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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA (PPMEC)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI (UFSJ)
JEZRAEL ROSSETTI DUTRA
AVALIAÇÃO NUMÉRICA E EXPERIMENTAL DE
COMPÓSITOS SANDUÍCHE FEITOS COM SERRAGEM E
FIBRAS DE PIAÇAVA
São João del-Rei, 2014
JEZRAEL ROSSETTI DUTRA
AVALIAÇÃO NUMÉRICA E EXPERIMENTAL DE COMPÓSITOS SANDUÍCHE
FEITOS COM SERRAGEM E FIBRAS DE PIAÇAVA
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Materiais e Processos de Fabricação da Universidade Federal de São João del-Rei, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Engenharia Mecânica
Área de concentração: Materiais e Processos de Fabricação
Orientador: Prof. Dr. André Luis Christoforo
São João del-Rei, 2014
Ficha catalográfica elaborada pelo Setor de Processamento Técnico da Divisão de Biblioteca da UFSJ
Dutra, Jezrael Rossetti
D978a Avaliação numérica e experimental de compósitos sanduíche feitos com serragem e fibras de
piaçava [manuscrito] / Jezrael Rossetti Dutra . – 2014.
96f. ; il.
Orientador: André Luis Christoforo.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de São João del-Rei. Departamento de Engenharia
Mecânica.
Referências: f. 97-107.
1. Engenharia mecânica - Teses 2. Compósitos - Teses 3. Fibra de piaçava - Teses 4. Serragem -
Teses 5. Materiais sanduíche - Teses 6. Elementos finitos - Teses 7. Honeycomb - Teses 8.
Condutividade - Teses I. Christoforo, André Luis (orientador) II. Universidade Federal de São João del-
Rei. Departamento de Engenharia Mecânica III. Título
CDU 620.1
AGRADECIMENTOS
Agradeço o apoio de todos os que cruzaram meu caminho em diferentes momentos e
contribuíram de alguma forma para meu aprimoramento, crescimento pessoal e profissional.
A Deus, pelo dom da vida, aos meus pais e irmãos pelo apoio incondicional, a Carol,
pela inspiração, incentivo e dedicação constantes, aos demais familiares, sempre presentes em
todos os momentos importantes da minha vida, e aos meus amigos, sem os quais não teria
conseguido concluir tal façanha.
A todos os meus professores, que nos anos de convivência, muito me ensinaram,
contribuindo para meu crescimento científico e intelectual.
Ao Prof. Dr. André Luis Christoforo, pela amizade, atenção e apoio durante o processo
de definição e orientação.
À Universidade Federal de São João del-Rei, pela oportunidade de realização do curso
de mestrado, pela concessão da bolsa de mestrado e pelo apoio financeiro para a realização
desta pesquisa.
Se o dinheiro for a sua esperança de independência, você
jamais a terá. A única segurança verdadeira consiste numa
reserva de sabedoria, de experiência e de competência.
Henry Ford
RESUMO
DUTRA, J.R. Avaliação numérica e experimental de compósitos sanduíche feitos com
serragem e fibras de piaçava. 2013. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de São
João del-Rei, São João del-Rei. 2013.
Introdução: O crescente aumento das preocupações ambientais tem nos levado a buscar
melhorar a eficiência de nossos produtos e processos fabris e a substituir materiais
convencionais por outros que melhor se adaptam às mesmas necessidades. Fibras naturais
estão se mostrando como uma matéria prima alternativa às fibras sintéticas habitualmente
empregadas na fabricação de materiais compósitos para diversas aplicações. A utilização de
tais fibras tem se mostrado promissora tanto em âmbito ecológico, quanto econômico. A
eficiência de algumas propriedades do compósito é por vezes melhorada empregando-se a
construção sanduíche. Objetivos: Desenvolver e caracterizar materiais compósitos à base de
fibras de piaçava e serragem de eucalipto para serem empregados respectivamente como
material para as lâminas e para o núcleo de materiais compósitos sanduíche. Desenvolver
compósitos sanduíche com núcleo honeycomb de diferentes geometrias utilizando os
compósitos previamente desenvolvidos e verificar se o comportamento numérico do mesmo é
semelhante ao comportamento experimental/real. Avaliar como o produto de rigidez e a
condutividade térmica equivalente de um material compósito sanduíche são afetados por
parâmetros construtivos tanto da lâmina quanto do núcleo. Métodos: Analisou-se
experimentalmente a influência do tratamento de mercerização sobre as fibras de piaçava
(soluções com 0%, 10% e 15% de NaOH) e sobre os compósitos laminados com elas
fabricados. O mesmo foi feito investigando os efeitos da inclusão de frações mássicas (0%,
5%, 10%) de partículas de cimento Portland/resina em compósitos particulados fabricados
com as proporções serragem/resina remanescentes (20/80, 40/60). As variáveis-resposta
módulo de elasticidade (MOE) e resistência à ruptura (MOR), obtidas nessas análises, foram
utilizadas como critério para a seleção dos materiais utilizados na fabricação de compósitos
sanduíche com núcleos de diferentes geometrias. O Método dos Elementos Finitos (MEF) e
algumas equações foram empregados para investigar o efeito da altura do favo (5, 10, 20 e 30
mm), da geometria do favo (hexagonal e retangular), da densidade do favo (2, 4 e 6 repetições
na largura), da espessura da parede do favo (1, 2 e 3 mm) e da espessura das lâminas (1, 2
mm) sobre o produto de rigidez e sobre a condutividade térmica equivalentes dos compósitos.
Resultados e Conclusão: O tratamento de mercerização não demonstrou influenciar
significativamente as propriedades das fibras de piaçava nem dos compósitos com elas
fabricados. Compósitos particulados fabricados com frações mássicas de 10% de
cimento/resina e 40/60 de serragem/resina apresentaram MOE significativamente superiores
às demais condições testadas. Nos compósitos sanduíche, observou-se que a alteração de
determinados parâmetros construtivos reflete de maneiras distintas e com diferentes
intensidades sobre o produto de rigidez e sobre a condutividade térmica equivalente. A
aplicação desejada é que norteará a combinação dos parâmetros a serem utilizados. A
condutividade térmica equivalente dos compósitos fabricados com os materiais desenvolvidos
e empregando a estrutura sanduiche apresentou-se próxima à de muitos materiais atualmente
empregados como isolantes.
Palavras-chave: Compósitos, Fibra de Piaçava, Serragem, Materiais Sanduíche, Elementos
Finitos, Honeycomb, Conditividade.
ABSTRACT
DUTRA, J. R. Numerical and experimental evaluation of sandwich composite made with
sawdust and piaçava fiber. 2013. Dissertation (Master engineering) – Universidade Federal
de São João del-Rei, São João del-Rei. 2013.
Introduction: The increasing environmental concerns have led us to seek the improvement of
the efficiency of our products and manufacturing process and to replace conventional
materials with others that better fit the same needs. Natural fibers have been shown as an
alternative raw material for synthetic fibers usually used in the manufacture of composite
materials in several applications. The use of such fibers has been shown promising in both
ecological, as well as economic context. The efficiency of some properties of the composite is
sometimes improved by using the sandwich construction. Objectives: To develop and
characterize composite materials based on piaçava fibers and eucalyptus sawdust to be used
respectively as material for face sheet and core in sandwich composite materials. To develop
sandwich composites with honeycomb core of different shapes using composites previously
developed and verify if the numerical behavior is the same to the similar experimental/ actual
one. To evaluate how the equivalent bending rigidity and thermal conductivity to a sandwich
composite material is affected by constructive parameters in face sheet as far as in core.
Methods: It was experimentally analyzed the influence of the mercerization treatment on
piaçava fibers (solutions with 0%, 10%, 15% of NaOH) and on the face sheet composites
made of them. The same was done investigating the effects of including mass fractions (0%,
5%, 10%) of the Portland cement particles/ resin into particulate composites made with
sawdust/ resin remaining proportions (20/80, 40/60). The Modulus of Elasticity (E) and
Tensile Strength (ST) variable-response, obtained from these analysis, were used as criteria
for the selection of materials used in the manufacture of sandwich composites with different
core shapes. The Finite Element Method (FEM) and some equations were used to investigate
the effect of the height of the core (5, 10, 20 e 30 mm), the core shape (hexagonal and
rectangular), the cell density (2, 4 and 6 replications in width) and thickness of the wall (1, 2 e
3 mm) and the thickness of the face sheet (1, 2 mm) on the bending rigidity and on the
equivalent thermal conductivity of the composites. Results and Conclusion: The
mercerization treatment neither showed significantly influence the properties of the piaçava
fiber nor the composites made of them. Particulate composites manufactured with 10% of
cement/ resin and 40/60 sawdust/ resin mass fractions showed significantly higher E to the
other conditions tested. In the sandwich composites, it was observed that the change in the
determined constructive parameters reflects in different ways and with different intensities on
the bending rigidity and on the equivalent thermal conductivity. The desired application will
guide the combination of parameters to be used. The equivalent thermal conductivity of the
composites made from the developed materials and using the sandwich structure has shown
being close to many other materials currently used as insulators.
Keywords: Composites, Piaçava Fibers, Sawdust, Sandwich Materials, Finite Element
Methods, Honeycomb, Conductivity.
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 - Classificação dos materiais compósitos segundo Daniel e Ishai (1994) ................ 7
Figura 2.2 - Classificação das fibras, origem e exemplos.. ........................................................ 9
Figura 2.3 - Região nativa das árvores de piaçava da espécie Attalea funifera. ...................... 13
Figura 2.4 - a) Fibra de Piaçava; b) Piaçaveira......................................................................... 13
Figura 2.5 - a) Superfície da fibra de piaçava sob uma ampliação de 50x; b) Pequenas
protuberâncias na superfície da fibra de piaçava sob uma ampliação de 1000x. ..................... 14
Figura 2.6 - Eucalyptus grandis. ............................................................................................... 15
Figura 2.7 - Compósito sanduíche com núcleo honeycomb ..................................................... 18
Figura 2.8 - Compósitos sanduíche com núcleo: a) Espuma; b) Corrugado; c) Honeycomb. .. 18
Figura 4.1 - Feixe de fibras de piaçava ..................................................................................... 42
Figura 4.2 - a) Barra de madeira de Eucalipto; b) Moinho tipo rotor ciclone; c) Agitador de
peneiras vibratórias; d) Partículas de serragem com faixa granulométrica 50-80 US-Tyler.... 42
Figura 4.3 - Cimento Portland CP-V ARI ................................................................................ 43
Figura 4.4 - Hidróxido de Sódio (NaOH) ................................................................................. 44
Figura 4.5 - a) Borracha de silicone; b) Catalisador. ................................................................ 44
Figura 4.6 - a) Máquina universal de ensaios SHIMADZU®; b) Garras utilizadas no teste de
tração; c) Suporte para flexão a três e quatro pontos; d) Extensômetro de vídeo digital. ........ 46
Figura 4.7 - a) Máquina universal de ensaios EMIC; b) Suporte para flexão a três pontos. .... 47
Figura 4.8 - a) Molde em borracha de silicone; b) Aspecto do corpo de prova para tração; c)
Ensaio de tração da resina. ....................................................................................................... 48
Figura 4.9 - a) Esquema apresentando o corpo de prova para ensaios das fibras; b) Imagem
apresentando o corpo de prova para ensaios das fibras. ........................................................... 50
Figura 4.10 - Preensão da fibra de piaçava nas garras da máquina de ensaio. a) vista frontal; b)
vista perfil. ................................................................................................................................ 50
Figura 4.11 - Secção transversal de fibras de piaçava. a) Diferenças no tamanho e forma das
fibras; b) Canais de passagem de nutrientes. ............................................................................ 51
Figura 4.12 - Estrutura para laminação. a) Estrutura sem a barra superior e antes da tecelagem;
b) Estrutura sem a barra superior e após a tecelagem; c) Estrutura completa após a tecelagem
e tensionamento das fibras. ....................................................................................................... 53
Figura 4.13 - a) Etapa anterior à laminação; b) Etapa de laminação e cura do material; c)
Laminado de piaçava. ............................................................................................................... 54
Figura 4.14 - Laminado de piaçava. a) Corpo de prova para ensaio de tração; b) Proteção nas
extremidades; c) Montagem do compósito na máquina de ensaio. .......................................... 55
Figura 4.15 - a) Molde para o material particulado; b) Batentes nas extremidade dos moldes;
c) Meterial extravazado pela fresta entre a tampa e as paredes laterais do molde; d) Compósito
após período de cura. ................................................................................................................ 58
Figura 4.16 - a) Compósito após o período de cura e marcado para corte dos corpos de prova;
b) Aparato para lixamento; c) Corpo de prova para o ensaio de flexão; d) Montagem do
compósito na máquina de ensaio. ............................................................................................. 59
Figura 4.17 - Corpos de prova. a) Laminado de piaçava; b) Particulado de serragem; c)
Marcações para a vídeo extensômetria. .................................................................................... 60
Figura 4.18 - Elementos Finitos utilizados nas simulações ...................................................... 61
Figura 4.19 - Comando rigids................................................................................................... 62
Figura 4.20 - Comando constrains. .......................................................................................... 63
Figura 4.21 - Moldes em silicone apresentando suas respectivas geometrias. ......................... 64
Figura 4.22 - Geometrias e dimensões dos núcleos a serem moldados. Acima vista frontal,
abaixo vista superior. ................................................................................................................ 64
Figura 4.23 - Núcleos honeycomb produzidos com material particulado de serragem e cimento
após desmoldagem. Acima vista frontal, abaixo vista superior. .............................................. 65
Figura 4.24 - a) União após o período de cura entre a lâmina e o núcleo; Compósitos
sanduíche com núcleos honeycomb: b) Geometria hexagonal; c) Geometria retangular. ........ 65
Figura 4.25 - a) Posicionamento do corpo de prova para o ensaio de flexão; b) Vista frontal no
momento anterior ao início do ensaio; c) Instante de um ensaio do corpo de prova. ............... 66
Figura 4.26 - Condições experimentais. A) Espessura da parede do favo e Altura do favo; B)
Espessura da lâmina.................................................................................................................. 67
Figura 4.27 - Condições experimentais. Geometrias hexagonais e retangulares. Densidades do
favo: a) 2 [Onda1]; b) 4 [Onda 2] e c) 6 [Onda 3] repetições na largura. ................................ 68
Figura 4.28 - Comprimento do favo (destacado em azul). ....................................................... 68
Figura 4.29 - Viga simplesmente apoiada submetida a uma força pontual aplicada na metade
da distância entre os apoios. ..................................................................................................... 69
Figura 4.30 - Analogia da resistência térmica de um material compósito sanduíche com uma
resistência elétrica..................................................................................................................... 71
Figura 5.1 - Gráficos de resíduos. Probabilidade normal: a) MOEt; b) MORt; Resíduos versus
ordem dos dados: c) MOEt; d) MORt; Resíduos versus valores ajustados: e) MOEt; f) MORt.
.................................................................................................................................................. 76
Figura 5.2 - Gráficos de resíduos. Probabilidade normal: a) MOEt; b) MORt; Resíduos versus
ordem dos dados: c) MOEt; d) MORt; Resíduos versus valores ajustados: e) MOEt; f) MORt.
.................................................................................................................................................. 78
Figura 5.3 - Análise micromecânica do compósito de piaçava. ............................................... 79
Figura 5.4 - Gráficos de probabilidade normal dos resíduos. a) MOEf; b) MORf. .................. 80
Figura 5.5 - Efeito da interação da proporção de serragem/resina e da proporção
cimento/resina sobre a média do (a) MOEf e do (b) MORf. ..................................................... 81
Figura 5.6 - Gráfico da probabilidade normal dos resíduos. Agrupamento apresentado na
Tabela 5.8. a) MOEf; b)MORf. Agrupamento apresentado na Tabela 5.9. c) MOEf; d)MORf.
.................................................................................................................................................. 83
Figura 5.7 - Comparação das curvas características dos compósitos honeycomb com núcleo
hexagonal e retangular submetidos ao ensaio de flexão a 3 pontos entre os modelos
experimental e numérico. ......................................................................................................... 85
Figura 5.8 - Produto de rigidez para compósitos com núcleo com geometria hexagonal ........ 87
Figura 5.9 - Produto de rigidez para compósitos com núcleo com geometria retangular ........ 87
Figura 5.10 - Produto de rigidez (N.m²) ................................................................................... 88
Figura 5.11 - Densidade planar do compósito sanduíche (Kg/m²) ........................................... 88
Figura 5.12 - Taxa de fluxo de calor para compósitos com núcleo com geometria hexagonal 89
Figura 5.13 - Taxa de fluxo de calor para compósitos com núcleo com geometria retangular 90
Figura 5.14 - Taxa de fluxo de calor (W) ................................................................................. 90
Figura 5.15 - Condutividade térmica equivalente para compósitos com núcleo com geometria
hexagonal .................................................................................................................................. 91
Figura 5.16 - Condutividade térmica equivalente para compósitos com núcleo com geometria
retangular .................................................................................................................................. 92
Figura 5.17 - Condutividade térmica equivalente (W/mK) ...................................................... 92
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.1 - Condições experimentais para o tratamento das fibras de piaçava ...................... 49
Tabela 4.2 - Condições experimentais dos compósitos fabricados com fibras mercerizadas. . 52
Tabela 4.3 - Condições experimentais para o material compósito laminado ........................... 57
Tabela 4.4 - Propriedades utilizadas nas simulações ................................................................ 61
Tabela 4.5 - Incógnitas utilizadas na transferência de calor do compósito sanduíche com
núcleo com geometria honeycomb ........................................................................................... 72
Tabela 4.6 - Condutividade térmica de alguns materiais ......................................................... 73
Tabela 5.1 - Resultados dos ensaios de tração dos corpos de prova de resina. ........................ 74
Tabela 5.2 - Resultados dos ensaios de tração para fibra de piaçava tratada ou não com NaOH.
.................................................................................................................................................. 75
Tabela 5.3 - Resultados da ANOVA para o MOEt e MORt. .................................................... 75
Tabela 5.4 - Resultados dos ensaios de tração dos compósitos de fibra de piaçava. ............... 77
Tabela 5.5 - Resultados da ANOVA para o MOEt e MORt. .................................................... 77
Tabela 5.6 - Resultados dos ensaios de flexão dos compósitos de serragem. .......................... 79
Tabela 5.7 - Resultados da ANOVA para o MOEf e MORf. .................................................... 80
Tabela 5.8 - Agrupamentos por Tukey para o MOEf e para o MORf....................................... 82
Tabela 5.9 - Agrupamentos por Tukey para o MOEf e para o MORf...................................... 82
Tabela 5.10 - Resultados para o coeficiente de Poisson ........................................................... 83
Tabela 5.11 - Resultados dos ensaios de tração dos compósitos particulados ......................... 84
Tabela 5.12 - Deslocamentos obtidos experimental e numericamente para compósitos com
núcleo honeycomb e sua relação. .............................................................................................. 84
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ASTM – American Society for Testing and Materials;
CAD – Computer Aided Design;
CGEE – Centro de Gestão e Estudos Estratégicos;
CITEC – Centro de Inovação e Tecnologia em Compósitos;
DCNAT – Laboratório do Departamento de Ciências Naturais;
EDS – Energy Dispersive X-ray Spectrometry;
EF – Elemento Finito;
HDPE ou PEAD – Polietileno de Alta Densidade;
LDPE ou PEBD – Polietileno de Baixa Densidade;
MDF – Fibra de Média Densidade;
MEF – Método dos Elementos Finitos;
MEV – Microscopia Eletrônica de Varredura;
MOE – Módulo de elasticidade;
MOEf – Módulo de Elasticidade em Flexão;
MOEt – Módulo de Elasticidade em Tração;
MORf – Módulo de Resistência à Flexão;
MORt – Módulo de Resistência à Tração;
NaOH – Hidróxido de Sódio;
NBR – Norma Brasileira (Denominação de norma da Associação Brasileira de Normas
Técnicas);
ONU – Organização das Nações Unidas;
PP – Polipropileno;
PVC – Cloreto de Polivinila;
TGA – Análise Termogravimétrica;
UFSJ – Universidade Federal de São João del-Rei;
US-Tyler – Tamanho de malha para seleção;
VARTM – Moldagem por Transferência de Resina Assistida por Vácuo.
LISTA DE SÍMBOLOS
lA – área a ser laminada;
tfA – área total ocupada pelas fibras;
A – área;
P – força
equivalentek – condutividade térmica equivalente
k – condutividade térmica;
pfρ – densidade planar das fibras;
φ – diâmetro;
L – distância entre os apoios
V – fração volumétrica de cada componente
(12%)apρ – massa específica aparente a 12% de umidade;
tfm – massa total de fibras;
maxv – máximo deslocamento
.propP – propriedade a ser investigada;
0tf – resistência à tração paralela às fibras;
LR – resistência térmica da lâmina
NR – resistência térmica do núcleo
totalR – resistência total do compósito;
condq – taxa na qual o calor é transferido por condução;
sT – temperatura na superfície da lâmina;
cl – comprimento crítico;
fρ – densidade da fibra;
fm – massa de fibras;
ArR – resistência térmica do ar
kR - resistência térmica;
fv – volume de fibras;
mv – volume de matriz;
G – giga (109 unidades da grandeza);
k – quilo (103 unidades da grandeza);
L – comprimento;
M – mega (106 unidades da grandeza);
Pa – Pascal;
T – temperatura;
µ – micro (10-6 unidades da grandeza);
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1
1.1. OBJETIVOS ............................................................................................................... 3
1.2. JUSTIFICATIVAS ..................................................................................................... 3
1.3. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO .......................................................................... 4
2. ASPECTOS FUNDAMENTAIS ..................................................................................... 6
2.1. MATERIAIS COMPÓSITOS ESTRUTURADOS .................................................... 6
2.1.1. COMPÓSITOS POLIMÉRICOS REFORÇADOS COM FIBRAS ...................... 8
2.1.2. COMPÓSITO SANDUÍCHE ............................................................................ 17
2.2. TRANSFERÊNCIA DE CALOR .................................................................................. 20
2.3. ELEMENTOS FINITOS................................................................................................ 22
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 26
3.1. COMPÓSITOS FABRICADOS COM FIBRAS DE PIAÇAVA................................... 26
3.2. COMPÓSITOS FABRICADOS COM SERRAGEM DE MADEIRA .......................... 29
3.3. ESTRUTURAS SANDUÍCHE ...................................................................................... 33
3.4. CONCLUSÃO DA REVISÃO ...................................................................................... 40
4. MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................................... 41
4.1. MATERIAIS ............................................................................................................ 41
4.1.1. FASE MATRIZ .................................................................................................. 41
4.1.2. FASE DISPERSA: FIBRA DE PIAÇAVA (ATTALEA FUNIFERA) ................. 41
4.1.3. FASE DISPERSA: SERRAGEM DE EUCALIPTO (EUCALYPTUS GRANDIS)
42
4.1.4. FASE DISPERSA: PARTÍCULAS DE CIMENTO............................................ 43
4.1.5. HIDRÓXIDO DE SÓDIO ................................................................................. 43
4.1.6. BORRACHA DE SILICONE ............................................................................. 44
4.2. EQUIPAMENTOS ................................................................................................... 45
4.2.1. MÁQUINA UNIVERSAL DE ENSAIOS SHIMADZU® ................................... 45
4.2.2. MÁQUINA UNIVERSAL DE ENSAIOS EMIC ................................................ 46
4.3. METODOLOGIA EXPERIMENTAL ..................................................................... 47
4.3.1. CARACTERIZAÇÃO DA RESINA .................................................................... 47
4.3.2. TRATAMENTO DA FIBRA DE PIAÇAVA ....................................................... 48
4.3.3. MATERIAL PARTICULADO DE SERRAGEM ................................................ 56
4.3.4. COEFICIENTE DE POISSON ......................................................................... 59
4.3.5. ENSAIOS NUMÉRICOS ................................................................................... 60
4.3.6. VALIDAÇÃO DO MODELO NUMÉRICO ...................................................... 63
4.3.7. COMPÓSITO SANDUÍCHE ............................................................................ 67
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 74
5.1. CARACTERIZAÇÃO DA RESINA ........................................................................ 74
5.2. INVESTIGAÇÃO DO EFEITO DA MERCERIZAÇÃO SOBRE A FIBRA DE
PIAÇAVA ............................................................................................................................ 74
5.3. INVESTIGAÇÃO DO EFEITO DA MERCERIZAÇÃO DE FIBRAS DE
PIAÇAVA UTILIZADAS EM COMPÓSITOS DE MATRIZ EPÓXI ................................ 76
5.4. MATERIAL PARTICULADO DE SERRAGEM .................................................... 79
5.5. COEFICIENTE DE POISSON ................................................................................. 83
5.6. VALIDAÇÃO DO MODELO NUMÉRICO ............................................................ 84
5.7. COMPÓSITO SANDUÍCHE ................................................................................... 86
5.7.1. PRODUTO DE RIGIDEZ ................................................................................. 86
5.7.2. CONDUTIVIDADE TÉRMICA ........................................................................ 88
6. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 94
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 97
APÊNDICE A – TABELA DE DADOS E RESULTADOS .............................................. 108
1. INTRODUÇÃO
No decorrer das últimas décadas tem-se notado o aumento da demanda por materiais
destinados à fabricação de produtos dos mais diversos e variados tipos. Durante o processo de
obtenção da matéria prima e também durante o processo produtivo sempre há um índice de
perda/geração de resíduos que são inevitáveis e inerentes ao processo. Quando tais resíduos
não são destinados corretamente acabam por gerar grandes preocupações ambientais. Muitas
das vezes a própria indústria geradora destes resíduos não percebe que estes podem ser
utilizados na confecção de novos produtos e, assim, gerar maiores rendas para a mesma e
concomitantemente dar uma nova utilização no que antes era por ela considerado lixo.
O uso de materiais ditos ecologicamente amigáveis vem se tornando cada vez mais
popular e necessário. Tal demanda induz à realização pesquisas referentes ao
desenvolvimento e a caracterização dos mesmos, para serem utilizados nas indústrias de
construção civil, automotiva, dentre outras.
Os materiais ecologicamente amigáveis em uma definição simples são aqueles que não
são prejudiciais ao meio ambiente ou que contribuem para evitar a poluição, seja do ar, da
água ou da terra. Geralmente são biodegradáveis, oriundos de recursos renováveis ou mesmo
são feitos com material reciclado.
Nessa categoria enquadram-se as fibras naturais (bambu, sisal, juta, piaçava, etc.) e as
madeiras (Pinus, Eucalipto, etc.) que, em seu processo de extração e beneficiamento, geram
quantidades de resíduos significativas. Estima-se que 20% de fibras de piaçava são eliminadas
durante a cadeia produtiva de vassouras, escovas e cobertura de quiosques. Na grande maioria
das vezes seu destino é ser queimada (D’Almeida et al., 2006). Na cadeia produtiva madeira-
móveis estima-se que somente entre 30% a 60% de uma árvore é aproveitada (Freitas, 2000).
Seu resíduo possui principalmente a forma de serragem e de retalhos que, são descartados no
lixo ou queimados visando à produção de energia. Nota-se, portanto, que em ambos os casos
existe um problema com o destino atualmente dado aos seus resíduos e que alternativas
devem ser pesquisadas, para a utilização destes resíduos de uma forma mais ecologicamente
correta.
2 INTRODUÇÃO
As fibras naturais e a madeira estão se mostrando como excelentes alternativas na
fabricação de materiais compósitos. Estes, por sua vez, são obtidos por meio da união de
distintos materiais almejando com isso conseguir uma combinação de propriedades que não é
possível de se obter nos materiais originais. A seleção dos materiais constituintes é feita
objetivando obter combinações pouco usuais de rigidez, resistência, peso, resistência à
corrosão, dureza, condutividade entre outros (GHASEMZADEH, 2009).
