averbação de Tempo de Serviço Rural (Regime de Economia Familiar) e Conversão1

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Averbação de tempo de serviço rural

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AVERBAO DE TEMPO DE SERVIO RURAL (Regime de Economia Familiar) e CONVERSO

EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESTADO DE....

AUGUSTO, nacionalidade ..., estado civil ..., RG ..., CPF ..., CTPS ..., filiao ..., residente e domiciliado na rua ..., n ..., bairro ..., na cidade de ..., Estado de ..., por meio de seu advogado signatrio, vm respeitosamente presena de Vossa Excelncia propor a presente

AO PREVIDENCIRIA

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, sediado nesta Cidade de ..., na rua ..., n ..., bairro ..., pelos fatos e fundamentos abaixo expostos:

I - DOS FATOS:

O Autor requereu, junto Autarquia Previdenciria, o benefcio de Aposentadoria por Tempo de Servio, com reconhecimento de atividade rural em regime de economia familiar, na condio de segurado especial, bem como o reconhecimento de perodo(s) trabalhados em atividade sujeita a condies especiais, com sua converso em tempo de servio comum que foi indeferido, conforme documentos anexos (documento com dados contendo o perodo de servio rural, localidade e municpio, n de membros da famlia, produtos cultivados, criao de animais espcie e n)O Requerente alega que sempre trabalhou como agricultor, junto com sua famlia em condies de dependncia e colaborao, por ser indispensvel prpria subsistncia do grupo familiar, sem a utilizao de empregados, o que, pela lei, o torna segurado especial perante a Autarquia, possibilitando, assim, a contagem do referido perodo para a concesso da aposentadoria por tempo de servio.Dentre as provas documentais apresentadas, o autor juntou em seu nome e de seus genitores e/ou terceiros, Certido de casamento e ttulo eleitoral, Certificado de Reservista, Certido de nascimento dos filhos, Lembrana da 1 Comunho, Histrico Escolar, Certificado de concluso do curso primrio, a Certido do INCRA, a Escritura Pblica, ficha de scio no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de....., Notas de Produtor Rural, Guias de Recolhimentos do ITR, ....O autor informa ainda os dados sobre o perodo de atividade urbana, cuja data de vinculao ao Regime Previdencirio Urbano/Regime Geral de Previdncia Social se deu em .......... E a data da cessao do ltimo contrato de trabalho ou cessao da ltima contribuio em ...................Informa os dados sobre a atividade especial -Perodo - Profisso - Agente nocivo - Empresa.O requerente junta tambm, Cpia da Carteira de Trabalho e Previdncia Social, Formulrio(s) SB-40 ou DSS-8030, Laudo(s) pericial(is).Informa o nmero e a data do requerimento administrativo e as razes do indeferimento (anexa carta de indeferimento do Benefcio).II - FUNDAMENTOS

No que tange ao tempo de servio rural, exercido em regime de economia familiar, a pretenso do Autor vem amparado no art. 55, 2, combinado com o art. 11, IV e 1, ambos da Lei n. 8.213/91, onde resta assegurado o direito de computar referido tempo de servio rural como tempo de servio, independentemente do recolhimento de contribuies.

Quanto ao (s) perodo (s) em que laborou sujeito a condies especiais sua sade e integridade fsica, sustenta o autor (a) que:1. Trabalhou em atividade profissional especial, elencada nos Decretos n. 53.831, de 25-03-1964 e n. 83.080, de 24-01-1979, o que garante seu cmputo como tempo de servio especial independentemente de laudo pericial at 29-04-1995, data do advento da Lei 9.032, que passou a exigir prova de efetiva submisso aos agentes nocivos; OU2. Trabalhou em atividade que o submetia, de modo habitual e permanente, a algum dos agentes nocivos elencados nos Decretos n. 53.831, de 25-03-1964 e n. 83.080, de 24-01.-979. O enquadramento em tais diplomas perdurou at 05-03-1997, quando passou a ser disciplinado no Decreto 2.172. Por fim, desde 6-5-1999, os agentes nocivos encontram previso no Decreto 3.048. Entende que, pelo menos at o advento da Lei 9.032/95, que passou a exigir prova de efetiva submisso aos agentes nocivos, a comprovao de que seu labor foi especial pode dar-se pela apresentao dos formulrios SB-40 ou DSS-8030.Alega que tem direito adquirido (art. 5, XXXIV, da Constituio Federal) a ver considerado tal perodo como tempo de servio especial, de acordo com a sistemtica vigente poca em que o labor foi executado. Ainda, que tem direito converso de todo o tempo de servio especial em tempo de servio comum, consoante facultado pelo 5 do art. 57 da Lei 8.213/91. Embora tal dispositivo tenha sido revogado pela Medida Provisria n. 1663, de 28-5-1998, em tendo o Congresso Nacional rejeitado tal revogao quando de sua converso na Lei 9.711, de 20 de novembro de 1998, continua sendo vivel a converso.Afirma o Autor que, somando-se o perodo especial convertido em comum, bem como o tempo de atividade rural em regime de economia familiar, ao restante tempo de servio comum, atinge tempo suficiente aposentao por tempo de servio, antes do advento da Emenda Constitucional n. 20, de 15-12-1998, tendo, portanto, direito adquirido ao benefcio de forma proporcional ou integral, consoante disposto em seu art. 3.Caso assim no considere o julgador, afirma que, no mnimo, enquadra-se na regra de transio do art. 9, 1, da Emenda Constitucional n. 20, que resguarda o direito aposentao proporcional queles que antes de seu advento j fossem filiados ao Regime Geral de Previdncia Social.Em ltimo caso, argumenta que lhe assiste direito aposentadoria por tempo de contribuio, nos moldes do art. 201, 7,I, da Constituio Federal.Alm disso, se houver totalizado o tempo mnimo para a aposentadoria integral ou proporcional antes do advento da Lei 9.876, de 26 de novembro de 1999, argumenta ter direito adquirido a ver a renda mensal inicial de seu benefcio calculada pela aplicao do percentual respectivo sobre a mdia aritmtica simples dos 36 ltimos salrios-de-contribuio monetariamente atualizados, integrantes de um perodo bsico de clculo de 48 meses, sem aplicao do fator previdencirio. Tal pretenso esteia-se no art. 6 da Lei 9.876/99, que garante ao segurado que at o dia anterior publicao do diploma tenha cumprido os requisitos para a concesso do benefcio o clculo consoante as regras ento vigentes, isto , de acordo com os art. 29 da Lei 8.213/91, em sua redao original.Por fim, caso no lhe assista direito aposentao, postula a averbao do tempo de servio rural, bem como do tempo de servio exercido mediante condies especiais, com sua converso em tempo de servio comum.

