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7 Revista da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Geografia (Anpege). p.7-25, V.10, n.14, jul-dez.2014. BALANÇO E PERSPECTIVAS DA PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA NO BRASIL – CONSIDERAÇÕES SOBRE A AVALIAÇÃO TRIENAL DE 2010/2012 Balance and perspectives in geography postgraduation in Brazil - consideration of the triennial assessment 2010/2012 Balance y perspectivas del posgrado en geografía en Brasil - consideraciones con respecto a la evaluación trienal 2010/2012 João Lima Sant’Anna Neto Professor Titular do Departamento de Geografia da UNESP/Presidente Prudente. Coordenador da Área de Geografia na Capes (2011-2014) e Coordenador Adjunto (2008-2011). E.mail: [email protected] Márcio Piñon de Oliveira Professor Doutor do Departamento de Geografia da Universidade Federal Fluminense. Coordenador Adjunto da Área de Geografia (2011-2014). E.mail: [email protected] “As coisas mudam no devagar depressa dos tempos”. Guimarães Rosa RESUMO Este artigo apresenta um balanço da pós-graduação em Geografia no Brasil, por meio de um resgate histórico da institucionalização da CAPES, como órgão responsável pelo estabelecimento de política pública de gestão e financiamento do sistema nacional de pós-graduação. Considerando este marco legal, o objetivo deste texto é o de demonstrar e discutir os critérios envolvidos no processo de avaliação, no contexto dos avanços que permitiram à área de Geografia implementar uma série de inovações no sentido de se construir uma avaliação pautada em aspectos qualitativos e adequados para a cultura acadêmica das ciências humanas. Utilizando-se do banco de dados da Capes (Geocapes) e dos relatórios trienais da avaliação de 2010/2012, apresentam-se e discutem-se os quesitos e itens constantes do processo de avaliação, a partir do qual, apontam-se os avanços alcançados, as limitações que ainda se impõem e os problemas a serem enfrentados. Conclui-se que a área de Geografia avançou quantitativamente e distribuiu-se pelo território brasileiro, permitindo a descentralização da formação de mestres e doutores. Por outro lado, o principal desafio a ser enfrentado é o de continuar se qualificando até atingir um nível de maturidade acadêmica que possibilite alcançar um estágio de excelência. PALAVRAS CHAVE: avaliação, pós-graduação em geografia, perspectivas da geografia, Capes DOI 10.5418/RA2014.1014.0001

BALANÇO E PERSPECTIVAS DA PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA NO BRASIL – CONSIDERAÇÕES SOBRE A AVALIAÇÃO TRIENAL DE 2010/2012

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BALANÇO E PERSPECTIVAS DA PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA NO BRASIL – CONSIDERAÇÕES SOBRE A AVALIAÇÃO TRIENAL DE 2010/2012

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  • 7Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-25, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    BALANO E PERSPECTIVAS DA PS-GRADUAO EM GEOGRAFIA NO BRASIL CONSIDERAES SOBRE A

    AVALIAO TRIENAL DE 2010/2012

    Balance and perspectives in geography postgraduation in Brazil - consideration of the triennial assessment 2010/2012

    Balance y perspectivas del posgrado en geografa en Brasil - consideraciones con respecto a la evaluacin trienal 2010/2012

    Joo Lima SantAnna NetoProfessor Titular do Departamento de Geogra a da UNESP/Presidente Prudente. Coordenador da rea de Geogra a na Capes (2011-2014) e Coordenador Adjunto (2008-2011). E.mail: [email protected]

    Mrcio Pion de OliveiraProfessor Doutor do Departamento de Geogra a da Universidade Federal Fluminense. Coordenador Adjunto da rea de Geogra a (2011-2014). E.mail: [email protected]

    As coisas mudam no devagar depressa dos tempos.Guimares Rosa

    RESUMOEste artigo apresenta um balano da ps-graduao em Geogra a no Brasil, por meio de um resgate histrico da institucionalizao da CAPES, como rgo responsvel pelo estabelecimento de poltica pblica de gesto e nanciamento do sistema nacional de ps-graduao. Considerando este marco legal, o objetivo deste texto o de demonstrar e discutir os critrios envolvidos no processo de avaliao, no contexto dos avanos que permitiram rea de Geogra a implementar uma srie de inovaes no sentido de se construir uma avaliao pautada em aspectos qualitativos e adequados para a cultura acadmica das cincias humanas. Utilizando-se do banco de dados da Capes (Geocapes) e dos relatrios trienais da avaliao de 2010/2012, apresentam-se e discutem-se os quesitos e itens constantes do processo de avaliao, a partir do qual, apontam-se os avanos alcanados, as limitaes que ainda se impem e os problemas a serem enfrentados. Conclui-se que a rea de Geogra a avanou quantitativamente e distribuiu-se pelo territrio brasileiro, permitindo a descentralizao da formao de mestres e doutores. Por outro lado, o principal desa o a ser enfrentado o de continuar se quali cando at atingir um nvel de maturidade acadmica que possibilite alcanar um estgio de excelncia.PALAVRAS CHAVE: avaliao, ps-graduao em geogra a, perspectivas da geogra a, Capes

    DOI 10.5418/RA2014.1014.0001

  • 8Balano e perspecti vas da ps-graduao em Geogra a no Brasil

    consideraes sobre a avaliao trienal de 2010/2012

    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    ABSTRACT is article presents a graduate balance of Brazilian Geography, through a historical review of CAPES institutionalization, as the responsible for public policy establishment of management and nancing national postgraduate system. Considering this legal framework, the aim of this paper is to demonstrate and discuss the criteria involved in the evaluation process, in the context of the advances that have enabled the eld of Geography implement a number of innovations in order to build an assessment guided by qualitative aspects and suitable for the academic culture of the humanities. Using the database of the Capes (Geocapes) and evaluation of triennial reports of 2010/2012, we present and discuss the results and questions contained in the evaluation process items, from which, it was pointed out advances achieved, the limitations that still impose and the problems to be faced. It follows that the eld of Geography quantitatively advanced and distributed by the Brazilian territory, allowing the decentralization of training masters and doctors. On the other hand, the main challenge to be faced is to continue to qualify to a level of academic maturity that allows reach a stage of excellence.KEYWORDS: evaluation, graduate in geography, geography perspective, Capes

    RESUMENEn este artculo se presenta un balance del posgrado en Geografa en Brasil, a travs de una revisin histrica de la institucionalizacin de la CAPES, como el rgano encargado de establecer la poltica pblica de la gestin y la nanciacin del sistema nacional de posgrado. Teniendo en cuenta este marco legal, el objetivo de este trabajo es demostrar y discutir los criterios que intervienen en el proceso de evaluacin, en el contexto de los avances que han permitido que el campo de la Geografa introducir una serie de innovaciones con el n de construir una evaluacin guiada por aspectos cualitativos y adecuados para la cultura acadmica de las humanidades. Utilizando la base de datos de la CAPES (Geocapes) y la evaluacin de los informes trienales de 2010/2012, se presentan y discuten los resultados y las preguntas contenidas en los criterios del proceso de evaluacin, a partir del cual, se seal los avances logrados, las limitaciones que todava se imponen y los problemas que hay que afrontar. De ello se desprende que el campo de la geografa cuantitativamente avanz y se distribuye por el territorio nacional, lo que permite la descentralizacin de la formacin de maestros y doctores. Por otra parte, el principal desafo a enfrentar es seguir para cali car a un nivel de madurez acadmica que permite llegar a una etapa de excelencia.PALABRAS CLAVE: evaluacin, postgrado en geografa, perspectiva geografa, CAPES

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    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    APRESENTAO

    Uma das grandes di culdades de qualquer atividade de coordenao e de gesto no mundo acadmico a de compatibilizar as demandas e anseios da comunidade na qual se insere, com as polticas estabelecidas em esferas hierarquicamente superiores.

    A Capes, por determinao constitucional o rgo responsvel pela poltica nacio-nal de ps-graduao, por sua gesto e nanciamento. O governo federal, por meio do Ministrio da Educao tem estabelecido uma poltica de expanso do sistema nacional, aumentando o oramento do rgo, desde 2002 e mais signi cativamente desde 2008, de forma a garantir esta expanso.

    O presente artigo se dispe traar os contornos do quadro atual da Ps-Gradua-o, no mbito da Geogra a, com base no resultado da avaliao trienal 2010/2012 e seus principais indicadores.

