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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE LATEC MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM SISTEMA DE GESTÃO AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE FORNECEDORES DE SUPRIMENTOS PARA EMPRESA DA INDÚSTRIA AERONÁUTICA RONALD PEREIRA DUTRA Niterói 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

LATEC

MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM SISTEMA DE GESTÃO

AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE FORNECEDORES DE SUPRIMENTOS PARA

EMPRESA DA INDÚSTRIA AERONÁUTICA

RONALD PEREIRA DUTRA

Niterói 2008

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AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE FORNECEDORES DE SUPRIMENTOS

PARA EMPRESA DA INDÚSTRIA AERONÁUTICA

RONALD PEREIRA DUTRA

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Sistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de concentração: Sistema de Gestão pela Qualidade Total.

Orientador: Prof. Helder Gomes Costa, D. Sc.

Niterói 2008

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AGRADECIMENTOS

A Deus pela saúde e pela oportunidade de realização deste trabalho que representa uma

importante etapa na minha vida.

Aos meus pais Manoel e Marly pela maravilhosa educação e conjunto de valores ensinados ao

longo da minha vida.

Aos meus irmãos Rogério e Renato pelo apoio e incentivo dedicados.

À minha namorada Amara pela compreensão, preocupação, incentivo e dedicação

dispensadas neste período.

Aos amigos e colegas de trabalho que de alguma forma contribuíram para o enriquecimento

deste estudo.

Ao professor e orientador Helder pela paciência, incentivo e ensinamentos prestados na

elaboração deste trabalho.

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RESUMO

Cada vez mais empresas percebem a importância do desenvolvimento do relacionamento com seus fornecedores como forma para aumentar o desempenho da cadeia de suprimentos. Flexibilidade, agilidade, compartilhamento de objetivos e capacidade de adaptação a novos cenários são apenas alguns aspectos que representam para as organizações um diferencial dentro do contexto de grande competição atualmente presente nos mercados. Este cenário tem requerido maior integração e parcerias de longo prazo que têm norteado as estratégias de muitas empresas perante seus fornecedores. Entretanto, a transformação destas estratégias em resultados efetivos para a cadeia de suprimentos requer um melhor tratamento das relações entre empresa cliente e fornecedor sob o ponto de vista de desempenho. Este estudo apresenta um sistema de avaliação de desempenho dos fornecedores composto por um conjunto de indicadores criteriosamente escolhidos, segmentados e alinhados com as estratégias de compras. O cálculo dos resultados e a conseqüente classificação do desempenho de cada fornecedor foram fundamentados e desenvolvidos através da agregação final pelo método da média ponderada. Os resultados gerados a partir deste processo constituem informações importantes para auxílio à elaboração das estratégias de relacionamento com fornecedores quanto ao seu desempenho.

Palavras-chave: Avaliação de fornecedores, cadeia de suprimentos, desempenho, indicadores.

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ABSTRACT

More and more companies perceive the importance of the development of the relationship with their suppliers as a form to increase the performance of the supply chain. Flexibility, agility, sharing of objectives and capacity of adaptation to new scenarios are only some aspects that represent for the organizations a differential within the context of strong competition currently present in the markets. This scenario has required bigger integration and long term partnerships that have guided the strategies of many companies with their suppliers. However, the transformation of these strategies in real results for the supply chain requires a better treatment of the relations between the customer and supplier under the performance aspect. This study presents a system of supplier’s performance evaluation composed by a set of indicators chosen in a detailed way, segmented and lined up with the strategies of the supply chain. The calculation of the results and the consequent classification of the performance of each supplier was based on and developed through the final aggregation for the weighed pointed method. The results generated from this process represent important information for decision-making process concerning the elaboration of the relationship strategies with suppliers under performance aspects.

Key words: Evaluation of suppliers, supply chain, performance, indicators.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Modelo geral da cadeia de suprimentos..................................................................... 22 Figura 2 Principais vertentes da SCM...................................................................................... 24 Figura 3 Relacionamento “transacional”.................................................................................. 29 Figura 4 Relacionamento “mútuo”........................................................................................... 29 Figura 5 Escopo da função compras ........................................................................................ 31 Figura 6 Cadeia de valor .......................................................................................................... 33 Figura 7 Exemplo representação gráfica de curva ABC .......................................................... 38 Figura 8 Matriz de segmentação de fornecedores.................................................................... 41 Figura 9 Etapas do processo de avaliação de fornecedores ..................................................... 62 Figura 10 Áreas pertencentes ao grupo de avaliação ............................................................... 63 Figura 11 Estrutura de indicadores........................................................................................... 68 Figura 12 Distribuição do percentual de compras por categoria.............................................. 78

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 O tempo e as dimensões competitivas....................................................................... 19 Tabela 2 Comparação entre modelos de suprimento ............................................................... 24 Tabela 3 Mudança de papéis de compras................................................................................. 28 Tabela 4 Matriz de Kraljic (importância/disponibilidade)....................................................... 40 Tabela 5 Fatores da certeza da idoneidade do fornecedor ....................................................... 45 Tabela 6 Evolução da avaliação de fornecedores..................................................................... 47 Tabela 7 Tipos de indicadores de desempenho........................................................................ 59 Tabela 8 Indicadores setoriais .................................................................................................. 68 Tabela 9 Relação de categorias de grupos de materiais ........................................................... 76 Tabela 10 Consolidação de fornecedores por categoria e grupo.............................................. 77 Tabela 11 Indicadores setoriais e indicadores operacionais.....................................................79 Tabela 12 Critérios de medição dos indicadores de desempenho............................................ 82 Tabela 13 Pesos por indicador ................................................................................................. 92 Tabela 15 Escala de pontuação dos indicadores operacionais ................................................. 95 Tabela 16 Notas dos indicadores setoriais ............................................................................... 96 Tabela 17 Classificação dos indicadores setoriais por fornecedor........................................... 97 Tabela 18 Classificação final dos fornecedores ....................................................................... 98

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 11

1.1 OBJETIVO DO TRABALHO ........................................................................................... 12 1.2 JUSTIFICATIVA DO TRABALHO ................................................................................. 12 1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO....................................................................................... 13 1.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESCOPO DO TRABALHO ........................................... 14 1.5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................................... 15 2 BASE CONCEITUAL: CADEIA DE SUPRIMENTOS...................................................... 19

2.1 A GLOBALIZAÇÃO E DIMENSÕES COMPETITIVAS............................................... 19

2.2 GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ............................................... 20 2.3 A FUNÇÃO COMPRAS ................................................................................................... 25 2.3.1 Os relacionamentos de compras................................................................................... 28 2.3.3 Aspectos estratégicos de compras ................................................................................ 30 2.4 O GERENCIAMENTO DE FORNECEDORES............................................................... 32 2.4.1 Evolução cultural........................................................................................................... 33 2.4.2 Evolução organizacional ............................................................................................... 35 2.5 SEGMENTAÇÃO DE FORNECEDORES PARA AVALIAÇÃO................................... 37 2.5.1 Classificação ABC ......................................................................................................... 38 2.5.2 Análise do relacionamento............................................................................................ 39 2.5.3 Análise de gasto ............................................................................................................. 40 2.6 A FUNÇÃO QUALIDADE............................................................................................... 42 2.6.1 Administração da qualidade total................................................................................ 43 3 BASE CONCEITUAL: AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE FORNECEDORES ....... 44

3.1 DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES... 50 3.1.1 Alinhar as metas de desempenho................................................................................. 51 3.1.2 Escolher a abordagem de avaliação............................................................................. 51 3.1.3 Desenvolver método de coleta de informações ........................................................... 52 3.1.4 Projetar um sistema robusto de avaliação .................................................................. 52 3.1.5 Desdobrar o sistema...................................................................................................... 53 3.1.6 Fornecer retorno ........................................................................................................... 53 3.1.7 Produzir resultados ....................................................................................................... 53 3.2 TIPOS DE MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ............................... 54 3.2.1 Método categórico ......................................................................................................... 54 3.2.2 Método da média ponderada........................................................................................ 55 3.2.3 Método da proporção de custo..................................................................................... 55 3.3 INDICADORES DE DESEMPENHO............................................................................... 56 3.3.1 Tipos de indicadores de desempenho dos fornecedores............................................. 58 4 DESCRIÇÃO DO MODELO PROPOSTO........................... Erro! Indicador não definido.

4.1 ETAPAS DA CONSTRUÇÃO DO MODELO DE AVALIAÇÃO DE

FORNECEDORES ........................................................................................................ 61

4.1.1 - 1ª Etapa: Caracterização do problema ..................................................................... 63 4.1.2 - 2ª Etapa: Formação da unidade de avaliação .......................................................... 63 4.1.3 – 3ª Etapa: Categorização dos fornecedores............................................................... 64 4.1.4 – 4ª Etapa: Identificação dos fornecedores a serem avaliados.................................. 66 4.1.4.1 Seleção por grupo de relacionamento .......................................................................... 66

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4.1.4.2 Seleção por volume de compras (análise ABC)........................................................... 66 4.1.5 – 5ª Etapa: Definição dos indicadores de desempenho .............................................. 67 4.1.6.1 Processo de medição .................................................................................................... 69 4.1.6.2 definição dos pesos dos indicadores............................................................................. 69 4.1.7 – 7ª Etapa: Coleta e tabulação dos dados.................................................................... 70 4.1.8 – 8ª Etapa: Cálculo dos indicadores setoriais ............................................................. 71 4.1.9 – 9ª Etapa: Classificação dos fornecedores ................................................................. 72 4.1.10 – 10ª Etapa: Análise dos resultados ........................................................................... 73 4.2 RETORNO PARA OS FORNECEDORES....................................................................... 73 5 APLICAÇÃO DO MODELO PROPOSTO.......................................................................... 75

5.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA (1ª ETAPA) ..................................................... 75 5.2 FORMAÇÃO DA UNIDADE DE AVALIAÇÃO (2ª ETAPA) ....................................... 75 5.3 CATEGORIZAÇÃO DOS FORNECEDORES (3ª ETAPA)............................................ 76 5.4 IDENTIFICAÇÃO DOS FORNECEDORES A SEREM AVALIADOS (4ª ETAPA) .... 77 5.5 DEFINIÇÃO DOS INDICADORES DE DESEMPENHO (5ª ETAPA) .......................... 78 5.6 DEFINIÇÃO DO PROCESSO DE MEDIÇÃO E DO PESO DOS INDICADORES (6ª ETAPA).................................................................................................................................... 82 5.6.1 Processo de medição...................................................................................................... 82 5.6.2 Definição dos pesos........................................................................................................ 92 5.7 COLETA E TABULAÇÃO DOS DADOS (7ª ETAPA)................................................... 93 5.8 CÁLCULO DOS INDICADORES SETORIAIS (8ª ETAPA).......................................... 94 5.9 CLASSIFICAÇÃO DOS FORNECEDORES (9ª ETAPA)............................................... 98 5.10 ANÁLISE DOS RESULTADOS (10ª ETAPA) .............................................................. 99 6 CONCLUSÕES................................................................................................................... 101

6.1 QUANTO À REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E BASE CONCEITUAL.......................... 101 6.2 QUANTO AO MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO PROPOSTO ......... 103 6.3 COMENTÁRIOS FINAIS DO AUTOR.......................................................................... 104 6.4 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ........................................................... 105 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................... 107

APÊNDICES.......................................................................................................................... 111

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1 INTRODUÇÃO

Segundo Merli (1998), o desempenho da cadeia de fornecimento de uma organização

é um reconhecido fator crítico de sucesso para as empresas que buscam diferenciais

competitivos junto à concorrência na procura constante pela manutenção e ampliação da sua

base de clientes.

Para Stanley e Wisner (2002), o processo de globalização ao mesmo tempo em que

aumentou a fronteira dos mercados, também trouxe mais concorrência. Sendo assim, em um

mercado com ampla oferta de produtos e serviços, as empresas têm buscado formas de

aumentar sua produtividade com o objetivo de poderem associar melhor preço, qualidade,

prazo e serviços aos seus clientes sem comprometer a sua lucratividade e o retorno aos

interessados no negócio.

Conforme Christopher (1999), juntamente com outros fatores, a cadeia de

fornecimento tornou-se elemento estratégico para a organização e como tal, sua administração

tem demandado cada vez mais modelos e ferramentas que viabilizem sua gestão de forma

eficaz. Esta necessidade remete a empresa a aperfeiçoar seu relacionamento com sua base de

fornecedores. Uma base de fornecedores de alta performance pode tornar a organização mais

eficiente, gerar produtos e serviços com maior qualidade, reduzir custos e aumentar a

lucratividade.

Porter (1997), ressalta a importância do desdobramento das atividades da organização

em diversas partes que de alguma forma agregam valor ao produto final como forma de

ganhar vantagem competitiva. Desta forma, cada parte pode ser separadamente avaliada e as

etapas consideradas estratégicas podem ser otimizadas. A vantagem competitiva aparece

quando a empresa é capaz de desempenhar suas atividades em cada etapa de forma mais

eficiente que seus concorrentes.

Conforme Bertaglia (2003), a partir da adoção de conceitos e práticas de

relacionamento colaborativo na cadeia de suprimentos tem sido possível uma redução da base

de fornecedores, que visa estimular a relação entre a empresa e seus fornecedores e dando a

estes status de “parceiros”. Este modelo está baseado numa relação de longo prazo com

divisão dos investimentos, dos riscos e dos benefícios do negócio.

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Entretanto, segundo Baily (2000), mesmo diante da importância e complexidade da

gestão de fornecedores, muitas empresas ainda não dispõem de técnicas estruturadas e

eficientes para medição do desempenho desta parte fundamental da sua cadeia de

suprimentos. Poucas são as organizações que possuem um sistema formal e periódico para

avaliação do desempenho de seus fornecedores assim como também não adotam uma política

para incentivá-los a aumentar sua eficiência e eficácia.

Desta forma, a qualidade dos produtos fornecidos a uma empresa, seja ela produtora

de bens ou fornecedora de serviços, é fundamental para a definição do nível da qualidade do

produto final e/ou serviço oferecido aos clientes. Sendo assim, a qualidade final do produto ou

serviço estará intimamente ligada à qualidade dos diversos elementos que compõem a cadeia

de suprimentos. Contudo, esta qualidade somente será alcançada se a aquisição de bens e

serviços forem provenientes de uma base de fornecedores criteriosamente qualificados e

totalmente inseridos em uma cultura de melhoria contínua e cujo desempenho deverá ser

periodicamente avaliado segundo os requisitos da organização cliente.

1.1 OBJETIVO DO TRABALHO

O trabalho visa propor um modelo para avaliação de desempenho de fornecedores para

indústria aeronáutica. Este modelo deve possibilitar uma análise estratégica e detalhada a

partir de um conjunto de indicadores de desempenho e deve suportar os processos decisórios

envolvendo a gestão de fornecedores e o impacto destes na cadeia de fornecimento.

1.2 JUSTIFICATIVA DO TRABALHO

O tema escolhido para esta dissertação se justifica em função da grande relevância que

o gerenciamento de fornecedores alcançou nas grandes organizações nos últimos anos, pois

conforme destacado por Porter (1997) em seu modelo das “cinco forças”, os fornecedores

tornaram-se atores essenciais no processo de integração cada vez maior da cadeia de

fornecimento. A busca contínua das empresas por maior eficiência exige níveis de

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desempenho cada vez maiores dos fornecedores e da sua inter-relação. Desta forma a

avaliação do desempenho de fornecedores constitui-se um dos aspectos mais importantes não

só para melhoria da eficiência da cadeia de suprimentos assim como para melhoria da

qualidade de processos e produtos e redução de custos.

Segundo Christopher (1999), os fornecedores através de seus produtos, são

responsáveis por uma faixa que pode variar entre 30% a 90% do custo total do produto final

da empresa cliente dependendo da característica do produto e do negócio.

Desta forma, a partir de um método estruturado de avaliação do desempenho de seus

fornecedores, as organizações poderão efetuar melhorias no seu processo de compra tendo

como objetivo o aperfeiçoamento da qualidade no relacionamento junto aos seus

fornecedores, seja de forma individual ou coletiva.

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está dividido em 6 capítulos cujo conteúdo está descrito a seguir:

No capítulo 1 é apresentada uma introdução ao tema proposto, destacando a

importância da avaliação do desempenho de fornecedores no gerenciamento e incremento da

competitividade da cadeia de suprimentos da organização. Neste capítulo são apresentados o

objetivo do estudo, a estrutura e justificativa do trabalho assim como a limitação do seu

escopo. Também faz parte deste capítulo a revisão bibliográfica.

O capítulo 2 apresenta a base conceitual, cujo objetivo é fornecer subsídios teóricos

para dar suporte e consistência ao estudo sob o aspecto do gerenciamento da cadeia de

suprimentos. A base conceitual contempla: uma abordagem sobre a globalização e dimensões

competitivas, gerenciamento da cadeia de suprimentos, função compras, gerenciamento de

fornecedores, segmentação de fornecedores e função qualidade.

O capítulo 3 aborda os conceitos e descrições sobre o processo de avaliação de

desempenho de fornecedores proporcionando um melhor entendimento sobre sua estruturação

e aplicação, além dos tipos de indicadores encontrados na literatura.

O capítulo 4 traz a apresentação e descrição do modelo de avaliação de desempenho

de fornecedores proposto pelo estudo. Descreve ainda as etapas definidas para o modelo

assim como o detalhamento de cada uma destas etapas.

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No Capítulo 5 é apresentado um experimento com a aplicação do modelo com base

em todas as etapas descritas anteriormente no capítulo 4. São contemplados neste capítulo os

resultados obtidos com a aplicação do sistema proposto e uma avaliação crítica do sistema de

indicadores.

No Capítulo 6 são apresentadas as considerações finais, conclusão e sugestões para

futuros trabalhos que possam incrementar o trabalho desenvolvido.

Por fim, o trabalho é complementado com as referências bibliográficas e apêndices

utilizados no estudo.

1.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESCOPO DO TRABALHO

O presente estudo se limitará à definição de um modelo de avaliação de desempenho

de fornecedores de uma empresa aeronáutica para aplicação exclusiva. Desta forma, mesmo

sendo possível, a ampliação da aplicação deste modelo para empresas de outros segmentos

implicará em adequações.

Este estudo não abordará questões que, mesmo sendo indiretamente relevantes para o

processo de avaliação de fornecedores não são contempladas no objetivo do trabalho. São

elas:

• Avaliação para homologação e desenvolvimento de novos fornecedores. O modelo é

restrito a fornecedores já existentes e cadastrados pela empresa cliente.

• Normas técnicas não serão consideradas na formulação do modelo.

• Estratégias de negócios dos fornecedores não serão consideradas, ficando o modelo

restrito ao nível operacional.

• Os processos internos das áreas diretamente envolvidas na avaliação dos fornecedores

não serão detalhados neste estudo embora possam ser superficialmente citados nos

capítulos de base conceitual.

• Os custos de implantação do modelo assim com o desenvolvimento de um sistema

informatizado para aplicação não serão analisados.

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1.5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Foram realizadas pesquisas às bases de dados Scielo, Proquest, Pergamon, Portal

Periódicos Capes e Elsevier, à base dados de teses e dissertações (Latec, Capes, USP, UFRS e

UFSC), biblioteca do Instituto Tecnológico Aeroespacial – ITA, a periódicos e revistas

acadêmicas. Outras fontes de pesquisa foram as referências bibliográficas descritas nos títulos

encontrados na busca acima descrita. Esta pesquisa resultou em diversas referências que

permitiu avaliar uma bibliografia pertinente ao tema e com isto ter-se uma idéia do estado da

arte no contexto de avaliação do desempenho de fornecedores.

Na pesquisa bibliográfica foram encontrados um número obras literárias e artigos

publicados em jornais e revistas acadêmicas nos últimos anos sobre avaliação de desempenho

de fornecedores dentro do contexto de gerenciamento da cadeia de suprimentos.

Muitas destas obras e artigos relatam o crescente aumento da importância do

gerenciamento estratégico de fornecedores ao longo da última década. Apesar de inseridos

dentro do mesmo contexto, uma parte da literatura pesquisada trata da seleção de

fornecedores e outra parte do relacionamento e da avaliação do desempenho de fornecedores

já selecionados. Apesar de apresentarem escopos diferentes, estes dois cenários contêm

aspectos em comum, diferenciando-se pela finalidade que os processos de seleção e avaliação

de desempenho de fornecedores possuem isoladamente.

Para Cagliano, Caniato e Spina (2004), o gerenciamento de fornecedores começa no

processo de seleção. A seleção e decisão do melhor fornecedor são fundamentais e devem

estar intimamente relacionadas com a estratégia de suprimentos da empresa, garantindo

coerência e alinhamento entre as mesmas.

Os fornecedores possuem um papel fundamental no planejamento estratégico das

empresas (Ernst & Young, 2001). Segundo a consultoria, os custos gerais de aquisição numa

empresa do setor industrial podem representar em média entre 70% e 75% do faturamento e

as compras por sua vez representam cerca de 60% dos custos gerais de aquisição. O

gerenciamento deste processo pelas organizações, junto à base dos fornecedores, pode

representar uma grande oportunidade para manterem ou melhorarem sua competitividade.

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Segundo Carbone (1999), programas de avaliação do desempenho de fornecedores

alcançaram grande relevância nos últimos anos. De uma forma geral, o objetivo principal

destes programas é identificar os bons e os maus fornecedores, através do estreitamento da

comunicação e interação entre cliente e fornecedor.

Conforme Simpson, Siguaw e White (2002), muitas empresas adotam certificações

internacionais (como por exemplo ISO 9000) como meio para constatação de desempenho

elevado de seus fornecedores. Entretanto, à medida que mais e mais fornecedores têm

adquirido este tipo de certificação e alcançado padrões semelhantes de qualidade, estas

certificações tornaram-se insuficientes para distinguir o desempenho de um fornecedor de

outro.

Para Juran (1992), o relacionamento com os fornecedores deve ser considerado

estratégico para as organizações que desejam participar do mercado altamente competitivo

que vem se consolidando cada vez mais.

De acordo com Dias (1993), a seleção e avaliação de fornecedores são fatores chave

no processo de compras, onde a potencialidade, as instalações, seus produtos e seu balanço

devem ser verificados.

Baily (2000) afirma que quando os fornecedores são bem avaliados geram ações que

possibilitam a melhoria dos processos das empresas resultando em redução de custos, melhor

cumprimento de prazos de entrega e aumento na qualidade dos produtos e serviços.

Segundo Howard (1998), os programas de avaliação do desempenho de fornecedores

quando corretamente aplicados, permitem a identificação de pontos-chaves que atenderão as

exigências dos integrantes da cadeia de valor. É importante que este processo seja conduzido

de forma estruturada permitindo a avaliação dos pontos fortes e fracos dos fornecedores de

maneira rápida e eficaz.

