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Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Engenharia Agronômica
Jessica Mariane de Souza Santos
Jocielly Aymê Debreix Rodrigues
Karolinne Cristina Santos Ferreira
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DE MUDAS
PRÉ-BROTADAS DE CANA-DE-AÇÚCAR COM
DIFERENTES USOS DE SUBSTRATOS
LINS – SP
2019
JESSICA MARIANE DE SOUZA SANTOS
JOCIELLY AYMÊ DEBREIX RODRIGUES
KAROLINNE CRISTINA SANTOS FERREIRA
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DE MUDAS PRÉ-BROTADAS DE CANA-
DE-AÇÚCAR COM DIFERENTES USOS DE SUBSTRATOS.
Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, do curso de Engenharia Agronômica sob a orientação do(a) Professor(a) Carlos Suguitani e orientação técnica do Prof. Me. Thiago Flávio de Souza.
Lins – SP 2019
Santos, Jessica Mariane de Souza; Rodrigues, Jocielly Aymê Debreix; Ferreira, Karolinne Cristina Santos
Avaliação do desenvolvimento de mudas pré-brotadas de cana-de-açúcar com diferentes usos de substratos / Jessica Mariane de Souza Santos; Jocielly Aymê Debreix Rodrigues; Karolinne Cristina Santos Ferreira – – Lins, 2019.
41p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em Engenharia Agronômica, 2019.
Orientadores: Carlos Suguitani; Thiago Flávio de Souza
1. Cana-de-açúcar. 2.Substratos. 3. Mudas pré-brotadas. I Título.
CDU 631
S235a
JESSICA MARIANE DE SOUZA SANTOS
JOCIELLY AYMÊ DEBREIX RODRIGUES
KAROLINNE CRISTINA SANTOS FERREIRA
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DE MUDAS PRÉ BROTADAS DE CANA-
DE-AÇÚCAR COM DIFERENTES USOS DE SUBSTRATOS.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Engenharia
Agronômica.
Aprovada em: ___/___/_____.
Banca Examinadora:
Professor Orientador: Carlos Suguitani
Titulação: ___________________________________________________________
___________________________________________________________________
Assinatura: _____________________________
1º Prof (a): __________________________________________________________
Titulação: ___________________________________________________________
___________________________________________________________________
Assinatura: _____________________________
2º Prof (a): __________________________________________________________
Titulação: ___________________________________________________________
___________________________________________________________________
Assinatura: _____________________________
Lins – SP
2019
DEDICATÓRIA
Primeiramente agradeço a Deus por tudo que ele fez e faz na minha vida,
sem ele não estaria aqui. Quero agradecer a minha família, principalmente meus
avôs Paulo e Nadir que fizeram tudo por mim sem eles não estaria aqui hoje, minha
mãe meu padrasto e minhas irmãs e meus tios e tias, meus primos, namorado,
amigos e minhas companheiras do TCC que me apoiaram em todos os momentos,
obrigada cada um pela força e pela paciência que tiveram comigo.
Jessica Mariane de Souza Santos
Á Deus pelo presente concebido, o dom da vida. Aos meus Pais que foram
minha base e estrutura que acreditaram e investiram em mim. Mãe, seu cuidado e
seu incentivo na minha vida escolar foram essenciais para eu concluir esta fase e
obrigada por me ensinar a ser forte. Pai, seu colo e carinho foi o que me ajudou a
superar os obstáculos. Meus sobrinhos Lívia Maria e José Lorenzo vocês são aquela
energia que recarrega minha coragem e alegria todos os dias. Meus irmãos, Jully e
Zeca obrigada por me amarem tanto assim. Ruan obrigada por todo seu
companheirismo e toda força que me deu nos momentos de desânimo. Agradeço
aos meus Avós por todo carinho, Lara e Camylla vocês são um presente que a
faculdade me trouxe e a todos os professores que participaram da minha vida
escolar.
Jocielly Aymê Debreix Rodrigues
Dedico este trabalho a Deus, que sempre foi o autor do meu destino.
Agradeço meus pais que me deram apoio nos momentos de angustia e que fizeram
de tudo para que a minha formação se tornasse um sonho possível, a meus irmãos
que sempre tiveram paciência e amor. Aos meus avós José e Maria dedico com todo
meu amor e gratidão pois sempre foram exemplos de caráter e dignidade. A minha
avó Aparecida Guereschi (In memoriam) que já se foi, mas continua sendo a minha
maior força e inspiração na vida A meu amigo Bruno que se colocou à disposição
para compartilhar minhas tristezas e alegrias.
Karolinne Cristina Santos Ferreira
AGRADECIMENTOS
Aos professores que nos ajudaram compartilhando seus conhecimentos, ao
nosso orientador Dr. Carlos Suguitani pelo empenho dedicado ao projeto e a todos
os funcionários da empresa Cafealcool por todo apoio e por proporcionarem um
ambiente propício para o desenvolvimento do trabalho de conclusão de curso. E a
instituição por ter disponibilizado as ferramentas necessárias para chegar ao final
desse ciclo de maneira satisfatória.