    Depois de muito nos debatermos contra e diante do sistema de avaliao da CAPES, quer por falta de cultura, ausncia de informaes mais precisas ou mesmo por pura e sim-ples rebeldia a tudo que vem de fora, nos tira da posio de conforto e alude a alguma for-ma de controle, parece que a comunidade geogr ca toma conscincia da sua importn-cia e participao nesse processo como forma de organizao e fortalecimento coletivo e institucional dos seus programas.

    No cmputo geral, temos utilizado a avaliao, com todas as crticas e imperfeies que ainda lhe so passveis, para o crescimento e aperfeioamento da rea de geogra a, da sua produo intelectual, cooperao internacional e democratizao da formao e da pesquisa, com a expanso e surgimento de programas em regies e centros longnquos, at ento, despovoados de programas ou inteiramente fora de contexto. Conseguimos alcan-ar na dcada de 2000 a presena de programas em todas as regies do Brasil e no ltimo trinio (2010/2012) tivemos o aumento de programas no interior do pas, com o surgi-mento, inclusive, dos primeiros programas no interior do Nordeste, a saber, na UVA, em Sobral, no estado do Cear e na UEFS, em Feira de Santana, na Bahia1.

    1 O Mestrado Acadmico em Geogra a da UVA Universidade Estadual Vale do Acara (CE) teve a sua criao aprovada pela CAPES em maro de 2012 e o Programa de Ps-Graduao em Planejamento Territorial - Mestrado Profissional da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS/BA), em 2013.

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    consideraes sobre a avaliao trienal de 2010/2012

    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    CONTORNOS INICIAIS

    Na origem, o germe da Ps-Graduao em Geogra a tem quase o tempo da nossa ge-ogra a o cial do IBGE (1937)2 e da primeira diviso regional do Brasil e do planejamento institucional (1942)3. Foi ainda no incio da dcada de 1930 que, por iniciativa de Francis-co Campos, na poca Ministro da Educao e Sade Pblica, foi instituda no Brasil a in-vestigao cient ca em quaisquer domnios dos conhecimentos humanos como nali-dade do ensino universitrio, atravs do decreto n 19.851, de abril de 19314.

    Segundo Cury (2005), esse decreto institucionaliza tambm cursos de aperfeioamento e de especializao como forma de aprofundamento de conhecimentos pro ssionais e cient- cos, assim como estabelece, no seu art. 32, que nos institutos universitrios ser atendido h um tempo o duplo objetivo de ministrar o ensino e ciente dos conhecimentos humanos adquiridos e de estimular o esprito de investigao original, indispensvel ao progresso das cincias. O ttulo de doutor, expresso no art. 90, devia se apoiar em uma tese, do que resul-taria tanto a expedio de um diploma quanto assinalao de uma dignidade honor ca.

    Assim, o decreto n 19.851 conferira as universidades nascentes o duplo atributo de lugares realizadores de pesquisas e, ao mesmo tempo, de lugares formadores de pesquisa-dores e doutores em cincias. Nesse sentido, estaria a a certido de nascimento da nossa ps-graduao, uma vez que o decreto cola, desde a origem da institucionalizao do en-sino superior, a investigao cient ca, a saber, a pesquisa, nos seus diferentes domnios, com a nalidade de ensino dos institutos universitrios.

    O surgimento da CAPES (Coordenao de Aperfeioamento do Pessoal de Nvel Su-perior) em 1951, pelas mos de Ansio Teixeira, seu primeiro presidente, viria dar cor-po a essa poltica de estado, institucionalizando e organizando a pesquisa no interior das universidades e demais instituies de ensino superior5. Contudo, a consolidao do re-gulamento da ps-graduao s viria na dcada seguinte com o Parecer Conselho Federal de Educao n 977/65, concedendo a CAPES novas atribuies e meios oramentrios6. 2 A criao do IBGE em 1937 incorporou o Instituto Nacional de Estatstica (INE), criado em 1934 e que iniciou suas atividades

    em 29 de maio de 1936, e o Conselho Brasileiro de Geogra a, de 1936. IANNI, Octavio. Estado e Planejamento Econmico no Brasil (1930-1970). Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira (3 ed.). 1979. p. 23.

    3 A primeira diviso regional o cial do Brasil foi realizada pelo IBGE no nal da dcada de 1930, e se institucionalizou a partir da Circular No. 1 de 31 de janeiro de 1942 da Secretaria da Presidncia da Repblica. O principal articulador e terico da diviso foi Fabio Macedo Soares Guimares, ento Chefe da Diviso de Geogra a do Conselho Nacional de Geogra a do IBGE.Desde o nal da dcada de 1930 o IBGE atravs da ao do Conselho Nacional de Geogra a vinha promovendo debates internos e tentativas de in uenciar as decises federais relativas organizao do territrio brasileiro em novos moldes (Magnano, 1995). Segundo Manuel Correia de Andrade (1977, p. 9), nesta poca o IBGE seria o grande centro de estudos geogr cos no Brasil. (CONTEL, Fbio B. As Divises Regionais do IBGE no sculo XX (1942, 1970 e 1990). Terra Brasilis. Nova Srie, n. 3, 2014)

    4 Cf. Cury, 2005, p.85 Cf. Silva, J.B. e Oliveira, M.P., 20096 Cf. Cury, 2005, p.11

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    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    Muito embora a legislao j concedesse ttulo de doutor e livre docncia a pesquisa-dores emritos que submetiam seus trabalhos publicamente a uma defesa de tese, os cur-sos de mestrado e doutorado nas universidades brasileiras s se desenvolveriam, a par-tir da polmica Reforma Universitria de 1968, em pleno regime militar que, contradito-riamente, daria nfase a ps-graduao. O nascimento dos cursos de ps-graduao na Universidade de So Paulo (USP), a partir de 1969, um exemplo desse contexto7. A Ge-ogra a teve os seus primeiros cursos estimulados exatamente por essa conjuntura. As-sim, a primeira ps-graduao em Geogra a foi a da USP, ciada em 1971 e dividida em dois programas: Geogra a Fsica e Geogra a Humana, ambos com cursos de mestrado e doutorado. Nessa mesma dcada seriam criados ainda os Programas de Ps-Graduao da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em 1976, e o da Universidade Estadual Paulista (UNESP/RC), em Rio Claro, no ano de 1977; ambos com o Curso de Mestrado8.

    da dcada de 1970 tambm o surgimento das primeiras Associaes Cient cas de Ps-Graduao voltadas para os interesses espec cos de suas respectivas reas. Dentre elas, encontram-se a pioneira ANPEC (Economia), a ANPOCS (Poltica e Cincias So-ciais), ANPAD (Administrao)9. A ANPEGE (Geogra a) nasceria somente duas dcadas depois, em 1994, com a expanso dos cursos na rea. Inicialmente o debate sobre a pro-duo da pesquisa e a ps-graduao na Geogra a convergiu para a Associao de Ge-grafos Brasileiros (AGB), que desempenharia o importante papel de espao de intercm-bio acadmico independente dos quadros institucionais, encaminhando suas opinies e posicionamentos de modo crtico ante as polticas governamentais espec cas para rea e repercusso para o contexto mais geral que se inserem.

    Se a dcada de 1970 foi a da forte institucionalizao da CAPES e a rmao do seu papel como rgo de estmulo formao em nvel superior, a dcada de 1980 foi a do es-tabelecimento de instrumentos que fortaleceram e consolidaram a ao da CAPES como rgo reitor da ps-graduao no Brasil. O decreto n 86.816, de 05/01/1982, ampliou as funes da CAPES concedendo a ela mais autonomia e poderes no tocante elaborao e

    7 Os cursos de ps-graduao na USP, no formato que existem hoje, iniciaram-se em 1969, quando o MEC promoveu a criao o cial dos cursos de ps-graduao no Brasil. Entretanto, a formao de doutores pela Universidade de So Paulo anterior iniciativa do governo federal. A primeira tese de doutorado em Geogra a foi defendida em 1944. Os primeiros doutores foram os professores Ary Frana (1944) e Maria da Conceio Vicente de Carvalho (1945).In: http://www.geogra a. ch.usp.br/posgraduacao, acesso em 31/03/2015.

