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 A vivamento na África do Sul (relato verbal compilado em livro) por Erlo Stegen CONVERSÃO E CHAMADA PARA O MINISTÉRIO Quando Deus me chamou para pregar o Evangelho, eu não quis obedecer. Era algo difícil para mim, porque eu tinha outros ideais. Eu não conseguia entender alguns rapazes da minha idade – e acredito que eles também não podiam me entender. Quando eles saíam para namorar, eu dizia: "não consigo entendê-los; prefiro ganhar di nheiro". Assim, eles saíam, visitavam as garotas e eu me ocupava em ganhar dinheiro. Dinheiro valia mais que garotas para mim. Eu dizia "primeiro vou ganhar dinheiro e o resto virá depois". Havia um pregador excelente em nossa Igreja. Ele pregava melhor que todos os outros pregadores que eu conhecia. Naquela época, eu e meus irmãos costumávamos levar nossos chicletes e bombons para a Igreja e quando o pastor começava a pregar, nós caíamos no sono, ou chupávamos nossas balas. Mas quando este pregador veio, nós não sentíamos vontade de dormir. Ele pregava muito bem e seus sermões eram muito interessantes e, devo dizer, muito breves – e era isto que nós gostávamos. Por exemplo, na época da Páscoa, quando havia as competições em Pietermaritzburg, nós íamos ter com ele e lhe pedíamos: "nós gostaríamos de ir a Pietermaritzburg para as corridas, será que o senhor não podia pregar um sermão bem curto?" E ele então pregava por 10 a 15 mi nutos e nós dizíamos; "este é o tipo de pregador que gostamos". Aquele pastor sul-africano, todavia, era infeliz, apesar de ser um homem brilhante. No seminário na Europa, onde estudou, fora o primeiro a conseguir resultados tais como nenhum outro havia conseguido antes. Foi o primeiro e talvez também o último. Um homem brilhante, porém, sem paz no seu coração. Jesus estava na sua mente, mas não no seu coração. Ele imaginou que, tornando-se um pregador, estudando e conhecendo Grego, Hebraico e Latim, e tendo muitos conhecimentos, ficaria satisfeito, e este problema seria resolvido Desta forma, foi para a Europa com o propósito de estudar. Estudou muito tempo. Descobriu, porém, que apesar de tudo não tinha paz. Então pensou em voltar para a África, tornar-se um missionário e pregar o Evangelho. Seus professores não podiam entender este desejo "V ocê vai voltar para África? África não precisa de um homem assim. V ocê deve ficar na Europa. V ai desperdiçar seus talentos se for para África. O que vai fazer lá? " Ele então respondeu que tinha muitas bananas na África do Sul e que vinha tentar aprumá-las (porque bananas são curvas e não se endireitam). "É um caso perdido", diziam seus professores. Assim ele voltou para a África do Sul e começou a pregar o Evangelho. Mas descobriu que isto não o satisfazia. Então pensou, "devo me esforçar mais no meu trabalho". Começou a pregar e a trabalhar muitíssimo, como poucos pastores trabalham. Consequentemente, as autoridades da Igreja disseram, "Ele é bom demais para ser um missionário entre os negros; ele precisa de uma Igreja de brancos". Foi assim que ele se tornou nosso pastor. Aquele homem trabalhava tanto, que seu corpo não podia mais aguentar. Por fim foi ao médico. Este médico era um judeu descrente. Quando o pastor apareceu em seu consultório disse-lhe: "É estranho que vocês, cristãos, sejam pessoas tão nervosas. O que eu noto entre vocês, é que parecem ter medo da morte. Se pudessem fugiriam dela. Não entendo; sou um  judeu, não creio que Jesus é o Messias – mas vejo que vocês, cristãos, temem a morte, po is mesmo antes de haver a lgo errado em vossos corpos, correm para o médico buscando ajuda, com medo de morrer". Esse pregador voltou para sua casa, envergonhado do que o médico judeu lhe falara. E disse à sua esposa. "O médico disse que eu devia parar de pregar por algum tempo, dar uma pausa completa, ter repouso, doutra forma, terei uma crise nervosa". E continuou, "mesmo que tenha que percorrer o mundo todo, acredito que deve haver uma pessoa que me possa ajudar ". Ele ouviu falar de um evangelista. Na verdade ele o desprezava, mas devido à sua grande necessidade estava disposto a ir mesmo até àquele homem, de quem ouvira falar muita coisa ruim. E assim, partiu e o encontrou em Pretória. Quando conversou com ele sobre teologia, ficou desapontado! Percebeu que não conhecia Grego muito bem e que o seu Hebraico era pior ainda. E pensou, "O que tem este homem para me dizer? Ele não tem qualquer preparação! E sou um teólogo, um dos mais eruditos. Este homem não pode me ajudar ". Mas aquele homem tão simples podia orar. E disse, "V amos nos ajoelhar e orar". E orou, "Oh, Senhor Jesus, peço que permitas que tua luz irrompa". Nosso pastor nos disse que quando eles estavam ajoelhados, "a luz irrompeu". E pela primeira vez em sua vida, ele abriu seu coração para o Senhor Jesus e pediu que Ele entrasse. Ass im, aquele milagre aconteceu em sua vida. Ele voltou e sua pregação era diferente, sua vida era diferente. E Deus começou a trabalhar em nossos corações também. Lembro-me que um dia quando, na Igreja, eu estava começando a ficar consciente de alguns pecados em minha vida. Éramos 5 irmãos. Nossos pais nos forçavam a i r à Igreja e eu dizia, "quando crescer jogarei tudo isto fora". Mas, Deus em sua graça, entrou em minha vida antes que eu crescesse. Eu me consciencializei que precisava de Jesus porque íamos à Igreja; mas antes mesmo de chegarmos a casa, já havíamos discutido no caminho. Eu sabia que havia pecado, pois havia discutido com meus

Avivamento Africa Do Sul

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relato oral sobre o avivamento na africa

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  • Avivamento na frica do Sul(relato verbal compilado em livro)

    por

    Erlo Stegen

    CONVERSO E CHAMADA PARA O MINISTRIO

    Quando Deus me chamou para pregar o Evangelho, eu no quis obedecer. Era algo difcil para mim, porque eu tinha outros ideais. Eu no conseguia entender alguns rapazes da minha idade e acredito que eles tambm no podiam me entender. Quando eles saam para namorar, eu dizia: "no consigo entend-los; prefiro ganhar dinheiro". Assim, eles saam, visitavam asgarotas e eu me ocupava em ganhar dinheiro. Dinheiro valia mais que garotas para mim. Eu dizia "primeiro vou ganhar dinheiro e o resto vir depois".

    Havia um pregador excelente em nossa Igreja. Ele pregava melhor que todos os outros pregadores que eu conhecia. Naquela poca, eu e meus irmos costumvamos levar nossos chicletes e bombons para a Igreja e quando o pastor comeava a pregar, ns caamos no sono, ou chupvamos nossas balas. Mas quando este pregador veio, ns no sentamos vontade de dormir. Ele pregava muito bem e seus sermes eram muito interessantes e, devo dizer, muito breves e era isto que ns gostvamos. Por exemplo, na poca da Pscoa, quando havia as competies em Pietermaritzburg, ns amos ter com ele e lhe pedamos: "ns gostaramos de ir a Pietermaritzburg para as corridas, ser que o senhor no podia pregar um sermo bem curto?" E ele ento pregava por 10 a 15 minutos e ns dizamos; "este o tipo de pregador que gostamos". Aquele pastor sul-africano, todavia, era infeliz, apesar de ser um homem brilhante. No seminrio na Europa, onde estudou, fora o primeiro a conseguir resultados tais como nenhum outro havia conseguido antes. Foi o primeiro e talvez tambm o ltimo. Um homem brilhante, porm, sem paz no seu corao. Jesus estava na sua mente, mas no no seu corao. Ele imaginou que, tornando-se um pregador, estudando e conhecendo Grego, Hebraico e Latim, e tendo muitos conhecimentos, ficaria satisfeito, e este problema seria resolvido Desta forma, foi para a Europa com o propsito de estudar. Estudou muito tempo. Descobriu, porm, que apesar de tudo no tinha paz. Ento pensou em voltar para a frica, tornar-se um missionrio e pregar o Evangelho.

    Seus professores no podiam entender este desejo "Voc vai voltar para frica? frica no precisa de um homem assim. Voc deve ficar na Europa. Vai desperdiar seus talentos se for para frica. O que vai fazer l? " Ele ento respondeu que tinha muitas bananas na frica do Sul e que vinha tentar aprum-las (porque bananas so curvas e no se endireitam). " um caso perdido", diziam seus professores.

    Assim ele voltou para a frica do Sul e comeou a pregar o Evangelho. Mas descobriu que isto no o satisfazia. Ento pensou,"devo me esforar mais no meu trabalho". Comeou a pregar e a trabalhar muitssimo, como poucos pastores trabalham. Consequentemente, as autoridades da Igreja disseram, "Ele bom demais para ser um missionrio entre os negros; ele precisa de uma Igreja de brancos". Foi assim que ele se tornou nosso pastor.

    Aquele homem trabalhava tanto, que seu corpo no podia mais aguentar. Por fim foi ao mdico. Este mdico era um judeu descrente. Quando o pastor apareceu em seu consultrio disse-lhe: " estranho que vocs, cristos, sejam pessoas to nervosas. O que eu noto entre vocs, que parecem ter medo da morte. Se pudessem fugiriam dela. No entendo; sou um judeu, no creio que Jesus o Messias mas vejo que vocs, cristos, temem a morte, pois mesmo antes de haver algo errado em vossos corpos, correm para o mdico buscando ajuda, com medo de morrer". Esse pregador voltou para sua casa, envergonhado do que o mdico judeu lhe falara. E disse sua esposa. "O mdico disse que eu devia parar de pregar por algumtempo, dar uma pausa completa, ter repouso, doutra forma, terei uma crise nervosa". E continuou, "mesmo que tenha que percorrer o mundo todo, acredito que deve haver uma pessoa que me possa ajudar ".

    Ele ouviu falar de um evangelista. Na verdade ele o desprezava, mas devido sua grande necessidade estava disposto a ir mesmo at quele homem, de quem ouvira falar muita coisa ruim. E assim, partiu e o encontrou em Pretria. Quando conversou com ele sobre teologia, ficou desapontado! Percebeu que no conhecia Grego muito bem e que o seu Hebraico era pior ainda. E pensou, "O que tem este homem para me dizer? Ele no tem qualquer preparao! E sou um telogo, um dos mais eruditos. Este homem no pode me ajudar ". Mas aquele homem to simples podia orar. E disse, "Vamos nos ajoelhar e orar". E orou, "Oh, Senhor Jesus, peo que permitas que tua luz irrompa". Nosso pastor nos disse que quando eles estavam ajoelhados, "a luz irrompeu". E pela primeira vez em sua vida, ele abriu seu corao para o Senhor Jesus e pediu que Ele entrasse. Assim, aquele milagre aconteceu em sua vida. Ele voltou e sua pregao era diferente, sua vida era diferente. E Deus comeou a trabalhar em nossos coraes tambm.

    Lembro-me que um dia quando, na Igreja, eu estava comeando a ficar consciente de alguns pecados em minha vida. ramos 5 irmos. Nossos pais nos foravam a ir Igreja e eu dizia, "quando crescer jogarei tudo isto fora". Mas, Deus em sua graa, entrou em minha vida antes que eu crescesse. Eu me consciencializei que precisava de Jesus porque amos Igreja; mas antes mesmo de chegarmos a casa, j havamos discutido no caminho. Eu sabia que havia pecado, pois havia discutido com meus

  • irmos. Meus pais diziam algo e eu no obedecia, dizendo o que queria e pensava. Logo depois, eu estava consciente de que havia pecado. Chorava e pranteava e dizia, "O Deus, eu estive na Igreja e prometi que viveria para Ti e antes de chegar de chegar em casa, ns discutimos no caminho!". Orava de manh e de noite e nada mudava. Ento me consciencializei de que o Senhor Jesus precisava me salvar do hbito de discutir, que eu precisava que o Senhor Jesus me salvasse da desobedincia com relao a meus pais, pois sabia que uma pessoa que discute e desobedece a seus pais ia para o inferno. No h outro caminho; no h pecados pequenos nem grandes. O Senhor Jesus disse, "vocs ouviram o que foi dito, no adulterars. Eu porm vos digo que aquele que olhar para uma mulher com algo em seu corao, j pecou com aquela mulher", mesmo sem toc-la, s pelo olhar para ela, relancear os olhos nela. "Ouvistes o que foi dito, no matars, mas eu vos digo, se algum odiar seu irmo se torna assassino". Se voc comear a imaginar isto em seu corao, voc j assassinou. assim que Jesus ir julgar o mundo um dia e a ns tambm. Eu estava consciente de que era um pecador condenado e perdido. Apesar de orar e ir Igreja, havia pecados em minha vida. E Deus diz "A alma que pecar, esta morrer". No importa se a alma de um homembranco, negro, indiano, ou o que for. Quando o pecado entra naquela pessoa, sua alma morre. Se no assim, ento Deus no falou a verdade. E a no ser que aquela pessoa seja salva daqueles pecados, e arrependa-se deles, est perdida.