RESUMO
A cana-de-açúcar é uma das culturas agrícolas mais importantes no país,
sendo o Brasil o maior produtor mundial. Conhecida pelos brasileiros por mais de cinco séculos a cultura passou por diversas transformações tanto na parte agrícola como industrial, a mais recente que causou grande impacto foi o sistema de plantio que passou de manual para mecanizado. Com essa mudança, a quantidade de mudas utilizada aumentou de forma significativa e a qualidade do material propagativo piorou. Com intuito de melhorar os aspectos fitossanitários foi desenvolvido o método de Muda Pré-Brotada (MPB). As usinas e produtores para reduzir os custos da produção de MPB estão utilizando como substrato subprodutos da própria usina, por ser uma escolha baseada no custo, ainda faltam estudos que mostrem se a troca traz algum prejuízo no desenvolvimento das mudas, dessa forma o experimento teve como objetivo avaliar o substrato utilizado em algumas usinas e produtores (torta de filtro com bagaço de cana) com um substrato comercial (Carolina Soil II). O experimento foi instalado na Usina Cafealcool, sendo avaliados diâmetro e altura de plantas, além de massa seca e fresca da parte aérea e raízes das mudas. De um modo geral, não se observou diferenças significativa entre os tratamentos avaliados.
Palavras-chave: Cana-de-açúcar. Substratos. Mudas Pré-Brotadas.
ABSTRACT
Sugarcane is one of the most important agricultural crops in the country, Brazil being the largest producer in the world. Known by Brazilians for more than five centuries, the culture had have several transformations both in the agricultural and industrial parts, the most recent that caused great impact was the planting system that went from manual to mechanized. With this change, the amount of seedlings used increased significantly and the quality of propagating material worsened. In order to improve phytosanitary aspects, the pre-budded seedling (MPB) method was developed. The mills and producers to reduce the costs of the production of MPB are using as substrates subproducts of the plant, being a choice based on the cost, there are still studies that show if the exchange brings some damage in the development of the seedlings, to evaluate the substrate used in some plants and producers (filter cake with sugarcane bagasse) with a commercial substrate (Carolina Soil II). The experiment was installed at the Cafealcool Plant, where the diameter and height of the plants were evaluated, as well as the dry and fresh mass of the aerial part and roots of the seedlings. In general, no significant difference was observed between the evaluated treatments. Key words: Sugarcane. Substrates. Pre-sprouted seedlings.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Fenologia da cana-de-açúcar ................................................................... 14
Figura 2 - Plantio da cana-de-açúcar ........................................................................ 18
Figura 3 - Plantio semi mecanizado da cana-de-açúcar. .......................................... 19
Figura 4 - Plantio mecanizado ................................................................................... 20
Figura 5 - Plantio de Meiosi ....................................................................................... 21
Figura 6 - Medição da altura da planta ...................................................................... 27
Figura 7 - 51 dias após plantio .................................................................................. 27
Figura 8 - Limpeza dos colmos ................................................................................. 28
Figura 9 - Pesagem Massa Seca .............................................................................. 28
Figura 10 - Secagem das mudas no saco ................................................................. 29
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Características da cana-de-açúcar - RB966928 ..................................... 25
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Diâmetros das mudas pré-brotadas dos diferentes tratamentos. ............. 30
Tabela 2 - Altura de plantas dos diferentes tratamentos. .......................................... 30
Tabela 3 - Massa Fresca e Seca da parte aérea dos diferentes tratamentos. .......... 31
Tabela 4 - Analise estatística de MSR (Massa Seca Raiz) MFR (Massa Fresca Raiz).
.................................................................................................................................. 32
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CE: Condutividade Elétrica
CFA: Clima Subtropical
CTC: Capacidade de Troca de Cátions
DAP: Dia após plantio
EMBRAPA: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
IAC: Instituto Agronômico de Campinas
KM: Quilômetros
Meiosi: Método Inter Rotacional Ocorrendo Simultaneamente
MFPA: Massa Fresca Parte Aérea
MFPR: Massa Fresca Parte Raiz
MPB: Mudas Pré-Brotadas
MSPA: Massa Seca Parte Aérea
MSPR: Massa Seca Parte Raiz
pH: Potencial Hidrogeniônico
PUI: Período Utilizado Industrial
SP: São Paulo
T1: Tratamento 1
T2: Tratamento 2
T3: Tratamento 3
T4 :Tratamento 4
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 13
2.1 Cultura da Cana-de-açúcar ............................................................................. 13
2.1.1 Fases fenológicas ........................................................................................ 13
2.1.2 Variedades da cana-de-açúcar .................................................................... 14
2.1.3 Substrato ...................................................................................................... 15
2.2 Plantio da cana-de-açúcar ............................................................................... 17
2.2.1 Plantio manual ............................................................................................. 17
2.2.2 Plantio Semi mecanizado ............................................................................. 18
2.2.3 Plantio mecanizado ...................................................................................... 19
2.2.4 Plantio mecanizado direto ............................................................................ 20
2.2.5 Plantio mecanizado indireto ......................................................................... 20
2.2.6 Plantio Meiosi ............................................................................................... 21
2.3 MPB na Cana-de-açúcar ................................................................................. 21
2.3.1 Produção de MPB ........................................................................................ 23
3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................. 25
3.1 Caracterização da área ................................................................................... 25
3.2 Tratamentos e delineamento experimental ..................................................... 25
3.3 Avaliação ......................................................................................................... 26
3.4 Altura ............................................................................................................... 26
3.5 Diâmetro de colmos ......................................................................................... 27
3.6 Massa fresca aérea e raiz ............................................................................... 27
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................... 30
4.1 Diâmetro do caule ........................................................................................... 30
4.2 Altura das plantas ............................................................................................ 30
4.3 Massa Fresca e Seca da parte aérea .............................................................. 31
4.4 Massa da raiz .................................................................................................. 32
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 34
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 35
11
1 INTRODUÇÃO
O setor sucroenergético tem grande importância econômica e social no Brasil,
sendo a cana-de-açúcar conhecida dos brasileiros por quase cinco séculos. No
começo, ela era utilizada para produção de rapadura, cachaça e açúcar (SANTOS ;
BORÉM 2016). Hoje é matéria prima para produção de etanol, açúcar e usado na
cogeração de energia elétrica, que tanto pode ser utilizado pela própria unidade
industrial ou colocado na rede elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Nas últimas décadas observou-se um grande crescimento no cultivo da cana.