Tanto a madeira quanto as fibras são utilizadas geralmente como fase dispersa em uma
matriz feita com uma resina termofixa, ou seja, uma resina inicialmente líquida que se
solidifica com o calor ou na presença de um catalisador, não voltando ao estado líquido, tal
como a resina epóxi, fenólica, etc. O estado inicialmente líquido da resina permite a
confecção de materiais com geometrias complexas, visto que podem assumir a forma dos
moldes. Em compósitos à base de fibras naturais, as pesquisas relacionadas ao tema estão se
focando na utilização das mesmas como alternativa às fibras sintéticas comumente utilizadas
(carbono, vidro e aramida) (REIS e CARNEIRO, 2013). As fibras naturais, quando
comparadas às sintéticas, apresentam menor densidade, menor abrasividade e menor custo. Já
no que tange às pesquisas sobre compósitos à base de madeira o interesse maior encontra-se
no fato destes materiais apresentarem resistência mecânica moderada e baixa densidade
(ICHAZO et al., 2001). Uma das vertentes de pesquisas destes materiais volta-se para
utilização de serragem como material da fase dispersa. Em ambos os casos os resíduos dos
processos produtivos, já mencionados, podem ser utilizados na fabricação de novos materiais,
fazendo com que estes deixem de ser resíduos e passem a ser valorizados como matéria
prima.
Dentre os tipos de materiais compósitos amplamente estudados estão os compósitos
sanduíche. Estes, por sua vez, são tipicamente feitos através da união de duas finas, rígidas e
resistentes lâminas (feitas em sua grande maioria de materiais laminados com fibras sejam
sintéticas ou orgânicas), a um núcleo leve e grosso (geralmente utilizam-se espumas ou
materiais com geometria vazada) (PETRAS, 1998). Sua utilização é interessante por ser um
tipo de material extremamente resistente e apresentar baixo peso quando comparado a
materiais convencionais. Além disso, quando confeccionados com materiais orgânicos
fornecem outros benefícios, tais como: grande flexibilidade com relação à forma, baixa
condutividade elétrica, amortecimento de vibrações e isolamento térmico e acústico
(MENTA, 2012).
A seleção dos materiais que comporão a lâmina e o núcleo, bem como as características
construtivas dos mesmos, são capazes de influenciar significativamente as propriedades
3 INTRODUÇÃO
físicas e mecânicas deste compósito sanduíche. Entender como tais alterações construtivas
afetam tais propriedades é de vital importância para a elaboração de um projeto que envolva a
utilização dos mesmos.
1.1.OBJETIVOS
O presente trabalho tem como principais objetivos:
Desenvolver e caracterizar materiais utilizando-se resíduos das indústrias de piaçava e
da indústria madeira-móveis para serem utilizados, respectivamente, como material
constituinte da lâmina e do núcleo de um compósito sanduíche.
Fabricar um compósito sanduíche, utilizando-se os materiais desenvolvidos e verificar
se o comportamento numérico do mesmo é semelhante ao comportamento experimental.
Avaliar, computacionalmente, através de simulações, utilizando-se o Método dos
Elementos Finitos e/ou do uso de equações, a forma como o produto de rigidez e a
condutividade térmica equivalente de um material compósito sanduíche, confeccionado com
os materiais previamente desenvolvidos, são afetados por parâmetros construtivos tanto da
lâmina quanto do núcleo.
1.2.JUSTIFICATIVAS
Segundo o CGEE (2010), legislações de países da União Europeia e do Japão
estabelecem que até 2015, 90% das peças dos automóveis produzidos em seus territórios
deverão ser recicláveis; que projeções da ONU (2008) indicam que o consumo de móveis
provenientes de fontes sustentáveis (entre elas, fibras naturais) dobrará nos próximos dez anos
em todo mundo; e que o mercado interno brasileiro de fibras naturais e de seus compósitos,
desde 2005, cresce 5,5% ao ano em volume, substituindo fibras sintéticas em aplicações
tradicionais ou de tecnologia e materiais avançados. Tais fatos acabam por impulsionar
pesquisas referentes à utilização fibras naturais para as mais diversas aplicações industriais.
Além disso, e como já discutido no decorrer da introdução, os resíduos dos processos
produtivos, quando descartados de forma inapropriada ou mesmo quando são queimados,
4 INTRODUÇÃO
geram problemas ambientais. A utilização mais racional dos recursos e um maior
aproveitamento dos mesmos podem vir a reduzir este impacto.
O desenvolvimento de produtos que utilizem resíduos como matéria prima para a
fabricação de novos materiais torna-se interessante tanto no âmbito ecológico, por reduzir o
volume de resíduos a ser descartados, quanto no âmbito financeiro, pois o resíduo poderá
passar a ser tratado como um subproduto do processo produtivo, tornando-se uma excelente
oportunidade de negócio para o produtor, pois este estará produzindo produtos com preços
mais baixos, por utilizar como matéria prima algo que antes era tido como descartável.
Os resíduos das indústrias de piaçava bem como o da indústria madeira-móveis foram
escolhidos para o desenvolvimento deste trabalho por serem produzidos em quantidades
significativas, serem de fácil obtenção para estudo e por serem fontes de pesquisas recentes.
1.3.ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
A presente dissertação está dividida em seis capítulos.
Na introdução, tema deste capítulo, foram apresentadas informações que motivaram a
elaboração desse trabalho, assim como dos seus objetivos e justificativas.
No segundo capítulo são abordados os aspectos fundamentais sobre os materiais
compósitos, sobre métodos de transferência de calor e, sobre o Método dos Elementos Finitos
(MEF). São também descritos o funcionamento de estruturas sanduíche, as suas vantagens e
desvantagens, o seu desenvolvimento, os tipos e algumas formas de melhorar a adesão entre a
matriz e o reforço nessas estruturas.
O terceiro capítulo versa sobre a revisão bibliográfica realizada e busca apresentar
aspectos do estado-da-arte. A pesquisa bibliográfica foi dividida em três subitens os quais,
respectivamente, procuram apresentar o que está sendo estudado sobre as fibras naturais
(Piaçava) e sua utilização em materiais compósitos, sobre materiais particulados à base de
serragem e sobre as estruturas sanduíche.
No quarto capítulo são abordados os materiais e os métodos utilizados no decorrer desta
pesquisa. A primeira parte deste consiste na apresentação dos materiais utilizados bem como
em informações pertinentes aos mesmos. A segunda parte consiste em apresentar os
equipamentos utilizados para a obtenção das variáveis resposta de interesse. A terceira parte
versa sobre a metodologia empregada e é composta por etapas distintas. Sendo assim, optou-
se por dividi-la em subitens que, dentre os quais estão contidos: caracterização da resina;
5 INTRODUÇÃO
caracterização e análise da influência da mercerização sobre as fibras de piaçava e de seus
compósitos; desenvolvimento e caracterização de um material compósito particulado com
serragem; obtenção do coeficiente de Poisson dos materiais desenvolvidos; descrição dos
métodos utilizados nas simulações numéricas que estarão presentes nas etapas posteriores;
validação do método numérico de um ensaio de flexão a 3 pontos de um compósito sanduíche
fabricado com núcleo de geometria honeycomb através da comparação com ensaios
experimentais e análise da influência da alteração de parâmetros construtivos do compósito,
sobre o produto de rigidez e sobre a condutividade térmica equivalente do mesmo.
No capítulo cinco, são apresentados os resultados obtidos nos testes experimentais e
simulações realizadas, seguindo os procedimentos descritos no capítulo anterior bem como as
discussões pertinentes.
No sexto e último capítulo, são feitas as conclusões sobre os resultados obtidos, os quais
foram apresentados no capítulo cinco.
2. ASPECTOS FUNDAMENTAIS
O objetivo deste capítulo é propiciar o referencial teórico necessário ao bom
entendimento deste trabalho, a saber: 2.1) Materiais compósitos; 2.2) Métodos de
transferência de calor e; 2.3) Método dos elementos finitos.
Cada um dos três itens enumerados será devidamente teorizado.
2.1.MATERIAIS COMPÓSITOS ESTRUTURADOS
Projetos inovadores de componentes de alto desempenho em sustentação de cargas são
sempre procurados em aplicações de alta tecnologia, tais como aeronaves, satélites, carros de
corrida, próteses, etc. Suas estruturas devem ter a menor massa possível enquanto mantêm
alta rigidez e resistência e alguma tolerância ao impacto. Eficiência estrutural faz-se então
necessária e isso pode ser obtido através da escolha de materiais mais eficientes e da
geometria da estrutura.
Um catálogo de materiais pode ser utilizado como uma forma de selecionar o material
adequado, porém, há um longo caminho a percorrer através de um labirinto de classes de
materiais que de modo progressivo e sistemático deverá levar a escolha do material a ser
utilizado.
Hodiernamente um tipo de material vem ganhando bastante atenção e estudo, o material
compósito estruturado. Esse pode ser definido como sendo um sistema de materiais composto
de duas ou mais fases numa escala macroscópica, cujo desempenho mecânico e propriedades
são projetadas para serem superiores àquelas dos materiais constituintes atuando de forma
independente. Uma das fases é geralmente descontínua, mais forte e resistente, sendo
denominada reforçadora; enquanto que a fase menos resistente e continua é denominada
matriz. Algumas vezes, devido a interações químicas ou efeitos de outros processos, uma fase
adicional, chamada interface, surge entre a fase dispersa e a matriz (DANIEL; ISHAI, 1994).
Outra perspectiva sobre a definição acerca de um material compósito considera que ele é
7 ASPECTOS FUNDAMENTAIS
aquele que é composto por dois ou mais materiais individuais, sejam eles pertencentes às
categorias dos materiais metálicos, cerâmicos ou poliméricos (CALLISTER, 2008).
Para Daniel e Ishai (1994), os materiais compósitos bifásicos podem ser classificados
em três grandes categorias dependendo do tipo, geometria e orientação da fase de reforço
(Figura 2.1).
- Compósito particulado – consiste de partículas de vários tamanhos e formas
randomicamente dispersas dentro da matriz.
- Compósito de fibras descontínuas (whiskers) – contém pequenas fibras como
reforçadores.
- Compósito de fibras contínuas – são reforçados por longas fibras contínuas. São mais
eficientes sob o ponto de vista de rigidez e força. As fibras podem ser orientadas
paralelamente (unidirecional), formando ângulos entre si (crossply), ou serem distribuídas em
várias direções (multidirecional).
Figura 2.1 - Classificação dos materiais compósitos segundo Daniel e Ishai (1994)
8 ASPECTOS FUNDAMENTAIS
A eficiência destes em reduzir o peso de componentes e aumentar a economia de
combustível tem sido notada pelas indústrias de transporte. Células de sobrevivência de carros
de corrida são feitas de compósitos proporcionando com isso mais segurança aos pilotos com
menor peso. Artigos esportivos tais como raquetes de tênis e de squash, tacos de golfe,
bicicletas e remos estão sendo feitos também destes materiais. Além da redução de peso,
obtêm-se também outros benefícios com a utilização de materiais compósitos como a
capacidade suportar ambientes extremos, confiabilidade, sustentabilidade, boa relação ciclo
de vida/custo.
2.1.1. COMPÓSITOS POLIMÉRICOS REFORÇADOS COM FIBRAS
Ao longo das últimas décadas notou-se que os polímeros têm substituído materiais
convencionais em várias aplicações e que em grande parte delas suas propriedades são
modificadas utilizando-se fibras. Os materiais compósitos poliméricos reforçados com fibras
são alguns dos materiais mais úteis e aplicáveis que um projetista de alto desempenho tem a
sua disposição devido às altas propriedades de rigidez e resistência específicas e são, portanto,
os materiais preferidos das indústrias de transporte marítima, ferroviária e aeronáutica
(HEIMBS et al., 2007).
A classificação das fibras, sua origem e alguns exemplos são apresentados na Figura
2.2.
9 ASPECTOS FUNDAMENTAIS
Figura 2.2 - Classificação das fibras, origem e exemplos. Adaptado de PANDEY et al. (2010).
Habitualmente as resinas utilizadas como matriz são de epoxy, poliéster ou fenólicas e
reforçadas com fibras de vidro, aramida ou carbono. A grande vantagem de se produzir
compósitos com estas fibras convencionais é que um limite bem definido de suas
propriedades pode ser alcançado. Já a grande desvantagem encontra-se no problema da sua
eliminação após o final de sua vida útil, pois, como seus componentes apresentam-se
intimamente ligados e relativamente estáveis são, portanto, difíceis de separar e reciclar
(MOHANTY et al., 2000).
Aliado a isso, a crescente consciência ambiental e a exigências legais, a fabricação, o
uso e a eliminação das estruturas usualmente feitas com estas resinas e fibras convencionais
estão sendo consideradas e, mudanças de paradigma em direção a projetos utilizando
materiais compatíveis com o meio ambiente vêm ganhando força (KARNANI et al., 1997).
É neste contexto ecológico que a incorporação de fibras vegetais naturais em matrizes
feitas de biopolímeros derivados da celulose, os chamados biocompósitos foram criados e
ainda estão sendo desenvolvidos. Os biocompósitos consistem de um polímero biodegradável
como material da matriz e frequentemente fibras vegetais naturais como elementos de reforço.
Uma vez que ambos os componentes são biodegradáveis, o compósito como um todo é
também biodegradável (MOHANTY et al., 2000).
10 ASPECTOS FUNDAMENTAIS
Apesar de os biocompósitos mostrarem-se bastante sedutores, os melhores plásticos de
engenharia são obtidos de polímeros sintéticos, mas não biodegradáveis. Isto remete-nos à
fabricação de compósitos de polímeros sintéticos não biodegradáveis (matriz termoplástica ou
termorrígida) com fibras vegetais naturais. Tal combinação pode ser considerada uma nova
classe de materiais, mas que não é completamente biodegradável e que possui benefícios
ambientais positivos com relação à utilização de matéria prima e também com relação ao
descarte (KARNANI et al., 1997; MOHANTY et al., 2000).
As fibras vegetais naturais têm recentemente atraído a atenção dos cientistas devido às
vantagens que fornecem quando comparadas a materiais convencionais de reforço. Dentre
elas estão às boas propriedades de resistência e módulo específico, baixo custo, baixa
densidade, alta tenacidade, boas propriedades térmicas, provoca reduzidos desgastes às
ferramentas, baixa irritação dérmica e respiratória, facilidade de separação, elevada
recuperação de energia e biodegradabilidade (KARNANI et al., 1997; MASOODI et al.,
2012).
Concomitantemente ao exposto previamente, o desenvolvimento de materiais
compósitos poliméricos reforçados com fibras vegetais naturais tem sido objeto de crescente
interesse. Eles são pretendidos por oferecer vantagens ambientais como: reduzir a
dependência de fontes de energia/materiais não renováveis, menor emissão de poluentes,
menor emissão de gases de efeito estufa, maior recuperação de energia e a maior
biodegradabilidade de seus resíduos (JOSHI et al., 2004). Além disso, têm sido indicados
como alternativa econômica potencialmente viável para a fixação de carbono na natureza,
redução da emissão de CO2 para a atmosfera durante o seu ciclo de produção, processamento
e utilização, incluindo a possibilidade de comércio de créditos de carbono para a produção em
cadeia (PANDEY et al., 2010).
A Daimler-Chrysler descobriu que o uso de fibras naturais em um invólucro do motor e
da transmissão reduz o peso em 10%, reduz a energia necessária para produção em 80%
enquanto mantém o preço 5% menor quando comparado a compósitos reforçados com fibra
de vidro. Consequentemente, a aplicação de compósitos de fibras naturais tanto de matriz
termoplástica quanto de termorrígida é bastante promissora no setor automobilístico
(BROSIUS, 2006 apud MASOODI et al., 2012). Para de Deus et al. (2005), as fibras de
piaçava reforçando matrizes de poliéster mostraram-se promissoras para serem utilizadas em
compósitos comuns, tais como os empregados em assentos de trens, entre outras.
Porém, há também alguns aspectos indesejáveis das fibras vegetais naturais como o fato
de absorverem umidade, provocando um inchaço das mesmas, possuírem baixa resistência
11 ASPECTOS FUNDAMENTAIS
térmica, e de que suas propriedades mecânicas, físicas e até químicas serem fortemente
dependentes da safra e influenciadas pelo clima, localização, características do solo,
circunstâncias climáticas, etc. Além disso, as propriedades de tais fibras são afetadas pelos
processamentos aos quais estas fibras são submetidas e também pela forma com que são
incorporadas ao compósito (RODRÍGUEZ et al., 2005; VAN DE WEYENBERG et al., 2006;
KALIA et al., 2009; MYLSAMY e RAJENDRAN, 2011).
Restrições ao sucesso na utilização das fibras vegetais naturais em compósitos também
são encontradas e são ocasionadas principalmente devido a sua baixa resistência microbiana,
susceptibilidade ao apodrecimento, incompatibilidade com a matriz e a difícil previsão das
propriedades do compósito (VAN DE WEYENBERG et al., 2006; JOHN e
ANANDJIWALA, 2008).
A incompatibilidade entre as fibras vegetais e a matriz é oriunda do fato das fibras
serem de natureza hidrofílica, pois são derivadas de lignocelulose, que contém grupos
hidroxila fortemente polarizados, e da matriz polimérica ser hidrofóbica. Como consequências
diretas deste fato encontram-se uma fraca adesão interfacial entre a fibra polar e hidrofílica e a
matriz não polar e hidrofóbica e dificuldades de mistura devidas à baixa molhabilidade da
fibra pela matriz o que leva a uma fraca interface destes compósitos (JOHN e
ANANDJIWALA, 2008; SREENIVASAN et al., 2012).
Uma interface fibra/matriz forte acarreta em um melhor desempenho em resistência do
compósito devido à transferência mútua das cargas externamente aplicadas ao compósito
entre a matriz e as fibras. As cargas aplicadas diretamente à matriz na superfície do compósito
são transferidas para as fibras próximas à superfície e isto é propagado fibra a fibra através da
matriz e da interface. Caso a interface seja fraca, a distribuição efetiva da carga não é
alcançada e as propriedades do compósito são prejudicadas. Por outro lado, uma forte
interface pode assegurar que o compósito possa suportar cargas mesmo após o rompimento de
várias fibras porque a carga pode ser transferida a porções intactas das fibras rompidas e
também das não rompidas. Além das desvantagens ocasionadas nos carregamentos mecânicos
externos, uma fraca interface pode ocasionar uma falha prematura quando o compósito é
submetido a um stress térmico devido aos diferentes coeficientes de expansão térmica da fibra
e da matriz (JOHN e ANANDJIWALA, 2008).
Devido à baixa compatibilidade entre as fibras naturais e a matriz polimérica, as fibras
devem ser adequadamente modificadas por meio de tratamentos físicos ou químicos com o
objetivo de melhorar a adesão entre ambas (PANDEY et al., 2010).
12 ASPECTOS FUNDAMENTAIS
Além do que já foi exposto, estudos com as fibras e com compósitos reforçados por
fibras estão sendo realizados visando seu emprego como materiais isolantes. Al-Sulaiman
(2003) realizou um estudo com compósitos reforçados com fibras de phoenix dactylifera e
verificou condutividades térmicas variando entre 0,16 a 0,24 W mK . Neste estudo, foi
verificada a influência do tipo de resina (fenólica ou epóxi), da pressão de cura, da proporção
fibra/resina, orientação e tamanho das fibras sobre a condutividade térmica dos materiais
sendo que os três primeiros fatores é que se mostraram significativos. A redução dos espaços
vazios no interior do compósito foi apresentada como sendo a causa do aumento da
condutividade térmica nesses materiais. Neira (2005) avaliou a condutividade térmica de
mantas de sisal submetidas ou não ao tratamento superficial de mercerização com
concentração de 2% p/p e com diferentes gramaturas. Verificou condutividades variando entre
0,0619 a 0,0682W mK sendo os melhores resultados obtidos para as fibras tratadas. Kim et
al. (2006) investigaram a condutividade térmica de termoplásticos reforçados com fibras
naturais.
A condutividade térmica é de grande importância em compósitos reforçados por fibras
naturais, uma vez que as fibras naturais apresentam menores condutividades térmicas quando
comparadas às fibras convencionais tais como a fibra de vidro e a de carbono. As cavidades
inerentes da microestrutura das fibras naturais são responsáveis por torná-las isolantes
térmicas e possibilitando seu uso muitos campos de aplicação (LIU et al., 2012).
2.1.1.1. A fibra de piaçava (Attalea funifera)
Embora as características de várias fibras vegetais estejam sendo amplamente discutidas
na literatura, há ainda fibras menos conhecidas e com grande potencial como material de
engenharia que merecem estudos mais aprofundados (NASCIMENTO et al., 2012). É neste
contexto que está inserida a fibra de Piaçava.
A fibra de Piaçava é um tipo de fibra vegetal lignocelulósica, naturalmente rígida, com
composição química de 31,6% de celulose e 48% de lignina (D’ALMEIDA, AQUINO E
MONTEIRO, 2006). Segundo Agrela et al. (2009) apresentam densidade de 1,12 g/cm³.
Ela podem atingir 4 metros de comprimento e apresenta um diâmetro médio de 1,1 mm.
É usualmente utilizada na fabricação de vassouras, escovas, cordas, tapetes e telhados e
13 ASPECTOS FUNDAMENTAIS
estima-se que 20% da produção é descartada ou queimada nas indústrias de transformação
(AQUINO et al., 2001).
São habitualmente extraídas da folha de uma palmeira nativa do estado da Bahia, região
sudeste do Brasil (Figura 2.3). Apresentam resistência à tração de 108,5 a 147,3 MPa, módulo
de Young de 5,5 a 6,3 GPA para fibras de diâmetro 0,25 a 0,70 mm e limite de escoamento de
69,8 a 81,7 MPa (NASCIMENTO et al., 2012).
Figura 2.3 - Região nativa das árvores de piaçava da espécie Attalea funifera.
A Figura 2.4-a ilustra a fibra de piaçava e a Figura 2.4-b ilustra a piaçaveira.
Figura 2.4 - a) Fibra de Piaçava; b) Piaçaveira (Fonte: JOHN, 2011)
b) a)
14 ASPECTOS FUNDAMENTAIS
A Figura 2.5-a ilustra o aspecto comum de uma fibra de piaçava obtida no microscópio
eletrônico de varredura (MEV) a uma ampliação de 50 vezes. A Figura 2.5-b ilustra uma
ampliação de 1000 vezes da superfície de uma fibra de piaçava obtida no MEV. Nota-se a
presença de inúmeras protuberâncias que, segundo d’Almeida et al. (2006), podem ser
atribuídas a partículas de silício.
Figura 2.5 - a) Superfície da fibra de piaçava sob uma ampliação de 50x; b) Pequenas protuberâncias na superfície da fibra de piaçava sob uma ampliação de 1000x.
2.1.1.2. Eucalipto (Eucalyptus grandis)
Eucalyptus é um gênero da família Myrtaceae, que inclui cerca de 900 espécies e
subespécies (BROOKER e KLEINIG, 2006).
As espécies do gênero Eucalyptus não são originárias do Brasil e sua introdução ocorreu
no início do século XIX. Inicialmente foi plantado com a finalidade de ornamentação ou para
servir de quebra-ventos, todavia, destacou-se como plantação com fins lucrativos. Sua
madeira tem-se prestado a uma série de finalidades como: lenha, estacas, moirões, dormentes,
carvão vegetal, indústrias química e farmacêutica, fabricação de casas, móveis e estruturas
para construção civil (PEREIRA et al., 2000; SOUZA; LORENZI, 2008). Cerca de 3,5
milhões de hectares de eucalipto são cultivados no país para a produção de madeira
(PEREIRA, 2010).
Dentre as espécies plantadas no país encontram-se o Eucalyptus Grandis (Figura 2.6) e
seus híbridos (GONZÁLEZ, 2002). Estes vêm sendo cultivados intensamente com o objetivo
principal de atender às demandas do setor de papel e celulose, chapas duras e painéis
a) b)
15 ASPECTOS FUNDAMENTAIS
aglomerados, bem como o setor de carvão vegetal para uso siderúrgico e metalúrgico
(SILVA, 2002).
Figura 2.6 - Eucalyptus grandis. Fonte: Wikipedia, 2013.
A utilização de madeiras oriundas de reflorestamento, principalmente a de eucalipto,
vem aumentando devido a crescente preocupação com a preservação das florestas nativas e
com o aumento do conhecimento de suas propriedades (FERREIRA et al., 2004).
Analisando do ponto de vista ambiental, a utilização de madeira reflorestada contribui
significativamente para a proteção e conservação dos recursos naturais existentes, por
preservar áreas de mata nativa e evitar a extinção de espécies consideradas nobres, geralmente
de madeira dura e crescimento muito lento que seriam utilizadas com fins industriais e
geração energética (GONZÁLEZ, 2002).
As principais razões do uso extensivo do gênero Eucalyptus em reflorestamentos
comerciais em várias partes do mundo se devem ao seu rápido crescimento, grande variedade
de espécies, o que possibilita a adaptação dessas culturas a diferentes tipos de clima e solo, à
produção de fibras e polpa de madeira de alta qualidade, o baixo custo e o curto período de
corte (5-7 anos na maioria dos casos) (HO et al., 1998; ANGELI, 2006).
A NBR 7190 (1996) apresenta inúmeras propriedades da madeira de Eucalyptus
grandis, que, segundo a mesma, apresenta: massa específica aparente a 12% de umidade de
3(12%) 640ap Kg mρ = e resistência à tração paralela às fibras de 0 70, 2tf MPa = . Segundo
Nogueira et al. (1993) apresenta uma condutividade térmica de 0,5188 W mK .
16 ASPECTOS FUNDAMENTAIS
2.1.1.3. Compatibilidade fibra-matriz
As propriedades de um compósito dependem tanto das propriedades de seus
componentes individuais quanto da sua compatibilidade interfacial (BLEDZKI et al., 1996).
O maior problema com a incorporação de fibras naturais como fase reforçadora em
compósitos de matriz termoplástica encontra-se na sua fraca compatibilidade e adesão
interfacial entre a fibra polar-hidrofílica e a matriz não polar-hidrofóbica (GODA et al., 2006;
Kalia et al., 2009).
Buscando atenuar este problema, são utilizados métodos físicos e químicos para
modificar as fibras e melhorar as propriedades mecânicas dos compósitos (MALKAPURAM
et al., 2009; SINGHA; RANA, 2012).
Dentre uma vasta gama de tratamentos utilizados encontra-se a mercerização que,
segundo a norma ASTM D1695-07, é o processo que submete uma fibra vegetal à ação de
uma solução aquosa de uma base forte e concentração adequada de modo a produzir grande
intumescimento com resultantes alterações na sua estrutura fina, dimensões, morfologia e nas
propriedades mecânicas.
A mercerização, tratamento alcalino de fibras de celulose, é dependente do tipo e
concentração da solução, da temperatura, do tempo de tratamento (BLEDZKI et al., 1996).
Para entender como o processo de mercerização funciona, faz-se necessária uma breve
contextualização referente às fibras vegetais naturais. As fibras vegetais naturais são materiais
lignocelulósicos, ou seja, possuem em sua composição lignina e celulose, polímeros naturais
quee possuem ao longo de suas cadeias muitos grupos hidroxila, o que proporciona
hidrofilicidade à fibra. A celulose é o principal componente estrutural destas fibras, enquanto
componentes não celulósicos como a lignina e as polioses (hemiceluloses) desempenham um
importante papel nas propriedades das fibras. A lignina, as polioses e outros componentes
amorfos são responsáveis por manter a ligação entre as unidades de celulose. No tratamento
de mercerização, o NaOH reage com os grupos hidroxila das polioses induzindo sua
dissolução. A remoção da hemicelulose, lignina e das ceras leva à destruição da estrutura
celular e, assim, as fibras dividem-se em filamentos (fibrilação). A fibrilação induz a um
aumento da rugosidade da fibra e da área de superfície disponível para contato com a matriz
levando a uma melhor adesão fibra matriz (BLEDZKI e GASSAN, 1999; D’ALMEIDA et al.,
2011-a; MONTEIRO et al., 2011; SREEKUMAR et al., 2012).
17 ASPECTOS FUNDAMENTAIS
A utilização de uma solução alcalina no tratamento de fibras naturais tende a reduzir o
caráter hidrofílico da fibra e promover uma melhor compatibilidade fibra-matriz. Apesar
disso, o tratamento químico pode induzir a mudanças nas propriedades mecânicas das fibras e,
em fibras de piaçava, também acaba por promover a retirada de elementos estruturais, tais
como as protuberâncias de silício, que auxiliam no intertravamento mecânico entre a fibra e a
matriz (GODA et al., 2006; NASCIMENTO et al., 2012).
