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ISSN 1679-2645 FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA SISTEMA FIEB Bahia ANO XXIII Nº 243 2016 APOSTA NA EDUCAçãO Rede SESI expande número de matrículas do ensino médio e amplia presença fora da região metropolitana

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ISSN 1679-2645

Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB

Bahia

aNo XXIII Nº 243 2016

ApostA nAeducAçãoRede SESI expande número de matrículas do ensino médio e amplia presença fora da região metropolitana

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edItoRIAL

O SESI está dando um passo importante para ampliar a oferta de vagas

na sua rede de ensino. A partir de 2018 estarão em operação oito novas

escolas dedicadas ao ensino médio, sendo duas na capital e as demais

no interior, nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras, Vitó-

ria da Conquista, Ilhéus, Feira de Santana e Juazeiro.

O propósito do SESI é contribuir para reforçar a preparação dos jo-

vens em uma das mais importantes etapas da formação acadêmica: o

ensino médio. É quando o estudante se prepara para o ingresso na vida

profissional e o EBEP – ensino médio SESI, articulado com o SENAI –,

o modelo de ensino da Rede SESI, prevê justamente o desenvolvimento

destas competências.

O EBEP se caracteriza por preparar o acesso do jovem ao mercado

por oferecer conteúdos, ao longo do ensino médio, que educam para a

convivência no trabalho. No EBEP, o estudante que conclui a formação

básica é encaminhado para cursar o quarto ano no SENAI, concluindo

o ciclo com uma formação técnica voltada para a indústria.

A iniciativa justifica-se quando se leva em conta que o Brasil não

consegue oferecer à sua juventude, de forma universal, uma educação

de qualidade que a habilite ao domínio dos conhecimentos básicos pa-

ra quem conclui o ensino médio no tempo regulamentar.

Especialistas em educação apontam que apesar dos crescentes in-

vestimentos que o Ministério da Educação vem fazendo na educação

básica, este esforço não se traduz em melhoria da qualidade do ensino.

Com isso, o desempenho dos estudantes brasileiros em rankings in-

ternacionais é considerado ruim e ameaça a competitividade do país.

A partir de 2018 estarão funcionando oito novas escolas da Rede SESI dedicadas ao ensino médio, no modelo articulado, o EBEP, em duas unidades da capital e as demais no interior

Escola do Retiro está em fase de conclusão das obras e marca a ampliação do ensino médio na capital

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SESI amplia rede de educação

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4 Bahia Indústria

SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação e

tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria

do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] /

Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de ÓleoS VegetaiS

e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da cerVeja e de BeBi-

daS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão, PaSta de madeira

Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do trigo, milho,

mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de minera-

ção de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conStrução do eStado da Bahia,

[email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SaBõeS,

detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS

de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro de FreitaS, camaçari, diaS d’ÁVila, Sto.

antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da

Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de PaniFicação e conFeitaria da cidade do SalVador, [email protected]

/ Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS SintéticaS do eStado da Bahia, [email protected] /

Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Produ-

toS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mineração de Pedra Britada do eStado da

Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS QuímicoS Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS

do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mÁrmoreS, granitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS, SorVeteS, SucoS, concentradoS e lioFilizadoS do eStado da

Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS e deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do eS-

tado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia,

[email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução ciVil de itaBuna e ilhéuS, [email protected] / Sindicato daS

indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eS-

tado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica

e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de tele-

comunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material

elétrico de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eS-

tado da Bahia, [email protected] / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

daS indúStriaS de coSméticoS e de PerFumaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFa-

toS de PlÁSticoS, BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS hoSPitalareS, [email protected] / Sindicato Patronal daS indúStriaS

de cerâmicaS VermelhaS e BrancaS Para conStrução e olariaS da região SudoeSte e oeSte da Bahia [email protected] Sindicato

da indúStria de aduBoS e corretiVoS agrícolaS do nordeSte (Siacan) [email protected] / Sindicato nacional da indúStria da

conStrução e reParação naVal e oFFShore (SinaVal) [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de PaniFicação e conFeitaria

do eStado da Bahia, [email protected]

Filiada à

Bahia

fiEBPRESIDENTE Antonio Ricardo Alvarez Alban. 1° VICE-

-PRESIDENTE Carlos henrique Jorge gantois. VICE-

-PRESIDENTES Josair Santos Bastos; Eduardo Catha-

rino gordilho; Edison Virginio nogueira Correia;

Alexi Pelagio gonçalves Portela Junior. DIRETORES

TITULARES Alberto Cánovas Ruiz;Eduardo meirelles

Valente; Renata lomanto Carneiro müller; Fernando

luiz Fernandes; Juan José Rosario lorenzo; theofilo

de menezes neto; José Carlos telles Soares; Angelo

Calmon de Sa Junior; Jefferson noya Costa lima;

luiz Fernando Kunrath; João Schaun Schnitman;

Antonio geraldo moraes Pires; mauricio toledo de

Freitas; Waldomiro Vidal de Araújo Filho. DIRETORES

SUPLENTES guilherme moura Costa e Costa; glads-

ton José Dantas Campêlo; Cléber guimarães Bastos;

Jorge Catharino gordilho; marcelo Passos de Araú-

jo; Roberto mário Dantas de Farias

conSElhoSCONSELhO DA MICRO E PEqUENA EMPRESA INDUSTRIAL

Carlos henrique Jorge gantois; CONSELhO DE AS-

SUNTOS FISCAIS E TRIbUTáRIOS Sérgio Pedreira de

oliveira Souza; CONSELhO DE COMéRCIO ExTERIOR

Angelo Calmon de Sá Junior; CONSELhO DE ECONO-

MIA E DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Antonio Sergio

Alipio; CONSELhO DE INFRAESTRUTURA marcos galin-

do Pereira lopes; CONSELhO DE INOVAçãO E TECNO-

LOgIA José luis gonçalves de Almeida; CONSELhO

DE MEIO AMbIENTE Jorge Emanuel Reis Cajazeira;

CONSELhO DE RELAçõES TRAbALhISTAS homero Ru-

ben Rocha Arandas; CONSELhO DE RESPONSAbILIDA-

DE SOCIAL EMPRESARIAL marconi Andraos oliveira;

CONSELhO DE JOVENS LIDERANçAS INDUSTRIAIS naya-

na Carvalho Pedreira; CONSELhO DE PETRóLEO, gáS

E NAVAL humberto Campos Rangel; CONSELhO DE

PORTOS Sérgio Fraga Santos Faria

ciEBPRESIDENTE Reginaldo Rossi. 1º VICE-PRESIDENTE

Jorge Emanuel R. Cajazeira. 2º VICE-PRESIDENTE Car-

los Antonio B. Cohim da Silva. 3º VICE-PRESIDENTE

Roberto Fiamenghi. DIRETORES TITULARES Arlene

Aparecida Vilpert; Benedito Almeida Carneiro Filho;

Cleber guimarães Bastos; luiz da Costa neto; luis

Fernando galvão de Almeida; marcelo Passos de

Araújo; mauricio lassmann; Paula Cristina Cánovas

Amorim; hilton moraes lima; thomas Campagna

Kunrath; Walter José Papi; Wesley Kelly Felix Carva-

lho. DIRETORES SUPLENTES Antonio Fernando Suzart

Almeida; Carlos Antônio Unterberger Cerentini; Dé-

cio Alves Barreto Junior; Jorge Robledo de oliveira

Chiachio; Fernando Elias Salamoni Cassis; José luiz

Poças leitão Filho; mauricio Carvalho Campos; Su-

dário martins da Costa; CONSELhO FISCAL - EFETIVOS

luiz Augusto gantois de Carvalho; Rafael C. Valen-

te; Roberto Ibrahim Uehbe. CONSELhO FISCAL – SU-

PLENTES Felipe Pôrto dos Anjos; Rodolpho Caribé de

Araújo Pinho neto; thiago motta da Costa

SESiPRESIDENTE DO CONSELhO E DIRETOR REgIONAL

Antonio Ricardo Alvarez Alban.

SUPERINTENDENTE Armando da Costa neto

SEnaiPRESIDENTE DO CONSELhO Antonio Ricardo A. Alban.

DIRETOR REgIONAL luís Alberto Breda

DIRETOR DE TEC. E INOVAçãO leone Peter Andrade

iElPRESIDENTE DO CONSELhO E DIRETOR REgIONAL

Antonio Ricardo Alvarez Alban.

SUPERINTENDENTE Evandro mazo

DIRETOR ExECUTIVO DA FIEb

Vladson menezes

Informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato

UNIDADES DO SISTEMA FIEb

sistema fieb nas mídias sociais

Editada pela gerência de Comunicação Institucional

do Sistema Fieb

CONSELhO EDITORIAL mônica mello, Cleber Borges e Patrícia moreira. COORDENAçãO EDITO-

RIAL Cleber Borges. EDITORA

Patrícia moreira. REPORTAgEM

Patrícia moreira, Carolina men-donça, marta Erhardt, luciane Vivas (colaboração) e Décio Esquivel (estagiário). PROJETO

gRáFICO E DIAgRAMAçãO Ana Clélia Rebouças. FOTOgRAFIA Coperphoto. ILUSTRAçãO E IN-

FOgRAFIA Bamboo Editora. IM-

PRESSãO gráfica trio.

FEDERAçãO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA bAhIA

Rua Edístio Pondé, 342 – Stiep, CEP.: 41770-395 / Fone:

71 3343-1280 www.fieb.org.br/bahia_indus-

tria_online

As opiniões contidas em artigos assinados não refletem necessa-riamente o pensamento da FIEB.

FIeB – FedeRAção dAs IndústRIAs do estAdo dA BAhIA

sede: (71) 3343-1200

sesI – seRvIço socIAL dA IndústRIA

sede: 3343-1301@Educação de Jovens e Adultos – RMS: (71) 3343-1429 @Responsabilidade Social: (71) 3343-1490@Camaçari: (71) 3205 1801 / 3205 1805@Candeias: (71) 3601-2013 / 3601-1513@Itapagipe: (71) 3254-9901@Itaigara: (71) 3444-4250 / 4251 / 4253@Lucaia: (71) 3205-1801@Piatã: (71) 3503 7401@Retiro: (71) 3234 8200 / 3234 8221@Rio Vermelho: (71) 3616 7080 / 3616 7081@Simões Filho: (71) 3296-9300 / 3296-9330@Eunápolis: (73) 8822-1125@Feira de Santana: (75) 3602 9762@Sul: (73) 3639 9331 / 3639 9326@Jequié: (73) 3526-5518@Norte: (74) 2102-7114 / 2102 7133@Valença: (75) 3641 3040@Sudoeste: (77) 3422-2939 @Oeste: (77) 3628-2080

senAI – seRvIço nAcIonAL de ApRendIzAgem IndustRIAL

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IeL – InstItuto euvALdo LodI

sede: 71 3343-1384/1328/1256@Barreiras: (77) 3611-6136@Camaçari: (71) 3621- 0774@Eunápolis: (73) 3281- 7954@Feira de Santana: (75) 3229- 9150@Ilhéus: (73) 3639-1720@Itabuna: 3613-5805@Jacobina: (74) 3621-3502@Juazeiro: (74) 2102-7114@Teixeira de Freitas: (73) 3291-0621@Vitória da Conquista: (77) 3424-2558

cIeB - centRo dAs IndústRIAs do estAdo dA BAhIA

sede: (71) 3343-1214

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Veja as vantagens, inclusive incentivos

fiscais, dados pelos governos federal e

estadual, para consumidores que

desejam investir na mini ou

microgeração de energias alternativas

Microgeração de energia teM incentivo fiscal

Instalação da Frente Parlamentar da

Indústria visa melhorar interlocução

entre Legislativo e indústria. Ato

marcou o lançamento da 3ª edição

da Agenda Legislativa

lançada frente ParlaMentar da indústria

Feira de Santana

ganhou o Polo de

Distribuição das

Indústrias de

Confecção

PoliModa é inaugurado

sumáRIo

14

Aluna do EbEP do SESI Piatã em foto de João Alvareznº 243 mai/jun.2016

12

A qualidade do EBEP, o ensino

médio SESI articulado com o

SENAI expande fronteiras e

chega ao interior

AmpliAção doensino sesi

16

26

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João AlVAREz/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB

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6 Bahia Indústria

entRevIstA FErnando PImEntEl

O mercado internacional é uma das alternati-

vas apontadas pelo diretor superintendente

da Associação Brasileira da Indústria Têxtil

e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel,

para que o setor têxtil possa enfrentar o atual mo-

mento econômico. Em passagem por Salvador, onde

participou do Circuito Abit/Texbrasil - Competitivida-

de e Internacionalização, ele conversou com a Revis-ta Bahia Indústria. Nesta entrevista, Pimentel fala

sobre os entraves e as perspectivas do setor.

qual a atual situação do segmento têxtil no brasil?

