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Capítulo 23 do Livro "Cegueira e Baixa Visão", referente a Surdocegueira.
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BAIXA VISÃO E CEGUEIRA - OS Caminhos para a Reabilitação, a
Educação e a Inclusão.
Marcos Wilson Sampaio Maria Aparecida onuki haddad
helder alves da costa filho
mara Olímpia de Campos Siaulys
m
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL
DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
B141
Baixa visão e cegueira: os caminhos para a reabilitação, a educação e
a inclusão /
Marcos Wilson Sampaio... [et al.]. - Rio de Janeiro : Cultura
Médica : Guanabara Koogan, 2010. il.
Apêndice
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7006-452-3
1. Deficientes visuais - Educação. 2. Deficientes
visuais - Reabilitação. 3. Crianças deficientes visuais -
Educação. 4. Cegueira. 5. Integração social. I. Sampaio,
Marcos Wilson.
09-3428. CDD: 371.911
CDU: 376.33
© Copyright 2010 Cultura Médica®
Esta obra está protegida pela Lei na 9.610 dos Direitos Autorais, de 19
de fevereiro de 1998, sancionada e publicada no Diário Oficial da União
em 20 de fevereiro de 1998.
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184 e 186 do Código Penal e acrescenta Parágrafos ao Artigo 525 do
Código de Processo Penal.
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CAPÍTULO 23
Criança com Surdocegueira
Maria Aparecida Cormedi Silvia Costa Andreossi
Elenir Ferreira Carillo
Nesse capítulo a surdocegueira é abordada em suas definições e
concepções com enfoque na comunicação e locomoção. A ênfase é a
criança surdocega na busca pela informação sensorial na privação ou
ausência dos sentidos da audição e visão.
Dados de literatura relatados por Thompson e Freeman (1995), Miles
e Riggio (1999) revelaram que a educação de surdocegos tomou maior
impulso e mudou suas características a partir dos anos de 1964 e 1965,
com o nascimento de aproximadamente 5.000 crianças surdocegas
devido à epidemia de rubéola nos Estados Unidos.
Ainda na década de 1960, na Holanda, Jan Van Dijk foi quem iniciou
um programa para crianças surdocegas com etiologia de rubéola
materna. Segundo Amaral (2002), este programa baseava-se no
movimento para desenvolver a comunicação.
Teve início, então, na década a abertura de novos programas para
pessoas com surdocegueira na Europa, Estados Unidos e também no
Brasil. Aqui, particularmente após a visita de Hellen Keller a São Paulo,
com a fundação da primeira escola destinada a essa população com o
nome de Escola Residencial para o Deficiente Áudio Visual (ERDAV),
no ano de 1968, em São Caetano do Sul, por iniciativa de Nice Tonhosi
Saraiva e Neusa Basseto.
Campanhas preventivas de vacinação da rubéola fizeram diminuirá
incidência de surdocegos pela Síndrome da Rubéola Materna, embora
ainda no Brasil hajam casos identificados.
No entanto, com o desenvolvimento tecnológico da medicina, o número
de crianças com surdocegueira tem aumentado por outras causas,
como a sobrevivência dos prematuros e a identificação de inúmeras
anomalias genéticas, conforme relataram Miles e Riggio (1999).
SURDOCEGUEIRA: DEFINIÇÕES E CONCEITOS
Surdocegueira é um termo geral, usado para caracterizar pessoas
com deficiências auditiva e visual associadas, sendo que as definições
foram relatadas com variações de acordo com as limitações e
adaptações que cada autor considera relevante.
Segundo encontro realizado em 16 de setembro de 1977, em Nova
Iorque, na I Conferência Mundial Helen Keller sobre Serviços para
Surdocegos Jovens e Adultos, onde se reuniram delegados de 30
países, foi adotada, por unanimidade, a seguinte definição para pessoa
surdocega:
Indivíduos surdocegos devem ser definidos como aqueles que têm uma perda substancial de visão e audição, de tal forma que a combinação das duas deficiências causa extrema dificuldade na conquista de metas educacionais, vocacionais, de lazer e so-ciais.
A surdocegueira não é a somatória da surdez com a cegueira, logo, a
problemática não é apenas de comunicação e percepção. Segundo
Mclnnes e Treffry (1997):
A criança surdocega tem uma das deficiências menos entendidas. Não é uma criança cega que não pode ouvir, ou uma surda que não consegue ver. É uma criança com privações multis- sensoriais, a quem foi negado o uso efetivo e simultâneo dos dois sentidos distais.
Ainda, segundo Mclnnes e Treffry (1997), os efeitos da privação
sensorial são acumulativos e multiplicativos, muito mais do que aditivos.
