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Mateus Paranhos da Costa,
Lívia C. Magalhães Silva,
Aline C. Sant’Anna
Departamento de Zootecnia, FCAV/UNESP, Jaboticabal-SP
Belo Horizonte - MG 19 a 21 de Novembro de 2015
TEMPERAMENTO DE BOVINOS LEITEIROS: AVALIAÇÃO, IMPLICAÇÕES NO MANEJO E ASSOCIAÇÃO
COM CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO
Temperamento
Temperamento não é comportamento, ao contrário, é um
conceito criado para definir características individuais que
têm efeitos sobre o comportamento
Não é fácil de ser medido!
Temperamento é definido
como diferenças individuais
nas respostas
comportamentais que são
persistentes ao longo do
tempo e em diferentes
situações (Bates, 1989).
REATIVIDADE
ATENÇÃO
?
MEDO
ATIVIDADE
TEIMOSIA
AGRESSÃO
TEMPERAMENTO
Tendência |------------------------|-----------------------|
- +
Agressiva
Ágil
Atenta
Curiosa
Dócil
Esperta
Medrosa
Reativa
Teimosa
Tímida
“Manhosa”
...
Genética Ambiente
TEMPERAMENTO
TEMPERAMENTO
Fenótipo = Genótipo + Ambiente + Interação G x A
SELEÇÃO
MANEJO
PR
OC
ES
SO
S D
E A
PR
EN
DIZ
AG
EM
Coeficientes de herdabilidade para medidas indicadoras de
temperamento em bovinos leiteiros
Medida Autores h2 N N
(touros)
Raças Sexo
Reatividade na
ordenha
Sewalem e col. 2011 0,13 20
mil
- Holandês F (lactação)
Agressividade (binomial)
Kramer e col. 2013 0,12 1779 469 Pardo
Suiço
F
(lactação)
Reatividade na
ordenha (escores, 4 níveis)
Kramer e col. 2013 0,04 1779 469 Pardo
Suiço
F
(lactação)
Temperamento(escores, 5 níveis)
Kramer e col. 2013 0,38 1779 469 Pardo
Suiço
F
(lactação)
“Workability”
(≠ características
independentes*)
Mark, 2004 (questionários,
13 países membros do
Interbull)
0,05
a
0,35
- - Holandês F
(lactação
*velocidade de ordenha, temperamento, vazamento de leite, adaptabilidade à rotina de ordenha após o
parto, e escore de aceitação geral pelos fazendeiros
Manhattan plot e os genes candidatos para velocidade de fuga
Chr SNP windowa Var (%)b Genec Gene ID
Start, bp Stop, bp
1 73354330 73406566 2.00 --- ---
2 65072013 65082628 1.39 NCKAP5 786958
5 22596661 22604723 2.45 --- ---
5 119287445 119302785 1.36 --- ---
9 98759214 98767952 3.08 PARK2 530858
11 67385287 67404876 1.40 ANTXR1 616010
15 16598639 16662233 2.12 GUCY1A2 613600
17 639678 671693 4.49 CPE 280753
26 47061401 47095621 1.44 DOCK1 537203
Projeto futuro
Nelore
Do ponto de vista prático
Avaliamos as reações dos animais quando submetidos a
práticas de manejo, essas reações são geralmente
atribuída ao medo (Fordyce, 1982)
PROBLEMAS COM ANIMAIS MUITO REATIVOS
Associação negativa com ganho de
peso, produção de leite e eficiência
reprodutiva.
Dificulta a realização de manejos.
Maior risco de acidentes de trabalho.
Necessidade de funcionários melhor
preparados.
Necessidade de instalações mais
reforçadas e de reparos frequentes.
Reatividade
Um aspecto do temperamento.
Reatividade
a qualidade ou estado daquele que protesta, luta.
Sua expressão depende de várias condições:
• Intensidade do estímulo
• Motivação
• Significado do estímulo para o individuo
• Intensidade da resposta
Animais
6 vacas Gir
6 vacas Holandês×Gir (7/8)
6 vacas Holandês
Características de manejo: temperamento
e facilidade de ordenha, avaliado com
aplicação de escores subjetivos (variando
de 1 a 9 pontos).
São estimadas as capacidades previstas
de transmissão padronizadas (STA) dos
touros para o temperamento.
Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro (PNMGL)
Conclusão: “... Boas práticas de manejo do rebanho e/ou descarte precoce de
vacas bravas podem contribuir para a maior frequência de vacas mansas no
rebanho”.
Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG)
Temperamento: avalia-se por meio de
escore a docilidade do animal. Os escores
variam de 1 a 9, sendo 1 para animais
extremamente bravios e 9 para animais
extremamente dóceis.