A indústria têxtil brasileira, como toda a indústria na-

cional, vem sofrendo desde 2011. O câmbio, aprecia-

do durante um período longo, sacrificou a indústria

têxtil, porque temos uma competição planetária. É

um mercado bastante disputado, um dos três maiores

mercados de manufaturados do mundo. O comércio

mundial de têxteis e confeccionados gira em torno de

US$ 750 bilhões e o consumo mundial caminha para

US$ 2,5 trilhões. Olhando para esse cenário, nós per-

demos produção nos últimos cinco anos, mas mesmo

assim conseguimos preservar a posição de 4º maior

produtor de confecções do mundo e 5º maior produ-

tor têxtil. A Bahia representa em torno de 1,5% da

produção nacional e, assim como os outros estados,

também está apresentando quedas de produção, pela

recessão.

quais são os principais entraves ao setor?

Uma questão séria, principalmente porque a indús-

tria têxtil é altamente empregadora, é a legislação tra-

balhista. Deixo claro que não tenho uma visão con-

trária em relação aos direitos fundamentais já adqui-

ridos. Estamos falando de normas

e regulamentos que permanente-

mente são colocados. O Brasil é o

país que tem o maior número de

ações trabalhistas. O mundo so-

mado não tem o número de ações

trabalhistas que há no Brasil. Ano

passado foram 2,6 milhões de no-

vas ações em primeira instância.

A França, que tem, reconhecida-

mente, uma legislação bastante

protetora, tem 75 mil ações traba-

lhistas. No Japão, 2.500 ações tra-

balhistas. Recentemente, vi numa

revista especializada que uma

grande empresa de carnes, com

atividades no Brasil e nos Estados

Unidos, aqui no país, com 120 mil

funcionários, teve cerca de 20 mil

ações trabalhistas. Já nos Estados

Unidos, com 70 mil funcionários,

foram 25 ações trabalhistas. En-

tão, acho que a legislação traba-

lhista brasileira traz insegurança

jurídica. Uma visão que não se co-

aduna com o século XXI. Além dis-

so, temos a carga tributária, que é

elevada para os padrões de países

médios, mas o pior é a burocracia,

que aumenta custos. Então, diria

que o ambiente de negócios no

Brasil tem sido pouco amigável.

quais são as perspectivas do seg-

mento para os próximos anos?

O Brasil, saindo desse quadro

que estamos passando, tem um

futuro auspicioso. Não precisá-

vamos passar por essa crise. Ela

foi construída aqui, por más po-

líticas e má gestão. Claro que no

mundo a situação não está fácil,

mas países vizinhos não estão en-

frentando recessão como nós. No

ano passado, no último trimestre,

a indústria brasileira caiu 12,5%,

enquanto a indústria mundial

cresceu 1,9% e a indústria emer-

gente cresceu 4,5%.

qual a saída para enfrentar o atual

momento econômico brasileiro?

Neste momento, as duas janelas

de oportunidades mais relevantes

são a substituição de importações

e o aumento das exportações. Es-

timamos que exista um espaço de

300 a 350 milhões de peças de ves-

tuário que poderão ser fabricadas

internamente, por força da queda

das importações. E umas 250 mil

toneladas de têxteis a mais que

poderão ser fabricados no país. O

contraponto a esses dois vetores

positivos é a queda de consumo,

que vai acontecer de novo. No nos-

so segmento, houve queda de 8%

no ano passado e iniciamos este

ano com previsão de queda de

até 5,5%. Mas temos uma meta na

Internacionalizar é saída para setor têxtilSuperintendente da Abit, Fernando Pimentel, traça panorama para o segmento e aponta caminhos para crescimento

Por Marta Erhardt

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Bahia Indústria 7

AngElo PontES/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB

Temos uma meta na área de exportação que é voltar a ter uma participação no comércio mundial da ordem de 1%

área de exportação que é voltar a

ter uma participação de 1% no co-

mércio mundial, uma posição que

o país ocupou em meados da dé-

cada de 1980. Isso significaria ex-

portar entre US$ 7 bilhões e US$ 8

bilhões, e não US$ 1,2 bilhão, que

é o que a gente deve exportar este

ano. O comércio exterior tem um

drive de longo prazo importante.

Participar do jogo internacional é

uma questão de competitividade.

Está mais do que provado que as

empresas que se internacionali-

zam são mais competitivas inter-

namente, dão mais treinamento,

há todo um círculo virtuoso em

torno da operação mundial. E o

Brasil, com a devida cautela, terá

que se inserir mais no mundo.

Inovação é uma palavra-chave pa-

ra a indústria. Como o setor têxtil

vem lidando com este desafio?

A nossa indústria inova perma-

nentemente sob a ótica do design,

das cores, das estampas, e isso

vai muito para o lado do vestu-

ário, da decoração, da cama,

mesa e banho. Na área têxtil, a

inovação vem nos acabamentos,

nos processos, na sustentabili-

dade. Já na parte das fibras, tem

rupturas maiores, com novos

produtos entrando no mercado:

fibras de milho, fibras de alga. As

inovações de ruptura estão mais

à montante, as inovações de pro-

cesso estão em toda a cadeia e as

inovações de design, da moda,

estão mais na etapa final. O setor

sempre inovou. Agora, o grau de

inovação está se ampliando e, pa-

ra isso, temos o Têxtil 2030, que

será apresentado para a socieda-

de, que trata do futuro do setor,

nos próximos 15 anos.

Como o setor tem enfrentado a concorrência interna-

cional, especialmente da indústria asiática?

Passamos dez anos com o câmbio se apreciando,

enfrentando não só as empresas, mas os países com

modelos de competição extremamente recheados de

subsídios e países que não têm compliance nas áreas

trabalhista, ambiental, social e previdenciária como

o Brasil tem. Imagina essa indústria, com todas essas

desvantagens, sendo massacrada do ponto de vista

de uma competição desleal, que conseguiu preservar

uma posição relevante. Embora com danos no cas-

co. Nós entendemos que, com uma taxa de câmbio

equilibrada podemos ser muito competitivos. Diria

que um câmbio ideal seria na faixa de R$ 4. Agora,

essa competição com os produtos estrangeiros não

afetou somente o mercado local, com o crescimento

vertiginoso das importações, como também as ex-

portações, dificultando a ida do Brasil ao mercado

mundial. Consequentemente, com a taxa de câmbio

mais ajustada e, ao mesmo tempo, com as reformas

que terão que ser feitas, acho que o Brasil que sempre

foi um produtor-consumidor poderá mudar um pouco

essa equação e ser também um produtor-consumidor.

E isso significaria, em dez anos, sair de US$ 1,3 bilhão

em exportações, para até US$ 8 bilhões. É difícil, mas

plenamente possível. [bi]

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8 Bahia Indústria

FotoS AngElo PontES/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB

Com um foco cada vez mais

voltado para saúde, bem es-

tar e educação, o Ação Global

2016 realizou 14.281 atendimentos

para um público de cerca de 5 mil

pessoas que foi ao SESI Piatã, em

Salvador. Foram mais de 82 servi-

ços oferecidos nesta edição pelos

40 parceiros de instituições públi-

cas, privadas e ONGs e os mais de

420 voluntários.

O Ação Global recebeu a visita

da atriz Juliana Alves e da cantora

Julie de Assis. Julie, que disputou

o reality The Voice Kids Brasil, se

apresentou no palco, ao lado do

pai, o forrozeiro Cicinho de Assis.

O evento foi aberto pelo supe-

rintendente do SESI, Armando Ne-

to, que lembrou a oportunidade de

mostrar à população a importância

de cuidar da saúde e de buscar

uma melhor qualidade de vida. Ele

destacou, ainda, a importância dos

parceiros e dos voluntários que se

dedicam a passar informações e

orientações ou proporcionar mo-

Saúde e cidadania no Ação global 2016Com a participação de 40 parceiros e 420 voluntários, SESI e Rede globo garantiram um dia de serviços à população

Clecione Sena

e os dois

filhos: reforço

à saúde dental;

e dona balbina,

que fez exame

para medir a

pressão ocular

bibliotecas móveis, oficinas de ar-

tesanato e de pintura que fizeram

o dia de mobilização especial.

A estudante de Nutrição da

Unime, Maria Aparecida da Sil-

va, avaliou como positiva sua

participação no evento pela opor-

tunidade de levar orientações

nutricionais à população. “Esta

participação serve de prática pro-

fissional para nós, estudantes,

mas é também uma oportunidade

de oferecer a quem não tem acesso

o serviço educação nutricional”.

A avaliação de quem aprovei-

tou os diversos serviços do Ação

Global 2016 também foi positiva.

A marisqueira Clecione Avelino

Sena, 44 anos, já acompanha o

Ação Global há alguns anos. Ela

se deslocou da Cidade Baixa até

Piatã para usufruir dos serviços.

“Desde a última edição, quando

eu trouxe meus filhos, eles fica-

ram mais espertos na hora de es-

covar os dentes. Este ano, os meni-

nos assistiram às demonstrações

de como realizar a higiene bucal,

reforçando que devemos fazer mo-

vimentos circulares com a escova

também”, explicou.

Já a dona de casa Maria Balbina

Conceição, 59 anos, fez o exame

para medir a pressão ocular e des-

cobriu uma alteração. “Meu nível

está fora do comum. Agora, terei

que ir a um oftalmologista. Fazer

um procedimento inicial aqui foi

algo muito útil para mim”, conta.

Jacirene dos Santos, 52, mo-

radora de Cajazeiras, aprendeu a

fazer o autoexame das mamas, im-

portante na prevenção do câncer.

“Com as orientações das meninas

ficou mais claro. Foi muito escla-

recedor. Agora, tenho certeza que

farei o exame com mais precisão,

já que aprendi a forma certa de to-

car meus seios”. [bi]

mentos de lazer para a população.

A gerente de marketing da TV

Bahia, Alessandra Franco, ressal-

tou a importância de fazer do dia

de Ação Global uma data relevante

para a população, de forma que as

pessoas se sintam atendidas.

O SESI levou para o Ação Glo-

bal os serviços de odontologia,

robótica educacional e oficinas de

pintura de rosto e atividades re-

creativas. O evento ofereceu, ain-

da, orientação jurídica, avaliação

nutricional, realização de exames,

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circuito

Bahia Indústria 9

Por cleber borges

“Na década de 70, o Japão Já era coNhecido por marcas como ToyoTa e soNy. Qual é a graNde marca chiNesa?”Arthur Kroeber, presidente da consultoria Gavekal Dragonomics, no livro

Indústria perde participação no PIbA contribuição da indústria para o PIB brasileiro

caiu 2,5 pontos percentuais, de 2010 a 2013 (último

dado disponível), passando de 27,4% para 24,9%

(incluindo a indústria de transformação, extrativa,

construção e serviços industriais de utilidade

pública). Isso ocorre devido à perda de

competitividade do setor no cenário nacional. Das

26 unidades da Federação, 23 sofreram retração da

indústria na composição do PIB estadual no

período. A maior retração ocorreu na Bahia, onde a

indústria reduziu sua participação no PIB em 6,6

p.p.. Em seguida vêm Amazonas (5,7 p.p.),

Tocantins (4,3 p.p.) e São Paulo (4,2 p.p.). São Paulo

também perdeu espaço na produção industrial. Em

2010 produzia 32,1% dos produtos industrializados

fabricados no Brasil e, em 2013, 28,6%.

Peso e diversificação da indústriaO peso da indústria no PIB de cada estado varia de

6,5%, no Distrito Federal, a 40,5%, no Espírito

Santo. Na Bahia, o setor responde por 20,5% da sua

economia. Também varia bastante a composição

setorial e o grau de diversificação das indústrias

em cada estado. Das 27 unidades da federação, 19

têm um setor industrial considerado concentrado

ou muito concentrado. O mais concentrado é

Roraima, onde os quatro principais setores

respondem por 93,5% do produto industrial do

estado. No outro extremo, Santa Catarina é a mais

diversificada, com quatro produtos respondendo

por 47,9%. Na Bahia, três segmentos (derivados de

petróleo e biocombustíveis, construção e serviços

industriais de utilidade pública) significam 64,2%

do PIB industrial.

Pessimismo na área da construção diminuiO ritmo de queda na atividade da indústria da construção se

intensificou em abril, conforme sondagem do segmento feita pela

Confederação Nacional da Indústria. A utilização da capacidade de

operação no setor foi de 54% em abril, o piso da série histórica,

iniciada em janeiro de 2012. No entanto, o índice de expectativa dos

empresários sobre o nível de atividade subiu de 39,7 pontos, em

abril, para 40,6 pontos em maio (varia de zero a 100). O índice de

intenção de investimento assinalou 23,2 pontos em maio, o menor

valor da série histórica iniciada em novembro de 2013.

“Economia chinesa”, no qual cita que o governo chinês investe muito em pesquisa básica, com resultados ainda tímidos

72% querem regras iguais na aposentadoriaPesquisa CNI/Ibope aponta que 75% dos brasileiros não aceitam pagar

mais tributos para manter as regras previdenciárias atuais. Eles

preferem mudanças nas regras da aposentadoria para garantir a

sustentabilidade do regime. Entre as mudanças apoiadas pela

população estão a equiparação das regras para todos os trabalhadores

(72%) e a definição de uma idade mínima para aposentadorias por

tempo de contribuição (65%). A pesquisa mostra que aumentou o apoio

popular para que as aposentadorias aconteçam em idades mais

avançadas. A parcela dos que entendem que a aposentadoria deve

ocorrer depois dos 60 anos subiu de 8%, em 2007, para 17%.

