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ANA CAROLINA SILVA DE FARIA Avaliação Microbiológica, Molecular e Patológica de Lesões articulares e peri-articulares de suínos. C u i a b á - MT Abril - 2009

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ANA CAROLINA SILVA DE FARIA

Avaliação Microbiológica, Molecular e Patológica de

Lesões articulares e peri-articulares de suínos.

C u i a b á - MT

Abril - 2009

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ANA CAROLINA SILVA DE FARIA

Avaliação Microbiológica, Molecular e Patológica de Lesões

articulares e peri-articulares de suínos.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Universidade Federal de Mato Grosso para a obtenção do título de Mestre em Ciência Animal. Área de Concentração: Produção Animal. Orientadora: Profª. Drª. Valéria Dutra. Co-Orientador: Prof. Dr. Edson Moleta Colodel.

C u i a b á - MT

Abril - 2009

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Dados Internacionais de Catalogação na Fonte

Permitida a reprodução parcial ou total desde que citada a fonte

F224a Faria, Ana Carolina Silva de.

Avaliação microbiológica, molecular e patológica de lesões articulares e peri-articulares de suínos / Ana Carolina Silva de Faria, 2009. 90 f. : il. colors ; 30 cm. (inclui tabelas e fotos).

Orientadora: Valéria Dutra Co-orientador: Edson Moleta Colodel Dissertação (mestrado). Universidade Federal de Mato Grosso. Faculdade de Medicina Veterinária. Programa de pós-graduação em Ciência animal, 2009.

1. Suínos. 2. Locomotor. 3.Osteocondrose. 4. Artrite

infecciosa. I. Título. CDU 634.4 : 616.72

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CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

Aluna: ANA CAROLINA SILVA DE FARIA

Título: Avaliação Microbiológica, Molecular e Patológica de lesões articulares e peri-

articulares de suínos.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Ciência Animal da Universidade Federal de Mato

Grosso para a obtenção do título de Mestre em Ciência

Animal

Aprovada em: 01/04/2009

Banca Examinadora:

Profª. Drª.: Valéria Dutra (Orientadora)

Instituição: CLIMEV/FAMEV/UFMT Assinatura:_______________________________

Prof. Dr.: Mateus Matiuzzi da Costa (Membro)

Instituição: UNIVASF Assinatura:________________________________

Profa. Drª.: Caroline Argenta Pescador (Membro)

Instituição: CLIMEV/FAMEV/UFMT Assinatura:_______________________________

Profº. Dr.: João Garcia Caramori Júnior (Membro)

Instituição: DCBPA/FAMEV/UFMT Assinatura:________________________________

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Dedico este trabalho aos meus pais, grandes amigos de todas as horas e exemplos de força e persistência; à minha irmã Ana Paula, amiga e madrinha; e ao querido João Pedro, alegria maior de nossas vidas.

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Agradecimentos

A Deus e a Nossa Senhora Aparecida, pelas mãos estendidas nos momentos de

angústia e de dificuldade.

Aos meus pais Benedito Nelson e Ivaldete pelo carinho, compreensão, pela dedicação,

pela paciência nos momentos difíceis, pelos conselhos, por toda força, estímulo e eterna

amizade.

À minha irmã por compartilhar os dias estressantes de uma mestranda, pelas dicas,

conselhos e pela presença sempre amiga e ao meu querido João Pedro, mesmo tão pequeno,

soube compreender minha ausência nas brincadeiras e na participação ativa de suas

descobertas.

Ao Alisson pela presença sempre amiga, pelos conselhos e puxões de orelha, por

compreender sempre minha teimosia e por me dedicar tanto carinho e companheirismo em

uma jornada tão difícil.

Aos dedinhos maravilhosos: Giselde, Flávia, Isis, Patricia e Priscila. Uma

desconhecida, outras colegas de faculdade, hoje grandes amigas, cada uma a sua maneira,

porém sempre unidas pelo coração.

Aos colegas, hoje amigos: Waltinho, Júnior, Bruno, Elder, Leo, Marcuxxx e Gutão,

todos integrantes do Inimigos do Ritmo. A todos os demais integrantes da Segunda Turma do

PPGCA: Rafaela, Laura, Karlla, Luís Carlos, Lorenzo, Ronaldo, Cassiano, Gilson, João

Paulo, Índia e Robson, em especial à Vivian, uma pessoa maravilhosa, que soube dividir

comigo as alegrias e as angústias do mestrado, além de me proporcionar amizade. É claro que

eu não poderia esquecer os grandes companheiros das outras turmas: Nelcino e Inácio

Ao laboratório de Microbiologia Veterinária e Biologia Molecular Veterinária por

todo aprendizado em especial a Daphine pela paciência e pelas dúvidas sempre sanadas, aos

técnicos Suen, Ramirie e “Seo” Zé pela ajuda durante todo o experimento e pelos momentos

de descontração.

À minha orientadora Valéria Dutra pelo exemplo de sabedoria, pela orientação, pela

grande paciência nas horas de tamanha teimosia, por todos os ensinamentos e principalmente,

pela grande oportunidade e dedicação.

Ao Professor Luciano Nakazato por seu exemplo de dedicação e inestimável

contribuição para a realização deste trabalho.

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À Juçara, que com tamanha paciência me ajudou a aprender e compreender um pouco

da microbiologia.

Ao querido amigo João, pela brilhante parceria, pela grande amizade, companhia e

ajuda em todas as coletas, pela gargalhadas durante as viagens e pela paciência, pois eu sei

muito bem que me aturar todo esse tempo não foi nada fácil. E à Andréia Tirloni pela

simpatia e amizade.

Ao Laboratório de Patologia Veterinária pela recepção calorosa, pela ajuda, pelos

ensinamentos e momentos de descontração, em especial à Fabiana, ao técnico Manuel, às

estagiárias Mayara e Raquel, aos Professores Edson e Caroline, em especial à mestranda

Laura que compartilhou comigo os horários noturnos, os sábados, os domingos e os feriados

no laboratório, além de me proporcionar amizade.

Aos Médicos Veterinários e gerentes de granjas que permitiram a coleta de materiais e

também por ampliar nossos horizontes na Suinocultura.

À Joice por nos deixar acompanhá-la em suas coletas, facilitando assim a nossa

entrada nas granjas.

Ao Professor João Caramori, por toda ajuda desde coleta de materias até o custeio

financeiro em épocas em que muito precisei.

À FAPEMAT pelo auxílio concedido na forma de bolsa de estudos, que foi

imprescindível para custear certos gastos durante as coletas.

Ao amigo Marcos pela dedicação na realização de parte deste estudo. Por ter me

aturado nas horas de estresse e desespero, pelas dúvidas sanadas, pelas grandiosas horas de

aulas particulares de Patologia, por me ajudar na leitura das lâminas e principalmente, por

dedicar-me tanta atenção nessa difícil jornada.

Aos animais, parte desse estudo, que contribuíram para engrandecimento de nossos

conhecimentos.

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"Não há virtude nem vitória mais bela do

que comandar e vencer a si próprio."

Bantôme

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RESUMO

FARIA, A.C.S. Avaliação Microbiológica, Molecular e Patológica de lesões articulares e

peri-articulares de suínos. 2009. 90f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal), Faculdade

de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2009.

O experimento foi conduzido nos Laboratórios de Microbiologia Veterinária, Biologia

Molecular Veterinária e Patologia Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso

(UFMT) com o objetivo de realizar a avaliação microbiológica, molecular e patológica de

suínos que apresentaram a condição clínica de aumento de volume articular e/ou claudicação

em Sistemas Intensivos de Produção de suínos (SIPS) no Estado de Mato Grosso. Foram

coletadas amostras de líquido articular e peri-articular de 115 suínos e 43 membros

independente de sexo, linhagem, idade e fase de criação. Em cada SIPS foi realizado exame e

monitoria clínica do rebanho para a caracterização e quantificação da condição clínica. Ao

exame clínico 70% dos animais da fase de recria/terminação, apresentaram andar anormal e

claudicação; e na avaliação macroscópica da cartilagem articular observou-se principalmente

a osteocondrose (81,4%). Os resultados do isolamento bacteriano e da PCR demonstraram

que 48,7% dos animais apresentaram um ou mais agentes infecciosos; no isolamento, 45

(39,13%) amostras apresentaram crescimento bacteriano e à PCR, 23 (20%) amostras foram

positivas. Os microrganismos identificados com maior freqüência foram Mycoplasma

hyosynoviae, Streptococcus spp. e Arcanobacterium pyogenes. Candida sp. foi isolada em

três casos na maternidade e creche. O M. hyosinoviae e A. pyogenes foram os microrganismos

mais encontrados na creche e recria/terminação. Erysipelothrix rhusiopathiae foi detectada

com baixa freqüência (0,88%) apenas na fase de recria/terminação. Foi realizado

antibiograma em 41 amostras positivas ao isolamento bacteriano, sendo tetraciclina e a

eritromicina os antimicrobianos mais resistentes e a amoxilina associada ao ácido clavulânico

o mais sensível. Na avaliação microscópica, observou-se osteocondrose (72,09%). Todos os

animais apresentaram áreas de retenção de cartilagem na região metafisária, caracterizada por

não mineralização das colunas de condrócitos hipertróficos. O presente estudo confirma a

importância das enfermidades ligadas ao sistema locomotor, e que possuem como principal

etiologia fenômenos degenerativos associados ou não a problemas infecciosos, provavelmente

relacionados ao rápido ganho de peso, tipo das instalações e erro de manejo.

Palavras-chave: Suínos, Locomotor, osteocondrose, artrite infecciosa, PCR

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ABSTRACT

FARIA, A.C.S. Microbiological, Molecular and Patologycal Evaluation of articles and

peri-article lesions in 2009. 90f. Dissertation (Master degree of Animal Science), Faculdade

de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2009.

The experiment was conducted in the laboratories of Veterinary Microbiology, Veterinary

Molecular Biology and Veterinary Pathology on the Universidade Federal de Mato Grosso

(UFMT) in order to carry out the assessment microbiological, molecular and pathological pig

who had the clinical conditionof increased of articular volume and/or lameness in an

intensive production system of pigs (SIPS) in Mato Grosso. Samples of fluids were collected

of the peri-articular and articular of 115 pigs and 43 members regardless of sex, strain, age

and stage of development. SIPS in each examination was performed and clinical monitoring

of the herd for the characterization and quantification of the clinical condition. The clinical

examination of animals 70% of the stage of growing/finishing, showed abnormal walking and

limping, and the macroscopic assessment of articular cartilage was observed mainly

osteocondrose (81.4%). The results of bacterial isolation and PCR showed that 48.7% of the

animals had one or more infectious agents; in isolation, 45 (39.13%) samples showed

bacterial growth and at the PCR, 23 (20%) samples were positive. The microrganisms most

frequently identified were Mycoplasma hyosynoviae, Streptococcus spp. and

Arcanobacterium pyogenes. Candida sp. was isolated in three cases in the maternity and

nursery. The M. hyosinoviae and A. pyogenes microorganisms were most found in nursery

and growing/finishing. Erysipelothrix rhusiopathiae was detected with low frequency

(0.88%) only at the growing/finishing. Antibiogram was realized in 41 positive samples for

bacterial isolation, and the antibiotics tetracycline and erythromycin were the most resistant

and amoxilina associated with clavulanic acid the most sensitive. On microscopic evaluation,

was observed osteocondrose (72.09%). All areas showed retention of cartilage in the

metaphyseal region, with no mineralization of the columns of hypertrophic chondrocytes.

This study confirms the importance of diseases related to the locomotor system, and which

have as main cause degenerative diseases associated or not with infectious problems, probably

related to rapid weight gain, type of construction and handling.

Key words: Pigs, Locomotive, osteocondrose, infectious arthritis, PCR

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LISTA DE FIGURAS

Páginas

Capítulo 1

Figura 1: Freqüência (%) de microrganismos identificados de suínos

portadores lesões articulares e peri-articulares nas fases de

Maternidade, Creche e recria/terminação no Estado de

Mato Grosso, no período de Junho/07 a Dezembro/08.

56

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LISTA DE TABELAS

Páginas

Capítulo 1:

Tabela 1: Freqüência de microrganismos detectados através do isolamento

bacteriano e da PCR em suínos portadores lesões articulares e

peri-articulares no Estado de Mato Grosso, no período de

Junho/07 a Dezembro/08.

54

Tabela 2: Freqüência de diagnóstico associado ao sexo de suínos

portadores de lesões articulares e peri-articulares no Estado de

Mato Grosso, no período de Junho/07 a Dezembro/08.

55

Capítulo 2:

Tabela 1: Resistência a Antimicrobianos (%) das bactérias isoladas de

líquidos articulares e peri-articulares de suínos nas diversas

fases de desenvolvimento.

64

Capítulo 3:

Tabela 1: Avaliação macroscópica da cartilagem articular de acordo com

critérios de A – F correlacionando com seu grau de intensidade

(discreta a acentuada) em suínos no Estado de Mato Grosso.

69

Tabela 2: Avaliação microscópica da osteocondrose e da osteomielite

apresentando critérios de determinação de distribuição e

intensidade em suínos no Estado de Mato Grosso.

71

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LISTA DE PRANCHAS

Páginas

Capítulo 3:

Prancha 1: Imagens macro e microscópicas de membros de suínos com

aumento de volume e/ou claudicação.

76

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SUMÁRIO

Páginas

1. Introdução 16

2. Revisão Bibliográfica 18

2.1. Articulação 18

2.2. Doenças Articulares 19

2.2.1. Doenças Degenerativas 19

2.2.1.1. Osteocondrose 19

2.2.1.2. Osteocondrite Dissecante 24

2.2.2. Doenças Inflamatórias 25

2.2.2.1. Artrite 25

2.2.2.1.1. Artrite Infecciosa 27

2.2.2.1.1.1. Artrite causada pela Erysipelothrix rhusiopathiae 29

2.2.2.1.1.2. Artrite causada pelo Mycoplasma hyosinoviae 30

2.2.2.1.1.3. Artrite causada pelo Streptococcus spp. 31

2.2.2.1.1.4. Artrite causada pelo Haemophilus parasuis 32

2.2.2.1.2. Artrite não infecciosa 32

2.2.2.2. Osteomielite 33

2.3. Doenças Peri-articulares 34

2.3.1. Bursite 34

2.3.2. Miosite 35

Referências Bibliográficas 37

3. Capítulo I: Avaliação Microbiológica e Molecular de líquidos

articulares e peri-articulares de suínos.

45

Introdução 46

Material e Métodos 46

Resultados e discussão 47

Conclusão 50

Referências Bibliográficas 50

4. Capítulo II: Avaliação da resistência antimicrobiana de isolados de

amostras de líquido articular e peri-articular de suínos.

57

Nota 57

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Referências 61

5. Capítulo III: Avaliação microbiológica, molecular e patológica de

suínos com aumento de volume articular e peri-articular e/ou

claudicação em Sistemas Intensivos Produção de Suínos no Estado de

Mato Grosso.

65

Introdução 66

Material e Métodos 67

Resultados 69

Discussão 71

Conclusão 73

Referências Bibliográficas 74

6. Conclusões gerais 77

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ANEXOS

Páginas

1. Prevalência de Streptococcus suis tipo 2 através da técnica de

reação em cadeia da polimerase em suínos abatidos no Estado do

Mato Grosso.

78

2. Protocolo de extração de DNA - Método isoticianato de guanidina 89

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16

Considerações Iniciais

1. Introdução

A suinocultura no Brasil na década de 50 era toda voltada para o mercado

interno, sendo a produção basicamente composta por animais tipo banha e carne. Nesta

época, havia uma grande dificuldade na comercialização dos produtos, pois não havia

controle sanitário tanto com os animais como com os produtos terminados. O modo de

criação era extensivo e como parte da alimentação era utilizado resíduo de lavouras e

restos de alimentação humana. Os suinocultores criavam raças comuns que

apresentavam baixo desempenho, não tinham certificação sanitária e abatiam animais

com idades superiores há um ano, e com alto teor de gordura, em torno de 50%

(Especial Porkworld, 2006).