Isto significa que crianças surdocegas podem até ter visão ou audição
residual, porém podem não ser capazes de utilizar este potencial
funcionalmente para integrar os estímulos provenientes dos canais
sensoriais lesados com estímulos provenientes dos outros canais
sensoriais.
Em 1990, o governo federal americano (Individual with Disabilities
Education Act - IDEA) definiu a expressão "crianças com surdocegueira"
conforme foi citado por Amaral (2002):
[...] crianças e jovens que apresentam deficiências auditivas e visuais, cuja combinação cria necessidades tão graves de comunicação, desenvolvimento e de aprendizado e outros que elas não conseguem ser devidamente educadas sem o concurso de uma educação especial e serviços a ela relacionados, além daqueles que seriam fornecidas para crianças somente com deficiências auditivas, deficiências visuais, ou incapacidades graves, para avaliar suas necessidades educacionais decorrentes dessas deficiências concomitantes.
De acordo com Reyes (2004) em publicação da ONCE - Organização
de Cegos da Espanha, uma pessoa é surdocega quando existe a com-
binação das deficiências sensoriais: visão e audição que se manifestam
em maior ou menor grau de perda, gerando problemas de comunicação
únicos e necessidades especiais decorrentes da dificuldade de perceber
o que a rodeia, que pode ocasionar a falta de interação. Nesta mesma
publicação a surdocegueira foi classificada como congênita ou
adquirida:
Congênita: apresenta graves perdas visuais e auditivas já ao nascer
ou nos primeiros anos de vida, antes da aquisição de uma língua. As
perdas graves ou totais resultam em limitações comunicativas e de
acesso às informações, dificuldades no desenvolvimento motor e na lin-
guagem. As crianças surdocegas podem apresentar problemas
associados devido à falta de comunicação, ocasionando outros déficits
associados. Tais complicações podem ter origem pré-natal, tais como,
incompatibilidade sangüínea, rubéola, toxoplasmose, drogas
teratogênicas e causas neonatais sendo exemplos a prematuridade,
anoxia, retinopatia, e drogas ototóxicas. Torna-se necessário que essas
crianças participem de programas de intervenção para que consigam
desenvolver algum tipo de comunicação e não fiquem restritas a uma
comunicação limitada a gestos naturais, rituais autoestimulatórios e
comportamentos estereotipados.
Adquirida: a pessoa apresenta inicialmente uma deficiência sensorial,
visual ou auditiva, e adquire a outra após o desenvolvimento de uma
língua oral ou de sinais, podendo também apresentar ambas após a
aquisição de uma língua. Neste caso, as pessoas surdocegas já dis-
põem de um conhecimento de mundo, o que favorece sua readaptação.
As causas mais frequentes podem ser: síndrome de Usher tipo I,
degeneração da mácula, retinopatia diabética, catarata e glaucoma. É
necessário que as pessoas com surdocegueira adquirida sejam in-
centivadas a conhecer sistemas alternativos de comunicação que são
recebidos através do tato com os sistemas alfabéticos e os sistemas de
comunicação por sinais.
Baseado nos conceitos anteriores, pode-se concluir que as pessoas
com surdocegueira apresentam uma deficiência única, com carac-
terísticas particulares e identidade própria, que necessitam de serviços
especializados desempenhados por pessoas com formação específica,
voltados a métodos especiais de comunicação e mobilidade, para sua
efetiva inclusão na sociedade.
Encontrar uma definição que cubra totalmente os significados da
surdocegueira é tarefa árdua, que requer abordagens individuais que
reflitam as necessidades específicas de cada um.
Compreender o significado de surdocegueira requer conhecer os
efeitos da combinação dessas duas deficiências sensoriais sobre o de-
senvolvimento humano e dos efeitos ímpares em cada indivíduo.
Surdocegueira é uma condição em que há combinação de transtornos
visuais e auditivos, que produzem graves problemas de comunicação e
outras necessidades de desenvolvimento e aprendizagem. Pessoas
com surdocegueira necessitam de uma educação individualizada para
facilitar diferentes formas de comunicação expressiva e receptiva,
desenvolver locomoção e propiciar a integração com as pessoas e o
meio.
Os videntes-ouvintes recebem informação sensorial e constroem
significações até onde os olhos veem e as ouvidos ouvem. Para a pes-
soa surdocega a experiência do mundo passa a ser única. O mundo vai
até onde seus dedos podem alcançar. Esse mundo é, então, proximal e
as mãos adquirem extrema importância para a comunicação.
Outro sentido toma importância por possibilitar que a criança com
surdocegueira receba informações do mundo; o cinestésico. Assim, o
movimento é fonte de informação. O tato aliado ao movimento é a
resposta do surdocego para compensar a deficiência.