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10 Bahia Indústria

sindicatos

evento do sinprocim integra trabalhadores

Sindcalçados participa de intercâmbio em Santa CatarinaPara fortalecer a rede sindical

da indústria de calçados, a

CNI, por meio do Programa de

Desenvolvimento Associativo

(PDA), promoveu dia 10.05,

em Florianópolis/SC, o 2º

Intercâmbio de Lideranças

Setoriais da Indústria de

Calçados. O cenário político e

as perspectivas para a

indústria foram discutidos no

evento, que também contou

com a apresentação das boas

práticas do Sincasjb/SC. “A

iniciativa promove a

aproximação entre os

dirigentes, para que definam

as prioridades de atuação

como entidades”, afirmou o

presidente executivo do

Sindcalçados-BA, Haroldo

Ferreira.

Itapetinga sedia reunião itinerante do SindileiteO Sindileite-BA escolheu

Itapetinga para promover a

primeira reunião itinerante de

2016. Realizado em maio, na

sede do sindicato rural do

município, o encontro

discutiu a alta do leite no

mercado. “A seca tem afetado

fortemente a pecuária leiteira

e atingido os produtos finais”,

afirmou o presidente Lutz

Viana. Na ocasião, também

foram apresentados serviços

do Sistema FIEB. As reuniões

itinerantes fazem parte do

planejamento estratégico do

Sindileite.

Cerca de 350

trabalhadores

participaram de

disputas em 10

modalidades

O Sindicato das Indústrias de Produtos de Cimento (Sinprocim-BA), em

parceria com o SESI, reuniu trabalhadores do setor em Simões Filho,

dia 14.05, na 6ª Edição da Jornada de Esportes e Lazer Sinprocim. A

empresa IBPC ficou em 1º lugar na competição, seguida pela Premind e

Desal. “Com certeza essa motivação reflete no ambiente de trabalho”,

destacou o presidente do sindicato, José Carlos Telles Soares. A

importância do evento também foi ressaltada pelo 1º vice-presidente da

FIEB, Carlos Gantois. “Através do lazer e da qualidade de vida, o evento

aumenta a motivação dos trabalhadores, que são a base para o

incremento da produtividade da indústria”, avaliou.

Sindical destaca benefícios da calagemInstituído em 2011, pela Lei

12.389, o Dia Nacional do Calcário

Agrícola foi comemorado em

24.05. O aumento do rendimento

por unidade da área cultivada e a

melhora do aproveitamento do

fósforo são benefícios

proporcionados pelo uso de

calcário no processo de produção

agropecuária com vistas à

correção da acidez do solo. O

Sindicato da Indústria de

Mineração de Calcário, Cal e

Gesso (Sindical-BA) aponta o uso

adequado do calcário como um

dos fatores que levaram ao

desenvolvimento do agronegócio.

VAltER PontES/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB

Presidente do Sindpacel participa de reunião da ISO Florestal Estabelecer padrões internacionais e certificar

a origem da madeira que é consumida no

mundo, inibindo o comércio ilegal da matéria-

prima. Esse é o objetivo da Norma Florestal ISO

19.228. Chairman mundial da norma, o

presidente do Sindicato das Indústrias de Papel

e Celulose no Estado da Bahia (Sindpacel),

Jorge Cajazeira, e outros 39 experts em

certificação florestal dos 30 maiores países em

produção de madeira participaram, entre os

dias 8 e 15 de abril, na Suécia, da IV Reunião

Plenária da ISO Florestal. “A norma está sendo

elaborada em consenso com os países e terá o

reconhecimento da Organização Mundial do

Comércio como instrumento legítimo”.

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Bahia Indústria 11

Uma reunião com diretores e empresários

marcou o dia de eleições do Sindisabões. A

prestação de contas da atual gestão e o

Planejamento Estratégico do sindicato foram

discutidos no encontro. Uma das metas da

diretoria reeleita é ampliar o quadro de

associadas. O presidente Juan Lorenzo lembrou

que o sindicato vem atuando neste sentido, com

ações como a ampliação da representação da

categoria do sindicato, com a inclusão das

atividades de fabricação de aditivos industriais;

e a criação de três diretorias regionais.

AngElo PontES/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB

As técnicas para a condução da negociação coletiva

e as etapas deste processo foram apresentadas na

oficina Praticando a Negociação Coletiva, na FIEB,

como parte das ações para líderes e executivos

sindicais do Programa de Desenvolvimento

Associativo (PDA), em parceria com a CNI. Com o

objetivo de fortalecer a atuação dos sindicatos

patronais nas relações trabalhistas, a oficina

orientou sobre as questões legais e apresentou

estratégias de negociação.

oficina apresenta técnicas para negociação coletiva

A consultora da CNI, Cely Soares, ministrou a oficina

Sindifite revisa Planejamento Estratégico O Sindicato de Fiação e Tecelagem

(Sindifite-BA) realizou, em abril,

reuniões para revisar o seu

Planejamento Estratégico. “Com o

planejamento, o sindicato pode

ampliar sua visão estratégica,

interagir com as empresas e

inovar”, destacou Eduardo

Gordilho, presidente do Sindifite.

A previsão para 2016 é que oito

sindicatos participem da ação,

com apoio do Programa de

Desenvolvimento Associativo,

parceria da FIEB com a CNI.

sindisabões faz balanço de atividades

O presidente

Juan Lorenzo

apresentou

ações do

sindicato

AngElo PontES/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB

Desafios para nova gestão do SistebEvitar o fechamento de novas

empresas do setor é o desafio do

Sindicato das Indústrias de

Construção de Sistemas de

Telecomunicações da Bahia

(Sisteb) para a nova gestão. “Em

2015, tivemos mais de 800 mil

assinaturas de TV canceladas no

país. Neste cenário de recessão,

nossa prioridade é a

sobrevivência das empresas”,

destacou o presidente Alexi

Portela Junior, reeleito para os

próximos quatro anos.

Setor empresarial debate PDDUCom o objetivo de discutir de forma propositiva

o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano

– PDDU de Salvador, cujo Projeto de Lei tramita

na Câmara Municipal, em fase de consulta

pública, a FIEB e a Fecomércio promoveram

reunião para levantar contribuições dos

principais setores empresariais impactados pela

proposta. No encontro, realizado na FIEB, foram

apresentadas e discutidas as contribuições do

Sindicato da Indústria da Construção

(Sinduscon-BA) e da ADEMI. O PL 396/2015 deve

ser votado este semestre após as rodadas de

debates com a sociedade.

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12 Bahia Indústria

Desde o final de dezembro de 2015, a Bahia isentou do ICMS a mi-

cro e a minigeração de energia. Até então, a alíquota do imposto

estadual incidia sobre toda a energia consumida no mês, sem

levar em conta a que estava disponibilizada no sistema de com-

pensação, cedida pelo consumidor à distribuidora para posterior acer-

to de contas. Além da Bahia, outros 14 estados já isentam a geração de

energia de micro ou pequenos produtores, dentre os quais Pernambuco,

Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Por

outro lado, por meio da Lei nº 13.169/2015, o governo federal isentou do

PIS e Cofins a energia solar injetada na rede. Ambas as iniciativas são in-

centivos adotados pelo setor público com a finalidade de estimular o que

é denominada de geração distribuída, produzida por micro ou pequenos

produtores a partir de fontes renováveis.

O Sistema de Compensação de Energia Elétrica permite que a energia

excedente gerada pela unidade consumidora com micro ou minigeração

seja injetada na rede distribuidora, a qual funcionará como uma bate-

ria, armazenando esse excedente até o momento em que a unidade con-

sumidora necessite de energia proveniente da distribuidora.

Na prática, se em um determinado ciclo de faturamento a energia inje-

tada na rede pelo micro ou minigerador for maior que a consumida, este

receberá um crédito em energia na próxima fatura. Caso contrário, o con-

sumidor pagará apenas a diferença entre a energia consumida e a gerada.

vAntAgensA Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) deu uma importante

contribuição ao estímulo da geração de energia a partir de fontes reno-

váveis, quando, em 2012, publicou a Resolução Normativa nº 482, que

estabeleceu as condições gerais para o acesso de micro e minigeração

Por clEbEr borgEs

Investir em cogeração de energia compensa

aos sistemas tradicionais de energia elétrica. Na ver-

dade, aderiu a uma tendência verificável em várias

partes do mundo – a exemplo da Alemanha, Itália e

França – onde existem incentivos à geração distribu-

ída de pequeno porte. Em 2016, a Resolução 482 foi

substituída pela de nº 687.

Os estímulos à geração distribuída justificam-se

pelos potenciais benefícios que tal modalidade pode

proporcionar ao sistema elétrico, com inúmeras van-

tagens sobre a geração centralizada tradicional. Den-

tre eles, a economia nos investimentos em expansão

dos sistemas de distribuição e transmissão, o baixo

impacto ambiental, a redução de perdas nas redes, a

criação de postos de trabalho, a maior previsibilidade

de custos para o cliente e a diversificação da matriz

energética.

Os debates acerca da cogeração de energia elétrica

ganharam corpo no Brasil na década passada, com

a evolução demográfica e o crescimento da atividade

econômica, que resultaram no aumento do consumo

de energia elétrica, sem que os investimentos públi-

cos acompanhassem a expansão da demanda. O pa-

ís se viu à beira de uma crise energética. Foi preciso

pensar em alternativas que respondessem à necessi-

dade de expansão e diversificação do parque gerador

elétrico nacional.

É nesse contexto que estão inseridas as pequenas

centrais geradoras (micro e minigeração distribuí-

Setor público concede incentivos fiscais para estimular a geração distribuída de energia, produzida por micro ou pequenos produtores a partir de fontes renováveis

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Bahia Indústria 13

COMO FUNCIONA O SISTEMA DE COMPENSAÇÃO DE ENERGIA

ENERGIA CONSUMIDA

Fonte: ANNEL - 2014

Nos momentos em que a central não gera energia suficiente para abastecer a unidade consumidora, a rede da distribuidora local suprirá a diferença. Nesse caso será utilizado o crédito de energia ou, caso não haja, o consumidor pagará a diferença.

ENERGIA INJETADA

QUADRO DE ENERGIA

kWh

kWhkWhkWh

kWh

kWh

da). Considera-se geração distribuída a produção de

energia elétrica a partir de pequenas centrais que

utilizam fontes de origem hidráulica, solar, eólica,

biomassa ou cogeração qualificada (produção com-

binada de calor e eletricidade), conectadas à rede de

distribuição elétrica por meio de instalações de uni-

dades consumidoras. A microgeração refere-se a uma

central geradora com potência de até 75 quilowatts

(KW), enquanto que a minigeração diz respeito às

centrais com potência instalada superior a 100 KW e

menor ou igual a 5 megawatt (MW), suficientes para

abastecer mais de 11 mil residências de baixa renda

(consumo até 50 kWh/mês).

Essa mudança estimula os investimentos. Confor-

me ressalta o engenheiro Fábio Santos, sócio da NBC

Energias Renováveis e da Energhia Engenharia, o in-

vestimento total (projeto, equipamentos e instalação)

para implantar um sistema de microgeração custa até

R$ 8.500 por kWp, enquanto que para a minigeração

de 1MWh pode chegar a R$ 6 milhões. Mas o investi-

mento compensa, pois o equipamento dura em média

25 anos e o retorno começa a partir de 6 anos. “Depois

disso, o que vier é lucro”, afirma Fábio Santos, que des-

taca também a confiabilidade da operação. “Quando

você faz esse investimento já sabe quanto lhe custa a

parcela de energia consumida que é gerada pelo sis-

tema, não tendo de se preocupar com incertezas das

bandeiras ou aumentos de tarifas”, afirma. Ele ressal-

ta, porém, que é preciso cuidado na hora de adquirir os equipamentos.

“Eles devem ter passado por controle de qualidade”, diz, ressaltando que

os melhores equipamentos são os de procedência europeia.

Para que a central geradora seja caracterizada como micro ou mini-

geração distribuída, é obrigatório que o proprietário faça a solicitação

de acesso à distribuidora, constando o projeto de instalações de conexão

(memorial descritivo, localização, arranjo físico, diagramas). A partir daí,

a distribuidora apresenta parecer de acesso (sem ônus para o solicitante)

no qual são informadas as condições, abrangendo a conexão e o uso.

