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17 Março 2016 quinta, 19:00h Grande Auditório benjamin grosvenor © operaomnia.co.uk Benjamin Grosvenor

Benjamin Grosvenor · 2017. 9. 28. · 03 Benjamin Grosvenor piano quinta 17 Março 2016 19:00h — Grande Auditório 17 03 Duração total prevista: c. 2h Intervalo de 20 min. Felix

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    Benjamin Grosvenor piano

    quinta 17 Março 201619:00h — Grande Auditório

    1703

    Duração total prevista: c. 2hIntervalo de 20 min.

    Felix Mendelssohn-BartholdyPrelúdio e Fuga em Mi menor, op. 35 n.º 1 Prelúdio e Fuga em Fá menor, op. 35 n.º 5

    Fryderyk ChopinSonata n.º 2, em Si bemol menor, op. 35

    Grave – Doppio movimentoScherzoMarche funèbre: LentoFinale: Presto

    intervalo

    Maurice RavelLe tombeau de Couperin

    PréludeFugueForlaneRigaudonMenuetToccata

    Franz LisztVenezia e Napoli, S. 162

    GondolieraCanzoneTarantella

  • FelixMendelssohn-Bartholdyhamburgo, 3 de fevereiro de 1809leipzig, 4 de novembro de 1847

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    Prelúdio e Fuga em Mi menor,op. 35 nº 1

    Prelúdio e Fuga em Fá menor,op. 35 nº 5

    composição: 1832-37duração total: c. 20’

    A relação de amizade que Felix Mendelssohn travou com Robert Schumann em Leipzig,a partir do outono de 1835, trouxe uma valia acrescida às experiências musicais destes dois expoentes do Romantismo germânico, sobretudo no domínio da música para piano. Se Schumann deu asas às conceções programáticas então emergentes em obras como Davidsbündlertänze op. 6 e Carnavalop. 9, já Mendelssohn preferiu focar-se na fusão de um idioma reminiscente dos modelos polifónicos barrocos com os novos ventos do sentimento e do dramatismo, típicos da sua época. Os seis Prelúdios e Fugas op. 35 são o melhor exemplo desta opção criativa, enaltecida, de resto, por Schumann, o qual nela entreviu uma solução rejuvenescedora para as “velhas” estruturas que, embora caídas em desuso, eram de inquestionável valor técnico e estético.À imagem dos restantes dípticos do op. 35, o Prelúdio e Fuga em Mi menor reúne secções compostas em diferentes momentos da vida de Schumann, reunidas para publicação pela firma Breitkopf & Härtel em 1837. O Prelúdio foi concluído a 9 de janeiro de 1837 e partilha com o género homólogo barroco a

    mesma progressão inexorável de harpejos, partilhados entre as duas mãos, servindo de apoio a uma melopeia expressiva de caráter marcadamente romântico. A composição da Fuga antecedeu a do Prelúdio em cincoanos, numa altura em que o compositor acompanhava, angustiado, a lenta agonia do seu amigo August Hanstein. O lúgubre tema de partida e as progressões contrapontísticas entretanto geradas em seu redor, sugerem o alastrar da doença e a consequente destruição da vida humana. Porém, a Fuga é coroada com um grandioso coral que, para Mendelssohn, libertava o defunto dos grilhões da morte.De 19 de novembro de 1836 data o Prelúdio n.º 5, em Fá menor, marcado pelo melodismo de cariz vocal, inspirado pela oratória coeva Paulus op. 36. O canto vagaroso e belo eleva-se para além da realidade imediata e concreta, sugerindo dimensões renovadas de meditação e recolhimento espiritual. A enérgica Fuga, finalizada a 3 de dezembro de 1834, estabelece marcado contraste com a secção anterior, sobretudo através do desenho rítmico da cabeça do tema (salto de oitava ascendente, seguido de seis colcheias repetidas), partilhado pelos vários registos do teclado.

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    Sonata n.º 2, em Si bemol menor,op. 35

    composição: 1837 / 1839duração: c. 23’