    8 De acordo com Barros (1998, p.133), os fatores que contriburam para o fenmeno expansionista da ps-graduao, a partir de meados da dcada de 1970, foram: a exigncia de titulao ps-graduada para a progresso na carreira do magistrio superior; a necessidade de formao de pesquisadores para a cincia nacional (em especial para os grandes projetos de desenvolvimento do pas); prestgio dos cursos de mestrado e doutorado para as universidades (status e recursos nanceiros); presso dos novos mestres e doutores que, em suas instituies de origem, desejam fomentar um ambiente favorvel s atividades docentes e de pesquisa; o prprio I PNPG (Plano Nacional de Desenvolvimento da Ps-Graduao), ao xar metas para a titulao de novos mestres e doutores. In: Silva, J.B. e Oliveira, M.P. (2009).

    9 Cf. Crdovaet alii, 1986, p. 53

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    consideraes sobre a avaliao trienal de 2010/2012

    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    ao estabelecimento da poltica de ps-graduao, bem como coordenao, ao acompa-nhamento e avaliao dos programas em nvel nacional. Sua estrutura bsica mantida, desde essa poca, at os dias atuais, na qual a avaliao se constitui em sua espinha dorsal, compondo um de seus setores denominado Diretoria de Avaliao10.

    Na dcada de 1980, sugiram no mbito da Geogra a mais quatro Programas de Ps-Gradu-ao com o Curso de Mestrado, foram eles: Universidade Estadual de Campinas UNI-CAMP (1983); Universidade Federal de Santa Catarina UFSC (1985); Universidade Fe-deral de Sergipe UFSE (1985); Universidade Federal de Minas Gerais UFMG (1988); Universidade Estadual Paulista Campus Presidente Prudente UNESP/PP (1988); e um Programa apenas com o Curso de Doutorado, o segundo no pas depois da USP (1971), que foi a Universidade Estadual Paulista Rio Claro UNESP/RC (1983).No nal dos anos 1980, tnhamos na rea de Geogra a no pas 9 Cursos de Mestrado e 3 de Doutorado, tendo dobrado o nmero de cursos da dcada anterior, com uma visvel concentrao geogr ca na Regio Sudeste. Apenas os Programas de Ps-Graduao em Geogra a da UFPE, da UFSE e da UFSC se situavam em outras regies fora do Sudeste. (Silva, J.B. e Oliveira, M.P., 2009)

    Comparado com os anos de 1980, a dcada de 1990 foi marcada pela busca de um aperfeioamento do sistema de avaliao e acompanhamento, sobretudo a partir de 1995, com maior centralizao da CAPES e coordenao das diversas instncias da ps-gradu-ao. Dentre as aes/medidas adotadas encontram-se o estabelecimento de parmetros nacionais, comuns a todos os programas de todas as reas, o sistema qualis e a classi ca-o por meio de conceitos. Essas aes culminam com a implantao, a partir de 1998, do sistema de avaliao trienal.

    De acordo com Silva e Oliveira (2009):

    Esse aperfeioamento do sistema de avaliao acabou por gerar, necessariamente, pela for-ma como se realizou, uma acentuada competio entre os programas de ps-graduao, na qual o dado quantitativo tende a se sobrepor ao qualitativo, e tensionar, em muitos nveis e graus, as relaes: entre os diferentes programas de uma mesma rea; entre estes e a CA-PES; entre os colegas e pesquisadores dos diferentes programas; e, nalmente, entre as dife-rentes reas do conhecimento entre si, num jogo, mais poltico do que acadmico, por po-sies, colocando o debate sobre o produtivismo na ordem do dia.

    Tudo isto na verdade est antenado com o modelo norte americano de avaliao que estabelece mrito a quem mais produz e fortemente marcado pela utilizao da mensu-rao na avaliao, incorrendo na tentativa de racionalizao e padronizao do ensino11.

    10 Cf. Silva, J.B. e Oliveira, M.P., 2009. Dentre alguns pontos a destacar, o Decreto 86.816 estabelece como funes da CAPES: I- acom-panhar e avaliar os cursos de ps-graduao e a interao entre ensino e pesquisa; II- elaborar o Plano Nacional de Ps-Graduao bem como acompanhar e coordenar a sua execuo; VIII- manter intercmbio e contato com outros rgos da administrao pblica ou com entidades privadas, inclusive internacionais e estrangeiras, visando celebrao de convnios, acordos,contratos e ajustes relativos ps-graduao e aperfeioamento de pessoal de nvel superior (...) (Apud Cury, 2005, p. 10).

    11 Cf. Souza, S. Z. L. Diferentes Vises sobre a educao. Educao Pblica.Avaliao Formativa: Revendo decises e aes educa-cionais.http://www.educacaopublica.rj.gov.br/o cinas/ed_ciencias/avaliacao/avaliacao_historia02.html, acesso em 21/04/2015.

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    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    Chegamos aos anos 2000 com o grande desa o em lidar com a competio entre os programas e enfrentar o dilema da produtivismo no interior de cada rea do conhecimen-to, sob pena de vermos corroer a qualidade acadmica e a seriedade cient ca.

    Na contraposio do chamado produtivismo, encontra-se uma grande maioria de docentes/pesquisadores que tem buscado se quali car cada vez mais e ampliar meritria e qualitativamente a sua produo cient ca. Tal fato tem se evidenciado na ampliao do nmero de peridicos na rea de geogra a, bem como na busca da melhoria de suas qua-lidades na ltima dcada.

    A PS-GRADUAO NO BRASIL EVOLUO RECENTEOs nmeros da ps-graduao brasileira ainda so n mos. Enquanto pases como a

    Sua, a Alemanha ou o Reino Unido apresentam mais de 300 doutores titulados por mi-lho de habitantes por ano, no Brasil, no chega a 60.Do total da populao brasileira (cen-so de 2010), 50,24% no tem instruo ou tem apenas o ensino fundamental incomple-to. Outros 7,9% da populao temo ensino superior completo.Do total de brasileiros, so-mente 0,32% so mestres e 0,12% so doutores (ou seja, menos de 5% dos que tem curso superior prosseguiram na ps-graduao).

    Se admitirmos que para o desenvolvimento social, econmico e tecnolgico, uma na-o precisa ter uma populao com instruo e com adequados nveis de quali cao pro- ssional, estes nmeros so alarmantes.

    Assim, por mais que os recursos alocados tenham crescido mais do que o triplo do que os outros investimentos federais e, o pessoal titulado tenha quintuplicado no sistema nacional de ps-graduao, no perodo entre 1998 e 2012, sabemos que ainda pouco e que muito h no que avanar.

    Mas, importante lembrar que,se o oramento para nanciar o sistema depende de poltica governamental, o centro de deciso sobre como e quanto crescer e, mais ainda, sobre os critrios de qualidade que balizam esta poltica, o Conselho Tcnico Cient co da Capes (CTC), formado pelos coordenadores das 48 reas de avaliao (entre elas, a da Geogra a) e pelos representantes doFrum dos Pr-Reitores de Pesquisa e Ps-gradua-o e da Associao Nacional de Estudantes de Ps-graduao.

    Se a Capes que estabelece a poltica nacional, o CTC que de ne a avaliao. Pou-cas so as reas nas quais os coordenadores se colocam como sujeitos polticos e media-dores entre as demandas de suas comunidades e as aes polticas do governo federal, do MEC e da Capes. A nal, os coordenadores so escolhidos por suas respectivas comunida-

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    consideraes sobre a avaliao trienal de 2010/2012

    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    des, por meio de votao, num universo constitudo por todos os programas de ps-gra-duao. Assim, a nosso ver, o problema maior o da representao.

    Muitos foram os avanos, desde 1998, quando o sistema nacional de ps-graduao no Brasil, atravs da Capes, estabelece uma nova poltica de gesto, acompanhamento e nanciamento, at 2012, quando se completa o quinto trinio de avaliao, a despeito das crticas que se possam tecer sobre o sistema.

    A falta de pessoal quali cado e as assimetrias regionais existentes no territrio bra-sileiro exigiram, naquela ocasio, uma tomada de deciso do governo federal, no sentido de promover um crescimento no nmero de programas, na titulao de mestres e douto-res e numa poltica de nanciamento que privilegiasse a qualidade.

