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Avaliação Estratégica Ambiental do
Programa de Desenvolvimento Rural
da Região Autónoma dos Açores
2007-2013
Resumo Não Técnico
Abril 2007
PRORURAL – AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA AMBIENTAL- RESUMO NÃO TÉCNICO
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1. O Programa de Desenvolvimento Rural dos Açores
O Programa de Desenvolvimento Rural da Região Autónoma dos Açores (2007-
2013), PRORURAL, é elaborado considerando uma abordagem estratégica para
o desenvolvimento rural. O programa tem por base as Orientações
Estratégicas Comunitárias (Decisão do Conselho 2006/144/CE, de 20 de
Fevereiro de 2006) da política de desenvolvimento rural para o período de
programação de 2007-2013, bem como o Plano Estratégico Nacional (PEN), que
define as prioridades nacionais e regionais em coerência com as prioridades
comunitárias.
O PEN assenta numa estratégia global relacionada com um modelo europeu de
desenvolvimento sustentável, onde se privilegia a economia, o ambiente e a
sociedade, isto é, o desenvolvimento economicamente competitivo,
ambientalmente equilibrado e socialmente estável e atractivo.
Assim, vinculado ao objectivo de rentabilidade económica do sector agro-
florestal, mas com o compromisso de realização de práticas adequadas ao meio
ambiente e ao tecido social, no PEN são definidos três objectivos estratégicos
relacionados com o desenvolvimento rural e dois objectivos transversais
relacionados com a interacção entre objectivos, a participação pública e os
efeitos sinérgicos daí decorrentes.
Dentro dos objectivos estratégicos figuram o aumento da competitividade dos
sectores agrícola e florestal, a promoção da sustentabilidade dos espaços
rurais e dos recursos naturais e a revitalização económica e social das zonas
rurais. No âmbito dos objectivos transversais pretende-se o reforço da coesão
territorial e social, bem como a promoção da eficácia da intervenção dos
agentes públicos, privados e associativos na gestão sectorial e territorial.
O PRORURAL assenta num conjunto de medidas que englobam acções e sub-
acções que visam o cumprimento dos objectivos acima identificados.
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A estratégia do PRORURAL é sintetizada num único objectivo estratégico global:
PROMOÇÃO DA COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS E DOS TERRITÓRIOS, DE
FORMA AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEL E SOCIALMENTE ESTÁVEL E
ATRACTIVA
Este objectivo traduz uma visão lata do conceito de “Competitividade”, no qual
se inclui não só a tradicional competitividade empresarial e sectorial, mas
também a competitividade dos territórios, nomeadamente reflectindo a sua
capacidade de atrair e fixar populações e gerar valor acrescentado. O objectivo
estratégico global engloba ainda o conceito de “Sustentabilidade”, traduzindo as
crescentes preocupações ambiental e social associadas à prossecução da
competitividade.
Por outro lado, é inegável a preocupação de incorporar, neste objectivo global, a
principal finalidade definida no âmbito do Plano Estratégico Nacional (PEN) -
“Promover a Competitividade do sector agro-florestal e dos territórios rurais
de forma sustentável”.
Ao objectivo estratégico global definido para o PRORURAL todos os objectivos
estratégicos e sub-objectivos posteriormente definidos devem coerência.
Foram assim estabelecidos cinco objectivos estratégicos, dos quais três
temáticos e dois transversais:
Figura 1.1 – Objectivos Estratégicos do PRORURAL
Objectivos Estratégicos
Temáticos Transversais
1. Aumentar a competitividade dos sectores agrícola e florestal
4. Reforçar a coesão territorial e social
2. Promover a sustentabilidade dos espaços rurais e dos recursos naturais
3. Revitalizar económica e socialmente as zonas rurais
5. Promover a eficácia da intervenção dos agentes públicos, privados e associativos na gestão sectorial e territorial
Estes objectivos são uma transposição dos três objectivos estratégicos e dos
dois objectivos temáticos do PEN. Os objectivos temáticos resultam claramente
da necessidade de adequar a programação à obrigatória implementação dos
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Eixos programáticos definidos no âmbito do Reg. 1698/2005, com a seguinte
correspondência:
Figura 1.2 – Objectivos Estratégicos temáticos do PRORURAL por Eixos FEADER
Objectivos Estratégicos Temáticos Eixos FEADER
1. Aumentar a competitividade dos sectores agrícola e florestal
Eixo 1. Aumento da competitividade dos sectores agrícola e florestal
2. Promover a sustentabilidade dos espaços rurais e dos recursos naturais
Eixo 2. Melhoria do ambiente e da paisagem rural
Eixo 3. Qualidade de vida nas zonas rurais e diversificação da economia rural 3. Revitalizar económica e socialmente as
zonas rurais Eixo 4. LEADER
Estes objectivos estratégicos são divididos em sub-objectivos e estes em
objectivos específicos, correspondendo cada um destes últimos a uma medida
do Programa.
A arquitectura do programa distribui-se por um conjunto de medidas, de
acções, algumas das quais com sub-acções e com um montante financeiro
global de 274,5 M€ de contribuição do FEADER.
