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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night) A Sombra De Um Homem One With The Night - Bianca 876 Susan Squires Esc ó cia, 1822 . Paix ã o sem limites...A intelig ê ncia e a perspic á ci a de Jane Blundell sempre a diferenci aram das outras jovens de sua idade, interessadas somente em encontrar 1 marido. Mas essas diferen ç as n ã o s ã o nada em compara çã o com a que ocorre quando ela é  infecta da por 1 amo stra de sangue em 1 tubo de ensaio no laborat ó rio de seu pai . De repente , de suas veias parece transbordar 1 poder incr í vel e aterrorizante O dr. Blundell, ent ã o, leva Jane à s Terras Altas da Esc ó cia, onde ela fica co nhecendo o ú nico homem que p ode compreender sua necessi dade... e desp ertar seu desejo entorpecido...Ca llan Kilkenny encontra no dr. Blundell 1 esperan ç a de c ura, e em Jane ele identifica sua alma g ê mea. A paix ã o que explode entre ambos é  intensa e chocante. H  á , por é m, outros seres em busca de cura, por moti vos sinistros e mortais. E para salvar Jane e os outros de sua esp é cie, Callan  precisa arriscar tudo.. .at é  mesmo sua ú ltima chance de reden çã o! 

Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

A Sombra De Um HomemOne With The Night - Bianca 876

Susan Squires

Esc ó cia, 1822 . Paix ã o sem limites...A intelig ê ncia e a perspic á cia de

Jane Blundell sempre a diferenciaram das outras jovens de sua idade,

interessadas somente em encontrar 1 marido. Mas essas diferen ç as n ã o s ã onada em compara çã o com a que ocorre quando ela é  infectada por 1 amostra

de sangue em 1 tubo de ensaio no laborat ó rio de seu pai. De repente, de suas

veias parece transbordar 1 poder incr í vel e aterrorizante O dr. Blundell,

ent ã o, leva Jane à s Terras Altas da Esc ó cia, onde ela fica conhecendo o

ú nico homem que pode compreender sua necessidade... e despertar seu desejo

entorpecido...Callan Kilkenny encontra no dr. Blundell 1 esperan ç a de cura,

e em Jane ele identifica sua alma g ê mea. A paix ã o que explode entre ambos é  intensa e chocante. H  á , por é m, outros seres em busca de cura, por motivos

sinistros e mortais. E para salvar Jane e os outros de sua esp é cie, Callan

 precisa arriscar tudo...at é  mesmo sua ú ltima chance de reden çã o! 

7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

Digitaliza  o: Crysty

Revis  o: Alice Akeru

Querida leitora,

Jane Blundell tornou-se vampira por acidente e ainda desconhece muitas coisas a

respeito de sua nova condi çã o. A oportunidade de obter mais informa çõ es surge quando

Callan Kilkenny chega ao laborat ó rio de seu pai, em busca da cura para o vampirismo.

Traumatizado por um passado de abusos, ele encontra na bondade e na ingenuidade de

Jane um alento para sua alma, e come ç a a achar que a vida pode valer a pena. Por é m, ter ã ode enfrentar perigos e crueldade enquanto descobrem se a atra çã o entre eles é  forte o

bastante para durar uma eternidade... 

Leonice Pomponio - Editora 

224 p á  ginas 

Copyright ©  2007 by Susan Squires 

Originalmente publicado em 2007 pela St. Martin's Press 

PUBLICADO SOB ACORDO COM ST. MARTIN'S PRESS NY.NY-USA 

Todos os direitos reservados. 

Todos os personagens desta obra s ã o fict í cios. Qualquer semelhan ç a com

 pessoas vivas ou mortas ter á  sido mera coincid ê ncia. 

T Í TULO ORIGINAL: ONE WITH THE NIGHT 

EDITORA Leonice Pomponio 

ASSISTENTES EDITORIAIS 

Patr í cia Chaves 

Paula Rotta 

V â nia Canto Buchala 

EDI ÇàO/TEXTO 

Tradu çã o: D é bora Guimar ã es 

Revis ã o: Leonice Pomponio ARTE M ô nica Maldonado 

MARKETING/COMERCIAL Andr é a Riccelli 

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

PRODU ÇàO GR  Á FICA S ô nia Sassi 

PAGINA ÇàO Andr é a Carmassi 

©  2009 Editora Nova Cultural Ltda. 