Outras medidas em implementação
Ainda não estão disponíveis estimativas de
STA dos touros Girolando para o
temperamento.
Efeitos ambientais
Situações de manejo que resultam em redução da reatividade
Boas práticas de manejo de bezerros leiteiros
durante o aleitamento
Oferta de colostro até 3 horas após o
parto, atenção especial à cura do umbigo
Oferta de leite em baldes com bico
Interação humano animal positiva
Estimulação tátil (escovação)
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
Mãe Sem mãe Mãe Sem mãe
Dis
tân
cia
de
fug
a (
m)
Sem escovação Com escovação
30 dias 90 dias 120 dias
Efeito da escovação de bezerras na distância de fuga
Bem-estar de bezerros leiteiros Influência da adoção das boas práticas de manejo na
fase de aleitamento na saúde das bezerras após a
desmama
Pes
qu
isa
Distância de fuga
Distância mínima de aproximação (antes da fuga)
Bezerras não escovadas
Bezerras escovadas
Existem vários métodos para avaliação do temperamento, qual usar?
Nenhum desses métodos abrange todos os aspectos do temperamento.
Como identificar qual aspecto do temperamento cada método aborda?
Estratégias
- Escores visuais => usados para avaliar as reações dos animais ao manejo.
- Testes comportamentais => usados para avaliar as reações em situações mais
controladas, p.ex. contenção física, aproximação humana, novo objeto.
- Avaliação qualitativa do comportamento => subjetivo
Desafios metodológicos
Métodos para medir a reatividade dos bovinos
Distância de fuga
Temperamento materno
Reatividade na ordenha
Reatividade no tronco de contenção
Velocidade de fuga
Escores de temperamento
Outros testes
3
3 Escore 1 =A vaca está longe (+ 5 m) do bezerro, permanece parada, sem
atenção ao bezerro.
...
Escore 6 = A vaca está perto (- 5 m) do bezerro, ela fica muito agitada,
corre de um lado para o outro. Ameaça ou ataca o materneiro.
Temperamento materno (comportamento maternal defensivo)
Escore 1 = Não movimenta nenhuma
das patas e nem o corpo. A vaca não
reage ao contato do ordenhador.
...
Escore 6 = Movimento muito vigoroso,
rápido e alternado com as DUAS patas
traseiras, animal balança o corpo
durante o contato com o ordenhador.
Escore 7 = Dá coice.
Escore de reatividade na ordenha
Definido pelo tempo que cada animal leva para percorrer o tronco coletivo
(brete), até entrar no tronco de contenção.
Seringa
Tronco de
contenção Tronco
coletivo
Tempo de entrada no tronco de contenção (s)
Tronco de
contenção
Escore 1 = Não oferece
resistência, permanece com a
cabeça, orelhas e cauda relaxadas.
...
Escore 4 = Oferece muita
resistência, apresenta movimentos
repentinos e vigorosos de cabeça,
orelha e cauda, esclera do olho
visível, respiração audível, podem
saltar ou cair.
Seringa Tronco
coletivo
Escore de reatividade no tronco de contenção
Manga
Corredor
Definida pela velocidade com que
cada animal sai do tronco de
contenção em direção a uma das
divisórias do curral, medindo-se o
tempo que cada animal leva para
percorrer, no corredor, uma distância
conhecida.
Tronco de
contenção Seringa Tronco
coletivo
Velocidade de fuga (m/s)
Avalia-se a reação dos animais ao final do manejo, quando saem para uma das mangas. São atribuídos escores (geralmente de 1 a 5), considerando o comportamento dos animais.
Tronco de contenção
Manga Corredor
Escore de temperamento
4,6 3,1 1,7
DP = 1,4
ITemp (Ʃ dos indicadores)
Pior temperamento
= 8 touros (de 75)
Melhor temperamento
= 8 touros de 75
Resultados preliminares
Velocidade de fuga (m/s)
Núm
ero
de A
nim
ais
Melhor manejo -> Redução na reatividade em 20%
Maior homogeneidade na
resposta de velocidade de fuga
Médias de VF
Amostra original = 0,5-8,0 m/s (10,7%)
Melhor manejo = 0,4-6,4 m/s (4,0%)
Descarte = 0,5-4,4 m/s (0%)
Iniciativas em andamento
Identificar quais medidas são as mais indicadas (práticas, confiáveis e objetivas) para avaliar o temperamento de
bovinos Girolando.
Avançar na obtenção de estimativas de herdabilidade para medidas de temperamento e de suas correlações genéticas com características de
importância econômica para a Gir e Girolando (p. ex. produção de leite e conformação).
Avaliar a possibilidade de utilização das medidas de temperamento como critérios de seleção no Programa de Melhoramento Genético da
Raça Girolando.
Agradecimentos