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JORNAL Ano XI - Número 88 Dezembro de 2015 hp://jaajrj.com.br/blogs [email protected] O jornal das lutas comunitárias e da cultura popular Abaixo Abaixo WhatsApp do JAAJ 97246-2213 Banana Agroecológica plantada em Vargem Grande fatura o prêmio Maravilhas Gastronômicas Página 5 Enquanto isso... A especulação imobiliária acelera a ocupação e gradativamente vem destruindo as Vargens Página 3 Fuzuê de Curicica é campeão do Campeonato de Futebol de Jacarepaguá de 2015 Página 7 10 anos do JAAJ Ao lado povo! “As remoções têm rosto. Não se omita, não feche os olhos. Vila Autódromo existe, insiste, resiste e re-existe” A primavera das mulheres! Página 4 Da luta não vamos nos retirar! O coletivo do Jornal Abaixo-Assinado de Jacarepaguá encerrou os festejos dos dez anos de existência do jornal com uma suculenta feijoada, dia 29/11, que reuniu mais de cem pessoas no Restaurante Garota do Pechincha. Uma justa comemoração! Mais na página 2. Movimento Agroecológia ganha força no Rio com essa vitória. Viva os agricultores das Vargens. Feliz Natal e um Promissor 2016

Banana Agroecológica plantada em 10 anos do JAAJ Vargem ...jaajrj.com.br/blogs/wp-content/uploads/2016/01/JAAJ_88_dezembro-1.pdf · com uma suculenta feijoada, dia 29/11, que reuniu

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http://jaajrj.com.br/[email protected]

O jornal das lutas comunitárias e da cultura popularAbaixoAbaixo WhatsApp do JAAJ 97246-2213

Banana Agroecológica plantada em Vargem Grande fatura o prêmio

Maravilhas GastronômicasPágina 5

Enquanto isso...A especulação imobiliária acelera a ocupação e gradativamente vem

destruindo as Vargens Página 3

Fuzuê de Curicica é campeão do Campeonato de Futebol de

Jacarepaguá de 2015 Página 7

10 anos do JAAJ Ao lado povo!

“As remoções têm rosto. Não se omita, não feche os olhos. Vila Autódromo existe, insiste, resiste e re-existe”

A primavera das mulheres!Página 4

Da luta não vamos nos retirar!O coletivo do Jornal Abaixo-Assinado de Jacarepaguá encerrou os festejos dos dez anos de existência do jornal com uma suculenta feijoada, dia 29/11, que reuniu mais de cem pessoas no Restaurante Garota do Pechincha. Uma justa comemoração! Mais na página 2.

Movimento Agroecológia ganha força no Rio com essa vitória. Viva os agricultores das Vargens.

Feliz Natal e um Promissor 2016

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**As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores.

**Todo material enviado ao E-mail, Blog e Facebook do jornal é autorizado automaticamente para a divulgação e

também não é gratificado.**Distribuição gratuita pelos bairros e comunidades da

Baixada de Jacarepaguá.

Conselho Editorial: Alexandri-na, Almir Paulo, Carlos Mot-ta, Eduardo de Almeida, Ione Santana, Ivan Lima, Julio Cesar, Julio Dória, Lourival Bonifácio, Manoel Meirelles, Maraci Soa-res, Marcos André, Mariluce Paixão, Miguel Pinho, Néli, Pedro Ivo, Renato Dória, Seve-rino Honorato, Silvia da Costa,

Silvia Regina, Sônia dos Santos, Tatiana Santiago, Val Costa e Vaneide Carmo.Coordenação Geral: Almir PauloArte e Diagramação: Jane FonsecaCoordenação de Mídia Digi-tal: Pedro Ivo

EXPEDIENTE

Para críticas, sugestões e reclamações: [email protected]

http://jaajrj.com.br/blogs Tels (21) 97119-6125 / 98050-4644

Para acessar essa e outras receitas, visite o meu blog: http://cozinhadaneli.blogspot.com.br

Um beijo

e um queijo!

Cozinha da Tia Néli

Uma publicação mensal da RPC Editora Gráfica Ltda.

CNPJ 08.855.227/0001-20.

Alex MonteiroSegurança no Trabalho

Ingredientes• 15 fatias de pão amanhecido• 200 ml de leite• 1/2 lata de leite condensado• 2 ovos• 1 pitada de sal• 1 colher (chá) de baunilhaPara Polvilhar• 2 colheres (sopa) de açúcar cristal• 2 colheres (sopa) de açúcar mascavo• 1 colher (sopa) de canelaModo de FazerEm uma tigela grande, bata os ovos com o sal e vá acrescentando o leite, o leite condensado e a baunilha até que fique bem misturado. Coloque as fatias de pão nessa mistura por 10 minutos. Unte uma assadeira com margarina e arrume as fatias de pão embebidas. Leve ao forno preaquecido (200º) até dourar, por aproximadamente 20 minutos, virando na metade do tempo para que doure por igual. Assim que estiver pronta, polvilhe com os açúcares e a canela e deixe no forno apagado até amornar. Sirva e aguarde os elogios! E Feliz Natal e um maravilhoso 2016!

Rabanadas Natalinas de Forno

O tema Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ganha a cada dia maior visibilidade no cenário mundial e no Brasil.* “Por isso o Ministério da Previdência Social criou o Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional – DPSSO, voltado especialmente para o desenvolvimento de políticas públicas que aprimorem a segurança, saúde e qualidade de vida no trabalho.Segundo o artigo 19 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, “acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente”. Pode causar desde

um simples afastamento, a perda ou a redução da capacidade para o trabalho, até mesmo a morte do segurado.Também são considerados como acidentes do trabalho: a) o acidente ocorrido no trajeto entre a residência e o local de trabalho do segurado; b) a doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade; e c) a doença do trabalho, adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente”.

*Fonte: http://www.previdencia.gov.br/a-previdencia/saude-e-seguranca-do-trabalhador/

O trabalhador que não possui informações mínimas sobre os riscos que pode encontrar na sua atividade, pode provocar, com

frequência, acidentes, causando doenças sérias, ou seja, doenças ocupacionais.

As ações na área de Saúde e Segurança do Trabalhador são voltadas para a formulação e implementação de

O que diz a Lei sobre Saúde e Segurança no Trabalho

políticas de proteção à saúde, visando à redução e à eliminação do adoecimento e morte resultantes das condições, dos processos e dos ambientes de trabalho, bem como o aprimoramento da assistência à saúde dos trabalhadores. Os agravos que podem estar relacionados às condições de trabalho somam mais de 250 doenças diferentes, todas catalogadas pelo Ministério da Saúde.