No Brasil, do total da produção, 65% são dirigidas ao mercado interno, em

forma de produtos industrializados. A produção de carne suína cresceu quase 6% em

2006 atingindo a marca de 2,86 milhões de toneladas, 162 mil toneladas a mais que em

2005, estando assim, cada vez mais presente na mesa dos brasileiros, registrando um

crescimento de 63,75% em 15 anos (Porkworld, 2008a). Em 2007, o setor não teve o

desempenho esperado, houve uma maior oferta de animais, associado ao fato de que as

indústrias ainda dispunham de grandes estoques. A situação piorou com o aumento dos

valores dos grãos, que acabaram por prejudicar toda a cadeia produtiva pela elevação

dos custos de produção, que não podem ser repassados para os consumidores

(ABIPECS, 2008)

A produção industrial de suínos e o peso médio de abate, entre 2004 e 2007,

cresceram 5%. Os abates de suínos sob Inspeção Federal - SIF, em 2007, tiveram um

aumento de 3,7% em relação a 2006. Do total da produção industrial, 76,4% foi abatido

sob Inspeção Federal e 23,6% sob as outras formas de certificação. A estimativa de

matrizes alojadas no Brasil para 2007 foi de, aproximadamente, 100 mil a mais que em

2006, incluindo Granjas de Qualidade, Granjas de Reprodutores Suídeos Certificadas

(GRSCs) e criatórios, porém os números não aumentaram muito em virtude da elevação

do número de suínos terminados abatidos por fêmea/ano que foi de 12,5% nos últimos 3

anos. O aumento da produção em 2007 foi devido à melhora da produtividade e não

apenas pelo aumento do número de matrizes alojadas. Foram construídas novas granjas,

para substituir as de menor produtividade e realizadas reposições com animais de maior

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potencial genético. Com esses dados conclui-se que o plantel praticamente não cresceu

em 2007 (ABIPECS, 2008).

Do ponto de vista do mercado interno, 2008 foi um ano excelente. Houve

aumento do consumo per capita, pouco acima de 13 kg. Estimou-se que a produção de

carne suína terminaria o ano com 3,03 milhões de toneladas, em relação a 2,98 milhões

de toneladas em 2007. Em 2009, estima-se uma produção de 3,1 milhões de toneladas, o

que deverá significar uma ampliação de 2,3% em relação a 2008 (ACRISMAT, 2008).

Porém em discordância com o mercado, o Ministério da Agricultura calcula que as

exportações do agronegócio vão recuar de 5% a 10% em 2009, podendo chegar a até

20% para o caso das carnes, sendo que as mais afetadas devem ser as de bovinos e de

suínos (Porkworld, 2008b).

O Brasil tem um grande potencial no mercado externo. É o quarto maior

exportador mundial da carne suína, o que contribui para a formação 40% das

exportações e 37% dos empregos gerados no país. Esta eficiência na produção de

commodites se dá pelas condições climáticas favoráveis, extensão territorial, condição

sanitária livre de doenças graves devido aos rígidos programas sanitários, mão-de-obra e

matérias primas abundantes e grande mercado interno gerando escala de produção e

propiciando a competitividade (Mendes, 2005).

O Estado do Mato Grosso possui um grande potencial para expansão do rebanho

suíno, em virtude das seguintes características: possui 27% da soja brasileira, 5% do

milho, baixa densidade de suínos por Km2, boa oferta de energia, excelente nível

sanitário, infra-estrutura de transporte e logística em consolidação, política ambiental

exigente e bem fundamentada, conduzindo à sustentabilidade das operações. Isso

justifica o crescimento total do rebanho desde 1997 que era de 656.454 cabeças para

1.069.301 em 2005, tendo um aumento de 38,6% (ACRISMAT, 2008).

Para garantir a alta produtividade, foram realizadas seleções genéticas para

aumento da velocidade do ganho de peso, aumento da concentração de animais

por m² de instalações e do tamanho das granjas, instalações mecanizadas com novos

sistemas de ambiência e de arraçoamento, novos fluxos de produção, modificações no

manejo e na nutrição sem considerar as necessidades esqueléticas e locomotoras destes

animais (Barcellos et al., 2008).

Toda essa evolução para obtenção de melhorias na produtividade trouxe

consigo problemas para o aparelho locomotor dos animais, afetando-o em toda a sua

extensão. Essas lesões levaram ao aparecimento de locais dolorosos com conseqüente

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18

claudicação, afetando, principalmente, os cascos, músculos, articulações e ossos

(Lopez et al., 1997), tendo como principais doenças a osteocondrose, osteocondrite

dissecante, artrite, osteoartrite e sinovites, denominadas como doenças articulares, as

bursites e miosites como doenças peri-articulares e as lesões de cascos.

2. Revisão Bibliográfica

2.1. - Articulação

A articulação é o ponto de união de um ou mais ossos. Apresentam componentes

que servem de estabilizadores e diminuem o risco de lesões que possam resultar do uso

constante (Manual Merck On line, 2009).

Existem três tipos de articulações adjacentes aos ossos e/ou estruturas

cartilaginosas ao longo de todo o esqueleto. São classificadas baseadas na morfologia e

na composição dos tecidos, como fibroso (articulações de pequenos movimentos entre

ossos), cartilaginoso (apresenta em sua composição tecido fibroso, cartilaginoso ou a

união dos dois tecidos, com realização de pequenos movimentos) ou sinovial

(articulações predominantes, apresentando grandes movimentos entre os ossos

adjascentes) (Thompson, 2007).

As articulações sinoviais são móveis, ou seja, são consideradas verdadeiras,

sendo as mais importantes no ponto de vista de movimento. São revestidas por uma

cápsula fibrosa, conhecida como cápsula articular. Esta é responsável por envolver as

epífises dos ossos da articulação, é vascularizada, inervada e apresenta duas camadas: a

membrana fibrosa (externa), responsável pela resistência da cápsula e a membrana

sinovial (interna) que tem a função de filtrar o sangue e produzir o líquido sinovial a

partir do plasma sanguíneo. É composta por cartilagem hialina, que é desprovida de

inervação e vascularização, por isso, depende do líquido sinovial para o transporte de

nutrientes e retirada de catabólitos e possui a função de diminuir o atrito entre os ossos,

pois esta reveste a superfície de contato de um osso com o outro. O líquido sinovial é

encontrado na Cavidade Articular, a qual é delimitada pela cápsula

(Artrologia Animal, 2009).

A cartilagem articular contém células metabólicas ativas como uma baixa

resposta às lesões e uma mínima capacidade de reparação (Weisbrode, 2007), sendo

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considerada a peça chave da articulação sinovial e necessária para suportar as forças

compressivas associadas com peso tendo em adição o cisalhamento de forças que

ocorrem durante o movimento (Thompson, 2007).

2.2. Doenças Articulares

2.2.1. Doenças Degenerativas

2.2.1.1. Osteocondrose

A Osteocondrose (OC) é uma lesão degenerativa dos ossos e das cartilagens e da

região articular, responsável pela alteração da estrutura dos tecidos afetando a

resistência dos membros locomotores (Kliminiè e Klimas, 2006). Consiste em um grupo

heterogêneo de lesões da cartilagem de crescimento em animais jovens

(Weisbrode, 2007).

É considerada como a principal doença que acomete o esqueleto dos suínos,

sendo caracterizada pela deformação óssea e retenção da cartilagem articular

(Kliminiè e Klimas, 2006). Foi descrita por Barcellos et al. (2007) como uma condição

não inflamatória, progressiva e crônica que, acomete animais de crescimento rápido e os

destinados a reprodução.

Além dos suínos, acomete outros animais domésticos como cães, cavalos,

bovinos, ovinos e ratos com diferentes manifestações clínicas, sendo, portanto,

considerada uma doença muito importante na ortopedia (Weisbrode, 2007). A doença é

semelhante à observada em humanos e na condrodisplasia de galinhas e perus

(Thompson, 2007).

A OC é observada como uma das maiores etiologias de problemas locomotores

de suínos (Nakano et al., 1987) e representa uma grande preocupação na suinocultura

moderna (Ytrehus et al., 2004c), podendo causar desde uma simples claudicação até a

total incapacidade de se locomover (Alberton et al., 2000).

A etiopatogenia da OC é caracterizada por anormalidades no processo

de ossificação endocondral da placa epifisária (placa de crescimento) e organização e

estruturação do Complexo Cartilagem Articular-Epifisárias (CAE) (Weisbrode, 2007;

Thompson, 2007).

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A CAE de animais imaturos necessita da presença vasos sanguíneos viáveis

dentro dos canais cartilaginosos, pelo menos nos primeiros meses de vida. Esses vasos

surgem no pericôndrio e desaparecem gradualmente no interior dos canais

cartilaginosos que estão cheios de cartilagem hialina (Thompson, 2007). Com o passar

do tempo ocorre atrofia desses canais cartilaginosos, morte de células dos vasos e a

nutrição passam a ser realizada pelos vasos sanguíneos encontrados abaixo da

cartilagem epifisária localizada no osso subcondral, processo denominado de

ossificação (Ytrehus et al., 2004b).

A ossificação endocrondral é o processo de formação do osso, responsável pelo

crescimento da maioria dos ossos do esqueleto, iniciado durante a vida uterina e

persistindo até a maturidade (Althaus, 2004; Alberton, 2007a). Durante esse processo, o

período de crescimento é marcado pela presença de uma camada de cartilagem

especializada em crescimento localizada entre a camada profunda da cartilagem

articular e óssea, tendo a finalidade de adicionar volume e comprimento ao osso

(Ytrehus, 2004). Dessa forma, por volta dos cinco meses de idade, justamente quando

cessa o crescimento do animal, a CAE são substituídos por osso restando apenas uma

pequena porção de cartilagem nas extremidades dos ossos longos chamada de

cartilagem articular (Barcellos et al., 2007), que recebe os seus nutrientes por difusão a

partir do líquido sinovial (Thompson, 2007).

Nestas regiões, o tecido cartilaginoso hipertrofia, podendo ficar retido em

determinados pontos causando espessamento, dificultando a nutrição das camadas

periféricas resultando em morte celular (Alberton et al., 2000; Alberton, 2008). Este

processo leva ao aparecimento de áreas de fragilidade nas áreas de cartilagem do osso,

predispondo-os a doenças articulares e fraturas (Alberton, 2007a). A etiologia da OC é

multifatorial, no entanto, os principais fatores envolvidos no desencadeamento

da doença estão: nutrição, traumas, genética, velocidade de crescimento e sexo

avaliados separadamente por Althaus (2004), influência do exercício (Hill, 1990);

agentes infecciosos (Turner et al., 1991; Johnston et al., 1987) e qualidade e quantidade

de carne, taxa de crescimento e conversão alimentar (Kardamideen et al., 2004).

Segundo Alberton (2007b), há uma forte influência genética para o

desenvolvimento da doença, pois a OC apresenta um percentual elevado em animais

melhorados geneticamente para um elevado ganho de peso diário e com maior

deposição de músculo na carcaça, predispondo-o ao desenvolvimento da doença.

Crenshaw (2006), afirmou que suínos de todas as raças que foram inseridos em

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programas de cruzamentos industriais têm sido afetados pela OC. Isso pode ser

explicado, pois o desenvolvimento ósseo do suíno está mais relacionado com idade do

animal do que com peso, com isso, quando o reprodutor suíno chega à maturidade

sexual (5 a 6 meses de idade) o seu esqueleto ainda está imaturo

(Barcellos et al., 2008).

Para Sobestiansky et al. (1999), a OC também está relacionada a problemas

genéticos, pois o suíno foi selecionado para o desenvolvimento precoce e excessivo de

peso, desta forma ocorre uma sobrecarga na articulações levando ao aparecimento de

lesões e, por isso, é considerada um problema na perda da produtividade em criações

de suínos (Nakano et al., 1987). Somente animais selecionados para rápido ganho de

peso desenvolvem lesões significantes, por isso, pequenas evidencias são avaliadas para

indicar que as lesões de OC resultam de deficiências nutricionais específicas

(Weisbrode, 2007). Em relação à nutrição, muitos trabalhos já foram realizados, tendo

resultados contraditórios, de modo que não existe nenhuma comprovação de que a falta

ou excesso de algum nutriente possam desencadear a doença (Alberton, 2007b).

Quanto aos fatores infecciosos, Barcellos et al. (2008) afirmam que não existem

evidências que o desenvolvimento primário da OC esteja relacionado com presença de

microrganismos patogênicos, porém, algumas enfermidades infecciosas podem levar ao

enfraquecimento do animal, pela liberação de citocinas que podem agravar um quadro

de OC pré-existente (Crenshaw, 2006).

A apresentação clínica da OC ocorre aos 4 a 7 meses de idade, embora lesões

possam ser encontradas em animais mais jovens (Alberton, 2007b) a partir de 12 dias de

idade (Alberton, 2007a), variando de acordo com a localização das lesões, lembrando-se

que qualquer articulação pode ser afetada. Em 80% dos casos, a OC é bilateral

(Alberton et al., 2003b) podendo apresentar-se de forma simétrica (Thompson, 2007).

Esses sinais consistem em claudicações crônicas e progressivas, os animais deslocam-se

com os membros estendidos, deixando visível a dificuldade em realizar movimentos

articulares (Alberton, 2007a). Com isso acabam evitando a realização de certos

movimentos, preferindo permanecer em repouso (Barcellos et al., 2007), porém quando

os realizam são de forma lenta. A dor é causada por um aumento da produção de líquido

sinovial e pelo inchaço da cápsula articular

(Reiland, 1975; Aherne e Brennan, 19851 citado por Dewey, 2006). Com freqüência

1 AHERNE, F. X.; BRENNAN, J. J. Nutrition and leg weakness. Proc. Guelph Pork Symposium, 1985, p.157-163.

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ocorre a OC subclínica e o diagnóstico pode ser realizado através da inspeção das

articulações, durante o abate (Alberton, 2007a).

Em relação ao mecanismo patogenético da OC, após vários estudos, obteve-se

um grande progresso na detecção das alterações celulares e teciduais que ocorrem, mas

sua etiologia ainda permanece desconhecida, sendo, portando, considerada como uma

doença idiopática (Crenshaw, 2006). Ytrehus (2004) comprovou a importância de

algumas hipóteses envolvidas na etiologia da OC tais como: isquemia e necrose da

cartilagem epifiseal; regressões prematuras dos canais da cartilagem; rápido e elevado

ganho de peso; e a hereditariedade, sendo está ultima considerada como o maior fator

etiológico para o desenvolvimento da doença e a conformação anatômica das

articulações.

As lesões são comuns e aparecem com freqüência nas articulações úmero-radial,

coxo-femural, fêmuro-tíbio-patelar (Alberton, 2007a), e apresentam diferentes

manifestações clínicas em suínos, cães, cavalos, bovinos, galinhas e ratos

(Thompson, 2007) e devido a perturbações no crescimento normal, podem ocorrer más

formações ósseas com irregularidade na superfície articular que resultam em

claudicação e problemas locomotores (Wardale e Duance, 1994). Essas lesões iniciam-

se na junção condro-óssea (Alberton, 2007b) e são caracterizadas, macroscopicamente,

pela presença de uma ou mais áreas focais de aumento acentuado da espessura da

cartilagem articular, contendo ainda presença de dobras, abas ou úlceras na cartilagem

(Johnston et al., 1987). A sinovite, é secundária e aparece devido a lesões na cartilagem

e instabilidade articular (Johnston et al., 1987; Barcellos et. al., 2008). Em casos mais

severos, a lesão pode se desenvolver para uma osteoartrite levando a calcificação da

membrana sinovial com invasão de osteófitos no tecido adjacente a articulação, sendo

este quadro considerado irreversível (Crenshaw, 2006).

A sinovite pode ser induzida por substâncias liberadas da cartilagem articular

danificada, levando a exposição de colágeno e enzimas dentro da articulação.

Lipowitz et al., (1985), relatam que o colágeno tipo 2, estimula a produção de

anticorpos e, logo após a ocorrência do dano na cartilagem, o colágeno é liberado sendo

reconhecido como estranho pelo sistema imune. A partir desse momento, os fagócitos

liberam substâncias nocivas (enzimas) levando a destruição da cartilagem e como

conseqüência, ocorre um aumento na liberação dessas enzimas, determinando a

perpetuação do processo inflamatório. Quando as lesões atingem o Disco Metafisário de

crescimento (DMC), ficam mais visíveis nos casos de fratura, levando ao aparecimento

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da epifisiólise e apofisiólise ou, segundo Alberton (2007a), a OC pode curar

completamente dependendo do sítio de ocorrência.

As lesões microscópicas são mais freqüentes do que os sinais clínicos ou os

achados de necropsias (Thompson, 2007). Essas lesões são desencadeadas pelo

surgimento de uma área de necrose isquêmica focal da cartilagem epifiseal de

crescimento, resultante da destruição do vaso proximal levando a anastomose nos canais

da cartilagem. Tais danos são causados, provavelmente, por microtraumas nas

trabéculas subcondrais, causando oclusão ou uma ruptura de um ou vários vasos

(Ytrehus, 2004). Essa área de necrose, provavelmente seria secundária a uma trombose

fisiológica dos vasos da cartilagem e poderia contribuir para o aparecimento de lesões

de OC no CAE (Thompson, 2007). Inicialmente, são encontrados focos de condrócitos

hipertróficos, onde este se apresenta com maturação retardada, com falha na penetração

vascular subcondral e na calcificação provisória da matriz, o que resulta em cones

cartilaginosos no osso subcondral (Alberton, 2007a).

