15- EM SEU ÚLTIMO ATENDIMENTO QUE PROFISSIONAL O (A) ATENDEU?........................................

...................................................................................................................................................................................

16- O QUE VOCE ACHOU DESTE ATENDIMENTO?

..............................................................................................................................................................................................

........................................................................................................................................................................

por que?.................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................

92

Page 93: Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: Um Estudo de ... · O município de V. Redonda, ... Tabela 12 Distribuição das mulheres segundo variáveis referentes à utilização

GRUPOS PRIORITÁRIOS: CRIANÇAS

MENOR DE 01 ANO:

01- AS VACINAS DA CRIANÇA ESTÃO EM DIA? (solicitar o cartão e verificar)

( ) sim ( ) não, por quê? ...............................................................................................................................

02- A CRIANÇA TEVE ALGUMA INTERNAÇÃO?

( ) sim por quê?.................................................................................................................................................

( ) não

03- A CRIANÇA É AMAMENTADA?

( ) sim, aleitamento exclusivo? ( )sim ( ) não

( ) não, foi amamentada até que mês?.............................................................................................................

04- DATA DA ÚLTIMACONSULTA: .................................................................................................................

05 - TEM CONSULTA AGENDADA? ( ) Sim, para quando? ...........................................................................

( ) não, por que? .............................................................................................................................................

06- É PORTADORA DE DEFICIENCIA? ( ) sim qual?.................................................................... ( ) não

07 -AO APRESENTAR ALGUM PROBLEMA DE SAÚDE COMO É TRATADA?

...................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................

08- ALÉM DO PSF, QUE OUTROS SERVIÇOS DE SAÚDE VOCÊ COSTUMA PROCURAR?

..................................................................................................................................................................................

por quê?.....................................................................................................................................................................

01 A 4 ANOS

01- AS VACINAS DA CRIANÇA ESTÃO EM DIA? (solicitar o cartão e verificar)

( ) sim

( ) não por quê? ....................................................................................................................................................

02- FREQUENTA CRECHE? ( ) sim ( ) não

03- DATA DA ÚLTIMA CONSULTA: .................................................................................................................

04 - TEM CONSULTA AGENDADA? ( ) sim, para quando? ............................................................................

( ) não, por que? .............................................................................................................................................

05-- É PORTADORA DE DEFICIENCIA? ( ) sim ( ) não, qual?....................................................................

06- ALÉM DO PSF, QUE OUTROS SERVIÇOS DE SAÚDE VOCÊ COSTUMA PROCURAR?

.................................................................................................................................................................................

por quê?.....................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................

93

Page 94: Avaliação do PSF na Perspectiva do Usuário: Um Estudo de ... · O município de V. Redonda, ... Tabela 12 Distribuição das mulheres segundo variáveis referentes à utilização

5 A 9 ANOS

01- ESTA ESTUDANDO? ( ) sim ( ) não QUAL SÉRIE?..............................................................................

02- AS VACINAS DA CRIANÇA ESTÃO EM DIA? (solicitar o cartão e verificar)

( )sim ( )não ( ) por que? .........................................................................................................................

03- DATA DA ÚLTIMA CONSULTA: ..............................................................................................................

04 - TEM CONSULTA AGENDADA?

( ) sim, para quando? ...................................................................................................................................

( ) não, por que? ............................................................................................................................................

05- É PORTADORA DE DEFICIENCIA? ( ) sim qual?....................................................................................

( ) não

06- ALÉM DO PSF, QUE OUTROS SERVIÇOS DE SAÚDE VOCÊ COSTUMA PROCURAR?

..................................................................................................................................................................................

por quê?....................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................

9 A 12 ANOS

01-ESTA ESTUDANDO? ( ) sim ( ) não QUAL SÉRIE?................................................................................

02- AS VACINAS DA CRIANÇA ESTÃO EM DIA? (solicitar o cartão e verificar)

( )sim ( )não por quê? ..................................................................................................................................

03- - DATA DA ÚLTIMA CONSULTA:

04 - TEM CONSULTA AGENDADA? ( )Sim, para quando? .........................................................................

( ) não, por que? ...........................................................................................................................................

05- É PORTADORA DE DEFICIENCIA? ( ) sim QUAL?................................................................................

( ) não

06- ALÉM DO PSF, QUE OUTROS SERVIÇOS DE SAÚDE VOCÊ COSTUMA PROCURAR?

...............................................................................................................................................................................

por quê?....................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................

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GRUPOS PRIORITÁRIOS: ADOLESCENTES

JOVENS 13 A 18 ANOS

01- TEM PROBLEMAS DE SAÚDE?

( ) sim Qual? ..................................................................................................................................................

( ) não

02- QUANDO FOI ATENDIDO PELA ÚLTIMA VEZ NA UNIDADE DE SAÚDE?

...................................................................................................................................................................................

por que?....................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................

03- TEM VIDA SEXUAL ATIVA? ( ) sim ( ) não

04- TEM FILHOS?

( ) sim quantos? ..................................................................................................................................................

( ) não

05- FEZ PRÉ-NATAL?

( ) sim onde? .......................................................................................................................................................

( ) não

06- PARTICIPA DE ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO FAMILIAR?

( ) sim ( ) não

07- UTILIZA MÉTODOS CONTRACEPTIVOS?

( ) sim qual? .................................................................... ( ) não

Recebe o método na unidade de saúde? ( ) sim ( ) não

08- POSSUI ALGUM TIPO DE DEFICIÊNCIA?

