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ISSN 1679-2645
Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB
Bahia
aNo XXIII Nº 247 2016
Menos regras,Mais negociação
Pesquisa revela que o trabalhador quer mais flexibilidade para negociar jornada e local de trabalho, incluindo
horário de entrada, almoço e saída
Trabalhador vacinado,
indústriafortalecida.
A gripe é facilmente transmitida e tornou-se uma das maiores vilãs da produtividade industrial. Por isso, aproveite a Campanha de Imunização do SESI e promova a vacinação em sua empresa. Prevenir é a melhor forma de proteger a saúde dos trabalhadores e da sua indústria.
Participe da Campanha de Imunização Contra a Gripe. Acesse: www.�eb.org.br/sesi ou procure a unidade do SESI mais próxima.
eDiToriaL
Em 1º de maio de 1943, a Consolidação das Leis do Traba-
lho (CLT) foi sancionada pelo presidente Getúlio Vargas, no
período do Estado Novo. Ela unificou toda a legislação tra-
balhista então existente no Brasil e, por essa razão, repre-
sentou um marco jurídico. No entanto, 74 anos depois, a CLT
já não atende todos os requisitos das complexas relações do
trabalho no mundo regido pelos avanços digitais.
Novas formas de trabalho, surgidas a partir das tecnolo-
gias digitais, não conseguem abrigo na CLT. Exemplos são o
home-office, o trabalho em casa, modalidade que tem cres-
cido em todo o mundo, sendo comum em atividades como
jornalismo, TI e em pesquisa; e o trabalho coletivo usado
cada vez mais por médicos em procedimentos complexos,
como cirurgias, com a participação de colegas à distância,
graças às ferramentas de videoconferência.
Recente pesquisa realizada pela Confederação Nacional
da Indústria, com trabalhadores de vários setores, revela
que 71% dos entrevistados gostariam de escolher o horário
de chegar e sair do trabalho; 73% desejariam trabalhar em
casa ou em locais alternativos ao da empresa, quando preci-
so; e 64% reduziriam o horário de almoço para, em contra-
partida, sair mais cedo do trabalho e poder evitar o horário
de pico no trânsito.
Modernizar e desburocratizar as relações do trabalho no
Brasil são uma necessidade a cada dia mais forte. Portanto,
soa como importante avanço o Projeto de Lei nº 6.787/16,
apresentado pelo governo federal no final do ano passado,
estabelecendo pontos que, se aprovados, poderão ser nego-
ciados entre patrões e empregados. A intenção é permitir
que o que for negociado entre os legítimos representantes
das duas partes prevaleça ante o legislado. Essa possibili-
dade de flexibilizar as leis do trabalho pode contribuir para
a melhoria do ambiente e negócios, dando a trabalhadores
e empresários segurança jurídica para a tomada de decisões
que atendam os interesses de ambos.
Adicionalmente, isso reduziria o número de processos na
Justiça do Trabalho. Hoje, consta que existem mais de 8 mi-
lhões de ações tramitando nessa esfera, um grande passivo
com forte componente de insegurança para a empresas. A
flexibilização das leis do trabalho também trará, como con-
sequência, o estímulo à criação de empregos.
Leis do trabalho, contidas na CLT, datam de mais de sete décadas e já não atendem às necessidade do mundo moderno
shutterstock
Mais liberdade nas relações de trabalho
Novas
tecnologias
criam
expectativa de
flexibilização na
jornada
4 Bahia Indústria
SindicatoS filiadoS à fiEB
Sindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação e
tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria
do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] /
Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de ÓleoS Vege-
taiS e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da cerVeja e
de BeBidaS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão, PaSta de
madeira Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do trigo,
milho, mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de
mineração de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conStrução do eSta-
do da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS no eStado da
Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS in-
dúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
daS indúStriaS de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro de FreitaS, camaçari, diaS
d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no
eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS SintéticaS do
eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de
mineração de Pedra Britada do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS QuímicoS Para FinS
induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mÁrmoreS, gra-
nitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS, SorVeteS, SucoS,
concentradoS e lioFilizadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS e deriVadoS do eStado
da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sin-
dicato da indúStria do moBiliÁrio do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de reFrigeração, aQuecimento e
tratamento de ar do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS in-
dúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira de Santana, [email protected] /
Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de
FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de coSméticoS e de PerFumaria do eStado
da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de PlÁSticoS, BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS
hoSPitalareS, [email protected] / Sindicato Patronal daS indúStriaS de cerâmicaS VermelhaS e BrancaS Para conStrução
e olariaS da região SudoeSte e oeSte da Bahia [email protected] Sindicato da indúStria de aduBoS e corretiVoS agrícolaS do
nordeSte (Siacan) [email protected] / Sindicato nacional da indúStria da conStrução e reParação naVal e oFFShore (Sina-
Val) [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de PaniFicação e conFeitaria do eStado da Bahia, [email protected]
Filiada à
Bahia
fiEBPRESIDENTE Antonio ricardo Alvarez Alban. 1° VICE-
-PRESIDENTE carlos henrique Jorge Gantois. VICE-
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Valente; renata Lomanto carneiro Müller; Fernando
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Freitas; Waldomiro Vidal de Araújo Filho. DIRETORES
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ton José Dantas campêlo; cléber Guimarães Bastos;
Jorge catharino Gordilho; Marcelo Passos de Araú-
jo; roberto Mário Dantas de Farias
conSElhoSMICRO E PEqUENA EMPRESA INDUSTRIAL carlos henri-
que Jorge Gantois; ASSUNTOS FISCAIS E TRIBUTáRIOS
sérgio Pedreira de oliveira souza; COMéRCIO ExTE-
RIOR Angelo calmon de sá Junior; ECONOMIA E DE-
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ra; RELAçõES TRABALhISTAS homero ruben rocha
Arandas; RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL
Marconi Andraos oliveira; JOVENS LIDERANçAS IN-
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sérgio Fraga santos Faria
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cieB - cenTro Das inDúsTrias Do esTaDo Da Bahia
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Iniciativa privada
espera avanços na
tramitação do PL
no Legislativo
Projeto de Leino Congresso
16
Método adotado pelo SENAI Bahia é
alternativa para prover consultoria para
micro e pequenas empresas, servindo
ao mesmo tempo ao aprendizado de
alunos de cursos técnicos
theoPrax: o Caminho Para Prover soLuções a baixo Custo
Programa desenvolvido há dez anos
qualifica, prepara e certifica micro,
pequenas e médias empresas para
atuarem como fornecedoras de grandes
empresas industriais na Bahia
ieL bahia quaLifiCa e CertifiCa emPresas forneCedoras
suMário
14
Ilustraçãogentil
26
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Ex-aluno do SESI,
Igor Esquivel Souza
passou em 1º lugar
para o curso de
Medicina na Ufba
suCesso no enem
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nº 247 jan/fev 2017
LuIs MAceDo /câMArA Dos DePutADos
6 Bahia Indústria
Com uma proposta pedagógica inédita no país,
o Serviço Social da Indústria (SESI) iniciou o
ano de 2017 oferecendo uma nova experiência
de educação a distância. Trata-se do progra-
ma de Educação de Jovens e Adultos Profissionali-
zante a Distância (EJA/EAD Profissionalizante), rea-
lizado em parceria com o Serviço Nacional de Apren-
dizagem Industrial (SENAI).
A gerente de educação do SESI Bahia, Cléssia Lo-
bo, explica que a proposta está em fase experimental.
Além da Bahia, Santa Catarina e Pará também ofere-
cem o curso como experiência piloto. Os resultados
vão validar a expansão do modelo para todo o país.
O processo de preparação dos alunos foi iniciado
em novembro de 2016, com a aplicação da Metodologia
SESI de Reconhecimento de Saberes, que reconhece a
experiência de vida e conhecimentos acumulados. As-
sim, é possível identificar as competências já adquiri-
das pelo estudante para encaminhamento do progra-
ma curricular. As aulas propriamente ditas iniciaram
dia 13 de fevereiro, no SESI e, no SENAI, responsável
pela formação técnica, iniciam-se em maio.
A primeira turma do projeto foi apresentada no
dia 12 de janeiro, na Escola Reitor Miguel Calmon,
onde está sediado o polo de Educação a Distância do
SESI Bahia. O objetivo é promover a elevação da es-
colaridade de jovens e adultos, oferecendo, ainda, a
oportunidade de aquisição de uma formação técnica
em elétrica, hidráulica e reparação de microcompu-
tadores. O diferencial deste curso é que as aulas são
ministradas a distância, com um encontro presencial
por semana.
EJA abre oportunidades para jovens e adultosProjeto de ensino médio a distância é oportunidade para a retomada dos estudos e uma nova qualificação
Por patrícia moreira
Para o superintendente do SESI, Armando Neto, a
expertise na educação de jovens e adultos habilitou
à Bahia a ser uma das três unidades da federação a
sediar o projeto de EJA Profissional. “Oferecemos
o EJA/EaD, desde 2013, com resultados positivos, e
isso contribuiu para que o Departamento Nacional
escolhesse a Bahia parta testar a nova metodologia”,
ressaltou.
Patrícia Evangelista, gerente de Educação Profis-
sional do SENAI Bahia, destacou os benefícios da
parceria na articulação da qualificação profissional
com educação de jovens e adultos para o ensino mé-
dio. Ela lembrou que o SENAI passou a oferecer qua-
lificação técnica a distância em 2016 com sucesso,
com 800 alunos matriculados. “Estamos à disposi-
ção da comunidade como uma oportunidade de asse-
gurar o processo de formação técnica com os cursos
presenciais e a distância que são oferecidos pela ins-
tituição”, recomendou.
eXpansãoPara 2017, o SESI também ampliou a oferta do ensino
médio a distância para jovens e adultos. Foram re-
alizadas mais de cinco mil inscrições, superando a
meta inicial de 2016, que era de três mil matrículas.
Até 2015, explicou a assessora de EJA do SESI, Gisele
Freitas, o serviço era oferecido apenas às indústrias,
mas foi ampliado para a comunidade. A meta é fechar
2017 com 5.500 matrículas.
A primeira turma de EJA Profissionalizante ofere-
ceu apenas 105 vagas. Entre os alunos matriculados,
está José Antonio Bispo dos Santos, de 46 anos. In-
Milena está
em busca
de nova
alternativa
profissional,
e José
Antonio
elogia a
metodologia
do SESI
Bahia Indústria 7
dustriário, ele é gerente em uma empresa terceirizada
da Ford, na área de alimentação, no Complexo Indus-
trial de Camaçari.
Com um curso de técnico em nutrição concluído,
ele não conseguiu obter o diploma porque não tem
o ensino médio. Ciente do problema, sua esposa, ao
navegar pela internet, ficou sabendo do programa de
educação a distância do SESI. José Antonio optou pe-
lo EJA Profissionalizante de Montador e Reparador de
Microcomputadores para agregar mais esta formação
ao seu currículo. “Para ampliar conhecimento e me
qualificar”, justificou, enxergando novas oportuni-
dades profissionais.
Ele elogiou a metodologia adotada, que leva em
conta os conhecimentos prévios. “Fiz várias avalia-
ções e vai faltar muito pouco para concluir o ensino
médio”, explica José Antonio, que já cursou o CPA e
pode eliminar algumas disciplinas.
Como explica Gisele Freitas, a Metodologia de Re-
conhecimento de Saberes (MRS) permite reconhecer,
validar e certificar as competências desenvolvidas
por jovens e adultos ao longo de sua vida. “É conce-
bida no contexto da educação ao longo da vida, cons-
tituindo um mecanismo que possibilita a redefinição
de projetos de educação”, acrescenta.
O momento para voltar a estudar é oportuno, na
avaliação de José Antonio: “Antes, não conseguia dar
continuidade”, explica, destacando os benefícios do
ensino a distância. Para o futuro ele pensa em outras
investidas. Pretende cursar uma faculdade. “Não tem
idade para adquirir conhecimento e o mercado exige
que as pessoas estejam sempre atualizadas”.