Quando há possibilidade visual, a língua de sinais pode ser o
instrumento de comunicação simbólica. Se não há resíduo visual
funcional para essa forma de comunicação, então, a pista tátil será
essencial para que o surdocego perceba que pode comunicar-se pelas
mãos.
Diante de um mundo de referências tão proximais em que o toque, o
contato físico, a aproximação e a interação assumem papel primordial, a
pessoa com surdocegueira tem inúmeros desafios a vencer, segundo
Huebner KM, Prickett, Welch e Joffee (1995) citado por Cormedi (2005):
Restrição no acesso à informação, uma vez que o mundo é percebido pelos sentidos proximais e pelo movimento.Restrição de orientação e mobilidade no espaço, sendo que as técnicas desenvolvidas para cegos têm que ser adaptadas à comunicação do surdocego.Restrição das oportunidades de experiências, devido ao mundo do surdocego ser proximal. Muitas informações são perdidas com a restrição ou a ausência da visão e da audição Restrição ao acesso à educação, pois há que se compreender as formas co- municativas específicas de cada surdocego para poder ensiná-lo. Os métodos de ensino devem ser únicos, porque única é a surdocegueira. O isolamento, pois a lesão dos sentidos a distância, visão e audição, dificultam desenvolver relações interpessoais. A surdocegueira limita as possibilidades de interação e contato. Limitação do desenvolvimento de lin-guagem, pois, sem a percepção dos estímulos auditivos e visuais simultaneamente, as possibilidades de fazer representações são bem mais restritas.
O aspecto fundamental na educação da criança com surdocegueira é
a facilitação de formas de comunicação expressiva e receptiva com uma
abordagem de interação com o meio social, respeitando-se as
necessidades atuais e futuras desta criança e de sua família.
LINGUAGEM E A COMUNICAÇÃO DA CRIANÇA COM
SURDOCEGUEIRA
A abordagem da comunicação com a criança surdocega faz surgir
outra questão a ser discutida, que é a linguagem. Assim, pensar em
como essa criança se comunica, na limitação ou ausência simultânea
de audição e visão, é pensar em como acontece o desenvolvimento de
linguagem e de que modo pode forma conceitos da realidade a partir
das informações que recebe do mundo, mediante a privação sensorial.
Conclui-se que não se pode discutir sobre comunicação sem abordar a
questão da linguagem como sistema de representação do mundo.
A linguagem, na concepção de Vygotsky (2003) é o sistema simbólico
dos grupos humanos de representação da realidade e é o grande salto
qualitativo na evolução do homem. A linguagem fornece os conceitos e
a organização representacional do real e é fundamental na mediação
entre sujeito e objeto de conhecimento. Essa concepção
sociointeracionista considera a linguagem como formadora do sujeito e
é na interação com o outro ser que a criança se constitui como ser
humano que adquire cultura, valores e conhecimentos no contexto
sócio-histórico. A relação do homem com o mundo não é uma relação
direta, mas, sim, uma relação mediada. Desde quando nasce, a criança
está em interação com o meio ambiente. Trata-se de uma interação
constante, pois os adultos procuram incorporar as crianças à cultura e
ao mundo de significados dentro dos contextos social e histórico. Essas
atividades da criança serão interpretadas pelos adultos segundo sua
cultura.
No entanto, para que a comunicação atinja níveis cada vez mais
representacionais, mais simbólicos e mais abstratos é necessário o uso
dos signos para ser possível transmitir a idéia de sentimentos, vontades,
desejos e pensamentos de modo preciso, formando assim os conceitos
relativos ao que será comunicado. Estes signos precisam estar
organizados em um código comum para que possam ser generalizados.
A língua oral torna-se o meio fundamental de comunicação.
Sem a linguagem, não há como adquirir uma língua, entendendo-se
língua como um código, um sistema padronizado de sons arbitrários, ou
de sinais arbitrários, transmitidos culturalmente.
Como pode, então, a criança com surdocegueira fazer
representações a partir de um mundo de referências concretas, no qual
as informações sensoriais que chegam pela audição e visão podem
estar fragmentadas?
O grande desafio do educador é conduzir a criança com
surdocegueira para a generalização da realidade e para um sistema
simbólico de comunicação, a partir de um tipo de comunicação concreta
inicial pelo movimento.
Cabe ressaltar, que a comunicação é, na maioria das vezes, vista
como um processo de fala. Porém, a fala como forma de comunicação
pode não ser acessível para a maioria das crianças com surdocegueira
porque a linguagem, enquanto meio simbólico de comunicação,
representa um objetivo a longo prazo, nem sempre alcançável, por isso
é que formas mais concretas de comunicação são implementadas,
conforme relatou Amaral (2004).