Além da tecnologia dos equipamentos de geração, o consumidor/inves-

tidor deve atentar também para aspectos como o tipo de fonte de energia

(painéis solares, turbinas eólicas, geradores e biomassa etc), localização

(rural ou urbana), porte da unidade consumidora e da central geradora,

tarifa à qual estará submetido e a existência de outras unidades consu-

midoras nas proximidades que possam usufruir dos créditos do sistema.

cuRsos do senAIPara o coordenador de cursos de extensões em energia do SENAI Cima-

tec, Sérgio Pitombo, “ainda faltam informações sobre a geração de ener-

gia a partir de fontes alternativas”. Por essa razão, a entidade realiza um

curso de extensão em Fundamentos de Energia Solar, com carga de 40

horas, e já programa outro, com igual carga horária, em Fundamentos

de Energia Eólica. Ambos para profissionais da área de energia, que te-

nham a partir do ensino médio completo.

No segundo semestre, o Cimatec iniciará uma pós-graduação em

Energias Renováveis, com 450 horas/aula e duração de 24 meses. Com

40 vagas, ela abordará Micro e Minigeração Eólica e Sistemas Híbridos e

tratará, inclusive, de aspectos regulatórios. [bi]

como FuncIonA o sIstemA de compensAção de eneRgIA

Nos momentos em que a central não gera energia suficiente para abastecer a unidade consumidora, a rede da distribuidora local suprirá a diferença. Nesse caso será utilizado o crédito de energia ou, caso não haja, o consumidor pagará a diferença.

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14 Bahia Indústria

Por iniciativa dos deputados Nelson Leal (PSL) e

Pablo Barrozo (DEM), a Assembleia Legislativa

da Bahia criou a Frente Parlamentar da Indús-

tria. Sua instalação aconteceu durante sessão

especial no plenário da Assembleia Legislativa da

Bahia (ALBA), dia 11 de maio. O objetivo é construir

um canal de interlocução entre a indústria baiana e o

Legislativo Estadual.

No lançamento, o presidente da Frente, deputado

Nelson Leal explicou que ela será um fórum perma-

nente de debates sobre a indústria, setor que tem per-

dido participação no PIB. “A perda de competitivida-

de da indústria e a necessidade de desenvolver o setor

na Bahia nos estimulou a criar a Frente Parlamentar,

com o apoio da FIEB. Já percebemos que os deputa-

dos que a integram estão muito estimulados com este

desafio”, afirmou.

Serão realizadas reuniões quinzenais com as se-

te coordenações da Frente Parlamentar, na ALBA, e

mensalmente com a FIEB, para tratar de temas im-

portantes para o setor industrial. “Quando necessá-

rio, iremos trabalhar em conjunto com a Frente Parla-

mentar da Micro e Pequena Empresa, que já funciona

nesta Casa”, afirmou Nelson Leal.

O vice-presidente da Frente, deputado Pablo Bar-

Por clEbEr borgEs

Frente Parlamentar vai defender a indústriaSuprapartidária, a Frente será um canal de interlocução entre a indústria e o legislativo Estadual

FotoS VAltER PontES/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB

ses da sociedade, com o emprego

e a produção”, afirmou Alban.

O presidente da FIEB observou

que nos anos de bonança da eco-

nomia o Nordeste foi a região que

mais cresceu, mas hoje, ao contrá-

rio, tem sido a região mais atingi-

da pelos efeitos da crise. Por essa

razão, exortou os partidos a supe-

rar divergências programáticas e a

lutar unidos na defesa dos interes-

ses da Bahia, adotando uma linha

mais propositiva que meramente

reivindicatória. Esse mesmo pon-

to de vista é defendido por depu-

tados de vários partidos que inte-

gram a Frente Parlamentar.

Por sua vez, o deputado Leur

Lomanto Júnior (PMDB) defende a

criação de um grupo para pesqui-

sar as oportunidades industriais

existentes nas regiões baianas,

apoiando a defesa do presidente

Ricardo Alban, de fortalecer ca-

deias produtivas e de interiorizar

rozo (DEM), citou que questões

como a carga tributária elevada,

as exigências na área ambiental

e a perda de espaço da indústria

local no abastecimento interno

são questões que estarão no foco

da iniciativa, mas fez um aler-

ta: “Não podemos partidarizar a

Frente. Entre os interesses políti-

cos partidários e os interesses da

Bahia, não temos dúvidas de que

estes últimos devem prevalecer”,

afirmou.

InteResses dA socIedAdeEntusiasta e apoiador da inicia-

tiva do Legislativo, o presidente

da FIEB, Ricardo Alban, afirmou

que a indústria precisa de suporte

do Legislativo para a resolução de

seus problemas. “Precisamos não

apenas ser ouvidos. Temos que

ser tecnicamente convincentes

naquilo que defendermos e tam-

bém convergentes com os interes-

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Bahia Indústria 15

Sessão

especial na

Assembleia

oficializou

a Frente

Parlamentar

da Indústria

o desenvolvimento industrial, uma das prioridades

estratégicas do Sistema FIEB.

Vladson Menezes, diretor executivo da FIEB, se-

cretário da Frente, cita temas prioritários para o setor

industrial baiano: a manutenção dos Distritos Indus-

triais, a resolução de questões no âmbito tributário

e o encaminhamento de posicionamentos da Agenda

Legislativa da Indústria. Ele destaca que, embora

enfrentando retração na produção, resultado da cri-

se no país, a indústria pode reverter expectativas se

souber explorar oportunidades.

A Frente Parlamentar da Indústria está dividi-

da em sete coordenações, que agrupam segmentos

de atividades industriais correlatas. São: Indústria

Química, Petroquímica, Plástico, Óleo e Gás, coor-

denada pelo deputado Adolfo Viana (PSDB); Cons-

trução Civil, Infraestrutura e Mineração, por Maria

del Carmen (PT); Agroindústria, por Carlos Robson,

o Robinho (PP); Indústria Naval, Automotiva e Metal

Mecânica, por Hildécio Meireles (PMDB); Indústria

de Papel, Celulose, Madeira e Móveis, por Sandro

Régis (DEM); Indústria Cosmética, Têxtil, Vestuário

e Calçados, por Carlos Geilson (PSDB) e a coordena-

ção da Indústria de Alimentos e Bebidas, com Adolfo

Menezes (PSD).

A FIEB aproveitou a solenidade de instalação da

Frente Parlamentar da Indústria para lançar a 3ª

edição da Agenda Legislativa. O documento avalia

39 projetos de lei em tramitação na Assembleia Le-

gislativa da Bahia que, se aprovados, irão impactar

o setor industrial baiano. O documento foi entre-

gue pelo presidente da FIEB, Ricardo Alban, ao

presidente da ALBA, deputado Marcelo Nilo (PSL).

“Vamos fornecer condições para que os par-

lamentares possam entender a nossa realidade,

sendo proativos e demandando soluções e pro-

posições”, pontuou o presidente da FIEB, Ricardo

Alban. Ele ressaltou que o setor industrial foi o

que mais perdeu em competitividade nos últimos

anos. “Daí a importância de avaliarmos projetos

que possam afetar a indústria”, completou. “Es-

ta agenda traz contribuições importantes para o

aperfeiçoamento de projetos de lei que ora trami-

tam nesta Casa do Povo”, afirmou Marcelo Nilo.

A Agenda Legislativa traz proposições sobre

projetos que interessam ao setor industrial baia-

no, nas áreas tributária, econômica, social, traba-

lhista, de política urbana e meio ambiente. Além

de apresentar um resumo de cada projeto de lei e

sua fase de tramitação, o documento traz o posi-

cionamento da indústria em relação ao assunto.

Dos projetos analisados, a indústria posiciona-

-se convergente em relação a 3; convergente com

ressalvas em relação a 8; divergente em relação a

18; e divergente com ressalvas em relação a 10. As

matérias em questão serão monitoradas pela FIEB

ao longo de 2016.

Para elaborar a Agenda Legislativa da Indús-

tria, a FIEB contou com a participação de lideran-

ças empresariais, por meio dos seus sindicatos

filiados, de integrantes dos Conselhos Temáticos,

dirigentes e colaboradores do Sistema FIEB. [bi]

Nilo (D) recebeu de Alban exemplar da Agenda

FIeB LAnçA AgendA LegIsLAtIvA

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16 Bahia Indústria

Por Patrícia MorEira

SESI amplia oferta do ensino médio articulado com a implantação de quatro novas escolas até 2018

mpliar de duas mil para cinco

mil o número de vagas do ensino

médio na Rede SESI é o desafio

do Serviço Social da Indústria

até 2020. Para atingir a meta, se-

rão construídas quatro novas es-

colas no interior do estado. Este

esforço faz parte de uma política

iniciada em 2015, com a amplia-

ção da oferta do ensino médio,

com a nova escola do SESI Reti-

ro, na capital, e a construção de

unidades nos municípios de Luís Eduardo Maga-

lhães e Vitória da Conquista. Para 2017, Feira de

Santana, Barreiras e Ilhéus/Itabuna passam a

oferecer o ensino médio do SESI e, em 2018, está

programada uma escola SESI para Juazeiro.

Por trás do esforço de expansão da rede está

a disseminação de um modelo educacional que

se destaca pelo foco diferenciado na iniciação do

jovem no universo profissional, com disciplinas

que o preparam para a vida laboral e que durante

15 anos ficou restrito a apenas uma escola na ca-

pital do estado.

“Nosso objetivo é garantir uma boa formação

ao futuro trabalhador da indústria. Além disso,

temos a ambição de que este modelo de ensino

torne-se referência em educação para a região,

pois entendemos dispor de uma metodologia di-

modeLo de ReFeRêncIA

João AlVAREz/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB

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Bahia Indústria 17

Sala de aula

do SESI Piatã

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18 Bahia Indústria

64

ferenciada”, destaca o superinten-

dente do SESI, Armando Neto.

Esta preocupação reflete tam-

bém a urgência de se investir nu-

ma formação sólida para o nível

médio e, em particular, na forma-

ção técnica do jovem brasileiro. O

Brasil está longe, por exemplo, de

países como a Alemanha, onde

metade dos estudantes da educa-

ção regular (ensino médio) cursa

também educação profissional.

No Brasil, são apenas 8,4%. Para o

SENAI, essa é uma das razões para

a baixa produtividade do traba-

lhador brasileiro.

Embora o Instituto Nacional de

Estudos e Pesquisas Educacional

(Inep) aponte que, entre 2008 e

2015, tenha-se verificado uma evo-

lução no número de matrículas na

modalidade educação profissional

– que fechou 2015 com 1,78 milhão

de alunos matriculados, uma ele-

vação de 89,2% em relação a 2008

–, ainda há muito a ser conquis-

tado. A consequência é o impacto

na competitividade nacional no

cenário mundial, o que nos deixa

em desvantagem em relação aos

países emergentes.

dIFeRencIALPara assegurar esta preparação

do jovem para o mundo do traba-

lho, a metodologia da Rede SESI

Educação tem como diferencial o

ensino médio articulado com o SE-

NAI, o EBEP, em que o estudante,

além de obter a formação básica

é familiarizado, desde o primeiro

ano, a conteúdos do universo pro-

fissional. Ao final do terceiro ano,

ingressa no SENAI, para receber

formação técnica alinhada com as

demandas do mercado.

Na preparação do estudante do

ensino médio para o mundo do tra-

balho, o SESI busca proporcionar

entre 1995 e 2013, o gasto por aluno passou de

ao aluno a resolução de problemas

reais à vida do estudante; valori-

zar habilidades práticas, sem des-

cuidar do entendimento teórico;

estimular o comportamento ético;

incentivar a constante busca pe-

lo conhecimento e a formação de

pessoas capazes de inovar.

Para Cristina Andrade, diretora

da Escola Djalma Pessoa, o grande

desafio que o país tem pela frente

é vencer o preconceito que ainda

persiste em relação à formação

técnica.

“Atualmente, o ensino médio

articulado com o curso técnico se

apresenta como uma possibilidade

de ampliação da formação do es-

tudante, ao mesmo tempo propor-

cionando sua inserção mais rápida

no mercado de trabalho e potencia-

lizando seu aprendizado. Aquele

que deseja, por exemplo, prosse-

guir os estudos, chega à univer-

sidade com uma formação básica

sólida que, associada à preparação

técnica, assegura competências e

habilidades que são um diferencial

no mercado”, explica Cristina.

ReFeRêncIAAlém da expansão da Rede, o SE-

SI está buscando firmar-se como

instituição provedora de conte-

údos em educação básica para

o ensino médio articulado com

educação profissional na Bahia.

Esta fase do ensino básico tem

merecido especial atenção por

ser aquela que antecede o in-

gresso do jovem no mercado de

trabalho. “Queremos preparar

pessoas para o mercado e o EBEP

tem funcionado neste sentido, ao

desenvolver nos estudantes estas

competências”, justifica o supe-

rintendente Armando Neto.

Por esta razão, o SESI iniciou

uma série de debates, com espe-

cialistas de reconhecimento na-

cional, para contribuir para um

debate mais amplo sobre educa-

ção. O primeiro encontro da Sé-

rie SESI - Diálogos de Educação

reuniu, dia 31 de maio, na FIEB,

Simon Schwartzman e Guiomar

Namo de Mello, dois dos maiores

especialistas em educação do pa-

ís, para debater a reforma curricu-

lar nacional, com foco na diversi-

ficação do ensino médio e técnico.

R$ 2 mil

para

no BRAsIL...