10 anos do JAAJ

Cabral, Meirelles, Brizola Neto e Val

Professor Carlos, Almir e professor JúlioGrupo Livre em Jesus: Marilza, professora Dione,

Carla, Vera Vidal, Nildo e Luciane

Cida, professor Renato, Júlia, Júlio e nosso coordenador digital Pedro Ivo. Empresário Giovanne, Rosane, Edelvira, Almir e Brizola Neto

Radialista Cláudio Ligue Ligue, Brizola Neto e Almir

Esse coletivo faz com paixão o Jornal Abaixo-Assinado

SEJA ANUNCIANTE DO JAAJAnuncie no Jornal Abaixo-Assinado de Jacarepaguá.

[email protected] compromisso é o de gerar um espaço propício à exposição de sua marca e ao crescimento de seus negó-

cios.Anunciar no Jornal Abaixo-Assinado de Jacarepaguá (JAAJ) representa uma oportunidade

ímpar de promover e divulgar seu produto ou serviço a amplo e valioso universo de leitores de nossa região.

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Vista aérea da Região das Vargens: condomínios geminados e verticais

Editorial

Denúncia & Opinião

EditorialImpeachment operado por Cunha é um golpe contra a democracia

Vivemos um momento incomum na política nacional. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, acatou o pedido de impeachment contra a presidente Dilma. Ele o faz em retaliação aos petistas membros do Comitê de Ética que votaram pela continuidade do processo de sua cassação.

Há quem defenda que Cunha é um mal menor para tirar os corruptos do poder. Mas essa tese é totalmente fora da realidade. Eduardo Cunha é o maior exemplo de quem usa da política para enriquecer e obter benefícios para os seus. Esse sim, já está provado que tinha contas no exterior, que recebeu propina e que é corrupto. Já deveria ter sido cassado há tempos, mas sua gangue tem bastante força no congresso. Precisou de muita pressão da sociedade para que os deputados se movessem rumo a sua derrubada.

O impeachment é movido não por um caso de corrupção em que fosse provado o envolvimento de Dilma Rousseff, mas sim pelas chamadas “pedaladas fiscais”. Elas nada mais são o governo atrasando repasse de dinheiro para bancos públicos e privados, e autarquias federais, para melhorar artificialmente suas contas. Isso já foi feito por quase todos os presidentes antes de Dilma e não há qualquer tipo de desvio dessa verba.

Entendemos que essa tentativa de impeachment é mudar o que a maioria dos brasileiros decidiram nas urnas. Somos a favor da democracia e do respeito à mesma. Retirar uma presidente democraticamente eleita sem uma boa justificativa é golpe, um golpe silencioso.

Apesar deste governo não merecer defesa, pois aplica um “ajuste” que corta direitos dos trabalhadores e recursos de áreas sociais, a democracia merece defesa. A retirada de Dilma do poder não irá solucionar os problemas e a crise política e econômica que atinge o país. A saída para esta crise é uma mudança radical na política econômica, taxar os mais ricos e discutir seriamente a dívida pública brasileira.

Somente uma sociedade organizada é capaz de promover mudanças positivas que resultem em ganhos para a coletividade. Não podemos perder o foco. Não podemos permitir que os interesses de poucos se sobreponham à vontade da maioria da população brasileira. Quem deve sair é Eduardo Cunha. E a vontade das urnas deve ser respeitada.

“Apenas quando somos instruídos pela realidade é que podemos mudá-la” (Ber-

told Brecht)Para dar conta da legislação baseada nas Áreas de

Planejamento (AP) e nas Unidades Especiais de Plane-jamento (UEP), foi ela-borado, pela Câmara e Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, o Plano de Estrutura Urbana (PEU) das Vargens (2009), numa área de aproximadamen-te 52 Km2, com caracte-rísticas físicas similares. A proposta inicial era a de estruturar a mobilidade, a infraestrutura, as áreas públicas, e orientar a ocupação de acordo com a fragilidade ambiental, mas que de fato apenas vem norteando os gaba-ritos da expansão urbana mercantilista, sem muitas considerações sociais e am-bientais.

Assim, dentre outras barbaridades, vem possibi-litando a construção com espaçamentos menores e prédios com mais andares em áreas de manguezal, os chamados lotes molhados, que possuem uma enorme dificuldade de suportar peso, e na encosta do maciço da Pedra Branca, desconsiderando a zona de amorteci-mento da floresta. Dividido em setores, o PEU-Vargens estabeleceu gabaritos que vão de três a dezoito pavi-mentos, e ainda instituiu o mecanismo da outorga one-rosa, que permite a construção de prédios com mais andares, por meio do pagamento de uma contrapartida à Prefeitura.

Ficou também determinado, em dez incisos do ar-tigo 99, que a verba arrecadada pelos instrumentos

Carlos MottaProfessor de Geografia

onerosos da chamada contrapartida seria investida em obras de recuperação ambiental, construção de novos prédios públicos, implantação de núcleos habitacio-nais para a população carente, realização de obras de infraestrutura básica, dragagem do canal do rio morto, ampliação e duplicação da avenida das Américas e da estrada dos Bandeirantes e a construção do túnel da grota funda.

No entanto, somente as obras das estradas e do túnel foram concre-tizadas, mostrando claramente as inten-ções da Prefeitura para urbanização da região, ao passo que prioriza a estrutura de escoamento de trânsito das princi-pais vias para os no-vos empreendimen-tos imobiliários, ba-sicamente verticais, voltados à classe mé-dia alta, que ocupa ruas e calçadas com seus tapumes, impe-dindo a apropriação

e circulação efetivas da população. O que garante um mal-estar aos condôminos, fazendo com que “as grades do condomínio, que são para trazer proteção, gerem a dúvida se é você que está nessa prisão”.

Assim, em detrimento ao direito à cidade, estabele-cem um crescimento urbano em que o único objetivo é a mercantilização, fazendo crescer a densidade popu-lacional de uma região considerada muito frágil. Desse modo, já se pode notar a fragmentação e exclusão so-cial, com a diminuição da interação entre os moradores e dos espaços públicos, e pela remoção das comunida-des, além da carência de transporte, da proliferação de mosquitos e da dificuldade de obter água, pois as nas-centes e lençóis estão secando, o que mostra o dese-quilíbrio ambiental e social gerado por tal urbanização mercantil.