    Lembro-me do dia em que orei, isto depois da mensagem: " Jesus, preciso de Ti. Entra em minha vida. Muda-me e salva-me dos meus pecados". Pouco depois, senti que Deus me chamava para o ministrio. Era uma deciso muito difcil. Eu no sabia de ningum em nossa famlia que havia sido um pregador ou um missionrio antes e pensei, "Como poderei eu ser um pregador? Gosto de dinheiro (esse era o meu deus). Se eu me tornar um pregador serei um homem pobre". Eu sabia que o pregador da nossa Igreja era um homem muito pobre. Alguns pregadores ganham bons salrios, mas os de nossa Igreja eram muito pobres. E eu no queria aquilo para mim.

    Vivi no inferno durante 18 meses. Orava: "O Deus, no posso pagar este preo, alto demais". Mas depois de 18 meses, eu e consciencializei que o preo da desobedincia mil vezes pior do que o da obedincia e eu no gostaria que nenhum de vocs passasse pelo que passei. Depois de 18 meses eu disse. "Est bem, Deus, eu serei um pregador, mas com uma condio: no quero ser um pregador s por ser um pregador, para distrair as pessoas aos domingos por uma hora ou duas, para baptiz-las, cas-las e enterr-las. Senhor Jesus se eu me tornar um pregador, quero ser um pregador mesmo, pregar a verdade. No quero brincar de igreja. Estou renunciando a muita coisa, para fazer de tudo isto apenas uma brincadeira. Se tenho que pregar, quero pregar a verdade".

    Eu era muito jovem quando me converti. No gostava de livros. Na escola, quando eu tinha que ler, era um fardo para mim. Mas estranhamente, quando Jesus entrou em meu corao, eu amei a Bblia e s queria ler a Bblia, era o mais doce dos livros para mim. Eu no tinha o menor amor por outros livros, s pela Bblia. Eu sabia que meus irmos tinham livros mundanos, retratos de garotas peladas e sem que eles soubessem, fui e joguei-os no fogo e os queimei. E quando eles procuraram, no lhes disse o que tinha feito! Eu era um discpulo secreto do Senhor Jesus! Eu sabia que Jesus no gostava daquele tipo de livro, portanto no perdi permisso a meus irmos, apenas fui, peguei-os e lancei-os no fogo.

    Eu lia intensamente a Bblia. Quando minha famlia saa para alguma visita, eu arrumava uma desculpa para ficar em casa, sozinho, para ler, orar e cantar. Antes disso, eu nunca havia cantado. Na escola, as crianas tinham que cantar, mas eu nunca cantava. Disse aos professores "No gosto e nem posso cantar". Mas quando Jesus entrou no meu corao, no podia parar de cantar. Aprendi captulos da Bblia, uns atrs dos outros e quase os decorei, como por exemplo Joo 15, Joo 17.

    As promessas da Bblia eram to maravilhosas para mim! Li, por exemplo, que Jesus disse: "Se permanecerdes em mim e as Minhas palavras permanecerem em vs, pedireis o que quiserdes e vos ser feito". A eu pensei. "Bem, isto um tesouro maior do que dinheiro, mais que qualquer coisa que o mundo possa dar". Orei, "Deus, se existe uma vida tal como esta, em que uma pessoa pede o que quiser e lhe ser dado, eu quero esta vida. Se esta promessa fosse a nica que houvesse na Bblia, valeria mais do que todos tesouros deste mundo. Ouro e prata no se podem comparar com ela". Imaginem, uma vida tal, em que a pessoa oraria e a sua orao seria ouvida. Isto incendiou meu corao.

    Ns sabamos o que o mundo podia oferecer. L em casa havia um enorme salo de danas. Todas as festas, todos os noivados e casamentos da cidade, eram celebrados l. Sabamos o que era pessoas se embriagarem, danarem at altas horas da madrugada. E tudo isto acontecia quando ramos todos "excelentes crentes", indo sempre para a Igreja, sem nunca perder um culto... mas quando Jesus entrou nos nossos coraes, perdemos o interesse por estas coisas e s estvamos interessados nEle e em Sua Palavra.

    Havia tantas promessas que eu descobria na Bblia, mais doces do que o mel, mais doces do qualquer coisa que o mundo podianos dizer. Por exemplo, em Joo 14:12 Jesus diz "Em verdade em verdade vos digo, aquele que cr em mim, far obras ainda maiores do que as minhas ". Li de novo e ento tomei minha Bblia e li em Mateus o que Jesus fez. E em Marcos, em Lucas e em Joo. Como vocs podem ver, isto encheu meu corao de alegria. Pensava nisto o dia todo. Carregava minha Bblia o dia todo comigo. Naquela noite eu pensei muito nestas coisas, sonhei com elas. E orei, "O Deus, se tal coisa possvel, eu creio em Ti. Isto tudo se aplica a mim. Senhor". Eu no podia pensar noutra coisa, excepto que tudo aquilo era para mim, porque eu me considerava um crente e fazia o que Jesus dizia.

    E continuei: "Senhor, se eu vou me tornar um pregador, quero ser um pregador semelhante a Ti". Eu sabia que o Senhor pregava frequentemente nas montanhas, nos vales, algumas vezes nas sinagogas e algumas vezes talvez mais ainda ao ar

  • livre. E orei, "Senhor, eu no quero pregar nas Igrejas. Mesmo que tenha que pregar nas montanhas e debaixo das rvores, ficarei satisfeito, desde que eu possa pregar e ensinar do jeito que o Senhor fez".

    MISSIONRIO ENTRE OS ZULUS

    Assim que acabei de concluir minha formao, o Senhor fez algo que eu no esperava: abriu as portas para que eu trabalhasse como missionrio entre os Zulus. Eu havia imaginado pregar para os brancos, mas as portas se abriram para os negros. Menciono este facto porque nunca imaginei tal coisa. Antes que Jesus entrasse em meu corao, eu no cria que uma pessoa que no tivesse cor branca fosse ser humano como ns. Eu no acreditava que eles podiam sentir como ns. Hoje me envergonho disto e glorio-me no fato de que passo a maior parte do meu tempo entre pessoas que no so brancas. Mas, quando Jesus entra em uma vida, tudo muda. Ele toca exactamente naquilo que pecado. Eu no sabia pregar ou falar em zulu, pois no tinha interesse neles, antes desprezava-os. Mas porque amava o Senhor Jesus, eu aprendi a lngua Zulu.

    Fui missionrio por vrios anos entre os Zulus, antes que o avivamento irrompesse. Quando eu pregava a eles, ia directo ao assunto. Tinha ouvido falar que um pastor branco no podia pregar assim, e certa vez um pastor indiano me confidenciou: "Precisa-se ter muito cuidado com o que se diz, porque se voc pregar de forma muito directa, o povo deixa de ir igreja". Mas, quando comecei a pregar aos Zulus, disse-lhes a verdade: "Vocs tem que se arrepender, tem que mudar, do contrrio, iro para o inferno. Vossos dolos tem olhos e ouvidos, mas no vem nem ouvem. Jesus a soluo". Ento os Zulus diziam:

    Umfundisi (pastor), ouvimos o que o senhor disse, mas o senhor tem que compreender que Cristianismo a religio de homem branco. Ns temos a nossa prpria. a tradio de vocs. Vocs so cristos porque seus pais eram cristos. Se vocs pertencessem a uma famlia Zulu, seriam exactamente como ns somos". E eu respondia. "Antes, a minha vida era realmente assim, mas houve um dia em que Jesus entrou no meu corao e tudo mudou". Ento eles diziam. "Bem, Cristianismo bom, porque ns tiramos bastante proveito dele. Fomos ocidentalizados, vocs construram igrejas e escolas para ns. H tantas coisas boas que ganhamos por causa de vocs. Mas mesmo que o Cristianismo seja bom, no bom o bastante. Mesmo que venhamos a nos tornar cristos, temos que guardar nossa tradio tambm, temos que continuar adorando nossos deuses. Mesmo que nos tornemos cristos, quando uma criana ficar doente, temos que a levar ao feiticeiro e ao curandeiro. Temos que descobrir por que esta criana ficou doente, quem a fez ficar assim. E quando algum morrer, temos que fazer uma festa para o defunto, para trazer seu esprito de volta e ador-lo. E se uma serpente entrar na casa, temos que a adorar, porque o esprito do morto entrou nela. E quando houver uma festa, temos que pegar cerveja e um pouco de carne, para colocar atrs da choupana, para que o morto venha e coma". Ento eu lhes disse, "Tudo isso coisa do diabo. Jesus no tem nada a ver com essas coisas. No precisaro fazer isso se tiverem Jesus .

    Eles me diziam em Zulu que Cristianismo era como jogar gua fria no fogo, pois extinguia a chama, e no descia at a raiz dascoisas. Esta era a razo porque eles ainda precisavam guardar a sua tradio, pois a tradio descia ate raiz das coisas. Ento eu repliquei: "No, Jesus o bastante: se vocs tiverem Jesus, isto basta".

    Um dia orei fervorosamente, "Senhor, por favor, s comigo hoje. D-me sabedoria e o poder do Esprito Santo no culto de hoje. D-me palavras e autoridade para que eu possa convencer estes Zulus de que Jesus no o deus do homem branco, de que Ele no era apenas um judeu segundo a carne, mas que o Filho de Deus, de que morreu e ressuscitou ao terceiro dia, ascendeu aos cus, todo poder Lhe foi dado e que hoje no h nenhum outro nome dado entre os homens pelo qual possam salvar-se. No importa a raa ou a cor, h apenas um caminho para todos e este Jesus. Ele a verdade, a vida, ningum vir aTi a no ser por Ele".

    Preparei bem meu sermo Comecei com as profecias sobre Cristo contidas no Velho Testamento. Isaas profetizou sobre a Virgem seiscentos anos antes que o Messias nascesse. Contei-lhes sobre todas as promessas e como elas vieram a cumprir-se, que isto era prova de que as Escrituras eram verdadeiras. Contei-lhes como Cristo consequentemente morreu plos nossos pecados e ressuscitou, e que no precisamos ir sua sepultura. Ns no adoramos Maom podemos ir sua sepultura onde esto os seus ossos. Ns no adoramos Buda ele morreu e foi o seu fim. E ento lhes disse que se formos sepultura de Jesus, no encontraremos o menor vestgio de ossos l. Ele ressuscitou, subiu aos cus e agora todo poder Lhe dado. Deus ordena que todos creiam em Jesus. E continuei. "Deixem seus feiticeiros e curandeiros, venham a Jesus, pois Ele no muda, ainda o mesmo de dois mil anos atrs. E da mesma forma que pessoas vinham a Ele, ns temos que ir a Ele hoje".

    Mal havia acabado de pregar aquela mensagem, quando uma senhora zulu idosa veio a mim e disse: "Umfundisi, verdade o que o senhor nos contou?" Eu disse. "Sim". "Jesus, o Deus do homem branco est vivo, exactamente como voc nos disse?" - "Sim". - "Voc pode falar com Ele? Eu disse, "Claro, voc pode falar com Ele tambm. isto que ns chamamos de orar. Todo mundo pode orar". Ela disse: "Oh, como estou feliz, achei finalmente uma pessoa que adora um Deus vivo! Eu tenho uma filha j crescida e ela louca, doente mental. Por favor, voc no pode pedir ao seu deus para cur-la?". Eu no sabia o que fazer! Pensei, "Que tolo que fui! Imaginei que tinha encurralado este povo, mas encurralei a mim mesmo, sem deixar a menor sada. E agora, como que vou sair desta situao? No posso simplesmente pedir a Deus para curar essa menina". Ento pensei, "Essa mulher uma pessoa muito primitiva, muito simples. Se fosse uma pessoa mais inteligente, eu simplesmente diria que no sabia se era a vontade de Deus curar sua filha. Talvez fosse a cruz que ela tinha que carregar, ou

  • talvez no fosse o tempo de Deus para cur-la".

    Todos estes pensamentos atravessaram minha mente. Se lermos a Bblia, ela fala da cruz que temos que levar. Deus tem, de fato, uma vontade a ser realizada. H tempo para todas as coisas. Ento pensei que, se eu explicasse isto para aquela mulher to simples, podia ser que ela ficasse confusa. Percebi, ento, que estava encurralado, sem saber o que fazer.