    No verão de 1839, enquanto repousava na localidade francesa de Nohant, Fryderyk Chopin escrevia as seguintes palavras ao seu amigo Julian Fontana: “Compus aqui uma sonata em si bemol menor, da qual fará partea marcha fúnebre que tu conheces.Ela possui um Allegro; depois um Scherzo em mi bemol menor, a Marcha e um breve Finale com cerca de três páginas”. O compositor resumia, deste modo, a estrutura da sua Sonata n.º 2, em Si bemol menor, op. 35, composta a partir de uma página anterior, a Marcha fúnebre, a qual veio a tornar-se o celebérrimo terceiro andamento da Sonata n.º 2. O andamento inicial a que Chopin se refere na carta corresponde à secção Agitatodo andamento de partida, na qual aparecemos dois temas principais da exposição, de perfil contrastante. Esta secção é precedida por um breve e soturno Grave.Composto na tonalidade de Mi bemol menor, o segundo andamento tem início com um movimento impetuoso e dramático, gerador de tensões diversas, por via de expedientes como staccati e crescendos. No entanto, o trio, Più lento, surpreende pela serenidade e pela calma, não deixando de conter algumas

    sementes de instabilidade na secção final.A “marcha fúnebre” a que Chopin se refereno excerto anterior é uma obra para piano solo de natureza comemorativa, ligada, segundo se pensa, ao aniversário da insurreição de Varsóvia face ao jugo do exército russo. Composta originariamente em 1837, foi depois adaptada como terceiro andamento da presente Sonata op. 35, designado literalmente Marche funèbre. Marcada por um ritmo determinado, a marcha progride até chegar a um patamar elegíaco, formado pelo trio central, do qual se desprendem os mais sinceros e evocativos sentimentos. O tema inicial, sombrio e implacável, regressa à textura em jeito de conclusão.Agitado pelo fluxo permanente de escalas e harpejos distribuídos pelas duas mãos, o derradeiro andamento constitui um verdadeiro tour de force da literatura pianística. Certos constituintes temáticos do primeiro andamento são envolvidos no turbilhão de figurações, exigindo do intérprete a máxima destreza técnica. Sobre este andamento disse Schumann, certa vez: “não se trata já de música, mas sim de um certo génio inexorável que nos lança um sopro sobre a vista”.

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    Fryderyk Chopinzelazowa wola, 1 de março de 1810paris, 17 de outubro de 1849

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    Maurice Ravelciboure, 7 de março de 1875paris, 28 de dezembro de 1937

    Na sua versão original, para piano solo,Le tombeau de Couperin foi composta entre 1914 e 1917, no curso da Primeira Grande Guerra. Homenageando a tradição do Tombeau memorial e a escola cravística francesa de François Couperin (1668-1733) e Louis-Nicolas Clérambault (1676-1749), Ravel dedicou cada um dos seis andamentos da obra a amigos ou conhecidos que admirava, os quais haviam perecido nas frentes de batalha. O Prélude, dedicado à memória do tenente Jacques Charlot, cultiva uma linguagem fluida, em estilo perpetuum mobile, pontuada pelos ornamentos típicos da referida escola de tecla. O andamento seguinte, Fugue, foi dedicado à memóriado subtenente Jean Cruppi e partilha a mesma tonalidade (Mi menor) do andamento anterior. O tema, enunciado pela mão direita com recorte levemente sincopado, é depois trabalhado no seio de uma textura a três vozes, em ambiente sempre melancólico. Ainda em Mi menor,o terceiro andamento, Forlane, reveste-se de caráter enigmático, com as suas sonoridades ásperas, dissonantes, envoltas numa teia contrapontística de grande refinamento.A dedicatória póstuma foi dirigida ao

    tenente Gabriel Deluc. O andamento seguinte, Rigaudon, foi dedicado à memória de dois amigos que Ravel conheceu em Saint-Jean de Luz: Pierre e Pascal Gaudin. As sonoridades alegres e desanuviadas, assentes na tonalidade radiosa de Dó maior, parecem evocar o quotidiano popular da localidade, situada no extremo oeste dos Pirenéus franceses, junto à orla marítima. Uma secção central faz apelo à nostalgia do segundo andamento, mas o espírito humorístico do início revém, por fim, em modo de conclusão. Dedicado à memória do tenente Jean Dreyfus, o quinto andamento, Menuet, deriva para a tonalidade de Sol maior, na qual enuncia um discurso delicado e imaginativo, sem deixar de captar a essência longínqua da dança barroca ancestral. A derradeira Toccata foi dedicada, por sua vez, à memória do capitão Joseph de Marliave. Regressa à tonalidade inicial de Mi menor para estabelecer um idioma de cunho modernista, de grande virtuosismo, por vezes com contornos agrestes. A intenção fúnebre de partida parece aqui dissipar-se por completo, dando lugar a um “voo” de pensamento e criatividade, rumo a uma nova fronteira de expressão pianística.