A língua de sinais, natural dos surdos, é a forma de comunicação
linguística possível para surdocegos congênitos, porém, muitas vezes
até mesmo a língua de sinais pode ser de difícil utilização.
O processo inicial de comunicação da criança surdocega, nesta
concepção de linguagem, tem como ponto de partida um mundo concre-
to, de objetos e pessoas. Essa criança pode expressar-se por diferentes
formas não simbólicas: riso, choro, expressão facial, tensão muscular,
movimentos corporais, ou por diferentes formas de comportamentos,
como desviar o olhar, atirar objetos e recusar o contato. A seguir
descrevemos formas de comunicação relatadas por Cormedi (2005):
MOVIMENTOS CORPORAIS E AS PISTAS CONCRETAS
Os movimentos corporais e as expressões faciais são as formas de
comunicação utilizadas pela maioria das crianças com surdocegueira
congênita. A interpretação correta da intencionalidade destes
comportamentos é que dá funcionalidade à comunicação. Tal interpreta-
ção é o significado que o adulto atribui ao movimento e à ação da
criança. No processo de interação com o adulto e com o meio, a criança
pode ser capaz de atribuir significados às suas próprias ações. Os
movimentos corporais e expressões faciais podem:
• Ser dirigidos a pessoas ou objetos.
• Emergir em situações específicas ou generalizadas.
• Freqüentemente depender da interpretação do interlocutor.
• Ter comportamentos de agressão a si mesmo ou a outras pessoas.
• Ter movimentos estereotipados.
• Ter alterações de tônus corporal.
São exemplos: choro, riso e vocalizações aleatórias, movimento de
olhos, puxar, empurrar, bater, chutar, jogar-se no chão, usar a mão do
adulto.
Na realidade, do ponto de vista da criança surdocega, estes
comportamentos podem não ter intencionalidade, apenas representar
um estado corporal ou uma emoção, ou seja, a criança não domina a
linguagem como forma simbólica, mas se expressa por movimentos
corporais e expressões faciais, os quais, embora tenham conotação
emocional, servem como meio de contato social e de comunicação.
No entanto, as crianças com surdocegueira não incorporam o
significado, inicialmente atribuído pelo ambiente e pelo educador, de
uma forma automática e esperada como no processo de aquisição de
linguagem esperado para crianças sem deficiências sensoriais. Isto se
explica em razão de que o processo de incorporação do significado que
leva à generalização e à formação dos conceitos foi descrito com base
em crianças que percebem o mundo por meio de todos os sentidos,
sem nenhuma privação sensorial. No caso das crianças com surdoce-
gueira a significação do mundo é diferente, segundo as informações que
percebem.
Por isso, o educador necessita propor e desenvolver diferentes
recursos para facilitar esse processo de atribuição de significado, na
concepção de desenvolvimento de linguagem, porque, do contrário,
será apenas um mero tradutor e treinador de formas de comunicação.
Passar de uma forma de comunicação por movimentos corporais para
uma comunicação por gestos e por sinais nem sempre é um processo
automático, sendo necessário o uso de pistas de informação para
facilitar às crianças com surdocegueira a incorporação dos significados
dos objetos e das situações que vivenciaram.
PISTAS DE INFORMAÇÃO
Representam os instrumentos que as crianças surdocegas precisam
para poder fazer uso de sua inteligência prática. O objetivo é possibilitar
a expressão de seus sentimentos e caminhar no processo de
generalização da realidade.
Essas pistas de informação podem ser naturais ou de contexto, de
movimento, táteis, de objetos, gestuais e de imagens, segundo Amaral
et al. (2004).
As pistas naturais ou de contexto fazem parte do contexto natural, do
meio ambiente no qual a criança se encontra e no qual irá realizara
atividade. Podem ser, por exemplo, sons e cheiros que acontecem
antes da atividade e que indicam o que irá acontecer.
As pistas de movimento referem-se aos movimentos executados junto
com a criança para indicar o que vai acontecer no momento seguinte,
como, por exemplo, pegar-lhe no braço levemente e fazer com ela o
movimento de levar a colher à boca para indicar que vai comer.
As pistas táteis são apresentadas através do toque, na zona do corpo
relacionada à mensagem que se quer transmitir, como, por exemplo,
tocar no pé da criança para indicar que vai calçar o sapato; tocar na
boca para indicar o ato de comer. A importância de se tocar no local do
corpo referente a ação tem o objetivo de não condicionar a criança a
qualquer toque, pois transmitindo-se significados diferentes ao mesmo
toque, significa dar a mesma forma de comunicação expressiva para
diferentes ações e mensagens. Por isso, utilizam-se pistas distintas
para diferentes situações.
