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Bambu de corpo e alma

Bambu de corpo e alma - Canal 6 EditoraBiokreto − Compósitos à base de cimento e bambu particulado 176 7. Bambu Laminado Colado – BLC 194 8. Chapas de partículas de bambu 198

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Bambu de corpo e alma

Antonio L. BeraldoMarco A. R. Pereira

ColaboraçãoBetty Feffer

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Pereira, Marco A. R.Bambu de corpo e alma / Marco A. R. Pereira e Antonio L.

Beraldo. - - Bauru, SP: Canal6, 2007`240 p. ; 21 cm.

Inclui bibliografi a.ISBN 978-85-99728-28-4

1. Bambu. 2. Engenharia - Bambu. 3. Aplicações - Bambu. 4. Terapia - Bambu. I. Título.

CDD 620.11

P4366b

Rua Eng. Alpheu José Ribas Sampaio, 3-40

Jd. Infante Dom Henrique | CEP 17012-631 | Bauru, SP

Fone (14) 3227-2115 | 3018-5741

www.canal6.com.br

Copyright©Canal6, 2007

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Os autores gostariam de agradecer a todos aqueles que, de for-ma direta ou indireta, contribuíram de diferentes maneiras para a sua formação e continuidade neste trabalho com o bambu, nos quais despertaram o interesse pelo estudo desse material ainda tão pouco valorizado no Brasil.

Foi um longo e árduo caminho a ser percorrido – vários foram os obstáculos a serem contornados. Mas, a exemplo do que ocorre com todo aquele que realmente ama o bambu, obstáculos foram feitos para serem vencidos, contornados, dominados, minimizados. Tudo por essa paixão comum que nos une – o bambu!

Um agradecimento especial à psicoterapeuta Sra. Betty Feffer, diretora do Instituto Jatobás, pela confecção do capítulo sobre eu-tonia – bambu e ao Dr. Wilson Alvarez pelos insights e pela valiosa colaboração na elaboração deste capítulo.

À Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Agrícola, e à Universidade Estadual Júlio Mesquita – Campus de Bau-ru, Faculdade de Engenharia Mecânica, pelo apoio institucional.

Ao CNPq, pela concessão de Bolsa de Pesquisa em Produtivi-dade, Nível II, ao Prof. Beraldo.

À FAPESP, pela concessão de apoio fi nanceiro ao Prof. Pereira.

Ao Instituto Jatobás, pelo incentivo para que esta obra fosse concretizada.

E ao bambu, por haver nos unido neste objetivo comum...

Agradecimentos

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Sumário

9 Lista de Figuras 17 Lista de Quadros 19 Prefácio 35 Introdução

Capítulo 1 37 Características gerais do bambu

38 Histórico 39 Introdução 43 1. Principais espécies de bambu 58 2. Características biológicas e morfológicas do bambu 65 3. Anatomia do bambu 73 4. Cultivo do bambu 77 5. Propagação do bambu 82 6. Colheita dos colmos 88 7. Manejo das touceiras 95 8. Tratamento preservativo dos colmos de bambu

Capítulo 2 117 Características químicas, físicas e mecânicas do bambu

118 Características químicas 120 Características físicas e mecânicas 127 1. Umidade 129 2. Massa específi ca aparente/Densidade de massa 132 3. Variações dimensionais 136 4. Condutibilidade térmica/Resistividade elétrica 136 5. Compressão simples 140 6. Tração paralela 144 7. Flexão estática 148 8. Dureza Janka

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148 9. Flexão dinâmica 149 10 . Cisalhamento, fendilhamento e tração normal 150 11. Ensaios não destrutivos (END) aplicados ao bambu

Capítulo 3 153 Aplicações do bambu

154 1. A Planta dos mil usos 156 2. Uso do bambu em sua forma natural 162 3. Uso estrutural do bambu 165 4. Bambucreto 166 5. Placas cerâmicas armadas com bambu 169 6. Biokreto − Compósitos à base de cimento e bambu particulado 176 7. Bambu Laminado Colado – BLC 194 8. Chapas de partículas de bambu 198 9. Chapas de partículas de bambu e resina poliuretana 201 10. Bambu-Resina-Fibra de-vidro (BRF) 204 11. Bambu e poliestireno 204 12. Compósito de bambu e resíduos de borracha

Capítulo 4 205 A Alma do bambu. Eutonia: Uso do bambu no Processo

Terapêutico e Pedagógico - Betty Feff er 206 Introdução 206 1. O que é a Eutonia? 208 2. Conceitos fundamentais 210 3. Uso prático e impacto do bambu na Eutonia 211 4. Algumas características que tornam o bambu adequado ao uso terapêutico 216 5. Técnicas da Eutonia 217 6. Tato e contato 218 7. Estudo de caso 220 8. Metodologia da pesquisa para mensurar o efeito do trabalho 221 9. Benefícios da utilização terapêutica do bambu 222 10. Materiais confeccionados com bambu, utilizados na Eutonia 224 11. Questões em aberto

225 Internet 231 Referências

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Figura 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59Seção de um colmo de bambu e suas denominações

Figura 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62Rizoma do tipo leptomorfo ou alastrante

Figura 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63Rizoma do tipo paquimorfo ou entouceirante

Figura 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69Distribuição dos elementos anatômicos do bambu

Figura 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70Corte transversal de amostra de Bambusa tuldoides

Figura 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71Ilustração da morfologia do nó

Figura 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72Distribuição dos feixes vasculares na região nodal

Figura 8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73Comprimento das fibras em função de sua localização no colmo

Figura 9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75D. giganteus

Figura 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75P. pubescens

Figura 11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80Método do copinho

Figura 12 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81Método do ramo lateral

Lista de figuras

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Figura 13 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83Tipos de corte de colmo bambu entouceirante

