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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOPrograma Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec)
Base Legal do Pronatec
Brasília, quinta-feira, 3 de maio de 2012
Índice
............................................................Lei Nº 12.288, de 20 de Julho 2010 1................................................Lei Nº 12.513, de 26 de Outubro de 2011. 19
...........................................Decreto Nº 7.589, de 26 de Outubro de 2011 29.........................................Portaria Nº 1.568, de 3 de Novembro de 2011 32
.......................................Decreto Nº 7.612, de 17 de Novembro de 2011. 33.................................................Portaria Nº 185, de 12 de Março de 2012 39
..................................Resolução CD/FNDE Nº 3, de 16 de Março de 2012 44
..................................Resolução CD/FNDE Nº 4, de 16 de Março de 2012 65.....................................Portaria do MEC Nº 270, de 29 de Março de 2012 83
................................................Decreto Nº 7.721, de 16 de Abril de 2012 94.....................................................................................................Anexos 97
........Anexo I: Termo de Adesão à Bolsa-Formação do Pronatec (Parceiros ofertantes) 97Anexo II: Termo de Compromisso em Adesão à Bolsa-Formação do Pronatec (Secretarias
..........................................................................de Estado e do Distrito Federal) 100Anexo III: Acordo de Cooperação Técnica na Bolsa-Formação do Pronatec (Instituições
.......................................................................da Administração Pública Federal) 102Anexo IV: Termo de Compromisso e Comprovante de Matrícula no Bolsa-Formação do
...................................................................Pronatec (para alunos matriculados) 106
Lei Nº 12.288, de 20 de Julho 2010
Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis
nos 7.716, de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de
abril de 1995, 7.347, de 24 de julho de 1985, e
10.778, de 24 de novembro de 2003.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono
a seguinte Lei:
TÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população
negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos
e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.
Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:
I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência
baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou
restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e
liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro
campo da vida pública ou privada;
II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de
bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência
ou origem nacional ou étnica;
III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no âmbito da sociedade que
acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais;
IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas,
conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), ou que adotam autodefinição análoga;
V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no
cumprimento de suas atribuições institucionais;
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VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela
iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de
oportunidades.
Art. 2o É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de oportunidades,
reconhecendo a todo cidadão brasileiro, independentemente da etnia ou da cor da pele, o direito à
participação na comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômicas, empresariais,
educacionais, culturais e esportivas, defendendo sua dignidade e seus valores religiosos e culturais.
Art. 3o Além das normas constitucionais relativas aos princípios fundamentais, aos direitos
e garantias fundamentais e aos direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade
Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial, a
valorização da igualdade étnica e o fortalecimento da identidade nacional brasileira.
Art. 4o A participação da população negra, em condição de igualdade de oportunidade, na
vida econômica, social, política e cultural do País será promovida, prioritariamente, por meio de:
I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento econômico e social;
II - adoção de medidas, programas e políticas de ação afirmativa;
III - modificação das estruturas institucionais do Estado para o adequado enfrentamento e a
superação das desigualdades étnicas decorrentes do preconceito e da discriminação étnica;
IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o combate à discriminação étnica e
às desigualdades étnicas em todas as suas manifestações individuais, institucionais e estruturais;
V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e institucionais que impedem a
representação da diversidade étnica nas esferas pública e privada;
VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriundas da sociedade civil direcionadas
à promoção da igualdade de oportunidades e ao combate às desigualdades étnicas, inclusive
mediante a implementação de incentivos e critérios de condicionamento e prioridade no acesso aos
recursos públicos;
VII - implementação de programas de ação afirmativa destinados ao enfrentamento das
desigualdades étnicas no tocante à educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho,
moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à terra, à Justiça, e
outros.
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Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa constituir-se-ão em políticas públicas
destinadas a reparar as distorções e desigualdades sociais e demais práticas discriminatórias
adotadas, nas esferas pública e privada, durante o processo de formação social do País.
Art. 5o Para a consecução dos objetivos desta Lei, é instituído o Sistema Nacional de
Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), conforme estabelecido no Título III.
TÍTULO II - DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I - DO DIREITO À SAÚDE
Art. 6o O direito à saúde da população negra será garantido pelo poder público mediante
políticas universais, sociais e econômicas destinadas à redução do risco de doenças e de outros
agravos.
§ 1o O acesso universal e igualitário ao Sistema Único de Saúde (SUS) para promoção,
proteção e recuperação da saúde da população negra será de responsabilidade dos órgãos e
instituições públicas federais, estaduais, distritais e municipais, da administração direta e indireta.
§ 2o O poder público garantirá que o segmento da população negra vinculado aos seguros
privados de saúde seja tratado sem discriminação.
Art. 7o O conjunto de ações de saúde voltadas à população negra constitui a Política
Nacional de Saúde Integral da População Negra, organizada de acordo com as diretrizes abaixo
especificadas:
I - ampliação e fortalecimento da participação de lideranças dos movimentos sociais em
defesa da saúde da população negra nas instâncias de participação e controle social do SUS;
II - produção de conhecimento científico e tecnológico em saúde da população negra;
III - desenvolvimento de processos de informação, comunicação e educação para contribuir
com a redução das vulnerabilidades da população negra.
Art. 8o Constituem objetivos da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra:
I - a promoção da saúde integral da população negra, priorizando a redução das
desigualdades étnicas e o combate à discriminação nas instituições e serviços do SUS;
II - a melhoria da qualidade dos sistemas de informação do SUS no que tange à coleta, ao
processamento e à análise dos dados desagregados por cor, etnia e gênero;
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III - o fomento à realização de estudos e pesquisas sobre racismo e saúde da população
negra;
IV - a inclusão do conteúdo da saúde da população negra nos processos de formação e
educação permanente dos trabalhadores da saúde;
V - a inclusão da temática saúde da população negra nos processos de formação política das
lideranças de movimentos sociais para o exercício da participação e controle social no SUS.
Parágrafo único. Os moradores das comunidades de remanescentes de quilombos serão
beneficiários de incentivos específicos para a garantia do direito à saúde, incluindo melhorias nas
condições ambientais, no saneamento básico, na segurança alimentar e nutricional e na atenção
integral à saúde.
CAPÍTULO II - DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER
Seção I - Disposições Gerais
Art. 9o A população negra tem direito a participar de atividades educacionais, culturais,
esportivas e de lazer adequadas a seus interesses e condições, de modo a contribuir para o
patrimônio cultural de sua comunidade e da sociedade brasileira.
Art. 10. Para o cumprimento do disposto no art. 9o, os governos federal, estaduais, distrital
e municipais adotarão as seguintes providências:
I - promoção de ações para viabilizar e ampliar o acesso da população negra ao ensino
gratuito e às atividades esportivas e de lazer;
II - apoio à iniciativa de entidades que mantenham espaço para promoção social e cultural
da população negra;
III - desenvolvimento de campanhas educativas, inclusive nas escolas, para que a
solidariedade aos membros da população negra faça parte da cultura de toda a sociedade;
IV - implementação de políticas públicas para o fortalecimento da juventude negra
brasileira.
Seção II - Da Educação
Art. 11. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e
privados, é obrigatório o estudo da história geral da África e da história da população negra no
Brasil, observado o disposto na Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
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§ 1o Os conteúdos referentes à história da população negra no Brasil serão ministrados no
âmbito de todo o currículo escolar, resgatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento
social, econômico, político e cultural do País.
§ 2o O órgão competente do Poder Executivo fomentará a formação inicial e continuada de
professores e a elaboração de material didático específico para o cumprimento do disposto no caput
deste artigo.
§ 3o Nas datas comemorativas de caráter cívico, os órgãos responsáveis pela educação
incentivarão a participação de intelectuais e representantes do movimento negro para debater com
os estudantes suas vivências relativas ao tema em comemoração.
Art. 12. Os órgãos federais, distritais e estaduais de fomento à pesquisa e à pós-graduação
poderão criar incentivos a pesquisas e a programas de estudo voltados para temas referentes às
relações étnicas, aos quilombos e às questões pertinentes à população negra.
Art. 13. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos competentes, incentivará as
instituições de ensino superior públicas e privadas, sem prejuízo da legislação em vigor, a:
I - resguardar os princípios da ética em pesquisa e apoiar grupos, núcleos e centros de
pesquisa, nos diversos programas de pós-graduação que desenvolvam temáticas de interesse da
população negra;
II - incorporar nas matrizes curriculares dos cursos de formação de professores temas que
incluam valores concernentes à pluralidade étnica e cultural da sociedade brasileira;
III - desenvolver programas de extensão universitária destinados a aproximar jovens
negros de tecnologias avançadas, assegurado o princípio da proporcionalidade de gênero entre os
beneficiários;
IV - estabelecer programas de cooperação técnica, nos estabelecimentos de ensino
públicos, privados e comunitários, com as escolas de educação infantil, ensino fundamental, ensino
médio e ensino técnico, para a formação docente baseada em princípios de equidade, de tolerância e
de respeito às diferenças étnicas.
Art. 14. O poder público estimulará e apoiará ações socioeducacionais realizadas por
entidades do movimento negro que desenvolvam atividades voltadas para a inclusão social,
mediante cooperação técnica, intercâmbios, convênios e incentivos, entre outros mecanismos.
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Art. 15. O poder público adotará programas de ação afirmativa.
Art. 16. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos responsáveis pelas políticas de
promoção da igualdade e de educação, acompanhará e avaliará os programas de que trata esta
Seção.
Seção III - Da Cultura
Art. 17. O poder público garantirá o reconhecimento das sociedades negras, clubes e outras
formas de manifestação coletiva da população negra, com trajetória histórica comprovada, como
patrimônio histórico e cultural, nos termos dos arts. 215 e 216 da Constituição Federal.
Art. 18. É assegurado aos remanescentes das comunidades dos quilombos o direito à
preservação de seus usos, costumes, tradições e manifestos religiosos, sob a proteção do Estado.
Parágrafo único. A preservação dos documentos e dos sítios detentores de reminiscências
históricas dos antigos quilombos, tombados nos termos do § 5o do art. 216 da Constituição Federal,
receberá especial atenção do poder público.
Art. 19. O poder público incentivará a celebração das personalidades e das datas
comemorativas relacionadas à trajetória do samba e de outras manifestações culturais de matriz
africana, bem como sua comemoração nas instituições de ensino públicas e privadas.
Art. 20. O poder público garantirá o registro e a proteção da capoeira, em todas as suas
modalidades, como bem de natureza imaterial e de formação da identidade cultural brasileira, nos
termos do art. 216 da Constituição Federal.
Parágrafo único. O poder público buscará garantir, por meio dos atos normativos
necessários, a preservação dos elementos formadores tradicionais da capoeira nas suas relações
internacionais.
Seção IV - Do Esporte e Lazer
Art. 21. O poder público fomentará o pleno acesso da população negra às práticas
desportivas, consolidando o esporte e o lazer como direitos sociais.
Art. 22. A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional, nos termos do art.
217 da Constituição Federal.
§ 1o A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as modalidades em que a
capoeira se manifesta, seja como esporte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o
território nacional.
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§ 2o É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas
e mestres tradicionais, pública e formalmente reconhecidos.
CAPÍTULO III - DO DIREITO À LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA E AO LIVRE
EXERCÍCIO DOS CULTOS RELIGIOSOS
Art. 23. É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias.
Art. 24. O direito à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos
religiosos de matriz africana compreende:
I - a prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à religiosidade e a fundação e
manutenção, por iniciativa privada, de lugares reservados para tais fins;
II - a celebração de festividades e cerimônias de acordo com preceitos das respectivas
religiões;
III - a fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de instituições beneficentes ligadas
às respectivas convicções religiosas;
IV - a produção, a comercialização, a aquisição e o uso de artigos e materiais religiosos
adequados aos costumes e às práticas fundadas na respectiva religiosidade, ressalvadas as condutas
vedadas por legislação específica;
V - a produção e a divulgação de publicações relacionadas ao exercício e à difusão das
religiões de matriz africana;
VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas naturais e jurídicas de natureza
privada para a manutenção das atividades religiosas e sociais das respectivas religiões;
VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para divulgação das respectivas
religiões;
VIII - a comunicação ao Ministério Público para abertura de ação penal em face de atitudes
e práticas de intolerância religiosa nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais.
Art. 25. É assegurada a assistência religiosa aos praticantes de religiões de matrizes
africanas internados em hospitais ou em outras instituições de internação coletiva, inclusive àqueles
submetidos a pena privativa de liberdade.
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Art. 26. O poder público adotará as medidas necessárias para o combate à intolerância com
as religiões de matrizes africanas e à discriminação de seus seguidores, especialmente com o
objetivo de:
I - coibir a utilização dos meios de comunicação social para a difusão de proposições,
imagens ou abordagens que exponham pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos
fundados na religiosidade de matrizes africanas;
II - inventariar, restaurar e proteger os documentos, obras e outros bens de valor artístico e
cultural, os monumentos, mananciais, flora e sítios arqueológicos vinculados às religiões de matrizes
africanas;
III - assegurar a participação proporcional de representantes das religiões de matrizes
africanas, ao lado da representação das demais religiões, em comissões, conselhos, órgãos e outras
instâncias de deliberação vinculadas ao poder público.
CAPÍTULO IV - DO ACESSO À TERRA E À MORADIA ADEQUADA
Seção I - Do Acesso à Terra
Art. 27. O poder público elaborará e implementará políticas públicas capazes de promover o
acesso da população negra à terra e às atividades produtivas no campo.
Art. 28. Para incentivar o desenvolvimento das atividades produtivas da população negra
no campo, o poder público promoverá ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao financiamento
agrícola.
Art. 29. Serão assegurados à população negra a assistência técnica rural, a simplificação do
acesso ao crédito agrícola e o fortalecimento da infraestrutura de logística para a comercialização da
produção.
Art. 30. O poder público promoverá a educação e a orientação profissional agrícola para os
trabalhadores negros e as comunidades negras rurais.
Art. 31. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas
terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.
Art. 32. O Poder Executivo federal elaborará e desenvolverá políticas públicas especiais
voltadas para o desenvolvimento sustentável dos remanescentes das comunidades dos quilombos,
respeitando as tradições de proteção ambiental das comunidades.
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Art. 33. Para fins de política agrícola, os remanescentes das comunidades dos quilombos
receberão dos órgãos competentes tratamento especial diferenciado, assistência técnica e linhas
especiais de financiamento público, destinados à realização de suas atividades produtivas e de
infraestrutura.
Art. 34. Os remanescentes das comunidades dos quilombos se beneficiarão de todas as
iniciativas previstas nesta e em outras leis para a promoção da igualdade étnica.
Seção II - Da Moradia
Art. 35. O poder público garantirá a implementação de políticas públicas para assegurar o
direito à moradia adequada da população negra que vive em favelas, cortiços, áreas urbanas
subutilizadas, degradadas ou em processo de degradação, a fim de reintegrá-las à dinâmica urbana
e promover melhorias no ambiente e na qualidade de vida.
Parágrafo único. O direito à moradia adequada, para os efeitos desta Lei, inclui não apenas
o provimento habitacional, mas também a garantia da infraestrutura urbana e dos equipamentos
comunitários associados à função habitacional, bem como a assistência técnica e jurídica para a
construção, a reforma ou a regularização fundiária da habitação em área urbana.
Art. 36. Os programas, projetos e outras ações governamentais realizadas no âmbito do
Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), regulado pela Lei no 11.124, de 16 de
junho de 2005, devem considerar as peculiaridades sociais, econômicas e culturais da população
negra.
Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios estimularão e facilitarão a
participação de organizações e movimentos representativos da população negra na composição dos
conselhos constituídos para fins de aplicação do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social
(FNHIS).
Art. 37. Os agentes financeiros, públicos ou privados, promoverão ações para viabilizar o
acesso da população negra aos financiamentos habitacionais.
CAPÍTULO V - DO TRABALHO
Art. 38. A implementação de políticas voltadas para a inclusão da população negra no
mercado de trabalho será de responsabilidade do poder público, observando-se:
I - o instituído neste Estatuto;
II - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Convenção Internacional sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, de 1965;
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III - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Convenção no 111, de 1958, da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata da discriminação no emprego e na profissão;
IV - os demais compromissos formalmente assumidos pelo Brasil perante a comunidade
internacional.
Art. 39. O poder público promoverá ações que assegurem a igualdade de oportunidades no
mercado de trabalho para a população negra, inclusive mediante a implementação de medidas
visando à promoção da igualdade nas contratações do setor público e o incentivo à adoção de
medidas similares nas empresas e organizações privadas.
§ 1o A igualdade de oportunidades será lograda mediante a adoção de políticas e
programas de formação profissional, de emprego e de geração de renda voltados para a população
negra.
§ 2o As ações visando a promover a igualdade de oportunidades na esfera da
administração pública far-se-ão por meio de normas estabelecidas ou a serem estabelecidas em
legislação específica e em seus regulamentos.
§ 3o O poder público estimulará, por meio de incentivos, a adoção de iguais medidas pelo
setor privado.
§ 4o As ações de que trata o caput deste artigo assegurarão o princípio da
proporcionalidade de gênero entre os beneficiários.
§ 5o Será assegurado o acesso ao crédito para a pequena produção, nos meios rural e
urbano, com ações afirmativas para mulheres negras.
§ 6o O poder público promoverá campanhas de sensibilização contra a marginalização da
mulher negra no trabalho artístico e cultural.
§ 7o O poder público promoverá ações com o objetivo de elevar a escolaridade e a
qualificação profissional nos setores da economia que contem com alto índice de ocupação por
trabalhadores negros de baixa escolarização.
Art. 40. O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) formulará
políticas, programas e projetos voltados para a inclusão da população negra no mercado de trabalho
e orientará a destinação de recursos para seu financiamento.
Art. 41. As ações de emprego e renda, promovidas por meio de financiamento para
constituição e ampliação de pequenas e médias empresas e de programas de geração de renda,
contemplarão o estímulo à promoção de empresários negros.
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Parágrafo único. O poder público estimulará as atividades voltadas ao turismo étnico com
enfoque nos locais, monumentos e cidades que retratem a cultura, os usos e os costumes da
população negra.
Art. 42. O Poder Executivo federal poderá implementar critérios para provimento de cargos
em comissão e funções de confiança destinados a ampliar a participação de negros, buscando
reproduzir a estrutura da distribuição étnica nacional ou, quando for o caso, estadual, observados os
dados demográficos oficiais.
CAPÍTULO VI - DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Art. 43. A produção veiculada pelos órgãos de comunicação valorizará a herança cultural e
a participação da população negra na história do País.
Art. 44. Na produção de filmes e programas destinados à veiculação pelas emissoras de
televisão e em salas cinematográficas, deverá ser adotada a prática de conferir oportunidades de
emprego para atores, figurantes e técnicos negros, sendo vedada toda e qualquer discriminação de
natureza política, ideológica, étnica ou artística.
Parágrafo único. A exigência disposta no caput não se aplica aos filmes e programas que
abordem especificidades de grupos étnicos determinados.
Art. 45. Aplica-se à produção de peças publicitárias destinadas à veiculação pelas
emissoras de televisão e em salas cinematográficas o disposto no art. 44.
Art. 46. Os órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica ou
fundacional, as empresas públicas e as sociedades de economia mista federais deverão incluir
cláusulas de participação de artistas negros nos contratos de realização de filmes, programas ou
quaisquer outras peças de caráter publicitário.
§ 1o Os órgãos e entidades de que trata este artigo incluirão, nas especificações para
contratação de serviços de consultoria, conceituação, produção e realização de filmes, programas ou
peças publicitárias, a obrigatoriedade da prática de iguais oportunidades de emprego para as
pessoas relacionadas com o projeto ou serviço contratado.
§ 2o Entende-se por prática de iguais oportunidades de emprego o conjunto de medidas
sistemáticas executadas com a finalidade de garantir a diversidade étnica, de sexo e de idade na
equipe vinculada ao projeto ou serviço contratado.
§ 3o A autoridade contratante poderá, se considerar necessário para garantir a prática de
iguais oportunidades de emprego, requerer auditoria por órgão do poder público federal.
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§ 4o A exigência disposta no caput não se aplica às produções publicitárias quando
abordarem especificidades de grupos étnicos determinados.
TÍTULO III - Do Sistema NACIONAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL (SINAPIR)
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 47. É instituído o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir) como
forma de organização e de articulação voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços
destinados a superar as desigualdades étnicas existentes no País, prestados pelo poder público
federal.
§ 1o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão participar do Sinapir mediante
adesão.
§ 2o O poder público federal incentivará a sociedade e a iniciativa privada a participar do
Sinapir.
CAPÍTULO II - DOS OBJETIVOS
Art. 48. São objetivos do Sinapir:
I - promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades sociais resultantes do
racismo, inclusive mediante adoção de ações afirmativas;
II - formular políticas destinadas a combater os fatores de marginalização e a promover a
integração social da população negra;
III - descentralizar a implementação de ações afirmativas pelos governos estaduais, distrital
e municipais;
IV - articular planos, ações e mecanismos voltados à promoção da igualdade étnica;
V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados para a implementação das
ações afirmativas e o cumprimento das metas a serem estabelecidas.
CAPÍTULO III - DA ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA
Art. 49. O Poder Executivo federal elaborará plano nacional de promoção da igualdade
racial contendo as metas, princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional de
Promoção da Igualdade Racial (PNPIR).
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§ 1o A elaboração, implementação, coordenação, avaliação e acompanhamento da PNPIR,
bem como a organização, articulação e coordenação do Sinapir, serão efetivados pelo órgão
responsável pela política de promoção da igualdade étnica em âmbito nacional.
§ 2o É o Poder Executivo federal autorizado a instituir fórum intergovernamental de
promoção da igualdade étnica, a ser coordenado pelo órgão responsável pelas políticas de promoção
da igualdade étnica, com o objetivo de implementar estratégias que visem à incorporação da política
nacional de promoção da igualdade étnica nas ações governamentais de Estados e Municípios.
§ 3o As diretrizes das políticas nacional e regional de promoção da igualdade étnica serão
elaboradas por órgão colegiado que assegure a participação da sociedade civil.
Art. 50. Os Poderes Executivos estaduais, distrital e municipais, no âmbito das respectivas
esferas de competência, poderão instituir conselhos de promoção da igualdade étnica, de caráter
permanente e consultivo, compostos por igual número de representantes de órgãos e entidades
públicas e de organizações da sociedade civil representativas da população negra.
Parágrafo único. O Poder Executivo priorizará o repasse dos recursos referentes aos
programas e atividades previstos nesta Lei aos Estados, Distrito Federal e Municípios que tenham
criado conselhos de promoção da igualdade étnica.
CAPÍTULO IV - Das Ouvidorias Permanentes E DO ACESSO À JUSTIÇA E À SEGURANÇA
Art. 51. O poder público federal instituirá, na forma da lei e no âmbito dos Poderes
Legislativo e Executivo, Ouvidorias Permanentes em Defesa da Igualdade Racial, para receber e
encaminhar denúncias de preconceito e discriminação com base em etnia ou cor e acompanhar a
implementação de medidas para a promoção da igualdade.
Art. 52. É assegurado às vítimas de discriminação étnica o acesso aos órgãos de Ouvidoria
Permanente, à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, em todas as suas
instâncias, para a garantia do cumprimento de seus direitos.
Parágrafo único. O Estado assegurará atenção às mulheres negras em situação de
violência, garantida a assistência física, psíquica, social e jurídica.
Art. 53. O Estado adotará medidas especiais para coibir a violência policial incidente sobre
a população negra.
Parágrafo único. O Estado implementará ações de ressocialização e proteção da juventude
negra em conflito com a lei e exposta a experiências de exclusão social.
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Art. 54. O Estado adotará medidas para coibir atos de discriminação e preconceito
praticados por servidores públicos em detrimento da população negra, observado, no que couber, o
disposto na Lei no 7.716, de 5 de janeiro de 1989.
Art. 55. Para a apreciação judicial das lesões e das ameaças de lesão aos interesses da
população negra decorrentes de situações de desigualdade étnica, recorrer-se-á, entre outros
instrumentos, à ação civil pública, disciplinada na Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985.
CAPÍTULO V - DO FINANCIAMENTO DAS INICIATIVAS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE
RACIAL
Art. 56. Na implementação dos programas e das ações constantes dos planos plurianuais e
dos orçamentos anuais da União, deverão ser observadas as políticas de ação afirmativa a que se
refere o inciso VII do art. 4o desta Lei e outras políticas públicas que tenham como objetivo
promover a igualdade de oportunidades e a inclusão social da população negra, especialmente no
que tange a:
I - promoção da igualdade de oportunidades em educação, emprego e moradia;
II - financiamento de pesquisas, nas áreas de educação, saúde e emprego, voltadas para a
melhoria da qualidade de vida da população negra;
III - incentivo à criação de programas e veículos de comunicação destinados à divulgação
de matérias relacionadas aos interesses da população negra;
IV - incentivo à criação e à manutenção de microempresas administradas por pessoas
autodeclaradas negras;
V - iniciativas que incrementem o acesso e a permanência das pessoas negras na educação
fundamental, média, técnica e superior;
VI - apoio a programas e projetos dos governos estaduais, distrital e municipais e de
entidades da sociedade civil voltados para a promoção da igualdade de oportunidades para a
população negra;
VII - apoio a iniciativas em defesa da cultura, da memória e das tradições africanas e
brasileiras.
§ 1o O Poder Executivo federal é autorizado a adotar medidas que garantam, em cada
exercício, a transparência na alocação e na execução dos recursos necessários ao financiamento das
ações previstas neste Estatuto, explicitando, entre outros, a proporção dos recursos orçamentários
destinados aos programas de promoção da igualdade, especialmente nas áreas de educação, saúde,
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
14
emprego e renda, desenvolvimento agrário, habitação popular, desenvolvimento regional, cultura,
esporte e lazer.
§ 2o Durante os 5 (cinco) primeiros anos, a contar do exercício subsequente à publicação
deste Estatuto, os órgãos do Poder Executivo federal que desenvolvem políticas e programas nas
áreas referidas no § 1o deste artigo discriminarão em seus orçamentos anuais a participação nos
programas de ação afirmativa referidos no inciso VII do art. 4o desta Lei.
§ 3o O Poder Executivo é autorizado a adotar as medidas necessárias para a adequada
implementação do disposto neste artigo, podendo estabelecer patamares de participação crescente
dos programas de ação afirmativa nos orçamentos anuais a que se refere o § 2o deste artigo.
