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Avaliação Sistêmica Leonice Matilde Richter FACIP/UFU Luciana Guimarães

Avaliação Sistêmica - gepaeufu.files.wordpress.com · Objetivos Explorar o contexto, os significados e os interesses que conduziram este nível da avaliação como foco central

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Avaliação Sistêmica

Leonice Matilde Richter – FACIP/UFU

Luciana Guimarães

Objetivos

Explorar o contexto, os significados e osinteresses que conduziram este nível daavaliação como foco central das políticaspúblicas de educação nas últimas décadas.

• Breve percurso histórico da avaliação sistêmicano Brasil;

• Concepção(ões) de avaliação sistêmica;

• Sistema Nacional de Avaliação (SNA) e seusdesdobramentos.

O que pensamos e/ou sentimos

em relação à avaliação

sistêmica???

Mão na argila...

1º Problematização: (20 minutos)

- Nossas inquietações acerca da avaliação sistêmica;

- O que entendemos/sentimos acerca da avaliação em larga escala? (Elaborar o retrato desta visão em argila)

2º Exposição da produção (40 minutos)

3º Apresentação dialogada dos slides confrontando com a produção em argila

Avaliação Sistêmica

Avaliação Institucio

nal

Avaliação da

Aprendizagem

O que cabe a cada modalidade avaliativa?

Exemplos de Avaliação externa

• Internacional: Programa Internacional de Avaliação de Alunos – PISA

• Nacional: Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB, formado pela ANEB e Prova Brasil – ANRESC)

• Estadual: Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública (SIMAVE/2000); Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro (SAERJ/2008)

• Municipal: Prova São Paulo (2007)

Avaliação sistêmicano Brasil

Nacional

MunicipalEstadual

Relação entre os entes federados

LDBE - Lei nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996

Art. 9º.A União incumbir-se-á de: V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino;

Os Estados incumbir-se-ão de:IV - autorizar, reconhecer,credenciar, supervisionar eavaliar, respectivamente, oscursos das instituições deeducação superior e osestabelecimentos do seu sistemade ensino;

V - baixar normascomplementares para o seusistema de ensino;

Relação entre os entes federados

LDBE - Lei nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996

Art. 10. Art. 11.

Os Municípios incumbir-se-ão de:I - organizar, manter edesenvolver os órgãos einstituições oficiais dos seussistemas de ensino, integrando-osàs políticas e planos educacionaisda União e dos Estados;III - baixar normascomplementares para o seusistema de ensino;IV - autorizar, credenciar esupervisionar os estabelecimentosdo seu sistema de ensino;

Definições... Avaliações sistêmica

• Nível de avaliação avaliações externas em larga escalarealizada no âmbito do sistema a fim de fornecer dados einformações que tem como perspectiva:▫ Subsidiar políticas públicas de educação a partir do

acompanhamento sistemático do sistema (seja nacional,

estadual ou municipal).▫ Orientar intervenções, quando necessário, mediante

investimentos e (re)estruturação do sistema.▫ Assim como, após ter garantido amplo processo e

tentativa de superar os problemas diagnosticados;ter fornecido as condições necessárias ao trabalhopedagógico, intervir diante da possível falta decompromisso institucional e/ou profissional

(RICHTER, 2013)

Justificativas (oficial): políticas de avaliação

• Qualidade/igualdade entre todos;

• Compromisso com os gastos públicos (resultados diante do investimento);

• Responsabilidade com a educação;

• Intervenção da União quando necessário;

• Acompanhamento sistemático da educação;

• Orientação de políticas;

• Fornecer para a sociedade informações quanto ao trabalho realizado na escola pública;

Nosso processo históricoEducação Básica

1988

Até a dec.1980 1990

Sistema Nacional de Avaliação do

Ensino Público de

1º Grau SAEP)

(...)1ª aplicação do -Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB)

1998

Criação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM)

2005

Portaria 931SAEB passa a ter:- ANEB - Anresc- Questionário alunos e professores-Língua Portuguesa-Matemática2007

IDEB Provinha Brasil(sem fins classificatório) Inicio do 2º ano do EF e ao final desse mesmo ano letivo. -Alfabetização

2008

Provinha Brasil- Alfabetização; - Matemática;

2011

Fonte: INEP

2013

Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA)3º ano do EF das escolas públicas (avaliação censitária e anual)-Língua Portuguesa - Matemática

(SIMAVE/2000)

O Saeb é composto por três avaliações externas em larga escala:

Fonte: INEP

Portaria nº 482, de 7 de junho de 2013

Índice de Desenvolvimento da Ed. Básica (IDEB - 2007)

Prova Brasil5º e 9º ano

(4º e 8º Série)Pública e urbana

Censitária (quase universal)

Avaliação Nacional da Educação Básica

(SAEB)5º e 9º ano

(4º e 8º Série) e 3º do E MPública e particular –

urbana e rural (amostragem)