Figura 14 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85Aproveitamento do colmo em função da sua idade

Figura 15 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87Maturação de colmos de bambu

Figura 16 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89Touceira de bambu gigante (D. giganteus) e indicação da idade dos colmos

Figura 17 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90Desenvolvimento anual das moitas - número total de colmos

Figura 18 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90Desenvolvimento anual – número médio de colmos por moita (N)

Figura 19 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90Desenvolvimento anual das moitas - diâmetro a altura do peito (DAP)

Figura 20 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91Desenvolvimento anual das moitas – altura média dos colmos (H)

Figura 21 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91Desenvolvimento anual das moitas – biomassa verde

Figura 22 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106Equipamento artesanal para efetuar o tratamento de colmos de bambu pelo método Boucherie Modificado

Figura 23 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108Equipamento de Boucherie Modificado. Detalhe das conexões

Figura 24 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109Concentração dos elementos químicos originais da solução de CCB (Test – refe-rência na concentração de 5%) e coletada após 3 horas de tratamento.

Figura 25 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111Tratamento de colmos de D. giganteus com CCB

Figura 26 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112Seções transversal (a) e longitudinal (b) de um colmo de bambu

Figura 27 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113(a) Imagem obtida por elétrons retro-espalhados de uma amostra não polida de uma seção transversal de bambu tratado (região da base – concentração de 5% de CCB – tratamento de 90 min). (b) Detalhe da dimensão das perfurações existentes nos vasos e da presença de sal neles depositado

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Figura 28 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114Rastreabilidade dos elementos químicos

Figura 29 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127Relação entre a resistência e a dureza, em relação à massa específica aparente, para bambu e outros materiais

Figura 30 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128Curva de secagem de amostras de seção retangular de G. angustifolia.

Figura 31 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137

Isodeformações em colmo de bambu submetido à compressão simples

Figura 32 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147Resistência e módulo de elasticidade geral das ripas laminadas de bambu D. giganteus

Figura 33 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150Velocidade de pulso ultra-sônico (VPU) superficial ao longo de quatro direções no colmo de bambu

Figura 34 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155Organograma de possibilidades de utilização do bambu

Figura 35 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 156Plantio experimental de D. giganteus

Figura 36 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157Seqüência para colocação de aspersor em um tubo de bambu

Figura 37 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158Linha lateral de irrigação com tubos de bambu

Figura 38 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158Curvas

Figura 39 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159Casa de bambu – vista externa

Figura 40 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 160Casa de bambu – vista interna

Figura 41 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 160Montagem da esterilla nos sarrafos de madeira e montagem da parede

Figura 42 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161Montagem das paredes – Escritório na Feagri

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Figura 43 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163Tipos de ligação entre colmos de bambus

Figura 44 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163Ligação de colmos por meio de pinos metálicos.

Figura 45 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164Quiosque em bambu (Bauru – SP).

Figura 46 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164Cobertura em bambu (Unesp – 2004)

Figura 47 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166Pilar de bambucreto e placas de bambucreto.

Figura 48 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168Placas cerâmicas armadas com vara-de-pescar.

Figura 49 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171Efeito de tratamentos aplicados às partículas de bambu (D. giganteus) para a fa-bricação de compósitos à base de dois tipos de cimento (CP-II-E-32 e CP-V-ARI).

Figura 50 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172Aspectos do Biokreto.

Figura 51 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173Equipamento para a produção de telhas onduladas. Detalhe da telha.

Figura 52 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 174Ensaio e f lexão estática. Carga x Deformação de telhas onduladas de argamas-sa de cimento, areia e partículas de bambu.

Figura 53 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175Aplicação do Biokreto em calçadas.

Figura 54 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 176Blocos vazados fabricados com o Biokreto.

Figura 55 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 178Dispositivo utilizado para travar o BLC durante a prensagem.

Figura 56 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179Esquema de retirada das ripas.

Figura 57 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180Serra circular destopadeira.

Figura 58 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180Serra circular refiladeira dupla.

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Figura 59 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 181Plaina 4 faces.

Figura 60 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 181Tanque para imersão das ripas.

Figura 61 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 181Colagem lateral e torquímetro para controlar a pressão aplicada ao BLC

Figura 62 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 181Equipamento para colagem em altura das ripas.

Figura 63 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 182Corpo-de-prova para determinação da massa específica aparente (BLC).

Figura 64 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183Corpo-de-prova de compressão paralela e respectivo ensaio.

Figura 65 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 184Corpo-de-prova de f lexão estática e respectivo ensaio.

Figura 66 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185Carga x Deformação para o BLC no ensaio de f lexão estática.

Figura 67 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 186Corpo-de-prova de tração paralela e respectivo ensaio.

Figura 68 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 187Resistência e módulo de elasticidade longitudinal em BLC.

Figura 69 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188Resistência e módulo de elasticidade do bambu na forma de ripas (com nó e sem nó) e na forma laminada colada (BLC).

Figura 70 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189Cabo de ferramenta em BLC.

Figura 71 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189Piso em BLC.

Figura 72 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189Banco em BLC.

Figura 73 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189Cadeira de balanço em BLC.

Figura 74 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190Muletas em BLC.

Figura 75 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190Muletas canadenses em BLC.

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Figura 76 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191Bengala em BLC.

Figura 77 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191Andadores modelo curvo e modelo reto em BLC.

Figura 78 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195Bambu-resina.

Figura 79 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195Bambu-PVA

Figura 80 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196Esteiras – Lâminas – Chapas de partículas

Figura 81 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197Contraplacado – Compensado – Bambu laminado colado (BLC)

Figura 82 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197Chapas orientadas (OSB) – Painéis compostos.

Figura 83 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198Trituração do colmo.

Figura 84 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198Material particulado.