A jurisprudncia no seguinte sentido:"APOSENTADORIA DE TRABALHADOR RURAL - PROVA DO TEMPO DE CARNCIAPROC.: 2000.03.99.040539-2 AC 608335ORIG.: 9900000974 /SPAPTE: Instituto Nacional do Seguro Social - INSSADV: LUIZ CARLOS BIGS MARTIMAPDO: VALDOMIRO APARECIDO MAGRIADV: ANTONIO FLAVIO ROCHA DE OLIVEIRAREMTE: JUIZO DE DIREITO DA 2 VARA DE SANTA FE DO SUL SPRELATORA: JUZA CONV. VALRIA NUNES / SEGUNDA TURMAR E L A T R I OA Exma. Juza Federal VALRIA NUNES (Relatora): Valdomiro Aparecido Magri move a presente ao declaratria com pedido condenatrio visando ao reconhecimento do tempo de servio laborado sem registro em CTPS nas lides rurais no perodo de 30/11/63 a 31/12/1974, sua somatria com o devidamente registrado em carteira, bem como a converso dos perodos laborados em atividade especial, na condio de frentista e faxineiro (fls.27/30), para efeito de concesso do benefcio da aposentadoria por tempo de servio.O MM Juiz a quo julgou procedente o pedido, concedendo a aposentadoria integral por tempo de servio na forma da Lei n. 8.213/91, determinando a incidncia sobre as parcelas vencidas de juros e correo monetria contados a partir da citao. Condenou a autarquia ao pagamento das despesas e da verba honorria fixada em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenao. Iseno das custas. Determinou o reexame necessrio.Apela a autarquia, alegando, preliminarmente, ser a sentena ultra petita, uma vez que no se manifestou sobre o clculo com base nas ltimas 36 contribuies, conforme pedido da parte autora. Alega no haver um incio razovel de prova material a comprovar a atividade rurcola, nem tampouco laudo probatrio da atividade exercida em condies especiais. Pede iseno da verba honorria, que o clculo da correo monetria seja efetuado nos termos da Smula 148 do STJ e que os juros sejam calculados taxa de 6% (seis por cento) ao ano, nos termos da legislao.Com contra-razes, subiram os autos a esta instncia, e, aps distribuio, vieram-me conclusos. o relatrio.VOTOA Exma. Juza Federal VALRIA NUNES (Relatora): A douta deciso recorrida julgou procedente o pedido formulado pelo autor face ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, pleiteando a aposentadoria por tempo de servio.Preliminarmente, o fato de no ter sido especificada expressamente a forma de clculo a ser efetuado no configura sentena ultra petita, pois, por consequncia lgica, o clculo haver de observar a forma vigente poca da implementao dos requisitos legais.O artigo 106 da Lei n 8.213/91 enumera de forma sucinta e simplificada o rol de possibilidades para comprovao de atividade rural, no criando bice a outros meios de prova admitidos pelos nossos Tribunais.Embora referida norma no especifique a natureza de incio razovel de prova material, quer em sua potencialidade, quer em sua eficcia, a prerrogativa de decidir sobre a validade dos documentos e concluir pela sua aceitao, ou no, cabe ao juiz. Qualquer que seja ela e particularmente a escrita, deve levar convico sobre o fato probando, isto , alm de pertencer poca dos fatos, deve fornecer indicaes seguras de que houve o evento que se pretende provar.Nesse passo, verifico que foram juntados aos autos os seguintes documentos: certificado de dispensa de incorporao (fls.30), ttulo de eleitor (fls.30) e certido de casamento (fls.31), constituindo tais documentos, a meu sentir, incio razovel de prova material, estando em consonncia com a prova testemunhal produzida, com validade para suprir eventuais lacunas deixadas pelos documentos juntados.Trago colao ementa de acrdo na esteira de tal entendimento:"PREVIDENCIRIO E PROCESSUAL CIVIL. TEMPO DE SERVIO PRESTADO NA ATIVIDADE RURAL. PROVA TESTEMUNHAL COLHIDA COM AS CAUTELAS DO JUZO.- Ao declaratria via processual adequada para comprovao de tempo de servio.- A prova testemunhal produzida em juzo, com as devidas cautelas, tem a mesma eficcia das demais provas.- Apelao improvida." (1)Verifico do exame dos documentos juntados aos autos que o autor laborou de 30/11/63 a 31/12/74 nas lides rurais sem registro em CTPS, de 01/01/75 a 31/07/76 como frentista, de 02/08/76 a 31/7/79 como faxineiro, de 04/03/96 a 01/10/99 como auxiliar de limpeza, de 01/07/79 a 01/09/95 como autnomo, contribuinte individual, conforme comprovam as cpias de carns de contribuio anexadas aos autos.Trabalhou portanto, como rurcola, trabalhador urbano em atividade comum e em atividade especial.Analisemos primeiramente a atividade rural.Em se tratando de trabalhador rural, o perodo anterior vigncia da Lei n 8.213/91 poder ser computado independentemente do recolhimento das contribuies a ele correspondentes, exceto para efeito de carncia, conforme disposio expressa do artigo 55, pargrafo 2 do citado diploma legal.Com relao ao perodo de carncia de que trata o art. 142 da mesma lei, vinha eu decidindo que o perodo exercido na atividade rurcola anteriormente Lei n. 8.213/91 poderia ser computado independentemente do recolhimento das contribuies previdencirias, em funo da deciso liminar proferida na ADIN n. 1664-4, na qual o Supremo Tribunal Federal afastou a aplicao do inciso IV do art. 96 da Lei n. 8.213/91 quanto ao tempo de servio do trabalhador rural, enquanto estava este desobrigado de contribuir. Sucede que a mencionada ADIN foi julgada prejudicada por perda de seu objeto, em deciso