Através da análise dos objectivos do PRORURAL, é possível destacar desde logo
um significativo conjunto com forte ligação e efeito sobre o ambiente,
traduzindo-se num objectivo global:
Promoção da utilização continuada e sustentável das terras agrícolas e
florestais
Para a concretização deste objectivo assume particular destaque o conjunto de
acções previstas no Eixo 2, embora seja ainda relevante a contribuição de
muitas das medidas do Eixos 1 e 3.
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2. A Avaliação Ambiental Estratégica
O relatório de Avaliação Estratégica Ambiental resulta da aplicação da Directiva
2001/42/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, que considera que
determinados planos e programas1 podem ter efeitos significativos sobre o
ambiente dos Estados Membros e que estes efeitos devem ser tidos em
consideração durante a preparação e antes da aprovação dos referidos
programas, tendo por objectivo o estabelecimento de um nível elevado de
protecção do ambiente e visando a promoção de um desenvolvimento
sustentável.
A aproximação desenvolvida pela equipa de trabalho da Agro.Ges tem
essencialmente dois propósitos. Em primeiro lugar, produzir um documento
que permita uma caracterização adequada do estado actual do ambiente na
Região Autónoma dos Açores, nas suas diversas componentes, atribuindo
especial relevo à relação entre o ambiente e o sector agrícola, entendido em
sentido lato – agricultura, pecuária, silvicultura e agro-indústrias. Em segundo
lugar, assegurar que o Programa de Desenvolvimento Rural (PRORURAL)
constitui, no âmbito dos múltiplos objectivos da sua implementação, um
instrumento de resposta aos principais desafios ambientais que se colocam
para o futuro próximo.
As tarefas de avaliação foram faseadas, o que permite uma abordagem gradual
e sistemática aos diferentes níveis do Programa, tal como consta do esquema
seguinte:
1 De acordo com a alínea a) do artigo 3º da Directiva 2001/42/CE são obrigados a efectuar uma avaliação ambiental todos os planos ou programas preparados para a agricultura, silvicultura, pescas, energia, indústria, transportes, gestão de águas, telecomunicações, turismo, ordenamento urbano e rural ou utilização de solos.
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Figura 2.1 – Faseamento do processo de Avaliação Ambiental Estratégica
Fases 1 e 2
Fase 3
Elaboração do Relatório Ambiental –Caracterização da situação ambiental actual
Análise de medidas e a sua conformidade com a legislação e a coerência ambiental das medidas entre si e com os objectivos ambientais definidos
FASE RELATÓRIO AMBIENTAL
Fase 4 Avaliação dos impactos ambientais esperados
Fase 5 Análise dos procedimentos específicos de gestão, acompanhamento e avaliação ambiental
Fases 1 e 2
Fase 3
Elaboração do Relatório Ambiental –Caracterização da situação ambiental actual
Análise de medidas e a sua conformidade com a legislação e a coerência ambiental das medidas entre si e com os objectivos ambientais definidos
FASE RELATÓRIO AMBIENTAL
Fase 4 Avaliação dos impactos ambientais esperados
Fase 5 Análise dos procedimentos específicos de gestão, acompanhamento e avaliação ambiental
Para além dos documentos de programação (análise SWOT, orientações
estratégicas, relatório ambiental e Programa), fornecidos à equipa de avaliação,
esta recorre a um conjunto alargado de outras fontes de informação,
detalhadas no quadro seguinte:
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Figura 2.2 – Fontes de informação do processo de Avaliação Ambiental Estratégica
TIPO DE INFORMAÇÃO FONTES DE INFORMAÇÃO
Entidades de Gestão do Programa
reunião preliminar – apresentação e discussão da metodologia de avaliação, recolha de informação;
reunião intercalar – apresentação do relatório intermédio;
reunião final – apresentação do relatório final;
reuniões intermédias de trabalho;
entrevistas com os principais intervenientes do Programa – DRA, GP, etc.
Info
rm
ação
Prim
ária
Agentes do Sector Agrícola
realização de um Focus Group com principais entidades envolvidas – associações agrícolas e ambientais, direcções regionais, entidades ambientais, agrupamentos LEADER, associações de fileira/industriais, etc.
Estatísticas
estatísticas várias de nível nacional e regional (INE, SREA) sobre agricultura, agro-indústrias, ambiente, população, etc.
Info
rm
ação
Secundár
ia
Bibliografia
relatórios dos anteriores programas – documentos de programação e avaliações do PRODESA, PDRu, LEADER, POSEIMA;
outros documentos sobre a agricultura regional.
3. Caracterização da Situação Ambiental Actual e Principais desafios
A caracterização da situação actual foi efectuada com base em dez temas2
permitindo identificar uma situação geral positiva no que respeita ao ambiente
da Região Autónoma dos Açores
Para a clarificação e sintetização da situação ambiental de cada um dos
diferentes descritores foi efectuada uma análise SWOT específica, onde se
mencionam os aspectos mais relevantes para cada descritor.