    Nos 15 anos que se seguiram, mais lentamente no Governo FHC (1998/2002) e mais rapidamente nos Governos Lula (2002/2010) e Dilma (2010 at o presente), o aumento dos investimentos em bolsas de estudo e de recursos para o funcionamento dos progra-mas e cursos de ps-graduao foi signi cativo, acima de qualquer outro investimento no plano educacional (ainda que se avalie que o ensino bsico seja prioritrio).

    De 2002 at 2007, o investimento da Capes com bolsas de estudos, girava em torno dos R$ 500 milhes. Em 2008 veri cou-se o primeiro grande salto, quando os recursos su-biram para cerca de R$ 800 milhes, signi cando aumento do valor e do nmero de bol-sas. Em 2010, o oramento para pagamento de bolsas praticamente dobrou, chegando a quase R$ 1,5 bilho. Em 2012, observou-se novamente um aumento bastante signi cati-vo, quando o investimento em bolsas ultrapassou os R$ 2,1 bilho( gura 1).

    O nmero de cursos e programas de ps-graduao tambm teve aumento extraor-dinrio. Entre 1998 e 2012, mais do que dobrou, passando de 2.049 para pouco mais de 5.000. O aumento mais signi cativo foi o de mestrados pro ssionais, nova modalidade de formao de recursos humanos em nvel stricto sensu ( gura 2).Neste perodo de uma d-cada e meia, enquanto o nmero de cursos e programas dobrou, o nanciamento da Ca-pes em bolsas de estudo quintuplicou.

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    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    Fig.1. Investimento da Capes em bolsas de estudos no Brasil (em milhes de reais).

    Fonte: Geocapes, 2013.

    Fig.2. Nmero de programas de ps-graduao no Brasil (todas as reas).

    Fonte: Geocapes, 2013.

    A rea de Geogra a, assim como a maioria das reas de avaliao da Capes, apresen-tou rpida expanso tanto do nmero de cursos de mestrado e doutorado, quanto da in-teriorizao dos mesmos no territrio brasileiro. Em 1971, havia apenas 2 programas no Pas; em 2014, h 56 cursos de mestrado 2 dos quais, so mestrados pro ssionais e 29 cur-sos de doutorado, como se observa na Figura 3.

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    consideraes sobre a avaliao trienal de 2010/2012

    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    Fig. 3. Nmero de programas de ps-graduao em Geogra a no Brasil.

    Fonte Geocapes, 2014.

    Nas dcadas de 1970 at 1990, partir de So Paulo, os programas de ps-gradua-o expandiram-se, principalmente, pelo Brasil litorneo em estados das regies Sudeste, Nordeste e Sul. No incio do sculo XXI, veri cou-se uma signi cativa expanso dos pro-gramas para a Regio Centro Oeste e para o interior do pas. No nal da dcada foi avez da Regio Norte.

    Em 2014, apenas nos estados do Acre, Amap e Maranho no existiam programas de ps-graduao em Geogra a ( gura 4).Fig.4.Evoluo temporal e espacial dos programas de ps-graduao em Geogra a 1970/2014

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    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    Por trs dos dados apresentados nas guras 3 e 4, entretanto, ainda h um enorme desequilbrio regional. Em toda a regio Norte, no h nenhum programa de doutorado e, todos os 5 cursos, foram avaliados com nota inferior a 4. Na regio Centro Oeste, dos 9 cursos, 3 tambm oferecem o nvel de doutorado, mas apenas 1 tem o nvel de excelncia. Na regio Nordeste, dos 11 cursos, apenas 2 apresentam a nota 5, ainda que7 ofeream o nvel do doutorado. Na regio Sul, h 12 cursos, dos quais 7 oferecem o doutorado, mas somente 2 tem nota 5 e apenas 1 com nvel de excelncia.

    A grande concentrao de cursos com nota 5 ou superior, ocorre na regio Sudeste. Dos 14 programas nesta situao, 10 esto na regio (72% do total), onde tambm se lo-calizam todos os 4 programas de excelncia ( gura 5)

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    consideraes sobre a avaliao trienal de 2010/2012

    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    Fig.5. Distribuio dos programas de ps-graduao em Geogra a no Brasil, por regio geogr ca e por nota de avaliao nos ltimos 4trinios (2001/03, 2004/06, 2007/09 e 2010/12)

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    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    Um dos fatores que ajuda a explicar esta distribuio dos programas por regio e por nota de avaliao a prpria histria econmica e social do pas, em que a fachada atln-tica e, mais especi camente, os estados de So Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais tive-ram papel protagonista no desenvolvimento econmico. Assim, bastante associada anti-guidade de titulao dos doutores e criao dos departamentos de Geogra a e, posterior-mente, os programas de ps-graduao.

    Todos os programas criados antes de 2000 apresentam nota igual ou superior a 4 e, a grande maioria dos programas nota 3, tem menos de 10 anos de existncia. Ou seja, ainda no alcanaram maturidade intelectual, pois, em geral so formados por jovens doutores, mas que apresentam forte tendncia de melhoria da avaliao com o tempo.

    Assim, como o sistema nacional de ps-graduao cresceu fortemente na ltima d-cada, o nmero de programas nota 3 e 4 so amplamente majoritrios, porm, signi can-do mais a juventude do programa e dos docentes, do que necessariamente a qualidade in-telectual existente.

    Corpo DocenteNa ltima avaliao trienal (2010/2012) cerca de 920 docentes estavam credencia-

    dos nos programas de ps-graduao. Destes, cerca de 730 compunham o ncleo princi-pal, formado por docentes permanentes ( gura 6).

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    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    Fig.6. Evoluo do nmero de docentes credenciados nos programas de ps-graduao.

    Fonte Geocapes, 2013

    A rea de Geogra a apresenta um per l em que 63% dos docentes titularam-se em Geogra a, nos 16 programas com nvel de doutorado. Outros 28%, obtiveram seus dou-torados em outras reas do conhecimento e, 9% titularam-se no exterior, notadamente, na Frana, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha ( gura 7).Fig.7. Titulao dos docentes credenciados nos Programas de Geogra a

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    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    Considerando que at a dcada de 1970, realizar o doutorado em Geogra a no Bra-sil s era possvel na USP (Geogra a Fsica e Geogra a Humana), quase metade (46%) dos docentes que obtiveram seu ttulo de doutor em Geogra a no Brasil, o zeram nesta instituio. Na dcada de 1980 aprovado o programa de doutorado da UNESP (Rio Cla-ro) e no comeo da dcada seguinte, so aprovados os cursos de doutorado na UFRJ e na UNESP (Presidente Prudente).

    Somando os dois campus da UNESP (Rio Claro e Presidente Prudente), 26% dos do-centes obtiveram suas titulaes nos programas de Geogra a desta instituio. Soman-do-se os quase 8% da UFRJ, os cinco programas formaram quase 80% do total de docen-tes credenciados ( gura 8).Fig.8. IES de titulao dos docentes credenciados nos programas de ps-graduao em Geogra a.

    Com a instalao de outros 11 cursos de doutorado, entre 1999 e 2007 (UFSC, PUC/MG, UFF, UNICAMP, UFS, UFMG, UFU, UFPE, UFRGS, UFPR e UFG), inicia-se um processo de desconcentrao da formao de doutores pelo pas. Estes programas j fo-ram responsveis por cerca de 10% da titulao dos docentes que atuam em programas de ps-graduao.

    Alunos TituladosEm 1998, titulavam-se anualmente no Brasil, cerca de 12 mil mestres e 4 mil doutores

    em todas as reas do conhecimento. O que certamente indicavam nmeros muito modes-tos para um pas deste porte. Em 2012, titularam-se no Brasil cerca de 43 mil mestres e 14

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    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    mil doutores. Trata-se, sem dvida, de um enorme crescimento, mas, que no nos tirade uma situao de desconforto pela precariedade da proporo de pessoal titulado com re-lao aos demais grupos da populao brasileira.

    Estudos recentes do CGEE (Coordenao Geral de Assuntos Estratgicos) demons-traram que a renda mdia de um trabalhador de nvel fundamental ou mdio (sem curso superior) foi de cerca de R$ 1.300,00, em 2010. Com um diploma de nvel superior, esta renda sobe 219%, ou seja, passa para R$ 4.100,00.

    Aqueles que possuem o ttulo de doutor recebem, em mdia, cerca de R$ 7.500,00, ou 85% de aumento da renda mdia mensal ( gura 9).