No início dos anos 70, com a crise do petróleo, o Brasil tornou-se o maior produtor
mundial de etanol. Nessa mesma década, em 1975 com a criação do Plano Nacional
de Produção de Álcool (Proálcool), ocorreu o crescimento significativo do setor
sucroenergético, proporcionando ao Brasil grande destaque na produção de
energias renováveis (SEGATO, 2006). E até os dias de hoje o país é o maior
produtor de cana-de-açúcar do mundo.
Uma das mudanças mais significativas que ocorreram no setor foi no sistema
de plantio, que passou de manual para mecanizado. Existem três tipos de sistemas
de plantio: manual, semi mecanizado e mecanizado. O manual utiliza mais
funcionários e tem mais facilidade e cautela para não ferir as gemas, e o
mecanizado não utiliza mão de obra, sendo as máquinas as que fazem todo o
processo de plantio. No plantio mecanizado, apesar da utilização de uma grande
quantidade de mudas ocorrem falhas no plantio comercial devido à baixa qualidade
das mesmas o que prejudica a brotação, além da maior disseminação de doenças
via material propagativo utilizado. Em função disso, tem se investido na formação de
viveiros utilizando Mudas Sadias através do uso de Mudas Pré-Brotadas (MPB) e
micro propagação. O MPB inova o conceito de multiplicação de mudas, utilizando
uma quantidade reduzida de material propagativo, melhorando a sanidade das
mesmas, devido à utilização de mudas inspecionadas e sadias, assim lucratividade
e facilidade para o setor sucroenergético, e produtores.
Por causa do grande gasto com substrato na produção das mudas, algumas
usinas estão buscando reduzir os custos da produção do MPB substituindo o
substrato comercial por um outro composto por torta de filtro e bagaço que são
subprodutos da fabricação de açúcar e etanol. Mas ainda faltam informações sobre
12
as consequências diretas que isso pode trazer nas mudas, uma vez que essa
escolha está baseada no custo e não na qualidade. Diante disso, o presente
trabalho avaliou o desenvolvimento das mudas pré-brotadas de cana-de-açúcar em
diferentes substratos.
13
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Cultura da Cana-de-açúcar
A cana-de-açúcar (Saccharum officinarum) é uma planta originária da Ásia,
que foi introduzida no Brasil por Martim Afonso de Souza, responsável pela
instalação do primeiro engenho brasileiro na Capitania de São Vicente no ano de
1532. No século XVII no período colonial a ocupação holandesa em Pernambuco
trouxe engrandecimento para a indústria do açúcar com suas tecnologias
avançadas. Já no século XVIII a indústria do açúcar enfraqueceu os holandeses
expulsos do Brasil, imigraram para outros países Suriname e Antilhas construindo
fortes concorrentes aos produtores brasileiros. No século XIX a evolução da
mineração, o desenvolvimento da indústria da beterraba e o crescimento da
concorrência do mercado externo levaram a queda da produção brasileira. As
mudanças só vieram depois da criação do Proálcool que deu surgimento a indústria
como fonte de energia renovável. (Vieira, 2006).
O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, seguido de Índia e
Austrália. Em média 55% da cana brasileira são convertidas em etanol e 45% em
açúcar. Normalmente, a plantação de cana ocorre no Centro-Sul e no Norte-
Nordeste. (UNICA, 2004).
A produtividade e a longevidade da cana-de-açúcar são ponderadas por
diversos fatores tais como: fertilidade do solo, variedade escolhida, clima, tratos
culturais e controle de pragas e doenças. (EMBRAPA, 2000).
Apesar da grande importância da cultura da cana-de-açúcar no Brasil o
rendimento nacional ainda é baixo com média de 75 toneladas/ha. A principal
estratégia para a produtividade é através de programas de melhoramento genético
de modo que extraiam o potencial máximo da cultura. (RODRIGUES, 2010).
2.1.1 Fases fenológicas
De acordo com Machado (1987), a fenologia da cana de açúcar compreende
quatro estádios:
14
I) Brotação/Emergência: O colmo primário emerge entre 20 e 30 dias após o
plantio;
II) Perfilhamento: É o início do processo de formação da touceira ocorrem
entre 20 e 30 dias após a emergência do colmo primário;
III) Crescimento dos colmos: Após o perfilhamento final estar estabelecido,
durante o crescimento, os colmos ganham altura e começam a acumular
açúcar a partir da base da planta.
IV) Maturação: Desenvolvimento onde ocorre o acúmulo de sacarose em
maior quantidade durante toda a fase do ciclo da cultura, é nesta fase que os
colmos têm pequena taxa de crescimento, coincidindo com períodos de
restrição climática que induzem à maturação.
Figura 1 - Fenologia da cana-de-açúcar
Fonte: Agro Bayer, 2019
2.1.2 Variedades da cana-de-açúcar
A escolha da variedade adequada é indispensável para uma alta
produtividade. Para essa escolha deve se levar em consideração algumas variáveis,
como a adaptabilidade à colheita mecânica, precocidade de maturação, brotação da
soqueira, produtividade, características industriais, e adequação aos ambientes de
produção (SANTOS; BORÉM, 2016).