Figura 85 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198Adição da resina.

Figura 86 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198Mistura dos materiais.

Figura 87 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199Prensagem da chapa.

Figura 88 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199Tipos de corpos-de-prova.

Figura 89 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199Ensaio de dureza Janka.

Figura 90 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199Ensaio de compressão.

Figura 91 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200Ensaio de f lexão.

Figura 92 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200Ensaio de tração normal.

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Figura 93 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202Esteira de bambu.

Figura 94 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202Montagem do telhado.

Figura 95 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203Gabinete de bambu-resina.

Figura 96 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203Janela bambu-resina.

Figura 97 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 206Objetos de bambu usados na Eutonia para auto-toques.

Figura 98 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 209Estrutura de uma parede de fibras de bambu indicando o ângulo das fibrilas

Figura 99 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 209Sistema concêntrico de lamelas mostrando as diferentes direções nas quais se dispõem as fibrilas

Figura 100 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 211Uso do bambu como uma extensão do corpo.

Figura 101 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 213Corte frontal do corpo de uma tíbia de adulto, macerada. Metade dorsal vista pela superfície ventral. Aumento 8 X.

Figura 102 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215Esquema da estrutura do osso lamelar com a transição da substância compacta para a esponjosa. Osteonas evidenciam telescopicamente o ângulo de ascensão das fibrilas nas lamelas.

Figura 103 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215Vista tridimensional de uma seção transversal de um colmo, mostrando parte da área fibrovascular com diversos feixes vasculares rodeados por parênquima.

Figura 104 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219Crânio com e sem calota craniana para melhor entendimento dos espaços em que o som reverbera com a percussão do bambu no caso, usados nos ossos pneu-máticos.

Figura 105 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 222Intercomunicação através de neurotransmissores ou nanotubos/microbambu, que podem ser relacionadas ao humor (serotonina) ou analgésicos (endorfi-nas). O corpo é visível e a mente invisível.

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Figura 106 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223Almofada de carvão de bambu.

Figura 107 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223Travesseiro de carvão de bambu.

Figura 108 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223Chinelo para estímulo plantar.

Figura 109 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223Ventosa

Figura 110 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223Esteira para a omoplata.

Figura 112 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 224Bolas de bambu para aumentar a amplitude do movimento e estimulação da pele das mãos.

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QUADRO 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45Espécies prioritárias de bambu de acordo com INBAR.

QUADRO 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66Dimensões médias das fibras celulósicas de várias espécies de bambu.

QUADRO 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68Distribuição dos elementos anatômicos de duas espécies de bambu.

QUADRO 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81Porcentuais de pega de três tipos de bambus entouceirantes.

QUADRO 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94Composição nutricional do broto de bambu.

QUADRO 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119Análise química de Bambusa vulgaris, Eucalyptus saligna e Pinus elliottii.

QUADRO 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130Valores médios de massa específica aparente em ripas laminadas de bambu.

QUADRO 8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131Valores do coeficiente K.

QUADRO 9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132Relação entre a idade e a massa específica aparente (g/cm3) de bambus das espécies P. pubescens e Shysothachys affinis.

QUADRO 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134Resultados médios de umidade (saturação e ao ar) e retrações totais de três espécies de bambus gigantes.

QUADRO 11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135Valores médios de variações dimensionais em ripas laminadas de D. giganteus.

Lista de quadros

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QUADRO 12 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139Valores médios da resistência (fco) e módulo de elasticidade longitudinal (Eco) obtidos em ripas laminadas no ensaio de compressão paralela da espécie D. giganteus.

QUADRO 13 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141Razão entre tensão de tração e o peso específico de alguns materiais.

QUADRO 14 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143Valores médios de resistência (fto) e de módulo de elasticidade longitudinal (Eto) obtidos em ensaio de tração de ripas laminadas de D. giganteus.

QUADRO 15 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146Valores médios de módulo de ruptura (MOR) e de módulo de elasticidade longi-tudinal (MOE) obtidos em ensaio de tração de ripas laminadas de D. giganteus.

QUADRO 16 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 187Resumo das características do bambu laminado-ripas e do bambu laminado colado (BLC).

QUADRO 17 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192Resistência mecânica do material bambu (ripas) e do BLC.QUADRO 18 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193Tração normal e cisalhamento na linha de colagem em BLC.

QUADRO 19 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201Comparativo entre chapas de partículas de bambu e produtos comerciais.

QUADRO 20 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221Medição do efeito do uso de colmos de bambu sobre a pele, de acordo com o método de bioressonância.

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ODE AO BAMBU1

“Um homem pode acomodar-se em uma casa de bambu sob um

teto de bambu, em uma cadeira de bambu a uma mesa de bambu, com

um chapéu de bambu em sua cabeça e sandálias de bambu em seus

pés. Ele pode, ao mesmo tempo, ter em uma das mãos uma tigela de

bambu, na outra mão pauzinhos de bambu, e comer brotos de bambu.

Quando ele terminar sua refeição, que foi cozida em fogo de bambu, a

mesa pode ser lavada com um tecido de bambu, e ele pode abanar-se

a si próprio com um leque de bambu, tirar uma siesta em uma cama

de bambu, deitado sobre uma esteira de bambu, com sua cabeça re-

pousando sobre um travesseiro de bambu. Seu filho pode repousar

num berço de bambu, brincando com um brinquedo de bambu. Ao

levantar-se ele fumaria um cachimbo de bambu e, com uma caneta

de bambu, escreveria em papel de bambu, ou transportaria suas coi-

sas numa cesta de bambu suspensa por uma vara de bambu, com um

guarda-chuva de bambu sobre sua cabeça. Ele pode então fazer uma

caminhada sobre uma ponte suspensa de bambu, beber água de uma

concha de bambu, e coçar-se com uma raspadeira de bambu.”