73737328

completam o ensino médio%

cursam nível superior %

Apenas 11,1% dos brasileiros têm acesso à formação profissional, enquanto em países como áustria e Finlândia, o percentual corresponde a 77% e 70%

Fonte: SImon SChWARtzmAn

R$ 6 mil

Na faixa dos jovens de 20 a 24 anos

6464 não trabalham ou estudam%

Page 19: Bahia - FIEB€¦ · 4 Bahia Indústria SindicatoS filiadoS à fiEB Sindicato da ndúiStria do çúcar e do Álcool no a tado da Bahia, eS sindacucarba@fieb.org.br / Sindicato da

Bahia Indústria 19

A principal conclusão do encontro é que o Brasil

tem pela frente um grande desafio para rever-

ter o atraso na preparação dos jovens para a

vida profissional, o que nos coloca em desvantagem

perante economias similares à do Brasil.

Para Simon Schwartzman, pesquisador sênior do

Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade do Rio

de Janeiro, o grande desafio para o Brasil, após a uni-

versalização do ensino médio, nas últimas décadas,

é conseguir a elevação do nível de aprendizagem dos

estudantes.

Os números do Pisa (Programa Internacional de

Avaliação de Estudantes) colocam o país numa situa-

ção que Schwartzman classifica de anômala. “É pre-

ciso questionar o que os estudantes brasileiros estão

aprendendo”, observa, lembrando que os estudantes

de 15 anos no Brasil não conseguem ter os conheci-

mentos mínimos exigidos mundialmente para esta

faixa etária, o que preocupa.

Ele observa que investimentos vêm sendo feitos.

Entre 1995 e 2013, o gasto por aluno passou de R$ 2

mil para R$ 6 mil. No entanto, destaca Schwartzman,

a escola não consegue transformar isso em aprendi-

zado. A solução apontada é o país investir na edu-

cação infantil, promover políticas compensatórias,

Debate aponta desafios para o ensino técnico

diversificar o modelo de ensino

médio e reduzir a sobrecarga de

matérias obrigatórias.

Ele critica o fato de o currículo

da escola de ensino médio brasi-

leiro ser voltado para a realização

do Enem, considerado por ele um

método de avaliação equivocado.

“Além de ser discriminatório e

de reforçar as desigualdades so-

ciais, o Enem não leva em conta

os aspectos regionais, não dá às

escolas flexibilidade para elabo-

rar seus próprios currículos e, ao

final, acaba privilegiando os alu-

nos que saem das escolas particu-

lares”, enumera o especialista.

De acordo com Schwartzman,

considerando a faixa dos jovens de

20 a 24 anos no país, 73% comple-

tam o ensino médio, 28% seguem

para cursar nível superior – sendo

que 72% em faculdades particula-

res – e 64% não trabalham ou es-

tudam, nem tampouco receberam

Simon Schwartzman e

guiomar Mello defenderam

maior atenção com a

formação dos jovens

brasileiros

FotoS JEFFERSon PEIxoto/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB

Page 20: Bahia - FIEB€¦ · 4 Bahia Indústria SindicatoS filiadoS à fiEB Sindicato da ndúiStria do çúcar e do Álcool no a tado da Bahia, eS sindacucarba@fieb.org.br / Sindicato da

20 Bahia Indústria

uma formação voltada para o mercado de trabalho.

“O Brasil precisa rever este modelo, para um mais

flexível e diversificado, mudar a estrutura curricular

do ensino médio, reduzindo a sobrecarga de maté-

rias obrigatórias e a aprendizagem burocrática. O

modelo internacional prevê a diversificação”, expli-

ca Schwartzman. Ele destaca que na Europa e Ásia,

a seleção dos estudantes para uma formação técnica

se faz aos 15, 16 anos e que, ao contrário do que ocor-

re no Brasil, o aluno não é obrigado a cumprir todo

o currículo do ensino médio. “No Brasil, o ensino

profissional é complementar ao ensino médio e não

uma alternativa, como acontece no resto do mundo”,

acrescenta. O entendimento do especialista é de que

o Sistema S tem muito a contribuir neste sentido, pela

larga experiência na formação técnica.

A ausência de uma pedagogia adaptada ao ensino

médio e ao ensino técnico foi o ponto discutido pela

doutora em educação pela PUC e membro do Con-

selho Estadual de Educação de São Paulo, Guiomar

Namo de Mello. Integrante da equipe que relatou as

diretrizes curriculares para o ensino médio de 1997,

ela defende uma discussão que aproxime o currículo

do ensino médio da realidade atual.

“A experiência do Brasil com o ensino profissiona-

lizante tem sido traumática”, aponta ela, por separar

a formação geral da formação profissional. Ela critica

o fato de que as escolas técnicas, em vez de prepa-

rar o jovem para uma profissão, acabam servindo

de trampolim para a universidade, pela qualidade

dos cursos. Assim, em vez de ser preparatório para a

carreira técnica, acaba sendo um curso preparatório

para a universidade. E isto em um cenário em que a

necessidade de profissionais com formação técnica

especializada é cada vez mais crescente.

Como caminhos para superar este entrave, Guio-

mar de Mello propõe trabalhar a interdisciplinarida-

de, para a qual o país não definiu uma pedagogia,

apesar de isso ter sido proposto há 15 anos pela Lei de

Diretrizes e Bases. E defende uma melhor preparação

dos professores.

O diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Rafa-

el Lucchesi, também presente ao debate, falou sobre

educação para o mundo do trabalho. De acordo com

Lucchesi, o Brasil tem sua competitividade ameaça-

da em razão do atraso na educação. Ele explica que

o país tem perdido posições no desempenho de seus

alunos.

“O Brasil precisa de trabalhadores mais bem pre-

parados, mas temos que superar um século de atraso

em educação”, ressaltou, lembrando que no Brasil,

a educação profissional ainda é acessível a poucos.

Somente 11,1% dos brasileiros recebem formação pro-

fissional, enquanto em países como Áustria e Finlân-

dia, o percentual corresponde a 77% e 70%, respecti-

vamente. “Com o envelhecimento da população, não

podemos nos dar ao luxo de perder tempo na forma-

ção do jovem”, alerta.

sÉRIe dIáLogosO superintendente do SESI, Armando Neto, anunciou

uma próxima edição da Série Diálogos para o final do

ano. “Nossa ideia é posicionar o SESI de forma que

contribua para a melhoria do ensino da nossa rede de

educação e, por extensão, da rede pública do estado”,

acrescentou. [bi]

Unidades do

SESI barreiras

(acima), e

do SESI Sul,

em Ilhéus

Page 21: Bahia - FIEB€¦ · 4 Bahia Indústria SindicatoS filiadoS à fiEB Sindicato da ndúiStria do çúcar e do Álcool no a tado da Bahia, eS sindacucarba@fieb.org.br / Sindicato da

Bahia Indústria 21

conselhos

estrutura portuária da bahia é tema de palestraO coordenador do Conselho de Portos da Fieb, Sérgio Faria,

participou, em 12 de maio, do Fórum Vasco Azevedo Neto –

Transporte e Mobilidade Urbana, realizado pelo Instituto

Politécnico da Bahia (IPB) e o Conselho Regional de Engenharia e

Agronomia da Bahia (Crea-BA). Ele falou sobre logística portuária

na Bahia fazendo uma reflexão sobre os principais gargalos da

atividade no estado.

indústria química apresenta soluções para o setor

Medidas

sugeridas têm

como objetivo

aumentar

competitividade

FERnAnDo DIAS/CREA-BA

ângEl

o P

ontE

S/C

oPER

Pho

to/S

IStE

mA F

IEB

Reduzir custos com energia elétrica é uma das propostas dos

representantes da Indústria Química para aumentar a competividade

do setor. Esta e outras soluções foram apresentadas durante o

seminário Perspectivas do Complexo Químico da Bahia, realizado na

sede da Odebrecht, em Salvador, no dia 2 de maio. Promovido pela

FIEB, por meio do Conselho de Petróleo, Gás e Naval (CPGN), em

parceria com o Governo da Bahia – Secretaria de Desenvolvimento

Econômico (SDE) –, com apoio da Braskem e da Odebrecht, o evento

reuniu empresários, fornecedores e gestores do setor. Na ocasião, os

participantes discutiram as dificuldades para o crescimento da

atividade no estado, questões de logística, preço da energia, custo com

matéria-prima e atração de novos players para o mercado.

O seminário contou com a participação do presidente da FIEB, Ricardo

Alban, do secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação,

Manoel Mendonça e do superintendente da Secretaria de

Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia, Paulo Guimarães,

representando o secretário Jorge Hereda.

Políticas de apoio às MPME são debatidas em Camaçari

Com o objetivo de fortalecer e

estimular a competitividade

entre as micro, pequenas e

médias empresas, a FIEB, a

Prefeitura Municipal de

Camaçari por meio da

Secretaria de

Desenvolvimento

Econômico (Sedec) e o

Serviço Brasileiro de Apoio

às Micro e Pequenas

Empresas (Sebrae),

realizaram, no dia 24 de

maio, a reunião itinerante do

Conselho da Micro e Pequena

Empresa Industrial

(Compem) da FIEB, na Cidade

do Saber. Camaçari foi a

terceira cidade a receber o

evento, que já passou por

Feira de Santana e Juazeiro e

deve percorrer outras cidades

do interior do estado. Foram

debatidos o cenário

econômico e urbano do

município, o panorama

industrial da região e a

implantação do Cimatec

Industrial, prevista para o

final de 2017.

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22 Bahia Indústria

Anualmente,

portos terão

metas de

desempenho

estabelecidas

para cada

exercício

João AlVAREz/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB

O difícil acesso terrestre e a baixa profundidade

do porto de Ilhéus, a limitada área de armaze-

nagem em Salvador e a necessidade de melho-

ria da gestão de Aratu são algumas das queixas de

quem precisa das instalações portuárias para fazer

negócio. Visando melhorar a qualidade dos servi-

ços e reduzir o custo das operações a níveis cada vez

mais competitivos, a Unidade Regional de Salvador

da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (An-

taq) está elaborando uma metodologia que vai norte-

ar a atividade fiscalizatória.

“Seguindo o que manda a Lei 12.815/13, o objeti-

vo principal é identificar gargalos de ineficiência, a

fim de melhorar a qualidade das operações portuá-

rias realizadas nos Portos Organizados de Salvador,

Aratu-Candeias e Ilhéus”, explica o chefe da Unidade

Regional de Salvador da Antaq, Alfeu Luedy.

Ele conta que a metodologia, com apresentação

Portos mais competitivosmetodologia vai estabelecer indicadores para medir eficiência das operações portuárias realizadas em Salvador, Aratu-Candeias e Ilhéus

prevista para a segunda quinzena de junho, vai con-

ter indicadores de desempenho baseados em infor-

mações históricas e cálculos das médias e desvios pa-

drões, discriminando as operações por carga, berço

de atracação e operador portuário responsável. “Os

que, de forma recorrente, ultrapassarem os limites

aceitáveis de desempenho, serão notificados e ou au-

tuados”, acrescenta Luedy.

Para o coordenador do Conselho de Portos da

FIEB, Sérgio Faria, a inciativa da Antaq é bem-vinda,

assim como todas as que venham a melhorar o am-

biente portuário da Bahia. “Nossa expectativa é que

a metodologia traga mais celeridade para as opera-

ções e melhoria nos serviços, principalmente para os

usuários”, disse Faria. Ele destacou que o Conselho

mantém um fórum com representantes de diversas

instituições e empresas no intuito de encontrar solu-

ções para os problemas dos portos baianos. [bi]

Principais problemas dos portos baianos

»Dificuldade de acesso aos Portos de Salvador e Ilhéus » Falta de linha ferroviária de cargas, carência de investimentos e estrutura portuária

O que pode melhorar a curto prazo

»Gestão, reduzir tempos de paralização e aumentar a prancha média das operações portuárias

O que precisa ser adotado como política para o setor

»Modernização e expansão da infraestrutura portuária » Fomento à competição entre portos

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Bahia Indústria 23

Cimatec Industrial iráatrair investimentosSerão aplicados inicialmente R$ 54 milhões. Conclusão da primeira etapa está prevista para final de 2017

Com o aval da CNI, que garan-

tiu parte dos recursos para o

projeto, o Cimatec Industrial

começa a se transformar em reali-

dade. O centro de alta tecnologia

do Sistema FIEB será implantado

em uma área com 4 milhões de

metros quadrados, no Polo Indus-

trial de Camaçari, cedida pelo Go-

verno do Estado.

As obras do Cimatec Industrial

serão iniciadas em junho próximo

e a primeira etapa tem previsão

de ser concluída em dezembro de

2017. Os investimentos iniciais,

para 2016 e 2017, totalizam R$ 54

milhões, em grande parte finan-

ciados pelo BNDES.