§ 4o O órgão colegiado do Poder Executivo federal responsável pela promoção da igualdade
racial acompanhará e avaliará a programação das ações referidas neste artigo nas propostas
orçamentárias da União.
Art. 57. Sem prejuízo da destinação de recursos ordinários, poderão ser consignados nos
orçamentos fiscal e da seguridade social para financiamento das ações de que trata o art. 56:
I - transferências voluntárias dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
II - doações voluntárias de particulares;
III - doações de empresas privadas e organizações não governamentais, nacionais ou
internacionais;
IV - doações voluntárias de fundos nacionais ou internacionais;
V - doações de Estados estrangeiros, por meio de convênios, tratados e acordos
internacionais.
TÍTULO IV - DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 58. As medidas instituídas nesta Lei não excluem outras em prol da população negra
que tenham sido ou venham a ser adotadas no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal ou
dos Municípios.
Art. 59. O Poder Executivo federal criará instrumentos para aferir a eficácia social das
medidas previstas nesta Lei e efetuará seu monitoramento constante, com a emissão e a divulgação
de relatórios periódicos, inclusive pela rede mundial de computadores.
Art. 60. Os arts. 3o e 4o da Lei no 7.716, de 1989, passam a vigorar com a seguinte
redação:
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
15
“Art. 3o ........................................................................
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça,
cor, etnia, religião ou procedência nacional, obstar a promoção funcional.” (NR)
“Art. 4o ........................................................................
§ 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça ou de cor ou
práticas resultantes do preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica:
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de
condições com os demais trabalhadores;
II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício
profissional;
III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de trabalho,
especialmente quanto ao salário.
§ 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade,
incluindo atividades de promoção da igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma
de recrutamento de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para
emprego cujas atividades não justifiquem essas exigências.” (NR)
Art. 61. Os arts. 3o e 4o da Lei no 9.029, de 13 de abril de 1995, passam a vigorar com a
seguinte redação:
“Art. 3o Sem prejuízo do prescrito no art. 2o e nos dispositivos legais que tipificam os
crimes resultantes de preconceito de etnia, raça ou cor, as infrações do disposto nesta Lei são
passíveis das seguintes cominações:
...................................................................................” (NR)
“Art. 4o O rompimento da relação de trabalho por ato discriminatório, nos moldes
desta Lei, além do direito à reparação pelo dano moral, faculta ao empregado optar entre:
...................................................................................” (NR)
Art. 62. O art. 13 da Lei no 7.347, de 1985, passa a vigorar acrescido do seguinte § 2o,
renumerando-se o atual parágrafo único como § 1o:
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
16
“Art. 13. ........................................................................
§ 1o ...............................................................................
§ 2o Havendo acordo ou condenação com fundamento em dano causado por ato de
discriminação étnica nos termos do disposto no art. 1o desta Lei, a prestação em dinheiro reverterá
diretamente ao fundo de que trata o caput e será utilizada para ações de promoção da igualdade
étnica, conforme definição do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, na hipótese de
extensão nacional, ou dos Conselhos de Promoção de Igualdade Racial estaduais ou locais, nas
hipóteses de danos com extensão regional ou local, respectivamente.” (NR)
Art. 63. O § 1o do art. 1o da Lei no 10.778, de 24 de novembro de 2003, passa a vigorar
com a seguinte redação:
“Art. 1o .......................................................................
§ 1o Para os efeitos desta Lei, entende-se por violência contra a mulher qualquer
ação ou conduta, baseada no gênero, inclusive decorrente de discriminação ou desigualdade étnica,
que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público
quanto no privado.
...................................................................................” (NR)
Art. 64. O § 3o do art. 20 da Lei no 7.716, de 1989, passa a vigorar acrescido do seguinte
inciso III:
“Art. 20. ......................................................................
.............................................................................................
§ 3o ...............................................................................
.............................................................................................
III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na rede
mundial de computadores.
...................................................................................” (NR)
Art. 65. Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após a data de sua publicação.
Brasília, 20 de julho de 2010; 189o da Independência e 122o da República.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
17
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Eloi Ferreira de Araújo
Este texto não substitui o publicado no DOU de 21.7.2010
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
18
Lei Nº 12.513, de 26 de Outubro de 2011.
Institui o Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (Pronatec); altera as Leis no
7.998, de 11 de janeiro de 1990, que regula o
Programa do Seguro-Desemprego, o Abono Salarial
e institui o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT),
no 8.212, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre
a organização da Seguridade Social e institui Plano
de Custeio, no 10.260, de 12 de julho de 2001, que
dispõe sobre o Fundo de Financiamento ao
Estudante do Ensino Superior, e no 11.129, de 30 de
junho de 2005, que institui o Programa Nacional de
Inclusão de Jovens (ProJovem); e dá outras
providências.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:
Art. 1o É instituído o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec), a ser executado pela União, com a finalidade de ampliar a oferta de educação
profissional e tecnológica, por meio de programas, projetos e ações de assistência técnica e
financeira.
Parágrafo único. São objetivos do Pronatec:
I - expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação profissional técnica
de nível médio presencial e a distância e de cursos e programas de formação inicial e continuada ou
qualificação profissional;
II - fomentar e apoiar a expansão da rede física de atendimento da educação profissional e
tecnológica;
III - contribuir para a melhoria da qualidade do ensino médio público, por meio da
articulação com a educação profissional;
IV - ampliar as oportunidades educacionais dos trabalhadores, por meio do incremento da
formação e qualificação profissional;
V - estimular a difusão de recursos pedagógicos para apoiar a oferta de cursos de educação
profissional e tecnológica.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
19
Art. 2o O Pronatec atenderá prioritariamente:
I - estudantes do ensino médio da rede pública, inclusive da educação de jovens e adultos;
II - trabalhadores;
III - beneficiários dos programas federais de transferência de renda; e
IV - estudante que tenha cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou
em instituições privadas na condição de bolsista integral, nos termos do regulamento.
§ 1o Entre os trabalhadores a que se refere o inciso II, incluem-se os agricultores
familiares, silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores.
§ 2o Será estimulada a participação das pessoas com deficiência nas ações de educação
profissional e tecnológica desenvolvidas no âmbito do Pronatec, observadas as condições de
acessibilidade e participação plena no ambiente educacional, tais como adequação de equipamentos,
de materiais pedagógicos, de currículos e de estrutura física.
§ 3o As ações desenvolvidas no âmbito do Pronatec contemplarão a participação de povos
indígenas, comunidades quilombolas e adolescentes e jovens em cumprimento de medidas
socioeducativas.
Art. 3o O Pronatec cumprirá suas finalidades e objetivos em regime de colaboração entre a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, com a participação voluntária dos serviços
nacionais de aprendizagem e instituições de educação profissional e tecnológica habilitadas nos
termos desta Lei.
Parágrafo único. Os serviços nacionais sociais poderão participar do Pronatec por meio de
ações de apoio à educação profissional e tecnológica.
Art. 4o O Pronatec será desenvolvido por meio das seguintes ações, sem prejuízo de
outras:
I - ampliação de vagas e expansão da rede federal de educação profissional e tecnológica;
II - fomento à ampliação de vagas e à expansão das redes estaduais de educação
profissional;
III - incentivo à ampliação de vagas e à expansão da rede física de atendimento dos
serviços nacionais de aprendizagem;
IV - oferta de bolsa-formação, nas modalidades:
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
20
a) Bolsa-Formação Estudante; e
b) Bolsa-Formação Trabalhador;
V - financiamento da educação profissional e tecnológica;
VI - fomento à expansão da oferta de educação profissional técnica de nível médio na
modalidade de educação a distância;
VII - apoio técnico voltado à execução das ações desenvolvidas no âmbito do Programa;
VIII - estímulo à expansão de oferta de vagas para as pessoas com deficiência, inclusive
com a articulação dos Institutos Públicos Federais, Estaduais e Municipais de Educação; e
IX - articulação com o Sistema Nacional de Emprego.
§ 1o A Bolsa-Formação Estudante será destinada ao estudante regularmente matriculado
no ensino médio público propedêutico, para cursos de formação profissional técnica de nível médio,
na modalidade concomitante.
§ 2o A Bolsa-Formação Trabalhador será destinada ao trabalhador e aos beneficiários dos
programas federais de transferência de renda, para cursos de formação inicial e continuada ou
qualificação profissional.
§ 3o O Poder Executivo definirá os requisitos e critérios de priorização para concessão das
bolsas-formação, considerando-se capacidade de oferta, identificação da demanda, nível de
escolaridade, faixa etária, existência de deficiência, entre outros, observados os objetivos do
programa.
§ 4o O financiamento previsto no inciso V poderá ser contratado pelo estudante, em
caráter individual, ou por empresa, para custeio da formação de trabalhadores nos termos da Lei no
10.260, de 12 de julho de 2001, nas instituições habilitadas na forma do art. 10 desta Lei.
Art. 5o Para os fins desta Lei, são consideradas modalidades de educação profissional e
tecnológica os cursos:
I - de formação inicial e continuada ou qualificação profissional; e
II - de educação profissional técnica de nível médio.
§ 1o Os cursos referidos no inciso I serão relacionados pelo Ministério da Educação,
devendo contar com carga horária mínima de 160 (cento e sessenta) horas.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
21
§ 2o Os cursos referidos no inciso II submetem-se às diretrizes curriculares nacionais
definidas pelo Conselho Nacional de Educação, bem como às demais condições estabelecidas na
legislação aplicável, devendo constar do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, organizado pelo
Ministério da Educação.
Art. 6o Para cumprir os objetivos do Pronatec, a União é autorizada a transferir recursos
financeiros às instituições de educação profissional e tecnológica das redes públicas estaduais e
municipais ou dos serviços nacionais de aprendizagem correspondentes aos valores das bolsas-
formação de que trata o inciso IV do art. 4o desta Lei.
§ 1o As transferências de recursos de que trata o caput dispensam a realização de
convênio, acordo, contrato, ajuste ou instrumento congênere, observada a obrigatoriedade de
prestação de contas da aplicação dos recursos.
§ 2o Do total dos recursos financeiros de que trata o caput deste artigo, um mínimo de
30% (trinta por cento) deverá ser destinado para as Regiões Norte e Nordeste com a finalidade de
ampliar a oferta de educação profissional e tecnológica.
§ 3o O montante dos recursos a ser repassado corresponderá ao número de alunos
atendidos em cada instituição, computadas exclusivamente as matrículas informadas em sistema
eletrônico de informações da educação profissional mantido pelo Ministério da Educação.
§ 4o Para os efeitos desta Lei, bolsa-formação refere-se ao custo total do curso por
estudante, incluídas as mensalidades e demais encargos educacionais, bem como o eventual custeio
de transporte e alimentação ao beneficiário, vedado cobrança direta aos estudantes de taxas de
matrícula, custeio de material didático ou qualquer outro valor pela prestação do serviço.
§ 5o O Poder Executivo disporá sobre o valor de cada bolsa-formação, considerando-se,
entre outros, os eixos tecnológicos, a modalidade do curso, a carga horária e a complexidade da
infraestrutura necessária para a oferta dos cursos.
§ 6o O Poder Executivo disporá sobre normas relativas ao atendimento ao aluno, às
transferências e à prestação de contas dos recursos repassados no âmbito do Pronatec.
§ 7o Qualquer pessoa, física ou jurídica, poderá denunciar ao Ministério da Educação, ao
Tribunal de Contas da União e aos órgãos de controle interno do Poder Executivo irregularidades
identificadas na aplicação dos recursos destinados à execução do Pronatec.
Art. 7o O Ministério da Educação, diretamente ou por meio de suas entidades vinculadas,
disponibilizará recursos às instituições de educação profissional e tecnológica da rede pública federal
para permitir o atendimento aos alunos matriculados em cada instituição no âmbito do Pronatec.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
22
Parágrafo único. Aplica-se ao caput o disposto nos §§ 1o a 7o do art. 6o, no que couber.
Art. 8o O Pronatec poderá ainda ser executado com a participação de entidades privadas
sem fins lucrativos, devidamente habilitadas, mediante a celebração de convênio ou contrato,
observada a obrigatoriedade de prestação de contas da aplicação dos recursos nos termos da
legislação vigente.
Parágrafo único. O Poder Executivo definirá critérios mínimos de qualidade para que as
entidades privadas a que se refere o caput possam receber recursos financeiros do Pronatec.
Art. 9o São as instituições de educação profissional e tecnológica das redes públicas
autorizadas a conceder bolsas aos profissionais envolvidos nas atividades do Pronatec.
§ 1o Os servidores das redes públicas de educação profissional, científica e tecnológica
poderão perceber bolsas pela participação nas atividades do Pronatec, desde que não haja prejuízo
à sua carga horária regular e ao atendimento do plano de metas de cada instituição pactuado com
seu mantenedor, se for o caso.
§ 2o Os valores e os critérios para concessão e manutenção das bolsas serão fixados pelo
Poder Executivo.
§ 3o As atividades exercidas pelos profissionais no âmbito do Pronatec não caracterizam
vínculo empregatício e os valores recebidos a título de bolsa não se incorporam, para qualquer
efeito, ao vencimento, salário, remuneração ou proventos recebidos.
§ 4o O Ministério da Educação poderá conceder bolsas de intercâmbio a profissionais
vinculados a empresas de setores considerados estratégicos pelo governo brasileiro, que colaborem
em pesquisas desenvolvidas no âmbito de instituições públicas de educação profissional e
tecnológica, na forma do regulamento.
Art. 10. As unidades de ensino privadas, inclusive as dos serviços nacionais de
aprendizagem, ofertantes de cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional e
de cursos de educação profissional técnica de nível médio que desejarem aderir ao Fundo de
Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), de que trata a Lei nº 10.260, de 12 de julho
de 2001, deverão cadastrar-se em sistema eletrônico de informações da educação profissional e
tecnológica mantido pelo Ministério da Educação e solicitar sua habilitação.
Parágrafo único. A habilitação da unidade de ensino dar-se-á de acordo com critérios
fixados pelo Ministério da Educação e não dispensa a necessária regulação pelos órgãos
competentes dos respectivos sistemas de ensino.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
23
Art. 11. O Fundo de Financiamento de que trata a Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001,
passa a se denominar Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Art. 12. Os arts. 1o e 6o da Lei no 10.260, de 12 de julho de 2001, passam a vigorar com a
seguinte redação:
“Art. 1o É instituído, nos termos desta Lei, o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), de
natureza contábil, destinado à concessão de financiamento a estudantes regularmente matriculados
em cursos superiores não gratuitos e com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo
Ministério da Educação, de acordo com regulamentação própria.
§ 1o O financiamento de que trata o caput poderá beneficiar estudantes matriculados em
cursos da educação profissional e tecnológica, bem como em programas de mestrado e doutorado
com avaliação positiva, desde que haja disponibilidade de recursos.
.............................................................................................
§ 7o A avaliação das unidades de ensino de educação profissional e tecnológica para fins de
adesão ao Fies dar-se-á de acordo com critérios de qualidade e requisitos fixados pelo Ministério da
Educação.” (NR)
“Art. 6o ........................................................................
§ 1o Recebida a ação de execução e antes de receber os embargos, o juiz designará
audiência preliminar de conciliação, a realizar-se no prazo de 15 (quinze) dias, para a qual serão as
partes intimadas a comparecer, podendo fazer-se representar por procurador ou preposto, com
poderes para transigir.
§ 2o Obtida a conciliação, será reduzida a termo e homologada por sentença.
§ 3o Não efetuada a conciliação, terá prosseguimento o processo de execução.” (NR)
Art. 13. A Lei no 10.260, de 12 de julho de 2001, passa a vigorar acrescida dos seguintes
arts. 5o-B, 6o-C, 6o-D e 6o-E:
“Art. 5o-B. O financiamento da educação profissional e tecnológica poderá ser contratado
pelo estudante, em caráter individual, ou por empresa, para custeio da formação profissional e
tecnológica de trabalhadores.
§ 1o Na modalidade denominada Fies-Empresa, a empresa figurará como tomadora do
financiamento, responsabilizando-se integralmente pelos pagamentos perante o Fies, inclusive os
juros incidentes, até o limite do valor contratado.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
24
§ 2o No Fies-Empresa, poderão ser pagos com recursos do Fies exclusivamente cursos de
formação inicial e continuada e de educação profissional técnica de nível médio.
§ 3o A empresa tomadora do financiamento poderá ser garantida por fundo de garantia de
operações, nos termos do inciso I do caput do art. 7o da Lei no 12.087, de 11 de novembro de
2009.
§ 4o Regulamento disporá sobre os requisitos, condições e demais normas para
contratação do financiamento de que trata este artigo.”
“Art. 6o-C. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando
o depósito de 10% (dez por cento) do valor em execução, inclusive custas e honorários de
advogado, poderá o executado requerer que lhe seja admitido pagar o restante em até 12 (doze)
parcelas mensais.
§ 1o O valor de cada prestação mensal, por ocasião do pagamento, será acrescido de juros
equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos
federais acumulada mensalmente, calculados a partir do mês subsequente ao da consolidação até o
mês anterior ao do pagamento, e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que o pagamento
estiver sendo efetuado.
§ 2o Sendo a proposta deferida pelo juiz, o exequente levantará a quantia depositada e
serão suspensos os atos executivos; caso indeferida, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o
depósito.
§ 3o O inadimplemento de qualquer das prestações implicará, de pleno direito, o
vencimento das subsequentes e o prosseguimento do processo, com o imediato início dos atos
executivos, imposta ao executado multa de 10% (dez por cento) sobre o valor das prestações não
pagas e vedada a oposição de embargos.”
“Art. 6o-D. Nos casos de falecimento ou invalidez permanente do estudante tomador do
financiamento, devidamente comprovados, na forma da legislação pertinente, o saldo devedor será
absorvido conjuntamente pelo Fies e pela instituição de ensino.”
“Art. 6o-E. O percentual do saldo devedor de que tratam o caput do art. 6o e o art. 6o-D, a
ser absorvido pela instituição de ensino, será equivalente ao percentual do risco de financiamento
assumido na forma do inciso VI do caput do art. 5o, cabendo ao Fies a absorção do valor restante.”
Art. 14. Os arts. 3o, 8o e 10 da Lei no 7.998, de 11 de janeiro de 1990, passam a vigorar
com seguinte redação:
“Art. 3o .........................................................................
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
25
..............................................................................................
§ 1o A União poderá condicionar o recebimento da assistência financeira do Programa de
Seguro-Desemprego à comprovação da matrícula e da frequência do trabalhador segurado em curso
de formação inicial e continuada ou qualificação profissional, com carga horária mínima de 160
(cento e sessenta) horas.
§ 2o O Poder Executivo regulamentará os critérios e requisitos para a concessão da
assistência financeira do Programa de Seguro-Desemprego nos casos previstos no § 1o,
considerando a disponibilidade de bolsas-formação no âmbito do Pronatec ou de vagas gratuitas na
rede de educação profissional e tecnológica para o cumprimento da condicionalidade pelos
respectivos beneficiários.
§ 3o A oferta de bolsa para formação dos trabalhadores de que trata este artigo
considerará, entre outros critérios, a capacidade de oferta, a reincidência no recebimento do
benefício, o nível de escolaridade e a faixa etária do trabalhador.” (NR)
“Art. 8o O benefício do seguro-desemprego será cancelado:
I - pela recusa por parte do trabalhador desempregado de outro emprego condizente com
sua qualificação registrada ou declarada e com sua remuneração anterior;
II - por comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias à habilitação;
III - por comprovação de fraude visando à percepção indevida do benefício do seguro-
desemprego; ou
IV - por morte do segurado.
§ 1o Nos casos previstos nos incisos I a III deste artigo, será suspenso por um período de
2 (dois) anos, ressalvado o prazo de carência, o direito do trabalhador à percepção do seguro-
desemprego, dobrando-se este período em caso de reincidência.
§ 2o O benefício poderá ser cancelado na hipótese de o beneficiário deixar de cumprir a
condicionalidade de que trata o § 1o do art. 3o desta Lei, na forma do regulamento.” (NR)
“Art. 10. É instituído o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), vinculado ao Ministério do
Trabalho e Emprego, destinado ao custeio do Programa de Seguro-Desemprego, ao pagamento do
abono salarial e ao financiamento de programas de educação profissional e tecnológica e de
desenvolvimento econômico.
...................................................................................” (NR)
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
26
Art. 15. O art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com as
seguintes alterações:
“Art. 28. ........................................................................
..............................................................................................
§ 9o ..................................................................................
..............................................................................................
t) o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise à educação básica de
empregados e seus dependentes e, desde que vinculada às atividades desenvolvidas pela empresa,
à educação profissional e tecnológica de empregados, nos termos da Lei no 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, e:
1. não seja utilizado em substituição de parcela salarial; e
2. o valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo, considerado individualmente,
não ultrapasse 5% (cinco por cento) da remuneração do segurado a que se destina ou o valor
correspondente a uma vez e meia o valor do limite mínimo mensal do salário-de-contribuição, o que
for maior;
...................................................................................” (NR)
Art. 16. Os arts. 15 e 16 da Lei no 11.129, de 30 de junho de 2005, passam a vigorar com
a seguinte redação:
“Art. 15. É instituído o Programa de Bolsas para a Educação pelo Trabalho, destinado aos
estudantes de educação superior, prioritariamente com idade inferior a 29 (vinte e nove) anos, e aos
trabalhadores da área da saúde, visando à vivência, ao estágio da área da saúde, à educação
profissional técnica de nível médio, ao aperfeiçoamento e à especialização em área profissional,
como estratégias para o provimento e a fixação de profissionais em programas, projetos, ações e
atividades e em regiões prioritárias para o Sistema Único de Saúde.
...................................................................................” (NR)
“Art. 16. ........................................................................
.............................................................................................
V - Orientador de Serviço; e
VI - Trabalhador-Estudante.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
27
.............................................................................................
§ 4o As bolsas relativas à modalidade referida no inciso VI terão seus valores fixados pelo
Ministério da Saúde, respeitados os níveis de escolaridade mínima requerida.” (NR)
Art. 17. É criado o Conselho Deliberativo de Formação e Qualificação Profissional, com a
atribuição de promover a articulação e avaliação dos programas voltados à formação e qualificação
profissional no âmbito da administração pública federal, cuja composição, competências e
funcionamento serão estabelecidos em ato do Poder Executivo.
Art. 18. Compete ao Ministério da Educação a habilitação de instituições para o
desenvolvimento de atividades de formação e qualificação profissional a serem realizadas com
recursos federais, nos termos do regulamento.
Art. 19. As despesas com a execução das ações do Pronatec correrão à conta de dotação
orçamentária consignada anualmente aos respectivos órgãos e entidades, observados os limites de
movimentação, empenho e pagamento da programação orçamentária e financeira anual.
Art. 20. Os serviços nacionais de aprendizagem passam a integrar o sistema federal de
ensino, com autonomia para a criação e oferta de cursos e programas de educação profissional e
tecnológica, mediante autorização do órgão colegiado superior do respectivo departamento regional
da entidade, resguardada a competência de supervisão e avaliação da União prevista no inciso IX do
art. 9o da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 26 de outubro de 2011; 190o da Independência e 123o da República.
DILMA ROUSSEFF
Guido Mantega
Fernando Haddad
Carlos Lupi
Miriam Belchior
Tereza Campello
Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.10.2011
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
28
Decreto Nº 7.589, de 26 de Outubro de 2011
Institui a Rede e-Tec Brasil.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e
VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 80 da Lei no 9.394, de 20 de
dezembro de 1996,
DECRETA:
Art. 1o Fica instituída, no âmbito do Ministério da Educação, a Rede e-Tec Brasil com a
finalidade de desenvolver a educação profissional e tecnológica na modalidade de educação a
distância, ampliando e democratizando a oferta e o acesso à educação profissional pública e gratuita
no País.
Art. 2o A Rede e-Tec Brasil será constituída por meio da adesão de:
I - instituições integrantes da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e
Tecnológica;
II - de unidades de ensino dos serviços nacionais de aprendizagem que ofertam cursos de
educação profissional e tecnológica; e
III - de instituições de educação profissional vinculadas aos sistemas estaduais de ensino.
Art. 3o São objetivos da Rede e-Tec Brasil:
I - estimular a oferta da educação profissional e tecnológica, na modalidade a distância, em
rede nacional;
II - expandir e democratizar a oferta da educação profissional e tecnológica, especialmente
para o interior do País e para a periferia das áreas metropolitanas;
III - permitir a capacitação profissional inicial e continuada, preferencialmente para os
estudantes matriculados e para os egressos do ensino médio, bem como para a educação de jovens
e adultos;
IV - contribuir para o ingresso, permanência e conclusão do ensino médio por jovens e
adultos;
V - permitir às instituições públicas de ensino o desenvolvimento de projetos de pesquisa e
de metodologias educacionais em educação a distância na área de formação inicial e continuada de
docentes para a educação profissional e tecnológica;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
29
VI - promover o desenvolvimento de projetos de produção de materiais pedagógicos e
educacionais para a formação inicial e continuada de docentes para a educação profissional e
tecnológica;
VII - promover junto às instituições públicas de ensino o desenvolvimento de projetos de
produção de materiais pedagógicos e educacionais para estudantes da educação profissional e
tecnológica; e
VIII - permitir o desenvolvimento de cursos de formação inicial e continuada de docentes,
gestores e técnicos administrativos da educação profissional e tecnológica, na modalidade de
educação a distância.
Art. 4o O Ministério da Educação implantará e implementará a Rede e-Tec Brasil por meio
de adesão formal das instituições interessadas, manifestada em termo específico, no qual serão
estabelecidos os compromissos dos envolvidos.
Parágrafo único. O Ministério da Educação disciplinará os procedimentos para adesão,
habilitação e participação das instituições.
Art. 5o Para integrar a Rede e-Tec Brasil as instituições interessadas deverão constituir
polos de apoio presencial para a execução de atividades didático-administrativas de suporte aos
cursos ofertados.
§ 1o Os polos de apoio presencial deverão contar com espaço físico adequado,
infraestrutura e recursos humanos necessários ao desenvolvimento das fases presenciais dos cursos
e projetos na Rede e-Tec Brasil, inclusive para o atendimento dos estudantes em atividades
escolares presenciais previstas na legislação vigente.