2 Biodiversidade, População e Saúde Humana, Água, Ar, Solo, Agricultura Biológica, Clima e Alterações Climáticas, Resíduos Paisagem e Ordenamento do Território, Património Cultural
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Figura 3.1 – Análise SWOT dos descritores ambientais
População e Saúde Humana Pontos Fortes Pontos Fracos
* Nível global de qualidade de vida elevado * Desigualdade entre territórios no acesso a equipamentos públicos
* Taxa de cobertura dos sistemas de abastecimento de água
* Níveis médios educacionais e de formação profissional baixos
* Sistemas de recolha e tratamento de efluentes e de RSU
Oportunidades Ameaças
* Apoio à melhoria das infra-estruturas * Progressivo envelhecimento da população
* Apoio à melhoria da qualidade de vida das populações rurais
* Despovoamento de áreas mais marginais
Biodiversidade Pontos Fortes Pontos Fracos
* Presença de espécies e habitats naturais protegidos
* Eutrofização das lagoas
* Forte importância de territórios integrados na Rede Natura 2000
* Reduzida sustentabilidade económica de alguns modos de produção tradicionais
* Existência de Planos de Ordenamento da Rede Natura 2000, e de Planos de Especiais de Ordenamento (Bacias de Lagoa e Paisagens Protegidas)
* Presença de espécies exóticas, algumas com características fortemente invasoras
* Praticas agrícolas e florestais adaptadas à preservação de ecossistemas de elevado valor natural
* Plantações florestais excessivamente concentrados em floresta de produção
* Aplicação de instrumentos adequados de gestão e preservação do património natural
* existência de programas de conservação, como o “LIFE Priolo”
Oportunidades Ameaças * Internalização de mais valias ambientais nas zonas de Rede Natura 2000
* Sustentabilidade de sistemas tradicionais
* Reconhecimento social de valores ambientais * Ameaças de intensificação agrícola, pecuária e florestal em zonas mais produtivas
* Crescimento da biodiversidade cultivada * Concentração das plantações florestais de espécies exóticas
* Apoios à prática de actividades agrícolas menos agressoras do ambiente
* Desaparecimento de espécies agrícolas tradicionais
* Reforço das acções de formação, informação e aconselhamento técnico
* Diminuição da população de espécies ameaçadas
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Ar e Alterações Climáticas Pontos Fortes Pontos Fracos
* Qualidade geral do ar * Emissões associadas á actividade agro-pecuária (amoníaco e metano)
* Nível médio de emissões “baixo a moderado” * Emissões de algumas unidades industriais
Oportunidades Ameaças
* Crescimento da área florestal e do seu ordenamento
* Crescimento da produção e utilização de energias alternativas
* Crescimento das emissões por intensificação dos movimentos de transportes intra, inter-ilhas e exteriores
Água Pontos Fortes Pontos Fracos
* Disponibilidades hídricas médias da região * Eutrofização de algumas lagoas
* Taxa moderada de consumo de água quando comparada com médias nacionais e comunitárias
* Nível de poluição difusa significativo em algumas áreas, associado principalmente à intensidade da actividade agro-pecuária que favorece a contaminação química e microbiológia das águas interiores
* Qualidade média de muito dos aquíferos * Taxa de cobertura do sistema de abastecimento de água à agro-pecuária
* Contaminação bacteriológica e química das águas subterrâneas, de alguns pontos
* Número significativo de indústrias sem adequado tratamento dos seus efluentes, com casos de descarga de cargas orgânicas em meios receptores naturais
* Alguns conflitos pontuais entre a água utilizada para consumo da agro-pecuária e a água para abastecimento público em períodos de carência.
Oportunidades Ameaças
* Melhorias nos sistemas de abastecimento à agro-pecuária
* Crescimento do consumo de água
* Melhorias nos sistema de tratamento de efluentes
* Poluição físico-química e micro biológica
* Aumento da protecção das linhas de água associado a florestação e diminuição da actividade agro-pecuária
* Níveis pontuais de salinidade por excessiva exploração
Agricultura Biológica Pontos Fortes Pontos Fracos
* Pequena dimensão do mercado local * Condições naturais para algumas culturas
* Custos de certificação e controlo
* Ausência de tradição e falta de formação
Oportunidades Ameaças
* Apoio das medidas agro-ambientais * Reduzida rentabilidade pelo mercado, a curto prazo
* Crescimento da procura *Reforço das acções de formação, informação e aconselhamento técnico
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Solo Pontos Fortes Pontos Fracos
* Coberto vegetal permanente * Crescimento da SAU para zonas marginais
* Níveis de fertilidade (principalmente fósforo e matéria orgânica)
* Perdas significativas associadas a erosão hídrica nas zonas de acentuados declives e em épocas de precipitação mais intensa
* Excessiva carga de pastoreio e algum pastoreio desordenado (em áreas marginais)
* Algumas zonas com contaminação dos solos originária da agro-pecuária.