O Cimatec Industrial terá papel importante no de-

senvolvimento da indústria baiana, ao mesmo tempo

em que dará suporte à atração de novos investimen-

tos para o setor. Ele sediará testes de protótipos e terá

plantas piloto de grandes proporções, que não podem

estar localizadas em área urbana. Com infraestrutu-

ra arrojada, capaz de dar suporte às necessidades de

segmentos como a aviação, energia eólica, automo-

tivo e fármacos, entre outros, ele terá equipamentos

como uma pista de testes multiuso, que poderá ser

utilizada tanto pelo segmento automotivo quanto pe-

lo de aviação.

Conforme explica o presidente da FIEB, Ricardo

Alban, o Brasil já dispõe de pistas semelhantes, no

ITA e na Embraer, mas com outra expertise. “A pista

que vamos construir deve contribuir para atrair in-

vestimentos de companhias aéreas para o Nordeste,

em diversas áreas”, afirmou. Alban lembrou que até

os caças suecos Gripen, que o Bra-

sil irá adquirir, poderão ter custos

com transferência de tecnologia

reduzidos, com a implantação do

Cimatec Industrial.

“Será uma pista para testes do

setor automobilístico, mas que,

com pequenas adaptações bali-

zadas pela Agência Nacional de

Aviação Civil (Anac) pode se trans-

formar, também, em uma pista de

pousos e testes de aeronaves. Com

isso, a Bahia poderá até mesmo ter

chances de sediar um hub (centro

de operações de voos comerciais)

de uma empresa aérea”, afirmou o

presidente da FIEB.

túneL de ventoO Cimatec Industrial terá, tam-

bém, um “túnel de vento”, instala-

ção cuja finalidade é simular, para

estudos, o efeito do movimento do

ar em corpos, geralmente protóti-

pos em escala. Eles são muito uti-

lizados em laboratórios de mode-

los físicos para a determinação de

parâmetros nos projetos de aviões,

automóveis, cápsulas espaciais,

edifícios, pontes etc.

No Brasil, existe uma lacuna de

centros tecnológicos com carac-

terísticas industriais. As univer-

sidades realizam pesquisas que

vão até o nível de bancada; e as

empresas têm suas estruturas vol-

tadas para a produção. Segundo o

diretor do SENAI Cimatec, Leone

Peter Andrade, “o projeto Cimatec

Industrial consiste em implantar

um centro de pesquisa, desenvol-

vimento e inovação em ambiente

industrial com foco no escalo-

namento de produção, testes de

grande porte, plantas piloto e de-

senvolvimento de protótipos em

escala real, apoiando todo o pro-

cesso de desenvolvimento tecno-

lógico e inovação industrial”. [bi]

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24 Bahia Indústria

As desigualdades entre

homens e mulheres no

mundo laboral vão além

das diferenças de remu-

neração. O resultado da pesquisa

Retratos da Sociedade Brasileira

- Rotatividade no Mercado de Tra-

balho, realizada pela CNI, mostra

que, no Brasil, ainda cabe à mu-

lher cuidar dos filhos e dos paren-

tes. Os números revelam, entre ou-

tros aspectos desta realidade, que

quase um quarto (23%) das mulhe-

res deixou o último emprego para

tomar conta de familiares.

Conforme o estudo, quanto me-

nor a renda familiar, maior é o per-

centual de mulheres que citaram a

necessidade de cuidar de filhos e

parentes entre os três principais

motivos de ter deixado o último

emprego. Na avaliação da CNI, is-

so é um indício de que as mulhe-

res que mais deixam o mercado de

trabalho para cuidados com fami-

liares são as de baixa renda, que

não possuem condições financei-

ras e assumem elas mesmas esse

trabalho.

A trabalhadora que possui uma

boa condição financeira, porém,

não está livre desses compromis-

sos. Isso porque, culturalmente, a

sociedade brasileira entende que

o cuidado com a casa e os filhos é

cARgA FemInInAEstudo aponta que 23% das mulheres deixam emprego para cuidar da família

Por carolina MEndonçacoM inforMações da cni

uma responsabilidade das mulheres, o que acontece

na maioria dos lares do país.

Como diretora administrativa da Aromarketing, a

coordenadora do Conselho de Jovens Lideranças In-

dustriais (CJLI) da FIEB, Nayana Pedreira, lida com

esta situação de forma corriqueira. “Recentemente

duas funcionárias se desligaram após a licença ma-

ternidade: uma delas, auxiliar de produção, não con-

seguiu vaga na creche. A outra até teria como pagar

uma babá, mas não se sentiu confortável de deixar a

filha recém-nascida com terceiros e decidiu dar um

intervalo profissional na sua carreira”, conta.

Mesmo para aquelas que conseguem manter-se no

emprego há a necessidade de se ausentar com maior

frequência pela necessidade de levar os filhos ao mé-

dico ou cuidar deles e de outros parentes quando estes

adoecem. Na avaliação da CNI, as diferenças resultam

do fato de que as mulheres são responsáveis pelas ta-

refas domésticas e os cuidados com crianças e idosos.

Também contribui para isso a falta de vagas na edu-

cação infantil. Atualmente, 7,5 milhões de crianças de

zero a três anos não encontram vagas em creches.

“A sociedade brasileira precisa estabelecer políti-

cas que aumentem a participação da mulher na for-

ça de trabalho, salários, gastos com creches, licença

maternidade e em cargos de chefia. A visão tem que

ser do bem-estar da sociedade, das famílias e não

a priorização do indivíduo, seja ele homem ou mu-

lher”, avalia o superintendente de Desenvolvimento

Organizacional do Sistema FIEB, Paulo Vianna.

tRIpLA joRnAdAOutra diferença importante é o tempo dedicado ao

trabalho doméstico. Com base nos dados da Pesqui-

sa Nacional por Amostra de Domicílios de 2014, do

IBGE, as mulheres

que trabalham fora

de casa gastam, em

média, 20 horas e 32

minutos por semana

com tarefas domésti-

cas. Entre os homens o

tempo dedicado a esse

trabalho é de 9 horas e 56

minutos.

Na visão de Nayana, este é um

dos aspectos culturais que preci-

sam mudar para que as responsa-

bilidades sejam reequilibradas na

sociedade brasileira: a divisão das

tarefas domésticas. “Nos casais

mais jovens e de classe média isso

já tem mudado bastante, mas ain-

da não é uma realidade”, diz.

Outra questão fundamental,

defende a coordenadora do CJLI,

é que a chegada de um filho tem

impactos diferentes na vida da

mulher e do homem. “No que diz

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Bahia Indústria 25

respeito à maternidade, a sociedade e as empresas

ainda estão muito atrasadas, querem continuar exi-

gindo a mesma disponibilidade e dedicação da re-

cente mulher-mãe”, argumenta. Nayana destaca que

as ações de conciliação maternidade-trabalho ficam

restritas às grandes empresas, com maior capacida-

de financeira e políticas consistentes de pessoas e

benefícios.

Vianna chama atenção para o fato de que “as em-

presas que são intensivas em mão de obra feminina

têm que planejar as ausências e respectivos custos,

tendo que lidar também com eventual absenteísmo

parcial ou integral, e até mesmo com as rescisões de

contrato de trabalho pela falta de infraestrutura fa-

miliar e do Estado”, pontua.

Sobre a responsabilidade masculina com o cuida-

do das crianças, ele lembra que a promulgação da re-

cente lei 13.257/16 – Política Nacional Integrada para

a Primeira Infância – não ampara a ausência dos pais

ao trabalho para o acompanhamento de filhos em tra-

tamento médico.

A CNI destaca que a inserção das mulheres no

mercado de trabalho beneficiará a indústria e o Bra-

sil. Isso porque o aumento da oferta de mão de obra

amplia a produção e a produtividade. "Para tanto,

é necessário mudar a cultura vigente com relação à

divisão do trabalho doméstico e priorizar a criação

de vagas para educação pública infantil, em horário

integral, que permita às mulheres, principalmente às

de baixa renda, conciliar a maternidade com o traba-

lho", recomenda a Nota Econômica publicada sobre

o estudo. [bi]

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26 Bahia Indústria

SIlVIo tIto/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB

Alban e

Nogueira

visitaram lojas

do Polimoda

Cerca de 70 lojas, sendo 55 de

fábricas de confecções, pa-

ra venda em pronta entrega

de roupas, acessórios e artigos

de couro, estão reunidas no Polo

de Distribuição das Indústrias de

Confecção da Bahia (Polimoda),

inaugurado dia 16.05, em Feira de

Santana. O empreendimento, loca-

lizado na Avenida Senhor dos Pas-

sos, no centro, vai funcionar de se-

gunda a sexta-feira, das 8h às 18h,

e aos sábados das 8h às 12h.

O Polimoda é uma iniciativa do

Sindicato da Indústria do Vestuário

de Feira de Santana e Região (Sind-

vest Feira), com apoio da Prefeitura

de Feira de Santana, da FIEB, do

SENAI e do Sebrae. O presidente do

Sindvest Feira, Edison Nogueira,

destacou que o polo vai fortalecer

as indústrias do vestuário e aces-

sórios. “Este empreendimento vai

mudar a vida dos empresários e das

empresas da região. Sua instalação

é uma vitória do empreendedoris-

Feira de Santana ganha Polo de Confecçõeslocalizado no centro da cidade, empreendimento reúne cerca de 70 lojas, sendo 55 de fábricas

misas Polo, uniram-se para mon-

tar uma loja no Polimoda. A ideia

é vender camisas polo, básicas e

de proteção UV, no atacado. Para a

venda em varejo também contarão

com linhas de produtos assina-

dos por designers de destaque na

Bahia e no Brasil. “Expectativa é

atrair revendedores de outros mu-

nicípios, atendendo caravanas pa-

ra compras em atacado”, explica

Loyola Neto.

Parceiro dele na iniciativa, Ha-

ri Hartmann vê a oportunidade

de promover produtos diferencia-

dos, como a camisa polo ecológica

100% sustentável. “Como empre-

endimento foi uma sacada fora do

comum. Pode ser a saída para mui-

ta gente que está no sufoco”, disse,

destacando que o Polimoda é bem

localizado, no centro da cidade.

Com mais de 20 anos de expe-

riência no mercado, a empresária

Claudinara de Brito investiu em

uma loja para venda de bermudas

masculinas. “A expectativa é que

traga de volta a esperança de reto-

mar o crescimento e incrementar

as vendas”, disse.

O evento também contou com

a presença do prefeito de Feira de

Santana, José Ronaldo de Carva-

lho, do presidente da Fecomércio,

Carlos Andrade, dos vice-presi-

dentes de FIEB, Carlos Gantois

e Josair Bastos; do secretário de

Ciência, Tecnologia e Inovação

da Bahia, Manoel Mendonça; do

superintendente de Desenvolvi-

mento de Empreendimentos da

SDE, Paulo Sérgio Ferraro; do

arcebispo metropolitano de Fei-

ra de Santana, Zanoni Demetti-

no Castro; do deputado estadual

Carlos Geilson, coordenador da

Frente Parlamentar da Indústria

do Estado da Bahia, entre outras

autoridades. [bi]

mo”, disse, durante a cerimônia de

inauguração. Segundo Nogueira,

o Polimoda é o embrião de outros

polos que o segmento pretende ins-

talar no estado.

O desenvolvimento que o polo

de confecções levará para a região

foi ressaltado também pelo pre-

sidente da FIEB, Ricardo Alban,

lembrando que a instituição tem

investido na região central. Citou

o novo prédio do SENAI, inaugu-

rado em 2015, que ampliou capaci-

dade de atendimento em Feira de

Santana.

Alban destacou que é preciso ter

firmeza e tranquilidade para atra-

vessar os períodos de crise, que são

cíclicos. “A união e o esforço fazem

a diferença e confiança e credibili-

dade se conquistam. Empresários

e trabalhadores devem pensar que

estão do mesmo lado, que é o lado

do desenvolvimento”, destacou.

Os empresários Loyola Neto, da

Loygus, e Hari Hartmann, da Ca-

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Bahia Indústria 27

João A

lVAREz

/Co

PER

Pho

to/S

IStE

mA F

IEB

qualificação

profissional está

entre os temas

de discussão

Ser um fórum de integração e desenvolvimento

econômico e sustentável da cadeia da constru-

ção civil, proporcionando diálogo, informação,

parceria e oportunidade de negócios com entidades

públicas e privadas. Esta é a missão da Câmara Se-

torial da Construção Civil, criada na Federação das

Indústrias da Bahia (FIEB) para representar e defen-

der os interesses do segmento, visando à melhoria da

competitividade, o fortalecimento dos sindicatos e o

desenvolvimento da atividade na Bahia.

Representantes de 12 sindicatos empresariais do

segmento reúnem-se mensalmente na sede da FIEB

para discutir demandas e soluções em comum. “Já

sentimos a importância desta medida porque propi-

ciou uma maior integração entre sindicatos que per-

tencem à mesma cadeia e identificamos que enfren-

tamos problemas parecidos”, conta o presidente do

Sinduscon-BA, Carlos Henrique Passos, ressaltando

que esta integração também proporciona a troca de

experiências e boas práticas.