Para Harrington (1997), os métodos de acompanhamento e avaliação de fornecedores

colaboram de forma significativa para o processo de melhoria contínua das empresas.

Conforme Bowersox, Closs e Cooper (2006), à medida que a competência e eficiência

operacional tornaram-se fatores críticos para criação e manutenção da vantagem competitiva,

a precisão na mensuração de desempenho dos atores envolvimentos na cadeia de

fornecimento tornou-se mais importante para as empresas cliente.

Segundo Merli (1998), mesmo conscientes da necessidade da utilização de métodos de

avaliação do desempenho de seus fornecedores, muitas empresas fracassam na implantação de

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uma metodologia adequada às suas necessidade. Tal dificuldade é gerada em sua grande parte

pela indisponibilidade de dados históricos e pela forma trabalhosa que a recuperação e

administração destes requer.

Como reportado por Baily (2000), dentro de um ambiente de parceria e melhoria

contínua, os objetivos de um sistema de avaliação de fornecedores devem ser de gerar

relações consistentes de longo prazo através da identificação de pontos falhos e propostas de

melhoria nas ações de fornecimento de produtos e/ou serviços.

Para Harrington (1997), as organizações que adotam um comportamento voltado para

melhoria contínua obtêm mais sucesso no alcance de padrões de qualidade mais elevados,

inclusive um maior desenvolvimento de sua base de fornecedores.

Segundo Gordon (2005), toda organização sabe que deve avaliar o desempenho de

seus fornecedores. Grande parte delas possui algum tipo de medição seja por meio de alguns

rudimentares indicadores-chave de desempenho ou de programas e processos sofisticados de

coleta e avaliação dos dados. Porém, ainda segundo a autora, poucos compradores e

profissionais da qualidade estão satisfeitos com as capabilidades e resultados de suas

avaliações dos fornecedores.

Segundo Juran (1992), os conceitos e critérios para uma avaliação de fornecedores

com qualidade precisam necessariamente estar relacionados às estratégias da organização sob

os aspectos comerciais e técnicos do setor ao qual ela pertence. O sucesso ou o fracasso da

metodologia adotada está relacionado à dinâmica e agilidade destinadas ao monitoramento

dos fornecedores.

A literatura traz diversas considerações sobre aspectos sob os quais um sistema de

avaliações de fornecedores deve estar suportado. Em muitos casos estas considerações

mostram-se alinhadas e inseridas dentro do mesmo contexto.

Conforme Prahinski e Benton (2004, apud Mentzer e Konrad, 1991), a medição do

desempenho do fornecedor é a avaliação do nível de eficiência e eficácia com que este realiza

determinado processo ou atividade. O estudo deles relata ainda que aspectos como qualidade,

entrega, preço, serviço e flexibilidade são considerados fatores chave de sucesso e que

portanto, devem compor um sistema de avaliação de desempenho do fornecedor.

Para Merli (1998), um sistema de avaliação de fornecedores deve abranger quatro

dimensões competitivas: custo, serviço, qualidade e inovação.

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Gunasekaran et al. (2001), reportaram que um sistema de avaliação de desempenho de

fornecedores deve ser estruturado em três níveis de desempenho: estratégico, tático e

operacional.

Para Van Hoeck et al. (2001), a medição do desempenho de fornecedores deve estar

baseada em quatro fatores: sensibilidade com o cliente, integração virtual, processo de

integração e integração da cadeia.

Hamdas e Spekman (2000), elaboraram um processo de avaliação do desempenho de

fornecedores a partir de varáveis como estoque, tempo, fidelidade de entrega, qualidade, foco

e satisfação do cliente.

Para Juran (1992), a atividade de avaliação de desempenho do fornecedor deverá estar

diretamente relacionada com a importância do item adquirido.

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19

2 BASE CONCEITUAL: CADEIA DE SUPRIMENTOS

2.1 A GLOBALIZAÇÃO E DIMENSÕES COMPETITIVAS

De acordo com Pires (2004), o processo de globalização que marcou o Brasil desde o

início da abertura econômica iniciada em 1990, diversos setores industriais passaram a

enfrentar uma nova realidade de competição agora em escala global. Em geral o processo de

globalização expandiu significativamente a oferta em diversos setores industriais, aumentando

assim a pressão para a redução de preços. Este movimento levou as organizações a conviver

com uma competição baseada em valores globais. Na prática não interessava muito mais onde

se produz nem sob qual realidade, mas sim como se atende com produtos e/ou serviços a um

mercado com um conjunto crescente de exigências.

Para Merli (1998), quando se fala em vantagens competitivas fala-se sobre estratégia

empresarial, pois estas vantagens são elementos que garantem ou podem garantir o sucesso de

uma organização no mercado. Segundo o autor, são quatro as dimensões competitivas a serem

consideradas: custo, serviço, qualidade e inovação. Estas quatro dimensões devem sempre ser

associadas a uma outra dimensão que é o tempo, pois sem este as outras dimensões deixam de

existir ou podem se tornar pontos fracos. A tabela 1 descreve a relevância relação entre a

dimensão tempo e as demais dimensões competitivas: Tabela 1 O tempo e as dimensões competitivas

Custos

O tempo está relacionado com a flexibilidade, ou seja, baixos tempos de

preparação e não com economias obtidas através de grandes lotes de

produção.

Serviço / Entrega O tempo tem relação com a capacidade de resposta rápida de

atendimento, e não com os estoque elevados.

Qualidade O tempo se relaciona com a qualidade desde a primeira produção

(capacidade de, em pouco tempo, fornecer produtos de qualidade).

Inovação As inovações devem ser introduzidas em tempos curtos, caso contrário

tornam-se um serviço para os concorrentes. Fonte: Merli (1998)

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20

Conforme Pires (2004), sob a perspectiva da gestão de suprimentos pode-se identificar

outras dimensões (ou prioridades) competitivas de diversos setores industriais. No mundo

industrial, as dimensões competitivas mais comuns costumam ser o custo, a qualidade, o

desempenho das entregas e a flexibilidade.

De acordo com Zago (2006), a modularização de componentes tem requerido

melhores práticas no gerenciamento da cadeia de fornecimento com conseqüente redução da

quantidade de fornecedores e adoção de políticas de relacionamento de longo prazo,

principalmente na indústria automobilística.

O custo continua sendo uma dimensão competitiva básica, especialmente para

produtos e mercados que tendem a se comportar cada vez mais como de commodities. A

qualidade costuma apresentar-se cada vez mais sob uma perspectiva ampla, bem maior do que

a tradicional qualidade apenas de conformação (dimensional). Já o desempenho das entregas

costuma ser medido em termos de confiabilidade dos prazos prometidos e duração desses

prazos. Em termos de tendência, caminha-se para uma situação em que o cliente quer cada

vez mais produtos customizados com prazos de entrega cada vez mais confiáveis e próximos

da pronta entrega. Finalmente a flexibilidade apresenta-se sob a perspectiva principalmente da

combinação e do volume de produção. De uma forma geral, podemos medir a flexibilidade de

um sistema produtivo medindo sua velocidade de reação e de atendimento a mudanças

inesperadas na combinação e no volume de produção de determinada demanda.

É importante ressaltar que existem diversos trade-offs entre estas dimensões, ou seja,

como melhorar o desempenho de uma delas sem prejudicar o de outra. Para Pires (2004), nas

últimas décadas ocorreram alguns avanços significativos nesta linha, como por exemplo, o

trade-off qualidade versus custo em alguns setores industriais já foi quebrado. Entretanto

trade-offs como flexibilidade e custo ainda perduram apesar de todos os avanços alcançados.

2.2 GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

Segundo Christopher (1999), o grande crescimento da competitividade despertou nas

empresas a necessidade de orientar o planejamento estratégico para o cliente.

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21

Tal postura também é defendida por Merli (1998) que, afirma que o planejamento

estratégico deve ser focado para a satisfação do cliente e para isto, as organizações devem

estar comprometidas com a melhoria contínua de seus processos.

De acordo com Harrington (1997), novas estratégias de suprimentos são necessárias

de forma a fazer com que materiais e informações se movimentem o mais rápido possível e

com os menores custos. Esta tendência leva as empresas a buscar novas tecnologias e

desenvolver novos processos para poderem atender seus clientes em um ambiente cada vez

mais competitivo.

Segundo Bowersox, Closs e Cooper (2006), uma cadeia de suprimentos integrada

implica em uma gestão de relacionamento multiempresas que comumente estão inseridas

numa estrutura com limitações de capacidade, informações, competências essenciais, capital e

restrição de recursos humanos. Desta forma a estrutura e a estratégia da cadeia de suprimentos

é resultante de diversos esforços para conectar operacionalmente as empresas aos seus

fornecedores, à suas redes de distribuição e por fim aos seus clientes. Portanto uma cadeia de

suprimentos deve estar efetivamente integrada desde a aquisição de materiais iniciais até a

entrega de produtos e fornecimento de serviços aos clientes finais. O diagrama linear

apresentado na figura 1 representa a cadeia de suprimentos integrada que inter-relaciona os

componentes que participam do processo.

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22

Gestão de Relacionamentos

Figura 1 Modelo geral da cadeia de suprimentos Fonte: Bowersox, Closs e Cooper (2006) – Adaptado do Departamento de Cadeia de Suprimentos. Michigan Sate University

Um termo muito importante que surgiu desde meados da década de 90 de acordo com

Pires (2004) foi o “Supply Chain Management” – SCM. Segundo o autor não existe na

literatura um marco histórico definindo o surgimento deste termo e cita que este termo foi

originalmente introduzido por consultores no começo dos anos 80. O fato é que esta nova

abordagem trouxe uma nova visão para a cadeia de suprimentos e foram três as razões

principais que alavancaram a importância destinada ao tema, conforme segue:

• As empresas estão cada vez menos verticalizadas, cada vez mais especializadas e

procurando fornecedores que possam abastecê-las com componentes de alta qualidade

e a um baixo preço;

• O crescimento da competição no contexto doméstico e internacional;

CONSUMIDORES

FINAIS

MATERIAIS

Fluxos de informação, produto, serviço, finanças e conhecimento

Restrições de capacidade, informação, competências essenciais e recursos humanos

Distribuição ao mercado

Empresa Integrada

Produção

Compras

Rede de Distribuição

Rede de Fornecedor

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23

• O entendimento de que a maximização do desempenho de apenas um elo da cadeia de

suprimentos está distante de garantir seu melhor desempenho como um todo.

Para Novaes (2001), Supply Chain Management refere-se à integração dos processos

industriais e comerciais, se iniciando no consumidor final e indo até os fornecedores iniciais,

gerando assim produtos, serviços e informações que agreguem valor para o cliente.

Pode-se verificar então que a SCM vem expandir para todos os níveis da cadeia de

suprimentos a mesma exigência que existe na sua ponta final, ou seja, a mesma aplicação de

valores e padrões do comprador para o vendedor, do vendedor para o fornecedor e do

fornecedor para o sub-fornecedor.

Outro aspecto interessante ressaltado por Pires (2004), é que este processo de

mudanças aconteceu já no ambiente industrial não tendo, portanto a academia como líder

deste movimento. Já em meados dos anos 90 constatou-se alguns pontos que incentivaram a

mudança na gestão da manufatura e da cadeia de suprimentos:

• Grande divisão de informações entre fornecedores e clientes;

• Processo de negócios horizontais substituindo as funções dos departamentos verticais;

• Mudança da produção em massa para a customizada;

• Aumento da dependência de materiais comprados e/ou processados fora dos limites da

empresa, com uma simultânea redução do número de fornecedores;

• Grande ênfase na flexibilidade organizacional e nos processos produtivos;

• Necessidade de coordenar processos entre muitos recursos e plantas geograficamente

descentralizadas e distantes;

• Maior valorização da mão-de-obra e necessidade de sistemas de suporte à decisão,

atualizados por informações em tempo real;

• Pressão competitiva para introduzir novos produtos mais rapidamente.

A SCM pode ser considerada como um ponto de convergência a partir da expansão de

outras áreas tradicionais no ambiente empresarial. A figura 2 mostra as quatro principais

vertentes da cadeia.

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24

Figura 2 Principais vertentes da SCM Fonte: Pires (2004)

As relações de fornecimento devem atender cada vez mais os requisitos de entregas no

tempo e quantidade necessárias. Neste sentido os conceitos e modelos de gestão da cadeia de

suprimentos devem sempre focar as alianças estratégicas entre a empresa e sua base de

fornecedores. A tabela 2 destaca as principais diferenças entre o modelo de suprimento

tradicional e o suprimento just-in-time.

Tabela 2 Comparação entre modelos de suprimento

Parâmetro Suprimento Tradicional Suprimento Just in Time

Seleção

Múltiplas fontes;

O preço é o principal critério de

seleção, dada uma qualidade pré-

estabelecida.

Fonte única;

A qualidade do processo, a capacidade

de fornecimento no prazo, o serviço,

são enfatizados na seleção do

fornecedor.

Avaliação - Controle de entrada do produto. - Controle de entrada no fornecedor.

Tamanho do

lote

- Grandes lotes e fornecimentos não

freqüentes.

- Pequenos lotes e fornecimentos

constantes.

Tempo de

reposição

Geralmente maiores;

Contratos feitos para cada pedido de

Baixo tempo para efetuar pedido de

compra;

S C M

Compras Produção

Marketing Logística

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25

compra;

Processo de compras com muitos

documentos.

Utiliza sistema kanban, mala

eletrônica, fax ou telefone.

Transporte

Somente o fornecedor é responsável,

comprador sem preocupação com

transporte;

Custo embutido na compra.

Comprador é também responsável

pelo transporte;

Fornecedores regionais para diminuir

custos.

Concorrência

Melhor preço possível;

Relação conflituosa comprador-

fornecedor.

Produto com qualidade, no prazo e

quantidade certos;

Preço é objetivo de longo prazo,

centrado no custo mais margem.

Contratos

Curta duração, menor flexibilidade;

Pouca troca de informação durante o

contrato.

Longa duração, contratos flexíveis;

Constante troca de informação durante

o contrato.

Especificação

- Comprador fornece especificação

que dever ser respeitada pelo

fornecedor.

Especificação flexível;

Fornecedor participa do projeto do

produto;

Pode mudar especificação com curva

de aprendizado.

Inspeção

- Comprador realiza a inspeção no

recebimento dentro de uma

porcentagem admissível de defeitos.

- Fornecedor responsável pela

qualidade e controle do processo,

inspeção na planta do fornecedor, zero

defeitos.

Função

compras - Burocrática, emissora de pedidos.

- Coordenação de fornecedores com

as diversas áreas da empresa, na busca

da satisfação do cliente. Fonte: Ansari e Modarress (1990)

2.3 A FUNÇÃO COMPRAS

De acordo com Baily (2000), a função de compras dentro de uma organização bem

sucedida é vista como importante atividade estratégica. A concentração do mercado de

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suprimentos tem se acentuado bastante nos últimos anos e esta concentração é basicamente

decorrente de fusões, compras de controle acionário além do fechamento de negócios menores

e menos viáveis economicamente. Este movimento representa problemas para a área de

compras e suprimentos e em contrapartida assegura maior relevância e status além de

proporcionar maior valor estratégico para a função. Para se ter uma melhor idéia desta

importância, atualmente uma empresa de manufatura de porte médio emprega metade de seus

recursos em materiais, suprimentos e serviços e, em alguns casos esta proporção pode chegar

a 90% ainda segundo o autor.

Segundo Merli (1998), a finalidade das empresas é atender às necessidades de seu

mercado final, e o papel fundamental da área de compras é assegurar que a empresa realize

com eficiência e eficácia suas aquisições. Desta forma, pode-se concluir que se a importância

da área de compras for ignorada, problemas como crises de suprimentos, inflação do preço de

materiais e falta de desenvolvimento tecnológico dos insumos podem aparecer.

Para Bowersox, Closs e Cooper (2006), o papel principal do suprimento é apoiar a

produção e/ou a revenda, realizando compras em tempo e quantidades satisfatórias e ao menor

custo total.

De acordo com Dias (1993), a função de compras é parte integrante do departamento

de materiais ou suprimentos cujo objetivo maior é suprir as necessidades de materiais ou

serviços, planejá-las quantitativamente e atendê-las no momento certo com as quantidades

corretas.

Para Bertaglia (2003), comprar é o ato de adquirir materiais ou serviços, selecionar

fornecedores, negociar contratos e decidir sobre compras locais ou centrais. O ciclo de

compras tem início a partir do momento da realização de uma solicitação de um determinado

setor e se encerra quando a área responsável pela aquisição recebe o retorno de que a compra

foi entregue de acordo com as especificações.

Ainda segundo Bertaglia (2003), a gestão da atividade de compras é um processo que

envolve custo, qualidade e velocidade de resposta. A função do comprador não deve estar

restrita a emitir pedidos e monitorá-los, mas deve contemplar funções de análise,

planejamento e negociação.

Para Dias (1993), o objetivo de compras é basicamente a obtenção de um fluxo

contínuo de suprimentos com o propósito de atender aos programas de produção assim como

a coordenação desse fluxo para que seja empenhado o menor custo possível.

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27

Segundo Porter (1986), os processos, atividades e resultados da área de compras

devem estar sempre alinhados com as estratégias da organização. Logo, a área de compras

deve focar suas atividades em desenvolvimento e negociação, procurando alcançar melhores

alternativas de fornecimento, melhores condições de pagamento gerando assim redução nos

custos totais principalmente os custos de suprimentos. As empresas devem sempre buscar

alocar suas compras em fornecedores qualificados, com alta capacidade de gerir seus negócios

e capazes de desenvolver e/ou criar novas soluções.

De acordo com Baily (2000), em grandes organizações, a área de compras deve

investir boa parte de sua capacidade no estabelecimento e no desenvolvimento das relações

empresa / fornecedores. Uma postura proativa deve ser sempre adotada de forma a tornar mais

apropriados os relacionamentos com os fornecedores. A tabela 3 apresenta a comparação

entre as abordagens reativas e proativas.

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Tabela 3 Mudança de papéis de compras Compra reativa Compra proativa

Compras é um centro de custo Compras pode adicionar valor

Compras recebe especificações Compras e fornecedores contribuem para as

especificações

Compras rejeita materiais defeituosos Compras evita materiais defeituosos

Compras subordina-se a finanças ou à

produção

Compras é importante função gerencial

Os compradores respondem às condições do

mercado

Compras contribui para desenvolvimento dos

mercados

Os problemas são responsabilidade do

fornecedor

Os problemas são responsabilidade

compartilhada

Preço é variável-chave O custo total e o valor são variáveis-chaves

Ênfase no hoje Ênfase estratégica

Sistema independente de fornecedores O sistema pode ser integrado aos sistemas dos

fornecedores

As especificações são feitas por designers ou

usuários

Compradores e fornecedores contribuem para

as especificações

Negociações ganha-perde Negociações ganha-ganha

Muitos fornecedores = segurança Muitos fornecedores = perda de oportunidade

Estoque excessivo = segurança Excesso de estoque = desperdício

Informação é poder A informação é valiosa se compartilhada

Fonte: Baily (2000)

2.3.1 Os relacionamentos de compras

Segundo Baily (2000), uma visão simplista da atividade de compras é o mero ato de

comprar, o que na prática consiste em encontrar um fornecedor que esteja disposto a trocar os

bens ou serviços exigidos por determinada soma em dinheiro. Este modelo de compras

tornou-se conhecido como “visão transacional” e está baseado na idéia de que o ato de

comprar faz referência a simples trocas. Nesta visão o interesse básico do comprador é tão

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29

somente adquirir o volume máximo de recursos pela menor quantia possível. A figura 3

ilustra a visão do relacionamento transacional.

Figura 3 Relacionamento “transacional”

Fonte: Baily (2000)

É correto afirmar que esta visão transacional não está obsoleta, pois é ainda um

modelo apropriado para aquisição de itens de baixo custo que podem ser adquiridos de vários

fornecedores concorrentes. Entretanto não pode mais ser considerado para a maioria das

compras das organizações.

Ainda segundo Baily (2000), nos últimos anos, tem sido dedicada uma atenção bem

maior ao desenvolvimento de “relacionamentos mútuos” entre fornecedores e compradores

onde os benefícios advêm de idéias de compartilhamento bem como de troca. Em um

relacionamento mútuo o foco está em construir um resultado satisfatório conjunto, como, por

exemplo, em segmentos de tecnologia. Neste segmento, ambos os lados devem estar

revestidos de confiança e apoio com o propósito de agregar valor ao produto e/ou serviço

final, um processo que seria impossível em uma simples transação. A figura 4 ilustra a visão

do relacionamento mútuo.

Figura 4 Relacionamento “mútuo” Fonte: Baily (2000)

Comprador Vendedor

Dinheiro

Trabalho

Confiança

Tecnologia

Compromisso

Eficiência

Informação

Comprador Vendedor

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2.3.2 Objetivos de compras

De acordo com Baily (2000), a função compras nas organizações modernas, devem

atender aos seguintes objetivos básicos:

• Suprir a organização com um fluxo seguro de materiais e serviços para atender suas

demandas;

• Assegurar continuidade de fornecimento fortalecendo relacionamentos com fontes

existentes e desenvolver outras fontes de suprimentos alternativas;

• Obter a melhor relação custo x benefício comprado por meios éticos;

• Administrar estoques com o menor nível de comprometimento possível;

• Buscar eficiência nas compras, promovendo relacionamentos estratégicos e

cooperativos com os demais setores da organização;

• Criar uma estrutura sólida com desenvolvimento de colaboradores, políticas, e

procedimentos para assegurar o alcance dos resultados esperados;

• Identificar e selecionar os fornecedores de alto desempenho dos segmentos desejados

existentes no mercado;

• Auxiliar de forma proativa e eficaz o desenvolvimento de novos produtos/serviços;

• Buscar constantemente o melhor equilíbrio entre qualidade/valor;

• Acompanhar de forma atenta as tendências e melhores práticas do mercado de

suprimentos.

2.3.3 Aspectos estratégicos de compras

Conforme reportado por Baily (2000), uma das maiores dificuldades encontradas pela

atividade de compras e suprimentos em muitas organizações tem sido o fracasso em

desenvolver um papel estratégico proativo. Desde os anos 80, as organizações tornaram-se

mais conscientes do papel que a atividade poderia desempenhar principalmente quando

considerada a vantagem estratégica que a mesma poderia trazer quando devidamente

executada.