A especulação imobiliária e a conivência da Prefeitura destroem gradativamente os bairros de

Vargem Grande e Vargem Pequena

A urbanização mercantil das Vargens

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Vereador Leonel Brizola

• PÃO DE MEL• BEM CASADO• QUEIJADINHA

• PÃO DE QUEIJO• E OUTRAS DELÍCIAS POR UM PREÇO ESPECIAL.ENCOMENDAS – DULCE DE LEITE (21) 99027-2904

Doces Caseiros

Carolina Vaz*Desde setembro, o Rio de Janeiro tem sido privilegiado

com vários protestos de mulheres. Além de denunciar todas as opressões diárias sofridas pela população feminina, alguns ce-lebraram datas como o Dia Latino Americano e Caribenho pela Legalização do Aborto e o Dia de Combate à Violência Contra a Mulher. Foram organizados por membras da Casa da Mulher Trabalhadora (CAMTRA) e outras mulheres. Tantos atos em pouco tempo chamam a atenção da sociedade para questões que têm colocado as vidas e direitos das mulheres em risco.

Os protestos se voltaram, principalmente, contra Eduar-do Cunha, presidente do Congresso Nacional. Ele tenta apro-var o projeto de lei PL 5069, que criminaliza qualquer pessoa que facilite um aborto, seja com informações, remédios ou a própria execução de métodos cirúrgicos. Ele também deter-mina que mulheres estupradas façam exame de corpo de de-lito antes de serem encaminhadas à execução do aborto, que hoje é um direito garantido sem tantos entraves. O projeto de lei ainda deixa a critério da/do profissional de saúde receitar ou administrar procedimento ou medicamento que conside-re abortivo, incluindo a pílula do dia seguinte. Tudo isso signi-fica submeter mulheres a métodos abortivos mais perigosos (pela falta de informação), constranger mulheres violentadas e limitar o uso de medicamento já legalizado. As mulheres

cariocas também protestam contra a candidatura à prefei-tura de Pedro Paulo Carvalho, conhecido por ter agredido a ex-esposa física e psicologicamente.

Mas as mulheres do Rio de Janeiro não marcham só por aqui, não! Nosso estado enviou militantes negras de diversas cidades para a Marcha das Mulheres Negras 2015, em Brasí-lia. Elas voltaram dispostas a continuar sua luta, para mostrar que não vão mais ser as marginalizadas, pedintes, catadoras de lixo, empregadas domésticas do país. Elas são a base eco-nômica do Brasil e a conquista de seus direitos e sua visibili-dade, em todos os espaços, é que vão fazer a nação avançar.

*Formada em Jornalismo pela UFRRJ e jornalista comunitária no jornal O Cidadão

A primavera das mulheres já começou!

O dia 02 de dezembro foi marcado por uma decisão do presidente da Câmara dos De-putados, aceitando a tramita-ção do processo de impeach-ment da presidenta Dilma.

Cunha, o nome que talvez não merecesse ser pronuncia-do como o Voldemort da série Harry Potter, tem sido o vilão da política brasileira, cercan-do-se do baixo clero, aquele dos acordos, do toma lá da cá, aquele que não se importa de defender quem o estapeia. Fosse ele um homem probo, nem mesmo assim justifica-ria o pedido de impeachment da presidente por não en-contrar nela, nenhuma falha

Não ao golpe

Vereador Reimont*que justifique este procedi-mento, mesmo que se tenha discordância com os rumos da política. Podem criticar a presidenta e seu governo? Claro que podem. Eu, mem-bro do partido dela, eleitor consciente dela, militante po-litico que foi às ruas por suas duas eleições, também tenho críticas e tenho direito a tê-las. Mas, não se encontra nela um respingo sequer de toda investigação da Lava-jato. A presidenta não obstruiu o tra-balho da justiça. Ao contrário o incentivou, mesmo sendo por alguns momentos perse-guida. Não tem conta fora do país e nem enriquecimento ilí-

cito, acima das possibilidades de sua trajetória profissional e política.

Disse o presidente Nacio-nal do PT: “Confio que nossos deputados, no Conselho de Ética, votem pela admissi-bilidade”. Disse também o deputado Zé Geraldo: “Aca-bamos de sair da reunião da bancada do PT. Mesmo com ‘faca no pescoço’ votaremos unidos pela admissibilidade do processo contra Cunha”.

Considero que teremos uma grande luta pela frente e o povo que elegeu Dilma, mesmo crítico a seu governo, estará nas ruas, mobilizando--se para barrar o golpe.

Onde já se viu! Brizola está louco. E Brizola estava certo, pois o que se seguiu a Collor, com Itamar-FHC, foi um retrocesso para o país, ou seja, vieram as privatizações internacionais orquestradas pelas grandes empresas multinacionais.

A Vale do Rio Doce foi vendida para os grupos mafiosos de que resultou o desastre hiroshimariana. A morte do Rio Doce, a contaminação química espraiada por todo lado.

Agora sucede a mesma coisa com Dilma, cujo impeachment, se ocorrer, representará um enorme retrocesso social e político com a dupla Michel Temer e José Serra, ambos escalados para realizarem a privatização total da

Petrobras e do território brasileiro.Oxalá isso não ocorra – se porventura,

o Supremo Tribunal Federal não rasgar a constituição.

Na eventualidade do STF barrar o pedido de impeachment, Dilma terá que faxinar o gabinete de Temer e isso significa tomar atitudes ousadas a favor do país e do povo. O que não foi feito até então.

Lembremos para quem vive rodeada de punhais traidores e inescrupulosos do PMDB, a exemplo de Michel Temer e Moreira Franco, que excessiva prudência resulta em imprudência. Ou para evocar a lucidez de Leonel Brizola citando Luís Vaz de Camões: O fraco rei faz fraca a forte gente.

Impeachment. A história se repete

como farsa ou pesadelo

“Por mim esse impeachment não saía” - foi o que declarou Leonel Brizola em 1992. Causou um alvoroço generalizado,

principalmente do PT. Lula o acusou de estar defendendo Collor.

