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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS COORDENAÇÃO DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE AVALIAÇÃO DA VELOCIDADE DE PICO SISTÓLICO NOS DIFERENTES SEGMENTOS DA ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA FETAL JOÃO FÉLIX DIAS CUIABÁ (MT) JULHO / 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

COORDENAÇÃO DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

AVALIAÇÃO DA VELOCIDADE DE PICO SISTÓLICO NOS DIFERENTES SEGMENTOS DA ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA FETAL

JOÃO FÉLIX DIAS

CUIABÁ (MT) JULHO / 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS COORDENAÇÃO DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO

MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

AVALIAÇÃO DA VELOCIDADE DE PICO SISTÓLICO NOS DIFERENTES SEGMENTOS DA ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA FETAL Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Federal de Mato Grosso, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências da Saúde. Área de concentração: Reprodução Humana e Climatério. Linha de Pesquisa: Medicina Fetal. JOÃO FÉLIX DIAS

ORIENTADOR: PROFESSOR DOUTOR ANSELMO VERLANGIERI CARMO

Cuiabá (MT) JULHO / 2007

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FICHA CATALOGRÁFICA

D541a Dias, João Félix Avaliação da velocidade de pico sistólico nos

diferentes segmentos da artéria cerebral média fetal / João Félix Dias. – 2007.

60p. : il. ; color. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de

Mato Grosso, Faculdade de Ciências Médicas, Pós-graduação em Ciências da Saúde, Área de concen- tração: Reprodução Humana e Climatério, Linha de Pesquisa: Medicina Fetal, 2007. “Orientação: Prof.º Dr.º Anselmo Verlangieri Carmo”.

CDU – 616.8:616.13-053.13 Índice para Catálogo Sistemático 1. Artéria cerebral média 2. Artéria cerebral média – Pico sistólico – Velocidade 3. Feto – Artéria cerebral média 4. Pico sistólico – Velocidade – Artéria cerebral média 5. Artéria cerebral média – Feto – Dopplervelocimetria 6. Dopplervelocimetria

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS COORDENAÇÃO DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE Reitor: Prof. Dr. Paulo Speller Pró-Reitora de Pós-Graduação: Profª. Drª. Marinez Issac Marques

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS Diretor: Prof. Dr. Domingos Tabajara de O. Martins Coordenador de Ensino de Pós-Graduação: Prof. Dr. Anselmo Verlangieri Carmo MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE Colegiado: Prof. Dr. Francisco José Dutra Souto Profª. Drª. Regilane Matos da Silva Prof. Dr. Anselmo Verlangieri Carmo Prof. Dr. José Eduardo Aguilar Nascimento Prof. Dr. Sebastião Freitas de Medeiros Relatores da qualificação: Prof. Dr. José Meirelles Filho Profª. Drª. Regilane Matos da Silva CUIABÁ – MATO GROSSO JULHO/2007

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BANCA EXAMINADORA MESTRANDO: João Félix Dias ORIENTADOR: Anselmo Verlangieri Carmo MEMBROS: 1. Prof. Dr. Seizo Miyadahira 2. Prof. Dr. José Eduardo Aguilar Nascimento

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"O começo da sabedoria é encontrado na dúvida; duvidando começamos a questionar, e procurando podemos achar a verdade." (Pierre Abelard)

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DEDICATÓRIA Este trabalho é dedicado a: Creuza Maria Medeiros, minha querida esposa e companheira de todos os momentos; Pedro Augusto Medeiros Dias, meu querido Primogênito; João Pedro Medeiros Dias, nosso lindo bebê Recém-chegado; Aos meus queridos pais e irmãos.

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AGRADECIMENTOS

A Deus pela vida, saúde, disposição e todas as graças que nos permitiram dedicar a

este projeto.

Aos meus pais que, na sua simplicidade, sempre souberam valorizar e incentivar-me

a percorrer este caminho.

À minha família que sempre apoiou e soube aceitar e dividir o precioso tempo

dedicado ao desenvolvimento deste trabalho.

Especial agradecimento ao meu orientador, Professor doutor. Anselmo Verlangieri

Carmo, pela paciência, apoio, atenção, divisão de seu precioso tempo disponível com

sua família nos finais de semana e feriados. Pelo conhecimento e experiência de vida

compartilhada.

A todas as pacientes que aceitaram livremente participar deste estudo, permitindo

que seus fetos fossem avaliados, oferecendo assim o objeto mais valioso deste

trabalho. Nossos sinceros e profundos agradecimentos.

À diretoria do Hospital Geral Universitário (HGU) e ao Departamento de

Ginecologia e Obstetrícia pela cessão da infra-estrutura da instituição.

Aos médicos e enfermeiros do ambulatório de pré-natal do HGU, pelos auxílios

prestados na seleção das pacientes.

Aos acadêmicos Ruthane de Amorim Mazuy e Juliane Falcci de Oliveira do internato

de medicina do HGU que contribuíram com a seleção e convocação para o estudo.

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Aos ex-residentes do HGU que contribuíram prestimosamente para a seleção dos

pacientes: Laerte Basso Júnior, Fabíola Lauren de Castro Sulzbacher, Juliana Paula

Louzich Coelho, Morales Fernando Martins Leite, Celso Vargas Reis.

Às secretárias da clínica Fetalcare Simone Verlangieri Carmo e Maura Alves

Martinello pela contribuição na coleta de dados.

À Clínica Clinmed pela cessão do espaço para sua utilização durante a fase de coleta

de dados.

Ao Dr. Wilson de Barros que cedeu toda sua infra-estrutura – Sonodiagnoses- na fase

de coleta. E Candice de Barros, sua filha, ex-acadêmica de medicina do HGU.

Ao Dr. Carlos Eduardo Epaminondas, pelo apoio na fase de coleta.

Aos colegas de atividades docentes do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do

HGU, pelo apoio dispensado.

A Alexandre Maitelli, pelas substituições na atividade de pré-natal.

A Maria Aparecida Mazzutti, pelo apoio na execução do projeto em suas diversas

fases, pela solicitude, tolerância, e apoio logístico na fase de elaboração do projeto,

na seleção dos pacientes, na fase de escrita da dissertação.

A Ranuce Aziz Ydi, pela substituição na atividade de visita à enfermaria nas quartas-

feiras.

A Paulo Roberto Dutra Leão, pela substituição na atividade de visita à enfermaria

nas segundas- feiras.

À professora Creusa Dal Bó (Universidade de São Paulo) que nos prestou assessoria

na análise estatística, pela solicitude, boa vontade e disposição em nos atender.

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E a professora Silvana Meira (Universidade Federal de Mato Grosso), pela

disposição, boa vontade e empenho na assessoria estatística.

Ao Professor doutor José de Souza Nogueira, pelo auxilio e prestimosidade em

relação à interpretação dos fatores físicos associados aos diferentes valores de PSV

encontrados nos diversos segmentos vasculares..

À jornalista e amiga Francisca Medeiros pela revisão do texto.

Aos professores e colegas do mestrado, pelos conhecimentos, carinho e solidariedade

compartilhados.

À Diretoria do Pronto-Socorro de Várzea Grande pela autorização das substituições

dos plantões, na pessoa da Diretora Clínica Maria das Dores Gonçalves Silva.

À Gerência da Policlínica Silvio Curvo do bairro Pascoal Ramos, na pessoa de

Rosana Dias Velasco, pela liberação antecipada das férias, após final da licença sem

ônus para assuntos particulares.

Àqueles que, mesmo anonimamente no exercício de suas funções, contribuíram para

a concretização deste trabalho. Como, por exemplo, ao pessoal do apoio técnico, ao

pessoal da limpeza etc.

À Secretaria da Pós-graduação na pessoa de Ana Paula Campos Ferreira, pelos

esclarecimentos das dúvidas relativas aos trâmites burocráticos da Pós-graduação.

Enfim, a todas àquelas pessoas que, por um lapso de memória não foram citadas, mil

perdões e meu muito obrigado.

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SUMÁRIO

Sumário...........................................................................................................................

Lista de Abreviaturas e Siglas ........................................................................................

Lista de Figuras...............................................................................................................

Lista de Tabelas ..............................................................................................................

Lista de Anexos ..............................................................................................................

Resumo ...........................................................................................................................

Abstract ...........................................................................................................................

1- INTRODUÇÃO...................................................................................................1

1.1 Aspectos fisiopatológicos da Dopplervelocimetria na

anemia fetal................................................................................................4

1.2 Dopplervelocimetria da artéria cerebral média e o estudo

da anemia fetal ...........................................................................................6

1.3 Estudos Dopplervelocimétricos em diferentes segmentos

da artéria cerebral média fetal...................................................................10

2- JUSTIFICATIVA ..............................................................................................13

3- OBJETIVOS......................................................................................................16

3.1 Objetivos gerais ..........................................................................................17

3.2 Objetivos específicos ..................................................................................17

4- MATERIAIS E MÉTODOS..............................................................................18

4.1 Casuística: ...................................................................................................19

4.1.1 Critérios de inclusão ................................................................................19

4.1.2 Critérios de exclusão................................................................................19

4.1.3 Considerações éticas ................................................................................20

4.2. Método:.....................................................................................................20

4.2.1 Cálculo da idade gestacional....................................................................20

4.2.2 Obtenção do sonograma...........................................................................20

4.2.3 Cálculo do pico sistólico de velocidade...................................................21

4.3. Análises estatísticas ..................................................................................23

4.3.1 Cálculo do tamanho da amostra...............................................................23

4.3.2 Comparação entre os diversos segmentos vasculares..............................24

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4.3.3 Estudo da variabilidade intra e interobservador ......................................24

5- RESULTADOS .................................................................................................26

6- DISCUSSÕES ...................................................................................................31

6.1 Generalidades..............................................................................................32

6.1.1 Sobre a metodologia empregada..............................................................32

6.1.2 Análise dos N dos trabalhos comparados ................................................33

6.1.3 Análise comparativa das idades gestacionais ..........................................33

6.1.4 Análise dos aparelhos utilizados nos estudos relatados...........................34

6.1.5 Análise estatística realizada nos relatos...................................................34

6.2 Sobre os resultados obtidos.........................................................................35

6.2.1 As medidas do PSV da ACM em seus diferentes segmentos ..................35

6.2.2 Análise de variância mista e procedimento de Tukey .............................36

6.2.3 Variabilidade intra e interobservador ......................................................39

6.2.4 Controvérsia na literatura médica do PSV da ACM................................39

6.3 Limitações do estudo ..................................................................................40

6.4 Perspectivas futuras ....................................................................................40

7- CONCLUSÕES.................................................................................................42

8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................44

9- ANEXOS...........................................................................................................56

9.1 Anexo 1- Termo de aprovação da comissão de ética..................................57

9.2 Anexo 2- Termo de consentimento livre e esclarecido...............................58

9.3 Anexo 3- Protocolo B1 de coleta de dados.................................................59

9.4 Anexo 4- Tela de entrada de dados do banco de dados ..............................60

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LISTA DE ABREVIATURAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACM – Artéria cerebral média fetal.