    Estes dados demonstram o bnus educacional do capital humano que a ps-gradu-ao proporciona. Observa-se que os doutores que se titularam na grande rea das cin-cias Humanas, onde se encontra a Geogra a, receberam salrios mdios de cerca de R$ 7.600,00 mensais. importante observar que nas cincias humanas, a maior parte dos alu-nos de mestrado e de doutoradoproveniente das escolas pblicas e de famlias de mais baixa renda. Assim, estes dados tambm indicam uma grande ascenso social e econmi-ca, que podem ser consideradas como uma enorme incluso social, por meio da educao.

    No caso dos mestres e doutores na Geogra a, o aumento da titulao foi ligeiramen-te maior do que a mdia nacional. Em 1998, formaram-se 120 mestres e 47 doutores. Em 2012, titularam-se 674 mestres e 258 doutores. Em ambos os casos, aumentou mais de 5 vezes o nmero de diplomados ( guras10 a e b).

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    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    Fig.10a. Nmero de alunos matriculados e titulados no nvel de mestrado - 1998 a 2012.

    Fig.10b. Nmero de alunos matriculados e titulados no nvel de doutorado - 1998 a 2012.

    Neste mesmo perodo, o nmero de docentes permanentes credenciados nos pro-gramas de ps-graduao triplicou, passando de 330 para cerca de 760 docentes perma-nentes, o que resultou num aumento de trabalho de orientao docente, uma vez que em 1998 tnhamos cerca de 3,4 alunos matriculados por docente e, em 2012, esta proporo aumentou para mais de 4,3 alunos por docente. Nos 18 programas com doutorado con-solidado, a mdia de orientao sobe para 5,5 alunos por docente.

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    consideraes sobre a avaliao trienal de 2010/2012

    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    De certa forma, o rpido crescimento da rea de Geogra a, tanto no que se refere ao nmero de programas, o total de docentes credenciados e de alunos matriculados, re ete a vitalidade dos departamentos de Geogra a espalhados pelas IES, notadamente da esfe-ra pblica (federais e estaduais) e das PUCs, que se quali caram em termos da produo intelectual, para coordenarem programas de ps-graduao.

    A avaliao trienal de 2010/2012De forma contraditria, o princpio geral da avaliao que pretende medir a qualida-

    de dos programas de ps-graduao de nido pela Capes parte do pressuposto, que a ava-liao universal, e se pauta por critrios comuns a todas as reas do conhecimento. Con-traditria, pois, ao mesmo tempo que permite a instrumentalizao dos itens avaliativos, gera estranhamentos das diversas culturas acadmicas entre as cincias humanas e as ci-ncias fsicas e biolgicas.

    A natureza da produo do conhecimento pelos diversos campos do saber no se-melhante, assim como tambm diferem as temporalidades de sua durao e as formas de divulgao dos resultados de pesquisa ou de re exo terica.

    Estas distncias provocam incompreenses sobre os mtodos e as prticas, fazendo com que, como se sabe, os critrios de nidos pelas cincias fsicas e biolgicas se impo-nham para a avaliao das cincias humanas.

    Em geral, as chamadas cincias duras dialogam internacionalmente, ao tratarem de fenmenos e problemas universais, por meio de uma linguagem matemtica, que per-mite a validao dos resultados das pesquisas. Neste sentido, a produo de conhecimen-to exige o uso da lngua inglesa e, a publicao internacional em peridicos reconhecidos por meio de indexadores e fatores de impacto.

    Nas cincias humanas, o processo de re exo exige um discurso seletivo, pautado em opes tericas e na busca de referenciais que no necessariamente so de nidos pe-la mesma racionalidade das cincias duras. A natureza dos problemas estabelecidos pa-ra o desenvolvimento das pesquisas exige um dilogo, muitas vezes crtico e contradit-rio, em que mesmo permitindo um discurso universalizante, assume muitas vezes um ca-rter nacional/regional que o fundamenta e d o seu sentido.

    Em grande parte, a produo intelectual derivada desta forma de se produzir conhe-cimento, concretiza-se na forma de livros e coletneas.

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    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    despeito destes problemas que tendem a uniformizar a avaliao, inegvel o apri-moramento dos critrios adotados pelo CTC da Capes desde 2001. A cada trinio, os que-sitos e os itens so discutidos e os parmetros aperfeioados. partir de 2010, as reuni-es do CTC, por determinao da Diretoria de Avaliao da Capes, passou a ser realiza-da com a presena de todos os coordenadores de rea. Tal fato propiciou um debate mais democrtico sobre as especi cidades das diferentes reas do conhecimento, que resultou em exibilizao de itens e quesitos, de acordo com as demandas das reas.

    Neste contexto, a rea de Geogra a pode particularizar uma srie de importantes ins-trumentos de avaliao, que foram discutidos com os coordenadores dos programas em duas reunies em Braslia, no sentido de adequar as demandas da rea.

    Entre as principais modi caes realizadas, com o propsito de investir numa ava-liao mais qualitativa, introduzimos a avaliao dos cinco principais produtos intelectu-ais de cada docente, reclassi camos os peridicos acrescentando um critrio de avaliao pela comunidade, valorizamos e equilibramos a importncia da produo por meio de li-vros e captulos na divulgao dos resultados de pesquisa, diminumos o peso e a impor-tncia do tempo mdio de titulao das dissertaes e teses, inclumos um item para va-lorizar outras atividades realizadas pelos alunos, como complemento a sua formao di-ferenciada e mais plural e, minimizamos os itens quantitativos, em prol dos qualitativos.

    Critrios da avaliaoPassados 15 anos (5 perodos de avaliaes trienais), os princpios e os critrios ge-

    rais j esto su cientemente internalizados pela comunidade e pelos programas de ps--graduao. A rea de Geogra a sempre se posicionou de forma crtica e incisiva nos de-bates junto ao CTC/Capes, defendendo princpios qualitativos e resistindo tendncia de homogeneizao de critrios que so estranhos s prticas das cincias humanas.

    No trinio 2010/2012, estabeleceram-se canais de dilogo com a comunidade e, prin-cipalmente com os coordenadores dos programas no sentido de rediscutir os critrios, n-dices e propores dos itens de avaliao, com o objetivo de aperfeioa-lo, atendendo s de-mandas da rea. Esta tarefa uma luta constante, que envolve a sensibilidade em ouvir a co-munidade, interpretar as crticas, construir argumentos e defende-los junto ao CTC/Capes.

    Como resultado das reunies com os coordenadores e das mediaes junto Capes, de niu-se para a avaliao trienal, no que se refere mtrica da cha de avaliao, a pro-poro de 15% para o Corpo Docente, 35% para o Corpo Discente, 35% para a Produo Intelectual e 15% para a Insero Social, mantendo-se a mesma ponderao do trinio 2007/2009. Porm, com vrias modi caes da pontuao dos itens internos aos quesitos.

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    consideraes sobre a avaliao trienal de 2010/2012

    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    Os princpios norteadores da avaliao, com relao Proposta do Programa, consis-tem na apresentao de um projeto coerente, em que a rea de concentrao, as linhas de pesquisa, os projetos dos docentes, as disciplinas curriculares e as dissertaes e teses de-fendidas, constituam de forma articulada uma proposta acadmica consistente.

    Dois importantes itens deste quesito foram valorizados (ainda que muitos programas no atentem para a relevncia destes aspectos)e, se referem: a) ao plano de metas (planeja-mento das atividades), com vistas ao seu melhor desempenho; b) instrumentos de auto ava-liao, e de seminrios de avaliao, com a participao dos docentes e discentes do programa.

    consenso que todos os docentes do corpo permanente do programa sejam respon-sveis por projeto de pesquisa, por disciplina regular ministrada pelo menos 1 vez no tri-nio, orientem alunos e apresentem produo intelectual compatvel com o nvel do pro-grama. Valorizou-seatividades de intercmbio e realizao de estgios e ps-doutorado em IES nacionais e do exterior com elevada quali cao na rea de atuao do docente.

    Outra mudana empreendida neste trinio, com relao ao corpo, referiu-se a con-siderar as atividades acadmicas realizadas em outras Instituies de Ensino Superior - IES (Procad, estgios em laboratrios e intercmbio institucional) e instituies pblicas e privadas de reconhecida qualidade na rea, como forma de diversi cao da formao dos mestrandos e doutorandos. No caso de alunos de doutorado valorizou-se a realiza-o de estgios no exterior, em grupos consolidados de instituies relevantes. Conside-rou-se a realizao de estgio de docncia (mesmo para os alunos no bolsistas) e a par-ticipao em eventos cient cos.