‘Ser mãe é uma escolha’Silvia da Costa*“Muito além de ser um conceito oposto, o aborto é complementar ao conceito de ser mãe. Tudo é uma escolha: ser ou não a mãe de alguém. Há milênios, o que incomoda aos homens é o fato de essa decisão não ter nada a ver com eles. É uma escolha feminista feminina . Durante a marcha na Cinelândia, uma faixa com os dizeres SER MÃE É UMA ESCOLHA foi erguida por mulheres que carregavam seus bebês. Em uma mão a luta, na outra, a cria. Dificultar o acesso à pílula do dia seguinte, não é só desrespeitar a autonomia do corpo feminino, mas é interferir na sua relação com a maternidade. É perpetuar a subjugação ocorrida numa relação sexual não consentida, gerando um troféu, não uma pessoa. Não acho que esse tipo de raciocínio norteie o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O uso de temas polêmicos é um artifício antigo, marqueteiro, para chamar a atenção para si e não para o tema. É o que os machistas mais sabem fazer: se promover à custa da humilhação da mulher. Por isso, não fui à marcha. Apesar de atuar em campos diferentes, fiquei bastante orgulhosa de ver as mães na passeata. Elas e suas crias: #‎maesecriascontracunha#.”

*Silvia da Costa é candidata a conselheira tutelar para o CT 07 – Jacarepaguá.

Frases & Pensamentos“Sugestões de presentes para o Natal: Para seu inimigo, perdão. Para um

oponente, tolerância. Para um amigo, seu coração. Para um cliente, serviço. Para tudo, caridade. Para toda criança, um exemplo bom.

Para você, respeito.” Oren Arnold

“A vida só pode ser compreendida, olhando-se para trás. Mas só pode ser vivida, olhando-se para frente.” Soren Kierkegaard

“O passado e o futuro parecem-nos sempre melhores. O presente, sempre pior.” William Shakespeare

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Vereador Leonel Brizola

• PÃO DE MEL• BEM CASADO• QUEIJADINHA

• PÃO DE QUEIJO• E OUTRAS DELÍCIAS POR UM PREÇO ESPECIAL.ENCOMENDAS – DULCE DE LEITE (21) 99027-2904

Doces Caseiros

Carolina Vaz*Desde setembro, o Rio de Janeiro tem sido privilegiado

com vários protestos de mulheres. Além de denunciar todas as opressões diárias sofridas pela população feminina, alguns ce-lebraram datas como o Dia Latino Americano e Caribenho pela Legalização do Aborto e o Dia de Combate à Violência Contra a Mulher. Foram organizados por membras da Casa da Mulher Trabalhadora (CAMTRA) e outras mulheres. Tantos atos em pouco tempo chamam a atenção da sociedade para questões que têm colocado as vidas e direitos das mulheres em risco.

Os protestos se voltaram, principalmente, contra Eduar-do Cunha, presidente do Congresso Nacional. Ele tenta apro-var o projeto de lei PL 5069, que criminaliza qualquer pessoa que facilite um aborto, seja com informações, remédios ou a própria execução de métodos cirúrgicos. Ele também deter-mina que mulheres estupradas façam exame de corpo de de-lito antes de serem encaminhadas à execução do aborto, que hoje é um direito garantido sem tantos entraves. O projeto de lei ainda deixa a critério da/do profissional de saúde receitar ou administrar procedimento ou medicamento que conside-re abortivo, incluindo a pílula do dia seguinte. Tudo isso signi-fica submeter mulheres a métodos abortivos mais perigosos (pela falta de informação), constranger mulheres violentadas e limitar o uso de medicamento já legalizado. As mulheres

cariocas também protestam contra a candidatura à prefei-tura de Pedro Paulo Carvalho, conhecido por ter agredido a ex-esposa física e psicologicamente.

Mas as mulheres do Rio de Janeiro não marcham só por aqui, não! Nosso estado enviou militantes negras de diversas cidades para a Marcha das Mulheres Negras 2015, em Brasí-lia. Elas voltaram dispostas a continuar sua luta, para mostrar que não vão mais ser as marginalizadas, pedintes, catadoras de lixo, empregadas domésticas do país. Elas são a base eco-nômica do Brasil e a conquista de seus direitos e sua visibili-dade, em todos os espaços, é que vão fazer a nação avançar.

*Formada em Jornalismo pela UFRRJ e jornalista comunitária no jornal O Cidadão

A primavera das mulheres já começou!

O dia 02 de dezembro foi marcado por uma decisão do presidente da Câmara dos De-putados, aceitando a tramita-ção do processo de impeach-ment da presidenta Dilma.

Cunha, o nome que talvez não merecesse ser pronuncia-do como o Voldemort da série Harry Potter, tem sido o vilão da política brasileira, cercan-do-se do baixo clero, aquele dos acordos, do toma lá da cá, aquele que não se importa de defender quem o estapeia. Fosse ele um homem probo, nem mesmo assim justifica-ria o pedido de impeachment da presidente por não en-contrar nela, nenhuma falha

Não ao golpe

Vereador Reimont*que justifique este procedi-mento, mesmo que se tenha discordância com os rumos da política. Podem criticar a presidenta e seu governo? Claro que podem. Eu, mem-bro do partido dela, eleitor consciente dela, militante po-litico que foi às ruas por suas duas eleições, também tenho críticas e tenho direito a tê-las. Mas, não se encontra nela um respingo sequer de toda investigação da Lava-jato. A presidenta não obstruiu o tra-balho da justiça. Ao contrário o incentivou, mesmo sendo por alguns momentos perse-guida. Não tem conta fora do país e nem enriquecimento ilí-

cito, acima das possibilidades de sua trajetória profissional e política.

Disse o presidente Nacio-nal do PT: “Confio que nossos deputados, no Conselho de Ética, votem pela admissi-bilidade”. Disse também o deputado Zé Geraldo: “Aca-bamos de sair da reunião da bancada do PT. Mesmo com ‘faca no pescoço’ votaremos unidos pela admissibilidade do processo contra Cunha”.

Considero que teremos uma grande luta pela frente e o povo que elegeu Dilma, mesmo crítico a seu governo, estará nas ruas, mobilizando--se para barrar o golpe.

Onde já se viu! Brizola está louco. E Brizola estava certo, pois o que se seguiu a Collor, com Itamar-FHC, foi um retrocesso para o país, ou seja, vieram as privatizações internacionais orquestradas pelas grandes empresas multinacionais.

A Vale do Rio Doce foi vendida para os grupos mafiosos de que resultou o desastre hiroshimariana. A morte do Rio Doce, a contaminação química espraiada por todo lado.