1 Retirado de GEIL, William Edgar. A Yankee on the Yangtze. London: Hod-der and Stoughton, 1904. In: Yangtze Patrol. Kemp Tolley. Annapolis: U. S. Naval Institute Press, 1971. p. 268.

Prefácio

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Bambu de corpo e alma

Não é por acaso que o bambu serve o homem “desde o berço

até o túmulo”, como dizem os hindus, sendo por isso mesmo to-

mado como símbolo de amizade. Não é por acaso que na China o

bambu é considerado símbolo de longevidade, enquanto que no

Vietnã ele está simbolicamente relacionado à própria existência do

país, pois, como dizem os vietnamitas, o processo de propagação

natural do bambu é constante, assim como o processo de renova-

ção das gerações. Não é por acaso que, no Japão, freqüentemente

um bosque de bambu circunda um santuário Shinto como parte de

uma barreira sagrada contra o mal.

É interessante observar como em muitas culturas asiáticas o

mito da criação está intimamente relacionado ao bambu, como

nas Ilhas Andaman, cujos habitantes acreditam que a humanidade

emergiu de um colmo de bambu. Da mesma forma, os nativos das

Filipinas acreditam que o primeiro homem e a primeira mulher

despontaram de um colmo de bambu que emergiu em uma ilha

criada após a batalha das forças elementais (Céu e Oceano). Mitos

semelhantes existem na Malásia, no Japão e no Havaí.

É óbvio que o aparecimento dessa planta em pleno período Cre-

táceo, antes mesmo do surgimento do homem, está eivado de mis-

térios, assim como seu próprio nome. O Monsenhor Sebastião Ro-

dolfo Dalgado (Glossário Luso-Asiático, 2 vol., Coimbra, Portugal,

1919-1921), citado por Antonio Houaiss em seu Dicionário Houaiss

da Língua Portuguesa, afirma que a etimologia mais provável da pa-

lavra bambu seja o mesmo nome genérico e vulgar dessa planta na

língua marata, uma das línguas oficiais da Índia, talvez pela errada

pronúncia da palavra mambu, que é o nome local de espécies nati-

vas, ou mesmo da língua malaia, cujas palavras de origem foram sa-

mambu ou bambu. Seja como for, há mais de 3.500 anos a utilização

do bambu foi reportada graficamente pelos chineses.

Afinal, que outra planta se desenvolve da brotação à fase adulta

em tão poucos meses? Que outra planta, com seus aproximada-

mente 50 gêneros e 1.300 espécies, protege tão bem o solo, seqüestra

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tão eficientemente o carbono e fornece alimento e matéria-prima

de boa qualidade para tantos e tamanhos fins? Que outro recur-

so natural se renova tão rapidamente em termos de velocidade de

crescimento e aproveitamento por área?

Curiosamente o bambu carrega consigo algumas particulari-

dades únicas, tais como o fato de seu colmo nascer com o mesmo

diâmetro que terá por toda a vida, o de seus brotos se alongarem

continuamente de 20 a 100 cm por dia, o de sua floração e conse-

qüente produção de sementes ser um fenômeno raro, o de apresen-

tar colmos com design que alia leveza, flexibilidade e resistência

mecânica etc.

Mais curioso ainda é o fato de, na literatura especializada, a pa-

lavra bambu referir-se a uma forma literária que compreende uma

peça de uma só página, de variados estilos e assuntos, usando hífens

em lugar de sinais de pontuação, sendo a sátira sua forma típica.

Notável também é a grande variedade de instrumentos mu-

sicais feitos de bambu, desde as mais simples flautas de Pã até os

mais sofisticados instrumentos de sopro e de percussão. O exemplo

tecnologicamente mais apurado, sem dúvida alguma, encontra-se

na Igreja Las Pinas San Jose, a 56 km de Manila, a caminho de Taal

Lake, em Tagatay. Trata-se do único órgão de tubos do mundo, fei-

to de bambu. Este órgão foi construído pelo padre espanhol Diego

Cera, há exatos 185 anos, e mede mais de cinco metros de altura e

quatro metros de largura. Possui cerca de 174 tubos flautados de

bambu e 122 tubos metálicos horizontais de palheta, um teclado

de cinco oitavas, e 22 registros dispostos em fileiras verticais. Ori-

ginalmente este órgão possuía 950 tubos de bambu. Sua história

relaciona sobrevivência a duas guerras mundiais e outras guerras

no Pacífico a vários terremotos e tufões, e a décadas de lamentável

negligência. Como relata o periódico INBAR − International Ne-

twork for Bamboo and Rattan (n° 4, Setembro de 1994), todo mês de

fevereiro os principais organistas do mundo inteiro acorrem a Las

Pinas para celebrar o Bamboo Organ Festival, pagando tributo não

Prefácio

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Bambu de corpo e alma

somente à música e à natureza, mas também ao poder de recupera-

ção e resistência do bambu.

Este é o material apresentado aos leitores neste despretensioso

porém imprescindível livro Bambu de corpo e alma, em cujo cerne

são abordadas as principais características físicas, químicas, mecâ-

nicas, biológicas e morfológicas do bambu e seus aspectos anatô-

micos em geral; são também analisadas aqui suas formas de pro-

pagação, colheita e manejo das touceiras, assim como os diversos

tratamentos preservativos a ele aplicados; concluem os autores com

uma bem ilustrada exposição de suas múltiplas aplicações, tanto

em sua forma natural como em sua forma processada.

Não se trata, este livro, de um compêndio científico sobre

bambu, mas certamente uma referência obrigatória, em portu-

guês, a todos aqueles seus admiradores que procuram maiores in-

formações sobre esta planta dos mil usos, a “amiga das pessoas”, a

“irmã”, a “madeira dos pobres”.