§ 2o Os polos de apoio presencial serão instalados preferencialmente em:
I - escolas públicas municipais, estaduais e do Distrito Federal;
II - instituições públicas que ofertem cursos de educação profissional e tecnológica; e
III - unidades de ensino dos serviços nacionais de aprendizagem.
§ 3o O Ministério da Educação fixará os critérios de habilitação dos polos de apoio
presencial, levando em conta sua capacidade de adaptação para o ensino a distância.
Art. 6o O Ministério da Educação coordenará a implantação, o acompanhamento, a
supervisão e a avaliação das atividades da Rede e-Tec Brasil.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
30
Art. 7o O Ministério da Educação prestará apoio técnico e financeiro para a consecução das
ações das atividades da e-Tec Brasil e disciplinará os critérios e procedimentos para sua efetivação.
Art. 8o As despesas decorrentes da implantação e implementação da Rede e-Tec Brasil
correrão à conta das dotações orçamentárias anualmente consignadas ao Ministério da Educação e
ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE.
Parágrafo único. O Ministério da Educação e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação deverão compatibilizar a seleção de cursos e programas de educação profissional com as
dotações orçamentárias existentes, observados os limites de movimentação, empenho e de
pagamento da programação orçamentária e financeira, definidos pelo Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão.
Art. 9o Fica revogado o Decreto no 6.301, de 12 de dezembro de 2007.
Art. 10. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 26 de outubro de 2011; 190º da Independência e 123º da República.
DILMA ROUSSEFF
Fernando Haddad
Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.10.2011
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
31
Portaria Nº 1.568, de 3 de Novembro de 2011
MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, no uso de suas atribuições, tendo em vista o no o §
1º do Artigo 5º da Lei 12.513 de 26 de outubro de 2011, e,
Considerando a necessidade de estabelecer um referencial comum às denominações dos
cursos de formação inicial e continuada do Pronatec;
Considerando a necessidade de organização desses cursos, a partir da concepção de eixos
tecnológico, conforme define o parecer do CNE/SEB n.º 11/2008;
Considerando a necessidade de fomento à qualidade por meio da apresentação de
infraestrutura recomendável, escolaridade mínima, carga horária a partir de 160 horas, com o
escopo de atender as especificidades desses cursos, resolve:
Art. 1º Aprovar o Guia Pronatec de Cursos de Formação Inicial e Continuada, elaborado pela
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, disponibilizado no sítio
eletrônico oficial do Ministério da Educação.
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
FERNANDO HADDAD
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
32
Decreto Nº 7.612, de 17 de Novembro de 2011.
Institui o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com
Deficiência - Plano Viver sem Limite.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI,
alínea “a”, da Constituição,
DECRETA:
Art. 1o Fica instituído o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Plano Viver
sem Limite, com a finalidade de promover, por meio da integração e articulação de políticas,
programas e ações, o exercício pleno e equitativo dos direitos das pessoas com deficiência, nos
termos da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo
Facultativo, aprovados por meio do Decreto Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008, com status
de emenda constitucional, e promulgados pelo Decreto no 6.949, de 25 de agosto de 2009.
Parágrafo único. O Plano Viver sem Limite será executado pela União em colaboração com
Estados, Distrito Federal, Municípios, e com a sociedade.
Art. 2o São consideradas pessoas com deficiência aquelas que têm impedimentos de longo
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições
com as demais pessoas.
Art. 3o São diretrizes do Plano Viver sem Limite:
I - garantia de um sistema educacional inclusivo;
II - garantia de que os equipamentos públicos de educação sejam acessíveis para as
pessoas com deficiência, inclusive por meio de transporte adequado;
III - ampliação da participação das pessoas com deficiência no mercado de trabalho,
mediante sua capacitação e qualificação profissional;
IV - ampliação do acesso das pessoas com deficiência às políticas de assistência social e de
combate à extrema pobreza;
V - prevenção das causas de deficiência;
VI - ampliação e qualificação da rede de atenção à saúde da pessoa com deficiência, em
especial os serviços de habilitação e reabilitação;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
33
VII - ampliação do acesso das pessoas com deficiência à habitação adaptável e com
recursos de acessibilidade; e
VIII - promoção do acesso, do desenvolvimento e da inovação em tecnologia assistiva.
Art. 4o São eixos de atuação do Plano Viver sem Limite:
I - acesso à educação;
II - atenção à saúde;
III - inclusão social; e
IV - acessibilidade.
Parágrafo único. As políticDECRETO Nº 7.612, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2011.as,
programas e ações integrantes do Plano Viver sem Limite e suas respectivas metas serão definidos
pelo Comitê Gestor de que trata o art. 5o.
Art. 5o Ficam instituídas as seguintes instâncias de gestão do Plano Viver sem Limite:
I - Comitê Gestor; e
II - Grupo Interministerial de Articulação e Monitoramento.
§ 1o O apoio administrativo necessário ao funcionamento das instâncias de gestão será
prestado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
§ 2o Poderão ser constituídos, no âmbito da gestão do Plano Viver sem Limite, grupos de
trabalho temáticos destinados ao estudo e à elaboração de propostas sobre temas específicos.
§ 3o A participação nas instâncias de gestão ou nos grupos de trabalho será considerada
prestação de serviço público relevante, não remunerada.
Art. 6o Compete ao Comitê Gestor do Plano Viver sem Limite definir as políticas,
programas e ações, fixar metas e orientar a formulação, a implementação, o monitoramento e a
avaliação do Plano.
Parágrafo único. O Comitê Gestor será composto pelos titulares dos seguintes órgãos:
I - Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que o coordenará;
II - Casa Civil da Presidência da República;
III - Secretaria-Geral da Presidência da República;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
34
IV - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
V - Ministério da Fazenda; e
VI - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Art. 7o Compete ao Grupo Interministerial de Articulação e Monitoramento do Plano Viver
sem Limite promover a articulação dos órgãos e entidades envolvidos na implementação do Plano,
com vistas a assegurar a execução, monitoramento e avaliação das suas políticas, programas e
ações.
§ 1o O Grupo Interministerial de Articulação e Monitoramento será composto por
representantes, titular e suplente, dos seguintes órgãos:
I - Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que o coordenará;
II - Casa Civil da Presidência da República;
III - Secretaria-Geral da Presidência da República;
IV - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
V - Ministério da Fazenda;
VI - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
VII - Ministério da Saúde;
VIII - Ministério da Educação;
IX - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação;
X - Ministério da Previdência Social;
XI - Ministério das Cidades;
XII - Ministério do Esporte;
XIII - Ministério do Trabalho e Emprego;
XIV - Ministério das Comunicações; e
XV - Ministério da Cultura.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
35
§ 2o Os membros do Grupo Interministerial de Articulação e Monitoramento serão
indicados pelos titulares dos respectivos órgãos e designados em ato do Ministro de Estado Chefe da
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
§ 3o Poderão ser convidados para as reuniões do Grupo Interministerial de Articulação e
Monitoramento representantes de entidades e órgãos públicos e privados, dos Poderes Legislativo e
Judiciário e do Ministério Público, bem como especialistas, para emitir pareceres e fornecer
informações.
§ 4o O Grupo Interministerial de Articulação e Monitoramento apresentará periodicamente
informações sobre a implementação do Plano ao Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com
Deficiência.
Art. 8o Os órgãos envolvidos na implementação do Plano deverão assegurar a
disponibilização, em sistema específico, de informações sobre as políticas, programas e ações a
serem implementados, suas respectivas dotações orçamentárias e os resultados da execução no
âmbito de suas áreas de atuação.
Art. 9o A vinculação do Município, Estado ou Distrito Federal ao Plano Viver sem Limite
ocorrerá por meio de termo de adesão voluntária, com objeto conforme às diretrizes estabelecidas
neste Decreto.
§ 1o A adesão voluntária do ente federado ao Plano Viver sem Limite implica a
responsabilidade de priorizar medidas visando à promoção do exercício pleno dos direitos das
pessoas com deficiência, a partir dos eixos de atuação previstos neste Decreto.
§ 2o Poderão ser instituídas instâncias locais de acompanhamento da execução do Plano
nos âmbitos estadual e municipal.
Art. 10. Para a execução do Plano Viver sem Limite poderão ser firmados convênios,
acordos de cooperação, ajustes ou instrumentos congêneres, com órgãos e entidades da
administração pública federal, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com consórcios
públicos ou com entidades privadas.
Art. 11. O Plano Viver sem Limite será custeado por:
I - dotações orçamentárias da União consignadas anualmente nos orçamentos dos órgãos e
entidades envolvidos na implementação do Plano, observados os limites de movimentação, de
empenho e de pagamento fixados anualmente;
II - recursos oriundos dos órgãos participantes do Plano Viver sem Limite que não estejam
consignados nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União; e
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
36
III - outras fontes de recursos destinadas por Estados, Distrito Federal, Municípios, ou
outras entidades públicas e privadas.
Art. 12. Fica instituído o Comitê Interministerial de Tecnologia Assistiva, com a finalidade
de formular, articular e implementar políticas, programas e ações para o fomento ao acesso,
desenvolvimento e inovação em tecnologia assistiva.
§ 1o O Comitê Interministerial de Tecnologia Assistiva será composto por representantes,
titular e suplente, dos seguintes órgãos:
I - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que o coordenará;
II - Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República;
III - Ministério da Fazenda;
IV - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
V - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;
VI - Ministério da Educação; e
VII - Ministério da Saúde.
§ 2o Ato do Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação estabelecerá regras
complementares necessárias ao funcionamento do Comitê Interministerial de Tecnologia Assistiva.
§ 3o Poderão ser convidados para as reuniões do Comitê Interministerial de Tecnologia
Assistiva representantes de outros órgãos e entidades da administração pública federal.
Art. 13. Os termos de adesão ao Compromisso pela Inclusão das Pessoas com Deficiência
firmados sob a vigência do Decreto no 6.215, de 26 de setembro de 2007, permanecerão válidos e
poderão ser aditados para adequação às diretrizes e eixos de atuação do Plano Viver sem Limite.
Art. 14. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 15. Fica revogado o Decreto no 6.215, de 26 de setembro de 2007.
Brasília, 17 de novembro de 2011; 190o da Independência e 123o da República.
DILMA ROUSSEFF
Fernando Haddad
Alexandre Rocha Santos Padilha
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
37
Tereza Campello
Aloizio Mercadante
Gleisi Hoffmann
Maria do Rosário Nunes
Este texto não substitui o publicado no DOU de 18.11.2011
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
38
Portaria Nº 185, de 12 de Março de 2012
Fixa diretrizes para execução da Bolsa-Formação no
âmbito do Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego - Pronatec, nos termos da Lei nº
12.513, de 26 de outubro de 2011, e dá outras
providências.
O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, no uso de suas atribuições e tendo em vista o
disposto da Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011, resolve:
Art. 1º A ação referente à Bolsa-Formação, criada pela Lei nº 12.513, de 26 de outubro de
2011, será executada conforme as diretrizes estabelecidas nesta Portaria.
Art. 2º A Bolsa-Formação visa a potencializar a capacidade de oferta instalada das redes de
educação profissional e tecnológica para:
I - ampliar e diversificar a oferta de educação profissional e tecnológica gratuita no país;
II - integrar programas, projetos e ações de formação profissional e tecnológica; e
III - democratizar as formas de acesso à educação profissional e tecnológica para públicos
diversos.
Art. 3º Observada a ordem prioritária estabelecida no art. 2º da Lei nº 12.513, de 2011,
são beneficiários das vagas oferecidas por meio da Bolsa-Formação do Pronatec:
I . estudantes do ensino médio da rede pública, inclusive da educação de jovens e adultos;
II. trabalhadores, inclusive agricultores familiares, silvicultores, aquicultores, extrativistas e
pescadores;
III. beneficiários titulares e dependentes dos programas federais de transferência de renda;
IV. pessoas com deficiência;
V. povos indígenas, comunidades quilombolas, adolescentes e jovens em cumprimento de
medidas socioeducativas; e
VI. públicos prioritários dos programas do governo federal que se associem à Bolsa-
Formação.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
39
Parágrafo único. Para fins desta portaria consideram-se trabalhadores os empregados,
trabalhadores domésticos, trabalhadores não remunerados, trabalhadores por contaprópria,
trabalhadores na construção para o próprio uso ou para o próprio consumo, de acordo com
classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, independentemente de
exercerem ou não ocupação remunerada, ou de estarem ou não ocupados no período de
arregimentação para a Bolsa-Formação do Pronatec.
Art. 4º A oferta da Bolsa-Formação abrangerá as seguintes modalidades:
I - Bolsa-Formação Estudante; e
II - Bolsa-Formação Trabalhador.
§ 1º A oferta de cursos se dará em parceria com instituições de educação profissional e
tecnológica, que, para os fins desta portaria, serão denominados parceiros ofertantes.
§ 2º A mobilização, arregimentação e seleção de candidatos à Bolsa-Formação se dará em
parceria com órgãos da administração pública federal direta e indireta e entes federados habilitados
pelo Ministério da Educação, denominados para fins desta portaria parceiros demandantes.
§ 3º Serão ofertados no âmbito da Bolsa-Formação cursos técnicos de nível médio e cursos
de formação inicial e continuada ou qualificação profissional, obrigatoriamente na modalidade
presencial.
§ 4º O Ministério da Educação organizará a oferta de cursos segundo a capacidade de cada
parceiro ofertante, com base nas especificidades expressas pelos parceiros demandantes que
organizem a mobilização, seleção e pré-matrícula de beneficiários.
§ 5º O Ministério da Educação poderá habilitar parceiros demandantes distintos para os
diferentes públicos a serem beneficiados pela Bolsa-Formação.
§ 6º Sem prejuízo do disposto no § 3º do art. 4º da Lei nº 12.513, de 2011, os critérios de
seleção e priorização de candidatos estabelecidos pelos parceiros demandantes, pautados pelos
princípios de impessoalidade e transparência, deverão ser aprovados pelo Ministério da Educação e
amplamente divulgados.
Art. 5º São objetivos e características da Bolsa-Formação Estudante:
I - contribuir para a melhoria da qualidade do ensino médio público, por meio da articulação
com a educação profissional;
II - ampliar e diversificar as oportunidades educacionais aos estudantes, por meio do
incremento da formação técnica de nível médio e de qualificação profissional.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
40
§ 1º Os cursos ofertados por intermédio da Bolsa-Formação Estudante deverão constar do
Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, nos termos do Parecer CNE/CEB nº 11/2008, Resolução nº 3,
de 9 de julho de 2008, Portaria nº 870, de 16 de julho de 2008, e § 5º do Art. 6º da Lei n°
12.513/2011.
§ 2º Os estudantes deverão estar obrigatoriamente matriculados no ensino médio público, a
fim de caracterizar a forma concomitante, nos termos do art. 36C, inciso II, Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996.
§ 3º Os cursos em concomitância deverão estar em conformidade com documento
orientador do Ministério da Educação.
§ 4º Os cursos ofertados pela Bolsa-Formação aos estudantes do ensino médio admitem
certificação intermediária.
Art. 6º São objetivos e características da Bolsa-Formação Trabalhador:
I - ampliar as oportunidades educacionais aos trabalhadores por meio da educação de
formação profissional inicial e continuada;
II - incentivar a elevação de escolaridade;
III - integrar ações entre órgãos da administração pública federal direta ou indireta e entes
federados para a formação de trabalhadores;
§ 1º Os cursos de educação profissional da Bolsa-Formação Trabalhador deverão constar do
Guia Pronatec de Cursos de Formação Inicial e Continuada editado pelo Ministério da Educação, em
conformidade com o § 5º do Art. 6º da Lei n° 12.513/2011.
§ 2º Para efeito da Bolsa-Formação Trabalhador a carga horária mínima dos cursos de
formação inicial e continuada é de 160 horas.
§ 3º Aos estudantes do ensino médio público poderão ser ofertados cursos de formação
inicial e continuada, com possibilidade de certificação intermediária, na forma da Bolsa-Formação
Trabalhador.
Art. 7º O Ministério da Educação publicará Manual de Gestão da Bolsa-Formação com as
orientações e procedimentos para os demandantes, ofertantes e beneficiários.
Art. 8º Cabe ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) a realização do
repasse dos recursos às redes ofertantes de educação profissional participantes do programa,
conforme os §§ 1º ao 7º do art. 6º e art. 7º da Lei nº 12.513 de 26 de outubro de 2011.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
41
Parágrafo único. No caso dos serviços nacionais de aprendizagem, os recursos serão
transferidos aos departamentos nacionais, que poderão repassá-los aos departamentos regionais ou
instituições de ensino de cada serviço.
Art. 9º As instituições de educação profissional e tecnológica das redes públicas que
ofertarem vagas no âmbito da Bolsa-Formação poderão conceder bolsas aos profissionais envolvidos
nas atividades do programa que exerçam atividades de coordenação, supervisão, docência, apoio a
atividades acadêmicas e administrativas e orientação.
Art. 10. O Conselho Deliberativo do FNDE estabelecerá, por meio de resolução, a
normatização suplementar da Bolsa-Formação, instituindo normas, critérios e procedimentos para
descentralizar créditos orçamentários, transferir recursos financeiros, fixar valores, prestar
assistência estudantil e apresentar a prestação de contas.
Art. 11. O montante de recursos a ser transferido ou descentralizado no âmbito da Bolsa-
Formação pelo FNDE baseia-se nas vagas que o parceiro ofertante, se compromete a oferecer na
pactuação, registradas em sistema informatizado no Ministério da Educação.
§ 1º As vagas pactuadas serão convertidas em horas-aluno e confirmadas pelas matrículas
igualmente registradas no sistema informatizado do Ministério da Educação.
§ 2º O total de horas-aluno pactuadas pelo parceiro ofertante será obtido multiplicandose o
número de vagas ofertadas e registradas no sistema mencionado no caput pela carga horária de
cada curso, medida em horas-aula de 60 minutos.
§ 3º A hora-aluno corresponderá sempre à oferta de 60 minutos de aula a um aluno.
§ 4º A hora-aluno representa o custo médio dos cursos nos diversos eixos tecnológicos e
modalidades da educação profissional e tecnológica, conforme § 5º do art. 6º da Lei nº
12.513/2011, e seu valor abrange todas as despesas de custeio das vagas, inclusive a remuneração
de profissionais envolvidos nas atividades do programa, a prestação de assistência estudantil a
beneficiários descrita no § 4º do art. 6º da Lei nº 12.513/2011.
§ 5º Cada nova transferência de recursos ou descentralização de créditos será calculada
tomando por base a comparação entre vagas pactuadas e matrículas confirmadas em turmas
ofertadas, de acordo com os registros no sistema mencionado no caput, com a nova pactuação de
oferta de vagas, também registrada no referido sistema, prevendo-se a compensação das horas-
aluno relativas às matrículas não confirmadas.
Art. 12. O não-cumprimento da oferta das vagas pactuadas pelo parceiro ofertante, aferido
pela comparação entre a pactuação e a confirmação de matrículas no sistema informatizado do
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
42
Ministério da Educação, acarretará compensação no montante a ser transferido ou descentralizado
na pactuação seguinte, em valor correspondente às horas-aluno não ofertadas.
§ 1º Serão computadas exclusivamente as matrículas registradas no referido sistema
informatizado, em turmas de fato realizadas no âmbito da Bolsa-Formação do Pronatec.
§ 2º Os parceiros ofertantes poderão ocupar vagas desocupadas das turmas da Bolsa-
Formação matriculando beneficiários a partir de um banco reserva de candidatos prématriculados,
que integrará o sistema informatizado do Ministério da Educação.
§ 3º Os parceiros ofertantes poderão substituir beneficiários desistentes por outros
estudantes, conforme norma estabelecida no Manual de Gestão da Bolsa-Formação. Os desistentes
não serão contabilizados no cálculo das horas-aluno ofertadas, enquanto os alunos matriculados em
substituição a eles o serão.
§ 4º Para efeito do cálculo do valor das horas-aluno ofertadas, será considerado o valor da
hora-aluno vigente no dia do início de cada turma, conforme registro no sistema mencionado no
caput.
Art. 13. Os parceiros ofertantes da Bolsa-Formação deverão promover a acessibilidade às
pessoas com deficiência nos cursos do programa, em conformidade com o Decreto nº 5.296/2004,
que regulamenta as Leis nº 10.048/2000, e nº 10.098/2000, bem como com os Decretos nº
186/2008 e 6.949/2009 que ratificam a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência/
ONU.
Art. 14. Fica revogada a Portaria nº 1.569, de 3 de novembro de 2011.
Art. 15. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
ALOIZIO MERCADANTE OLIVA
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
43
Resolução CD/FNDE Nº 3, de 16 de Março de 2012
Altera a Resolução CD/FNDE nº 61, de 11 de
novembro de 2011.
O PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO DO FUNDO NACIONAL DE
DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FNDE, no uso de suas atribuições legais, conferidas pelo art.
14 do Capítulo V, Seção IV, do Anexo I do Decreto nº 7481, de 16 de maio de 2011, publicado no
DOU de 17 de maio de 2011 e pelos artigos 3º e 6º do Anexo da Resolução CD/FNDE nº 31, de 30
setembro de 2003, publicada no DOU de 2 de outubro de 2003,
CONSIDERANDO a necessidade de proceder a alterações no texto da Resolução CD/FNDE nº
61, de 11 de novembro de 2011,
RESOLVE “AD REFERENDUM”
Art. 1º Determinar alteração no texto da Resolução CD/FNDE nº 61, de 11 de novembro de
2011, que passa a vigorar, na sua íntegra, com a seguinte redação:
“Art. 1º Estabelecer normas, critérios e procedimentos para, nos termos da Lei nº 12.513,
de 26 de outubro de 2011:
I - realizar transferência direta de recursos financeiros aos serviços nacionais de
aprendizagem no âmbito da Bolsa-Formação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego (Pronatec); e
II - orientar a execução dos recursos transferidos e a obrigatória prestação de contas de
sua aplicação ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Art. 2º A transferência de recursos financeiros mencionada no inciso I do art. 1º será feita
semestralmente ao departamento nacional de cada serviço nacional de aprendizagem mediante a
assinatura de Termo de Adesão à Bolsa-Formação do Pronatec (Anexo I), sem necessidade de
convênio, ajuste, acordo, contrato ou instrumento congênere, observada a obrigatoriedade de
prestação de contas da aplicação dos recursos na forma e no prazo estabelecidos no Capítulo V
desta resolução.
§ 1º No âmbito da Bolsa-Formação podem ser ofertados cursos presenciais de educação
profissional técnica de nível médio e cursos de formação inicial e continuada ou qualificação
profissional, abrangendo as modalidades Bolsa-Formação estudante e Bolsa-Formação trabalhador,
conforme §§ 1º e 2º do art. 4º da Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
44
§ 2º Os cursos de educação profissional técnica de nível médio ofertados devem constar do
Catálogo Nacional de Cursos Técnicos e os cursos de formação inicial e continuada ou qualificação
profissional deverão constar do Guia Pronatec de Cursos de Formação Inicial e Continuada publicado
pelo Ministério da Educação.
§ 3º Os cursos de educação profissional ofertados no âmbito da Bolsa-Formação estudante
devem adequar-se ao processo de concomitância em articulação com as escolas de ensino médio,
com beneficiários obrigatoriamente matriculados no ensino médio público nos termos do art. 36C,
inciso II, da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
§ 4º Os cursos de educação profissional ofertados no âmbito da Bolsa-Formação devem ser
adequados às necessidades dos estudantes, ouvidos os ofertantes, e às necessidades do parceiro
demandante, que será responsável pela seleção dos beneficiários de acordo com o Manual de
Gestão da Bolsa-Formação publicado pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do
Ministério da Educação (SETEC/MEC). § 5º A carga horária mínima dos cursos de formação inicial e
continuada ofertados no âmbito da Bolsa-Formação trabalhador é de 160 horas-aula de sessenta
minutos.
§ 6º O compromisso de oferta de vagas pelos serviços nacionais de aprendizagem,
doravante denominado pactuação, deve ser estabelecido e registrado no Sistema Nacional de
Informações da Educação Profissional e Tecnológica (SISTEC) da Secretaria de Educação Profissional
e Tecnológica do Ministério da Educação.
§ 7º No âmbito da Bolsa-Formação poderão ser ofertados cursos fora do município-sede da
unidade ofertante, sendo obrigatório o cadastro do local da oferta no SISTEC.
Art. 3º A Bolsa-Formação do Pronatec destina-se a:
I - expandir, interiorizar, diversificar e democratizar a oferta de cursos de educação
profissional e tecnológica de nível médio e de cursos de formação inicial e continuada ou qualificação
profissional;
II - contribuir para a melhoria da qualidade do ensino médio público por intermédio da
articulação com a educação profissional e tecnológica de qualidade;
III - ampliar e diversificar as oportunidades educacionais para os trabalhadores,
incrementando a qualificação profissional por intermédio da oferta de cursos de formação inicial e
continuada ou qualificação profissional;
IV - contribuir para a erradicação da pobreza por intermédio da oferta de cursos de
formação inicial e continuada ou qualificação profissional; e
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
45
V - estimular a difusão de recursos pedagógicos para apoiar a oferta de cursos de educação
profissional e tecnológica.
Art. 4º Poderão ser beneficiários das vagas ofertadas no âmbito da Bolsa-Formação:
I - estudantes do ensino médio da rede pública, inclusive da educação de jovens e adultos;
II - trabalhadores, inclusive agricultores familiares, silvicultores, aquicultores, extrativistas e
pescadores;
III - beneficiários titulares e dependentes dos programas federais de transferência de
renda;
IV - pessoas com deficiência;
V - povos indígenas, comunidades quilombolas e adolescentes e jovens em cumprimento de
medidas socioeducativas; e VI - públicos prioritários dos programas do governo federal que se
associem à Bolsa-Formação do Pronatec.
CAPÍTULO I: DOS AGENTES E SUAS RESPONSABILIDADES
Art. 5º São regulamentados por esta resolução os seguintes agentes da implementação da
Bolsa-Formação:
I - a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (SETEC/
MEC), órgão responsável por planejar, formular, coordenar e avaliar as políticas públicas de
educação profissional e tecnológica em geral e a oferta da Bolsa-Formação em específico;
II - o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao
Ministério da Educação, responsável por realizar as transferências de recursos financeiros;
III - os serviços nacionais de aprendizagem, doravante denominados parceiros ofertantes,
cujos departamentos nacionais serão responsáveis, diretamente ou por intermédio de seus
departamentos regionais, por ofertar e ministrar os cursos técnicos e de formação inicial e
continuada ou qualificação no âmbito da Bolsa-Formação; e
IV - as secretarias de educação dos estados e do Distrito Federal, bem como os Ministérios
do Trabalho e Emprego (MTE), do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), da Defesa
(MD) e do Turismo (MTUR), entre outros órgãos e entidades da administração pública que aderirem
à Bolsa-Formação na condição de parceiros demandantes.