Milena Paixão Rocha Guimarães, de 25 anos,
também pensa assim. Quando viu a reportagem que
anunciava a oportunidade de concluir o ensino mé-
dio e ainda agregar uma formação profissional ela
não hesitou. Também inscrita para o curso de mon-
tagem de computadores, Milena explica que quer se
especializar nesta área e, após concluir a formação
do EJA Profissionalizante, vai buscar cursos comple-
mentares. Ela elogia a iniciativa do SESI de oferecer
esta modalidade de ensino. “A maioria das pessoas
trabalha e não teria esta facilidade e disposição para
estar todos os dias em sala de aula. O modelo a dis-
tância facilita bastante”, justifica. Milena parou de
estudar há sete anos, quando engravidou. Na época,
estava cursando o 1º ano do ensino médio. O modelo
adotado e a flexibilidade de horários é outro ponto
positivo, na avaliação dela. [bi]
Fotos: MArceLo GANDrA/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
8 Bahia Indústria
O meu conhecimento será para melhorar a vida das pessoas. Desejo fazer a diferença
Medicina em 1º lugarestudante do sesI foi o melhor aluno selecionado para o curso de Medicina da ufba
A divulgação do resultado fi-
nal do Sistema de Seleção
Unificada (Sisu) de 2017 teve
um gosto especial para o estudan-
te Igor Esquivel de Souza. Ao abrir
o portal e lançar sua senha, ficou
sabendo que foi o estudante clas-
sificado em 1º lugar para o curso
de Medicina da Universidade Fe-
deral da Bahia (Ufba). Ele obteve
814 pontos na média geral, na dis-
puta por uma das 32 vagas de am-
pla concorrência, em que a nota de
corte foi de 784 pontos.
Aos 19 anos, 16 deles passados
nas salas de aula das escolas do
SESI Bahia, onde entrou com 2
anos e saiu com 18, Igor procura
explicar o que fez dele um aluno
brilhante: “Curiosidade me de-
fine”, afirma, para justificar seu
gosto pelos estudos e seu desem-
penho. Mas não é só. Com nota de
900 pontos em redação e 934 em
matemática, Igor reconhece que
além de curioso, também teve
que estudar muito para alcançar
o resultado. “Quando penso no
quanto tive que estudar pra con-
seguir este resultado, posso dizer
que quando a gente se esforça
com dedicação, acaba recebendo
o que espera”.
Igor começou sua formação
escolar na Escola Bernardo Mar-
tins Catharino, no SESI Itapagi-
pe, e encerrou na Escola Djalma
Pessoa, onde cursou o EBEP, o
ensino médio do SESI articulado
com educação profissional do SE-
NAI. Com uma trajetória marca-
da por conquistas, Igor Esquivel Igor Esquivel, 1º lugar em Medicina da Ufba
foi medalha de ouro, em 2015, na
Olimpíada Baiana de Química,
promovida pela UFBA, e medalha
de bronze na Olimpíada Brasileira
de Química, na qual disputou com
alunos de estados do Nordeste.
reconheciMenToDepois de comemorar com a famí-
lia, a conquista de Igor Esquivel
foi destaque na primeira reunião
do Conselho do SESI de 2017, dia
16 de fevereiro, quando ele foi ho-
menageado. A reunião foi aberta
pelo presidente da Federação das
Indústrias do Estado da Bahia
(FIEB), Ricardo Alban, que pa-
rabenizou o estudante por suas
conquistas. A homenagem foi
conduzida pelo superintendente
Armando Neto. Participaram ain-
da a gerente de Educação Cléssia
Lobo, a diretora da Escola Djal-
ma Pessoa, Cristina Andrade, e o
conselheiro Djalma Pessoa, que
dá nome à escola onde Igor fez o
ensino médio.
Igor Esquivel é filho de indus-
triário do setor químico e revela
que encontrou no SESI o incentivo
que precisava para se dedicar aos
estudos. “Sempre fui incentivado
a buscar voos mais altos, inclusive
dando suporte técnico. No ensino
médio, tive professores excelen-
tes, que foram importantes para
eu decidir o trajeto da minha vi-
da”, ressalta Igor.
A mãe de Igor, Gilbene Souza,
credita o desempenho do filho a
um esforço que envolve a família e
a escola trabalhando juntas.
Beto JúNIor/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
circuito
Bahia Indústria 9
Por CLeber borges
Indústrias investem cada vez menosA crise econômica reduziu os
investimentos da indústria.
Apenas 67% das grandes
indústrias instaladas no Brasil
investiram no ano passado, e só
40% delas conseguiram tocar os
projetos como haviam planejado.
O percentual de empresas que
pretendem investir em 2017
também é de 67%, informa a
pesquisa divulgada pela
Confederação Nacional da
Indústria. O percentual de
empresas que investem cai ano a
ano. Chegou a 93% em 2010,
quando começou a pesquisa. Em
2016, ficou 7 pontos percentuais
abaixo dos 74% registrados em
2015. Entre as empresas que
investiram no ano passado, 36%
aplicaram recursos em novos
empreendimentos.
Venda de veículos cai, estoques sobemA venda de veículos novos no
Brasil alcançou 147.219 unidades
em janeiro, queda de 5,2% em
comparação com igual mês do
ano passado e tombo de 28%
sobre o resultado de dezembro,
conforme a Associação Nacional
dos Fabricantes de Veículos
Automotores (Anfavea). Por
segmento, os automóveis e
comerciais leves, juntos,
somaram 143.768 vendas em
janeiro, retração de 4% em
relação a janeiro de 2016. Entre os
pesados, foram 2.947 caminhões,
baixa de 33,3% ante igual mês do
ano passado. Nos pátios das
montadoras e das concessionárias
o estoque é suficiente para 38 dias
de venda, comparado a janeiro. O
ideal é que durem 30 dias.
Exportação impulsiona a produçãoApesar da retração no mercado interno, a produção das montadoras instaladas no
Brasil cresceu 17,1% em janeiro deste ano ante janeiro de 2016, mas caiu 12,9% em
comparação com dezembro, informou a Anfavea. No primeiro mês do ano, foram
produzidas 174.064 unidades, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e
ônibus. De acordo com a Anfavea, as exportações em valores de veículos e máquinas
agrícolas impulsionaram a produção em janeiro, com alta de 47,9% na comparação
com janeiro do ano passado, mas queda de 13,2% ante dezembro.
“Nos próximos anos, tudo que puder ser conectado à internet será conectado. Não adianta tentar lutar contra isso”.
Chris O’Neill, executivo canadense, presidente do Evernote, app com 200 milhões de usuários no mundo, que funciona como um bloco de notas inteligente.
Acordo entre blocos pode beneficiar brasileirosO lançamento oficial das
negociações entre o Mercosul e a
Associação Europeia de Livre
Comércio (EFTA) pode criar
oportunidades para a exportação
de 322 produtos brasileiros –
incluindo sucos, carnes,
automóveis e petroquímicos –
muitos deles produzidos na
Bahia. Um acordo com o bloco
europeu, que se situa fora da
União Europeia, dará acesso a um
amplo mercado consumidor,
cujas importações somaram
US$ 294 bilhões em 2016. O
EFTA é formado por
Suíça, Noruega,
Islândia e Liechtenstein.
10 Bahia Indústria
sindicatos
PDA define ações para 2017 Cursos sobre leis trabalhistas,
fiscalização do trabalho, NRs,
eSocial e regimes tributários
estão entre as ações do Programa
de Desenvolvimento Associativo
para 2017. Coordenado pela CNI,
o programa é executado na Bahia
pela FIEB. Serão 12 turmas de
cursos para empresários, em
Salvador e no interior. Também
estão programadas duas oficinas
para líderes e executivos
sindicais e um Bate-papo
Sindical.
Charuto baiano recebe reconhecimento da SeagriA história de mais de 450 anos de
plantio de tabaco no Recôncavo
da Bahia foi coroada com a
assinatura do termo de
delimitação geográfica de origem
pela Seagri. O documento
reconhece oficialmente a área
como detentora de características
exclusivas para produção de
charutos com qualidade. A ação
foi um dos passos finais em busca
do registro de Indicação
Geográfica de Denominação de
Origem para o charuto baiano.
ANGeLo PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
Dez consumidores baianos integraram o júri
popular que ajudou na escolha dos melhores
grãos de café do Brasil e na seleção do produtor
que venceu o 13º Concurso Nacional ABIC de
Qualidade do Café. Este ano, foram oito lotes
finalistas de quatro estados produtores: Bahia,
São Paulo, Paraná e Espírito Santo, que teve o
café campeão. Na Bahia, a avaliação foi
realizada na FIEB, em parceria com o Sincafé.
Além do júri popular, a avaliação conta com
análise de júri técnico, composto por
especialistas, e inclui ainda avaliação das
práticas sustentáveis da propriedade cafeeira.
Mapear as demandas do segmento para traçar um planejamento
estratégico que possibilite o crescimento do setor de cosméticos foi o
objetivo da Imersão Sindicosmetic. “É preciso compartilhar expertise
e tomar iniciativas coletivas em busca do crescimento do setor”,
destacou o presidente do sindicato, Raul Menezes, lembrando que é
preciso enxergar oportunidades mesmo diante do atual cenário
político-econômico do país. Esta também foi a mensagem do
psicólogo Alessandro Marimpietri. Ele pontuou que, diante da crise,
é preciso analisar a situação por diversos ângulos para traçar a
melhor estratégia de enfrentamento. O evento contou com palestra
sobre o Simples Nacional e com o case de sucesso da Avatim.
VALter PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
Alessandro Marimpietri ministrou palestra
Evento apresenta tendências da modaCom o apoio do Sindvest Feira,
foi realizado, em dezembro, o
Inova Moda Verão 2018, parceria
entre o Sebrae e SENAI que
aponta as tendências mundiais
da moda. O evento ocorreu no
Polimoda, centro que reúne lojas
de fábricas de confecções em
Feira de Santana, e contou com
palestra da consultora de design,
Ana Luiza Guimarães. “A ação
busca levar informação
atualizada aos empresários”,
afirmou Edison Nogueira,
presidente do Sindvest Feira.
Planejamento estratégico
baianos selecionam melhores cafés
Júri popular
avaliou oito
lotes de cafés
Bahia Indústria 11
ANGeLo PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
29ª Feira internacional da agropecuária • O Sindileite
marcou presença na 29ª Fenagro, no Parque de Exposições de
Salvador. No estande do sindicato, visitantes degustaram produtos
lácteos de indústrias baianas. “É uma oportunidade de nos
aproximar dos produtores de leite de todo o estado, além de
favorecer o networking e a troca de experiências entre
empresários”, explica Lutz Vianna, presidente do sindicato.
O portfólio de produtos das indústrias de cimento e gesso foi
apresentado no I Ciclo de Palestras Sinprocim-BA, na FIEB. “O portfólio
surge a partir das tratativas com o Governo do Estado, para promover
os produtos das empresas do nosso setor e fomentar sua utilização nas
obras públicas. Além dos produtos, o portfólio traz informações com
relação à normatização”, pontuou o presidente do Sinprocim-BA, José
Carlos Telles Soares. O 1º vice-presidente da FIEB, Carlos Gantois,
ressaltou a importância do evento para a qualificação das empresas do
setor, sobretudo as de menor porte. Ele destacou, ainda, a relevância do
segmento para o setor da construção civil.
Simagran lança Núcleo de Inovação e TecnologiaCom foco na busca e implantação de novas
tecnologias e soluções inovadoras nos processos
produtivos do setor, o Simagran-BA lançou o
Inovasim – Núcleo de Inovação e Tecnologia do
Simagran-BA. O setor de rochas ornamentais na
Bahia tem um grande potencial a ser explorado, o que
levou o sindicato a formar o Núcleo, que busca
identificar problemas do setor e desenvolver soluções,
além de atrair investimentos para financiar os
projetos. “Os empresários, muitas vezes, não têm
tempo para buscar novas tecnologias de processos
produtivos, bem como novas formas de utilização dos
seus produtos e rejeitos”, afirmou o presidente do
Simagran-BA, Marcos Régis, destacando, ainda, que
o Núcleo também tem o propósito de fomentar a
sinergia entre as instituições e o mercado,
diminuindo as distâncias entre os órgãos
fomentadores, universidades e o setor produtivo.