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Ainda de acordo com Baily (2000), historicamente as funções de vendas/marketing,

finanças ou produção tendem a dominar as organizações. Entretanto uma operação estratégica

de compras pode proporcionar à organização um grande potencial de redução do desperdício

na cadeia de valor, mas é importante que as estratégias de compras não sejam desenvolvidas

isoladamente. Elas precisam estar integradas às estratégias corporativas para serem bem

sucedidas. A figura 5 demonstra o envolvimento das compras nos níveis estratégico, tático e

operacional.

Figura 5 Escopo da função compras1 Fonte: Baily (2000)

Baily (200), descreve ainda as principais razões para o aumento do envolvimento de

compras na tomada de decisões estratégicas das organizações conforme a seguir:

• As compras devem ser vistas com uma área de agregação de valor e não simplesmente

de redução de custos;

1 Os exemplos são apenas para o propósito de ilustração. Uma declaração de escopo completa seria mais extensa e variaria bastante de uma organização para outra.

NÍVEL ESTRATÉGICO Pesquisa de compra

Planejamento a longo

prazo

Previsão de disponibilidade

Determinação de política

Fonte única

Comercialização

recíproca

Ética

Negociação pós-

acordo

Etc.

NÍVEL OPERACIONAL Expedição

Manutenção de registros e

sistemas

Cobrança de faturas

Manipulação de

requisições

Investigações/cotações

Determinação de preço

Devoluções

Etc.

NÍVEL TÁTICO/GERENCIAL Método de compra

Negociação

Orçamento

Desenvolvimento de

interfaces

Desenvolvimento de

funcionários

Contratação

Técnicas de redução de

custos

Etc.

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• A inovação rápida de produto exige uma equipe gerencial mais integrada e que

envolva todas as funções sob uma abordagem de processo ao invés de funcional;

• Necessidade de integração dos fluxos de materiais e de informações tanto interna

quanto externamente;

• Envolvimento ativo dos fornecedores para redução de custos;

• Empenho com os custos estratégicos de suprimentos em vez de com os preços a curto

prazo;

• Maior consciência do crescimento do gasto com materiais e do potencial de lucro das

compras.

2.4 O GERENCIAMENTO DE FORNECEDORES

De acordo com Harrington (1997), a partir de Segunda Guerra Mundial as empresas

foram solicitadas a incorporar, em seus processos industriais, métodos capazes de avaliar o

desempenho de seus fornecedores. Tal necessidade deveu-se às maiores exigências por parte

das empresas compradoras que faziam uma auditoria nas operações de seus fornecedores.

A partir de 1974, a necessidade de atender padrões internacionais de especificações e

requisitos de produtos estimulou a criação de um novo mecanismo capaz de coordenar

internacionalmente e unificar os padrões industriais. Deste movimento resultou o surgimento

da International Organization for Standartization (ISO) que publicou seu primeiro padrão em

1951.

Em decorrência deste movimento as empresas modificaram suas estruturas de

manufatura como resposta ao aumento da competição originado pelas estratégias de

globalização. Desta forma a empresa competitiva deveria ser enxuta e flexível, o que

provocou nas empresas a necessidade de alterar a forma de comprar seus insumos,

desencadeando assim novas relações com seus fornecedores.

Conforme Merli (1998), as primeiras empresas que sentiram a necessidade da

definição de uma política de avaliação de fornecedores foram as empresas japonesas.

Entretanto foram indústrias ocidentais que tornaram formais os primeiros critérios para

avaliação do desempenho de fornecedores. Foram estes os princípios:

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• Estabelecer relacionamentos de longo prazo e estáveis;

• Limitar o número de fornecedores ativos;

• Não mudar facilmente de fornecedor;

• Fazer mais marketing de compra e menos negociações;

• Estabelecer um sistema de qualificação global;

• Avaliar os fornecedores pelos custos totais e não apenas pelos preços de venda;

• Colaborar com os fornecedores para tornar seus processos mais confiáveis e menos

custosos.

Outro aspecto importante destacado por Kaplan e Norton (1997), é a significante

contribuição dada ao relacionamento cliente-fornecedor com o incremento da tecnologia da

informação através da melhoria da comunicação. Segundo o autor, anteriormente, na era

industrial as organizações mantinham seus fornecedores a uma distância segura. Entretanto, a

tecnologia da informação permitiu a integração dos processos de suprimentos, produção e

entrega de modo que as operações fossem “puxadas” pelos pedidos dos clientes e não mais

por planos de produção que “empurrassem” bens e serviços através da cadeia de valores.

2.4.1 Evolução cultural

Para Merli (1998), do ponto de vista cultural, pode-se destacar duas dimensões que

dão suporte à evolução: a qualidade total (cultura operacional e estratégica) e as cadeias de

valores (cultura estratégica). Estas dimensões pressupõem um relacionamento integrado entre

cliente e fornecedor que devem ser compreendidos como elos consecutivos e concatenados e

não como elos independentes que se inter-relacionam. A figura 6 representa esta relação.

Figura 6 Cadeia de valor Fonte: Merli (1998)

Fornecedor Empresa Cliente

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34

Na última década, as empresas têm enfrentado um cenário de grande concorrência

mundial o que muitas vezes pode se tornar fortes barreiras devido à forma agressiva que a

mesma se impõe. A necessidade de ultrapassar estas barreiras tem levado as organizações a

buscar maior competência interna em seus processos e externa no referente ao relacionamento

com fornecedores e clientes. Desta forma a cadeia de valor composta por fornecedor,

organização e cliente deve ser fortalecida.

De acordo com Band (1997), o ritmo rápido de mudança na década do valor está

fazendo as empresas reconsiderarem a forma como colaboram eficazmente com as

organizações externas: clientes, fornecedores e até concorrentes.

Segundo Lewis (1997), a melhor compreensão do relacionamento entre clientes e

fornecedores é fundamental para a otimização do processo de suprimentos, pois de certa

forma cada empresa é tanto um cliente quanto um fornecedor. A combinação das forças

individuais e recursos da cadeia de fornecimento tem gerado cada vez mais alianças

cooperativas entre fornecedores e empresas. Neste contexto aparece um modelo de parceria

que, conforme Slack (1993), determina as relações entre clientes e fornecedores

fundamentadas em transparência, confiança, desenvolvimento de longo prazo e objetivo

compartilhado dando à relação um caráter cada vez mais exclusivo.

De acordo com Campos (1998), em decorrência deste processo nos últimos anos, o

gerenciamento efetivo da cadeia de suprimentos tornou-se mais uma fonte de vantagem

competitiva para as empresas. Entretanto sua efetividade exige que os gestores avaliem

periodicamente o desempenho de sua base de fornecedores com objetivo de fortalecer aqueles

que atendem às suas necessidades e procurarem novas fontes de fornecimento para aqueles

que não o fazem.

Entretanto, a competição acentuada entre mercados pode gerar situações que estão

fora do controle das organizações, ou seja, situações que acontecem independentemente de

uma análise prévia. Para se minimizar os efeitos destas situações indesejáveis torna-se

indispensável o monitoramento contínuo destas possíveis ameaças.

Desta forma, a importância dos fornecedores para a organização alcançou grande

relevância passando a figurar como uma das suas bases de sustentação, juntamente com

funcionários, acionistas, clientes e comunidade. Isto tornou inevitável para as empresas

desenvolver técnicas de acompanhamento do desempenho de seus fornecedores que fossem

adequadas às suas necessidades.

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35

Howard (1998), ressalta que as empresas que não adotam uma política de

envolvimento da sua base de fornecedores em seus planejamentos e não mantém qualquer tipo

de canal de comunicação de dados referente a desempenho desenvolvem grande potencial de

fracasso de suas estratégias. Ainda segundo Howard (1998), o movimento em direção à

integração plena da cadeia de suprimentos é inevitável. Na prática isto representa que quanto

mais próximo for o relacionamento entre cliente e fornecedor, mais compartilhado e integrado

ele será.

O sucesso da gestão da qualidade não está somente na medição do resultado final do

processo, mas sim em avaliá-lo com um todo. A maximização dos resultados é alcançada

quando todas as etapas durante o processo são cuidadosamente monitoradas e acompanhadas

e eventualmente corrigidas quando falhas são identificadas.

Para Christopher (1999), é necessário que exista um acompanhamento detalhado das

atividades realizadas no decorrer do processo, resultando em retornos constantes fortalecendo

a transparência nas relações entre cliente e fornecedor. Este acompanhamento irá permitir a

avaliação do desempenho do fornecedor através de um checklist que tem como objetivo

apontar as deficiências do fornecedor que devem ser melhoradas.

Ainda conforme Christopher (1999), efetuando-se o monitoramento e

acompanhamento das diversas atividades do processo de gestão de suprimento e através de

eficientes retornos para os fornecedores, pode-se obter uma melhoria contínua desses

processos. Desta forma cada vez mais e mais empresas têm procurando desenvolver métodos

e instrumentos que permitam a avaliação do desempenho da sua base de fornecedores. Conforme verificado acima, pode-se dizer que uma relação mais próxima e mútua com

os fornecedores pode garantir a sobrevivência da organização. Entretanto desenvolver e

manter processos de avaliação que simultaneamente sejam eficazes e garantam a sintonia com

os fornecedores constitui-se um grande desafio para as empresas.

2.4.2 Evolução organizacional

Segundo Merli (1998), o desenvolvimento organizacional da relação cliente e

fornecedor considera um modelo articulado em quatro níveis que proporciona uma visão da

evolução deste relacionamento de forma global. Estes níveis são apresentados a seguir:

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36

Primeiro nível (abordagem convencional) – os fornecedores são pontos de venda onde se

compra pelo melhor preço.

• Prioridade aos preços;

• Abordagem/relacionamento entre adversários em contraposição de interesses, baseado

em relações de força;

• Avaliação de fornecedores quanto a preços e garantia (entregas/qualidade). Aplicado

às saídas do fornecedor;

• Inspeção de recebimento (100% dos lotes)

• Certificados formais;

• Controle por inspeção dos fornecedores.

Segundo nível (melhoria da qualidade) – fazer qualidade junto aos fornecedores.

• Prioridade à qualidade;

• Início de relacionamento de longo prazo;

• Uso experimental da parceria (poucos causos) como modelo de referência;

• Redução do número de fornecedores;

• Avaliação de fornecedores baseada nos custos totais da qualidade;

• Início da autocertificação;

• Compra de sistemas e não de componentes;

• Início de fornecimentos just in time.

Terceiro nível (integração operacional) – o processo produtivo começa na casa do

fornecedor.

• Controle dos processos dos fornecedores e dos processos globais;

• Avaliação de fornecedores levando em conta a aptidão dos processos;

• Ampliação da parceria (integração operacional);

• Alguns investimentos comuns em pesquisa e desenvolvimento;

• Início do co-design de produto/processo;

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37

• Programas de melhoria com fornecedores;

• Ampliação das autocertificações;

• Ampliação do just in time/início de fornecimentos sincronizados;

• Retorno do mercado transmitido diretamente ao fornecedor;

• Sistemas de garantia de qualidade.

Quarto nível (integração estratégica) – fazer negócios juntos

• Gerenciamento comum dos procedimentos de negócios;

• Avaliação global dos fornecedores (tecnológica e estratégica);

• Co-design de produto/processo amplo;

• Parcerias nos negócios com alguns dos fornecedores mais importantes;

• Retorno do mercado em tempo real com diagnósticos diretos do campo;

• Ampliação dos fornecimentos sincronizados;

• Acordos sobre estratégias e políticas em nível máximo;

• Sistemas de garantia de qualidade globais (integrados).

2.5 SEGMENTAÇÃO DE FORNECEDORES PARA AVALIAÇÃO

Um processo de avaliação de fornecedores demanda esforços e tempo para seu devido

acompanhamento de forma que ele dê o retorno desejado.

Para Cavinato e Kauffman (2000), torna-se necessário identificar entre os vários

fornecedores da organização aqueles mais representativos para o negócio conforme critérios

pré-estabelecidos. Adicionalmente deve-se destacar que para se obter os melhores resultados

possíveis no relacionamento empresa-cliente, não se pode tratar todos os fornecedores da

mesma forma. Sendo assim é necessária uma segmentação dos fornecedores em categorias de

forma que seja possível estabelecer diferentes estratégias conforme o posicionamento do

fornecedor.

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38

Para Falconi (1992), a segmentação pode ser efetuada a partir da classificação dos

itens adquiridos pela empresa em três categorias:

• Materiais padronizados e hardware: que representam itens com especificações simples e

cujo controle de qualidade é mínimo;

• Materiais e componentes secundários: abrangem materiais com especificações únicas para

cada fornecedor exigindo uma maior controle de qualidade;

• Materiais e componentes principais: são materiais complexos que necessitam do

envolvimento do fornecedor no projeto além de um programa completo para o controle da

qualidade.

2.5.1 Classificação ABC

Conforme Dias (1993), o método ABC é um método quantitativo cujo processo é

objetivo e baseia-se em características mensuráveis dos produtos considerados. Trata-se,

portanto de uma ferramenta gerencial que permite identificar os itens que justificam alguma

política de tratamento diferenciada devido à sua importância relativa.

A figura 7 apresenta graficamente uma estrutura de classificação ABC.

Figura 7 Exemplo representação gráfica de curva ABC Fonte: Pereira (1999)

A B

C

% Número de Itens

% Valor

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39

Conforme Pereira (1999), os percentuais de classificação podem variar de empresa

para empresa, entretanto é importante ressaltar que, de acordo com o princípio ABC, uma

pequena percentagem de itens será responsável por uma grande percentagem do valor

associado. A curva ABC deverá representar o nível da necessidade de controle de um item e o

impacto deste item sobre os custos, processos e a rentabilidade da empresa.

Para Baily (2000), a utilização do conceito ABC para segmentação de fornecedores

baseado no valor associado por item ou por fornecedor irá mostrar que uma pequena parcela

de itens ou de fornecedores será responsável pela maior parte do valor gasto pela empresa em

compras.

A desvantagem da análise ABC é que seu foco é prioritariamente financeiro e, sendo

assim, sua exclusiva utilização pode não considerar outros fatores de grande relevância para

segmentação e posterior avaliação de desempenho dos fornecedores.

2.5.2 Análise do relacionamento

Segundo Merli (1998), pode-se ainda analisar e classificar os fornecedores com base

no tipo de relacionamento existente entre a empresa cliente e a empresa fornecedora.

Normalmente a amplitude deste relacionamento ocorre de fato em função da importância do

material fornecido. Para o autor, a importância do fornecedor pode ser determinada pelo

cruzamento de dois fatores estratégicos: a disponibilidade no mercado e a importância do item

fornecido para o produto acabado ao qual pertence. Esta correlação pode ser obtida

esquematicamente na matriz de Kraljic representada na tabela 4.

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40

Tabela 4 Matriz de Kraljic (importância/disponibilidade)

DISPONIBILIDADE

MUITA DISPONIBILIDADE POUCA DISPONIBILIDADE

MUITA

Ênfase na competição:

• Negociação

• Controle econômico

Ênfase na integração:

• Controle econômico

• Garantia de suprimento

• Contrato de longo prazo

IMPO

RT

ÂN

CIA

POUCA

Nenhuma ênfase:

• Aquisições pouco

significativas

Ênfase na estabilidade

• Garantia de suprimento

• Contrato em longo prazo Fonte: Merli (1998)

Analisando-se a tabela acima, percebe-se que o contexto da atividade de compras

abrange os seguintes aspectos:

• Aspectos econômicos: quando existe muita disponibilidade e grande importância

• Aspectos logísticos: quando existe pouca disponibilidade e pouca importância

• Aspectos estratégicos: quando existe pouca disponibilidade e grande importância

Este método é clássico e pode ser considerado eficiente e útil para classificar itens e

determinar fornecedores. Permite ao comprador identificar e adotar estratégias diferenciadas e

por conseqüência mais apropriadas juntos aos vários fornecedores na aquisição de materiais.

2.5.3 Análise de gasto

Para Cavinato e Kauffman (2000), uma ferramenta útil e eficiente para segmentar

fornecedores e de adotar ações mais direcionadas é baseada no método expresso pela matriz

de Kraljic. Dentro deste contexto de segmentação de fornecedores, os autores sugerem uma

matriz de segmentação conforme apresentado na figura 8. O eixo horizontal, denominado

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41

“valor”, representa tanto o valor gasto com o fornecedor como o valor que o produto adiciona

ao cliente final. O eixo vertical, denominado “risco”, representa o risco envolvido na parada

na linha de produção pela falta do produto, quebra do fornecedor ou por problemas de

qualidade.

CRÍTICO

• Suprimentos de gargalo

• Produtos especiais de fornecedores

únicos

ESTRATÉGICO

• Itens com diferencial competitivo de

alto valor e risco

• É necessário desenvolver parcerias

com o fornecedor

TÁTICO

• Suprimentos rotineiros

• Materiais de escritório e de baixo

valor

ALAVANCAGEM

• Itens básicos e padronizados onde se

compra grandes volumes

Figura 8 Matriz de segmentação de fornecedores Fonte: Cavinato e Kauffman (2000)

Os fornecedores pertencentes ao quadrante TÁTICO são responsáveis pelo

fornecimento de itens caracterizados pelo baixo valor e que representam baixo risco em caso

de desabastecimento. São fornecedores de itens de baixo nível tecnológico e que podem ser

adquiridos de muitos fornecedores. Neste caso, a empresa tem a possibilidade de adotar uma

política de formação de estoque se for necessário.

Os fornecedores do quadrante ALAVANCAGEM fornecem itens de alto valor, porém

representam baixo risco em caso de falta. Normalmente engloba fornecedores de itens básicos

como chapas de aço e matéria-prima sem muito valor e tecnologia agregados.

Os fornecedores do quadrante CRÍTICO respondem pelos itens de baixo custo, porém

de alto risco no caso de desabastecimento. Caracterizados por itens com um único fornecedor,

com altos tempos de re-suprimento e produtos especiais com alta tecnologia agregada.

Os fornecedores do quadrante ESTRATÉGICO são responsáveis pelo fornecimento de

itens de alto custo, alto valor e alto risco para a operação da empresa em caso de falta. Neste

RIS

CO

VALOR

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grupo concentram-se os fornecedores que podem proporcionar vantagem competitiva para a

empresa. Os itens caracterizam-se pela proporcionalidade entre o valor do item fornecido e o

valor agregado ao produto final percebido pelo cliente. Na maioria das vezes são fornecedores

únicos com produtos customizados e de alta tecnologia e confiabilidade.

2.6 A FUNÇÃO QUALIDADE

Para Baily (2000), a qualidade do produto ou serviço é crescentemente vista como

uma “qualificação” primordial que deve ser demonstrada antes de um fornecedor buscar

negócios com as empresas-ciente. O atendimento integral das especificações requeridas pelo

cliente é condição básica de qualificação para fornecimento, caso contrário, é improvável que

um fornecedor potencial faça negócios com uma organização interessada em trabalhar apenas

com vendedores preparados e em condições de responder às suas expectativas de forma

específica. Para o autor, a mudança do comportamento empresarial e comercial tem evoluído

do controle da qualidade (técnicas de inspeção) para a garantia de qualidade (prevenção) e

demanda cada vez mais que os próprios fornecedores dediquem maior atenção aos métodos e

sistemas de mensuração ou avaliação de seus produtos e serviços.

Merli (1998), destaca qualidade como o primeiro obstáculo operacional para o

melhoramento da relação cliente-fornecedor na maioria das vezes além de representar um

importante e decisivo aspecto estratégico no contexto de parceria.

Para definir o que é qualidade, Baily (2000) descreve:

Qualidade é uma palavra com vários significados e conotações. Por exemplo, pode significar excelência, como em “esse é um produto de qualidade”, ou pode ser considerada como a extensão pela qual um produto ou serviço obtém a satisfação do cliente. Uma idéia que vem ganhando ampla aceitação é a de que “qualidade é tudo o que o cliente considera como tal”. Os gurus da qualidade (Deming, Juran et al.) tornaram-se extremamente influentes e ensinaram-nos que qualidade é um assunto relacionado à vantagem estratégica. Jones e Womack (1993) têm defendido a busca da perfeição, o que significa evitar todos os desperdícios.

Desta forma a qualidade pode ser definida de muitas maneiras. Entretanto dentro do

contexto de avaliação de desempenho de fornecedores Baily (2000) destaca que qualidade

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43

pode apropriadamente ser definida ou especificada como um conjunto amplo de

características de um processo, produto ou serviço relevantes para atender às exigências

necessárias.

2.6.1 Administração da qualidade total

Segundo Baily (2000), a filosofia de “qualidade total” representa um papel mais amplo

e está baseada no envolvimento ativo de todos os participantes dos processos. Neste cenário

existe uma transferência do foco da qualidade dos bens ou serviços fornecidos para a

qualidade dos procedimentos e processos sistêmicos.

Para Merli (1998), o prejuízo em termos de atraso, vendas não realizadas e

perturbações no próprio sistema produtivo não poderá ser recuperado pelas possíveis

penalidades impostas aos fornecedores, mesmo porque poderão ser objetos de contestações

futuras, custos e perda de tempo. Em contra-partida, aumentar o nível de inspeção de

recebimento ou aumentar estoques de segurança para se proteger destes eventos constitui uma

solução anti-econômica e “anti-just in time” conclui o autor.

Sob o ponto de vista de avaliação do desempenho, a abordagem do gerenciamento da

qualidade requer a realização de auditorias nos fornecedores. Estas auditorias podem ser

realizadas a partir de inúmeros processos e métodos que normalmente envolvem a visita de

representantes da empresa cliente à empresa fornecedora. A avaliação é feita sob diversos

itens pré-estabelecidos através de uma lista de verificação e procedimentos padronizados de

avaliação.

Em resumo, de acordo com Baily (2000), a qualidade total na cadeia de suprimentos

significa que os fornecedores, em conjunto com as empresas-cliente, devem estar envolvidos

na determinação da qualidade. A inspeção e a avaliação de fornecedores são estimuladas por

uma abordagem compartilhada para minimização ou eliminação de trabalho defeituoso,

focando sempre a prevenção. Os fornecedores devem ser vistos como aliados neste processo e

não somente servirem de alvo para as críticas dos compradores.

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44

3 BASE CONCEITUAL: AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE FORNECEDORES

A figura do fornecedor em muitas organizações tem um papel estratégico, de forma

que a escolha do mesmo deve ser bastante criteriosa. Para isto necessita-se avaliar sua plena

capacidade de atender, de modo contínuo, todas as exigências e necessidades da empresa

cliente.

Para Merli (1998), no contexto do gerenciamento de suprimentos, a palavra parceria é

que melhor define a relação das organizações com seus fornecedores.

Utilizando-se de indicadores direcionados à avaliação do desempenho torna-se

possível melhorar os resultados através do incremento da relação com os fornecedores. A

competência dos fornecedores de produtos e serviços requer uma avaliação qualitativa não

somente do desempenho do produto entregue, mas também dos seus sistemas e métodos de

trabalho associado ao seu conhecimento específico do setor.