Matos et al. (2008), observaram alterações histopatológicas na placa de

crescimento, tais como fraturas de trabéculas metafisárias, linhas de

deslocamento abrupto na placa de crescimento, estrias eosinofílicas, fissuras no interior

da cartilagem, desorientação de células cartilaginosas e desorganização do padrão de

crescimento cartilaginoso, em suínos tratados com diferentes dietas. Essas lesões foram

compatíveis com lesões iniciais de OC, porém elas não constituem efeito direto dos

tratamentos, já que as lesões foram encontradas em todos os animais e estão presentes

por se tratarem de animais precoces e oriundos de melhoramento genético.

As alterações presentes na placa de crescimento ocorrem quando há um

deslocamento da mesma pelas estrias eosinofílicas, onde estas acabam concorrendo para

o fechamento da placa em cada unidade óssea da epífise e da metáfise (Dewey, 2006).

Essas estrias eosinofílicas poderiam ser seqüelas da necrose fisiológica dos condrócitos

que podem ocorrer quando os vasos sanguíneos que se estendem em toda a placa de

crescimento após sofrer uma trombose fisiológica. Podem ser encontradas em

cartilagens normais e aparecer de forma exagerada em lesões de OC (Weisbrode, 2007).

Estrias eosinofílicas irregulares associadas com área de desorganização da arquitetura

da placa de crescimento, às vezes podem ocorrer na OC (Thompson, 2007).

Geralmente, o osso trabecular é grosseiro e modelado, porém quando ocorre

falha na ossificação endocondral, há uma descontinuidade entre a cartilagem retida e o

osso. Este espaço passa a ser ocupado por fibrose e as grandes áreas de

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displasia tornaram-se necrótica. Ocorre também o preenchimento do espaço cístico por

líquido seroso e uma camada de tecido fibroso passa a cobrir a metáfise

(Weisbrode, 2007).

2.2.1.2. Osteocondrite Dissecante

O termo osteocondrite refere-se ao processo inflamatório que se desenvolve na

articulação e o termo dissecante relaciona-se com as fraturas e/ou fissuras que se

desenvolvem na cartilagem articular, que proporciona a formação do fragmento

separado da cartilagem (Sturion et al., 2009). A Osteocondrite dissecante (OCD) é uma

displasia na cartilagem articular-epifisária (CAE) que ocorre a partir de fissuras nas

cartilagens que ficam retidas com subseqüente fratura situadas na cartilagem articular,

levando ao aparecimento de uma aba cartilaginosa (Weisbrode, 2007). É caracterizada

por desligamento de segmentos da cartilagem epifiseal e/ou cartilagem articular, que

resulta em exposição do osso subcondral mineralizado. Em alguns casos, a cartilagem

pode colar-se novamente levando a formação da superfície articular irregular

(Crenshaw, 2006). Pode ocorrer o completo desligamento da cartilagem

articular, deixando uma profunda úlcera com exposição do osso subcondral e

fragmentos da cartilagem no interior da articulação (Thompson, 2007). As lesões

ocorrem em diversas articulações sinoviais, incluindo as da coluna vertebral

(Weisbrode, 2007).

As lesões dissecantes não envolvem os ossos, porém, algumas vezes abas ou

cartilagens contendo tecidos ósseos, podem estar presentes. Isso se desenvolve,

provavelmente, durante a ossificação endocondral após invasão de veias e células da

área de fixação, levando a formação de fibrocartilagem, deixando a superfície articular

defeituosa (Thompson, 2007). Ocorrem com freqüência nas superfícies dos côndilos

medial do úmero e fêmur em suínos em idade de terminação, por volta dos 5-7 meses de

idade. Em certos casos, pode haver presença do fragmento da cartilagem no espaço

interarticular (Thompson, 2007), podendo causar dor, derrame articular e sinovites

lifocitoplasmáticas inespecífica e secundária o que pode ocasionar interferência nos

movimentos das articulações, diretamente relacionada à OC, tendo como etiopatogenia

as mesmas causas (Weisbrode, 2007).

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2.2.2. Doenças Inflamatórias

2.2.2.1. Artrite

O nome “artrite” é de origem grega, significa “articulações inflamadas” estando

relacionada a várias doenças reumáticas e muitas dessas, afetam não só as articulações,

mas também os músculos, ossos, tendões e ligamentos que as apóiam (TemCura, 2008).

É causa de dor e, freqüentemente, leva as condições crônicas de dores debilitantes que

são características de uma variedade de doenças articulares (Vermeirsch et al., 2007).

A artrite corresponde a uma inflamação das estruturas intra-articulares, podendo

ou não haver comprometimento de componentes externos às articulações onde pode

evidenciar a presença de dor, edema e calor (Barcellos et al., 2008). Implica em lesões

presentes na articulação em adição a uma inflamação da membrana sinovial

(Thompson, 2007). Essas doenças são consideradas complexas, pois além de acometer

estruturas adjacentes (músculos, ossos, tendões e ligamentos) e órgão internos, estão

sendo estudadas em conjunto a vários distúrbios, conhecidos como distúrbios músculos-

esqueléticos ou doenças do tecido conectivo (ABBOTT Brasil, 2008). São

caracterizadas por presença de células inflamatórias na membrana sinovial, mas a

natureza do processo inflamatório reflete melhor no aumento de volume e na

característica do exsudato presente no líquido sinovial (Weisbrode, 2007).

Nos últimos anos, a suinocultura adotou o sistema de confinamento total, em

todas as fases de criação com elevada densidade populacional e, segundo

Carregaro (2006) o constante contato com os excrementos, dissemina agentes

patogênicos importantes para a cadeia produtiva. Isso leva ao aumento da contaminação

culminando no aparecimento de várias doenças. A artrite aparece com freqüência em

suínos enviados ao comércio e, por isso, causa preocupações econômicas aos

produtores, decorrente das perdas por condenação parcial ou total da carcaça em

abatedouros (Hariharan et al., 1992) e, segundo Pereira et al. (1999), os índices de

condenações de carcaças de suínos por artrite têm aumentado significativamente no

Brasil, posicionando essa afecção como uma das principais causas de condenação de

carcaças nos abatedouros (Vieira-Pinto et al., 2001; Alberton et. al, 2003a;

Althaus et. al, 2005; Alberton 2007c).

Segundo Turner et al. (1991) e Alberton (2007c), na linha de inspeção,

geralmente as carcaças são consideradas portadoras de artrite quando apresentarem

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aumento no volume e alteração da cor do líquido sinovial e hipertrofia da membrana

sinovial. No entanto, muitas carcaças de suínos que são condenadas ou destinadas ao

aproveitamento condicional, por apresentarem artrites, poderiam ser aproveitadas sem

restrição para o consumo humano (Alberton et al., 2003a; Althaus et al., 2005;

Alberton, 2007b).

Estudos realizados em vários países demonstraram que não existe acurácia na

linha de inspeção, pois muitas vezes as carcaças são condenadas como portadoras de

artrite, sem apresentar alterações nas articulações (Alberton et al., 2000). Isso acaba

gerando um grande desperdício, o que eleva os custos de produção para o frigorífico e,

conseqüentemente, reduz a remuneração dos produtores (Alberton et al., 2003a;

Althaus et al., 2005; Alberton, 2007b).

As artrites podem ocorrer em suínos de qualquer faixa etária, levando a grandes

problemas econômicos devido a mortes, atraso no crescimento, impotência coeundi,

gastos com medicamentos e mão de obra, refugagem e condenações de carcaças no

abate (Alberton et al., 2003b).

Problemas locomotores são a segunda maior causa de descarte de reprodutores

variando de 12 a 30% (Sobestiansky et al., 1999). Entre esses descartes, as alterações no

casco são responsáveis pelas maiores porcentagens (Mendes, et al., 2004). Segundo

estes autores, normalmente essas alterações cursam com o desgaste da sola e lesões de

bordos laterais, que acabam atingindo o tecido mole provocando a claudicação. A falta

de tratamento nestes casos é um fator agravante, pois a lesão dos mesmos serve como

porta de entrada para penetração bacteriana, onde estas podem ascender e atingir a

articulação. Os fatores de manejo, como pisos inadequados, abrasivos e escorregadios

agravam a lesão (Nakano e Aherne, 1992; Sobestianky et al., 1999;

Ytrehus, et al., 2004a).

Morés et al., (2003) avaliaram vários fatores de risco associados à artrite, e

concluíram que: a presença ou não de forro no galpão está ligado ao estresse térmico, e

isso pode afetar o sistema imune do animal o que resulta em menor resistência às

infecções; limpeza e higiene do ambiente visam reduzir a carga de contaminação

bacteriana o que reduz chances de ocorrer doenças; casos de artrites podem estar ligados

ao tipo de transporte; machos apresentam maior porcentagem de carcaças condenadas

por artrites, provavelmente devido ao ato cirúrgico da castração.

Dentre outros fatores de risco, Sobestiansky et al. (1999) afirmaram que pisos

abrasivos, desgastados e com exposição de britas, aumentam os casos de lesões e ainda

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dificultam a boa limpeza e desinfecção do ambiente. Morés et al. (2003) concluíram

ainda que há uma forte relação com artrite e baixo ganho de peso diário, baixo

rendimento de carne magra e conversão alimentar ruim e baixo peso de carcaça.

A artrite pode ser classificada como infecciosa, onde estão envolvidos vários

agentes, tais como bactérias, vírus e fungos (Thompson, 2007) e a artrite não infecciosa,

classificada como erosiva e não erosiva, dependendo do reflexo da doença sobre a

cartilagem articular (Weisbrode, 2007).

2.2.2.1.1. Artrite Infecciosa

A artrite infecciosa é apenas uma manifestação de uma infecção sistêmica com

reações inflamatórias envolvendo vários tecidos (Thompson, 2007). Podem ser causadas

por vários agentes infecciosos, sendo, portanto, consideradas de riscos à saúde pública,

por serem responsáveis pelo aparecimento de zoonoses ocupacionais.

Podem aparecer também a partir de um trauma, geralmente, em animais

lactentes, devido ao tipo de piso utilizado nas maternidades estando associada às

condições higiênicas e ao nível de desinfecção das instalações. Podem ocorrer em

animais velhos, a partir de lesões causadas pelos tratadores durantes as limpezas das

baias, pelo tipo de pisos ou na ocasião dos transportes, tendo como principais agentes

Streptococcus spp., Staphylococcus spp., Arcanobacterium pyogenes, Escherichia coli e

Pasteurella multocida (Sobestiansky et al., 1999).

Segundo Morés e Sobestiansky et al. (2007) o canibalismo é, em potencial, uma

porta de entrada para bactérias causadoras de abscessos em várias partes do corpo,

podendo provocar artrite, onde o líquido sinovial apresenta-se purulento podendo ou

não ocorrer fistulação. Dentre os principais agentes infecciosos citados por esses autores

encontram-se o Streptococcus spp., Arcanobacterium pyogenes e

Staphylococcus aureus.

O processo inflamatório, na artrite infecciosa, é desencadeado pela presença do

agente na articulação e, após a destruição dos agentes pelo organismo do animal, a

doença se perpetua por vários meses (Alberton, 2007c). Este autor relata que a

perpetuação da doença se deve às lesões irreversíveis causadas na cartilagem articular,

devido à enzima liberada pelos neutrófilos o que provoca erosões extensas, gerando

instabilidade articular e liberando o colágeno para o interior da articulação.

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Segundo Huether e McCance2 citado por Weisbrode (2007), existem cinco rotas

para entrada da infecção na articulação: via hematógena, extensão de uma osteomielite,

disseminação de uma infecção de tecidos moles adjacentes, procedimentos diagnósticos

ou terapêuticos e penetração de agentes a partir de danos causados por punção ou corte.

A cronicidade pode ser devido a uma inabilidade do animal em retirar o agente causador

ou substância, trauma repetido ou inflamação imuno-mediada. Se há danos irreversíveis

na cartilagem ou sinóvia, mesmo que a causa primária da inflamação seja percebida, a

articulação poderá desenvolver uma doença degenerativa (Weisbrode, 2007).

Segundo Nielsen et al., (2005), os microrganismos têm predileção por

membranas serosas e causa infecções com maior freqüência em várias articulações dos

membros. No caso de artrites supurativas, se a bactéria penetrar no animal através de

um ferimento somente uma articulação será envolvida, mas caso o animal esteja com

um foco septicêmico, como infecções uterinas, lesões no casco ou ferimentos causados

por brigas, podem ocorrer o aparecimento da poliartrite (Dewey, 2006).

As bactérias podem chegar a articulação pela inoculação direta, como punção,

chegando a partir de tecidos moles peri-articulares ou por ossos adjacentes

(Weisbrode, 2007). Segundo Straw et al. (2007) esse processo pode ocorrer por uma

invasão bacteriana pelo cordão umbilical ou por um ferimento na pele que pode causar

ainda endocardites e meningites em animais que ainda não se restabeleceram. Isso está

associado também com a higiene do ambiente, pois quanto maior a pressão de infecção,

maior será a susceptibilidade a infecções (Sobestiansky et al., 1999). Outros fatores

predisponentes ao aparecimento da artrite infecciosas são: cortes de cauda (cauda curta),

cortes de dentes realizados de forma errada, com alicates sujos, mal desinfetados e sem

corte ou por desgaste profundo dos dentes com conseqüente abertura do alvéolo

dentário e ferimentos nas gengivas e lábios.

As principais causas de condenações por lesões articulares em suínos de abate

em ordem de incidência são: Osteocondrose, infecção por Erisypelothrix rhusiopathiae,

Mycoplasma hyosynoviae, Streptococcus spp. e as artrites traumáticas ocasionadas pelo

transporte de suínos ao abate (Alberton et al., 2003b, Alberton, 2007a) e com menor

freqüência o Haemophillus spp., Staphyloccocus aureus e Arcanobacterium pyogenes

(Morés e Sobestiansky, 2007).

2 HUENTER, S.E.; McCANCE, K.L. Understanding pathophysiology, ed.2, St. Louis, 2000, Mosby.

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2.2.2.1.1.1. Artrite causada pela Erysipelothrix rhusiopathiae

Erysipelothrix rhusiopathiae (E. rhusiopathiae) é um bacilo gram positivo com

tendência a formar filamentos alongados (Wood et al., 2006). É ubíquo como comensal

ou patogênico em animais, cujo maior reservatório são os suínos (Ruiz et al., 2003).

Essa bactéria pode atingir várias espécies como, por exemplo, cordeiros, aves e

raramente outros animais domésticos (Thompson, 2007). É o agente etiológico de uma

zoonose, o Erisipelóide (Thompson, 2007) e esta infecção é mais comumente associada

à exposição ocupacional com carnes ou peixes contaminados (Romney et al. 2001).

Este microorganismo é o agente causador da Erisipela Suína (ES) e resulta em

enormes perdas econômicas na produção mundial (Takahashi, 1999), afetando animais

desde a creche até terminação (Dewey, 2006). Os animais com idade de 2 meses a 1 ano

e fêmeas prenhas são os mais suscetíveis (Thompson, 2007) e leitões mais jovens são

mais resistentes, pois adquirem imunidade através do colostro

(Sobestiansky et al., 1999).

Do ponto de vista econômico, a artrite é a mais importante manifestação da ES,

pois afeta a taxa de crescimento, mas principalmente, por provocar grandes perdas pela

condenação ou aproveitamento condicional de carcaças durante o abate

(Alberton, 2007). Estima-se que 30 a 50% dos suínos sadios sejam portadores da

E. rhusiopathiae em suas tonsilas ou em tecidos linfóides (Shimoji, 2000). A ES pode

aparecer dentro da criação a partir da ingestão do microrganismo, por contaminação

cutânea, por picadura de moscas infectadas (Thompson, 2007).

A infecção é manifestada pela septicemia subaguda e aguda, bem como por

lesões crônicas proliferativas e não supurativas (Wood et al., 2006). Estes mesmos

autores relatam que animais afetados com artrites crônicas apresentam uma ou mais

articulações afetadas. Nestes casos, ocorre proliferação da membrana sinovial, erosões

da cartilagem articular com formação de pannus, hiperplasia polipóide dos vilos da

sinóvia e severa hiperplasia linfóide, tendo como articulações mais afetadas as do jarrete

e do carpo (Morés e Sobestiansky, 2007).

A artrite é muito comum na ES crônica e nem sempre está associada com sinais

agudos ou subagudos. A sinovite é bem evidente nas articulações maiores, onde ocorre

o aumento volume e da viscosidade do líquido sinovial e hiperemia da membrana

sinovial (Thompson, 2007).

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2.2.2.1.1.2. Artrite causada pelo Mycoplasma hyosynoviae

Os Micoplasmas são bactérias gram negativas e pleomórficas, variando em

forma de pêra, podendo se ramificar ou apresentar formas helicoidais

(Coetzer e Tustin, 2004a). O Mycoplasma hyosynoviae (M. hyosynoviae) é causa

comum de artrite em suínos de abate (Nielsen et al. 2005). Acomete animais em fase de

recria e terminação e provoca atrasos no crescimento, gasto com tratamentos e

condenações de carcaças (Alberton et. al., 2004).