Outro procedimento que vem sendo utilizado visando melhorar a adesão fibra-matriz é
redução da umidade das fibras. Uma vez que a água absorvida pelas fibras contém ânions OH-
atuando como dipolos, o contato entre a fibra e a matriz fica prejudicado. A redução destes
ânions na superfície da fibra promove um aumento da compatibilidade da fibra e também a
eficiência na transferência das forças entre a fibra e a matriz (LI et al., 2000; DE DEUS et al.,
2005). Para Bledzik e Gassan (1999), o processo de secagem das fibras antes da fabricação do
compósito faz-se de suma importância pois, a água contida na superfície da fibra atua como
um agente de separação entre a fibra e a matriz, o que pode conduzir a uma diminuição das
propriedades mecânicas dos compósitos reforçados por estas fibras.
Muitas vezes, visando obter compósitos estruturais para serem utilizados como vigas ou
painéis de baixo peso, com rigidez e resistência relativamente elevadas, opta-se pelo projeto
de painés-sanduíche.
2.1.2. COMPÓSITO SANDUÍCHE
Dentre todos os possíveis conceitos de compósitos estruturais, a ideia da construção
sanduíche tem se tornado bastante popular devido ao desenvolvimento de materiais celulares
produzidos pelo homem como material do núcleo. Por definição, uma estrutura sanduíche é
um composto em que um material de núcleo é cercado por duas ou mais camadas (FIEDLER
e ÖCHSNER, 2008).
Estruturas sanduíche (Figura 2.7) comumente consistem de:
i. Um par de lâminas finas, rígidas e fortes;
ii. Um núcleo grosso e de baixo peso para separar as lâminas e transmitir cargas de
uma lâmina para outra;
iii. Um adesivo para conexão, capaz de transmitir cargas axiais e de cisalhamento
para e do núcleo.
18 ASPECTOS FUNDAMENTAIS
Figura 2.7 - Compósito sanduíche com núcleo honeycomb
As duas fortes lâminas nas faces suportam as cargas aplicadas enquanto o núcleo
funciona como um espaçador que mantém a lâminas em suas posições pela transmissão das
tensões de cisalhamento. Sendo assim, o núcleo deve ser rígido o suficiente na direção
perpendicular às faces para assegurar que elas fiquem separadas pela distância correta e exibir
rigidez ao cisalhamento suficiente para assegurar que quando o painel for submetido à flexão
as faces não deslizem uma sobre a outra (FIEDLER; ÖCHSNER, 2008).
Jen e Chang (2009) relatam que as estruturas sanduíche são amplamente empregadas
nas indústrias aeroespacial, civil e mecânica devido a sua excelente relação rigidez/peso, e
propriedades como isolamento térmico e acústico.
Na maior parte das aplicações onde o peso é uma variável importante, materiais
compósitos são utilizados para as lâminas; alternativas mais baratas como ligas de alumínio,
aço ou compensados de madeira também são comumente utilizadas. Já para o núcleo, os
materiais mais utilizados são polímeros, alumínio, madeira e compósitos. A fim de reduzir
ainda mais o peso, eles são utilizados na forma de espumas, corrugados ou como honeycombs.
(Figura 2.8)
a)
b)
c)
Figura 2.8 - Compósitos sanduíche com núcleo: a) Espuma; b) Corrugado; c) Honeycomb.
Honeycomb é uma estrutura prismática 3D resultante de uma translação de um padrão
celular 2D ao longo de sua direção normal. Tipicamente as células unitárias 2D são
19 ASPECTOS FUNDAMENTAIS
hexagonais, mas outras geometrias também são utilizadas (LÓPEZ JIMÉNEZ e
TRIANTAFYLLIDIS, 2013).
Honeycombs e espumas são frequentemente utilizadas em aplicações estruturais como
núcleo para estruturas sanduíche e proteção para componentes a impactos (ANDREWS et al.,
1999).
Além do foco nos requisitos mecânicos, os materiais do núcleo também podem ser
selecionados baseados na sua resistência ao fogo ou nas suas propriedades térmicas. Heimbs
et al. (2007), sustentam que materiais compósitos manufaturados à base de resina fenólica
possuem excelentes propriedades de segurança em incêndios tais como baixa emissão de
fumaça, baixa toxicidade e baixa liberação de calor em comparação com outros tipos de
resina.
Assim como os favos de abelha, muitos materiais naturais são estruturados como
honeycomb. De modo crescente, esses estão sendo usados para fazer estruturas leves e rígidas
(esquis e painéis de aeronaves) ou para absorver energia (em transporte de carga). Os
materiais mais comuns de estrutura celular tridimensional, as espumas, são amplamente
utilizadas quando resistência deve ser combinada com baixo peso (GIBSON et al.,1982).
Na indústria moveleira vê-se a utilização deste tipo de estrutura com um apelo mais
econômico e ambiental do que estrutural. Lá, uma fina camada de madeira nobre, cara e
escassa como a imbuia ou mogno, quase sempre extraídas de reservas naturais, reveste um
interior fabricado a partir de árvores cultivadas pelo homem, mais abundantes e baratas como
o pínus ou eucalípito (FAGUNDES, 2002).
Através da variação de parâmetros construtivos do núcleo e das lâminas é possível obter
várias propriedades distintas para os compósitos sanduíche e que diversos tipos de materiais e
formatos de núcleos estão sendo aplicados em sua construção (HE e HU, 2008). O aumento
na espessura das lâminas é utilizado para proporcionar um aumento da resistência à flexão por
aumentar a rigidez à flexão de toda a estrutura sanduíche (JEN; CHANG, 2009). Já o núcleo,
em uma estrutura sanduíche, tem a função de separar as lâminas promovendo, por
consequência, um aumento do momento de inércia da estrutura e de sua rigidez à flexão (HE e
HU, 2008; TROMBIN, 2012). Petras (1998) e Heimbs et al. (2007) afirmam que separando
duas finas lâminas por um núcleo celular resulta em um considerável aumento de rigidez
comparado a estruturas monolíticas de mesmo peso.
20 ASPECTOS FUNDAMENTAIS
2.2. TRANSFERÊNCIA DE CALOR
Sempre que existir um gradiente de temperatura no interior de um sistema, ou entre
vários sistemas a diferentes temperaturas que forem postos em contato, haverá transferência
de energia. O processo pelo qual ocorre a transferência de energia é conhecido como
transferência de calor, que por sua vez ocorre, segundo a literatura, de três modos distintos:
condução, convecção e radiação (KREITH et al., 2010). Tendo em vista ser a transferência de
calor um tema bastante amplo, este trabalho buscará elucidar apenas os aspectos pertinentes à
condução de calor, pois, será o modo de transferência utilizado na abordagem da obtenção de
uma variável resposta requerida neste trabalho.
Bejan e Kraus (2003) definiram condução como sendo o processo pelo qual o calor se
difunde através de um meio sólido ou um fluido estacionário. Para Çengel et al. (2004),
condução é a transferência de energia das partículas mais energéticas para as menos
energéticas de uma substância como resultado da interação entre as partículas, podendo
ocorrer em meios sólidos, líquidos ou gasosos.
A taxa na qual o calor é transferido por condução de maneira unidimensional, condq ,
pode ser fornecida pela equação de Fourier (Equação (2.1)) e é proporcional ao gradiente de
temperatura dT dx multiplicado pela área A através da qual o calor é transferido, onde ( )T x
é a temperatura local e x é a direção do fluxo de calor. O subscrito ‘ cond ’ indica que o
mecanismo de transferência é a condução. A taxa real do fluxo de calor depende da
condutividade térmica k , que é uma propriedade física do meio. O sinal negativo é uma
consequência da segunda lei da termodinâmica, exigindo que o calor deva fluir na direção da
temperatura mais alta para a mais baixa (KREITH et al., 2010).
cond
dTq kA
dx= − (2.1)
Kreith et al. (2010) definem a condutividade térmica como uma propriedade do material
que indica a quantidade de calor que fluirá por unidade de tempo através de uma unidade de
área quando o gradiente de temperatura for unitário.
Segundo Simioni (2005) a condutividade térmica dos materiais sólidos variam de
valores baixos, como os dos isolantes térmicos (em torno de 0,04W mK , caso do
21 ASPECTOS FUNDAMENTAIS
poliestireno expandido), até magnitudes maiores (em torno de 400W mK , caso do cobre).
Sendo normal que a condutividade térmica de um material seja maior quanto maior for a sua
densidade, pois os materiais isolantes, na sua maioria, são compostos de uma matriz sólida
que armazena ar, ou outro gás, no seu interior.
Para o caso do fluxo de calor unidimensional em estado estacionário através de uma
parede plana, o gradiente de temperatura e o fluxo de calor não variam com o tempo e a área
da secção transversal ao longo do caminho do fluxo sendo constante. Através do
desenvolvimento da Equação (2.1) até chegar-se à Equação (2.2).
2
10
Tlcond
T
qdx k dT
A = −∫ ∫ (2.2)
Os limites de integração considerados foram: temperatura na face (x = 0) é uniforme em
1T e a temperatura na outra face (x = l) é uniforme em 2T .
Ao considerar k sendo independente de T , integrar a Equação (2.2) chega-se à
Equação (2.3) que representa a taxa de condução de calor através da parede.
1 22 1( )cond
T TAkq T T
llAk
−= − − =
(2.3)
Respeitando tais pressupostos, pode-se fazer uma analogia à Lei de Ohm que governa o
fluxo de corrente elétrica através de uma resistência onde a quantidade l Ak é equivalente à
resistência térmica condR (Equação (2.4)) (BEJAN e KRAUS, 2003).
cond
lR
Ak= (2.4)
A representação de problemas de transferência de calor pode então ser elaborada
mediante circuitos térmicos. Tais circuitos podem ser utilizados para representar sistemas
complexos como os encontrados em paredes compostas, isto é, paredes que incluem qualquer
número de resistências térmicas em série ou em paralelo devido a camadas de materiais
diferentes (INCROPERA et al., 2006).
22 ASPECTOS FUNDAMENTAIS
2.3. ELEMENTOS FINITOS
O Método dos Elementos Finitos (MEF) consiste numa ferramenta numérica que
determina soluções aproximadas para uma vasta gama de problemas de engenharia. Tal
método vem recebendo considerável atenção tanto no ensino de engenheira quanto na
indústria devido à sua diversidade e flexibilidade como uma ferramenta de análise (LEWIS et
al., 2005). Ele permite a análise de um domínio com geometrias complexas tendo em vista
que os elementos finitos podem ser formulados com diferentes formas. Tal fato permite que o
domínio seja representado sem a necessidade de nenhuma simplificação da geometria a ser
analisada (PERUMAL e MON, 2011).
No decorrer das últimas décadas ferramentas computacionais vêm sendo utilizadas no
desenvolvimento de projetos, seja por facilitar a construção de modelos geométricos ou por
facilitar a resolução de equações complexas. Nessa vertente, encontramos softwares como o
HyperWorks, Abaqus e ANSYS que são utilizados e empregam o MEF na modelagem e
resolução de problemas.
O processo de análise computacional por elementos finitos pode ser sumarizado em três
etapas: pré-processamento, processamento (ou solução) e pós-processamento.
- Etapa de Pré-Processamento
Etapa que antecede a solução matemática, ou seja, onde é feita a preparação do
problema a ser solucionado e na qual o modelo é concebido. Abaixo encontram-se os
principais passos contidos nesta etapa.
→ Modelagem da geometria (o desenho da geometria)
Interfaces gráficas são muitas vezes utilizadas para ajudar na criação e manipulação de
objetos geométricos. Existem numerosos softwares Computer Aided Design (CAD) utilizados
em projetos de engenharia que podem produzir arquivos contendo a geometria (domínio)
almejada (LIU; QUEK, 2003).
→ Discretização do contínuo
Divide-se (discretiza-se) o domínio de solução em uma quantidade finita de inúmeros
subdomínios simples, elementos não sobrepostos ou sub-regiões, denominados elementos
finitos. A discretização dos elementos finitos permite uma variedade de formas de elementos,
por exemplo: triângulos e quadriláteros para problemas em 2D ou tetraedros, pentaedros e
hexaedros em 3D. Cada elemento é formado por certo número de nós pertencentes ao interior
23 ASPECTOS FUNDAMENTAIS
do elemento ou localizados em sua aresta. Tal número é dependente do tipo de elemento
empregado (ou função de interpolação) (LEWIS et al.,2005; TITA, 1999).
→ Seleção das funções de interpolação ou de forma
Escolhe-se o tipo de função de interpolação que representa a variação da variável sobre
o elemento. Almejando uma maior simplicidade de manipulação matemática, as funções de
interpolação geralmente adotadas são as polinomiais (LEWIS et al.,2005; TITA, 1999).
Segundo Tita (1999), a escolha do tipo e do grau da função e o tipo das variáveis de
campo que descrevem o modelo (normalmente, os deslocamentos nos nós ou suas derivadas)
são fatores que influenciam na escolha da função de interpolação.
→ Definição das propriedades dos materiais ou do meio
Para diferentes fenômenos a serem simulados, diferentes conjuntos de propriedades são
requeridas.
→ Definição das condições iniciais, dos carregamentos e das condições de contorno ou
fronteira
Para o caso da análise de tensões deve-se especificar como a estrutura é suportada e
aplicar as cargas e/ou os momentos aos quais o modelo está sendo submetido. Para casos de
transferência de calor o fluxo de calor deve ser especificado bem como os valores conhecidos
de temperatura (COOK et al., 1989).
- Etapa de Processamento
Após a criação do modelo computacional, elaborado seguindo os passos apresentados
na etapa anterior, todas as informações necessárias à solução do problema já encontram-se
disponíveis. A solução é baseada em um algoritmo numérico que visa solucionar uma
equação diferencial com as condições de contorno e/ou iniciais impostas pelo modelo.
Conforme apresentam Liu e Quek (2003), o algoritmo utilizado na resolução de tais
problemas varia dependendo do software utilizado assim como do fenômeno físico a ser
simulado.
Abaixo serão apresentadas algumas subetapas geralmente executadas para solucionar
um problema:
→ Obtenção da matriz característica do elemento
Conforme elucida Cook et al. (1989), tal matriz recebe nomes diferentes dependendo da
área na qual está inserido o problema. Na mecânica estrutural é chamada de matriz de rigidez
e relaciona deslocamentos nodais com as forças aplicadas nos nós. Na condução de calor é
24 ASPECTOS FUNDAMENTAIS
chamada de matriz de condutividade e relaciona as temperaturas nodais com os fluxos de
calor nodais.
Perumal e Mon (2011) apresentam equação geral para um único elemento finito,
conforme apresentado na Equação (2.5).
[ ]{ } { }k q Q= (2.5)
Onde [ ]k é a matriz que representa as características do elemento, { }q é o vetor que
representa os valores nodais das variáveis de interesse (variáveis de saída) e { }Q é o vetor que
representa os valores nodais das variáveis de entrada do elemento. Para o caso da análise de
tensões, [ ]k é a matriz de rigidez, { }q representa os deslocamentos nos nós e { }Q representa o
vetor das forças nos nós.
→ Montagem das equações algébricas para todo o domínio
Para encontrar as propriedades do sistema completo, devem-se combinar todas as
equações dos elementos individuais. Isto é, ao combinar as equações das matrizes de cada
elemento de uma forma apropriada, a matriz resultante representará a solução de toda a região
do problema (REDDY, 2004). Esta etapa consiste na montagem da matriz característica
global para todo o corpo a partir das matrizes características dos elementos e do vetor global
das variáveis de entrada a partir dos vetores das variáveis de entrada elementares. Tal
montagem pode ser então representada pela Equação (2.6).
[ ]{ } { }K r R= (2.6)
Onde [ ]K representa a matriz característica global, { }r é o vetor que representa os
valores nodais das variáveis de interesse (variáveis de saída) e { }R é o vetor que representa
os valores nodais das variáveis de entrada.
→ Resolução do sistema de equações
O conjunto resultante de equações algébricas, dado pela Equação (2.6), é resolvido
objetivando obter os valores das variáveis de interesse nos nós.
25 ASPECTOS FUNDAMENTAIS
→ Cálculo dos dados secundários
A partir dos valores de temperatura encontrados nos nós, pode-se agora, calcular dados
secundários como fluxos de calor. Já para os valores de deslocamento encontrados, podem-se
calcular dados secundários como tensões e deformações.
- Etapa de Pós-processamento
Após uma série de dados referentes à solução da equação diferencial que descreve o
fenômeno em estudo ter sido gerada na etapa anterior, os mesmos precisão agora ser
visualizados de forma a permitirem ser analisados e apresentados. Tal visualização é realizada
através do uso de pós-processadores que geralmente acompanham os softwares de simulação.
Normalmente, em tal etapa, o usuário do software pode visualizar os objetos em 3D de muitas
maneiras convenientes na tela (LIU; QUEK, 2003). Dentre as possíveis soluções que podem
ser visualizadas estão os deslocamentos nodais, deformações da geometria, gradientes de
tensão, de temperatura, deslocamentos nodais ao longo do tempo, entre outros (TITA, 1999).
A acurácia do MEF mostra-se dependente da geometria do elemento, da distorção da
geometria como dos elementos isoparamétricos, das funções de forma utilizadas no
desenvolvimento do elemento finito, dos princípios e leis utilizadas no desenvolvimento da
equação governante e do material a ser analisado (PERUMAL E MON, 2011). Além disso,
Lee e Lo (1997) explicam que ao utilizar o MEF na modelagem numérica de um problema
físico, a seleção apropriada do elemento é um fator que pode afetar tanto a confiança quanto a
eficiência do modelo numérico e que a eficiência de um elemento pode ser estimada pela
precisão da solução e também pelo custo computacional envolvido. Por exemplo: elementos
de ordem mais elevada são mais precisos que os de baixa ordem, porém um maior custo
computacional está envolvido.
Cabe então ao usuário do método selecionar os parâmetros adequados para obtenção do
nível de precisão requerida de suas respostas, levando sempre em consideração a relação
precisão/tempo de processamento.
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Na revisão bibliográfica procurou-se apresentar pesquisas referentes às fibras de
Piaçava e sua utilização em materiais compósitos, ao desenvolvimento de compósitos
particulados à base de serragem e, sobre as estruturas sanduíche. Como principais fontes de
pesquisa para a elaboração desta etapa foram utilizadas as seguintes bases de dados:
Engineering Village, Portal Capes Periódicos, Scielo, Web of Science entre outros.
3.1. COMPÓSITOS FABRICADOS COM FIBRAS DE PIAÇAVA
Aquino, Monteiro e D’Almeida (2001) variaram a fração mássica de piaçava de 30 a
50% em um compósito fabricado com resina de poliéster buscando identificar a melhor fração
mássica a ser utilizada. Para este estudo, utilizaram sobras de piaçava (Attalea funifera) da
indústria de vassouras dispostas unidirecionalmente e concluíram que os melhores resultados
em testes de flexão foram obtidos com frações de 50% e que tais fibras mostram-se
promissoras para serem utilizadas como reforço em materiais compósitos.
Aquino, Monteiro e D’Almeida (2003) realizaram um estudo com sobras de piaçava
(Attalea funifera) da indústria de vassouras para saber qual o comprimento crítico da fibra
para ser utilizado em materiais compósitos. Para tanto, através do Pullout test variando os
comprimentos das fibras numa faixa de 5 a 40 mm e utilizando resina poliéster para fazer as
extremidades de fixação, concluíram que o comprimento crítico é de 15cl mm = e que a
interface entre piaçava-poliéster é fraca.
Em um estudo realizado por de Deus, Monteiro e D’Almeida (2005) foram analisados
os efeitos da pressão de moldagem, da taxa de deformação sobre a tensão de ruptura de um
compósito piaçava-poliéster. Uma análise da condição de secagem sobre o comportamento à
flexão e do efeito do tratamento com NaOH também foi realizado. Utilizaram diferentes
frações mássicas de fibra (20, 30 e 40%) variando a pressão de moldagem (0 a 10,6 MPa). No
27 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
teste de flexão a três pontos utilizaram as velocidades do cross-head de 0,5 e 5 mm/min o que
corresponde a uma taxa de deformação de 1,6x10-3 s-1 e 1,6x10-2 s-1. Os dados obtidos
apontam melhores resultados para os compósitos fabricados com fração mássica de 40%. A
fabricação de compósitos utilizando fibras submetidas ao processo de secagem apresentou
melhor adesão fibra-matriz e melhor MORf que a fabricação utilizando fibras conforme
recebido. A compressão de moldagem não surtiu efeitos nas fibras submetidas à secagem,
porém, nas fibras conforme recebido, a compressão melhorou a penetração de resina nas
irregularidades da superfície da fibra. Compósitos fabricados com fibras mercerizadas
apresentaram um MORf aproximadamente 40% maior quando não submetidos a qualquer
compressão de moldagem. Quanto à velocidade, o aumento na taxa de deformação ocasionou
uma diminuição do MORf do compósito.
Bonelli et al. (2005) avaliaram as propriedades térmicas, mecânicas e morfológicas de
compósitos de polietileno de alta densidade reciclado (HDPE-r) e fibra de piaçava da
Amazônia (Leopoldinia piassaba), tratada e não-tratada, em diferentes proporções (5, 10 e
15% de fibra). As fibras foram submetidas a tratamento superficial com silano de duas
formas: impregnação direta e com solução metanólica. Concluíram que os HDPE-r fabricados
com fibra de piaçava tratada apenas com silano apresentaram desempenho mecânico superior
(MORf e MORt) ao aquele obtido em compósitos com fibra tratada com solução metanólica e
com fibra não tratada. Imputaram tal melhora ao aumento da adesão fibra-matriz de HDPE-r.
D’Almeida, Aquino e Monteiro (2006) buscaram investigar a composição química, as
características estruturais e as propriedades mecânicas da fibra de piaçava. Através de análise
termogravimétrica (Thermogravimetric analysis, TGA) mostraram uma pequena perda de
peso da amostra entre 75 e 85ºC e o início da degradação térmica da fibra ocorrendo após os
225ºC. Atribuíram a pequena perda de peso de aproximadamente 5,18% à presença de água
na forma combinada ou umidade absorvida. Os resultados dos testes de tração mostraram uma
tensão de ruptura (σr) de 133±13,5 MPa e, dependendo da distância entre as garras da
máquina de teste, MOE variando de 1,07 a 4,59 GPa (MOE=6,2 GPa após correção dos erros
oriundos da máquina). Utilizando um MEV equipado com detectores de energia dispersiva de
raios-x (EDS) notaram a presença de protuberâncias na parede da fibra compostas por
partículas de silício que talvez possam auxiliar no intertravamento mecânico entre a fibra e a
resina da matriz em materiais compósitos.
Elzubair et al. (2007) realizaram um trabalho buscando caracterizar as propriedades
morfológicas, estruturais, térmicas e mecânicas de duas espécies de fibras de piaçava, a
Leopoldina piassaba (encontrada na região da Amazônia) e a Attalea funifera. Resultados
28 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
encontrados por eles corroboram o que foi apresentado no parágrafo anterior, ou seja, há uma
pequena perda de peso de aproximadamente 4% ocasionada pela evaporação de água, de
substâncias de baixo ponto de ebulição e de quaisquer outras substâncias decompostas dentro
da gama de temperatura dos 70ºC aos 200ºC. Ressaltam também que estas fibras mostram-se
termicamente estáveis até temperaturas relativamente altas (200ºC), fato este que permite sua
utilização com polímeros de baixo ponto de fusão. As propriedades mecânicas obtidas
variaram dependendo do diâmetro das fibras analisadas, para a Attalea funifera: diâmetro
entre 0,25 e 0,7 mm a tensão de ruptura foi de 123 MPa, a deformação até a ruptura de 4% e
módulo de Young de 5449 MPa; para o diâmetro entre 0,7 e 1,4 mm a tensão de ruptura foi
de 86 MPa, a deformação até a ruptura de 3% e módulo de Young de 4499 MPa.
D’Almeida et al. (2011-a) submeteram fibras de piaçava a diferentes tratamentos
químicos (a saber: mercerização, acetilação e a combinação de ambos) almejando promover
uma melhor interface fibra-matriz e avaliaram as consequências destes sobre a resistência à
tração e sobre o comportamento térmico das fibras. A mercerização foi realizada através da
imersão das fibras em uma solução com 10 ou 15 wt% de NaOH a uma temperatura ambiente,
foram posteriormente lavadas em água corrente e imersas em água por um período de 24h
para remover os resíduos de NaOH. A acetilação foi realizada tanto em fibras apenas lavadas
quanto nas que passaram pelo processo de mercerização com 15 wt%. As fibras foram
imersas em uma solução com anidrido acético, ácido acético glacial (1,5 : 1,0 wt/wt), e
algumas gotas de ácido sulfúrico, utilizado como catalisador. A reação ocorreu em um banho
de ultra-som a temperatura ambiente por 3 h e posteriormente as fibras passaram por um
processo de remoção da solução. Todas as fibras, posteriormente a estas etapas previamente
mencionadas, foram secas a 60°C por 12h. Concluíram que tais tratamentos não modificam a
resistência à tração das fibras de piaçava. A mercerização remove camadas da superfície
externa das fibras e expõe fibrilas e protrusões em sua superfície que podem contribuir para
uma melhor adesão fibra-matriz por aumentar a área superficial da fibra. Esta remoção é
dependente da concentração utilizada. Quanto ao comportamento térmico, a temperatura de
degradação da fibra tende a ser um pouco menor quando comparada a fibras não tratadas. A
combinação dos tratamentos apresentou resultados semelhantes aos obtidos somente com a
mercerização e, por fim, a acetilação não causou alterações no comportamento térmico, mas
promoveu uma pequena redução no caráter hidrofílico das fibras.
D’Almeida et al. (2011-b), em um estudo com compósitos fabricados com fibra de
piaçava e matriz de poliéster, buscaram identificar as consequências provocadas por
diferentes tratamentos químicos da fibra sobre o comportamento dinâmico destes materiais.
29 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Os tratamentos utilizados foram mercerização (soluções com 2, 5, 10 e 15 wt% de NaOH),
acetilação, e mercerização (solução com 15 wt% de NaOH) + acetilação. Os procedimentos
utilizados foram idênticos aos apresentados no parágrafo anterior. Os compósitos foram
fabricados seguindo a técnica de moldagem por compressão (0,7 MPa), com uma fração
mássica de 22% de fibras unidirecionalmente alinhadas. Concluíram que os tratamentos
aumentam a adesão fibra-matriz e que seus efeitos são diferentes, uma vez que alguns
tratamentos causaram danos à superfície da fibra e, portanto, uma diminuição da sua
resistência à tração. Notaram também melhores resultados para a mercerização utilizando
solução de NaOH com 10 wt% do que nas demais condições.
Nascimento et al. (2012) investigaram o comportamento mecânico de compósitos de
matriz epóxi reforçados com de fibras de piaçava e também com e sem tratamento com
NaOH. Para tanto, fabricaram compósitos variando a percentagem volumétrica fibra de 10 a
40 %, limite este levantado pelos autores como sendo o limite máximo de fibra que se pode
incorporar ao compósito para que o mesmo fique praticamente livre de defeitos e uniforme.
Dois diferentes tratamentos visando melhorar a adesão fibra-matriz foram realizados. Um
utilizando-se uma solução aquosa de 10% NaOH por 1 hora e outra de 0,1% NaOH por 1
minuto. Notaram que com frações de 10% de fibra não provocam efeitos de reforço em
materiais compósitos e que frações maiores provocam melhoras na resistência do compósito.
A fração de 40% apresentou os melhores resultados. Quanto ao tratamento com NaOH
concluíram não haver melhoras nem da resistência nem da rigidez dos compósitos quando
comparados aos fabricados com fibras não tratadas.
Reis e Carneiro (2013) buscaram investigar a viabilidade da utilização de um resíduo de
piaçava da indústria de vassouras como reforço em materiais poliméricos tanto em matrizes
epóxi como em poliéster. Utilizaram frações mássicas de 1, 2, 5, 10 e 15% de piaçava e, à
medida que estas frações eram aumentadas, uma redução no peso específico, um
comportamento menos frágil à flexão e um aumento na energia à fratura foram observados.
3.2. COMPÓSITOS FABRICADOS COM SERRAGEM DE MADEIRA
Durante toda a cadeia produtiva da indústria madeira e móveis são geradas quantidades
significativas de resíduos que, salvo quando aproveitados para alguns fins específicos, podem
se tornar um problema ambiental. Dentre uma das alternativas para o aproveitamento dos
30 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
resíduos de madeira encontra-se sua utilização em compósitos. Abaixo serão abordadas
algumas pesquisas referentes ao assunto.