CIUR – Crescimento fetal intra-uterino restrito.

cm – Centímetro.

cm/seg – Centímetro por segundo.

cut off – Ponto de corte.

DHPN – Doença hemolítica perinatal.

D2 – Segmento intermediário 2 da ACM distal.

Doppler – Dopplerfluxometria.

DP – Desvio padrão.

D3 – Segmento distal 3 imediatamente antes da bifurcação da ACM distal.

D1 – Segmento distal 1 logo após a origem da ACM distal.

DUM – Data da última menstruação.

e. g. – Em geral.

ep – Erro padrão.

FIGO – Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia.

g/dl – Grama por decilitro.

Hb – Hemoglobina.

HGU – Hospital Geral Universitário.

IG – Idade gestacional.

IgG – Imunoglobulina G.

IgM – Imunoglobulina M.

IP – Índice de pulsatilidade.

ISBT – Sociedade Internacional de Transfusão de Sangue

MEEP – Múltiplos da estimativa de erro padrão.

MHz – Mega Hertz.

mm – Milímetro.

MoM – Múltiplos da mediana.

OMS – Organização Mundial da Saúde.

P2 – Segmento intermediário 2 da ACM proximal.

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LISTA DE ABREVIATURAS

pH – Nível de acidez do meio analisado.

PS – Pico sistólico

PSV – Pico sistólico da velocidade.

P1 – Segmento inicial 1 logo após a origem da ACM proximal.

P3 – Segmento distal 3 imediatamente antes da bifurcação da ACM proximal.

Rh – De fator Rhesus, do sistema de classificação sanguínea pela presença ou não do

antígeno de superfície da hemácia.

Rh+ - Presença antígeno Rh na superfície da hemácia.

ROC – Receiver operator characteristic.

TIU – Transfusão intra-uterina.

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LISTA DE FIGURAS

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Polígono de Willis e ACM proximal e distal........................................... 21

Figura 2. Segmentos da ACM proximal (P1, P2 e P3) e distal (D1, D2 e D3) para

obtenção do sonograma e cálculo do PSV. .............................................................. 22

Figura 3. Seleção de cinco sonogramas uniformes da ACM para cálculo do PSV (PS

na figura)................................................................................................................... 23

Figura 4. Gráfico do PSV em cm/seg na ACM proximal nos segmentos P1, P2 e P3

versus a idade gestacional em semanas..................................................................... 28

Figura 5. Gráfico do PSV em cm/seg na ACM distal nos segmentos D1, D2 e D3

versus a idade gestacional em semanas.................................................................... 29

Figura 6. Equação de Poiseuille. Fonte: omega.ilce.edu.mx.Data 19/04/2007....... 38

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LISTA DE TABELAS

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Média do valor do PSV medido nas 6 localizações diferentes avaliadas na

ACM distal (D) e proximal (P).................................................................................. 27

Tabela 2. Tabela dos coeficientes de correlação de Pearson (r) do PSV da ACM e a

idade gestacional para cada segmento avaliado. ....................................................... 28

Tabela 3. Comparação entre os valores do PSV da ACM obtidos nas 6 localizações

avaliadas. Proximal (P) e distal (D). ........................................................................ 30

Tabela 4. Tabela comparativa dos coeficientes de correlação de Pearson (r) do PSV

da ACM e a idade gestacional no presente estudo e no de ABEL et al 2003.

................................................................................................................................... 36

Tabela 5. Tabela comparativa dos valores dos coeficientes de correlação intra e

interobservador nos estudos comparados. ................................................................ 39

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LISTA DE ANEXOS

LISTA DE ANEXOS

Anexo I. Termo de aprovação do comitê de ética em pesquisa do Hospital

Universitário Júlio Müller.......................................................................................... 57

Anexo II. Termo de consentimento livre e esclarecido............................................. 58

Anexo III. Ficha de coleta de dados.......................................................................... 59

Anexo IV. Página de entrada de dados do banco de dados....................................... 60

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RESUMO

RESUMO

AVALIAÇÃO DA VELOCIDADE DE PICO SISTÓLICO (PSV) NOS

DIFERENTES SEGMENTOS DA ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA (ACM)

FETAL. Dias, J.F. Dissertação submetida à Coordenação de Pós-Graduação em

Ciências da Saúde da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Federal de

Mato Grosso, como requisito parcial para a obtenção do Título de Mestre em

Ciências da Saúde. Orientador: Professor doutor Anselmo Verlangieri Carmo.

Introdução. O PSV da ACM é parâmetro que atualmente tem se destacado e

substituído a espectrofotometria do líquido amniótico na avaliação da anemia fetal

pela sua praticidade e por se tratar de método não invasivo. A informação de sua

variabilidade nos diversos segmentos da ACM é importante na comparação entre os

diversos estudos e pode ser de utilidade na prática clínica. Objetivos. O objetivo

desta investigação é determinar a variabilidade do PSV nos diferentes segmentos da

ACM proximal e distal em fetos hígidos. Materiais e Métodos. Realizou-se estudo

transversal com 44 gestantes hígidas, entre 20 e 35 semanas de idade gestacional,

submetidas a exame do PSV da ACM fetal. Foram analisados três segmentos de

ambas as ACM denominadas proximal (P1), média (P2) e distal (P3) em relação ao

Polígono de Willis. Tais segmentos foram definidos arbitrariamente pela divisão da

imagem do Doppler colorido da ACM, visualizados em três seções de igual

comprimento. A artéria cerebral média distal foi dividida de forma análoga (D1, D2,

D3). Realizou-se análise de variância mista ajustada pela idade gestacional,

calculando-se as médias para cada segmento e comparando-os entre si.

Adicionalmente realizou-se análise da variabilidade intra e interobservador com dez

fetos de gestantes normais. Resultados. O único segmento que apresentou valores

significativamente menores em relação aos demais foi o D3 (36,20 + 0,87 cm/seg, IC

a 95% de 34,48 – 37,92 cm/seg). Ressalta-se que este segmento demonstrou

tendência à redução em relação ao P3 (39,42 + 0,87 cm/seg, IC a 95% 37,70 – 41,14

cm/seg), porém não alcançou diferença estatisticamente significativa. O coeficiente

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RESUMO

de correlação intraclasses para o estudo intra-observador nos segmentos P1 e P2

variaram de 0,97 a 0,99 (p< 0,001) e para o interobservador de 0,96 a 0,98 (p<

0,001), todos considerados de forte correlação. Conclusão. Esses dados sugerem que

o PSV nos segmentos proximais e intermediários da ACM fetal proximal e

contralateral não apresenta diferenças estatisticamente significativas. Porém, devido

diferença significativa no D3, seria recomendável evitar insonar o segmento distal da

ACM contralateral.

Palavras-chave. Pico sistólico velocidade, variabilidade, artéria cerebral média fetal,

feto, Dopplervelocimetria.

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ABSTRACT

ASSESSMENT OF THE FETAL MIDDLE CEREBRAL ARTERY PEAK

SYSTOLIC VELOCITY IN DIFFERENT SEGMENTS. Dias, J.F. Dissertation

submitted to the Coordination of Masters degree in Sciences of the Health of the

Faculty of Medical Sciences of the Federal University of Mato Grosso, as partial

requirement for the obtaining of Master's Title in Sciences of the Health. Advisor:

Teacher Anselmo Verlangieri Carmo PhD.

Introduction. PSV of MCA is parameter that now has outstanding and substituted

the spectrophotometry of the liquid amniotic in the evaluation of the fetal anemia for

the quality of something which is practical and for treating of no invasive method.

The information of your own variability in the several segments of MCA is important

in the comparison among the several studies and it can be of usefulness in practice

clinic. Objective. The objective of this investigation is to determine the variability of

PSV in the different segments of the proximal and contralateral fetal MCA in healthy

fetuses. Materials and Methods. The type of study was cross sectional and utilizing

44 healthy pregnant women, between 20 and 35 weeks of age gestational, submitted

to exam of PSV of fetal MCA. Three segments of both MCA denominated proximal

(P1), intermediate (P2) and distal (P3) were analyzed in relation to Willis' Polygon.

Such segments were defined arbitrarily for the division of the image of colored

Doppler of MCA, visualized in three sections of equal length. The distal MCA was

divided in a similar way (D1, D2, and D3). It was performed analysis of adjusted

mixed variance for the gestational age, calculated the means for each segment and

compared them amongst themselves. Additionally it was carried out analysis of the

variability intra and interobserver with ten fetuses of normal pregnancies. Results.

The only segment that presented values significantly smaller in relation to the others

was D3 (36, 20 + 0,87 cm/s, CI to 95% of 34, 48 - 37, 92 cm/s). The P3 segment

demonstrated tendency to reduction in the value of PSV (39, 42 + 0,87 cm/s, CI to

95% of 37,70 - 41,14 cm/s), however, it didn't reach difference statistically

significant. The coefficient of correlation intraclass for the study intra-observer in the

segments P1 and P2 varied from 0, 97 to 0,99 (p < 0,001) and for the inter-observer

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INTRODUÇÃO 2

from 0,96 to 0,98 (p < 0,001), all considered as strong correlations. Conclusions.

Those data suggest that the PSV measured in the proximal and midlength of the

proximal and contralateral MCA do not show statistical differences. The distal

segment of the contralateral MCA should be avoided.

Key words: Peak systolic velocity, Variability, fetal middle cerebral artery, fetus,

Doppler.

