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MÓDULO B Meios de convencimento Meios de convencimento 2015-2 Meios de Convencimento Os argumentos: existem diversas maneiras de se convencer alguém. Tais modos de convencimento são chamados de argumentos, que podem ser corretos ou legítimos e outros podem ser incorretos ou ilegítimos. Quando os meios de convencimento são incorretos ou ilegítimos, fazendo a inteligência titubear, chamamos de falácias . Meios de Convencimento As Falácias ou sofismas: são raciocínios que pretendem demonstrar como verdadeiros os argumentos que logicamente são falsos. Sua eficiência consiste em transferir a argumentação do plano lógico para o psicológico ou lingüístico, servindo-se da linguagem, visando despertar emoções e sentimentos que dão anuência a uma conclusão, mas não convencem logicamente. Falácias ou Sofismas Grupo psicológico 1. Conclusão irrelevante 2. Petição de princípio 3. Círculo vicioso 4. Falsa causa 5. Causa comum 6. Generalização apressada 7. Acidente 8. Contra o homem 9. Recurso à força 10. Apelo à ignorância 11. Apelo à piedade 12. Populismo 13. Apelo à autoridade 14. Pergunta complexa

B -- Meios de Convencimento

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meio de convencimento -logica

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Page 1: B -- Meios de Convencimento

MÓDULO B

Meios de convencimentoMeios de convencimento

2015-2

Meios de Convencimento

Os argumentos: existem diversas maneiras de se convencer alguém. Tais modos de convencimento são chamados de argumentos, que podem ser corretos ou legítimos e outros podem ser incorretos ou ilegítimos.

Quando os meios de convencimento são incorretos ou ilegítimos, fazendo a inteligência titubear, chamamos de falácias.

Meios de Convencimento

As Falácias ou sofismas: são raciocínios que pretendem demonstrar como verdadeiros os argumentos que logicamente são falsos. Sua eficiência consiste em transferir a argumentação do plano lógico para o psicológico ou lingüístico, servindo-se da linguagem, visando despertar emoções e sentimentos que dão anuência a uma conclusão, mas não convencem logicamente.

Falácias ou Sofismas

Grupo psicológico

1. Conclusão irrelevante

2. Petição de princípio

3. Círculo vicioso

4. Falsa causa

5. Causa comum

6. Generalização apressada

7. Acidente

8. Contra o homem

9. Recurso à força

10. Apelo à ignorância

11. Apelo à piedade

12. Populismo

13. Apelo à autoridade14. Pergunta

complexa

Page 2: B -- Meios de Convencimento

Falácias ou Sofismas

Grupo linguístico

1. Equívoco

2. Anfibologia

3. Ênfase

4. Composição

5. Divisão

Falácias – Grupo psicológico

Conclusão irrelevante:

quando se conduz a argumentação para uma conclusão, intencionalmente ou não, que não é garantida pelas considerações em questão. Conclui-se algo que não tem nada a ver com o contexto em questão.

Falácias – Grupo psicológico

Conclusão irrelevante – exemplo:

discurso utilizado para incriminar alguém, tratando-se demoradamente do horror do delito sem considerar os atenuantes e as exceções que possa haver em determinados casos.

Falácias – Grupo psicológico

Petição de princípio:

quando se pressupõe como certo o que se deveria ter demonstrado, ou seja, a conclusão a que leva um raciocínio é extraída de um ponto de partida, sendo que o que se quer provar é exatamente a veracidade deste ponto de partida.

Page 3: B -- Meios de Convencimento

Falácias – Grupo psicológico

Petição de princípio - exemplo:

A criança pergunta: a cegonha existe?

O pai responde: Ora, se não existisse você não estaria aqui!

Falácias – Grupo psicológico

Círculo vicioso:

o ponto de partida e a conclusão carecem de demonstração. Um é demonstrado pelo outro formando um círculo.

Falácias – Grupo psicológico

Círculo vicioso - exemplo:

a inflação, aumento generalizado de preços, corrói o poder aquisitivo dos salários, que precisam ser aumentados. Este aumento de salários, por sua vez, gera a necessidade de se elevar os preços dos produtos (característica da inflação) para o pagamento dos mesmos salários.