    Exteriormente eu permaneci calmo, sem aparentar que estava confuso por dentro. Perguntei, "Diga-me, sua filha est aqui?" - "No", ela respondeu, "est em casa". Aquilo trouxe-me algum alvio. EU pensei que se tivesse mais algum tempo, poderia traar alguns planos. "Onde sua casa", perguntei. "No muito longe daqui, a cerca de um quilmetro". - "Podemos chegar l de carro?" - "Metade do caminho", foi a resposta, "e o resto temos de caminhar."- "Muito bem", repliquei, "d-me mais algum tempo para terminar o culto e as coisas por aqui. E depois irei com voc de carro e andaremos o resto do caminho". Ela me disse que era viva h quatro anos e s tinha aquela filha e um filho. O filho trabalhava em Durban, era casado e ela morava com sua nora.

    Quando chegamos na cabana, olhei para dentro e disse-lhe: "Mas voc no me disse metade do que estou vendo agora!" Acheia menina amarrada ao poste da cabana com arame . Este arame havia cortado ambos os braos profundamente e o sangue fresco escorria. Havia cicatrizes j saradas e feridas ainda frescas. A moa forava de tal maneira o arame que este entrava profundamente em seus braos. E ela falava sem parar em outra lngua, mas no podia perceber que tipo de lngua era, nem o que estava dizendo. Perguntei: "Quanto tempo faz que ela est amarrada deste jeito?"- "Durante as trs ultimas semanas. E est falando sem parar, dia e noite, no come nem dorme. Trazemos comida, mas ela toma o prato e joga contra a parede". "Mas, por que voc no usa algo mais macio? Amarr-la com arame c desumano. Ela respondeu. "J tentamos tudo, mas ela quebra em pedaos e depois foge; muito difcil peg-la outra vez. Ela ai para as hortas dos nossos vizinhos e arranca todos osmilhos, legumes e vegetais. Eles ficam com raiva. Os homens vm com paus e cachorros, caam-na, pegam-na, batem nela. Aela volta para as montanhas e no vem mais. L frio e chove muito... e eu fico sem saber onde ela est".

    Com lgrimas nos olhos, a senhora olhou para mim e disse - "Pode imaginar o que significa para o corao de uma me ter uma Filha deste jeito?" -. Eu repliquei - "Bem penso que deve ser algo de partir o corao". Ela continuou - "minha filha rasga as suas roupas, e corre por a nua. Ela muito feroz. Quando esta por perto, todo mundo se tranca nas cabanas e nas casas. Se morder algum, segura a pessoa e no a deixa ir, at que chegue algum e salve a pessoa daquela situao". E- prosseguiu, "ela invade os colgios. As crianas pulam pelas janelas, voam pelas portas afora". Eu vim a saber depois que o chefe da tribo,havia reunido um comit, chamou esta mulher e disse: "Isto no ode continuar assim". Ela me disse, naquele dia em sua choupana: "No tenho nem mais uma vaca sobrando. Nem mesmo um bode ou ovelha. Tive que matar cada vaca que tinha, emoferta aos espritos e as que no matei, tive que vender para pagar os curandeiros. Estou sem um nada agora, no lenho nada, estou no fim de mim mesma. No aguento mais. Acho que Deus, lhe enviou, pois estou a ponto de enlouquecer. demais paramim. E agora quero lhe dizer que"- e ento ela caiu em prantos - "muitas vezes tenho sido tentada, dia e noite, a pegar uma faca e cortar a garganta da minha filha, mas antes de fazer isto, algo me diz: Cuidado, isso um crime horrvel, Voc no deve fazer isso". Esta senhora ainda me confidenciou que, s vezes, pensava se no seria melhor cometer suicdio e dar um fim a si mesma. Mas ento vinha a pergunta: O que aconteceria a sua filha? Ela sabia que sua nora no cuidaria da filha.

    No havia soluo para o problema. Com lgrimas nos olhos, ela disse: "Estou to feliz por ter encontrado algum que serve a um Deus vivo. Agora tenho esperana em meu corao" A, meu prprio corao quase partiu, e orei e clamei em meu corao, " Deus, Tu s o mesmo Deus de antes. Ser que no podes fazer alguma coisa?"

    Procurei trs colegas meus e compartilhei esta experincia com eles. Perguntei-lhes se estavam dispostos a levar isto adiante comigo e a orar por aquela menina. Eles concordaram. Falei com meus pais e pedi-lhes um quarto na fazenda onde pudssemos deixa-la, enquanto orvamos por ela. Eles acederam prontamente e assim fui com alguns homens e trouxemo-la".

    A tribo toda sabia o que estava acontecendo. Disse aos colegas: "Amigos, faz seis anos que estamos orando por um avivamento e ainda no chegou. Quem sabe, isto ser a mecha para atear o fogo? Se esta moa for curada, pode ser que o avivamento pelo qual estamos orando todos estes anos venha, pois cada pessoa desta tribo a conhece, do chefe, as crianas... Que vitria para o Senhor Jesus, se ela for curada! Ento eles podero ver que seus deuses no podem socorrer, mas Jesus pode". Mobilmos o quarto e trouxemos a menina. Mal entrou no quarto, ela comeou a quebrar as cadeiras, virando a mesa de cabea para baixo. Tivemos que tirar toda a moblia do quarto, s deixando a cama. Mas, como a menina queria quebr-la tambm, acabamos por tir-la do mesmo jeito. S deixamos um colcho, um lenol e um cobertor. Ela ento comeou a quebrar a moldura das janelas. Dentro de poucas horas, aquele quarto parecia mais um chiqueiro, no de um porco s, mas de muitos. Oramos dia e noite, por trs semanas, e ao fim delas, a menina no foi curada e eu estava no fim, perto de uma crise nervosa. Ela cantava hinos e coros satnicos. Algum me disse: "Invoque o sangue de Jesus, que o diabo treme e foge". Fizemos isso mesmo, mas no adiantou. Na verdade, ela blasfemava, cantando blasfmias sobre o sangue e a morte do Senhor Jesus, como s demnios sabem fazer. Ela se sentava l, meio despida - ou totalmente despida - sobre sua prpria imundcie, blasfemando, batendo com o p descalo sobre o piso de concreto, como se algum pegasse uma marreta e batesse no concretopara quebr-lo. E isto continuava por horas, enquanto perseverava em cantar msicas blasfemas sobre o Senhor Jesus e Sua morte.

    Aps trs semanas, reflecti: "No posso entender. A Bblia diz assim, mas no funciona. Teoricamente est certo, mas na

  • prtica no funciona." Senti-me desiludido. H pessoas "sbias" neste mundo que dizem que no existe um Criador do universo, que no existe um Deus...Milhes, bilies de anos atrs, ns ramos peixes. A, um deles criou umas pernas, virou uma r, um macaco, um gorila e de alguma forma a cauda caiu e a raa humana comeou. Assim, tais "sbios" podem lhes contar como foi exactamente, at mesmo dizer em que ano foi que isso se deu. Mas faltam fsseis destas transies, faltam os elos. Muito tempo atrs, talvez alguns de vocs ainda se lembrem, o professor Smith pegou um peixe, o Coelacantus'". E pensaram. "Este um elo perdido". Ficaram desapontados quando descobriram que no era. Ento pensei: "Estou me sentindo como os evolucionistas e acho que eles esto se sentindo como eu agora. Teoricamente funciona, mas no na prtica. Agora, o que e que vou dizer? Tenho de voltar para a me e dizer que sua filha no foi curada".

    Todo mundo sabia que os crentes estavam orando por aquela menina. Eles sabiam que eu tinha dito "Deixem os seus feiticeiros, no vo para os curandeiros, no sacrifiquem bois e bodes, no adorem seus deuses, Jesus a resposta para todo tipo de problema, venham a Ele" E eles estavam esperando para ver o resultado. E agora, os crentes falharam. Ns havamos orado com seriedade: "Deus, no nosso nome que est em jogo, mas o Teu! Porque eles no vo dizer, que ns falhamos, mas que Jesus falhou". No entanto, os cus eram como que de bronze e no traziam qualquer resposta s nossas oraes. Eu no conseguia entender. Ento, ns desistimos. Tinhamos que levar a menina de volta. Orei: Deus, agora eu oro por uma transferncia, leva-me para outro lugar qualquer. No posso ficar na presena deste povo e pregar. Tenho que ser honesto com eles. No posso dizer-lhes que funciona, que a verdade, pois no funciona. E tambm tenho de ser honesto comigo mesmo, pois tenho um corao e conscincia e meu corao no pode desculpar-me, nem minha conscincia. Portanto, tenho que ser honesto com este povo e comigo mesmo tambm".

    Eu no queria dizer aos Zulus que no havia um Deus, ou que o Cristianismo no funciona. Era um problema que eu no podia resolver. Pensei simplesmente em partir e ir para outro povo. Mas disse a mim mesmo que eu nunca mais iria ser tolo como havia sido ali, pregando da mesma forma, de maneira que acabasse na mesma situao.

    Dali em diante em meu ministrio, no podia mais crer que a Bblia, de capa a capa, era o livro de Deus e que tudo escrito nelaera verdade. "No", eu dizia, "metade da Bblia verdade e metade no". Ao que no conferisse com minha experincia e linha de pensamento, eu diria "No". Eu era como um tolo, que se sentava no trono e julgava tudo o que era verdade e o que no era: "Isto para hoje, aquilo no. Aquilo era para dois mil anos atrs, mas no para hoje. As coisas mudaram, no podemos esperar que ainda seja verdade.

    Eu havia pregado o evangelho durante todos aqueles anos, e s vezes, centenas de pessoa vinham frente com o apelo aps as reunies para aceitar a Cristo. Orava com eles "a orao do pecador" e eles iam para casa. Eu conhecia, porm, a vida posterior daqueles jovens que haviam respondido ao apelo. Sabia que tipo de livros liam em casa. Sabia que alguns deles tinham pornografia em casa. E eles tinham aceitado o Senhor Jesus Cristo! Sabia tambm que havia alguns rapazes que no podiam passar por uma livraria onde havia posters de mulheres nuas nas paredes, sem olhar e alguns no podiam passar sem entrar e compr-los mesmo, ainda que tivessem de esconde-los. E cada um deles tinha aceitado o Senhor Jesus Cristo!

    Comecei a relletir sobre este assunto. Jesus havia dito mulher samaritana: Aquele que beber desta gua tornar a ter sede. Mas aquele que beber da gua que Eu lhe der, jamais ter sede. Ento eu disse. Isto no verdade! Existe uma raa, um povo nesta terra, que tenha mais sede do que os crentes? Alguns tm sede de pecados e, se no podem comet-los directamente, cometem-nos indirectamente. Se no podem faz-lo abertamente, fazem-no em oculto. E eles vieram a Cristo! S que ainda tm sede. Alguns, sede de cigarros. Outros, de bebidas, outros, de sexo, das coisas deste mundo". Alguns ainda perguntam, "Por que no podemos ir para a discoteca? Por que no podemos danar? Por que no podemos aproveitar a vida como os outros?" E, os pais, se no forem eles prprios praticantes destas coisas tambm, tm a maior dificuldade em controlar seus "animaizinhos" em casa. E todos eles so crentes! Pensei comigo, "No, isto no e verdade. Jesus cometeu um engano quando disse tais palavras". Na verdade eu no dizia que Jesus cometera um erro, mas que os que escreveram que Jesus disse se enganaram, cometeram um engano. Fora Joo quem cometera o erro, por no escrever exactamente o que Jesus dissera, Essas pessoas haviam vindo a mim em resposta s mensagens, eu havia orado com elas, aceitaram o Senhor Jesus, mas ainda tinham sede. Bastava olhar para a maneira de se vestirem. Exactamente como o mundo!

    A Bblia diz que no devemos ser como o mundo e nem nos devemos conformar com ele. Mas hoje em dia, se um crente e um descrente esto andando na rua, geralmente voc no sabe quem quem. E a Bblia diz: "No vos conformeis com este mundo". Eu sabia que aquilo no era verdade na prtica, e que portanto, aquele versculo da Bblia no era verdade; ali havia muitos versculos na Bblia dos quais eu dizia, "No verdade". Eu no acreditava no que estava escrito. mas sim nas experincias que eu estava passando, e no que pensava e ouvia.

    Continuei a pregar por mais seis anos. No total, foram doze anos. Depois de doze anos, vim para Mapumulo, sentei-me, comecei a pensar e lembrei que havia dito a Deus, quando me chamara para pregar o Evangelho: "Deus, se eu vou pregar o evangelho, no quero brincar de Igrejas. No tenho tempo para brincar de Igreja, prefiro ganhar dinheiro." Agora, eu perguntava a mim mesmo. "Erlo, o que que voc vem fazendo nos ltimos doze anos?" Ento eu disse: "Brinquei de Igreja todo este tempo." Por doze anos eu havia pregado o Evangelho, mas no podia apontar doze pessoas que fossem realmente crentes como a Bblia diz no podia! Doze pessoas! E disse " verdade o que a Bblia diz, que nos ltimos dias sobreviro tempos difceis, porque as pessoas aparncia de piedade, mas negam todo o seu poder. E ainda, aparta-te dos tais. H pessoas que tm o poder da piedade. Mas eu disse a mim mesmo que eu no tinha tal poder. No podia continuar mais daquele

  • jeito. Via outras pessoas que, aparentemente, estavam aproveitando suas vidas, ganhando dinheiro e aqui estava um missionrio pobre, pregando algo que no funcionava.