A artrite por M. hyosynoviae é uma doença freqüentemente observada em países

com criação tecnificada (Wallgren, 2004). Este agente foi isolado no Brasil pela

primeira vez por Alberton et al. (2004), em articulações suínas diagnosticadas com

artrite infecciosa. Nielsen et al. (2001) relatam que o isolamento a partir do líquido

sinovial é mais eficiente nos estágios iniciais da doença, porém a infecção pode persistir

até o momento do abate (Alberton et al., 2003a).

O organismo tem predileção por membranas serosas e causa infecção na maioria

das vezes nas grandes articulações (Nielsen et al., 2005), podendo causar artrites em

animais a partir de 4 a 8 semanas, freqüentes também em animais de 3 a 5 meses ou

animais de reposição recentemente introduzidos no rebanho (Ristow, 2007). Este autor

relata que a infecção é do tipo oronasal, dando características de portador aos animais

clinicamente sadios.

A doença clínica ocorre, principalmente, em suínos acima de 3 meses de idade e

em animais de reposição, sendo que a maior prevalência ocorre em animais musculosos

com conformação correta dos membros, havendo variabilidade entre de susceptibilidade

entre as raças. Apresenta morbidade de 5 a 15%, podendo chegar a 50% e mortalidade

baixa, de 2 a 15% (Radostits et al., 2002a).

As artrites causadas por esta bactéria foram caracterizadas por

(Alberton et al., 2003a) pela presença de hipertrofia da membrana sinovial e com

ausência de pannus. Morés e Sobestiansky (2007) classificaram este tipo de artrite com

presença de hiperemia e proliferação da membrana sinovial podendo haver formação de

pannus e alteração focal na cartilagem articular, semelhante à osteocondrose. Relataram

também a presença de líquido sinovial aumentado de volume e serofibrinoso a

serosanguinolento.

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2.2.2.1.1.3. Artrite causada pelo Streptococcus spp.

Os Estreptococos são cocos gram positivos ovóides ou esféricos, anaeróbios

facultativos que, geralmente, ocorrem em correntes podendo apresentar-se em pares ou

sozinhos e apresentam catalase negativa e são fermentadores de açúcar

(Coetzer e Tustin, 2004b).

Infecções por Streptococcus spp. na criação, causam uma grande variedade de

condições supurativas tanto primárias como secundárias (Coetzer e Tustin, 2004b). São

patogênicos, pois produzem varias substâncias extracelulares que têm a capacidade de

aumentar a sua patogenicidade, dentre essas, podem ser encontradas substâncias que

destroem as células fagocíticas, essenciais para a defesa do organismo. Esse grupo de

bactérias é, provavelmente, responsável pelo aparecimento de muitas doenças se

comparado com outros grupos de bactérias (Tortora et al., 2007).

O S. suis é conhecido como um patógeno suíno de significância clínica na

maioria dos países com indústria suinícola (Marois et al., 2007). Nas criações pode

elevar a mortalidade de recém nascidos e desmamados a níveis inaceitáveis, porém a

maior perda ocorre devido aos elevados custos com a medicação e a queda no

crescimento (Penrith e Henton, 2004). Os sorotipos 1 e 2 são os tipo capsulares

envolvidos e responsáveis pela maioria dos surtos epidêmicos em suínos, sendo o

sorotipo 2 o mais prevalente (Radostists et al., 2002b).

São comumente encontrados como comensal em suínos

(Penrith e Henton, 2004), porém são potencialmente patogênicos

(Penrith e Henton, 2004; Thompson, 2007) estando associado a meningites, artrites,

pericardites, septicemia, pneumonia, morte súbita (Staats et al., 1997;

Marois et al., 2007) e infecções em seres humanos (Gottschalk et al., 2007;

Nghia et al., 2008).

Lara et al. (2007) em Santa Catarina e Oliveira (2008) em Mato Grosso,

obtiveram uma prevalência de 55,88% e 14,65%, respectivamente, de S. suis tipo 2 em

tonsilas de suínos portadores. A baixa prevalência encontrada em Mato Grosso pode ser

explicada pelo fato de que o Estado apresenta uma suinocultura mais recente e também

pelo tipo de sistema de criação (ciclo completo), predominante. Hariharan et al. (1992)

avaliaram suínos com lesões articulares, obtiveram isolados de S. suis, particularmente

o sorotipo 2.

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Os achados clínicos mais comuns da infecção por S. suis são a meningite e a

artrite que podem ocorrer isoladas ou associadas. A artrite é caracterizada pelo

espessamento e distensão das cápsulas articulares, claudicação e dor á palpação. Os

animais podem apresentar febre, depressão e evitam locomover-se

(Radostists et al., 2002c). Abscessos ou infecções purulentas são produzidos a partir de

resposta de neutrófilos frente a produtos bacterianos (Coetzer e Tustin, 2004b).

2.2.2.1.1.4. Artrite causada pelo Haemophilus parasuis

O Haemophillus parasuis (H. parasuis) é uma bactéria gram negativa, não

hemolítica, imóvel e nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD) dependente,

comumente encontrada na cavidade nasal de suínos saudáveis (Menin et. al., 2005).

Afeta suínos comprometidos por estresse, com uma freqüência maior em animais entre

5 a 8 semanas de idade, mas também pode afetar suínos de 2 semanas a 4 meses

(Sobestiansky et al., 1999).

Coloniza também o trato respiratório de leitões, logo após o parto, a partir das

matrizes (Reis e Costa, 2008) podendo resultar no aparecimento da Doença de Glässer.

Esta doença está amplamente distribuída em todo o mundo (Sobestiansky et al. 1999). É

responsável por inúmeros prejuízos causados ao produtor pelo elevado número de

animais refugos, entre os sobreviventes (Sobestiansky et al., 1988) e na indústria pela

condenação de carcaças (Sobestiansky et al., 1999).

Tem a capacidade de infectar apenas suínos e pode resultar em doenças

sistêmicas de alta morbidade e mortalidade (Menin et al. 2005). Esta doença é

responsável pelo aparecimento de polisserosites e artrites em suínos jovens

(Rapp-Gabrielson et. al., 2006) e caracterizada por inflamação serofibrinosa das serosas,

podendo ocasionar também pleurites, pericardites, peritonites e meningites, em várias

combinações (Santos e Sobestiansky, 2007).

2.2.2.1.2. Artrite Não Infecciosa

As Lesões degenerativas podem desencadear, na região epifisária, reações

inflamatórias assépticas, principalmente, por áreas de necrose e fraturas no interior da

cavidade articular. São menos freqüentes que as de origem infecciosa, estando

relacionada a intensos processos dolorosos e claudicação (Thompson, 2007).

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O exame microbiológico dessas articulações, geralmente, apresenta-se negativo,

pois a maioria das artrites é asséptica, e as artrites infecciosas são resultado de um

processo crônico onde o agente já se encontra instalado na articulação

(Alberton, 2007c).

Muitas carcaças de suínos são destinadas ao aproveitamento condicional ou para

a condenação total por apresentarem artrite. Essas poderiam ser utilizadas para consumo

humano sem qualquer risco, já que a maioria delas é causada pela OC. Este desperdício

acaba elevando os custos de produção dos frigoríficos e como conseqüência há uma

redução na remuneração destinada aos produtores, determinando a necessidade de

mudança nas descrições das condenações (Althaus et al., 2005).

2.2.2.2. Osteomielite

A osteomielite compreende a inflamação do osso, dos elementos da medula

óssea, do endósteo, do periósteo e dos canais vasculares (Smith et al., 1993), na maioria

das vezes provocada por bactérias (Thompson, 2007) tais como Arcanobacterium

pyogenes e Escherichia coli (Radostits et al., 2002c). É pouco diagnosticada, pois os

animais afetados, geralmente morrem de septicemia antes de suspeitar clinicamente de

osteomielite. Em geral, os ossos não são avaliados durante a necropsia, a menos que os

sinais clínicos apontem para uma desordem esquelética (Thompson, 2007).

Os agentes infecciosos podem entrar no osso diretamente no periósteo: trauma,

cirurgia ou via hematógena (Radostits et al., 2002c; Weisbrode, 2007). Em suínos, as

infecções hematógenas podem ocorrer esporadicamente, associada à onfalite, corte de

cauda ou após a castração (Radostits et al., 2002c); ocorrendo mais comumente em

animais jovens (Weisbrode, 2007).

Nos ossos, as bactérias possuem uma forte predileção por locais

metabolicamente ativos, principalmente na ossificação endocondral epifiseal e

metafiseal (Thompson, 2007). O fluxo sanguíneo nos sinusóides da região metafisária é

lento facilitando a propagação bacteriana. As lesões multifocais são comuns e podem

ser relacionadas à embolia séptica (Radostits et al., 2002c).

Muitas dessas infecções são controladas no estágio inicial, devido a um eficiente

tratamento antibacteriano. Se a infecção não for eliminada, poderá ocorrer a formação

de abscessos metafisários e/ou epifisários (Thompson, 2007).

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O agente infeccioso pode invadir a cavidade medular adjacente, causando

necrose dos tecidos moles e osso trabecular. Estas lesões aparecem como áreas pálidas

discretas, bem demarcadas pela medula óssea vermelha. Ocorre reabsorção do osso

trabecular necrótico, e há proliferação de tecido de granulação em torno desse osso; o

que resulta na separação do tecido viável e do osso necrótico (Thompson, 2007).

De acordo com o tipo, quantidade e intensidade na liberação de mediadores

inflamatórios determinarão a severidade da lesão bem como do estímulo à reabsorção

óssea. As conseqüências de uma resposta inflamatória no interior do osso podem alterar

a estrutura e função dos mesmos (Weisbrode, 2007).

O osso cortical é relativamente poroso em animais jovens e oferece uma

pequena resistência na disseminação de infecções (Thompson, 2007). Baseado na

intensidade da reação inflamatória e a conseqüente formação de edema, ocorrendo um

aumento na pressão interna do osso, ocasionando compressão dos vasos sanguíneos, o

que pode resultar em necrose isquêmica (Weisbrode, 2007).

2.3. Doenças Peri-Articulares

2.3.1. Bursite

A bursite é uma inflamação da bursa, causada pelo excesso de fricção no local

onde as mesmas estão inseridas. Aparecem comumente nas articulações do joelho, na

projeção caudal do tarso, cotovelos, jarrete, articulação femorotibial, ponta do esterno e

tuberosidade isquiática (Barcellos, 2007). Em alguns casos, essas bursas são

encontradas em suínos frente a uma resposta patológica (Gilman et al., 2008), surgindo

abaixo do jarrete em conjunto com as superfícies latero-plantar, plantar e medial dos

membros posteriores, com menor freqüência nos membros anteriores

(Gilman et al., 2008; Thompson, 2007).

Os animais predisponentes para o desenvolvimento da doença são suínos de

rápido crescimento (Muirhead and Alexander, 19973 citado por Mouttotou, et al. 1999)

e os animais de raça despigmentada tais como Large White e Landrace

(Orsi, 19674 citado por Penny e Hill, 1974).

3 MUIRHEAD, R. M.; ALEXANDER, T. J. L. Managing Pig Health and Treatment of Disease. A Reference for the farm, 5M Enterprises, UK, 1997. 4 ORSI, A. The occurrence of swelling of the hock region in withe pork breeds. Moyar Allat Lapja 22, 271-274, 1967.

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Smith et al. (1993)5 citado por Mouttotou et al. (1999) relataram que boa parte

da etiologia das bursites inclui fatores ambientais tais como o tipo, a cobertura e o

aumento do desgaste do piso e o aumento da densidade populacional que tendem a

aumentar a prevalência e a severidade das lesões. Relataram também, o fator da

sazonalidade, pois no inverno a prevalência aumenta em relação ao verão pelo aumento

da densidade, devido à aglomeração dos animais.

Geralmente, as lesões são estéreis, pois são resultantes de agressões ambientais,

mas podem ocorrer contaminações, tendo como as bactérias mais freqüentemente

isoladas os Staphylococcus sp. e Streptococcus sp. (Barcellos, 2007). As lesões podem

permanecer na forma de sacos repletos de líquido ou tornam-se sólidas após a sua total

formação (Mouttotou et al., 1999).

As lesões macroscópicas foram caracterizadas por Barcellos (2007) pela

presença de cápsula espessa com conteúdo líquido de coloração clara que, com a

evolução da doença torna-se turvo ou avermelhado, com presença de fibrina e formação

de tecido de consistência fibrosa.

Por ser tratarem de lesões peri-articulares, pode haver uma confusão entre

bursite e artrite durante a realização do diagnóstico clínico (Barcellos, 2007).

2.3.2. Miosite

O termo miosite significa inflamação do tecido muscular, muitas vezes de difícil

determinação, principalmente se o processo em questão é oriundo de uma resposta

inflamatória clássica ativada no músculo ou se alguns componentes da inflamação são

ativados por algum processo degenerativo (Vleet e Valentine, 2007).

As causas da miosite ainda não estão evidentes exceto em casos em que a

natureza da reação inflamatória é sinalizada por uma resposta supurativa ou

granulomatosa ou quando for um componente de uma infecção sistêmica, sendo o

agente mais freqüente em suínos o Arcanobacterium pyogenes

(Vleet e Valentine, 2007). Pode ser de origem infecciosa (bacterianas, virais, fúngicas

ou parasitárias) e não infecciosas. As miosites bacterianas ocorrem em associação a

áreas do corpo com ferimentos, que sofreram cirurgias, corpo estranho ou com presença

de isquemia (Crum-Cianflone, 2006). Podem ser ainda resultante de um trauma direto

5 SMITH, W. J. A study of adventitious bursitis of the hock of the pigs, DVM&S thesis, University of Edinburgh, UK, 1993

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ou indireto no músculo, ocorrendo como parte de uma síndrome ou de várias doenças

(Radostits et al., 2002c).

Um trauma externo pode ocasionar uma Miopatia Fibrosa, mas pode estar

associada a exercícios físicos excessivos ou de injeções intramusculares

(Radostits et al., 2002c). Às vezes os abscessos musculares (miosite supurativa), podem

ser de origem hematógena, porém, na maioria dos casos é resultante de inoculação, ou

seja, a partir de contaminação cirúrgica ou laceração, ferimentos penetrantes, foco

supurativo extenso em estruturas adjacentes ou injeções contaminadas

(Vleet e Valentine, 2007), sendo que esse último pode levar a uma necrose produzindo a

formação de escaras com fragmentos encapsulados que podem persistir por mais de um

mês, acarretando o aparecimento de tecido cicatricial persistente

(Radostits et al., 2002c), ou pela propagação de uma celulite, fasceíte, tendinite, artrite

ou osteomielite (Valentine e McGavin, 2007).

Pode apresentar-se de duas formas: Miosite Aguda, onde o animal apresenta

grave claudicação, aumento de volume e de temperatura e dor a palpação; e Miosite

Crônica, onde há grande debilidade dos músculos acometidos, sendo difícil a

diferenciação da atrofia muscular de outras causas (Radostits et al., 2002c).

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Capítulo I

Artigo a ser submetido à Revista Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal

Science

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA E MOLECULAR DE LÍQUIDOS ARTICULARES E PERI-

ARTICULARES DE SUÍNOS

Microbiological and molecular evaluation of articles and peri-articles fluids of pigs

Ana Carolina Silva de FARIA1,6 João Xavier de OLIVEIRA FILHO², Daphine Ariadne Jesus de PAULA1, Thaisy AVALHAES3, Marcos de

Almeida SOUZA4, Luciano NAKAZATO2 & Valéria DUTRA1*

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO.

1 Laboratório de Microbiologia Veterinária - UFMT ² Laboratório de Biologia Molecular Veterinária - UFMT ³ Faculdade de Ciências Biológicas - UFMT 4 Laboratório de Patologia Veterinária – UFMT *Autor para correspondência: [email protected]

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AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA E MOLECULAR DE LÍQUIDOS ARTICULARES E PERI-

ARTICULARES DE SUÍNOS.

Microbiological and molecular evaluation of articles and peri-articles fluids of pigs

INTRODUÇÃO

A tecnificação na suinocultura melhorou a produtividade e, conseqüentemente, acarretou problemas ao

aparelho locomotor dos animais. Lesões em cascos, músculos, articulações e ossos ocasionam locais dolorosos

com aumento de volume articular e/ou claudicação (Lopez et al.1), tendo como principais lesões a osteocondrose,

osteocondrite dissecante, artrite, osteomielite, sinovite, bursite, abscessos e as lesões de cascos.

As enfermidades locomotoras causam enormes perdas econômicas em Sistemas Intensivos de Produção

de Suínos – SIPS (Jensen2). Kirk, et al.3 observaram 72% de perdas por doenças relacionadas ao aparelho

locomotor em fêmeas abatidas, justificando a realização de outros estudos, pois os dados da literatura ainda são

escassos.