Carga tributária é desafio para SindicouroEmpossada em dezembro, a diretoria do Sindicouro
tem mandato até 2019. Presidente da entidade, o
empresário Sérgio Aloys Heeger afirma que ser
reeleito demonstra a união entre os associados em
busca de melhorias para o setor. Entre as
dificuldades, ele destaca a complexa e alta carga
tributária brasileira. “Chegamos a um nível
insustentável. A redução do poder aquisitivo do
consumidor reflete diretamente na competitividade
do setor industrial. Precisamos cobrar do governo a
simplificação ou a redução dos impostos. Para tanto,
o sindicato conta com o apoio da FIEB nas ações de
defesa de interesses”, afirmou Heeger.
Sindirepa capacita em temáticas comportamentaisO Sindirepa-BA realizou, de outubro a dezembro de
2016, seis turmas de cursos comportamentais, como
parte do projeto Trilha do Comportamento. O projeto
tem o propósito de atender à demanda de empresas
do setor para a formação de equipes capacitadas nos
aspectos comportamentais. “Esta questão tem
preocupado os reparadores tanto quanto os aspectos
ligados à capacitação técnica”, avaliou o presidente
do sindicato, Maurício Freitas.
sinprocim lança portfólio de produtos do segmento
Documento foi apresentado no I Ciclo de Palestras, realizado na FIEB
ANGeL
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s/c
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IeB
12 Bahia Indústria
No final de janeiro, seis
presidentes de federa-
ções da indústria, dentre
os quais o presidente da
FIEB, Ricardo Alban, e membros
da CNI, entregaram ao ministro
da Fazenda, Henrique Meirelles,
em Brasília, um documento com
21 propostas para aperfeiçoar o
Programa de Regularização Tribu-
tária (PRT), enviado pelo governo
federal ao Congresso Nacional, no
final de 2016, por meio da Medida
Provisória 766.
O PRT prevê a quitação de débi-
tos de natureza tributária ou não
tributária, contraídos por pessoas
físicas ou jurídicas junto à Receita
Federal ou à Procuradoria-Geral
da Fazenda Nacional. A MP 766, a
ser tratada no âmbito de uma co-
missão mista, formada por depu-
tados e senadores, faz parte de um
pacote de medidas, anunciadas
pelo governo Temer, para a reto-
mada do crescimento. “A reunião
FIEB quer ampliar alcance de medida provisóriao presidente ricardo Alban participou da reunião com o ministro da Fazenda, em que se discutiu também sobre os incentivos fiscais do IcMs
Por cleber borges
Documento
com 21
propostas de
melhorias no
texto do PRT
foi entregue
ao ministro
Meirelles
trias estão a redução de multas,
juros e encargos legais. Inclui
também a possibilidade de liqui-
dação do débito consolidado com
a compensação de outros créditos
que não exclusivamente os pró-
prios, exigência de notificações
com prova de seu recebimento
para o contribuinte, no caso de ex-
clusão do PRT, entre outras.
Boa iniciaTivaNo documento entregue às autori-
dades federais, as entidades des-
tacam que o programa representa
uma boa iniciativa por colocar
em pauta a necessidade de se fa-
cilitar o pagamento de obrigações
tributárias e não-tributárias com
o Estado. No entanto, o acúmulo
de juros e multas agravado pe-
la recessão econômica sufocam
as empresas, que se encontram
em “endividamento crescente”,
sendo necessário repensar tais
cobranças. Para elas, o cenário
com Meirelles teve como objetivo
buscar uma melhor compreensão
da Fazenda sobre as propostas de
emenda da Medida Provisória 766,
que serão discutidas no Congres-
so”, explicou Ricardo Alban.
Dias depois do encontro em
Brasília, no dia 5 de fevereiro, a
FIEB juntou-se à Federação do
Comércio de Bens e Serviços da
Bahia (Fecomércio) e à Federa-
ção da Agricultura do Estado da
Bahia (Faeb) e, juntas, divulga-
ram uma nota pública na qual
afirmam que, se o texto da MP
766 permanecer como está “não
será capaz de reduzir pendências
da grande maioria das empresas
brasileiras quanto às suas obriga-
ções tributárias e não tributárias
junto ao Fisco nacional”. Para que
seja efetivo e atinja seus propósi-
tos, diz a nota, o programa preci-
sa ser aperfeiçoado.
Entre as propostas elaboradas
pela CNI e federações de indús-
Bahia Indústria 13
exige “criar condições para normalizar a situação
fiscal das empresas para que o objetivo do Governo
Federal, que é a retomada do crescimento econômico,
seja alcançado”.
FIEB, Faeb e Fecomércio vão além. As três entida-
des representativas do empresariado baiano afirmam
que, se não for aperfeiçoado, o Programa de Regulari-
zação Tributária, lançado pelo Governo Federal, não
irá atingir seus propósitos.
Ainda segundo o documento, em razão do momen-
to econômico do país, que passa por uma de suas pio-
res recessões, com o fechamento de elevado número
de empresas em todos os setores da economia e a
consequente perda de milhões de postos de trabalho,
o sucesso do Programa de Regularização Tributária
depende do seu aperfeiçoamento, via emendas, no
âmbito do Congresso. Uma delas será a ampliação do
seu alcance, para incluir todos os créditos da União,
inclusive aqueles administrados pelos demais órgãos
da administração pública direta e indireta, incluindo
fundações e autarquias.
ponTos iMporTanTesOutros pontos são: Utilização da Taxa de Juros de
Longo Prazo – TJLP por ocasião do pagamento da
prestação mensal, em vez da Selic; redução de mul-
MIGueL ANGeLo/cNI
tas e encargos legais na consoli-
dação da dívida parcelada; pos-
sibilidade de que os depósitos
judiciais referentes a débitos in-
cluídos no PRT sejam resgatados
pelas empresas; possibilidade de
liquidação, total ou parcial, do
débito consolidado com a com-
pensação de créditos de terceiros
relativos a tributos administrados
pela Receita Federal.
Para FIEB, Faeb e Fecomércio é
preciso compreender que o crédito
é essencial à realização de investi-
mentos e o PRT precisa colaborar
de maneira mais efetiva para criar
um cenário favorável à expansão
da atividade econômica no pa-
ís. “Emendas importantes foram
apresentadas e o setor empresarial
baiano está disposto a discuti-las,
na certeza de que nossos deputa-
dos e senadores atuarão de ma-
neira decisiva para aperfeiçoar a
Medida Provisória 766”, afirma o
documento. [bi]
Principais Propostas Elaboradas pela CNI e Federações de Indústrias
»Redução de multas
»Redução de juros e encargos legais
»Possibilidade de liquidação do débito consolidado com a compensação de outros créditos que não exclusivamente os próprios
»Exigência de notificações com prova de seu recebimento para o contribuinte, no caso de exclusão do PRT
14 Bahia Indústria
Com quase 2.500 projetos
realizados por estudantes
de cursos técnicos, o méto-
do TheoPrax, adotado pelo
SENAI-BA desde 2007, estabele-
ceu-se como forma de aprender e
também de propor soluções para
problemas enfrentados pelas em-
presas industriais, principalmente
as de pequeno porte. A metodo-
logia, que alia a teoria à prática,
possibilita que alunos do terceiro
semestre ofereçam consultoria
técnica, supervisionada por pro-
fissionais experientes, por um cus-
to baixo, em valores que vão de R$
100 a R$ 2.500 por projeto.
Desenvolvida pelo Instituto
Fraunhofer de Tecnologia Quími-
ca, na Alemanha, a metodologia
TheoPrax é executada de forma
pioneira pelo SENAI-BA, que
“colhe” resultados positivos. Ini-
cialmente implantado nos cursos
técnicos presenciais, o método co-
Soluções para a indústriatheoPrax se consolida no seNAI-BA como metodologia e, ao mesmo tempo, oferta de consultoria para a indústria
Por carolina mendonça
porque este aluno sai daqui com
uma experiência profissional”, diz.
Empresas de todos os portes já
foram contempladas com a meto-
dologia. Um dos clientes dos alu-
nos, em 2015, foi a maior produto-
ra nacional não integrada de cobre
primário, a Paranapanema, que
procurou a instituição buscando
melhorar a medição da vazão no
processo do refino do metal, que
era totalmente manual, o que in-
duzia ao erro. Dois estudantes do
Curso Técnico em Automação da
unidade Lauro de Freitas desen-
volveram um sensor ultrassônico
que, associado a um microcom-
putador, faz os cálculos da vazão,
apresentando o valor mensurado
no display LCD, o que garante uma
medição precisa.
“Os estudantes mostraram ter
conhecimento do assunto e desen-
volveram um protótipo de medi-
dor que, com alguns ajustes, aten-
meça, este ano, a ser aplicado tam-
bém entre os alunos que estudam
a distância e vai ganhar, até 2018,
uma adaptação para os cursos de
Aprendizagem Básica (CAI), com
dois meses de duração, em média.
Gestores de outros SENAI pelo pa-
ís, a exemplo de Santa Catarina,
Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro
já demonstram interesse em repli-
car o modelo em seus estados.
A estrutura do método vem
se mostrando vantajosa para es-
tudantes, empresários e para a
própria entidade, como analisa o
coordenador do Centro TheoPrax,
Augusto Araújo. “Ao aluno é apre-
sentado um desafio real, fazendo
com que ele ponha em prática o
que aprendeu no curso e pise os
pés no mercado. As empresas têm
a oportunidade de contratar uma
consultoria técnica de qualidade
por um valor muito baixo, e a ins-
tituição estabelece um diferencial,
Estudantes
são preparados
para
desenvolver
soluções
práticas, como
o carrinho
elétrico (acima,
à esq)
Bahia Indústria 15
Fotos: João ALVArez/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
deu satisfatoriamente à necessidade da área”, conta o
coordenador de produção da Divisão de Cátodos (ele-
trodos negativos) da Paranapanema, Roberto Müller.
O projeto foi um dos destaques do Prêmio TheoPrax
2016, ficando em 3° lugar na competição. Uma das
responsáveis pela solução, a ex-aluna Joilma Batis-
ta, conta por que a experiência foi interessante. “O
contato direto com a empresa e o fato de termos que
resolver um problema real nos deu a vivência de um
verdadeiro profissional da área”.
“Os alunos se relacionam diretamente com a em-
presa sob a supervisão de professores e coordenado-
res. São eles que apresentam a proposta, o plano de
trabalho, com prazos e custos, e a solução final, sen-
do esta um protótipo ou a melhoria de um processo”,
explica Augusto Araújo. Ele afirma que a experiência,
em 20% a 30% dos casos, resulta em contratação de
novos empregados.
Para as empresas de pequeno porte, o retorno deste
tipo de consultoria pode ser ainda maior. O empresário
Antônio Neto, sócio da Gallu’s, especializada em fran-
gos congelados, viu o negócio de sua família crescer
sem ter como contratar mais gente para fazer as entre-
gas. Ele entrou em contato com o SENAI, que enviou
alunos do curso Técnico em Logística para a “missão”.
Depois de um diagnóstico, os estu-
dantes desenvolveram um quadro
de gerenciamento de entregas e um
mapa de roteirização virtual, redu-
zindo o tempo em 8,34% e a distân-
cia dos percursos em 24,49%.
“O investimento que fizemos foi
irrisório, demos apoio para o trans-
porte e a alimentação dos estudan-
tes, e os resultados foram bastante
proveitosos pois, reduzindo o tem-
po e os percursos, diminuímos os
custos”, explica Antônio Neto.
carro eLÉTricoOs projetos são prospectados pelo
Centro TheoPrax, que identifica
possíveis desafios para os alunos
da instituição e atua na formação
das equipes. E assim se formou o
grupo que construiu o carro eco-
lógico, um veículo que funciona
com força humana e energia elétri-
ca e chamou a atenção do público
na 9ª edição da Olimpíada do Co-
nhecimento 2016, em Brasília.
Desenvolvido por alunos e
professores dos cursos técnicos
de Mecânica, Mecatrônica e TI
de Salvador e Feira de Santana, o
carro, que transporta uma pessoa
de até 90 kg e altura de 1,80m, foi
escolhido embaixador na ocupa-
ção Tecnologia de Manufatura e
Engenharias da maior competição
de educação profissional das Amé-
ricas. O veículo tem como propos-
ta a autonomia e a integração com
o transporte público coletivo das
grandes cidades e centros urba-
nos, podendo ser acionado pelo
celular, via bluetooth.