proferida pela Relatora Ellen Gracie aos 20/03/2002 (DJ 04/04/2002), de modo que devo reexaminar a questo, considerando at mesmo a edio da Lei n. 9.528/97, que trouxe alteraes ao artigo 55 da Lei n. 8.213/91 e tomando em considerao tambm o quanto disposto no art. 39, II do mesmo diploma legal.Feitas tais consideraes, concluo que o tempo de servio em atividade rural anterior Lei n. 8.213/91 poder ser computado para efeito de contagem de tempo, mas no pode ser considerado para efeito de carncia, consoante dispe o 2. do art. 55 da Lei n. 8.213/91, norma explicitada no 3. do art. 26 do Decreto n. 3.048/99.O programa de assistncia ao trabalhador rural (PRORURAL), institudo pela Lei Complementar n. 11, de 25 de maio de 1971 era custeado por contribuio devida pelo produtor sobre o valor comercial dos produtos rurais e pelas empresas (art. 15, incisos I e II) e foi esta legislao que instituiu vrios benefcios ao trabalhador rural, exceto a aposentadoria por tempo de servio, benefcio que passou a lhe ser deferido com a edio da Lei n. 8.213/91, de forma que justifica-se a exigncia da referida carncia.Esta Turma firmou, portanto, entendimento no sentido de que o perodo exercido na atividade rural, anteriormente Lei n. 8.213/91, pode ser reconhecido como tempo de servio, mas, para efeito de carncia, h de ser comprovado o recolhimento das contribuies previdencirias antes do advento do mencionado diploma legal, no bastando a mera apresentao do registro em carteira profissional, pois que quela poca a contribuio previdenciria do trabalhador rural no era obrigatria, mas facultativa.O tempo de servio do trabalhador urbano, por outro lado, para efeito de carncia, pode ser comprovado mediante mera anotao em carteira, pois a contribuio previdenciria nesse caso sempre foi compulsria e, mesmo que no tenha havido o recolhimento das contribuies previdencirias pelo empregador urbano, tal fato no invalida o direito contagem do tempo tambm para efeito de carncia, sobretudo porque a obrigao de arrecadar as contribuies, descontando-as em parte da remunerao do empregado, compete exclusivamente ao empregador. Caberia autarquia comprovar eventual falsidade das anotaes contidas na CTPS relativas ao perodo exercido em atividade urbana. Em no o fazendo, restam as mesmas inclumes e aptas formao da convico do magistrado no exerccio de sua funo judicante.In casu, no h como acolher a totalidade do perodo pleiteado, vez que o perodo mais remoto efetivamente atestado com prova documental o ano de 1967, de forma que reconheo como tempo de servio prestado em atividade rural, sem registro em carteira, o perodo de 01/01/67 a 31/12/74, ante o irrefutvel incio de prova material, acrescido da prova testemunhal idnea; tal perodo, embora no podendo ser admitido para efeito de carncia, h de ser considerado para efeito de contagem de tempo.O artigo 142 da Lei n. 8.213/91 outorga as aposentadorias por idade, tempo de servio e especial, desde que o segurado tenha implementado as condies necessrias obteno do benefcio. Essa norma traz tambm uma tabela consistente no ano de implementao das condies e os meses de contribuio exigidos, partindo de 1991 (ano da vigncia da lei) at 2011, quando o segurado completar 180 meses de contribuio.Dessa forma, embora reconhecido o tempo de servio na qualidade de rurcola, para efeito de carncia h de ser observada a tabela inscrita no art. 142 do mesmo diploma legal, de tal forma que na espcie dos autos no h como deixar de considerar a necessidade de cumprimento de uma carncia de 108 meses de contribuies previdencirias, pois a propositura da ao data de 1999, requisito que efetivamente foi cumprido pelo autor, que comprovou nos autos ter vertido aos cofres previdencirios s em carns como contribuinte individual mais de 165 contribuies.No se h de confundir perodo de carncia com perodo de tempo de servio prestado, pois os dois so requisitos distintos para a aposentadoria por tempo de servio, ou seja: tempo mnimo exigido por lei e cumprimento do perodo de carncia nos termos do artigo 142 da legislao de benefcios previdencirios.Veja-se, a propsito, a jurisprudncia do E. Superior Tribunal de Justia:"PREVIDENCIRIO. EMBARGOS DE DECLARAO. INCIO DE PROVA MATERIAL. CERTIFICADO DE RESERVISTA. PERODO DE CARNCIA. TRABALHADOR RURAL. CONTRIBUIO. COMPROVAO. NECESSIDADE. OMISSO. EFEITO INFRINGENTE. ERRO NA APRECIAO DO JULGADO."Lei n. 8.213/91. O tempo de atividade rural anterior a 1991 dos segurados de que tratam a alnea "a" do inciso I ou do inciso IV do art. 11 da Lei n. 8.213/91, bem como o tempo de atividade rural a que se refere o inciso VII do art. 11, sero computados exclusivamente para fins de concesso do benefcio previsto no art. 143 desta Lei e dos benefcios de valor mnimo, vedada a sua utilizao para efeito de carncia, de contagem recproca e de averbao de tempo de servio de que tratam os artigos 94 e 95 desta Lei, salvo se o segurado comprovar recolhimento das contribuies relativas ao respectivo perodo feito em poca prpria. Recebo os embargos para aclarar a deciso no sentido de que no deve ser dispensado o perodo de carncia para a concesso do benefcio de aposentadoria por tempo de servio, resguardado, entretanto, o direito do autor aposentadoria rural por idade." (2)"PREVIDENCIRIO - APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIO - TRABALHADOR RURAL - SEGURADO ESPECIAL - AUSNCIA DE RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIO FACULTATIVA - CARNCIAA concesso da aposentadoria por tempo de servio a trabalhador rural, na condio de segurado especial, est condicionada ao recolhimento das contribuies facultativas Previdncia Social, nos termos do art. 39, II da Lei 8.213/91, no lhe assegurando a percepo do referido benefcio, o recolhimento obrigatrio sobre percentual retirado da receita bruta da comercializao da produo. Recurso no conhecido." (3)Passo ao exame da atividade especial.Passo anlise do tempo de servio em atividade insalubre.At o advento da Lei n.9.032/95 a aposentadoria especial era concedida em virtude do exerccio de atividades profissionais consideradas especiais, conforme classificao inserida nos Anexos I e II do Decreto n. 83.080/79 e Anexo do Decreto n. 53.831/64, os quais foram inclusive ratificados pelo art. 292 do Decreto n. 611/92, que inicialmente regulamentou a Lei n. 8.213/91.A Lei n. 9.032/95 promoveu perniciosa alterao no art. 57 e pargrafos da Lei n. 8.213/91, retroagindo em prejuzo dos segurados, ao suprimir a expresso "conforme atividade profissional", passando a exigir do segurado a apresentao de provas quanto efetiva exposio aos agentes nocivos, bem como das condies especiais prejudiciais sade.O Decreto n. 611, de 21/07/92, manteve a vigncia dos anexos I e II aos referidos Decretos 53.831/64 e 83.080/79 para efeito de concesso de aposentadorias especiais (art. 292), regra que s veio a ser revista a partir da edio do Decreto n. 2.172, de 05 de maro de 1997 e posteriormente com o Decreto n. 3.048, de 06/05/99, cujo art. 70 estabelece:"Art.70. vedada a converso de tempo de atividade sob condies especiais em tempo de atividade comum. nico - O tempo de trabalho exercido at 05/03/97, com efetiva exposio do segurado aos agentes nocivos qumicos, fsicos e biolgicos ou associao de agentes constantes do Quadro Anexo ao Dec. 53.831, de 25/03/64, e do Anexo I do Dec. 83.080, de 24/01/79, e at 28/05/98, constantes do Anexo IV do Regulamento dos Benefcios da Previdncia Social, aprovado pelo Decreto 2.172, de 05/03/97, ser somado, aps a respectiva converso, ao tempo de trabalho exercido em atividade comum, desde que o segurado tenha completado, at as referidas datas, pelo menos 20% do tempo necessrio para a obteno da respectiva aposentadoria, observada a seguinte tabela:.................................................."Portanto, hoje a matria relativa aposentadoria especial encontra-se regulada nos artigos 57 e seguintes da Lei n. 8.213/91, com as alteraes introduzidas pelas Leis n. 9.032/95, n. 9.528/97, n. 9.732/98 e 9.711/98 e respectivo decreto regulamentador n. 3.048/99, que expressamente revogou os Decretos 83.080/79 e 2.172/97 (art.3.).A partir da edio da Lei n. 9.032/95 a concesso da aposentadoria especial passou a depender da comprovao pelo segurado do tempo de trabalho permanente, no ocasional nem intermitente em situaes especiais prejudiciais sade.Lembro a propsito a lio da doutrina, ao tratar do artigo 58 da Lei n. 8.213/91:"A nova redao do caput desse dispositivo, originada pela medida Provisria n. 1.523, de 11 de outubro de 1996, reeditada at ser convertida na Lei n. 9.528/97 apresenta duas inovaes principais: a) o legislador no quis deixar qualquer dvida quanto necessidade de demonstrao das condies especiais impedindo que o simples exerccio de uma determinada profisso - onde se presumia que determinada categoria estaria submetida a agentes insalutferos - pudesse permitir o direito prestao. Agora, a concesso restringe-se apenas aos segurados que demonstrarem a efetiva presena de agentes insalubres, penosos, ou perigosos nas suas atividades, assemelhando-se ao que ocorre na verificao de insalubridade no Direito do Trabalho. Exige-se, ainda, para que a atividade seja classificada como especial, que a freqncia do trabalho submeta o obreiro aos agentes nocivos de forma permanente e habitual (3. do art. 57), ou seja, a exposio a estas condies todos os dias e durante todas as horas. Se a exposio foi intermitente, isto , habitual, todos os dias, mas durante pequenos intervalos, no ser considerada especial. b) Aboliu-se a exigncia de lei, delegando para o Poder Executivo a atribuio de fixar os agentes agressivos cuja efetiva exposio ensejaria o direito de obter a aposentadoria especial." (4)Ante o prncpio da irretroatividade da lei e tambm em obedincia ao aforismo "tempus regit actum", as novas regras, por certo, devem ser aplicadas para o futuro, aplicando-se quanto s aposentadorias especiais hoje requeridas, a regra vigente quando da efetiva realizao do trabalho insalubre, at porque o prejuzo, o dano sade do segurado aconteceu efetivamente quando da realizao do servio insalubre e este fato no pode ser ignorado. Ou como afirma Maria Helena Diniz:"A nova lei s dever incidir sobre os fatos que ocorrerem durante sua vigncia, pois no haver como compreender que possa atingir efeitos j produzidos por relaes jurdicas resultantes de fatos anteriores sua entrada em vigor." (5)Ao estabelecer a distino entre direito adquirido e irretroatividade da lei, salientou Geraldo Ataliba:"Realmente cumpre distinguir a incidncia da lei nova sobre as situaes em curso ("facta pendentia") e sobre as situaes futuras ("facta futura") da retroao, em que a norma regride para o passado atingindo os "facta praeterita".Esquematicamente o tempo pode ser dividido em tres momentos: passado, presente e futuro. A lei que surge em dado instante, o presente, pode, em princpio regular desde esse momento, isto , de agora para o futuro. Segue da que nada tem a fazer com o momento que a precedeu, o qual , para ela, o passado. Seu domnio o do presente e o do futuro.O ocorrido no passado, nele se exaure e ao seu domnio pertence. Assim, os fatos que nasceram no passado e os efeitos deste fato enquanto j passados, so evidentemente inatingveis por uma lei que os suceda. Se algo era liso, legtimo ou protegido em dada poca no pode, logicamente, por fora de regra ulterior, ser desconstitudo da lisura e legitimidade que poca possua. certo que as mesmas situaes podero a partir de um dado instante, o da incidncia da lei nova, deixar de persistir como lisas, legtimas e protegidas. Contudo, aquelas sobre as quais j desceu a cortina do tempo ao momento da incidncia da nova lei pertencem a uma unidade cronolgica vencida e inacessvel ao diploma novo, sob pena de ilogismo do direito e de sua converso na mais rptil e quebradia das garantias". (6)Entendo assim que estamos trabalhando nas fronteiras do direito adquirido e o que interessa como se d a aquisio dos direitos decorrentes de elementos autnomos que se realizaram de forma autnoma e vlida de acordo com a lei anterior ou seja, com fatos iniciados, mas no completados quando a lei nova editada. de todos sabido que o benefcio regido pela lei em vigor no momento em que reunidos os requisitos para sua fruio, mas, em se tratando de direitos de aquisio complexa, a lei mais gravosa no pode retroagir exigindo outros elementos comprobatrios do exerccio da atividade insalubre, antes no exigidos, sob pena de agresso segurana jurdica que o ordenamento jurdico visa preservar.Lembro, a propsito, a lio do insupervel mestre R.Limongi Frana, ao caracterizar o direito aposentadoria como um direito de aquisio sucessiva:"Trata-se, como vimos, daqueles que se obtm mediante o decurso de um lapso de tempo. o caso da prescrio, do direito aposentadoria, da maioridade, etc.No se confundem com os direitos a termo. Nestes ltimos, a perfeio depende da mera incidncia de um evento futuro e certo; naqueles, o direito se adquire dia-a-dia, com o correr sucessivo do prazo.A retroao total, conforme o preceito de Muller, incorreria em ignorar a patrimonialidade do prazo j decorrido. Por outro lado, a aplicao integral da lei antiga (Cdigo francs, art. 3.381) implicaria em considerar adquirido um direito cuja perfeio estava na dependncia de elementos ainda no verificados.A soluo, pois, parece encontrar-se na aplicao imediata da lei, considerando-se vlido o lapso j decorrido, e computando-se o lapso por escoar de acordo com a lei nova. Est isto no apenas de acordo com a lgica jurdica, seno tambm com a regra do efeito imediato, a qual constitui atualmente uma das vigas mestras do nosso sistema de Direito Intertemporal." (7) (grifos meus)A jurisprudncia vem reiteradamente decidindo neste sentido, consoante ementas de acrdos que ora transcrevo:"PREVIDENCIRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. EXPOSIO A AGENTES INSALUBRES. RUDO. PERODO DE TRABALHO ESPECIAL ANTERIOR LEI N.9.032/95 E AO DECRETO N. 2.172/97. TRABALHO PERMANENTE, NO OCASIONAL, NEM INTERMITENTE. DECRETO N. 53.831/64. REQUISITOS. RUDO SUPERIOR A 80 (OITENTA) DECIBIS.A legislao vigente poca do perodo trabalhado sob condies insalubres, Decreto n. 53.831/64, exigia como requisito para aposentadoria especial a exposio a rudo superior a 80 (oitenta) decibis, no especificando se a exposio deveria ser permanente. A permanncia s passou a ser exigida com a edio da Lei n. 9.032/95, a qual s pode produzir os seus efeitos para o futuro, no podendo retroagir, sob pena de malferir a garantia constitucional da irretroatividade das leis.Comprovado o trabalho em condies insalubres, o autor tem direito ao restabelecimento do benefcio, o qual foi concedido levando em considerao o perodo trabalhado sob essas condies.Reduo dos juros moratrios para 0,5% ao ms, a partir da citao.As parcelas em atraso devem ser corrigidas monetariamente nos termos da Lei n. 6.899/81 (Smula n. 148 do STJ), a partir da data em que se tornaram devidas.Apelao e remessa oficial a que se d parcial provimento, to-somente para reduzir os juros moratrios para 6% (seis por cento) ao ano." (8) (grifos meus)"PREVIDENCIRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIO. INEXISTNCIA DE JULGAMENTO EXTRA-PETITA OU ULTRA-PETITA. RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE RURAL E CONVERSO DE TEMPO DE SERVIO ESPECIAL PARA COMUM. USO DE EPI. EMENDA 20/98. JUROS DE MORA. HONORRIOS ADVOCATCIOS. REMESSA OFICIAL.1..................................................2..................................................3..................................................4. At a edio da Lei n 9.032/95, o exerccio da atividade de servente junto PERDIGO SA e a existncia do formulrio SB-40, garantem ao autor o direito de ter o perodo respectivo convertido, eis que, na poca da prestao do servio, a atividade era considerada especial, em conformidade com a legislao vigente.5. Quanto a notcia sobre o uso de Equipamento