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INTRODUÇÃO 3

1.0 INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO 4

O estudo da Dopplervelocimetria na Obstetrícia moderna vem ganhando cada vez

mais importância em virtude de sua vasta aplicabilidade prática. Do ponto de vista

clínico a utilização desse método possibilita o diagnóstico de sofrimento fetal

crônico, através da avaliação da resistência no território materno-fetal 1-4 e da anemia

fetal por vezes mesmo em estágios iniciais 5.

Durante a vida intra-uterina o feto pode sofrer anemia por diversas causas, sendo a

mais comum a aloimunização Rh. Outras causas, menos comuns, podem ser citadas

como aloimunização por outros antígenos como, por exemplo: do sistema Kell

antígeno Kell; do sistema Celano, anti-C; Lewis; Duffy, antígenos Fy - anti-Fya

(mais freqüente) e anti Fyb; sistema P, anti-P; sistema MNS, antígenos S, s e U;

sistema Kidd antígenos JKa e JKb ; sistema Diego, antígenos Dia e Dib ; sistema

Cartwright, antígenos Yta e Ytb; sistema Scianna antígenos Sc1 e Sc2; sistema

Colton, antígenos Coa e Cob e outros antígenos série 901 de alta incidência e

antígenos série 700 de baixa incidência de nomenclatura da Sociedade Internacional

de Transfusão Sanguínea (ISBT)6. Infecções, notadamente a causada pelo parvovírus

B19 e citomegalovírus e a alfa-talassemia, dentre outras7-12.

Diversos parâmetros têm sido utilizados na avaliação da anemia fetal. A história

clínica no diagnóstico e prognóstico das gestantes susceptíveis à doença hemolítica

perinatal (DHPN) tem-se mostrado de fraco valor prognóstico na avaliação da

anemia fetal por DHPN 13.

A espectrofotometria do líquido amniótico é uma dessas provas desenvolvidas para a

avaliação desses fetos, através da realização da amniocentese e coleta do líquido

amniótico livre de contaminação. Porém, tem sido notadamente falha antes da

vigésima - sexta semana de gestação14. Além de acrescer o risco de infecção

materno-fetal, perda da gestação e piora da aloimunizacao15-20.

A ultra-sonografia é método importante de avaliação e acompanhamento de gestantes

aloimunizadas, pois se trata de método não invasivo, sem radiação, podendo ser

utilizado freqüentemente. Alguns sinais estão associados ao desenvolvimento de

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INTRODUÇÃO 5

anemia fetal como espessamento e aumento da ecogenicidade placentária, edema de

pele e tecido subcutâneo, derrame pericárdico e ascite 21, 11, 22. Apesar destas

vantagens da ultra-sonografia, alguns casos de anemia moderada e às vezes graves

podem não ser identificados somente pela ultra-sonografia. Do ponto de vista prático

esses sinais não foram capazes de diminuir a morbimortalidade perinatal, pois

identificam apenas fetos gravemente comprometidos 23, 24.

A Dopplervelocimetria da ACM atualmente desempenha papel definidor de conduta

em fetos com suspeita de anemia. Pode-se partir para conduta intervencionista ou

conservadora. A primeira era amplamente utilizada antes do advento da

Dopplervelocimetria tendo como conseqüência aumento da morbidade e mortalidade

materno-fetal. Atualmente os principais centros de medicina fetal mundiais utilizam

tal método para detecção da anemia fetal 25- 27.

Nos EUA a incidência é de 6,7 por 1000 nascidos vivos 28. No Brasil faltam dados

confiáveis que permitam a cálculo da taxa de incidência nacional de aloimunização.

BIOCHI et al. (2005)29, utilizando dados do Ministério da Saúde e seus dados

populacionais obtidos em São Paulo, estimaram em 311 novos casos potenciais por

ano apenas entre as puerperas de nativivos.

Apesar da prevalência de forma global estar se reduzindo, a pesquisa da anemia fetal

não diminui em importância em países onde o acesso à imuno-profilaxia não é

universal. Adicionalmente, a detecção de anemia se faz imperiosa em centros de

medicina fetal para o diagnóstico diferencial com anemia leve e moderada que não

requerem intervenção e hidropisia de causa não anêmica, minimizando o impacto de

procedimentos invasivos em fetos por vezes moribundos.

Estudos sobre a padronização da obtenção de valores utilizados para o diagnóstico de

anemia fetal vêm comprovando que a Artéria Cerebral Média (ACM) é o vaso de

escolha para tal investigação 13, 25. O estudo sobre a padronização em relação aos

segmentos insonados se faz necessária para que assegure a reprodutibilidade do

método e, por conseguinte, a sua confiabilidade.

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INTRODUÇÃO 6

1.1 Aspectos fisiopatológicos da Dopplervelocimetria na anemia fetal.

A Doença Hemolítica Perinatal (DHPN) é a causa mais comum de anemia fetal.

Observa-se destruição das hemácias fetais e presença de suas formas jovens ou

imaturas na circulação periférica (eritroblastos), com atividade persistente e anômala

de focos extra-medulares de hematopoese 30.

Na incompatibilidade sanguínea materno-fetal por fator Rh, a gestante Rh negativo

produz anticorpos que atravessam a placenta e destroem as hemácias do concepto Rh

positivo, resultando em anemia fetal 31. Nesse caso os genes Rh produzem vários

antígenos, se destacando o D, C, E, c e e. Destes o antígeno D é o mais importante

por ser o mais e imunogênico 23 e freqüente.

A instalação do quadro de anemia fetal é definida pelo encontro do nível de

hemoglobina (Hb) abaixo dos valores de referência de normalidade. Para

classificação da anemia utilizam-se tabelas de referência 24, 32. A anemia pode ser

graduada pela Dopplervelocimetria em leve, moderada e grave, entre 0,84 e 0,65

múltiplos da mediana (MoM), 0,65 e 0,55 e menor que 0,55 MoM, respectivamente

de acordo com Mari et al.(2000)24. Segundo NICOLAIDES et al. (1993)32 a anemia

pode ser graduada em moderada e grave, Hb entre -2 e -4 DP e menor que -5DP,

respectivamente. No nosso meio, CARMO (2001)5 classificou tal deficit de forma

semelhante, considerando anemia leve/moderada o valor da Hb entre -3DP e -4DP e

grave menor que -5DP.

O processo inicial de aloimunização se desencadeia quando ocorre o fenômeno da

sensibilização materna pelo antígeno Rh onde variável volume de hemácias fetais

(Rh+) alcançam a circulação materna desprovidas do antígeno Rh, estimulando a

produção de anticorpos pelos linfócitos B - resposta imunológica primária - com

produção de IgM anti-D. Após novo estímulo, ou seja, passagem de sangue fetal para

a circulação materna, resulta na resposta imunológica secundária com produção de

IgG anti-D, que atravessa a placenta e inicia no feto, todo o processo de hemólise,

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INTRODUÇÃO 7

icterícia, anemia, eritropoiese extra-medular, hipoalbuminemia, insuficiência

cardíaca e hidropisia 33.

A resposta compensatória fetal para a anemia compreende aumento do débito

cardíaco e diminuição da resistência periférica fetal, particularmente em órgãos

vitais, além de ocorrer diminuição da viscosidade sanguínea como conseqüência da

própria anemia. Esta resposta leva ao aumento do fluxo sanguíneo para órgãos vitais

tais como o cérebro, coração e glândulas supra-renais 34, 35. O aumento do débito

cardíaco nesses fetos resulta principalmente do aumento de volume sistólico, e não

pela elevação da freqüência cardíaca fetal 16.

O fluxo vascular encontra-se aumentado na anemia fetal. Tal parâmetro pode ser

definido como o produto da velocidade média pela área transversal do vaso. Como

não ocorre mudança neste último, o aumento na velocidade sanguínea se reflete na

elevação do fluxo, estabelecendo a circulação hiperdinâmica da anemia fetal, com

elevação do débito cardíaco para manter adequada liberação do oxigênio aos tecidos 36, 37.

A correlação entre anemia e a elevação do débito cardíaco pode ser mediada pelo

aumento do volume corrente devido a três fatores principais: diminuição da

viscosidade sanguínea, produzindo aumento do retorno venoso 38; vasodilatação

periférica hipóxica, resultando em diminuição da resistência periférica e estimulação

hipóxica de quimiorreceptores, responsável pelo aumento da contratilidade

miocárdica 39. Apesar da diminuição do conteúdo de oxigênio proporcional ao grau

de anemia, a pressão parcial de oxigênio, de gás carbônico e o pH permanecem

geralmente na faixa de normalidade, mantendo a oxigenação tecidual provavelmente

pela diminuição da afinidade do oxigênio pela hemoglobina em conseqüência à

elevação do 2,3- difosfoglicerato.

Diante da anemia moderada a concentração de lactato na artéria umbilical está

elevada. Porém, retorna aos níveis normais na veia umbilical após depuração

placentária 40. Na anemia grave a concentração de lactato na veia umbilical se eleva

exponencialmente, conseqüência do esgotamento da sua capacidade de depuração.

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INTRODUÇÃO 8

Quando a hemoglobina se encontra abaixo do quinto desvio padrão associa-se ao

surgimento da hidropisia fetal em conseqüência da falência miocárdica, instalação da

eritropoiese hepática que pode causar hipertensão porta e hipoproteinemia 33.

1.2 Dopplervelocimetria da artéria cerebral média e o estudo da anemia fetal.

Recentemente os avanços tecnológicos na área da ultra-sonografia e

Dopplervelocimetria permitiram a ampliação dos conhecimentos médicos de forma

crescente na área de medicina fetal. Nesse contexto, dentre as patologias que podem

ser tratadas no ambiente intra-uterino, a anemia fetal por aloimunização Rh é a que

oferece a forma mais completa e com melhores resultados.

Visando maior acurácia nos resultados na condução dessa patologia, tem-se buscado

meios diagnósticos que permitam avaliação mais precisa dos fetos com detecção de

níveis de comprometimento precoce com conseqüente melhora do prognóstico.