Falácias – Grupo psicológico

Falsa causa:

consiste no sofisma de atribuir a um fenômeno uma falsa causa ou concluir como sendo causa dele aquilo que somente o antecedeu.

também é comum atribuir causalidade à aquilo que é mera sucessão.

Page 4: B -- Meios de Convencimento

Falácias – Grupo psicológico

Falsa causa - exemplo:

Muitos dos pensamentos supersticiosos:

Espelho quebrado causa sete anos de azar; cruzar com um gato preto ou passar por debaixo de escadas dá azar.

Tomar um chá durante tantos dias curou o resfriado

Falácias – Grupo psicológico

Causa comum:

quando dois acontecimentos relacionados entre si são tomados um como causa do outro, sem considerar que ambos são causados por um terceiro.

Falácias – Grupo psicológico

Causa comum - exemplo:

Os programas de televisão causam a decadência moral da sociedade.

Não levando em conta que tanto a programação como os próprios valores morais são frutos de outros fatores como ideias filosóficas, disputa de poder, interesses econômicos-políticos.

Falácias – Grupo psicológico

Generalização apressada:

acontece quando se atribui ao todo o que é próprio de uma parte. A exceção é considerada como regra.

Exemplos: piadas de sogras, portugueses, mulheres loiras.

Page 5: B -- Meios de Convencimento

Falácias – Grupo psicológico

Acidente:

acontece quando se recorre a regras gerais, não levando em consideração as possíveis exceções às quais a regra não se aplicaria.

Falácias – Grupo psicológico

Acidente - exemplo:

Exemplo: a regra “não matar”. Há casos, em circunstâncias especiais, em que tais regras não se aplicam ou até mesmo exigem uma regra contrária.

Falácias – Grupo psicológico

Contra o homem:

utilizado para refutar uma posição ou afirmação de alguém. A estratégia consiste em atacar diretamente a pessoa em questão ou atacá-la pela circunstância especial em que ela se encontra.

Falácias – Grupo psicológico

Contra o homem - exemplo:

inviabilizar a candidatura de alguém apoiando-se no fato de estar com idade avançada ou ter saúde precária.

Page 6: B -- Meios de Convencimento

Falácias – Grupo psicológico

Recurso à força:

recorre à ameaça do uso da força na tentativa de convencer alguém.

Falácias – Grupo psicológico

Recurso à força - exemplo:

numa negociação salarial, o patrão pode lembrar sutilmente que existem muitas pessoas desempregadas, que trabalhariam de bom grado por tal salário.

Falácias – Grupo psicológico

Apelo à ignorância:

baseia-se na suposição de que uma tese é verdadeira ou falsa, porque ainda não se demonstrou claramente a sua contrária.

Falácias – Grupo psicológico

Apelo à ignorância - exemplo:

“Como não há conhecimento e registro de transmissão de AIDS em consultório dentário, se conclui que não há perigo de contaminação.”

Page 7: B -- Meios de Convencimento

Falácias – Grupo psicológico

Apelo à piedade:

é a utilização de chantagem emocional para forçar a adesão de alguém a certo ponto.

Falácias – Grupo psicológico

Apelo à piedade - exemplo:

um pai diz ao filho: “pode viajar, não tem problema, talvez você não me encontre vivo quando voltar”.

Falácias – Grupo psicológico

Populismo:

a falácia do populismo tenta atingir a massa. Busca conseguir a concordância da multidão para o que intenta, normalmente valendo-se de outras falácias.

Falácias – Grupo psicológico

Populismo - exemplo:

campanhas publicitárias que tentam convencer o consumidor sobre as qualidades deste ou daquele produto através de associação psicológica com as cores nacionais, liberdade, status, esnobismo, etc.

Page 8: B -- Meios de Convencimento

Falácias – Grupo psicológico

Apelo à autoridade:

é critério válido para sustentar uma posição apelar para o testemunho de alguém, que se constitui como autoridade reconhecida no específico campo do conhecimento a que tal posição se refere.

Entretanto, valer-se do testemunho de outrem, reconhecida autoridade em um determinado campo do saber, pelo simples fato de ser uma autoridade, para apoiar posições que estão fora de sua especialização, é cometer a falácia do recurso à autoridade.