As pistas de objetos, também chamadas de objetos de referência,
constituem uma das formas comunicativas mais significativas e impor-
tantes utilizadas para alunos com surdocegueira congênita, igualmente
eficiente para alunos com deficiência múltipla conforme relatou Amaral
et al. (2004):
[...] as pistas de objeto são uma forma de comunicação concreta que é facilmente compreendida pela criança/ jovem que necessita de apoio na compreensão de símbolos abstratos, como é o caso das imagens e da linguagem verbal. O seu uso permite comunicar mensagens relativamente simples e exige poucas capacidades cognitivas, nomeadamente, em termos de memória e de competências relacionadas, com a capacidade de representação. Porém, pode constituir um desafio conseguir encontrar objetos adequados a determinadas atividades, pessoas ou eventos [...]. A sua utilização pode requerer somente uma resposta motora por parte da criança/jovem, como o tocar, o apontar, o levantar, ou o olhar.
A função desses objetos é representar uma atividade, uma situação,
um objeto, uma pessoa, um lugar ou qualquer significado para facilitar a
transição de formas comunicativas concretas para mais abstratas. É
possibilitar à criança o acesso ao mundo de representações.
As pistas gestuais podem ser gestos naturais ou codificados de
acordo com as capacidades cognitivas da criança. São gestos
realizados no campo visual das crianças com surdocegueira e podem
ser feitas diretamente na mão da criança quando não há resíduo visual.
As pistas de imagens referem-se a contornos de objetos, desenhos,
fotografias ou símbolos gráficos que podem representar ações,
pessoas, eventos e locais. Obviamente depende da capacidade visual e
cognitiva das crianças. No entanto, quando possíveis de ser utilizadas,
são fundamentais para o desenvolvimento das capacidades de
abstração e de representação. Para algumas crianças com
surdocegueira os desenhos são formas fundamentais de expressão.
Atualmente, os sistemas de comunicação alternativa e aumentativa
fornecem interessantes elementos representacionais que podem ser
utilizados como pistas de imagens.
No processo de interação dessas crianças surdocegas com as outras
pessoas ou com o meio ambiente, a comunicação precisa ocorrer em
situações naturais do cotidiano e não em situações artificiais e
elaboradas para fins de "comunicação". Por isso, o uso dessas pistas
acontece naturalmente e podem ser utilizadas diferentes pistas em uma
mesma situação.
OBJETOS DE REFERÊNCIA E O SISTEMA DE CALENDÁRIOS
Na ausência da língua oral ou da língua de sinais como formas de
comunicação, as crianças surdocegas precisam que as suas
experiências sejam representadas por formas mais concretas, que
podem ser os objetos de referência organizados em um sistema de
calendários. Isto possibilita compreensão e expressão do significado
dos objetos, situações e pessoas.
Tal como as palavras, os sinais e os símbolos, os objetos podem ser
usados para representar aspectos que fazem parte da vida de todos os
seres humanos. Segundo Amaral et al. (2004) os objetos de referência,
são, portanto, representações que podem ser usadas para antecipar
ambientes, situações, pessoas ou eventos que vão acontecer.
O uso de objetos de representação e o sistema de calendários são,
na realidade, instrumentos de mediação da relação destes deficientes
com o mundo. São instrumentos externos e o uso correto deles facilita a
mediação por signos à medida que passam de objetos concretos para
representações. O sistema de calendários é uma ponte que facilita a
passagem do nível pré-linguístico para o simbólico, ou seja, facilita que
a criança com surdocegueira possa fazer representações.
O uso de objetos de referência em um sistema de calendários exige
menos capacidade cognitiva do que outros sistemas de comunicação
simbólica, por isso pode ser mais facilmente aprendido.
Segundo Amaral et al. (2005), os objetos de referência permitem:
• Desenvolver capacidades comunicativas.
• Fazer transição de comunicação de formas não simbólicas para
simbólicas.
• Desenvolver conceitos sobre o ambiente que a rodeia, o que
permite aumentar a compreensão sobre o que passa a sua volta.
• Diminuir os sentimentos de ansiedade.
• Perceber o que vai fazer a seguir.
• Fazer escolhas.