A Dopplervelocimetria não é invasiva e comprovadamente se associa ao quadro de

anemia fetal. Os fetos anêmicos apresentam circulação hiperdinâmica à custa

principalmente da diminuição da viscosidade sanguínea dentre outros fatores

descritos acima. Tal modificação na hemodinâmica fetal pode ser detectada, através

dessa metodologia simples e rápida.

Nos estudos visando à avaliação da anemia fetal utilizando-se a Dopplervelocimetria,

diversos vasos foram analisados, incluindo artérias e veias: artéria uterina materna 41, 37, artéria umbilical 42, 37, aorta torácica descendente 42, 37, artérias carótidas comuns 37, artéria cerebral média 38, 43-45, segmento intra-hepático da veia umbilical 46, 42, veia

cava inferior 42, 47, ducto venoso 48, 47, e inclusive a do coração 41, 49, 35, 47. No estudo

da circulação cerebral, as atenções recaíram sobre a ACM, vaso que se origina na

artéria carótida interna na região do círculo de Willis e apresenta medidas de

comprimento acima de 2 cm a 4 cm. É identificada como segmento retilíneo muito

proximamente à grande asa do osso esfenóide, entre a fossa craniana anterior e

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INTRODUÇÃO 9

média. Atribui-se 80% do suprimento sanguíneo para o hemisfério cerebral à ACM 50, 51, 52. No seu curso lateral para a fissura de Sylvius tal artéria irriga o corpo

estriado, o gânglio basal, a ínsula e o giro frontal inferior.

A ACM é de fácil identificação e requer pequeno ângulo de insonação para

determinação acurada da velocidade sistólica sanguínea. Além disso, tal vaso

demonstra boa reprodutibilidade, o que torna sua avaliação confiável 53. A utilização

da ACM também se presta à detecção de alterações na restrição de crescimento fetal,

visto ser vaso cerebral mais sensível a pequenas alterações hemodinâmicas fetais,

seja por redução da pressão parcial de oxigênio ou por queda da pressão arterial,

respondendo, via de regra, com vasodilatação 54.

O PSV se destacou dentre os estudos das velocidades, pois se mostrou menos sujeito

a erros 55, 56. Dentre as vantagens pode-se citar a não dependência do posicionamento

da amostra do volume cobrir toda luz vascular e de não ser necessária a utilização de

baixos filtros do Doppler 38.

O estudo pioneiro de MARI et al. (1995)45 sobre o PSV da ACM na investigação da

anemia fetal representou marco histórico. Na fase inicial do estudo, utilizaram um

grupo de gestantes para a determinação da curva de normalidade desse parâmetro ao

longo da gestação. Em seguida, utilizando um segundo grupo analisou fetos em risco

para anemia e, então, com base nesses dois grupos desenvolveram teste para a

detecção da anemia fetal. Para isso, utilizaram a curva receiver operator

characteristic (ROC). Foi atribuído o valor do cut off de 0,8 múltiplos da estimativa

de erro padrão (MEEP), que distinguiria fetos anêmicos dos não anêmicos. Acresceu-

se mais dois pontos de cut off à curva, devido à ocorrência de dois casos de falso

negativo implicando na existência de quatro zonas de risco para anemia: zona A

(menor que 0,8 MEEP), B (entre 0,0 e 0,8), C (entre 0,0 e -0,5) e D (menor que -

0,5). Na etapa seguinte desse estudo, um terceiro grupo de gestantes foi analisado.

Todos os fetos anêmicos apresentaram PSV acima da média normal, demonstrando

que quando o PSV da ACM estava acima da média, essa metodologia apresentava

sensibilidade de 100% e especificidade de 50% em detectar anemia fetal. Esses

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INTRODUÇÃO 10

autores concluíram que a aferição desse parâmetro passava a representar nova

metodologia, não invasiva, na detecção da anemia fetal em gestações complicadas

com DHPN.

No Brasil foi construída curva de normalidade do Doppler da artéria cerebral média

fetal 53. O período estudado foi entre a vigésima e quadragésima semana de gestação.

O PSV da ACM aumentou de forma exponencial com o progredir da gestação e

apresentou valores semelhantes aos da curva de MARI et al. (1995)45.

Em estudo subseqüente do mesmo grupo utilizando o PSV da ACM reforçaram a

hipótese de ser este um dos melhores vasos para a predição de anemia fetal. A

hemoglobina fetal se encontrava abaixo de 0,84 a 0,65 múltiplos da mediana (MoM)

para a idade gestacional na anemia leve; menor que 0,65 a 0,55 na moderada e

abaixo de 0,55, na grave. A sensibilidade encontrada foi de 100% para anemia

moderada e grave, com ponto de corte de 1,5 MoM para o PSV-ACM corrigido para

a idade gestacional com taxas de falso positivo de 12% 24.

No Brasil também se demonstrou resultados satisfatórios. O PSV da ACM foi forte

preditor de anemia fetal em fetos sem transfusão prévia. O coeficiente de correlação

foi de 0,83 em fetos sem Transfusão Intra-Utero (TIU) prévia e 0,67 (ambos com p <

0,0001) no grupo com TIU prévia 5.

Em revisão recente SEGATA e MARI (2004)57 concluíram que o PSV da ACM é o

melhor método não invasivo para predizer a anemia fetal, porém o treinamento dos

profissionais em ultra-sonografia é pré-requisito básico para obtenção de resultados

satisfatórios. CARMO (2001)5 sugere tal avaliação em centros terciários em mãos

devidamente familiarizadas com a técnica, pois pode requerer realização de

procedimento invasivo, TIU, que pode por vezes vir a resultar em óbito fetal.

MARI et al. (2005c)58 demonstraram nível elevado de reprodutibilidade com baixa

variação inter e intra-observador na avaliação do PSV da ACM por examinadores

bem treinados, semelhantes aos dados de ABEL et al. (2003)59.

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INTRODUÇÃO 11

O ponto de corte utilizado para o PSV da ACM varia conforme o autor e curva de

normalidade utilizada. Para MARI et al. (2000)24 valores acima de 1,5 MoM para

idade gestacional são considerados de risco para anemia grave, requerendo avaliação

minuciosa com possível indicação de TIU 25. Do mesmo modo, CARMO (2001)5

encontrou ponto de corte semelhante, entretanto tal autor sugere acompanhamento

até o +2DP para indicação formal da TIU, pois nesse nível não constatou nenhum

caso de hidropisia fetal sem TIU prévia. Ambos os autores acima defendem a

determinação da tendência dos valores do PSV da ACM como fator decisivo na

realização de cordocentese com TIU.

Alguns autores têm usado referência do desvio padrão (DP) da média para a idade

gestacional, encontrando aumento do PSV da ACM de 1-2 DP da média preditor do

hematócrito fetal. Caso a anemia fetal venha a ser de 2-3 DP a 3-4 DP, ambas as

sensibilidade e especificidade do PSV da ACM aumentam (TEIXEIRA et al.

(2000)13, HERNANDEZ-ANDRADE et al. (2004)60 . Entretanto esta não é a única

referência de DP, encontramos também taxa de corte de 1.5 DP acima da média

sendo aplicada a fetos anêmicos gravemente comprometidos, com baixa taxa de

falso-positivos (PEREIRA et al., 2003)20 .

Em se tratando de avaliação de fetos gravemente comprometidos e transfundidos,

apesar de ser com sangue de adultos que diferem do fetal no tipo de célula e de

hemoglobina, não tem afetado a validade dos nomogramas de PSV da ACM na

avaliação da resposta fetal ao tratamento (STEFOS et al. 2002)61 .

Mari et al. (2005d)28 obtiveram dados que sugeriram que há boa correlação entre o

PSV da ACM e a hemoglobina fetal em fetos submetidos a duas transfusões prévias.

O PSV da ACM tem sido aplicado na avaliação de fetos com risco de anemia de

causa imune, incluindo aloimunização Rh, Kell, Duffy; bem como as não imunes

como parvovírus B19, alfa talassemia, hemorragia feto-materna crônica, síndrome de

transfusão feto-fetal, chorioangioma e outros, bem como em estudos longitudinais

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INTRODUÇÃO 12

para detecção de mudanças no PSV da ACM têm sido realizados para prever fetos

que desenvolverão anemia 62.

Em se tratando de fetos com hidropisia e hemoglobina entre 1,0 e 6,1 g/dl, o PSV

médio da ACM foi de +3,8 DP. Ressalta-se que não houve casos de hidropisia com

PSV menor ou igual ao +2 DP 5. Portanto tal nível fornece segurança de que o feto

ainda não se encontra em situação de extrema gravidade com piora de prognóstico.

1.3 Estudos Dopplervelocimétricos em diferentes segmentos da artéria cerebral

média fetal.

Alarga-se o número de publicações sobre o uso do PSV da ACM tanto no rastreio da

anemia fetal quanto em fetos com CIUR (crescimento intra-uterino restrito).

Portanto, houve necessidade de maior conhecimento sobre as possíveis variáveis

influenciadoras na sua avaliação. Uma delas compreende o ponto de aferição no

referido vaso.

LOCCI et al. (1992)63 observaram que o índice de pulsatilidade (IP) da porção

proximal da artéria cerebral média é significativamente menor que o IP da porção

distal da ACM. Foi observada uma tendência a menores valores no índice de

pulsatilidade na porção proximal da ACM comparado com valores da porção média e

distal do vaso.

Reforçando tais achados, HSIEH et al. (2001)64 observaram diferenças significativas

entre os valores do IP entre a porção proximal, média e distal da ACM, com menor

impedância vascular na porção proximal em relação à média e distal.

Por outro lado, discutia-se apenas o segmento inicial da ACM para a obtenção do

PSV. Até recentemente nenhum estudo prévio tinha investigado a relevância clínica

da insonação vascular dos diferentes sítios da ACM 65.

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INTRODUÇÃO 13

Vários estudos avaliando a ACM em fetos normais ou anêmicos têm insonado o vaso

na sua porção mais proximal, na sua origem da artéria carótida interna.

Freqüentemente o vaso mais proximamente ao transdutor é examinado, entretanto,

em muitos estudos não há discussão a respeito de quais das duas porções da ACM foi

selecionada.