Art. 6º São responsabilidades dos agentes da Bolsa-Formação ofertada no âmbito do
Pronatec pelos serviços nacionais de aprendizagem:
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
46
I - à SETEC/MEC cabe:
a) regulamentar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica no âmbito da
Bolsa-Formação por intermédio do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos e do Guia Pronatec de
Cursos de Formação Inicial e Continuada;
b) coordenar o desenvolvimento, a atualização e a manutenção do SISTEC como
instrumento de gestão da oferta e da execução da Bolsa-Formação, em colaboração com o FNDE;
c) cooperar com os parceiros demandantes, apoiando sua articulação com os parceiros
ofertantes;
d) homologar o compromisso estabelecido periodicamente pelos parceiros ofertantes no
SISTEC visando a oferta de vagas para a Bolsa-Formação, compromisso denominado pactuação; e)
monitorar e avaliar a execução dos cursos e o cumprimento da pactuação por parte dos parceiros
ofertantes;
f) definir o valor da hora-aluno, base de cálculo para o montante a ser transferido a cada
parceiro ofertante, de forma a adequar-se aos custos médios da educação profissional e tecnológica
em seus diversos eixos tecnológicos e modalidades, conforme o § 5º do art. 6º da Lei nº
12.513/2011;
g) calcular o montante de recursos financeiros a ser transferido ao departamento nacional
de cada serviço nacional de aprendizagem, de acordo com o previsto nos artigos 8º e 9º desta
resolução, considerando para tanto a necessidade de destinação de no mínimo 30% dos recursos
para as Regiões Norte e Nordeste, nos termos do § 1º do art. 6º da Lei nº 12.513/2011;
h) solicitar oficialmente ao FNDE a efetivação das transferências de recursos para a Bolsa-
Formação, indicando os valores a serem transferidos a cada parceiro ofertante;
i) informar os parceiros ofertantes sobre o valor a ser transferido para custeio da oferta da
Bolsa-Formação;
j) prestar assistência técnica aos parceiros ofertantes e demandantes, bem como ao FNDE;
k) emitir parecer sobre os relatórios de prestação de contas da execução do programa
apresentados ao FNDE pelos parceiros ofertantes do ponto de vista da consecução das metas físicas
e do objeto, e devolvê-los àquela autarquia com manifestação sobre a sua aprovação ou rejeição;
l) dar publicidade aos atos relativos ao programa por intermédio do Diário Oficial da União e
da internet, no portal www.mec.gov.br; e
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
47
m) informar tempestivamente ao FNDE a ocorrência de qualquer anormalidade na execução
do programa;
II - ao FNDE cabe:
a) elaborar, em comum acordo com a SETEC/MEC, os atos normativos do programa e
divulgá-los;
b) realizar, sob solicitação da SETEC/MEC, as transferências de recursos financeiros a cada
um dos parceiros ofertantes, de acordo com o estabelecido no inciso I, “i” deste artigo;
c) fornecer informações sobre as transferências de recursos da Bolsa-Formação por meio do
endereço www.fnde.gov.br;
d) validar o registro e o recebimento, no Sistema de Gestão da Prestação de Contas do
FNDE (SIGPC), da prestação de contas dos parceiros ofertantes, encaminhando-a à SETEC/MEC para
que esta se manifeste acerca da consecução das metas físicas do programa;
e) efetuar a análise financeira e de conformidade da prestação de contas apresentada pelos
parceiros ofertantes;
f) proceder à abertura de conta corrente específica em agência do Banco do Brasil S/A
indicada pelos parceiros ofertantes;
g) informar tempestivamente à SETEC/MEC sobre quaisquer anormalidades que possam vir
a ocorrer no decorrer do cumprimento desta resolução; e
h) prestar informações à SETEC/MEC sempre que solicitado;
III - aos serviços nacionais de aprendizagem cabe:
a) encaminhar à SETEC/MEC, na qualidade de parceiro ofertante, Termo de Adesão à Bolsa-
Formação do Pronatec (Anexo I) devidamente preenchido e assinado pelo(a) dirigente máximo(a) de
seu departamento nacional;
b) indicar oficialmente à SETEC/MEC um funcionário com vínculo empregatício com a
entidade como gestor responsável por coordenar nacionalmente a oferta de vagas e o processo de
elaboração da prestação de contas dos recursos recebidos do FNDE;
c) assegurar que cada departamento regional, se houver, indique um funcionário com
vínculo empregatício como gestor responsável por coordenar a oferta de vagas e pela documentação
necessária à prestação de contas da Bolsa-Formação em seu âmbito de atuação;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
48
d) pactuar, no SISTEC, a quantidade de vagas presenciais que serão ofertadas por unidade
de ensino em cursos de educação profissional e tecnológica para atender às necessidades dos
parceiros demandantes;
e) instruir as unidades de sua rede sobre as normas e procedimentos relativos à oferta de
vagas para a Bolsa-Formação;
f) auxiliar os parceiros demandantes a divulgar a Bolsa-Formação e informar potenciais
beneficiários sobre os objetivos e as características dos cursos ofertados;
g) receber e aplicar os recursos financeiros repassados pelo FNDE exclusivamente na oferta
da Bolsa-Formação, de acordo com as determinações da Lei nº 12.513/2011, desta resolução e do
Manual de Gestão da Bolsa-Formação, gerindo tais recursos públicos segundo critérios de
moralidade, eficiência, impessoalidade, eficácia e transparência e visando a efetividade das ações;
h) acompanhar, por meio do endereço www.fnde.gov.br, as transferências de recursos
efetuadas pelo FNDE para a conta corrente específica do programa, de forma a garantir a aplicação
tempestiva dos recursos creditados em seu favor;
i) cadastrar no SISTEC as turmas ofertadas no âmbito da Bolsa-Formação, informando o
local de realização de cada turma;
j) ofertar as turmas por conta própria, sem recorrer à terceirização – a outras instituições –
da oferta, das atividades pedagógicas e educacionais ou da gestão acadêmica de turmas da Bolsa-
Formação;
k) confirmar no SISTEC as matrículas de candidatos pré-matriculados, sendo vedada a
recusa de matrícula salvo quando houver legislação específica que o justifique ou quando os
candidatos pré-matriculados não atenderem aos requisitos de escolaridade previstos no Catálogo
Nacional de Cursos Técnicos ou, facultativamente, no Guia Pronatec de Cursos FIC;
l) garantir que todos os beneficiários matriculados da Bolsa-Formação assinem Termo de
Compromisso e Comprovante de Matrícula (Anexo IV);
m) fornecer gratuitamente aos beneficiários todo insumo necessário para a participação nos
cursos da Bolsa-Formação, incluindo materiais didáticos, cadernos, canetas, materiais escolares
gerais ou específicos e uniformes, quando exigidos pela instituição ofertante, sendo vedada a
indicação de materiais a serem adquiridos junto a terceiros, conforme art. 6º, § 4º da Lei nº
12.513/2011, e a cobrança de quaisquer taxas, mensalidades ou contribuições;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
49
n) assegurar aos beneficiários da Bolsa-Formação a devida assistência estudantil na forma
de alimentação e transporte, considerando necessidades específicas de pessoas com deficiência e
agindo em conformidade com o previsto no art. 10 desta resolução;
o) zelar pela segurança dos beneficiários da Bolsa-Formação por meio da contratação de
seguro contra acidentes que possam ocorrer durante as aulas;
p) assegurar aos beneficiários da Bolsa-Formação acesso pleno à infraestrutura educativa,
recreativa, esportiva ou de outra natureza das unidades ofertantes, especialmente bibliotecas,
laboratórios de informática e quadras esportivas, sem quaisquer restrições específicas aos
beneficiários do programa;
q) realizar o controle da frequência e manter atualizado no SISTEC os registros de presença
e desempenho escolar dos beneficiários, sendo tal atualização mensal para cursos de formação
inicial e continuada e bimestral para cursos técnicos – salvo em caso de exigência específica
apresentada pela SETEC/MEC;
r) realizar o acompanhamento pedagógico dos beneficiários da Bolsa-Formação;
s) garantir a certificação aos beneficiários que tiverem freqüência e aproveitamento
satisfatório nos cursos da Bolsa-Formação;
t) informar, no SISTEC, a situação final dos beneficiários da Bolsa-Formação ao término dos
cursos;
u) manter arquivados nas sedes dos departamentos responsáveis pela execução dos cursos,
por pelo menos vinte anos após o encerramento desses cursos, os registros estudantis das turmas e
dos beneficiários da Bolsa-Formação, inclusive listas de presença e Termos de Compromisso e
Comprovantes de Matrícula assinados, disponibilizando a documentação ao MEC, ao FNDE, e aos
órgãos de controle interno e externo e ao Ministério Público sempre que solicitada;
v) permitir o acesso – às suas instalações, às turmas e aos beneficiários da Bolsa-
Formação, e aos documentos relativos às ações e à execução do programa – de representantes do
parceiro demandante, do MEC, do FNDE e de qualquer órgão ou entidade governamental de
fiscalização, monitoramento e controle, prestando todo esclarecimento solicitado;
w) indicar ao FNDE a agência do Banco do Brasil S/A na qual os recursos deverão ser
creditados para abertura de conta corrente específica;
x) prestar contas dos recursos financeiros recebidos para a implementação das ações
relativas à oferta de vagas no âmbito da Bolsa-Formação, conforme estabelecido no Capítulo V desta
resolução;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
50
y) informar tempestivamente à SETEC/MEC e ao FNDE a ocorrência de qualquer
anormalidade na execução da Bolsa-Formação; e
z) submeter-se às orientações para execução da Bolsa-Formação divulgadas pela SETEC/
MEC e pelo FNDE, inclusive aquelas relativas às condutas vedadas em períodos eleitorais;
IV - aos parceiros demandantes cabe:
a) preencher e firmar Termo de Compromisso em Adesão à Bolsa-Formação (Anexo II), se
for secretaria estadual de educação, ou Acordo de Cooperação Técnica (Anexo III), se for órgão ou
entidade da administração pública federal, e enviar o documento à SETEC/MEC, no endereço que
consta no § 2º do art. 7º desta resolução;
b) indicar oficialmente um gestor, obrigatoriamente servidor público, para coordenar as
ações vinculadas à articulação e à implementação da Bolsa-Formação;
c) informar os parceiros ofertantes quanto às demandas específicas de seu público;
d) divulgar a Bolsa-Formação em seu âmbito de atuação, amplamente e em conjunto com
os parceiros ofertantes, informando potenciais beneficiários quanto aos objetivos e características
dos cursos a serem ofertados;
e) coordenar a mobilização, arregimentação e seleção de candidatos à Bolsa-Formação em
seu âmbito de atuação;
f) realizar a pré-matrícula dos selecionados da Bolsa-Formação em turmas registradas no
SISTEC, sendo a realização da pré-matrícula atribuição exclusiva do parceiro demandante salvo nos
casos previstos nos §§ 5º e 10 deste artigo e nos §§ 2º e 3º do art. 9º desta resolução; g) informar
à SETEC/MEC o perfil dos beneficiários bem como os mecanismos que serão utilizados no processo
seletivo; h) informar tempestivamente à SETEC/MEC e ao FNDE a ocorrência de qualquer
anormalidade na execução do programa e o eventual não-oferecimento, por parte do parceiro
ofertante, das turmas registradas no SISTEC;
i) submeter-se às orientações para execução da Bolsa-Formação divulgadas pela SETEC/
MEC e pelo FNDE, inclusive aquelas relativas às condutas vedadas em períodos eleitorais. § 1º É
vedado atribuir aos beneficiários a responsabilidade pela aquisição de qualquer material necessário
para o curso, seja por meio de auxílio financeiro a ele repassado, seja por meio de recursos
próprios.
§ 2º É vedada a oferta pelos serviços nacionais de aprendizagem de turmas da Bolsa-
Formação em campi, unidades ou escolas de Educação Profissional e Tecnológica das redes públicas
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
51
– sendo, entretanto, permitida a oferta de turmas em instalações não vinculadas à Educação
Profissional e Tecnológica.
§ 3º Os parceiros ofertantes devem atuar em conjunto com os demandantes e com a
SETEC/MEC no planejamento, no desenvolvimento e no acompanhamento do programa.
§ 4º Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal que aderirem à Bolsa-
Formação como demandantes poderão, se necessário, contar com a colaboração dos estados, dos
municípios e de organizações da sociedade civil na arregimentação, seleção e pré-matrícula de
beneficiários da Bolsa-Formação.
§ 5º As comissões estaduais de educação profissional e tecnológica, quando constituídas,
deverão ser chamadas a colaborar com os parceiros ofertantes e demandantes e com a SETEC/MEC
no planejamento e no controle social do Pronatec, conforme o Manual de Gestão da Bolsa-Formação.
§ 6º Os modelos do Termo de Adesão dos serviços nacionais de aprendizagem, do Termo de
Compromisso em Adesão à Bolsa-Formação das secretarias estaduais de educação e do Acordo de
Cooperação Técnica dos órgãos e entidades da administração pública federal constituem os anexos
I, II e III desta resolução e estão disponíveis no endereço www.mec.gov.br/setec. § 7º O
descumprimento injustificado das responsabilidades previstas no inciso III deste artigo ensejará o
descredenciamento das unidades responsáveis pela execução dos cursos bem como a aplicação de
outras sanções previstas no Manual de Gestão da Bolsa-Formação.
§ 8º Esgotados os prazos de primeira e segunda chamadas para matrícula de candidatos
pelos parceiros demandantes e uma vez não preenchido o total de vagas ofertadas, os parceiros
ofertantes poderão matricular beneficiários nas vagas não preenchidas, desde que estes estejam
previamente inscritos em cadastro reserva.
§ 9 Caberá à instituição ofertante a responsabilidade pela guarda da documentação
comprobatória que demonstre a aderência dos matriculados por meio de cadastro reserva ao perfil
de público-alvo de cada turma ofertada.
§ 10 A SETEC/MEC, por meio do Manual de Gestão do Bolsa Formação, fixará os
procedimentos relativos à primeira e segunda chamadas e para matrícula de candidatos por meio de
cadastro reserva.
CAPÍTULO II: DA ADESÃO DOS OFERTANTES À BOLSA-FORMAÇÃO DO PRONATEC
Art. 7º Os serviços nacionais de aprendizagem interessados em participar da oferta da
Bolsa-Formação no âmbito do Pronatec deverão firmar Termo de Adesão específico (Anexo I).
§ 1º O Termo de Adesão conterá, necessariamente:
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
52
I - manifestação do interesse em participar do programa assim como do compromisso de
cumprir as diretrizes estabelecidas em lei, no Manual de Gestão da Bolsa-Formação e nesta
resolução;
II - garantia que os recursos orçamentários e financeiros repassados pelo Governo Federal
serão utilizados exclusivamente na oferta da Bolsa-Formação e geridos segundo critérios de
moralidade, eficiência, eficácia e transparência, visando a efetividade das ações;
III - autorização para o FNDE, conforme o caso, estornar ou bloquear valores creditados na
conta corrente do parceiro ofertante, mediante solicitação direta ao Banco do Brasil S/A ou
procedendo ao desconto em transferência subsequente, nas seguintes situações:
a) ocorrência de depósitos indevidos;
b) determinação do Poder Judiciário ou requisição do Ministério Público; e
c) constatação de irregularidades na execução do programa.
IV - compromisso de, inexistindo saldo suficiente na conta corrente específica do programa
e não havendo repasse futuro a ser efetuado, restituir ao FNDE, no prazo de dez dias úteis, a contar
do recebimento da notificação, os valores creditados indevidamente ou objeto de irregularidade
constatada, na forma prevista nos §§ 15 a 22 do art. 11.
§ 2º O Termo de Adesão deverá ser firmado até dez dias após a publicação desta resolução
e, devidamente assinado pelo dirigente da entidade, enviado por via postal para:
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec)
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC/MEC)
Ministério da Educação
Esplanada dos Ministérios – Bloco L – Anexo I - 2º Andar – Sala 206
Brasília - DF
70.047-900
§ 3º O Distrito Federal e os estados que participarem da Bolsa-Formação do Pronatec como
parceiros demandantes deverão firmar Termo de Compromisso em Adesão ao Pronatec (Anexo II),
que deve ser preenchido e enviado devidamente assinado pelo/a titular da secretaria de Educação,
para o endereço apontado no § 2º deste artigo.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
53
CAPÍTULO III: DA TRANSFERÊNCIA, MOVIMENTAÇÃO, APLICAÇÃO FINANCEIRA E
REVERSÃO DOS RECURSOS DO PROGRAMA
Art. 8º Nos termos da Portaria MEC no 185, de 12 de março de 2012, o montante de
recursos a ser transferido pelo FNDE baseia-se nas vagas que o serviço nacional de aprendizagem se
compromete a ofertar na pactuação, que serão convertidas em horas-aluno e posteriormente
confirmadas pelas matrículas registradas no SISTEC.
§ 1º A hora-aluno representa o custo médio dos cursos nos diversos eixos tecnológicos e
modalidades da educação profissional e tecnológica, conforme § 5º do art. 6º da Lei nº
12.513/2011, e seu valor abrange todas as despesas de custeio das vagas, inclusive a remuneração
de profissionais envolvidos nas atividades do programa, a prestação de assistência estudantil a
beneficiários descrita no § 4º do art. 6º da Lei nº 12.513/2011 e o cumprimento de todas as
responsabilidades atribuídas aos parceiros ofertantes no inciso III do art. 6º desta resolução.
§ 2º O total de horas-aluno pactuadas pelo serviço nacional de aprendizagem será obtido
multiplicando-se o número de vagas ofertadas e registradas no SISTEC pela carga horária de cada
curso, medida em horas-aula de 60 minutos.
§ 3º A hora-aluno corresponderá sempre à oferta de 60 minutos de aula a um aluno.
§ 4º O valor da hora-aluno no âmbito da Bolsa-Formação será de R$ 9,00 reais, a partir dos
dias 1 de janeiro de 2012, no caso de cursos técnicos, e 06 de fevereiro, no caso de cursos FIC ou
de qualificação, mantendo-se o valor de R$ 8,50 para as turmas iniciadas antes dessas datas.
§ 5º Os recursos financeiros de que trata esta resolução serão transferidos semestralmente
e creditados em conta específica do programa em favor do departamento nacional do serviço
nacional aprendizagem que aderir à Bolsa-Formação do Pronatec.
§ 6º Caso o departamento nacional do serviço nacional de aprendizagem realize
transferência eletrônica dos recursos da Bolsa-Formação para seus departamentos regionais,
proporcionalmente à oferta regional pactuada, ficará a cargo desse departamento nacional a
responsabilidade de fornecer, nos termos desta resolução, as informações solicitadas pelo MEC, pelo
FNDE e por órgãos de controle interno e externo do governo federal.
§ 7º Cada nova transferência semestral será calculada tomando por base a comparação
entre vagas pactuadas e matrículas confirmadas em turmas ofertadas no semestre, de acordo com
os registros no SISTEC, bem como a nova pactuação de oferta de vagas, também registrada no
SISTEC pelo serviço nacional de aprendizagem.
Art. 9º O não-cumprimento da oferta das vagas pactuadas pelo serviço nacional de
aprendizagem, aferido pela comparação entre a pactuação e a confirmação de matrículas no
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
54
SISTEC, acarretará compensação no montante a ser transferido na pactuação seguinte, em valor
correspondente às horas-aluno não ofertadas, calculado conforme o art. 8º; em não havendo nova
pactuação, os recursos deverão ser devolvidos nos termos dos §§ 15 a 22 do art. 11 desta
resolução.
§ 1º Serão computadas exclusivamente as matrículas registradas no SISTEC em turmas de
fato realizadas no âmbito da Bolsa-Formação do Pronatec. § 2º Os parceiros ofertantes poderão
ocupar vagas desocupadas das turmas da Bolsa-Formação matriculando beneficiários a partir de um
banco reserva de candidatos pré-matriculados, que integrará o SISTEC. § 3º Os parceiros ofertantes
poderão substituir alunos desistentes por outros estudantes durante os primeiros encontros de uma
turma nas seguintes proporções: 25% no caso de cursos de formação inicial e continuada e 10% no
caso de cursos técnicos, conforme norma detalhada no Manual de Gestão da Bolsa-Formação. § 4º
Os desistentes que forem substituídos nos termos do § 3º deste artigo não serão contabilizados no
cálculo das horas-aluno ofertadas, enquanto os alunos matriculados em substituição a eles o serão.
§ 5º Para efeito do cálculo do valor das horas-aluno ofertadas, será considerado o valor da hora-
aluno vigente no dia do início de cada turma, conforme registro no SISTEC. Art. 10. A assistência
estudantil de que trata o inciso III, “n”, do art. 6º desta resolução deverá ser prestada aos
beneficiários da Bolsa-Formação em concordância com o estabelecido pelo § 4º do art. 6º da Lei nº
12.513/2011.
§ 1º A assistência estudantil consistirá de alimentação para todos os beneficiários, bem
como de transporte para todos, salvo aqueles que residirem próximo ao local de realização das
turmas, que tiverem acesso a transporte gratuito e que abrirem formalmente mão deste direito.
§ 2º A assistência estudantil será garantida pelo fornecimento direto, pelo parceiro
ofertante ou terceiro por ele contratado, de vale-alimentação e passe estudantil ou vale-transporte,
ou dos próprios serviços de alimentação e transporte.
§ 3º Quando o fornecimento direto desta assistência for inviável devido à realidade local, a
assistência estudantil poderá ser prestada de forma pecuniária, em caráter excepcional, com
periodicidade semanal ou quinzenal e, preferencialmente, mediante transferência bancária direta.
Art. 11. Os recursos financeiros de que trata esta resolução serão creditados, mantidos e
geridos em conta corrente específica do programa, a ser aberta pelo FNDE em agência do Banco do
Brasil S/A indicada pelo parceiro ofertante.
§ 1º A conta corrente aberta na forma estabelecida no caput deste artigo ficará bloqueada
para movimentação até que o representante legal do parceiro ofertante compareça à agência do
Banco do Brasil S/A correspondente e proceda à entrega e à chancela dos documentos necessários à
sua movimentação, de acordo com as normas bancárias vigentes.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
55
§ 2º Os recursos da conta corrente específica deverão ser destinados exclusivamente ao
pagamento de despesas previstas na Lei no 12.513/2011, na Portaria MEC no 185, de 12 de março
de 2012 e nesta resolução, ou a aplicações financeiras, conforme determinam os §§ 5º, 6º, 7º e 8º
deste artigo.
§ 3º Nos termos do Acordo de Cooperação Mútua firmado entre o FNDE e o Banco do Brasil
S/A e disponível no sítio www.fnde.gov.br, não serão cobradas tarifas bancárias pela manutenção e
movimentação das contas correntes abertas nos termos desta resolução.
§ 4º A identificação de incorreções na abertura das contas correntes faculta ao FNDE,
independentemente de autorização do parceiro ofertante, solicitar ao Banco do Brasil S/A o seu
encerramento e os conseqüentes bloqueios, estornos e/ou transferências bancárias indispensáveis à
regularização da incorreção.
§ 5º Enquanto não forem utilizados pelo parceiro ofertante, os recursos transferidos na
forma dos artigos 8º e 9º desta resolução deverão ser, obrigatoriamente, aplicados em caderneta de
poupança aberta especificamente para o programa, quando a previsão do seu uso for igual ou
superior a um mês, e em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou em operação de mercado
aberto, lastreada em títulos da dívida pública federal, se a sua utilização ocorrer em prazo inferior a
um mês.
§ 6º As aplicações financeiras de que trata o parágrafo anterior deverão ocorrer na mesma
conta corrente e instituição bancária em que os recursos financeiros do programa foram creditados
pelo FNDE, ressalvados os casos em que, devido à previsão de seu uso, houver a necessidade da
aplicação ser efetuada em caderneta de poupança, hipótese em que será admitida a abertura de
outra conta específica para tal fim no mesmo banco e agência do programa.
§ 7º O produto das aplicações financeiras deverá ser computado a crédito da conta corrente
específica do programa e ser aplicado exclusivamente no custeio de seu objeto, sendo sujeito às
mesmas condições de prestação de contas exigidas para os recursos transferidos.
§ 8º A aplicação financeira em conta do tipo caderneta de poupança, na forma prevista nos
§§ 5º e 6º deste artigo, não desobriga o parceiro ofertante de efetuar as movimentações financeiras
do programa exclusivamente por intermédio da conta corrente aberta pelo FNDE.
§ 9º É obrigação do parceiro ofertante acompanhar os depósitos efetuados pelo FNDE na
conta corrente específica do programa, depósitos estes cujos valores estarão disponíveis para
consulta na internet no sítio eletrônico www.fnde.gov.br de forma a possibilitar a execução
tempestiva das ações previstas nesta resolução.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
56
§ 10. Os valores relativos às transferências previstas nos artigos 8º e 9º desta resolução
serão empenhados no exercício em que estiver prevista a sua aplicação pelo parceiro ofertante.
§ 11. O eventual saldo de recursos, entendido como a disponibilidade financeira existente
na conta corrente do programa em 31 de dezembro do ano em curso, bem como o saldo que vier a
estar disponível em 31 de dezembro de cada ano, independentemente do exercício em que o crédito
correspondente foi efetivado, deverá ser reprogramado para o exercício seguinte e para os
exercícios subsequentes, e sua aplicação será destinada ao custeio de despesas previstas no
Pronatec, nos termos desta resolução.
§ 12. O FNDE divulgará em seu portal na internet a transferência dos recursos financeiros à
conta da Bolsa-Formação do Pronatec, no sítio www.fnde.gov.br.
§ 13. Independentemente de autorização do titular da conta, o FNDE obterá junto ao Banco
do Brasil S/A os saldos e extratos da referida conta corrente, inclusive os de aplicações financeiras,
com a identificação do domicílio bancário dos beneficiários dos repasses realizados.