O grande desafio das organizações é desenvolver uma sistemática sustentada por

resultados consistentes e cuja metodologia aponte cada vez mais para melhorias para as

empresas-clientes e para os próprios fornecedores estimulando sempre a relação do tipo

ganha-ganha.

Conforme Dias (1993), as falhas de fornecimentos são os maiores problemas

encontrados pela área de compras. Estas falhas geram grande desgaste e normalmente

resultam de entregas acordadas e não cumpridas ou de entregas realizadas com nível de

qualidade e/ou quantidade divergentes daquelas contratadas pela empresa cliente.

Para Juran (1992), o acompanhamento de todo o processo de aquisição necessita de

grande esforço das empresas, pois o não-atendimento dos requisitos contratados pela empresa

cliente por parte dos fornecedores gera grande desconforto quando são solicitadas explicações

sobre o status das entregas pela alta administração e/ou demais áreas interessadas no item.

Segundo Merli (1998), a avaliação dos fornecedores é suportada pelas relações

operacionais a serem praticadas, podendo ser caracterizada por avaliações de custos totais ou

ainda do tipo estratégico. A tabela 5 relaciona os fatores a serem considerados para a

realização de uma segmentação de fornecedores segundo o autor.

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45

Tabela 5 Fatores da certeza da idoneidade do fornecedor

Classe III

(Fornecedor normal)

Avaliação técnica das

saídas do fornecedor

• Preço;

• Qualidade dos produtos;

• Tempos de entrega;

• Confiabilidade das entregas.

Classe II

(Fornecedor integrado)

Avaliação global do

desempenho do

fornecedor (a custos

totais)

Além dos fatores da classe III, considerar:

• Custos totais do produto fornecido

(custos da qualidade, estoques,

programações, etc.);

• Capacidade de processos;

• Sistema de garantia da qualidade;

• Nível tecnológico;

• Nível dos recursos humanos;

• Sistema gerencial;

• Flexibilidade/elasticidade;

• Capacidade e tendência de melhoria.

Classe I

(Fornecedor parceiro

nos negócios)

Avaliação estratégica do

fornecedor

Além dos fatores das classes II e III,

considerar:

• Capacidade de desenvolvimento

tecnológico;

• Coerência com as estratégias do

cliente;

• Capacidade do negócio. Fonte: Merli (1998)

Em seguida, outro aspecto considerado por Merli (1998) é o aspecto técnico o qual

divide em seis níveis abaixo descritos:

Nível I – Negociação (a avaliação se resume ao critério de preço e à qualidade do produto)

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46

Nível II – Certificação (além dos critérios anteriores, avalia qualitativamente o desempenho

da organização)

Nível III – Fornecimento just-in-time (a avaliação incorpora critérios logísticos)

Nível IV – Integração operacional com fornecedor (o sistema de avaliação passa a considerar

a capacidade dos processos operacionais do fornecedor)

Nível V – Integração de processos e produtos (ocorre a adição da avaliação dos processos

tecnológicos do fornecedor e de como este pode contribuir para com os processos e

desenvolvimentos do cliente)

Nível VI – Parceria nos negócios (a avaliação também verifica questões estratégicas do

fornecedor e como elas estão relacionadas, ou poderão se relacionar, com as do cliente)

Para Merli (1998), os sistemas de avaliação do desempenho de fornecedores devem se

desenvolver de forma alinhada com as mudanças nas estratégias e nos conceitos de gestão da

cadeia de suprimentos. Este sistema deve considerar tanto o nível lógico anteriormente

descrito quanto o nível técnico. A tabela 6 evidencia a correspondência entre os seis níveis

técnicos e os três níveis lógicos:

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47

Tabela 6 – Evolução da avaliação de fornecedores

Nível

Técnico Fatores

Preç

o

Esp

ecifi

caçõ

es Q

ualit

ativ

as

Des

empe

nho

Qua

litat

ivo

Ent

rega

s (co

nfia

bilid

ade,

flexi

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ade)

Cap

abili

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do

proc

esso

Con

trib

uiçã

o em

pro

duto

ou

orga

niza

ção

Est

raté

gia

de n

egóc

io e

TQ

C

Nível

lógico

I Negociação

II Certificação

III Desempenho

logístico

Avaliação

das saídas

do

fornecedor

IV Integração

operacional

V Parceiro

1º nível

Avaliação

dos

processos

do

fornecedor

VI Parceiro

2º nível

Avaliação

global do

processo

cliente

fornecedor

Fonte: Merli (1998)

Para Harrington (1997), a utilização de ferramentas de avaliação do desempenho de

fornecedores irá depender do nível de eficiência e do asseguramento da qualidade que a

organização pretende alcançar, ou seja, quanto mais elementos e métodos forem utilizados

e/ou mais freqüentes forem as avaliações, maior a garantia da qualidade e menores os custos

associados.

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48

Segundo Bowersox, Closs e Cooper (2006), existem três aspectos fundamentalmente

importantes para o serviço ao cliente: disponibilidade, desempenho operacional e

confiabilidade.

A disponibilidade refere-se é a capacidade de ter o produto em estoque no momento

em que o mesmo é solicitado pela empresa cliente. O planejamento de formação de estoque é

definido normalmente pelas previsões das demandas futuras e pode considerar também

estratégias diferenciadas para itens específicos. O aspecto disponibilidade de estoque pode ser

avaliado através de três medidas de desempenho que determinam a capacidade da empresa

atender as necessidades dos seus clientes:

• Freqüência de faltas de estoque;

• Índice de disponibilidade;

• Expedição de pedidos completos.

Já o desempenho operacional conforme Bowersox, Closs e Cooper (2006) refere-se ao

ciclo de atividades previsto na estrutura operacional da logística. Seu desempenho pode ser

avaliado através da medição de fatores como velocidade, consistência, flexibilidade

operacional, e falhas e recuperação.

Ainda segundo o autor, confiabilidade em logística é sinônimo de qualidade. O fator

chave neste aspecto é a capacidade de se formar e manter níveis de disponibilidade de estoque

e de desempenho que consigam suportar as necessidades do cliente. Inclui-se também neste

contexto a capacidade e a disposição para fornecer rapidamente informações precisas ao

cliente sobre operações logísticas e status de pedidos.

Juran (1992), sugere que os fornecedores devem ser motivados a desenvolverem seus

sistemas de qualidade, processos e competências técnicas com conseqüente redução dos

custos e/ou aumento da eficiência adquirindo maior agilidade e eficácia no atendimento das

necessidades dos seus clientes. O autor sugere algumas técnicas como alternativas para

estímulo dos fornecedores como segue:

• Análise de Pareto: Constitui uma ferramenta da qualidade que pode ser usada pelas

empresas para identificação de fatores críticos da cadeia de suprimentos como, por

exemplo, perdas por produtos não-conformes, por processos, análise de custos, etc.

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• Apoio técnico para o fornecedor: Refere-se à assistência para solução de problemas de

ordem organizacional, funcional, estrutural e qualidade o que proporcionará maior

agilidade nas questões a serem solucionadas.

• Atitude da administração superior: um dos papéis fundamentais da liderança é assumir a

ação sobre as questões complexas em envolvem os fornecedores de forma a orientar e

acompanhar as atividades executadas pelos fornecedores em direção ao alcance dos

objetivos requeridos pela empresa cliente.

• Fornecimento exclusivo: Esta estratégia estimula os fornecedores a assumir uma postura

de parceria e reafirma o interesse na relação de longo prazo.

• Treinamento de fornecedores: Ocorre quando existe o compartilhamento de know-how

entre os parceiros para juntos desenvolverem seus processos, produtos e/ou serviços.

• Qualificação dos fornecedores: Prática que constitui na apresentação aos fornecedores dos

seus requisitos e objetivos de desempenho básicos.

Outro aspecto importante é não monitorar somente o desempenho do fornecedor em

termos absolutos, mas também compará-lo relativamente a outros fornecedores com

desempenho superior. A definição destes critérios de avaliação absolutos e relativos é

importante para as empresas cliente definirem suas estratégias de melhoria.

O processo de avaliação de fornecedores deve ser administrado por uma equipe de

caráter multifuncional composta por profissionais das áreas de compras, operações,

engenharia de produtos, engenharia de processo logística e qualidade. Esta equipe deverá

sempre focar no alinhamento entre os objetivos esperados pela empresa cliente e as ações

desempenhadas pelos fornecedores.

Para Pires (2004), à medida que as empresas manufatureiras destinam a produção de

componentes e serviços para terceiros com objetivo de focarem cada vez mais suas

competências principais, elas necessitam mais e mais de um alto nível de desempenho da sua

base fornecedores. Este cenário se traduz no fornecimento de componentes e/ou serviços de

qualidade, que sejam entregues no prazo certo, com características inovadoras e a preço

competitivo.

Os produtos simples e de baixa complexidade requerem apenas um programa mínimo

de qualidade, não sendo portanto, necessária a avaliação do fornecedor. Já componentes

secundários requerem um nível médio de esforço para avaliação dos fornecedores. Os

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50

componentes principais, pelas conseqüências da qualidade e abastecimentos insatisfatórios,

exigem um alto nível de esforço para a avaliação de seus fornecedores.

Segundo Chen, Yeh e Yang (2004), a abordagem tradicionalmente utilizada para

gerenciamento do relacionamento com fornecedores tem sido o contrato legal que é aplicado

como instrumento de controle. Entretanto, ainda segundo os autores, sistemas e modelos

customizados desenvolvidos pelas próprias empresas cliente, têm sido cada vez mais

aplicados na avaliação do desempenho dos fornecedores.

3.1 DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES

Para Gordon (2005), Teng e Jaramilo (2005), Dulmin e Minimo (2003) et al., a

crescente dependência de fornecedores para que uma empresa possa atender os requisitos e

expectativas de seus clientes, tem gerado nas organizações grande pressão para evitar ou

minimizar problemas do fornecedor e para atrair e manter os que possuem alto desempenho,

especialmente aqueles considerados estratégicos ou parceiros de longo prazo. A partir da

literatura pesquisada, pode-se relacionar as principais etapas que compõem um processo de

desenvolvimento e desdobramento da avaliação de fornecedores.

• Alinhar as metas de desempenho do fornecedor com metas e objetivos

organizacionais;

• Determinar uma abordagem de avaliação;

• Desenvolver um método para coletar informações a respeito de fornecedores;

• Projetar e desenvolver um sistema robusto de avaliação;

• Desdobrar um sistema de avaliação de desempenho do fornecedor;

• Dar retorno aos fornecedores quanto ao seu desempenho;

• Produzir resultados a partir da medição do desempenho do fornecedor.

Abaixo analisaremos de forma detalhada cada uma destas etapas considerando os

conceitos pesquisados na literatura:

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51

3.1.1 Alinhar as metas de desempenho

Cada organização deve buscar o embasamento necessário para determinar qual o

desempenho esperado da cadeia de suprimentos. O aspecto mais importante para alcançar um

nível mais alto de excelência na cadeia de suprimentos é ter uma estratégia com sua base de

fornecedores alinhada com as metas e objetivos organizacionais globais. Por exemplo, se uma

empresa busca entregas lean e just-in-time, os fornecedores-chave precisam estar eles mesmos

no caminho destas práticas pois a falta de sincronização pode causar impactos negativos no

custo, qualidade e fornecimento.

3.1.2 Escolher a abordagem de avaliação

A literatura traz diversos aspectos sob os quais os fornecedores podem ser avaliados.

Entretanto pode-se destacar alguns mais comumente utilizados segundo os autores

pesquisados.

Aspecto financeiro: A saúde financeira (como por exemplo lucratividade e liquidez) é

um fator importante a se considerar quando se tratam de fornecedores-chave ou de parceiros

de longo prazo. Estes fornecedores normalmente são responsáveis pelo fornecimento de itens

exclusivos e de grande complexidade e, por isto, todo e qualquer risco de interrupção no

fornecimento deve ser mensurado. O grande desafio consiste em ser capaz de identificar

tendências negativas e antecipar a ocorrência de um grande problema que poderá impactar

significativamente as operações da empresa cliente.

Desempenho operacional: Abrangem indicadores como pontualidade de entrega,

qualidade, tempo de suprimentos, reprogramações, status do pedido, mudanças de inventário e

tempo de resposta ao cliente.

Processos e práticas empresariais: O objetivo é analisar como os fornecedores

gerenciam seus negócios e fornecem produtos ou serviços. Esta análise deve ser focada em

processos e baseada em melhores práticas existentes. As informações a respeito de processos

e práticas empresariais podem ser obtidas por meio de questionários ou pesquisas ou em

visitas aos fornecedores. Avaliar processos e práticas empresariais pode auxiliar na

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52

identificação de causas dos problemas do fornecedor. Entretanto, a coleta dos dados

necessários requer disponibilidade de tempo e recursos o que restringe sua aplicação somente

a problemas graves de grande proporção.

Comportamentos capacitadores ou fatores culturais: Práticas empresariais de alto

desempenho como o Seis Sigma e os critérios do Prêmio Nacional da Qualidade determinam

os chamados comportamentos capacitadores. Comportamentos como foco no cliente,

agilidade, melhoria contínua e trabalho em equipe precisam ser praticados tanto na empresa

cliente quanto na empresa fornecedora sob risco de perda de sincronia e prejuízo dos

resultados esperados.

3.1.3 Desenvolver método de coleta de informações

Uma das grandes dificuldades dentro do processo de avaliação de fornecedores,

levantadas na pesquisa da literatura é, sem dúvida, a coleta das informações necessárias.

Existem alternativas para se coletar os dados que incluem questionários em papel,

questionários via internet, relatórios de sistemas corporativos das empresas, visitas ao

fornecedor e certificação de normas por terceiros. Seja qual for a metodologia adotada é

preciso garantir que os dados coletados representem, de forma precisa e clara, a realidade

existente para cada fornecedor, evitando opiniões e percepções pouco fundamentadas.

3.1.4 Projetar um sistema robusto de avaliação

Para Gordon (2005), independente dos aspectos e critérios de um sistema de avaliação

de fornecedores de uma organização, o grande desafio está na criação de um processo baseado

em indicadores relevantes e que estejam alinhados com a estratégia definida para a cadeia de

suprimentos.

A literatura apresenta alternativas para as organizações escolherem qual método de

avaliação de seus fornecedores que melhor se adapta às suas necessidades.

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3.1.5 Desdobrar o sistema

Dependendo do método utilizado para coleta de dados, uma das maiores dificuldades

dos sistemas de avaliação é o desdobramento das informações. O uso exclusivo de sistemas

para extração e tratamento dos dados normalmente requer o desenvolvimento de

relacionamento com outros sistemas da empresa. Já para modelos baseados em questionários,

é necessário que os mesmos sejam eficazes e fáceis de interpretar e responder. A utilização de

auditoria como método de coleta de dados requer formação de uma equipe multifuncional,

treinamento e recursos para desdobramento adequado das informações.

3.1.6 Fornecer retorno

Para Large (2005), fornecer retorno (ou retro-alimentação) é sempre uma questão

delicada sob todos os aspectos, tanto para quem fornece tanto para que o recebe. Muitas

organizações se limitam a enviar relatórios de desempenho aos seus fornecedores que por sua

vez não se sentem confortáveis como o termo "gerenciamento do fornecedor". Dentro deste

contexto é necessário que exista um diálogo entre as empresas clientes e as empresas

fornecedoras a respeito do desempenho e das questões críticas do relacionamento.

É preciso que os resultados de medição de desempenho e avaliação do fornecedor,

quando não satisfatórios, sejam devidamente comunicados e compreendidos com objetivo de

gerar planos de ações para melhoria dos resultados. A elaboração e a fidelidade no

cumprimento do plano de ações deve ser uma atitude constante nas organizações e

fornecedores sob pena de perder todos os benefícios que o processo de avaliação pode trazer

para a empresa.

3.1.7 Produzir resultados

Todo processo deve ser estruturado para produzir resultados ao seu final e a avaliação

de fornecedores deve seguir o mesmo direcionamento, ou seja, medir o desempenho do

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fornecedor para então poder melhorá-lo. A melhoria do desempenho do fornecedor possui

grande potencial para causar impacto na cadeia de suprimentos e por conseqüência ao cliente.

Conforme reportado por Large (2005), a redução no tempo de fornecimento pode

gerar maior rapidez na entrega do produto final ao cliente aumentando sua satisfação. Outro

aspecto importante é a melhoria do resultado para a empresa, uma vez que remover tempo da

cadeia de fornecimento também remove custos.

3.2 TIPOS DE MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Gordon (2005), destaca que a avaliação de fornecedores pode ser realizada através de

alternativas como a utilização de normas de qualidade como ISO 9001 e suas derivadas,

realização de benchmarking com líderes do setor, medição do desempenho baseado em

melhores práticas (como por exemplo os critérios do Prêmio Nacional da Qualidade) ou

desenvolvimento de uma certificação ou avaliação customizada.

No caso das avaliações customizadas, Jain, Tiwari e Chan (2004), Teng e Jaramilo

(2005) et. al., relatam em seus estudos que, nos últimos anos, modelos de avaliação de

desempenho de fornecedores têm sido reportados na literatura. Dentre estes modelos, os

autores destacaram os seguintes métodos:

3.2.1 Método categórico

O método categórico apresenta praticidade de aplicação, pois é baseado na avaliação

através da captação de opiniões subjetivas de diferentes compradores com relação aos

fornecedores avaliados. Na prática representa uma avaliação do “valor" dos fornecedores a

partir da percepção dos avaliadores.

Este método, devido à sua subjetividade, apresenta algumas desvantagens. A primeira

delas seria o fato de o resultado da avaliação ter pouca utilidade no sentido de promover um

processo de melhoria junto aos fornecedores pois não existe um processo estruturado de retro-

alimentação. Em segundo, o resultado da avaliação que é baseada mais em opiniões do que

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em dados estatísticos, pode ser alvo de influência de relações de poder e interesse existentes

dentro da empresa. Por fim, a complexidade da avaliação aumenta rapidamente à medida que

mais pessoas ou um maior nível de critérios são envolvidos no processo. Desta forma, pode-se

entender que a aplicação do método categórico é mais recomendada em casos de avaliações

preliminares onde existe carência de informações em quantidade e qualidade para um

julgamento com base em fatos e dados. Caracteriza-se basicamente pela facilidade e baixo

custo de implantação e pela subjetividade da avaliação.

3.2.2 Método da média ponderada

Método baseado em avaliações dos fornecedores sob diversos critérios de desempenho

com a utilização de pesos diferenciados para destacar a importância relativa de cada critério

escolhido. Este método portanto, apresenta uma maior complexidade em relação ao anterior,

dado que a avaliação do desempenho dos fornecedores tem de ser desdobrada em vários

critérios diferentes.

Para aplicação deste método existe a necessidade da coleta de uma maior quantidade

dados o que pode gerar custos de captação e administração dos mesmos. Entretanto o maior

obstáculo é definir quais serão os melhores critérios a serem adotados na avaliação e quais os

seus respectivos pesos possibilitando uma avaliação adequada e consistente. Devido à maior

complexidade e ao tamanho da base de dados gerada neste método, a aplicação recursos

computacionais torna-se elemento importante no gerenciamento dos dados. Caracteriza-se

pela flexibilidade, possibilidade de combinação de critérios quantitativos e qualitativos e

requer determinado apoio de sistema.

3.2.3 Método da proporção de custo

Utiliza a associação dos custos do mal desempenho para obtenção de um custo relativo

ao custo da compra. Este método requer uma extensa coleta de dados relacionados aos custos

da qualidade e da não-qualidade. A dificuldade e os custos associados a esta coleta são

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maiores do que aqueles necessários nos métodos apresentados anteriormente restringindo

consideravelmente sua aplicação nas empresas de uma forma geral. Sua utilização fica restrita

a fornecedores com longo tempo de relacionamento, uma vez que para novos fornecedores

não existe um histórico de compras para coleta integral dos dados necessários.

Este método é recomendado principalmente em casos relacionados a problemas mais

graves com relação à qualidade dos materiais adquiridos. Caracteriza-se principalmente pela

complexidade e alto custo de implantação, necessidade de sistemas de suporte.

Embora todos estes métodos sejam tecnicamente aplicáveis a qualquer situação, a

escolha e utilização de um determinado método devem ser sempre analisadas sob o aspecto

custo da coleta x benefício da informação.

3.3 INDICADORES DE DESEMPENHO

Segundo Takashina e Flores (1996), indicadores são meios quantificáveis de

representação das características dos produtos e processos. São utilizados pelas organizações

para controlar e melhorar a qualidade e o desempenho dos seus produtos e processos ao longo

do tempo. Destacam ainda que critérios como seletividade, clareza, abrangência,

rastreabilidade, acessibilidade, comparabilidade, estabilidade, rapidez de disponibilidade e

baixo custo de obtenção são muito importantes e deverão ser considerados no processo de

escolha de indicadores de desempenho.

Segundo Merli (1998), medir é importante – “o que não é medido não é gerenciado”.

O sistema de indicadores afeta consideravelmente o comportamento das pessoas dentro das

organizações. A necessidade de sobrevivência e crescimento das empresas na era da

informação requer a utilização de sistemas de gestão e medição de desempenho originado de

suas estratégias e capacidades afirma o autor.

Teng e Jaramilo (2005), destacam que os fatores mais comumente considerados no

processo de avaliação do desempenho dos fornecedores são qualidade, certificações, melhoria

contínua, entrega e canais de relacionamento.

Prahinski e Benton (2004) at al., ressaltam que a avaliação do desempenho dos

fornecedores deve ser realizada através de fatores financeiros e operacionais. Os fatores

operacionais são aspectos chave para a competitividade como: qualidade do produto, tempo

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de entrega, flexibilidade, assistência técnica. Já os fatores financeiros deverão representar o

custo total que o fornecedor gera para a empresa com medidas como: preço e custo

operacional.

De acordo com Campos (1998), indicadores de desempenho são formas de conversão

de dados em informações sobre desvios em produtos/processo assim como a intensidade e/ou

freqüência destes desvios nas atividades de fornecimento.

Para Pires (2004), indicadores de desempenho são informações sobre resultados

obtidos dos processos e produtos que permitem avaliá-los e compará-los com as metas e

padrões históricos ou até mesmo de outros processos e produtos.

Conforme Christopher (1999), a medição do desempenho dos fornecedores deve ser

um processo contínuo e multilateral de forma a garantir que medidas de melhorias sejam

identificadas e executadas.

Kaplan e Norton (1997), apresentam um modelo de gestão chamado Balanced

Scorecard baseado no desdobramento da missão e estratégia de negócios da organização.