Censo da Educação

Base de dados por meio das médias de desempenho

Fonte: INEP

Apontamentos oficiais

IDEBPDE 2007

Identificar as redes e as escolas públicas mais frágeis a partir

de critérios objetivos

Obriga a União a dar respostas imediatas para os casos mais

dramáticos

Transferência com base em critérios substantivos, em substituição ao

repasse com base em critérios subjetivos

Fonte: PDE/2007

Centralidade da avaliação

sistêmica

• Década de 1990;

• Influência externa:

▫ Meritocracia (neo)liberal;

▫ Orientação de pesquisas;

▫ Rigor científico;

▫ Avanços tecnológicos;

▫ Acordos e negociações;

• Estado Avaliador/regulador

• Mudança de governo;

Limitação dos índices

▫ Variáveis; ▫ Uso dos dados; ▫ Visão de avaliação; ▫ Relação com outras dimensões avaliativas;▫ Foca no resultado e não no processo; ▫ Responsabilização;▫ Culpabilização; ▫ Lógica das bonificações;▫ “Veracidade” dos dados apresentados.

Ideologias...

Qualidade

“Universalização”

Mercado Eliminação

Classe social

Seleção

Exclusão “mascarada”

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Para além do discurso oficial

É cada vez mais presente a explicitação dos dadosdo IDEB - no site do Governo, TV, jornais,revistas;

Como afirma Frigotto (1999), na lógica neoliberaltemos “clientes” que diante da “mercadoriaeducação” têm direitos de liberdade de escolha.

Permitem à população o direito à escolha da escola

Nas entrelinhas...

• Configuração: políticas públicas neoliberais;

• “Estado Avaliador” (AFONSO, 2005);

• Eliminação adiada (FREITAS,2007);

• Regulação (BARROSO, 2005);

• Transferência de responsabilidades;

• Diferenciação: escolas públicas (naturalização das desigualdades);

Nas entrelinhas...

• Lógica da competição;

• Financiamento da educação:resultados das avaliações nacionais;

• Diferenciação (âmbito do público);

• Avaliação: papel central como marcoregulatório.

Perigo dos extremos

A escola não é um lócus passivo

• Contra-regulação;

• Políticas participativas que resvalam no democratismo;

• A construção de uma escola comprometida com a aprendizagem, que se nega à reprodução da prática excludente;

• Criar parcerias entre escola e governo local peloprocesso de negociação, via avaliaçãoinstitucional (SORDI, 2009);

• Outra perspectiva de qualidade(BONDIOLI,2004);

• Mecanismos para o processo: PPP e avaliaçãoinstitucional (SORDI, 2009);

• Debater socialmente as variáveis de dadoscoletados pela avaliação externa;

Pontos necessários...

Pontos necessários...

▫ Política de Estado no campo da avaliação;

▫ Função: movimento de tendências globais do sistema;

▫ Obrigatoriedade da avaliação do PPP das escolas;

▫ Avaliação do profissional;

▫ Recursos para a avaliação;

▫ Avaliação em larga escala em nível municipal (FREITAS, 2007)

▫ Concepção de Avaliação;

▫ Relação entre os níveis de avaliação;

Se é possível obter água cavando o chão; se épossível enfeitar a casa; se é possível crer desta oudaquela forma; se é possível nos defendermos dofrio e do calor; se é possível desviar leitos de rios,fazer barragens; se é possível mudar o mundoque não fizemos, o da natureza; por que nãomudar o mundo que fazemos, o da cultura, o dahistória, o da política; (...) Não podemos mudar orumo da avaliação se este estiver no contramão dodireito das crianças? (FREITAS)

Reflexões finais

Referências

AFONSO, Almerindo. J. Avaliação Educacional: regulação eemancipação. São Pulo: Cortez, 2005.

BARROSO, João. O Estado, a educação e a regulação das políticas públicas.Educação & Sociedade. Políticas Públicas de Regulação: Problemas eperspectivas da educação básica. Campinas, v. 26, n. 92, p.725-752, out.2005. Número Especial.

BONDIOLI, Anna. O projeto Pedagógico da Creche e a sua Avaliação.Campinas/SP: Autores Associados, 2004.

FREITAS, Luiz. C. de Eliminação Adiada: o ocaso das classes populares nointerior da escola e a ocultação da (má) qualidade do ensino. Educ. Soc.,Campinas, vol. 28, n. 100 - Especial, p. 965-987, out. 2007 .

FRIGOTTO, G. A formação e a profissionalização do educador: novosdesafios. In: GENTILI, Tomaz Tadeu da Silva (org.). Escolas: quem ganha equem perde no mercado educacional do neoliberalismo. Brasília: BNTE,1999.

RICHTER, Leonice. M. Responsabilização docente no contexto daavaliação externa das escolas. In: Almeida, LC; Pino, IR; Pinto,JMR; Gouveia, AB (orgs.). IV Seminário de Educação Brasileira:PNE em foco: Políticas de responsabilização, regime decolaboração e Sistema Nacional de Educação – 1. ed. E-book. –Campinas-SP: CEDES, 2013. v.1.

Referencia