Maldas et al. (1988) utilizaram quatro diferentes tipos de poliestireno e três diferentes
tipos de serragem na fabricação de compósitos termoplásticos. Investigaram os efeitos
ocasionados por parâmetros como o tamanho da partícula (mesh 20 e 60), o tipo da partícula
(Bétula = Betula papyrifera, Aspen = Populus tremuloides e uma mistura composta por 75%
de abeto, 20% de bálsamo e 5% de Aspen) e a concentração de partículas (10% a 40%) sobre
as propriedades mecânicas destes compósitos. Notaram que o tipo da madeira de serragem
interfere nos resultados, que a granulometria 60 proporciona melhores propriedades
mecânicas ao compósito que a 20, que o MOE tende a aumentar à medida que se aumenta a
proporção de serragem e que a tensão tende a ser maior numa faixa de 20 a 30% desta
proporção para a maioria dos casos.
English et al. (1997) fabricaram materiais compósitos de matriz sintética (polipropileno)
e reforçados com diferentes materiais como: pós de resíduos de madeira Pinus, de madeira de
demolição, talco, fibra de vidro e carbonato de cálcio com o objetivo de produzir materiais de
baixo peso para serem empregados em embalagens e meios de transporte. Foram utilizadas
frações mássicas de 20 e 40% de reforço sobre a resina e os pós de madeira na faixa
granulométrica de mesh 40. Os resultados indicam ser a fibra de vidro um reforço útil em
aplicações que necessitam de elevados MOE e resistência à tração e onde o custo e o peso
específico não sejam uma preocupação.
Ichazo et al. (2001) fabricaram compósitos de madeira e polipropileno, um agente de
acoplamento também foi utilizado. Diferentes tamanhos de partículas (mesh 20, 40 e uma
mistura de ambas), nas proporções mássicas de 10, 20, 30 e 40%, e dois tratamentos distintos
foram aplicados às fibras, um utilizado hidróxido de sódio e o outro silano. Concluíram: que a
adição de partículas de madeira ao polipropileno produz um aumento no módulo e na
resistência à tração, enquanto reduz a deformação de ruptura e a resistência ao impacto; que
ambos os tratamentos realizados nas fibras de madeira trouxeram melhoras nas propriedades à
tração, porém apenas o tratamento com silano mostrou-se eficaz na redução da absorção de
água; e que a absorção de água pelas amostras aumenta com adição de partículas de madeira.
Najafi et al. (2006) buscaram investigar as propriedades mecânicas de compósitos
fabricados com termoplásticos como o polietileno de alta densidade (PEAD, em inglês
conhecido como HDPE) e o polipropileno (PP) e serragem de Faia (Fagus Orientalis) com
granulometria mesh 50. Os termoplásticos ora foram fabricados com material virgem, ora com
material reciclado, ou mesmo uma mistura de ambos. A proporção utilizada foi uma fração
31 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
mássica de 50% de serragem para 50% de termoplástico. Compósitos de PP apresentaram
melhor rigidez e resistência do que os fabricados com PEAD e, as propriedades mecânicas de
compósitos fabricados com plásticos reciclados foram semelhantes àquelas dos fabricados
com materiais virgens.
Turgut (2007) investigou o potencial uso de resíduos de pó de calcário e serragem de
madeira como material para a fabricação de um composto leve para uso na construção civil.
Para tanto produziu compósitos com diferentes frações de pó de calcário, serragem (com
diferentes granulometrias), pequenas quantidades de cimento como aglutinante e água. Os
compósitos produzidos apresentaram propriedades físicas e mecânicas interessantes e com
grande potencial para serem utilizados como material de construção leve, mais econômico e
ecologicamente amigável. Compósitos utilizando partículas de serragem com tamanho menor
que 1,18 mm apresentaram melhores resultados do que os demais com partículas em
determinadas faixas granulométricas inferiores a 1,18 mm.
Kamel et al. (2008) fabricaram compósitos utilizando partículas de serragem de abeto
com tamanho inferior a 100 µm em uma matriz de polietileno de baixa densidade (PEBD, em
inglês conhecido como LDPE). Concluíram que o aumento na proporção de serragem
aumenta a absorção de água pelo material, e reduz o valor de propriedades mecânicas como
MORf e MORt. Apresentaram também, que em partículas tratadas com NaOH (até 8 horas) há
uma redução da absorção de água e que o tratamento por tempos superiores a estes não
demonstram trazer benefícios além dos já obtidos.
Hillig et al. (2008) confeccionaram compósitos com HDPE e diferentes tipos de
resíduos de madeira de indústrias moveleiras, como: pinus (Pinus taeda), aglomerados, chapa
de fibra de média densidade (MDF) e eucalipto (Eucalyptus grandis), todos na forma de
serragem e em proporções mássicas de serragem de 20 e 30%. Através da caracterização
destes materiais, verificaram a influência do emprego de diferentes tipos de serragem nas
propriedades físico-mecânicas dos compósitos. Os resultados indicaram que as propriedades
mecânicas dos compósitos diferem das do HDPE puro e com o tipo de serragem utilizado em
sua fabricação. Somente os compósitos fabricados com eucalipto apresentaram uma maior
resistência à tração com o aumento da proporção de serragem. O aumento na proporção de
serragem elevou o MORf em todos os compósitos. E, de maneira geral, compósitos fabricados
com serragem de aglomerado e eucalipto proporcionaram maiores resistências ao impacto e
MORf do que os fabricados com MDF e pinus.
Cui et al. (2008) utilizaram um agente de acoplamento conhecido como polipropileno
modificado com anidrido maleico e três tratamentos de fibras (alcalino, silano, e a utilização
32 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
de ambos) buscando melhorar a adesão entre o HDPE e fibras de serragem de madeira.
Avaliaram dentre outras variáveis, os efeitos provocados pelo comprimento da fibra (75, 225,
450 e 900 µm), pelo tipo de tratamento superficial e pela fração mássica de fibra (0 a 50%)
sobre as propriedades mecânicas do compósito. Puderam concluir que a fração de fibras
utilizadas e os tratamentos superficiais melhoram a resistência e o módulo de flexão, sendo
que a utilização de ambos os tratamentos proporcionou melhores resultados, enquanto que
com o aumento no tamanho da fibra ocorreu o inverso. Notou-se que com o aumento da
fração de fibras utilizadas houve uma redução na resistência ao impacto para todos os tipos de
tratamento. O mesmo foi notado com o aumento do tamanho das fibras.
Ku et al. (2011) confeccionaram materiais compósitos com resíduos de madeira de
pinho oriundas de serrarias e matriz de resina epóxi éster vinílica. As amostras foram
submetidas a uma cura à temperatura ambiente por um período de 24 horas, mas, apenas
metade delas foi pós-curada utilizando microondas. Diferentes frações mássicas (5 a 15%) e
faixas granulométricas de serragem foram utilizadas. Descobriram que a pós-cura em
microondas e a maior fração de serragem estão relacionados com o aumento da rigidez das
amostras.
Pérez et al. (2012) realizaram um estudo em compósitos fabricados com pó de pinho
(Pinus resinosa) e polipropileno. Incorporaram anidrido maleico ao polipropileno buscando
melhorar a compatibilidade fibra-matriz, variaram a proporção mássica de pó de madeira (10,
20 e 30%) e avaliaram as consequências disto sobre as propriedades mecânicas dos
compósitos. Nos compósitos não modificados por anidrido maleico, observou-se um aumento
no módulo de Young e uma redução na resistência à tração, na deformação até a ruptura e na
tenacidade à fratura conforme foi sendo adicionado o pó de madeira. Já quando realizada a
incorporação de anidrido maleico ao PP, observou-se uma melhora da resistência à tração e da
ductilidade, porém, nenhum efeito significativo foi observado sobre a resistência à ruptura.
Missagia et al. (2012) avaliaram o comportamento mecânico à compressão de materiais
compósitos fabricados com matriz epóxi e reforçados com serragem de madeira de
Eucalyptus e Ipê sem qualquer espécie de tratamento. Dentre as variáveis estudadas
encontram-se a espécie de madeira, o tamanho das partículas (4-10 e 50 -80 US Tyler) e a
fração volumétrica utilizada na fabricação do compósito (30 e 50%). Concluíram que tanto o
tamanho quanto a fração volumétrica de partículas afetam as respostas, que a madeira de
Eucalyptus apresenta melhores resultados que a de Ipê e, que compósitos fabricados com
Eucalyptus, com tamanho de partícula de 50-80 US-Tyler e fração volumétrica de 30%
apresentaram a maior resistência à compressão.
33 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A incompatibilidade inerente entre as fibras de madeira de caráter hidrofílico e os
polímeros hidrofóbicos resulta em má aderência e, portanto, baixa capacidade de transferência
de esforços da matriz para as fibras de reforço (ICHAZO et al., 2001). Um grande número de
trabalhos estão sendo desenvolvidos objetivando melhorar a adesão entre tais componentes e,
por consequência, melhorar propriedades como resistência a tração e à compressão dos
compósitos fabricados. Encontramos os que versam sobre a modificação da superfície das
fibras seja através de processos químicos ou físicos como o de Cui et al. (2008), já
previamente apresentado, e os que buscam adicionar compatibilizantes à fase matriz para
melhorar a interação entre a fibra e a matriz como realizado no trabalho de Li e Yan (2007)
que utilizaram um ionômero ambifílico em um compósito feito com fibras de madeira e
HDPE.
Além da incompatibilidade fibra-matriz, outro grande desafio encontrado na utilização
de fibras naturais reside em sua grande facilidade em absorver e perder umidade. A variação
de umidade pode vir causar uma instabilidade dimensional e deterioração das propriedades
mecânicas do compósito (NAJAFI, 2008). Najafi et al. (2007) buscaram compreender a
absorção de água em compósitos fabricados com diferentes plásticos reciclados e serragem de
madeira (mesh 50) em uma fração mássica de 50%. Ichazo et al. (2001), como já apresentado,
buscaram investigar a influência que os tratamentos das fibras têm sobre a absorção de
umidade pelo material compósito.
3.3. ESTRUTURAS SANDUÍCHE
Davalus et al. (2001) realizaram um estudo em compósitos sanduíche com núcleo
honeycomb de geometria senoidal, sendo ambos, núcleo e lâminas, fabricados com fibra de
vidro e resina poliéster. Avaliaram, através de testes experimentais, de simulações numéricas
utilizando o MEF e, de um modelo analítico por eles apresentado, o comportamento destes
compósitos quando submetidos a testes de flexão três e quatro pontos. Obtiveram boa
concordância entre os dados oriundos das três diferentes formas de avaliação tanto para
tensões quanto para deflexão. Quando comparados os dados experimentais com os dados
oriundos das simulações numéricas, uma diferença máxima de 8,56% foi obtida para a
deflexão, o que mostra uma boa correlação entre os dados.
Côté et al. (2004) realizaram um estudo sobre o comportamento à compressão em
compósitos honeycomb com geometria quadrada. Utilizaram aço na fabricação dos
34 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
compósitos e variaram parâmetros como densidade do núcleo, relação altura do
núcleo/tamanho da célula e, a utilização ou não de lâminas tornado o núcleo sanduíche ou
não. Mostraram que, para a maioria dos casos, o material apresenta um pico de resistência
seguido por uma perda da mesma até um ponto onde a deformação está próxima a 0,6 e,
então, sofre um aumento abrupto mediante a densificação. A perda da resistência mostrou ser
mais abrupta para relações altura do núcleo/tamanho de células maiores, e não mostrou ser
afetada pela utilização de lâminas nem pelo número de células.
O estudo realizado por Tagarielli et al. (2004) explora o efeito das condições de
contorno sobre a resposta força-deflexão em compósitos sanduíche submetidos ao teste de
flexão a 3 pontos com a estrutura simplesmente apoiada ou engastada nas extremidades.
Desenvolveram fórmulas analíticas para prever a rigidez elástica e a força inicial de colapso
nestas vigas. Fabricaram compósitos sanduíche feitos com lâminas de fibra de vidro e resina
éster vinílica e com núcleo de espuma de PVC para testes experimentais. Buscaram mostrar a
pertinência dos resultados obtidos analiticamente confrontando tais resultados com os obtidos
nos modelos numéricos (MEF) e os obtidos nos ensaios experimentais. Concluíram que a
resposta força-deformação dos compósitos está fortemente relacionada com o tipo de
condição de contorno imposta a ele e que tanto os modelos analíticos quanto os numéricos
previram com razoável precisão os resultados obtidos nos ensaios experimentais. Cabe
salientar que o MEF foi capaz de prever com maior acurácia os resultados do que os modelos
analíticos.
Fiedler e Öchsner (2008) conduziram um estudo experimental utilizando o teste de
flexão três pontos com o objetivo de determinar a rigidez à flexão e a máxima capacidade de
carga de materiais compósitos sanduíche com núcleos celulares. Para tanto testaram diferentes
tipos de núcleos: M-PORE® e Alporas® que são espumas de alumínio, uma estrutura
honeycomb e uma metallic hollow sphere structures. Concluíram que os materiais com núcleo
honeycomb apresentaram maior rigidez à flexão tanto específica quanto absoluta e uma alta
capacidade de carga. Foi também possível concluir, através deste experimento, que dois
diferentes métodos de falha ocorreram nestes materiais quando submetidos a uma carga
superior à sua capacidade de carga: um por falha catastrófica do núcleo e outro por indentação
do mesmo. O núcleo honeycomb falhou por indentação.
He e Hu (2008) desenvolveram um modelo teórico para calcular a rigidez à flexão e o
MORf em compósitos sanduíche. Almejando elaborar um modelo mais simples e eficiente,
idealizaram o núcleo como sendo um material homogênio e utilizaram as suas propriedades
equivalentes. Buscaram validar tal modelo através do confronto dos resultados obtidos no
35 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
modelo teórico com os obtidos experimentalmente em ensaios de flexão 3 pontos realizados
em compósitos sanduíche com lâminas e núcleo honeycomb (geometria hexagonal) feitos em
aço. Os dados apresentaram relativa concordância tanto para rigidez à flexão quanto para o
MORf.
Chen et al. (2008-a) relataram que há um grande potencial no emprego da tecnologia
têxtil na confecção de tramas de tecidos para a fabricação de compósitos honeycomb
tridimensionais. Neste trabalho projetaram e fabricaram compósitos honeycomb hexagonais
com diferentes tramas de algodão, como fase reforçadora, e resina epóxi, como fase matriz.
Ao todo desenvolveram quatorze compósitos variando-se parâmetros construtivos que,
posteriormente, foram divididos em quatro grupos com base nos seguintes critérios: Grupo I –
ângulo de abertura do favo (30°, 45º, 60º, 75º e 90º); Grupo II – tamanhos da parede do favo
(3,8 mm, 5,1 mm, 6,4 mm e 7,6 mm); Grupo 3 – tamanhos distintos entre as paredes do favo
coladas e das não coladas. Grupo 4 – diferentes números células e do tamanho das paredes das
células, visando manter a largura do compósito constante. Nos três primeiros grupos
previamente mencionados foram fabricados compósitos com o mesmo número de células e
nos dois últimos com um ângulo de abertura do favo de 60º. Dando complemento a este
trabalho, Chen et al. (2008-b) avaliaram o desempenho ao impacto destes compósitos através
de dados como absorção de energia; força transmitida e atenuação do impacto. Concluíram: o
aumento do ângulo de abertura do favo causa uma redução na energia de absorção e no pico
da força transmitida; a diminuição de tamanho da parede do favo está relacionada a maiores
módulos de absorção de impacto e maiores picos das forças transmitidas, porém, sem
alteração significativa na energia de absorção e com redução na atenuação do impacto;
tamanhos distintos das paredes dos favos influenciam principalmente a força transmitida e a
atenuação do impacto; e, por fim, que o aumento na densidade das células causa um aumento
na força transmitida e uma redução na atenuação ao impacto.
Buscando compreender a influência que a espessura das lâminas tem sobre a resistência
à fadiga de materiais compósitos sanduíche com núcleo honeycomb, Jen e Chang (2009)
submeteram compósitos construídos com lâminas e núcleos de alumínio, unidos por resina
epóxi a testes de fadiga a 4 pontos. Resultados experimentais não evidenciaram nenhuma
relação entre a espessura das lâminas e a resistência à fadiga para as amostras submetidas às
mesmas forças fletoras. O principal modo de falha foi o descolamento entre as lâminas e o
adesivo. A utilização do MEF foi feita visando obter o comportamento das tensões
interfaciais. Modelaram a estrutura com elementos sólidos de oito nós e o adesivo com
elementos tetraédricos de quatro nós. A fim de reduzirem os custos computacionais
36 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
simularam apenas um quarto da estrutura por questões de simetria. Demonstraram boa
concordância entre os valores das tensões obtidos nos ensaios experimentais e nas simulações
numéricas.
Através do emprego de modelos analíticos e numéricos e da realização de ensaios
experimentais, Abbadi et al. (2009) investigaram o comportamento de um compósito
sanduíche honeycomb submetido a um ensaio de flexão a 4 pontos. Os testes experimentais
foram conduzidos em compósitos com lâminas de alumínio e núcleos, com diferentes
densidades, tamanhos de células e configurações (L ou W), de aramida ou alumínio. Um
padrão de maiores valores para a rigidez e para a força de ruptura do compósito foi observado
com o aumento da densidade do núcleo. Este padrão repetiu-se em compósitos com núcleos
de baixa densidade e configuração L quando comparados à configuração W. Em núcleos com
alta densidade isto não foi observado. Praticamente todos os corpos de prova apresentaram
falha por flambagem na face submetida à compressão, identação e deformação plástica nos
locais de aplicação da carga e dobramento nas paredes dos núcleos na região entre a aplicação
da carga e os suportes. Mostraram ser os modos de falha dependentes da natureza do núcleo,
ou seja, do material, da densidade e da configuração das células. Resultados como
deslocamento e tensões foram obtidos através do emprego de modelos analíticos baseados na
teoria de Kirchhoff-Love, na teoria de primeira ordem de Mindlin e nas teorias de ordens
superiores de Reddy e Touratier e comparados aos resultados obtidos a partir de cálculos
empregando MEF tomados como referência. O núcleo honeycomb foi modelado como uma
camada única e sólida de um material com propriedades equivalentes e com elementos sólidos
3D (oito nós e seis graus de liberdade por nó). Concluíram que os modelos de ordem superior
foram mais precisos que os demais.
Belouettar et al. (2009) realizaram um estudo do comportamento estático e de fadiga em
materiais compósitos com núcleo sanduíche. Tais compósitos foram fabricados com lâminas
de alumínio (AlMg3) e núcleos hexagonais, com diferentes densidades e tamanhos de célula,
de alumínio ou de fibras de aramida. Dentre os resultados obtidos, puderam concluir que a
rigidez do compósito e a força de ruptura tornam-se maiores com o aumento da densidade do
núcleo. Notaram também que todos os compósitos submetidos ao teste de flexão quatro
pontos falharam devido a: dobramento nas lâminas; flambagem localizada na face
comprimida; identação e deformações plásticas nas áreas das faces que foram submetidas à
aplicação da carga; e dobramento das paredes do núcleo na zona entre o local da aplicação da
carga e os apoios.
37 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Kaman et al. (2010) investigaram experimental e numericamente a carga crítica de
flambagem em compósitos sanduíche fabricados com diferentes materiais e densidades do
núcleo. Lâminas de fibra de vidro e resina poliéster foram utilizadas em ambos os compósitos
enquanto que, para os núcleos, foi utilizado papel impregnado com resina poliéster ou
alumínio. Testes de compressão foram aplicados na parte experimental e, empregando o
software ANSYS, a análise por elementos finitos foi utilizada na parte numérica. Mostraram
que com o aumento do tamanho de célula do núcleo, a carga crítica de flambagem tende a
diminuir para ambos os materiais utilizados, enquanto o contrário ocorre para a espessura da
parede do núcleo. Diante da alta correlação entre os dados experimentais e os numéricos
(menor relação encontrada foi de 0,932), concluíram que previsões da carga crítica de
flambagem podem ser facilmente realizadas utilizando a abordagem numérica por eles
apresentada.
Compósitos sanduíche fabricados com lâminas de fibra de vidro com resina epóxi e
núcleo honeycomb de papel de aramida com resina fenólica foram utilizados por Cai et al.
(2010) em testes de flexão a três pontos com taxa de deformação constante, variando a
temperatura e as velocidades de carregamento, e testes de fadiga, variando a temperatura e as
frequências, objetivando estabelecer uma relação tempo-temperatura para a resistência à
fadiga deste material. A curva força-deflexão apresentou comportamento quase linear até
atingir a força máxima nos testes realizados a uma taxa de deformação constante e, tanto a
força e a deflexão máximas apresentaram redução com o aumento da temperatura. Nos testes
de fadiga, os momentos de flexão apresentaram reduções com o aumento da temperatura e do
tempo, ou seja, do número de ciclos. Cabe salientar que em todos os testes realizados a falha
iniciou-se nos pontos de aplicação das forças e no lado submetido à compressão e que à
temperatura ambiente, as falhas ocorreram por cisalhamento enquanto que à temperatura de
125ºC a falha deu-se por flambagem.
Guangping et al. (2010) publicaram um artigo que versa, dentre outros assuntos, sobre a
aquisição das propriedades mecânicas de compósitos honeycomb fabricados em aço
submetidos ao teste de flexão três pontos.Variaram o plano do teste, paralelo ou perpendicular
ao plano das faces do compósito, e também a configuração dos favos, L ou W. Concluíram
que a configuração L apresentou propriedades mecânicas superiores quando comparadas à W
em ensaios realizados no plano perpendicular ao das faces e que diferenças significativas
entre as configurações não foram observadas em ensaios realizados no plano paralelo ao das
faces.
38 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Russell et al. (2011) fabricaram, utilizando fibra de carbono e resina epóxi, oito
diferentes compósitos sanduíche com núcleo honeycomb de geometria quadrada e os
submeteram a ensaios de flexão a 3 pontos com suas extremidades simplesmente apoiadas ou
engastadas. Desenvolveram modelos analíticos simplificados, assumindo serem as lâminas e o
núcleo materiais homogênios, almejando compreender os mecanismos de falha destes
compósitos. Observaram que houve uma boa concordância tanto para a carga máxima de
ruptura quanto para os mecanismos de falha entre os resultados obtidos nos modelos
analíticos com os experimentais para a maioria dos compósitos analisados. Modelos
tridimensionais, retratando todos os detalhes do núcleo e das lâminas, foram desenvolvidos e
uma união perfeita entre o núcleo e as lâminas foi considerada. Após simulações utilizando-se
o MEF, notaram que os resultados, de maneira geral, representam com exatidão o
comportamento tensão-deformação e os mecanismos de falhas dos compósitos. Discrepâncias
entre os resultados das simulações e dos testes experimentais foram observadas após a
ocorrência da falha no compósito. Tais diferenças foram atribuídas a simplificações impostas
no modelamento do material.
Sadowski e Bęc (2011) estudaram, empregando o MEF, o comportamento estático e
dinâmico de compósitos sanduíche com núcleo honeycomb. Tais compósitos foram
estruturados da seguinte maneira: lâmina superior (matriz polimérica), lâmina inferior
(alumínio), núcleo honeycomb de geometria hexagonal (alumínio) com ou sem o
preenchimento de suas células por uma espuma polimérica. As lâminas e o núcleo foram
modelados com elementos de casca, enquanto a espuma foi modelada com elementos sólidos.
A malha correspondente a cada elemento foi elaborada fazendo rígidas conexões entre os
componentes da estrutura. Três distintas condições de contorno foram aplicadas. O
comportamento estático foi obtido aplicando-se uma pressão uniforme sobre a lâmina
superior. Notaram que ao introduzirem um material de enchimento nas células do núcleo
honeycomb obtiveram um sensível reforço na estrutura como um todo. Esta passou a
apresentar uma redução em sua deflexão máxima. As dez primeiras frequências naturais das
estruturas foram obtidas através de análise modal. Notaram que o preenchimento do núcleo
com espumas promove uma redução da sensibilidade da estrutura às vibrações, ou seja,
estruturas sem o preenchimento apresentam frequências mais elevadas.
Chen (2011) propôs formas analíticas de se obter a deflexão de um material honeycomb
baseadas em dados como a rigidez equivalente à flexão e à torção deste material. Para validar
tais formas utilizou resultados obtidos de análises numéricas empregando o MEF como
39 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
parâmetros de comparação. Dentre os dois modelos por ele apresentado, apenas um
apresentou concordância satisfatória com o MEF.
Menta et al. (2012) produziram um compósito sanduíche a partir de lâminas de carbono
e resina epóxi e um núcleo honeycomb de Kevlar utilizando uma técnica descrita por eles
como moldagem por transferência de resina assistida por vácuo (VARTM, vacuum-assisted
resin transfer molding). Testes de compressão, impacto e flexão três pontos foram utilizados
visando demonstrar as qualidades e vantagens desta técnica de fabricação, tais como boa
homogeneidade dos compósitos fabricados.
Wahl et al. (2012) propuseram um método analítico visando compreender a tensão de
cisalhamento em compósitos sanduíche com núcleo honeycomb submetidos a carregamentos
transversais. Os resultados mostraram que as maiores tensões ocorrem quando o núcleo se
encontra em uma posição entre a configuração L e a W, mais precisamente a um ângulo
62ºα ≅ . A configuração L mostrou-se como a mais resistente em compósitos com geometria
hexagonal. Os resultados obtidos pelo método analítico foram confrontados com os obtidos
em simulações numéricas utilizando-se o MEF (estrutura modelada com elementos de casca)
visando validar, com sucesso, o método analítico. Para reduzir o tempo de simulação,
propuseram tratar o núcleo honeycomb como um material com propriedades ortotropicas
equivalentes e concluíram que esta simplificação é viável. Uma ressalva foi feita dizendo que
esta simplificação só é aceitável se efeitos não lineares não estiverem presentes no núcleo (ex:
flambagem). Testes experimentais conduzidos apresentaram boa concordância tanto com os
modelos analíticos apresentados quanto com as simulações numéricas.
Du et al. (2012) analisaram os efeitos do tamanho da célula e da altura do núcleo
honeycomb sobre o comportamento força-deflexão e sobre as propriedades de flexão em
painéis sanduíche. Na produção de tais painéis foram utilizados papel e resina epóxi na
fabricação das lâminas e aramida e resina fenólica na fabricação do núcleo honeycomb com
geometria hexagonal. Demonstraram que o MORf é dependente tanto do tamanho da célula
quanto da altura do núcleo honeycomb. O aumento da altura do núcleo promove uma redução
do MORf enquanto promove um aumento da rigidez à flexão e da força de ruptura. O aumento
do tamanho da célula promove uma redução em todos os parâmetros previamente
mencionados. Avaliaram também, de modo analítico, através do modelo de Timoshenko e da
teoria de Euler-Bernoulli para vigas delgadas, a relação força-deflexão do compósito e
compararam os resultados com os dados experimentais. Concluíram ser o modelo de
Timoshenko mais adequado para representar tal relação enquanto o material estiver abaixo do
limite de proporcionalidade.
40 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Du et al. (2013) avaliaram a resposta a fluência de compósitos sanduíche com núcleo
honeycomb submetidos a umidade ambiente e a altas umidades durante o período de 30 dias.
As lâminas destes compósitos foram fabricadas com línter de algodão e resina epóxi enquanto
seu núcleo de aramida e resina fenólica. Concluíram que altas umidades aceleram a
deformação por fluência e que a principal causa para esta ocorrência pode ser a absorção de
umidade pelas fibras naturais utilizadas que não foram totalmente encapsuladas e protegidas
pela matriz.
3.4. CONCLUSÃO DA REVISÃO
Nota-se a partir da leitura deste capítulo que, apesar de inúmeras pesquisas estarem sendo
realizadas tanto com fibras de piaçava, com serragem e com materiais sanduíche, em nenhuma
delas uma abordagem associando esses itens foi realizada.
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Neste capítulo serão apresentados os materiais e equipamentos necessários ao
desenvolvimento desta pesquisa e a metodologia experimental.
4.1. MATERIAIS
Esta seção tem por finalidade apresentar os materiais que comporão os experimentos do
presente trabalho. Cabe salientar que alguns deles serão utilizados em mais de um
experimento e que sua apresentação nos subitens desta seção enfatizaram sua utilização nos
materiais compósitos.