( ) sim qual? ......................................................................... ( ) não

09- ESTUDA?

( ) sim série .....................................................................................................................................................

( ) não Por quê?..............................................................................................................................................

10- TRABALHA?

( ) sim ocupação? ............................................................................................................................................

( ) não

11- ALÉM DO PSF, QUE OUTROS SERVIÇOS DE SAÚDE VOCÊ COSTUMA PROCURAR?

...................................................................................................................................................................................

por quê?....................................................................................................................................................................

..............................................................................................................................................................................................

........................................................................................................................................................................

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GRUPOS PRIORITÁRIOS : MULHERES

MULHER 19 a 59 anos

01- QUANDO SE CONSULTOU PELA ÚLTIMA VEZ? ...................................................................................

Qual foi o motivo? .............................................................................................................................................

............................................................................................................................................................................

02-TEM CONSULTA AGENDADA?

( ) sim, para quando? .......................................................................................................................................

( ) não, por que? ..............................................................................................................................................

03- POSSUI ALGUMA DOENÇA? ( ) sim ( ) não

qual? ...................................................................................................................................................................

04- RECEBE MEDICAÇÃO NA UNIDADE DE SAUDE? ( ) sim ( ) não

com que regularidade? .....................................................................................................................................

05- TEM VIDA SEXUAL ATIVA? ( ) sim ( ) não

06- TEM FILHOS?

( ) sim quantos? ......................... ( ) não

07- FEZ PRÉ-NATAL? ( ) sim ( ) não

ONDE? ...............................................................................................................................................................

08- PARTICIPA DE ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO FAMILIAR?

( ) sim ( ) não

09- UTILIZA MÉTODOS CONTRACEPTIVOS? ( ) sim qual? ...........................................

( ) não

10- FAZ EXAMES PREVENTIVOS?

PARA CANCER DE ÚTERO? ( ) sim ( ) não

PARA CANCER DE MAMA? ( ) sim ( ) não

QUAL DATA DO ÚLTIMO PREVENTIVO? ...............................................................................................

EM SUA ÚLTIMA CONSULTA A MAMA FOI EXAMINADA? ( ) sim ( ) não

11- FREQUENTA OUTROS SERVIÇOS DE SAÚDE? ( ) sim ( ) não

qual? ................................................................. para que?.............................................................................

por que? ...........................................................................................................................................................

........................................................................................................................................................ ...................

12- PARTICIPA DE ALGUMA ATIVIDADE EDUCATIVA NA UNIDADE DE SAÚDE?

( ) sim qual?..................................................................................................................................................

( ) não

com que regularidade?....................................................................................................................

13- É PORTADORA DE DEFICIENCIA? ( ) sim qual?..........................................................................

( ) não

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MULHER ACIMA DE 60 ANOS

01- FREQUENTA ATIVIDADE PARA A 3ª IDADE?

( ) sim Qual?......................................................................................................... ...................

( ) não Por quê? ........................................................................................................................

02- FAZ EXAMES PREVENTIVOS?

PARA CANCER DE ÚTERO? ( ) sim ( ) não

PARA CANCER DE MAMA? ( ) sim ( ) não

QUAL DATA DO ÚLTIMO PREVENTIVO? .........................................................................

EM SUA ÚLTIMA CONSULTA A MAMA FOI EXAMINADA? ( ) sim ( ) não

03- É PORTADORA DE DEFICIENCIA?

( ) sim, qual?.............................................................................................................

( ) não

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HOMEM ADULTO: ACIMA DE 19 ANOS

01- QUANDO SE CONSULTOU PELA ÚLTIMA VEZ?.....................................................................................

02- QUANDO SERÁ A PRÓXIMA CONSULTA?................................................................................................

03- POSSUI ALGUMA DOENÇA?

( ) sim qual? .......................................................................................................................................................

( ) não

04- RECEBE MEDICAÇÃO NA UNIDADE DE SAUDE?

( ) sim com que regularidade? .............................................................................................................................

( ) não

05- FREQUENTA OUTROS SERVIÇOS DE SAÚDE?

( ) sim, qual? ................................................. para que?..................................................................................

por que? ..............................................................................................................................................................

.............................................................................................................................................................................

( ) não

06- PARTICIPA DE ALGUMA ATIVIDADE EDUCATIVA NA UNIDADE DE

SAÚDE? ( ) sim qual?...................................................................................................................................

( ) não por quê? ..............................................................................................................................

07- COM QUE REGULARIDADE?........................................................................................................................

08- É PORTADOR DE DEFICIENCIA? ( ) sim qual?......................................................................................

( ) não

PARA OS HOMENS ACIMA DE 40 ANOS:

01-JÁ REALIZOU EXAME DE PROSTATA? ( )sim ( ) não Por quê?.....................................................

...............................................................................................................................................................................

02- JÁ FOI SOLICITADO O PSA? ( ) sim ( ) não

PARA OS HOMENS ACIMA DE 60 ANOS

01-JÁ REALIZOU EXAME DE PROSTATA? ( ) sim ( ) não Por

quê?............................................................................................................................................................................

02- JÁ FOI SOLICITADO O PSA? ( ) sim ( ) não

03- FREQUENTA ATIVIDADE PARA A 3ª IDADE?

( ) sim qual? ......................................................................................................................................................

( ) não porque? ...................................................................................................................................................

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