Quanto aos seus autores, eu os conheço há muito tempo e por

eles tenho profundo respeito, pois sei que, além de suas laureadas

atividades acadêmicas em salas de aula, ambos gastaram boa par-

te de suas vidas metidos em pesquisas de laboratório e de campo,

perseguindo um ideal comum: o de procurar entender, conhecer,

interpretar e, mais amiúde, se inteirar dessa planta ímpar que é

o bambu. E o resultado conjunto de seus esforços está em parte

apresentado ao público-leitor, na forma de um livro quase didático,

escrito em bom português e ilustrado com fotos, para melhor acei-

tação deste milagre da natureza que se chama bambu.

Campinas, fevereiro de 2007.

Prof. Dr. Wesley Jorge Freire

Professor Titular Aposentado

Faculdade de Engenharia Agrícola – UNICAMP

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Transcorria o ano de 1984. Viajava semanalmente para São Car-

los em busca de um aprimoramento técnico, pois lecionava a dis-

ciplina de Materiais de Construção na Unicamp. E para aumentar

meus conhecimentos, nada melhor do que cursar uma disciplina de

pós-graduação que tratasse do tema de madeiras, na EESC-USP, que

ainda é atualmente o maior centro brasileiro nessa modalidade.

Porém, sem saber, meu destino seria mudado quando, por aca-

so, vislumbrei a cópia de um livro. Tratava sobre as várias possibi-

lidades de aplicação do bambu. Bambu? O livro fora escrito por um

tal de Oscar Hidalgo Lopez, da Colômbia. Mal sabia que um dia

nossos destinos iriam se cruzar! E que um dia ainda ficaria lison-

jeado ao ouvi-lo dizer que aprendera algo comigo sobre o bambu.

Justamente elogios vindos de el Maestro...

Mesmo desconhecendo naquela época o idioma de Cervantes,

varri avidamente as páginas de tão precioso livro. Quantas idéias!

Nem imaginava que poderia fazer tantas coisas com a taquara! Ou

seria bambu, o mais correto?

Mas, como ocorre com todo menino do interior, o bambu não

era assim tão desconhecido para mim. Lembro-me das primeiras

arapucas que aprendi a construir na infância (naquele tempo não

existia o IBAMA). Duas peças de madeira (ou de bambu) na base,

pedaços de arame trançados e várias lascas de bambu, devidamen-

te montadas, e estava pronta a arapuca.

Palavras dos autores

Antonio Ludovico Beraldo

Professor Associado

Faculdade de Engenharia Agrícola – UNICAMP

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Bambu de corpo e alma

O bambu também era vital para a fabricação das pipas (ou pa-

pagaios). Pequenas ripas de bambu trabalhadas com um canivete,

papel de seda, cola de farinha de trigo e linha de costura (sem cerol,

é claro!), e pronto... já estava tudo preparado para conquistar os

ares! E voar tão alto quanto meus sonhos...

E as cercas de bambu? Ainda me lembro das broncas que recebia

de meu pai quando me enganava nas manobras com o sabuguinho

de milho no qual estava enrolado o arame que, por sua vez, deveria

envolver as lascas de bambu. Tais cercas eu ainda vejo na periferia

de cidades interioranas e nas hortas das fazendas. Que importava

que fossem tão efêmeras! Material para substituição é o que não

faltava, pois sempre existia uma touceira de bambu bem perto!

Tais imagens que se encontram indeléveis em minha mente

talvez tenham sido as verdadeiras responsáveis pelo súbito interes-

se que em mim despertou essa planta maravilhosa que é o bambu.

Depois descobri, um tanto tardiamente, que bem próximo

da Unicamp, no Instituto Agronômico de Campinas – IAC, exis-

tia uma seção dedicada à investigação sobre as potencialidades do

bambu. E dentre os pesquisadores que tão bem me acolheram en-

contrava-se Anísio Azzini, com quem tive a oportunidade de tra-

balhar posteriormente. Dessa parceria tão produtiva resultou, den-

tre outros trabalhos, um livro, que por motivos que nem convém

mencionar não se encontra mais disponível. Escritor de primeira

viagem sofre!

Mas talvez esse fato tão negativo tenha sido o maior motivador

para que tentasse escrever de novo um outro livro sobre o bambu.

Essa perseverança, às vezes confundida com teimosia, que também

mostra o bambu, parece que contamina quem se envolve com o

seu estudo.

Nessa época pouquíssimas pessoas pesquisavam o bambu. O

maior interesse era sobre o uso do bambu para produção de celulo-

se, já tendo sido realizada uma experiência industrial na região de

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Palavras dos autores

Campinas. Mas bambu na construção ainda era um grande desa-

fio. Onde buscar as informações?

De uma forma um tanto quanto temerária, hoje reconheço,

iniciei pesquisas sobre o uso do bambu no reforço do concreto

(bambucreto). Conhecia pouco sobre o concreto e quase nada so-

bre o bambu. Imagine, então, quando os combinasse!

Havia pouca literatura estrangeira sobre o bambucreto, mas

me atraiu a atenção um trabalho escrito por Khosrow Ghavami.

Com esse nome, pensava que era um estrangeiro. Além do mais

escrevia em inglês! Mas quem imaginaria que 10 anos depois ele

viesse a fazer parte da banca de minha defesa de doutorado. E, além

do mais, na França! Atualmente o Prof. Ghavami preside uma as-

sociação sobre materiais não convencionais (não gosta que se diga

alternativos), e nos vemos freqüentemente, embora às vezes tenha-

mos pontos de vista conflitantes.