Oportunidades Ameaças
* Apoio à preservação de muros e sebes * Crescimento da erosão e diminuição dos níveis de matéria orgânica
* Maior promoção da extensificação pecuária e de práticas de fertilização menos poluentes
* Riscos de contaminação local e difusa
*Reforço das acções de formação, informação e aconselhamento técnico
* Florestação em zonas mais sensíveis à erosão com práticas desadequadas
Resíduos Pontos Fortes Pontos Fracos
* Existências de Planos Estratégicos para os diferentes resíduos
* Dispersão geográfica e pequena dimensão territorial
* Condicionalidade dos apoios públicos, obrigando ao controle e colocação dos resíduos em locais apropriados
* Custos das soluções de tratamento
* Existência de vazadouros e lixeiras
Oportunidades Ameaças * Melhoria dos sistemas de recolha e tratamento * Crescimento da capitação diária de RSU
* Melhoria da formação e consciencialização colectiva
* crescimento de utilização de agro-químicos associados à intensificação agrícola
* Aproveitamento de novas tecnologias de valorização dos resíduos
Paisagem e Ordenamento do território Pontos Fortes Pontos Fracos
* Paisagem característica e fortemente preservada e valorizada
* Sustentabilidade de alguns sistemas de ocupação do solo
* Existência de Planos de Ordenamento da Rede Natura 2000, e de Planos de Especiais de Ordenamento (Bacias de Lagoa e Paisagens Protegidas)
* Ausência pontual de floresta de protecção dos declives mais acentuados das envolventes a lagoas e cursos de água, em alguns casos originada por acções de desflorestação.
Oportunidades Ameaças
* Crescimento dos apoios à preservação paisagística
* Despovoamento e abandono de áreas paisagisticamente muito interessantes
* Expansão dos Planos de Ordenamento das Lagoas
* Crescimento urbanístico e expansão de infra-estruturas
* Excessiva florestação de áreas agrícolas com forte valorização paisagística
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Património Cultural Pontos Fortes Pontos Fracos
* Vasto património, tanto em termos culturais, como arquitectónicos e naturais
* Dificuldades (económicas) de conservação
* Reconhecimento internacional
Oportunidades Ameaças
* Crescimento dos apoios à preservação do património
* Despovoamento e abandono de algum património
* Crescimento do interesse social na preservação do património natural, cultural e arquitectónico
* Crescimento urbanístico e expansão de infra-estruturas
A análise dos objectivos estratégicos do programa, bem como dos respectivos
sub-objectivos evidencia uma significativa relação com o ambiente.
A ligação entre os objectivos estratégicos, anteriormente apresentados para
cada um dos eixos do programa, e cada um dos descritores ambientais é
apresentada na tabela seguinte.
Figura 6.1 - Matriz de ligações entre os objectivos estratégicos e os descritores ambientais
OBJECTIVO ESTRATÉGICO TEMÁTICO SUB-OBJECTIVO BiodiversidadePopulação e
Saúde Humana;Água
Ar e Alterações Climáticas
SoloAgricultura Biológica
Resíduos
Aumento dos conhecimentos e melhoria do potencial humano do sector agro-florestal
* * * * * *Promoção da inovação e da qualidade e
reestruturação e desenvolvimento das fileiras do sector agro-alimentar
* * * * * *Melhoria das infra-estruturas de apoio à actividade
agrícola e florestal* * ** *
Promoção da utilização continuada e sustentável das terras agrícolas
* * * * *
Promoção da gestão sustentável das terras agrícolas** * ** ** **
Promoção da gestão sustentável das terras florestais** * * ** *
Promoção da diversificação da economia e do emprego em meio rural
* * *
Promoção da Qualidade de vida nas zonas rurais* **
Desenvolvimento de competências ao nível local*
AUMENTAR A COMPETITIVIDADE DOS SECTORES AGRÍCOLA E FLORESTAL
PROMOVER A SUSTENTABILIDADE DOS ESPAÇOS RURAIS E DOS RECURSOS NATURAIS
REVITALIZAR ECONÓMICA E SOCIALMENTE AS ZONAS RURAIS
NOTA: - efeito directo; - efeito indirecto; * - efeito moderado; ** - efeito elevado.
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É de salientar a existência de ligação entre a maioria dos eixos estratégicos e
os descritores embora maioritariamente de forma indirecta.
Desde logo é possível apreender, e como seria de esperar, a maior relação dos
efeitos directos no ambiente no âmbito do objectivo estratégico da promoção
da sustentabilidade dos espaços rurais e dos recursos naturais.
A operacionalização e implementação de cada um dos objectivos, através das
medidas previstas no Programa, poderão permitir minimizar um conjunto de
problemas ambientais, já detectados na fase de diagnóstico, e igualmente
potenciar o desenvolvimento e a valorização de um conjunto de mais-valias
insuficientemente valorizadas e apoiadas e que colocam a sua sustentabilidade
em causa.
Pese embora, se possa afirmar que a relação global entre ambiente e
agricultura na RAA apresentem um elevado nível de interdependência, a
verdade é que é possível encontrar um conjunto de pontos de conflito que se
prendem principalmente as seguintes acções:
• Intensificação agrícola
• Intensificação pecuária
• Aumento das áreas de pastagem
• Pastoreio em áreas de elevada sensibilidade ecológica e exploração de
leivas
• Pastoreio de caprinos em áreas semi-selvagem (e principalmente nas
falésias)
• Uso desequilibrado dos recursos hídricos, por vezes concorrencial
• Intensificação florestal
• Abertura e limpeza de caminhos
• A introdução e o aumento das populações de espécies exóticas
Embora não directamente ligado à agricultura, mas com forte ligação ao
programa, é de referir o risco de incremento da presença turística
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desordenada em espaços naturais com a consequente perturbação dos
habitats naturais.