MARI et al. (2000)24, em seu estudo examinaram a ACM na sua porção mais

próxima da grande asa do osso esfenóide. LOCCI et al. (1992)63 dividiram a ACM

em duas porções, proximal e distal. A primeira foi definida como distando 10 a 15

mm do quiasma óptico, e a última ao nível da porção Antero-lateral do osso

esfenóide.

AKIYAMA et al. (2003)66, em seu estudo examinou três localizações: a primeira, a

dois milímetros após a origem da carótida interna; a última a dois milímetros antes

da divisão da ACM e a porção média entre esses pontos. Concluíram que a porção

proximal do vaso oferece ótimas medidas devido à baixa variabilidade intra e

interobservador.

AKIYAMA et al. (2003)66, demonstraram que valores do PSV da ACM parece não

mudar significativamente entre 4 diferentes locais que incluiu 3 pontos na ACM

proximal e um ponto na ACM distal.

O comprimento da artéria cerebral média entre a artéria carótida interna e a porção

distal, adjacente ao osso parietal, pode variar de 2 a 4 centímetros. Para ABEL et al.

(2003)59, uniformizar o local de amostra do ACM é essencial para determinar se há

diferença significativa na avaliação do PSV nos diferentes locais do referido vaso:

proximal, médio e distal. É razoável pensar que o PSV da ACM pode variar ao longo

do comprimento vascular invalidando as comparações a serem realizadas pelos

diferentes autores que por vezes utilizam metodologias diferentes. Desse modo

sugerem-se estudos mais detalhados, investigando tal aspecto.

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INTRODUÇÃO 14

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2.0 JUSTIFICATIVA

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JUSTIFICATIVA

16

Na avaliação Dopplervelocimétrica do bem-estar e da anemia fetal nos vasos da

anatomia cerebral, a artéria cerebral média tem sido a mais utilizada. Trata-se de

vaso de fácil insonação e identificação e, portanto, de alta reprodutibilidade, capaz

de prover informações relevantes do organismo do concepto 67, 68.

Na investigação da anemia fetal a Dopplervelocimetria tem se destacado como

meio não invasivo seguro e confiável, preditor do estado de anemia fetal grave,

limitando os procedimentos invasivos, contribuindo para a redução das taxas de

morbimortalidade, relatadas na maioria dos serviços de medicina fetal, taxa de

perda fetal aproximada de 0,5% a 1,5% 23, 69, além dos riscos de infecção e piora

do processo de sensibilização materna com conseqüente piora do processo de

aloimunização.

Apesar de sua incidência ter declinado a anemia fetal devido à aloimunização Rh

ainda representa problema de saúde pública, e é considerada a maior causa de

anemia fetal. Além disso, a anemia fetal com relevância clínica pode ser causada

por aloimunização decorrentes de outros antígenos das hemácias, como anemia por

antígenos anti-c, anti-Kell, e anti-E, anti-C e anti-Fya 23. Outras causas de anemia

fetal são as hereditárias, como a alfa talassemia, e aquelas por infecção (e. g.

citomegalovírus, parvovírus) e sangramento materno fetal 70.

Apesar da introdução da imunoglobulina humana no atendimento de saúde pública

do Brasil a mesma não tem sido utilizada de forma adequada. A imunoglobulina

anti-D no período pré-natal não é universalmente disponível no Sistema Único de

Saúde 71. Deve-se considerar a ocorrência de abortamentos clandestinos e

deficiências da assistência pré-natal como agravantes do problema, contribuindo

para elevar o número de gestantes aloimunizadas atendidas nas maternidades

brasileiras 72.

O pico sistólico de velocidade (PSV) da artéria cerebral média (ACM) tem

substituído a espectrofotometria do líquido amniótico na avaliação da anemia fetal

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JUSTIFICATIVA

17

em diversos protocolos de assistência aos fetos aloimunizados, devido à sua boa

correlação com os níveis de hemoglobina fetal e a vantagem em relação à

espectrofotometria de ser método não invasivo 60, 61, 73.

Existem diversos trabalhos sobre o PSV da ACM na investigação da anemia fetal,

utilizando fetos hígidos e anêmicos, mas poucos investigaram se há diferenças

significativas entre os diferentes segmentos insonados de modo a assegurar a

reprodutibilidade do método através de diferentes metodologias utilizadas. As

abordagens dos diversos segmentos da ACM têm privilegiado a vaso proximal em

detrimento do vaso distal. Carece estudo detalhado sobre o assunto de modo que se

conheça se os diversos segmentos do vaso, homolateral e contralateral, possuem

valores estatisticamente semelhantes. Esse aspecto possui importância do ponto de

vista assistencial, quando por vezes, em clínicas ultra-sonograficas de alta

rotatividade, diante de fetos em posição desfavorável, pode-se vislumbrar a

utilização de outros segmentos vasculares alternativos.

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3.0 OBJETIVOS

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OBJETIVOS

19

3.1 Objetivo geral

3.1.1 Determinar se a Dopplervelocimetria da artéria cerebral média na avaliação

fetal pode ser insonada nos diferentes segmentos vasculares de forma reprodutível.

3.2 Objetivos específicos

3.2.1 Determinar a variabilidade do pico sistólico de velocidade nos diferentes

segmentos da ACM proximal e distal.

3.2.2 Determinar a correlação do PSV da ACM nos diferentes segmentos com a

idade gestacional.

3.2.3 Determinar a variabilidade intra e interobservador na avaliação do PSV da

ACM.

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4.0 MATERIAL E MÉTODOS

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METODOLOGIA

21

4.1 Casuística

Foi realizado estudo observacional, transversal, envolvendo 44 gestantes hígidas,

entre 20 e 35 semanas submetidas a exame de Dopplervelocimetria da ACM, para

avaliação do PSV. As pacientes foram provenientes do pré-natal do Departamento

de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Geral Universitário (Universidade de

Cuiabá) e do Hospital Universitário Júlio Müller (Universidade Federal de Mato

Grosso). O período de estudo foi de junho de 2005 a setembro de 2006.

4.1.1 Critérios de inclusão

Participaram do estudo gestante com gravidez única, com data da última

menstruação (DUM) conhecida, idade gestacional (IG) compreendida entre 20 e 35

semanas e que não apresentavam no momento do exame quaisquer anormalidades

clínicas ou laboratoriais, passíveis de enquadramento nas causas mais comuns de

gestação de alto-risco 74. Todas as pacientes submeteram-se à propedêutica

biofísica e laboratorial da avaliação de rotina no pré-natal, inclusive a avaliação de

ultra-sonografia morfológica.

4.1.2 Critérios de exclusão

Foram considerados critérios de exclusão pacientes que apresentavam

complicações maternas ou fetais até a ocasião da realização do exame. Foram os

casos de intercorrências clínicas como parto pré-termo, diabetes gestacional,

hipertensão induzida pela gestação, doenças imunológicas, aloimunizacao Rh,

hemorragias da gravidez, infecções, dentre outras causas de gestação de alto-risco;

anormalidades no fluxo uterino, fetal e placentário; crescimento fetal anormal

(crescimento intra-útero restrito, macrossomia); alterações no líquido amniótico

(polidrâmnio, oligoidrâmnio); fetos com anormalidades estruturais ultra-

sonograficas; alterações laboratoriais nos exames solicitados na rotina pré-natal.

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METODOLOGIA

22

4.1.3 Considerações éticas

Foi obtida a aprovação do projeto pela comissão de ética da UFMT/HUJM (anexo

I) e a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido pela paciente (anexo

II).

4.2 Método

4.2.1 Cálculo da idade gestacional

A idade gestacional foi calculada pela data da última menstruação, adotando-se o

critério da Organização Mundial de Saúde (OMS), referendado pela Federação

Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), em 1976 30, quando

concordante com parâmetros ultra-sonográficos. Utilizaram-se os dados da

biometria fetal (e.g comprimento cabeça nádega no primeiro trimestre e

circunferência cefálica e comprimento do fêmur no segundo trimestre), antes da

vigésima semana de gestação 75; considerando-se aceitável a variação até 8% 76.

4.2.2 Obtenção do sonograma

Os exames foram realizados nas clínicas de ultra-sonografia Sonodiagnoses e

Fetalcare. Os exames foram realizados com sonda de 3.5 MHz do aparelho modelo

Voluson 730 Expert. General Electric Medical Systems, Milwaukee, Winsconsin.

Todos os exames foram realizados com paciente na posição semi-sentada, na

ausência de contração uterina, diante de freqüência cardíaca fetal fisiológica (110-

160 batimentos por minuto), em absoluto repouso fetal, incluindo os movimentos

respiratórios. O volume de amostra (portão de barras paralelas) foi mantido em

dois mm. Para a obtenção do sonograma da ACM realizou-se secção horizontal do

cérebro, incluindo o tálamo e o cavum do septo pelúcido, plano onde habitualmente

o diâmetro bi parietal é obtido (Figura 1).

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METODOLOGIA

23

Figura 1. Polígono de Willis e ACM proximal (vermelho) e distal (azul).

O transdutor era movido caudalmente em plano paralelo ao anterior, em direção à

base do crânio, sendo visualizadas as fossas anterior, média e posterior. As artérias

cerebrais eram identificadas como duas estruturas pulsando em estreita proximidade

das asas maiores do esfenóide. Sua porção esfenoidal, antes de sua divisão era

insonada através da janela anterior (têmporo-occipital) ou posterior (occipito-

temporal). Após a localização dos vasos em estudo, com o auxílio do mapeamento

colorido, era acionado o dispositivo do Doppler para obtenção das ondas de

velocidade 77.

4.2.3 Cálculo do pico sistólico de velocidade

As medições foram realizadas quando o ângulo de insonação entre o raio do

transdutor e o eixo axial do vaso era o mais proximamente possível do zero grau.

Os sinais de Doppler foram processados pelo analisador do próprio equipamento e

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METODOLOGIA

24

mostrados no monitor, onde as melhores ondas de velocidade eram selecionadas

para estudo. Foram analisados três segmentos de ambas as ACM denominadas

proximal (P1), média (P2) e distal (P3) em relação ao Polígono de Willis. Tais

segmentos foram definidos arbitrariamente pela divisão da imagem do Doppler

colorido da ACM, visualizados em três seções de igual comprimento. A artéria

cerebral média distal foi dividida de forma análoga (D1, D2, D3). (Figura 2).