15
Com o avanço no melhoramento genético novo variedades de cana-de-açúcar
vêm surgindo no mercado, a RB966928 vem ganhando espaço no mercado nacional
desde 2015, a mesma conquistou a preferência dos produtores de cana devido a
seu elevado teor de sacarose e por corresponder bem a ambientes com alto
potencial produtivo, apresenta como desvantagem o afinamento dos colmos e a
vantagem está relacionada a seu desempenho no plantio mecanizado e na colheita
mecanizada. (REVISTA ATTALEA AGRONEGÓCIOS, 2018).
2.1.3 Substrato
Os substratos têm como funções principais a sustentação da planta e
fornecimento de nutrientes, água e oxigênio (Gonçalves, 1995 apud BEZERRA,
2004 et al). Geralmente o substrato é a mistura de materiais que tem propriedades
físicas e químicas de acordo com sua formulação, e tem o papel de dar o apoio
inicial necessário até o enraizamento da planta.
Quando usados para a propagação de mudas devem suprir as necessidades
de desenvolvimento da planta com qualidade superior a encontrada no solo, com
uniformidade em curto período e baixo custo. Além disso, os substratos detêm
características físicas, químicas e biológicas de acordo com sua composição.
As propriedades dos substratos variam em função de sua origem, método de
produção ou obtenção, proporções de seus componentes, entre outras
características. (KRATS, et al., 2013, p.1104).
O substrato deve ser escolhido de acordo com as necessidades das plantas e
de acordo com os resultados que desejam ser alcançados.
Segundo Schmitz et al. (2002), as propriedades químicas geralmente
utilizadas em nível mundial para a caracterização de um substrato são: o pH, a
capacidade de troca de cátions (CTC), a salinidade e o teor percentual de matéria
orgânica nele presente.
A cultura da cana é resistente à acidez e alcalinidade. A cultura consegue se
desenvolver em solos que tem o pH entre 4 a 8,0, porém o ideal para o cultivo é de
6,5.
O pH e o nível de condutividade elétrica (CE) são características químicas
dos substratos, o pH atinge diretamente o mecanismo de absorção de nutrientes,
que pode causar crescimento lento e um escasso rendimento. É essencial manter a
16
condutividade elétrica em equilíbrio para não prejudicar a absorção de nutrientes
pela planta. A condutividade elétrica de um solo é variável e depende de diversos
fatores como, por exemplo: densidade, porosidade, temperatura do solo e
quantidade de matéria orgânica presente no solo. Os níveis de condutividade
elétrica de um solo têm como agentes principais o teor de água presente e sais
minerais dissolvidos. (SIQUEIRA, et al., 2015). A cultura da cana de açúcar é
relativamente sensível à salinidade do solo, e podem ocorrer reduções de até 50%
na produtividade se a CE ultrapassar 10,4 dS m-1. (SANTANA, et al., 2007).
Dentre as características físicas, destacam-se: a porosidade, espaço de
aeração, densidade e a economia hídrica. Cada opção de substratos que se
encontra no mercado se dispõe dessas propriedades, de acordo com a cultura a ser
utilizada devem ser analisados quais substratos vão suprir satisfatoriamente a
demanda da cultura.
A qualidade física do substrato é importante, por ser utilizado num estádio de
desenvolvimento em que a planta é muito suscetível ao ataque por microrganismos
e pouco tolerante ao déficit hídrico. (CUNHA, et al., 2006)
A mistura utilizada no preparo do substrato é importante na hora de obter
mudas saudáveis, devido à escassez de propriedades naturais, a demanda é
crescente por componentes alternativos para o cultivo de mudas e plantas. Esses
componentes tende a ser de fácil obtenção, rentáveis, ambientalmente corretos e
conterem propriedades físicas, químicas e biológicas compatíveis com a muda
concebida. (KLEIN C. 2015)
Nesse sentindo, sob o aspecto de rentabilidade e ambientalmente correto
pode-se citar o uso de torta de filtro, um composto orgânico da indústria canavieira
que tem potencial de uso como substrato, uma alternativa viável na produção de
mudas, (SANTOS et al., 2005). Juntamente com a torta de filtro as usinas têm
utilizado o bagaço como substrato alternativo na produção de MPB.
A torta de filtro é um subproduto final da indústria canavieira de baixo custo
resultante da moagem do colmo para obtenção do caldo que passa pelo processo
até obter o açúcar. As quantidades produzidas dependem do sistema de extração
do caldo, geralmente a cada 22 a 40 kg de torta por tonelada de cana moída.
(TOLFO, et al., 2011).
Um substrato de qualidade deve ter em sua base adubos em doses
adequadas. O benefício de utilizar fertilizantes de liberação lenta é que acontece a
17
redução de perda por lixiviação e com uma aplicação no momento que ocorre o
transplante pode suprir as necessidades da muda ao decorrer do seu
desenvolvimento. (BACKES, et al., 2007). Diminuindo, dessa forma, gastos futuros
com mão de obra e reaplicações de fertilizantes.
O osmocote e basacote são fertilizantes que são muito utilizados combinados
com substratos em função de sua liberação controlada, liberando os nutrientes de
forma mais lenta atendendo todas as etapas da produção de muda. A liberação
contínua ocorre através da temperatura e umidade do solo, reduzindo a
possibilidade de perdas por lixiviação, mantendo as plantas nutridas constantemente
durante todo período de desenvolvimento (SANTOS, 2005 apud DINALLI, 2012).