Por outro lado, a aplicação da Política Agrícola Comum à RAA tem contribuído
para introduzir práticas mais adequadas ao ambiente, de limitar as
interferências ambientais negativas e de permitir a preservação de um
conjunto de sistemas de produção claramente desejáveis ambientalmente.
Nesta situação encontra-se a obrigatoriedade de respeitar as boas condições
agrícolas e ambientais, a condicionalidade de muitas das ajudas concedidas e o
apoio a sistemas de tratamento de efluentes.
Do ponto de vista global, os principais desafios ambientais, com o quais a Região
Autónoma dos Açores se confronta resultam, em grande medida, de uma
natural evolução das sociedades que tem conduzido, nos Açores como em toda
a Europa, a uma transformação de uma sociedade eminentemente rural para
uma outra de características marcadamente urbanas. Esta evolução é
caracterizada, na Região, por uma forte concentração demográfica nos núcleos
urbanos das principais cidades, predominância do sector dos serviços,
melhores níveis de formação, mais elevado poder de compra, maior e mais
exigente consumo, mais elevados níveis de poluição.
1) Crescimento urbanístico e expansão de infra-estruturas
O crescimento das áreas urbanas acarreta um conjunto de preocupações
ambientais, nomeadamente ligadas à maior produção de resíduos, maior
poluição das águas e do ar, maiores consumos de água, concorrência com solos
agrícolas, construção muitas vezes desordenada e construção de novas infra-
estruturas com efeitos geralmente negativos na paisagem.
2) Abandono agrícola e envelhecimento da população
A concentração demográfica nos núcleos urbanos está intimamente ligada à
redução e envelhecimento da população agrícola e rural, contribuindo
fortemente para um crescente risco de abandono das explorações agrícolas e
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desertificação dos meios rurais como, aliás, todas as estatísticas evidenciam.
Esta situação tem um conjunto de implicações ambientais, e não só,
importantes – perda de biodiversidade cultivada, degradação da paisagem
tradicional, aumento da população de infestantes, deterioração do património
tradicional, perda de costumes tradicionais, criação de fortes disparidades
entre territórios, o que no caso açoriano é fortemente agravado pela dispersão
geográfica.
3) Intensificação da produção
Como se sabe, a agricultura açoriana é fortemente marcada pela produção de
leite em regime de pastoreio, com uma forte concentração nas ilhas de São
Miguel e Terceira. Esta actividade é fundamental no produto agrícola regional e,
em termos ambientais, na manutenção da paisagem mais característica da
Região, com evidentes benefícios turísticos.
Particularmente nas ilhas citadas, esta produção é fortemente e
crescentemente intensiva, dependente de encabeçamentos elevados, fortes
dotações de fertilizantes e consumidora de água, crescentemente mecanizada.
Coloca assim questões ambientais várias, algumas de grande importância para
a Região – nitrificação e salinização das águas, eutrofização das lagoas,
contaminação dos solos, poluição atmosférica.
4) Preservação de espécies e habitats protegidos
A identificação de zonas prioritárias para a defesa ambiental, o reconhecimento
social da sua importância, a elaboração de planos de ordenamento e a
elaboração de políticas de apoio à sua gestão e preservação constituem outro
dos desafios ambientais actuais.
Nas RAA esta importância é elevada quer em termos endemismos presentes,
de espécies e habiats classificados, de expressão da Rede Natura 2000, e de
áreas do Planos de Ordenamento Especiais, como as Bacias das Lagoas ou as
Curaletas. O principal desafio centra-se na procura de soluções de integração
da actividade agrícola, pecuária e florestal de forma a preservar e
principalmente a melhorar a defesa do património natural nestas áreas. Isto
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será possível através da compensação destas actividades por acréscimos de
custos associados a alterações tecnológicas que permitam diminuir eventuais
efeitos negativos destas actividades, através do incentivo à preservação de
sistemas de produção mais compatíveis, quer ainda no reforço do
conhecimento e da divulgação das características destes habitats e espécies.
5) Conservação natural e do património
O aumento da formação e poder de compra das populações urbanas potencia o
despertar de um novo interesse pelo meio rural, pela natureza e pelo ambiente
que se tem vindo a constituir como o motor da preservação dos recursos
naturais, da paisagem, do património histórico rural. A este interesse acresce
o surgimento de vários tipos de turismo ligados aos meios rurais e à natureza,
que contribui para a viabilização económica da sua preservação e,
consequentemente, para a melhoria das condições de vida em zonas rurais.
4. Visão Global dos Impactos Ambientais do PRORURAL
De acordo com a análise efectuada as medidas e acções com maiores impactos
ambientais globais são as do Eixo 2 – 2.1 e 2.2.1, o que se explica por um
conjunto de razões – fortes impactos positivos em vários descritores, elevada
abrangência (em superfície, número de beneficiários e dispersão geográfica),
grande relevância das intervenções e elevada dotação orçamental. Algumas
medidas dos Eixos 1 e 3 e outras do Eixo 2 são também importantes,
geralmente em áreas específicas. Com impactos globais negativos existe
apenas uma medida, a 1.5, e uma acção, a 1.12.1, essencialmente pela
promoção da intensificação, associada a vários impactos negativos, e
perturbação do meio natural.