4.1.1. FASE MATRIZ
Como fase matriz nos compósitos fabricados foi utilizada uma matriz termorrígida
epóxi Araldite-M (RenLam© M-1) com o endurecedor Ren© HY 956 da empresa Huntsman®,
ambos fornecidos pela empresa Maxepoxi Indústria e Comércio Ltda®, localizada em São
Paulo (SP) – Brasil. A proporção mássica utilizada obedeceu as recomendações do fabricante,
sendo 100 partes de resina para 20 partes de endurecedor (5:1). Outros dados importantes
apresentados no catálogo do produto: cura obtida após 7 dias à temperatura ambiente
(utilizada no decorrer deste trabalho) ou 14 h a 40ºC; a densidade medida utilizando-se a
norma ISO 1183 é de 1,1 g/cm³ (HUNTSMAN).
4.1.2. FASE DISPERSA: FIBRA DE PIAÇAVA (ATTALEA FUNIFERA)
As fibras de piaçava utilizadas como fase reforçadora nos compósitos em estudo foram
provenientes do descarte de uma indústria de vassouras na cidade de Juiz de Fora (MG) -
Brasil. As fibras de piaçava, cultivadas na Bahia, não estavam danificadas, não haviam sido
42 MATERIAIS E MÉTODOS
submetidas a tratamentos químicos que modificassem suas características superficiais e
apresentavam comprimento suficiente para serem utilizadas como material de reforço. Seu
descarte foi ocasionado por não apresentarem o comprimento mínimo necessário ao seu uso
naquele tipo de indústria. A Figura 4.1 exibe um feixe de fibras de piaçava conforme
recebido.
Figura 4.1 - Feixe de fibras de piaçava
4.1.3. FASE DISPERSA: SERRAGEM DE EUCALIPTO (EUCALYPTUS
GRANDIS)
Barras de madeira de Eucalipto (Figura 4.2-a) foram fornecidas pela Serraria Agostini,
empresa do ramo madeireiro do município de São João del-Rei (MG) - Brasil. Tais barras
foram serradas em pequenos fragmentos que posteriormente foram triturados em um moinho
rotor tipo ciclone (Figura 4.2-b). Após o processo de trituração, o material foi peneirado
durante cinco minutos com o auxílio de um agitador eletromagnético de peneiras vibratórias
(Figura 4.2-c) de modo a classificar os resíduos na faixa granulomética de 50-80 US-Tyler
(malha). A Figura 4.2-d ilustra a serragem de madeira na faixa granulométrica utilizada.
a) b) c) d)
Figura 4.2 - a) Barra de madeira de Eucalipto; b) Moinho tipo rotor ciclone; c) Agitador de peneiras vibratórias; d) Partículas de serragem com faixa granulométrica 50-80 US-Tyler.
43 MATERIAIS E MÉTODOS
A serragem foi colocada em estufa aquecida a 60ºC por um período de 12 horas visando
à retirada de umidade antes de seu devido armazenamento em ambiente seco até sua
utilização.
A faixa granulométrica foi escolhida tomando como base trabalhos como os de Maldas
et al. (1988) e Missagia et al. (2012), já apresentados no item 3.2. Nestes trabalhos,
compósitos confeccionados com a serragem nesta faixa granulométrica mostraram-se mais
eficientes como reforço do que outras faixas por eles estudadas.
4.1.4. FASE DISPERSA: PARTÍCULAS DE CIMENTO
O cimento Portland CP-V ARI (Figura 4.3) utilizado na fabricação dos compósitos foi
da marca CAUE®, fornecido por uma empresa de comércio de materiais de construção da
cidade de São João del-Rei (MG) - Brasil. Este material passou por peneiramento na faixa
granulomética de 50 US-Tyler para a retirada de grânulos maiores e facilitar a dispersão. Foi
embalado em potes lacrados evitando com isso seu contato com o ambiente até o momento de
sua utilização.
Figura 4.3 - Cimento Portland CP-V ARI
4.1.5. HIDRÓXIDO DE SÓDIO
O hidróxido de sódio PA (NaOH) (Figura 4.4) utilizado neste trabalho para tratamento
químico das fibras de piaçava com objetivo promover uma melhor adesão entre as fases
matriz/fibra foi fornecido pelo Laboratório do Departamento de Ciências Naturais (DCNAT)
da Universidade Federal de São João del-Rei. Seu uso se deu através de sua dissolução em
água em diferentes frações mássicas.
44 MATERIAIS E MÉTODOS
Figura 4.4 - Hidróxido de Sódio (NaOH)
4.1.6. BORRACHA DE SILICONE
Fornecida pela empresa Casa da Resina localizada em Belo Horizonte – MG, a borracha
de silicone foi utilizada na fabricação dos moldes para o núcleo honeycomb e para a
caracterização da resina. A escolha desta borracha deu-se por sua boa fluidez, moldabilidade e
reprodução dos detalhes, baixa retração linear e por dispensar o uso de desmoldantes. A
Figura 4.5-a ilustra a borracha de silicone e a Figura 4.5-b o catalisador misturado a silicone
para promover sua cura.
a)
b)
Figura 4.5 - a) Borracha de silicone; b) Catalisador.
Cabe neste momento, uma breve ressalva sobre o uso de desmoldantes. Sua utilização,
apesar de facilitar o processo de desmoldagem, deixa sobre o material fabricado uma película
do mesmo. Tal película demonstrou, em pré-testes realizados, reduzir a eficiência da adesão
de outros materiais com o material fabricado. Como exemplo: corpo de prova em testes de
tração e a proteção utilizada em suas extremidades ou entre lâminas de piassava e o núcleo
honeycomb. Mediante o exposto, no decorrer do trabalho, o uso de desmoldantes foi abolido
tanto na fabricação com moldes de silicone como em outras técnicas de fabricação.
45 MATERIAIS E MÉTODOS
4.2.EQUIPAMENTOS
Nesta seção serão apresentados os equipamentos utilizados para a obtenção das
variáveis resposta de interesse na etapa experimental deste trabalho. Tais variáveis são:
módulo de elasticidade em tração (MOEt), resistência à tração (MORt), módulo de
elasticidade em flexão (MOEf), módulo de resistência à flexão (MORf), coeficiente de
Poisson, deflexão e força aplicada.
4.2.1. MÁQUINA UNIVERSAL DE ENSAIOS SHIMADZU®
A máquina de ensaios universal SHIMADZU® AG-X Plus (Figura 4.6-a), de capacidade
de carga de 100 kN e equipada com uma célula de carga SLFL-100 kN foi utilizada para
obtenção das propriedades mecânicas das fibras, da resina e dos materiais compósitos. Nos
testes de tração foi utilizado o conjunto de garras apresentado na Figura 4.6-b e nos testes de
flexão a três pontos foi utilizado o suporte apresentado na Figura 4.6-c. O extensômetro de
vídeo digital, modelo TRView X (Figura 4.6-d) foi utilizado para medições de elongação e de
largura de forma simultânea, visando a obtenção do coeficientes de Poisson. O software
Trapezium X foi utilizado na aquisição, processamento e ajuste dos dados obtidos nos testes
realizados nesta máquina.
46 MATERIAIS E MÉTODOS
a)
b)
c)
d)
Figura 4.6 - a) Máquina universal de ensaios SHIMADZU®; b) Garras utilizadas no teste de tração; c) Suporte para flexão a três e quatro pontos; d) Extensômetro de vídeo digital.
4.2.2. MÁQUINA UNIVERSAL DE ENSAIOS EMIC
Por falta de um suporte adequado para a realização dos ensaios de flexão dos
compósitos sanduíche na máquina da SHIMADZU®, os mesmos foram conduzidos em uma
máquina universal de ensaios EMIC modelo DL 500 (Figura 4.7-a) com célula de carga com
capacidade de 500 Kgf (5 kN), monitorada pelo software TESC 3.01. A Figura 4.7–b ilustra o
suporte utilizado nos testes de flexão a três pontos.
47 MATERIAIS E MÉTODOS
a)
b)
Figura 4.7 - a) Máquina universal de ensaios EMIC; b) Suporte para flexão a três pontos.
Foi criado um programa no software MATLAB®, versão R2011a, para auxiliar no
processamento e no ajuste dos dados oriundos do software TESC.
4.3.METODOLOGIA EXPERIMENTAL
Por ser este trabalho composto por etapas de caracterização, seleção e desenvolvimento
de materiais, simulações numéricas e análise do comportamento térmico, optou-se por
subdividir este item para seu melhor entendimento. Todas as etapas de fabricação e
caracterização foram realizadas nas dependências dos laboratórios CITEC e no laboratório de
ensaios mecânicos ambos pertencentes ao Departamento de Engenharia Mecânica da
Universidade Federal de São João del-Rei.
4.3.1. CARACTERIZAÇÃO DA RESINA
Foram fabricadas cinco amostras para a obtenção das variáveis resposta MOEt e MORt
da resina. A proporção mássica utilizada obedeceu às recomendações do fabricante da resina.
Moldes fabricados em borracha de silicone (Figura 4.8-a) foram utilizados para a obtenção
dos corpos de prova de tração (Figura 4.8-b). As dimensões dos corpos de prova seguiram as
recomendações da norma ASTM D638 (2010) assim como os procedimentos para os ensaios.
Os testes foram conduzidos na máquina universal de ensaios SHIMADZU® a uma velocidade
de 2 mm/min (Figura 4.8-c).
48 MATERIAIS E MÉTODOS
a)
b)
c)
Figura 4.8 - a) Molde em borracha de silicone; b) Aspecto do corpo de prova para tração; c) Ensaio de tração da resina.
Durante o vazamento das matrizes, os moldes foram submetidos à vibração mecânica
visando aperfeiçoar o preenchimento e eliminar as bolhas de ar aprisionadas durante o
vazamento. Após o período de cura, os corpos de prova foram retirados dos moldes passando
por uma etapa de lixamento a fim de melhorar os limites de tolerância necessários para os
ensaios e o acabamento superficial.
4.3.2. TRATAMENTO DA FIBRA DE PIAÇAVA
Conforme mencionado previamente, fibras naturais podem apresentar uma fraca adesão
à matriz quando utilizadas em materiais compósitos e que pré-tratamentos com o objetivo de
melhorar tal adesão são muitas vezes empregados.
Pesquisas como as de de Deus et al. (2005), D’Almeida et al. (2011-a e b) e Nascimento
et al. (2012) estão utilizando um tratamento químico conhecido como mercerização como pré-
tratamento em fibras de piaçava, porém com opiniões diferentes quanto à sua eficácia.
Visando determinar se o tratamento químico das fibras de piaçava com diferentes
concentrações de NaOH altera as propriedades mecânicas como MOEt e MORt tanto das
fibras de piaçava separadamente quanto dos compósitos fabricados com as mesmas, foram
feitas as investigações apresentadas a seguir.
As condições de fabricação dos compósitos que apresentarem as melhores propriedades
mecânicas serão selecionadas como material das lâminas dos compósitos sanduíche que serão
também estudados no decorrer deste trabalho.
49 MATERIAIS E MÉTODOS
4.3.2.1.Investigação do efeito da mercerização sobre a fibra de piaçava
Na presente etapa buscou-se averiguar os efeitos ocasionados pela mercerização das
fibras de piaçava sobre as variáveis resposta módulo de elasticidade na tração (MOEt) e
resistência à tração (MORt) das mesmas. Para tanto, utilizando a análise de variância simples
(one way ANOVA) foi realizado um planejamento de experimentos equilibrado com 3 grupos
e 25 observações em cada grupo. As condições experimentais são apresentadas na Tabela 4.1.
As concentrações escolhidas para as soluções basearam-se em experimentos já
realizados como os de de Deus et al. (2005), D’Almeida et al. (2011-a e b) e Nascimento et al.
(2012).
Tabela 4.1 - Condições experimentais para o tratamento das fibras de piaçava
Condição experimental Fração mássica de NaOH
C1 0% C2 10% C3 15%
As fibras de piaçava na condição em que recebidas foram lavadas em água corrente. No
grupo C1 as fibras não foram submetidas a nenhum tipo de tratamento químico, já nos grupos
C2 e C3 elas foram submetidas ao tratamento químico de mercerização em soluções
respectivamente com 10 e 15 wt% de NaOH. A priori, o grupo C1 foi imerso em água
destilada e os demais foram imersos durante o período de 1 hora nas respectivas soluções. Em
seguida, foram lavados em água corrente e imersos em água destilada durante 24 horas (com
trocas da água a cada 8 horas) o que produziu uma neutralidade química. O passo seguinte
consistiu em secar as fibras em uma estufa com temperatura de 60°C por um período de 24
horas. Este procedimento de secagem foi utilizado em um trabalho semelhante de Nascimento
et al. (2012). A temperatura mostra-se adequada, pois, através de análises termográficas, em
temperaturas abaixo de 85°C há uma pequena perda de massa das fibras, mas, esta é atribuída
à perda de água (D’ALMEIDA et al., 2006).
As fibras oriundas deste processo de tratamento foram conservadas dentro de
recipientes lacrados e em ambientes secos até o momento de sua utilização.
A preparação dos corpos de prova para o ensaio de tração tomou como base as
recomendações da norma ASTM D3822-07, que trata da determinação das propriedades
50 MATERIAIS E MÉTODOS
mecânicas de fibras têxteis, sintéticas ou naturais, submetidas a esforços de tração. Fez-se
necessária a utilização de uma proteção nas extremidades das fibras (~10 mm em cada
extremidade) para protegê-las de danos que pudessem ser causados pelas garras da máquina
universal de ensaios. Segundo informações contidas no trabalho de Silva (2011), que analisou
o comportamento de diferentes materiais de proteção em fibras naturais, a fixação das
extremidades das fibras utilizando cola instantânea em papel cartolina mostrou ser a mais
adequada e será utilizada neste trabalho.
Cada fibra foi cortada no comprimento de 50 mm e, em cada uma de suas extremidades,
foi fixada a proteção de cartolina reduzindo o comprimento útil do corpo de prova a 30 mm,
como pode ser visto no esquema ilustrado na Figura 4.9-a e na foto contida na Figura 4.9-b.
a)
b)
Figura 4.9 - a) Esquema apresentando o corpo de prova para ensaios das fibras; b) Imagem apresentando o corpo de prova para ensaios das fibras.
O ensaio de tração foi realizado na máquina universal de ensaios SHIMADZU® a uma
velocidade de 1 mm/min. A Figura 4.10-a exibe a montagem da fibra de piaçava nas garras da
máquina de ensaio em uma vista frontal e a Figura 4.10-b em uma vista perfil.
a)
b)
Figura 4.10 - Preensão da fibra de piaçava nas garras da máquina de ensaio. a) vista frontal;
b) vista perfil.
Cabe salientar que segundo Aquino et al. (2003), o valor do raio pode ser uma fonte de
erro quando se utilizam fibras naturais, uma vez que a sua área de secção transversal não é
51 MATERIAIS E MÉTODOS
circular (Figura 4.11). Elzubair et al. (2007) relatam que o diâmetro das fibras não é uniforme
nem mesmo na própria fibra e que é um fato esperado visto que as fibras naturais são
materiais heterogênios. Na Figura 4.11 pode-se notar não só as diferenças de tamanho e de
forma, mas também a existência de espaços vazios correspondentes aos canais por onde
passam os nutrientes e o fluxo de água ao longo da fibra (NASCIMENTO et al., 2012). Para
um maior aprofundamento dos componentes constituintes da fibra de piaçava recomenda-se a
leitura do artigo escrito por Elzubair et al. (2007).
a)
b)
Figura 4.11 - Secção transversal de fibras de piaçava. a) Diferenças no tamanho e forma das
fibras; b) Canais de passagem de nutrientes. Fonte: Nascimento et al. (2012).
A fim de reduzir os erros envolvidos na obtenção das propriedades mecânicas das
fibras, para a obtenção das áreas de cada fibra foi feita uma média das áreas obtidas em três
medições realizadas ao longo de seu comprimento. A área de cada medição foi obtida
considerando ser a fibra uma elipse e calculada através da Equação (4.1).
2 2maior menorA
φ φπ= (4.1)
Onde maiorφ é a medida do maior diâmetro da fibra e menorφ é a medida do menor diâmetro
da fibra.
4.3.2.2.Investigação do efeito da mercerização de fibras de piaçava utilizadas
em compósitos de matriz epóxi
Um estudo buscando identificar a influência do uso de fibras de piaçava submetidas ao
tratamento químico de mercerização com diferentes frações NaOH como fase reforçadora em
materiais compósitos de matriz epóxi foi realizado. Para tanto, utilizando a análise de
52 MATERIAIS E MÉTODOS
variância simples (one way ANOVA) foi realizado um planejamento de experimentos
equilibrado com 3 grupos e 8 observações em cada grupo. As condições experimentais são
apresentadas na Tabela 4.2. As variáveis resposta pretendidas são: MOEt e MORt.
Tabela 4.2 - Condições experimentais dos compósitos fabricados com fibras mercerizadas.
Condição experimental Fibras tratadas em soluções com C1 0% de NaOH C2 10% de NaOH C3 15% de NaOH
As fibras utilizadas como fase reforçadora foram obtidas e tratadas conforme já
mencionado no item 4.3.2.1. Os compósitos laminados fabricados para este trabalho foram
concebidos utilizando-se uma proporção volumétrica de 40 % de fibras na matriz epóxi.
Chegou-se nesta proporção através da realização de pré-testes que buscaram identificar a
maior quantidade de fibras que pudessem ser incorporadas ao compósito para que o mesmo
ficasse praticamente isento de defeitos. Além disso, informações contidas no trabalho de
Nascimento et al. (2012) corroboram os resultados obtidos no pré-teste.
Tendo em vista a diversidade de formas de processamento de materiais compósitos
reforçados por fibras descritos na literatura, no presente trabalho optou-se por utilizar o
processo de moldagem manual (Hand lay-up), pois, além de não requerer equipamentos
complexos, o que diminui os custos de fabricação, é apontado como o mais indicado para
testes em laboratórios e coleta de dados (TITA, 1999).
Uma estrutura composta por barras retangulares de madeira unidas através da utilização
de barras rosca e porcas foi desenvolvida para permitir a tecelagem unidirecional das fibras e
garantir-lhes uma leve tensão (Figura 4.12-a). Às bordas de cada barra inferior foi utilizada
uma fita dupla face 3M para permitir a fixação fibra a fibra de forma alinhada durante o
processo de tecelagem (Figura 4.12-a e b). Após a tecelagem, as barras de madeira superiores
eram colocadas no dispositivo de forma a prensar as fibras e garantir que ao tensionar
levemente as fibras, através do afastamento das barras de madeira pelo movimento causado
pelo aperto das porcas, as mesmas não viessem a se desprender (Figura 4.12-c).
53 MATERIAIS E MÉTODOS
a)
b)
c)
Figura 4.12 - Estrutura para laminação. a) Estrutura sem a barra superior e antes da tecelagem; b) Estrutura sem a barra superior e após a tecelagem; c) Estrutura completa após a
tecelagem e tensionamento das fibras.
A laminação foi realizada da seguinte maneira: um tecido teflon tipo Armalon® foi
posto sobre uma placa de vidro e ambas foram posicionadas abaixo do tecido de piaçava
(Figura 4.13-a). Com base na massa de fibras e na área a ser laminada, acrescentou-se sobre
as fibras a matriz (cálculo a ser apresentado). O espalhamento da matriz sobre as fibras foi
feito utilizando-se uma espátula e um rolo desaerador. Posteriormente, uma nova placa de
vidro recoberta com Armalon® foi posta sobre a lâmina superior e, sobre a placa, um peso de
1 Kg (Figura 4.13-b). Tais procedimentos visam obter uma superfície com melhor
acabamento e planicidade. Após o período de cura, os compósitos foram desmoldados
retirando-se os corpos de prova para os ensaios mecânicos ou para sua utilização nos
compósitos sanduíche (Figura 4.13-c). Neste momento é de suma importância o cuidado para
não danificar os corpos de prova, uma vez que se danificam facilmente devido às trincas no
sentido longitudinal das fibras, quando aos mesmos são impostas forças tendendo a flexioná-
los transversalmente.
54 MATERIAIS E MÉTODOS
a)
b)
c)
Figura 4.13 - a) Etapa anterior à laminação; b) Etapa de laminação e cura do material; c) Laminado de piaçava.
A massa total de fibras ( tfm ) foi calculada mediante a diferença entre as massas das
estruturas usadas para a fabricação antes e após a tecelagem. Uma vez que neste cálculo há
uma quantidade de fibras que não serão laminadas, houve a necessidade de se retirar a massa
referente às mesmas antes de se proceder ao cálculo da proporção matriz-fibra. Para tanto,
tomou-se primeiramente a densidade planar das fibras ( pfρ ) utilizando-se a Equação (4.2),
onde tfA é a área total ocupada pelas fibras.
tfpf
tf
m
Aρ = (4.2)
De acordo com o comprimento dos corpos de prova a serem fabricados e de sua largura,
foi calculada a área a ser laminada ( lA) e, através da utilização da Equação (4.3), a massa de
fibras ( fm ) a serem efetivamente laminadas pôde ser obtida.
f l pfm A ρ= (4.3)
O volume de fibras ( fv ) foi obtido mediante o emprego da Equação (4.4) e de dados
como o valor da massa de fibras ( fm ) e da densidade da fibra ( 31,12f g cmρ = , obtida na
literatura).
ff
f
mv
ρ= (4.4)
O volume de matriz ( mv ) foi obtido através da Equação (4.5).
55 MATERIAIS E MÉTODOS
60.
40f
m
vv = (4.5)
Uma vez calculado o volume de matriz, o valor mássico de resina a ser utilizado foi
obtido pela Equação (4.6). Sendo a densidade da mistura ( 31,1m g cmρ = ) resina e
endurecedor.
.m m mm vρ= (4.6)
A preparação dos corpos de prova tomou como base as recomendações da norma
ASTM D3039/D3039M (2008) para ensaios em compósitos com fibras unidirecionais
orientadas a 0º. O laminado obtido (Figura 4.13-c) foi cortado com as seguintes dimensões:
largura 15 mm, comprimento 250 mm (Figura 4.14-a). Assim como recomendado, nas
extremidades dos corpos de prova foram coladas placas de um laminado de fibra de vidro
(Figura 4.14-b) para proteção contra as forças de preensão das garras da máquina de ensaio. O
ensaio de tração foi realizado na máquina universal de ensaios SHIMADZU® a uma
velocidade de 2 mm/min. A Figura 4.14-c exibe a montagem do compósito na máquina de
ensaio.
a)
b)
c)
Figura 4.14 - Laminado de piaçava. a) Corpo de prova para ensaio de tração; b) Proteção nas extremidades; c) Montagem do compósito na máquina de ensaio.
A partir dos resultados obtidos nos ensaios discutidos nos itens 4.3.1 até o presente
momento, foi elaborado um estudo simples de análise micromecânica através da Regra da
Mistura. Esta regra nos permite determinar as propriedades de compósitos através de métodos
56 MATERIAIS E MÉTODOS
analíticos partindo das propriedades individuais de seus componentes ou por meio de ensaios
mecânicos experimentais em corpos de prova padronizados, porém, seus resultados mostram-
se adequados somente em certas situações ideais, pois, não considera as características da
interface fibra/matriz que, em outras palavras, considera que a adesão entre as fases
constituintes é perfeita (SILVA, 2011).
John e Thomas (2008) apresentam a regra da mistura para um sistema constituído de
dois componentes através da Equação (4.7). Onde *propP é a propriedade a ser investigada propP
e V são, respectivamente, a propriedade a ser investigada e a fração volumétrica de cada
componente. Os subscritos representam o componente.
4.3.3. MATERIAL PARTICULADO DE SERRAGEM
Um estudo visando desenvolver um material compósito com partículas de serragem
para ser utilizado como material constituinte do núcleo em painéis honeycomb foi realizado de
acordo com a metodologia a seguir.
A priori foram feitos testes preliminares para determinação da proporção mássica de
serragem/matriz capaz de ser misturada, homogeneizada e produzir um material compósito de
boa qualidade superficial. Para tanto foram feitos compósitos com proporções de 20/80,
40/60, 60/40 e 80/20. Observou-se, no entanto, que nas proporções de 60/40 e 80/20 não foi
possível uma homogeneização da mistura e tais condições foram abandonadas.
O estudo teve o intuito de investigar os efeitos da inclusão de frações mássicas (0%,
5%, 10%) de partículas de cimento Portland/resina em compósitos fabricados com as
proporções serragem/resina remanescentes (20/80, 40/60) sobre as variáveis-respostas:
módulo de elasticidade na flexão (MOEf) e resistência à flexão (MORf). O material
desenvolvido que apresentar as melhores propriedades será utilizado como núcleo do
compósito sanduíche. Para tanto, um planejamento fatorial completo do tipo 2131 foi
elaborado fornecendo seis condições experimentais distintas (Tabela 4.3) possibilitando
investigar os efeitos individuais (proporção serragem/resina e cimento/resina) ou a interação
entre ambas nas variáveis-respostas de interesse. Foram feitas 10 observações para cada
condição experimental.
*1 1 2 2prop prop propP P V P V= + (4.7)
57 MATERIAIS E MÉTODOS
Tabela 4.3 - Condições experimentais para o material compósito laminado
Condições Experimentais
Proporção mássica serragem
resina Proporção mássica
cimento
resina
C1 40/60 0% C2 40/60 5% C3 40/60 10% C4 20/80 0% C5 20/80 5% C6 20/80 10%
As partículas de serragem utilizadas foram apresentadas no item 4.1.3 enquanto as
partículas de cimento foram apresentadas no item 4.1.4.
A fabricação dos compósitos particulados foi feita primeiramente pesando-se seus
constituintes separadamente para garantir as proporções almejadas. Posteriormente os
mesmos foram misturados respeitando-se a seguinte sequência: resina com o endurecedor
(parte líquida); serragem com o cimento (parte particulada); e a mistura da parte líquida com a
parte particulada. A mistura foi feita manualmente e por um período de 5 minutos visando
obter uma maior homogeneidade do material.
Estruturas de MDF foram fabricadas para servir como moldes para os compósitos
particulados. Cada estrutura possui laterais removíveis, para facilitar a desmoldagem, e uma
tampa que é utilizada para prensar o material (Figura 4.15-a). A fim de garantir uma espessura
uniforme, batentes foram colocados nas extremidades deste molde para limitar o curso da
tampa durante a prensagem (Figura 4.15-b). Os compósitos particulados ainda em uma fase
pastosa foram despejados no interior dos moldes e prensados até atingirem o batente. Devido
a uma ligeira folga deixada entre as tampas e as paredes dos moldes, o excesso de material
pôde sair (Figura 4.15-c). Após o período de cura os compósitos foram desmoldados (Figura
4.15-d) e separados para a etapa de corte dos corpos de prova para o ensaio de flexão ou para
serem utilizados como material do núcleo em painéis honeycomb.
58 MATERIAIS E MÉTODOS
a)
b)
c)
d)
Figura 4.15 - a) Molde para o material particulado; b) Batentes nas extremidade dos moldes; c) Meterial extravazado pela fresta entre a tampa e as paredes laterais do molde; d) Compósito
após período de cura.
Os ensaios de flexão estática em três pontos foram realizados de acordo com as
premissas e métodos de cálculo da norma americana ASTM D790 (2010). As dimensões dos
corpos de prova foram: 50,8 mm de comprimento, 12,7 mm de largura e 1,6 mm de espessura.
As dimensões do comprimento e da largura foram obtidas primeiramente pelo corte do
compósito após o período de cura (Figura 4.16-a), e posterior lixamento. A fim de obter a
espessura adequada, planicidade e bom acabamento das faces dos corpos de prova, foi
desenvolvido um aparato em aço com uma cavidade que permitia o encaixe do corpo de prova
em seu interior (Figura 4.16-b). Com o auxílio de uma lixadeira orbital, o material excedente
das faces pôde ser retirado e a tolerância da espessura alcançada. A Figura 4.16-c ilustra as
vistas superior e frontal do corpo de prova obtido. O ensaio de flexão a três pontos foi
realizado na máquina universal de ensaios SHIMADZU® a uma velocidade de 2 mm/min com
um distanciamento entre os apoios de 25,4mm. A Figura 4.16-d exibe a colocação do
compósito na máquina de ensaio.
59 MATERIAIS E MÉTODOS
a)
b)
c)
d)
Figura 4.16 - a) Compósito após o período de cura e marcado para corte dos corpos de prova; b) Aparato para lixamento; c) Corpo de prova para o ensaio de flexão; d) Montagem do
compósito na máquina de ensaio.