Agora sucede a mesma coisa com Dilma, cujo impeachment, se ocorrer, representará um enorme retrocesso social e político com a dupla Michel Temer e José Serra, ambos escalados para realizarem a privatização total da

Petrobras e do território brasileiro.Oxalá isso não ocorra – se porventura,

o Supremo Tribunal Federal não rasgar a constituição.

Na eventualidade do STF barrar o pedido de impeachment, Dilma terá que faxinar o gabinete de Temer e isso significa tomar atitudes ousadas a favor do país e do povo. O que não foi feito até então.

Lembremos para quem vive rodeada de punhais traidores e inescrupulosos do PMDB, a exemplo de Michel Temer e Moreira Franco, que excessiva prudência resulta em imprudência. Ou para evocar a lucidez de Leonel Brizola citando Luís Vaz de Camões: O fraco rei faz fraca a forte gente.

Impeachment. A história se repete

como farsa ou pesadelo

“Por mim esse impeachment não saía” - foi o que declarou Leonel Brizola em 1992. Causou um alvoroço generalizado,

principalmente do PT. Lula o acusou de estar defendendo Collor.

‘Ser mãe é uma escolha’Silvia da Costa*“Muito além de ser um conceito oposto, o aborto é complementar ao conceito de ser mãe. Tudo é uma escolha: ser ou não a mãe de alguém. Há milênios, o que incomoda aos homens é o fato de essa decisão não ter nada a ver com eles. É uma escolha feminista feminina . Durante a marcha na Cinelândia, uma faixa com os dizeres SER MÃE É UMA ESCOLHA foi erguida por mulheres que carregavam seus bebês. Em uma mão a luta, na outra, a cria. Dificultar o acesso à pílula do dia seguinte, não é só desrespeitar a autonomia do corpo feminino, mas é interferir na sua relação com a maternidade. É perpetuar a subjugação ocorrida numa relação sexual não consentida, gerando um troféu, não uma pessoa. Não acho que esse tipo de raciocínio norteie o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O uso de temas polêmicos é um artifício antigo, marqueteiro, para chamar a atenção para si e não para o tema. É o que os machistas mais sabem fazer: se promover à custa da humilhação da mulher. Por isso, não fui à marcha. Apesar de atuar em campos diferentes, fiquei bastante orgulhosa de ver as mães na passeata. Elas e suas crias: #‎maesecriascontracunha#.”

*Silvia da Costa é candidata a conselheira tutelar para o CT 07 – Jacarepaguá.

Frases & Pensamentos“Sugestões de presentes para o Natal: Para seu inimigo, perdão. Para um

oponente, tolerância. Para um amigo, seu coração. Para um cliente, serviço. Para tudo, caridade. Para toda criança, um exemplo bom.

Para você, respeito.” Oren Arnold

“A vida só pode ser compreendida, olhando-se para trás. Mas só pode ser vivida, olhando-se para frente.” Soren Kierkegaard

“O passado e o futuro parecem-nos sempre melhores. O presente, sempre pior.” William Shakespeare

http://jaajrj.com.br/blogs - www.facebook.com/jornalabaixoassinadodejacarepagua - [email protected] Poder Popular

Maraci Soares

Vaneide Carmo

Em Defesa dos Animais

No dia 3/12, fo-ram revelados os ven-cedores do prêmio Maravilhas Gastronô-micas do Estado do Rio de Janeiro – 2015, em festa realizada no Palácio Guanabara. O evento contou com a apresentação da atriz Juliana Martins e da chef Flávia Quares-ma, que anunciaram os 12 tesou-ros culinários mais votados, em cada categoria, entre os mais de 130 participantes distribuídos em 50 municípios.

O alimento da terra a Banana Agroecológica, produzida pelos produtores de Vargem Grande, foi a grande vencedora da Categoria Terra das Maravilhas Gastronômi-cas. Uma grande felicidade para a Associação dos Lavradores de Vargem Grande, para os partici-pantes da Feira Agroecológica da Freguesia e para as comunidades

Quilombolas do Camorim e do Cafundá Astrogilda.

“A verdadeira musa cultiva-da no Parque Estadual da Pedra Branca é a banana. É um elo a imortalizar o modo de vida de sua comunidade tradicional pau-tado na unicidade homem-na-tureza. A sua presença na paisa-gem cultural da cidade do Rio de Janeiro parece afirmar uma futu-ra recuperação socioambiental da outrora chamada Cidade Ma-ravilhosa. Pontifica na agricultu-ra de Vargem Grande como um

Banana Agroecológica de Vargem Grande ganha o Prêmio

Maravilhas Gastronômicas

dos seus principais alimentos. No maciço da Pedra Branca

podem ser encontradas as cha-madas banana prata, prata mel, banana d’água, banana maçã, ouro e até algumas espécies exóticas como a banana vinagre. Mas é a primeira – a banana pra-ta – que concentra toda a doçura de seu manejo agroflorestal.”

É uma maravilha gastronômica do Rio de Janeiro: a banana de Var-gem Grande. Viva a Agricultura da Baixada de Jacarepaguá e da região metropolitana do Rio de Janeiro.

Dia 29 de novembro, vários países se mobilizaram em defesa do clima. Milhares de manifes-tações exigiram dos governos e da ONU uma postura a favor do planeta Terra. Esta é uma ques-tão séria, que todos nós, mora-dores de Jacarepaguá, do Brasil e do mundo, temos que pensar: o futuro do “nosso planeta”.

É lamentável o que assisti-mos bem perto de nós. Estamos sofrendo um desastre ecológico devastador e contínuo. A Mata Atlântica está ameaçada e exis-tem espécies em extinção no es-tado do Rio de Janeiro, em con-sequência dos constantes des-matamentos, queimadas, caças predatórias e da intensa urbani-zação que destroem o equilíbrio da natureza.

Destruição de preciosos hábi-tats de animais, tais como: pre-guiça-de-colina, macaco muriqui, jacutinga, cágado do paraíba, boto cinza, tatu canastra, mico--leão-dourado, formigueiro-do--litoral, lagarto branco da areia, surubim do Paraíba.

Precisamos pressionar, em

cada cidade e estado brasileiro, as secretarias do Meio Ambiente e exigir a promoção de políticas públicas efetivas para a proteção ambiental e das espécies.