    As principais modi caes da cha de avaliao deste trinio 2010/2012, entretan-to, referiram-se ao quesito Produo Intelectual, que tem sido alvo de muitas crticas da comunidade acadmica, por ainda mensurar mais as suas quantidades do que a qualida-de. Como uma tentativa de reverter este quadro e valorizar a produo de qualidade, nes-te trinio a produo intelectual foi avaliada de duas formas:

    a. A primeira, por meio dos mesmos critrios da Avaliao Trienal 2010, ou seja, os pro-dutos publicados pelo corpo docente permanente do programa, incluindo os Peri-dicos, Livros (e captulos), artigos em anais de eventos e produo tcnica, na pro-poro da mdia da rea (no trinio anterior, a proporo foi 85% para peridicos, li-vros e captulos; 10% para artigos em anais de eventos e 5% para a produo tcnica).

    b. A segunda, considerando a avaliao da produo quali cada indicada pelos docen-tes permanentes do programa, no total de 5 (cinco) produtosno trinio 2010/2012.

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    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    Destes, pelo menos 3 (trs) bibliogr cos (artigos em peridicos, livros e captulos de livros). Os outros 2 (dois), quaisquer produtos que atestem ou indiquem qualidade, relevncia e importncia para o Sistema Nacional de Ps-Graduao (SNPG) como:

    Artigo em anais de eventos cient cos de alto nvel;

    Produo tcnica de qualidade (relatrios, cartas, mapas, so wares, protocolos, patentes, documentos, etc.);

    Participao em comisses/equipes de trabalho de alto nvel, incluindo repre-sentao em entidades cient cas;

    Elaborao de material didtico de forte impacto;

    Prestao de servios a rgos pblicos e/ou privados de grande relevncia e impacto social, educacional, cultural, econmico;

    Participao como docente convidado em atividades de elevada distino (docente convidado em universidades e/ou outras instituies nacionais ou estrangeiras);

    Premiao de alto nvel; etc.

    Essa alterao nos princpios de avaliao da produo intelectual demonstra a preo-cupao da rea de Geogra a em indicar para a comunidade, a valorizao da qualidade do que se tem produzido e realizado de relevante, e no apenas da quantidade.

    Considera-se que no publicar sempre ruim, mas publicar muito, no necessaria-mente bom. Avaliou-se como adequado que os docentes permanentes pertencentes aos programas de ps-graduao, que orientam alunos, ministram disciplinas e que coorde-nam projetos de pesquisa, publiquem 1 (um) produto quali cado por ano ou 3 (trs) pro-dutos no trinio, conforme indicado pela mdia atual da rea. Desta forma, independente da quantidade de produtos publicados pelos docentes, o que realmente importa o impac-to desta produo no sistema de ps-graduao e na produo intelectual da rea para a sociedade. A somatria de produtos menores no pode suplantar a produo de qualidade.

    Entretanto, como esta mudana foi proposta no meio do trinio, considerou-se mais acertado e justo, propor um sistema hbrido, em que parte do que foi realizado no trinio passado se mantenha, incorporando as novidades.

    Com esta mtrica, rompeu-se com o princpio anterior que privilegiava a produo crescente que provocava uma necessidade de se produzir cada vez mais em cada trinio. Estabeleceu-se um padro considerado como adequado e sustentado pela mdia histri-

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    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    ca da rea, de 1 produto intelectual (peridico/livro/captulo), 3 artigos em anais de even-tos cient cos e, 6 produtos tcnicos (pareceres, palestras, apresentao de trabalho, etc.) por ano. Assim, estabelecemos a seguinte mtrica ( gura 11):Fig.11. Pontuao dos produtos intelectuais por classe qualitativa. (Obs: a pontuao se refere somatria dos trs tipos de produo, ponderada pelo peso de cada uma no perodo de 3 anos).

    MENOPERIDICO+LIVRO (85%) ANAIS (10%) PROD. TCNICA (5%) TOTAL

    Quant. Estrato Pontos Quant. Pontos Quant. Pontos

    MB 3 A1/B1L3/L4 210 9 90 18 90 180

    B 3 A1/B2L2/L4 150 6 60 12 60 135

    R 2 A1/B2L2/L4 100 4,5 45 9 45 90

    F 1 A1/B2L2/L4 50 3 30 6 30 45

    D

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    Do total de 1425 peridicos classi cados pela rea de Geogra a (Qualis 2012), ape-nas 21,8% apresentava algum tipo de indexao que permitisse a obteno de ndices de impacto e, mesmo assim, so basicamente os peridicos internacionais e das reas tem-ticas vinculadas s Geocincias e s Cincias Ambientais.

    Outra caracterstica refere-se ao fato de que a maioria dos peridicos listados no Qua-lis/Geogra a classi ca-se em outros ramos da cincia, ou seja, dos 1425 peridicos do Qua-lis/Geogra a, apenas 206 (14%) so efetivamente revistas da rea.

    Entendeu-se por revista da rea de Geogra a, todo e qualquer peridico cuja editoria ou grande parte do conselho editorial seja formada por pesquisadores de temas prprios da Geogra a e, que em sua maioria, os autores dos artigos publicados estejam vinculados rea.

    Pela natureza interdisciplinar e pela interlocuo da Geogra a com outras reas de conhecimento, a comunidade tem publicado em centenas de peridicos de outros ramos da cincia, alguns tradicionalmente mais a ns, como as Cincias Humanas (Histria, Filo-so a) as Cincias Sociais, as Geocincias. Mas, tambm temos publicado em peridicos de reas menos bvias, como na Qumica, Medicina, Literatura e Cincias Exatas (figura 12).Fig. 12. Distribuio dos peridicos do Qualis de Geogra a por rea de conhecimento.12

    12 Obs. As reas de conhecimento classi cadas neste gr co foram consideradas por critrios temticos. Ou seja, o que de ne um peridico ser de uma rea e no de outra o conjunto de temas prprios de cada rea de conhecimento. Assim, um peridico classi cado como sendo da rea de Histria um peridico que publica temas prprios da rea e, cuja maioria dos autores so pesquisadores da rea.

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    consideraes sobre a avaliao trienal de 2010/2012

    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    No que se refere classi cao dos peridicos (qualis) importante destacar que a Geogra a apresenta um conjunto de caractersticas, tpicas das cincias humanas e sociais, em que a grande maioria dos peridicos da rea no est indexada em bases internacio-nais. Isto signi ca que no temos a possibilidade de classi c-los por seu fator de impac-to, aos moldes das demais reas de conhecimento.

    Vrios desa os tiveram que ser enfrentados para esta tarefa, considerando as caracte-rsticas dos peridicos, a importncia que a comunidade atribui a estes veculos e, a qua-lidade de seu contedo.

    Primeiramente foram elaboradas duas listas de peridicos. A primeira, com os peri-dicos nacionais e estrangeiros classi cados como veculos de contedo geogr co. A se-gunda lista, com os demais, cujos contedos se referem predominantemente a outras re-as do conhecimento. Estes fatos demonstram uma importante caracterstica da Geogra- a, que se refere a uma produo intelectual pulverizada em enorme gama de peridicos.

    Assim, a rea classi cou os peridicos por meio de dois conjuntos de critrios:

    1. Os 1219 peridicos considerados como de outras reas (que no publicam majorita-riamente artigos de temas prprios da Geogra a), foram avaliados por meio dos con-ceitos atribudos pelas demais reas, observando o grau de interesse da Geogra a.

    A classi cao obedeceu os seguintes critrios de impacto:

    A1 - fator de impacto acima de 1,5 (JCR);

    A2 - fator de impacto de 0,5 a 1,49;

    B1 fator de impacto de 0,01 a 0,49;

    B2 a B5 utilizao dos Qualis de cada rea do conhecimento para avaliar os peridicos relacionados s suas temticas.

    2. Os 206 peridicos considerados como pertencentes rea de Geogra a foram avalia-dos considerando 3 critrios: fator de impacto; cha de avaliao; e, consulta de ava-liao pela comunidade:

    2.a. ndice H fator de impacto do peridico, em que se calcula a quantidade de citaes de artigos, por unidade de tempo. Foi calculado o IH considerando o perodo de 2003 a 2012 (10 anos). Os valores variaram entre 0 e 15.