Do bambucreto para placas cerâmicas reforçadas com vara-

de-pescar passaram-se alguns anos. E, em 1990, desembarquei em

terra estrangeira − vive la France, onde, para minha surpresa, sou-

be da existência de um maravilhoso parque: La Bambouseraie de

Prafrance. Consegui convencer meu orientador (Deus sabe como,

com meus ainda parcos conhecimentos da língua de Descartes) a

incluir no tema de minha pesquisa o uso de partículas de bambu.

Embora, com muita dor no coração, a maior parte do texto que

trata do bambu tenha sido encaminhada para o anexo da tese, pude

vislumbrar o potencial do bambu para a produção de compósitos

cimentíceos – o Biokreto.

O campo de investigação sobre o bambu é extremamente fas-

cinante, porém é muito vasto, sendo praticamente impossível que

uma pessoa detenha os conhecimentos sobre as inumeráveis áreas

de aplicação desse ainda misterioso vegetal. E essa parece ser um

tipo de maldição que persegue os “bambuseiros”, pois quase todos

se consideram os detentores da verdade (e eu me incluo, infeliz-

mente, nesse grupo).

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Bambu de corpo e alma

Um dos maiores entraves à divulgação da importância do bam-

bu junto à comunidade refere-se à falta de produtores de mudas das

principais espécies com potencial comercial para os agricultores,

que seriam os futuros fornecedores de matéria-prima industrial.

Porém cabe aqui destacar duas medidas que aparentemente

permitirão que seja mais efetivo o apoio à investigação sobre o bam-

bu. A primeira refere-se à deliberação do governo mineiro visando

a fomentar o plantio de bambu nas propriedades agrícolas. E outra,

talvez mais importante, foi uma iniciativa recente partindo do go-

verno federal, visando à formação de uma rede de investigadores

nacionais. Pela primeira vez as pesquisas poderão ser centralizadas e

realizadas em cooperação entre os diversos pesquisadores. Amém!

Para finalizar, gostaria de oferecer este livro ao Dr. Walter Lie-

se, da Universidade de Hamburgo, por elogiar a gravata que fiz,

imitando a anatomia do bambu. A possibilidade de utilizar a ana-

tomia do bambu como padrão para a estampagem de tecidos foi,

afinal, reconhecida justamente pela maior autoridade mundial no

estudo do bambu!

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Palavras dos autores

Marco Antonio dos Reis Pereira

Professor Doutor

Faculdade de Engenharia Mecânica

UNESP – Campus Bauru

Minha ligação mais direta com o bambu teve início no ano de

1990, quando cursava mestrado na Unesp de Botucatu (curso de

Agronomia/área de irrigação e drenagem) e estava um tanto des-

gostoso com o tema da dissertação que estava para desenvolver.

Nesta ocasião me caiu nas mãos uma cópia de parte de um livro do

arquiteto colombiano Oscar Hidalgo Lopez (el Maestro), a quem

posteriormente tive a honra e o prazer de conhecer pessoalmente.

A partir de então nunca mais parei de estudar, trabalhar e falar

sobre bambu. Conhecia o bambu como a maioria: pipas/papagaio,

festa junina (tradição), vara de pescar e móveis cana da índia (que é

um bambu), e como sou do interior sempre vi uma ou outra moita

plantada em fazendas.

Nesta época não havia material na internet, nem livros, nem

pesquisadores, não havia quase nada disponível sobre bambu. Co-

mecei a escrever cartas para as poucas referências bibliográficas

que tinha em mãos, e para minha surpresa começaram a chegar

alguns trabalhos, alguns livros e em especial um livro do pesqui-

sador alemão Walter Liese (Bamboos − Biology, silvics, properties,

utilization), que me redobrou a vontade de estudar este material.

Aos poucos consegui montar uma pequena biblioteca e pude per-

ceber que o bambu era muito mais que pipas, festa junina, vara de

pescar ou mobiliário. Na verdade era uma planta ancestral, com

utilização milenar nos países orientais, de rápido crescimento, com

milhares de espécies e aplicações e que acompanhava o ser humano

desde seu início aqui no planeta.

Propus então como trabalho de mestrado a utilização do bam-

bu para a condução de água em um sistema de irrigação por asper-

são convencional para pequenas áreas e com baixa pressão, pelo

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Bambu de corpo e alma

motivo que nosso país irriga muito aquém de seu potencial, e a

grande maioria das propriedades rurais no Brasil são pequenas, e

geralmente possuem poucos recursos para investimento.

Nesta época, tive contato com Anízio Azzini, um grande co-

nhecedor e pesquisador sobre bambu do Instituto Agronômico de

Campinas (IAC), que me sugeriu um trabalho prático de campo.

Montei então um sistema de irrigação por aspersão de baixa pres-

são. Resultado: um sucesso, funcionou muito bem! Em 1995 o pro-

grama Globo Rural, exibido pela Rede Globo de televisão, fez uma

matéria de 8 minutos e a repercussão foi grande, chegaram mais de

2 mil cartas solicitando informação. Como funcionou no campo,

no meu doutorado fui ao laboratório e testei o comportamento hi-

dráulico do tubo de bambu, e como esperado os resultados foram

muito bons. O bambu pode ser considerado um tubo. Nunca será

um PVC, mas como produto natural funciona muito bem e tem

baixo custo.

Em função do sucesso inicial e das informações que fui conse-

guindo, iniciei em 1994 o “Projeto Bambu” no campus da Unesp de

Bauru. Comecei pelo básico: plantar bambu, mas quais espécies?

Segui então a recomendação do Inbar (International Network for

Bamboo and Rattan), que sugeria a introdução (entre as 1.300 es-

pécies existentes) de 19 consideradas prioritárias, ou seja, de com-

provada utilização e valor econômico. Consegui 12 destas espécies,

desde então tenho feito o manejo e acompanhado o seu desenvolvi-

mento e produção anual de colmos. Dessa maneira tenho matéria-

prima conhecida para ser utilizada em pesquisas, as quais estou de-

senvolvendo na área de processamento, laminados, caracterização e

confecção de produtos em bambu laminado colado (BLC).