Figura 2. Segmentos da ACM proximal (P1, P2 e P3) e distal (D1, D2 e D3) para

obtenção do sonograma e cálculo do PSV.

Todos os exames foram realizados pelo mesmo operador no estudo da

variabilidade e na avaliação intra-observador (AVC) e por dois operadores na

avaliação interobservador (AVC e JFD).O cálculo do PSV da ACM foi realizado

automaticamente pelo aparelho, após a seleção de cinco sonogramas uniformes.

(Figura 3).

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METODOLOGIA

25

Figura 3. Seleção de cinco sonogramas uniformes da ACM para cálculo do PSV

(PS na figura).

4.3 Análises estatísticas

4.3.1 Cálculo do tamanho da amostra

O tamanho da amostra foi calculado através do intervalo de confiança a 95%, com

erro beta de 10%. Estimou-se 44 casos, levando-se em consideração o poder do

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METODOLOGIA

26

teste de 90% e desvio padrão de 0,02 cm/s, de acordo com dados de ABEL et al

(2003)59.

4.3.2 Comparação entre os diversos segmentos vasculares

Foram realizadas comparações das médias do PSV entre os seis segmentos

estudados. Os dados foram analisados com o uso de modelo misto de análise de

variância ajustado para a idade gestacional. Os resultados foram apresentados

utilizando-se tanto os valores de p a intervalos de confiança a 95% e, quando

apropriado, usando-se o procedimento de comparação múltiplo de Tukey. Todos os

valores de p foram pareados e valores < 0,05 considerados estatisticamente

significativos. Realizou-se regressão linear simples e os coeficientes de correlação de

Pearson foram calculados para valores do PSV em cada segmento do vaso e plotados

em gráficos.

4.3.3 Estudo da variabilidade intra e interobservador

Adicionalmente realizou-se análise da variabilidade intra e interobservador,

utilizando-se 10 fetos e dois observadores. Para esta análise aferiram-se dois

segmentos da artéria proximal ao transdutor (P1 e P2).

Os graus de concordância inter e intra-observador foram calculados com versões

diferentes da correlação intraclasses como descrito por FLEISS, (1981)78. Na

análise intra-observador um examinador analisou dois segmentos acima duas vezes

e utilizou-se a seguinte equação: Correlação intra = (BMS – EMS) / (BMS +

EMS), onde BMS e o EMS representam respectivamente os erros quadrados entre

e dentro das medidas de uma ANOVA a um fator. Na análise interobservador dois

examinadores aferiram dois segmentos acima por duas vezes e utilizou-se a

seguinte equação: Correlação inter = N(PMS – EMS) / {(N × PMS + RMS) + (N –

1) × EMS}, onde PMS, o RMS, e o EMS representam, respectivamente, os erros

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METODOLOGIA

27

quadrados entre medidas, dentro das medidas e erros residuais obtidos de uma

ANOVA a dois fatores.

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5.0 RESULTADOS

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RESULTADOS

29

Das 47 gestantes selecionadas e submetidas a Dopplervelocimetria para o estudo,

foram excluídas três (uma devido à presença de incisuras nas artérias uterinas, uma

não foi possível a obtenção de sonograma adequado do PSV e a última com

polidramnia). Permaneceram no estudo 44 pacientes. A média de idade gestacional

estudada foi de 27,9 semanas (DP – 4,0 semanas; intervalo de confiança (C.I) a 95%

26,71- 29,1 semanas; mínima 20,6 e máxima 35).

As médias de velocidade do PSV estão listadas na Tabela 1. O sítio onde foi

verificada a menor média foi o ponto mais distal D3, diferindo significativamente

dos proximais. Os demais apresentaram médias que não diferiram estatisticamente.

Tabela 1- Média do valor do PSV medido nas 6 localizações diferentes avaliadas na

ACM distal (D) e proximal (P).

(*) Baseado na Análise de Variância mista ajustada pela IG. ** ep - erro padrão.

Utilizou-se regressão linear para comparação das velocidades nos diferentes

segmentos da artéria distal e proximal, considerando-se como variável dependente o

PSV da ACM e variável independente a idade gestacional. As regressões lineares

para os segmentos P1, P2 e P3 são ilustrados na Figura 4.

Local Media + ep** IC a 95% *

P1 42,31 + 0,87 40,59 – 44,03

P2 42,62 + 0,87 40,90 – 44,33

P3 39,42 + 0,87 37,70 – 41,14

D1 41,58 + 0,87 39,86 – 43,30

D2 40,46 + 0,87 38,74 – 42,18

D3 36,20 + 0,87 34,48 – 37,92

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RESULTADOS

30

Figura 4. Gráfico do PSV em cm / seg. na ACM Proximal nos segmentos P1, P2 e

P3 versus a idade gestacional em semanas.

O PSV da ACM para os segmentos distais foram comparados entre si, como

demonstrados na Figura 5. Notou-se forte correlação linear positiva entre O PSV nos

pontos proximais e distais com a idade gestacional, sendo o menor valor do r para o

ponto D3. Os coeficientes de correlação encontrados para P1; P2; P3; D1; D2 e D3

(Tabela 2).

Tabela 2 - Tabela dos coeficientes de correlação de Pearson (r) do PSV da ACM e a

Idade Gestacional para cada segmento avaliado.

* p < 0, 0001.

Pontos de insonação Valor do (r) *

P1 0, 850

P2 0, 874

P3 0, 876

D1 0, 892

D2 0, 863

D3 0, 805

0

20

40

60

80

100

15 20 25 30 35 40

Idade Gestacional (semanas) (semanas (em semanas)

PSV cm / seg.

P1 P2 P3

Linear (P1) Linear (P3) Linear (P2)

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RESULTADOS

31

Figura 5. Gráfico do PSV em cm / seg na ACM distal nos segmentos D1, D2 e D3

versus a Idade Gestacional em semanas.

Em relação à análise de variância mista ajustada para a idade gestacional o único

segmento que apresentou valores significativamente menores em relação aos demais

foi o D3. Ressalta-se que o segmento P3 demonstrou tendência à redução no valor do

PSV, porém não alcançou diferença estatisticamente significativa, conforme

ilustrado na Tabela 3.

20

40

60

80

15 20 25 30 35 40

Idade Gestacional (em semanas)

PSV cm / seg.

D1 D2 D3

Linear (D1) Linear (D3) Linear (D2)

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RESULTADOS

32

Tabela 3 - Comparação entre os valores do PSV da ACM obtidos nas 6 localizações

avaliadas. Proximal (P) e Distal (D).

(*) Baseado na Análise de Variância mista ajustada pela IG usando comparação de Tukey. ** ep erro

padrão.

Adicionalmente, realizou-se estudo intra e interobservador com 10 fetos de gestantes

normais com idade gestacional média de 27 semanas. Os segmentos P1 e P2 foram

avaliados pelos dois autores do estudo. O coeficiente de correlação intraclasses para

o estudo intra-observador variou de 0,97 a 0,99 (p< 0,001) e para o interobservador

de 0,96 a 0,98 (p< 0,001), todos considerados de forte correlação.

Local comparado p Local

Diferença entre as

Médias + ep**

IC a 95%*

D1 D2 1,12 + 1,23 0,944 -2,42 a 4,67

D1 D3 5,38 + 1,23 < 0,001 1,84 a 8,93

D1 P1 -0,73 + 1,23 0,992 -4,28 a 2,81

D1 P2 -1,03 + 1,23 0,960 -4,58 a 2,51

D1 P3 2,16 + 1,23 0,500 -1,38 a 5,71

D2 D3 4,26 + 1,23 0,008 0,72 a 7,81

D2 P1 -1,85 + 1,23 0,663 -5,40 a 1,69

D2 P2 -2,16 + 1,23 0,502 -5,70 a 1,39

D2 P3 1,04 + 1,23 0,959 -2,51 a 4,58

D3 P1 -6,12 + 1,23 < 0,001 -9,66 a -2,57

D3 P2 -6,42 + 1,23 < 0,001 -9,96 a -2,87

D3 P3 -3,22 + 1,23 0,098 -6,77 a 0,32

P1 P2 -0,30 + 1,23 1,000 -3,85 a 3,24

P1 P3 2,89 + 1,23 0,181 -0,65 a 6,44

P2 P3 3,20 + 1,23 0,104 -0,35 a 6,74

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6.0 DISCUSSÃO

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DISCUSSÃO

34

6.1. Generalidades

6.1.1 Sobre a metodologia empregada

O presente estudo do PSV nos diferentes sítios da ACM foi desenvolvido visando

avaliação das medidas em segmentos proximais, intermediários e distais em fetos de

gestantes apresentando desenvolvimento gestacional adequado. Para tal fim, o

critério de inclusão foi a ausência de intercorrências clínicas materno-fetais. Foram

selecionadas gestantes das duas instituições com pré-natais dentro da normalidade.

No processo de recrutamento avaliado para intercorrências clínicas, obstétricas e

alterações fetais que poderiam vir a comprometer a avaliação do PSV da ACM.

Dentre as principais condições clínicas que foram excluídas na seleção das pacientes

citamos os distúrbios do líquido amniótico, tanto a polidramnia 79 quanto a

oligodramnia 80 podem comprometer o fluxo cerebral. Outras patologias que

sabidamente interferem no fluxo fetal causando o crescimento intra-uterino restrito

como o lúpus eritematoso sistêmico, trombofilias, doença hipertensiva, dentre outras 77, 81-83. Vale ressaltar outras intercorrências como o trabalho de parto prematuro

cujas contrações podem afetar os índices fluxométricos cerebrais 84, 85. Doenças

metabólicas maternas como hiper e hipotireoidismo, diabetes mellitus sem

vasculopatia, dentre outras, como possíveis fatores de interferência pouco

conhecidos, também foram excluídos.

O limite inferior da idade gestacional do estudo foi de 20 semanas, visto ser nesse

período o início da maioria das avaliações de Dopplervelocimetria (PSV da ACM)

visando terapêutica fetal através da realização de cordocentese. O limite superior da

idade gestacional do estudo foi de 35 semanas, pois após esse período preconiza-se

interrupção da gestação em caso de anemia grave 86 pelo fato de que alguns autores

acreditam na maior taxa de falso positivo e na maior variabilidade dos valores do

PSV após esse período 25. Por outro lado SANIN-BLAIR et al. (2004)87 não

confirmam tais achados e recomendam a utilização do PSV até o termo com relativa

baixa taxa de falso positivo (15%).