§ 14. Ao FNDE, diante dos motivos apontados no inciso III § 1º do art. 7º desta resolução,
é facultado estornar ou bloquear, conforme o caso, valores creditados na conta corrente do
programa em favor do parceiro ofertante mediante solicitação direta ao agente financeiro
depositário dos recursos ou procedendo aos descontos nos repasses futuros.
§ 15. Inexistindo saldo suficiente na conta corrente para efetivar o estorno ou o bloqueio de
que trata o parágrafo anterior e não havendo repasses a serem efetuados, o parceiro ofertante
beneficiado ficará obrigado a restituir os recursos ao FNDE no prazo de dez dias úteis a contar do
recebimento da notificação, na forma prevista nos §§ 17 a 21 deste artigo.
§ 16. As devoluções de que trata o parágrafo anterior deverão estar acrescidas de juros e
atualização monetária na forma da lei.
§ 17. A suficiência dos valores devolvidos para a suspensão da inadimplência será avaliada
com base no IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, ou outro que vier a substituí-lo,
divulgado até a data em que foi realizado o recolhimento, e a quitação se dará com a suficiência do
valor recolhido com base no IPCA do mês de recolhimento.
§ 18. Transcorrido o prazo de quinze dias da publicação do novo índice sem a efetiva
quitação do débito, será registrada a inadimplência sem prévia notificação ao responsável.
§ 19. As devoluções de recursos da Bolsa-Formação do Pronatec, independentemente do
fato gerador que lhes deram origem, deverão ser efetuadas em agência do Banco do Brasil S/A.,
mediante utilização da Guia de Recolhimento da União (GRU), disponível no sítio www.fnde.gov.br,
na qual deverão ser indicados o nome e o CNPJ do Parceiro ofertante:
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
57
I - os códigos 153173 no campo "Unidade Gestora", 15253 no campo "Gestão", 66666-1 no
campo "Código de Recolhimento" e 212198033 no campo "Número de Referência", se a devolução
ocorrer no mesmo ano do repasse dos recursos e este não for decorrente de Restos a Pagar inscritos
pelo FNDE; ou
II - os códigos 153173 no campo "Unidade Gestora", 15253 no campo "Gestão", 28850-0
no campo "Código de Recolhimento" e 212198033 no campo "Número de Referência", se a
devolução for decorrente de Restos a Pagar inscritos pelo FNDE ou de repasse ocorrido em anos
anteriores ao da emissão da GRU.
§ 20. Para fins do disposto nos incisos I e II do parágrafo anterior, considera-se ano de
repasse aquele em que se der a emissão da respectiva ordem bancária pelo FNDE, disponível no
sítio www.fnde.gov.br.
§ 21. Os valores referentes às devoluções previstas nos incisos I e II do § 19 deste artigo
deverão ser registrados no formulário de prestação de contas, ao qual deverá ser anexada uma via
da respectiva GRU, devidamente autenticada pelo agente financeiro, para apresentação ao FNDE.
§ 22. Eventuais despesas bancárias decorrentes das devoluções de recursos ao FNDE
correrão a expensas do depositante, não podendo ser consideradas como resultantes da execução
do programa para fins de prestação de contas.
Art. 12. As despesas com a execução das ações previstas nesta resolução correrão por
conta de dotação orçamentária consignada anualmente ao FNDE e de recursos descentralizados por
órgãos da administração federal que tenham firmado Acordo de Cooperação Técnica (Anexo III) com
o Ministério da Educação, visando sua participação na Bolsa-Formação na qualidade de parceiros
demandantes, observando os valores autorizados nas ações específicas, limites de movimentação,
empenho e pagamento da programação orçamentária e financeira anual do governo federal.
CAPÍTULO IV: DA AÇÃO PROMOCIONAL
Art. 13. Aos parceiros ofertantes e demandantes, ficam estabelecidas as logomarcas do
Pronatec para reprodução em materiais utilizados exclusivamente no programa, como formulários,
cartazes, banners, folhetos, faixas, anúncios, vídeos, CD-Rom, internet, matérias na mídia, livros,
apostilas, camisetas, bonés, mochilas, sacolas, bolsas e outros materiais.
§ 1º As logomarcas de que trata o caput deste artigo deverão apresentar consonância com
as especificações que venham a ser feitas sobre a matéria pela Secretaria de Comunicação da
Presidência da República (SECOM-PR).
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
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§ 2º Toda ação promocional da Bolsa-Formação do Pronatec realizada pelos parceiros
demandantes e ofertantes deverá apresentar a logomarca do programa e seguir as demais
especificações de identificação visual estabelecidas pela SECOM-PR.
§ 3º Fica vedada aos parceiros a alteração, inclusão, substituição ou exclusão da logomarca
do Pronatec, bem como a designação específica de nome fantasia no âmbito do programa, sob pena
de suspensão dos repasses previstos e demais sanções estabelecidas nesta resolução, sendo
reservado – entretanto – o direito do parceiro de inserir sua logomarca institucional nos materiais do
programa.
§ 4º A publicidade dos atos praticados em função desta resolução deverá restringir-se ao
caráter institucional, educativo e informativo, preservando a impessoalidade e o disposto no § 1º do
art. 37 da Constituição Federal.
CAPÍTULO V: DA PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PROGRAMA
Art. 14. A prestação de contas do programa será constituída do Relatório de Execução
Físico-financeira, bem como dos extratos bancários da conta corrente específica em que os recursos
foram depositados e das aplicações financeiras realizadas e a respectiva conciliação bancária,
quando for o caso.
§ 1º O parceiro ofertante registrará, até 30 de outubro de cada exercício no Sistema de
Gestão de Prestação de Contas (SIGPC) do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação, a
prestação de contas dos recursos creditados na conta corrente do programa até 31 de dezembro do
ano anterior.
§ 2º A prestação de contas registrada em desacordo com o estabelecido no caput deste
artigo não terá o seu recebimento registrado no SIGPC.
§ 3º O FNDE, ao receber a prestação de contas do parceiro ofertante no SIGPC, na forma
prevista no caput deste artigo, realizará a análise financeira e disponibilizará o acesso à SETEC/MEC
para, no prazo de até trinta dias úteis contados a partir do seu recebimento, manifestar-se acerca
da consecução das metas físicas do programa.
§ 4º A SETEC/MEC, observado o prazo de que trata o parágrafo anterior, emitirá parecer
conclusivo acerca do atingimento das metas físicas do programa e prestará, por meio do SIGPC, as
informações ao FNDE para a conclusão da análise da prestação de contas.
§ 5º Na hipótese de parecer desfavorável da SETEC/MEC, o FNDE:
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
59
I - emitirá parecer conclusivo e não aprovará a prestação de contas;
II - dará ciência ao parceiro ofertante da não aprovação das contas e dos fatos motivadores
da sua rejeição, sejam eles decorrentes da análise da SETEC/MEC ou do FNDE; e
III - indicará ao parceiro ofertante o prazo máximo de quarenta e cinco dias corridos,
contados da data do recebimento da notificação, para a devolução dos recursos impugnados.
§ 6º Na hipótese de parecer favorável da SETEC/MEC, e não havendo irregularidades
financeiras, o FNDE emitirá parecer de aprovação das contas.
§ 7º Sendo detectadas irregularidades por ocasião da análise financeira da prestação de
contas, o FNDE assinará ao parceiro ofertante o prazo máximo de quarenta e cinco dias corridos,
contados da data do recebimento da notificação, para sua regularização ou devolução dos recursos
impugnados, conforme o caso.
§ 8º Sanadas as irregularidades a que se refere o parágrafo anterior e havendo parecer
favorável da SETEC/MEC quanto ao atingimento das metas do programa, o FNDE, também neste
caso, aprovará a prestação de contas do parceiro ofertante.
§ 9º Esgotado o prazo estabelecido no § 7º deste artigo sem que o parceiro ofertante
regularize suas pendências, a prestação de contas não será aprovada pelo FNDE.
§ 10. Nos termos do art. 6º, caput, e § 3º, da Lei no 12.513/2011, a demonstração das
despesas se dará mediante a apresentação dos dados comprobatórios das matrículas realizadas em
cada curso e de documentos relativos às transferências de recursos realizadas conforme os artigos
8º e 9º desta resolução.
§ 11. Os parceiros ofertantes deverão manter arquivados nas sedes dos departamentos
responsáveis pela execução dos cursos cada Termo de Compromisso e Comprovante de Matrícula
emitido pelo SISTEC e assinado pelo beneficiário, assim como cópia de documento comprobatório de
identidade, pelo prazo de vinte anos a partir da aprovação da prestação de contas da execução dos
recursos transferidos, devendo os documentos originais estar disponíveis, quando solicitados, à
SETEC/MEC, ao FNDE, aos órgãos de controle interno e externo e ao Ministério Público.
§ 12. O gestor local responsável pela prestação de contas que permitir, inserir ou fizer
inserir documentos ou declaração falsa ou diversa da que deveria ser inscrita, com o fim de alterar a
verdade sobre os fatos, será responsabilizado civil, penal e administrativamente.
§ 13. Quando a prestação de contas não for apresentada pelo parceiro ofertante até a data
prevista no § 1º deste artigo, o FNDE assinará o prazo de quarenta e cinco dias corridos para a sua
apresentação, sem prejuízo da suspensão dos repasses.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
60
§ 14. Caso o parceiro ofertante não apresente a prestação de contas no prazo estabelecido
no § 1º deste artigo ou não regularize as pendências de que tratam o inciso III dos §§ 5º e 7º deste
artigo, o FNDE suspenderá o repasse de recursos e adotará as providências para recuperação de
débitos em desfavor do gestor faltoso.
Art. 15. O parceiro ofertante que não apresentar ou não tiver aprovada a prestação de
contas dos recursos financeiros recebidos por motivo de força maior ou caso fortuito deverá
apresentar as devidas justificativas ao FNDE.
§ 1º Considera-se caso fortuito, dentre outros, a falta ou a não aprovação, no todo ou em
parte, da prestação de contas, por dolo ou culpa do gestor anterior.
§ 2º Na falta de apresentação ou da não aprovação, no todo ou em parte, da prestação de
contas por culpa ou dolo do gestor sucedido, as justificativas a que se refere o caput deste artigo
deverão ser obrigatoriamente apresentadas pelo gestor que estiver no exercício do cargo,
acompanhadas, necessariamente, de cópia autenticada de representação protocolada junto ao
respectivo órgão do Ministério Público para adoção das providências cíveis e criminais da sua alçada.
§ 3º É de responsabilidade do gestor sucessor a instrução obrigatória da representação, nos
moldes legais exigidos, a ser protocolada no Ministério Público com, no mínimo, os seguintes
elementos:
I - qualquer documento disponível referente à transferência dos recursos, inclusive extratos
da conta corrente específica do programa;
II - relatório das ações empreendidas com os recursos transferidos;
III - qualificação do ex-gestor, inclusive com o endereço atualizado, se houver; e
IV - documento que comprove a situação atualizada quanto à adimplência do parceiro
ofertante perante o FNDE.
§ 4º A representação de que trata o § 3º deste artigo dispensa o gestor atual do parceiro
ofertante de apresentar ao FNDE as certidões relativas ao prosseguimento da medida adotada.
§ 5º Na hipótese de não serem aceitas ou não serem apresentadas as justificativas de que
trata este artigo, o FNDE incluirá o gestor sucessor como responsável solidário pelo débito apurado,
quando se tratar de omissão de prestação de contas.
CAPÍTULO VI: DA FISCALIZAÇÃO DA APLICAÇÃO DOS RECURSOS FINANCEIROS
Art. 16. A fiscalização da aplicação dos recursos transferidos à conta do programa é de
competência da SETEC/MEC, do FNDE, do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Sistema de
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
61
Controle Interno do Poder Executivo Federal, mediante a realização de auditorias, inspeções e de
análise dos processos que originarem as prestações de contas, observado o cronograma de
acompanhamento estabelecido pelos órgãos fiscalizadores.
§ 1º Os órgãos e entidades a que se refere o caput deste artigo poderão celebrar convênios
ou acordos, em regime de mútua cooperação, para auxiliar e tornar mais eficiente o seu controle.
§ 2º O FNDE realizará, por sistema de amostragem, auditagem sobre a aplicação dos
recursos do programa, podendo, para tanto, requisitar o encaminhamento de documentos e demais
elementos que julgar necessários, bem como realizar fiscalização direta ou ainda delegar
competência a outro órgão ou entidade pública para fazer.
§ 3º A fiscalização pela SETEC/MEC, pelo FNDE e por todos os outros órgãos ou entidades
envolvidos será deflagrada, em conjunto ou isoladamente, sempre que for apresentada denúncia
formal de irregularidades no uso dos recursos do programa.
CAPÍTULO VII: DA SUSPENSÃO E DO RESTABELECIMENTO DOS REPASSES DO PROGRAMA
Art. 17. O FNDE suspenderá o repasse dos recursos à conta da Bolsa-Formação do Pronatec
quando:
I - houver solicitação expressa da SETEC/MEC, gestora do programa, sempre que ocorrerem
situações que justifiquem a medida;
II - os recursos forem utilizados em desacordo com os critérios estabelecidos para a
execução do programa, constatado por, entre outros meios, análise documental ou auditoria;
15
III - a prestação de contas não for apresentada na forma ou no prazo estabelecido ou,
ainda, as justificativas a que se refere o art. 15 desta resolução não vierem a ser apresentadas pelo
parceiro ofertante ou aceitas pelo FNDE;
IV - a prestação de contas for rejeitada em decorrência de falhas formais ou
regulamentares nos documentos de que trata o art. 14 desta resolução;
V - não ocorrer o recolhimento integral dos valores impugnados pelo FNDE; e
VI - houver determinação judicial, com prévia apreciação da Procuradoria Federal no FNDE.
Art. 18. O restabelecimento do repasse de recursos do programa ao parceiro ofertante
ocorrerá quando:
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62
I - a prestação de contas dos recursos recebidos for apresentada ao FNDE na forma prevista
no art. 14 desta resolução;
II - forem sanadas as falhas formais ou regulamentares de que trata o inciso IV do art. 17;
III - forem aceitas as justificativas de que trata o art. 15 e instaurada a correspondente
Tomada de Contas Especial, com o registro do gestor responsável na conta de ativo “Diversos
Responsáveis”;
IV - for verificado o recolhimento integral dos valores impugnados pelo FNDE; ou
V - houver decisão judicial neste sentido, com prévia apreciação da Procuradoria Federal do
FNDE.
§ 1º Sanadas as irregularidades que ensejaram a suspensão do repasse, o mesmo será
restabelecido, restringindo-se às parcelas relativas aos meses posteriores àquele da regularização,
desde que ocorra em tempo hábil para a liberação das parcelas restantes do exercício.
§ 2º Não haverá o restabelecimento do repasse motivado pelo disposto nos incisos I a IV
deste artigo quando a Tomada de Contas Especial estiver na alçada do Tribunal de Contas da União,
a quem competirá julgar o mérito da medida saneadora adotada pelo Parceiro ofertante, nos termos
Acórdão nº 1.887/2005 – Segunda Câmara – TCU.
§ 3º O disposto no parágrafo anterior não se aplica à hipótese em que as justificativas a
que se refere o inciso III deste artigo sejam apresentadas pelo gestor sucessor não arrolado como
co-responsável na Tomada de Contas Especial a que se referir o dano, cabendo ao FNDE
providenciar o encaminhamento ao TCU das justificativas e da representação apresentadas pelo
gestor sucessor com informação de que foi efetuado o restabelecimento do repasse ao parceiro
ofertante.
CAPÍTULO VIII: DAS DENÚNCIAS
Art. 19. Qualquer pessoa física ou jurídica poderá denunciar irregularidades identificadas na
aplicação dos recursos do programa à SETEC/MEC, ao FNDE, ao Tribunal de Contas da União, aos
órgãos do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal ou ao Ministério Público, em
denúncia que conterá necessariamente:
I - exposição sumária do ato ou fato censurável, que possibilite sua perfeita determinação;
e,
II - identificação do órgão da administração pública e do responsável por sua prática, bem
como a data do ocorrido.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
63
§ 1º Quando a denúncia for apresentada por pessoa física, deverão ser fornecidos o nome
legível, o endereço e cópia autenticada de documento que ateste a sua identificação.
§ 2º Quando o denunciante for pessoa jurídica (partido político, associação civil, entidade
sindical etc.), deverá encaminhar cópia de documento que ateste sua constituição jurídica e
16
fornecer, além dos elementos referidos no § 1º deste artigo, o endereço da sede da
representante.
Art. 20. As denúncias encaminhadas ao FNDE deverão ser dirigidas à Ouvidoria, no seguinte
endereço:
I - se por via postal, Setor Bancário Sul – Quadra 2 – Bloco F – Edifício FNDE – Brasília, DF
– CEP: 70.070-929; e
II - se por meio eletrônico, [email protected].
CAPÍTULO IX: DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 21. Os casos omissos serão resolvidos pela SETEC/MEC e pelo FNDE.
Art. 22. Ficam aprovados os Anexos I a V desta resolução.”
Art. 2º As alterações ora implementadas não invalidam as medidas administrativas já
adotadas para execução da Bolsa-Formação do Pronatec e devem ser incorporadas ao texto da
Resolução CD/FNDE nº 61/2011.
Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União.
ALOIZIO MERCADANTE OLIVA
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
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Resolução CD/FNDE Nº 4, de 16 de Março de 2012
Altera a Resolução CD/FNDE nº 62,de 11 de
novembro de 2011.
O PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO DO FUNDO NACIONAL DE
DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FNDE, no uso de suas atribuições legais, conferidas pelo Art.
14, do Capítulo V. Seção IV, do Anexo I do Decreto nº 7.691, de 2 de março de 2012, publicado no
DOU de 6 de março de 2012, e pelos artigos 3º e 6º do Anexo da Resolução CD/FNDE nº 31, de 30
de setembro de 2003, publicada no DOU de 2 de outubro de 2003, e,
CONSIDERANDO a necessidade de proceder a alterações no texto da Resolução CD/FNDE nº
062, de 11 de novembro de 2011,
RESOLVE “AD REFERENDUM”
Art. 1º Determinar alteração no texto da Resolução CD/FNDE nº 62, de 11 de novembro de
2011, que, na sua íntegra, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 1º Estabelecer orientações, critérios e procedimentos para descentralizar créditos
orçamentários para as instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica
(EPCT) no âmbito da Bolsa-Formação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec).
§ 1º No âmbito da Bolsa-Formação, podem ser ofertados cursos presenciais de educação
profissional técnica de nível médio e cursos de formação inicial e continuada ou qualificação
profissional, abrangendo as modalidades Bolsa-Formação estudante e Bolsa-Formação trabalhador,
conforme §§ 1º e 2º do art. 4º da Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011.
§ 2º Os cursos de educação profissional técnica de nível médio ofertados devem constar do
Catálogo Nacional de Cursos Técnicos e os cursos de formação inicial e continuada ou qualificação
profissional deverão constar do Guia Pronatec de Cursos de Formação Inicial e Continuada publicado
pelo Ministério da Educação.
§ 3º Os cursos de educação profissional ofertados no âmbito da Bolsa-Formação estudante
devem adequar-se ao processo de concomitância em articulação com as escolas de ensino médio,
com beneficiários obrigatoriamente matriculados no ensino médio público nos termos do art. 36C,
inciso II, da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
§ 4º Os cursos de educação profissional ofertados no âmbito da Bolsa-Formação devem ser
adequados às necessidades dos estudantes, ouvidos os ofertantes, e às necessidades do parceiro
demandante, que será responsável pela seleção dos beneficiários de acordo com o Manual de
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
65
Gestão da Bolsa-Formação publicado pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do
Ministério da Educação (SETEC/MEC).
§ 5º A carga horária mínima dos cursos de formação inicial e continuada ofertados no
âmbito da Bolsa-Formação trabalhador é de 160 (cento e sessenta) horas-aula de sessenta minutos.
§ 6º O compromisso de oferta de vagas pelas instituições da Rede Federal de EPCT,
doravante denominado pactuação, deve ser estabelecido e registrado no Sistema Nacional de
Informações da Educação Profissional e Tecnológica (SISTEC) da Secretaria de Educação Profissional
e Tecnológica do Ministério da Educação.
§ 7º No âmbito da Bolsa-Formação poderão ser ofertados cursos fora do município-sede do
campus, sendo obrigatório o cadastro do local da oferta no SISTEC.
§ 8º A descentralização referida no caput será obrigatoriamente precedida da apresentação
ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) de Termo de Cooperação, nos termos
da resolução em vigor referente à descentralização de créditos orçamentários.
Art. 2º A Bolsa-Formação do Pronatec destina-se a:
I - expandir, interiorizar, diversificar e democratizar a oferta de cursos de educação
profissional e tecnológica de nível médio e de cursos de formação inicial e continuada ou qualificação
profissional;
II - contribuir para a melhoria da qualidade do ensino médio público por intermédio da
articulação com a educação profissional e tecnológica de qualidade;
III - ampliar e diversificar as oportunidades educacionais para os trabalhadores,
incrementando a qualificação profissional por intermédio da oferta de cursos de formação inicial e
continuada ou qualificação profissional;
IV - contribuir para a erradicação da extrema pobreza por intermédio da oferta de cursos de
formação inicial e continuada ou qualificação profissional; e
V - estimular a difusão de recursos pedagógicos para apoiar a oferta de cursos de educação
profissional e tecnológica.
Art. 3º Poderão ser beneficiários das vagas ofertadas no âmbito da Bolsa-Formação:
I - estudantes do ensino médio da rede pública, inclusive da educação de jovens e adultos;
II - trabalhadores, inclusive agricultores familiares, silvicultores, aquicultores, extrativistas e
pescadores;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
66
III - beneficiários titulares e dependentes dos programas federais de transferência de
renda;
IV - pessoas com deficiência;
V - povos indígenas, comunidades quilombolas e adolescentes e jovens em cumprimento de
medidas socioeducativas; e
VI - públicos prioritários dos programas do governo federal que se associem à Bolsa-
Formação do Pronatec.
Art. 4º A oferta de vagas da Bolsa-Formação, cuja descentralização de recursos é regulada
por esta resolução, envolve os seguintes agentes:
I - a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (SETEC/
MEC), órgão responsável por planejar, formular, coordenar e avaliar as políticas públicas de
educação profissional e tecnológica em geral e a oferta da Bolsa-Formação em específico;
II - o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao
Ministério da Educação, responsável por realizar as descentralizações dos créditos orçamentários;
III - Instituições da Rede Federal de EPCT, responsáveis pela oferta das vagas em cursos
técnicos e de formação inicial e continuada para beneficiários do programa, doravante denominadas
de parceiros ofertantes;
IV - as secretarias de educação dos estados e do Distrito Federal, bem como os Ministérios
do Trabalho e Emprego (MTE), do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), da Defesa
(MD) e do Turismo (MTUR), entre outros órgãos e entidades da administração pública que aderirem
à Bolsa-Formação na condição de parceiros demandantes.