Constitui-se de um sistema de gestão estratégica onde através de um processo estruturado e

sistemático busca implementar e obter retorno sobre diversos indicadores de desempenho. Os

autores ainda destacam três grandes grupos de indicadores:

• Indicadores de relacionamento

• Indicadores de desempenho

• Indicadores de tendência

Ainda segundo os autores, o Balanced Scorecard além de focar os objetivos

financeiros, inclui os vetores de desempenho desses objetivos. O desempenho organizacional

é medido sob quatro perspectivas principais: financeira, do cliente, dos processos internos e

do aprendizado e crescimento. Estas perspectivas foram criadas para equilibrar as medidas de

desempenho e evitar o foco excessivo em medidas financeiras, como a variação do preço de

compra dos produtos. O foco em uma só perspectiva dá origem a ações disfuncionais como a

substituição de fornecedores em busca de preços mais baixos, porém ignora-se o custo total, a

má qualidade dos produtos e prazo de entrega. O equilíbrio das medidas de desempenho pode

fornecer uma perspectiva global dos indicadores de medidas passadas e medidas orientadas

para o futuro.

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Para Bowersox, Closs e Cooper (2006), os indicadores de processos buscam avaliar a

satisfação do cliente considerada em toda a cadeia de suprimentos. Estes indicadores

examinam o tempo total do ciclo de atividades ou a qualidade total do serviço, que por sua

vez representam a eficácia coletiva de todas as atividades necessárias para satisfazer os

clientes.

Ainda segundo os autores, um sistema de avaliação de desempenho deve possuir

características como abrangência, universalidade, mensurabilidade, consistência e

conectividade. Por abrangência entende-se que os indicadores de desempenho devam ser

capazes de medir todos os aspectos pertinentes da cadeia. Já universalidade é a capacidade de

o sistema de avaliação permitir a comparação entre diferentes cadeias de suprimentos, sendo

que a mensurabilidade é a facilidade de acesso aos dados requeridos para o sistema de

avaliação. A consistência é definida como sendo a capacidade de escolher indicadores de

desempenho que reflitam a política da organização. Por fim, o autor define conectividade

como sendo a característica que conecta os indicadores tornando-os compatíveis entre si, pois

no contexto do gerenciamento da cadeia de suprimentos é necessário que os diversos sistemas

de indicadores se comuniquem.

Outro aspecto importante é quanto ao número ou quantidade de indicadores utilizados

no sistema de avaliação. Quando utilizados muitos indicadores, os grupos destinam muito

tempo para a coleta de dados e monitoramento das atividades em detrimento ao próprio

gerenciamento do processo de avaliação de desempenho.

A flexibilidade na definição dos indicadores, seus respectivos pesos e níveis

estratégicos são aspectos importantes para um sistema informatizado com objetivo de auxiliar

no processo de avaliação. Desta forma cada organização de acordo com sua estratégia de

suprimento pode ter um foco diferente na análise de seus fornecedores. Indicadores

considerados importantes para uma organização podem não ter nenhum ou pouco sentido para

outras.

3.3.1 Tipos de indicadores de desempenho dos fornecedores

A literatura existente é ampla e apresenta diversos tipos de indicadores de desempenho

distribuídos em diversas categorias. O’Toole (2002), Stanley e Wisner (2002), Petroni e

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Panciroli (1998), Prahinski e Benton (2004), Christopher (1997), Juran e Gryna (1992),

Takashina e Flores (1996), Campos (1998), Kaplan e Norton (1997), Simpson, Siguaw e

White (2002), et al. sugerem indicadores conforme descrito na tabela 7.

A tabela 7 apresenta a relação dos diversos indicadores ordenados conforme a

freqüência com que foram encontrados na literatura pesquisada.

Tabela 7 Tipos de indicadores de desempenho

Ordem de ocorrência Indicador Categoria

1º Qualidade do produto Qualidade 2º Preço de compra Comercial 3º Pontualidade de entrega Entrega 4º Tempo de entrega Entrega 5º Sistema da qualidade (políticas, procedimentos...) Qualidade 6º Percentual de não-conformidades Qualidade 7º Qualidade da documentação apresentada pelo fornecedor Qualidade

8º Informações sobre problemas de qualidade, prazo e quantidade Qualidade

9º Flexibilidade Entrega 10º Ações de redução de custos Comercial 11º Disponibilidade do fornecedor para resolver problemas Relacionamento12º Tempo de resposta para problemas encontrados Relacionamento13º Programas de melhoria (6 Sigma, 5S...) Qualidade 14º Utilização de controle estatístico do processo Qualidade 15º Investimento em pesquisa e desenvolvimento Tecnologia 16º Garantia Qualidade 17º Situação financeira Comercial 18º Gerenciamento de estoque Entrega 19º Necessidade de inspeção de recebimento Qualidade 20º Número de falhas do produto em campo Qualidade 21º Assistência técnica Tecnologia 22º Inspeção de matéria-prima pelo fornecedor Qualidade 23º Programa de treinamento para os funcionários Treinamento 24º Desenvolvimento de novos produtos Tecnologia 25º Disponibilidade da área técnica Relacionamento26º Disponibilidade da área de vendas Relacionamento27º Condições de pagamento Comercial 28º Apresentação dos lotes (embalagem) Qualidade

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29º Disponibilidade de acesso ao fornecedor Relacionamento30º Volume de compra Comercial 31º Parcela no custo do produto Comercial 32º Envolvimento do fornecedor no projeto do produto Tecnologia 33º Sistemas de informatização Tecnologia 34º Giro de estoque Entrega 35º Treinamento para clientes Treinamento 36º Percentual de cotações ganhas pelo fornecedor Comercial 37º Capacidade dos sistemas de informação Tecnologia 38º Utilização de lotes econômicos Entrega 39º Motivação dos funcionários Treinamento 40º Eficiência do sistema administrativo do fornecedor Qualidade 41º Adequação do fornecedor ao sistema de compras Tecnologia 42º Habilidade técnica do fornecedor Tecnologia 43º Pessoal qualificado com conhecimento do produto Treinamento 44º Responsabilidade ambiental e social Qualidade

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61

4 DESCRIÇÃO DO MODELO PROPOSTO

Este capítulo descreve o sistema de avaliação de fornecedores de itens à indústria

aeronáutica. O modelo proposto considera os conceitos e informações levantadas na revisão

bibliográfica e base conceitual e contempla o desempenho de processos de fornecedores de

uma organização à luz de um conjunto de indicadores definidos nesta modelagem.

A identificação dos pontos fracos do processo de fornecimento de materiais

proporcionará a elaboração e implantação de programas de melhorias no sentido de atender os

resultados esperados pela empresa cliente. A relevância do modelo e da utilização de

medidores individuais de desempenho pode ser melhor percebida ao considerarmos que

somente através do melhor conhecimento da base de fornecedores é que será possível

minimizar os riscos financeiros e operacionais para o organização.

O campo de aplicação do modelo de avaliação de fornecedores proposto é composto

de fornecedores já homologados pela empresa-cliente e aptos a fornecer seus produtos. A

aplicação deste modelo considera a premissa que os fornecedores participantes já foram

previamente homologados pelo setor de compras. O processo de seleção e homologação de

novos fornecedores requer a participação conjunta dos departamentos de compras, qualidade e

engenharia e não será tratado neste estudo.

O modelo aplica-se exclusivamente à empresa-cliente (compradora de serviços,

materiais diversos e insumos) que por sua vez utilizar-se-á deste modelo para avaliação da

empresa fornecedora (organização que fornece algum item comprado pela empresa-cliente).

Este modelo baseia-se na revisão da literatura, experiência de profissionais das áreas

de compras, qualidade, logística e engenharia, modelos de algumas empresas e é

complementado pela experiência profissional do autor. Os fornecedores e números

apresentados no decorrer do estudo são estimados e serão utilizados apenas para exemplificar

a aplicação do modelo.

4.1 ETAPAS DA CONSTRUÇÃO DO MODELO DE AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES

A construção do modelo está estruturada em 10 etapas representadas na figura 9.

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62

Figura 9 Etapas do processo de avaliação de fornecedores

A seguir, o detalhamento individual de cada etapa.

Formação da unidade de avaliação2ª

Etapa

Categorização dos fornecedores 3ª

Etapa

Identificação dos fornecedores a

serem avaliados

Etapa

Definição do processo de medição

e do peso dos indicadores

Etapa

Definição dos indicadores de

desempenho

Etapa

Cálculo dos indicadores setoriais 8ª

Etapa

Classificação dos fornecedores 9ª Etapa

Análise dos resultados 10ª

Etapa

Coleta e tabulação dos dados 7ª

Etapa

Caracterização do problema 1ª

Etapa

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63

4.1.1 - 1ª Etapa: Caracterização do problema

Nesta etapa busca-se caracterizar a organização ou o setor de atividade, o cenário

existente, as características da base de fornecedores e a relação existente entre estes e a

empresa-cliente.

4.1.2 - 2ª Etapa: Formação da unidade de avaliação

A unidade de avaliação será responsável pela definição dos critérios, pesos e pela

avaliação e classificação dos fornecedores quanto ao seu desempenho. Esta unidade de

avaliação deverá ser coordenada pelo departamento de compras da organização. A unidade

será composta por representantes das áreas de compras, logística, qualidade e engenharia.

Estas áreas poderão variar em função da estrutura organizacional praticada pela empresa. A

figura 10 representa as áreas participantes da unidade de avaliação.

Figura 10 Áreas pertencentes ao grupo de avaliação

Dependendo do tamanho da organização, pode-se ainda nomear representantes

setoriais que serão responsáveis pelas informações pertinentes ao seu segmento específico,

Compras

Qualidade Logística

Engenharia

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64

como por exemplo, fornecedores de matéria-prima. Esta segmentação será melhor abordada

na próxima etapa.

Eventualmente poderá fazer parte da unidade de avaliação um representante da área

financeira e/ou controladoria, uma vez que este processo também busca a redução de custos

sobre a cadeia de fornecimento. Outra situação onde pode se fazer necessária a presença de

representantes destas áreas é quando avaliações sobre o desempenho financeiro do fornecedor

for solicitado.

Esta unidade de avaliação, de caráter multidisciplinar, deverá possuir amplo

conhecimento da cadeia de suprimentos, estar amplamente comprometida com a melhoria

contínua e possuir uma alta compreensão da importância estratégica deste processo para toda

a organização. A cada ciclo de avaliação o grupo deverá re-avaliar a aplicabilidade e

funcionalidade do processo, os critérios existentes, promover a realização de retornos aos

fornecedores e propor soluções e melhorias para o processo.

É importante a participação dos gestores da organização cliente de forma a consolidar

a prioridade necessária ao processo e aos critérios, assim como atuar no suporte à decisão,

planos de ação e na cobrança dos resultados dos trabalhos.

Estes requisitos estão de acordo com Gordon (2005) que ressalta que o projeto e o

desenvolvimento de um sistema robusto de medição do desempenho do fornecedor requer um

profundo conhecimento do negócio, familiaridade com sistemas de alto desempenho e

conhecimento de metodologias de medição.

4.1.3 – 3ª Etapa: Categorização dos fornecedores

Conforme destacado por Merli (1998), a categorização dos fornecedores pode ocorrer

em função da importância do material fornecido e da sua disponibilidade. Para a

categorização dos fornecedores, neste estudo, a unidade de avaliação deverá analisar a base de

fornecedores de itens destinados à fabricação de componentes e montagem de conjuntos para

formação do produto final da organização.

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A categorização dos fornecedores tem papel importante para o processo, pois permitirá

a avaliação de forma orientada. Permite ainda a consideração de aspectos peculiares de cada

grupo de materiais assim como sua importância e disponibilidade para a cadeia de

suprimentos sob o ponto de vista de valor e risco associado. A categorização possibilita

também, caso necessário, o direcionamento de tratamento diferenciado para um determinado

segmento, possibilitando assim resultados mais eficientes.

A categorização dos fornecedores faz-se necessária, pois a seleção dos fornecedores

através da aplicação única do método ABC conforme abordado no capítulo 2, poderá

eventualmente desconsiderar uma parte dos fornecedores que, mesmo não sendo

relativamente importantes do ponto de vista dos custos de compra envolvidos, poderão

impactar significativamente as operações da empresa pela natureza de seus itens (por exemplo

matéria-prima e elementos de montagem e fixação).

Conforme já destacado neste estudo, o tipo de relacionamento da empresa cliente com

seus fornecedores é extremamente importante e, portanto a categorização somente em grupos

de acordo as características tecnológicas e funcionais dos itens fornecidos tornar-se-ia

genérica. Esta abordagem genérica pode eventualmente inibir uma melhor análise dos

resultados e seus impactos além da definição de estratégias e ações de melhoria.

Desta forma, baseado em conceitos reportados por Merli (1998) e Cavinato e

Kauffman (2000), adaptados para este estudo, foram definidos critérios adicionais para

segmentação de fornecedores. Os fornecedores serão agrupados primeiramente conforme suas

características técnicas e funcionais e em seguida classificados como e estratégicos e não-

estratégicos.

Fornecedores não-estratégicos: Neste grupo serão alocados os fornecedores

responsáveis pelo fornecimento de itens de baixo e médio risco à operação da empresa.

Geralmente são itens de baixa e média tecnologia, padronizados ou não e que podem ser

adquiridos de mais de um fornecedor. Normalmente pelo seu baixo ou médio custo, podem

ser adotadas políticas de formação de estoques caso sejam necessários.

Fornecedores estratégicos: Pertencem a este grupo aqueles fornecedores

considerados “parceiros” e que são responsáveis na sua grande maioria pelo fornecimento de

itens exclusivos, de grande tecnologia e valor agregado e que podem oferecer vantagem

competitiva ao produto final e á empresa. Estes itens caracterizam-se ainda pelo seu alto custo

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e por representarem grande risco à continuidade das operações da empresa caso seu

fornecimento seja interrompido.

Podem ainda ser incluídos na lista de fornecedores estratégicos, aqueles que fornecem

itens que apesar de não se enquadrarem nas características descritas acima, são considerados

relevantes no processo. Este análise caberá ao grupo de avaliação.

4.1.4 – 4ª Etapa: Identificação dos fornecedores a serem avaliados

Esta identificação é necessária, pois conforme já citado anteriormente nos capítulos 2

e 3, o processo de avaliação de fornecedores demanda recursos e tempo da organização. Esta

identificação tem por objetivo desconsiderar os fornecedores que não são representativos para

o desempenho da cadeia de suprimentos e por conseqüência para o processo produtivo da

empresa. Desta forma é possível a melhor utilização dos recursos disponíveis evitando assim

eventuais desperdícios.

A identificação dos fornecedores será efetuada em duas etapas cujo resultado final será

a formação de um conjunto único de fornecedores que participarão do processo de avaliação.

Estas etapas estão descritas a seguir:

4.1.4.1 Seleção por grupo de relacionamento

Serão selecionados todos os fornecedores considerados como “estratégicos” na etapa

anterior referente à categorização dos fornecedores.

4.1.4.2 Seleção por volume de compras (análise ABC)

Para esta seleção serão considerados todos os fornecedores classificados como “não-

estratégicos” na segunda etapa. A partir desta relação será realizada uma análise ABC que,

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conforme destacado por Dias (1993), constitui-se de uma ferramenta gerencial que permite

identificar os itens que justificam alguma política de tratamento diferenciada devido à sua

importância relativa.

Sendo assim, deverão ser considerados todos os fornecedores “não-estratégicos”

distribuídos por cada categoria de materiais. Em seguida deve ser feito um levantamento do

valor total adquirido de cada fornecedor nos últimos 12 meses. Após ordenação decrescente

dos montantes apurados, serão selecionados os fornecedores que representarem 80% do valor

adquirido em compras de materiais produtivos pela empresa-cliente.

4.1.5 – 5ª Etapa: Definição dos indicadores de desempenho

Nesta etapa devem ser levantados e escolhidos os indicadores de desempenho com os

quais os fornecedores serão avaliados.

Conforme destacado por Merli (1998), nos capítulos 2 e 3, existem quatro dimensões

competitivas a serem consideradas pelas empresas: custo, serviço, qualidade e inovação. Estas

dimensões são praticamente compartilhadas por Pires (2004) que destaca o custo, a qualidade,

o desempenho das entregas e a flexibilidade como as dimensões competitivas mais comuns no

mundo industrial.

Desta forma, baseado nestes conceitos, foi realizada uma adaptação para este estudo

que resultou na divisão dos indicadores em três grupos: indicador geral (principal) que será

composto por indicadores setoriais que por sua vez serão compostos de indicadores

operacionais (subordinados).

Indicador geral: Este indicador representará a nota final alcançada pelo fornecedor e

será resultado da combinação dos indicadores setoriais. Chamaremos este indicador de

“Indicador de Desempenho Final” e será representado pela sigla “IDF”.

Indicadores setoriais: Estão relacionadas ao desempenho de processos dos

fornecedores em áreas de atuação pré-definidas. São divididos em quatro grupos que

representarão respectivamente quatro segmentos considerados estratégicos para a cadeia de

suprimentos da empresa conforme destacado por Merli (1998) nos capítulos 2 e 3. Estes

indicadores não recebem pontuação direta sendo que seus valores serão apurados pelo método

da média ponderada a partir da na pontuação alcançada na avaliação dos indicadores de

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operacionais. A tabela 8 apresenta os indicadores setoriais e suas respectivas siglas de

representação:

Tabela 8 Indicadores setoriais

Indicador Sigla

Indicador de desempenho da qualidade IDQ

Indicador de desempenho comercial IDC

Indicador de desempenho logístico IDL

Indicador de desempenho tecnológico IDT

Indicadores operacionais: São os indicadores relacionados diretamente ao

desempenho das atividades realizadas pelo fornecedor. São subdivisões dos indicadores

setoriais e que efetivamente receberão os valores (pontuação) resultantes da avaliação. Sua

quantidade deverá ser limitada de forma a facilitar, agilizar e manter o foco do processo de

avaliação.

A Figura 11 descreve o relacionamento do indicador principal com seus respectivos

indicadores subordinados. Os indicadores operacionais serão melhor detalhados no capítulo 5

deste estudo.

Figura 11 Estrutura de indicadores

IDF

IDQ IDC IDL IDT

% de conformidade

Tempo de reação

Qualidade document.

Assistência técnica

Certificação

Tempo de resposta

Redução de custos

Flexibilid. comercial

Desempenho financ.

Pontualidade entrega

Variabilidade entrega

Disponibilidade

Flexibilidade

Capacidade desenvol.

Cumprim. cronogr.

Tempo de resposta

Indi

cado

r pr

inci

pal

Indi

cado

r es

subo

rdin

ados

Indi

cado

r ge

ral

Indi

cado

res

seto

riais

In

dica

dore

s op

erac

iona

is

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69

4.1.6 – 6ª Etapa: Definição do processo de medição e do peso dos indicadores

4.1.6.1 Processo de medição

Nesta etapa do estudo serão definidos o tipo de medição (qualitativa ou quantitativa), a

fórmula de cálculo e/ou o critério de avaliação com suas respectivas faixas de pontuação. As

notas atribuídas servirão para determinar o nível de desempenho em cada indicador.

Likert (1932 apud Costa, 2005) e Miller (1994 apud Costa, 2005), descreve uma

escala de opções onde os respondentes são solicitados além concordarem ou não com as

afirmações, a também a informarem qual o seu grau de concordância ou discordância.

Tradicionalmente a escala de Likert, como ficou conhecida, é composta por cinco opções:

discordo plenamente, discordo, nem discordo e nem concordo (neutro), concordo ou concordo

plenamente. Entretanto em casos onde se deseja forçar escolhas, a opção neutra (nem discordo

e nem concordo) por não estar disponível. Para cada opção é atribuído um número que reflete

a direção da atitude do respondente em relação a cada afirmação. Baseado no trabalho de

Likert (1932 apud Costa, 2005) e Miller (1994 apud Costa, 2005), o autor optou por utilizar a

seguinte escala:

Muito bom

Bom

Regular

Ruim

Muito ruim

Todos os fornecedores selecionados receberão uma nota de desempenho em cada um

dos critérios dentro de cada indicador. Esta nota será representada por um valor numérico

correspondente à opção feita pelo avaliador ou pelo resultado do cálculo do indicador.

4.1.6.2 definição dos pesos dos indicadores

Dentro do universo de indicadores de desempenho escolhidos, existem aqueles que

merecem maior atenção em função da sua relevância perante a estratégia da cadeia de

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70

fornecimento e os resultados esperados. Esta relevância seja ela maior ou menor, será

representada por pesos cujos valores serão diferenciados entre si, tanto no nível dos

indicadores setoriais quanto no nível dos indicadores operacionais. Os pesos de cada

indicador serão definidos pela unidade de avaliação que, neste estudo é representada pelo

autor. Os valores foram definidos através da opinião de profissionais das áreas de compras,

engenharia, logística e qualidade complementados pela experiência profissional do autor,

além da consulta ao processo de avaliação de desempenho de fornecedores de algumas

empresas. O somatório dos pesos em cada indicador considerado será sempre igual a 1,0.

4.1.7 – 7ª Etapa: Coleta e tabulação dos dados

A coleta e tabulação dos dados representam uma etapa importante no processo de

avaliação, pois é onde se agrupam todos os inputs necessários que servirão de base para

cálculo dos indicadores operacionais.

Segundo Campos (1998), dados com qualidade geram indicadores confiáveis e que

permitirão ao grupo de avaliação e aos gestores identificar, de forma precisa, os pontos de

melhoria e assim tomar as ações preventivas ou corretivas necessárias.

Conforme a informação necessária para cada indicador descrito na etapa anterior, os

dados poderão ser extraídos diretamente dos sistemas da empresa (no caso dos indicadores

quantitativos) ou levantados a partir das respostas das questões colocadas para os avaliadores

(no caso dos indicadores qualitativos) a cada ciclo de avaliação. No caso dos indicadores

qualitativos, a coleta e tabulação dos dados podem ocorrer em planilhas específicas ou em

sistemas especialmente desenvolvidos para este fim.

A freqüência de coleta dos dados para o conjunto de indicadores deverá ser definida

pela unidade de avaliação conforme aspectos estratégicos e necessidades da organização.

Considerando os esforços e recursos requeridos no processo de avaliação de fornecedores,

assim como o tempo necessário para implantação de ações melhoria por parte dos

fornecedores, o autor recomenda que cada ciclo de avaliação aconteça no mínimo a cada

quatro meses. É importante que os ciclos de medição sejam eqüidistantes para possibilitar

uma melhor avaliação da evolução do desempenho dos fornecedores no decorrer dos

períodos. Com objetivo de otimizar os recursos e capacidades disponíveis na empresa, a

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71

geração da base de dados deve restringir-se aos fornecedores previamente selecionados

conforme descrito na terceira etapa deste processo.