Segundo (Huett 1997 apud BACKES, et al., 2007), a lixiviação de nutrientes quando
se utiliza fertilizantes de liberação lenta é bem menor, quando comparada aos
adubos solúveis.
2.2 Plantio da cana-de-açúcar
Conforme Santos e Borém (2016, p.29) o plantio é uma etapa crucial para o
desenvolvimento e uma boa produção da cultura da cana-de-açúcar, devido ser uma
espécie semi-perene e responsável pela longevidade do canavial. Qualquer erro
nesta operação acarretará problemas à produção ao longo dos cortes.
Segundo (SILVA et al., 2003). Maior excelência para ter uma boa
produtividade são as práticas de plantio, não dispensando nenhum fator para a
otimização da cultura, como a escolha da variedade, sanidade das mudas, preparo
do solo, época de plantio, profundidade do plantio e distribuições das gemas no
sulco.
O plantio de cana-de-açúcar é uma das principais colunas para obter uma
ótima produção. Existem três sistemas de plantio no Brasil, sendo eles sistema
manual, semi mecanizado e mecanizado. (RIPOLI, 2007).
2.2.1 Plantio manual
O plantio manual é aquele que se utiliza mão de obra em todos os seus
processos, desde colocação até arrumação dos colmos e toletes nos sulcos de
plantio. O plantio realizado de forma correta e com qualidade é necessário para
18
garantir desenvolvimento adequado da cultura e proporcionar a longevidade das
soqueiras. (BARROS et al., 2010). Porém esse método está em constante queda
devido à carência em mão de obra. O plantio mecanizado está tomando o lugar do
manual devido à preferência por otimização do serviço e diminuição de custos com
mão de obra, porém temos a desvantagens do fluxo de maquinários pesados que
possam desencadear uma compactação do solo e em determinados áreas com
relevos acentuados o maquinário não consegue exercer sua função com qualidade
de plantio.
Figura 2 - Plantio da cana-de-açúcar
Fonte: Google, 2019.
2.2.2 Plantio Semi mecanizado
Neste tipo de plantio são necessárias pessoas instruídas, para que as mudas
sejam plantadas de forma uniforme até que consiga uma mão de obra preparada
pode ser que ocorram falhas nas linhas de plantio, nas profundidades dos sulcos e
na compactação no fundo do sulco. (BAHIA et al., 2013).
De acordo com Afonso (2017) o plantio semi mecanizado é chamado no setor
por plantio manual por possuir inúmeras etapas feitas manualmente tais como o
19
corte da cana-de-açúcar em tamanhos menores e a distribuição da cana no sulco. A
parte mecanizada são aberturas do sulco e fechamento do sulco. Esse sistema era o
mais utilizado, mas devido à diminuição da mão de obra abriu espaço para o plantio
mecanizado.
Figura 3 - Plantio semi mecanizado da cana-de-açúcar.
Fonte: Google, 2019
2.2.3 Plantio mecanizado
O plantio mecanizado é uma prática recente, considerando a história da cana
no Brasil, e essa técnica de plantio se tornou padrão em todas as usinas em função
das gigantescas extensões de área, variações no clima e na umidade do solo, além
da economia da mão de obra têm sido as causas da utilização da mecanização. No
plantio totalmente mecanizado, as mudas que alimentam a plantadora estão picadas
e, são colhidas mecanicamente com as colhedoras, as mudas são distribuídas no
solo, se necessário podendo ser aplicados adubos e inseticidas. Já tem no mercado
um modelo de plantadora que possui uma carreta para aplicação de torta de filtro no
sulco. Com o auxílio das plantadoras vários processos que eram realizados de forma
manual passam a ser feitos com maior eficiência e rapidez. (SANTIAGO E
ROSSETO, 2010).
No plantio mecanizado a quantidade de mudas utilizadas tem um significativo
20
aumento, podendo ultrapassar vinte toneladas por hectare, com utilização de vinte e
quatro a sessenta gemas por metro, fato que potencializa a difusão de pragas e
doenças que diminuem o potencial germinativo ocasionando perdas que propiciam
prejuízos econômicos (LANDELL, 2012).
Figura 4 - Plantio mecanizado
Fonte: Agrop, 2019.
2.2.4 Plantio mecanizado direto
O plantio mecanizado direto é realizado com uma única operação, variando
apenas a forma de propagação. É feito a abertura dos sulcos, adubação, colocação
dos toletes no sulco e fechamento do sulco. Nesse sistema a quantidade de
maquinas operando são reduzidos para evitar a compactação do solo. (Anjos, 2010).
2.2.5 Plantio mecanizado indireto
O plantio mecanizado indireto é todo realizado por máquinas em operações
separadas: um trator realiza a sulcação da área; outro trator realiza a distribuição
das mudas, e outro trator realiza a cobrição. Neste sistema é possível a distribuição
de torta de filtro ou resíduos orgânicos. A colheita das mudas é feita mecanicamente
através de colhedora. Geralmente há um elevado consumo de mudas. (SANTOS e
BORÉM, 2016).
21
2.2.6 Plantio Meiosi
O sistema conhecido como Meiosi, foi desenvolvido pelo Engenheiro
Agrônomo José Telles de Barcelos, na década de 1980 na estação experimental de
Planalsucar em Uberlândia-MG, teve como objetivo a consorciação racional da
cana-de-açúcar com culturas anuais, ou adubos verdes em área de reforma,
buscando diminuir os custos da produção. (LANDELL,1998).