de Proteo Individual (fl. 38), resta pacfico o entendimento de que o uso do EPI no descaracteriza a nocividade causada ao ser humano, no sendo motivo para se afastar a converso do tempo de trabalhado para o trabalho especial, quando no houver prova de sua real efetividade.6. Ante a documentao acostada aos autos, entendo que merece acolhida o apelo do autor quanto aos perodos indicados no laudo tcnico e SB-40 de fls. 49/54 (documentos no impugnados pelo INSS), haja vista, que restou demonstrada a exposio a agentes nocivos de forma potencialmente danosa sade. Entretanto, cabe ressalvar que a converso de tempo especial para comum s permitida at 28/05/1998, em razo da limitao imposta pela Lei 9.711/98.7. No caso em tela, at a EC 20/98, o autor possua direito adquirido aposentadoria proporcional, referente aos 33 anos, 04 meses e 22 dias de servio completados at 15/12/1998, correspondente ao percentual de 88% do salrio-de-benefcio, restando-lhe ainda, at a DER, 12 meses, alm dos 33 anos necessrios concesso do percentual referido.8. Cabe a parte autora a aposentadoria proporcional no percentual de 88% do salrio de benefcio, em razo dos 33 anos completados at 15/12/1998, no cabendo acrscimos em face dos 12 meses restantes, pelo fato do autor no ter completado a idade mnima de 53 anos, conforme previsto na regra de transio.9. A DIB do benefcio deve ser a data de entrada do requerimento (16/08/1999), computando-se parte autora o benefcio da aposentadoria proporcional, com o pagamento das parcelas vencidas desde a data do requerimento administrativo, atualizadas monetariamente e, acrescidas de juros de mora de 0,5% ao ms, conforme requerido na pea inicial.10. O perodo bsico de clculo dever conter os trinta e seis salrios de contribuies anteriores a 12/98, corrigidos monetariamente at a data da entrada do requerimento administrativo.11. Honorrios advocatcios a cargo do INSS, fixados em 10% sobre o valor da condenao, tendo em vista o entendimento j pacificado neste Tribunal, em causas smeis.12. Sentena submetida a reexame necessrio a teor da Lei n. 9.469/97.13.Recurso Adesivo do INSS improvido.14.Remessa Oficial e Apelao do Autor Parcialmente Providas." (9)"PREVIDENCIRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIO. CONVERSO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM. POSSIBILIDADE. LEI N. 8.213/91, ART. 57 3. E 5..O segurado que presta servio em condies especiais, nos termos da legislao ento vigente, e que teria direito por isso aposentadoria especial, faz jus ao cmputo do tempo nos moldes previstos poca em que realizada a atividade. isso se verifica medida em que se trabalha. Assim, eventual alterao no regime ocorrida posteriormente, mesmo que no mais reconhea aquela atividade como especial, no retira do trabalhador o direito contagem do tempo de servio na forma anterior, porque j inserida em seu patrimnio jurdico. permitida a converso de tempo de servio prestado sob condies especiais em comum, para fins de concesso de aposentadoria.Recurso provido." (10)"PREVIDENCIRIO. ATIVIDADE INSALUBRE. CONTAGEM DE TEMPO. CONVERSO. APOSENTADORIA.A Lei n. 9.711/98, bem como o Decreto n. 3.048/99 resguardam o direito dos segurados converso do tempo de servio especial prestado sob a vigncia da legislao anterior, in casu, o Decreto 53.831/64 at 14/10/1996. Precedentes desta Corte.Recurso especial no conhecido." (11)H, portanto, de ser perquirido se poca em que realizada a atividade laborativa, era a mesma considerada insalubre. Nesse passo, h de ser observado o quadro a que se refere o art. 2. do Decreto n. 53.831/64, que expe uma relao de atividades insalubres, penosas e perigosas, classificando as atividades profissionais segundo agentes nocivos e fornecendo respaldo ao Judicirio no que concerne a prerrogativa de decidir acerca da natureza especial ou no do trabalho desempenhado pelo autor.Nesse sentido, verifica-se que a atividade de frentista de 1975 a 1976 era considerada de natureza especial, em virtude do contato direto com gasolina (cd. 1.2.11 do anexo do decreto 53.831/64 e do anexo IV do decreto 2.172/97).Por outro lado, a atividade exercida como faxineiro no se encontra elencada no rol das atividades especiais, no tendo a parte autora juntado documento que efetivamente comprovasse ser a referida atividade insalubre. Inclusive, o documento acostado aos autos (fls.28/29) foi elaborado sem a presena do INSS, conforme exige a lei, razo pela qual este perodo laborado como faxineiro no pode ser considerado como insalubre.Todavia, apesar do reconhecimento da atividade rural somente a partir de 1967, bem como da atividade insalubre somente exercida na condio de frentista, a somatria do perodo a ser averbado, com o devidamente registrado em carteira e a respectiva converso da atividade especial exercida, alm dos recolhimentos individuais comprovados, todos estes elementos somam mais de trinta anos de servio, o que autoriza a concesso do benefcio da aposentadoria proporcional por tempo de servio, pois que tambm foi cumprida a carncia exigida.Cumpre finalmente esclarecer que as parcelas vencidas do benefcio sero monetariamente atualizadas em funo da legislao de regncia (art.1, II, da Portaria DFSJ/SP n. 92, de 23/10/2001 - DOE de 1/11/2001, Caderno 1 -Parte II, pg. 02/04), observada a Smula n. 8 deste