Figura 4.1 – Impacto ambiental global do PRORURAL - medidas mais relevantes
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Medida /Acção Classificação Final Ponderada Medida /Acção Classificação
Final Ponderada2.1 11,58 2.1 11,58
2.2.1 8,96 2.2.1 8,963.2.2 2,17 1.7 0,652.4.1 1,48 1.12.1 -1,333.2.1 0,99 1.5 -1,211.7 0,65 1.3 0,001.2 0,56 1.12.2 0,291.4 0,37 3.2.2 2,171.5 -1,21 2.4.1 1,48
1.12.1 -1,33 1.2 0,56Total 0,80 Total 0,80
Classificação Final Despesa Pública
É interessante verificar a forte correlação entre os dois quadros apresentados
– medidas com maiores impactos positivos e negativos e medidas com maior
dotação orçamental. Oito medidas/acções integram ambos os quadros, o que
ilustra a importância que as medidas com maior dotação têm em termos
ambientais.
A análise efectuada nos pontos anteriores permite, finalmente, classificar o
impacto global do PRORURAL em cada uma das áreas ambientais consideradas,
obtendo assim o seu impacto ambiental final.
Figura 4..2 – Impacto ambiental global do PRORURAL por descritor
Descritor Classificação Final Ponderada Classe
Biodiversidade 1,16 3
População e Saúde Humana 1,08 3
Água 1,27 4
Ar e Alterações Climáticas 0,22 1
Solo 1,17 3
Agricultura Biológica 0,19 1
Resíduos 0,26 1
Paisagem e Ordenamento do Território 1,29 4
Património Cultural 0,51 2
Classificação Final Ponderada 0,80 3
Como se pode verificar, e já justificado nos pontos anteriores, é na paisagem e
ordenamento do território e na água que os efeitos positivos do Programa
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mais se farão sentir por via de uma preocupação transversal presente, em
maior ou menor grau, num grande número de medidas e acções. O impacto do
Programa nestas áreas é, assim, comparativamente elevado.
Impactos moderados ocorrerão ainda, no nosso entender, na biodiversidade,
população e saúde humana e solo, áreas também abordadas por um grande
conjunto de medidas e acções, nomeadamente algumas das mais importantes
do Programa.
No património cultural o impacto do PRORURAL será reduzido, essencialmente
promovido pelas intervenções do Eixo 3. No ar e alterações climáticas,
agricultura biológica e resíduos os impactos serão muito reduzidos,
dependentes de apenas algumas medidas geralmente pouco relevantes.
Em termos globais pode assim concluir-se que o impacto ambiental do
PRORURAL será moderado, mais evidente numas áreas que noutras e
fortemente dependente dos efeitos que vierem a ser produzidos pelas suas
medidas financeiramente mais importantes.
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5. Conclusões e Recomendações
Do conjunto de análises efectuadas resulta que o PRORURAL terá efeitos
positivos no ambiente, essencialmente numa óptica de conservação –
conservação da paisagem, da biodiversidade, da água, do solo, de outros
recursos naturais e dos meios rurais e seu património e tradições. Poderá
ainda ter alguns impactos positivos, embora certamente em muito menor
escala, na alteração de práticas conducentes a algumas melhorias ambientais
relevantes.
Conclui-se ainda pela extrema importância de algumas medidas nos efeitos
ambientais globais do Programa, particularmente medidas do Eixo 2. Entre
todas destaca-se a 2.1 (indemnizações compensatórias) e a 2.2.2 (onde
predomina a manutenção da extensificação da produção pecuária) que, no seu
conjunto se estimem produzir mais de 78% dos efeitos ambientais do
PRORURAL. Com impacto ambiental globalmente negativo existem apenas duas
medidas – 1.5 (investimento nas explorações agrícolas) e 1.12.1 (caminhos
agrícolas e rurais).
Por último, conclui-se que os impactos do Programa serão globalmente
positivos em todas as áreas estudadas, com maior relevância na paisagem e
ordenamento do território, água, biodiversidade, solo e população e saúde
humana. Nalguns destes campos existem, no entanto, medidas com efeitos
negativos.