Como não tinha as mudas para plantar, acabei fazendo e plan-

tando uma a uma as mudas das diversas espécies. Para se ter uma

idéia de rapidez desta cultura, após 12 anos de plantio, já foram

efetuadas 6 colheitas de colmos, e a cada verão uma nova safra de

bambus vai surgir e rapidamente crescer em direção ao céu. É um

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Palavras dos autores

espetáculo que não me canso de ver, um pequeno broto desponta

e dia a dia vai crescendo e crescendo até que em 3 meses já está no

alto, 20 metros ou mais de altura, dependendo da espécie. Com

esta rapidez de crescimento, sinto que o bambu é um excelente ma-

terial para reflorestamento, e pode, assim como o pinus e o euca-

lipto, ajudar a preservar um pouco a natureza. Como o bambu é

uma cultura anual e pode crescer até um metro por dia, ele é um

excelente seqüestrador de carbono, e se utilizado como madeira

pode contribuir para se evitar o corte indiscriminado de florestas.

Certamente que o bambu não vai salvar o planeta, mas com esta

cultura rapidamente é possível obter, além de um ótimo alimento,

madeira (madeira de bambu) de excelente qualidade e beleza, tanto

ao natural como na forma processada.

Em 1995 construi uma pequena casa de bambu, baseado na

tecnologia colombiana de construção. Levantei todas as paredes

sem um único tijolo, somente bambu e reboque na parte externa,

na parte interna o bambu aparente. “Casa dos três porquinhos” e

outras tantas brincadeiras ouvi várias vezes, mas o fato é que moro

nesta casa há 12 anos e ela continua tão bonita e segura como quan-

do a fiz. O resultado da mistura de materiais ficou muito bom e o

ambiente do bambu aparente muito agradável de se estar. Quando

falo da casa, as pessoas torcem o nariz, mas quando entram nela

ficam maravilhados pelo simples bambu transmitir uma sensação

visual e ambiental tão agradável. No texto do livro e no CD-ROM

que o acompanha a casa poderá ser vista.

Uma vez ouvi dizer que para trabalhar com o bambu tem de ser

persistente e mesmo abnegado, mas no sentido de nunca desistir,

assim como o bambu, que ano a ano produz colmos sem parar. Pen-

so que isto é verdade. Ao longo destes anos, fui conhecendo muita

gente que assim como eu se sentiu atraída por esta planta, e que

continuamente persistem neste caminho. Gostaria de agradecer a

todos, em especial ao Raphael Vasconcelos (site Bambu-Brasilei-

ro) pela parceria de ideais que temos e pela sua dedicação e luta ao

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Bambu de corpo e alma

longo destes anos para disseminar a cultura do bambu pelo Brasil.

Estivemos juntos também na China conhecendo e aprendendo so-

bre bambu, e espero podermos continuar juntos nesta caminhada.

Pedindo desculpas aos inúmeros bambuseiros que deixo de citar,

minha gratidão aos inúmeros entusiastas do bambu que têm con-

tribuído e muito para o sucesso desta gramínea: Hans, Marcelo, Lu-

ciano, Marcos Marques, Paulo Bustamante, João Paglione, Roberto

Magno, Alejandro, Ghavami, Ripper, Edson, Rubens, e muitos ou-

tros, os amigos dos vários grupos de discussão sobre bambu, grupo

bambu-brasil, grupo bambu floripa-agrorede, grupo gaúcho-aga-

bambu, grupo mão-caipira, ao pessoal da Unesp, a minha família e

a Deus, por colocar no mundo planta tão maravilhosa.

Por fim gostaria de dizer que o bambu me ensinou que estamos

sempre aprendendo, jamais devemos ter a presunção de dizer que

sabemos tudo, a cada dia aprendemos algo novo com esta planta.

Quando estava na China assistindo aulas sobre bambu, o Profes-

sor Zhou, talvez um dos mais respeitados pesquisadores chineses,

disse muito humildemente já ao longo dos seus 70 anos, ou mais,

que ainda não sabia nada de bambu. É com esta idéia que gostaria

de encerrar minha introdução, lembrando que este livro é apenas

uma pequena e modesta contribuição diante da grandiosidade des-

te material, esperando que possa oferecer às pessoas uma visão me-

nos pessimista em relação ao futuro.

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Palavras dos autores

Betty Feffer2

Psicoterapeuta e Diretora do Instituto Jatobás

Meu pai me levava pela mão ao empório japonês do vizinho −

como eram japoneses todos os estabelecimentos da redondeza −,

lá ficava eu a fitar o vidro de conserva, na prateleira baixa, do alto

de meus 60 cm de altura, aos 5 anos, intrigada com aquela forma,

com seus segmentos, sua cor clara, algo comestível e que não era

palmito. Era bambu!

Também por esta idade, as primeiras aulas de natação. No mais

raso da piscina, que para mim era o mais fundo, a professora de

quem eu tinha medo me mandava andar dentro da água dando

braçadas. A cada uma inevitavelmente entrava água na boca, com o

sabor horrível de cloro! Descobri que elevando a cabeça e olhando

em frente para não enfrentar a superfície havia uma planta delga-

da, entre o muro e a borda − uma planta esguia, fininha, e que eu

ficava olhando quase que à guisa de consolo ou de distração para

me desviar do penoso exercício. Pasmava com a “dança” do galho

que vergava ao vento, o mesmo vento que arrepiava a água e cau-

sava mais ondas que me faziam engolir mais cloro! Um era prazer,

o outro, dissabor.

Estas duas imagens ficaram indelevelmente marcadas em minha

mente de criança. Mal sabia eu, então, que aquele primeiro contato

inocente com a planta viria a ser um “caso de amor” para sempre.