Tribunal, incidindo sobre tais parcelas atualizadas juros de mora de meio por cento ao ms, a partir da citao, de forma decrescente para as parcelas posteriores a tal ato processual e de forma globalizada para as anteriores.Os honorrios advocatcios foram fixados abaixo dos limites fixados pela jurisprudncia da Turma, mas no podem ser alterados mngua de recurso da parte, no se prestando a remessa oficial a prejudicar a autarquia.Diante do exposto, por meu voto, d-se parcial provimento apelao do INSS e remessa oficial para reconhecer a atividade rural exercida pelo autor somente no perodo de 01/01/67 a 31/12/74, bem como para declarar como atividade especial somente o trabalho exercido na condio de frentista (01/01/75 a 31/07/76), concedendo ao autor o benefcio da aposentadoria proporcional por tempo de servio, a ser calculado na forma prevista no art. 53, inciso II da Lei n. 8.213/91. o voto.VALRIA NUNESJuza Federal Convocada (Relatora)--------------------E M E N T APREVIDENCIRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIO. ATIVIDADE RURAL. ATIVIDADE URBANA COMUM E ESPECIAL. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIO. CONVERSO DE ATIVIDADE EXERCIDA EM CONDIES ESPECIAIS. CMPUTO DE TEMPO TOTAL. CONCESSO DO BENEFCIO. CARNCIA CUMPRIDA. REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS.I - A atividade de rurcola sem registro em CTPS resulta comprovada se a parte autora apresentar razovel incio de prova material respaldada por depoimentos testemunhais idneos. Invivel o reconhecimento de todo o perodo exposto na exordial em face da ausncia de provas.II - O perodo de trabalho rural, anteriormente vigncia da Lei n. 8.213/91, deve ser computado para efeito de tempo de servio, mas no pode ser considerado para efeito de carncia (Lei n. 8.213/91, art. 55 2.), uma vez que poca o recolhimento das contribuies previdencirias no era compulsrio, mas facultativo.III - O perodo de trabalho como rurcola somente poder ser considerado para efeito de carncia (Lei n. 8.213/91) se o segurado comprovar o recolhimento das contribuies previdencirias facultativas.III- de natureza especial a atividade do segurado que trabalhou em contato direto com gasolina (cd. 1.2.11 do anexo do decreto 53.831/64) de 1975 a 1976, entendimento cristalizado pela Smula 212 do STF, sendo aplicvel ao exame da matria a legislao vigente quando da efetiva realizao do trabalho insalubre.IV - A Lei n. 9.711/98 (art.28), bem como o Decreto regulamentador n. 3.048/99 (art.70 nico) resguardam o direito adquirido dos segurados de terem convertido o tempo de servio especial prestado sob o imprio da legislao anterior em comum at 28/05/98, observados, para fins de enquadramento, os Decretos ento em vigor poca da prestao do servio.V - As novas exigncia impostas pelos arts 57 e 58 da Lei n. 9.032/95 s podem valer para o futuro, ante o princpio da irretroatividade da lei mais gravosa e tambm em obedincia ao aforismo "tempus regit actum".VI - Cumprido o perodo de carncia em face do perodo devidamente registrado como trabalhador urbano em CTPS (Lei n. 8.213/91, art.142), somado aos recolhimentos como contribuinte individual comprovados nos autos.VI- A ausncia de recolhimento das contribuies previdencirias do trabalhador urbano com registro em CTPS irrelevante, sobretudo porque a obrigao de arrecadar as contribuies, descontando-as da remunerao do empregado do empregador.VII- A parte autora faz jus concesso do benefcio de aposentadoria proporcional por tempo de servio, uma vez demonstrado o implemento dos requisitos legais.VIII - Apelao e remessa oficial parcialmente providas.ACRDOVistos, relatados e discutidos os autos em que so partes as acima indicadas, ACORDAM os integrantes da 2 Turma do Tribunal Regional Federal da 3 Regio, por unanimidade, em dar parcial provimento remessa oficial e apelao do INSS, na conformidade da Ata de Julgamento e nos termos do voto da Juza Federal Convocada Relatora.So Paulo, 16 de setembro de 2002. (Data do julgamento)VALRIA NUNESJuza Federal Convocada (Relatora)------------NOTASTRF 5 Regio, AC n. 9605290561/RN, Rel. Juiz Nereu Santos, 3 Turma, j.: 29/10/1998, DJU : 20/11/1998 pg : 1060)EDRESP 256846/SP, STJ, 5 Turma, Relator Ministro Jos Arnaldo da Fonseca, j. 22/05/2001, v. u., DJ 13/08/2001, pg. 210.RESP n. 232746/RS, STJ, 5 Turma, Relator Ministro Jorge Scartezzini, j.02/12/99, v. u DJ 14/02/2000, pg. 67.Daniel Machado da Rocha e outro in "Comentrios Lei de Benefcios da Previdncia Social", Livraria do Advogado Editora, Porto Alegre, 2000, pg. 213.Lei de Introduo ao Cdigo Civil Brasileiro Interpretada, Ed. Saraiva, 2 edio, 1996, pg. 178."Iseno e Subveno Distino entre os institutos - irretroatividade da lei - direito adquirido", RT-508, pgs. 49/62."A irretroatividade das leis e o direito adquirido", Ed. RT, 1982, 3 edio, pgs.232/233.AC n. 3800033993-9/98/MG, TRF 1 Regio, Primeira Turma, Relator Juiz Antonio Savio de Oliveira Chaves, j. 24/04/2001, DJ 16/07/2001, pg.35.AC n. 384103, TRF 4 Regio, Quinta Turma, Relator Juiz Marcos Roberto Arajo dos Santos, j. 25/06/2001, v. u., DJ 11/07/2001, pg.373.STJ, REsp. n. 425.660, Relator Ministro Felix Fischer, 5 Turma, ,j. 11/06/2002, v.u., DJ 05/08/2002, pg. 407.STJ, Resp. n. 313.089, Relator Ministro Fernando Gonalves, 6. Turma, j. 16/05/2002, v. u., DJ 10/06/2002.