    AS REUNIES DE ORAO EM MAPUMULO

    Certa ocasio, durante este perodo de fracasso no ministrio, reuni uma congregao de Zulus que havia em Mapumulo e disse-lhes: "Estou acabado. No estou em condies de continuar deste jeito". Eu sempre usava teologia para desculpar certas coisas. Eu dizia que se os Zulus no estavam vivendo da maneira que deviam por serem ignorantes. Se eles tivessem mais cultura, se tivessem estudado mais, entenderiam a verdade e se apossariam dela. Eles eram muito primitivos, ignorantes, por isso no podiam entend-la. Havia, porm, trechos da Bblia que eu no podia esquecer. O Senhor Jesus um dia tomou uma criancinha, colocou-a no meio dos discpulos e disse: "A no ser que vocs se tornem como uma criana tal como esta, jamais entraro no reino dos cus". E isto o que cada crente, cada pessoa, cada pastor, cada telogo deveria colocar no corao. Ningum, no passado ou no futuro, jamais conseguir entrar no reino de Deus, a no ser que se torne como uma criana. Eu percebi, ento, que devia esquecer toda a minha sabedoria e ler a Bblia como uma criana. Perguntei aos Zulus, naquela reunio, se eles estariam dispostos a se congregar todas as manhs, s sete horas, para um estudo bblico e todas as tardes, s cinco horas, ou seja, dois cultos por dia. O propsito era ler a Bblia como crianas. Disse-lhes: "Vamos ler a Bblia sem procurar explicaes que sirvam de desculpas para nos justificar, simplesmente aceitando o que est escrito. E se Deus Deus,se a Bblia verdade, vamos experimentar, para ver se funciona". E eles disseram: "Est bem, concordamos"; e foi assim ns comeamos.

    Quando nos reunimos em Mapumulo, pelo fim de 1966, para os estudos bblicos, tnhamos que escolher um livro para estudarmos. No queramos pegar um verso aqui, outro acol, como crianas travessas quando pegam um bolo e despedaam-no procurando as passas e outras guloseimas que esto dentro. Podemos entender que uma criana proceda dessa forma, mas isso coisa absurda para adultos. isso no e ser como criana, ser infantil! Algumas pessoas tm os seus versculos preferidos na Bblia, que citam, usam e sobre eles constroem enormes edifcios doutrinrios, como os "Testemunhas de Jeov", Tudo o que sabem que Deus um Deus de amor e pulam logo para a concluso que no pode existir um inferno.

    Eu disse aos Zulus "No vamos proceder assim. Se vamos ler a Bblia, no devemos pegar uma s uma parte, mas o todo. Vamos escolher um livro, comear com o primeiro versculo do primeiro captulo e ir ate o fim. Desta forma teremos o quadrocompleto". Os Zulus tem uma histria sobre trs cegos que queriam ver um elefante. Finalmente, algum veio e disse: "Est bem, vou lev-los ao Zoolgico". Quando chegaram, trouxeram-nos para perto de um elefante. Era enorme, mas manso. Entodisseram que eles podiam dar um passo adiante para dar uma olhada no elefante. Como vocs sabem, um cego no v com seus olhos, mas com seus dedos. O primeiro avanou e tocou no elefante e o elefante no se moveu. Ele agarrou-se a uma das patas traseiras, e disse. "Ah, ento e assim que um elefante!" O prximo avanou tambm, pegou na barriga do elefante e disse. " isto que e um e elefante!" F, o terceiro foi e pegou na tromba do elefante. Todos ficaram muito alegres, pois tinham finalmente visto um elefante. E assim, entusiasmados, voltaram para casa. Ento perguntaram-lhes, "Vocs viram um elefante?"- "Sim". - "Bem, e como um elefante?" O primeiro disse. "Oh, como o tronco de uma rvore grande". O segundo disse. "Hei, voc no viu o elefante? Voc no pode me enganar, eu estava l. Um elefante como um balo enorme". E o terceiro disse, "Vocs no estavam l? Eu apalpei o elefante com minhas prprias mos. Um elefante como uma enorme mangueira de jardim!" Ento comearam a discutir. Todos haviam visto o e elefante, mas o problema era que s tinham visto parte dele. Ns no queramos ser como aqueles trs cegos. Crentes podem ser cegos do mesmo jeito, cegos para muitas coisas.

    Resolvemos escolher um livro. Por alguma razo comeamos com Actos dos Apstolos. Eu sempre tive uma predileco pela Igreja Primitiva. Ningum pode ler a histria da Igreja Primitiva sem ficar tocado. Comeamos com o primeiro verso, do primeiro captulo e logo desde o inicio o Senhor se apossou dos nossos coraes. O prprio versculo primeiro comea assim: "Escrevi o primeiro tratado, Tifilo, acerca das coisas as quais Jesus comeou a fazer e a ensinar". Ele escreveu a respeito doque Jesus "comeou" no Evangelho de Lucas; e o livro de Actos uma continuao do que Jesus fez quando estava neste mundo. Seu ministrio terreno foi s o comeo do que Ele fez. No acabou com Sua morte. Na verdade, Ele disse a seus discpulos "Oh como desejo poder fazer aquilo para que vim a este mundo! " Ele disse: "Eu vim para lanar fogo sobre a terra,parei acender um fogo", (Lucas 12:49). E continuou. "Oh, como Eu desejo, como anseio poder acend-lo, mas no posso. Tenho um baptismo com o qual deve ser baptizado primeiro. No era baptismo com gua, mas baptismo do sofrimento da morte na cruz. O Senhor no podia acender o fogo do Esprito Santo antes que sofresse e morresse na cruz. Por isso Ele disse: "Oh, como eu anseio por isto. Vim para este mundo acender um fogo, mas ainda no posso acend-lo. Tenho que ser baptizadocom aquele baptismo de sofrimento no Jardim do Getsmani" L, Ele suou lgrimas de sangue e depois morreu na cruz. Esta a razo pela qual Jesus veio, para atear um fogo neste mundo. Depois de morrer, ressuscitar e subir aos cus, finalmente Ele podia fazer aquilo para que veio e continuar com Sua obra. Tal obra no acabou com Sua morte. Aquilo foi s o comeo. Agora Ele podia continu-la, na plenitude do Seu poder, sentado direita do Pai e finalmente atear aquele fogo pelo qual esperou tanto tempo. Eventualmente, o momento chegou. Agora, ns O vemos trabalhando no mundo, no poder de Sua ressurreio, na Sua fora toda poderosa, atravs dos seus discpulos.

  • Ns tambm lemos em Actos que no dia de Pentecostes, aps a descida do Esprito sobre os discpulos, alguns dos espectadores disseram: "Estes esto cheios de vinho! E por isso que esto agindo assim". Quiseram faz-los de tolos e falar mal deles. Isto sempre acontecer onde quer que Deus esteja agindo. Mas Pedro disse: "Eles no podem estar bbados a esta hora da manh. Eles no esto debaixo da influncia do vinho! Isto que o profeta Joel disse, que nos ltimos dias. Deus derramaria Seu Esprito sobre toda a carne. E Ele comearia com os filhos e filhas, os velhos, os servos, todo mundo seria atingido por este evento. Isto o que o profeta disse".

    Quando lemos esta passagem nas reunies em Mapumulo, dissemos: "Hoje mais ltimos dias do que dois mil anos atrs. Se esta promessa podia ser para eles, quanto mais para ns". No precisamos ir muito longe para descobrirmos que estvamos vivendo na mesma dispensao da Igreja Primitiva. Entendemos que tal dispensao no havia chegado ao fim, isto s acontecer quando o Senhor Jesus vier buscar Sua noiva. Espiritualmente falando, estamos vivendo na semana. A palavra do Senhor diz que "para Deus um dia como mil anos e mil anos como um dia". Ento dois mil anos so apenas dois dias, quer dizer, Pentecostes foi apenas anteontem! No chegamos metade da semana ainda! Desta forma, sem dvida nenhuma, conclumos que aquilo era para ns tambm.

    Quanto mais avanvamos, mais nossos coraes se quebrantavam. Lemos no Evangelho de Lucas que o Senhor havia proibido os seus discpulos de pregar o Evangelho, at que recebessem o baptismo de fogo. No o baptismo do qual Joo Batista falara. Hoje em dia h muitas disputas sobre o baptismo com gua. Eu me lembro das palavras do Dr. Edwin Orr, em 1952 ou 53 em Pretria, em um enorme culto ao ar livre. Ele fez algo estranho. Convidou um pastor da Igreja Reformada para vir frente, juntamente com um pastor Batista. Perguntou-lhes: "No baptismo, qual de vocs usa mais gua?" Eu disse comigomesmo, "Essa no! Como e que um doutor pode fazer uma coisa destas?" Mas eu no devia ter feito tal pergunta! Ele continuou, "Vejam, no faz diferena a quantidade de gua usada para baptizar as pessoas. Infelizmente, a lngua continua seca!".

    O baptismo com gua no transforma a lngua. Crianas baptizadas na infncia, ou mesmo adultos, s vezes dizem coisas que no deviam estar jamais nos lbios de um crente. O baptismo com fogo o de maior eficcia. Joo Batista, ns lemos na Bblia, o maior dentre os nascidos de mulher. Temos Isaas, Moiss, Abrao e outros grandes homens de Deus. Mas disse Jesus. "Nenhum deles to grande como Joo Batista". Podemos perguntar em que consiste a sua grandeza.

    No sabemos de nenhum milagre que ele tenha feito, nem mesmo um cego cujos olhos foram abertos por ele, nem um aleijadoque pde comear a andar atravs de seu ministrio. Onde est sua grandeza? Creio que reside nisto: apesar de Joo Batista sero maior, declarou "O que vem aps mim muito maior do que eu, de forma que no sou digno de desataras correias das Suas sandlias. Em que sentido o Senhor Jesus era to grande aos olhos de Joo? E Joo d os seus motivos: "Eu baptizo com gua, mas o que vem aps mim o far com fogo, com o Esprito". Ns sabemos como o fogo. Se pegarmos um pedao metal ou ferro e o colocarmos no fogo, logo ficar vermelho e em seguida, ficar branco. No como a tinta, que fica s na superfcie. O fogo penetra l dentro. Portanto, se uma pessoa baptizada com o Esprito Santo, aquele fogo santo penetra tambm na sua lngua, bem como em cada parte do seu ser.Jesus disse aos seus discpulos que permanecessem em Jerusalm, ordenou-lhes que de l no sassem, at que houvessem recebido a promessa do Pai e que fossem cheios do Esprito. Disse-lhes mais: Vocs ouviram o que eu disse sobre Joo. Esperem pelo baptismo que ele mencionou, porque quando o Esprito Santo vier, vocs recebero poder para serem minhas testemunhas. Na verdade, quando lhes deu a promessa e lhes ordenou que no deixassem Jerusalm, mas permanecessem l, havia uma razo especial. Talvez, se Jesus no lhes houvesse ordenado isso, eles teriam fugido. Quando o caminho difcil, ns preferimos fugir. Crianas que acham que seus pais so exigentes demais para com elas, tm vontade de fugir. E h pessoas mesmo que fogem de uma Igreja para outra, porque dizem que muito difcil ficar em tal igreja. A verdade que se algum no uma bno onde est, ser uma maldio onde quer que v. Os Zulus dizem que se colocarmos uma batata podre numa cesta cheia de batatas boas, ainda assim ela no se torna boa. Antes, a cesta inteira se estraga. Se no formos bem sucedidos onde estamos, no existe nenhuma garantia de que seremos uma bno em outros locais apenas porque nos mudamos dali. Portanto, bom que uma pessoa. primeiro que tudo, lance razes onde est. Ela no tem nenhum direito de sair de l a no ser que Deus lhe guie a tomar esta deciso.

    Jesus ordenou a seus discpulos: "Permaneam aqui." Jerusalm era para eles o lugar mais difcil para se poder ficar. L, os judeus haviam pregado o Senhor Jesus na cruz. Os discpulos haviam se escondido atrs das portas, com medo de serem mortos tambm. E devem ter sentido que aquele era o pior lugar do mundo para se estar. E era mesmo. Mas Jesus disse: "Fiquem aqui, at que o Esprito Santo venha sobre vocs e recebero aquela promessa, aquele baptismo do Esprito". Quandoperguntaram. "Senhor, ser este o tempo em que restaurars Israel?". Ele repreendeu-os severamente: "Vocs no tm nada a ver com isto; mas recebero poder quando o Esprito Santo vier sobre vs". possvel que pessoas se assentem aos ps de Jesus, mas estejam concentradas em coisas que no so a vontade do Senhor. E de que adianta, meus amigos, estarmos ocupados com profecia, se no temos o poder do Esprito Santo para fazer o que devemos fazer e para sermos o que devemos ser? Acho que no houve poca na histria em que as pessoas mais falassem do Esprito Santo do que hoje. No mundo todos esto falando do Esprito Santo. Ao mesmo tempo, atrevo-me a dizer que as pessoas nunca foram to ignorantes a respeito do Esprito como so hoje.