4.3.4. COEFICIENTE DE POISSON
Na etapa de simulação numérica o dado de coeficiente de Poisson dos materiais é
necessário, portanto, um estudo visando obter tal propriedade foi realizado.
A condição C1 para os compósitos laminados e a condição C3 para os compósitos
particulados foram escolhidas para este estudo tendo em vista que foram as condições que
apresentaram as melhores propriedades mecânicas nos ensaios de seleção e caracterização e
que serão as utilizadas na fabricação dos compósitos sanduíche.
Foram fabricados cinco corpos de prova de cada material. Os mesmos foram ensaiados
sob tração enquanto eram monitorados por um extensômetro de vídeo digital na máquina
universal de ensaios SHIMADZU® a uma velocidade de 1 mm/min. Variáveis resposta como
MOEt, MORt e Coeficiente de Poisson puderam ser obtidas.
As dimensões dos corpos de prova foram as mesmas utilizadas no teste de tração do
compósito laminado. As etapas de fabricação foram semelhantes às já discutidas para os
respectivos materiais. Nas extremidades dos corpos de prova foram coladas placas de um
laminado de fibra de vidro para proteção contra as forças de preensão das garras da máquina
de ensaio (Figura 4.17-a e b). Pontos de referência foram colados ou desenhados sob as faces
60 MATERIAIS E MÉTODOS
dos corpos de prova visando a orientação dos limites dos mesmos ao vídeo extensômetro
(Figura 4.17-c)
a)
b)
c)
Figura 4.17 - Corpos de prova. a) Laminado de piaçava; b) Particulado de serragem; c) Marcações para a vídeo extensômetria.
4.3.5. ENSAIOS NUMÉRICOS
No presente tópico será desenvolvida uma descrição de como foi realizada a simulação
numérica utilizando-se o MEF para predizer o máximo deslocamento no centro de um
material compósito sanduíche submetido a um teste de flexão 3 pontos. Uma descrição dos
diferentes tipos de elementos finitos utilizados no desenvolvimento da malha será incluída,
assim como as ferramentas e técnicas para estabelecer as condições de contorno e as formas
de aplicação das forças. O procedimento das simulações seguiu basicamente o roteiro
apresentado no item 2.3 previamente apresentado. Cabe, neste momento, fazer algumas
considerações referentes a procedimentos e simplificações utilizadas:
- Visando obter um modelo de elementos finitos o mais próximo do sistema físico
possível, optou-se por utilizar um modelo tridimensional.
- Elementos sólidos de primeira ordem, Penta6 e Hex8 (Figura 4.18), foram utilizados
nas simulações, pois, conforme apresentado por Dutra et al. (2012) em um trabalho que
buscou identificar a influência que o tipo de EF tem sobre o tempo de processamento e de
utilização do CPU em uma simulação de um ensaio de flexão a três pontos de material
compósito com núcleo honeycomb, tais EFs mostraram um menor tempo de processamento
com maior estabilidade e exatidão dos resultados que a utilização de elementos planos e
elementos sólidos tetraédricos. Além desse fato, tais elementos adéquam de forma precisa às
geometrias analisadas.
MATERIAIS E MÉTODOS
Ao fazer uso de elementos planos
sejam elas associados a um núcleo modelado com elementos planos ou tridimensionais,
notou-se que há uma interferê
modalidade de simulação não foi empregada no presente estudo.
Figura 4.
- Os materiais foram c
em seu regime elástico-linear.
A modelagem das geometrias do núcleo e das lâminas foram realizadas no software
SolidWorks (2010) respeitando
cada corpo de prova. Tais geometrias foram então exportadas no formato
Exchange Specification (IGES) para o software HyperMesh.
Neste software a discretização da geometria em uma malha com EF tridimensionais
sólidos de primeira ordem
aresta entre de 0,3 mm
propriedades como MOE e coeficiente de Poisson
materiais constituintes do compósito
mediante ensaios mecânicos
Tabela 4.4 - Propriedades utilizada
Material Local de utilizaçãoLaminado Lâminas
Particulado Núcleo
Elemento 3D de 1ª ordem em formato pentaédrico com 6 nós.
Elemento 3D de 1ª ordem em formato hexaédrico com 8 nós.
MATERIAIS E MÉTODOS
Ao fazer uso de elementos planos, para simular as lâminas de compósitos
sejam elas associados a um núcleo modelado com elementos planos ou tridimensionais,
há uma interferência entre o núcleo e as lâminas e, por mais es
modalidade de simulação não foi empregada no presente estudo.
.18 - Elementos Finitos utilizados nas simulações
Os materiais foram considerados isotrópicos e submetidos a um carregamento ainda
linear.
A modelagem das geometrias do núcleo e das lâminas foram realizadas no software
SolidWorks (2010) respeitando-se os parâmetros dimensionais das lâminas e do núcle
. Tais geometrias foram então exportadas no formato
IGES) para o software HyperMesh.
Neste software a discretização da geometria em uma malha com EF tridimensionais
de primeira ordem tipo Penta6 e Hex8 foi realizada e compelindo
a 1,5 mm tendo como tamanho alvo arestas de 1,2 mm
propriedades como MOE e coeficiente de Poisson (Tabela 4.4) foram atribuída
materiais constituintes do compósito sanduíche. Os valores de tais propriedades foram obtidos
mediante ensaios mecânicos já previamente apresentados.
Propriedades utilizadas nas simulações
Local de utilização MOE (MPa) Coeficiente de PoissonLâminas 3445 Núcleo 2890
Penta6
Elemento 3D de 1ª ordem em formato pentaédrico com 6 nós.
Hex8
Elemento 3D de 1ª ordem em formato hexaédrico com 8 nós.
61
para simular as lâminas de compósitos honeycomb,
sejam elas associados a um núcleo modelado com elementos planos ou tridimensionais,
ncia entre o núcleo e as lâminas e, por mais esse motivo, tal
Elementos Finitos utilizados nas simulações
onsiderados isotrópicos e submetidos a um carregamento ainda
A modelagem das geometrias do núcleo e das lâminas foram realizadas no software
se os parâmetros dimensionais das lâminas e do núcleo de
. Tais geometrias foram então exportadas no formato Initial Graphics
Neste software a discretização da geometria em uma malha com EF tridimensionais
compelindo um tamanho de
a 1,5 mm tendo como tamanho alvo arestas de 1,2 mm. As
foram atribuídas a ambos os
. Os valores de tais propriedades foram obtidos
Coeficiente de Poisson 0,33 0,36
Elemento 3D de 1ª ordem em formato pentaédrico com 6 nós.
Elemento 3D de 1ª ordem em formato hexaédrico com 8 nós.
62 MATERIAIS E MÉTODOS
Para Baglin e Scott (2000 apud TAVÁREZ, 2001), a modelagem das condições de
contorno são, muitas vezes, o aspecto mais crítico na obtenção de valores confiáveis
utilizando-se o MEF. Sendo assim, diversos comandos foram utilizados almejando obter uma
adequada representação das condições de contorno do modelo e serão detalhadamente
apresentadas.
- Aplicação da força
Para simular a aplicação da força oriunda do identador do teste de flexão, uma força
vertical (direção y) distribuída sobre uma área de 1x75mm no centro do corpo de prova foi
imposta através da utilização dos comandos force e rigids. O comando rigids garante que a
força imposta sobre ela seja distribuída de maneira uniforme sobre os nós escolhidos para
sofrerem o carregamento (Figura 4.19). As forças utilizadas nas simulações variaram, pois,
deveriam garantir a condição de carregamento no limite elástico-linear dos materiais
envolvidos.
Figura 4.19 - Comando rigids.
- Suportes
Para simular a presença dos suportes do teste de flexão de três pontos foi utilizado o
comando constrains para limitar o deslocamento na direção x, y e z em um suporte e nas
direções y e z no outro. Tais suportes estão posicionados a 150 mm um do outro e a 75 mm do
centro do corpo de prova (Figura 4.20).
63 MATERIAIS E MÉTODOS
Figura 4.20 - Comando constrains.
A união entre a lâmina e o núcleo foi considera perfeita, ou seja, nenhum deslocamento
entre os nós compartilhados foi permitido.
Após realizar a etapa de pré-processamento, a etapa de processamento foi realizada
dentro do próprio Hypermesh utilizando-se o Radioss. A etapa de pós-processamento e
visualização dos resultados foi feita utilizando-se o Hyperview.
4.3.6. VALIDAÇÃO DO MODELO NUMÉRICO
Compósitos sanduíche com núcleo honeycomb foram desenvolvidos e ensaiados tanto
experimental quanto numericamente visando validar os resultados obtidos no modelo
numérico.
A norma americana ASTM C393/C393M (2011) foi utilizada como referência para os
ensaios de flexão a três pontos nos compósitos sanduíche. As dimensões utilizadas foram as
recomendadas como padrão, ou seja, os corpos de prova foram fabricados com comprimento
de 200 mm, largura de 75 mm e com espessura igual ao conjunto das lâminas mais o núcleo.
O afastamento entre os apoios foi de 150 mm.
Seis compósitos sanduíche com núcleo honeycomb sendo três com núcleo com
geometria hexagonal e três com núcleo retangular foram desenvolvidos tanto experimental
quanto numericamente. O material utilizado nas lâminas foi o compósito de piaçava e no
núcleo o compósito particulado.
As recomendações da norma quanto à dimensão dos corpos de prova e quanto ao
posicionamento dos apoios foram respeitadas em ambos os modelos.
64 MATERIAIS E MÉTODOS
4.3.6.1.Modelo experimental
De acordo com Menta et al. (2012), a fabricação convencional de compósitos sanduíche
com núcleos honeycomb geralmente inclui vários passos, tais como a fabricação dos
laminados seguida pela união destas ao núcleo. Sendo assim, neste trabalho a fabricação dos
compósitos sanduíches foi feita mediante a união de duas lâminas do compósito de piaçava a
um núcleo do compósito de serragem utilizando-se para isso a resina epóxi.
A fabricação dos núcleos em formato honeycomb iniciou-se com a confecção de moldes
em silicone, conforme ilustrado na Figura 4.21, apropriados à fabricação dos núcleos com as
geometrias e dimensões apresentadas na Figura 4.22 e com espessura da parede do favo de
3 mm .
Figura 4.21 - Moldes em silicone apresentando suas respectivas geometrias.
Figura 4.22 - Geometrias e dimensões dos núcleos a serem moldados. Acima vista frontal, abaixo vista superior.
O preenchimento dos moldes foi feito utilizando-se a mistura que apresentou os
melhores resultados nos testes de flexão para este tipo de material, ou seja, a condição C3,
contendo as seguintes relações: 40/60 (mássica - serragem/resina) e 10/100 (mássica -
cimento/resina). Após o preenchimento dos moldes, os mesmos foram colocados sobre uma
bancada, devidamente forrada e plana, e, sobre cada um deles foi colocado o Armalon®, uma
65 MATERIAIS E MÉTODOS
lâmina de vidro e um peso de 1 Kg objetivando melhorar o acabamento e a planicidade da
face superior, que não está em contado com as paredes do molde.
Foi respeitado o período de cura à temperatura ambiente antes de se proceder a
desmoldagem. Ambas as faces, superior e inferior, foram levemente lixadas a fim de se
aumentar a abrasividade e retirar rebarbas. Os núcleos produzidos são apresentados na Figura
4.23.
Figura 4.23 - Núcleos honeycomb produzidos com material particulado de serragem e cimento após desmoldagem. Acima vista frontal, abaixo vista superior.
As lâminas foram fabricadas conforme procedimento apresentado no item 4.3.2.2. A
união entre o núcleo e as lâminas foi realizada em etapas. Primeiramente, sobre uma bancada
devidamente forrada e plana era posicionada a lâmina. Com o auxílio de uma trincha
espalhava-se resina sobre uma das faces da mesma e o núcleo era colocado sobre ela. Uma
lâmina de vidro e um peso de 1 Kg eram colocados em seguida sobre eles e mantidos durante
o período de cura visando garantir o contado do núcleo com a lâmina. Após o período de cura
(Figura 4.24-a), o procedimento era repetido para a união da outra lâmina. Os compósitos
sanduíche com núcleos honeycomb com geometria hexagonal são mostrados sob diferentes
perspectivas na Figura 4.24-b e os com geometria retangular na Figura 4.24-c.
a)
b)
c)
Figura 4.24 - a) União após o período de cura entre a lâmina e o núcleo; Compósitos sanduíche com núcleos honeycomb: b) Geometria hexagonal; c) Geometria retangular.
66 MATERIAIS E MÉTODOS
Os ensaios foram conduzidos na máquina universal de ensaios EMIC a uma velocidade
de 2 mm/min. A variável resposta deslocamento foi então obtida. As Figura 4.25-a e b
ilustram o posicionamento do corpo de prova na máquina de ensaio e a Figura 4.25-c ilustra
um momento do ensaio de um corpo de prova.
a)
b)
c)
Figura 4.25 - a) Posicionamento do corpo de prova para o ensaio de flexão; b) Vista frontal no momento anterior ao início do ensaio; c) Instante de um ensaio do corpo de prova.
4.3.6.2.Modelo numérico
A cada etapa de fabricação dos corpos de prova do modelo experimental eram anotados
os seguintes dados: espessura da lâmina inferior, espessura do núcleo e espessura da lâmina
superior. Tais cuidados foram necessários, pois, apesar de todo cuidado, a fabricação manual
causa uma pequena variação dimensional dos materiais fabricados.
Uma vez tomado este cuidado, procedeu-se à modelagem das geometrias do núcleo e
das lâminas respeitando-se os parâmetros dimensionais de cada corpo de prova. Os demais
passos foram realizados como descrito no item 4.3.5. As forças impostas aos corpos de prova
nas simulações foram de 200, 250 e 275 N.
67 MATERIAIS E MÉTODOS
A validação do modelo numérico foi feita através da comparação dos deslocamentos no
centro do vão, em diferentes momentos do carregamento, entre os ensaios numéricos e os
experimentais. Cabe aqui relembrar que esta comparação se deu dentro dos limites elástico-
linear dos materiais.
4.3.7. COMPÓSITO SANDUÍCHE
A manipulação de alguns parâmetros construtivos, tanto das lâminas quanto do núcleo
em compósitos sanduíche, é capaz de alterar as propriedades do compósito como um todo.
Esta secção busca apresentar os procedimentos utilizados para investigar a maneira com que
algumas propriedades são afetadas pela alteração destes parâmetros em compósitos fabricados
com os materiais desenvolvidos no decorrer deste trabalho.
Para tanto foi realizado um estudo fatorial completo 413222, através de simulações
numéricas e da utilização de equações, para verificar o efeito da altura do favo (5, 10, 20 e 30
mm), da geometria do favo (hexagonal e retangular), da densidade do favo (2, 4 e 6 repetições
na largura, que serão chamadas respectivamente de Onda 1, Onda 2 e Onda 3), da espessura
da parede do favo (1, 2 e 3 mm) e da espessura das lâminas (1, 2 mm) sobre o produto de
rigidez e sobre a condutividade térmica equivalentes do compósito. Tais condições
experimentais são apresentadas nas Figura 4.26 e Figura 4.27 no APÊNDICE A – Tabela de
dados e resultados.
a)
b)
Figura 4.26 - Condições experimentais. A) Espessura da parede do favo e Altura do favo; B) Espessura da lâmina.
68 MATERIAIS E MÉTODOS
a)
b)
c)
Figura 4.27 - Condições experimentais. Geometrias hexagonais e retangulares. Densidades
do favo: a) 2 [Onda1]; b) 4 [Onda 2] e c) 6 [Onda 3] repetições na largura.
A fim de estabelecer um procedimento que permitisse a comparação da eficiência entre
as geometrias, buscou-se projetar os favos com o mesmo número de repetições na largura e
com o mesmo do que aqui chamaremos de comprimento do favo (λ) (Figura 4.28).
Figura 4.28 - Comprimento do favo (destacado em azul).
4.3.7.1.Produto de rigidez
Temos da resistência dos materiais que, para vigas simplesmente apoiadas e com força
pontual aplicada na metade da distância entre os apoios (Figura 4.29), os valores máximos de
deslocamento vertical são dados pela Equação (4.8) (HIBBELER, 2005). Cabe salientar que
tal equação desconsidera a parcela dos esforços cortantes (cisalhamento) e preserva apenas a
69 MATERIAIS E MÉTODOS
parcela dos esforços fletores. Tal hipótese geralmente é adotada para flexão de barras longas
(barras cujo comprimento é muito maior do que a altura da seção transversal).
Figura 4.29 - Viga simplesmente apoiada submetida a uma força pontual aplicada na metade da distância entre os apoios.
3
48máx
PL
EIυ = − (4.8)
Através de simulações numéricas (metodologia explicada em secções precedentes)
empregando os parâmetros apresentados no apêndice A foi possível obter o máximo
deslocamento no centro do vão para cada condição experimental. Um rearranjo da Equação
(4.8) foi realizado com o intuito de isolar a variável resposta desejada desta equação, ou seja,
o produto de rigidez equivalente do compósito ( )EI (Equação (4.9)). Para a obtenção de tal
produto de rigidez equivalente supôs-se que os materiais dos compósitos sanduíche fossem
fabricados com um material sólido, homogênio e isotrópico. Uma vez conhecidos os demais
parâmetros, ou seja, força aplicada ( )P , distância entre os apoios ( )L e o máximo
deslocamento ( )maxv , o produto de rigidez pôde ser calculado e utilizado para as devidas
comparações.
3
48máx
PLEI
υ= − (4.9)
70 MATERIAIS E MÉTODOS
4.3.7.2.Condutividade térmica
Através da utilização e manipulação da equação de Fourier e do conceito de resistência
térmica, a condutividade térmica equivalente dos compósitos sanduíche empregando os
parâmetros construtivos apresentados no Apêndice A pôde ser obtida.
Algumas suposições foram consideradas:
• A única forma de transferência de calor considerada foi a condutiva;
• As extremidades e as bordas laterais do compósito foram consideradas isoladas;
• O fluxo de calor ocorre unidimensionalmente em direção à espessura e em
estado estacionário;
• A condutividade térmica foi considerada independente da temperatura.
• O ar aprisionado no interior das células é tratado como um material sólido e a
circulação do ar em seu interior é negligenciada;
• A transferência de calor entre as paredes do favo e o ar aprisionado é
negligenciada;
• Não há geração de calor;
• Os materiais foram tratados como homogênios e isotrópicos.
Assim como explicado no item 2.2, circuitos térmicos podem ser utilizados para
representar sistemas complexos como os encontrados em paredes compostas, isto é, paredes
que incluem qualquer número de resistências térmicas em série ou em paralelo devido a
camadas de materiais diferentes.
Analisando o material compósito sanduíche com núcleo honeycomb (Figura 4.30-a)
como sendo uma associação de resistências em série e em paralelo (Figura 4.30-b e c) e
considerando as suposições previamente apresentadas foi possível, através da Equação (4.10),
que é uma equação semelhante à Equação (2.3) só que para paredes compostas, calcular a taxa
de fluxo de calor condutivo que atravessa este material. Para tanto, considerou-se um
,1 ,2s sT T T∆ = − constante de 20ºC.
,1 ,2s scond
total
T Tq
R
−= (4.10)
71 MATERIAIS E MÉTODOS
Sendo que sT é a temperatura na superfície da lâmina, totalR é a resistência total do
compósito e é representada pela Equação (4.11) e, LR , ArR e NR são, respectivamente, a
resistência térmica individual da lâmina, do ar e do núcleo.
Ar Ntotal L Ar N L L L
Ar N
R RR R R R R R
R R+= + + = + ++
(4.11)
Figura 4.30 - Analogia da resistência térmica de um material compósito sanduíche com uma resistência elétrica.
Cabe salientar que o procedimento para o cálculo da resistência térmica e algumas das
suposições utilizadas neste trabalho foram semelhantes às utilizadas em um trabalho de Xinyu
et al. (2009) que estudava a condução de calor em compósitos honeycomb e em um trabalho
de Liu et al. (2012) que estudava o efeito do tamanho do lúmen sobre a condutividade térmica
de compósitos fabricados com fibras naturais.
Empregando os subscritos de 1 a 4 para representar respectivamente a lâmina inferior, o
ar contido no interior dos favos, o núcleo e a lâmina superior, as resistências térmicas
individuais passam a ser representadas por: 11
1 1
LR
k A= , 2
22 2
LR
k A= , 3
33 3
LR
k A= , 4
44 4
LR
k A= . A
Tabela 4.5 apresenta algumas incógnitas utilizadas.
72 MATERIAIS E MÉTODOS
Tabela 4.5 - Incógnitas utilizadas na transferência de calor do compósito sanduíche com núcleo com geometria honeycomb
Utilizou-se a ferramenta medida do software SolidWorks (2010) em cada condição
experimental para a obtenção das áreas.
Desta forma, rearranjando Equação (4.10), chegamos à Equação (4.12) que foi a
equação efetivamente utilizada para o cálculo da taxa de fluxo de calor condutivo que
atravessa este compósito.
( )
,1 ,2
2 31 4
1 1 2 2 3 3 3 2 4 4
s scond
T Tq
L LL L
k A k A L k A L k A
−=
+ ++
(4.12)
De posse da taxa de fluxo de calor condutivo que atravessa este compósito sanduíche
com núcleo de geometria honeycomb, supomos, a título de permitir comparações com outros
materiais, que este passe a ser representado como um material homogênio, isotrópico e sem
porosidades, ocupando as mesmas dimensões e sob as mesmas condições de contorno
impostas ao compósito sanduíche para calcular sua condutividade térmica equivalente
)( equivalentek . Para isto, a Equação (2.3) foi rearranjada tornando-se a Equação (4.13). Onde L
passa a ser a espessura total do compósito sanduíche.
,1 ,2( )cond
equivalente
s s
q Lk
A T T=
− (4.13)
A seguir, serão apresentados alguns dados e procedimentos utilizados para a obtenção
da condutividade térmica dos compósitos. A Tabela 4.6 apresenta a condutividade térmica de
alguns materiais utilizados na fabricação dos mesmos.
1 4L L= Espessura das lâminas
2 3L L= Altura do favo
1 4 2 3, ,A A A A = Sendo respectivamente as áreas transversais à direção da transferência de calor das lâminas, do ar contido no interior dos favos e do núcleo.
1 4 2 3, ,k k k k= Sendo respectivamente as condutividades térmicas das lâminas, do ar e do material do núcleo.
,1 ,2s sT T− Diferença de temperatura nas extremidades externas das lâminas.
73 MATERIAIS E MÉTODOS
Tabela 4.6 - Condutividade térmica de alguns materiais
Material Condutividade Térmica (W mK ) Fonte
Cimento Portland 0,8 - 0,9 CES Selector (2009) Eucalyptus grandis 0,5188 Nogueira et al. (1993)
Resina Epóxi 0,181 – 0,196 CES Selector (2009)
Devido à falta de dados sobre a condutividade térmica da fibra de piaçava na literatura,
optou-se por utilizar a condutividade térmica de outra fibra lignocelulósica com composição
bem próxima à piaçava. A fibra de coco possui 35-45% de celulose e de 40-45% de lignina
com condutividade térmica de 0,047 W mK e densidade de 1,15-1,46 3g cm (PILLA,
2011).
A regra da mistura foi utilizada para obtenção da condutividade térmica do compósito
de piaçava e do compósito de serragem. Os valores das densidades e das condutividades
térmicas de cada um dos materiais foram previamente apresentados no decorrer deste trabalho
e, seus valores médios, foram utilizados nos cálculos para a obtenção, respectivamente, das
frações volumétricas e da condutividade térmica de cada compósito. Sendo assim, obtivemos:
• Compósito de piaçava – 1 4 0,1319W
k kmK
= =
• Compósito de serragem – 3 0,378W
kmK
=
A condutividade térmica do ar à temperatura ambiente é 2 0,026W
kmK
= (ÇENGEL,
2007).
A título de comparação, apresenta-se a condutividade térmica de outras fibras naturais:
sisal ( 0, 070 )k W mK= , cortiça ( 0, 039 )k W mK= , maconha ( 0,115 )k W mK= , banana
( 0,117 )k W mK= (AGOUDJIL et al., 2011)
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Esta seção apresentará os resultados experimentais com suas respectivas análises. O
capítulo 5 está divido em sete partes, entre elas: caracterização da resina; investigação sobre o
efeito da mercerização sobre a fibra de piaçava; investigação sobre o efeito da mercerização
de fibras de piaçava utilizadas em compósitos de matriz epóxi; material particulado de
serragem; validação do modelo numérico através da comparação da deflexão em compósitos
honeycomb obtida numérica e experimentalmente; e uma análise do produto de rigidez e da
condutividade térmica equivalente dos compósitos sanduíche desenvolvidos.
5.1. CARACTERIZAÇÃO DA RESINA
A Tabela 5.1 apresenta as estatísticas descritivas referentes ao módulo de elasticidade
(MOEt) e resistência à tração (MORt) dos corpos de prova fabricados apenas com resina.
Tabela 5.1 - Resultados dos ensaios de tração dos corpos de prova de resina.
MOEt (GPa) MORt (MPa) Xm DP CV (%) Xm DP CV (%)
2,074 0,331 15,94 34,54 6,72 19,45
5.2. INVESTIGAÇÃO DO EFEITO DA MERCERIZAÇÃO SOBRE A FIBRA DE
PIAÇAVA
A Tabela 5.2 apresenta as estatísticas descritivas referentes ao módulo de elasticidade
(MOEt) e resistência à tração (MORt) das fibras de piaçava submetidas ou não à
mercerização.
75 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 5.2 - Resultados dos ensaios de tração para fibra de piaçava tratada ou não com NaOH.
MOEt (GPa) MORt (MPa)
Xm DP CV (%) Xm DP CV (%) C1 5,128 0,688 13,41 152,79 21,66 14,17
C2 5,239 0,714 13,63 152,29 28,84 18,94
C3 5,221 0,969 18,57 167,52 22,71 13,55
Os valores médios dos módulos de elasticidade e de resistência dos materiais fabricados
variaram respectivamente entre 5,128 GPa a 5,239 GPa e de 152,29 MPa a 167,52 MPa que
foram resultados bem próximos aos encontrados na literatura e apresentados no item 3.1.
A Tabela 5.3 apresenta os resultados dos P-valores da ANOVA referente ao fator
individual (Tratamento) sobre o módulo de elasticidade à tração (MOEt) e sobre o módulo de
resistência à tração (MORt). Conforme observado, p-valor maior que 0,05, o tratamento não
influenciou de forma significativa os valores de MOEt e de MORt das fibras de piaçava. Tal
resultado também foi obtido no estudo de d’Almeida et al. (2011-a), já apresentado
previamente.
Tabela 5.3 - Resultados da ANOVA para o MOEt e MORt.
Fator experimental P-valor
MOEt MORt Tratamento 0,891 0,083
3210-1-2-3
99,9
99
95
90
80
70
60
50
40
30
20
10
5
1
0,1
Resíduos - MOEt
Por
cen
tage
m
Mean -4,22942E-17StDev 0,7875N 63
AD 0,380P-Value 0,394
a) Gráfico de probabilidade normal dos resíduos
75
806040200-20-40-60-80
99,9
99
95
90
80
70
60
50
40
30
20
10
5
1
0,1
Resíduos - MORt
Por
cen
tage
m
Mean -0,6124StDev 23,16N 63AD 0,683
P-Value 0,071
b) Gráfico da normalidade dos resíduos
75
76 RESULTADOS E DISCUSSÃO
757065605550454035302520151051
2
1
0
-1
-2
Ordem da observação
Res
ídu
os -
MO
Et
c) Resíduos versus ordem dos dados
757065605550454035302520151051
75
50
25
0
-25
-50
Ordem da observação
Res
ídu
os -
MO
Rt
d) Resíduos versus ordem da observação
5,225,205,185,165,145,125,10
2
1
0
-1
-2
Valor ajustado
Res
ídu
os -
MO
Et
e) Resíduos versus valores ajustados
170165160155150
75
50
25
0
-25
-50
Valor ajustado
Res
ídu
os -
MO
Rt
f) Resíduos versus valores ajustados
Figura 5.1 - Gráficos de resíduos. Probabilidade normal: a) MOEt; b) MORt; Resíduos versus ordem dos dados: c) MOEt; d) MORt; Resíduos versus valores ajustados: e) MOEt; f) MORt.