As formas que os objetos são apresentados vão desde as mais
concretas, até as mais abstratas, segundo as possibilidades de
representação da realidade de cada um. A seguinte seqüência de
apresentação foi proposta por Cor- medi (2005), não é rígida e pode ser
modificada segundo as necessidades comunicativas e o nível cognitivo
de cada criança:
• Objeto real, é o mesmo utilizado na atividade. Exemplos: se a
criança vai brincar de bola no parque, o objeto é a própria bola; se
vai escovar os dentes, o objeto é a própria escova de dentes ou a
própria
pasta de dentes. O objeto é tridimensional.
• Objeto concreto, mas que não é o objeto utilizado na atividade.
Exemplos: uma outra bola, que não será a utilizada, ou uma outra
escova de dentes, diferente da utilizada para a escovação.
• Parte do objeto concreto. Exemplos: a caixa da pasta de dentes,
um pedaço da bola que se rompeu, um pedaço da toalha que será
utilizada para secar as mãos. O objeto continua tridimensional.
• Objeto concreto colado no cartão. Exemplos: a escova de dentes
colada no cartão; a caixa da pasta de dentes colada no cartão.
Representa a passagem do tridimensional para o bidimensional.
• Parte do objeto colado no cartão. Exemplos: um pedaço da bola
colada no cartão; um pedaço da toalha colada no cartão.
Representa a passagem do tridimensional para o bidimensional.
• Contornos do objeto no cartão. Exemplos: a escova de dentes
contornada no cartão, a colher contornada no cartão. É a repre-
sentação bidimensional.
• Desenho do objeto.
• Fotos.
• Figuras.
• Desenhos.
• Palavras escritas.
• Palavras em Braille.
Além disso, a forma de apresentação dos objetos de referência
diferencia-se de acordo com as atividades desenvolvidas. Se a situação
é do cotidiano, como, por exemplo, escovar os dentes, alimentar-se,
banhar-se, então o processo de simbolização é facilitado, uma vez que
a rotina e a sequência da execução dessas atividades proporcionam
diferentes formas de representá-las.
Inicialmente os calendários podem ter apenas duas posições que
representem duas atividades, ou então, a atividade momentânea e a
caixa de terminação, para indicar o fim da atividade. À medida que as
representações são entendidas, os calendários são ampliados de modo
que três ou mais atividades possam ser indicadas.
O sistema de calendários é um instrumento fundamental para a
criança com surdocegueira: compreender os conceitos relativos a tem-
po; construirá relação de confiança; proporcionar a segurança de saber
o que vai acontecer no momento seguinte; antecipar acontecimentos;
compreender trocas de atividades e mudanças de rotina. Finalmente,
os calendários permitem a criança tomar decisões e participar
ativamente preparando sua rotina diária.
Dispor os objetos de referência no sistema de calendários permite
que a criança surdocega possa: memorizar a sequência dos fatos;
compreender o significado dos objetos; fazer escolhas; conversar com
as pessoas e aprender conceitos relativos a tempo, porque a sequência
dos objetos mostra o início e o fim das atividades. A variação da
apresentação dos objetos permite introduzir gradativamente novos
elementos nas sequências.
Assim, por exemplo, para uma atividade de banhar-se, podem ser
apresentadas toalhas, sabonete, xampu, uma parte da toalha, emba-
lagem do sabonete, ou seja, diversos elementos que fazem parte da
atividade, para facilitar a generalização dos significados e o aumento do
vocabulário.
O objetivo é possibilitar que esses objetos tenham um "nome" e que
esses "nomes" possam ser usados para comunicar-se. O primeiro
significado que é ensinado a criança com surdocegueira é a função de
cada objeto. O "nome" do objeto será a função que é própria dele, ou
seja, antes de nomear "copo", a criança com surdocegueira aprenderá
"beber", para depois incorporar o significado do objeto que passa a ter
um nome "copo", e uma função "para beber", começando, assim, a
generalizar os conceitos, como relatou Vygotsky (2003): A palavra para
a criança é primeiramente uma generalização do tipo muito primitivo; à
medida que o intelecto se desenvolve, é substituído por generalizações
de um tipo cada vez mais elevado - processo que acaba por levar à
formação dos verdadeiros conceitos.
Com referências em Vygotsky (2003) pode-se concluir que o nome
"copo" poderá ser representado pelo contorno do copo em um cartão;
por um gesto natural; pelo sinal da língua de sinais. A escrita poderá
estar associada bem como o Braille. Assim, "copo" tor- na-se um signo
e um conceito e cada conceito é uma generalização, permitindo o
desenvolvimento das funções intelectuais: atenção deliberada, memória
lógica, abstração, capacidade para comparar e diferenciar.
Porém, há que se considerar que, no caso dos surdocegos, a
combinação das perdas sensoriais, auditiva e visual, as quais
ocasionam toda a problemática com linguagem e comunicação, dificulta
o desenvolvimento das funções intelectuais, descritas por Vygotsky. Por
consequência, a formação de conceitos também não é um processo
automático e natural.