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Figura 5.1 – Resumo dos principais efeitos ambientais do PRORURAL e sugestões da equipa de avaliação
Acções Ameaças Impactos
Acções de valorização ambiental e minimizadoras de impactes negativos incluídas
no PRORURAL
Sugestões e Complementos
Intensificação da Agricultura
Contaminação química das águas e solos Destruição da vegetação natural Erosão genética Degradação paisagística
Degradação e eutrofização de zonas húmidas Intensificação de fenómenos de erosão associados à degradação do coberto vegetal Diminuição da biodiversidade cultivada Destruição da paisagem tradicional
Condicionalidade das ajudas, incluindo o respeito pelas Boas Condições Agrícolas e Ambientais Agricultura Biológica Florestação de zonas mais sensíveis Apoio à florestação de áreas agrícolas, à implantação de sistemas agro-florestais e apoio a investimentos não produtivos na floresta Protecção da Biodiversidade e dos valores naturais e Paisagísticos (conservação de curaletas e lagidos, sebes vivas e pomares tradicionais) Formação, informação e aconselhamento
Forte divulgação e incentivo à promoção da agricultura biológica Obrigatoriedade de incorporação da componente ambiental nas actividades de informação, formação e aconselhamento técnico Não aprovação de projectos de investimento em intensificação produtiva que possam colocar em risco áreas de elevada sensibilidade Extensão do apoio aos pomares tradicionais para outras espécies vegetais cultivadas e ameaçadas de abandono Na conservação de sebes incluir a obrigatoriedade de reforço com espécies autóctones
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Acções Ameaças Impactos
Acções de valorização ambiental e minimizadoras de impactes negativos incluídas
no PRORURAL
Sugestões e Complementos
Intensificação Pecuária
Pisoteio por aumento do pastoreio Aumento da deposição de dejectos
Diminuição da biodiversidade Aumento da contaminação biológica das águas Favorecimento da eutrofização
Condicionalidade das ajudas, incluindo o respeito pelas Boas Condições Agrícolas e Ambientais Medida de Protecção das Lagoas Extensificação da produção pecuária Formação, informação e aconselhamento Protecção da raça autóctone Ramo Grande
Não aprovação de projectos de investimento em intensificação produtiva que possam colocar em risco áreas de elevada sensibilidade Realização de controlos mais frequentes nas zonas sensíveis (amostra mais representativa) Obrigatoriedade de incorporação da componente ambiental nas actividades de informação, formação e aconselhamento técnico
Aumento das áreas de pastagem
Transformação de áreas de vegetação natural em pastagem
Redução e fragmentação de áreas de habitats nativos e consequente alteração na matriz da paisagem Redução de território de nidificação e consequente diminuição do efectivo populacional de aves
Apoio à florestação de áreas agrícolas, à implantação de sistemas agro-florestais e apoio a investimentos não produtivos na floresta
Na análise dos projectos de investimento agrícolas limitar eventuais áreas de desmatação de floresta com elevado interesse. Prioridade à utilização de espécies florestais endémicas
Exploração de leivas
Destruição de habitat prioritário como as turfeiras
Redução e fragmentação de habitats nativos
Pagamentos à Rede Natura 2000 em áreas agrícolas
Pastoreio em áreas de elevada
sensibilidade ecológica
Pisoteio e perturbação de zonas de nidificação Agravamento de fenómenos de erosão
Perda de habitat nidificáveis Degradação do coberto vegetal Agravamento da erosão e da compactação dos solos
Formação, informação e aconselhamento
Não aprovação de projectos de investimento em explorações pecuárias em zonas de elevada sensibilidade ecológica ao pastoreio
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Acções Ameaças Impactos
Acções de valorização ambiental e minimizadoras de impactes negativos incluídas
no PRORURAL
Sugestões e Complementos
Pastoreio de caprinos em áreas semi-selvagens (e
principalmente nas falésias)
Pisoteio e perturbação de zonas de nidificação Destruição de espécies da flora autóctone
Perturbação de aves marinhas e consequente abandono do território Agravamento do processo erosivo nas falésias Degradação do coberto vegetal
Formação, informação e aconselhamento
Não aprovação de projectos de investimento em explorações pecuárias em zonas de elevada sensibilidade ecológica ao pastoreio
Uso desequilibrado dos recursos
hídricos
Alterações no regime hídrico
Degradação de zonas húmidas
Degradação e erosão de lagoas e turfeiras Intensificação do regime torrencial por perda de capacidade de retenção de água nas zonas húmidas Perda da qualidade da água Eutrofização e incremento dos processos de sedimentação das lagoas
Condicionalidade das ajudas, incluindo o respeito pelas Boas Condições Agrícolas e Ambientais Apoio à florestação de áreas agrícolas, à implantação de sistemas agro-florestais e apoio a investimentos não produtivos na floresta Medida de Protecção das Lagoas Extensificação da produção pecuária Pagamentos à Rede Natura 2000 em áreas agrícolas Abastecimento de água às explorações agrícolas Formação, informação e aconselhamento
Estudo dos impactos ambientais do aumento da captação de água para as explorações agro-pecuárias Realização de controlos mais frequentes nas zonas sensíveis (amostra mais representativa)
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Acções Ameaças Impactos
Acções de valorização ambiental e minimizadoras de impactes negativos incluídas
no PRORURAL
Sugestões e Complementos
Intensificação florestal
Desmatação de áreas naturais Aumento da área de floresta de produção Corte de espécies endémicas como Erica scopari ssp azorica e Picconia azorica
Descaracterização paisagística Aumento da área de Cryptomeria japonica particularmente nas zonas de média e baixa altitude Abandono do território com redução das aves nidificantes Perdas de habitats e de espécies autóctones Diminuição de disponibilidades alimentares para espécies como a Pyrrhula murina (priôlo) Agravamento da erosão do solo