Aos meus 35 anos, construindo uma casinha de praia, então

com certo conhecimento e muita admiração pelo bambu, utili-

zei-o em vários momentos, desde a confecção de objetos, do muro

aos sofás, de molduras aos talheres. Inventei então um cabide, que

passados mais outros tantos anos (somente 6 anos atrás), já parti-

2 Participação especial no capítulo “Eutonia: Uso do bambu no Processo Terapêutico e Pedagógico”

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Bambu de corpo e alma

cipando de seminário sobre o bambu, vim a rever. Numa visita à

bambuzeria em Alagoas, encontrei um cabide idêntico àquele que

eu havia criado e tentado, a duras penas, entender como fazê-lo.

Já estava plasmada a ligação existencial e simbólica da plan-

ta em meu Destino. Hoje se constitui num dos focos de interesse,

de investimento de tempo e energia e da cultura da Fazenda dos

Bambus/ Instituto Jatobás, “a menina de meus olhos”, cujos bra-

ços abrigam inúmeros projetos, dentre os quais o Projeto Bambu,

à testa do qual encontra-se a arquiteta Leiko Motomura (também

autora das construções ecológicas da fazenda). Também de gran-

de envergadura é o Projeto Pardinho de educação, planejamento e

mobilização para o desenvolvimento sustentável no município de

mesmo nome, com 5.500 habitantes, projeto esse encabeçado com

entusiasmo por seu idealizador, Luiz Alexandre Mucerino − vice-

presidente do Instituto Jatobás.

Outro capítulo de minha vida, uma espécie de prenúncio para

o estudo do bambu, foi minha prática em terapia somática, que

venho exercendo ao longo de uns bons 30 anos.

Qual não foi minha surpresa e alegria, durante a formação pro-

fissional em Eutonia, descobrir as consignas em que o bambu era

usado. Constatava com prazer os efeitos benéficos de sua aplicação,

sem, no entanto, ter conhecido a razão ou a respectiva validação

científica. Conhecimento puramente empírico (na acepção brasi-

leira do termo, que chega a ser pejorativa). Foi somente nos últimos

5 anos que enveredei por esta pesquisa, intrigada que ficava com o

mérito das castanhas européias, que continham radioatividade em

seu cerne.

Por que não o bambu? Pesquisas antes infrutíferas agora estão

sendo desenvolvidas com o respaldo do conhecimento do Dr. Wil-

son Alvarez. Os testes realizados até o momento reforçam a quali-

dade do valor terapêutico do bambu.

O Instituto Jatobás, cuja missão é a de atuar para a evolução da

consciência individual, social e ambiental, consolidado há 5 anos,

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Palavras dos autores

busca inspiração na flexibilidade do bambu para orientar sua visão

transdisciplinar: com abertura para o desconhecido, com reconhe-

cimento das diferenças, não sendo especialista, mas abrangente,

trabalhando em rede (teoria dos sistemas), como uma nova orga-

nização do conhecimento.

Emblematicamente o carvalho, “rei da floresta”, predominou

em nossa cultura rígida, até há pouco tempo, mas uma tempestade

pode quebrá-lo ao meio. Estamos hoje diante destes destroços da

educação, ao passo que o bambu verga-se com a força do vento, e

aceita humildemente as agruras das intempéries, para depois voltar

triunfalmente ao seu eixo original − que o ser humano, perdido,

não encontra no desgaste da vida atual.

Que o espaço desta fazenda, criado com este objetivo, possa

promover uma integração do homem com a natureza e mente-co-

ração flexíveis para o retorno a sua verdadeira essência.

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Na China se considera o bambu como sendo uma família,

composta de mãe, filha, avó e até bisavó. Quem cultiva, estuda ou

simplesmente observa essa planta incomum sabe que anualmente a

família bambu irá aumentar, ou seja, irão surgir vários novos filhos

ou colmos, que, de maneira incrivelmente rápida para uma planta,

passam do estágio de broto comestível para alcançar uma altura de

até 30 metros em poucos meses.

O interessante é que se pode colher os colmos bisavós anual-

mente, sem que isso altere significativamente a estrutura da famí-

lia, ou, de uma maneira mais técnica, pode-se fazer a colheita anual

sem que se modifique o meio ambiente, a paisagem ou a plantação,

que continuará repleta de colmos mais jovens. Quando se colhe o

bambu, não se devasta a área de plantação; se o bambu for colhido

e manejado corretamente quase não se percebe que foi efetuada

uma colheita.

O bambu protege o solo, seqüestra carbono rapidamente e pode

ser utilizado junto com outras madeiras, em reflorestamentos, sen-

do capaz de fornecer alimento e matéria-prima de boa qualidade,

podendo contribuir para evitar o corte cada vez mais acentuado

das árvores e das florestas tropicais.

A motivação principal para escrever este livro deveu-se à falta

de literatura sobre o bambu disponível em língua portuguesa, alia-

da ao crescente interesse e à busca por informações técnicas sobre

Introdução

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Bambu de corpo e alma

esse vegetal. Este livro é fruto do esforço e da dedicação de alguns

anos da vida dos autores, e, longe de pretender esgotar o assunto

bambu, almeja fomentar o interesse e a difusão no uso desta plan-

ta, que apesar de muito antiga atualmente está se tornando cada

vez mais importante devido à exploração irracional cada vez mais

intensa dos recursos florestais.

Acompanha ainda este livro, gratuitamente, um CD-ROM

intitulado “Bambu – mil e uma utilidades”, contendo as imagens

coloridas das fotos presentes no livro em preto e branco e outras

centenas de imagens que demonstram todo o imenso potencial

desta planta.

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Características gerais do bambu

Capítulo 1