    Algum tempo atrs, quando eu estava na Holanda, depois de uma srie intensiva de pregaes sobre avivamento, um professorlevantou-se e disse: "Nunca imaginei que eu viesse sustentando ideias erradas sobre reavivamento; sempre pensei que

  • reavivamento tinha a ver com barulho." Embora isto sempre acontecer pessoas pensaro que algum est cheio de vinho, quando, de facto, est cheio do Esprito Santo - eu tenho experimentado e testemunhado este facto: quando o Esprito de Deus est realmente agindo, aqueles so os momentos mais silenciosos na vida de uma pessoa ou da Igreja.

    O Senhor disse que haveria um sinal, quando o Esprito Santo viesse sobre uma pessoa. Aquela pessoa receberia poder. Se h de haver um sinal, aceitamos o sinal que o prprio Senhor Jesus falou.

    Poder, no grego, "dinamis". Gosto de pensar na palavra "dinamite". Dinamite tem poder e este poder no se usa em areia fofa ou terra arada, mas na rocha mais dura: este poder quebra a rocha em pedaos. O poder do Esprito Santo para locais onde o cho duro, duro como granito, como rocha. A o Esprito Santo mais eficaz.

    Jesus disse aos discpulos que receberiam poder para serem Suas testemunhas. O que testemunha? Algum d testemunho doque tem visto ou ouvido. No grego a palavra usada para "testemunho" "mrtus", que tambm significa "mrtir ". Significa que uma pessoa est preparada para ir at s ltimas consequncias em seu testemunho. Noutras palavras, Jesus prometeu que quando o Esprito Santo viesse sobre eles, teriam poder para morrer. Estranho! Devamos dizer "poder para viver"; entretanto, Ele disse: "Vocs recebero poder para morrer." Bem, claro que ns no morremos na frica do Sul, hoje, por amor a Cristo.Temos que ir Rssia para nos tornarmos mrtires. Entretanto, ns podemos ser mrtires aqui, em outro sentido, que a raiz deste conceito. Em Hebreus ns lemos que ainda no tendes resistido ao pecado at a morte, ao ponto de derramar sangue . O que significa isto? Que uma pessoa devia dizer: Prefiro morrer a contar uma mentira, a adulterar com a mulher de outro homem, a ser um hipcrita ou um covarde, a ser infiel ao Senhor Jesus, a roubar". Isto ser um mrtir verdadeiro.

    Tal o significado de receber poder para ser uma testemunha, para ser um mrtir por amor ao Senhor Jesus. Pedro negou ao Senhor, mas depois que recebeu poder, no mais o negou e estava preparado mesmo para morrer por Ele. De fato, segundo o que consta, Pedro morreu crucificado dizendo, "no sou digno de morrer como meu Mestre morreu, prefiro que me preguem na cruz de cabea para baixo." Ele foi uma testemunha, tinha o poder do Esprito Santo e podia morrer por Jesus. Podia morrerpela verdade, morrer por Deus. Ele tinha aquele poder.

    Entretanto, ser mrtir por Jesus no significa somente estar preparado para enfrentar a morte fsica, mas tambm outra forma de morte. Paulo diz: Todo o dia morro' Ele morria diariamente! E algum precisa ter o poder do Esprito para ser capaz de morrer assim. Como morremos diariamente? Jesus morreu no Getsmani. quando suou sangue e orou dizendo: "No a minha vontade, a Tua vontade seja feita". Ele morreu para si mesmo, antes de morrer fisicamente na cruz. Ele morreu por amor ao Pai - "No a minha vontade, mas a Tua vontade seja feita." Assim morremos para ns mesmos negando-nos a ns mesmos em vez de procurar os nossos prprios interesses. No h algo mais difcil para ns que isto, mas, se tivermos o poder do Esprito Santo, seremos capazes de faz-lo.

    O poder do Esprito tambm se manifesta de outras maneiras. Se olharmos para os discpulos, perceberemos que eles haviam recebido tal poder. Pedro e Joo foram ao templo para orar. Certo aleijado estava assentado porta do templo e Pedro simplesmente disse, em resposta ao seu pedido: Em nome de Jesus Cristo, levanta-te. E aquele homem se levantou. Notem oque Pedro disse: "No tenho prata nem ouro, mas o que tenho isso te dou". Ele viera com Joo. Ele disse: "Olha para ns. O que eu tenha isto te dou. Ele no disse: "O que ns temos." Joo no tinha o poder para curar doentes. No sabemos de nenhum milagre que ele tenha realizado Entretanto, ele tinha o poder do Esprito Santo, exactamente como Pedro. Seus ministrios e dons no eram iguais. Joo no tinha aquele dom, porm Pedro tinha. Se perguntarmos acerca da autoridade e poder que Joo possua, ns o encontraremos andando pelas igrejas, ensinando aos crentes a se amarem mutuamente, ensinando-os a serem um em Cristo Jesus.

    Joo experimentou o poder do Esprito Santo de tal forma, que lhes escreveu uma carta, dizendo: Se quisermos saber se uma pessoa nascida de Deus ou no, h uma forma relativamente fcil. Se algum peca do diabo. Se nascida de novo no peca. Isto faz os telogos balanarem a cabea: "Oh, ele no devia falar assim." bom que Joo j tenha morrido, bem como os demais discpulos, pois bem pode ser que, se eles estivessem vivos, ns mesmos acabaramos por martiriz-los. Podemos entender muito bem por que o povo daquela poca cortou a cabea de Joo Batista. Talvez ns prprios a tivssemos cortado ainda mais cedo do que eles. Leia apenas o que Joo Batista disse em Mateus 3 e imagine se o pastor de sua Igreja pregasse daquele jeito! O apstolo Joo no tinha o dom de curar como Pedro, mas havia experimentado o poder de Deus a um ponto tal, que no podia entender como uma pessoa que havia nascido de novo ainda mentia. Ele no podia entender como algum que havia nascido de novo ainda roubava e era amiga deste mundo. No podia entender como uma pessoa podia ser nascida denovo e continuar mundana. No entrava em sua cabea! Ele escreveu: "Uma pessoa que peca do diabo". por isso que eu disse que melhor que Joo esteja morto. Se ele estivesse vivo e dissesse isso, quantos crentes verdadeiros haveria aqui neste recinto? Temos que entender que Joo havia experimentado o poder de Deus a um ponto tal em sua vida, que no mais concebia como uma pessoa podia ser cheia do Esprito Santo, e no ser vitoriosa sobre o pecado. Esta realmente uma vitria formidvel: no apenas ser curado de um resfriado, de uma dor de cabea ou dor de barriga, mas ser vitorioso sobre o pecado, ir de vitria em vitria. Isto poder! Foi o que Jesus prometeu ao dizer: "Vocs recebero poder quando o Esprito Santo vier sobre vocs!"

    Amigos, a que ponto nos tornamos superficiais hoje em dia! Se algum reivindica que fala uma lngua estranha, dizemos que ele est cheio do Esprito, mesmo que ele ainda seja um mentiroso ou viva na imoralidade. A verdade totalmente outra, se

  • tivermos ouvidos para ouvir o que a Bblia diz.

    Quanto mais avanvamos no estudo do livro de Actos, mais os nossos coraes se quebrantavam. Chegamos ao texto onde mencionado que Pedro, Joo, Tiago, Felipe e os outros, foram ao cenculo e l oravam, junto com as mulheres e at com os irmos do nosso Senhor, que a principio no acreditavam que Jesus era o Messias. Lemos que todos perseveravam "de comumacordo", em oraes e splicas, com as mulheres, Maria e os irmos do Senhor. Entretanto Pentecostes ainda no havia chegado. Eles ainda no estavam cheios do Esprito. Mas, a morte do Senhor Jesus e a Sua ressurreio era suficientes para uni-los de tal forma, que eles podiam orar de comum acordo no cenculo. A morte do Senhor. Sua cruz e Sua ressurreio, foram suficientes para uni-los. Para mim, este o maior milagre. O normal que crentes briguem entre si, falando um dos outros pelas costas. Um mata o outro, no com obras de feitiarias, mas com seus lbios. Contudo, a morte do Senhor havia entrado to profundamente nos coraes dos discpulos, que podiam chegar-se junto a Deus; e Deus pde dizer atravs de Lucas, o autor de Actos, que havia uma perfeita unio entre eles. Foi a este ponto que a cruz de Cristo entrou em seus coraes. At que ponto a cruz de Cristo entrou no seu? A cruz trata com a inimizade, e agiu desta forma na vida daquelas pessoas. Como resultado, eles podiam ser um.

    Depois ns lemos que no dia de Pentecostes trs mil pessoas se converteram. Quando o Esprito desceu. Ele fez exactamente aquilo que Seu nome significa. O Consolador, em grego "parakletos". Significa aquele que desce at ns, fica ao nosso lado, com seu ombro (para usar uma boa figura) junto do nosso. Em outras palavras: Ele desce ao nosso nvel, e fala nossa linguagem. Foi isto que Ele fez no dia de Pentecostes. Cada um dos ouvintes podia ouvir em sua prpria lngua o que Deus lheestava dizendo. Este e o "parakletos" - Aquele que fala nossa prpria lngua. Ns podemos falar a mesma lngua, e ainda assim, permanecermos em mundos diferentes. Existe a lngua do telogo, do estudante, do universitrio, do fazendeiro, do pastor. Ns falamos lnguas diferentes, e algumas vezes nem nos podemos entender. Mas, quando o Esprito Santo vem, Ele pode falar tanto na lngua do curandeiro como da feiticeira, do erudito e do ignorante, do educado e do que no tem cultura. No importa a raa, o Esprito Santo pode falar de tal forma que todo mundo entende, mesmo uma criana. E foi isto que literalmente aconteceu em Pentecostes.

    bom que interpretemos correctamente a Palavra do Senhor. Ouvi, certa vez, falar de certo pregador famoso, que realizava uma reunio num auditrio de uma certa cidade. No meio do culto ele disse congregao: "Oremos agora como os discpulosoraram no Pentecostes, todos falando em lnguas." E ento, a congregao em peso comeou a falar em lnguas. Os hindus passaram, e no ouviram ningum falando em sua lngua. Os muulmanos passaram e no podiam ouvir sua lngua. Os Zulus passaram, e nenhum deles escutou tambm. Em Pentecostes, os discpulos falaram nas lnguas daqueles que passavam e estavam presentes e tais ouvintes podiam entend-las. No sou contra o falar em lnguas. No desejo ser contra algo que Deus estabeleceu na Bblia. Se de Deus e verdadeiro, dou boas-vindas. Mas a Bblia diz que devemos devemos manejar correctamente a Palavra de Deus. Temos que expor o ensino sobre lnguas de maneira precisa, caso contrrio, no podemos entender porque as vidas de certas pessoas que alegam possuir tal dom no sejam como vidas rectas.

    Em Pentecostes, os moradores de Jerusalm e visitantes, quando ouviram a mensagem, ficaram compungidos em seus coraes. Trs mil entre eles se arrependeram. -nos e dito que este povo se reunia diariamente. Todos os dias Deus acrescentava-lhes os que se iam salvando, estavam juntos e tinham todos, um s corao e uma s alma. Que milagre! Milhares de pessoas! Acredito que havia mulheres e jovens entre elas. E todo aquele povo se reunia de comum acordo, com um s corao e mente! Geralmente ns ouvimos certos crentes dizerem: "Ainda bem que no tenho que viver com aquela pessoa da Igreja! Ele me enerva, fala demais, e bom mesmo que s o pregador fale durante o culto. Depois do culto, felizmente, tal pessoa vai para casa! EU no saberia o que fazer se tivesse que conviver com uma pessoa assim!. Aquele povo, entretanto, se reunia diariamente. Estavam juntos, tinham um s corao. No possuam apenas um mesmo uniforme, nem somente pertenciam a uma mesma congregao. L, dentro do corao, eles eram um. Em Mapumulo, na poca destes estudos em Actos, nos ramos somente vinte, trinta ou quarenta pessoas, mas, deixem-me dizer-lhes, que atritos e divises havia entre ns! Cada vez que eu ia visit-los tinha que ser um pacificador, porque um no podia aguentar o outro. Um tinha algo contra aquele outro. Ainda outro dizia: "Fulano me maltratou". Este criticava aquele. Aquele tinha algo contra algum, mas no iria dizer-lhe face a face e sim aos seus amigos. Outros falavam vontade sobre os pecados do prximo, mas nunca falavam sobre os seus prprios, vivendo um padro duplo, uma vida dupla, tendo dois pesos e duas medidas - o prprio sendo hipcrita. Algum s precisa ler o relato do que aconteceu durante Pentecostes para ver quantos grupos, de lnguas diferentes havia l. Todos eles, apesar das culturas diferentes, das lnguas serem diferentes, eram uma s mente, um mesmo corao. Quemilagre!