Para um dos integrantes da
equipe do carro, o aluno do Curso
Técnico em Mecatrônica do SE-
NAI Feira de Santana, Carlos Her-
mon Peixoto, 22, a elaboração do
projeto foi uma oportunidade de
ampliar os horizontes do conheci-
mento. “Tivemos que estudar as-
suntos que a gente não conhecia,
trocar ideias, buscar a internet,
livros, foi gratificante”, conta.
Já o coordenador do curso e do
projeto, Edeilson Brito Santos, en-
fatiza que este tipo de desafio con-
tribui para o processo de amadu-
recimento dos estudantes. [bi]
Vantagens do Theoprax para as empresas
» Baixo custo
» Otimização de recursos
» Solução de problemas/melhoria de processos
» Foco na demanda da empresa
» Identificação de talentos
» Estudantes e profissionais experientes
» Inovação
16 Bahia Indústria
ito em cada dez brasileiros têm
o desejo de trabalhar em ca-
sa ou em locais alternativos à
empresa, conforme sua neces-
sidade. Além disso, 73% dos
trabalhadores querem ter mais
flexibilidade na jornada de trabalho, adequando
horários de entrada, de almoço e de saída do tra-
balho. É o que mostra a pesquisa Flexibilidade no
Mercado de Trabalho, da Confederação Nacional
da Indústria (CNI), feita em parceria com o Ibope.
Segundo a pesquisa, o brasileiro gostaria de ter
mais espaço para negociar com a empresa opções
para suas rotinas de trabalho, mesmo que isso sig-
nifique flexibilizar regras trabalhistas. O levanta-
mento mostra, ainda, que além do chamado home
office ou da possibilidade de uma jornada flexível,
cresceu o interesse do brasileiro por alternativas
para o seu dia a dia, que permitam adequações na
rotina de trabalho de acordo com suas necessida-
des pessoais (ver quadro ao lado).
Por exemplo, 64% dos entrevistados – ante 58%
Leis criadas há mais de sete décadas não atendem mais às necessidades do mundo contemporâneo, ditado pelas novas tecnologias
BrasiLeiro quer negociar FLeXiBiLiDaDe no TraBaLho
Por cleber borges
rotinas Set/15 Set/16 horário de trabalho 71% 73% Poder escolher horário de chegar e sair do trabalho
Local de trabalho 73% 81% Trabalhar de casa ou em locais alternativos quando preciso
Intervalo/Sair mais cedo 58% 64% Redução do horário de almoço para sair mais cedo do trabalho
Fracionamento de férias 53% 60% Poder dividir os 30 dias de férias em mais vezes
horas e folgas 63% 67% Trabalhar mais horas por dia em troca de folgas
FoNte: retratos da Sociedade Brasileira: Flexibilidade no mercado de trabalho 2016 (CNI/Ibope)
O que já pode mudarEntre 2015 e 2016 aumentou o percentual dos que desejam liberdade para negociar
18 Bahia Indústria
MArceLo GANDrA/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
em 2015 – gostariam de reduzir o
intervalo de almoço para, em con-
trapartida, sair mais cedo do tra-
balho e poder evitar o horário de
pico de trânsito. A pesquisa indica
também que o trabalhador gostaria
de poder dividir os 30 dias anuais
de férias em mais de dois períodos
e com períodos mais curtos: 60%
dos entrevistados se mostraram
favoráveis a esta possibilidade, em
relação a 53% da pesquisa anterior.
MoDernizaçãoHoje, existem no Brasil 12 milhões
de desempregados, de acordo
com o IBGE. Também existem 8
milhões de ações transitando na
Justiça do Trabalho. Ambas são es-
tatísticas que expõem os efeitos no
mundo real de uma legislação tra-
balhista dissociada da realidade.
Modernizar e desburocratizar
as relações do trabalho no Brasil
são uma necessidade a cada dia
mais premente. As leis trabalhis-
tas estão definidas na Consolida-
ção das Leis do Trabalho (CLT),
publicada em 1943. À época, ela
representou um importante avan-
ço na proteção do trabalhador.
Mas, com os avanços da tecnolo-
gia e a evolução nas formas de se
produzir, a CLT se tornou obsoleta
sob diversos aspectos, sobretudo
em relação às novas formas de tra-
balho, realizado à distância e com
rotinas flexíveis – incompatível
com o obrigatório cartão de ponto.
Um exemplo de adaptação ne-
cessária é quanto ao desejo do
trabalhador negociar a redução do
horário de almoço com a contrapar-
tida de sair mais cedo do trabalho,
que tem respaldo na Constituição
de 1988, a qual reconhece a nego-
ciação coletiva como um direito de
todo trabalhador (art. 7º, XXVI). No
entanto, as empresas que avançam
nesse sentido correm o risco de responderem ações
trabalhistas, uma vez que a Justiça do Trabalho en-
tende que o intervalo mínimo de uma hora é ques-
tão de saúde e segurança do trabalho e não pode ser
objeto de negociação coletiva.
Nesse sentido, soa como um avanço o Projeto
de Lei nº 6.787/16, anunciado pelo governo fede-
ral, no final do ano passado, estabelecendo pontos
que poderão ser negociados entre patrões e em-
pregados e que, em caso de acordo, passarão a ter
força de lei (veja a lista de pontos a seguir).
Um dos pontos em que o “negociado” prevale-
ce sobre o “legislado” é o da jor-
nada semanal (que pode ter além
das 44 horas da jornada padrão
mais quatro horas extras). Por
exemplo, em caso de acordo en-
tre a empresa e os trabalhadores,
a jornada em um único dia pode
chegar a até 12 horas (oito horas
normais mais quatro horas ex-
tras), respeitado o limite de 48 ho-
ras semanais (o trabalhador não
poderá fazer mais nenhuma ho-
ra extra no restante da semana).
Essa possibilidade de flexibilizar
a jornada proporcionará mais se-
gurança jurídica para empresas e
trabalhadores.
Para o presidente da Confede-
ração Nacional da Indústria (CNI),
Robson Andrade, as modificações
na legislação trabalhista propos-
tas pelo governo são importantes,
pois a negociação coletiva é a for-
ma pela qual empresas e traba-
lhadores, por meio de sindicatos,
assumem o "protagonismo" ao
formularem condições e rotinas de
trabalho, sempre de acordo com
as garantias da Constituição. Para
Andrade, o próximo passo do go-
verno deveria ser regulamentar o
trabalho terceirizado, que abran-
ge 13 milhões de brasileiros.
Por sua vez, o presidente da
FIEB, Ricardo Alban, afirma que
"a proposta, caso aprovada no
Congresso, dará mais segurança
jurídica aos empresários e traba-
lhadores e garantirá a retomada
das contratações com a perspecti-
va de recuperação da economia".
Para o secretário-geral da Força
Sindical, João Carlos Gonçalves, a
proposta de reforma trabalhista
"significa valorizar a negociação
entre trabalhador, sindicato e em-
presa". Segundo ele, isso diminui-
rá o número de processos na Justi-
ça trabalhista.
“A proposta, caso aprovada no Congresso, dará mais segurança jurídica aos empresários e trabalhadores e garantirá a retomada das contratações de recuperação da economiaRICARDO ALBANpresidente da fieb
Bahia Indústria 19
NEGOCIADO PREVALECE SOBRE O LEGISLADOO que for negociado pelos trabalhadores com as empresas, prevalece sobre o legislado. Com isso, acordos fechados pelas categorias terão peso legal, evitando a judicialização. Pontos que poderão vir a ser negociados:
PROTEÇÃO AO EMPREGOSerá prorrogado o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), criado em julho de 2015, pelo qual o trabalhador tem a jornada e o salário reduzidos em até 30%, mas com manutenção do emprego. A redução da jornada de trabalho, que deve ter duração de até seis meses, poderá ser prorrogada por períodos de seis meses - desde que o período total não ultrapasse vinte e quatro meses.
PRINCIPAIS PONTOS DA
REFORMA TRABALHISTA
JORNADA DE TRABALHOA proposta do governo mantém a jornada padrão de trabalho de 44 horas semanais com mais quatro horas extras, podendo chegar a até 48 horas por semana.
TRABALHO TEMPORÁRIOAumento do prazo de contratação de 90 dias prorrogáveis por mais 90 dias para um período de 120 dias com possibilidade de prorro-gação por mais 120 dias. São assegurados ao trabalhador tem-porário os mesmos direitos previs-tos na CLT relativos aos contrata-dos por prazo determinado (FGTS, adicionais, horas-extras etc).
REGIME PARCIALNo regime parcial de trabalho haverá ampliação do prazo de até 25 horas semanais para até 26 horas semanais, com 6 horas extras, ou 30 horas semanais sem horas extras.
INSPEÇÃO DO TRABALHO E TRABALHO INFORMALPara combater a informalidade no mercado de trabalho, o empregador que mantiver empregado não registrado ficará sujeito a multa no valor de R$ 6 mil por empregado não registrado, acrescido de igual valor em cada reincidência. O valor da multa será de R$ 1 mil por empregado não registrado, quando se tratar de microempresa ou empresa de pequeno porte.
▸ Parcelamento das férias em até três vezes, com pelo menos duas semanas conse- cutivas de trabalho entre uma dessas parcelas.
▸ Limite de 220 horas na jornada mensal, incluindo horas extras.
▸ O direito à participa-ção nos lucros e resultados da empresa.
▸ Formação de banco de horas, sendo
garantida a conversão da hora que exceder a jornada normal com um acréscimo mínimo de 50%.
▸ O tempo gasto no percurso para se chegar ao local de trabalho e no retorno para casa.
▸ Intervalo para almoço com, no mínimo, 30 minutos.
▸ Trabalho remoto.▸ Remuneração por
produtividade.
20 Bahia Indústria
HomEro ArANdAS arTigo
O rígido sistema trabalhista, construído na época
de uma economia agrária, tem como premissa a hi-
possuficiência do trabalhador. Esse sistema legal se
mostra distanciado do mundo moderno, de uma eco-
nomia globalizada que exige novas formas de traba-
lho. E traz uma consequência indesejada: existem, no
Brasil, quase 8 milhões de ações na área trabalhista.
A crescente insegurança jurídica que caracteriza o
sistema trabalhista brasileiro, acentuada pela mudan-
ça constante de interpretações dos tribunais e de ór-
gãos de fiscalização, surpreende o empreendedor com
passivos imprevisíveis. O que provoca a fuga de inves-
timentos produtivos inibindo a criação de empregos.
É preciso desideologizar o debate e adotar solu-
ções óbvias. Não precisamos discutir toda uma refor-
ma trabalhista, vamos começar com ações simples e,
à medida dos seus efetivos resultados, aprofundar-
mos novas ações.
Não defendemos a revisão e descarte de toda a le-
gislação trabalhista, apenas afirmamos que ela não
está adequada à realidade produtiva e do trabalho,
em plena era da revolução digital, marcada pelo al-
tíssimo grau de interconexão do mundo. Surge, em
países como a Alemanha, a chamada Indústria 4.0,
que se caracteriza pelo alto grau tecnológico, aten-
dimento quase personalizado ao cliente e uma forte
conectividade na produção. Isso muda tudo.
Que tal começarmos no Brasil:
• Estimulando e prestigiando a negociação coletiva
entre categorias organizadas e representadas por sin-
dicatos legal e legitimamente constituídos? Que tal
assegurarmos que aquilo que foi negociado por repre-
sentantes dos empregados e dos empregadores tenha a
mesma força de Lei, estando assim o Judiciário e o Mi-
nistério Público desautorizados a modificá-los. O STF
começa a se posicionar nessa direção. Aliás, a Cons-
tituição Federal já assegura isso: ... “reconhecimen-
to das convenções e acordos coletivos de trabalho” e
adiante: ... “é obrigatória a participação do sindicato
nas negociações coletivas de trabalho”
• Estabelecendo no país uma legislação sobre tercei-
rização que proteja os quase 13 milhões de trabalha-
dores que hoje trabalham nessa condição em empre-
sas de serviços. Terceirização não se confunde com a
contratação de mão de obra através de interposta pes-
soa. A terceirização é um fato do mundo atual, uma
realidade presente em todas as cadeias produtivas e
responsável por milhões de empregos formais. A Sú-
mula 331, do TST, que trata do tema, traz a contestada
divisão da atividade produtiva em atividades-fim e
atividades-meio, permitindo a terceirização apenas
na última hipótese.