O diagnóstico dessas enfermidades deve incluir o exame e a monitoria clínica do rebanho para a

caracterização e quantificação do problema locomotor e, posteriormente, a realização de exames laboratoriais

para se estabelecer as medidas de tratamento e/ou controle (Straw4; Sobestiansky; Barcellos 5).

O objetivo desse trabalho foi realizar a avaliação microbiológica e molecular de amostras de líquido

articular e peri-articular de suínos em diversas fases com sinais clínicos de doença locomotora coletadas em

diferentes SIPS no Estado de Mato Grosso.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram coletadas amostras de líquido articular e peri-articular de 115 suínos, no período de junho de

2007 a dezembro de 2008. Foram acompanhados 9 SIPS no Estado do Mato Grosso com diferentes padrões

sanitários. Em cada SIPS foi realizado exame e monitoria clínica do rebanho para a caracterização do quadro

clínico de enfermidade locomotora de acordo com a metodologia de Sobestiansky e Barcellos5, tendo como

critério o aumento de volume articular e/ou claudicação.

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A coleta de conteúdo articular foi realizada com auxílio de agulha e seringa estéreis com prévia

limpeza e antissepsia com álcool iodado. Com relação ao conteúdo peri-articular foi realizado um exame físico

através de palpação e identificação de áreas de flutuação, coletando-se de forma semelhante ao conteúdo

articular.

As amostras foram aliquotadas em microtubos estéreis e posteriormente acondicionadas em caixas

isotérmicas refrigeradas e enviadas ao Laboratório de Microbiologia Veterinária e Biologia Molecular

Veterinária. Para o cultivo, foram realizadas semeaduras nos meios Ágar Sangue ovino 7%, Ágar Mac Conkey e

Ágar Sabouraud permanecendo incubadas a 37ºC em aerobiose, com leitura em 24-48 horas. Nos casos de

crescimento de colônias, a identificação foi realizada de acordo com as características morfológicas, bioquímicas

e tintoriais (Quinn et al.6).

A extração de DNA foi realizada em 200µ de líquido articular e/ou peri-articular de cada amostra,

utilizando-se altas concentrações de isotiocianato de guanidina. A concentração de DNA e a sua integridade

foram avaliadas por eletroforese em gel de agarose.

A Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) foi realizada para detectar os organismo de difícil

isolamento, tais como Erysipelothrix tonsilarum e Erysipelothrix rhusiopathiae (Yamazaki7), Mycoplasma

hyosynoviae (Ahrens et al.8), Haemophilus parasuis (Angens et al.9), Brucella sp. (Bricker e Halling10) e para a

identificação do Streptococcus suis (Chatellier et al.11) e tipificação do sorotipo 2 (Marois et al.12)

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Das 115 amostras, 48,7% foram positivas para pelo menos um microrganismo através do isolamento

e/ou pela PCR, tendo como microrganismos predominates o Mycoplasma hyosynoviae, Streptococcus spp. e

Arcanobacterium pyogenes (tabela 1).

No isolamento bacteriológico, 45 (39,13%) amostras apresentaram crescimento bacteriano, e 70

(60,87%) foram negativas. Resultado semelhante foi encontrado por Johnston; Doige e Osbornerne13 e

Hariharan et al.14, que obtiveram 38% e 37% de amostras positivas ao isolamento, respectivamente.

Martínez et al.15 realizaram avaliações microbiológicas em 48 suínos a partir das 3 maiores freqüências de

condenação em frigoríficos por lesões articulares e peri-articulares, destas, 42 (87,5%) foram positivas ao

isolamento para um ou mais agentes, sendo esse resultado superior aos encontrado no presente estudo.

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Das 45 amostras positivas ao isolamento, 29 (64,44%) apresentaram apenas uma espécie bacteriana, 8

(17,78%) duas espécies, 6 (13,33%) três espécies e apenas 2 (4,45%) quatro espécies. Este resultado foi inferior

ao encontrado por Hariharan et al.14, onde obtiveram 88% de cultura para apenas um agente.

Foram identificados 71 isolados, sendo os principais agentes Streptococcus spp., A. pyogenes e E. coli.

O agente mais isolado foi o Streptococcus spp. (tabela 1). Hariharan et al.14, encontraram 40% de bactérias

piogênicas inclusive Streptococcus suis. O Streptococcus spp é capaz de causar uma variedade de condições

supurativas, tanto primárias como secundárias (Coetzer; Tustin16) estando associado a doenças em suínos, tais

como meningites, artrites, pericardites, septicemia, pneumonia e morte súbita (Staats et al 17; Marois et al.18).

O Arcanobacterium pyogenes foi o segundo microrganismo com maior freqüência de

isolamento (tabela 1). Martínez et al.16, obtiveram como isolado de maior freqüência Arcanobacterium pyogenes

em 75% dos casos. Este agente é um comensal oportunista de importância econômica na produção animal, por

ser responsável pelo aparecimento de diversas doenças, estando associado a infecções piogênicas envolvendo

pele, articulações e vísceras (Jost et al.19; Jost; Billington20).

A Escherichia coli foi o 3º agente mais isolado (tabela 1). A maioria das cepas de E. coli presentes no

trato gastrintestinal são comensais, no entanto podem causar lesões devido a imunossupressão dos animais

(Nataro; Kaper 21).

A Candida spp. foi isolada em 3 animais (tabela 1) na maternidade e creche (figura 1), sendo uma delas

colônia pura. A presença de isolados somente em animais da maternidade e creche neste estudo é similar ao

descrito em humanos, nos quais neonatos e crianças de até seis meses de idade são mais acometidas devido ao

aumento do suprimento sanguíneo para os ossos e articulações em desenvolvimento favorecendo a infecção pela

levedura (Silveira et al.22;Deshpand et al.23). Durante a coleta, alguns animais apresentavam perfurações na

região articular e peri-articular realizadas pelos funcionários das granjas com objetivo de drenar o líquido ou o

conteúdo dos locais com aumento de volume, provavelmente essas perfurações serviram como porta de entrada

para microrganismos, como por exemplo as enterobactérias.

Também foi realizada a técnica de PCR nas 115 amostras, obtendo-se 23 (20%) amostras positivas para

pelo menos um microrganismo, e 92 (80%) negativas. Das 23 amostras positivas, 12 (56,22%) apresentaram

apenas um agente infeccioso, 6 (30,43%) dois agentes e 1 (4,45%) cinco e seis agentes cada. Dentre os sete

microrganismos avaliados, detectou-se o Mycoplasma hyosynoviae (15), Erysipelothrix tonsillarum (9),

Streptococcus suis (7), Haemophillus parasuis (7), Streptococcus suis tipo 2 (5),

Erysipelothrix rhusiopathiae (1) e Brucella sp. (0).

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Neste estudo não foi encontrado o S. suis na maternidade, e sim outros Streptococcus spp..

Morés; Sobestiansky24 relataram que, geralmente, o Streptococcus suis atinge a fase da maternidade, tendo como

principal porta de entrada a polpa dentária, porém pode ocorrer todas as idades (Sobestiansky et al.25).

O Mycoplasma hyosynoviae está presente em todas as fases de criação e foi o agente mais freqüente em

nosso estudo (figura 1; tabela 1). Nielsen, Nielsen e Friis26, descrevem o M. hyosynoviae como a maior causa de

lesões articulares de suínos na Dinamarca em fase de terminação. Wallgreen27 afirma que este agente é

encontrado principalmente na fase de terminação, porém Lauritsen, et al.28, relataram que animais de 6 semanas

de vida infectados experimentalmente desenvolvem lesões articulares. Neste estudo, o agente foi detectado em

animais com menos de 6 semanas, sugerindo que o animal possa desenvolver lesões antes mesmo de completar

três semanas de vida (maternidade), contrariando os relatos apresentados por Wallgreen27.

O Erysipelothrix rhusiopathiae foi encontrado apenas na recria/terminação com uma baixa freqüência

(figura 1; tabela 1). Este resultado justifica-se pelo fato de que animais com idade entre 2 meses a 1 ano serem

mais suscetíveis (Thompson29), e os leitões mais resistentes, pois adquirem imunidade colostral

(Sobestiansky et al.25). Outro fator seria que a maioria das vacinas comerciais é produzida a partir de bacterinas

capazes de conferir proteção contra a maioria dos sorotipos de E. rhusiopathiae

(Wood; Henderson; Rapp-Gabrielson 30). Das 9 propriedades visitadas, apenas 2 não utilizavam a vacina, o que

provavelmente justifica a baixa freqüência.

Em relação à fase de criação, houve diferença conforme a técnica utilizada. Das 115 amostras, tanto no

isolamento quanto na PCR 35 (30,43%) eram de maternidade (0-21dias), 51 (44,35%) creche (22-65dias), e 29

(25,22%) recria/terminação (66 dias ao abate).

Das 35 amostras da maternidade submetidas ao isolamento bacteriano, 11 (31,43%) foram positivas,

destas, obteve-se 19 isolados. Na creche, das 51 amostras, 14 (27,45%) foram positivas, onde se identificou 18

isolados. Na fase de recria/terminação, das 29 amostras, 20 (69%) foram positivas ao isolamento bacteriano, com

34 isolados.

Das amostras analisadas pela técnica de PCR em diferentes fases de criação, detectou-se na maternidade

2 (5,71%) amostras positivas, 13 (25,49%) na creche e 8 (27,58%) na fase de recria/terminação.

Neste estudo não houve diferença significativa entre machos e fêmeas (tabela 2), ao contrário de

estudos realizados por Morés, et al.31 onde encontraram um maior índice de machos com artrite infecciosa.

Os resultados da avaliação microbiológica e da PCR sugerem um problema infeccioso, porém não se

pode descartar os processos degenerativos em associação (Thompson29).

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CONCLUSÃO

Os principais microrganismos detectados foram Mycoplasma hyosinoviae, Streptococcus spp. e

Arcanobaterium pyogenes, nas diferentes fases de criação utilizando-se o isolamento bacteriano e a PCR.

Boa parte dos animais apresentou lesões de caráter infeccioso sem predileção por sexo. Porém, mesmo

com a presença de lesões infecciosas, não se pode descartar os problemas degenerativos em associação, por se

tratar de animais geneticamente modificados.

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8 AHRENS, P.; KOKOTOVIC, B.; HAGEDORN-OLSEN, T.; FRIIS, N.F. Identification of Mycoplasma hyosynoviae in clinical samples by PCR. In: 11th Congress of the International Organization for Mycoplasmology. Orlando, Florida. Proceedings…IOM Letters, 4, p.38, 1996.

9 ANGEN, O.; OLIVEIRA, S.; AHRENS, P.; SVENSMARK, B.; LESER, T. D. Development of an improved

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10 BRICKER, B.J.; HALLING, S.M. Enhancement of the Brucella AMOS PCR assay for differentiation of

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11 CHATELLIER, S; HAREL, J.; ZHANG, Y.; GOOTTSCHALK, M. DEVRIESE, L.A; BROUSSEAU, R.

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12 MAROIS, C.; BOUGEARD, S. GOTTSCHALK, KOBISCH, M. Multiplex PCR assay for detection of

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13 JOHNSTON, K. M.; DOIGE, C.E.; OSBORNE, A. D. An evaluation of nonsupporative joint disease in slaughter pigs. Canadian Veterinary Journal, v.28, n.4. p.174-180, 1987.

14 HARIHARAN, H.; MACDONALD, J.; CARNAT, B.; BRYENTON, J.; HEANEY,S. An investigation of

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15 MARTÍNEZ, J.; JARO, P. J.; ADURIZ, G.; GÓMEZ, E. A.; PERIS, B.; CORPA, J. M. Carcass

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18 MAROIS, C., LE DEVENDEC, L.; GOTTSCHALK, M.; KOBISCH, M. Detection and molecular typing of Streptococcus suis in tonsils from live pigs in France. The Canadian Journal of Veterinary Research, v.71, p.14-22, 2007.

19 JOST, B.H.; POST, K.W.; SONGER, J.G.; BILLINGTON, S.J. Isolation of Arcanobacterium pyogenes from the porcine gastric mucosa. Veterinary Research Communications, Netherlands, v.26, n.6. p.419-425, 2004.

20 JOST, B.H.; BILLINGTON, S.J. Arcanobacterium pyogenes: molecular pathogenesis of an animal

opportunist. 2005. Journal Antonie van Leeuwenhoek, v.88, n.2. p.87-102, 2005. 21 NATARO, J.P.; KAPER, J.B. Diarrheagenic Escherichia coli. Clinical Microbiology Reviews., v.11, p.

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livestock. 2ªed., South África: Oxford University Press, 2004. vol. 3, p 2074-2075. 28 LAURITSEN, K.T.; HAGEDORN-OLSEN, T.; FRIIS, N.F.; LIND, P.; JUNGERSEN, G. Absence of

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29 THOMPSON, K. Bones and Joints. In: MAXIE, M.; JUBB, K.V.F.; KENNEDY, P. C.; PALMER, N. C.

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52

31 MORÉS, N.; PIEROSAN, R.; AMARAL, A.L.; BARIONI JÚNIOR, W. Fatores de Risco associados com artrites em suínos de abate. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 55, n.2, 2003.

RESUMO

A tecnificação na suinocultura melhorou a produtividade e, conseqüentemente, acarretou problemas ao aparelho

locomotor dos animais. As enfermidades locomotoras são responsáveis por enormes perdas econômicas em

Sistemas Intensivos de Produção de Suínos. O objetivo desse trabalho foi realizar a avaliação microbiológica e

molecular de amostras de líquido articular e peri-articular de suínos em diversas fases com sinais clínicos de

doença locomotora coletadas em diferentes SIPS no Estado de Mato Grosso. Neste estudo, coletou-se amostras

de líquido articular e peri-articular de 115 suínos com a condição clínica de aumento de volume e/ou claudicação

em diferentes fases de criação em nove Sistemas Intensivos de Produção de Suínos no Estado de Mato Grosso

para avaliação microbiológica e molecular. Os resultados do isolamento bacteriano e da PCR demonstraram que

48,7% dos animais apresentaram um ou mais agentes infecciosos como causa dessa condição clínica; no

isolamento, 45 (39,13%) amostras apresentaram crescimento bacteriano e à PCR, 23 (20%) amostras

foram positivas. Os microrganismos identificados com maior freqüência foram Mycoplasma

hyosynoviae, Streptococcus spp. e Arcanobacterium pyogenes. Candida sp. foi isolada em três casos na

maternidade e creche. A freqüência dos microrganismos apresentou variação nas diferentes fases de criação,

sendo o M. hyosinoviae e A. pyogenes mais encontrados na creche e recria/terminação. Erysipelothrix

rhusiopathiae foi detectada com baixa freqüência (0,88%) apenas na fase de recria/terminação. Neste estudo

ficou caracterizado que aproximadamente 50% dos animais são portadores de lesões articulares e peri-articulares

de origem infecciosa, no entanto, não se pode descartar problemas degenerativos em associação.

Unitermos: Suínos, sistema locomotor, artrite infecciosa, PCR, Mycoplasma hyosynoviae

ABSTRACT

The swine technification in improved productivity and consequently led problems to locomotor system of

animals. The locomotor diseases are responsible for enormous economic losses in an intensive production

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system of pigs (SIPS). The aim of this study was to evaluate molecular and microbiological sampling of liquid

articule and peri-article fluids of pigs in various stages with clinical signs of locomotory disease collected in

different SIPS in Mato Grosso State. In this study, samples were collected articular and peri-articular fluids of

115 pigs with clinical conditions of increased volume and / or lameness in different stages of development in

nine SIPS in Mato Grosso State for microbiological and molecular evaluation. The results of bacterial isolation

and PCR showed that 48.7% of the animals had one or more infectious agents as the cause of this clinical

condition; in isolation, 45 (39.13%) samples showed bacterial growth and PCR, 23 (20% ) samples were

positive. The microorganisms most frequently identified were Mycoplasma hyosynoviae, Streptococcus spp. and

Arcanobacterium pyogenes. Candida sp. was isolated in three cases in the maternity and nursery. The

frequencies of microorganisms vary in different stages of creation, and the M. hyosinoviae and A. pyogenes

found in most nursery and growing/finishing. Erysipelothrix rhusiopathiae was detected with low frequency

(0.88%) only during the growing/finishing. In this study was characterized that approximately 50% of animals

are carriers of articular and peri-articular lesions of infection source, however, we cannot discard degenerative

problems in combination.

Uniterms: Pigs, locomotor system, infectious arthritis, PCR, Mycoplasma hyosynoviae

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Tabela 1: Freqüência de microrganismos detectados através do isolamento bacteriano e da PCR em suínos portadores lesões

articulares e peri-articulares no Estado de Mato Grosso, no período de Junho/07 a Dezembro/08.