    Le tombeau de Couperin

    composição: 1914-17duração total: c. 25’

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    Venezia e Napoli, S.162

    composição: 1859duração: c. 20’

    Franz Liszt compôs Venezia e Napoli como adenda ao segundo dos três cadernos que constituem a recolha intitulada Années de pèlerinage. A partitura é inspirada pelas viagens que realizou a Itália, sendo constituída, na versão original (S. 159), por quatro andamentos: Lento, Allegro, Andante placido e Tarantelles napolitaines. Em 1859, Liszt viria a rever a partitura (S. 162), retrabalhando o terceiro e o quarto andamentos sob os títulos Gondoliera e Tarantella, respetivamente.A estes dois andamentos o compositor acrescentou um breve andamento central, Canzone, o qual veio a conhecer grande popularidade, logo após a publicação do tríptico definitivo, pelo editor Schott, em 1861.Por detrás da aparência melódica encantadora, decalcada da melodia La biondina in gondoletta de Giovanni Battista Peruchini (1784-1870), o primeiro andamento, Gondoliera, esconde dificuldades assinaláveis, como é o caso das escalas cromáticas descendentes ou dos trilos que acompanham a repetição

    dessa mesma melodia, simbolizando o suave baloiçar da gôndola sobre as águas do canal.O segundo andamento, Canzone (Canzone del Gondoliere nel Otello di Rossini) é baseado na canção “Nessun maggior dolore” do terceiro ato da ópera Otello (1816) de Gioachino Rossini. Das profundezas de um início lúgubre, caraterizado por agoirentos trilos, o tema emerge no registo grave, sendo as tensões enfatizadas com arrepiantes trémulos.O andamento mais desenvolvido de todos é a Tarantella final, cuja melodia condutora provém da canção Fenesta vascia de Guillaume Louis Cottrau (1797-1847). Alternando entre os modos menor e maior, o andamento progride com ímpeto, apoiado pelos ritmos de dança. Uma secção mais calma faz ecoar a serena canzone napoletana, qual declamação poética no seio da atmosfera preponderantemente festiva. O andamento encerra com a marcado lendário virtuosismo lisztiano. notas de rui cabral lopes

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    Franz Lisztraiding, 22 de outubro de 1811bayreuth, 31 de julho de 1886

  • Nota Biográfica

    Benjamin Grosvenor

    O pianista britânico Benjamin Grosvenor é internacionalmente reconhecido como um dos mais surpreendentes jovens pianistas dos nossos dias. Estudou na Royal Academy of Music com Christopher Elton e Daniel-Ben Pienaar, tendo-se diplomado em 2012 com uma Queen’s Commendation for Excellence. Em 2004, aos onze anos de idade, venceu a final de piano da BBC Young Musician Competition. Sete anos mais tarde, apresentou-se com a Orquestra Sinfónica da BBC na Primeira Noite dos Proms. Desde então, tornou-se uma presença regular neste prestigiado evento, tendo em 2012 tocado com a Royal Philharmonic Orchestra, sob a direção de Charles Dutoit. Em 2014 tocou o Concerto para Piano n.º 1 de Chopin, com a Filarmónica da BBC e o maestro Gianandrea Noseda, Em 2015, na Última Noite dos Proms, interpretou o Concerto para Piano n.º 2 de Chostakovitch, com a Sinfónica da BBC e Marin Alsop. Internacionalmente, Benjamin Grosvenor tem vindo a colaborar com grandes orquestras, incluindo a Filarmónica de

    Londres, a Filarmónica de Nova Iorque,a Orquestra do Gewandhaus de Leipzig, ou as Sinfónicas de Tóquio, São Francisco, Houston, Melbourne e Montreal, em prestigiadas salas como Royal Festival Hall, Barbican Centre, Konzerthaus de Viena, The Frick Collection ou Carnegie Hall. Na presente temporada, apresenta-se pela primeira vez no Grande Auditório Gulbenkian, com a Orquestra Gulbenkian. Benjamin Grosvenor grava para a Decca Classics desde 2011, tendo-se tornado o mais jovem músico britânico a assinar um contrato com esta editora e o primeiro pianista britânico nos últimos 60 anos.Ao longo da sua fulgurante carreira, recebeu os prémios Gramophone “Jovem Artista do Ano” e “Prémio Instrumental”, um prémio Classic Brits Critics, um prémio UK Critics Circle for Exceptional Young Talent e um Diapason d’Or “Jovem talento”. Em 2015, o seu CD Dances recebeu o Prémio para Música Instrumental da BBC Music Magazine. Desde 2013, Benjamin Grosvenor tem o apoio do grupo bancário suíço EFG International.

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    22 + 23 Marçoterça, 19:00h / quarta, 19:00h — M/6

    Paixão SegundoSão Joãoj. s. bach

    Michel Corboz

    Coro e OrquestraGulbenkian

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    Fundação CalouSte Gulbenkian

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