A Constituição Federal, dentre suas cláusulas pé-
treas, garante que “ninguém será obrigado a fazer
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da
lei”; estabelece, ainda, que a ordem econômica deve
ser fundada na valorização do trabalho e na livre ini-
ciativa, tendo por finalidade assegurar a todos uma
existência digna, observados os princípios da livre
concorrência, a busca do pleno emprego, asseguran-
do a todos o livre exercício da atividade econômica,
independentemente da autorização de órgãos públi-
cos, salvo nos casos previstos em lei. O STF julga, no
momento, a constitucionalidade da Sumula do TST.
Enfim, não interessa a empresários e trabalhado-
res brasileiros a manutenção e agravamento do cená-
rio que ora o país enfrenta. Para alcançar e manter o
desenvolvimento social e o crescimento econômico é
fundamental encarar o desafio da produtividade, e a
variável trabalhista é essencial.
Estudos sugerem que estaríamos iniciando uma
quarta revolução industrial. Precisaremos de profis-
sionais cada vez mais capacitados e uma legislação
moderna, capaz de atender, de forma dinâmica, neces-
sidades e interesses dos trabalhadores e das empresas.
A França, citada como exemplo de uma socieda-
de socialmente evoluída, com legislação trabalhista
excessivamente protetiva, constatou ser menos com-
petitiva que os demais países europeus. Vive hoje um
déficit de crescimento e de empregos (desemprego de
10% da PEA, em 2015).
Buscou nesse cenário a motivação, mesmo sob
protestos, com racionalidade e determinação, para
modernizar o seu sistema trabalhista, adotando uma
legislação menos complexa, centrada em princípios
fundamentais, com o intuito de proteger os trabalha-
dores, incentivar a contratação e reforçar o diálogo
nas relações trabalhistas. O ponto central da reforma
está no privilégio dado às negociações coletivas (es-
pecialmente aos Acordos Coletivos) e em ajustes de
alguns direitos via negociação, tornando aquele país
mais competitivo e atrativo a investimentos. [bi]
A quem interessa esse cenário trabalhista?
homero Arandas é coordenador do Conselho de Relações Trabalhistas da FIEB
Bahia Indústria 21
conselhos
secretário marca presença na primeira
reunião do Comam
José geraldo
dos Reis teve
encontro com
lideranças
empresariais
na FIEB
O novo Secretário de Meio Ambiente do Estado da
Bahia, o sociólogo e professor José Geraldo dos Reis
Santos foi o convidado da primeira reunião de 2017
do Conselho de Meio Ambiente (Comam), realizada
dia 9 de fevereiro de 2017. Geraldo Reis, que foi
diretor-geral da Superintendência de Estudos
Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) do governo
Jaques Wagner e secretário de Justiça, Direitos
Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) do
governo Rui Costa, substitui Eugênio Spengler na
pasta. Ele foi recebido com uma apresentação da
Gerência de Meio Ambiente e Responsabilidade
Social da FIEB, que demonstrou as ações realizadas
pela área no acompanhamento da questão
ambiental e orientação às indústrias para
atendimento à legislação. O novo gestor deu a tônica
da sua gestão, que irá priorizar a modernização do
sistema de fiscalização e de licenciamento
ambientais. Reis falou ainda que assumirá o papel
mediador dos diversos interesses que envolvem a
questão ambiental. “Chego com o propósito de
atuar como mediador e apaziguador de conflitos, de
forma a evitar que eles venham a travar o
desenvolvimento da Bahia”, sintetizou.
Parceria internacional capacita em gestão PortuáriaPor meio de uma parceria firmada entre o
SENAI Cimatec e o Porto de Antuérpia
(APEC), com apoio do Conselho de Portos da
FIEB, foi realizado, em dezembro, o Curso
Internacional de Gestão Portuária. O objetivo
foi qualificar profissionais de ponta da área,
aperfeiçoando-os na operacionalização de
portos e terminais. A ação é o primeiro
resultado do acordo de cooperação firmado
entre as instituições quando da ida do
presidente FIEB, Ricardo Alban, à Antuérpia,
Bélgica, com o diretor de Tecnologia e
Inovação do Cimatec, Leone Andrade. Além
de cursos de qualificação de alto nível, a
parceria prevê outras possibilidades como:
um módulo internacional do MBA Executivo
em Gestão Portuária, oferecido pelo SENAI
Cimatec, missões internacionais, e atuação
conjunta em projetos de PD&I.
Bancos Sociais fecham o ano com balanço positivo Com 16 indústrias cadastradas e 15 parceiros,
os Bancos de Articulações Sociais FIEB,
iniciativa do Conselho de Responsabilidade
Social (Cores), fecharam o primeiro ano de
atividades, com resultados positivos. Os
bancos de Vestuário, Material de Informática
e de Projetos Sociais, que buscam estimular
práticas sustentáveis nas indústrias baianas,
foram responsáveis pela doação de 9,7
toneladas de tecidos para instituições que
trabalham com artesanato e projetos sociais;
1.218 materiais de resíduo eletrônicos
(computadores e notebooks), para instituições
do terceiro setor que reutilizam, reciclam ou
realizam o descarte correto; e 2,5 toneladas de
papeis e papelão. Entre as ações do Banco de
Projetos Sociais, a indústria da Construção
Civil contribuiu com resíduos de obras e
fardamentos para o Projeto Passport0342, que
reutiliza os materiais para reformar casas de
famílias carentes e transformar fardamentos
em uniformes escolares.
ANGeLo PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
22 Bahia Indústria
minions, vaqueiros estili-
zados, Mario Brothers,
toucas coloridas de bichos
bem esquisitos e até um rei Midas.
Parecia um Carnaval antecipado,
mas na verdade cada time vestiu a
fantasia para participar da 4ª edi-
ção da etapa Regional Nordeste do
Torneio de Robótica First Lego Le-
ague (FLL). Promovido pelo SESI,
Lego Education e First, o torneio
de robótica educacional aconte-
ceu nos dias 17 e 18 de fevereiro,
na Escola Reitor Miguel Calmon,
em Salvador.
Foram 23 equipes da Bahia, Ala-
goas e Sergipe concorrendo a uma
das seis vagas para a etapa nacio-
nal, que será realizada nos dias 17 a
19 de março, em Brasília. A disputa
na Capital Federal, por sua vez, é
classificatória para o campeona-
to internacional do FLL que conta
com a participação de 80 países.
Na festa de encerramento do
Apaixonados por robóticaequipes da Bahia, Alagoas e sergipe disputaram a etapa regional do torneio de robótica FLL em salvador
Beto JúNIor/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
Torneio de Robótica First Lego League, a coordena-
ção do torneio regional anunciou uma novidade que
fez vibrar os participantes: a ampliação do número
de equipes classificadas para a etapa nacional, que
passou de quatro para seis este ano. “A nossa compe-
tição vem crescendo ano a ano e isso nos habilitou a
pleitear a ampliação de vagas para a etapa nacional”,
explicou Fernando Didier, coordenador do programa
de robótica educacional do SESI Bahia e organizador
do Festival.
Os Champion's Award da quarta edição foram as
equipes Tecmade (AL), que ficou em 1º lugar, Atabóti-
ca (AL), em 2º, e Dynasty (SESI-BA), na 3ª colocação.
Além dos três primeiros colocados, Tecnomaníacos
(SESI-BA), Robocoe (SE) e RoboCamb (AL) também
vão representar o Nordeste em Brasília.
Além da categoria Champion’s Award, que clas-
sifica para o torneio nacional, o Torneio de Robótica
FLL premiou os participantes em outras 11 categorias
(ver quadro), valorizando itens como desempenho de
robôs, programação, solução inovadora e processo de
pesquisa. O tema do Torneio FLL deste ano foi Animal
Allies, que estimulou os competidores a buscar solu-
ções inovadoras para resolver problemas de coopera-
ção entre seres humanos e animais. [bi]
PREMIAÇÃO DO TORNEIO FLL 2017 – REGIONAL BAHIA
Equipes classificadas para o Torneio Nacional 1º – Tecmade (AL)2º - Atabótica (AL)3º – Dynasty (SESI-BA)Tecnomaníacos (SESI-BA)Robocoe (SE)RoboCamb (AL)
Outras CategoriasChampion's Award1º lugar Tecmade2º lugar - Atabótica3º lugar - Dynasty
Campeão das Finais Robolife (SESI-BA)
Desempenho de Robô Tecmade (AL)
Design MecânicoTechcoe (SE)
ProgramaçãoAutobot (BA)
Estratégia e InovaçãoRobolife (SESI-BA)
Processo de PesquisaMidas (SESI-BA)
Solução InovadoraAllego (AL)
Apresentação da pesquisaInvictus Lego Team (SESI-BA)
InspiraçãoRobocamb (AL)
Trabalho em equipe Tecnomaníacos (SESI-BA)
Gracious PrefessionalismRobocoe (SE)
»Veja fotos no Flickr/sistemafiebEquipes de vários estados participaram da competição em Salvador
Bahia Indústria 23
Inserção no mercadoserviço oferecido pelo Instituto euvaldo Lodi apoia empresas baianas no recrutamento de profissionais
Sandro Lisboa,
da Soft Line,
contratou
Jéssica Silva e
Lucas Soares
VALter PoNtes / coPerPhoto / sIsteMA FIeB
Avaliar as competências técnicas, as qualidades
comportamentais e identificar se há alinha-
mento dos profissionais aos valores da empresa
são alguns dos principais pontos de um processo de
recrutamento e seleção de pessoal. Com expertise de
dez anos na área, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-BA)
tem apoiado empresas baianas neste desafio com o
Serviço de Seleção de Profissionais, que recruta fun-
cionários, trainees, terceiros e consultores para em-
presas de todos os ramos.
“Com a inclusão deste serviço no portfólio, o IEL
busca se consolidar no mercado como provedor de
soluções na área de Desenvolvimento de Carreiras.
Oferecemos serviços para as diferentes etapas da tra-
jetória profissional, iniciando com jovem aprendiz,
passando pelo estágio até a seleção de profissionais”,
ressalta a gerente de Desenvolvimento de Carreiras
do IEL, Edneide Lima.
Ela explica que o processo seletivo é personaliza-
do de acordo com as necessidades de cada empresa.
Além do banco de currículos qualificado, um diferen-
cial do serviço é a equipe composta por profissionais
de Recursos Humanos e psicólogos, que identificam
profissionais com o perfil mais aderente às demandas
das empresas.
No último ano, quase 100 profissionais foram in-
seridos no mercado de trabalho através do IEL. Uma
das empresas que solicitou apoio nesta área foi a Soft
Line Sistemas de Informação, que há sete anos atua
com desenvolvimento e implantação de software.
A empresa contratou dois colaboradores. “O pro-
cesso é rápido e recebemos um relatório detalhado
com o perfil dos candidatos, indicando os mais ade-
quados”, relata o sócio administrador da empresa,
Sandro Lisboa. Ele destaca que os profissionais sele-
cionados pelo IEL estão na empresa até hoje. “Isso de-
monstra a assertividade do IEL na seleção dos profis-
sionais, identificando aqueles com perfis adequados
à nossa necessidade”, acredita.
Uma das funcionárias contratadas foi a gerente
de contas Jéssica Silva, que ficou bem impressiona-
da com os retornos a cada etapa do processo. “Vi que
existe uma preocupação de acompanhamento em re-
lação ao processo seletivo. Participei de outras sele-
ções e sentia dificuldade em ter esse retorno, sendo
ele positivo ou não. Esse feedback é importante por-
que o candidato não fica na expectativa”, avalia.
Outro colaborador selecionado para a Soft Line foi
Lucas Soares, da área comercial. “O processo foi rápi-
do. Participei da dinâmica de grupo, da entrevista e
fui selecionado para entrevista com o diretor. Até en-
tão não sabia que o IEL oferecia esse serviço. Hoje sei
que a atuação do instituto é mais ampla, incluindo
apoio à gestão empresarial”, pontua.
O gerente administrativo e financeiro da Assiste
Administradora de Benefícios, Marcelo Bastos, este-
ve dos dois lados no processo: participou da seleção
como candidato e como contratante. A primeira con-
tratação realizada com o apoio do IEL foi em 2014,
quando a empresa de benefícios de saúde e odonto-
lógico precisou de reforço na área administrativa.