Técnicas Microrganismos Agentes

infecciosos (%)

I

S

O

L

A

M

E

N

T

O

Streptococcus spp. 14 (12,28)

Arcanobacterium pyogenes 13 (11,40)

Escherichia coli 9 (7,89)

Staphylococcus aureus 8 (7,02)

Staphylococcus intermedius 7 (6,14)

Enterobacter sp. 5 (4,39)

Citrobacter sp. 5 (4,39)

Acinetobacter sp. 4 (3,51)

Candida sp. 3 (2,63)

Staphylococcus hycus 2 (1,75)

PCR

Mycoplasma hyosinoviae 15 (13,16)

Erysipelothrix tonsilarum 9 (7,89)

Haemophilus parasuis 7 (6,14)

Streptococcus suis 7 (6,14)

Streptococcus suis Tipo 2 5 (4,39)

Erysipelothrix

rhusiopathiae 1 (0,88)

Brucella sp. 0 (0)

TOTAL 114 (100)

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Tabela 2: Freqüência de diagnóstico associado ao sexo de suínos portadores de lesões articulares e peri-articulares no Estado de

Mato Grosso, no período de Junho/07 a Dezembro/08.

Resultado / Sexo Machos (%) Fêmeas (%) Total

P 34(47,9)(N/S) 22(50)(N/S) 56

N 37(52,1) 22(50) 59

Total 71(100) 44(100) 115

Legenda: P – Positivos; N – Negativos; (N/S) - Não significativo (P= 0, 826)

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Figura 1: Freqüência (%) de microrganismos identificados de suínos portadores lesões articulares e peri-articulares nas fases de

Maternidade, Creche e recria/terminação no Estado de Mato Grosso, no período de Junho/07 a Dezembro/08.

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Capítulo II 1

2

Nota a ser submetida à Revista Ciência Rural 3

4

Avaliação da Resistência antimicrobiana de isolados de amostras de líquido 5

articular e peri-articular de suínos. 6

Evaluation of Antimicrobial resistance profile of isolates from samples of 7

articular and peri-articular fluids of pigs. 8

9

Ana Carolina Silva de FariaI, João Xavier de Oliveira FilhoII, Daphine Ariadne 10

Jesus de PaulaI, Juçara Tinasi de OliveiraIII, João Garcia CaramoriIV, 11

Luciano NakazatoII & Valéria DutraI* 12

13

- NOTA – 14

15

RESUMO 16

17

A elevada demanda de produção de suínos, fez com que o sistema de produção fosse 18

intensificado com emprego de novas tecnologias o que culminou com o aparecimento 19

de diversas doenças relacionadas ao aparelho locomotor. O uso indiscriminado de 20

antimicrobianos em animais tem sido apontado com uma das possíveis causas da 21

seleção de microrganismos resistentes O presente estudo teve como objetivo avaliar a 22

resistência a antimicrobianos em bactérias isoladas a partir de amostras de líquido 23

I Laboratório de Microbiologia Veterinária - UFMT II Laboratório de Biologia Molecular Veterinária - UFMT III Instituto Federal de Tecnologia (IFET – Cáceres) IV Departamento de Ciências Básicas e Produção Animal (DCBPA/FAMEV/UFMT) * Autor para correspondência - E-mail: [email protected].

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articular e peri-articular em suínos com sinal clínico de aumento de volume articular 1

e/ou claudicação. No presente estudo, utilizou-se 41 amostras positivas ao isolamento 2

bacteriano oriundas de animais com essas condições clínica. Foram testados doze 3

antimicrobianos: Amicacina (30µg), Ampicilina (10µg), Amoxicilina + Ácido 4

Clavulânico (30µg), Eritromicina (15µg), Cefalotina (30µg), Gentamicina (10µg), 5

Neomicina (30µg), Nitrofurantoína (300µg), Novobiocina (30µg), Penicilina (10µg), 6

Sulfa+Trimetropim (25µg) e Tetraciclina (30µg). Foi encontrada resistência a maioria 7

dos antimicrobianos, sendo os mais resistentes a tetraciclina e eritromicina. O 8

antimicrobiano mais sensível foi a amoxicilina associada ao ácido clavulânico. 9

A elevada resistência aos antimicrobianos pode estar associada ao uso indiscriminado 10

de antibióticos utilizados no tratamento e no controle de doenças. Porém, pode-se 11

utilizar práticas adequadas de manejo e higiene para prevenir o aparecimento de 12

doenças. 13

14

Palavras-chave: suínos, antimicrobianos, Tetraciclina, Eritromicina, amoxilina+ácido 15

clavulânico 16

17

ABSTRACT 18

19

The high demand for of pigs production, led to the production system was enhanced 20

with the use of new technologies that led to the emergence of various diseases related to 21

the locomotor system. The indiscriminate use of antimicrobials in animals has been 22

identified with one of the possible causes of selection of resistant microorganisms The 23

present study aimed to evaluate the antimicrobial resistance in bacteria isolated from 24

samples of articular and peri-articular fluids in pigs with this clinical signs of increased 25

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volume of joint and/or lameness. In this study, it was used 41 positive samples for 1

bacterial isolation from animals with this clinical condition. Twelve antimicrobials were 2

tested: Amikacin (30µg), ampicillin (10µg), amoxicillin + clavulanic acid (30µg), 3

erythromycin (15µg), cephalothin (30µg), gentamicin (10µg), Neomycin (30µg), 4

nitrofurantoin (300µg), novobiocin (30µg), penicillin (10µg), Sulfa + Trimetropim 5

(25µg) and Tetracycline (30µg). Was found resistant to the most antibiotics, being the 6

most resistant to tetracycline and erythromycin. The antimicrobial more sensitive was 7

amoxicillin associated with clavulanic acid. 8

9

Key words: pigs, antimicrobial, tetracycline, erythromycin, amoxilin + clavulanic acid 10

11

12

Com a elevada demanda de produção de suínos, os métodos de produção 13

intensificaram-se com emprego de tecnologias avançadas ao longo dos anos culminando 14

com o aparecimento de diversas doenças do aparelho locomotor. Nestes sistemas 15

intensivos de produção, o controle de enfermidades com antimicrobianos tem papel 16

fundamental, principalmente aqueles utilizados via ração (SILVA, et al. 2008). O uso 17

indiscriminado de antimicrobianos em animais tem sido apontado com uma das 18

possíveis causas da seleção de microrganismos resistentes (COSTA et al., 2006; 19

MACÊDO, et al., 2007). 20

O presente estudo teve como objetivo avaliar a resistência a antimicrobianos 21

em bactérias isoladas a partir de amostras de líquido articular e peri-articular em suínos 22

com sinal clínico de claudicação e/ou aumento de volume articular. 23

As bactérias isoladas: Arcanobacterium pyogenes (13); 24

Streptococcus spp. (11); Staphylococcus aureus (8); Escherichia coli (8); 25

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Staphylococcus intermedius (7); Citrobacter sp. (5); Enterobacter sp. (5); 1

Acinetobacter sp. (4) e Staphylococcus hyicus (2); foram submetidas ao teste de 2

susceptibilidade aos antimicrobianos pelo método de difusão em ágar Müller Hinton, 3

seguindo a metodologia de BAUER e KIRBY (1966). Foram testados doze 4

antimicrobianos: Amicacina (30µg), Ampicilina (10µg), Amoxicilina + Ácido 5

Clavulâmico (30µg), Eritromicina (15µg), Cefalotina (30µg), Gentamicina (10µg), 6

Neomicina (30µg), Nitrofurantoína (300µg), Novobiocina (30µg), Penicilina (10µg), 7

Sulfa+Trimetropim (25µg) e Tetraciclina (30µg), de acordo com a metodologia 8

modificada de HARIHARAN et al. (1992). 9

Neste trabalho a tetraciclina foi o antimicrobiano com maior nível de 10

resistência (31,5%), seguido pela eritromicina (30,9%) e penicilina (30%). A amoxilina 11

em associação com o ácido clavulânico (17,3%) foi o antimicrobiano que apresentou o 12

menor nível de resistência nas amostras testadas. 13

HARIHARAN et al. (1992), encontraram como antibióticos mais resistentes 14

a Amicacina, Neomicina e Tetraciclina, no entanto, a penicilina foi a droga eletiva para 15

o tratamento de lesões articulares infecciosas, pois foi o agente antimicrobiano mais 16

sensível às bactérias testadas. Em nosso estudo, a Penicilina foi o terceiro 17

antimicrobiano com maior resistência, sugerindo que a utilização deverá ser feita com 18

cautela. 19

A origem desta resistência pode estar associada à utilização de antibióticos 20

na produção suína, principalmente de forma preventiva e curativa (BURCH, 2005), com 21

altos índices de detecção molecular no ambiente de genes de resistência como no caso 22

da tetraciclina e eritromicina (PATTERSON et al., 2006; KOIKE et al 2007). 23

SILVA, et al. (2008), encontraram resistência de 82,3% à tetraciclina, 36% à 24

sulfa/trimetropin, 1% à amoxilina/ácido clavulânico e 1% à amicacina, em amostras de 25

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Escherichia coli isoladas de dejetos de suínos, sendo o perfil semelhante ao descrito 1

neste estudo. 2

A utilização de beta lactâmicos tem apresentado altos níveis de resistência, 3

no entanto a associação de amoxilina com ácido clavulâmico apresentou melhor 4

desempenho como descrito por outros autores devido a sua utilização recente 5

(GEDDES et al, 2007; SILVA et al 2008), porém dessa associação tem sido relatada 6

como resistentes em cepas de enterobacterias como E. coli e Salmonela sp. 7

(HUANG et al., 2009; VARGA et al, 2008) 8

Na atualidade, os antibióticos são utilizados para tratamento de doenças, 9

utilizando doses subterapêuticas na presença de patógenos ou em situações de estresse 10

ou como promotores de crescimento, via água ou ração. No entanto, quando são 11

utilizados dessa forma, os antibióticos podem selecionar bactérias resistentes, 12

principalmente as do trato gastrointestinal (ANDREMONT, 2003). 13

A elevada resistência aos antimicrobianos pode estar associada ao uso 14

indiscriminado de antibióticos utilizados no tratamento e no controle de doenças. Porém 15

pode-se utilizar de práticas adequadas de manejo e higiene para prevenir o aparecimento 16

de doenças. 17

18

REFERÊNCIAS 19

20

ANDREMONT A. Commensal flora may play key role in spreading antibiotic 21

resistance. ASM News. n.69. p.601–607, 2003. 22

BAUER, A. W.; KIRB, E. M. Antibiotic Susceptibility Testing by Standardized Single 23

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hogs. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation. V.4, p.28-30, 1992. 10

HUANG, T.M. et al. Serovar distribution and antimicrobial susceptibility of swine 11

Salmonella isolates from clinically ill pigs in diagnostic submissions from Indiana in 12

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KOIKE, S. et al. Monitoring and source tracking of tetracycline resistance genes in 14

lagoons and groundwater adjacent to swine production facilities over a three-year 15

period. Applied and Environmental Microbiology. v.73, n.15. p.4813-4823. 16

MACÊDO, N.R. et al. Detecção de cepas patogênicas pela PCR multiplex e avaliação 17

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Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.59, p.1117-1123, 2007. 19

PATTERSON, A.J. et al. Mosaic tetracycline resistance genes are widespread in human 20

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p. 1115-1118, 2007. 22

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dejetos suínos em esterqueiras. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e 24

Zootecnia, v.60, n.3, p.762-765, 2008. 25

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Research. v.72, n.2. p.175-180, 2008. 3

4

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64

Tabela 1: Resistência a Antimicrobianos (%) das bactérias isoladas de líquidos articulares e peri-articulares de 1

suínos nas diversas fases de desenvolvimento. 2

3

Legenda: AMI – Amicacina, AMP – Ampicilina, AMC – Amoxicilina+Ác. Clavulânico, CFL – Cefalotina, ERI – Eritomicina, 4

GEN – Gentamicina, NIT – Nitrofurantoína, NEO – Neomicina, NOV – Novobiocina, PEN – Penicilina, SUT – Sulfa+Trimetropin, 5

TET – Tetraciclina. 6

AMI AMP AMC CFL ERI GEN NIT NEO NOV PEN SUT TET

Arcanobacterium pyogenes

61,5 23,3 23 15,39 53,85 30,77 61,52 53,25 30,77 30,77 46,75 30,77

Streptococcus spp. 81,8 45,46 27,28 45,46 90,9 81,8 72,8 72,73 72,8 45,46 72,8 90,9

S. aureus 37,5 25 12,5 50 62,5 25 37,5 37,5 25 87,5 50 87,5

E. coli 62,5 87,5 62,5 75 100 37,5 75 75 100 100 87,5 100

S. intermedius 57,15 57,15 28,58 28,58 57,15 57,15 28,58 28,58 42,86 85,7 42,86 85,7

Citrobacter sp. 40 100 80 100 100 100 80 40 100 100 100 100

Enterobacter sp. 40 100 80 40 100 60 100 40 100 100 100 100

Acinetobacter sp. 50 100 100 75 75 50 75 50 75 100 50 75

S. hiycus 100 100 100 100 100 100 100 50 50 100 50 100

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Capítulo III

Artigo a ser submetido à Revista Pesquisa Veterinária Brasileira

Avaliação microbiológica, molecular e patológica de suínos com aumento de volume

articular e peri-articular e/ou claudicação em Sistemas Intensivos Produção de Suínos

no Estado de Mato Grosso.

Ana Carolina Silva de Faria1,7Marcos de Almeida Souza², João Xavier de Oliveira Filho³,

Fabiana Boabaid4, Raquel Aparecida Sales2, Mayara Inácio Vicenzi da Silva2, Edson Moleta

Colodel2, Luciano Nakazato3, Valéria Dutra1.

ABSTRACT – Faria A.C.S, Souza M.A, Oliveira Filho J.X, Boabaid F., Sales R.A., Silva M.I.V., Colodel E.M., Nakazato L., Dutra V., 2009. [Microbiological, molecular and pathology evaluation of pigs with increased articular and peri-articular fluids and / or lameness in intensive production systems of pigs in Mato Grosso State, Brazil]. Pesquisa Veterinária Brasileira. Departamento de Clínica Médica Veterinária, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade Federal de Mato Grosso, Av. Fernando Corrêa da Costa s/n, Bairro Coxipó, Cuiabá/MT, 78068-900, Brazil. E-mail: [email protected] The main diseases of the locomotor pigs are multifactorial pathogenesis, mainly related to the conditions of management, facilities and the workforce. The aim of this study was to evaluate the article and peri-article of pigs who had clinical increase of articular volume and/or lameness through microbiological, molecular and pathology analysis in pigs from different Pig Production in Mato Grosso State. In each Intensive systems was held for examination and herd monitoring in clinical phases of maternity, nursery and growing/finishing. Members were collected from 43 animals. Microbiological evaluations, molecular (PCR) and pathological (gross and microscopic). In clinical examination 70% of animals showed abnormal walking and lameness. Macroscopic evaluation of articular cartilage was observed mainly: osteocondrose (81.4%), arthritis (39.53%) and hypertrophy of the synovial membrane (37.21%). During the molecular and microbiological evaluation, 29 (72.09%) were positive for at least one infectious agent. On microscopic evaluation, there was the presence OC (72.09%) mostly with different intensities. All areas showed retention of cartilage in the metaphyseal region with not mineralization of the columns of hypertrophic chondrocytes. The articular degenerative processes that are the main problem, being or not related with infectious processes, related to errors in management, installation and for the case of animals of rapid growth. INDEX TERMS: Pigs, locomotor, dysplasia, osteocondrose, arthritis

1 Laboratório de Microbiologia Veterinária - UFMT ² Laboratório de Patologia Veterinária - UFMT ³ Laboratório de Biologia Molecular Veterinária - UFMT 4 Setor de Patologia Veterinária - UFRGS

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RESUMO

As principais enfermidades locomotoras dos suínos são de etiopatogenia multifatorial, relacionadas, principalmente, com as condições de manejo, instalações e de mão de obra. O objetivo deste estudo foi avaliar a região articular e peri-articular de suínos que apresentaram quadro clínico de aumento de volume articular e/ou claudicação através de análise microbiológica, molecular e patológica em suínos oriundos de diferentes Sistemas Intensivos de Produção de Suínos (SIPS) no Estado de Mato Grosso.Em cada SIPS realizou-se exame de rebanho e monitoria clínica nas fases de maternidade, creche e recria/terminação. Foram coletados membros de 43 animais. Foram realizadas avaliações microbiológica; molecular (PCR); e patológica (macro e microscópica). Ao exame clínico 70% dos animais apresentaram andar anormal e claudicação. Na avaliação macroscópica da cartilagem articular observou-se principalmente: osteocondrose (81,4%), artrite (39,53%), e hipertrofia da membrana sinovial (37,21%). Durante a avaliação microbiológica e molecular, 29 (72,09%) foram positivas para pelo menos um agente infeccioso. Na avaliação microscópica, observou-se a presença OC (72,09%) em sua maioria com diferentes intensidades. Todos os animais apresentaram áreas de retenção de cartilagem na região metafisária, caracterizada por não mineralização das colunas de condrócitos hipertróficos. Os que os processos degenerativos articulares são o principal problema, estando relacionados ou não com processos infecciosos, relacionado com erros de manejo, instalação e por se tratarem de animais de rápido crescimento. TERMOS DE INDEXAÇÃO: Suínos, locomotor, displasia, osteocondrose, artrite

INTRODUÇÃO

As enfermidades no sistema locomotor causam um impacto econômico significativo

na suinocultura (HILL, 1990); devido a diversos fatores negativos como a redução no ganho

de peso, problemas reprodutivos, aumento do descarte e no número de condenações em

frigoríficos (BARCELLOS et al., 2008). As principais enfermidades locomotoras dos suínos

estão relacionadas a processos degenerativos e/ou infecciosos

(SOBESTIANSKY et al., 2007), havendo também a possibilidade de uma predisposição

genética (SERENIUS et al., 2001). A etiopatogenia é denominada como multifatorial, sendo

relacionadas principalmente com as condições de manejo, instalações e de mão de obra

(SOBESTIANSKY et al., 2007).