Os gráficos de resíduos para média do MOEt e para o MORt exibidos na Figura 5.1
apresentaram um comportamento que atende as condições de normalidade exigidas para
validação do modelo de análise de variância:
- Distribuição normal comprovada pelo teste de normalidade de Anderson- Darling (P-
valor > que 0,05) (Figura 5.1-a e b);
- Independência (Figura 5.1-c e d);
- Homogeneidade entre variâncias (Figura 5.1-e e f).
5.3. INVESTIGAÇÃO DO EFEITO DA MERCERIZAÇÃO DE FIBRAS DE
PIAÇAVA UTILIZADAS EM COMPÓSITOS DE MATRIZ EPÓXI
A Tabela 5.4 apresenta as estatísticas descritivas referentes ao módulo de elasticidade
(MOEt) e resistência à tração (MORt) dos compósitos de fibras de piaçava submetidas ou não
à mercerização.
77 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 5.4 - Resultados dos ensaios de tração dos compósitos de fibra de piaçava.
MOEt (GPa) MORt (MPa) Xm DP CV (%) Xm DP CV (%)
C1 3,445 0,377 10,95 55,17 9,40 17,04
C2 3,591 0,32 8,91 60,95 5,81 9,53
C3 3,5575 0,2003 5,63 55,03 8,87 16,12
Os valores médios dos módulos de elasticidade e de resistência dos materiais fabricados
variaram respectivamente entre 3,445 GPa a 3,591 GPa e de 55,03 MPa a 60,95 MPa. A
Tabela 5.5 apresenta os resultados dos P-valores da ANOVA referente ao fator individual
(Tratamento) sobre o módulo de elasticidade à tração (MOEt) e sobre o módulo de resistência
à tração (MORt). Conforme observado, p-valor maior que 0,05, o tratamento não influenciou
de forma significativa os valores de MOEt e de MORt dos compósitos fabricados com fibras
de piaçava submetidas ou não à mercerização. Os resultados obtidos nos trabalhos de
D’Almeida et al. (2011-b) e Nascimento et al. (2012) corroboram os resultados obtidos neste
estudo.
Tabela 5.5 - Resultados da ANOVA para o MOEt e MORt.
Fator experimental P-valor MOEt MORt
Tratamento 0,624 0,277
0,80,60,40,20,0-0,2-0,4-0,6-0,8
99
95
90
80
70
60
50
40
30
20
10
5
1
Resíduos - MOEt
Por
cen
tage
m
Mean 2,960595E-16
StDev 0,2945N 24AD 0,370
P-Value 0,398
a) Gráfico de probabilidade normal dos resíduos
20100-10-20
99
95
90
80
70
60
50
40
30
20
10
5
1
Resíduos - MORt
Por
cen
tage
m
Mean -7,10543E-15
StDev 7,818N 24AD 0,356
P-Value 0,428
b) Gráfico de probabilidade normal dos resíduos
78 RESULTADOS E DISCUSSÃO
24222018161412108642
0,75
0,50
0,25
0,00
-0,25
-0,50
Ordem da observação
Res
ídu
os -
MO
Et
c) Resíduos versus ordem dos dados
24222018161412108642
20
10
0
-10
-20
Ordem da observação
Res
ídu
os -
MO
Rt
d) Resíduos versus ordem dos dados
3,6003,5753,5503,5253,5003,4753,450
0,75
0,50
0,25
0,00
-0,25
-0,50
Valores ajustados
Res
ídu
os -
MO
Et
e) Resíduos versus valores ajustados
61605958575655
20
10
0
-10
-20
Valores ajustados
Res
ídu
os -
MO
Rt
f) Resíduos versus valores ajustados
Figura 5.2 - Gráficos de resíduos. Probabilidade normal: a) MOEt; b) MORt; Resíduos versus ordem dos dados: c) MOEt; d) MORt; Resíduos versus valores ajustados: e) MOEt; f)
MORt.
Os gráficos de resíduos para média do MOEt e para o MORt exibidos na Figura 5.2
apresentaram um comportamento que atende as condições de normalidade exigidas para
validação do modelo de análise de variância:
- Distribuição normal comprovada pelo teste de normalidade de Anderson- Darling (P-
valor > que 0,05) (Figura 5.2-a e b);
- Independência (Figura 5.2-c e d);
- Homogeneidade entre variâncias (Figura 5.2-e e f).
A Figura 5.3 apresenta a análise micromecânica do compósito de piaçava fabricado com
a condição C1 para o MOEt. Os desvios-padrão são apresentados para todas as condições
ensaiadas, ou seja, somente a resina, somente a fibra e para a fração de 0,4 fibra/matriz. O
ponto vermelho representa o resultado obtido no ensaio de tração e permite concluirmos que
não houve problemas com a interface fibra/matriz.
79 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 5.3 - Análise micromecânica do compósito de piaçava.
5.4. MATERIAL PARTICULADO DE SERRAGEM
A Tabela 5.6 apresenta as estatísticas descritivas referentes ao módulo de elasticidade
(MOEf) e módulo de resistência à flexão (MORf) dos compósitos fabricados com distintas
frações mássicas (0%, 5%, 10%) de partículas de cimento Portland/resina e distintas
proporções serragem/resina (20/80, 40/60).
Tabela 5.6 - Resultados dos ensaios de flexão dos compósitos de serragem.
MOEf (GPa) MORf (MPa) Xm DP CV (%) Xm DP CV (%)
C1 2,202 0,302 13,71 37,921 8,091 21,33
C2 2,396 0,286 11,92 39,494 7,902 20,00
C3 2,787 0,323 11,61 46,971 4,802 10,22
C4 1,910 0,091 4,75 41,007 1,493 3,64
C5 1,913 0,181 9,48 38,228 2,335 6,11
C6 2,001 0,218 10,88 39,400 4,101 10,40
Os valores médios dos módulos de elasticidade e de resistência dos materiais fabricados
variaram respectivamente entre 1,910 GPa a 2,787 GPa e de 37,921 MPa a 46,971 MPa. A
Tabela 5.7 apresenta os resultados dos P-valores da ANOVA referente aos fatores individuais
(Proporção serragem/resina e cimento/resina) e a interação entre ambos sobre o módulo de
elasticidade à flexão (MOEf) e sobre o módulo de resistência à flexão (MORf), encontrando-
80 RESULTADOS E DISCUSSÃO
se sublinhados os P-valores menores que 0,05 (5%), considerados significativos a um nível de
confiabilidade de 95%.
Tabela 5.7 - Resultados da ANOVA para o MOEf e MORf.
Fator experimental P-valor MOEf MORf
Proporção sin
serragem
re a 0,000 0,175
Proporção sin
cimento
re a 0,000 0,030
Proporção sin
serragem
re a * Proporção
sin
cimento
re a 0,010 0,011
A Figura 5.4 ilustra o gráfico de normalidade dos resíduos da ANOVA (Anderson-
Darling) sobre o MOEf (Figura 1-a) e sobre o MORf (Figura 1-b), comprovando normalidade
dos resíduos por apresentarem P-valor superior a 0,05. Em todas as respostas investigadas,
além da normalidade dos resíduos, foram verificadas as suas outras duas premissas para
validação da ANOVA (homogeneidade e independência dos resíduos) através dos gráficos de
resíduos que não serão apresentados.
0,80,60,40,20,0-0,2-0,4-0,6-0,8
99,9
99
95
90
80
70
60
5040
30
20
10
5
1
0,1
Resíduos - MOEf
Por
cen
tage
m
Mean 2,812565E-16
StDev 0,2363N 60AD 0,318
P-Value 0,528
a) Gráfico de probabilidade normal dos resíduos
20100-10-20
99,9
99
95
90
80
70
60
50
40
30
20
10
5
1
0,1
Resíduos - MORf
Por
cen
tage
m
Mean 1,717145E-15
StDev 5,171N 60AD 0,255
P-Value 0,719
b) Gráfico de probabilidade normal dos resíduos
Figura 5.4 - Gráficos de probabilidade normal dos resíduos. a) MOEf; b) MORf.
Para ANOVA fazem-se os pressupostos que ambas as amostras são extraídas a partir de
populações independentes, que podem ser descritas por uma distribuição normal
(MONTGOMERY, 2005). A Figura 5.4 exibe os gráficos residuais para as respostas
investigadas, a fim de verificar se suas amostras estão em conformidade com os pressupostos
da ANOVA. Os pontos distribuídos uniformemente ao longo da reta atendem as condições de
81 RESULTADOS E DISCUSSÃO
normalidade e homogeneidade exigidas para validação do modelo da ANOVA (WERKEMA
e AGUIAR, 1996).
De acordo com Drumond et al. (1993), os efeitos de interação entre os fatores de um
planejamento estatístico, quando considerados significativos, se mostram mais importantes
que os fatores individuais por melhor explicar o comportamento da variável-resposta em
análise, sendo investigados apenas os fatores individuais significativos quando a interação for
considerada não significativa.
Da Tabela 5.7, nota-se que as interações entre os dois fatores investigados para as
propriedades MOEf e MORf dos compostos foram significativas. A Figura 5.5 ilustra o
gráfico de interação entre os fatores principais sobre o MOEf (Figura 5.5-a) e sobre o MORf
(Figura 5.5-b) dos compostos fabricados com resina, serragem e partículas de cimento. Os
gráficos de interações são usados para visualização do efeito de interação de dois ou mais
fatores experimentais sobre a variável-resposta, permitindo comparar a significância relativa
entre os efeitos (WERKEMA E AGUIAR, 1996).
10%5%0%
2,8
2,6
2,4
2,2
2,0
Proporção Cimento/Resina
Méd
ia d
o M
OE
f (G
Pa)
40/6020/80
Resina/SerragemProporção
a)
10%5%0%
47
46
45
44
43
42
41
40
39
38
Proporção Cimento/Resina
Méd
ia d
o M
OR
f (M
Pa)
40/6020/80
Resina/SerragemProporção
b)
Figura 5.5 - Efeito da interação da proporção de serragem/resina e da proporção cimento/resina sobre a média do (a) MOEf e do (b) MORf.
Tanto para o MOEf quanto para o MORf (interações significativas) utilizou-se o teste de
comparações de Tukey fixando cada fator e avaliando os efeitos dos respectivos níveis.
Com o intuito de verificar a influência da proporção serragem/resina nos compostos,
foram fixados os níveis do fator proporção cimento/resina e utilizado o teste de agrupamento
de Tukey em cada nível deste último fator (Tabela 5.8). Com o intuito de verificar a
influência da proporção cimento/resina nos compostos, foram fixados os níveis do fator
proporção serragem /resina e utilizado o teste de agrupamento de Tukey em cada nível deste
último fator (Tabela 5.9).
82 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 5.8 - Agrupamentos por Tukey para o MOEf e para o MORf.
MOEf MORf
Proporção sin
cimento
re a Xm Agrupamento Proporção
sin
cimento
re a Xm Agrupamento
0% 2,0561 B 0% 39,46 A 5% 2,1546 A B 5% 38,86 A
10% 2,3960 A 10% 43,86 A
Tabela 5.9 - Agrupamentos por Tukey para o MOEf e para o MORf.
MOEf MORf
Proporção sin
serragem
re a Xm Agrupamento Proporção
sin
serragem
re a Xm Agrupamento
40/60 2,462 A 40/60 41,460 A 20/80 1,943 B 20/80 39,544 A
Os resultados revelaram (Tabela 5.8) que o uso da proporção de 10% de cimento/resina
forneceu valores de MOEf superiores (agrupamento A) aos MOEf dos materiais feitos com
outras proporções (agrupamento B). Pelos resultados apresentados na Tabela 5.9 nota-se que a
proporção de serragem/resina de 40/60 (agrupamento A) forneceu valores de MOEf superiores
à proporção de 20/80 (agrupamento B). Através da análise das Tabelas 5.8 e 5.9 conclui-se
que tanto a proporção cimento/resina quanto serragem/resina não demonstram influenciar
significantemente os valores de MORf. Concluindo das análises efetuadas que compostos
fabricados com proporção de 10% de cimento/resina e com a proporção de serragem/resina de
40/60 apresentaram melhores resultados para MOEf, sendo a condição C3 a utilizada na
elaboração do material constituinte do núcleo dos compostos sanduíche fabricados no
decorrer deste trabalho.
Cabe salientar que a normalidade e a equivalência entre as variâncias dos níveis dos
fatores por resposta investigada foram ambos atendidos, validando-se desta forma os
resultados dos agrupamentos por Tukey, sendo a normalidade avaliada com o teste de
normalidade de Anderson-Darling (como ilustrado na Figura 5.6-a e b para o agrupamento da
Tabela 5.8 e na Figura 5.6-c e d para o agrupamento da Tabela 5.9) e a equivalência entre
variâncias com o uso de teste de hipótese (P teste bilateral), considerando equivalência entre
as variâncias para a hipótese nula (H0: σ12= σ2
2) e não equivalência para a hipótese H1.
83 RESULTADOS E DISCUSSÃO
1,00,50,0-0,5-1,0
99,9
99
95
90
80
7060504030
20
10
5
1
0,1
Resíduos - MOEf
Por
cen
tage
m
Mean -1,62833E-16StDev 0,3671
N 60AD 0,519
P-Value 0,180
a) Gráfico da probabilidade normal dos resíduos
20100-10-20
99,9
99
95
90
80
7060504030
20
10
5
1
0,1
Resíduos - MORf
Por
cen
tage
m
Mean -5,92119E-16
StDev 5,704N 60
AD 0,491P-Value 0,212
b) Gráfico da probabilidade normal dos resíduos
1,00,50,0-0,5-1,0
99,9
99
95
90
80
7060504030
20
10
5
1
0,1
Resíduos - MOEf
Por
cen
tage
m
Mean -0,004231StDev 0,2751
N 60AD 0,701
P-Value 0,064
c) Gráfico da probabilidade normal dos resíduos
20100-10-20
99,9
99
95
90
80
7060504030
20
10
5
1
0,1
Resíduos - MORf
Por
cen
tage
m
Mean 1,717145E-15
StDev 5,944N 60
AD 0,585P-Value 0,122
d) Gráfico da probabilidade normal dos resíduos
Figura 5.6 - Gráfico da probabilidade normal dos resíduos. Agrupamento apresentado na Tabela 5.8. a) MOEf; b)MORf. Agrupamento apresentado na Tabela 5.9. c) MOEf;
d)MORf.
5.5. COEFICIENTE DE POISSON
A Tabela 5.10 apresenta as estatísticas descritivas referentes ao coeficiente de Poisson
para ambos os materiais, laminado e particulado. As estatísticas referentes ao módulo de
elasticidade (MOEt) e resistência à tração (MORt) dos corpos de prova fabricados com a
condição C3 são apresentados na Tabela 5.11. Tais propriedades não são apresentadas neste
item para os compósitos laminados, pois já foram apresentadas na secção 5.3.
Tabela 5.10 - Resultados para o coeficiente de Poisson
Material Xm DP CV (%)
Laminado 0,3342 0,0596 17,82 Particulado 0,3618 0,0313 8,66
84 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 5.11 - Resultados dos ensaios de tração dos compósitos particulados
Material Particulado Xm DP CV (%) MOEt 2,8902 0,1114 3,85 MORt 21,66 3,92 18,08
5.6. VALIDAÇÃO DO MODELO NUMÉRICO
Esta seção versa sobre a validação do modelo numérico através da comparação dos
resultados obtidos nos ensaios experimentais com os obtidos no modelo numérico.
A Tabela 5.12 apresenta os valores médios dos resultados obtidos nos ensaios de flexão
a três pontos para o deslocamento no centro dos apoios dos compósitos honeycomb com
núcleo hexagonal e retangular juntamente com seus respectivos desvios padrão. Apresenta
também os resultados obtidos numericamente e uma relação comparativa entre estes e os
obtidos experimentalmente. Devido às simulações numéricas terem sido realizadas com os
dados específicos de cada compósito, houve uma variação dos dados obtidos e, portanto, um
desvio padrão entre as simulações foi também obtido. A Figura 5.7 ilustra a curva
característica dos compósitos honeycomb com núcleo hexagonal e retangular, corrigida
segundo os preceitos da norma, obtida experimentalmente e os pontos representam os
resultados obtidos nas simulações.
Tabela 5.12 - Deslocamentos obtidos experimental e numericamente para compósitos com núcleo honeycomb e sua relação.
Tipo de núcleo Hexagonal Retangular Força aplicada 200 N 300 N 400 N 200 N 300 N 400 N Deslocamento
experimental (mm) 1,169
±0,089 1,756
±0,138 2,348
±0,180 1,286
±0,165 1,937
±0,231 2,600
±0,304 Deslocamento
numérico (mm) 1,092
±0,053 1,638
±0,080 2,184
±0,107 1,152
±0,125 1,762
±0,158 2,350
±0,211 Deslocamento
experimentalnumérico
1,073 1,072 1,075 1,116 1,099 1,106
85 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 5.7 - Comparação das curvas características dos compósitos honeycomb com núcleo hexagonal e retangular submetidos ao ensaio de flexão a 3 pontos entre os modelos
experimental e numérico.
Diante dos dados apresentados na Tabela 5.12 é possível notar que em ambas as
geometrias analisadas os valores obtidos para o deslocamento foram superiores no modelo
experimental. A explicação para tal fato pode estar contida na elaboração do modelo
numérico onde se considerou uma união perfeita entre as lâminas e o núcleo. Tal fato na
realidade não é de todo verídico, pois, a união entre a lâmina e núcleo proporcionada pelo
adesivo permite certo deslocamento entre ambos, contribuindo assim para a menor rigidez no
modelo experimental. Outro aspecto a ser levado em conta é a possibilidade de que o adesivo
não tenha tido contato com ambas as faces dos materiais a serem unidos em toda a extensão
do compósito. Além dos fatos já mencionados, podemos citar que estamos trabalhando com
compósitos cuja base é fabricada com materiais naturais que, por si só, já proporcionam certa
variabilidade de propriedades de seus constituintes.
Através da comparação entre os valores dos deslocamentos obtidos em diferentes
pontos da curva força-deflexão e no regime elástico-linear dos materiais é possível notar que
86 RESULTADOS E DISCUSSÃO
houve certa discrepância entre os modelos. O modelo experimental apresentou um
deslocamento superior ao numérico em torno de 7,3% para a geometria hexagonal e 10,7%
para a geometria retangular. Acredita-se, mesmo assim, que o modelo numérico utilizado
apresentou resultados coerentes, com uma margem de erro satisfatória levando-se em conta a
simplicidade de execução do pré-processamento e, principalmente, a velocidade obtida para o
processamento. Portanto, para as demais simulações a serem executadas no decorrer deste
trabalho, tal modelo numérico será utilizado.
Em uma trabalho de Davalus et al. (2001) foram encontradas discrepâncias, quanto à
deflexão em compósitos honeycomb, entre os modelos chegando na ordem de 8,56% e
consideraram como uma boa relação entre os dados.
5.7. COMPÓSITO SANDUÍCHE
Os resultados obtidos nas simulações numéricas e na utilização de alguns
equacionamentos encontram-se no apêndice A. A seguir serão discutidos os resultados
obtidos para o produto de rigidez e para a condutividade térmica dos compósitos analisados.
5.7.1. PRODUTO DE RIGIDEZ
As Figuras 5.8, 5.9, 5.10, 5.11 ilustram graficamente os resultados para o produto de
rigidez e para densidade planar dos compósitos sanduíche apresentados no apêndice A.
O aumento do produto de rigidez mostrou estar principalmente relacionado com:
- O aumento da espessura total do material compósito sanduíche (lâminas + núcleo),
como pode ser visto na análise da espessura da lâmina e a altura da parede do favo.
- O aumento da área de secção transversal com material sólido no núcleo do compósito
sanduíche e consequentemente redução dos espaços preenchidos com ar, como pode ser visto
na análise do tipo de onda e da espessura da parede do favo.
A priori, a geometria do favo não demonstrou influenciar o produto de rigidez do
compósito, porém, ao analisarmos os dados da Figura 5.11 notamos que os compósitos
fabricados com a geometria retangular apresentam uma densidade planar maior do que os de
geometria hexagonal. Ou seja, uma vez tendo gasto mais material para sua fabricação, sendo
mais denso e produzindo resultados para o produto de rigidez semelhantes aos apresentados
pelos compósitos de geometria hexagonal, conclui-se que os compósitos com geometria
87 RESULTADOS E DISCUSSÃO
retangular mostram-se ligeiramente inferiores aos com geometria hexagonal analisando o
critério do produto de rigidez.
240160
800
240160
800
Espessura da parede do favo (m)
Espessura da lâmina (m)
Altura da parede do favo (m)
0,00
3
0,00
2
0,00
1
0,00
2
0,00
1
0,00
2
0,00
1
0,00
2
0,00
1
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
240160
800
Onda 1
Pro
duto
de
rigi
dez
(N.m
²)
Onda 2
Onda 3
Geometria do favo = HexagonalGráfico de valores individuais - Produto de rigidez (N.m²)
Figura 5.8 - Produto de rigidez para compósitos com núcleo com geometria hexagonal
240160800
240160800
Espessura da parede do favo (m)
Espessura da lâmina (m)
Altura da parede do favo (m)
0,00
3
0,00
2
0,00
1
0,00
2
0,00
1
0,00
2
0,00
1
0,00
2
0,00
1
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
240160800
Onda 1
Pro
duto
de
rigi
dez
(N.m
²)
Onda 2
Onda 3
Geometria do favo = RetangularGráfico de valores individuais - Produto de rigidez (N.m²)
Figura 5.9 - Produto de rigidez para compósitos com núcleo com geometria retangular
88 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 5.10 - Produto de rigidez (N.m²)
Figura 5.11 - Densidade planar do compósito sanduíche (Kg/m²)
5.7.2. CONDUTIVIDADE TÉRMICA
As Figuras 5.12, 5.13 e 5.14 ilustram graficamente os resultados da taxa de fluxo de
calor, encontrada através do uso de equações, dos compósitos sanduíche apresentados no
apêndice A.
A redução da taxa de fluxo de calor mostrou estar principalmente relacionada com o
aumento da espessura total do material compósito sanduíche (lâminas + núcleo), como pode
89 RESULTADOS E DISCUSSÃO
ser visto na análise da espessura da lâmina e a altura da parede do favo. Tal fato pode ser
explicado, respectivamente, pelo aumento das resistências térmicas das lâminas através do
aumento de sua espessura e do núcleo através do aumento da altura da parede do favo.
Já o aumento da taxa de fluxo de calor mostrou estar principalmente relacionado com o
aumento da área de secção transversal com material sólido no núcleo do compósito sanduíche
e consequentemente redução dos espaços preenchidos com ar, como pode ser visto na análise
do tipo de onda e da espessura da parede do favo. Isto pode ser explicado da seguinte forma:
ondas mais densas e com espessuras da parede do favo maiores apresentam uma a resistência
térmica do núcleo menor do que as ondas menos densas e com espessuras da parede do favo
menores.
O tipo de geometria do favo não mostrou apresentar grande influência sobre a taxa de
fluxo de calor, porém, notamos, através da observação dos dados apresentados no apêndice A
e ilustrados na Figura 5.14, que a geometria retangular mostrou uma taxa de condução de
calor ligeiramente maior que a hexagonal. Fato este explicado por uma área maior ocupada
pelo material compósito de serragem no núcleo de geometria retangular, o que contribui para
redução de sua resistência.
12
6
0
12
6
0
Espessura da parede do favo (m)
Espessura da lâmina (m)
Altura da parede do favo (m)
0,00
3
0,00
2
0,00
1
0,00
2
0,00
1
0,00
2
0,00
1
0,00
2
0,00
1
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
12
6
0
Onda 1
Tax
a de
flux
o de
cal
or (W
)
Onda 2
Onda 3
Geometria do favo = HexagonalGráfico de valores individuais - Taxa de fluxo de calor (W)
Figura 5.12 - Taxa de fluxo de calor para compósitos com núcleo com geometria hexagonal
90 RESULTADOS E DISCUSSÃO
12
6
0
12
6
0
Espessura da parede do favo (m)
Espessura da lâmina (m)
Altura da parede do favo (m)
0,00
3
0,00
2
0,00
1
0,00
2
0,00
1
0,00
2
0,00
1
0,00
2
0,00
1
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
12
6
0
Onda 1
Tax
a de
flux
o de
cal
or (W
)
Onda 2
Onda 3
Geometria do favo = RetangularGráfico de valores individuais - Taxa de fluxo de calor (W)
Figura 5.13 - Taxa de fluxo de calor para compósitos com núcleo com geometria retangular
Figura 5.14 - Taxa de fluxo de calor (W)
As Figuras 5.15, 5.16 e 5.17 ilustram graficamente os resultados da condutividade
térmica equivalente dos compósitos sanduíche apresentados no apêndice A.
A condutividade térmica equivalente mostrou sofrer influência principalmente das
variáveis espessura da parede do favo e do tipo de onda. Isto acontece devido à alteração da
91 RESULTADOS E DISCUSSÃO
taxa do fluxo de calor promovida por motivos já mencionados e a não alteração das demais
variáveis da Equação (4.13).
As variáveis geometria do favo, espessura da lâmina e altura da parede do favo não
mostraram influenciar tal parâmetro. Conforme visto previamente, um aumento na altura da
parede do favo e/ou da espessura da lâmina é responsável por uma redução da taxa de fluxo
de calor e, uma redução na altura da parede do favo e/ou da espessura da lâmina é responsável
por um aumento da taxa de fluxo de calor. Através da análise da Equação (4.13) conclui-se
que, devido às variáveis espessura do compósito sanduíche e taxa de fluxo de calor serem
inversamente proporcionais, o fato de tais parâmetros não influenciarem a condutividade
térmica equivalente encontra-se explicado.
0,190,140,090,04
0,190,140,090,04
Espessura da parede do favo (m)
Espessura da lâmina (m)
Altura da parede do favo (m)
0,00
3
0,00
2
0,00
1
0,00
2
0,00
1
0,00
2
0,00
1
0,00
2
0,00
1
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,190,140,090,04
Onda 1
Con
duti
vida
de té
rmic
a eq
uiva
lent
e (W
/mK
)
Onda 2
Onda 3
Geometria do favo = HexagonalGráfico de valores individuais - Condutividade térmica equivalente (W/mK)
Figura 5.15 - Condutividade térmica equivalente para compósitos com núcleo com geometria hexagonal
92 RESULTADOS E DISCUSSÃO
0,190,140,090,04
0,190,140,090,04
Espessura da parede do favo (m)
Espessura da lâmina (m)
Altura da parede do favo (m)
0,00
3
0,00
2
0,00
1
0,00
2
0,00
1
0,00
2
0,00
1
0,00
2
0,00
1
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,03
00,
020
0,01
00,
005
0,190,140,090,04
Onda 1
Con
duti
vida
de té
rmic
a eq
uiva
lent
e (W
/mK
)
Onda 2
Onda 3
Geometria do favo = RetangularGráfico de efeitos individuais - Condutividade térmica equivalente (W/mK)
Figura 5.16 - Condutividade térmica equivalente para compósitos com núcleo com geometria retangular
Figura 5.17 - Condutividade térmica equivalente (W/mK)
A condutividade térmica dos materiais variou de 0,047 W mK a 0,182 W mK . A título
de comparação, apresenta-se a condutividade térmica de alguns materiais: fibra de vidro
(0,043 W mK ), lã de vidro (0,045 W mK ) placa de gesso e gesso cartonado (0,35 W mK ),
93 RESULTADOS E DISCUSSÃO
lã de rocha (0,045W mK ), policloreto de vinila (PVC) (0,20 W mK ), argila expandida
(granulado) (0,16W mK ), espuma rígida de poliuretano (0,03 W mK ) e borracha sintética e
polietilenos (0,40 W mK ) (ÇENGEL, 2007; RAUBER, 2011). Conclui-se que a
condutividade térmica dos compósitos sanduíche desenvolvidos no decorrer deste trabalho
aproxima-se a de materiais usualmente empregados como isolantes térmicos como a lã de
rocha e a lã de vidro.
6. CONCLUSÕES
- O tratamento superficial da fibra de piaçava através da mercerização, seja utilizando
soluções com 10 ou 15 wt% de NaOH, não evidenciou alterações significativas sobre o
módulo de elasticidade à tração e sobre o módulo de resistência à tração quando comparadas
as fibras não tratadas.
- A fabricação de compósitos utilizando fibras de piaçava, submetidas ao tratamento de
mercerização com soluções com 10 ou 15 wt% de NaOH, não evidenciou alterações
significativas sobre o módulo de elasticidade à tração e sobre o módulo de resistência à tração
quando comparadas aos fabricados com fibras não tratadas.