Art. 5º São responsabilidades dos agentes da Bolsa-Formação ofertada no âmbito do
Pronatec pelas instituições da Rede Federal de EPCT:
I - à SETEC/MEC, cabe:
a) regulamentar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica no âmbito da
Bolsa-Formação por intermédio do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos e do Guia Pronatec de
Cursos de Formação Inicial e Continuada;
b) coordenar o desenvolvimento, a atualização e a manutenção do SISTEC como
instrumento de gestão da oferta e da execução da Bolsa-Formação, em colaboração com o FNDE;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
67
c) cooperar com os parceiros demandantes, apoiando sua articulação com os parceiros
ofertantes;
d) monitorar e avaliar a execução dos cursos e o cumprimento da pactuação por parte dos
parceiros ofertantes;
e) definir o valor da hora-aluno, base de cálculo para o montante a ser transferido a cada
parceiro ofertante, de forma a adequar-se aos custos médios da educação profissional e tecnológica
em seus diversos eixos tecnológicos e modalidades, conforme o § 5º do art. 6º da Lei nº
12.513/2011;
f) prestar assistência técnica aos parceiros ofertantes e demandantes, bem como ao FNDE;
g) calcular o montante de recursos financeiros a ser descentralizado a cada parceiro
ofertante, considerando para tanto a necessidade de destinação de no mínimo 30% dos recursos
para as Regiões Norte e Nordeste, nos termos do § 1º do art. 6º da Lei nº 12.513/2011;
h) solicitar oficialmente ao FNDE a efetivação das descentralizações de recursos para a
Bolsa-Formação, indicando os valores a serem repassados às instituições da Rede Federal de EPCT;
i) emitir parecer conclusivo sobre os relatórios exigidos pela resolução do FNDE em vigor
referente à descentralização de créditos orçamentários;
j) dar publicidade aos atos relativos ao programa; e
k) informar tempestivamente ao FNDE a ocorrência de qualquer anormalidade na execução
do programa;
II - ao FNDE cabe:
a) elaborar, em comum acordo com a SETEC/MEC, os atos normativos do programa e
divulgá-los;
b) realizar, de acordo com os Termos de Cooperação aprovados e sob solicitação da SETEC/
MEC, as descentralizações às instituições da Rede Federal de EPCT;
c) informar tempestivamente à SETEC/MEC a ocorrência de qualquer anormalidade na
execução do programa; e
d) prestar informações à SETEC/MEC sempre que solicitadas;
III - às instituições da Rede Federal de EPCT cabe:
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
68
a) encaminhar Termo de Cooperação à Diretoria de Programas e Projetos do FNDE – DIRPE/
FNDE para aprovação da descentralização pelo ordenador de despesas;
b) aplicar os créditos orçamentários descentralizados pelo FNDE exclusivamente na oferta
da Bolsa-Formação;
c) cumprir as determinações da resolução do FNDE em vigor que dispõe sobre a
descentralização e execução de créditos orçamentários para órgãos e entidades da administração
pública federal;
d) indicar oficialmente à SETEC/MEC um gestor para atuar como o coordenador-geral de
todas as ações vinculadas à Bolsa-Formação;
e) instruir suas unidades vinculadas ou subordinadas quanto às normas e procedimentos
relativos à oferta de vagas para a Bolsa-Formação;
f) auxiliar os parceiros demandantes a divulgar a Bolsa-Formação e informar potenciais
beneficiários sobre os objetivos e as características dos cursos ofertados;
g) pactuar, no SISTEC, a quantidade de vagas presenciais que serão ofertadas por unidade
de ensino em cursos de educação profissional e tecnológica para atender às necessidades dos
parceiros demandantes;
h) cadastrar no SISTEC as turmas ofertadas no âmbito da Bolsa-Formação, informando o
local de realização de cada turma;
i) confirmar no SISTEC as matrículas de candidatos pré-matriculados, sendo vedada a
recusa de matrícula salvo quando houver legislação específica que o justifique ou quando os
candidatos pré-matriculados não atenderem aos requisitos de escolaridade previstos no Catálogo
Nacional de Cursos Técnicos ou, facultativamente, no Guia Pronatec de Cursos FIC;
j) colher assinatura de Termo de Compromisso e Comprovante de Matrícula (Anexo III desta
resolução) dos beneficiários matriculados nas vagas da Bolsa-Formação, mantendo-os arquivados,
juntamente com as respectivas listas de presença, pelo prazo mínimo de vinte anos após o
encerramento dos cursos e disponibilizando a documentação ao MEC e aos órgãos de controle
sempre que solicitada;
k) fornecer gratuitamente aos beneficiários, com base nos valores descentralizados para
custeio da Bolsa-Formação, todo insumo necessário para sua participação no curso, incluindo
materiais didáticos, uniformes, cadernos, canetas, bem como materiais escolares gerais ou
específicos exigidos por particularidades do curso ofertado;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
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l) assegurar aos beneficiários da Bolsa-Formação a devida assistência estudantil na forma
de alimentação e transporte, considerando necessidades específicas de pessoas com deficiência e
agindo em conformidade com o previsto no art. 8º desta resolução;
m) zelar pela segurança dos beneficiários da Bolsa-Formação;
n) assegurar aos beneficiários da Bolsa-Formação acesso pleno à infraestrutura educativa,
recreativa, esportiva ou de outra natureza das unidades ofertantes, especialmente bibliotecas,
laboratórios de informática e quadras esportivas, sem quaisquer restrições específicas aos
beneficiários do programa;
o) realizar o controle da frequência e manter atualizado no SISTEC o registro de presença e
desempenho escolar dos beneficiários, sendo tal atualização mensal para cursos de formação inicial
e continuada e bimestral para cursos técnicos – salvo em caso de exigência específica apresentada
pela SETEC/MEC;
p) realizar o acompanhamento pedagógico dos beneficiários da Bolsa-Formação;
q) realizar a certificação dos estudantes dos cursos que ofertar por meio da Bolsa-
Formação;
r) informar, no SISTEC, a situação final dos beneficiários da Bolsa-Formação ao término dos
cursos;
s) apresentar os relatórios exigidos pela resolução do FNDE em vigor referente à
descentralização de créditos orçamentários;
t) informar tempestivamente à SETEC/MEC e ao FNDE a ocorrência de qualquer
anormalidade na execução da Bolsa-Formação; e
u) submeter-se às orientações para execução do programa divulgadas pela SETEC/MEC e
pelo FNDE, inclusive aquelas relativas às condutas vedadas em períodos eleitorais;
IV - aos parceiros demandantes cabe:
a) preencher e firmar Termo de Compromisso em Adesão à Bolsa-Formação, se for
secretaria estadual de educação, ou Acordo de Cooperação Técnica, se for órgão ou entidade da
administração pública federal, e enviar o documento à SETEC/MEC;
b) indicar oficialmente um gestor, obrigatoriamente servidor público, para coordenar as
ações vinculadas à articulação e à implementação da Bolsa-Formação;
c) informar os parceiros ofertantes quanto às demandas específicas de seu público;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
70
d) divulgar a Bolsa-Formação em seu âmbito de atuação amplamente e em conjunto com os
parceiros ofertantes, informando potenciais beneficiários quanto aos objetivos e características dos
cursos a serem ofertados;
e) coordenar a mobilização, arregimentação e seleção de candidatos à Bolsa-Formação em
seu âmbito de atuação;
f) realizar a pré-matrícula dos selecionados da Bolsa-Formação em turmas registradas no
SISTEC, sendo a realização da pré-matrícula atribuição exclusiva do parceiro demandante salvo nos
casos levantados nos §§ 5º e 7º deste artigo e nos §§ 2º e 3º do art. 7º desta resolução;
g) informar à SETEC/MEC o perfil dos beneficiários bem como os mecanismos que serão
utilizados no processo seletivo;
h) informar tempestivamente à SETEC/MEC e ao FNDE a ocorrência de qualquer
anormalidade na execução do programa e o eventual não oferecimento, por parte do parceiro
ofertante, das turmas registradas no SISTEC;
i) submeter-se às orientações para execução da Bolsa-Formação divulgadas pela SETEC/
MEC e pelo FNDE, inclusive aquelas relativas às condutas vedadas em períodos eleitorais.
§ 1º É vedado atribuir aos beneficiários a responsabilidade pela aquisição de qualquer
material necessário para o curso, seja por meio de auxílio financeiro a ele repassado, seja por meio
de recursos próprios.
§ 2º As instituições da Rede Federal de EPCT devem atuar em conjunto com os
demandantes e com a SETEC/MEC no planejamento, no desenvolvimento e no acompanhamento do
programa.
§ 3º Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal que aderirem à Bolsa-
Formação como demandantes poderão, se necessário, contar com a colaboração dos estados, dos
municípios e de organizações da sociedade civil na arregimentação, seleção e pré-matrícula de
beneficiários da Bolsa-Formação.
§ 4º As comissões estaduais de educação profissional e tecnológica, quando constituídas,
deverão colaborar com os parceiros ofertantes e demandantes e com a SETEC/MEC no planejamento
e no controle social do Pronatec, conforme o Manual de Gestão da Bolsa-Formação.
§ 5º Os modelos do Termo de Compromisso em Adesão à Bolsa-Formação das secretarias
estaduais de educação e do Acordo de Cooperação Técnica dos órgãos e entidades da administração
pública federal constituem os anexos I e II desta resolução e estão disponíveis no endereço
www.mec.gov.br/setec.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
71
§ 6º O descumprimento injustificado das responsabilidades previstas no inciso III ensejará
o descredenciamento das unidades responsáveis pela execução dos cursos, bem como a aplicação
de outras sanções previstas no Manual de Gestão da Bolsa-Formação.
§ 7º Esgotados os prazos de primeira e segunda chamadas para matrícula de candidatos
pelos parceiros demandantes e uma vez não preenchido o total de vagas ofertadas, os parceiros
ofertantes poderão matricular beneficiários nas vagas não preenchidas, desde que estes estejam
previamente inscritos em cadastro reserva.
§ 8º Caberá à instituição ofertante a responsabilidade pela guarda da documentação
comprobatória que demonstre a aderência dos matriculados por meio de cadastro reserva ao perfil
de público-alvo de cada turma ofertada.
§ 9º A SETEC/MEC, por meio do Manual de Gestão do Bolsa Formação, fixará os
procedimentos relativos à primeira e segunda chamadas e para matrícula de candidatos por meio de
cadastro reserva.
Art. 6º Nos termos da Nos termos da Portaria MEC no 185, de 12 de março de 2012, o
montante a ser descentralizado pelo FNDE por meio de Termo de Cooperação baseia-se nas vagas
que cada instituição da Rede Federal de EPCT se compromete a ofertar na pactuação, vagas que
serão convertidas em horas-aluno e posteriormente confirmadas pelas matrículas registradas no
SISTEC.
§ 1º A hora-aluno representa o custo médio dos cursos nos diversos eixos tecnológicos e
modalidades da educação profissional e tecnológica, conforme § 5º do art. 6º da Lei nº
12.513/2011, e seu valor abrange todas as despesas de custeio das vagas, inclusive a remuneração
de profissionais envolvidos nas atividades do programa, a prestação de assistência estudantil a
beneficiários descrita no § 4º do art. 6º da Lei nº 12.513/2011 e o cumprimento de todas as
responsabilidades atribuídas aos parceiros ofertantes no inciso III do art. 5º desta resolução.
§ 2º O total de horas-aluno pactuadas pela instituição da Rede Federal de EPCT será obtido
multiplicando-se o número de vagas ofertadas e registradas no SISTEC pela carga horária de cada
curso, medida em horas-aula de 60 minutos.
§ 3º A hora-aluno corresponderá sempre à oferta de 60 minutos de aula a um aluno.
§ 4º O valor da hora-aluno no âmbito da Bolsa-Formação será de R$ 9,00 reais a partir dos
dias 1 de janeiro de 2012, no caso de cursos técnicos, e 06 de fevereiro, no caso de cursos FIC ou
de qualificação, mantendo o valor de R$ 8,50 para as turmas iniciadas antes dessas datas.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
72
§ 5º O número de horas-aluno apresentado em cada Termo de Cooperação poderá ser igual
ou menor que o número de horas-aluno previstas e firmadas pela instituição em pactuação realizada
no SISTEC.
Art. 7º O não-cumprimento da oferta das vagas pactuadas pela instituição da Rede Federal
de EPCT, aferido pela comparação entre a pactuação e a confirmação de matrículas no SISTEC,
acarretará compensação na descentralização a ser realizada na pactuação seguinte, em valor
correspondente às horas-aluno não ofertadas, calculado conforme o art. 6º; em não havendo nova
pactuação, os créditos orçamentários e os recursos financeiros deverão ser devolvidos nos termos
da resolução em vigor referente à descentralização de créditos orçamentários.
§ 1º Serão computadas exclusivamente as matrículas registradas no SISTEC em turmas de
fato realizadas no âmbito da Bolsa-Formação do Pronatec.
§ 2º As instituições da Rede Federal de EPCT poderão ocupar vagas desocupadas das
turmas da Bolsa-Formação matriculando beneficiários a partir de um banco reserva de candidatos
pré-matriculados, que integrará o SISTEC.
§ 3º As instituições da Rede Federal de EPCT poderão substituir alunos desistentes por
outros estudantes durante os primeiros encontros de uma turma nas seguintes proporções: 25% no
caso de cursos de Formação Inicial e Continuada e 10% no caso de cursos técnicos, conforme norma
detalhada no Manual de Gestão da Bolsa-Formação.
§ 4º Os desistentes que forem substituídos nos termos do § 3º deste artigo não serão
contabilizados no cálculo das horas-aluno ofertadas, enquanto os alunos matriculados em
substituição a eles o serão.
§ 5º Para efeito do cálculo do valor das horas-aluno ofertadas, será considerado o valor da
hora-aluno vigente no dia do início de cada turma, conforme registro no SISTEC.
Art. 8º A assistência estudantil de que trata o inciso III, “l”, do art. 5º desta resolução
deverá ser prestada aos beneficiários da Bolsa-Formação em concordância com o estabelecido pelo
§ 4º do art. 6º da Lei no 12.513/2011.
§ 1º A assistência estudantil consistirá de alimentação para todos os beneficiários, bem
como de transporte para todos salvo aqueles que residirem próximo ao local de realização das
turmas, que tiverem acesso a transporte gratuito e que abrirem formalmente mão deste direito.
§ 2º A assistência estudantil será garantida pelo fornecimento direto, pelo parceiro
ofertante ou terceiro por ele contratado, de vale-alimentação e passe estudantil ou vale-transporte,
ou dos próprios serviços de alimentação e transporte.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
73
§ 3º Quando o fornecimento direto desta assistência for inviável devido à realidade local, a
assistência estudantil poderá ser prestada de forma pecuniária, em caráter excepcional, com
periodicidade semanal ou quinzenal e, preferencialmente, mediante transferência bancária direta.
Art. 9º Os valores relativos às descentralizações previstas nesta resolução serão
empenhados no exercício em que estiver prevista a sua aplicação pela instituição da Rede Federal de
EPCT.
Art. 10 Os valores empenhados e não pagos no exercício, inscritos em restos a pagar,
poderão ser liquidados para pagamento no exercício seguinte ou reprogramados para a realização de
novas turmas da Bolsa-Formação do Pronatec.
Art. 11 Aos parceiros ofertantes e demandantes, ficam estabelecidas as logomarcas do
Pronatec para reprodução em materiais utilizados exclusivamente no programa, como formulários,
cartazes, banners, folhetos, faixas, anúncios, vídeos, CD-Rom, internet, matérias na mídia, livros,
apostilas, camisetas, bonés, mochilas, sacolas, bolsas e outros materiais.
§ 1º As logomarcas de que trata o caput deste artigo deverão apresentar consonância com
as especificações que venham a ser feitas sobre a matéria pela Secretaria de Comunicação da
Presidência da República (SECOM-PR).
§ 2º Toda ação promocional da Bolsa-Formação do Pronatec realizada pelos parceiros
demandantes e ofertantes deverá apresentar a logomarca do programa e seguir as demais
especificações de identificação visual estabelecidas pela SECOM-PR.
§ 3º Fica vedada aos parceiros a alteração, inclusão, substituição ou exclusão da logomarca
do Pronatec, bem como a designação específica de nome fantasia no âmbito do programa, sob pena
de suspensão dos repasses previstos e demais sanções estabelecidas nesta resolução, sendo
reservado – entretanto – o direito do parceiro de inserir sua logomarca institucional nos materiais do
programa.
§ 4º A publicidade dos atos praticados em função desta resolução deverá restringir-se ao
caráter institucional, educativo e informativo, preservando a impessoalidade e o disposto no § 1º do
art. 37 da Constituição Federal.
Art. 12 As instituições da Rede Federal de EPCT poderão, conforme art. 9º da Lei nº
12.513/2011, conceder bolsas aos profissionais envolvidos nas atividades da Bolsa-Formação, em
jornada extraordinária ao seu contrato de trabalho, que deverão ter formação e experiência
compatíveis com as responsabilidades relativas às seguintes atribuições:
I - coordenador-geral da Bolsa-Formação;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
74
II - coordenador-adjunto;
III - supervisor de curso;
IV - professor;
V - apoio às atividades acadêmicas e administrativas; e
VI - orientador.
Parágrafo único. Toda instituição da Rede Federal de EPCT que for ofertar cursos no âmbito
da Bolsa-Formação deverá designar um coordenador-geral para supervisionar as atividades do
programa.
Art. 13 São atribuições dos bolsistas no âmbito da Bolsa-Formação do Pronatec:
I - ao coordenador-geral cabe:
a) coordenar todas as ações relativas à oferta da Bolsa-Formação nos diferentes cursos
oferecidos nas unidades da instituição de modo a garantir condições materiais e institucionais para o
desenvolvimento do conjunto das atividades;
b) coordenar e acompanhar as atividades administrativas, tomando decisões de caráter
gerencial, operacional e logístico necessárias para garantir a infraestrutura adequada para as
atividades dos cursos;
c) coordenar e acompanhar as atividades acadêmicas, supervisionando as turmas da Bolsa-
Formação, os controles acadêmicos, as atividades de capacitação e atualização, bem como reuniões
e encontros;
d) avaliar os relatórios mensais de frequência e desempenho dos profissionais envolvidos na
implementação da Bolsa-Formação e aprovar os pagamentos àqueles que fizeram jus à bolsa no
período avaliado;
e) solicitar ao ordenador de despesa da instituição a efetivação dos pagamentos devidos aos
profissionais;
f) participar dos processos de pactuação de vagas da instituição;
g) receber os avaliadores externos indicados pela SETEC/MEC e prestar-lhes informações
sobre o andamento dos cursos;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
75
h) supervisionar a prestação da assistência estudantil dos beneficiários da Bolsa-Formação,
na perspectiva de que seja assegurado o que estabelece o parágrafo 4° do artigo 6º da Lei n
°12.513, de 26 de outubro de 2011; e
i) exercer, quando couber, as atribuições de coordenador-adjunto, de supervisor de curso,
de apoio às atividades acadêmicas e administrativas e de orientador.
II - ao coordenador-adjunto cabe:
a) assessorar o coordenador-geral nas ações relativas à oferta da Bolsa-Formação em cada
campus da instituição, no desenvolvimento, na avaliação, na adequação e no ajuste da metodologia
de ensino adotada, assim como conduzir análises e estudos sobre os cursos ministrados;
b) assessorar a tomada de decisões administrativas e logísticas que garantam infraestrutura
adequada para as atividades, bem como responsabilizar-se pela gestão dos materiais didático-
pedagógicos;
c) coordenar e acompanhar as atividades administrativas, incluindo a seleção dos
estudantes pelos demandantes, a capacitação e supervisão dos professores e demais profissionais
envolvidos nos cursos;
d) garantir a manutenção das condições materiais e institucionais para o desenvolvimento
dos cursos;
e) coordenar e acompanhar as atividades acadêmicas de docentes e discentes, monitorar o
desenvolvimento dos cursos para identificar eventuais dificuldades e tomar providências cabíveis
para sua superação;
f) acompanhar os cursos, propiciando ambientes de aprendizagem adequados e
mecanismos que assegurem o cumprimento do cronograma e objetivos de cada curso;
g) organizar a pactuação de vagas para a oferta da Bolsa-Formação, a montagem de turmas
e os instrumentos de controle acadêmico e de monitoramento;
h) participar das atividades de formação, das reuniões e dos encontros;
i) manter atualizados, para fins de controle, os dados cadastrais de todos os profissionais
bolsistas;
j) elaborar e encaminhar ao coordenador-geral relatório mensal de frequência e
desempenho dos profissionais envolvidos na implementação da Bolsa-Formação, apresentando
relação mensal de bolsistas aptos e inaptos para recebimento de bolsas;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
76
k) substituir, desde que designado, o coordenador-geral em períodos em que este estiver
ausente ou impedido;
l) receber os avaliadores externos indicados pela SETEC/MEC e prestar-lhes informações
sobre o andamento dos cursos;
m) organizar a assistência estudantil dos beneficiários da Bolsa-Formação; e
n) exercer, quando couber, as atribuições de supervisor de curso, de apoio às atividades
acadêmicas e administrativas e de orientador.
III - ao supervisor de curso cabe:
a) interagir com as áreas acadêmicas e organizar a oferta dos cursos em conformidade com
o Guia Pronatec de Cursos de Formação Inicial e Continuada e o Catálogo Nacional de Cursos
Técnicos;
b) coordenar a elaboração da proposta de implantação dos cursos, em articulação com as
áreas acadêmicas, e sugerir as ações de suporte tecnológico necessárias durante o processo de
formação, prestando informações ao coordenador-adjunto;
c) coordenar o planejamento de ensino;
d) assegurar a acessibilidade para a plena participação de pessoas com deficiência;
e) apresentar ao coordenador-adjunto, ao final do curso ofertado, relatório das atividades e
do desempenho dos estudantes;
f) elaborar relatório sobre as atividades de ensino para encaminhar ao coordenador-geral ao
final de cada semestre;
g) ao final do curso, adequar e sugerir modificações na metodologia de ensino adotada,
realizar análises e estudos sobre o desempenho do curso;
h) supervisionar a constante atualização, no SISTEC, dos registros de freqüência e
desempenho acadêmico dos beneficiários;
i) fazer a articulação com a escola de ensino médio para que haja compatibilidade entre os
projetos pedagógicos; e
j) exercer, quando couber, as atribuições de apoio às atividades acadêmicas e
administrativas e de orientador.
IV - ao professor cabe:
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
77
a) planejar as aulas e atividades didáticas e ministrá-las aos beneficiários da Bolsa-
Formação;
b) adequar a oferta dos cursos às necessidades específicas do público-alvo;
c) registrar no SISTEC a freqüência e o desempenho acadêmico dos estudantes;
d) adequar conteúdos, materiais didáticos, mídias e bibliografia às necessidades dos
estudantes;
e) propiciar espaço de acolhimento e debate com os estudantes;
f) avaliar o desempenho dos estudantes; e
g) participar dos encontros de coordenação promovidos pelos coordenadores geral e
adjunto.
V - ao profissional de apoio às atividades acadêmicas e administrativas cabe:
a) apoiar a gestão acadêmica e administrativa das turmas;
b) acompanhar e subsidiar a atuação dos professores;
c) auxiliar os professores no registro da freqüência e do desempenho acadêmico dos
estudantes no SISTEC;
d) participar dos encontros de coordenação;
e) realizar a matrícula dos estudantes, a emissão de certificados e a organização de
pagamentos dos bolsistas, entre outras atividades administrativas e de secretaria determinadas
pelos coordenadores geral e adjunto;
f) prestar apoio técnico em atividades laboratoriais ou de campo; e
g) prestar serviços de atendimento e apoio acadêmico às pessoas com deficiência.
VI - ao orientador cabe:
a) acompanhar as atividades e a freqüência dos estudantes, atuando em conjunto com os
demais profissionais para prevenir a evasão e aplicar estratégias que favoreçam a permanência;
b) articular as ações de acompanhamento pedagógico relacionadas ao acesso, à
permanência, ao êxito e à inserção socioprofissional;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
78
c) realizar atividades de divulgação junto aos demandantes, apresentando as ofertas da
instituição;
d) promover atividades de sensibilização e integração entre os estudantes e equipes da
Bolsa-Formação;
e) articular ações de inclusão produtiva em parceria com as agências do Serviço Nacional de
Emprego (SINE); e
f) prestar serviços de atendimento e apoio acadêmico às pessoas com deficiência.
Art. 14 A concessão de bolsas aos profissionais envolvidos na oferta de cursos da Bolsa-
Formação do Pronatec dar-se-á conforme o estabelecido pelo art. 9º da Lei nº 12.513/2011,
observando as seguintes condições:
I - a carga horária semanal de dedicação ao programa para profissionais que não pertencem
ao quadro de servidores ativos e inativos das instituições da Rede Federal de EPCT ficará limitada a
20 horas semanais, salvo a função de professor, que ficará limitada a 16 horas (de 60 minutos)
semanais;
II - no caso de bolsista servidor ativo ou inativo do quadro permanente da Rede Federal ou
de outra rede pública, a bolsa só poderá ser concedida mediante autorização do setor de recursos
humanos da instituição à qual o servidor for vinculado;
III - no caso de bolsista servidor da Rede Federal ou de outra rede pública descrito no inciso
II deste artigo, a bolsa ficará limitada a um máximo de 20 horas semanais, salvo a função de
professor, que ficará limitada a 16 horas (de 60 minutos) semanais;
IV - na função de professor da Bolsa-Formação, o servidor ativo da carreira do Ensino
Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) só poderá atuar e receber bolsa no limite da mesma carga
horária regular em que desempenha em sala de aula na instituição,
V – O número de bolsistas e a carga horária de cada um deverão ser compatíveis com a
quantidade de beneficiários da Bolsa-Formação do Pronatec, conforme o § 1º do art. 6º desta
resolução;
§ 1º A seleção de professores, supervisores de curso, profissionais de apoio às atividades
acadêmicas e administrativas e orientadores que sejam servidores ativos e inativos da Rede Federal
de EPCT deve ocorrer em atendimento a Edital Institucional de Extensão, contendo critérios
aprovados pela administração máxima das instituições.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
79
§ 2º A seleção de professores, supervisores de curso, profissionais de apoio às atividades
acadêmicas e administrativas e orientadores que não pertençam ao quadro de servidores da Rede
Federal deverá ser precedida de processo de seleção pública simplificada, por edital, e da
comprovação da capacidade técnica e formação adequada para o desempenho das respectivas
atribuições.
§ 3º As funções de coordenador-geral e de coordenador-adjunto ficam restritas a
profissionais do quadro de servidores ativos e inativos da Rede Federal de EPCT e devem ser
exercidas por bolsistas designados pela administração máxima de cada instituição.
§ 4º As atribuições e a carga-horária dos bolsistas que são servidores não poderão conflitar
com suas atividades e sua carga horária regular, nem comprometer a qualidade, o bom andamento
e o atendimento do plano de metas da instituição, conforme § 1º do art. 9º da Lei n° 12.513/2011.
§ 5º É vedado o acúmulo, por um mesmo profissional, de bolsas de diferentes atribuições
previstas no art. 12, excetuando-se a de professor, sendo de 20 horas semanais a carga horária
máxima em atividades vinculadas à Bolsa-Formação;
Art. 15 O pagamento das bolsas aos profissionais que atuam na Bolsa-Formação deve
obedecer aos seguintes valores por hora de trabalho:
I - Coordenador-geral: R$ 50,00 (cinquenta reais por hora)
II - Coordenador-adjunto: R$ 44,00 (quarenta e quatro reais por hora)
III - Supervisor de curso: R$ 36,00 (trinta e seis reais por hora)
IV – Professor: R$ 50,00 (cinquenta reais) por hora (60 minutos) de aula, em conformidade
com as cargas horárias dos cursos.
V - Apoio às atividades acadêmicas e administrativas: R$ 18,00 (dezoito reais por hora)
VI – Orientador: R$ 36,00 (trinta e seis reais por hora)
§ 1º Os valores para o pagamento de bolsas aos profissionais que desempenhem as
atribuições previstas no art. 12 estão inclusos no valor fixado por hora-aluno.
§ 2º O afastamento do bolsista das atividades da Bolsa-Formação implica no cancelamento
da sua bolsa.
§ 3º Os nomes, locais e horários de trabalho dos bolsistas deverão ser fixados em local
público e no sítio da instituição;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
80
§ 4º As instituições da Rede Federal de EPCT deverão manter documentação específica que
comprove o cumprimento, pelos bolsistas, da carga horária dedicada à Bolsa-Formação para fins de
análise dos órgãos de controle;
§ 5º As instituições da Rede Federal de EPCT deverão elaborar instrumento próprio para a
avaliação dos bolsistas envolvidos na implantação dos cursos, com aplicação de avaliações
semestrais, sendo o seu resultado fator determinante para a permanência do bolsista em suas
atividades.
Art. 16 Qualquer pessoa física ou jurídica poderá denunciar irregularidades na execução da
Bolsa-Formação à SETEC/MEC, ao FNDE, ao Tribunal de Contas da União, aos órgãos do Sistema de
Controle Interno do Poder Executivo Federal ou ao Ministério Público, em denúncia que conterá
necessariamente:
I - exposição sumária do ato ou fato censurável, que possibilite sua perfeita determinação;
e,
II - identificação da instituição e do responsável por sua prática, bem como a data do
ocorrido.
§ 1º Quando a denúncia for apresentada por pessoa física, deverão ser fornecidos o nome
legível, o endereço e cópia autenticada de documento que ateste a sua identificação.
§ 2º Quando o denunciante for pessoa jurídica (partido político, associação civil, entidade
sindical etc.), deverá encaminhar cópia de documento que ateste sua constituição jurídica e
fornecer, além dos elementos referidos no parágrafo 1º deste artigo, o endereço da sede da
representante.