Distúrbios nutricionais e hormonais, alterações circulatórias e fatores genéticos

diminuem à resistência estrutural dos ossos, que em situações de trauma e/ou estresse

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biomecânico podem desencadear as discondroplasias, em especial a osteocondrose (OC)

(THOMPSON, 2007). A OC pode ocorrer no complexo articular-epifiseal (CAE) e/ou placa

epifisária em animais de rápido crescimento. E de acordo com o estágio da lesão, sendo

denominado de osteocondrite dissecante (OCD), quando apresenta fissuras e/ou flaps na

cartilagem articular (WEISBRODE, 2008).

Os processos infecciosos articulares são caracterizados por reação inflamatória,

geralmente aguda, causando aumento de volume e andar anormal (THOMPSON, 2007). Os

microrganismos têm predileção pelos componentes articulares, e causam infecções com

maior freqüência em várias articulações, principalmente as sinoviais (NIELSEN, et al. 2001).

O objetivo deste estudo foi avaliar a região articular e peri-articular de suínos

apresentando quadro clínico de aumento de volume articular e/ou claudicação através de

análise microbiológica, molecular e patológica em suínos oriundos de diferentes Sistemas

Intensivos de Produção de Suínos (SIPS) no Estado de Mato Grosso.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado 06 SIPS de ciclo completo, totalizando cerca de 20.000 mil

suínos, no período de Junho 2007 a Dezembro de 2008 no Estado de Mato Grosso.

Em cada SIPS realizou-se exame de rebanho e monitoria clínica nas fases de

maternidade, creche e recria/terminação de acordo com a metodologia de

SOBESTIANSKY et al. (2007). Tendo como critério clínico o aumento de volume articular

e/ou claudicação.

Foram selecionados 43 animais, independente de sexo, linhagem, idade e/ou fase de

criação, realizada por funcionários de cada SIPS para exame individual e colheita de

amostras para exames laboratoriais. Este exame foi realizado priorizando-se o membro mais

severamente acometido; sendo avaliados e caracterizados quanto a presença de lesões

peri-articulares e/ou articulares. Posteriormente, os mesmos foram previamente

insensibilizados por eletrocussão e eutanasiados por sangria (AASV, 2009).

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Para o exame microbiológico e molecular foram colhidas amostras de líquido e/ou

conteúdo semi-sólido a sólido na região peri-articular e/ou articular; e acondicionados em

seringas, suabes e/ou microtubos estéreis, mantidos sob refrigeração. Posteriormente,

encaminhados ao Laboratório de Microbiologia Veterinária (LMV) para isolamento

bacteriano, empregando-se a metodologia de Quinn et al. (1994); e ao Laboratório de

Biologia Molecular Veterinária (LBMV) para a identificação, através da reação em cadeia da

polimerase (PCR), dos principais agentes responsáveis por infecção articular em suínos:

Streptococcus suis (Chatellier et al., 1998); Streptococcus suis tipo 2 (Marois et al., 2004);

Erysipelothrix rhusiopathiae (Yamazaki, 2006); Mycoplasma hyosynoviae

(Ahrens et al., 1996); Haemophillus parasuis (Angen et al., 2007) e Brucella sp.

(Bricker e Halling, 1995).

Para o exame patológico, os ossos foram seccionados na epífise com serra manual

em seu plano sagital para exame macroscópico da cartilagem articular. Essa avaliação

consistiu no exame de sua superfície e área de corte, obedecendo aos critérios modificados

de KIRK et al. (2008): (1) erosão: diminuição de cartilagem articular; (2) ulceração: ausência

de cartilagem articular, com exposição do osso subcondral, incluindo formação de flaps; (3)

reparação: formação de tecido conjuntivo ou fibrocartilagem; (4) osteófitos: projeções

ósseas na cartilagem articular; (5) retração: protusão da cartilagem articular no osso

subcondral e (6) normal: sem alterações na cartilagem articular. As alterações foram

avaliadas de acordo com a intensidade e o tipo de reação observada: discreta (até 20% de

área da cartilagem articular) e acentuada (acima de 20% de área da cartilagem articular).

A realização do exame histopatológico baseou-se na utilização de fragmentos

ósseos que representassem a cartilagem articular, placa epifisária e osso trabecular

(epifiseal e metafiseal). Esses fragmentos foram acondicionados em formalina tamponada a

10%, e encaminhados ao Laboratório de Patologia Veterinária (LPV). No LPV, procedeu-se

a desmineralização óssea com ácido nítrico a 8%, sendo o processamento histotécnico

realizado de forma específica para os ossos; para avaliação microscópica foram realizadas

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as colorações de Hematoxilina-Eosina (HE) e Tricrômico de Masson

(KAMMERMAN et al., 1992).

RESULTADOS

Durante o exame de rebanho, cerca de 70% dos animais em fase de

recria/terminação apresentaram andar anormal e claudicação; já nas fases de creche e

maternidade apresentaram 40% e 25%, respectivamente.

De acordo com a avaliação macroscópica, pode-se inferir que 35 (81,4%) animais

apresentaram alterações degenerativas (A, B, C, E) na cartilagem articular características de

osteocondrose, e destes, 5 (B) apresentaram lesões características de osteocondrite

dissecante (tabela 1). Na região peri-articular, observou-se abscessos (32,56%),

principalmente na musculatura; e nas articulações observou-se: artrite (39,53%) (prancha

1b); hipertrofia das vilosidades da membrana sinovial (37,21%); espessamento e edema da

cápsula articular (6,98%) e fraturas (6,98%). Sendo que algumas dessas alterações

ocorreram simultaneamente em um mesmo animal.

Tabela 1: Avaliação macroscópica da cartilagem articular de acordo

com critérios de A – F correlacionando com seu

grau de intensidade (discreta a acentuada) em suínos no

Estado de Mato Grosso.

Critérios Animais (%) Discreta (%) Acentuada (%)

A 19 (44,19) 11 (25,58) 8 (18,60)

B 5 (11,63) 3 (6,98) 2 (4,65)

C 7 (16,28) 5 (11,63) 2 (4,65)

D 0 (0) 0 (0) 0(0)

E 4 (9,30) 3 (6,98) 1 (2,33)

F 8 (18,60) - -

Total 43 (100)

Legenda: A: Erosão; B: Úlcera; C: Reparação; D: Osteófito;

E: Retração; F: Normal; Discreto: até 20% e Acentuado: Acima de 20%.

Das 43 amostras submetidas ao isolamento bacteriano e à técnica de PCR, 31

(72,09%) apresentaram pelo menos um agente infeccioso. Na bacteriologia, 29 (67,44%)

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amostras foram positivas ao isolamento, isolando-se 50 colônias, sendo os principais

agentes: Arcanobacterium pyogenes (9), Streptococcus spp.(9) e Escherichia coli (8)

seguidos de Citrobacter sp (5), Enterobacter sp (5), Staphylococcus intermedius (4),

Acinetobacter sp (3), Candida spp (3), Staphylococcus aureus (2) e Staphylococcus hyicus

(2). Na avaliação molecular das 43 amostras, apenas 8 (18,60%) foram positivas,

identificando-se 14 agentes infecciosos, sendo os principais agentes: Mycoplasma

hyosynoviae (5) e Haemophillus parasuis (4), seguidos de Streptococcus suis (2),

Streptococcus suis tipo 2 (2) e Erisipelothirx rhusiopathiae (1).

As principais alterações histológicas observadas foram: OC (72,09%), incluindo

lesões de osteocondrite dissecante; osteomielite (25,58%), caracterizada por infiltrado

inflamatório que variou entre mononuclear, polimorfonuclear e misto (tabela 2) (prancha 1d).

Outras alterações observadas também foram artrose (13,95%), caracterizada a partir da

proliferação de tecido fibrovascular, com presença ou não de infiltrado inflamatório,

associado a ilhas de regeneração de condrócitos sobre a superfície articular; sinovite

(4,65%); bursite (2,32%) e 13,95% foram consideradas normais. Neste estudo verificou-se

que as lesões de osteocondrite dissecante foram caracterizadas por displasia no complexo

articular-epifiseal causando fissuras e áreas de retenção de cartilagem, devido à áreas de

necrose, possuindo ou não microfraturas nas trabéculas epifisárias. Todos os animais

apresentaram áreas de retenção de cartilagem na região metafisária, caracterizada por não

mineralização das colunas de condrócitos hipertróficos (prancha 1e e 1f) variando em

intensidade: discreta (39,53%); moderada (44,19%); e acentuada (16,28%); e com

distribuição: focal (30,23%); multifocal (13,95%); e difusa (55,81%). Também foi observado o

preenchimento do espaço intertrabecular com tecido fibroso em quantidades variáveis entre

os animais, acentuando-se conforme a intensidade da displasia metafiseal. Outras

alterações microscópicas significativas que apresentaram freqüência e intensidade variáveis

foram: irregularidade nas colunas de condrócitos tanto na zona proliferativa quanto

hipertrófica; condrólise e condroclasia; estrias eosinofílicas; áreas de retenção de

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condrócitos hipertróficos, placa epifisária com formato de cone até fraturas fiseais

(prancha 1c); osteonecrose; e microfraturas trabeculares.

Tabela 2: Avaliação microscópica da osteocondrose e da osteomielite

apresentando critérios de determinação de distribuição e

intensidade em suínos no Estado de Mato Grosso.

Lesão N* Caracterização Intensidade N %

OC 31 discondroplasia

Discreto 9 29,03%

Moderado 9 29,03%

Acentuado 7 22,59%

OCD 6 19,35%

Osteomielite 11

Mononuclear (A – D)

Discreto - -

Moderado B 25%

Acentuado A, C, D 75%

Focal B 25%

Multifocal - -

Difuso A, C, D 75%

Polimorfonuclear (E – I)

Discreto - -

Moderado G 20%

Acentuado E, F, H, I 80%

Focal F, I 40%

Multifocal E, G 40%

Difuso H 20%

Misto (J – L)

Discreto - -

Moderado L 50%

Acentuado J 50%

Focal L 50%

Multifocal - -

Difuso J 50%

Legenda: * - (N) Número de animais com lesões; (n) número de animais com

lesões de acordo com sua intensidade

DISCUSSÃO

SOBESTIANSKY et al. (2004) afirmaram que matrizes com 160 a 250 dias de idade

apresentavam cerca de 30% de claudicação acentuada. BARCELLOS et al. (2008),

realizaram exame clínico em 428 matrizes e que apresentaram 90,4% de claudicação,

principalmente relacionada às lesões de cascos. KIRK et al. (2008) relataram rigidez nos

membros anteriores na região do cotovelo, indicativas de lesões de OC e/ou artrose.

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De acordo com SOBESTIANSKY et al. (2004) as principais alterações peri-articulares foram:

hemorragias na musculatura adjacente às articulações; e fraturas completas na região no

colo da escápula, provocadas pela OC. JOHNSTON et al. (1987) descreveram 18 (34,61%)

animais com lesões de artrite infecciosa, caracterizada por erosão/ulceração da cartilagem

articular e hipertrofia das vilosidades sinoviais. Baseado na literatura, há poucos relatos

sobre a parte clínica em relação a claudicação e aumento de volume articular. Os poucos

relatos apresentam uma grande variação de resultados relacionados a este problema,

provavelmente isso se justifique às diferenças de idade, instalações, e de manejos.

JOHNSTON et al. (1987) avaliaram 52 articulações coletadas de carcaças com

poliartropatias em frigoríficos, e destas 21 (40,38%) apresentaram OC.

NAKANO e AHERNE (1992) relataram que 12 (75%) varrões com claudicações

apresentaram OC umeral severa; resultados semilares aos encontrados por Kirk et al.

(2008); ALTHAUS (2004) relatou que, dentre as lesões de OC, havia predominância de

úlcera e flap na cartilagem articular. ALTHAUS et al. (2005) relataram que 70% das artrites

observadas em frigoríficos estão relacionadas a processos não infecciosos;

ARNBJERG (2007) em seu estudo verificou 90% dos animais de terminação com

osteocondrose em avaliação radiográfica. Os resultados de nosso estudo são semelhantes

aos descritos acima, demonstrando que a OC é uma lesão freqüente e importante no

sistema locomotor de suínos, cabe ressaltar que pouco se conhece sobre o impacto da OC

nos aspectos da produtividade.

Na avaliação microbiológica, os resultados encontrados foram superiores aos

apresentados por Johnston et al. (1987) e Hariharan et al.(1992), que obtiveram 38% e 37%

de amostras positivas ao isolamento, respectivamente. Já BUTTENSCHON et al. (1995),

avaliaram 44 amostras de articulações de suínos considerados artríticos coletadas em

abatedouros na Dinamarca, no entanto, cerca de 70% destas foram consideradas estéreis.

Martínez et al. (2007) avaliaram 48 suínos portadores de lesões articulares e peri-articulares

condenados em frigoríficos, obtendo 87,5% de amostras positivas; e que o principal agente

isolado foi Arcanobacterium pyogenes em 75% dos casos. A elevada ocorrência de animais

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com processos infecciosos na região articular e peri-articular neste estudo é explicada por

falhas de manejo, onde é realizado o corte na região articular com aumento de volume para

extravasamento de líquido, abrindo uma porta de entrada para a infecção (prancha 1a). E

em segundo lugar a falta de higiene e sistema contínuo de produção nas instalações das

diversas fases de criação.

ALBERTON (2007); WEISBRODE (2007); THOMPSON (2007); YTREHUS (2004);

KIRKY et al. (2008); WARDALE et al. (1994); NAKANO e AHERNE (1992) relataram

resultados semelhantes aos encontrados em nosso estudo. Os resultados microscópicos

confirmaram os achados macroscópicos, demonstrando que este é um bom parâmetro para

detecção de doenças locomotoras. Baseado nos achados microscópicos é importante

considerar o estágio de evolução da lesão, sem desconsiderar o quadro clínico para a

caracterização e diagnóstico de processos degenerativos e/ou infecciosos. Por outro lado,

GILLMAN et al. (2008), acompanharam 93 granjas com cerca de 6250 animais

apresentando 41,2% de bursite, sendo classificado com de etiologia não infecciosa,

provocada por processos traumáticos relacionados aos tipos de pisos. Os SIPS em nosso

estudo foram caracterizados como instalações de pisos sólidos, no entanto, pouco

abrasivos, provavelmente justificando a baixa ocorrência.

CONCLUSÃO

De acordo com os resultados pode-se inferir que os problemas locomotores possuem

uma freqüência de moderada a acentuada; e que os processos degenerativos articulares

são o principal problema desses SIPS, estando relacionados ou não com processos

infecciosos. Desse modo a manifestação clínico-patológica dos animais deste estudo é

justificada por diversos erros de manejo, instalação e por se tratarem de animais de rápido

crescimento.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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Prancha 1: Imagens macro e microscópicas de membros de suínos com aumento de volume e/ou claudicação.

Legenda: A) Membro anterior suíno, aumentado de volume com inúmeras perfurações para drenagem de líquido; B) Articulação femoro-tibial, exsudato fibrino-purulento com discreta hipertrofia de vilosidades da membrana sinovial; C) Placa epifisária, irregularidade em forma de cone, dilatação dos canais cartilaginosos, desorganização das colunas de condrócitos e áreas de fraturas, (hematoxilina e eosina, 20x); D) Placa epifisária, infiltrado inflamatório misto associada a intensa desorganização das colunas de condrócitos, (hematoxilina e eosina, 40x); E) Osso trabecular, falha na mineralização do matriz cartilaginosa – ossificação endocondral (tricrômico de Masson, 20x); F) Trabécula óssea, falha na mineralização da matriz cartilaginosa - ossificação endocondral (tricrômico de Masson, 40x)

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Conclusões Gerais

O presente estudo confirma a importância das enfermidades do sistema

locomotor, e que possuem como principal etiologia fenômenos degenerativos

(osteocondrose) associados ou não a processos infecciosos, provavelmente relacionados

ao rápido ganho de peso, instalações, principalmente com relação ao piso, geralmente

em animais de crescimento/terminação. Os processos infecciosos foram relacionados

principalmente em animais de maternidade e creche, provavelmente ligados a questões

de manejo com recém nascido; No entanto foi constatada uma prática de manejo, onde

se perfurava as articulações com aumento de volume com o objetivo de se drenar

líquidos, criando porta de entrada para agentes infecciosos.