“Sabia da qualidade do processo seletivo do IEL, pois
já havia participado de uma seleção como candidato.
Na parte técnica, as etapas são feitas com cuidado e
profissionalismo. A gente se sente amparado pelo IEL
em todo o processo”, conta.
As empresas interessadas no serviço de Seleção de
Profissionais podem entrar em contato pelo telefone
3343-1441 ou pelo e-mail [email protected]. [bi]
24 Bahia Indústria
João ALVArez/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
Triplicar a produção onshore (terrestre) no pa-
ís até 2030. Esta é a meta do Programa para
Revitalização da Atividade de Exploração e
Produção de Petróleo e Gás Natural em Áre-
as Terrestres (Reate), do governo federal, lançado em
27 de janeiro, no SENAI Cimatec, em Salvador, com a
presença do ministro de Minas e Energia, Fernando
Coelho Filho. O anúncio animou empresários e repre-
sentantes de entidades ligadas ao setor, especialmen-
te os baianos, já que o estado já foi o maior produtor
de petróleo, principalmente em terra, e hoje produz
não mais do que 40 mil barris/dia.
A produção atual em terra no Brasil é de 143 mil
barris diários de óleo e 26 milhões m3/dia, em 8 esta-
dos. “Com o território que temos, nós produzimos (em
terra) metade do que a Argentina e Equador produzem.
O governo quer dinamizar o setor ouvindo a indústria
e todos os interessados em nos subsidiar para criar
políticas que aumentem a competitividade e gerem di-
visas, emprego e renda”, disse o ministro na ocasião.
Injeção de ânimoPor carolina mendonça
Lançamento de programa de incentivo à produção em campos terrestres cria expectativas entre empresários baianos
Com três frentes estratégicas de atuação, o Reate
terá foco na consolidação, atração e diversificação de
operadores; adequação regulatória e disponibilidade
de bens e serviços no Brasil. Para o coordenador do
Conselho de Petróleo, Gás e Naval da FIEB, Humber-
to Rangel, o lançamento do programa coroou um es-
forço que a Federação vem fazendo em parceria com
outras instituições do setor, notadamente a Abpip, e
encerra uma etapa de estabelecimento de condições
institucionais para que haja uma retomada da produ-
ção on shore na Bahia.
“A partir de agora é o desafio de colocar isso em
prática. Nós vamos ter, no ano que vem, novas licita-
ções, está em andamento o projeto Topázio da Petro-
bras, que implica na transferência de áreas de pro-
dução para o setor privado, mas o resultado tem que
ser medido em termos da produção, de interiorização
das oportunidades de trabalho, principalmente no
Recôncavo”, disse o secretário de Desenvolvimento
Econômico do Estado, Jaques Wagner.
Ministro
Fernando
Coelho Filho
apresentou
o Reate
Bahia Indústria 25
“Para a Petrobras, que tem um
custo fixo maior e interesse por
áreas que têm uma produtividade
muito maior, pode não ser tão in-
teressante explorar esses poços.
Mas temos todo um conjunto de
pequenas e médias empresas que
podem gerar um volume de em-
prego significativo, gerar ICMS
pela extração. É uma riqueza que
está parada”, acrescentou o novo
gestor da SDE.
geração De eMpregosA ideia é concentrar esforços, a
partir também de consultas públi-
cas, trabalhando para propiciar o
desenvolvimento regional e esti-
mular a competitividade nacional.
De acordo com o MME, a iniciativa
pode gerar mais de 10 mil novos
empregos diretos e indiretos e mo-
vimentar a economia de centenas
de municípios.
Também é uma meta do progra-
ma dinamizar o mercado produti-
vo de gás natural, dando suporte
a um desenvolvimento industrial
regional, notadamente nas regi-
ões Nordeste, Centro-Oeste e Nor-
te do Brasil. O governo pretende
aprovar as medidas elencadas
no programa até 8 de junho, para
quando está prevista uma reunião
do Conselho Nacional de Política
Energética (CNPE).
Para o presidente da Asso-
ciação Brasileira de Produtores
» Road-show das Rodadas de Licitação;» Sinergia com programa de desinvestimento da Petrobras;» Definição de um calendário de oferta de novas áreas com mix apropriado de áreas a serem ofertadas;» Comercialização do óleo e do gás;» Alternativas de financiamento.
» Exigências compatíveis ao nível de complexidade dos ativos terrestres;» Fomentar sinergias no processo de licenciamento ambiental dos Estados;» Questões tributárias.
» Levantamento da demanda e oferta de bens e serviços;» Atração de novos fornecedores;» Desenvolvimento tecnológico;» Questões tributárias
Frentes Estratégicas do Reate
consoLiDação, aTração e
DiversiFicação De operaDores
aDequação reguLaTória
DisponiBiLiDaDe De Bens e
serviços no BrasiL
Independentes de Petróleo e Gás
(Abpip), Marcelo Magalhães, essa
é a oportunidade de reconstruir
a indústria onshore. “A produ-
ção da Bahia caiu mais de 24%
nos últimos dois anos, e a gente
acredita que isso pode ser rever-
tido, gerando empregos e desen-
volvendo a atividade econômica.
Esperamos que as medidas que
serão tomadas possam promover
o desenvolvimento da indústria
do petróleo no estado”, contou o
presidente da Abpip.
Durante a solenidade, o dire-
tor geral da Agência Nacional do
Petróleo (ANP), Décio Oddone,
também anunciou novidades: a
aprovação pela agência da pri-
meira renovação de concessão da
rodada zero de campo baiano de
Araçás e a criação de um comitê
permanente para aprimoramento
e acompanhamento dos contratos,
tanto de concessão, quanto de par-
tilha e de campos menores. “Cria-
mos um comitê permanente de
aprimoramento dos contratos das
rodadas de concessão, partilha e
campos marginais. E atendemos
uma velha reivindicação da indús-
tria, criando uma coordenadoria
responsável pelos campos terres-
tres”, acrescentou Oddone.
senai ciMaTecO presidente da FIEB, Ricardo Al-
ban, lembrou que a área de óleo
e gás é um dos focos de atuação do Cimatec, que já
desenvolve uma série de projetos para o setor. Ele en-
fatizou que a instituição pode contribuir com o Re-
ate por meio de capacitação profissional e inovação.
“Temos uma equipe extremamente comprometida em
contribuir para criar novos vetores de crescimento in-
dustrial e estamos buscando dar suporte tecnológico
para várias cadeias produtivas, pois o nosso objetivo
maior é ver a Bahia voltar a ser protagonista de de-
senvolvimento no Nordeste”, afirmou.
Na oportunidade, o diretor de Tecnologia e Ino-
vação do SENAI Cimatec, Leone Andrade, fez uma
breve apresentação sobre a trajetória da instituição
e destacou os principais projetos desenvolvidos no
Campus, como o Flatfish, veículo autônomo para
inspeção na exploração de petróleo e gás em águas
profundas, a implantação de um dos mais potentes
supercomputadores da América Latina em opera-
ção, o Cimatec Yemoja, além de ressaltar o Cimatec
Industrial, grande projeto de expansão para implan-
tação de um complexo tecnológico e industrial. Ele
citou, ainda, o hub Cimatec Oil & Gas. “O hub de so-
luções inovadoras vai atuar seguindo nossa estraté-
gia macro, que é integrar competências para atender
esta indústria”, disse Leone. [bi]
26 Bahia Indústria
Beto JúNIor/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
A importância do desen-
volvimento do mercado
fornecedor local para o
encadeamento produtivo
e o desenvolvimento regional foi
discutida no VI Encontro de Com-
pradores e Fornecedores, realizado
no Gran Hotel Stella Maris. Preço,
prazo, qualidade, aspectos técni-
cos, atendimento de requisitos de
segurança e sustentabilidade fo-
ram apontados por representantes
ENCONTRO DISCUTE DESENVOLVIMENTO DE FORNECEDORESIniciativa estimulou geração de negócios e networking entre empresas baianas
Por marta erhardt
SDE, MDIC,
IEL e Sebrae
participaram
da mesa de
abertura
de empresas como pontos obser-
vados no processo de seleção de
fornecedores.
Promovido pelo Instituto Eu-
valdo Lodi (IEL), em parceria com
o Ministério do Desenvolvimen-
to, Indústria e Comércio Exterior
(MDIC) e com o Serviço de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas da
Bahia (Sebrae-BA), o evento tam-
bém estimula a geração de negó-
cios e fomenta o networking entre
grandes empresas compradoras e
fornecedoras baianas.
“Esse encontro é uma oportuni-
dade para conhecer pessoas, apro-
ximar empresas e gerar negócios”,
destacou o superintendente do
IEL, Evandro Mazo, lembrando,
ainda, a importância de as empre-
sas inovarem sistematicamente
para permanecer no mercado.
A iniciativa marcou o encerra-
mento das ações do Projeto de For-
talecimento da Cadeia Produtiva
de Petróleo, Gás e Naval da Bahia.
O coordenador-geral da área de Pe-
tróleo Gás e Naval do MDIC, Luiz
Miguel Calmon, ressaltou a impor-
tância do desenvolvimento de for-
necedores para gerar ganhos de
eficiência e produtividade, além
de melhorias em processos de ges-
tão e aumento da competitividade.
A mesa de abertura também con-
tou com a participação do coorde-
nador de Indústria do Sebrae-BA,
Bahia Indústria 27
ANGeLo PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
Tercio Calmon, e de Jean Freitas,
da Secretaria de Desenvolvimento
Empresarial (SDE).
As expectativas das empresas
compradoras e suas políticas de
relacionamento com os fornece-
dores foram apresentadas por
representantes das empresas De-
ten Química, Cristal, Veracel e
Monsanto do Brasil, âncoras do
Programa de Qualificação de For-
necedores (PQF).
“Precisamos desenvolver par-
cerias que utilizem inovação e tec-
nologia para aumentar a eficiência
e a produtividade, com menores
custos”, pontuou o diretor-geral
da Deten Química, José Luis Al-
meida, durante o painel.
O diretor financeiro da Veracel,
Anderson Souza, também desta-
cou a importância de compradores
e fornecedores atuarem em parce-
ria. “Temos que estar juntos para
vencer a crise. Essa aproximação é
importante, pois o meu fornecedor
tem que saber o que estou pensan-
do, onde quero chegar”, disse.
Também participaram do pai-
nel o gerente de supply chain da
Cristal, Alejandro Tochilovcky, e
a procurement operations Brazil
da Monsanto do Brasil, Daniela
Dell`Aglio, que falou sobre o Fó-
rum Empresarial de Suprimentos
Empresas
baianas
participantes
do PqF
receberam
certificado
de Camaçari, criado em 2014 e que
reúne 15 empresas do polo indus-
trial de Camaçari para compar-
tilhar boas práticas na gestão de
suprimentos e desenvolver ações
em parceria para identificar, atrair
e preparar fornecedores.
cerTiFicaçãoA programação do VI Encontro de
Compradores e Fornecedores tam-
bém incluiu a cerimônia de certifi-
cação das empresas participantes
do PQF. O programa, que há mais
de 10 anos qualifica e prepara mi-
cro, pequenas e médias empresas,
foi apresentado pela gerente de
Desenvolvimento Empresarial do
IEL, Fabiana Carvalho.
O PQF auxilia empresas forne-
cedoras na implantação de 92 prá-
ticas de excelência, distribuídas
em 10 critérios. As empresas parti-
cipantes são certificadas nas cate-
gorias Diamante, Rubi e Topázio.
Participante de programa desde
2013, a empresa MEC-Q, do ramo
de metrologia, conseguiu dobrar
o faturamento e ampliar a base de
clientes. “Isso só foi possível com
o auxílio do PQF, com os diagnós-
ticos e capacitações necessários
para que a empresa atingisse seus
objetivos”, explicou o gerente Leo-
nardo Cerqueira.
Rodada teve R$ 17,5 milhões em negóciosCom volume de negócios estima-
do em mais de R$ 17,5 milhões,
a rodada de negócios promovida
no VI Encontro de Comprado-
res e Fornecedores envolveu 59
empresas, entre compradores e
fornecedores de produtos e ser-
viços para a indústria.