    Lemos ainda que os discpulos oraram, e que nesta ocasio, o local onde se reuniam tremeu! No de se admirar que se diga que a orao de um povo assim abalou o mundo. J existiu uma poca em que houvesse tantas oraes e reunies de orao como na nossa poca? O mundo entretanto no tem sido abalado e no ser jamais, a menos que os crentes sejam mais abalados hoje em dia. Oramos e no abalamos o mundo, o mundo que nos abala a ns! Pode-se entender porque nossos prprios filhos nos abalam. Nossas prprias congregaes nos abalam. Mesmo nas nossas igrejas, lia pessoas que fazem do casamento a coisa mais importante na vida. Podemos ainda na Igreja achar pessoas que se dizem crentes, mas vivendo sob o efeito do lcool. E eles so membros de nossas Igrejas! possvel compreender, agora, nossa reaco e a da congregao Zulude Mapumulo em 1966, quando olhamos para a Igreja Primitiva. Ns sentimos que aquela Igreja estava distante de ns no dois mil anos, mas como o Leste esta do Oeste. E ns to distantes da Igreja Primitiva com o Oeste do Leste. Que diferena!

  • Quando lemos os relatos da vida daquele povo, tivemos a impresso de que Jesus no era apenas um passatempo para eles. Algo para o fim-de-semana, mas que era a prpria vida deles. Cada dia de suas vidas, Jesus era o seu tudo. Alguns daqueles crentes da Igreja dos apstolos chegaram ao ponto de vender suas propriedades, suas fazendas, trazer o preo da renda e colocar aos ps dos apstolos. Jesus significava mais do que qualquer outra coisa no mundo para eles. Era assim que eles viviam para o Senhor. Reuniam-se diariamente e tinham tudo em comum sem serem comunistas. Pode ser que os comunistastentem imitar a Igreja Primitiva, mas sem Jesus, no funciona. Nenhum dos discpulos dizia "Isto e meu". Eles no eram egostas, no pensavam em si prprios; eles eram cheios do Esprito Santo. Percebemos, ento, como uma pessoa cheia do Esprito. Ela no vive para si mesma, mas para o prximo. Isto foi o que conclumos observando suas vidas.

    Continuando nossa pesquisa, deparamo-nos com as dificuldades que a Igreja de Jerusalm enfrentou. O diabo no dorme e, aproximando-se, encheu o corao de Ananias (Actos 5). O diabo tambm quer encher os nossos coraes com desejos de fazermos o que errado. A Bblia diz: No deis lugar ao diabo", e isto para os crentes Portanto, no venha me dizer que o diabo no pode entrar no corao de um crente. A pessoa que diz este tipo de coisa, no sabe do que est falando. Tua prpria Bblia diz "No deis lugar ao diabo!" possvel, infelizmente, que um crente, mesmo havendo nascido de novo, minta. Mesmo que chame a mentira santa", a esta altura o diabo j entrou em seu corao. claro que um crente no pode ficar endemoninhado, mas o diabo pode encher seu corao com tentaes.

    Tal coisa aconteceu a Ananias. Sua esposa havia acordado com ele em que vendessem sua fazenda, como os demais crentes estavam fazendo tambm. Ns sabemos o motivo, nem mesmo quem teve a ideia, se Ananias ou Safira, mas um dos dois deve ter comeado tudo. E como outros crentes haviam feito isso, disseram: "Bem, algo bom, vamos fazer tambm." Ns, os crentes, somos imitadores brilhantes. Se algum faz alguma coisa, ns tambm o fazemos, sem saber o porqu. O profeta Isaas disse: "Todos ns andamos como ovelhas". Uma ovelha faz alguma coisa e a que vem atrs faz o mesmo.

    Eventualmente venderam sua propriedade. Pode ser que at oraram por isso. Deus mandou um comprador e de alguma forma, eles concordaram em no levar o preo total da venda para os discpulos. "Vamos guardar uma parte, e fazer de conta que tudoest l". No sabemos o que os levou a fazer isso. Talvez disseram: "Estamos ficando velhos, no sabemos o que o futuro nos reserva". O certo que ambos, marido e mulher, resolveram secretamente levar uma parte do preo da venda para os discpulos e esconder o restante.

    E Ananias se foi com algum dinheiro. Quando chegou aos apstolos, colocou-o aos seus ps de Pedro, cheio do Esprito Santo,imediatamente percebeu que alguma coisa estava errada. O Esprito Santo, que tambm o Esprito da Verdade, disse: "Pedro,algo no cheira bem neste negcio, h alguma coisa errada". E Pedro prontamente interpelou a Ananias: "Foi isto o que voc ganhou com a venda da fazenda?" Ele respondeu, "Foi". "Por que encheu o diabo seu corao? ", perguntou Pedro. " A fazenda no era sua? O dinheiro da venda no era seu? Voc poderia ter feito com ele o que quisesse, pois afinal era seu. Mas, por que voc tinha que mentir ao Esprito Santo sobre esse assunto?" E quando Ananias ouviu aquelas palavras, caiu morto. Em Mapumulo, percebemos com temor que a Igreja Primitiva era de uma natureza tal, que nem mesmo permitia uma "mentirasanta". L no havia lugar algum para o pecado, nem os discpulos tinham tempo para pecar. Eles tratavam o pecado to severamente e julgavam-no de tal forma, que um homem morreria por causa de uma "mentira santa". Assim era a Igreja Primitiva, a Igreja do Cristo vivo, do Senhor ressurrecto. E eu me pergunto se ns, hoje em dia, temos o direito de nos chamar de Igreja de Cristo. Pergunto-me se percebemos realmente o que o pecado significa. Na Igreja Primitiva um homem pecou contando uma mentira que talvez ns considerssemos uma mentira santa. Aquele "pequeno pecado" foi tratado to severamente que ele precisou ser morto. Desta forma, o Esprito e a Igreja declaram que melhor para um crente estar morto na sepultura do que vivo na Igreja com uma mentira em suas costas.

    O que ns estamos fazendo hoje? Servimos e adoramos ao Rei dos Reis com o pecado em nosso meio. Sobre que fundamento estamos construindo? Desculpamo-nos - "Mas fulano membro da igreja, nasceu na Igreja, foi baptizado, juntou-se Igreja." No dia do juzo esta desculpa vai queimar como palha; nenhum "professo" e ombro da Igreja do Cristo Vivo e Santo entrar noReino de Deus por pertencer a uma organizao, mas porque foi genuinamente nascido de novo, nascido do alto e sua vida testifica desta realidade. Trs horas depois do julgamento de Ananias da parte de Deus e sua esposa chegou. Ela no tinha a menor ideia do que acontecera. Pedro a confrontou imediatamente: "Safira, diga-me, vocs venderam vossa propriedade por este preo?" Bem, Safira tinha que ser fiel ao marido. Eles haviam concordado em fazer aquilo e afinal respondeu: Sim". Pedro perguntou-lhe por que concordara com seu marido em fazer uma coisa daquelas: como pudera concordar em fazer aquilo. Disse Pedro: "Veja, os mesmos ps daqueles que enterraram seu marido esto porta, para lev-la tambm". Ouvindo estas palavras, ela tambm caiu morta. Amigos, a Igreja Primitiva era assim. Ns nos perguntamos em 1966: Se houvesse umaIgreja tal na nossa rea, quem de ns se atreveria a fazer parte dela? O que aconteceria connosco, com nossas "mentiras santas", nossos "pecadinhos de estimao", que algumas vezes no so to santos ou pequenos assim mesmo? Eu pensei comigo mesmo, "graas a Deus no existe uma Igreja assim hoje em dia, graas a Deus eu no vivi naquela poca, porque, se tivesse vivido, sentiria que era minha obrigao sair avisando s pessoas: Amigos, cuidado! Aquela Igreja perigosa! Coisas terrveis acontecem por l. H pessoas cometendo suicdio nela! Pedro no pode ser um homem de Deus, nem ter um corao cheio de amor! Ningum com amor no corao agiria daquela forma! Aquilo foi crueldade! Ele nem mesmo deu uma chance Safira, simplesmente a confrontou na presena de todos".

    Amigos, pode ser que devamos dar graas a Deus por no termos vivido naquela poca, pois possvel que ns acabssemos sendo os inimigos mais ferozes do Esprito Santo. Uma coisa eu lhes digo: Se esto orando por avivamento, por um

  • derramamento do Esprito, deixe-me dizer-lhes que esto orando por alguma coisa que o mundo no compreende e pode at ser que nem vocs prprios entendam o que esto pedindo. Vemos no exemplo da Igreja Primitiva o que acontece quando o Esprito Santo vem e assume o comando da Igreja. O problema connosco que lemos estes relatos superficialmente e somos to superficiais que no pegamos bem o verdadeiro sentido e significado. Imagine simplesmente o que aconteceria se uma Igreja assim existisse hoje! Talvez e expulsssemos e rejeitssemos aquele povo: "Fanticos! Extremados! Sem amor! No conhecem a graa!"

    Eu confessei pequena congregao Zulu em Mapumulo que se eu fosse Pedro, possivelmente, quando Ananias viesse a mim,eu o abraaria, daria um beijo fraternal, e lhe diria; "oh irmo, Deus lhe abenoe!" No me importaria se ele estivesse contando uma "mentira santa" ou no. Eu diria a mim mesmo, "D uma olhada nesta oferta que ele est dando, estes milhares de Rands! disto que estamos precisando". E talvez eu ainda o abraasse dizendo: "irmo, na prxima reunio do conselho vou propor que voc seja eleito dicono, se que voc ainda no um!" Ananias o tipo de pessoa que sempre queremos ter na Igreja, no verdade? Ou seja, que tem dinheiro. Mas Pedro no disse estas palavras, e temos at a impresso de ele ter dito: "Ao inferno voc com o seu dinheiro". No h lugar na Igreja para uma pessoa que mente, desonesta e fala a verdade pela metade. melhor que seja comido pelos vermes do que estar viva na Igreja.

    Amigos, no fomos muito longe em nossa pesquisa. Voltamos ao captulo trs de Actos, onde est escrito que Pedro e Joo foram ao templo orar. Quando encontraram aquele mendigo Pedro disse: "Olha para ns! No tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isto te dou em nome de Jesus Cristo, levanta-te!" Vamos examinar cuidadosamente o que Pedro disse. A primeira coisa foi "Olha para ns". Perguntamo-nos, em Mapumulo, como que Pedro pde cometer um erro daqueles. Ns no devemos dizer: "Olhe para nos", mas sim. "Olhe para Jesus. No olhe para os crentes, olhe para Deus, olhe para a Palavra de Deus. No, olhe para ns!". Como Pedro pde cometer um erro daqueles? Naturalmente podemos entend-lo: Ele no teve nossos professores, nossas universidades, e nossos seminrios! Temos que levar isso em considerao! Deparamo-nos no entanto com o fato de que ele teve o melhor dos professores! Os demais mestres so tolos, comparados com Jesus. Pedro esteve aos ps do nosso Mestre, o maior dos professores. Pesquisamos a Bblia para ver como ele podia ter dito aquilo e chegamos a 2 Corntios, capitulo 3: "Vs sois cartas vivas, escritas no com pena e tinta, mas com o dedo de Deus, pelo Esprito de Deus, e esta carta lida por todos. "Ah", ns dissemos, "agora estamos compreendendo!" A mo de Deus estivera trabalhando na vida de Pedro e Joo de tal forma que, sem ficar envergonhados, podiam dizer "Olha para ns". Antes de comear o seu ministrio de cura, antes de pregar sua prpria mensagem, Pedro e Joo disseram aos que lhes ouviram - "Olhem para ns". Podemos ns, como testemunhas de Cristo, como regenerados da Igreja de Cristo, dizer ao mundo hoje "olha para ns", antes de entregarmos nossa mensagem? Voc pode, como pai, ao exortar seu Filho, antes disto dizer a ele "Olhe para mim, para a vida que eu vivo"? Somos exemplos para eles? Antes de pregarmos aos nossos empregados podemos dizer-lhes "Olhem para ns"?