Você podeparticipar dessa luta pela preservação das espé-cies ameaçadas. Denuncie, faça sua parte. Desta forma, estare-mos protegendo natureza — ma-tas, animais, rios, lagos, mares. Pense e tome atitudes que aju-dem a preservar nosso quintal, chamado Jacarepaguá.

Prestigie os Agricultores da Baixada de Jacarepaguá.

Faça feira semanalTodos os sábados,

das 8 às 13h, na Praça Prof.

Camisão, no Largo da Freguesia.

É rotineiro acordar, olhar o tempo fechado pela janela e concluir: choverá muito. Correr para buscar aquele guarda-chuva esquecido dentro de algum armário e colocá-lo dentro da bolsa. É certo: a cor cinza não sairá do céu, mas também nenhum pingo d’água irá ao encontro de seu guarda-chuva. Aprendemos na escola, nas aulas de geografia, como se formam as chuvas. Na TV, vemos a previsão do tempo com explicações técnicas sobre a chegada de massas de ar que vêm do Atlântico. Utilizamos até aplicativos no celular para dar racionalidade às chuvas. Mas é preciso dizer que é tudo falso.

As chuvas são entidades místicas, que se manifestam na ausência de guarda-chuvas. A expectativa exagerada com as nuvens cria inibição. Nuvens inibidas não choram sobre as cidades e a terra seca no campo.

Por ser um fenômeno de natureza mística, o governo do estado do Rio de Janeiro tomou atitude correta ao se aconselhar com o Cacique Cobra Coral sobre a crise hídrica. Esse é um nome bonito para dizer que vai parar de pingar água na torneira. O Cacique disse que até maio do ano que vem volta a chover, e os

reservatórios atingiram o limite máximo. Se ele disse, está tudo bem; mas era mais certo se fosse um pajé.

Ainda não choveu tudo que precisava, mas quem se importa? Tem até maio para chover. Se não chover? Ninguém tem culpa. É um problema que não é da gestão pública. É culpa de São Pedro. Desmatamento? Óbvio que não. Falta de investimento na Cedae? Muito menos. A culpa é provavelmente sua, que esquece de fechar a torneira enquanto escova os dentes. Ou pior, você que anda sempre prevenido de guarda-chuva na mochila, sempre aguardando uma chuvinha dos céus.

Eu diria que o Pezão está brincando com a água do povo fluminense. Mas nem água vai ter para brincar se no verão de 2016 não houver um “dilúvio”, digno de um financiamento para barcas semelhantes às de Noé. Pezão está brincando com fogo. E quem com fogo brinca, como dizia vovó, acorda molhado. E isso só vai servir mesmo para dar trabalho ao pessoal da limpeza do Palácio Guanabara,¹ pois não enche reservatório algum.

¹ Palácio Guanabara é a sede do governo estadual do Rio de Janeiro.

Professor Miguel Pinho

Pezão e as ‘águas de maio’

Mobilização mundial pelo clima e a favor do planeta

Felizes os militantes da Agroecológia Silvia Regina, Pedro Paulo, Jorge Cardia, Cristina Cardia, Claude-

mar Matos e Francisco Caldeira.

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Professor Júlio Dória

Saúde e doença são opostos que se complemen-tam. A doença só pode ser compreendida se tivermos em mente que existe o ser saudável. Mas e quando uma mulher, em uma época em que lutas feministas come-çavam a se delinear no Brasil e o país vivia um governo populista, era rotulada como doente mental? O ideal de “mulher saudável” era aquela que se enquadrava per-feitamente no papel social de filha-mãe-esposa. O que encontramos entre as mulheres internadas na Colônia era o contrário desse ideal. Se solteiras, eram autôno-mas; se casadas ou filhas, eram rebeldes e não se sub-metiam à autoridade masculina.

A Colônia Juliano Moreira, inaugurada em 1924 para pacientes homens, passou nas décadas de 1930, 40 e 50 por um grande processo de expansão estrutural e de atendimento, abrigando casos agudos de doença men-tal, mulheres, crianças e idosos. Foram inaugurados inú-meros pavilhões e dois núcleos destinados às mulheres. Lá, elas seguiam as normas da instituição, com os horá-rios determinados pela equipe médica. Mulheres como A, interna que dizia “ter sido trazida por seu marido, morava em frente à casa de correção e ouvia acusações que ofendiam sua moral, começou a ficar triste e a pensar que o marido queria abandoná-la”. A tensão no matrimônio era evidente, “já que tinha muito medo do marido”, guarda-ci-vil, e da “mulher do rapaz do qual é admiradora”.

Internadas essas mulheres eram enquadradas como “domésticas”, apesar de F relatar “ser proveniente de famí-lia abastada e jornalista”. Também internadas pela família, outras eram costureiras, comerciantes, autônomas, com renda significante para a família, mas não registradas pela instituição como tal. Como terapêutica, eram encaminha-das a serviços relacionados ao mundo doméstico, como a lavanderia, o bordado e a costura.

Quem de fato foram as mulheres internadas na Colônia Juliano Moreira nos seus primeiros anos? Essas mulheres lá viveram, constituíram família e morreram, muitas vezes confinadas em celas de isolamento, enfermarias ou peram-bulando pela extensa área da Colônia. Não era incomum, ainda nas décadas de 1970 e 80, serem empregadas nas casas de funcionários ou de moradores das redondezas em

Instituto Histórico da Baixada de Jacerepaguá

troca de cigarros, bebidas ou pequenas quantias de dinhei-ro. Andavam, falavam e se faziam presentes. Eram “mora-doras” de Jacarepaguá.

Com o fim da internação compulsória e a criação dos hospitais-dia, essas personagens, assim como tantos ou-tras, tornaram-se raridade no dia a dia de Jacarepaguá e dos sub-bairros mais próximos da Colônia. Tinham suas particularidades, mas recebiam o rótulo de doente, maluca ou doida. A doença mental traz como estigma a rotulação e a morte social decorrentes da internação. Porém, contor-nando e tornando maleáveis os obstáculos impostos pela estigmatização, essas mulheres viveram sob as regras da vida hospitalar e de uma sociedade “acostumada” com suas presenças.