III - MEDIDA CAUTELAR

Caso haja urgncia na prestao jurisdicional (concesso do benefcio), elencar os motivos e juntar os documentos comprobatrios da urgncia alegada, tais como, CTPS comprovando o desemprego, Atestado Mdico, Idade avanada - documento que comprove, Outros: ....No que se refere data de incio do benefcio, dever reger-se pelo disposto no art. 54 da Lei 8.213/91.

IV - DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:1) A condenao do INSS a:a) averbar como tempo de servio rural do Requerente, em regime de economia familiar, na condio de segurado especial, o perodo de ....;b) averbar em favor do Requerente, o (s) perodo (s) de ...., como laborados em condies especiais, convertendo-o(s) em tempo de servio comum;c) conceder ao () autor (a) o benefcio de:c.1) aposentadoria integral por tempo de servio ou contribuio, acaso compute pelo menos 35 (trinta e cinco) anos de servio (se homem) ou 30 (trinta) anos (se mulher); OU, alternativamente,c.2) aposentadoria proporcional por tempo de servio, acaso compute mais de 30 (trinta) e menos de 35 (trinta e cinco) anos de servio (se homem) ou compute mais de 25 (vinte e cinco) e menos de 30 (trinta) anos de servio (se mulher);d) calcular a renda mensal inicial do benefcio calculada pela aplicao do percentual respectivo (correspondente aposentadoria proporcional ou integral) sobre a mdia aritmtica simples dos 36 ltimos salrios de contribuio monetariamente atualizados, integrantes de um perodo bsico de clculo de 48 meses, sem aplicao do fator previdencirio (art. 29 da Lei 8.213/91, em sua redao original);e) pagar as parcelas vencidas e vincendas, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais moratrios, incidentes at a data do efetivo pagamento, correspondentes, atualmente, a R$ ....;2) A citao do Instituto Nacional do Seguro social - INSS, bem como sua intimao para que, at a audincia de tentativa de conciliao, junte aos autos o processo administrativo;3) A concesso do benefcio da assistncia judiciria gratuita por ser o (a) autor(a) pobre na acepo legal do termo;Testemunhas arroladas:1. _______________________________________2. _______________________________________3. _______________________________________

Termos em que, estando ciente de que os valores postulados perante este MM. Juzo Especial Federal Previdencirio no poder exceder a sessenta (60) salrios mnimos e, dando-se causa o valor de R$......Termos em que,Pede deferimento.

(local)......., (data)..... de .... de ....

Advogado OAB