§ 3º As denúncias encaminhadas ao FNDE deverão ser dirigidas à Ouvidoria, no seguinte
endereço:
I - se por via postal, Setor Bancário Sul – Quadra 2 – Bloco F – Edifício FNDE – Brasília, DF
– CEP: 70.070-929; e
II - se por meio eletrônico, [email protected].
Art. 17. Os casos omissos serão resolvidos pela SETEC/MEC e pelo FNDE.
Art. 18. Ficam aprovados os Anexos I a III desta resolução, disponíveis no sítio
www.fnde.gov.br ”
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
81
Art. 2º As alterações ora implementadas não invalidam as medidas administrativas já
adotadas para execução da Bolsa-Formação do Pronatec e devem ser incorporadas ao texto da
Resolução CD/FNDE nº 062/2011.
Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União.
ALOIZIO MERCADANTE OLIVA
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
82
Portaria do MEC Nº 270, de 29 de Março de 2012
Dispõe sobre o Fundo de Financiamento Estudantil
(FIES), regulamenta a adesão das mantenedoras de
entidades privadas de educação profissional e
tecnológica e dá outras providências.
O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, INTERINO, no uso de suas atribuições e
considerando o disposto na Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001, alterada pela Lei n° 12.513, de
26 de outubro de 2011, que institui o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec), resolve:
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
Seção I - Do Financiamento da Educação Profissional e Tecnológica
Art. 1º O Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), na modalidade de educação
profissional e tecnológica, é destinado à concessão de financiamento a estudante, em caráter
individual (FIES Técnico), para o custeio da sua formação profissional técnica de nível médio, ou a
empresa (FIES Empresa), para custeio da formação inicial e continuada ou qualificação profissional
dos seus trabalhadores.
§ 1º Para os fins desta Portaria, são consideradas modalidades de educação profissional e
tecnológica os cursos:
I - de educação profissional técnica de nível médio, que atendam às diretrizes curriculares
nacionais definidas pelo Conselho Nacional de Educação, bem como às demais condições
estabelecidas na legislação aplicável, e constem do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos,
organizado pelo Ministério da Educação; e
II - de formação inicial e continuada ou qualificação profissional, que contem com carga
horária mínima de 160 (cento e sessenta) horas e constem do Guia Pronatec de Cursos FIC,
elaborado pelo Ministério da Educação.
§ 2º As entidades mantenedoras de instituições de educação profissional e tecnológica
(unidades de ensino), incluindo as dos serviços nacionais de aprendizagem, ofertantes de cursos de
educação profissional técnica de nível médio e de cursos de formação inicial e continuada ou
qualificação profissional, deverão estar regularmente registradas e habilitadas no Sistema Nacional
de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (SISTEC), mantido pelo Ministério da
Educação.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
83
§ 3º É vedada a concessão do financiamento de que trata esta Portaria a cursos de
educação profissional técnica de nível médio e de cursos de formação inicial e continuada ou
qualificação profissional ministrados na modalidade de ensino a distância (EAD).
Art. 2º Os procedimentos operacionais do FIES, na modalidade de educação profissional
técnica de nível médio e de formação inicial e continuada ou qualificação profissional, serão
realizados eletronicamente por meio do Sistema Informatizado do FIES (SisFIES Técnico), mantido e
gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), na condição de agente
operador do FIES, sob a supervisão da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC),
do Ministério da Educação, nos termos da Lei nº 10.260, de 2001.
Seção II - Da política de oferta de financiamento
Art. 3º São passíveis de financiamento pelo FIES até 100% (cem por cento) dos encargos
educacionais cobrados das empresas ou dos estudantes por parte das unidades de ensino mantidas
pelas entidades mantenedoras devidamente cadastradas nos órgãos de educação competentes e
que tenham realizado adesão ao FIES.
§ 1º Para efeitos desta Portaria, são considerados encargos educacionais a parcela das
mensalidades, semestralidades ou anuidades, fixadas com base na Lei nº 9.870, de 23 de novembro
de 1999, paga à unidade de ensino e não abrangida por bolsas de estudo parciais de qualquer
natureza, sendo vedada a cobrança de qualquer taxa adicional.
§ 2º Para cálculo dos encargos educacionais a serem financiados pelo FIES deverão ser
deduzidos do valor da mensalidade, semestralidade ou anuidade informada, em qualquer hipótese,
todos os descontos regulares e de caráter coletivo oferecidos pela unidade de ensino, inclusive os
concedidos em virtude da pontualidade no pagamento.
Art. 4º A concessão de financiamento aos estudantes (FIES Técnico), de que trata o art.1º
desta Portaria, poderá ser fixada de acordo com a renda familiar mensal bruta per capita do
estudante, na forma estabelecida pelo Ministério da Educação.
Art. 5º Os financiamentos com recursos do FIES serão concedidos mediante oferecimento
de garantias adequadas pela empresa, pelo estudante financiado ou pela mantenedora da unidade
de ensino, nos termos da Lei nº 10.260, de 2001 e demais normas que regulamentam o FIES.
Parágrafo único. Para o financiamento concedido aos estudantes referidos no § 1º do art. 14
desta Portaria será considerada adequada a garantia correspondente a 80% (oitenta por cento) do
valor do financiamento.
Art. 6º O Ministério da Educação poderá estabelecer critérios adicionais para a concessão do
financiamento.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
84
Art. 7º A concessão de financiamento às empresas e aos estudantes ficará limitada à
disponibilidade orçamentária e financeira do FIES.
CAPÍTULO II - DA ADESÃO DAS MANTENEDORAS
Seção I - Do Termo de Adesão ao FIES
Art. 8º A mantenedora que desejar aderir ao FIES e ao FGEDUC deverá firmar Termo de
Adesão aos respectivos Fundos.
§ 1º A adesão ao FIES será realizada por meio do SisFIES Técnico pelo representante legal
da mantenedora e contemplará todas as unidades de ensino ofertantes mantidas e cursos que
atendam ao disposto no art. 1° desta Portaria.
§ 2º Aplicam-se, no que couber, as regras e procedimentos de adesão ao FIES à adesão das
mantenedoras ao FGEDUC.
Art. 9º Para aderir ao FIES a mantenedora, por intermédio de seu representante legal,
deverá disponibilizar no SisFIES Técnico todas as informações exigidas, inclusive os dados
financeiros, e inserir no sistema o Balanço Patrimonial e o Demonstrativo de Resultado do Exercício
(DRE) referentes ao último exercício social encerrado.
§ 1º O Balanço Patrimonial e o DRE previstos no caput deste artigo servirão de base para o
cálculo dos índices de qualificação econômico-financeira da mantenedora, a serem apurados
mediante aplicação das seguintes fórmulas:
I - Liquidez Geral (LG) = (Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo) / (Passivo Circulante
+ Exigível a Longo Prazo)
II - Liquidez Corrente (LC) = (Ativo Circulante) / (Passivo Circulante)
III - Solvência Geral (SG) = (Ativo Total) / (Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo)
§ 2º As informações prestadas pelo representante legal, relativas aos dados financeiros
para fins de qualificação econômicofinanceira da mantenedora, deverão ser extraídas dos
documentos a que se refere o caput deste artigo.
§ 3º Os dados financeiros, o Balanço Patrimonial e o DRE, de que trata o caput deste artigo,
referentes ao último exercício social encerrado, deverão ser atualizados no SisFIES Técnico até o dia
30 de junho de cada ano, sob pena de suspensão da adesão ao FIES.
Art. 10. O Termo de Adesão será assinado digitalmente pelo representante legal da
mantenedora, mediante a utilização de certificado digital de pessoa jurídica da mantenedora (e-
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
85
CNPJ), emitido no âmbito da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICPBrasil, nos termos da
Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001, e da Instrução Normativa RFB nº 1077, de
29 de outubro de 2010.
§ 1º O titular do certificado digital de pessoa jurídica (e-CNPJ) é responsável por todos os
atos praticados perante o FIES mediante a utilização do referido certificado e sua correspondente
chave privada, devendo adotar as medidas necessárias para garantir a confidencialidade dessa
chave e requerer imediatamente à autoridade certificadora a revogação de seu certificado, em caso
de comprometimento de sua segurança.
§ 2º É obrigatório o uso de senha para proteção da chave privativa do titular do certificado
digital de pessoa jurídica (e-CNPJ).
Art. 11. Para efeitos da adesão e participação no FIES, serão consideradas as informações
constantes do Cadastro de Instituições e de Cursos de Educação Profissional e Tecnológica, do
Ministério da Educação, e dos cadastros da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e da
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
§ 1º A mantenedora se compromete a verificar a regularidade das informações
disponibilizadas no SisFIES Técnico para fins da adesão, da inscrição dos estudantes e do
financiamento das empresas e, se for o caso, efetuar a sua regularização.
§ 2º O Termo de Adesão somente estará disponível para assinatura digital da mantenedora
depois de concluído o preenchimento de todas as informações exigidas pelo sistema e realizada a
inserção de todos os documentos no SisFIES Técnico, na forma e condições estabelecidas nesta
Portaria e demais normas que regulamentam o FIES.
Art. 12. A adesão de entidade mantenedora ao FIES e ao FGEDUC terá prazo de validade
indeterminado.
Parágrafo único. A validade do Termo de Adesão será sobrestada pelo agente operador caso
sejam identificadas irregularidades ou incorreções na adesão ao FIES.
Seção II - Do Pagamento dos Encargos Educacionais
Art. 13. Os pagamentos dos encargos educacionais às mantenedoras de unidades de
ensino, incluindo as dos serviços nacionais de aprendizagem, relativos às operações de
financiamento realizadas com recursos do FIES, serão efetuados com Certificado Financeiro do
Tesouro - Série E (CFT-E), nos termos da Lei nº 10.260, de 2001.
§ 1º Dos encargos educacionais devidos mensalmente à mantenedora optante pelo
FGEDUC, o agente operador do FIES deverá destacar o valor do pagamento estabelecido no § 6º, do
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
86
art. 14, repassar ao FGEDUC, em moeda corrente, o valor da Comissão de Concessão de Garantia
(CCG) e depositar em conta corrente aberta em nome da mantenedora o valor da Garantia Mínima,
este utilizado exclusivamente no caso de honra do financiamento pelo FGEDUC, na forma do seu
Estatuto.
§ 2º O CFT-E somente poderá ser utilizado pela mantenedora para pagamento de
contribuições previdenciárias e demais tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do
Brasil (RFB), bem como para cobrir o risco dos financiamentos concedidos a estudantes na forma do
art. 14 desta Portaria e para recompra pelo agente operador do FIES, nos termos da Lei nº 10.260,
de 2001.
§ 3º A recompra de que trata o § 2º deste artigo somente será efetuada pelo agente
operador do FIES caso a mantenedora não se encontre em débito com a Secretaria da Receita
Federal do Brasil (RFB), nos termos da Lei nº 10.260, de 2001, e das demais normas que
regulamentam o FIES.
§ 4º O valor devido à mantenedora, decorrente da recompra de que trata o § 2° deste
artigo, será depositado em conta corrente aberta pelo agente operador do FIES em nome da
mantenedora.
Seção III - Da Participação no Risco do Financiamento
Art. 14. As mantenedoras de unidades de ensino, incluindo as dos serviços nacionais de
aprendizagem, que aderirem ao FIES, na modalidade de educação profissional e tecnológica,
participarão do risco do financiamento envolvendo o FIES Técnico, como devedoras solidárias, nas
condições e percentuais definidos nas alíneas "b" e "c" do inciso VI do artigo 5º da Lei nº 10.260, de
2001, e nas demais normas que regulamentam o financiamento.
§ 1º O risco das mantenedoras, na condição prevista no caput deste artigo, poderá ser
coberto parcialmente pelo Fundo de Garantida de Operações de Crédito Educativo (FGEDUC), nos
termos da Lei nº 12.087, de 11 de novembro de 2009, com as alterações trazidas pela Lei nº
12.385, de 3 de março de 2011, e constituído nos termos do Estatuto aprovado em assembléia de
cotista, quando se tratar de financiamento concedido a estudante (FIES Técnico) que possua renda
familiar bruta per capita de até um salário-mínimo e meio.
§ 2º A garantia do FGEDUC, conforme estabelecida em Estatuto, será de 80% (oitenta por
cento) do valor das operações de financiamento de que trata o § 1º deste artigo e ficará
condicionada a:
I - a adesão da mantenedora ao FGEDUC;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
87
II - a opção do estudante pela garantia do FGEDUC, desde que atendida a condição
estabelecida no § 1º deste artigo;
III - a disponibilidade financeira no FGEDUC.
§ 3º O risco relativo aos 20% (vinte por cento) do valor das operações de financiamento
não garantidos pelo FGEDUC será coberto pelo FIES e pela mantenedora, nas condições e
percentuais definidos nas alíneas "b" e "c" do inciso VI do artigo 5º da Lei nº 10.260, de 2001.
§ 4º A adesão da mantenedora e a opção do estudante ao FGEDUC, nos termos previstos
no § 2º deste artigo, são opcionais.
§ 5º Não havendo adesão da mantenedora ou opção do estudante ao FGEDUC serão
mantidas as condições de garantia e de risco que tratam os incisos III e VI, alíneas "b" e "c", do
artigo 5º da Lei nº 10.260, de 2001.
§ 6º A mantenedora que fizer adesão ao FGEDUC pagará mensalmente o valor
correspondente a 7% (sete por cento) do total dos encargos educacionais decorrentes dos contratos
de financiamento garantidos, apurados da seguinte forma:
I - 6,25% (seis inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) a título de Comissão de
Concessão de Garantia (CCG), aplicados sobre 80% (oitenta por cento) dos encargos educacionais
decorrentes dos contratos de financiamento garantidos; e
II - 2% (dois por cento) a título de Garantia Mínima (GM) destinada a cobrir as honras
efetuadas pelo FGEDUC, aplicados sobre 100% (cem por cento) dos encargos educacionais
decorrentes dos contratos de financiamento garantidos.
§ 7º Em caso de renegociação do contrato de financiamento com redução do valor
financiado ou liquidação antecipada da dívida, a Comissão de Concessão de Garantia (CCG) já
recolhida ao FGEDUC e a Garantia Mínima já depositada não serão devolvidas.
Art. 15. A título de garantia do risco sobre os financiamentos concedidos a partir da edição
desta Portaria, a mantenedora, ao aderir ao FIES, autoriza o agente operador a bloquear
Certificados Financeiros do Tesouro - Série E (CFT-E) de sua propriedade, em quantidade
equivalente à percentual assim definido:
I - 1% (um por cento) sobre a quantidade de CFT-E emitidos para a mantenedora que
apresentar resultado maior do que 1 (um) em todos os índices de que trata o §1º do art. 9 desta
Portaria;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
88
II - 2% (dois por cento) sobre a quantidade de CFT-E emitidos para a mantenedora que
apresentar resultado igual ou menor do que 1 (um) em qualquer dos índices de que trata o §1º do
art. 9 desta Portaria;
III - 3% (três por cento) sobre a quantidade de CFT-E emitidos para a mantenedora que
apresentar resultado igual ou menor do que 1 (um) em todos os índices de que trata o §1º do art. 9
desta Portaria.
§ 1º O agente operador procederá ao ajuste do percentual de certificados a serem
bloqueados para a mantenedora que tiver sua qualificação econômico-financeira alterada na forma
prevista no §3º do art. 9 desta Portaria.
§ 2º Os certificados bloqueados na forma deste artigo serão desbloqueados pelo agente
operador a partir da fase de amortização do contrato de financiamento, nos meses de janeiro e julho
de cada ano, proporcionalmente ao saldo devedor amortizado no semestre imediatamente anterior.
§ 3º A garantia de que trata este artigo será executada quando da ocorrência de
inadimplência do contrato de financiamento, obrigando-se a mantenedora, quando for o caso, a
pagar ao FIES o valor do risco que exceder a quantidade de certificados bloqueados, na forma a ser
regulamentada, observados os percentuais estabelecidos no art. 5º, inciso VI, da Lei 10.260/2001.
§ 4º Os contratos de financiamento garantidos pelo FGEDUC terão o percentual de garantia
de risco calculado sobre os 20% (vinte por cento) não cobertos.
Seção IV - Das Atribuições
Art. 16. Compete ao representante legal da mantenedora:
I - indicar representante(s) de cada unidade de ensino ofertante vinculada à mantenedora;
II - autorizar acesso no SisFIES Técnico aos seguintes usuários:
a) representante(s) da unidade de ensino ofertante; e
b) representante(s) para efetuar o preenchimento da Guia da Previdência Social (GPS) e do
Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF) relativos aos valores das contribuições
previdenciárias e demais tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) a
serem pagos com CFT-E, se for o caso.
III - registrar no SisFIES Técnico as informações e dados exigidos para a adesão da
mantenedora ao FIES e inserir no Sistema os documentos obrigatórios; e
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
89
IV - efetuar a adesão ao FIES e ao FGEDUC, mediante utilização do certificado digital de
pessoa jurídica (e-CNPJ), reconhecido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).
Parágrafo único. Ao aderir ao FIES e ao FGEDUC, o representante legal da mantenedora de
unidade de ensino autoriza o agente operador a adotar todas as providências necessárias à custódia,
movimentação, desvinculação e venda dos CFT-E de sua propriedade e efetuar o repasse e o
depósito de que trata o § 1º do art. 13.
Art. 17. Para todos os fins, no âmbito do FIES e do FGEDUC, considera-se representante
legal da mantenedora exclusivamente a pessoa física responsável perante o Cadastro Nacional de
Pessoa Jurídica (CNPJ), na forma prevista na legislação específica da Secretaria da Receita Federal
do Brasil (RFB), cadastrado no respectivo certificado digital de pessoa jurídica (e-CNPJ), qualificado
e habilitado nos termos da Instrução Normativa RFB nº 1.077, de 2010.
Art. 18. Compete ao representante da unidade de ensino ofertante vinculada à
mantenedora:
I - indicar o(s) representante(s) da unidade de ensino ofertante específico para cada local
de oferta de cursos, e
II - autorizar acesso no SisFIES Técnico ao(s) representante(s) da unidade de ensino
ofertante para cada local de oferta de cursos, respeitada a competência do representante legal da
mantenedora.
Art. 19. São atribuições do representante da unidade de ensino de cada local de oferta de
cursos:
I - tornar públicas as normas que disciplinam o FIES em todos os locais de oferta de cursos
da unidade de ensino;
II - analisar e validar a pertinência e a veracidade das informações prestadas pelo
estudante no módulo de inscrição do Sis-FIES Técnico, bem como da documentação por este
apresentada para habilitação ao financiamento estudantil, na forma da Lei nº 10.260/2001 e demais
normas que regulamentam o FIES;
III - emitir, por meio do sistema, Documento de Regularidade de Inscrição (DRI) do
estudante;
IV - avaliar, a cada período letivo, o aproveitamento acadêmico dos estudantes financiados,
tendo em vista o desempenho necessário à continuidade do financiamento;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
90
V - adotar as providências necessárias ao aditamento dos contratos de financiamento,
quando for o caso, mediante a emissão, por meio do sistema, do Documento de Regularidade
adequado;
VI - analisar e validar as informações prestadas pela empresa no módulo de elaboração de
subplanos de capacitação do SisFIES Técnico;
VII - zelar pelo cumprimento do disposto no art. 3º desta Portaria.
§ 1º Os documentos referidos nos incisos III e V deste artigo deverão ser emitidos pelo
representante da unidade de ensino e entregues, em original, ao estudante.
§ 2º O representante da unidade de ensino poderá adotar as medidas necessárias junto ao
estudante para regularizar a ausência ou desconformidade dos documentos ou informações referidos
no inciso II deste artigo.
§ 3º Os atos formais emanados das unidades de ensino ofertantes, em especial aqueles de
registro obrigatório no SisFIES Técnico, deverão ser mantidos sob sua guarda pelo prazo de 05
(cinco) anos, contados da data de encerramento do contrato de financiamento.
§ 4º Pelos atos praticados os representantes das unidades de ensino poderão responder
administrativa, civil e penalmente, respondendo solidariamente a unidade de ensino e a respectiva
mantenedora, nos termos da legislação aplicável.
Seção V - Das Penalidades
Art. 20. O representante legal responsável pela adesão da mantenedora ao FIES que
permitir ou inserir informações, documentos ou declaração falsa ou diversa da requisitada pelo
sistema, será responsabilizado administrativa, civil e penalmente, na forma da legislação aplicável.
Art. 21. Havendo indícios de descumprimento das obrigações assumidas no Termo de
Adesão, bem como das demais normas que regulamentam o FIES, será instaurado processo
administrativo para aferir a responsabilidade da mantenedora e da unidade de ensino mantida,
aplicando-se, se for o caso, as penalidades previstas no § 5º do art. 4º da Lei nº 10.260/2001.
Art. 22. O processo administrativo de que trata o art. 21 será regido, no que couber, pela
Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
§ 1º Instruído o processo, a conclusão ficará a cargo do Secretário de Educação Profissional
e Tecnológica, que deverá:
I - aplicar as penalidades cabíveis; ou
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
91
II - determinar o arquivamento do processo.
§ 2º A decisão que impuser a impossibilidade de adesão ao FIES, prevista no inciso I do §
5º do art. 4º da Lei nº 10.260/2001, deverá estabelecer o tempo de duração dessa penalidade e,
durante esse período, não poderão ser concedidos novos financiamentos, sem prejuízo para os
estudantes já financiados.
§ 3º Para efeitos da aplicação da penalidade prevista no inciso I do § 5º do art. 4º da Lei nº
10.260/2001, considera-se processo seletivo o período de um semestre.
§ 4º Para efeitos da aplicação da penalidade de ressarcimento, prevista no inciso II do § 5º
do art. 4º da Lei nº 10.260/2001, o agente operador efetuará o cálculo dos valores devidos e
estabelecerá, em ato próprio, os parâmetros de custo de referência para cada um dos
procedimentos de correção dos saldos e fluxos financeiros.
§ 5º Da decisão que concluir pela aplicação de penalidade caberá recurso ao Ministro de
Estado da Educação, no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 6º Nos casos previstos no § 2° deste artigo, fica assegurado à empresa e ao estudante
financiado pelo FIES a continuidade do financiamento nas condições do contrato firmado.
Seção VI - Do Desligamento
Art. 23. A mantenedora de unidade de ensino poderá ser desligada do FIES:
I - pelo Ministério da Educação, motivadamente; ou
II - por solicitação da mantenedora.
Parágrafo único. Nos casos de desligamento do FIES previstos nos incisos I e II deste
artigo, ficam assegurados:
I - a continuidade do financiamento por meio do FIES Técnico nas condições do contrato
firmado ao estudante já financiado;
II - o direito a contratar o financiamento por meio do FIES ao estudante que tenha
concluído sua inscrição antes da efetivação do desligamento da mantenedora;
III - a continuidade dos cursos financiados por meio do FIES Empresa nas condições
constantes dos subplanos validados pelo representante da unidade de ensino mantida em data
anterior à efetivação do desligamento da mantenedora.
Art. 24. Em caso de rescisão da adesão ao FGEDUC a mantenedora continuará obrigada:
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
92
I - ao pagamento da Comissão de Concessão de Garantia (CCG) e ao depósito da Garantia
Mínima de que trata o § 6º do art. 14, relativas aos contratos de financiamento com opção ao
FGEDUC, contratados até a data da rescisão;
II - a assegurar ao estudante que concluir a sua inscrição no SisFIES Técnico até a data da
rescisão, o direito a contratar o financiamento com a garantia do FGEDUC.
CAPÍTULO III - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 25. Em caso de erros ou da existência de óbices operacionais por parte da unidade de
ensino, do agente financeiro e dos gestores do FIES, que resulte na perda de prazo para validação
da inscrição, contratação e aditamento do financiamento, aceite de subplano de capacitação, como
também para adesão ao FIES, o agente operador, após o recebimento e avaliação das justificativas
apresentadas pela parte interessada (estudante, empresa, agente financeiro ou mantenedora),
deverá adotar as providências necessárias à prorrogação dos respectivos prazos, observada a
disponibilidade orçamentária do Fundo, quando for o caso.
§ 1º O disposto no caput deste artigo se aplica quando o agente operador receber a
justificativa do interessado em até 180 (cento e oitenta) dias contados da data de sua ocorrência.
§ 2º O agente operador do FIES poderá estipular valores máximos e mínimos para
financiamento ao estudante e à empresa, mediante a implementação de mecanismos para essa
finalidade no Sistema Informatizado do FIES (SisFIES Técnico).
Art. 26. É vedado às unidades de ensino ofertantes participantes do FIES exigirem
pagamento da matrícula e das parcelas das mensalidades do estudante que tenha concluído a sua
inscrição no SisFIES Técnico.
§ 1º Caso o contrato de financiamento pelo FIES não seja formalizado, o estudante deverá
realizar o pagamento da matrícula e das parcelas das mensalidades, ficando isento do pagamento
de juros e multa.
§ 2º O estudante perderá o direito assegurado no caput deste artigo caso não formalize seu
contrato junto ao agente financeiro dentro do prazo previsto na legislação do FIES, ressalvado o
disposto no art. 25 desta Portaria.
Art. 27. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
JOSÉ HENRIQUE PAIM FERNANDES
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
93
Decreto Nº 7.721, de 16 de Abril de 2012
Dispõe sobre o condicionamento do recebimento da
assistência financeira do Programa de Seguro-
Desemprego à comprovação de matrícula e
frequência em curso de formação inicial e continuada
ou de qualificação profissional, com carga horária
mínima de cento e sessenta horas.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso
IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no § 1o do art. 3o e no § 2o do art. 8o da Lei no
7.998, de 11 de janeiro de 1990, e na Lei no 12.513, de 26 de outubro de 2011,
DECRETA:
Art. 1o O recebimento de assistência financeira pelo trabalhador segurado que solicitar o
benefício do Programa de Seguro-Desemprego a partir da terceira vez dentro de um período de dez
anos poderá ser condicionado à comprovação de matrícula e frequência em curso de formação inicial
e continuada ou de qualificação profissional, habilitado pelo Ministério da Educação, nos termos do
art. 18 da Lei no 12.513, de 26 de outubro de 2011, com carga horária mínima de cento e sessenta
horas.
