Barcelona Urbanismo II

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    BARCELONA

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    No incio da dcada de 1980, aponta-se um exemplo queposteriormente se destacar como uma nova postura diante dacidade do sculo XXI: a Barcelona da novaurbanidade, de

    Oriol Bohigas, que, juntamente com outros arquitetos doLaboratrio de Urbanismo da Escola Tcnica Superior de

    Arquitetura de Barcelona (ETSAB), forma uma frenteantiurbanismo, a qual tem a inteno de entender a forma da

    cidade, com base no no funcionalismo das atribuies de uso,mas no desenho dos elementos urbanos, como uma verdadeiraarquitetura (SOL-MORALES, 1990: 13).

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    O Planejamento urbano de Barcelona destaca-se pela sua postura de espao pblico unida aoutras posturas urbanas tais como: investimentos

    no sistema de transporte pblico e parceria dosetor pblico com o privado nas intervenes. Esseplanejamento se torna conhecido como ModeloBarcelona. Esse modelo representa o resultado de

    vrias transformaes, no somente urbanas, mastambm polticas, sociais e culturais.

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    Barcelona manteve-se amarulhada durantenove sculos, e viveu em meados do sculo XIX,um grande salto econmico, tanto por fora da

    concentrao local de indstrias a vapor, como porconta do aumento da densidade demogrfica.Dados histricos mostram que a densidade eramesmo excessiva, sendo at prejudicial sade

    pblica.

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    Cientes da necessidade de ordenao dodesenvolvimento, autoridades propem medidascujo os principais objetivos era transformar a

    cidade insalubre em uma cidade moderna. Em1859, Ildefonso Cerd, um engenheiro dedicado aestudar a cidade e os desafios do crescimentoordenado, propem a expanso contigua a cidade

    existente, mediante a uma malha regular, aquadrcula, que uniria os bairros perifricos. Esseplano, conhecido como Plano de Cerd ou Planodo Ensanche conferiu uma base urbana importantepara a cidade e permitiu a instalao de novas

    fbricas, habitaes e equipamentos.

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    Por determinao da Coroa Espanhola, Cerda foiresponsvel pela implantao do plano, que objetivou urbanizaros terrenos fora das muralhas, concebendo um novo territorial

    municipal. O projeto permitia a fluidez da circulao e amanuteno da higiene. Cria-se uma malha urbana que distribuio transito de maneira equilibrada, com uma hierarquiahomognea, poucos eixos que se sobressaem e trs eixos

    principais que cruzam a cidade diagonalmente ehorizontalmente.

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    Cerd

    Quadras de 113x113 metros;

    Ruas de 20 metros de largura, sendo 10 metrospara circulao viria e 5 metros para cada lado dacalada;

    Esquinas com chanfros de 45, facilitando, assim, avisibilidade dos giros dos veculos (antecipando em40 anos a preocupao com a circulao viria).

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    O Plano conhecido hoje principalmente pela suarepresentao grfica com sua malha reticular caracterstica.

    Esta, no entanto, mal compreendida e vista como uma grelha

    simples, que se estende a partir dos limites da cidade antiga.O plano apresenta um sistema completo que distribui parques,indstria, comrcio e residncias de forma equilibrada.

    As avenidas principais formam estruturas que coordenam a

    expanso dos quarteires.Os quarteires, hoje preenchidos em todos os seus lados, foramidealizados como quadras abertas, que permitiam o maior fluxode pessoas e de ar pela cidade, assim como poderiam ser

    preenchidos por reas verdes.

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    C

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    Cerd considerou que os planos radiaiscomo o de Haussmann em Paris ou os concntricos deRingstrasse em Viena fomentavam a congesto dascidades. O seu objetivo era a mxima homogeneidade

    do tecido urbano e uma boa conexo com o exterior dacidade, tanto ao nvel rodovirio como martimo eferrovirio. Contudo, o seu projeto foi descriminadopelos responsveis municipais e por boa parte daburguesia barcelonesa.Acabou sendo imposto em 1858 pela administraocentral de Madrid (SAENZ RIDRUEJO, 1972).Levou muitos anos a ser reconhecido o talento doprojeto em relao a outros aprovados pela Cmara de

    Barcelona. Hoje em dia o ensanche de Barcelona estmelhor adaptado ao trfego rodovirio e circulaopedestre que muitos dos bairros construdos depois dachegada do automvel.

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    To importante quanto os desenhos , tambm, o sistema tericodesenvolvido por Cerd:

    A cidade funciona em torno do duplo conceito: movimento erepouso; A rua deve fornecer redes de infraestrutura, permitir o transportee possibilitar a melhor arejamento e iluminao das casas; O conceito de intervias representa a importncia do quarteiro edo sistema virio na estrutura da cidade;

    O sistema de transportes um elemento fundamental para ofuncionamento da cidade; O plano deve possibilitar a extenso ilimitada da cidade; Deve haver a unio entre a cidade antiga e a nova zona deextenso.

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    Somente depois de 1970 que iniciada as mudanase ampliaes requeridas para o porto e, quandoocorreram, acabaram se dando de forma tmida ou

    seguindo a mesma ordem que em outras cidades domundo: primeiramente com a alterao da localizao doporto e das industrias para longe da frentemartima.Somente depois da inaugurao da frente

    democrtica na cidade que as iniciativas comearamrealmente a acontecer. Na dcada de 70 dos grandesfatos marcaram Barcelona: a morte do ditador Franco em1975 e a transio para o sistema democrtico, marcada

    pela primeira eleio para a prefeitura de Barcelona em1979.