De acordo com Aoki (2017 p.2) “A palavra MEIOSI, significa Método Inter
rotacional Ocorrendo Simultaneamente. Significa que em uma área de reforma,
planto a muda a ser utilizada nesta reforma juntamente com uma cultura de rotação”.
As vantagens qualitativas desse sistema são: maior vigor, maior velocidade
de brotação das mudas, aumento do rendimento de corte e garantia na qualidade do
plantio. (UNICA, 2014).
Figura 5 - Plantio de Meiosi
Fonte: Agrop, 2019
2.3 MPB na Cana-de-açúcar
O MPB foi desenvolvido no Brasil por Silva (1975) teve como objetivo no inicio
22
controlar o raquitismo das soqueiras. Há pouco tempo foi relançado por Landell, et
al. (2013) com o nome de Sistema de produção de mudas pré brotadas (MPB), feito
para plantio direto no campo ou para serem acondicionadas em tubetes. (Afonso,
2017).
Nos últimos anos com a ocorrência de pragas e doenças nos canaviais, que
tem como meio de disseminação as mudas infectadas, e a baixa produtividade e
longevidade, e o aumento da preocupação dos produtores levaram pesquisadores a
buscarem alternativas de plantio que garantissem a sanidade das mudas. Com isso
houve a expansão através do sistema MPB e microprogação (SANTOS e BORÉM,
2016).
Segundo Landell (2012) com a adoção do plantio mecanizado ficaram mais
frequentes as falhas e a disseminação de pragas e doenças através do corte,
causando assim perdas significativas na produtividade dos canaviais e gastando
mais colmos. Devido a esta problemática de colmos e das mudas, o IAC
desenvolveu uma nova tecnologia para agregar valor e ganhos na produção, o MPB.
Para Afonso (2017) o sistema MPB consiste em formar mudas em ambiente
protegido buscando a sanidade das mesmas, e melhorando a uniformidade do
plantio diminuindo assim as falhas nos canaviais.
O uso de MPB reduz 90% de mudas utilizadas no plantio. No sistema
tradicional de plantio utiliza-se o rebolo, que é a cana picada que tem o tamanho de
30 a 50 cm. (RIPOLI; RIPOLI, 2004).
Para a produção de mudas precisa-se que o material tenha procedência, com
idade de 9 a 12 meses, proveniente de cana soca ou cana planta, sadio e que tenha
sido submetido a tratamento térmico. (SANTOS e BORÉM, 2016).
Segundo Landell (2012), o sistema de MPB de cana-de-açúcar propõe
aumentar a economia de colmos na implantação do canavial, levar mudas já
formadas ao campo, proporcionar homogeneidade e sanidade inicial do canavial.
O principal problema desse sistema é a necessidade de irrigação
principalmente nos primeiros dias ou semanas após o transplante, porém este fato
pode ser resolvido se for plantada no período de chuvas (AFONSO, 2017).
De acordo com Filho e Christoffoleti (2004), um outro problema pela cultura
da cana-de-açúcar é a interferência causada pela presença das plantas daninhas,
tanto via competição, alelopatia, como dificultando a colheita, o que pode provocar
23
perdas na produtividade da cultura de até 85%, quando não controladas
adequadamente.
Segundo Segato et al. (2006), além dos cuidados frequentes para a condução
do viveiro que são: o bom preparo de solo e adequada adubação no plantio, outras
práticas devem ser adotadas nas áreas de viveiro, a irrigação, a adubação e os
cortes das mudas.
Atualmente o MPB além do que foi descrito, está sendo utilizado em
replantios em áreas de cana soca, replantios de falhas convencionais e na formação
de viveiros. (MELLO, 2018).
2.3.1 Produção de MPB
De acordo com Santos e Borém (2016), esse sistema utiliza colmos,
produzidos em viveiros básicos, o processo produtivo MPB deve conter seis estádios
fundamentais:
a) Estádio 1 – Retirada dos colmos, corte e preparo dos minis rebolos - Essa
etapa é realizada a partir de viveiros básicos com idade de 6 a 10 meses
permitindo assim melhor aproveitamento das gemas e do colmo.
b) Estádio 2 – Tratamento das gemas – A parte do tratamento dos minis
rebolos é realizado com produtos à base de Azoxistrobina ou Pyraclostrobin a
0,1% na solução. Imersão na solução por 3 minutos. Outros tratamentos
complementares também podem ser usados como promotores de
enraizamento para ampliar a sanidade e o vigor inicial das mudas.
c) Estádio 3 – Brotação – Essa etapa ocorre em substratos, são utilizadas
bandejas para conter 80 minis rebolos, os rebolos devem ser cobertos por
substratos e mantidos a 32°C em câmara de vegetação. O molhamento deve
ser suficiente para garantir o processo de brotação, a duração deste período
varia de 7 a 10 dias.
d) Estádio 4 – Repicagem - Ocorre após o período de pré-brotação, nesta
fase são utilizados tubetes, suportes, substratos.
e) Estádio 5 – Aclimatação fase 1 – As gemas brotadas deverão permanecer
na câmara de vegetação por um período de 21 dias. Deve ser feito turnos de
irrigação de acordo com o desenvolvimento das plantas. No fim dessa etapa
deve ser realizado a primeira poda foliar.
24
f) Estádio 6 - Aclimatação fase 2 – A etapa final ocorre em bancadas em
pleno sol, nela o objetivo principal é adaptar a muda às condições do campo.
Há controle de irrigação, quatro turnos de rega. O manejo de podas foliares é
intensificado, com três podas ao longo de 21 dias.