Há mais de 20 anos no merca-
do, a AJ Manutenção teve cinco
encontros de negócios na roda-
da e tem perspectiva de fechar
novos acordos. “Alguns contra-
tos que temos atualmente foram
firmados por conta da partici-
pação em rodadas de negócios.
O encontro promovido pelo IEL
foi bem organizado e tivemos
condições de trocar informa-
ções com as empresas partici-
pantes”, avalia Elmo Fontes,
gerente da AJ Manutenção.
Fontes também ressalta que
participar do Programa de Qua-
lificação de Fornecedores (PQF)
é um diferencial. “As empresas
compradoras já sabem que as
fornecedoras certificadas pelo
PQF precisam atingir um padrão
de qualidade em diversas áreas.
Por isso a credibilidade é maior,
o que facilita no momento da ne-
gociação”, destaca.
Entre as empresas comprado-
ras que participaram da Rodada
de Negócios estão O Boticário,
Bridgestone, BSC, Continental,
Cristal, Kordsa, Deten, Magne-
sita, Monsanto, Tama, Tenda,
Unigel, Sertenge e Construtora
Gráfico. [bi]
28 Bahia Indústria
inDicaDores Números da Indústria
PRODUçãO INDUSTRIAL BAIANA CAI 4,2% EM 2016No Brasil, a indústria de transformação apresentou queda de 6,1%, com todos os estados registrando resultado negativo
A produção física da indústria de transforma-
ção da Bahia apresentou queda de 4,2% em
2016, na comparação com 2015. A Bahia caiu
três posições, obtendo o 6º lugar no ranking
dos 14 estados que participam da Pesquisa Industrial
Mensal – Produção Física, no ano passado. No Bra-
sil, a indústria de transformação nacional apresentou
queda de 6,1% em 2016.
Todos os estados registraram resultados nega-
tivos: Espírito Santo (-1,6%); Mato Grosso (-1,8%);
Santa Catarina (-3,3%); Rio Grande do Sul (-3,9%);
Paraná (-4,0%); Bahia (-4,2%); Minas Gerais (-4,3%);
Pará (-5,1%); Ceará (-5,2%); São Paulo (-5,2%); Rio de
Janeiro (-6,2%); Goiás (-6,5%); Pernambuco (-9,5%) e
Amazonas (-11,2%).
Na Bahia, cinco dos 11 segmentos pesquisados
apresentaram queda: Equipamentos de informática
(-20,3%); Minerais não metálicos (redução de 18,4%
na produção de cimentos “Portland”, de massa de
Bahia Indústria 29
massa de concreto preparada pa-
ra construção e elementos pré-fa-
bricados para construção civil de
cimento ou concreto); Alimentos
(-1,1%,); e Celulose e papel (-0,6%).
Apresentaram resultados positi-
vos: Equipamentos de informática
(25,0%); Couro e calçados (20,0%,
com maior produção de tênis feito
em material sintético); Veículos au-
tomotores (19,5%, maior produção
de automóveis); Bebidas (8,7%,
maior produção de refrigerantes);
Produtos químicos (0,4%), e Borra-
cha e plástico (0,1%).
noveMBroJá na comparação da produção
bahia: pim-pf de dezembro 2016
Indústria de Transformação -8,3 -4,2refino de petróleo e biocombustíveis -24,1 -11,0Produtos químicos 0,4 1,6Veículos automotores 19,5 -8,5Alimentos -1,1 3,3celulose e papel -0,6 1,9Borracha e plástico 0,1 -4,9Metalurgia -19,4 1,5couro e calçados 20,0 5,2Minerais não metálicos -11,3 -18,4equipamentos de Informática 25,0 -20,3Bebidas 8,7 8,6
Extrativa Mineral -26,7 -21,1
VArIAção (%)
SETORES DEz16/ JAN-DEz16/ DEz15 JAN-DEz15
concreto preparada para constru-
ção, argamassas e ladrilhos, pla-
cas e azulejos de cerâmica para
pavimentação ou revestimento);
Refino de petróleo e biocombus-
tíveis (-11,0%, devido a uma pa-
rada não programada da unidade
de craqueamento catalítico de
resíduos U-39 durante todo o mês
de julho); Veículos automotores
(-8,5%, automóveis e painéis pa-
ra instrumentos dos veículos au-
tomotores); e Borracha e Plástico
(-4,9%, pneus novos de borracha
para ônibus e caminhões, reser-
vatórios, caixas d’água e arte-
fatos semelhantes de plástico e
filmes de material plástico para
embalagem).
cresciMenToOs segmentos que apresenta-
ram crescimento, foram: Bebidas
(8,6%); Couro e Calçados (5,2%);
Alimentos (3,3%, açúcar cristal,
leite em pó, carnes de bovinos
frescas ou refrigeradas e massas
alimentícias secas); Celulose e
Papel (1,9%); Produtos Químicos
(1,6% amoníaco (amônia), ureia e
policloreto de vinila); e Metalurgia
(1,5%).
Na comparação de dezembro
de 2016 com igual mês de 2015, a
produção física da indústria de
transformação baiana apresentou
queda de 8,3%, enquanto a nacio-
nal fechou com retração de 1,2%.
Seis dos 11 segmentos industriais
da Bahia apresentaram resulta-
dos negativos: Refino de Petróleo
e Biocombustíveis (-24,1%, óleo
diesel, gasolina automotiva e
óleos combustíveis); Metalurgia
(-19,4%, barras, perfis e verga-
lhões de cobre e de ligas de cobre
e fios de cobre refinado ou de ligas
de cobre); Minerais não metáli-
cos (-11,3%, cimentos “Portland”,
física dos últimos 12 meses, ter-
minados em novembro, com igual
período anterior, a indústria de
transformação da Bahia apresen-
tou queda de 3,7%. Na pesquisa,
divulgada pelo IBGE, todos os
estados registraram naquele pe-
ríodoresultados negativos: Ma-
to Grosso (-0,1%), Espírito Santo
(-1,1%), Bahia (-3,7%), Santa Cata-
rina (-4,5%), Minas Gerais (-4,8%),
Rio Grande do Sul (-4,8%), Ceará
(-5,6%), Paraná (-5,9%), São Paulo
(-6,1%), Pará (-7,0%), Rio de Janei-
ro (-7,4%), Goiás (-8,2%), Pernam-
buco (-11,1%), Amazonas (-13,8%).
A indústria de transformação na-
cional apresentou queda de 7,0%
nos 12 meses.
Na Bahia, seis dos onze seg-
mentos pesquisados registraram
crescimento: Bebidas (7,7%), Me-
talurgia (5,8%), Alimentos (3,2%),
Couro e Calçados (3,1%), Celulose e
Papel (3,0%) e Produtos Químicos
(1,1%). Apresentaram resultados
negativos: Minerais não metálicos
(-18,3%), Equipamentos de Infor-
mática (-14,3%), Veículos automo-
tores (-11,4%), Refino de petróleo
e biocombustíveis (-9,2%, devido
a uma parada não programada da
unidade de craqueamento catalíti-
co de resíduos U-39 durante todo o
mês de julho) e Borracha e plástico
(-5,3%). [bi]FoNte: IBGe; elaBoração FIeB/SdI
JAN
JUL
FEV
MA
R
AB
R
MA
I
JUN
AG
O
SET
OU
T
NO
V
DEZ
Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)
115
110
105
100
95
90
85
80
75
70
2014
2016
2015
BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2014-2016)
30 Bahia Indústria
painel
Porto de Salvador: canal para exportações
Reforçar a atuação do Conselho
de Consumidores de Energia da
Coelba, intermediando os pleitos
das classes de consumidor junto
à concessionária do setor de
energia é o objetivo do novo
presidente do órgão, Max Muniz,
eleito para o quadriênio 2017-
2021. “Nosso objetivo é fazer com
que o conselho seja cada vez
mais atuante e defenda os
interesses de cada classe que
representa, solucionando os
pleitos apresentados”, destaca
Max Muniz, que desde 2012 faz
parte do conselho como
representante da classe
industrial. O Conselho de
Consumidores da Coelba é um
Certificado simplifica os processos de exportação e importação de produtos A Federação das Indústrias do Estado da Bahia está habilitada a
emitir, desde o final do ano passado, o Ata Carnet, documento
aduaneiro que permite exportar e importar bens temporariamente
sem a incidência de impostos em 75 países. Com isso, é possível
reduzir a burocracia e estimular a participação de empresas
brasileiras no mercado internacional, além de favorecer a atração de
grandes eventos ao país. No primeiro semestre de 2016, em todo o
mundo, foram emitidos 95.846 documentos, amparando mais de
US$ 11 bilhões em bens. Os países que mais usam o instrumento são
Suíça, Alemanha, Estados Unidos, França, Itália e Japão.
O Brasil é o primeiro país do Mercosul a aderir ao sistema. A CNI
venceu o edital público para ser a instituição garantidora e emissora
do ATA Carnet durante cinco anos. A perspectiva é que ainda no
início deste ano todas as 27 federações de indústria estaduais stejam
capacitadas pela CNI para operar o sistema de emissão do
documento. Desde julho de 2016, a Receita Federal Brasileira passou
a reconhecer o Ata Carnet emitido pelos demais países para a
entrada de bens no Brasil. Um único documento reúne todas as
informações que devem ser apresentadas na aduana de saída e de
entrada, tornando mais rápidos os trâmites aduaneiros e pode ser
usado tanto por pessoa física quanto jurídica. Também é possível
solicitar o ATA pela internet, no site: www.ata.cni.org.br.
João ALVArez/ArquIVo sIsteMA FIeB
Max Muniz
(C) presidirá
conselho
até 2021
Com inscrições abertas, Prêmio IEL de Estágio tem novidades Reconhecer a atuação de todos os
agentes envolvidos no processo
de estágio é o objetivo do Prêmio
IEL de Estágio, que está com
inscrições abertas. A edição 2017
incluiu três novas subcategorias
na premiação: na categoria
Instituições de Ensino Destaque,
agora podem participar
instituições de ensino médio; na
categoria Estágio, podem se
inscrever estudantes de ensino
médio; e a categoria Empresa
Destaque abriu espaço aos órgãos
públicos. As inscrições podem ser
feitas até 30 de abril.
Informações: www.premioieldeestagio.org.br.
ANGeLo PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
órgão de caráter consultivo,
constituído por representantes
das classes residencial,
comercial, industrial, rural e do
poder público. O vice-presidente
da FIEB, Josair Bastos, é suplente
de Max Muniz no órgão.
Conselho de Consumidores de Energia da Coelba tem representante da classe industrial como presidente
Bahia Indústria 31
JeFFersoN PeIxoto/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
Fachada do
teatro, no
coração do
Rio Vermelho
Teatro SESI comemora 20 anos com arte e música Uma programação especial vai marcar os 20 anos do Teatro SESI Rio
Vermelho, em 2017. A casa faz aniversário em 6 de março e a gerência
do SESI Cultura organizou uma programação festiva, que vai envolver
os espaços do teatro e da Varanda para marcar a data. A ideia, como
explicam a gerente do SESI Cultura, Angélica Ribeiro, e a diretora do
Teatro, Rosa Villas-Boas, é reafirmar o papel de catalizador da cultura
do bairro do Rio Vermelho que o espaço cultural simboliza. A
programação do Teatro SESI 20 anos será anunciada em março e prevê
atividades a serem realizadas ao longo do ano.
VALter PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
governo atendeu pleito da indústria e do comércioResultado de mobilização das federações do Comércio e da Indústria da Bahia –
Fecomércio e FIEB –, a taxa de prestação de serviços nos distritos industriais
retornou aos valores praticados antes do reajuste aplicado pelo governo estadual no
final de 2016. A redução foi formalizada com a publicação, no dia 1º de fevereiro, do
Decreto nº 17.380. A taxa, que havia sofrido reajuste de 11,1%, passando a valer
R$ 0,10 por m², voltou a ser de R$ 0,09/m2. Também retornaram aos limites de
pagamento vigentes no ano passado o teto mensal de R$ 50 mil para empresas
localizadas no Distrito Industrial de Camaçari ou no CIA; de R$ 10 mil para as
instaladas no Centro Industrial do Subaé; e de até R$ 5 mil para a dos demais
distritos geridos pela Sudic. A ação foi conduzida pela Gerência de Relações
Governamentais da FIEB, que questionou o aumento, argumentando o percentual
acima da inflação e o momento de crise da economia nacional.