Por isso, o uso das pistas e dos objetos de referência não será
isolado de outras formas comunicativas, uma vez que as crianças com
surdocegueira precisam receber informações de várias maneiras, pois
percebem o mundo segundo as suas privações sensoriais.
Assim, alguns itens devem ser considerados na escolha e utilização
dos objetos de referência e do sistema de calendários relatados por
Amaral et al (2004).
• Tamanho: de preferência pequenos para que se possam utilizar
mais objetos e também porque é mais fácil de serem transportados.
• Contraste: em termos de cores, formas e texturas, considerando-se
as necessidades visuais e de apreensão de cada criança.
• Motivação: devem ser do repertório e interesse da criança.
• Contornos: em relevo para as crianças cegas.
• Localização: adequada ao campo visual.
• Material a ser empregado: consistência mais firme para facilitar a
apreensão.
Esse processo de organização e construção dos objetos de referência
no sistema de calendários favorece a aquisição de conceitos segundo a
capacidade de representação de cada criança surdocega, e os objetos,
eventos, situações e as pessoas podem ser categorizados.
GESTOS E SINAIS
Na presença da perda visual o uso dos gestos e sinais será
considerado segundo o campo visual. No caso de surdocegos com
perda total de audição e visão, os gestos e sinais serão feitos em suas
mãos.
Quando aprenderem a estrutura linguística da língua de sinais, as
crianças com surdocegueira poderão seguir os métodos educacionais
para surdos, respeitando-se as individualidades quanto às adaptações
de materiais e equipamentos, para atender as necessidades visuais, de
postura e motoras. Assim, terão acesso ao mundo pela comunicação
por sinais.
No entanto, segundo Cormedi (2005) alguns surdocegos congênitos
podem não ser capazes de fazer uso da língua de sinais, pela
dificuldade de compreender esse sistema linguístico. Nesses casos
serão ensinados gestos naturais e os sinais da língua de sinais. Porém,
há que se ressaltar o aspecto receptivo e expressivo dessa
comunicação. Embora "recebam" a informação pela língua dos sinais,
ou por sinais isolados, não são capazes de expressar-se por esse
sistema linguístico. Assim, expressam-se por sinais isolados que
funcionam como "palavras isoladas", pois não estão organizados
enquanto estrutura linguística. No entanto, esses sinais isolados têm o
significado do "todo", do contexto a ser expresso.
O objetivo de se utilizar todas as formas possíveis de comunicação,
pistas, objetos de referências, gestos e sinais isolados da língua de
sinais é possibilitar que possam fazer simbolizações e representações,
e, se possível, apoderar-se de uma língua que, para a maioria das
crianças com surdocegueira será a língua de sinais. Pelo domínio dessa
língua poderão ter acesso ao mundo, se houver capacidade cognitiva
para tal. Ainda há que se considerar que, para muitos, a língua de sinais
não será "no ar", porque não há percepção visual para isto. A língua de
sinais será na mão. Como já referido anteriormente, o tato aliado ao
movimento é a forma de compensação e comunicação para a pessoa
com surdocegueira.
ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE PARA A CRIANÇA COM
SURDOCEGUEIRA
Neste artigo abordaremos alguns aspectos conceituais acerca da
necessidade e importância da orientação e mobilidade (OM) desde cedo
na vida da criança surdocega na perspectiva do desenvolvimento global.
A inserção da orientação e mobilidade nos programas de intervenção
precoce e educação infantil para crianças com surdocegueira é um
conceito novo no Brasil, porém, muitos dos técnicos atualmente se
conscientizam dessa necessidade na atuação direta com essas crianças
e na orientação às famílias das mesmas.
De acordo com Bruno (2005) os objetivos do programa de intervenção
precoce sob o enfoque do desenvolvimento integral, não se diferenciam
dos objetivos da educação infantil. Estão voltados para formação
humana, construção de vínculos afetivos, do conhecimento, da
identidade pessoal, e participação da vida cultural na comunidade.
A OM foi definida por Hill, Rosen e Langley (1984) como um processo
pelo qual as pessoas utilizam a informação sensorial para estabelecer e
manter sua posição no meio ambiente. A mobilidade é um processo de
deslocamento seguro, eficiente e elegante no entorno. Assim, o objetivo
principal do programa de OM é assegurar um deslocamento para a
criança com a maior independência possível no meio em que esta
inserida.
A orientação e a mobilidade deveriam estar presentes desde as
descobertas do bebê ainda no colo da mãe, na identificação das
informações provenientes do ambiente, até o desenvolvimento das
habilidades básicas como o uso das técnicas apropriadas, segundo
Fellipe (2001).