25
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Caracterização da área
O trabalho foi desenvolvido em casa de vegetação no período de 60 dias de
março à abril, na usina Cafealcool, no município de Cafelândia, localizada na Vicinal
Humpei Hirano, KM 15 cujas coordenadas geográficas são: latitude 21°04’09” e
longitude 49°36’16” oeste, estando a uma altitude de 445 metros.
O clima da região de Cafelândia é quente e temperado, existe uma
pluviosidade considerável ao longo do ano, mesmo no mês mais seco. Segundo a
Köppen e Geiger o clima predominante é o Cfa. A temperatura média de 21.4 °C e
pluviosidade anual de 1217 mm..
3.2 Tratamentos e delineamento experimental
Foi escolhida a cultivar RB966928 da empresa Ridesa com as características
descritas no quadro 1.
Quadro 1 - Características da cana-de-açúcar - RB966928
(continua)
Produtividade Agrícola Alta
Colheita Abril – Maio
Perfilhamento Alto
Brotação da Soca Muito boa
Fechamento entre linhas Bom
Velocidade de Crescimento Rápido
Porte Médio
Hábito de Crescimento Semi-decumbente
Tombamento Eventual
Florescimento Raro
Chochamento Ausente
26
(conclusão)
Maturação Precoce
Despalha Fácil
PUI (Período útil de
industrialização) Médio
Exigência em Ambientes Média Restrição
Teor de Sacarose Médio
Teor de Fibra Médio
Carvão Tolerante
Ferrugem marrom Tolerante
Escaldadura Tolerante
Mosaico Tolerante
Fonte: Ridesa, 2010
O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso com quatro
tratamentos e quatro repetições para cada um, totalizando 16 parcelas, sendo
que os tratamentos utilizados foram:
T1 - Torta de filtro+ Bagaço de Cana (tratamento padrão de usina)
T2 - Torta de filtro+ Carolina ll (F-915)
T3 – Substrato Carolina ll (F-915) + adubo Osmocote 200g/Saco (15-09-12)
T4 – Substrato Carolina ll (F-195) + adubo Basacote 200g/Saco (16-08-12)
3.3 Avaliação
3.4 Altura
Estipuladas pela distância do solo (colo da planta) até a primeira folha +1 da
planta, com régua. As avaliações foram feitas aos 14, 21, 28 e 35 DAP. Utilizando os
valores de 35 DAP para as análises estatísticas.
27
Figura 6 - Medição da altura da planta
Fonte: Autores, 2019
3.5 Diâmetro de colmos
Foi medido o diâmetro rente ao solo (colo da planta) aos 14, 21, 28 e 35 DAP,
para esta avaliação foi utilizado paquímetro digital. As análises estatísticas foram
feitas com os resultados do diâmetro de colmos aos 35 DAP.
Figura 7 - 51 dias após plantio
Fonte: Autores, 2019
3.6 Massa fresca aérea e raiz
Para essa avaliação foi feita a limpeza das mudas com água evitando deixar
28
qualquer tipo de resíduo nas plantas e foi eliminado o minirebolo com ajuda do
estilete. As análises estatísticas foram realizadas de acordo com os valores da
pesagem da balança de precisão.
Figura 8 - Limpeza dos colmos
Fonte: Autores, 2019
Figura 9 - Pesagem Massa Seca
Fonte: Autores, 2019
3.7 Massa seca aérea e raiz
Para as avaliações de pesagem da massa seca aérea e raiz as plantas foram
colocadas em sacos de papel e deixadas ao sol por 2 dias, logo após colocadas no
micro-ondas por 10 min, até a secagem completa das amostras. Com o auxílio da
balança de precisão foi feita a pesagem da massa seca parte aérea e raiz e
registrados os dados em uma planilha especifica, encerrados os levantamentos foi
29
feito a análise estatística.
Figura 10 - Secagem das mudas no saco
Fonte: Autores, 2019
30
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Diâmetro do caule
Na tabela 1 estão apresentados os resultados da análise estatística pelo teste
de Scott-Knott a 10%. Somente o T3 apresentou diferença significativa nos 28 DAP
e 35 DAP em relação aos demais tratamentos, apresentando o menor valor em
todas as avaliações. Já os demais não diferiram significamente entre si.
Tabela 1 - Diâmetros das mudas pré-brotadas dos diferentes tratamentos.
Tratamentos 14DAP 21DAP 28DAP 35DAP
T1 4,81 a 5,24 a 5,45 a 5,62 a
T2 4,61 a 5,24 a 5,37 a 5,59 a
T3 4,08 a 4,76 a 4,69 b 4,87 b
T4 4,47 a 5,31 a 5,58 a 5,82 a
T1 - Torta de filtro + Bagaço de Cana, T2 - Torta de filtro + Carolina ll, T3 - Carolina ll + Osmocote, T4 - Carolina ll + Basacote, DAP – Dias Após Plantio. Fonte: Autores, 2019
Lemoes et al. (2017), em pesquisa similar, avaliaram o crescimento e
desenvolvimento de mudas pré-brotadas em diferentes substratos (composto
orgânico, casca de arroz carbonizada, casca de tungue e torta de tungue) e não
encontram diferenças significativas entre eles . Já segundo a pesquisa de Silva et
al.; (2014), não dispuseram de resultados significativos quando usaram o bagaço de
cana-de-açúcar no crescimento do girassol, no qual o número de folhas e o diâmetro
de caule, os recursos foram menores dentre os substratos avaliados.