A apresentação e o maior entendimento do processo de avaliação, indicadores,

critérios e escalas de pontuação por parte das áreas envolvidas possibilitará um melhor

tratamento das informações necessárias no decorrer do tempo, o que incrementará sua

qualidade assim como facilitará sua coleta ao final de cada período de avaliação.

4.1.8 – 8ª Etapa: Cálculo dos indicadores setoriais

Nesta etapa, após a coleta dos dados, será feito o cálculo dos indicadores setoriais a

partir dos indicadores operacionais (quantitativos e qualitativos). Todos os resultados são

expressos em valores numéricos e obtidos por cálculo realizado em dois passos como segue:

1º passo: geração do valor de cada indicador operacional conforme as fórmulas e critérios pré-

definidos.

2º passo: geração do indicador setorial considerando os pesos definidos para cada indicador

operacional através cálculo de média ponderada representada pelas fórmulas abaixo. Os

indicadores operacionais estão descritos no capítulo 5 deste estudo.

∑+++++

=p

cepatpqdptrppcpmppcrpIDQ ).(6).(5).(4).(3).(2).(1

Onde:

IDQ indicador de desempenho da qualidade

p1...pn pesos de cada indicador

pcr nota do indicador percentual de conformidade (recebimento)

pcpm nota do indicador percentual de conformidade (produção/montagem)

tr nota do indicador tempo de reação

qd nota do indicador qualidade da documentação

at nota do indicador assistência técnica e garantia

ce nota do indicador certificação1

∑++

=p

fcprcptrpIDC ).(3).(2).(1

Onde:

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72

IDC indicador de desempenho comercial

p1...pn pesos de cada indicador

tr nota do indicador tempo de resposta

rc nota do indicador redução de custos

fc nota do indicador flexibilidade comercial

∑+++

=p

flpdipveppepIDL ).(4).(3).(2).(1

Onde:

IDL indicador de desempenho logístico

p1...pn pesos de cada indicador

pe nota do indicador pontualidade de entrega

ve nota do indicador variabilidade de entrega

di nota do indicador disponibilidade

fl nota do indicador flexibilidade

∑++

=p

trpccpcdpIDT ).(3).(2).(1

Onde:

IDT indicador de desempenho tecnológico

p1...pn pesos de cada indicador

cd nota do indicador capacidade de desenvolvimento

cc nota do indicador cumprimento de cronograma

tr nota do indicador tempo de resposta

3º passo: A partir do valor final apurado em cada indicador setorial e considerando-se as

classes de equivalência apresentadas na tabela 15, deve-se proceder a classificação dos

fornecedores em cada indicador.

4.1.9 – 9ª Etapa: Classificação dos fornecedores

O resultado é obtido pela aplicação da fórmula abaixo a partir das notas dos

indicadores setoriais geradas na etapa anterior e combinadas com seus respectivos pesos

descritos na tabela 13.

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73

∑+++

=p

IDTpIDLpIDCpIDQpIDF ).(4).(3).(2).(1

Onde:

IDF Indicador de desempenho final

p1...pn pesos de cada indicador

IDQ nota do indicador de desempenho da qualidade

IDC nota do indicador de desempenho comercial

IDL nota do indicador de desempenho logístico

IDT nota do indicador de desempenho tecnológico

4.1.10 – 10ª Etapa: Análise dos resultados

Atividade principal a ser desenvolvida nesta etapa é o levantamento e análise dos

potenciais de melhoria (pontos fracos) daqueles fornecedores classificados pelo indicador de

desempenho final como “ruim” ou “muito ruim”. A classificação “regular” será considerada

aceitável, porém os fornecedores devem ser instruídos de que a classificação mínima

desejável é status “bom”. Também devem ser considerados na análise aqueles fornecedores

que obtiveram isoladamente em algum indicador, seja de setorial ou operacional, avaliações

abaixo do mínimo desejado.

Ainda nesta etapa os resultados obtidos na etapa anterior serão analisados pela unidade

de avaliação com objetivo de identificar eventuais incoerências nos indicadores geradas por

lançamentos indevidos e/ou avaliações inconsistentes.

4.2 RETORNO PARA OS FORNECEDORES

Mintzberg (1993), ressalta que o fator fundamental no sucesso de um sistema

produtivo, a garantia do bom andamento dos processos e o alinhamento mútuo entre grupos,

somente é suportado pela existência de um fluxo de comunicação eficiente.

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74

Conforme Large (2005), a comunicação em quantidade e qualidades adequadas

proporciona um relacionamento positivo e gera efeitos no desempenho do fornecedor.

Para Juran (1992), muitas organizações já entenderam a importância de dar retornos a

seus fornecedores e que estes retornos não devem restringir-se a somente às insatisfações e

fatos negativos mas também reforçar de forma positiva experiências anteriores, ou mesmo de

auxílio para as melhorias contínuas dos processos e dos sistemas organizacionais.

Para Daft e Lengel (1986 apud Prahinski e Benton (2004), as organizações que adotam

uma cultura de diálogo, esclarecimentos e retro-alimentação, conseguem otimizar o

relacionamento com seus fornecedores reduzindo equívocos e incertezas na comunicação e

conseqüentemente incrementar o desempenho da sua cadeia de suprimentos. Ainda para os

autores, a existência de retorno entre a empresa cliente e sua base de fornecedores influencia

positivamente o desempenho dos mesmos.

Desta forma, o retorno representa uma etapa muito importante no processo de

avaliação de fornecedores, pois é nesta etapa que se dará o direcionamento de ações

preventivas e/ou corretivas aos fornecedores com objetivo corrigir as falhas e alcançar os

resultados esperados pela empresa cliente. O não fornecimento ou o fornecimento inadequado

e pouco preciso de retorno aos fornecedores, causará a perda dos esforços dependidos no

processo de avaliação, uma vez que os pontos de melhoria identificados não serão reparados e

conseqüentemente o desempenho da cadeia de suprimentos também não será otimizado.

Apesar da importância do retorno dos resultados para os fornecedores, conforme

destacado acima, esta etapa não foi executada quando da aplicação do presente estudo por não

fazer parte do escopo do mesmo.

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75

5 APLICAÇÃO DO MODELO PROPOSTO

Neste capítulo será exemplificada a aplicação prática do modelo proposto no capítulo

anterior. Os dados e informações apresentadas a seguir são estimados e serão utilizados

apenas para a simulação do modelo. A tabela com a base de fornecedores que serão utilizados

no estudo encontra-se no apêndice A.

5.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA (1ª ETAPA)

A indústria aeronáutica brasileira é uma das maiores do mundo e conta com mais de

37 anos de experiência em projeto, fabricação, comercialização e pós-venda de aeronaves.

Conforme informação no site da Embraer - Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A., a

empresa já produziu cerca de 3.600 aviões, que hoje operam em 58 países nos cinco

continentes. A Embraer conta com uma base global de clientes e tem uma política de

parcerias, com alguns dos maiores e mais importantes fabricantes e fornecedores

aeroespaciais do mundo.

As empresas consideradas, neste estudo, para avaliação de desempenho são

fornecedores de materiais para fabricação de peças e conjuntos utilizados na montagem de

aviões. Estes fornecedores são em sua grande maioria de origem internacional devido ao

baixo desenvolvimento deste setor de fornecimento no mercado nacional ocasionado pela alta

tecnologia e investimentos demandados. O alto valor agregado em diversos componentes

fornecidos neste setor assim como a logística envolvida, até sua disponibilização, requerem

grande eficiência da cadeia de suprimentos. O gerenciamento do relacionamento com os

fornecedores, ponto de grande importância dentro da cadeia de suprimentos, precisa então ser

suportado por processos e ferramentas que possibilitem à organização cliente alcançar os

resultados esperados.

5.2 FORMAÇÃO DA UNIDADE DE AVALIAÇÃO (2ª ETAPA)

Para fins de simulação neste estudo, a unidade de avaliação será representada pelo

autor e suas diversas avaliações serão fundamentadas na base conceitual descrita nos capítulos

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76

2 e 3 associadas à opinião de profissionais das áreas de compras, qualidade do produto,

engenharia, logística de uma empresa do setor automobilístico e outra do setor aeronáutico.

Estas informações serão consolidadas e complementadas a partir da experiência profissional

do autor.

5.3 CATEGORIZAÇÃO DOS FORNECEDORES (3ª ETAPA)

A partir dos conceitos descritos no item 4.1.3 efetuou-se a categorização dos

fornecedores. Por se tratar de um modelo de avaliação de fornecedores da indústria

aeronáutica (fabricação de aeronaves), a categorização será baseada no agrupamento de peças

com característica técnicas e funcionais semelhantes como apresentado na tabela 9. No

apêndice A é apresentado o resultado desta categorização a partir da base total de

fornecedores.

Tabela 9 Relação de categorias de grupos de materiais

CATEGORIA EXEMPLOS DE ITENS

1 Parte estrutural e interior Fuselagem, asas, cabine, móveis, assentos,

revestimentos, etc.

2 Equipamentos elétricos /

eletrônicos Radar, painéis de controle, sistemas de sensores, etc.

3 Equipamentos mecânicos Motores, trem de pouso, mecanismos de acionamento

hidráulico / pneumático, etc.

4 Matéria-prima Chapas e barras metálicas, tecidos, fibra de carbono,

materiais plásticos, químicos, etc.

5 Hardware Elementos de fixação em geral, tubulações e

mangueiras, conectores elétricos, fios e cabos, etc.

A tabela 10 apresenta uma consolidação da quantidade total de fornecedores

considerando suas categoria e grupos:

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77

Tabela 10 Consolidação de fornecedores por categoria e grupo Grupo

Categoria Estratégicos

Não-

estratégicos

Quantidade

Fornecedores

Parte estrutural e interior 6 6 12

Equipamentos elétricos / eletrônicos 4 13 17

Equipamentos mecânicos 2 14 16

Matéria-prima 2 18 20

Hardware 1 34 35

Total 15 85 100

5.4 IDENTIFICAÇÃO DOS FORNECEDORES A SEREM AVALIADOS (4ª ETAPA)

Conforme descrito no item 4.1.3, os fornecedores foram selecionados a partir dos

seguintes passos:

1º passo: todos fornecedores classificados como estratégicos na etapa de categorização;

2º passo: todos os fornecedores identificados como não-estratégicos e classificados como “A”

na análise da curva ABC (responsáveis por 80% do valor total adquirido em compras) em

cada categoria de materiais.

Os apêndices B e C apresentam o resultado da seleção de fornecedores estratégicos e

os fornecedores não-estratégicos classificados pela análise ABC de volume de compras

respectivamente.

A figura 12 apresenta a distribuição percentual dos valores de compras divididos nas

categorias de materiais definidas na etapa anterior.

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78

Distribuição Percentual do Valor Comprado por Categoria

Equipamentos elétricos / eletrônicos

32%

Parte estrutural e interior27%

Equipamentos mecânicos

20%

Matéria-prima11%

Hardw are10%

Figura 12 Distribuição do percentual de compras por categoria

5.5 DEFINIÇÃO DOS INDICADORES DE DESEMPENHO (5ª ETAPA)

Os indicadores de desempenho que serão utilizados no modelo estão descritos no item

4.1.5 do capítulo anterior. A tabela 11 apresenta os indicadores setoriais e descreve seus

respectivos os indicadores operacionais com suas descrições e detalhamentos. A

escolha/definição dos indicadores foi baseada na tabela 7 associado ao julgamento e validação

da unidade de avaliação.

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79

Tabela 21 Indicadores setoriais e indicadores operacionais

Indicador

setorial Indicador operacional Descrição

Percentual de

conformidade

(recebimento)

Índice para quantificar o percentual de unidades

conformes (zero defeito) encontradas no

recebimento de um lote de material.

Percentual de

conformidade

(produção/montagem)

Índice para quantificar o percentual de unidades

conformes (zero defeito) encontradas num lote de

material durante a produção e/ou montagem.

Tempo de reação

Velocidade de resposta e tomada de ação corretiva

por parte do fornecedor em caso de ocorrência de

não-conformidade e/ou desvio no processo.

Qualidade da

documentação

Atendimento integral aos requisitos documentais

exigidos pela empresa cliente (fornecimento da

documentação completa, correta e no momento

necessário).

Assistência técnica e

garantia

Suporte técnico ao produto em caso de dúvidas

e/ou existência de não-conformidade. Pode ser no

âmbito da empresa cliente ou até mesmo suporte

direto ao cliente final (pós-venda).

IDQ

Certificação Certificação em normas e sistemas de qualidade

conforme exigências da empresa cliente.

IDC Tempo de resposta

Tempo necessário para responder cotações

(preliminares ou oficiais), questionamentos,

consulta ou dúvidas efetuadas pela área comercial.

Pontualidade no cumprimento dos prazos de

entrega das informações solicitadas.

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80

Redução de custos

Adoção de uma política ou disponibilidade para

aceitação de redução de custos (preço) com base

em aumento do volume de produção, amortização

de investimentos e ganhos sucessivos de

produtividade ao longo do tempo por parte dos

fornecedores. A redução de tempos de

fornecimento também pode eventualmente ser

considerada, uma vez que redução de tempo na

cadeia traz redução de custos.

Flexibilidade comercial

Representa a pré-disposição do fornecedor em

negociações para atendimento de objetivos e

necessidades de custos máximos da empresa

cliente nos processos de aquisição de materiais

(peça nova, modificação do produto ou reajustes

de preços).

Desempenho financeiro

(*)

Refere-se à análise da saúde financeira do

fornecedor conforme critérios pré-definidos com

objetivo de avaliar a capacidade de continuidade e

crescimento do negócio.

(*) A aplicação deste indicador poderá

eventualmente ser feita para os fornecedores

estratégicos considerados “parceiros”. Outras

necessidades deverão ser analisadas e decididas

pela unidade de avaliação.

IDL Pontualidade de entrega

Indica o nível de comprometimento no

fornecimento dos materiais solicitados no prazo

acordado entre a empresa cliente e o fornecedor.

São indesejáveis tanto o fornecimento atrasado

quanto o fornecimento antecipado. É concedida ao

fornecedor uma tolerância máxima de até cincos

dias antes ou depois da data acordada.

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81

Variabilidade de entrega

Quantifica o tempo (em quantidade de dias) que

uma entrega é antecipada ou atrasada pelo

fornecedor em relação ao prazo acordado no

pedido de compras.

Disponibilidade

Avalia a capacidade e disponibilidade de entrega

de material no sentido do fornecimento integral

das quantidades solicitadas e acordadas. Desta

forma serão indesejáveis entregas tanto a maior

quanto a menor.

Flexibilidade

Avalia o tempo de resposta necessário e a

capacidade adaptação do fornecedor às alterações

de prazos e quantidades previamente acordadas

em decorrência de variações na demanda

(alterações no plano de produção, refugo,

assistência técnica, etc.). Podem ser antecipações,

postergações ou cancelamentos.

Capacidade de

desenvolvimento

Representa a capacidade do fornecedor em

pesquisar e desenvolver novos projetos ou

melhorias além de prover soluções tecnológicas

seja de forma individual ou em parceria com a

empresa cliente.

Cumprimento de

cronogramas

Referente ao desempenho relacionado ao ciclo

total de aquisição de material, avaliando o

cumprimento dos prazos acordados referente ao

desenvolvimento de protótipos, modificações do

produto, documentação de engenharia,

fornecimento e aprovação de amostras.

IDT

Tempo de resposta

Avalia o tempo total necessário para responder as

consultas, solicitações e questionamentos

efetuados pela área técnica da empresa cliente.

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82

5.6 DEFINIÇÃO DO PROCESSO DE MEDIÇÃO E DO PESO DOS INDICADORES (6ª ETAPA)

5.6.1 Processo de medição

Os critérios e fórmulas de medição de cada indicador operacional e suas respectivas

faixas de pontuação estão descritos na tabela 12 e foram definidos pela unidade de avaliação. Tabela 12 Critérios de medição dos indicadores de desempenho

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Indicador

setorial

Indicador

operacional

Tipo de

medição Fórmula e/ou critério de avaliação Faixa de pontuação e classificação

Percentual de

conformidade

(recebimento)

Quantitativa

ΤΡ

−= 1β

Onde:

β Percentual de conformidade

P Unidades conformes no período

T Unidades fornecidas no período

Se β ≥ 99,5% = 5 = Muito bom

Se 99,5% > β ≥ 98,0% = 4 = Bom

Se 98,0% > β ≥ 95,0% = 3 = Regular

Se 95,0% > β ≥ 90,0% = 2 = Ruim

Se β < 90,0% = 1 = Muito ruim

Percentual de

conformidade

(produção/

montagem)

Quantitativa

ΤΡ

−= 1β

Onde:

β Percentual de conformidade

P Unidades conformes no período

T Unidades fornecidas no período

Se β ≥ 99,5% = 5 = Muito bom

Se 99,5% > β ≥ 98,0% = 4 = Bom

Se 98,0% > β ≥ 95,0% = 3 = Regular

Se 95,0% > β ≥ 90,0% = 2 = Ruim

Se β < 90,0% = 1 = Muito ruim

IDQ

Tempo de reação Quantitativa

ΤΑ−ΕΣ

=)(β

Onde:

β Tempo médio de resposta

E Data encerramento da nota de não-conformidade

A Data abertura da nota de não-conformidade

T Quantidade de notas de não-conformidade emitidas

no período

Se β ≤ 5 dias = 5 = Muito bom

Se 5 dias < β ≤ 10 dias = 4 = Bom

Se 10 dias < β ≤ 15 dias = 3 = Regular

Se 15 dias < β ≤ 21 dias = 2 = Ruim

Se β > 21 dias = 1 = Muito ruim

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84

Qualidade da

documentação Qualitativa

Fornecedor sempre envia documentação correta e

necessária;

Fornecedor na maioria das vezes envia a documentação

correta e necessária;

Fornecedor na maioria das vezes envia a documentação,

mas eventualmente incompleta e incorreta;

Fornecedor raramente envia documentação correta e

necessária;

Fornecedor nunca envia a documentação correta e

necessária.

5 = Muito Bom

4 = Bom

3 = Regular

2 = Ruim

1 = Muito ruim

Assistência técnica

e garantia Qualitativa

Fornecedor sempre atende, nos prazos solicitados, os

pedidos de garantia e assistência técnica nos defeitos de

sua responsabilidade;

Fornecedor sempre atende os pedidos de garantia e

assistência técnica nos defeitos de sua responsabilidade,

mas eventualmente não cumpre os prazos solicitados;

Fornecedor atende aos pedidos de garantia e assistência

técnica nos defeitos de sua responsabilidade somente em

alguns casos;

Fornecedor raramente atende aos pedidos de garantia e

assistência técnica nos defeitos de sua responsabilidade;

Fornecedor não atende aos pedidos de garantia e

assistência técnica nos defeitos de sua responsabilidade.

5 = Muito Bom

4 = Bom

3 = Regular

2 = Ruim

1 = Muito ruim

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85

Certificação Qualitativa

O sistema da qualidade e ambiental implantados são

aqueles requeridos pela empresa e os resultados das

auditorias sempre são satisfatórios;

O sistema da qualidade e ambiental implantados são

equivalentes aos requeridos pela empresa e o resultado das

autorias são satisfatórios;

O sistema da qualidade e ambiental implantados são

equivalentes aos requeridos pela empresa e o resultado das

autorias são eventualmente insatisfatórios;

O resultado das auditorias do sistema da qualidade e

ambiental implantados são insatisfatórios;

O fornecedor perdeu a certificação do sistema da qualidade

e/ou ambiental do órgão certificador.

5 = Muito Bom

4 = Bom

3 = Regular

2 = Ruim

1 = Muito ruim

IDC Tempo de resposta Qualitativa

Fornecedor sempre cumpre os prazos de respostas

solicitados;

Fornecedor na maioria das vezes cumpre os prazos de

respostas solicitados;

Fornecedor cumpre os prazos de respostas solicitados na

metade dos casos;

Fornecedor raramente cumpre os prazos de respostas

solicitados;

Fornecedor nunca cumpre os prazos de respostas

solicitados.

5 = Muito Bom

4 = Bom

3 = Regular

2 = Ruim

1 = Muito ruim

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86

Redução de custos Qualitativa

Fornecedor eventualmente propõe ou aceita redução de

custos por ganhos de produtividade e/ou aumento de

volume de produção;

Fornecedor eventualmente somente aceita redução de

custos por ganhos de produtividade e/ou aumento de

volume de produção;

Fornecedor raramente propõe ou aceita redução de custos

mas mantém os preços praticados;

Fornecedor eventualmente solicita reajustes de preços

independentemente de ganhos de produtividade e/ou

aumento de volume de produção;

Fornecedor solicita reajustes de preços acima do mercado e

sem justificativa.

5 = Muito Bom

4 = Bom

3 = Regular

2 = Ruim

1 = Muito ruim

Flexibilidade

comercial Qualitativa

Fornecedor não cobra despesas extras decorrentes de

reprogramação de entregas acordadas;

Fornecedor está sempre pré-disposto a negociar despesas

extras decorrentes de reprogramação de entregas;

Fornecedor pratica coerência na formulação dos preços e

tenta evita cobranças de despesas extras decorrentes de

reprogramações de entregas;

Fornecedor raramente negocia e eventualmente cobra

despesas extras decorrentes de reprogramações de entregas;

Fornecedor não se dispõe a negociar e sempre cobra

despesas extras decorrentes de reprogramações de entregas.

5 = Muito Bom

4 = Bom

3 = Regular

2 = Ruim

1 = Muito ruim

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87

Desempenho

financeiro Informativa

Fornecedor fornece todas as informações financeiras

solicitadas e o resultado da análise é totalmente

satisfatório;

Fornecedor fornece parcialmente as informações

financeiras solicitadas e o resultado da análise é

satisfatório;

Fornece não fornece todas as informações financeiras

solicitadas impossibilitando a análise do resultado;

Fornecedor fornece as informações financeiras solicitadas e

o resultado da análise é insatisfatório;

Fornecedor se recusa a fornecer as informações financeiras

solicitadas.