Falácias – Grupo psicológico

Apelo à autoridade – exemplo:

comerciais com artistas que garantem as propriedades fabulosas do produto em questão, valendo-se da sua imagem.

Falácias – Grupo psicológico

Pergunta complexa:

pela combinação de duas ou mais perguntas em uma só, procura-se confundir o interlocutor.

Falácias – Grupo psicológico

Pergunta complexa - exemplo:

um repórter pergunta a um acusado: está arrependido do que fez?

Se o acusado responde sim, conclui-se que o acusado cometeu o roubo. Se o acusado responde não, conclui-se que além de não admitir o delito, o acusado nem ao menos se arrepende.

Page 9: B -- Meios de Convencimento

Falácias ou Sofismas

Grupo linguístico

1. Equívoco

2. Anfibologia

3. Ênfase

4. Composição

5. Divisão

Falácias – Grupo linguístico

Equívoco:

trata-se da utilização de uma mesma palavra, que tem sentidos totalmente diferentes para coisas diferentes. Consiste em utilizar-se de um termo que, por ser polivalente, pode provocar no ouvinte, intencionalmente, uma representação mental diversa, levando-o a concluir falsamente.

Falácias – Grupo linguístico

Equívoco - exemplo:

“um prisioneiro não pode agir contra a lei, porque, pelo fato de já ser prisioneiro, ele não tem liberdade; e quem é privado de liberdade é justamente aquele que não pode agir”.

Falácias – Grupo linguístico

Anfibologia:

trata-se de um jogo de palavras que dá a falsa impressão de estar no contexto correto.

Page 10: B -- Meios de Convencimento

Falácias – Grupo linguístico

Anfibologia - exemplo:

O Rei Creso, antes de atacar Ciro (rei da Pérsia), consultou um oráculo e obteve a seguinte resposta: “Se Creso declarar guerra à Pérsia, verá a destruição de um grande exército”. Creso declara a guerra e é vencido. Ao queixar-se ao oráculo, Creso obtém a seguinte explicação: o grande exército que seria destruído era o seu.

Falácias – Grupo linguístico

Ênfase:

uma mensagem pode ser acentuada em alguma(s) de sua(s) palavra(s) para produzir no receptor uma compreensão sobre o estado psicológico de quem fala (emissor) que deste modo tenta angariar a anuência dos outros para o seu objetivo.

Falácias – Grupo linguístico

Ênfase - exemplo:

um anúncio publicitário que informa em letras garrafais apenas o preço da prestação de um bem e o valor total em letras menores ou até através de um minúsculo e quase imperceptível asterisco.

Falácias – Grupo linguístico

Composição:

a falácia é cometida quando se atribui ao todo as mesmas propriedades das partes, ou seja, quando se “compõe”, a partir da propriedade da parte, a conclusão com as mesmas propriedades.

Page 11: B -- Meios de Convencimento

Falácias – Grupo linguístico

Composição - exemplo:

exemplo1. o fato de a fotografia das cenas de um filme ser perfeita não autoriza classificar todo o filme como perfeito.

Exemplo 2. o político X é bom. Portanto, o partido ao qual ele pertence é um bom partido.

Falácias – Grupo linguístico

Cuidado: composição x generalização apressada

Alguém poderia pensar que, através da exceção que seria o político X, estar-se-ia generalizando apressadamente no sentido de que todo o partido deveria ser bom. Mas a analogia não estaria correta, uma vez que, mesmo que todos os membros do partido fossem bons políticos, mesmo assim o partido poderia não ser bom. As propriedades das partes são de ordem ou classe diferente das propriedades do todo.

Falácias – Grupo linguístico

Divisão:

é o processo inverso da composição. Ocorre quando se atribui às partes as mesmas propriedades do todo, quando se “divide” o todo, atribuindo à parte a mesma propriedade.

Falácias – Grupo linguístico

Divisão - exemplo:

O partido político ao qual pertence X é um bom partido. Logo, X é um bom político.

O partido de X poderia ser um bom partido devido à sua organização, programa e, mesmo assim, ter, individualmente, maus políticos em seu quadro. As propriedades do todo não são, necessariamente, as mesmas que as propriedades das partes.

Page 12: B -- Meios de Convencimento

MÓDULO C

ArgumentaçãoArgumentação