    Descobrimos que ns prprios no podamos dizer como Pedro. O que dizamos, "Faa o que eu digo, mas no faa o que eu fao"; era exactamente o que os fariseus diziam. Em Mateus 23:3 o Senhor Jesus diz: "Tudo o que os escribas e fariseus lhes disserem, faam: mas no faam o que eles fazem, porque eles no praticam o que pregam." Esta a definio de um fariseu. O escriba e o fariseu do sculo vinte so exactamente a mesma coisa, ou seja, pessoas que pregam a verdade, mas no praticam. Quantas vezes pensamos que fariseu algum que fala mentiras e prega mentiras! Jesus no teria dito a seus discpulos "Tudo o que eles vos disserem, isto fazei", se os fariseus inventassem histrias. Eles falavam a verdade, embora eles mesmos no a praticassem.

    como o caso de um certo pregador, famoso internacionalmente, que era convidado para pregar em muitos locais. Numa de suas viagens este homem levou sua mulher. Ele havia sido convidado para pregar em uma catedral enorme. Tinha um dom de pregar tal, que todos ficavam quase hipnotizados ao ouvi-lo e o silncio era tamanho no auditrio que dava para ouvir at o barulho de uma agulha caindo. Sua homiltica era to fantstica que ele no usava a mesma palavra duas vezes no mesmo sermo! Duas mulheres da liderana da igreja receberam sua esposa com boas-vindas, acompanharam-na dentro da Igreja e sentaram com ela no primeiro banco. Este homem subiu ao plpito e pregou. Todos ficaram abismados, nunca ouviram algum pregar assim. Fantstico! Depois da mensagem, saram da Igreja no maior silncio, sem dizer uma palavra. L fora, uma das senhoras se atreveu a dizer a mulher do pregador: "Oh, deve ser maravilhoso, indescritvel, ter um marido que prega assim!" E ela disse: '', mas voc no sabe como ele quando est em casa!" Percebem? Se nossa vida no impressiona nem nossas esposas, quanto mais o diabo! E seus filhos? Voc est surpreso por eles serem o que so? Mas onde que eles aprenderam a ser o que so? Um fariseu algum que professa a verdade, mas seus actos no condizem com seus lbios. Isto um fariseu. E que Deus tenha como conceder que, se houver alguns entre ns, que se arrependam e se tornem filhos de Deus e parem de ser como os escribas!

    Pedro havia dito ao mendigo. "Olha para ns", e ns nos consciencializamos, mesmo antes do derramamento do Esprito em 1966, que, se antes de pregarmos aos Zulus pagos no pudssemos dizer "Olha para ns", no tnhamos o menor direito de abrir nossas bocas. Ento Deus comeou a trabalhar em ns, tratando de certas coisas em nossas vidas. Percebemos ainda que algum poderia perguntar, "Pedro, voc no est envergonhado de dizer olha para ns? Voc traiu o Senhor h pouco, de forma terrvel! Como agora vem dizer isto"! E ele poderia responder, "Sim, meu irmo, eu posso falar assim. Pequei, verdade, mas arrependi-me. Chorei por causa do meu pecado e recebi perdo. Estou perdoado". Sim, quando Deus perdoa, ele tambm esquece e eu tambm posso esquecer. Isto o Evangelho! No precisamos viver no passado, mas podemos confessar verdadeiramente nossos pecados perdoados, continuar sem ter do que nos envergonhar, se realmente j colocamos nossa vida

  • em ordem com Deus e se de forma verdadeira e genuna chegamos a nos arrepender.

    Consciencializamo-nos de que, ainda que Pedro disse ao mendigo, "No tenho prata nem ouro". Se chegssemos ao ponto de no termos prata nem ouro, poderamos ainda dizer ao povo. "Olha para ns"? Se fssemos as pessoas mais ricas do mundo, se ganhssemos muito dinheiro, se tudo desse certo e se tudo que tocssemos se transformasse em ouro, ento poderamos sorrir e sem esforo algum dizer s pessoas "olhem para ns"; entretanto, se as coisas fossem mal e ns entrssemos em falncia, se estivssemos no fim, poderamos dizer, Olhem para ns? Pedro disse: "No tenho ouro nem prata"; honestamente: no foi somente um truque para no dar um tosto ao mendigo. s vezes ns dizemos, "no tenho dinheiro", com o bolso cheio. Mas Pedro falou a verdade quando disse. No tenho prata nem ouro. Pedro no estava envergonhado deste fato: ele disse, "mas o que eu tenho". Ele tinha alguma coisa. E o que era? Algo mais precioso que ouro: "Em nome de Jesus Cristo, levanta-te!

    E falando sobre este assunto, contei congregao de Zulus a histria de um certo sacerdote catlico romano. Um dia, depois de uma missa, onde milhares de pessoas haviam estado, colocou-se uma mesa poria da igreja para o recolhimento de ofertas e quando todos saram, a mesa estava carregada de dinheiro, de ouro e de prata. O velho sacerdote estava contando o dinheiro junto de um padre novo. Disse o sacerdote: "Veja, Jovem, Pedro no pode mais dizer que no tem ouro nem prata." Em outras palavras, o Papa no pode dizer isto hoje em dia. Ento o jovem padre retrucou: Nem pode dizer "em nome de Jesus, levanta-te e anda! O que a Igreja Primitiva tinha, ns no temos mais. Perdeu-se em algum lugar ao longo do caminho! E o que eles no tinham, ns temos, isto , dinheiro: e inclusive isto tem uma influncia muito grande em nossas vidas, no e verdade? O dinheiro fala muito alto. Ao deliberarmos se devemos nos dedicar ao trabalho do Senhor ou no, ou quando vamos dar nossas ofertas, levamos o dinheiro em considerao. Talvez ns sejamos um pouco como Judas Iscariotes.

    Quando acabei de falar tais palavras numa de nossas reunies, em 1966, em Mapumulo, uma pessoa convertida havia meses somente, levantou-se, com lgrimas descendo pelo rosto, e disse: "Oh, umfundisi, por favor, pare!" Eu estava no meio do sermo! Na metade de uma frase, aquela pessoa simplesmente me fez parar. As lgrimas desciam pela face ansiosa. "Est bem", eu disse, "o que voc deseja?" E a pessoa perguntou, "posso orar?" Fiquei desorientado, sem saber o que fazer. Algum recm-convertido, de repente se levanta no meio dum culto, pra o sermo e pede para orar! Eu fiquei sem saber se deixava ouno. Ela no tinha educao teolgica, no era nem dicono, nem presbtero, ser que oraria certo? E se ela orasse errado? Masa, olhei bem para ela e pensei. "Bem, ela no est se fazendo de tola. Parece estar sria mesmo, as lgrimas esto a... Est bem, pode orar". Ento aquela jovem orou em lgrimas esta orao bem simples: "Oh, Deus, ns ouvimos como era a Igreja Primitiva. Ser que no podes descer para estar entre ns tambm, como fizeste a dois mil anos atrs? Ser que a Igreja hoje no poderia ser a mesma que foi em Jerusalm"? Meu corao comeou a queimar dentro em mini. Lembrei-me dos dois discpulos no caminho de Emas, quando um terceiro homem, desconhecido, juntou-se a eles, e conversou com eles: s depoisque ele partiu o po que seus olhos foram abertos para ver que era Jesus e um disse ao outro "Voc sentiu o ardor, o fogo dentro em ns, quando Ele nos abriu as Escrituras?" Eu agora sabia o que eles sentiram. Ela continuou a orar, "Oh, Deus, opera de tal forma que teus filhos, a Igreja de hoje, se torne como a Igreja Primitiva. Ser que o Senhor no pode fazer isto, outra vez? Aviva a tua obra, Senhor! Ser que os crentes no podem ser de novo como os cristos primitivos? Aps a reunio, fui ter com meu irmo que morava perto do local das reunies e disse-lhe: "Aconteceu algo estranho hoje. O culto foi interrompido, no por terroristas ou por um tumulto, mas por uma orao. Aquela orao veio de Deus e foi guiada pelo Esprito Santo e eu no duvido que no vai demorar e o Deus dos antigos estar no nosso meio de novo e a Igreja ser como a igreja Primitiva". Ento, depois de uma semana e meia. Deus fendeu os cus e desceu.

    O DERRAMAMENTO DO ESPRITO

    Est escrito em Joo 7:38, "Quem cr em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluiro rios de gua viva". E em Isaas 64:1- 4. "Oh, se fendesses os cus e descesses! Se as montanhas se derretessem na tua presena, como quando o fogo faz a gua ferver, para fazeres teu nome conhecido aos teus inimigos, e as naes tremerem na tua presena! Quando fizeste coisas grandiosas que no espervamos, tu descestes, e os montes se derreteram na tua presena, pois desde o inicio do mundo no seouviu um Deus semelhante a ti, que trabalha em lavor dos que nele esperam" Em me pergunto se alguma vez j oramos como o profeta Isaas descreve. Esta orao uma genuna orao por avivamento. Em 1966, quando estvamos desesperados com asituao da nossa Igreja e com a nossa prpria situao, ns oramos desta forma. Quando eu digo "avivamento, no estou me referindo a "reunies de avivamento". Pois podemos usar este termo erradamente e dizer, estamos tendo reunies de avivamento". Quando digo "avivamento", estou me referindo a quando Deus fende os cus e desce, as montanhas se derretem e o fogo realmente queima. Deus vem para o nosso meio e todos tomamos conscincia da Sua presena.

    Quando ns, em Mapumulo, oramos por avivamento, fervorosamente, de manh e tarde, depois de dois ou trs meses no era mais um estudo bblico, nem mesmo uma reunio de orao: ns simplesmente chorvamos. Tnhamos orado que Deus descesse e operasse entre os pagos. No nos consciencializamos nessa poca, que isto era simplesmente impossvel. Deus nunca comea com os pagos; nunca com os da rua. Quando Ele comea sempre , como Pedro disse,"pela casa de Deus". Os crentes tm mais culpa por no estarem reavivados e experimentando uma vida santa, do que os descrentes por no estarem salvos.

  • Eu li para a congregao o que Jesus dissera em Joo 7:38: "Se algum cr em mim, rios de gua viva fluiro do seu interior ".Ele nunca mencionou um fio de gua, ou um riacho, mas um rio. Se olhamos esta palavra no Novo Testamento, temos a impresso que ela significa rio mesmo, uma grande corrente de guas. Lemos do Eufrates, do rio de Apocalipse, e tambm do rio Jordo, que nem mesmo o maior, mas tem pocas que chega a ser um grande rio, quando transborda. Quando lemos do Jordo, lembramos do baptismo de Joo e, sem dvida, havia l muitas guas. Jesus disse "rios", no somente um rio, mas muitos. Ns temos aqui na frica do Sul os rios Tugela e Far. Sabemos que com um rio podemos transformar um deserto num jardim. Podemos gerar electricidade; irrigar os campos; fazer fbricas funcionarem. Tudo isso com um rio apenas. Quanto mais com vrios rios! Jesus disse que rios de gua viva fluiriam daquela pessoa que cresse nEle. Perguntamo-nos em Mapumulo: "H rios de gua viva fluindo de nossas vidas?" E a resposta foi "No". Um rio quanto mais comprido, maior, mais largo e mais fundo, mais forte se torna. No podemos parar gua corrente. Podemos tentar construir uma barragem a fim de par-la, mas, na realidade, quanto mais obstculos pomos a uma corrente de gua, mais forte ela se torna, mais poder gera emaior a superfcie que ela cobre. No final das contas s se est contribuindo para que ela tique cada vez mais forte, at que, se o obstculo no for suficientemente forte, ser destrudo! Se o obstculo puder resistir fora da gua, ela eventualmente cobrir uma rea enorme e ento correr por cima do obstculo! Em outras palavras, se algum crer, diz o Senhor Jesus, no haver nada neste mundo capaz de parar tal vida de f, aquela influncia, aquele Esprito, as guas vivas que fluiro do seu interior. No h nada mesmo. Nem o comunismo, nem o mundanismo, nem outra coisa qualquer pode parar a gua que corre do ntimo de apenas um crente.Lembro-me que um dia perguntei quele pequeno grupo: "Quem de vocs cr em Jesus? Ento fiz algo que normalmente no fao. Pedi que aqueles que dissessem que criam em Jesus, levantassem suas mos. E no uma pessoa naquele salo que no cria em Jesus! Disse-lhes: Jesus afirmou que rios de gua viva fluiriam daqueles que cressem nEle. Posso fazer-lhes uma pergunta pessoal? Esto fluindo rios de vossas vidas? Eles disseram, "No". "Isto significa que vocs no crem em Jesus?" insisti. Responderam: "Estamos convictos que cremos em Jesus! Ns aceitamos a Cristo! Ns entregamos nossas vidas a Ele, no podemos duvidar disto!" "Bem, se ns cremos nEle, ou estamos nos enganando ou o que Jesus disse no verdade. Jesus se refere s Escrituras e diz que elas afirmam que rios de gua viva fluiro do nosso interior. O que vamos fazer agora? No vamos tentar nos justificar ou achar uma outra explicao para este texto". Estvamos meio perdidos, naquela altura, sem poder realmente entender.

    Ento, de repente, parecia que o Senhor estava mostrando-me algo. Eu disse, "Notem bem, Jesus falou que aquele que crer nEle como as Escrituras dizem, rios de gua viva fluiro de sua vida. Em outras palavras, as Escrituras tm algo a dizer acerca do crente. Agora, vamos ouvir o que Elas dizem. Pode ser que Elas tenham mais a dizer do que somente "rios de gua viva fluiro de nossas vidas".