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DISCUSSÃO

35

O estudo Dopplervelocimétrico do PSV da ACM foi realizado em aparelhagem

moderna da marca GE, Voluson, 750 Expert. Ressalta-se que com a modernização

dos aparelhos de ultra-sonografia é necessário reavaliar a variabilidade dos testes no

sentido de melhor avaliá-los frente ao avanço tecnológico.

O estudo do PSV da ACM vem sendo abordado por alguns autores nos últimos anos

sendo que a maioria deles tem concentrado suas análises na porção proximal e por

vezes no segmento distal do vaso 59, 66. O grupo de MARI et al. (2005c)58 analisaram

três segmentos proximais e apenas um segmento distal. Entretanto, nenhum grupo

avaliou a variabilidade nos três segmentos de ambas as artérias. O objetivo dessa

abordagem mais completa seria o conhecimento da variabilidade em cada segmento

do vaso permitindo a mensuração rápida e precisa do PSV da ACM em situações

onde a estática fetal não é favorável, havendo necessidade de insonação da artéria

cerebral média distal.

6.1.2 Análise das Amostras dos trabalhos comparados

O número da amostra estudada foi calculado considerando o intervalo de confiança a

95%, um erro beta de 10%, o desvio padrão de 0,02 cm / seg, de acordo com dados

de ABEL et al. (2003)59. Estimou-se o número de 44 casos a serem analisados.

MARI et al. (2005c)58 em seu trabalho avaliaram 30 fetos normais, sendo divididos

em dois grupos de 14 e 16 em duas diferentes instituições, com idade gestacional

variando de 14 a 37,5 semanas. Participaram do estudo quatro ultra-sonografistas,

dois em cada instituição, utilizando três equipamentos diferentes.

ABEL et al. (2003)59, por sua vez, em seu estudo, avaliaram 120 fetos com idade

gestacional variando de 16 a 42 semanas.

6.1.3 Análise comparativa das idades gestacionais

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DISCUSSÃO

36

A idade gestacional no estudo de MARI et al. (2005c)58 variou de 14 a 37,5 semanas,

ao passo que o grupo de ABEL et al.(2003)59 foi de 14 a 42 semanas e no presente

estudo de 20 a 35 semanas. O intervalo de estudo pode ser justificado pela conduta

mais intervencionista após 35 semanas na doença por aloimunização Rh, causa mais

freqüente de anemia fetal.

A média de idade gestacional no estudo de MARI et al. (2005c)58 foi de 25,8 (+/- 7,3

sem) com variação de 14 a 36 semanas no primeiro grupo). Outro grupo estudado

pelo referido autor apresentou média 27,7 s (+/- 5,6) com variação de 18,1 a 37,5

semanas.

ABEL et al. (2003)59 relataram média de idade gestacional estudada de 27 semanas,

com os extremos variando de 16 a 41 semanas.No presente trabalho a média de idade

gestacional estudada foi de 27,9 semanas.

6.1.4 Análise dos aparelhos utilizados nos estudos relatados

Trabalhou-se no presente estudo em dois equipamentos do mesmo fabricante modelo

Voluson 730 Expert. General Electric Medical Systems, Milwaukee, Winsconsin.

MARI et al. (2005c)58 trabalharam com 3 aparelhos de marcas e modelos diferentes:

Acuson Sequóia, (Siemens Medical Solutions, Mountain View, CA), HDI 5000

(Philips Medical Systems, Andover, MA), LOGIQ 700 (GE Healthcare,

Milwaukee,WI). E o grupo de ABEL et al. (2003)59 usaram 3 modelos de aparelhos

diferentes , sendo 2 de uma mesma marca: Acuson 128 XP ou Acuson

Sequóia,(Siemens, Issaquah, Wash), e um terceiro aparelho de marca diferente dos

anteriores, porém semelhante ao usado no presente trabalho Voluson 730 Expert.

6.1.5 Análise estatística realizada nos relatos

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DISCUSSÃO

37

Em relação à análise estatística dos dados no presente trabalho realizou-se regressão

linear e calcularam-se os coeficientes de correlação de Pearson entre o PSV da ACM

nos diferentes pontos e a idade gestacional, considerando-se como variável

dependente o PSV e variável independente a idade gestacional. Além disso, realizou-

se análise de variância mista ajustada pela idade gestacional, calculando-se as médias

para cada segmento e comparando-os entre si. MARI et al. (2005c)58 estimaram as

médias do PSV da ACM e utilizaram o teste t de duas amostras. ABEL et al.

(2003)59, de forma similar a este estudo, utilizaram regressão linear e análise de

variância mista ajustada para a idade gestacional.

6.2 Sobre os resultados obtidos

6.2.1 As medidas do PSV da ACM em seus diferentes segmentos

O PSV da ACM mensurado nos 6 diferentes segmentos apresentaram forte

correlação com a idade gestacional (r > 0,8 para todos os pontos) no presente estudo,

dados concordantes com o grupo de ABEL et al. (2003)59 (Tabela 4), exceto para os

pontos distais, onde a correlação neste último grupo foi considerada apenas

moderada. Tal discordância pode ser atribuída ao número maior de examinadores,

uso de equipamentos diferentes, tamanho da amostra e limite superior de idade

gestacional maiores no grupo dos últimos autores. Neste caso o intervalo da

gestação estudada apresenta conhecida maior variabilidade, especialmente após 35

semanas, ponto limite estudado no presente trabalho, comparado com 42 semanas no

grupo dos referidos autores.

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DISCUSSÃO

38

Tabela 4 - Tabela comparativa dos coeficientes de correlação de Pearson (r) do PSV

da ACM e a Idade Gestacional no presente estudo e no de ABEL et al. (2003)59.

Pontos de insonação Presente estudo *

(r)

ABEL et al.(2003)59

(r)

P1 0, 850 0,82

P2 0, 874 -

P3 0, 876 0,64

D1 0, 892 0,86

D2 0, 863 -

D3 0, 805 0,53

* p < 0,0001.

6.2.2. Análise de variância mista e procedimento de Tukey

Parece que na atualidade todos os segmentos estudados podem ser insonados para a

obtenção do PSV, à exceção do D3. A análise dos dados obtidos demonstrou que não

há diferença estatisticamente significativa entre as velocidades nos pontos proximais

e intermediários, denominados P1 e P2 para o lado proximal e D1 e D2 para o lado

distal. Por outro lado, nos pontos distais são encontradas diferenças estatisticamente

significativas no ponto D3 e não significativa no P3, porém com tendência a valores

menores neste último. Os achados de MARI et al. (2005)58 foram semelhantes aos da

presente investigação. Tais autores avaliaram o PSV da ACM fetal em duas

instituições, com e sem correção de ângulo. Dividiram o vaso através de pontos: o

ponto A, 2 milímetros após a sua origem na carótida interna; o ponto B, no seu

segmento intermediário, entre a sua origem e sua bifurcação; o ponto C na sua

bifurcação; e, por fim, o ponto D na ACM contralateral, 2 milímetros após a sua

origem.

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DISCUSSÃO

39

Os resultados de forma global, envolvendo as duas instituições estudadas,

demonstraram medidas do PSV significativamente diferentes entre os pontos C e A.

Foi observada tendência a menores valores no ponto C, comparado com os pontos B

e D. Ao analisar os dados por instituição, observou-se que na instituição 1

encontraram-se valores significativamente menores para o ponto C quando

comparado com o A e o D, o que não foi confirmado pelos examinadores da

instituição 2, os quais não encontraram diferença significativa entre tais pontos.

Considerando-se que o número de examinadores envolvidos foi de quatro, tais

achados podem ser explicados pelo diferente nível de treinamento entre tais

profissionais. Outra possível fonte de variação poderia ser o número de

equipamentos de deferentes marcas utilizados (três).

No presente trabalho observou-se que O PSV da ACM no segmento D3 é

significativamente menor que nos demais pontos e observou-se comportamento

semelhante no segmento P3, porém não atingindo diferença significativa.

ABEL et al. (2003)59 avaliaram o PSV da ACM em dois segmentos para cada ACM

fetal, imediatamente após a sua origem e imediatamente antes de sua divisão,

totalizando quatro medidas da velocidade para cada feto, duas no lado proximal e

duas no lado distal. Tais autores encontraram semelhança com o presente estudo

quando compararam os pontos P1 (média 38 cm/seg) e P3 (média 39 cm/seg), não

encontrando diferença estatisticamente significativa. De forma similar ao presente

estudo, encontraram diferença significativa entre os pontos D1 (média 32 cm/seg) e

D3 (média 29 cm/seg). Por outro lado os valores de P1 (média 38 cm/seg) diferiram

significativamente dos encontrados no ponto D1 (média 32 cm/seg). Tais achados

são contrários ao presente estudo e aos do grupo de MARI et al. (2005)58. Isto

poderia ser explicado também pelas diferenças de treinamento dos examinadores (em

número de quatro). Esse grupo também utilizou três equipamentos de diferentes

marcas. Considerando-se os pontos distais, o grupo de ABEL et al. (2003)59,

encontrou diferença significativa entre os pontos P3 (média 39 cm/seg) e D3 (média

29 cm/seg) discordando do presente estudo que encontrou apenas tendência a

diferença. Tal discordância pode ser explicada pela insonação inadequada de um dos

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DISCUSSÃO

40

ramos da bifurcação da ACM, que pode apresentar diâmetros menores refletindo nas

velocidades do fluxo.

O fato das porções distais dos vasos apresentarem valores menores pode ser

explicado por dois fatores. O primeiro e mais importante fator se relaciona com o

menor diâmetro vascular da porção distal do vaso. Considerando a equação de

Poiseuille, a taxa de escoamento depende fortemente do raio (r4); logo, um

decréscimo relativamente pequeno no raio significa uma grande diminuição na taxa

de escoamento, influenciando de forma importante no valor da velocidade sanguínea

(Figura 6).