Assim era a vida de milhares de mulheres internadas na Colônia, por diferentes motivos e diagnósticos: esquizofre-nia, epilepsia, oligofrenia, sífilis cerebral, psicose maníaco--depressiva, sem diagnóstico etc. Enquanto em prontuários de homens encontramos muita documentação, nos de mu-lheres, o silêncio e a ausência de documentos é o mais co-mum, com registros de entrada e de morte ou evasão. Uma

justificativa para isso era a superlotação da instituição, que impedia que os poucos psiquiatras que lá trabalha-vam realizassem suas tarefas de maneira satisfatória. Ou-tra justificativa é que casos de mulheres doentes mentais tinham pouca atenção para a psiquiatria da época, visto que a mulher era “governada” pelo seu sistema reprodu-tor (útero e ovários), sendo seu cérebro e psique muito influenciados por esses órgãos. Daí a grande presença de registros de menstruações, menopausas e outros rela-cionados às “regras femininas”.

Um caso interessante é o grande número de exames de virgindade, sempre solicitados de maneira extraoficial (papel comum escrito a lápis ou caneta, sem assinatu-ra do solicitante). O resultado na maior parte das vezes: “deflorada”. Esse dado demonstra a vida sexual dessas mulheres, algumas que constituíam família com outros pacientes homens, outras vezes, possivelmente, vítimas de abusos. Seus filhos eram recolhidos por suas famílias ou à pupileira, que originalmente era destinada aos fi-lhos dos servidores residentes na Colônia. Casos que denotam uma “outra vida” e condição contrária ao iso-

lamento preconizado à instituição.A sexualidade também estava relacionada à doença

mental. A sexualidade “desviante” (homossexual, com falta ou excesso de prazer) era vista como sintoma. “Ninfoma-níacas”, “assexuadas”, “lésbicas” eram encaminhadas à ins-tituição e tinham seus passos regulados e anotados.

Ao analisar o caso das mulheres internas na Colônia, po-demos verificar que algumas das modificações na relação entre doença mental e o feminino são frutos das transfor-mações pelas quais passava a sociedade brasileira. Sexuali-dade e tensões familiares não compõem mais as principais causas de internação. O trabalho feminino que ganhava mais espaço na sociedade de então não era reconhecido na Colônia. Ainda assim, em meio a uma instituição asilar, essas mulheres viveram além do que os registros médicos (vazios em sua maioria) apontam. Possuíam história e tor-naram-se figurantes de destaque na nossa região.

* Os nomes das pacientes foram preservados.** Pesquisa oriunda da pesquisa de monografia e mestra-

do da pesquisadora.

Mulheres internadas na Colônia Juliano Moreira: quando a

doença mental rotula o mundo

Janis Cassília - Pesquisadora do IHBAJA

Já há algum tempo as comemorações do dia 20 de novembro vêm crescendo em quantidade e qualidade na Cidade do Rio de Janeiro. Em Jacarepaguá, diante da especificidade da existência de duas comunidades remanescentes de quilombolas (Cafundá Astrogilda e Camorim), as festividades ganharam muito mais notoriedade

em comparação com outras de diferentes localidades da cidade.

Nesse sentido, louvamos a iniciativa da comemoração do Dia da Consciência Negra em datas diferentes por parte dos moradores destes dois quilombos. Primeiramente porque permite dar visibilidade às tradições, práticas e projetos locais de cada comunidade; e segundo, porque ambos podem ver, aprender e contribuir uns com os outros a partir da presença e participação das festividades nos quilombos co-irmãos.

Os dois eventos foram maravilhosos e mostraram o quanto estas comunidades têm a nos oferecer para repensarmos as

formas de compreensão da cultura local de Jacarepaguá. Além disso, formas de associativismo e organizações coletivas surgem nestes eventos engrandecendo as lutas e as perspectivas de uma realidade social menos opressora para as comunidades pobres/empobrecidas da cidade.

Sugiro para os próximos anos um calendário unificado (ao menos em Jacarepaguá) para as comemorações do Dia Nacional da Consciência Negra que poderia tornar-se a semana da consciência negra, onde cada comunidade contribuiria de forma solidária com a construção deste evento, objetivando dar visibilidade à reflexão do que ele representa política, social, econômica e culturalmente.

Jacarepaguá e o Dia Nacional da Consciência Negra

“Núcleo ‘Teixeira Brandão’, para mulheres, na Colônia Juliano Moreira.” In: Arquivos do Serviço Nacional de Doenças Mentais,

Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1949.

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Saulo Júnior* O Campeonato de Futebol Amador de

Jacarepaguá teve mais um ano de sucesso. Antes de falarmos do âmbito esportivo, é importante ressaltar a importância social desse torneio. O certame tem tradição de 52 anos de muito sucesso. Foi um verdadei-ro celeiro de craques que projetou vários jo-gadores para o futebol profissional do Brasil e do mundo, tais como Edmundo, Válber, Josimar e muitos outros.

Atualmente é organizado pelo Instituto ObservaRio. Esse ano a competição con-tou com 16 times que se dividiram em dois grupos de 8. Cada grupo classificou 4 times para a etapa de quartas de final. Alguns dos favoritos, como o Barcelona de Curicica (que disputou a segunda divisão do Cam-peonato Carioca desse ano) e o Colônia da Taquara, foram eliminados nas fases iniciais da competição.

Após vários confrontos, já na fase do chamado mata – mata, os finalistas foram decididos. Amigos Unidos x Fuzuê de Curici-

ca. O jogo foi realizado no Campo do Institu-to Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira. O cenário era perfeito para uma final de campeonato, era um dia bem enso-larado, com mais de mil pessoas ao redor do campo. A declaração do presidente do Ins-tituto esclarece tudo: ‘’O jogo foi decidido em uma disputa de pênaltis, onde tínhamos mais de mil pessoas ao redor do campo. Foi um grande jogo, uma grande final! ’’ O ven-cedor? Fuzuê. A equipe de Curicica mostrou regularidade em toda a competição e mere-ceu se sagrar campeã de 2015.

Certamente o campeonato terá mais sucesso e popularidade em um futuro pró-ximo ou pelo menos é o que o JAAJ espera. Para os campeões, uma saudação. Para as equipes, jogadores e técnicos, boa sorte na próxima edição. Para os amantes do torneio, acalmem - se, no ano que vem tem mais!

*Aluno do 2º Ano do Ensino Médio da Unidade Integrada Garriga de Menezes.Créditos: foto extraída https://www.flickr.

com

Lucas Lizardy, cantor e guitarrista, nasceu no bairro de Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro, mas adotou Jacarepaguá para morar e cantar à noite nos restaurantes e casas de shows da região.