A defesa de interesses comuns também é desta-

cada pelo presidente do Sinprocim-BA, José Carlos

Telles Soares. “Essa busca de unidade para defesa de

interesses comuns é um dos pontos fortes desta câ-

mara. A consequência será o fortalecimento das enti-

dades e da construção”, afirma.

Relações comerciais, qualificação profissional,

normas regulamentadoras e certificação de produtos

são alguns dos temas comuns que serão discutidos

no âmbito da câmara setorial. O planejamento es-

tratégico da instância representativa engloba ações

como a organização de seminários, parcerias com

universidades para desenvolver projetos ligados à

sustentabilidade e a criação de rodadas de negócios

setoriais. [bi]

Fortalecimento da cadeia da construçãoCâmara Setorial da Construção Civil reúne 12 sindicatos do setor para defesa de interesses comuns

SindicatOS ParticiPanteSsInduscon • Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia

sIndIceR • Sindicato das Indústrias de Cerâmica para Construção e Olaria do Estado da Bahia

sIndIBRItA • Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada do Estado da Bahia

sInpRocIm • Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento no Estado da Bahia

sImAgRAn • Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia

sIndIceso • Sindicato das Indústrias de Cerâmicas Vermelhas e Brancas para Construção e Olarias da Região do Sudoeste e Oeste da Bahia

sIndRAtAR • Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar do Estado da Bahia

sIndIcAL • Sindicato da Indústria de Mineração de Calcário, Cal e Gesso no Estado da Bahia

QuImBAhIA • Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e de Produtos Farmacêuticos do Estado da Bahia

moveBA • Sindicato da Indústria do Mobiliário do Estado da Bahia

sIndIscAm • Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias, Tanoarias e Marcenarias de Salvador, Simões Filho, Lauro de Freitas, Camaçari, Dias D’ávila, S. Antônio, F. Santana e Valença.

sIsteB • Sindicato das Indústrias de Construção de Sistemas de Telecomunicações do Estado da Bahia

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28 Bahia Indústria

IndIcAdoRes números da Indústria

qUEDA DE 2,8% MOSTRA EFEITOS DA CRISEmesmo com resultado negativo, a produção industrial da Bahia ainda teve resultado melhor que os de dez outros estados

A produção física da indús-

tria de transformação da

Bahia apresentou queda

de 2,8%, na comparação

dos últimos 12 meses, terminados

em março, com igual período ante-

rior. Em fevereiro, pelo comparati-

vo equivalente, houve decréscimo

de 2,6%. Com esse resultado, a

Bahia mantém-se em 4º lugar no

ranking dos 14 estados que partici-

pam da Pesquisa Industrial Mensal

- Produção Física R, na qual apenas

com maior fabricação de barras,

perfis e vergalhões de cobre e de

ligas de cobre).

ResuLtAdos negAtIvosApresentaram resultados negati-

vos: Equipamentos de Informática

(-43,6%); Veículos automotores

(-12,6%, com a menor produção de

automóveis e painéis para instru-

mentos dos veículos automotores);

Minerais não metálicos (-12,1%,

com queda na fabricação de cimen-

tos “Portland”, massa de concreto

preparada para construção, arga-

massas, ladrilhos, placas e azule-

jos de cerâmica para pavimentação

ou revestimento e misturas betu-

minosas); Alimentos (-4,9%, queda

na produção de farinha de trigo,

carnes de bovinos congeladas e

açúcar cristal); Produtos químicos

(-4,1%); Borracha e plástico (-2,5%,

menor produção de pneus novos de

borracha para ônibus e caminhões,

sacos, sacolas e bolsas de plástico,

filmes de material plástico para

embalagem e reservatórios, caixas

d’água e artefatos semelhantes de

plástico); Couro e Calçados (-2,2%)

e Celulose e papel (-1,6%, queda na

produção de pastas químicas de

madeira).

Na comparação de março de

2016 com igual mês do ano ante-

rior, a produção física da indústria

de transformação baiana apresen-

tou queda de 6,1%. Cinco dos 11

segmentos industriais da Bahia

apresentaram resultados positi-

vos: Equipamentos de Informática

(20,5%); Metalurgia (14,2%, maior

produção de barras, perfis e verga-

lhões de cobre e de ligas de cobre);

Bebidas (11,9%); Couro e Calçados

(3,4%) e Produtos químicos (0,1%).

Apresentaram resultados ne-

gativos: Veículos automotores

(-30,8%, menor fabricação de

Mato Grosso e Espírito Santo apresentaram resultados

positivos (2,8% e 0,2%, respectivamente).

Os demais estados registraram resultados negati-

vos: Amazonas (-19%), São Paulo (-12,8), Pernambuco

(-12,1%), Rio de Janeiro (-11,5%), Rio Grande do Sul

(-10,9%), Minas Gerais (-10,4%), Ceará (-10,4%), Pa-

raná (-8,9%), Santa Catarina (-8,5%), Pará (-5,9%) e

Goiás (-2,3%).

Na Bahia, apenas três dos onze segmentos pes-

quisados registraram crescimento: Refino de petró-

leo e biocombustíveis (2,6%, devido à maior fabri-

cação de óleo diesel, óleos combustíveis e gasolina

automotiva), Bebidas (2,5%) e Metalurgia (0,1%,

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Bahia Indústria 29

dustrial este ano (-5,95%) e de modesto crescimento

só em 2017 (+0,74%), de acordo com informações do

Banco Central (relatório Focus).

Alguns indicadores ilustram as dificuldades en-

frentadas pela economia nacional: inflação elevada

(o IPCA acumulou em 12 meses até abril deste ano

alta de 9,28%, contra um teto de meta de inflação de

6,5% para 2016); patamar elevado da taxa de juros,

com a Selic mantida em 14,25%; e crescimento do

desemprego – segundo a PNAD (Pesquisa Nacional

por Amostra de Domicílios Contínua – Estimativa

Trimestral, do IBGE), em março de 2016, a taxa de

desemprego foi de 10,9%. Por outro lado, a deprecia-

ção do Real pode ser um alento para o setor expor-

tador. [bi]

bahia: pim-pf de março 2016

Indústria de Transformação -6,1 5,3 -2,8refino de petróleo e biocombustíveis -4,2 39,5 2,6Produtos químicos 0,1 0,5 -4,1veículos automotores -30,8 -31,8 -12,6alimentos -0,9 -2,5 -4,9celulose e papel -6,5 -2,7 -1,6borracha e plástico -7,8 -8,2 -2,5Metalurgia 14,2 21,4 0,1couro e calçados 3,4 -1,5 -2,2Minerais não metálicos -22,3 -17,4 -12,1equipamentos de informática 20,5 20,7 -43,6bebidas 11,9 8,8 2,5

Extrativa Mineral -25,5 -18,2 -9,9

VARIAção (%)

SETORES MAR16/MAR15 JAN-MAR16/ AbR15-MAR16/ JAN-MAR15 AbR14-MAR15

Fonte IBGe; elaboração Fieb/SdI

JAN

JUL

FEV

MA

R

AB

R

MA

I

JUN

AG

O

SET

OU

T

NO

V

DEZ

Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)

115

110

105

100

95

90

85

80

75

70

2014

2013

2016

2015

Bahia - Produção Física da indústria de Transformação (2013-2016)

automóveis); Minerais não metálicos (-22,3%, que-

da na fabricação de cimentos “Portland”, massa de

concreto preparada para construção, ladrilhos, pla-

cas e azulejos de cerâmica para pavimentação ou

revestimento e argamassas ou outros aglomerantes

não refratários); Borracha e plástico (-7,8%, redução

da produção de pneus, reservatórios, caixas d’água e

artefatos semelhantes de plástico e filmes de material

plástico para embalagem); Celulose e papel (-6,5%,

queda na produção de pastas químicas de madeira);

Refino de petróleo e biocombustíveis (-4,2%, menor

produção de óleos combustíveis, naftas para petro-

química e parafina) e Alimentos (-0,9%).

O setor industrial enfrenta em todo o país um am-

biente de muita dificuldade, refletindo uma conjun-

tura doméstica de crises econômica e politica que se

retroalimentam, o que acarretou numa retração eco-

nômica grave. Do ponto de vista estadual, o desempe-

nho negativo do ano é reflexo de maus resultados em

alguns segmentos, com influência forte de Veículos

automotores, Minerais não metálicos, Alimentos e

Produtos químicos. O setor Refino de petróleo e bio-

combustíveis (por conta de uma parada para manu-

tenção no início de 2015) apresenta resultado positivo

na análise anualizada.

cResceRá em 2017A análise do primeiro trimestre de 2016 mostra que

as dificuldades observadas em 2015 se mantêm e há

poucos elementos que indiquem a possibilidade de

recuperação da indústria nacional no curto prazo.

A estimativa de mercado é de queda da produção in-

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30 Bahia Indústria

painel

Ação do Sindileite destaca importância do consumo de leite para a saúdeQuem passou pela região do Jardim de Alah, na orla de Salvador, no

dia 1º de junho, foi surpreendido com um café da manhã promovido

pelo Sindicado das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do

Leite do Estado da Bahia (Sindileite-BA), em parceria com FIEB,

SEAGRI e ADAB, para comemorar o Dia Mundial do Leite. A data foi

instituída em 2001 pela Organização das Nações Unidas para

Alimentação e Agricultura (FAO/ONU). Além de degustar produtos

derivados do leite, quem visitou o local recebeu orientações sobre a

importância de uma dieta equilibrada para uma vida saudável. A

proposta é divulgar as qualidades nutricionais do leite e os benefícios

para a saúde, proporcionados pelo consumo deste alimento rico em

cálcio e proteína”, destaca o vice-presidente do sindicato, Paulo Cintra.

VAltER PontES/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB

quem

passou pela

Orla, no

Jardim de

Alá, pode

conhecer

melhor a

produção

das

indústrias

baianas

Sessão especial na ALbA destaca importância do charuto baianoA secular cultura do tabaco e do

charuto produzidos no Recôncavo

baiano foi homenageada em

sessão especial, na Assembleia

Legislativa do Estado da Bahia, no

dia 9 de junho. A presidente do

Sindicato das Indústrias de

Tabaco da Bahia (Sinditabaco/

BA), Ana Cláudia Mercês,

destacou que homenagens como a

sessão especial são importantes

para preservar a cultura do tabaco

e do charuto na Bahia.

A sessão especial contou com a

presença do 1º vice-presidente da

FIEB, Carlos Gantois. Cerca de 15

milhões de unidades de charutos

são produzidas na Bahia por ano,

movimentando R$ 90 milhões,

segundo estimativa do sindicato.

Cerca de 30% da produção é

exportada para países da América

do Sul e Europa. Quatro

representantes da cadeia

produtiva foram homenageados

na oportunidade.

Empresários de Jequié conhecem soluções de apoio à inovaçãoCriatividade e inovação foi o tema da palestra que

o superintendente do IEL-BA, evandro Mazo, ministrou em Jequié, no dia 24.05, durante o

Encontro IEL-BA, Sebrae e Empresários, realizado

na sede do Sebrae no município. “O principal

objetivo foi sensibilizar para a importância da

gestão da inovação nos negócios”, explicou Mazo.

O superintendente do IEL falou, ainda, sobre a

atuação do instituto com foco em gestão na

inovação. Representantes do SESI, SENAI e Sebrae

também explicaram aos empresários de que forma

estas instituições podem apoiar as empresas no

esforço para inovar.

mARCElo FRAnCE/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB

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Bahia Indústria 31

Inauguração • Acompanhado do diretor de

Tecnologia e Inovação do

SENAI, Leone Andrade, o

governador Rui Costa conhece

equipamento de simulação

computacional em stand do

Sistema FIEB no evento de

inauguração da Av. Orlando

Gomes, em Salvador, no dia 5

de junho. Espaço ofereceu

ainda serviços do SESI.

Entrega

foi feita

na Afase,

no Terreiro

Casa branca

AngElo PontES/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB

FIEb realiza Encontro de Presidentes de Sindicatos Debater a visão de futuro do Sistema FIEB,

contribuindo para o planejamento estratégico da

entidade para o período 2017-2018. Com esse

objetivo, líderes de sindicatos filiados à FIEB

participaram no dia 03.05, do Encontro de

Presidentes de Sindicatos, na sede da Federação. No

encontro, executivos do Sistema FIEB apresentaram

as diretrizes do SESI, SENAI e IEL para os próximos

anos. O presidente da FIEB, Ricardo Alban, ressaltou

a importância da participação dos líderes sindicais.

“A FIEB é uma entidade de representação de classe

e, se a classe não for proativa e propositiva, não

conseguiremos fazer uma representação de acordo

com a real necessidade”, pontuou.

Café com Negócios reúne empresários em ConquistaMais de 30 empresários do segmento de panificação

e biscoitos de Vitória da Conquista e Jequié

participaram do Café com Negócios, promovido pelo

Centro das Indústrias do Estado da Bahia (CIEB), em

parceria com a empresa M. Dias Branco e com o

Sebrae, no dia 19.05. O encontro teve o objetivo de

fomentar networking e gerar oportunidades para as

empresas. O evento marcou o lançamento oficial da

Rede de Parceiros do CIEB na região sudoeste.