Viscosidade η

Taxa de fluxo de volume Qv

Comprimento (l)

Raio(r)

Variação de pressão ∆pBaixaPressão(p2)

Alta Pressão(p1)

Q= п r4 (p1-p2)8ηl

Figura 6. Equação de Poiseuille. Q = taxa de volume do fluxo; ∆P = diferença de

pressão entre os extremos; L = comprimento; r = raio; η = coeficiente de

viscosidade. Adaptado do site:

http://www.physics.usyd.edu.au/ Ag/Transfer/ TP poiseuille. html

Outra possível explicação para a redução da velocidade sanguínea nas porções distais

dos vasos seria o efeito da resistência ao longo do comprimento vascular reduzindo a

velocidade sanguínea. Outro fator que poderia ser responsável pela redução na

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DISCUSSÃO

41

velocidade nos segmentos distais seria a dificuldade de captação do sinal Doppler

nas regiões mais distais, o que explicaria somente valores menores para o segmento

D3.

6.2.3 Variabilidade intra e interobservador:

A presente investigação encontrou resultados semelhantes para a variabilidade intra e

interobservador quando comparadas ao grupo de MARI et al. (2005c)58, (Tabela 5).

Exceto para o ponto A, da instituição 2, no grupo de MARI et al. (2005c)58, que

contrariou os demais achados para todos os outros pontos na mesma instituição e na

instituição 1. Deve-se atribuir tal achado principalmente a níveis diferentes de

experiência entre os examinadores.

Os estudos de variabilidade inter e intra-observador são comparados com os outros 2

grupos. Sendo verificado o mais alto índice de concordância, com valores do

coeficiente de correlação acima de 0,96 no presente trabalho, tal elevado coeficiente

de correlação intraclasses confere elevada reprodutibilidade dos achados e pode ser

atribuído a examinador e equipamento únicos.

Tabela 5 - Tabela comparativa dos valores dos coeficientes de correlação intra e

interobservador nos estudos comparados.

Coeficiente

MARI et al.

(2005c)58

ABEL et al.

(2003)59

Presente

trabalho*

Intraclasses

0,94-0,99 0,83 0,97-0,99

Interclasses

0,62-0,99 0,94 0,96-0,98

* (p< 0, 001)

6.2.4 Implicações da controvérsia na literatura médica do PSV da ACM

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DISCUSSÃO

42

Os grupo de ABEL et al. (2003)59 utilizou 4 examinadores e 3 aparelhos diferentes e

encontraram diferenças significativas entre os segmentos P1 e D1 não

correspondente para o grupo de MARI et al (2005) e o presente estudo.Questiona-se

o treinamento adequado de tais examinadores. O mesmo grupo de ABEL et al (2003)

encontraram diferença significativa entre os segmentos P3 ( média de 39cm/s) e D3

(média de 29cm/s). O grupo de MARI não avaliou o D3, entretanto encontrou

valores significativamente menores para o P3 (média de 33cm/s) quando comparado

com o P1 (média de 43cm/s) à custa principalmente dos resultados da instituição 1.

Quando se compara os achados do estudo em questão com os do grupo de MARI et

al (2005) nota-se divergência apresentada no segmento P3 quando comparado com o

P1 onde tais autores encontraram diferença estatisticamente significativa. No

presente estudo há diferença estatisticamente significativa no segmento mais distal

do vaso distal (D3) e tendência a menores valores no segmento mais distal do vaso

proximal (P3) ao avaliar o PSV da ACM. Tais achados sugerem que se deva evitar a

obtenção de sonogramas nas posições distais tanto da ACM proximal quanto da

contralateral, pela maior possibilidade de erro.

6.3 Limitações do estudo

O grupo de MARI et al. (2005c)58 realizou estudo de variabilidade do PSV da ACM

e utilizou quatro ultra-sonografistas, dois em cada instituição, em três equipamentos

diferentes. De forma similar, o grupo de ABEL et al. (2003)59 também utilizou

quatro ultra-sonografistas em três equipamentos diferentes. Entretanto, no grupo do

presente trabalho utilizou-se de apenas dois examinadores e um equipamento. Tal

fator limita o poder do presente estudo, uma vez que a diversidade de examinadores,

aparelhos e instituições universalizam o resultado da pesquisa. Foi realizado também

em poucos casos (6) correção de ângulo com valores de até 20 graus em dois casos.

Apesar de isso ser considerado como uma limitação do estudo, de forma global, os

resultados podem ser considerados confiáveis devido a pequena variabilidade ao

utilizar correção de ângulo de até 20 graus. Pode ser considerada ainda como outras

limitações do presente estudo a distribuição das idades gestacionais entre 20 e 35

semanas; a casuística de menor número e a falta de dados dos recém nascidos.

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DISCUSSÃO

43

6.4 Perspectivas futuras

Espera-se com o desenvolvimento tecnológico que os aparelhos de ultra-sonografia

com dispositivo de Dopplervelocimetria sejam mais sensíveis à captação de fluxo

vascular possibilitando detecção de velocidades de fluxo em áreas mais distantes do

transdutor, como poder ser o caso do segmento D3 do presente estudo.

Modelos experimentais in vitro poderão ser idealizados para reproduzir a hipótese

levantada na presente investigação que tenta explicar que o diâmetro vascular e a

resistência participam no achado de menor velocidade nos segmentos mais distais da

artéria cerebral média.

Trabalhos bem conduzidos por equipes com treinamento uniforme para a realização

de PSV da ACM utilizando maior número de pacientes e em diversos centros de

medicina fetal poderão confirmar os achados da presente investigação.

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7.0 CONCLUSÕES

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CONCLUSÕES

45

7.1 A utilização da Dopplervelocimetria na investigação do PSV da ACM

demonstrou ser técnica de pequena variabilidade que pode ser utilizada em diferentes

segmentos da ACM proximal e distal, exceto para o segmento distal da ACM

contralateral, cuja diferença mostrou-se significativa para D3 (p <0,001) e tendência

à diferença no ponto P3 (p < 0,09). Desse modo, recomenda-se evitar a avaliação do

PSV da ACM nos segmentos distais do vaso, notoriamente a ACM contralateral.

7.2 Os PSV da ACM em todos os segmentos analisados apresentaram forte

correlação positiva com a idade gestacional (r > 0,8).

7.3 A metodologia de aferição do PSV da ACM foi considerada reprodutível pelos

participantes do estudo com achado de forte correlação tanto para o estudo de

variabilidade intra-observador, com o coeficiente intra-classes variando de 0,97 a

0,99 (P<0,001), quanto para o inter-observador , variando de 0,96 a 0,98 (P< 0,001).

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8.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Medina, M, Sagala, J, Carreras, E, Cabero, L. Predictive value of middle

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Stockholm, Sweden.

.

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9.0 ANEXOS

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ANEXO- I

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ANEXO- II

TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO Projeto: avaliação da velocidade do sangue nas diferentes partes da artéria do cérebro do bebê. Pesquisadores e instituições envolvidas: Prof. Dr. Anselmo Verlangieri Carmo, João Félix Dias. UFMT e UNIC. Justificativa do estudo e Objetivo principal: conhecer se há diferenças na velocidade do sangue nas diferentes partes da artéria do cérebro do bebê. Comparando os resultados obtidos para posterior aplicação na avaliação das gestantes de alto risco. É importante para melhorar a precisão do exame, pela determinação da variação da velocidade sanguínea nas diferentes partes das artérias cerebrais do bebê. Procedimentos: realização de um exame de ultrassonografia com Doppler das artérias cerebrais do bebê, para medir a velocidade de fluxo sanguíneo nas várias partes das artérias. Possíveis riscos e desconforto: considerando que o ultra-som / Doppler usado na forma diagnóstica por curto período de tempo, não causa dano para o bebê, sendo os riscos mínimos ou ausentes. O desconforto relaciona-se ao de um exame de ultrassonografia normal. Benefícios previstos: maior confiabilidade e rapidez na investigação de anemia através da medida da velocidade do sangue dentro da artéria do cérebro do bebê, podendo fornecer dados que permitirão encurtamento do tempo de exame, tornando-o mais objetivo e rápido. Eu.................................................................................................................. , fui informado dos objetivos, procedimentos, riscos e benefícios desta pesquisa, descritos acima. Entendo que terei garantia de confidencialidade, ou seja, que apenas dados consolidados serão divulgados e ninguém além dos pesquisadores terá acesso aos nomes dos participantes desta pesquisa. Entendo também, que tenho direito a receber informações adicionais sobre o estudo a qualquer momento, mantendo contato com o pesquisador principal. Fui informado ainda, que a minha participação é voluntária e que se eu preferir não participar ou deixar de participar deste estudo em qualquer momento, isso NÃO me acarretará qualquer tipo de penalidade. Compreendendo tudo o que me foi explicado sobre o estudo a que se refere este documento, concordo em participar do mesmo. Assinatura do participante (ou do responsável, se menor): .......................................................................................................... Assinatura do pesquisador principal: ................................................................................................ Em caso de necessidade, contate o Dr. Anselmo Verlangieri Carmo / João Félix Dias. Hospital Universitário Julio Muller. Depto.de Ginecologia e Obstetrícia. Rua Luiz Felipe Pereira Leite, s/n. Bairro Alvorada. Cuiabá. CEP –78048-790. Tel. 065-615-7330 / 9982-8406 / 9982-3154. E-mail: [email protected] ou [email protected] Cuiabá, ___ de ______________de 2005

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ANEXO-III

MCA PSV DATA

ID

NOME

DUM

IG DUM IG US DEP

RAÇA

ULTRASSONOGRAFIA Posição Fetal

Avaliação do MCA PSV ACM LADO PROXIMAL ORIGEM DA ACM P 1 Fc cm/sec deg SEGMENTO MEDIO P 2 Fc cm/sec deg ANTES DA BIFURCAÇÃO P 3 Fc cm/sec deg COMPRIMENTO DA ACM cm HEMISFERIO cm

ACM LADO DISTAL ORIGEM DA ACM D 1 Fc cm/sec deg SEGMENTO MEDIO D 2 Fc cm/sec deg ANTES DA BIFURCAÇÃO D 3 Fc cm/sec deg COMPRIMENTO DA ACM cm HEMISFERIO cm

Protocol Nr.

1

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ANEXO- IV

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