A orientação e mobilidade estão presentes no cotidiano de todas as
pessoas, com ou sem deficiências. Portanto, é, certamente, um dos
componente mais importantes no processo de intervenção com a
criança surdocega.
A imagem de um indivíduo movimentando- se e atravessando as
ruas, passando entre os carros, usando transportes públicos, desviando
dos obstáculos com destreza, usando apenas uma bengala branca, tem
sido comum nos dias que correm.
Esta capacidade de mobilidade e orientação é conseguida quando se
recorre a uma aprendizagem muito específica que tem como objetivo
fazer com que as crianças com surdocegueira usem todos os seus
sentidos, lesados ou remanescentes, de uma forma coordenada e
constante, que as levem a saber onde estão, por onde devem ir e como
reconhecer os vários locais.
Uma avaliação adequada, seguida de um programa amplo de
intervenção, conduz para a melhora do uso dos sentidos
remanescentes sensoriais por parte da criança e a facilitação das
habilidades de comunicação e mobilidade relatados por Freeman (1991)
e Mclnnes y Treffrey (1997).
Nos casos em que não se pode depender da visão nem da audição,
as mãos assumem em grande parte as tarefas de ganhar uma habili-
dade exploratória, ajudando a assumir um sentido firme de permanencia
de objetos e portanto uma motivação para a mobilidade, permitindo
construir uma imagem fisica e um sentido de identidade própria no
mundo, adquirindo a habilidade de expressar sentimentos e idéias -
tudo isso sem o auxílio que oferecem a visão e a audição.
É absolutamente crucial que o desenvolvimento tenha lugar, porque
para uma criança com limitações ou ausência da audição e da visão,
suas mãos serão a primeira conexão com o mundo. Sem a educação
das mãos (ou sem o uso compensatório de outras vias de informação,
nos casos em que o uso das mãos é impossível), não haverá
diferenciação entre o eu e o mundo, nem aquisição de linguagem, nem
desenvolvimento cognitivo, quando muito, desenvolvimento das idéias
mais elementares, segundo Miles (1998).
Além de aprender a usar convenientemente o olfato, o tato e os
outros sentidos remanescentes a criança com surdocegueira também
precisa aprender a criar pontos de referências que as ajudem a
identificar determinados locais. Assim, um sinal de trânsito, um declive,
mudança de piso, saliência em uma parede, serão pistas fundamentais
para que criança surdocega identifique um determinado local.
Ainda em relação as pistas, vale ressaltar que estas são
desenvolvidas com o uso de todos os sentidos. Assim, o olfato advindo
das atividades diárias, como o cheiro de doces, café, por exemplo, pode
ajudar a identificar uma confeitaria. O significado dessas ações precisa
ser informado por meio dos meios de comunicação expressiva e
receptiva específicas de cada criança.
Quanto à aprendizagem, outro fator vem se sobrepor: a segurança.
As crianças precisam para aprender técnicas que permitem alguma
segurança na mobilidade para prevenir incômodos ou até mesmo
acidentes.
Essa prática pode vir, também, com o auxílio de uma pré-bengala que
ajudará a criança a se locomover com mais independência. Esse auxílio
será muito mais útil se forem utilizados brinquedos na atividade de
locomoção, para que aconteça ludicamente.
É de responsabilidade do instrutor de orientação e mobilidade
desenvolver e realizar uma avaliação para determinar a natureza e
extensão da necessidade de tais serviços para cada criança em
particular. A análise consiste em determinar o nível de funcionamento, a
área de destreza sensorial, desenvolvimento de conceitos,
desenvolvimento motor, consciência do meio, da comunidade e
destrezas formais tanto de orientação quanto de mobilidade.
Outros profissionais como o professor, o terapeuta ocupacional e o
fisioterapeuta são necessários e precisam estar envolvidos no processo
de avaliação de orientação e mobilidade. Todos os membros da equipe
onde se incluem os pais estão em condições de desenvolver metas a
curto e longo prazos e fixar os limites de tempo razoáveis para alcançá-
las. Seja qual for o profissional que coloque em prática o plano
educativo, este enfoque assegura que a orientação e mobilidade
estejam integradas em cada área curricular Hill et al. (1984).
Um dos pontos fundamentais na intervenção de orientação e
mobilidade é compreender que esta não está separada dos aspectos
comunicativos. A transmissão de conhecimentos e conceitos pela
experiência prática por meio das informações advindas de todos os
sentidos, lesados e remanescentes, é naturalmente desenvolvida nas
atividades cotidianas de orientação e mobilidade.
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