- Através da análise utilizando a regra da mistura, não ficou evidenciado problemas na
interface fibra-matriz dos compósitos de piaçava.
- Um planejamento fatorial completo de experimento permitiu identificar os efeitos de
fatores como a fração mássica cimento/resina e a fração mássica serragem/resina e de suas
interações sobre as variáveis respostas selecionadas, ou seja, o módulo de elasticidade à tração
e o módulo de resistência à tração. Ficou evidenciado que compósitos fabricados empregando
proporções mássicas de 40/60 serragem/resina e 10% cimento/resina apresentaram MOEf
superiores às demais condições analisadas, porém, o mesmo não ocorreu para o MORf.
Compósitos sanduíche com núcleo honeycomb foram desenvolvidos, utilizando os
compósitos de piaçava e os de serragem.
Através da comparação entre os resultados obtidos no modelo numérico e no modelo
experimental foram encontradas discrepâncias máximas na ordem de 10,7% para a deflexão
do compósito sanduíche. Este resultado considerado foi considerado satisfatório em predizer
tal dado tendo em vista a velocidade de processamento e as simplificações utilizadas no
modelo experimental.
A influência da alteração de parâmetros construtivos do compósito sanduíche sobre o
produto de rigidez e sobre a condutividade térmica equivalente foi avaliada permitindo
chegarmos às seguintes conclusões:
95 CONCLUSÕES
- O aumento do produto de rigidez mostrou estar principalmente relacionado com o
aumento da espessura total do material compósito sanduíche (lâminas + núcleo) e com o
aumento da área de secção transversal com material sólido no núcleo. Compósitos fabricados
com núcleo com geometria retangular mostraram apresentar um produto de rigidez
semelhante aos fabricados com núcleo com geometria hexagonal, porém, como sua densidade
planar é maior, conclui-se que a eficiência da geometria hexagonal é superior à geometria
retangular.
- A redução da taxa de fluxo de calor mostrou estar principalmente relacionada com o
aumento da espessura total do material compósito sanduíche (lâminas + núcleo) e seu
aumento com o aumento da área de secção transversal com material sólido no núcleo do
compósito sanduíche e consequentemente redução dos espaços preenchidos com ar. O tipo de
geometria do favo não mostrou apresentar grande influência sobre a taxa de fluxo de calor.
- A condutividade térmica equivalente mostrou sofrer influência principalmente das
variáveis espessura da parede do favo e do tipo de onda, sendo que variáveis geometria do
favo, espessura da lâmina e altura da parede do favo não mostraram influenciar tal parâmetro.
- Compósitos sanduíche com núcleo honeycomb apresentaram uma condutividade
térmica equivalente variando de 0,047 W mK a 0,182 W mK . Em muitos destes a
condutividade aproxima-se a de materiais usualmente empregados como isolantes térmicos.
Os estudos realizados, empregando simulações numéricas, apresentaram bastante
coerência com os realizados experimentalmente. Visto isto, fica clara a importância da
simulação numérica em, a partir de agora, poder ser empregada em outras configurações de
compósitos, utilizando os materiais desenvolvidos, sem que haja necessidade de ensaios
experimentais e, consequentemente, gastos desnecessários.
A partir da análise dos resultados previamente apresentados, observa-se que há diversas
formas de se de preparar o material compósito sendo, porém, algumas mais eficientes do que
outras, dependendo da aplicação que se deseja.
Sugestões para trabalhos futuros
- Testar soluções com diferentes frações de NaOH e alterar os tempos em que as fibras
são expostas à solução alcalina. Isto se faz necessário para compreender se o tratamento de
mercerização de fato não produz alterações nas fibras de piassava ou se os componentes das
polioses presentes nas fibras são afetados em condições diferentes às que lhe foram impostas
neste trabalho.
96 CONCLUSÕES
- Expandir as geometrias utilizadas no núcleo. Exemplo: triangular, ondulada, etc.
- Estudar as propriedades acústicas dos materiais compósitos com núcleo honeycomb
desenvolvidos, tendo em vista que esses são conhecidos como bons isolantes acústicos.
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APÊNDICE A – Tabela de dados e resultados
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C1 Hexagonal Onda 1 0,001 0,001 0,005 200 0,0038 3,6987 0,00080903 0,0349424 332,785 2,329 2,3751 0,05542
C2 Hexagonal Onda 1 0,001 0,001 0,010 200 0,0013 10,8507 0,00080903 0,0392921 218,289 2,619 1,2634 0,05054
C3 Hexagonal Onda 1 0,001 0,001 0,020 200 0,0005 30,7781 0,00080903 0,0479914 145,428 3,199 0,6525 0,04785
C4 Hexagonal Onda 1 0,001 0,001 0,030 200 0,0003 52,2964 0,00080903 0,0566907 118,106 3,779 0,4399 0,04692
C5 Hexagonal Onda 1 0,001 0,002 0,005 200 0,0015 9,2883 0,00080903 0,0655352 485,446 4,369 2,1205 0,06362
C6 Hexagonal Onda 1 0,001 0,002 0,010 200 0,0007 21,4695 0,00080903 0,0698849 332,785 4,659 1,1875 0,05542
C7 Hexagonal Onda 1 0,001 0,002 0,020 200 0,0003 49,6032 0,00080903 0,0785842 218,289 5,239 0,6317 0,05054
C8 Hexagonal Onda 1 0,001 0,002 0,030 200 0,0002 76,3851 0,00080903 0,0872835 171,144 5,819 0,4303 0,04877
C9 Hexagonal Onda 1 0,002 0,001 0,005 200 0,0034 4,0808 0,00159497 0,0391679 373,028 2,611 3,1918 0,07447
C10 Hexagonal Onda 1 0,002 0,001 0,010 200 0,0011 12,7378 0,00159497 0,0477431 265,239 3,183 1,7359 0,06944
C11 Hexagonal Onda 1 0,002 0,001 0,020 200 0,0003 40,2822 0,00159497 0,0648934 196,647 4,326 0,9078 0,06657
C12 Hexagonal Onda 1 0,002 0,001 0,030 200 0,0002 74,2084 0,00159497 0,0820437 170,924 5,470 0,6146 0,06556
C13 Hexagonal Onda 1 0,002 0,002 0,005 200 0,0013 10,5654 0,00159497 0,0697607 516,746 4,651 2,7484 0,08245
C14 Hexagonal Onda 1 0,002 0,002 0,010 200 0,0005 26,5782 0,00159497 0,0783359 373,028 5,222 1,5959 0,07447
C15 Hexagonal Onda 1 0,002 0,002 0,020 200 0,0002 69,4444 0,00159497 0,0954862 265,239 6,366 0,8680 0,06944
C16 Hexagonal Onda 1 0,002 0,002 0,030 200 0,0001 115,1720 0,00159497 0,1126365 220,856 7,509 0,5961 0,06755
C17 Hexagonal Onda 1 0,003 0,001 0,005 200 0,0033 4,3110 0,00235781 0,0432693 412,088 2,885 3,9144 0,09133
C18 Hexagonal Onda 1 0,003 0,001 0,010 200 0,0010 13,8683 0,00235781 0,0559457 310,810 3,730 2,1720 0,08688
C19 Hexagonal Onda 1 0,003 0,001 0,020 200 0,0003 46,2430 0,00235781 0,0812987 246,360 5,420 1,1491 0,08427
C20 Hexagonal Onda 1 0,003 0,001 0,030 200 0,0002 89,2291 0,00235781 0,1066516 222,191 7,110 0,7812 0,08333
C21 Hexagonal Onda 1 0,003 0,002 0,005 200 0,0013 11,1785 0,00235781 0,0738620 547,126 4,924 3,2678 0,09803
C22 Hexagonal Onda 1 0,003 0,002 0,010 200 0,0005 29,2664 0,00235781 0,0865385 412,088 5,769 1,9572 0,09133
C23 Hexagonal Onda 1 0,003 0,002 0,020 200 0,0002 81,7112 0,00235781 0,1118914 310,810 7,459 1,0860 0,08688
C24 Hexagonal Onda 1 0,003 0,002 0,030 200 0,0001 141,8592 0,00235781 0,1372444 269,107 9,150 0,7515 0,08517
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m)
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(Kg/
m²)
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(W/m
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C25 Hexagonal Onda 2 0,001 0,001 0,005 250 0,0039 4,4592 0,00159661 0,0391768 373,112 2,612 3,1934 0,07451
C26 Hexagonal Onda 2 0,001 0,001 0,010 250 0,0013 13,8084 0,00159661 0,0477607 265,337 3,184 1,7369 0,06947
C27 Hexagonal Onda 2 0,001 0,001 0,020 250 0,0004 43,2320 0,00159661 0,0649287 196,754 4,329 0,9083 0,06661
C28 Hexagonal Onda 2 0,001 0,001 0,030 250 0,0002 79,3237 0,00159661 0,0820966 171,035 5,473 0,6149 0,06559
C29 Hexagonal Onda 2 0,001 0,002 0,005 250 0,0015 11,3701 0,00159661 0,0697695 516,811 4,651 2,7496 0,08249
C30 Hexagonal Onda 2 0,001 0,002 0,010 250 0,0006 28,5498 0,00159661 0,0783535 373,112 5,224 1,5967 0,07451
C31 Hexagonal Onda 2 0,001 0,002 0,020 250 0,0002 74,4205 0,00159661 0,0955215 265,337 6,368 0,8684 0,06947
C32 Hexagonal Onda 2 0,001 0,002 0,030 250 0,0001 123,2688 0,00159661 0,1126894 220,960 7,513 0,5964 0,06759
C33 Hexagonal Onda 2 0,002 0,001 0,005 250 0,0036 4,8239 0,00310135 0,0472668 450,160 3,151 4,5606 0,10641
C34 Hexagonal Onda 2 0,002 0,001 0,010 250 0,0011 15,7935 0,00310135 0,0639408 355,227 4,263 2,5773 0,10309
C35 Hexagonal Onda 2 0,002 0,001 0,020 250 0,0003 53,6573 0,00310135 0,0972889 294,815 6,486 1,3784 0,10109
C36 Hexagonal Onda 2 0,002 0,001 0,030 250 0,0002 107,4458 0,00310135 0,1306369 272,160 8,709 0,9408 0,10035
C37 Hexagonal Onda 2 0,002 0,002 0,005 250 0,0014 12,4315 0,00310135 0,0778596 576,738 5,191 3,7062 0,11119
C38 Hexagonal Onda 2 0,002 0,002 0,010 250 0,0005 33,3235 0,00310135 0,0945336 450,160 6,302 2,2803 0,10641
C39 Hexagonal Onda 2 0,002 0,002 0,020 250 0,0002 96,6894 0,00310135 0,1278816 355,227 8,525 1,2887 0,10309
C40 Hexagonal Onda 2 0,002 0,002 0,030 250 0,0001 173,8687 0,00310135 0,1612297 316,137 10,749 0,8981 0,10179
C41 Hexagonal Onda 2 0,003 0,001 0,005 250 0,0034 5,0966 0,00451371 0,0548602 522,478 3,657 5,6535 0,13192
C42 Hexagonal Onda 2 0,003 0,001 0,010 250 0,0010 17,3354 0,00451371 0,0791276 439,598 5,275 3,2980 0,13192
C43 Hexagonal Onda 2 0,003 0,001 0,020 250 0,0003 62,4667 0,00451371 0,1276624 386,856 8,511 1,7989 0,13192
C44 Hexagonal Onda 2 0,003 0,001 0,030 250 0,0001 130,6924 0,00451371 0,1761971 367,077 11,746 1,2368 0,13192
C45 Hexagonal Onda 2 0,003 0,002 0,005 250 0,0014 12,9920 0,00451371 0,0854530 632,985 5,697 4,3971 0,13191
C46 Hexagonal Onda 2 0,003 0,002 0,010 250 0,0005 36,1021 0,00451371 0,1097204 522,478 7,315 2,8268 0,13192
C47 Hexagonal Onda 2 0,003 0,002 0,020 250 0,0002 110,7632 0,00451371 0,1582551 439,598 10,550 1,6490 0,13192
C48 Hexagonal Onda 2 0,003 0,002 0,030 250 0,0001 210,5669 0,00451371 0,2067899 405,470 13,786 1,1640 0,13192
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C49 Hexagonal Onda 3 0,001 0,001 0,005 275 0,0041 4,7450 0,00233449 0,0431439 410,894 2,876 3,8932 0,09084
C50 Hexagonal Onda 3 0,001 0,001 0,010 275 0,0013 15,1298 0,00233449 0,0556950 309,416 3,713 2,1590 0,08636
C51 Hexagonal Onda 3 0,001 0,001 0,020 275 0,0004 49,8992 0,00233449 0,0807971 244,840 5,386 1,1418 0,08373
C52 Hexagonal Onda 3 0,001 0,001 0,030 275 0,0002 96,8734 0,00233449 0,1058993 220,624 7,060 0,7761 0,08279
C53 Hexagonal Onda 3 0,001 0,002 0,005 275 0,0016 12,1840 0,00233449 0,0737367 546,197 4,916 3,2531 0,09759
C54 Hexagonal Onda 3 0,001 0,002 0,010 275 0,0006 31,8602 0,00233449 0,0862877 410,894 5,753 1,9466 0,09084
C55 Hexagonal Onda 3 0,001 0,002 0,020 275 0,0002 88,9009 0,00233449 0,1113899 309,416 7,426 1,0795 0,08636
C56 Hexagonal Onda 3 0,001 0,002 0,030 275 0,0001 154,8113 0,00233449 0,1364921 267,632 9,099 0,7468 0,08464
C57 Hexagonal Onda 3 0,002 0,001 0,005 275 0,0038 5,1398 0,00446980 0,0546241 520,230 3,642 5,6219 0,13118
C58 Hexagonal Onda 3 0,002 0,001 0,010 275 0,0011 17,4198 0,00446980 0,0786554 436,975 5,244 3,2765 0,13106
C59 Hexagonal Onda 3 0,002 0,001 0,020 275 0,0003 62,7586 0,00446980 0,1267180 383,994 8,448 1,7861 0,13098
C60 Hexagonal Onda 3 0,002 0,001 0,030 275 0,0001 132,8930 0,00446980 0,1747807 364,126 11,652 1,2277 0,13095
C61 Hexagonal Onda 3 0,002 0,002 0,005 275 0,0015 13,1358 0,00446980 0,0852169 631,236 5,681 4,3779 0,13134
C62 Hexagonal Onda 3 0,002 0,002 0,010 275 0,0005 36,4073 0,00446980 0,1092482 520,230 7,283 2,8110 0,13118
C63 Hexagonal Onda 3 0,002 0,002 0,020 275 0,0002 111,8978 0,00446980 0,1573108 436,975 10,487 1,6382 0,13106
C64 Hexagonal Onda 3 0,002 0,002 0,030 275 0,0001 212,9743 0,00446980 0,2053735 402,693 13,692 1,1560 0,13101
C65 Hexagonal Onda 3 0,003 0,001 0,005 275 0,0037 5,2686 0,00640592 0,0650334 619,366 4,336 6,8934 0,16085
C66 Hexagonal Onda 3 0,003 0,001 0,010 275 0,0010 18,7910 0,00640592 0,0994740 552,633 6,632 4,1738 0,16695
C67 Hexagonal Onda 3 0,003 0,001 0,020 275 0,0003 73,5486 0,00640592 0,1683553 510,167 11,224 2,3330 0,17109
C68 Hexagonal Onda 3 0,003 0,001 0,030 275 0,0001 166,1163 0,00640592 0,2372365 494,243 15,816 1,6190 0,17269
C69 Hexagonal Onda 3 0,003 0,002 0,005 275 0,0015 13,1716 0,00640592 0,0956262 708,342 6,375 5,1122 0,15337
C70 Hexagonal Onda 3 0,003 0,002 0,010 275 0,0005 38,0254 0,00640592 0,1300668 619,366 8,671 3,4467 0,16085
C71 Hexagonal Onda 3 0,003 0,002 0,020 275 0,0002 125,0707 0,00640592 0,1989481 552,633 13,263 2,0869 0,16695
C72 Hexagonal Onda 3 0,003 0,002 0,030 275 0,0001 253,7525 0,00640592 0,2678293 525,155 17,855 1,4965 0,16960
112
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(W/m
.k)
C73 Retangular Onda 1 0,001 0,001 0,005 200 0,0039 3,6422 0,00091100 0,0354907 338,006 2,366 2,4856 0,05800
C74 Retangular Onda 1 0,001 0,001 0,010 200 0,0014 10,3859 0,00091100 0,0403885 224,381 2,693 1,3261 0,05304
C75 Retangular Onda 1 0,001 0,001 0,020 200 0,0005 27,8080 0,00091100 0,0501843 152,074 3,346 0,6860 0,05031
C76 Retangular Onda 1 0,001 0,001 0,030 200 0,0003 44,9712 0,00091100 0,0599800 124,958 3,999 0,4627 0,04935
C77 Retangular Onda 1 0,001 0,002 0,005 200 0,0015 9,1672 0,00091100 0,0660834 489,507 4,406 2,2082 0,06624
C78 Retangular Onda 1 0,001 0,002 0,010 200 0,0007 20,3509 0,00091100 0,0709813 338,006 4,732 1,2428 0,05800
C79 Retangular Onda 1 0,001 0,002 0,020 200 0,0003 45,0144 0,00091100 0,0807771 224,381 5,385 0,6630 0,05304
C80 Retangular Onda 1 0,001 0,002 0,030 200 0,0002 67,8365 0,00091100 0,0905728 177,594 6,038 0,4521 0,05124
C81 Retangular Onda 1 0,002 0,001 0,005 200 0,0035 4,0294 0,00179400 0,0402380 383,219 2,683 3,3866 0,07902
C82 Retangular Onda 1 0,002 0,001 0,010 200 0,0011 12,4447 0,00179400 0,0498832 277,129 3,326 1,8518 0,07407
C83 Retangular Onda 1 0,002 0,001 0,020 200 0,0004 38,5485 0,00179400 0,0691736 209,617 4,612 0,9713 0,07123
C84 Retangular Onda 1 0,002 0,001 0,030 200 0,0002 69,0693 0,00179400 0,0884641 184,300 5,898 0,6583 0,07022
C85 Retangular Onda 1 0,002 0,002 0,005 200 0,0013 10,5022 0,00179400 0,0708308 524,672 4,722 2,8916 0,08675
C86 Retangular Onda 1 0,002 0,002 0,010 200 0,0005 25,7980 0,00179400 0,0804760 383,219 5,365 1,6933 0,07902
C87 Retangular Onda 1 0,002 0,002 0,020 200 0,0002 65,4984 0,00179400 0,0997664 277,129 6,651 0,9259 0,07407
C88 Retangular Onda 1 0,002 0,002 0,030 200 0,0001 107,0205 0,00179400 0,1190569 233,445 7,937 0,6371 0,07221
C89 Retangular Onda 1 0,003 0,001 0,005 200 0,0033 4,2652 0,00264900 0,0448348 426,998 2,989 4,1739 0,09739
C90 Retangular Onda 1 0,003 0,001 0,010 200 0,0010 13,6795 0,00264900 0,0590768 328,205 3,938 2,3330 0,09332
C91 Retangular Onda 1 0,003 0,001 0,020 200 0,0003 45,1300 0,00264900 0,0875608 265,336 5,837 1,2396 0,09090
C92 Retangular Onda 1 0,003 0,001 0,030 200 0,0002 87,2364 0,00264900 0,1160449 241,760 7,736 0,8440 0,09003
C93 Retangular Onda 1 0,003 0,002 0,005 200 0,0013 11,1430 0,00264900 0,0754276 558,723 5,029 3,4467 0,10340
C94 Retangular Onda 1 0,003 0,002 0,010 200 0,0005 28,6814 0,00264900 0,0896696 426,998 5,978 2,0869 0,09739
C95 Retangular Onda 1 0,003 0,002 0,020 200 0,0002 78,7815 0,00264900 0,1181536 328,205 7,877 1,1665 0,09332
C96 Retangular Onda 1 0,003 0,002 0,030 200 0,0001 136,6618 0,00264900 0,1466377 287,525 9,776 0,8095 0,09174
113
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ões
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Des
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men
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Pro
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N.m
²)
Áre
a tr
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l do
favo
(m
^2)
Mas
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Kg)
Den
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orpo
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kg/m
³)
Den
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pla
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do
corp
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e pr
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(Kg/
m²)
Tax
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uxo
de
calo
r (W
)
Con
du
tivi
dad
e té
rmic
a eq
uiv
alen
te
(W/m
.k)
C97 Retangular Onda 2 0,001 0,001 0,005 250 0,0040 4,4423 0,00172300 0,0398563 379,584 2,657 3,3176 0,07741
C98 Retangular Onda 2 0,001 0,001 0,010 250 0,0013 13,5843 0,00172300 0,0491198 272,888 3,275 1,8106 0,07242
C99 Retangular Onda 2 0,001 0,001 0,020 250 0,0004 40,9460 0,00172300 0,0676468 204,990 4,510 0,9487 0,06957
C100 Retangular Onda 2 0,001 0,001 0,030 250 0,0002 72,4274 0,00172300 0,0861737 179,529 5,745 0,6427 0,06856
C101 Retangular Onda 2 0,001 0,002 0,005 250 0,0016 11,3188 0,00172300 0,0704491 521,845 4,697 2,8412 0,08524
C102 Retangular Onda 2 0,001 0,002 0,010 250 0,0006 27,8179 0,00172300 0,0797126 379,584 5,314 1,6588 0,07741
C103 Retangular Onda 2 0,001 0,002 0,020 250 0,0003 69,9488 0,00172300 0,0982395 272,888 6,549 0,9053 0,07242
C104 Retangular Onda 2 0,001 0,002 0,030 250 0,0002 113,4073 0,00172300 0,1167665 228,954 7,784 0,6225 0,07055
C105 Retangular Onda 2 0,002 0,001 0,005 250 0,0036 4,8411 0,00334200 0,0485606 462,482 3,237 4,7586 0,11103
C106 Retangular Onda 2 0,002 0,001 0,010 250 0,0011 15,8219 0,00334200 0,0665285 369,603 4,435 2,7045 0,10818
C107 Retangular Onda 2 0,002 0,001 0,020 250 0,0003 53,4452 0,00334200 0,1024642 310,497 6,831 1,4515 0,10644
C108 Retangular Onda 2 0,002 0,001 0,030 250 0,0002 103,4616 0,00334200 0,1383998 288,333 9,227 0,9919 0,10580
C109 Retangular Onda 2 0,002 0,002 0,005 250 0,0014 12,4668 0,00334200 0,0791534 586,322 5,277 3,8360 0,11508
C110 Retangular Onda 2 0,002 0,002 0,010 250 0,0005 33,0913 0,00334200 0,0971212 462,482 6,475 2,3793 0,11103
C111 Retangular Onda 2 0,002 0,002 0,020 250 0,0002 94,3032 0,00334200 0,1330569 369,603 8,870 1,3523 0,10818
C112 Retangular Onda 2 0,002 0,002 0,030 250 0,0001 166,4595 0,00334200 0,1689926 331,358 11,266 0,9445 0,10705
C113 Retangular Onda 2 0,003 0,001 0,005 250 0,0034 5,1174 0,00485700 0,0567058 540,056 3,780 5,8959 0,13757
C114 Retangular Onda 2 0,003 0,001 0,010 250 0,0010 17,4213 0,00485700 0,0828189 460,105 5,521 3,4641 0,13856
C115 Retangular Onda 2 0,003 0,001 0,020 250 0,0003 62,5556 0,00485700 0,1350450 409,227 9,003 1,8982 0,13920
C116 Retangular Onda 2 0,003 0,001 0,030 250 0,0001 129,8237 0,00485700 0,1872711 390,148 12,485 1,3073 0,13944
C117 Retangular Onda 2 0,003 0,002 0,005 250 0,0013 13,0402 0,00485700 0,0872986 646,656 5,820 4,5423 0,13627
C118 Retangular Onda 2 0,003 0,002 0,010 250 0,0005 36,0577 0,00485700 0,1134117 540,056 7,561 2,9479 0,13757
C119 Retangular Onda 2 0,003 0,002 0,020 250 0,0002 109,5210 0,00485700 0,1656378 460,105 11,043 1,7320 0,13856
C120 Retangular Onda 2 0,003 0,002 0,030 250 0,0001 205,7365 0,00485700 0,2178639 427,184 14,524 1,2263 0,13898
114
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C121 Retangular Onda 3 0,001 0,001 0,005 275 0,0041 4,7450 0,00251100 0,0440929 419,932 2,940 4,0519 0,09455
C122 Retangular Onda 3 0,001 0,001 0,010 275 0,0013 14,9775 0,00251100 0,0575929 319,961 3,840 2,2571 0,09028
C123 Retangular Onda 3 0,001 0,001 0,020 275 0,0004 48,3278 0,00251100 0,0845931 256,343 5,640 1,1968 0,08777
C124 Retangular Onda 3 0,001 0,001 0,030 275 0,0002 90,2705 0,00251100 0,1115932 232,486 7,440 0,8143 0,08686
C125 Retangular Onda 3 0,001 0,002 0,005 275 0,0016 12,1228 0,00251100 0,0746856 553,227 4,979 3,3632 0,10090
C126 Retangular Onda 3 0,001 0,002 0,010 275 0,0006 31,3183 0,00251100 0,0881857 419,932 5,879 2,0260 0,09455
C127 Retangular Onda 3 0,001 0,002 0,020 275 0,0002 84,8067 0,00251100 0,1151859 319,961 7,679 1,1285 0,09028
C128 Retangular Onda 3 0,001 0,002 0,030 275 0,0001 144,4058 0,00251100 0,1421860 278,796 9,479 0,7821 0,08864
C129 Retangular Onda 3 0,002 0,001 0,005 275 0,0037 5,2062 0,00479400 0,0563671 536,830 3,758 5,8520 0,13655
C130 Retangular Onda 3 0,002 0,001 0,010 275 0,0011 17,6262 0,00479400 0,0821415 456,341 5,476 3,4338 0,13735
C131 Retangular Onda 3 0,002 0,001 0,020 275 0,0003 63,3550 0,00479400 0,1336901 405,122 8,913 1,8801 0,13787
C132 Retangular Onda 3 0,002 0,001 0,030 275 0,0001 131,4476 0,00479400 0,1852388 385,914 12,349 1,2944 0,13807
C133 Retangular Onda 3 0,002 0,002 0,005 275 0,0015 13,2802 0,00479400 0,0869599 644,147 5,797 4,5162 0,13549
C134 Retangular Onda 3 0,002 0,002 0,010 275 0,0005 36,6558 0,00479400 0,1127342 536,830 7,516 2,9260 0,13655
C135 Retangular Onda 3 0,002 0,002 0,020 275 0,0002 111,7039 0,00479400 0,1642829 456,341 10,952 1,7169 0,13735
C136 Retangular Onda 3 0,002 0,002 0,030 275 0,0001 208,7213 0,00479400 0,2158316 423,199 14,389 1,2149 0,13769
C137 Retangular Onda 3 0,003 0,001 0,005 275 0,0035 5,5723 0,00684900 0,0674156 642,053 4,494 7,1530 0,16690
C138 Retangular Onda 3 0,003 0,001 0,010 275 0,0010 19,8134 0,00684900 0,1042384 579,102 6,949 4,3657 0,17463
C139 Retangular Onda 3 0,003 0,001 0,020 275 0,0003 77,1894 0,00684900 0,1778839 539,042 11,859 2,4535 0,17992
C140 Retangular Onda 3 0,003 0,001 0,030 275 0,0001 172,6423 0,00684900 0,2515295 524,020 16,769 1,7062 0,18200
C141 Retangular Onda 3 0,003 0,002 0,005 275 0,0014 13,8708 0,00684900 0,0980084 725,988 6,534 5,2536 0,15761
C142 Retangular Onda 3 0,003 0,002 0,010 275 0,0005 39,9751 0,00684900 0,1348311 642,053 8,989 3,5765 0,16690
C143 Retangular Onda 3 0,003 0,002 0,020 275 0,0001 130,4719 0,00684900 0,2084767 579,102 13,898 2,1828 0,17463
C144 Retangular Onda 3 0,003 0,002 0,030 275 0,0001 261,3671 0,00684900 0,2821223 553,181 18,808 1,5707 0,17802
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