4.2 Altura das plantas
Na tabela 2 são apresentados os dados obtidos pela análise estatística pelo
teste de Scott-Knott a 10%, diante a medição da altura das mudas nos 14 DAP, 21
DAP, 28 DAP e 35 DAP. Constatou-se que não ocorreram diferenças significativas
em nenhum dos tratamentos utilizados nesse período.
Tabela 2 - Altura de plantas dos diferentes tratamentos.
Tratamentos 14DAP 21DAP 28DAP 35DAP
31
T1 5,26 a 8,34 a 9,48 a 10,09 a
T2 7,75 a 9,19 a 9,91 a 10,41 a
T3 6,64 a 7,95 a 8,85 a 9,34 a
T4 7,96 a 9,14 a 9,99 a 10,36 a
T1 - Torta de filtro + Bagaço de Cana, T2 - Torta de filtro + Carolina ll, T3 - Carolina ll + Osmocote, T4 - Carolina ll + Basacote, DAP – Dias Após Plantio Fonte: Autores, 2019
A altura é o índice visível principal que mostra o bom desenvolvimento da
planta. Marafon et al.; (2012), mostra que a produção de sacarose da cana-de-
açúcar está diretamente ligada a altura da planta e ao diâmetro, por isso que para
indústria é necessário bom desenvolvimento de plantas com respostas positivas de
altura e diâmetro. Porém, durante as análises ocorridas após o plantio, constatou-se
que não ocorreu diferença no desenvolvimento da altura nas mudas em nenhum dos
tratamentos utilizados.
4.3 Massa Fresca e Seca da parte aérea
Na tabela 3 foram apresentados resultados de massa fresca da parte aérea
(MFPA) e massa seca da parte aérea (MSPA), não sendo encontradas diferenças
significativas em nenhuma das avaliações.
Tabela 3 - Massa Fresca e Seca da parte aérea dos diferentes tratamentos.
Tratamentos MFPA MSPA
T1 5,81 a 1,13 a
T2 4,91 a 1,09 a
T3 4,89 a 0,94 a
T4 5,10 a 1,05 a
T1 - Torta de filtro + Bagaço de Cana, T2 - Torta de filtro + Carolina ll, T3 - Carolina ll + Osmocote, T4 - Carolina ll + Basacote, MFPA Massa Fresca Parte Aérea, MSPA Massa Seca Parte Aérea.
Fonte: Autores, 2019
Nas avaliações de pesagem da massa aérea das MPB realizadas após o
plantio não foram constatados resultados que diferenciavam entre os tratamentos.
Os T1; T2;T3; T4 obtiveram resultados semelhantes no peso massa aérea.
32
Com este resultado é necessário à realização de novos testes para encontrar
tratamentos que tragam resultados satisfatórios ao desenvolvimento aéreo, a parte
aérea de uma planta é imprescindível para boas produções. Em pesquisa similar foi
constatado por Schimidt-Vogt (1996) e por Carneiro (1976) que o peso da matéria
seca da parte aérea é uma ótima manifestação do vigor das mudas.
Porém, de acordo com Marafon et al., (2016) a acumulação de matéria seca
da parte área e raiz são submissas ao desenvolvimento da planta.
4.4 Massa da raiz
De acordo com o a tabela 4 que contém os resultados da análise de massa
fresca da raiz (MFR) e massa seca parte da raiz (MSR), não houve diferença
significativas em relação aos tratamentos para MFR. Para MSR o T2 apresentou
resultado superior, diferenciando dos demais.
Tabela 4 - Analise estatística de MSR (Massa Seca Raiz) MFR (Massa Fresca Raiz).
Tratamentos MFPR MSPR
T1 2,79 a 0,24 b
T2 2,49 a 0,32 a
T3 2,77 a 0,20 b
T4 2,43 a 0,22 b
T1 - Torta de filtro+ Bagaço de Cana, T2 - Torta de filtro+ Carolina ll, T3 - Carolina ll+ Osmocote, T4 - Carolina ll+ Basacote, MFPA Massa Fresca Parte Aérea, MSPA Massa Seca Parte Aérea. Fonte: Autores, 2019
Após serem finalizadas as análises após plantio, foram pesadas a massa da
raiz.
Na variável de massa fresca não foi observado nenhuma diferença nos
tratamentos utilizados. Já, na massa seca constatou-se diferença positiva na
pesagem, o uso do Tratamento 2 (Carolina ll + Torta de filtro) houve um incremento
no desenvolvimento. Cassaneli (2015) mostra resultados adequados e satisfatórios
na produção de MPB, tanto para o desenvolvimento da raiz, tanto para a parte
aérea. Usando os substratos Carolina ll 0,4 e o Carolina ll. De acordo com estudo de
Júnior et al. (2015), que utilizou bactérias diazotroficas e endofiticas em toletes que
33
passaram por tratamento térmico para finalidade de produção de mudas, mostra que
alcançaram resultados satisfatórios no crescimento radicular.
O resultado satisfatório significam que houve um crescimento e
desenvolvimento adequado, com bom peso na massa da raiz, com alturas e
diâmetros positivos mostrando o vigor da muda e uma massa aérea bem
desenvolvida.
34
CONCLUSÃO
Não houve diferença significativa entre os substratos avaliados para alturas de
plantas e massa fresca e seca da parte aérea e na massa fresca das raízes:
Em relação ao diâmetro, o substrato Carolina ll com adubo Osmocote foi o
que apresentou os menores valores durante todo experimento, com diferenças
significativas em relação aos outros substratos nas duas últimas avaliações (28 e 35
DAP):
Na massa seca das raízes o tratamento Torta de filtro + Carolina ll apresentou
maior valor em relação aos demais tratamentos.
35
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