5 = Muito Bom

4 = Bom

3 = Regular

2 = Ruim

1 = Muito ruim

Pontualidade de

entrega Quantitativa

ΡΕ

−= 1β

Onde:

β Percentual de pontualidade de entrega

E Quantidade de pedidos entregues no prazo

P Quantidade de pedidos planejados para o período

Se β ≥ 97,0% = 5 = Muito bom

Se 97,0% > β ≥ 95,0% = 4 = Bom

Se 95,0% > β ≥ 85,0% = 3 = Regular

Se 85,0% > β ≥ 70,0% = 2 = Ruim

Se β < 70,0% = 1 = Muito ruim

IDL

Variabilidade de

entrega Quantitativa

ΤΡ−ΕΣ

=)(β

Onde:

β Tempo médio de variação da entrega

E Data efetiva da entrega do pedido

P Data planejada para entrega do pedido

T Quantidade de pedidos planejados no período

Se 0 dia < β ≤ 5 dias = 5 = Muito bom

Se 5 dias < β ≤ 10 dias = 4 = Bom

Se 10 dias < β ≤ 20 dias = 3 = Regular

Se 20 dias < β ≤ 30 dias = 2 = Ruim

Se β > 30 dias = 1 = Muito ruim

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88

Disponibilidade Quantitativa

ΡΚ

−= 1β

Onde:

β Percentual de entregas completas

K Quantidade de pedidos entregues com a quantidade

acordada

P Quantidade de pedidos planejados para o período

Se β ≥ 97,0% = 5 = Muito bom

Se 97,0% > β ≥ 95,0% = 4 = Bom

Se 95,0% > β ≥ 85,0% = 3 = Regular

Se 85,0% > β ≥ 70,0% = 2 = Ruim

Se β < 70,0% = 1 = Muito ruim

Flexibilidade Qualitativa

Fornecedor sempre aceita e cumpre as reprogramações de

entregas solicitadas pela empresa;

Fornecedor aceita e cumpre as reprogramações de entregas

solicitadas pela empresa na maioria das vezes;

Fornecedor aceita e cumpre as reprogramações de entregas

solicitadas pela empresa na metade das vezes;

Fornecedor raramente aceita e cumpre as reprogramações

de entregas solicitadas pela empresa;

Fornecedor nunca aceita e cumpre as reprogramações de

entregas solicitadas pela empresa.

5 = Muito Bom

4 = Bom

3 = Regular

2 = Ruim

1 = Muito ruim

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89

IDT Capacidade de

desenvolvimento Qualitativa

Fornecedor sempre busca estar atualizado com relação à

novas tecnologias, processos e tendências do segmento em

que atua;

Fornecedor quase sempre busca estar atualizado com

relação à novas tecnologias, processos e tendências do

segmento em que atua;

Fornecedor raramente busca estar atualizado com relação à

novas tecnologias, processos e tendências do segmento em

que atua;

Fornecedor não se preocupa em estar atualizado com

relação à novas tecnologias, processos e tendências do

segmento em que atua.

Fornecedor está desatualizado com relação à novas

tecnologias, processos e tendências do segmento em que

atua.

5 = Muito Bom

4 = Bom

3 = Regular

2 = Ruim

1 = Muito ruim

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90

Cumprimento de

cronogramas Qualitativa

Fornecedor sempre cumpre os cronogramas de

desenvolvimento de protótipos, amostras e melhorias

técnicas;

Fornecedor quase sempre cumpre os cronogramas de

desenvolvimento de protótipos, amostras e melhorias

técnicas;

Fornecedor cumpre os cronogramas de desenvolvimento de

protótipos, amostras e melhorias técnicas na metade das

vezes;

Fornecedor raramente cumpre os cronogramas de

desenvolvimento de protótipos, amostras e melhorias

técnicas;

Fornecedor nunca cumpre os cronogramas de

desenvolvimento de protótipos, amostras e melhorias

técnicas;

5 = Muito Bom

4 = Bom

3 = Regular

2 = Ruim

1 = Muito ruim

Page 91: AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE FORNECEDORES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp061582.pdf · AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE FORNECEDORES DE SUPRIMENTOS PARA EMPRESA DA INDÚSTRIA

91

Tempo de resposta Qualitativa

Fornecedor sempre cumpre os prazos de respostas das

solicitações e questionamentos emitidos pela área técnica

da empresa;

Fornecedor quase sempre cumpre os prazos de respostas

das solicitações e questionamentos emitidos pela área

técnica da empresa;

Fornecedor cumpre os prazos de respostas das solicitações

e questionamentos emitidos pela área técnica da empresa

na metade das vezes;

Fornecedor raramente cumpre os prazos de respostas das

solicitações e questionamentos emitidos pela área técnica

da empresa;

Fornecedor nunca cumpre os prazos de respostas das

solicitações e questionamentos emitidos pela área técnica

da empresa.

5 = Muito Bom

4 = Bom

3 = Regular

2 = Ruim

1 = Muito ruim

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5.6.2 Definição dos pesos

A definição dos pesos é responsabilidade da unidade de avaliação. Foi efetuada a

partir da avaliação do grau de importância simulado de cada indicador por profissionais

atuantes nas áreas de compras, logística, qualidade do produto e engenharia além da

experiência do autor deste estudo. A avaliação considerou a definição de pesos em dois níveis

distintos. O primeiro deles considerou o grau de importância de cada indicador setorial em

relação ao indicador de desempenho final (IDF). O segundo nível considerado verificou o

grau de importância de cada indicador operacional com relação ao seu respectivo indicador

setorial. A tabela 13 representa a definição dos pesos apurados.

Tabela 13 Pesos por indicador

Indicador

setorial

Peso Indicador

Setorial Indicador operacional

Peso Indicador

Operacional

Percentual de conformidade (recebimento) 25%

Percentual de conformidade (produção/ montagem) 25%

Tempo de reação 15%

Qualidade da documentação 15%

Assistência técnica e garantia 10%

IDQ 40%

Certificação 10%

Tempo de resposta 35%

Redução de custos 35%

Flexibilidade comercial 30% IDC 20%

Desempenho financeiro 0%

Pontualidade de entrega 30%

Variabilidade de entrega 15%

Disponibilidade 30% IDL 30%

Flexibilidade 25%

Capacidade de desenvolvimento 50%

Cumprimento de cronogramas 30% IDT 10%

Tempo de resposta 20%

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93

5.7 COLETA E TABULAÇÃO DOS DADOS (7ª ETAPA)

Nesta etapa, para efeito da aplicação do modelo, serão atribuídas notas de forma

aleatória para cada indicador operacional para todos os fornecedores classificados como

estratégicos. O tamanho da base histórica a ser avaliada é referente aos 12 últimos meses e por

tratar-se de uma avaliação simulada não será abordado neste estudo a fonte dos dados a serem

utilizados no cálculo dos indicadores quantitativos por se tratarem de dados peculiares de cada

empresa.

A tabela 14 apresenta as notas atribuídas empiricamente para cada indicador. As notas

são sempre valores numéricos que variam de 1 a 5.

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94

Tabela 14 Relação de notas para cada fornecedor/indicador

IDQ IDC IDL IDT

%

Con

form

idad

e (r

eceb

imen

to)

% C

onfo

rmid

ade

(mon

tage

m/p

rodu

ção)

Tem

po d

e re

ação

Qua

lidad

e da

doc

umen

taçã

o

Ass

istê

ncia

técn

ica

e ga

rant

ia

Cer

tific

ação

Tem

po d

e re

spos

ta

Red

ução

de

cust

os

Flex

ibili

dade

com

erci

al

Pont

ualid

ade

de e

ntre

ga

Var

iabi

lidad

e de

ent

rega

Dis

poni

bilid

ade

Flex

ibili

dade

Cap

acid

ade

de d

esen

volv

imen

to

Cum

prim

ento

de

cron

ogra

mas

Tem

po d

e re

spos

ta

Código Fornecedor Notas

103100 Fornecedor 1 5 5 4 3 2 5 5 4 4 4 4 5 5 4 4 3

294291 Fornecedor 20 4 5 5 5 4 5 4 4 5 5 5 4 4 5 5 4

456653 Fornecedor 33 3 4 4 4 3 5 1 3 5 4 4 3 2 2 5 4

811217 Fornecedor 34 3 3 4 5 5 2 5 4 5 3 4 5 5 5 5 5

284981 Fornecedor 53 5 5 5 4 4 4 4 5 5 5 4 4 5 1 2 2

557654 Fornecedor 77 3 2 3 2 2 4 2 3 1 3 1 3 2 2 1 2

648545 Fornecedor 5 4 5 5 3 3 2 5 5 4 5 5 4 2 4 4 3

828327 Fornecedor 58 3 3 4 4 3 1 5 4 3 3 4 3 4 4 2 4

658655 Fornecedor 71 3 5 4 4 5 4 5 3 3 5 3 5 4 5 3 5

507104 Fornecedor 2 5 5 4 4 4 5 5 5 4 4 4 5 4 5 5 5

960768 Fornecedor 4 4 4 5 5 5 1 4 3 4 5 5 5 4 3 4 3

557654 Fornecedor 6 3 3 5 5 4 4 3 2 2 3 1 4 5 4 4 4

759656 Fornecedor 16 5 5 4 5 4 4 5 5 4 5 4 3 4 2 5 5

133430 Fornecedor 24 1 1 2 3 2 2 2 3 1 1 1 2 2 1 2 2

833437 Fornecedor 69 4 5 4 4 4 3 1 2 5 1 5 5 4 3 5 5

5.8 CÁLCULO DOS INDICADORES SETORIAIS (8ª ETAPA)

Nesta etapa, a partir dos dados coletados e tabulados conforme demonstrado na tabela

14, pode-se calcular os indicadores setoriais (IDQ, IDC, IDL e IDT) através da agregação

final pelo método da média ponderada.

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95

Para o cálculo dos indicadores através do método da média ponderada serão utilizadas

as notas apresentadas na tabela 14, as fórmulas apresentadas no item 4.1.8 e os pesos

definidos na tabela 13. A pontuação obtida será comparada com as faixas de classificação

conforme apresentado na tabela 15.

Tabela 15 Escala de pontuação dos indicadores operacionais

Nota Classificação

5 Muito bom

4 Bom

3 Regular

2 Ruim

1 Muito ruim

A tabela 16 apresenta a pontuação alcançada em cada indicador setorial por cada

fornecedor.

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Tabela 16 Notas dos indicadores setoriais

IND

ICA

DO

RE

S

% C

onformidade (recebim

ento)

% C

onformidade

(montagem

/produção)

Tem

po de reação

Qualidade da docum

entação

Assistência técnica e garantia

Certificação

Tem

po de resposta

Redução de custos

Flexibilidade comercial

Pontualidade de entrega

Variabilidade de entrega

Disponibilidade

Flexibilidade

Capacidade de desenvolvim

ento

Cum

primento de cronogram

as

Tem

po de resposta

Pesos 0,25 0,25 0,15 0,15 0,10 0,10

NO

TA

IDQ

0,35 0,35 0,30

NO

TA

IDC

0,30 0,15 0,30 0,25

NO

TA

IDL

0,50 0,30 0,20

NO

TA

IDT

Cód Forn Fornecedor Notas Notas Notas Notas

103100 Fornecedor 1 5 5 4 3 2 5 4,3 5 4 4 4,4 4 4 5 5 4,6 4 4 3 3,8 294291 Fornecedor 20 4 5 5 5 4 5 4,7 4 4 5 4,3 5 5 4 4 4,5 5 5 4 4,8 456653 Fornecedor 33 3 4 4 4 3 5 3,8 1 3 5 2,9 4 4 3 2 3,2 2 5 4 3,3 811217 Fornecedor 34 3 3 4 5 5 2 3,6 5 4 5 4,7 3 4 5 5 4,3 5 5 5 5,0 284981 Fornecedor 53 5 5 5 4 4 4 4,7 4 5 5 4,7 5 4 4 5 4,6 1 2 2 1,5 557654 Fornecedor 77 3 2 3 2 2 4 2,6 2 3 1 2,1 3 1 3 2 2,5 2 1 2 1,7 648545 Fornecedor 5 4 5 5 3 3 2 4,0 5 5 4 4,7 5 5 4 2 4,0 4 4 3 3,8 828327 Fornecedor 58 3 3 4 4 3 1 3,1 5 4 3 4,1 3 4 3 4 3,4 4 2 4 3,4 658655 Fornecedor 71 3 5 4 4 5 4 4,1 5 3 3 3,7 5 3 5 4 4,5 5 3 5 4,4 507104 Fornecedor 2 5 5 4 4 4 5 4,6 5 5 4 4,7 4 4 5 4 4,3 5 5 5 5,0 960768 Fornecedor 4 4 4 5 5 5 1 4,1 4 3 4 3,7 5 5 5 4 4,8 3 4 3 3,3 557654 Fornecedor 6 3 3 5 5 4 4 3,8 3 2 2 2,4 3 1 4 5 3,5 4 4 4 4,0 759656 Fornecedor 16 5 5 4 5 4 4 4,7 5 5 4 4,7 5 4 3 4 4,0 2 5 5 3,5 133430 Fornecedor 24 1 1 2 3 2 2 1,7 2 3 1 2,1 1 1 2 2 1,6 1 2 2 1,5 833437 Fornecedor 69 4 5 4 4 4 3 4,2 1 2 5 2,6 1 5 5 4 3,6 3 5 5 4,0

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97

A tabela 17 mostra a classificação dos fornecedores por indicador setorial considerando as notas descritas na tabela 16 e as faixas de

classificação apresentadas na tabela 15.

Tabela 17 Classificação dos indicadores setoriais por fornecedor

INDICADORES

Código Fornecedor

NOTA IDQ CLASSIFIC. NOTA

IDC CLASSIFIC. NOTA IDL CLASSIFIC. NOTA

IDT CLASSIFIC.

103100 Fornecedor 1 4,3 BOM 4,4 BOM 4,6 MUITO BOM 3,8 BOM

294291 Fornecedor 20 4,7 MUITO BOM 4,3 BOM 4,5 MUITO BOM 4,8 MUITO BOM

456653 Fornecedor 33 3,8 BOM 2,9 REGULAR 3,2 REGULAR 3,3 REGULAR

811217 Fornecedor 34 3,6 BOM 4,7 MUITO BOM 4,3 BOM 5,0 MUITO BOM

284981 Fornecedor 53 4,7 MUITO BOM 4,7 MUITO BOM 4,6 MUITO BOM 1,5 RUIM

557654 Fornecedor 77 2,6 REGULAR 2,1 REGULAR 2,5 REGULAR 1,7 RUIM

648545 Fornecedor 5 4,0 BOM 4,7 MUITO BOM 4,0 BOM 3,8 BOM

828327 Fornecedor 58 3,1 REGULAR 4,1 BOM 3,4 REGULAR 3,4 REGULAR

658655 Fornecedor 71 4,1 BOM 3,7 BOM 4,5 MUITO BOM 4,4 BOM

507104 Fornecedor 2 4,6 MUITO BOM 4,7 MUITO BOM 4,3 BOM 5,0 MUITO BOM

960768 Fornecedor 4 4,1 BOM 3,7 BOM 4,8 MUITO BOM 3,3 REGULAR

557654 Fornecedor 6 3,8 BOM 2,4 RUIM 3,5 BOM 4,0 BOM

759656 Fornecedor 16 4,7 MUITO BOM 4,7 MUITO BOM 4,0 BOM 3,5 BOM

133430 Fornecedor 24 1,7 RUIM 2,1 RUIM 1,6 RUIM 1,5 RUIM

833437 Fornecedor 69 4,2 BOM 2,6 REGULAR 3,6 BOM 4,0 BOM

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5.9 CLASSIFICAÇÃO DOS FORNECEDORES (9ª ETAPA)

Nesta etapa, inicialmente foi aplicada a fórmula descrita no item 4.1.9 (agregação final

pelo método da média ponderada) considerando-se as notas apuradas para cada indicador

setorial e seus respectivos pesos conforme apresentado na tabela 13. Em segundo lugar

realizou-se a classificação final do fornecedor baseado nas faixas de classificação descritas na

tabela 14.

Tabela 18 Classificação final dos fornecedores

INDICADORES NOTA IDQ

NOTA IDC

NOTA IDL

NOTA IDT

PESOS 0,4 0,2 0,3 0,1

Código Fornecedor Notas

NOTA IDF

CLASSFICAÇÃO FINAL

MÉDIA PONDERADA

103100 Fornecedor 1 4,3 4,4 4,6 3,8 4,3 BOM

294291 Fornecedor 20 4,7 4,3 4,5 4,8 4,5 MUITO BOM

456653 Fornecedor 33 3,8 2,9 3,2 3,3 3,4 REGULAR

811217 Fornecedor 34 3,6 4,7 4,3 5,0 4,1 BOM

284981 Fornecedor 53 4,7 4,7 4,6 1,5 4,3 BOM

557654 Fornecedor 77 2,6 2,1 2,5 1,7 2,4 RUIM

648545 Fornecedor 5 4,0 4,7 4,0 3,8 4,1 BOM

828327 Fornecedor 58 3,1 4,1 3,4 3,4 3,4 REGULAR

658655 Fornecedor 71 4,1 3,7 4,5 4,4 4,2 BOM

507104 Fornecedor 2 4,6 4,7 4,3 5,0 4,6 MUITO BOM

960768 Fornecedor 4 4,1 3,7 4,8 3,3 4,1 BOM

557654 Fornecedor 6 3,8 2,4 3,5 4,0 3,4 BOM

759656 Fornecedor 16 4,7 4,7 4,0 3,5 4,4 BOM

133430 Fornecedor 24 1,7 2,1 1,6 1,5 1,7 RUIM

833437 Fornecedor 69 4,2 2,6 3,6 4,0 3,6 BOM

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99

5.10 ANÁLISE DOS RESULTADOS (10ª ETAPA)

A pontuação final que representa o indicador de desempenho final combinado com as

faixas de pontuação determina a classificação final de cada fornecedor. A utilização dos pesos

mostra-se extremamente válida, pois transporta para a pontuação final o grau de relevância

atribuído pela organização para cada indicador. Pode-se perceber este efeito analisando-se a

tabela 18 onde é possível verificar que os fornecedores que alcançaram a classificação “bom”

ou “muito bom” são aqueles com as maiores pontuações no indicador IDQ (responsável por

0,4 de peso na agregação da nota final do indicador). Já em contrapartida aqueles

fornecedores que com baixo desempenho neste indicador, obtiveram classificações inferiores.

A partir dos resultados apurados, será necessário que a unidade de avaliação solicite e

valide um plano de ação para o fornecedor que foi classificado como “ruim”. Este plano de

ação deverá focar os indicadores setoriais piores avaliados. Os planos de ações deverão conter

os responsáveis pelo acompanhamento dos pontos, prazos para conclusão e ser acordado

mutuamente gerando portanto, o comprometimento necessário para efetiva melhoria do

resultado. A classificação “regular” será aceitável, porém a reincidência desta classificação

em nova avaliação deverá ser melhor detalhada e avaliada pela equipe. A classificação

mínima desejável deve ser definida pela unidade de avaliação. Como já descrito

anteriormente, por se tratar de uma simulação, a elaboração do plano de ações não foi

abordada.

Observação: Retorno para os fornecedores

Para que um processo de avaliação de desempenho de fornecedores possa

proporcionar efetivamente melhores resultados para a empresa é de grande importância a

existência de um processo de retorno para os fornecedores avaliados. Este processo deverá

contemplar as seguintes etapas:

• Geração de relatórios consolidados contendo o conceito, a metodologia e os resultados da

avaliação do fornecedor;

• Envio destes documentos aos fornecedores através do canal de comunicação apropriado;

• Solicitação do plano de ação para os fornecedores classificados abaixo do mínimo

desejado pela organização;

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100

• Recebimento, análise e validação do plano de ações enviado pelos fornecedores;

• Agendamento de reuniões para apresentação e discussão das ações conforme o grau de

criticidade do processo avaliado e os riscos para o processo de fornecimento;

• Acompanhamento da evolução das ações.

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101

6 CONCLUSÕES

Este trabalho teve como objetivo a formulação de um modelo para avaliação de

desempenho de fornecedores. Para isto foi necessária inicialmente uma melhor compreensão

quanto à forma como uma organização gerencia o desempenho de seus fornecedores dentro

do contexto de melhoria de resultados da sua cadeia de suprimentos. Buscou-se também um

maior entendimento sobre o relacionamento empresa cliente x fornecedor assim como os

métodos e critérios utilizados na avaliação do desempenho deste último. Outro aspecto

importante foi a identificação e compreensão da relevância das diversas variáveis existentes

nesta relação. Sendo assim, espera-se a partir da aplicação deste modelo que seja possível a

identificação dos melhores e piores desempenhos dentro da base de fornecedores da

organização. Estes resultados devem suportar os processos decisórios envolvendo a gestão de

fornecedores na cadeia de fornecimento.

As conclusões que serão apresentadas neste capítulo foram dividas nos seguintes

pontos: quanto à revisão bibliográfica e base conceitual, quanto ao modelo de avaliação de

desempenho proposto, comentários finais do autor e sugestões para trabalhos futuros.

6.1 QUANTO À REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E BASE CONCEITUAL

A necessidade de aumento da competitividade requer das organizações cada vez mais

agilidade, flexibilidade e sinergia ao longo da sua cadeia de suprimentos. Os objetivos

necessitam estar devidamente alinhados desde os níveis estratégicos da empresa até os níveis

operacionais da cadeia de suprimentos. E quando se fala em gestão da cadeia de suprimentos,

o relacionamento com os fornecedores aparece como um dos principais aspectos em um

ambiente altamente focado em agregação de valor aos processos e produtos.

É relevante que este relacionamento entre empresa cliente e fornecedores esteja

fundamentado em novos conceitos de alianças, onde a parceria entre estes constitua

importante elemento na busca de maior transparência, confiança e compartilhamento de

objetivos proporcionando para a organização melhores resultados em seus processos e

produtos. Desta forma, como destacado no objetivo deste estudo, a revisão bibliográfica e a

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102

base conceitual demonstraram ser indispensável que as empresas compreendam e invistam na

melhoria do relacionamento com sua base de fornecedores como sendo um fator crítico de

sucesso na gestão de sua cadeia de suprimentos. Outro aspecto importante é que a empresa

conheça profundamente sua base de fornecedores podendo então elaborar estratégias

diferenciadas para aqueles responsáveis pelo fornecimento dos materiais mais relevantes para

a organização.

Entretanto este relacionamento deve ser periodicamente monitorado e avaliado, de

forma a possibilitar a identificação de melhores práticas, desvios, riscos assim como

potenciais de melhoria no processo de fornecimento de materiais. Tão importante quanto

monitorar e avaliar é fornecer constantes retornos aos fornecedores criando assim a

possibilidade de melhoria efetiva nos processos deficitários.

Vários autores apontam que os aspectos qualidade, preço e prazo vêem sendo

tradicionalmente utilizados pelas organizações como elementos para medição do desempenho

de seus fornecedores. Entretanto estes processos tradicionais de avaliação tornaram-se

insuficientes neste novo cenário de relacionamento requerido. Estes elementos estão focados

em aspectos muito específicos não considerando, portanto outros pontos também

reconhecidamente importantes no cenário atual, assim como os meios para atingi-los. Como

exemplo, pode-se citar indicadores de sustentabilidade sociais e ambientais pouco destacados

na literatura pesquisada.