    Eu no sabia exactamente onde aquilo nos estava levando, mas continuei, "Vamos investigar as Escrituras, ver o que Elas tm a dizer sobre o crer e deixar que Ela nos fale. No vamos pr adio ou omisso em alguma coisa, nem tirar nem pr. Vejamosse temos um pouco mais de luz sobre o assunto". Prossegui: "Est escrito, "aquele que crer em Mim, como dizem as Escrituras". No como diz nosso costume, no como diz a constituio de nossa Igreja, ou nossos pensamentos, mas como dizem as Escrituras. Cremos realmente da maneira que a Bblia diz?" E, inesperadamente, a partir de um certo perodo, aps esse estudo, Deus comeou a trabalhar com o pior pecador daquela congregao. Sabem quem era? Eu. Deus, subitamente, comeou comigo, o pregador. Eu sempre colocava a culpa nos outros. Eu sempre apontava para os outros. E vocs sabem o que acontece quando apontamos o dedo para algum? Trs dedos apontam para ns e dizem: "Tu s pior do que a pessoa que ests criticando". E o polegar aponta para Deus, dizendo que Ele testemunha de que isto verdade! Ns sempre julgamos os outros de acordo com o que somos. Psicologicamente falando, algum sempre v seus defeitos nos outros. Portanto, se quisermos saber os pontos fracos de algum, basta escutar o que tal pessoa diz sobre os outros, e tudo o que ela mencionar, na verdade, ser um reflexo de sua prpria vida. Se um pintor v uma rvore, ele v um quadro, e diz: Oh, vai dar um quadro lindo! Se um botnico vir a rvore, vai dizer, Oh, quantas mudas bonitas posso tirar de l!" Se o fazendeiro que a plantou chegar, diz: "Breve vou derrubar esta rvore e ganhar algum dinheiro". Uma pessoa que gosta de medir as coisas, passa por elae diz: "Oh, que rvore comprida" e mede sua largura e altura. Todo mundo v aquilo com o que est se passando dentro de si mesmo. verdadeiro o ditado que diz: "Julga-se os outros conforme o que se . E qualquer pessoa que tenha um pouco de bom senso, se prestar atendo ao que dizemos, saber exactamente o que se passa em nosso corao enquanto criticamos outro e apontamos-lhe o dedo. Se um alcolico vir algum entrar em uma loja e sair com uma garrafa no bolso, mesmo que seja de lcool caseiro ou de gua, dir a si prprio que aquela pessoa comprou cachaa. com isso que ele est envolvido. Um homossexual v duas pessoas caminhando juntas e logo pensa "Ah, estou vendo isto que eles esto fazendo!" assim que funciona, julgamos os outros de acordo com o que somos.

    Eu colocava a culpa nos Zulus pela falta de progresso do trabalho entre eles. Quando me perguntavam por que o trabalho entreos negros era to difcil, eu respondia: "Vocs tem que compreender que difcil para um branco pregar o Evangelho, hoje em dia, aos Zulus. Eles no aceitam o Evangelho facilmente, pois dizem que religio do homem branco. A maioria deles est com a cabea cheia de poltica; hoje em dia, muitos esto influenciados pelo comunismo. Outra razo que os Zulus esto sempre ocupados em beber: os jovens, preocupados com as coisas deste mundo. D para entender por que as coisas esto destejeito, por que no pode haver um reavivamento, porque no h centenas de converses. D para entender que eles tm seus dolos, seus deuses, etc.". E, repentinamente, quando o Esprito de Deus comeou a trabalhar, iniciou comigo. Deus colocou o dedo nos pecados que havia em minha vida.

  • Lembro-me de um sbado tarde, quando alguns dos Zulus da congregao vieram at mim, pedindo para fazermos a nossa reunio de orao s treze horas, porque alguns deles tinham que andar muito para voltar para casa, Alguns tinham que caminhar vrios quilmetros, outros tinham estado fora de casa a semana toda por causa do trabalho e nos fins-de-semana tinham que andar de volta para casa, por isso no queriam chegar tarde. Desta forma, disseram: Ser que no podamos nos reunir uma hora da tarde? Isto nos daria tempo para depois darmos ateno s crianas e aos trabalhos caseiros em nossos lares". Eu disse: "Est bem, podemo-nos reunir uma hora".

    Quando chegamos reunio numa certa casa que antigamente era um estbulo, o Maior (governador) do distrito e seu assistente, o Juiz, O chefe dos correios e o chefe da policia e um sargento, lodo aquele pessoal havia chegado para uma partidade tnis num campo pertinho do estbulo onde nos reunamos. Ento pensei: "O que eles vo pensar de mim, se eu e estes africanos nos ajoelharmos para orar e clamar a Deus?" Eu conhecia aqueles brancos e sabia o seu estado espiritual. Estava envergonhado e pensei: "E agora, o que que eu vou fazer? Eles vo pensar que estou louco! Como evidente, eu ainda no havia me consciencializado, naquela poca, do que eu realmente precisava ser para que a luz do avivamento irrompesse. Quanto mais cedo "enlouquecermos", melhor. Perguntei-me se no devia pedir aos Zulus para irem embora para casa e voltarem, quando aquele pessoal houvesse acabado a partida, l pelas cinco da tarde. Mas, como iria dizer-lhes aquilo? No podia simplesmente contar-lhes que estava com vergonha de ser visto orando com eles. No podia dizer-lhes que estava preocupado com o que aquelas pessoas l fora iam pensar de mim, um branco que chorava com os negros, orando com eles curvado sobre os joelhos.

    De repente tive uma idia. Pensei em levantar e fechar a janela: daquela forma, os brancos jogando tnis no ouviriam o que estava acontecendo dentro do salo. Eram janelas antigas, daquele tipo que se fecha empurrando as trancas para cima. Levantei me e, quando fechava a primeira janela, ouvi algo. Era como se algum me dissesse; Est bem, est certo, feche a janela e eu ficarei de fora e voc do lado de dentro, Eu no irei entrar". Eu no precisei de um intrprete para aquela linguagem, entendi por mim mesmo. Eu sabia que no era a janela que deixava Deus do lado de fora, mas, o meu orgulho! Pela primeira vez na minha vida percebi que o Esprito de Deus Santo. Nunca me havia apercebido disto. Centenas, talvez milhares de vezes menciona o Esprito Santo em pregaes, mas nunca me apercebera, nunca me foi revelado, nunca vira antes a santidade do Esprito de Deus. Eu dizia Esprito "Santo", mas no significava nada para mim.

    Precisamos ter muito cuidado com o que fazemos e dizemos. to fcil dizer "Sou baptizado com o Esprito Santo, cheio do Esprito". As pessoas que nos ouvem, entretanto, olham para as nossas vidas. Eu conhecia duas pessoas que falavam em lnguas e diziam que eram cheias do Esprito. Uma delas tinha um vocabulrio sujo. Oh, as palavras que ele proferia... crente nenhum devia usar. Ele praguejava e amaldioava como poucos. O outro vivia namorando as mulheres dos outros e pecando com elas. E isto era uma arma que eu usava ocasionalmente. Eu dizia algumas vezes nos cultos: "Voc que diz ser cheio do Esprito, venha frente aqui comigo e mostre sua espiritualidade atravs de uma vida santa". Eu, entretanto, ao mesmo tempo em que lanava este desafio, no tinha a menor pista do que era o Esprito Santo. A minha atitude era daquela forma porque somos todos inclinados a professar muito e viver pouco. E simplesmente trazemos desonra ao nome de Deus. melhor dizer. "Tenho s um pouco, sou um nada" e viver mais.

    Quando Deus abenoou Andrew Murray e a Igreja Reformada com um avivamento no Cabo, e o Esprito desceu e operou poderosamente, Murray enfrentou muita oposio. Sempre digo que se pode medir a profundidade da obra de Deus pela quantidade de perseguio que ela enfrenta. Se no h muita oposio, Deus no tem feito muito tambm. Alguns pastores da mesma Igreja de Murray disseram que ele ensinava uma doutrina falsa, que havia sado dos trilhos. E nomearam duas pessoas para ir visit-lo por duas semanas e investigar o assunto. As acusaes eram que ele era muito extremado, e que o padro de vida crist que ele ensinava era muito alto. Depois que eles passaram duas semanas com Andrew Murray, voltaram e deram o relatrio: "Irmos, ele no prega metade daquilo que vive! Quem est l e v como eles vivem, s pode dizer isto que eles no pregam o que vivem". Isto bom! bem melhor ser como a rainha de Sab, que quando chegou presena do rei Salomo e viu seu reino disse: No me disseram metade daquilo que vejo! Mas todos temos a tendncia de falar e professar mais do que somos realmente, do que fazemos e o que valemos. Precisamos ter cuidado.

    Muitos estragos so produzidos no mundo hoje, no pelos comunistas, mas pelos crentes; no pelos mpios no! Eles no nos causam muitos problemas mas sim aqueles que se chamam de crentes e que na realidade so mornos. melhor ser um mpio, no salvo, um pago, do que um crente morno. Jesus disse que tais pessoas descrentes eram mais aceitveis a Ele do que os que diziam ser crentes, sendo mornos. Alguns dizem que tais palavras de Jesus s estavam em seus lbios, no no seu corao. No verdade. Isto estava no corao de Jesus. Pessoas assim lhe deixam como que doente, com vontade de vomitar.E ele diz: "Este o fim das pessoas que dizem estar em mim, mas so mornas. O fim delas pior do que o de um pago". Tais foram os pensamentos que me dominaram naquela poca.

    Pela primeira vez na minha vida eu estava consciente da santidade do Esprito de Deus. Ao mesmo tempo. Deus me mostrou um lampejo de como o orgulho odioso aos seus olhos. Orgulho um pecado hediondo. Eu vi algumas palavras escritas diante de meus olhos. E eram estas: "Deus resiste ao soberbo ". Ento disse: "O qu? Eu no sabia disto". Sempre pensei que era o diabo que tornava as coisas difceis para mim e que me oferecia resistncia. E agora a Bblia diz que Deus quem me est resistindo! Deus resiste ao soberbo no est escrito que o diabo quem resiste ao soberbo, mas que "Deus resiste ao soberbo".

  • Qual a maior das ameaas para ns? Existem muitas coisas. Alguns dizem que so os terroristas - "s podemos dormir noite com as portas e janelas fechadas". Outros dizem que "os negros so a maior ameaa para ns". Mas vocs sabem realmente qual a maior ameaa para ns? Deus, aquele que nos salvou. Os filhos de Israel foram todos salvos pelo sangue. Eles beberam da pedra que era Cristo. Leia I Corntios 10. E a mesma mo que os salvou virou-se contra eles e prostrou-os no deserto e os que sobraram tiveram que andar sobre ossos secos. Deus, em sua ira, ps-se contra eles. No temos que temer pessoa alguma neste mundo. H apenas um a quem devemos temer: Deus. Mesmo que o mundo todo seja por ns, se Deus contra ns, estamos lutando numa guerra perdida. Por outro lado, um homem e Deus so mais que o mundo todo e mesmo queo mundo todo seja contra tal homem, ele e Deus sero vitoriosos, porque no estaro na minoria, mas na maioria. A Bblia diz:"Se Deus por ns, quem ser contra ns? A palavra "se" no expressa uma condio. Entretanto, devemos nos perguntar: "Ele realmente por ns?" E se voc for uma pessoa sem preconceitos, sem nimo dobre, sem dois pesos e duas medidas, se olhar para certos crentes, vai duvidar que Deus seja realmente por eles. Uma coisa tenho experimentado: onde h orgulho, Deus no a favor daquelas obras, mas contra elas.Vi ento Deus me resistindo e clamei. Pensara que era o diabo que me fazia oposio, mas agora via que o prprio Deus estavafazendo isto. Se estes dois gigantes esto contra mim, no h esperana nenhuma. Se fosse s o diabo, acredito que pela graa de Deus eu poderia venc-lo. Mas se Deus contra mim... Oh! Estou perdido! Deus, ento, a certa altura, comeou a me passar no moedor de carne, sem comear pelos ps e depois pela cabea, mas comeando pela cabea mesmo, comeando pelasoberba. Nunca se esquea de que Deus sempre se ope a qualquer obra onde h orgulho. Deus no aprova tal obra e Ele no esconde o fato de que resiste ao soberbo.

    O Esprito Santo comeou a colocar o dedo em meus pecados, um atrs do outro. Ele fez exactamente aquilo que est escrito em Joo 16, quando o Senhor disse: "E necessrio que eu v, pois, se eu no for, o Consolador no vir. Quando vier o Consolador, Ele vos guiar a toda verdade. Ele convencer o mundo do pecado, da justia e do juzo. Quando Jesus fala que oConsolador vir, o que de se esperar que Ele faa quan