Parágrafo único. O curso previsto no caput será ofertado por meio da Bolsa-Formação
Trabalhador concedida no âmbito do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego -
PRONATEC, instituído pela Lei no 12.513, de 2011, ou de vagas gratuitas na rede de educação
profissional e tecnológica.
Art. 2o Compete ao Ministério da Educação:
I - ofertar vagas em cursos de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional
no âmbito do PRONATEC aos trabalhadores beneficiários do seguro-desemprego, considerando as
vagas gratuitas disponíveis na rede de educação profissional e tecnológica; e
II - encaminhar periodicamente ao Ministério do Trabalho e Emprego informações acerca
das matrículas e frequência de que trata o caput do art. 1o.
Art. 3o Compete ao Ministério do Trabalho e Emprego:
I - orientar e encaminhar os trabalhadores beneficiários do seguro-desemprego aos cursos
de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional ofertados nos termos deste Decreto;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
94
II - fixar os requisitos para a definição do perfil do trabalhador, conforme estabelecido no
inciso I do caput do art. 5o;
III - encaminhar ao Ministério da Educação informações sobre as características dos
trabalhadores beneficiários do seguro-desemprego para subsidiar as atividades de formação e
qualificação profissional desenvolvidas para atendimento desse público; e
IV - estabelecer os demais procedimentos necessários ao cumprimento da condicionalidade
para o recebimento do benefício do seguro-desemprego previsto no caput do art. 1o.
Art. 4o A disponibilização de cursos de formação inicial e continuada ou de qualificação
profissional pelas instituições ofertantes no âmbito do PRONATEC deverá ter como referência as
informações do Ministério do Trabalho e Emprego e do Sistema Nacional de Emprego - SINE
relativas ao perfil dos trabalhadores segurados de que trata o caput do art. 1o e às características
locais do mercado de trabalho.
Art. 5o Não será exigida do trabalhador a condicionalidade de que trata o caput do art. 1o
nas seguintes hipóteses:
I - inexistência de oferta de curso compatível com o perfil do trabalhador no município ou
região metropolitana de domicílio do trabalhador, ou, ainda, em município limítrofe; e
II - apresentação pelo trabalhador de comprovante de matrícula e frequência mensal em
outro curso de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional com carga horária igual
ou superior a cento e sessenta horas.
Parágrafo único. A condicionalidade de que trata o caput do art. 1o ainda poderá ser
exigida caso o encerramento do curso de que trata o inciso II do caput ocorra enquanto o
trabalhador estiver recebendo as parcelas do benefício seguro-desemprego.
Art. 6o O benefício do seguro-desemprego do trabalhador sujeito à condicionalidade de que
trata o caput do art. 1o poderá ser cancelado nas seguintes situações:
I - recusa pelo trabalhador da pré-matrícula no curso de formação inicial e continuada ou de
qualificação profissional ofertado;
II - não realização pelo trabalhador da matrícula efetiva na instituição de ensino, no prazo
estabelecido; e
III - evasão do curso de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional em
que estiver matriculado.
§ 1o A pré-matrícula ou sua recusa exigirá assinatura de termo de ciência.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
95
§ 2o A pré-matrícula ou sua recusa será realizada nas unidades do Ministério do Trabalho e
Emprego ou integrantes do SINE.
§ 3o No caso de o trabalhador recusar-se a assinar o documento de que trata o § 1o, será
lavrado termo assinado por duas testemunhas.
Art. 7o Atendidos prioritariamente os trabalhadores de que trata o art. 1o, havendo
disponibilidade de Bolsas-Formação Trabalhador no âmbito do PRONATEC ou de vagas gratuitas na
rede de educação profissional e tecnológica, estas poderão ser ofertadas aos demais beneficiários do
seguro-desemprego, respeitados os níveis de escolaridade requeridos e os demais critérios de
priorização estabelecidos no âmbito do PRONATEC.
Art. 8o Ato conjunto dos Ministros de Estado da Educação e do Trabalho e Emprego
disciplinará:
I - as características dos cursos de formação inicial e continuada ou de qualificação
profissional ofertados no âmbito deste Decreto; e
II - as demais condições, requisitos e normas necessárias para aplicação da
condicionalidade prevista no caput do art. 1o.
Art. 9o A oferta de Bolsa-Formação Trabalhador no âmbito do PRONATEC nos termos
previstos neste Decreto fica condicionada à existência de dotação orçamentária.
Art. 10. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília,16 de abril de 2012; 191o da Independência e 124o da República.
DILMA ROUSSEFF
Aloizio Mercadante
Paulo Roberto dos Santos Pinto
Este texto não substitui o publicado no DOU de 17.4.2012
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
96
Anexos
Anexo I: Termo de Adesão à Bolsa-Formação do Pronatec (Parceiros ofertantes)
O Departamento Nacional do Serviço Nacional de Aprendizagem [nome do Serviço – sigla],
representado por seu (sua) dirigente máximo(a), [nome do/da dirigente], CPF [número], RG
[número], expedido por [órgão expedidor], devidamente estabelecido à [endereço], resolve firmar o
presente Termo de Adesão ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec
na condição de parceiro ofertante de vagas em cursos de educação técnica e profissional da Bolsa-
Formação, consideradas as seguintes cláusulas:
PRIMEIRA – Do objeto
O presente termo tem por objeto a adesão do Serviço Nacional de Aprendizagem [nome do
Serviço], por intermédio de seu Departamento Nacional, ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego – Pronatec, visando a oferta de vagas em cursos de educação técnica e
profissional no âmbito da Bolsa-Formação, nos termos da Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011,
da Portaria MEC no 185, de 12 de março de 2012 e da Resolução CD/FNDE nº 61, de 11 de
novembro de 2011.
SEGUNDA – Dos compromissos do ofertante
Na condição de parceiro ofertante da Bolsa-Formação do Pronatec, o Serviço Nacional de
Aprendizagem [nome do Serviço] compromete-se a:
a) encaminhar à SETEC/MEC, na qualidade de parceiro ofertante, este Termo de Adesão à
Bolsa-Formação do Pronatec devidamente preenchido e assinado pelo(a) dirigente máximo(a) de
seu departamento nacional;
b) indicar oficialmente à SETEC/MEC um funcionário com vínculo empregatício com a
entidade como gestor responsável por coordenar nacionalmente a oferta de vagas e o processo de
elaboração da prestação de contas dos recursos recebidos do FNDE;
c) assegurar que cada departamento regional, se houver, indique um funcionário com
vínculo empregatício como gestor responsável por coordenar a oferta de vagas e pela documentação
necessária à prestação de contas da Bolsa-Formação em seu âmbito de atuação;
d) pactuar, no SISTEC, a quantidade de vagas presenciais que serão ofertadas por unidade
de ensino em cursos de educação profissional e tecnológica para atender às necessidades dos
parceiros demandantes;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
97
e) instruir as unidades de sua rede sobre as normas e procedimentos relativos à oferta de
vagas para a Bolsa-Formação;
f) auxiliar os parceiros demandantes a divulgar a Bolsa-Formação e informar potenciais
beneficiários sobre os objetivos e as características dos cursos ofertados;
g) receber e aplicar os recursos financeiros repassados pelo FNDE exclusivamente na oferta
da Bolsa-Formação, de acordo com as determinações da Lei nº 12.513/2011, da Resolução CD/FNDE
nº 61, de 11 de novembro de 2011, e do Manual de Gestão da Bolsa-Formação, gerindo tais
recursos públicos segundo critérios de moralidade, eficiência, impessoalidade, eficácia e
transparência e visando a efetividade das ações;
h) acompanhar, por meio do endereço www.fnde.gov.br, as transferências de recursos
efetuadas pelo FNDE para a conta corrente específica do programa, de forma a garantir a aplicação
tempestiva dos recursos creditados em seu favor;
i) cadastrar no SISTEC as turmas ofertadas no âmbito da Bolsa-Formação, informando o
local de realização de cada turma;
j) ofertar as turmas por conta própria, sem recorrer à terceirização – a outras instituições –
da oferta, das atividades pedagógicas e educacionais ou da gestão acadêmica de turmas da Bolsa-
Formação;
k) confirmar no SISTEC as matrículas de candidatos pré-matriculados, sendo vedada a
recusa de matrícula salvo quando houver legislação específica que o justifique ou quando os
candidatos pré-matriculados não atenderem aos requisitos de escolaridade previstos no Catálogo
Nacional de Cursos Técnicos ou, facultativamente, no Guia Pronatec de Cursos FIC;
l) garantir que todos os beneficiários matriculados da Bolsa-Formação assinem Termo de
Compromisso e Comprovante de Matrícula;
m) fornecer gratuitamente aos beneficiários todo insumo necessário para a participação nos
cursos da Bolsa-Formação, incluindo materiais didáticos, cadernos, canetas, materiais escolares
gerais ou específicos e uniformes, quando exigidos pela instituição ofertante, sendo vedada a
indicação de materiais a serem adquiridos junto a terceiros, conforme art. 6º, § 4º da Lei nº
12.513/2011, e a cobrança de quaisquer taxas, mensalidades ou contribuições;
n) assegurar aos beneficiários da Bolsa-Formação a devida assistência estudantil na forma
de alimentação e transporte, considerando necessidades específicas de pessoas com deficiência e
agindo em conformidade com o previsto no art. 10 da resolução CD/FNDE nº 61;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
98
o) zelar pela segurança dos beneficiários da Bolsa-Formação por meio da contratação de
seguro contra acidentes que possam ocorrer durante as aulas;
p) assegurar aos beneficiários da Bolsa-Formação acesso pleno à infraestrutura educativa,
recreativa, esportiva ou de outra natureza das unidades ofertantes, especialmente bibliotecas,
laboratórios de informática e quadras esportivas, sem quaisquer restrições específicas;
q) realizar o controle da frequência e manter atualizado no SISTEC os registros de presença
e desempenho escolar dos beneficiários, sendo tal atualização mensal para cursos de formação
inicial e continuada e bimestral para cursos técnicos – salvo em caso de exigência específica
apresentada pela SETEC/MEC;
r) realizar o acompanhamento pedagógico dos beneficiários da Bolsa-Formação;
s) garantir a certificação aos beneficiários que tiverem freqüência e aproveitamento
satisfatório nos cursos da Bolsa-Formação;
t) informar, no SISTEC, a situação final dos beneficiários da Bolsa-Formação ao término dos
cursos;
u) manter arquivados nas sedes dos departamentos responsáveis pela execução dos cursos,
por pelo menos vinte anos após o encerramento desses cursos, os registros estudantis das turmas e
dos beneficiários da Bolsa-Formação, inclusive listas de presença e Termos de Compromisso e
Comprovantes de Matrícula assinados, disponibilizando a documentação ao MEC, ao FNDE, aos
órgãos de controle interno e externo e ao Ministério Público sempre que solicitada;
v) permitir o acesso – às suas instalações, às turmas e aos beneficiários da Bolsa-
Formação, e aos documentos relativos às ações e à execução do programa – de representantes do
parceiro demandante, do MEC, do FNDE e de qualquer órgão ou entidade governamental de
fiscalização, monitoramento e controle, prestando todo esclarecimento solicitado;
w) indicar ao FNDE a agência do Banco do Brasil S/A na qual os recursos deverão ser
creditados para abertura de conta corrente específica;
x) prestar contas dos recursos financeiros recebidos para a implementação das ações
relativas à oferta de vagas no âmbito da Bolsa-Formação, conforme estabelecido no Capítulo V da
Resolução CD/FNDE nº 61, de 11 de novembro de 2011;
y) informar tempestivamente à SETEC/MEC e ao FNDE a ocorrência de qualquer
anormalidade na execução da Bolsa-Formação;
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
99
z) submeter-se às orientações para execução da Bolsa-Formação divulgadas pela SETEC/
MEC e pelo FNDE, inclusive aquelas relativas às condutas vedadas em períodos eleitorais.
TERCEIRA – Da rescisão
O presente instrumento poderá ser rescindido a qualquer tempo, no interesse das partes,
ou pelo não-cumprimento das cláusulas ou condições, observado o disposto nos artigos 77 a 80 da
Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 – e sem prejuízo da adoção das providências necessárias a
assegurar a regular execução de recursos prevista na Resolução CD/FNDE Nº 61/2011 e nas demais
normas que regulam a assistência financeira do FNDE e da Administração Pública Federal –
independentemente de interpelação judicial ou extrajudicial ou daquelas dispostas nos artigos 86 a
88 do mesmo diploma legal.
QUARTA – Da publicação
Caberá à Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica – SETEC/MEC proceder à
publicação do presente Termo de Adesão no Diário Oficial da União.
QUINTA – Do foro
O foro competente para dirimir dúvidas ou litígios oriundos deste instrumento é o da Justiça
Federal, Foro da cidade de Brasília/DF, Seção Judiciária do Distrito Federal.
________________, _____ de ________________ de ____
_______________________________________________________________
Dirigente do Departamento Nacional do [nome do serviço – sigla]
Anexo II: Termo de Compromisso em Adesão à Bolsa-Formação do Pronatec (Secretarias de Estado e do Distrito Federal)
A [nome da Secretaria de Educação do Estado ou Distrito Federal], representada pelo(a)
Secretário(a) [nome do(a) Secretário(a)], inscrição no CPF [número], RG [número], expedido por
[órgão expedidor], devidamente estabelecido à [endereço], resolve firmar o presente Termo de
Compromisso em Adesão à Bolsa-Formação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego – Pronatec na condição de parceiro demandante de vagas em cursos de educação técnica e
profissional, consideradas as seguintes cláusulas:
PRIMEIRA – Do objeto
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
100
O presente termo tem por objeto a adesão da [nome da Secretaria de Educação do Estado
ou Distrito Federal] ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec,
visando a demanda por vagas em cursos de educação técnica e profissional no âmbito da Bolsa-
Formação, nos termos da Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011, da Portaria MEC no 185, de 12
de março de 2012 e das Resoluções CD/FNDE nº 61 e nº 62, ambas de 11 de novembro de 2011.
SEGUNDA – Dos compromissos
A [nome da Secretaria de Educação do Estado ou Distrito Federal], na qualidade de parceiro
demandante, compromete-se a:
a) preencher e firmar este Termo de Compromisso em Adesão à Bolsa-Formação na
condição de parceiro demandante, enviando-o à SETEC/MEC, no endereço que consta no § 2º do
art. 7º da Resolução CD/FNDE nº 61, de 11 de novembro de 2011;
b) indicar oficialmente um gestor, obrigatoriamente servidor público, para coordenar as
ações vinculadas à articulação e à implementação da Bolsa-Formação;
c) informar os parceiros ofertantes quanto às demandas específicas de seu público;
d) divulgar a Bolsa-Formação em seu âmbito de atuação, amplamente e em conjunto com
os parceiros ofertantes, informando potenciais beneficiários quanto aos objetivos e características
dos cursos a serem ofertados;
e) coordenar a mobilização, arregimentação e seleção de candidatos à Bolsa-Formação em
seu âmbito de atuação;
f) realizar a pré-matrícula dos selecionados da Bolsa-Formação em turmas registradas no
Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (SISTEC) da Secretaria de
Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, sendo a realização da pré-matrícula
atribuição exclusiva dos parceiros demandantes salvo nos casos levantados nos §§ 5º e 8º do artigo
6º e nos §§ 2º e 3º do art. 9º da resolução CD/FNDE nº 61, de 11 de novembro de 2011;
g) informar à SETEC/MEC o perfil dos beneficiários bem como os mecanismos que serão
utilizados no processo seletivo;
h) informar tempestivamente à SETEC/MEC e ao FNDE a ocorrência de qualquer
anormalidade na execução do programa e o eventual não-oferecimento, por parte do parceiro
ofertante, das turmas registradas no SISTEC;
i) submeter-se às orientações para execução da Bolsa-Formação divulgadas pela SETEC/
MEC e pelo FNDE, inclusive aquelas relativas às condutas vedadas em períodos eleitorais.
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TERCEIRA – Da rescisão
O presente instrumento poderá ser rescindido a qualquer tempo, no interesse das partes,
ou pelo não- cumprimento das cláusulas ou condições, observado o disposto nos artigos 77 a 80 da
Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, independentemente de interpelação judicial ou extrajudicial
ou daquelas dispostas nos artigos 86 a 88 do mesmo diploma legal.
QUARTA – Da publicação
Caberá à Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação
(SETEC/MEC) proceder à publicação do presente Termo de Compromisso em Adesão à Bolsa-
Formação no Diário Oficial da União.
QUINTA – Do foro
O foro competente para dirimir eventuais dúvidas ou litígios oriundos deste instrumento é o
da Justiça Federal, Foro da cidade de Brasília/DF, Seção Judiciária do Distrito Federal.
________________, _____ de ________________ de ____.
_______________________________________________________________
Secretário (a) de Educação de [Nome do Estado ou Distrito Federal]
Anexo III: Acordo de Cooperação Técnica na Bolsa-Formação do Pronatec (Instituições da Administração Pública Federal)
ACORDO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA QUE ENTRE SI CELEBRAM O MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO E O [nome da Instituição Demandante] OBJETIVANDO A OFERTA DE CURSOS NO
ÂMBITO DA BOLSA-FORMAÇÃO DO PROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AO ENSINO TÉCNICO E
EMPREGO – PRONATEC.
Aos [dia] dias do [mês] do ano de [ano], a União, representada pelo MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO, neste ato representado pelo(a) Ministro de Estado, [nome do Ministro], brasileiro(a),
nomeado(a) pelo Decreto de [número do decreto de nomeação], doravante denominado MEC, e o
[nome da Instituição Demandante], neste ato representado pelo [cargo e nome do(a) representante
máximo(a) do demandante], brasileiro(a), nomeado(a) pelo Decreto de [número do decreto de
nomeação], doravante denominado [denominação da Instituição Demandante],
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RESOLVEM
Celebrar o presente Acordo de Cooperação Técnica, de conformidade, no que couber, com a
Lei nº 8.666/93 e legislação correlata, visando alcançar os objetivos abaixo indicados de acordo com
as cláusulas e condições seguintes:
CLÁUSULA PRIMEIRA – DO OBJETO
Constitui objeto deste Acordo o estabelecimento dos termos de cooperação técnica entre os
partícipes visando à oferta de vagas em cursos de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) no
âmbito da Bolsa-Formação Trabalhador do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego – Pronatec, nos termos da Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011, da Portaria MEC no
185, de 12 de março de 2012, e das Resoluções CD/FNDE nº 61 e nº 62, ambas de 11 de novembro
de 2011.
CLÁUSULA SEGUNDA – DOS COMPROMISSOS
Para viabilizar o objeto deste Acordo, os partícipes se comprometam a:
I – [Denominação da Instituição Demandante]
a) preencher e firmar este Acordo de Cooperação Técnica na condição de parceiro
demandante, enviando-o à SETEC/MEC, no endereço que consta no § 2º do art. 7º da resolução CD/
FNDE nº 61, de 11 de novembro de 2011;
b) indicar oficialmente um gestor, obrigatoriamente servidor público federal, para coordenar
as ações vinculadas à articulação e à implementação da Bolsa-Formação;
c) informar os parceiros ofertantes quanto às demandas específicas de seu público;
d) divulgar a Bolsa-Formação em seu âmbito de atuação, amplamente e em conjunto com
os parceiros ofertantes, informando potenciais beneficiários quanto aos objetivos e características
dos cursos a serem ofertados;
e) coordenar a mobilização, arregimentação e seleção de candidatos à Bolsa-Formação em
seu âmbito de atuação;
f) realizar a pré-matrícula dos selecionados da Bolsa-Formação em turmas registradas no
Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (SISTEC) da Secretaria de
Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, sendo a realização da pré-matrícula
atribuição exclusiva dos parceiros demandantes salvo nos casos levantados nos §§ 5º e 8º do artigo
6º e nos §§ 2º e 3º do art. 9º da resolução CD/FNDE nº 61, de 11 de novembro de 2011;
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g) informar à SETEC/MEC o perfil dos beneficiários bem como os mecanismos que serão
utilizados no processo seletivo;
h) informar tempestivamente à SETEC/MEC e ao FNDE a ocorrência de qualquer
anormalidade na execução do programa e o eventual não-oferecimento, por parte do parceiro
ofertante, das turmas registradas no SISTEC; e
i) submeter-se às orientações para execução da Bolsa-Formação divulgadas pela SETEC/
MEC e pelo FNDE, inclusive aquelas relativas às condutas vedadas em períodos eleitorais.
II – MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
a) adquirir as vagas as serem ofertadas no âmbito da Bolsa-Formação junto aos parceiros
ofertantes;
b) regulamentar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica por intermédio do
Catálogo Nacional de Cursos Técnicos e do Guia Pronatec de Cursos de Formação Inicial e
Continuada;
c) coordenar o desenvolvimento, manutenção e atualização do Sistema Nacional de
Informações da Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (SISTEC) como
instrumento de gestão nacional e local da oferta da Bolsa-Formação;
d) monitorar e avaliar a realização dos cursos, comprovando a execução da oferta
pactuada;
e) cooperar com o(a) [denominação da Instituição Demandante], garantindo apoio à sua
articulação com os parceiros ofertantes;
f) articular os parceiros ofertantes, bem como promover a interlocução destes com o(a)
[denominação da Instituição Demandante], tendo em vista os objetivos da Bolsa-Formação do
Pronatec;
g) prestar assistência técnica ao(à) [denominação da Instituição Demandante];
h) mediar eventuais discordâncias entre o(a) [denominação da Instituição Demandante] e
os ofertantes; e
i) tornar públicos os atos do programa por intermédio do Diário Oficial da União (DOU) e da
internet, no endereço www.mec.gov.br/setec.
CLÁUSULA TERCEIRA – DA OPERACIONALIZAÇÃO
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A operacionalização das ações decorrentes deste instrumento dar-se-á mediante a
celebração de instrumentos específicos, quando for o caso, em conformidade com a legislação
correlata.
CLÁUSULA QUARTA – DOS RECURSOS FINANCEIROS
O presente Acordo de Cooperação não envolve transferência de recursos financeiros entre
os partícipes.
SUBCLÁUSULA PRIMEIRA – As dotações ou destinações de verbas específicas por demandas
ou projetos que venham a ser objeto de negociação serão devidamente processadas na forma da lei,
sempre com instrumento próprio.
SUBCLÁUSULA SEGUNDA – As despesas necessárias à consecução do objeto deste Acordo
de Cooperação serão assumidas pelos partícipes, dentro dos limites de suas
respectivas atribuições, não podendo os partícipes nada exigir um do outro além do
estabelecido pelo próprio instrumento.
CLÁUSULA QUINTA – DA VIGÊNCIA
O presente Acordo de Cooperação entra em vigor a partir da data de sua assinatura, com
vigência de três anos, podendo ser prorrogado, mediante termo aditivo, por acordo entre os
partícipes.
CLAÚSULA SEXTA – DA DENÚNCIA E RESCISÃO
O presente Acordo de Cooperação poderá ser denunciado por iniciativa de qualquer dos
partícipes, mediante troca de avisos, com antecedência mínima de trinta dias, ou rescindido por
descumprimento de qualquer de suas cláusulas, assumindo cada partícipe os respectivos ônus
decorrentes das obrigações acordadas.
SUBCLÁUSULA PRIMEIRA – Havendo denúncia do Acordo de Cooperação, as partes deverão
manter todas as turmas já iniciadas, concluindo-as conforme previsto anteriormente à denúncia.
CLÁUSULA SÉTIMA – DA PUBLICAÇÃO
O presente Acordo de Cooperação será publicado, em extrato, no Diário Oficial da União, a
expensas do Ministério da Educação.
CLÁUSULA OITAVA – DO FORO
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O foro é o da Circunscrição Judiciária de Brasília, Distrito Federal, para dirimir quaisquer
questões oriundas do presente instrumento.
CLÁUSULA NONA – DAS CONTROVÉRSIAS
É competente para dirimir quaisquer questões oriundas do presente Acordo, que não
possam ser resolvidas mediante acordo entre os partícipes, a Advocacia-Geral da União – AGU, nos
termos do inciso XI, do art. 4º, da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993.
E, por estarem os partícipes justos e acordados em suas intenções, firmam entre si o
presente instrumento elaborado em 03 (três) vias de igual teor e forma, na presente das
testemunhas abaixo nomeadas.
Brasília, em ______ de ______ de 2011.
_________________________________________________
[Nome do Ministro da Educação]
___________________________________________________
[Nome do(a) representante máximo(a) da Instituição Demandante]
Anexo IV: Termo de Compromisso e Comprovante de Matrícula no Bolsa-Formação do Pronatec (para alunos matriculados)
Eu, [nome do(a) estudante], portador do CPF [número], confirmo ter comparecido
presencialmente ao/a [nome da unidade ofertante], para comprovar minha matrícula no curso de
[nome do curso], a ser oferecido entre [data de início] e [data de conclusão] pela Bolsa-Formação
do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Asseguro que, ao
confirmar minha matrícula, estou ciente de assumir os seguintes compromissos:
1. Participar integralmente das atividades do curso e cumprir todos os requisitos
educacionais regulamentares.
2. Manter matrícula, frequência mínima de 75% e desempenho escolar satisfatório.
3. Cumprir normas regimentais da unidade ofertante e as normas institucionais do
Pronatec, sobretudo as estabelecidas na Lei nº 12.513/2011 e legislações decorrentes.
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4. Participar de avaliações de aprimoramento a serem eventualmente realizadas durante e
após o curso.
5. Comunicar à coordenação pedagógica da unidade ofertante quando de meu impedimento
ou desistência do curso, apresentando justificativa formal nas seguintes situações:
a. Doença: com apresentação de atestado médico em até 72 horas;
b. Mudança de residência para outro município;
c. Situação de trabalho em horário incompatível com o curso; ou
d. Outro motivo de força maior.
Ciente de que o MEC mantém serviço de ouvidoria Pronatec, pelo telefone 0800-616161,
opção 8, declaro compreender que, caso não cumpra as cláusulas deste termo, terei minha
matrícula cancelada e não poderei participar de qualquer outro curso da Bolsa-Formação. Por fim,
declaro entender também que casos omissos serão analisados pelo MEC.
Local: ___________________, Data: __/__/__
____________________________________________________________
[nome legível e assinatura do aluno]
____________________________________________________________
[nome legível e assinatura do responsável legal para menores de 18 anos]
_____________________________________________________________
[assinatura / carimbo do responsável pela confirmação da matrícula]
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