Um sistema de monitoramento, aplicado de forma eficiente, facilita a manutenção das

relações com os fornecedores e tem impacto positivo para as organizações. Este sistema de

avaliação deve ser baseado em indicadores de desempenho definidos criteriosamente de forma

que representem os resultados esperados de forma justa, transparente e objetiva e traduzam as

estratégias de suprimentos das empresas. Estes indicadores irão fornecer avaliações objetivas

e quantificadas do desempenho dos fornecedores e auxiliar na tomada de decisões.

A literatura traz tipos de indicadores que abrangem diversos aspectos dentro das

organizações. Desta forma cada empresa deverá estruturar seu sistema de avaliação de acordo

com suas estratégias e objetivos de gestão.

Neste contexto, ainda dentro do objetivo deste estudo, formulou-se um modelo que

possibilitou uma avaliação eficiente do desempenho dos fornecedores sob a ótica de diversos

indicadores os quais foram agrupados em quatro áreas de concentração básicas: qualidade,

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103

logística, comercial e tecnologia. Este agrupamento permitiu uma visão mais orientada destas

áreas e seus processos cujo resultado impacta o desempenho da cadeia de suprimentos.

Pode-se então resumir este processo nas seguintes etapas:

• Compreender a importância, vislumbrar resultados e assumir uma postura pró-ativa de

incremento do relacionamento com a base de fornecedores;

• Alinhar as metas de desempenho esperado do fornecedor com metas e objetivos

organizacionais e da cadeia de suprimentos;

• Determinar uma abordagem de avaliação;

• Desenvolver um método para coletar informações a respeito de fornecedores;

• Projetar e desenvolver um sistema robusto de avaliação;

• Analisar criticamente os resultados da avaliação e definir planos de ação (preventivos

e corretivos);

• Dar retorno aos fornecedores quanto ao seu desempenho e acordar ações necessárias

buscando o comprometimento;

• Melhorar os processos e produzir resultados esperados.

6.2 QUANTO AO MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO PROPOSTO

A revisão bibliográfica e base conceitual demonstraram que as empresas

tradicionalmente utilizam o método da média ponderada para cálculo dos resultados a partir

da avaliação dos seus indicadores de desempenho dos fornecedores. A utilização de pesos

mostrou-se eficiente no sentido de atribuir mais ou menos importância aos indicadores

conforme a estratégia que é definida para a organização.

Do ponto de vista do autor, além da classificação final do fornecedor a partir da

pontuação dos diversos indicadores, outro aspecto importante neste modelo foi a agrupamento

destes indicadores em setores diferenciados. Este agrupamento permitiu a criação de

indicadores setoriais e que por sua vez permitem a avaliação dos fornecedores em segmentos

específicos como qualidade, logística, comercial e técnica. Desta forma torna-se mais fácil

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104

identificar as eventuais distorções, direciona-las corretamente e tratá-las de forma mais

específica.

Conforme apresentado ao longo dos capítulos 2 e 3 deste estudo, em geral a avaliação

do fornecedor com relação ao bom ou mau desempenho depende da avaliação de diversas

variáveis. Estas variáveis, aqui chamadas de indicadores, quando de caráter qualitativo, estão

sujeitas à interpretações pessoais múltiplas que podem variar de avaliador para avaliador de

acordo com a experiência/preferência destes. Portanto buscou-se nestes indicadores definir

critérios que possibilitassem um entendimento comum do aspecto que se deseja avaliar

diminuindo assim o grau de subjetividade dos critérios. Desta forma o julgamento do

avaliador ocorre de forma mais orientada e possibilidade uma melhor comparação entre

avaliações realizadas em momentos distintos.

É importante ressaltar que o modelo não tem como objetivo estabelecer um ranking

entre os fornecedores, mas sim de apontar os pontos fortes e fracos de cada um deles

isoladamente.

Este modelo foi suportado pelos conceitos identificados na revisão bibliográfica e

refletiu a experiência de alguns especialistas que atuaram na validação dos indicadores, seus

critérios de medição e na emissão de julgamentos do grau de importância para cada indicador

e critérios.

6.3 COMENTÁRIOS FINAIS DO AUTOR

Na visão do autor, é fundamental que as organizações se conscientizem da importância

de uma gestão racional e eficaz da sua cadeia de suprimentos face à grande competitividade

atualmente presente nos mercados globais. Com o modelo de avaliação de desempenho de

fornecedores proposto neste estudo, tem-se uma ferramenta de gestão que torna possível um

avanço nas relações entre empresa cliente e seus fornecedores. Na prática isto representa que,

sem a aplicação de uma ferramenta desta natureza, quaisquer que sejam os resultados

alcançados no que se refere ao desempenho dos fornecedores, eles poderão estar abaixo do

potencial existente, pois o processo de avaliação fica exposto às percepções individuais e

pouco objetivas de cada avaliador.

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105

É ainda importante que o processo de avaliação obtenha por parte da organização toda

aceitação e importância necessárias. O processo deverá ser de fácil aplicação e

acompanhamento por parte de todos os envolvidos no processo.

É importante destacar ainda que, como qualquer outra atividade presente no contexto

das organizações, o comprometimento dos gestores constitui fator fundamental para o sucesso

do programa de avaliação do desempenho dos fornecedores.

6.4 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Embora os resultados obtidos tenham atendido ao objetivo inicialmente proposto,

foram verificadas algumas lacunas no estudo e que servem de base para trabalhos futuros em

complementação ao presente trabalho. São elas:

• Utilização do método Delphi (consenso) para submissão do conjunto de indicadores,

encontrados na pesquisa bibliográfica, à análise de um grupo de especialistas de cada área

de concentração adotada (qualidade, logística, comercial e tecnologia). Esta análise

poderia envolver inclusive especialistas dos próprios fornecedores. Tal metodologia

poderia também ser extendida para definição dos pesos de cada indicador. Desta forma

pode-se alcançar um consenso sobre quais os indicadores são reconhecidos como mais

importantes considerando as percepções e experiências de diversos especialistas.

• Aplicação, em caráter experimental, de um modelo de Auxílio Multicritério à Decisão

para classificação dos fornecedores a partir dos indicadores apurados realizando uma

análise comparativa com o resultado de apurado pela agregação final pelo método da

média ponderada.

• Desenvolvimento e modelação de um sistema informatizado para suportar de forma fácil e

rápida, tanto a coleta como a tabulação dos dados. Outra função importante seria a

manutenção dos históricos das avaliações permitindo comparações e acompanhamento da

evolução ao longo do tempo através de consultas ou geração de relatórios consolidados.

• Análise quanto à necessidade de condicionamento de critérios de avaliação e pesos

conforme a relevância estratégica do fornecedor avaliado para a cadeia de suprimentos.

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106

Assim, através de pesos diferenciados, pode-se avaliar que uma nota ruim para um

fornecedor de elementos de fixação não tem sobre a cadeia de suprimentos o mesmo

impacto do que uma nota ruim para o fornecedor de motores por exemplo.

• Análise quanto à complementação do conjunto de indicadores com indicadores de

sustentabilidade sociais e ambientais.

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APÊNDICES

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Apêndice A – Base total de fornecedores

Nr. Código Fornecedor Fornecedor Categoria Grupo

1 103100 Fornecedor 1 Parte estrutural e interior Estratégico 2 507104 Fornecedor 2 Equipamentos mecânicos Estratégico 3 821327 Fornecedor 3 Equipamentos mecânicos Não-estratégico 4 960768 Fornecedor 4 Equipamentos mecânicos Estratégico 5 648545 Fornecedor 5 Matéria-prima Estratégico 6 557654 Fornecedor 6 Equipamentos elétricos / eletrônicos Estratégico 7 123320 Fornecedor 7 Equipamentos elétricos / eletrônicos Não-estratégico 8 284981 Fornecedor 8 Hardware Não-estratégico 9 345542 Fornecedor 9 Hardware Não-estratégico

10 254651 Fornecedor 10 Hardware Não-estratégico 11 527324 Fornecedor 11 Parte estrutural e interior Não-estratégico 12 537434 Fornecedor 12 Equipamentos mecânicos Não-estratégico 13 507104 Fornecedor 13 Equipamentos mecânicos Não-estratégico 14 416213 Fornecedor 14 Matéria-prima Não-estratégico 15 729326 Fornecedor 15 Equipamentos elétricos / eletrônicos Não-estratégico 16 759656 Fornecedor 16 Equipamentos elétricos / eletrônicos Estratégico 17 940548 Fornecedor 17 Equipamentos elétricos / eletrônicos Não-estratégico 18 678875 Fornecedor 18 Matéria-prima Não-estratégico 19 385982 Fornecedor 19 Parte estrutural e interior Não-estratégico 20 294291 Fornecedor 20 Parte estrutural e interior Estratégico 21 567764 Fornecedor 21 Parte estrutural e interior Não-estratégico 22 254651 Fornecedor 22 Equipamentos mecânicos Não-estratégico 23 224321 Fornecedor 23 Matéria-prima Não-estratégico 24 133430 Fornecedor 24 Equipamentos elétricos / eletrônicos Estratégico 25 507104 Fornecedor 25 Equipamentos elétricos / eletrônicos Não-estratégico 26 547544 Fornecedor 26 Hardware Não-estratégico 27 557654 Fornecedor 27 Hardware Não-estratégico 28 537434 Fornecedor 28 Hardware Não-estratégico 29 284981 Fornecedor 29 Hardware Não-estratégico 30 284981 Fornecedor 30 Hardware Não-estratégico 31 294491 Fornecedor 31 Hardware Não-estratégico 32 204101 Fornecedor 32 Matéria-prima Não-estratégico 33 456653 Fornecedor 33 Parte estrutural e interior Estratégico 34 811217 Fornecedor 34 Parte estrutural e interior Estratégico 35 832437 Fornecedor 35 Matéria-prima Não-estratégico 36 903108 Fornecedor 36 Matéria-prima Não-estratégico 37 729326 Fornecedor 37 Matéria-prima Não-estratégico 38 567764 Fornecedor 38 Matéria-prima Não-estratégico 39 658655 Fornecedor 39 Matéria-prima Estratégico 40 905108 Fornecedor 40 Equipamentos mecânicos Não-estratégico 41 806107 Fornecedor 41 Equipamentos mecânicos Não-estratégico 42 597794 Fornecedor 42 Matéria-prima Não-estratégico 43 486983 Fornecedor 43 Matéria-prima Não-estratégico

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44 577874 Fornecedor 44 Equipamentos mecânicos Não-estratégico 45 957658 Fornecedor 45 Equipamentos mecânicos Não-estratégico 46 315212 Fornecedor 46 Hardware Não-estratégico 47 224321 Fornecedor 47 Hardware Não-estratégico 48 163760 Fornecedor 48 Hardware Não-estratégico 49 153650 Fornecedor 49 Hardware Não-estratégico 50 557654 Fornecedor 50 Hardware Não-estratégico 51 012215 Fornecedor 51 Matéria-prima Não-estratégico 52 052652 Fornecedor 52 Parte estrutural e interior Não-estratégico 53 284981 Fornecedor 53 Parte estrutural e interior Estratégico 54 698095 Fornecedor 54 Matéria-prima Não-estratégico 55 466763 Fornecedor 55 Matéria-prima Não-estratégico 56 557654 Fornecedor 56 Matéria-prima Não-estratégico 57 214211 Fornecedor 57 Matéria-prima Não-estratégico 58 828327 Fornecedor 58 Matéria-prima Estratégico 59 436433 Fornecedor 59 Equipamentos mecânicos Não-estratégico 60 527324 Fornecedor 60 Equipamentos mecânicos Não-estratégico 61 254651 Fornecedor 61 Hardware Não-estratégico 62 355652 Fornecedor 62 Hardware Não-estratégico 63 052657 Fornecedor 63 Equipamentos mecânicos Não-estratégico 64 143540 Fornecedor 64 Equipamentos mecânicos Não-estratégico 65 274871 Fornecedor 65 Equipamentos elétricos / eletrônicos Não-estratégico 66 577874 Fornecedor 66 Equipamentos elétricos / eletrônicos Não-estratégico 67 496593 Fornecedor 67 Equipamentos elétricos / eletrônicos Não-estratégico 68 769766 Fornecedor 68 Equipamentos elétricos / eletrônicos Não-estratégico 69 833437 Fornecedor 69 Equipamentos elétricos / eletrônicos Estratégico 70 927328 Fornecedor 70 Equipamentos mecânicos Não-estratégico 71 658655 Fornecedor 71 Hardware Estratégico 72 527324 Fornecedor 72 Equipamentos elétricos / eletrônicos Não-estratégico 73 224321 Fornecedor 73 Equipamentos elétricos / eletrônicos Não-estratégico 74 315212 Fornecedor 74 Equipamentos elétricos / eletrônicos Não-estratégico 75 052652 Fornecedor 75 Matéria-prima Não-estratégico 76 456653 Fornecedor 76 Parte estrutural e interior Não-estratégico 77 557654 Fornecedor 77 Parte estrutural e interior Estratégico 78 355652 Fornecedor 78 Parte estrutural e interior Não-estratégico 79 820327 Fornecedor 79 Equipamentos mecânicos Não-estratégico 80 829327 Fornecedor 80 Matéria-prima Não-estratégico 81 921328 Fornecedor 81 Equipamentos elétricos / eletrônicos Não-estratégico 82 022329 Fornecedor 82 Equipamentos elétricos / eletrônicos Não-estratégico 83 547544 Fornecedor 83 Hardware Não-estratégico 84 183980 Fornecedor 84 Hardware Não-estratégico 85 385982 Fornecedor 85 Hardware Não-estratégico 86 092897 Fornecedor 86 Hardware Não-estratégico 87 274871 Fornecedor 87 Hardware Não-estratégico 88 658655 Fornecedor 88 Hardware Não-estratégico 89 567764 Fornecedor 89 Hardware Não-estratégico 90 092690 Fornecedor 90 Hardware Não-estratégico 91 082983 Fornecedor 91 Hardware Não-estratégico 92 954658 Fornecedor 92 Hardware Não-estratégico 93 846547 Fornecedor 93 Hardware Não-estratégico

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114

94 759656 Fornecedor 94 Hardware Não-estratégico 95 597094 Fornecedor 95 Hardware Não-estratégico 96 133430 Fornecedor 96 Hardware Não-estratégico 97 224321 Fornecedor 97 Hardware Não-estratégico 98 618215 Fornecedor 98 Hardware Não-estratégico 99 517214 Fornecedor 99 Hardware Não-estratégico

100 557654 Fornecedor 100 Hardware Não-estratégico

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115

Apêndice B – Relação de fornecedores estratégicos

Nr. Código Fornecedor Fornecedor Categoria Grupo

1 103100 Fornecedor 1 Parte estrutural e interior Estratégico 20 294291 Fornecedor 20 Parte estrutural e interior Estratégico 33 456653 Fornecedor 33 Parte estrutural e interior Estratégico 34 811217 Fornecedor 34 Parte estrutural e interior Estratégico 53 284981 Fornecedor 53 Parte estrutural e interior Estratégico 77 557654 Fornecedor 77 Parte estrutural e interior Estratégico 5 648545 Fornecedor 5 Matéria-prima Estratégico

58 828327 Fornecedor 58 Matéria-prima Estratégico 71 658655 Fornecedor 71 Hardware Estratégico 2 507104 Fornecedor 2 Equipamentos mecânicos Estratégico 4 960768 Fornecedor 4 Equipamentos mecânicos Estratégico 6 557654 Fornecedor 6 Equipamentos elétricos / eletrônicos Estratégico

16 759656 Fornecedor 16 Equipamentos elétricos / eletrônicos Estratégico 24 133430 Fornecedor 24 Equipamentos elétricos / eletrônicos Estratégico 69 833437 Fornecedor 69 Equipamentos elétricos / eletrônicos Estratégico

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116

Apêndice C – Relação de fornecedores não-estratégicos e classificação ABC

Nr. Código Forn Fornecedor Categoria Grupo Análise ABC

11 527324 Fornecedor 11 Parte estrutural e interior Não-estratégico A 19 385982 Fornecedor 19 Parte estrutural e interior Não-estratégico A 21 567764 Fornecedor 21 Parte estrutural e interior Não-estratégico A 52 052652 Fornecedor 52 Parte estrutural e interior Não-estratégico A 76 456653 Fornecedor 76 Parte estrutural e interior Não-estratégico B 78 355652 Fornecedor 78 Parte estrutural e interior Não-estratégico C

Nr. Código Forn Fornecedor Categoria Grupo Análise ABC

7 123320 Fornecedor 7 Equip. elétricos / eletrônicos Não-estratégico A 15 729326 Fornecedor 15 Equip. elétricos / eletrônicos Não-estratégico A 17 940548 Fornecedor 17 Equip. elétricos / eletrônicos Não-estratégico A 25 507104 Fornecedor 25 Equip. elétricos / eletrônicos Não-estratégico A 65 274871 Fornecedor 65 Equip. elétricos / eletrônicos Não-estratégico A 66 577874 Fornecedor 66 Equip. elétricos / eletrônicos Não-estratégico A 67 496593 Fornecedor 67 Equip. elétricos / eletrônicos Não-estratégico A 68 769766 Fornecedor 68 Equip. elétricos / eletrônicos Não-estratégico A 72 527324 Fornecedor 72 Equip. elétricos / eletrônicos Não-estratégico A 73 224321 Fornecedor 73 Equip. elétricos / eletrônicos Não-estratégico B 74 315212 Fornecedor 74 Equip. elétricos / eletrônicos Não-estratégico B 81 921328 Fornecedor 81 Equip. elétricos / eletrônicos Não-estratégico C 82 022329 Fornecedor 82 Equip. elétricos / eletrônicos Não-estratégico C

Nr. Código Forn Fornecedor Categoria Grupo Análise ABC

3 821327 Fornecedor 3 Equipamentos mecânicos Não-estratégico A 12 537434 Fornecedor 12 Equipamentos mecânicos Não-estratégico A 13 507104 Fornecedor 13 Equipamentos mecânicos Não-estratégico A 22 254651 Fornecedor 22 Equipamentos mecânicos Não-estratégico A 40 905108 Fornecedor 40 Equipamentos mecânicos Não-estratégico A 41 806107 Fornecedor 41 Equipamentos mecânicos Não-estratégico A 44 577874 Fornecedor 44 Equipamentos mecânicos Não-estratégico A 45 957658 Fornecedor 45 Equipamentos mecânicos Não-estratégico A 59 436433 Fornecedor 59 Equipamentos mecânicos Não-estratégico B

60 527324 Fornecedor 60 Equipamentos mecânicos Não-estratégico B

63 052657 Fornecedor 63 Equipamentos mecânicos Não-estratégico B 64 143540 Fornecedor 64 Equipamentos mecânicos Não-estratégico B 70 927328 Fornecedor 70 Equipamentos mecânicos Não-estratégico C 79 820327 Fornecedor 79 Equipamentos mecânicos Não-estratégico C

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Nr. Código Forn Fornecedor Categoria Grupo Análise ABC

14 416213 Fornecedor 14 Matéria-prima Não-estratégico A 18 678875 Fornecedor 18 Matéria-prima Não-estratégico A 23 224321 Fornecedor 23 Matéria-prima Não-estratégico A 32 204101 Fornecedor 32 Matéria-prima Não-estratégico A 35 832437 Fornecedor 35 Matéria-prima Não-estratégico A 36 903108 Fornecedor 36 Matéria-prima Não-estratégico A 37 729326 Fornecedor 37 Matéria-prima Não-estratégico A 38 567764 Fornecedor 38 Matéria-prima Não-estratégico A 39 658655 Fornecedor 39 Matéria-prima Não-estratégico A 42 597794 Fornecedor 42 Matéria-prima Não-estratégico B 43 486983 Fornecedor 43 Matéria-prima Não-estratégico B 51 012215 Fornecedor 51 Matéria-prima Não-estratégico B 54 698095 Fornecedor 54 Matéria-prima Não-estratégico B 55 466763 Fornecedor 55 Matéria-prima Não-estratégico B 56 557654 Fornecedor 56 Matéria-prima Não-estratégico B 57 214211 Fornecedor 57 Matéria-prima Não-estratégico C 75 052652 Fornecedor 75 Matéria-prima Não-estratégico C 80 829327 Fornecedor 80 Matéria-prima Não-estratégico C

Nr. Código Forn Fornecedor Categoria Grupo Análise ABC

8 284981 Fornecedor 8 Hardware Não-estratégico A 9 345542 Fornecedor 9 Hardware Não-estratégico A 10 254651 Fornecedor 10 Hardware Não-estratégico A 26 547544 Fornecedor 26 Hardware Não-estratégico A 27 557654 Fornecedor 27 Hardware Não-estratégico A 28 537434 Fornecedor 28 Hardware Não-estratégico A 29 284981 Fornecedor 29 Hardware Não-estratégico A 30 284981 Fornecedor 30 Hardware Não-estratégico A 31 294491 Fornecedor 31 Hardware Não-estratégico A 46 315212 Fornecedor 46 Hardware Não-estratégico A 47 224321 Fornecedor 47 Hardware Não-estratégico A 48 163760 Fornecedor 48 Hardware Não-estratégico A 49 153650 Fornecedor 49 Hardware Não-estratégico A 50 557654 Fornecedor 50 Hardware Não-estratégico B 61 254651 Fornecedor 61 Hardware Não-estratégico B 62 355652 Fornecedor 62 Hardware Não-estratégico B 83 547544 Fornecedor 83 Hardware Não-estratégico B 84 183980 Fornecedor 84 Hardware Não-estratégico B 85 385982 Fornecedor 85 Hardware Não-estratégico B 86 092897 Fornecedor 86 Hardware Não-estratégico B 87 274871 Fornecedor 87 Hardware Não-estratégico C 88 658655 Fornecedor 88 Hardware Não-estratégico C 89 567764 Fornecedor 89 Hardware Não-estratégico C 91 082983 Fornecedor 91 Hardware Não-estratégico C 90 092690 Fornecedor 90 Hardware Não-estratégico C

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92 954658 Fornecedor 92 Hardware Não-estratégico C 93 846547 Fornecedor 93 Hardware Não-estratégico C 94 759656 Fornecedor 94 Hardware Não-estratégico C 95 597094 Fornecedor 95 Hardware Não-estratégico C 96 133430 Fornecedor 96 Hardware Não-estratégico C 97 224321 Fornecedor 97 Hardware Não-estratégico C 98 618215 Fornecedor 98 Hardware Não-estratégico C 99 517214 Fornecedor 99 Hardware Não-estratégico C

100 557654 Fornecedor 100 Hardware Não-estratégico C

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