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    Em 1976, surge o Plano Geral Metropolitano (planomarcado pela participao popular), que deteve os processoscongestivos anteriores e ajudou a normalizar o mercado de

    solos,quando introduziu importantes reservas de terrenodestinadas a infra-estruturas, espaos verdes e equipamentoscomunitrios. Contudo, os problemas iam cada vez mais setornando piores. Somente a partir de 1979, com a constituiodos bairros democrticos, houve uma seria abordagem doproblema. Deu-se incio a uma nova poltica em que arecuperao dos dficits acumulados durante anos eramprioridade absoluta.

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    Monumentalizar a periferia significava para Bohigas dotar dequalidade arquitetnica os subrbios operrios da cidade,mediante pequenas intervenes e a edificao de monumentos,

    distribudos estrategicamente, por ser seguro que essas novapresena aumentava a qualidade do espao pblico, e com isso,potencialmente, a qualidade de vida dos seus Habitantes(BALIBREA, 2003: 35).

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    Atualmente, o espao pblico como estratgia urbana ter sido acarta de apresentao de Barcelona no debate sobre ourbanismo atual, mas justo dizer que antes muitas outras

    cidades europeias tinham adotado esta estratgia. Para Borja(2003:79), a estratgia do espao pblico parte de trsconsideraes:

    a) A cidade espao pblico, o elemento ordenador, a cidade

    comea e expressa-se mediante o espao pblico;b) O espao pblico tem um valor funcional (relacional), cultural(simblico) e cvico poltico (representao e expresso dacoletividade);

    c) O espao pblico tem capacidade transformadora sobre osseus entornos, o fsico e o social, que pode qualificar oudesqualificar.

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    A considerao do espao pblico segundo os contributos de Borja,estiveram na base de reconstruo de uma Barcelonacontempornea, que atravs do planeamento urbano conseguiu fixaruma tipologia de cidade de elevada competitividade internacional.

    A transformao pela qual passou Barcelona, de uma cidade deimportncia regional, cuja economia era baseada na indstria, parauma metpolis3 efervescente com um enorme poder de atrao, nofoi casual, mas fruto das polticas pblicas e culturais adoptadas nos

    ltimos 25 anos. O chamado Modelo Barcelona considerado ummarco nas transformaes urbanas do sculo XX e uma refernciaem boa parte do mundo ocidental, especialmente na Amrica Latina(MARTI, 2006)4.

    Barcelona hoje uma urbe ps-moderna, seguindo o modelo dos

    reordenamentos do capitalismo global nos ltimos trinta anos, quemudaram a sua situao geopoltica e a sua projeo internacional

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    Jordi Marti (2006) identifica trs perodos distintos a partir do fimda ditadura franquista (1975).

    So eles, os anos 80, os anos 90 e a transio para o sculo XXI,momentos que ele denomina Felices Ochenta, Latransformacin de los 90 e Que vienne els. XXI!!. Entre 1975 emeados dos anos 80, Barcelona viveu uma fase de euforia: aidentidade catal foi resgatada em toda sua plenitude, as

    tradies e as festas foram recuperadas ou reinventadas nummovimento atvico.

    A ocupao das ruas e demais espaos pblicos como espao decelebrao e encontro marca todo este perodo.

    Com a autonomia relativa garantida, o passo seguinte foi aestruturao poltica e o fortalecimento das instituies locais.

    Este sem duvida o grande perodo de viragem na poltica deespao pblico.

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    Esta nova fase de planeamento da cidade democrtica de 1980, talcomo refere JuliEsteban i Noguera (1999), tomou forma numa srie deideias e projetos parciais, com a participao de vrios atores e comdiferentes referncias contextuais e objetivos especficos durante todo operodo. Estes projetos, com insero principal na interveno deespao pblicos, foram a base de construir a cidade. A requalificaourbana, que tinha como principal indutor a melhoria dos espaospblicos, foi um princpio extensivo a toda a cidade, especialmente cidade perifrica. Uma srie de atuaes concretas, que pretendiam sero foco regenerador do seu entorno, com a certeza que este processoteria resultados mais imediatos e radicais que o planeamentosistemtico a grande escala. Um certo urbanismo deoportunidade era obrigatrio, sobretudo pelos momentos de criseeconmica anteriormente vividos com o desaparecimento de indstriase servios. Contudo, isto vai permitir a recuperao de espaos

    pblicos importantes, como o Escorxador, a Espanha Industrial,Renfe-Meridiana, a Pgaso, o Clot, etc. (CCERES & FERRER, 1993).

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    A poltica de interveno inicial foi a qualificao de espaospblicos existentes e a construo de novos. Tal como refereMartorrell, em entrevista realizada, no existe um modelo

    constitudo mas sim um projeto ou um conjunto de ideias que seforam desenvolvendo, e que necessariamente se manifestaramnas intervenes do espao pblico, sobretudo em praas, ruas,parques, jardins e avenidas.

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    Avenida de Gaudi (Barcelona). Primeira proposta de interveno, que pretende vincularzonas especficas da cidade e formar uma estrutura contnua ao nvel da traa urbana.As intervenes realizadas pretendiam dar uma certa leitura unitria da cidade e dotarde continuidade urbana s zonas mais destruturadas. A reurbanizao da Avenida de

    Gaudi como primeira interveno, j continha o carcter programtico desta vontadeestruturadora.

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