Pagamentos Natura 2000 na Floresta Apoio à florestação de áreas agrícolas, à implantação de sistemas agro-florestais e apoio a investimentos não produtivos na floresta Medidas silvo-ambientais Formação, informação e aconselhamento
Obrigatoriedade de utilização de técnicas de implantação de povoamentos florestais minimizadoras da erosão e de protecção de nascentes e linhas de água Taxas de comparticipação dos investimentos na florestação diferenciada entre espécies resinosas, folhosas e endémicas Prioridade das acções de florestação públicas às espécies endémicas
Introdução e aumento das populações de
espécies exóticas
Avanço das espécies exóticas, como o Arundo donax, Carpobrotus edulis Hedychium gardnerianum, Pittosporum undulatum e Hydrangea macrophila
Descaracterização paisagística Competição com espécies nativas podendo levar à sua diminuição e eventual desaparecimento Perda de habitats e espécies autóctones Desequilíbrios nas cadeias tróficas Comportamento infestante de espécies exóticas
Pagamentos Natura 2000 na Floresta Medidas silvo-ambientais Formação, informação e aconselhamento
Utilização de espécies endémicas na consolidação de taludes das obras efectuadas
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Acções Ameaças Impactos
Acções de valorização ambiental e minimizadoras de impactes negativos incluídas
no PRORURAL
Sugestões e Complementos
Intensificação turística
Perturbação de aves por pisoteio e ruído Excesso de visitantes Trilhos turísticos Desportos “todo-o-terreno”
Redução dos efectivos populacionais, principalmente de aves marinhas por abandono do território Destruição de comunidades vegetais naturais Dispersão de resíduos sólidos e descaracterização paisagística
Incentivo a actividades turísticas de lazer no espaço rural Conservação e valorização do património rural Formação e informação dos agentes económicos apoiados Desenvolvimento de competências e animação nas zonas rurais
O apoio a investimentos de lazer, caminhos, trilhos e outras actividades turísticas deve ser condicionado à análise da sua compatibilidade com o espaço envolvente. Inclusão obrigatória da componente de sinalética e de sensibilização ambiental nas zonas visitadas Reforço da componente de sensibilização ambiental nos agentes de desenvolvimento local e dos promotores de investimentos turísticos
Abertura e limpeza de caminhos
Utilização de herbicidas Destruição do coberto vegetal natural Alterações no regime hídrico
Diminuição de espécies naturais autóctones Degradação da paisagem Acentuar dos fenómenos de erosão
Conservação e valorização do património rural Caminhos agrícolas e rurais
Utilização de espécies endémicas na consolidação de taludes das obras efectuadas Obras de enquadramento paisagístico e minimizadoras dos impactos paisagísticos dos caminhos Introdução de medidas de minimização das alterações no regime hídrico
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Acções Ameaças Impactos
Acções de valorização ambiental e minimizadoras de impactes negativos incluídas
no PRORURAL
Sugestões e Complementos
Abandono das práticas agrícola
tradicionais
Avanço de espécies exóticas invasoras Erosão genética
Descaracterização paisagística Diminuição da biodiversidade cultivada
Manutenção da actividade agrícola em Zonas Desfavorecidas Protecção da biodiversidade e dos valores naturais e paisagísticos (conservação de curaletas e lagidos, sebes vivas e pomares tradicionais) Extensificação da Produção pecuária Protecção da raça autóctone Ramo Grande
Extensão do apoio aos pomares tradicionais para outras espécies vegetais cultivadas e ameaçadas de abandono
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Da análise conjunta dos impactos ambientais esperados do Programa com os
principais desafios ambientais identificados e com as medidas de minimização de
impactos negativos que foram sendo apresentadas, resulta um conjunto de oito
recomendações finais, que se apresenta na tabela seguinte:
Figura 5.2 – Recomendações ambientais finais
TEMA RECOMENDAÇÃO
Investimentos agrícolas e agro-industriais
Prioridade aos projectos que incluam melhoria dos sistemas de tratamento de efluentes e integração paisagística que vão para além das normas obrigatórias, através de taxa de apoio diferenciada para os investimentos específicos nesta área;
Infra-estruturas
Medidas de minimização ambiental e de enquadramento paisagístico, especialmente em caminhos e reservatórios de água – muros tradicionais, sebes vivas, pequenos povoamentos florestais, utilizando preferencialmente espécies autóctones;
Formação e Informação
Integração na formação e informação de componentes ambientais, não só ao nível de módulos específicos, mas como uma preocupação transversal a todos os módulos de cada Plano de Formação;
Medidas agro e silvo -ambientais e NATURA 2000
Divulgação mais intensa destas medidas, incidindo especialmente nas novas ou menos utilizadas, mas com efeitos positivos na preservação da paisagem, do património genético e de habitats específicos;
Medidas de florestação
Utilização obrigatória de técnicas de implantação de povoamentos florestais com práticas de minimização da erosão dos solos e de protecção das nascentes e cursos de água; Diferenciação as taxas de apoio em acções de florestação com espécies autóctones; Prioridade nas florestações públicas à florestação com espécies autóctones
Resíduos Criação de um sistema de recolha de resíduos agrícolas que facilite a sua remoção e permita um destino e tratamento adequado;
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TEMA RECOMENDAÇÃO
Lagoas
Reforço da coordenação dos Planos de Ordenamento das lagoas com as medidas agro-ambientais e com os incentivos à florestação, eventualmente em intervenções do tipo “plano zonal”, específicas para estas áreas, em que se combinasse de forma diferenciada e articulada diferentes medidas;
População
Reforço da diferenciação positiva das ilhas mais desfavorecidas, nomeadamente nas medidas de apoio ao investimento e à instalação e nas indemnizações compensatórias.