Um dado importante foi o número elevado de antimicrobianos resistentes

provavelmente, resultado do uso indiscriminado de antibióticos utilizados no tratamento

e no controle de doenças, porém, podem ser utilizadas práticas adequadas de manejo e

higiene para prevenir o aparecimento dessas enfermidades.

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ANEXOS 1

2

1. ARTIGO SUBMETIDO À REVISTA CIÊNCIA RURAL 3

4

Prevalência de Streptococcus suis tipo 2 através da técnica de reação em cadeia da 5

polimerase em suínos abatidos no Estado do Mato Grosso. 6

Prevalence of Streptococcus suis type 2 by the polimerase chain reaction in 7

slaughtered pigs in the State of Mato Grosso. 8

9

Ana Carolina S. de FariaI, Daphine A. J. de PaulaI, Maria Cristina da SilvaI, 10

João X. de Oliveira FilhoI, Juçara T. de OliveiraI, Cristiane ChitarraI, Luciano 11

NakazatoI a & Valéria DutraI 12

13

RESUMO 14

Streptococcus suis é um patógeno que a afeta a produção industrial de suínos em 15

todo o mundo. É de extrema importância, pois está associado a doenças em suínos e 16

humanos. O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência do Streptococcus suis 17

tipo 2 em 201 amostras de tonsilas de animais clinicamente sadios a partir da técnica de 18

PCR. As amostras positivas para o S. suis tipo 2 foram submetidas à pesquisa do gene 19

codificador do fator extracelular (ef). Os resultados demonstraram que a prevalência 20

(23,38%) foi maior que outro estudo recentemente realizado no mesmo Estado, 21

demonstrando que a PCR é um método mais sensível em relação ao isolamento 22

bacteriano. Houve baixa ocorrência do gene ef* (1,49%) demonstrando uma grande 23

I – Laboratório de Microbiologia Veterinária, Hospital Veterinário, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), 78060900, Cuiabá, MT. Brasil. a- E-mail: [email protected]

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importância para população analisada, pois cepas negativas são potencialmente menos 1

virulentas que cepas positivas. 2

Palavras-chave: Streptococcus suis tipo 2, PCR, ef, suínos. 3

4

ABSTRACT 5

Streptococcus suis is a pathogen that affects the industrial production of swine 6

worldwide. It is extremely important, because is associated with pigs and humans 7

diseases. The aim of this study was to determine the prevalence of Streptococcus suis 8

type 2 in 201 samples of tonsils from clinically healthy animals by the PCR technique. 9

The samples positive for S. suis type 2 were tested for the gene encoding extracellular 10

factors (ef). The results showed that the prevalence (23,38%) was higher than other 11

recent survey in the State, demonstrating that the PCR is a more sensitive method in 12

relation to the bacterial isolation. There was a low occurrence of ef* gene in samples 13

(1,49%) showing great importance to local swine population, because negative strains 14

are potentially less virulent that positive strains . 15

Key words: Streptococcus suis type 2, PCR, ef, pigs 16

17

INTRODUÇÃO 18

19

O Streptococcus suis é conhecido como um patógeno suíno de significância 20

clínica na maioria dos países com indústria suína intensiva (MAROIS et al., 2007). Este 21

patógeno está associado a doenças em suínos, tais como meningites, artrites, 22

pericardites, septicemia, pneumonia, morte súbita (MAROIS et al., 2007) e infecções 23

em seres humanos (GOTTSCHALK et al., 2007). 24

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Baseado no polissacarídeo capsular, 35 sorotipos foram identificados 1

(1 ao 34 e ½) (CALDERARO et al., 2004; MAROIS et al., 2004; 2

BERTHELOT-HÉRAULT et al., 2005; COSTA et al., 2005; LARA et al., 2007), porém 3

estudos realizados por HILL et al. (2005) demonstraram que o sorotipo 32 e 34 podem 4

ser classificados como Streptococcus orisratti. O sorotipo 2 é o de maior prevalência 5

em muitos países (BOSCO et al., 2000; COSTA et al., 2005; 6

GOTTSCHALK et al., 2007), inclusive no Brasil, principalmente nas regiões sul e 7

sudeste (BARCELLOS et al., 1995; CALDERARO et al., 2004; COSTA et al., 2005; 8

LARA et al., 2007). 9

O habitat natural do S. suis é o trato respiratório superior, particularmente 10

tonsilas e cavidade nasal, bem como o trato genital e alimentar de suínos 11

(ROBERTSON et al., 1989; GOTTSCHALHK & SEGURA, 2000; LUN et al., 2007). 12

S. suis tipo 2 coloniza tonsilas palatinas de suínos clinicamente doentes e sadios, e é 13

transmitido por via nasal e oral (ARENDS et al., 1984). 14

O isolamento de S. suis para a identificação de animais portadores, a partir de 15

tonsilas é difícil devido a alta contaminação desse tecido (MAROIS et al., 2007). 16

Recentemente, tem-se utilizado o teste de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) para 17

melhorar o diagnóstico de animais portadores desta bactéria com maior sensibilidade e 18

especificidade (WISSELINK et al., 1999). 19

Vários fatores de virulência têm sido descritos, tais como a cápsula 20

(SMITH et al., 1999, 2000), “muraminidase-released-protein” (mrp), fator protéico 21

extracelular (ef) (SMITH et al., 1992, 1997), suilisina (NORTON et al., 1999; 22

JACOBS et al., 1996) e adesinas ( DE GREEFF et al., 2002) e tem sido utilizado 23

através da metodologia de vacina reversa como potencial candidatos a vacinas 24

LIU et al. (2008). Amostras de sorotipo 2, positivo para os genes mrp e ef, são 25

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associadas a maior virulência (BAUMS et al., 2007), sendo que outras variantes do 1

gene, ef*, são consideradas menos virulentas ou associadas a infecções em seres 2

humanos (SMITH, et al., 1993). 3

Tendo em vista esses fatores de virulência, o presente estudo objetivou determinar 4

a prevalência do S. suis tipo 2 com a presença do gene fator protéico extracelular (ef) 5

em tonsilas de suínos abatidos no estado do Mato Grosso através da Reação em Cadeia 6

da Polimerase (PCR), que é um método rápido e específico. 7

8

MATERIAL E MÉTODOS 9

10

Foram colhidas 201 amostras de tonsilas de suínos abatidos em três frigoríficos 11

com Serviço de Inspeção Federal, durante os períodos de junho de 2005 a abril de 2008, 12

oriundos de nove municípios de diferentes regiões do estado de Mato Grosso. Esta 13

amostragem foi baseada no programa EPI-Info 3.3.2 (DEAN, 2007), considerando os 14

seguintes parâmetros: número de animais abatidos no Estado durante o ano de 2006 15

(800.000) (ABIPECS, 2006); prevalência estimada de 10,27% (BOSCO et al., 2000); 16

precisão absoluta de 9% e intervalo de confiança de 95%. As tonsilas, uma vez colhidas, 17

foram armazenadas individualmente em sacos plásticos, identificadas e encaminhadas 18

em caixa isotérmica com gelo reciclável ao Laboratório de Microbiologia Veterinária 19

para os devidos processamentos. Para extração de DNA foi utilizado o protocolo 20

descrito por SAMBROOK e RUSSEL et al (2004). 21

Para a técnica de PCR foram utilizados os seguintes pares de oligonucleotídeos 22

iniciadores: 16S-195(s) (CAGTATTTACCGCATGGTAGATAT) e 16S-489(as2) 23

(GTAAGATACCGTCAAGTGAGAA), definido pela seqüência 16S rRNA 24

(CHATELLIER et al., 1998) originando produtos de 294pb; cps2J-s 25

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(GTTGAGTCCTTATACACCTGTT) e cps2J-as CAGAAAATTCATATTGTCCACC), 1

que corresponde ao sorotipo 2, originando produtos de 459pb (MAROIS et al., 2004); 2

(GCTACGACGGCCTCAGAAATC) e (TGGATCAACCACTGGTGTTAC) para o ef 3

(WISSELINK, 1999). Este último origina 626pb, porém, pode também, amplificar 4

produtos com 1278, 1505, 2313, 2537 e 2993pb que determinam cinco variantes do 5

gene que codifica o ef*. 6

A PCR foi conduzida em um volume final de 25 µl. Cada reação conteve 20 ng de 7

DNA, solução tampão para PCR 10X (Tris-HCl 10 mM pH 8,3, KCl 50 mM, MgCl2 8

2,5 mM), 200 µM de cada dNTP, 3 mM de cloreto de magnésio, 1U de Taq DNA 9

polimerase e 25 pmol de cada oligonucleotídeo iniciador. Os testes de PCR para 16S 10

rRNA e cps2J-s foram realizadas em 40 ciclos de desnaturação a 94°C por 30s, 11

anelamento de primer a 60°C por 30s, e extensão a 72°C por 60s e para o gene ef foi 12

realizada em 40 ciclos de desnaturação a 94,8°C por 1 min., anelamento de primer a 13

57°C por 55s, e extensão a 72°C por 2 min e 72ºC por 10 min. Os produtos amplificados 14

foram fracionados em gel de agarose 2% e corado com brometo de etídeo por 1 h a 125 15

V e observados em transiluminador UV. Como marcador foi utilizado Ladder de 16

tamanho molecular padrão 100 pares de base (Eurogentec, Angers, France). 17

18

RESULTADOS E DISCUSSÃO 19

20

Das 201 amostras testadas, 118 (58,70%) amplificaram o gene 16S rRNA. 21

Dentre o total das amostras, 47 (23,38%) amplificaram o gene capsular (cps2j) que 22

corresponde ao sorotipo 2 e, 3 (1,49%) amplificaram o gene que corresponde ao ef. Não 23

foram encontradas amostras positivas para o ef*. 24

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Nos municípios analisados, as porcentagens de amostras positivas para o gene 1

16S rRNA variam de 36,36% a 85,71%. Observou-se que o S. suis tipo 2 está presente 2

em todos os municípios estudados em uma taxa percentual que varia de 16,67% a 60%. 3

O presente trabalho obteve uma prevalência superior à encontrada por 4

OLIVEIRA (2008) em estudo realizado neste mesmo Estado, utilizando-se a técnica de 5

isolamento bacteriano. Essa maior prevalência pode ser explicada devido à dificuldade 6

no isolamento da bactéria estudada, pois o local de colonização do S. suis é 7

muilti-infectado (MAROIS et al., 2007). Outro fator seria a alta sensibilidade e 8

especificidade da técnica de PCR realizada em tonsilas de suínos 9

(WISSELINK, et al., 2002) quando comparada com o isolamento bacteriano na mesma 10

amostra, além do fato de ser muito mais rápida de executar (WISSELINK, et al., 1999). 11

SWILDENS et al. (2005), ao estudar suínos abatidos na Holanda, detectaram 12

18% de amostras positivas para S. suis tipo 2 através da PCR. Na França, MAROIS, et 13

al (2007), utilizando a PCR, encontram S. suis tipo 2 em 71% das tonsilas e 81% de 14

swabs tonsilares de animais clinicamente doentes. Destas mesmas amostras foram 15

realizadas culturas, obtendo-se resultados positivos em 57% e 72%, respectivamente. 16

LARA et al. (2007), descreveram em Santa Catarina (SC) uma prevalência de 17

55,88% em lotes portadores. O resultado é superior ao encontrado no presente estudo. 18

Isso pode ser explicado pelo fato de que SC apresenta uma suinocultura mais antiga 19

(BARCELLOS et al, 1995) e também pelo tipo de sistema de criação (ciclo completo) 20

predominante em Mato Grosso, que é um outro fator a ser considerado já que, segundo 21

OLIVEIRA (2008), isso também influenciaria no nível sanitário do rebanho. 22

MARTINEZ et al. (2003), analisaram amostras de swabs de animais doentes de 23

3 diferentes estados brasileiros. Das amostras isoladas foram detectadas pela técnica de 24

PCR multiplex amostras positivas para o gene ef*. CALDERARO et al. (2004), 25

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encontraram 72,2% de amostras positivas para ef e 20,3% para ef* de amostras 1

brasileiras de S. suis isoladas de 7 diferentes estados também de animais doentes. Esse 2

resultado é bem superior ao encontrado neste estudo, o que pode ser considerado como 3

um fator importante, pois as cepas ef positivas são potencialmente mais virulentas que 4

cepas negativas (GOTTSCHALK & SEGURA, 2000). Outro fator a ser considerado é a 5

diferença de animais estudados, já que neste estudo foram utilizados animais sadios. 6

7

CONCLUSÃO 8

9

A prevalência de S. suis tipo 2 em suínos sadios no Estado de Mato Grosso foi 10

superior a outros estudos realizados, no qual foi utilizado a técnica de isolamento 11

bacteriano, com a presença de amostras positivas para o fator ef em suínos sadios no 12

Estado de Mato Grosso. Isto justifica a realização de outros estudos para detecção de 13

mais fatores de virulência que podem acarretar prejuízos na atividade suinícola. 14

15

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SMITH, H.E. et al. Identification and characterization of the cps locus of Streptococcus 3

suis serotype 2: the capsule protects against phagocytosis and is an important virulence 4

factor. Infection and immunity, v.67, p.1750-56, 1999. 5

SMITH, H.E. et al. The cps locus of Streptococcus suis serotype 2: genetic determinant 6

for the synthesis of sialic acid. Microbial pathogenesis, v.29, p.127-34, 2000. 7

SWILDENS, B. et al. Detection of extracellular factor-positive Streptococcus suis 8

serotype 2 strains in tonsillar swabs of live sows by PCR. Veterinary Microbiology, v. 9

109, p.223-228, 2005. 10

WISSELINK, H.J. et al. Detection of Virulence Strains of Streptococcus suis type 2 11

and Highly Virulent Strain of Streptococcus suis type 1 in Tonsilar Specimes of Pigs by 12

PCR. Veterinary Microbiology, v.67, p.143-157, 1999. 13

WISSELINK, H.J. et al. Multiplex PCR assays for simultaneous Detection of Six Major 14

Serotypes and Two Virulence-Associated Phenotypes of Streptococcus suis in Tonsilar 15

Specimens from Pigs. Journal of Clinical Microbiology, v.40, p.2922-2929, 2002. 16

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2. PROTOCOLO DE EXTRAÇÃO DE DNA – Método Isoticianato de guanidina

1. Reservar 200ml do líquido coletado;

2. Acrescentar 1000ml de tampão de lise e 40ml da suspensão carreadora;

3. Agitar em vortex até total homogeneização;

4. Centrifugar a 10000 rpm durante 4 minutos;

5. Desprezar o sobrenadante;

6. Adicionar 500ml de tampão de lavagem;

7. Agitar em vortex até total homogeneização;

8. Centrifugar a 10000 rpm durante 2 minutos;

9. Desprezar o sobrenadante;

10. Repetir as etapas 6, 7 8 e 9;

11. Adicionar 1000ml de etanol 70%;

12. Repetir as etapas 7,8 e 9;

13. Repetir as etapas 11 e 12;

14. Adicionar 500ml de acetona PA

15. Centrifugar a 10000 rpm durante 2 minutos

16. Desprezar o sobrenadante

17. Secar o pellet em estufa a 37°C durante 20 minutos;

18. Adicionar 150ml de tampão de eluição;

19. Agitar em vortex até total homogeneização;

20. Colocar em banho-maria a 60ºC durante 10 minutos;

21. Agitar em vortex até total homeneização;

22. Centrifugar a 10000 rpm durante 5 minutos;

23. Recolher o sobrenadante;

1.1. PREPARO DAS SOLUÇÕES

Tampão de Lise

- 120gr de Isoticianato de Guanidina;

- 11,2mL de TRIS-HCL 0,1M pH6,4;

- 8,8mL de EDTA 0,5M pH7,5;

- 1mL de Triton x100;

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Tampão de Lavagem

- 120gr de Isoticianato de Guanidina;

- 100mL de TRIS-HCl 0,1M pH6,4;

Solução Carreadora

- 4gr de areia diatomácea;

- 283µl de HCL

- 19,8µl de água

Tampão de Eluição

- 10mM TRIS-HCL pH7,5;

- 1mM EDTA;

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