O Café com Negócios contou com apresentações da

gerente do Sebrae Vitória da Conquista, Josinete

Viana; do gerente de vendas da Divisão Moinhos da

M. Dias Branco, Mansur Kauark e do consultor do

Sebrae, Carlos Galvão.

Doação de tecidos dá início às ações dos bancos SociaisNo dia 2 de junho, a Associação do Futuro nas Ações

Socioeducativas e Esportivas (Afase) recebeu quase

nove toneladas de aparas de tipos variados de

tecidos, no espaço cultural e cooperativa Vovó

Conceição, do Terreiro Casa Branca, localizado no

Engenho Velho da Federação. A doação iniciou

oficialmente as ações do Banco de Articulação Social

em Vestuário, um dos Bancos de Articulações

Sociais FIEB, uma iniciativa do Conselho de

Responsabilidade Social, eles têm o objetivo de

contribuir para fomentar uma atuação socialmente

responsável do setor produtivo baiano, incentivando

ações com foco no uso de excedentes de produção,

materiais recicláveis e/ou reutilizáveis, assim como

iniciativas de voluntariado e projetos comunitários.

VAltER PontES/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB

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32 Bahia Indústria

a crise brasileira e a recuperação judicial de empresa

jurídico

Há 11 anos o Brasil dava um passo

importante na modernização da

sua legislação. A Lei nº 11.101/2005

extinguiu a concordata e instituiu

a recuperação judicial de empresa

(RJ). Com a crise, os pedidos de RJ

dispararam no primeiro trimestre

de 2016 em comparação com 2015.

Os dados da Boa Vista SCPC apon-

tam para aumento de 165,7%

A lógica da Lei nº 11.101/2005 é

a preservação da empresa viável e

a retirada do mercado da empresa

inviável, afinal, na falência, per-

dem todos: a empresa se extingue;

o empresário tem seu patrimônio

arrecadado e fica impedido de co-

merciar por 5 anos; os trabalhado-

res perdem os empregos; o Estado

perde os impostos e os credores

não recebem.

Ainda existe pouca cultura no

Judiciário e no mercado brasilei-

ros quando o tema é RJ. Embora

a Lei brasileira seja inspirada no

Chapter 11 da legislação ameri-

cana, os dados no Brasil indicam

que 1% das empresas efetivamen-

te se recuperam, enquanto estu-

dos americanos apontam taxa de

êxito entre 20% e 30% e outros,

como o publicado na Harvard Bu-

siness Review, que analisou 350

casos entre 2002 e 2011, aponta ín-

dice de sucesso de 89%.

Recentes decisões do STJ nos

REsp 1.371.427 e REsp 1.513.260

indicam esforço do Judiciário em

resguardar a empresa como motor

maior da economia do país.

No primeiro caso, o STJ admi-

Norma proíbe gestantes em locais insalubresFoi publicada, em 11/05/2016,

a Lei nº 13.287 que inseriu o

art. 394-A à Consolidação das

Leis do Trabalho - CLT,

aprovada pelo Decreto-Lei nº

5.452 de 01/05/1943, que

passou a garantir à empregada

gestante ou lactante o direito

de ser afastada, enquanto

durar a gestação e a lactação,

de quaisquer atividades,

operações ou locais

insalubres.

A Justiça do Trabalho já vinha

decidindo nesse sentido,

tendo a Lei nº 13.287

consignado o entendimento

daquela Corte.

Alterações na Norma Regulamentadora 12A Portaria MTPS nº 509,

publicada em 02/05/2016,

alterou a NR nº 12, que trata da

segurança no trabalho em

máquinas e equipamentos.

Dentre as alterações

destacam-se: as regras para

manutenção das máquinas; as

informações obrigatórias que

devem constar nos manuais

das máquinas e

equipamentos; o

planejamento dos serviços que

envolvam risco de acidentes

de trabalho em máquinas e

equipamentos.

Foi, ainda, revogado pela

citada Portaria, o item 12.137

da NR 12, que vedava a

operação de máquinas e

equipamentos por menores de

dezoito anos, salvo na

condição de aprendiz.

Maurício Dantas góes e góes é sócio do Lapa Góes e Góes Advogados

tiu, no processo de RJ da Veplan

(administradora do Hotel Sofitel),

que o quadro de credores pudesse,

excepcionalmente, ser retificado

após homologação do plano de re-

cuperação judicial, quando o cre-

dor impugna no processo o valor

indicado do seu crédito, evitando

fraudes e prejuízos. O valor homo-

logado como crédito do BNDES foi

de R$ 34,4 milhões e, posterior-

mente, retificado para R$ 382,7

milhões. A decisão é consentânea

com uma sociedade que cobra dos

governos mais ética e empresas

preocupadas com governança e

compliance.

A segunda decisão do STJ, na

RJ de um supermercado, validou

a decisão do comitê de credores,

atacado como ilegal por aspectos

formais e sem demonstração de

prejuízo. O STJ reconheceu so-

berania das deliberações da as-

sembleia de credores nas esferas

negocial e patrimonial e nos des-

tinos da empresa em recuperação,

reservando para si o controle de

legalidade “sem adentrar a aná-

lise da viabilidade econômica”

do plano de recuperação, matéria

que reconheceu soberania da as-

sembleia geral de credores.

A Lei de Recuperação Judicial

ainda é nova, mas constitui alento

neste momento de crise. Precisa

ser mais divulgada entre os em-

presários, mais estudada entre os

advogados e juízes, já que poucos

profissionais possuem expertise

na área.

Por Maurício dantas góEs E góEs

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Bahia Indústria 33

IdeIAs

Por lauro Martins dE azEvEdo

A gestão da mão de obra utiliza-

da pelas empresas no Brasil está

prestes a ser alterada de forma sig-

nificativa. E não estamos falando

de mudanças drásticas na legisla-

ção trabalhista e previdenciária.

Trata-se do aprimoramento na fis-

calização das normas que regem a

contratação, remuneração e tribu-

tação do trabalhador. O Ministério

do Trabalho e Emprego, a Receita

Federal e a Previdência Social te-

rão à sua disposição em um único

ambiente digital todas as informa-

ções necessárias para fiscalizar e

autuar as empresas que não aten-

dem a legislação em vigor.

Esse ambiente digital será ali-

mentado por informações envia-

das por todos os empregadores do

país. É o que se espera que acon-

teça, a partir de setembro, com a

implantação e obrigatoriedade

de envio do chamado e-Social.

Também chamado de e-Fopag ou

folha de pagamento eletrônica, o

e-Social terá a funcionalidade de

concentrar informações não só

sobre a contratação de trabalha-

dores em seus diferentes níveis e

categorias, mas implicará em in-

formar aos órgãos de fiscalização,

de maneira rápida, padronizada

e consolidada, todos os aspectos

inerentes ao contrato de trabalho

de um trabalhador.

O primeiro grupo a entrar na

mira dessa que é uma das ferra-

mentas prioritárias do plano anu-

al de fiscalização do Governo Fe-

deral, é formado por empregado-

res com faturamento superior a R$

78 milhões em 2014. Já em janeiro

de 2017 a obrigatoriedade passa a

valer para todos, ou seja, empre-

gadores de qualquer atividade ou

faixa de faturamento, órgãos pú-

blicos, incluindo registro de traba-

lhadores da agricultura e de micro

e pequenas empresas.

De posse dessas informações,

os auditores fiscais poderão con-

frontar se estas atendem a legisla-

ção ou se o procedimento adotado

é passível de autuação e multa. É

bom lembrar que essa fiscalização

poderá ser estendida aos procedi-

mentos utilizados pelo emprega-

dor nos últimos cinco anos. A rea-

lidade é que a grande maioria dos

empregadores não está preparada

para o cenário que se desenha com

o e-Social, que terá prazos exíguos

para a comunicação de fatos como

admissão, rescisão contratual,

exames médicos e alterações con-

tratuais, dentre outros.

Como ação preventiva, as em-

presas devem implementar um

projeto de conscientização dos

gestores sobre essa obrigação

acessória. A experiência na revi-

são de procedimentos trabalhistas

e previdenciários adotados pelas

empresas apontam para uma pos-

sível enxurrada de autuações e um

aumento na arrecadação, tanto do

Fundo de Garantia do Tempo de

Serviço (FGTS), quanto da contri-

buição previdenciária incidente

sobre a remuneração paga, devida

ou creditada aos empregados.

A folha de pagamentos das

empresas, onde estão registrados

proventos e descontos e a respecti-

va tributação (INSS, FGTS e IRRF)

A pergunta que o empresário e o gestor não podem deixar de fazer nesse momento: Minha empresa está preparada? Se a resposta for negativa, tenha em mente que o tempo corre contra sua empresa

Lauro Martins de Azevedo é especialista nas Áreas Trabalhista e Previdenciária da Tract Assessoria Empresarial e Tributária

eSocial – Sua empresa está Preparada?

é onde se concentra a maior fonte

de inconsistências já mapeadas

pela fiscalização da Previdência

Social e Receita Federal. Não é a

toa que a Previdência Social tem

a expectativa de aumentar a sua

atual arrecadação em mais R$ 20

bilhões ao ano. Essa arrecadação

adicional em sua totalidade não

pode ser creditada simplesmen-

te ao ato de sonegar, mas em boa

parte resulta de erros nos parâme-

tros de tributação da folha de pa-

gamento os quais precisam urgen-

temente de revisão especializada.

A expectativa é reduzir o pre-

juízo também do FGTS em aproxi-

madamente R$ 1 bilhão. Como se

vê, a contratação de mão de obra

passará a existir em um ambiente

de total e eficaz vigilância. Novos

tempos, nova tecnologia, antigas

leis e normas. Não há exagero em

afirmar que poucas empresas sai-

rão incólumes. A pergunta que o

empresário e o gestor não podem

deixar de fazer: Minha empresa es-

tá preparada? Se a resposta for ne-

gativa, tenha em mente que o tem-

po corre contra sua empresa. [bi]

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livros

leitura&entretenimento

Revolução na produtividadeReconhecido como autoridade no campo

da produtividade, David Allen criou o

método GTD – Getting Things Done: um

sistema de gestão que ajuda pessoas e

empresas a colocar ordem no caos. Em A

arte de fazer acontecer o autor discursa

sobre a inserção das novas tecnologias na

gestão do fluxo de trabalho e inclui as

descobertas mais recentes da ciência

cognitiva. Controlar a ansiedade e aceitar

que não é possível fazer tudo são

exemplos de como chegar ao equilíbrio.

Pensamento produtivoPor que como você pensa é muito mais

importante do que o que você pensa? Em

mais rápido e melhor..., Charles Duhigg

explica que as pessoas e empresas mais

produtivas não apenas agem de forma

diferente, mas também veem o mundo de

modo diferente. Para ele, elas sabem que

as escolhas são o segredo da

produtividade. Com base em pesquisas,

ele conta o que separa os ocupados dos

produtivos. Duhigg é o mesmo autor de O

Poder do Hábito.

A arte de fazer acontecer – Estratégias para aumentar a produtividade e reduzir o estresse david allen editora Sextante, 320 p. R$ 44,90

Mais rápido e melhor – Os segredos da produtividade Charles duhigg editora objetiva, 358p. R$ 49,90

34 Bahia Indústria

Ilustrações de henri MatisseQuando teve que se recuperar de uma delicada cirurgia,

período em que ficou em cima de uma cama e na cadeira de

rodas, o desenhista e escultor francês Henri Matisse (1869-

1954) dedicou-se ao desenho e à ilustração, em colagens feitas

com papéis recortados e coloridos com guache. O resultado

desse empenho está sendo exposto na exposição Henri

Matisse – Jazz, uma mostra que reúne 20 pranchas originais,

impressas com a técnica au pochoir, feitas especialmente para

o livro Jazz, publicadas em 1947. Do total de 250 álbuns, dois

estão no Brasil, pertencentes ao exemplar 196, que integra o

acervo dos Museus Castro Maya.

FotoS DIVUlgAção

SESI Cultura na TVUm programa de música que busca divertir e ensinar,

ampliando o repertório cultural do público. Essa é a proposta

do Sala de Som, projeto idealizado pela equipe do SESI

Cultura e que passou a fazer parte da grade da TVE Bahia.

Sempre aos domingos, com reprise às quintas-feiras, os

programas têm 20 minutos de duração e são apresentados

pelo músico Alexandre Leão. Em julho, serão exibidos os

programas com os artistas Mário Ulloa e Jana Vasconcelos

(Violão clássico), nos dias 3 e 7 de julho; Cássio Nobre (viola

machete), nos dias 10 e 14.7; e, encerrando a série, Margareth

Menezes, que vai abordar o afropop, dias 17 e 21.7.

não perca Programa Sala de Som. TVE Bahia. Domingo, às 16h. Reprise àsquintas-feiras, às 23h. Até 21.07

não perca Caixa Cultural Salvador, até 3.07. Rua Carlos Gomes, 57, Centro. Terça a domingo, das 9h às 18h. Gratuito

televisão

exposição

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Bahia Indústria 35

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