    Foi considerado, tambm o ndice G fator de concentrao de artigos de impac-to num peridico, em que se calcula a quantidade de artigos mais citados, por unidade

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    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    de tempo. Os valores variaram entre 0 e 28. Citaes nmero total de citaes de arti-gos por peridico. Os valores variaram entre 0 e 970. Estes indicadores foram obtidos por meio do POP13 e Google Acadmico ( gura 13).Fig.13. Mtrica para clculo do ndice h.

    ndice H ndice G Citaes

    A1 12 a 15 A1 mais de 20 A1 mais de 500

    A2 8 a 11 A2 11 a 20 A2 201 a 500

    B1 4 a 7 B1 5 a 10 B1 71 a 200

    B2 3 B2 3 a 4 B2 16 a 70

    B3 2 B3 2 B3 8 a 15

    B4 1 B4 1 B4 1 a 7

    B5 0 B5 0 B5 0

    2.b. Ficha de Avaliao14 - A cha de avaliao do peridico consiste na veri cao de 5 quesitos considerados fundamentais, de acordo com a discusso realizada h 4 trinios (com pequenas modi caes), pelas reas das humanidades. Os quesitos so:

    Normalizao 14 pontos

    Publicao 13 pontos

    Circulao (indexadores) 10 pontos

    Autoria e Contedo 42 pontos

    Gesto Editorial 21 pontos

    2.c. Consulta comunidade - A consulta comunidade foi realizada por meio de uma cha contendo 3 itens de avaliao, por meio de so ware elaborado especi- camente para esta nalidade, contendo: 1) Grau de conhecimento do peridico (incluindo o status - editor, membro do conselho editorial, parecerista ou leitor.); 2) Contribuio cient ca do peridico para a produo do conhecimento na ps--graduao; 3) Nvel de seletividade exigida para publicar no peridico (Figura 14).

    13 POP um so ware gratuito que contabiliza a produo intelectual e todas as citaes efetuadas em dado perodo de tempo. Para maiores informaes consulte www.harzing.com.

    14 A cha de avaliao dos peridicos est disponvel em: www.capes.gov.br/component/content/article/44-avaliacao/4673-geogra a

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    consideraes sobre a avaliao trienal de 2010/2012

    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    Fig. 14. Modelo utilizado para a consulta comunidade sobre os peridicos da rea.

    rea de geografia Peridicos Nacionais

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    2179-6025Abordagem geogrficas (PUC/RIO)

    ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

    Todos os docentes credenciados como permanentes nos programas de ps-gradua-o em Geogra a tiveram a oportunidade de avaliar os peridicos (723 docentes). Obti-vemos 465 respostas, sendo 378 online e 87 chas enviadas por e-mail, totalizando 64,6% do universo de possveis avaliadores. Com 2/3 dos docentes avaliando os peridicos, con-sideramos a pesquisa como representativa da comunidade. A mtrica nal para obteno da pontuao, neste critrio foi ( gura 15):Fig. 15. Mtrica dos itens da consulta comunidade.15

    Conhece o peridico Qualidade do peridico Seletividade do peridico

    Nota Critrio Nota Excel Excel/MB Nota Alto Alto/Med

    A1 mais de 70% A1 +40% +80% A1 +50%

    A2 55% a 70% A2 +30% +70% A2 +40%

    B1 40% a 55% B1 +20% +60% B1 +30%

    B2 30% a 40% B2 +20% +50% B2 +25% +70%

    B3 20% a 30% B3 +15% +40% B3 +20% +60%

    B4 10% a 20% B4 +10% +30% B4 +15% +50%

    B5 at 10% B5 at 10% at 30% B5 at 15% at 50%

    Apenas aqueles que conhecem o peridico

    15 importante ressaltar que para a obteno da classi cao dos critrios sobre a qualidade e a seletividade dos peridicos foi necessria a adoo de uma pontuao combinada entre o excelente e o muito bom, no primeiro caso e, alto e mdio no segundo.

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    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    A avaliao nal foi obtida pela combinao da anlise qualitativa dos 3 itens, como o demonstrado no exemplo a seguir ( gura 16):Fig.16. Modelo da avaliao nal dos peridicos da rea de Geogra a.16

    Como resultado da classi cao dos peridicos, por meio dos critrios adotados, po-de-se considerar cerca de 40% das revistas da rea de Geogra a como de qualidade - A1, A2 e B1 ( gura 17). Do total dos mais de 1400 peridicos avaliados, 1/3 deste universo tambm foi classi cado como veculos quali cados. Isto signi ca que 86 revistas da Ge-ogra a e 382 peridicos de reas a ns estiveram disposio dos docentes e discentes da ps-graduao para publicar seus resultados de pesquisa.

    A despeito de todas as crticas e mesmo considerando as limitaes que o sistema Qualis ainda apresenta, inegvel o papel indutor da avaliao, como agente in uencia-dor de melhoria da seletividade dos peridicos, do respeito periodicidade, da qualidade gr ca e da divulgao por meio de sistemas online.Fig. 17. Estratos do Qualis da rea de Geogra a no trinio 2010-2012.

    16 A pontuao nal foi a mdia ponderada entre os trs critrios.

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    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    Classi cao de livrosNo trinio 2010/2012, cerca de 35% dos produtos bibliogr cos dos docentes perma-

    nentes foram no formato de livros e captulos de livros.A di culdade de se avaliar este ti-po de produo que, ao contrrio dos artigos em peridicos, em que a avaliao reali-zada para classi car o peridico em geral e no o artigo em particular, no caso dos livros, ele, em si que avaliado individualmente, na falta de tradio de editoras acadmicas, universitrias que seriam passveis de serem avaliadas em funo de seu conselho edito-rial, catlogo de qualidade com temas na rea de avaliao, entre outros.

    Assim, mesmo diante destas di culdades, a rea de Geogra a tem aprimorado os cri-trios de classi caodo conjunto dos livros produzidos, desde 2001, em funo da im-portncia para este tipo de produo representa. Alm disto, no entendimento do CTC/Capes, se os livros so um importante instrumento de divulgao da pesquisa, estes pre-cisam ter critrios de avaliao de sua qualidade. relevante lembrar que a classi cao das obras publicadas realizada no contexto da ps-graduao.

    Neste sentido, a rea de Geogra a entende que:

    3. De nio de Livro:Compreende-se por livro um produto impresso ou eletrnico que possua ISBN ou ISSN (para obras seriadas) contendo no mnimo 50 pginas, publi-cado por editora pblica ou privada, associao cient ca e/ou cultural, instituio de pesquisa ou rgo o cial, tanto em formato impresso, quanto digital.

    4. Critrios de seleo para quali cao:A avaliao de livros aplicada exclusivamen-te para classi cao da produo intelectual que resulte de investigao nas suas dife-rentes modalidades. Para efeito desse roteiro so consideradas: obras integrais, cole-tneas, dicionrios, atlas, mapas ou enciclopdias, anais (texto completo) desde que seu contedo traduza a natureza cient ca da produo.

    5. Instrumento de Avaliao:

    Parte I: Dados de Identi cao da Obra - elegveis para quali cao, segundo cri-trios adotados pela rea.A identi cao da obra contm: ttulo da obra; autor(es) e ou organizador(es); ISBN; editora; local da edio; nmero de pginas; ano da primeira edio; nmero e ano da edio enviada; tiragem; formato (impresso ou eletrnico); nmero de captulos da coletnea.

    Parte II: Avaliao pela Comisso de classi cao de Livros - A avaliao dos livros realizada com o exemplar do produto a ser quali cado para que o exame, pela Comisso, de suas caractersticas formais e de contedo possa permitir o

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    Revista da Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Geogra a (Anpege).p.7-38, V.10, n.14, jul-dez.2014.

    correto preenchimento das informaes.A avaliao contempla as caractersticas particulares da rea de modo a observar os dados mnimos para classi cao do produto como livro, os aspectos formais da obra e o tipo e natureza do texto.