IEL oferece capacitação para líderes
Aprimorar competências
em gestão e liderança,
qualificando executivos de
modo a estimular o
crescimento da
competitividade
empresarial, é o objetivo
do curso de Gestão de
Negócios, promovido pelo
Instituto Euvaldo Lodi
(IEL/BA), em parceria com
a Fundação Dom Cabral.
Com inscrições abertas, o
curso é destinado a
empresários e executivos
que ocupam cargos de
liderança em médias e
grandes empresas. A
capacitação terá carga
horária de 96 horas e
duração de cinco meses. O
início das aulas está
previsto para abril de 2017,
em Salvador.
Com módulos teóricos e
práticos, a capacitação
integra o Programa de
Educação Empresarial do
IEL e vai abordar temas
como cenários
macroeconômicos, gestão
estratégica, proatividade
de mercado, liderança e
gestão de pessoas. Os
interessados podem
realizar a pré-inscrição
pela internet, no endereço
www.fieb.org.br/
gestaodenegocios, onde
também há mais
informações sobre o curso.
O IEL fará processo de
seleção dos candidatos.
32 Bahia Indústria
jurídico
MP altera lei que favorece Marinha MercanteA Medida Provisória nº 762,
publicada em 23.12.16,
alterou a Lei Federal nº
11.482/07, que prorrogou o
prazo de vigência da não
incidência do Adicional ao
Frete para Renovação da
Marinha Mercante –
AFRMM para as regiões
Norte e Nordeste, por dois
anos.
O AFRMM destina-se a
atender aos encargos da
intervenção da União no
apoio ao desenvolvimento da
marinha mercante e da
indústria de construção e
reparação naval brasileira.
Tal benefício é de grande
importância para o
desenvolvimento do
Nordeste, pois possibilita
que a região continue sendo
rota de importação de
insumos e mercadorias de
baixo valor agregado, o que
assegura a manutenção de
empregos e o
desenvolvimento e
diversificação da sua
economia.
Lei Complementar 157/2016 altera as regras do ISSFoi publicada, em 30.12.2016,
a Lei Complementar – LC nº
157 que, dentre as principais
mudanças, estabeleceu a
alíquota mínima de 2% para
o Imposto Sobre Serviços de
Qualquer Natureza – ISS e
ampliou a lista de serviços
constante do anexo desta LC.
Refis, remédio sintomático, amargo e paliativo
Em meio à tentativa de reto-
mada do crescimento econômico
e social, o Governo Federal admi-
nistra remédio amargo e paliativo,
enquanto a reforma tributária não
alça voo para aliviar o setor produ-
tivo. Assim foi editada a MP 766,
que instituiu o novo programa de
parcelamento de débitos Federais
de natureza tributária e não-tribu-
tária, cujos vencimentos tenham
ocorrido até 30 de novembro de
2016.
O prazo de adesão encontra-se
aberto, havendo possibilidade de
inclusão dos parcelamentos em
andamento e já rescindidos.
Entre as modalidades de re-
gularização está utilização dos
créditos decorrentes de prejuízo
fiscal e base negativa da CSLL.
Infelizmente, o programa limita,
de forma equivocada, a utilização
destes créditos. Manteve o Fisco
o seu perfil histórico de restrição
à autorização para que os contri-
buintes usem seus créditos para
saldar débitos junto ao governo.
Para que se tenha ideia, até a edi-
ção da MP, este uso limitava-se a
30% do lucro real apurado.
Cabe a lembrança de que os
prejuízos fiscais decorrem da sis-
temática de apuração do lucro
real, constituindo base de inci-
dência tributária artificiosamente
elevada e no mais das vezes díspar
do resultado contábil.
Outro entrave para a utilização
destes créditos está na impossibi-
lidade do seu uso para a liquida-
ção de débitos já inscritos em dívi-
Daniel Moreno Castillo é sócio do Lapa Góes e Góes Advogados
da ativa. Para que se tenha noção
do tamanho da restrição, nesta
categoria estão todos os débitos já
em execução fiscal. Isto equivoca-
damente limita o aproveitamento
dos créditos que as empresas de-
têm de forma declarada frente ao
Fisco, ainda que pendente de ho-
mologação.
Os prazos de parcelamento vão
de 96 a 120 meses, sendo permiti-
do o uso de créditos de empresas
coligadas, certo que o critério de
verificação da coligação residirá
na capacidade de controle e ges-
tão e não no número de ações ou
quotas.
Pecou a MP ao não abarcar os
honorários processuais da Procu-
radoria, quando a desistência das
ações é indispensável para gozo
do programa. Estes honorários
chegam a elevar em 20% o débito
a parcelar. Não custa lembrar que
muitas vezes o setor industrial se
vê obrigado a prestar caução atra-
vés de medidas cautelares, visan-
do sair da berlinda a que é subme-
tido com a negativa de certidões
fiscais, durante o período que vai
da inscrição em dívida ativa, até a
efetiva garantia da futura execu-
ção fiscal. Nesta fase, o Fisco cos-
tuma “atrasar um pouco” a execu-
ção para valer-se da coerção que a
negativa de certidão constitui.
A despeito destas incongruên-
cias, o programa melhora a situa-
ção das empresas em débito com o
Governo Federal, e desafoga, ain-
da que em parte, o setor produtivo,
incentivando o tão indispensável
crescimento econômico, sem dei-
xar de reforçar o caixa da União.
Por daniel moreno castillo
Bahia Indústria 33
AscoM/FPc
mal saído da primeira in-
fância, Sanderson Teixei-
ra teve que lidar com o
bullying e o racismo. Ele poderia
ter transformado a experiência
em revolta, mágoa, isolamento ou
agressividade. Em vez disso, fez
das palavras que um dia o machu-
caram, matéria-prima para rimas
da poesia “Querida gente branca”,
que conquistou o 1º lugar, na cate-
goria Poesia Fundamental II, no
III Concurso de Escritores Escola-
res – Redação e Poesia. O concur-
so foi destinado a estudantes do
ensino fundamental e médio de
escolas públicas e particulares da
Bahia.
Com “Querida gente branca”,
Sanderson, que é aluno da Esco-
la SESI, em Candeias, conta como
transformou seus sentimentos em
versos. “Tudo o que eu sofri na mi-
nha vida – as meninas me chama-
vam de ‘angola’, ‘macaco’ – resolvi
pegar e jogar na caneta”, revelou,
Poesia premiadaescola sesI candeias comemora premiação de estudante em concurso estadual
Sanderson
recebe prêmio
escritores
escolares
houve Menção Honrosa nas duas
categorias e em cada nível escolar,
onde os citados receberam um kit
contendo 50 livros.
esTíMuLoPresente à premiação, o secretário
da Educação, Jorge Portugal, falou
da importância dos professores na
sua formação profissional. “Lem-
bro até hoje dos meus professores
da infância, lá de Santo Amaro e
tenho certeza que o mesmo ocor-
rerá com estes jovens”, disse. O di-
retor da Fundação Pedro Calmon,
Zulu Araújo, falou da importância
do estímulo à leitura e escrita para
os jovens e do resultado surpreen-
dente da premiação, com textos
que trazem temas contemporâne-
os, como as causas ecológicas, so-
ciais, raciais e de gênero.
No SESI Candeias, a notícia da
premiação foi recebida com entu-
siasmo pela comunidade escolar.
O vice-diretor Luiz Luz explicou
que a premiação “simboliza o em-
penho e esforço da equipe que vem
adotando uma prática pedagógica
consolidada, que visa preparar o
aluno de forma crítica e conscien-
te a entender, interagir e colaborar
com o crescimento social”.
Luiz Luz revela que estas inicia-
tivas contribuem para os estudan-
tes valorizarem suas potencialida-
des, elevarem a autoestima, além
da capacidade de se reconhecer
como ser crítico, reflexivo e par-
ticipante ativo e produtivamente
da vida social. Ele destaca, ainda,
que práticas como esta fazem par-
te dos projetos pedagógicos das
mais diversas áreas do conheci-
mento a exemplo de robótica, te-
atro, matemática, música, língua
portuguesa, dança dentre outros
que compõem a matriz curricular
da escola.[bi]
após receber a premiação. Ele, que
ficou incrédulo quando soube que
tinha tido seu poema escolhido,
conta que a experiência despertou
ainda mais seu gosto pela escrita.
Promete participar de concursos
literários e se preparar para, no
futuro, fazer faculdade de Letras e
se tornar escritor.
O III Concurso de Escritores
Escolares, coordenado pela Di-
retoria do Livro e da Leitura da
Fundação Pedro Calmon, teve re-
corde de candidatos, com mais de
580 inscrições de todo o estado.
A premiação ocorreu no dia 18 de
dezembro, no Teatro Castro Al-
ves. Os selecionados para os três
primeiros lugares dos três níveis
– Ensino Fundamental I, Ensino
Fundamental II e Ensino Médio –
receberam uma bicicleta e um kit
com 100 livros; em segundo lugar,
uma câmera fotográfica e um kit
com 100 livros; e em terceiro lugar,
um kit com 100 livros. Também
livros
leitura&entretenimento
Atitude para o sucessoCom mais de 1,5 milhão de exemplares
vendidos, Mindset ganha edição revista e
atualizada. O livro traz o conceito
desenvolvido pela especialista
internacional em sucesso e motivação,
Carol Dweck, para quem a atitude mental
com que encaramos a vida, o “mindset”, é
decisiva para o sucesso. Ela explica por que
somos otimistas ou pessimistas, bem-
sucedidos ou não e define nossa relação
com o trabalho, as pessoas e a maneira
como educamos nossos filhos.
Livro como remédioUma declaração de amor aos livros, o
romance conta a história do parisiense Jean
Perdu que, em seu barco livraria, vende
romances como se fossem remédios. Ele sabe
que livro cada cliente deve ler para amenizar
os sofrimentos da alma. Menos uma
desilusão amorosa que o atormenta há 21
anos, desde que a bela Manon partiu. Tudo o
que ela deixou foi uma carta que Perdu não
teve coragem de ler. Até um determinado
verão em que ele embarca numa jornada que
o levará de volta ao mundo dos vivos.
Mindset – A nova psicologia do sucesso, Carol S. Dweck, Objetiva, 328 p. R$ 44,90
A livraria mágica de Paris, Nina George, 308 p., Record, R$ 34,90
34 Bahia Indústria
Teatro SESI sedia Prêmio Caymmi de MúsicaO Teatro SESI Rio Vermelho, reafirmando o seu papel de
apoiar novos artistas, e enquanto parceiro da iniciativa,
acolhe na sua programação o Prêmio Caymmi de Música, de
14 a 31 de março. Com o tema A música em movimento, a
premiação é dedicada a fomentar, reconhecer e revelar a
nova produção musical baiana. Na programação, artistas de
estilos diversos como Rebeca Tárique, com o show Obiriin
(14.3), Igor Gnomo Group (15.3), Jú Tavares, com o show À
Flor da Pele (16.3), Patrícia Hita, com Panapaná – O Show
(28.3), Alex Mesquita, com o show Trezena (29.3) e Janela
Brasileira, com Vista da Casa (30 e 31.3).
ANA roMero/DIVuLGAção
DIVuLGAção
Um passeio diferente por Salvador O Museu Pierre Verger apresenta um ângulo diferenciado da
capital baiana por meio da exposição Salvador por dentro. A
obra reúne trabalhos de 36 fotógrafos, entre eles Ana
Romero, que abordam 12 bairros de Salvador. A belíssima
exposição amplia a temática Paisagens Urbanas, exposição
já presente no espaço, sob a coordenação do fotógrafo e
também autor do livro Fazenda Grande do Retiro – Um
passeio pelo bairro, João Alvarez. Na exposição, visitantes
têm a chance de navegar pela cidade por meio de uma tela
touchscreen, que apresenta informações detalhadas do
ponto de vista em que a foto foi feita.
Não perca Fundação Pierre Verger, seg. a sex., 8h às 19h, Forte de Santa Maria, Porto da Barra. Tel. 71 3203 8400 – Gratuito
Não perca Teatro SESI, 14 a 31 de março, às 20h. Ingressos: R$ 30 a R$ 15 (meia). Rua Borges dos Reis, 9, Rio Vermelho
exposição
show