Lizardy começou sua carreira aos 13 anos de idade, cantando e tocando na igreja. A partir daí, muita coisa mudou e, aos 17, resolveu se apresentar nos bares, no estilo voz e violão. Aos 18, surgiu a primeira oportunidade profissional, com a banda Cry Baby, liderada pelo baixista Milton.

Ele se especializou na arte de tocar violão e guitarra, criando um estilo próprio, com influência de Carlos Santana, Djavan, Milton Nascimento, Chico Buarque, Flávio Venturini e muitos outros. Com tantas influências de estilos diversos, não se poderia imaginar algo diferente de uma grande versatilidade de interpretação.

Com seu vozeirão, é intérprete de lindas canções, tanto da MPB quanto do pop rock, samba e sertanejo.

Seu trabalho ganha destaque nas melhores casas de show e eventos do Rio de Janeiro e Jacarepaguá. Ultimamente, está se apresentando às sextas-feiras, a partir das 21h, no restaurante Garota do Pechincha, na rua Geremário Dantas, 522, Pechincha.

Descobrindo Talento Fuzuê de Curicica é campeão do Campeonato de Futebol de

Jacarepaguá de 2015

Campo Juliano Moreira onde foi realizada a final

Lucas Lizardy canta, sem medo de ser feliz, do pop

rock ao sertanejo

Contato para shows e festas: (21) 96984-7543 ou pelo e-mail <[email protected]>

Triduo de Adoração ao Santissimo Sacramento

“Oh, Rei dos Reis, selaste em mim pra sempre o seu amor”.

Triduo de Orações: dias 7,8 e 9 de janeiro de 2016.

Santa Missa e Festa Comunitária: 10 de janeiro de 2016.

Estrada do Camorim, 925 - Camorim.

Festa do Padroeiro da Igreja São Gonçalo

de Amarante

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O Parque Natural Municipal do Bosque da Freguesia

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O Parque Natural Municipal Bosque da Freguesia, mais conhecido como Bosque da Freguesia, é uma das princi-pais Unidades de Conservação da Região Administrativa de Jacarepaguá. Trata-se de uma reserva com 31 hecta-res, tombada pela Lei Municipal 1.512/89. A luta pela pre-servação de uma área verde na região remonta aos anos 1980, quando movimentos comunitários e ambientalistas, representados pela Associação de Moradores e Amigos da Freguesia AMAF e pelo Grupo de Defesa Ecológica - GRU-DE, sensibilizaram o Poder Público Municipal para desen-volver iniciativas que impedissem a retirada do que restou da vegetação original do bairro da Freguesia. Essa pressão finalmente resultou na criação de um Parque Municipal, através do Decreto n.º 11.830 de 11/12/92 e delimitado pelo Decreto n.º 12.962 de 08/06/94.

A área que compreende o Bosque da Freguesia per-tencia, no início do século XX, ao engenheiro carioca Joa-quim Catramby. Era uma Chácara, que, além de ser usa-

da como local de veraneio, também possuía criações de suínos, bovinos, equinos e aves. A paisagem da Freguesia nessa época era tomada por sítio e chácaras, que serviam para o lazer e também para moradia. O Bosque fica no centro de outra Unidade de Conservação, a Área de Prote-ção Ambiental do Bairro da Freguesia, com uma dimensão de 366 hectares.

Originalmente toda essa região era coberta pela Flo-resta Ombrófila Densa, que foi sendo gradativamente substituída, ao longo do período colonial, pela cultura da cana-de-açúcar. A mata que compõe o Bosque da Fregue-sia é basicamente secundária, em estágio inicial e médio de regeneração. Destacam-se as bromeliáceas e as cactá-ceas. Entre 2009 e 2013 foram plantadas 11 mil mudas de espécies nativas.

A fauna é tipicamente urbana, predominando as aves, como os bicos-de-lacre, os tizius e os sanhaços, que buscam os frutos das diversas árvores existentes no local. O gavião-

-carijó também é avistado com certa frequência no local.

O Bosque da Freguesia possui 2,5 km de trilhas, além de um campo de fute-bol, uma quadra polivalente, uma biblioteca, uma sala de Educação Ambiental, apiá-rios e um parquinho com vá-rios brinquedos. Atualmen-te, essa Unidade de Con-servação encontra-se sob a tutela da Fundação Parques e Jardins. O Bosque possui duas entradas: uma na Avenida Ten. Cel. Muniz de Aragão e outra pelo estacionamento do Rio Shopping.

Sede do Bosque da Freguesia

Principal trilha do Bosque da Freguesia

Na última edição do JAAJ de 2015 vale a pena lançar um olhar sobre o que nos va-leu, o que ganhamos, o que perdemos e o que não fez a menor diferença neste ano de tantas reviravoltas que aconteceram não apenas no Brasil, mas, no mundo.

Do lado de lá do oceano, olhando para a Europa, vi-mos atentados terroristas e milhares de pessoas à deriva, morrendo afogadas na ten-tativa de escapar de guerras intermináveis em sua terra natal. Olhando para a Amé-rica do Norte, vimos inúme-ras chacinas praticadas por assassinos enlouquecidos estimulados por uma cultura armamentista.

Aqui, em nossas terras tupiniquins, temos uma guerra que não atende por este nome, mas, vem matando, sem trégua, es-pecialmente nas grandes cidades. As vítimas estão em todas as classes sociais, mas, em maior número, nas periferias, nos bairros mais pobres.

Em todos os casos, a in-dústria das armas é a grande

Juçara Braga • jornalistaObservatório Popular

Será que somos capazes de mudar o mundo?

patrocinadora dos dramas que enchem seus cofres de dinheiro. Vivemos a agonia do medo que nos leva a crer que a nossa sobrevivência deve-se unicamente à sorte. Voltar para casa ileso depois de atravessar a cidade pare-ce realmente um feito.

Não vemos, em contra-partida, uma política de se-gurança pública que respon-da a tal nível de violência. O que vemos rotineiramente é uma sequência de saques aos cofres públicos pratica-dos por corruptos e corrup-tores que se embrenham nos mais diversos níveis hie-rárquicos do setor público.

Tudo isso deve entrar no balanço de 2015. Se en-tendermos que a sociedade está doente e precisa res-gatar valores éticos e mo-rais para fazer frente a esse trem desgovernado, talvez possamos contabilizar os desastres de hoje como ex-periência e partir para 2016 com a esperança renovada na nossa capacidade de mu-dar o mundo.

E então, vamos mudar o mundo?

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