    Aspectos formais: Compreende caractersticas de autoria, editoria bem como informaes adicionais sobre fontes de nanciamento, reedio, prmios, etc. Considera-se obra integralautoria nica ou at dois autores e livro em co-autoria ou coletneacom mais de dois autores. Tipo e natureza do texto: Considerada a natureza cient ca, esse requisito prev seu detalhamento bem como o tipo de obra avaliada (obra integral, coletnea, dicionrio, atlas, mapa, enciclopdia, etc.).

    Parte III: Avaliao do contedo da obra - A avaliao de contedo baseia-se em trs quesitos: relevncia temtica, carter inovador da contribuio e potencial de impacto.Relevncia: contribuio para o desenvolvimento cient co e tec-nolgico da rea de conhecimento; contribuio para a resoluo de problemas nacionais relevantes; atualidade da temtica; clareza e objetividade do contedo no que se refere proposio, exposio, desenvolvimento dos temas tratados; rigor cient co; senso crtico no exame do material estudado; bibliogra a que denote amplo domnio de conhecimento; qualidade e adequao das represen-taes cartogr cas e iconogr cas, linguagem e estilo.Inovao: originalidade na formulao do problema de investigao; carter inovador da abordagem ou dos mtodos adotados; contribuio inovadora para o campo do conhecimento ou para aplicaes tcnicas. Potencialidade do impacto:circulao e distribuio; reimpresso ou reedio; lngua; possveis usos no mbito acadmico e fora dele.

    Classi cao dos estratosA classi cao dos livros nos nveis L1 a L4 estabelecida pela pontuao atribuda

    pela rea aos aspectos formais, tipo e natureza da obra e avaliao de contedo.Pontua-o: L4 = 100; L3 = 75; L2 = 50; L1 = 25.

    Alm dos quatros estratos que foram utilizados para estabelecer pontos na avaliao da produo intelectual dos programas, h um estrato sem pontuao para aquelas obras consideradas no classi cveis pela comisso de avaliao (LNC), por no atende-rem aos critrios anteriormente citados.

    Nos estratos superiores da classi cao L3 e L 4, encontram-se as obras de maior re-levncia para o desenvolvimento cient co da rea e para a formao de mestres e doutores.

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    Convm observar, uma vez mais, que os captulos so considerados tendo por unida-de de referncia o livro no qual foram publicados. A soma de captulos na mesma colet-nea no pode ultrapassar a pontuao de uma obra integral para ns de avaliao da pro-duo do programa, caso contrrio, gera enormes distores na pontuao.

    No trinio 2010/2012 foram publicadas 1286 obras por docentes e discentes da rea de Geogra a (cerca de 40% a mais do que no trinio anterior). Destas, 218 obras no foram classi cadas, ou por no se tratar de livro, ou por no terem sido enviadas para a comisso de avaliao. Das 1068 avaliadas, 861 foram coletneas, ou obras coletivas com mais de 2 autores. Apenas 207 foram autorais (1 ou 2 autores).A distribuio das obras pelos estra-tos pode ser observada na gura 18:Fig.18. Distribuio dos livros por tipo e estrato. Classi cao do trinio 2010/2012.

    L4 94 L4 73 L4 167L3 88 L3 206 L3 294L2 14 L2 410 L2 424L1 11 L1 172 L1 183

    LNC 49 LNC 169 LNC 218

    Autoral Coletnea Total (Col. + Autoral)

    Como resultado, aproximadamente 40% das obras avaliadas obteve pontuao que as remeteram s menes L3 e L4, ou seja, foram consideradas altamente quali cadas. As demais, ainda que contribuam de alguma forma para o avano do conhecimento da rea, em geral se tratavam de obras caracterizadas por estudos de caso, abordagens descriti-vas sobre determinados aspectos temticos, ou coletneas compostas por textos diversos.

    Sem dvida, todo processo de avaliao envolve critrios passveis de crticas, em fun-o de alguma subjetividade e da composio dos atores envolvidos. Entretanto, os princ-pios adotados revelam o que as reas das cincias humanas e sociais entendem como dis-criminatrios da qualidade da produo do conhecimento.

    CONSIDERAES FINAIS

    Ao longo do percurso de construo da Ps-Graduao na rea de Geogra a e seu estado da arte mais recente, com base no resultado da avaliao trienal 2010/2012 e seus principais indicadores, assinalamos alguns pontos como importantes avanos conquista-dos e outros como desa os a serem trilhados. Dentre as principais conquistas, destacamos:

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    A mudana da metodologia de reunies do Conselho Tcnico da CAPES, com a participao de todos os coordenadores de rea nas discusses e decises deste rgo colegiado.

    A mudana de avaliao continuada para seminrios de acompanhamento por rea, ao longo do trinio, com a possibilidade de discusso e construo dos cri-trios e pontuao do roteiro de avaliao e indicadores com os coordenadores dos programas, bem como dos critrios dos qualis peridicos e da avaliao/classi cao dos livros.

    A manuteno das visitas a todos os programas da rea de Geogra a. Apesar do desestmulo e restries apresentadas pela CAPES, a rea no abriu mo deste procedimento como importante instrumento no processo de avaliao.

    O aperfeioamento na avaliao do item produo por meio: a) produo quali cada (5 produtos); b) qualis peridico com a incluso da cha de avaliao, da consulta comunidade e do fator de impacto; c) avaliao/classi cao dos livros por meio do sistema de cadastramento das obras online realizado por cada programa.

    Como os principais desa os, assinalamos:

    O crescimento dos programas na rea de Geogra a e sua interiorizao, tendn-cia esta apresentada nos trs ltimos trinios. O desa o refere-se da expanso commelhoria da qualidade das teses e dissertaes e da sua produo intelectual em geral para a sociedade, re etida na publicao de livros, captulos de livros e artigos quali cados.

    O enfrentamento da questo dos mestrados pro ssionais que, para boa parte das reas, j se pe como uma realidade acadmica e necessria, mas para a rea de Geogra a ainda incipiente a iniciativa dessa modalidade de ps-graduao. Desse modo, precisamos acumular mais discusso para que a rea tenha a capaci-dade/discernimento para se posicionar sobre o tema e se dispor a apresentar novos projetos nessa modalidade de curso, uma vez que uma das coordenaes adjuntas da rea de geogra a na CAPES no presenteabarca exatamente os mestrados pro- ssionais, com especial estmulo ao ensino de geogra a, a saber, o PROFGEO.

    A garantia de uma representao no CTC que se coloque como sujeito poltico e mediador entre as demandas da comunidade, isto , a rea de Geogra a, e as aes polticas do governo federal, do MEC e da Capes. O grande desa o que se coloca que, cada vez mais, um nmero menor de docentes com maior experincia pro ssional e

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    acmulo acadmico e intelectual na rea se dispe a assumir este tipo de representao e ocupar este lugar estratgico. Por outro, os docentes e colegas dos programas mais novos se veem, ao contrrio, com pouco acmulo e inibidos a se lanar e participar da coordenao de rea e da comisso de consultores ad doc.

    REFERNCIAS

    1. CRDOVA, R. et ali. A ps-graduao na Amrica Latina: o caso brasileiro. Braslia: UNES-CO/CRESALC MEC/SESU/CAPES, 1986.

    2. CONTEL, F. B. As Divises Regionais do IBGE no sculo XX (1942, 1970 e 1990). Terra Bra-silis. Nova Srie, n. 3, 2014.

    3. CURY, C. R. J. Quadragsimo ano do parecer CFE n 977/65. Revista Brasileira de Educa-o, ANPED, n. 30, p.7-20, set/dez 2005.

    4. IANNI, O. Estado e Planejamento Econmico no Brasil (1930-1970). Rio de Janeiro: Civili-zao Brasileira (3 ed.). 1979.

    5. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA (IBGE). Censo Demogr -co de 2010.

    6. CAPES Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior. Relatrio Final da rea de geogra a Trienal 2010-2012. Outubro de 2013.

    7. SILVA, J.B. e OLIVEIRA, M.P., A trajetria da ps-graduao no Brasil e a ANPEGE: algumas questes. Revista da ANPEGE, n.5, 2009.

    8. SOUZA, S. Z. L. Diferentes Vises sobre a educao. Educao Pblica. Avaliao Formativa: Revendo decises e aes educacionais. http://www.educacaopublica.rj.gov.br/o cinas/ed_ciencias/avaliacao/avaliacao_historia02.html, acesso em 21/04/2015.

    9. Site: http://www.geogra a. ch.usp.br/posgraduacao, acesso em 31/03/2015.