Rua Paes Leme, 524 — 10 a  andar — CEP 05424-010 — S ã o Paulo - SP 

www.novacultural.com.br 

Premedia, impress ã o e acabamento: RR Donnelley 

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

Série Companion Nova Cultural)1 - Susan Squires – [COMPANION 01] - O Mist é rio de Ian Rufford (Bianca 866) 

2 - Susan Squires – [COMPANION 02] – Instintos Ardentes (Bianca 872) 3 - Susan Squires – [COMPANION 03] - A Sombra de um Homem (Bianca 876) 

4 - Susan Squires – [COMPANION 04] – Tenta çã o proibida (Bianca 884) 

5 - Susan Squires – [COMPANION 05] – Premoni çã o (Bianca 888) 

S é rie Companion Vampires (Vers ã o Original) Ordem Título Ebooks Data

1 Sacrament  ???  Mar-2002 

2  Sacrilege (ss) ???   May-2003 

3  The Companion  Bianca 866 - O Mist é rio de Ian Rufford May-2005 

4  The Hunger  Bianca 872 - Instintos Ardentes Nov-2005 

5  The Burning  Bianca 884 - Tenta çã o Proibida Apr-2006 

6  The Gift (ss)  ???  Oct-2006 

7  One With the Night  Bianca 876 - A Sombra De Um Homem  Apr-2007 

8  One With the Shadows  Bianca 888 - Premoni çã o Dec-2007 

9  One With the Darkness  ???  Jun-2008 

Obs: Sacrilege ( 2003 ) (in The Only One ) 

Obs: The Gift ( 2006 ) (in Love at First Bite ) 

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

CAPÍTULO I 

 Montanhas Atlas, Marrocos, 1819

 Não havia como resistir. Ela deslizou os dedos de unhas longas por seu cabelo quando ele se sentou, nu, ao lado da poltrona onde ela repousava. eu cabelo era tão escuro quanto o dela. Mas osolhos dela eram quase negros, enquanto os seus eram verde!acinzentados, e sua pele era clara emcontraste com a dela, dourada e radiante. Ela o escolhera por sua colora"ão. #or quanto tempo pagaria

 pelos pecados de alguns guerreiros $ranceses e ingleses havia muito mortos% At& morrer. 'ezara por suamorte com muita $requ(ncia. ) sangue havia *orrado de v+rios cortes e $erimentos em seu corpo, mas elatinha o cuidado de não mat+!lo.

) calor radiava de uma dzia de braseiros e de um $ogo bai-o no centro da tenda. Ela gostava decalor. A pele dele estava mida, coberta de suor. Ele mantinha os olhos no tapete de desenho comple-o,tentando evitar o que estava por vir. Ela, no entanto, o $ez erguer o olhar. #ela mil&sima vez, ele lutou.errou os punhos e grunhiu, o$egante.

 A risada dela o atingiu como uma chuva de cacos de vidro.

 — /oc( sabe que não pode vencer, ingl(s. — Ele não era realmente ingl(s. Ela o segurou pelocabelo e o $ez virar a cabe"a, cobrindo!o com a velha compulsão. A necessidade de obedecer a ela oinvadiu. eus olhos buscaram o rosto dourado.

)s olhos dela brilhavam com algo mais do que a luz do $ogo, e ela ria. omo uma risada podia

amedront+!lo% eu peito ar$ava pelo es$or"o de tentar resistir. A pele $ina entre os seios brilhava cobertade suor. )s mamilos estavam r0gidos e salientes sob o tecido di+$ano do vestido cor de vinho. Ele sentiu odese*o crescer, mesmo sem querer.

eu estmago se contraiu pelo desespero ao erguer o quei-o e o$erecer o pesco"o. Essa noite elao usaria para aplacar v+rios tipos de sede. E ela estava sempre com muita sede.

 Ela se curvou sobre seu pesco"o. Ele estremeceu ao sentir a dor $amiliar das presas per$urando!lhe a pele. Ela o acariciava no peito enquanto sugava seu pesco"o, e depois escorregou para o tapete de

 $orma a ter acesso ao seu membro ereto.

 — Ainda resiste — ela sussurrou dentro de sua mente. — omo posso $azer voc( realmente meu%

 Ela balan"ou o corpo, pressionando os seios contra o peito largo. Ele gemeu, em parte de dese*o,em parte de medo. Não queria saber qual era a resposta para aquela questão.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 Edimburgo, Esc2cia, mar"o de 1831

A taverna movimentada ia ganhando foco. Gargalhadas estridentes entrecortavam uma dúzia deconversas simultâneas. O cheiro de corpos não lavados, repolho cozido, cerveja fermentada e uísue semisturavam em torno dele. !azia dois anos ue escapara dela. "stava em "dim#urgo, em outro continente,longe das montanhas onde tanto sofrera. " mesmo assim, ela ainda o assom#rava. !izera dele um monstroem muitos sentidos. $e#eu o uísue e dei%ou uma moeda so#re a mesa afastada das luzes. "ra dinheiro

demais pela garrafa, mas ultimamente não se incomodava muito com nada. &evantou'se. Agora tinhaesperan(a. )oda atividade na taverna cessou, e trinta pares de olhos o seguiram at* a porta. +entiam aenergia ue vi#rava em torno dele. "le tinha pela frente uma longa jornada para encontrar auele ue

 podia ter a cura para o ue era. as, antes, tinha um encontro com um valentão.

 4rumnadrochit, Esc2cia, mar"o de 1831

-m grito rasgou o ar da noite de primavera nas )erras Altas. ane $lundell estava entrando nacarro(a no vilarejo encravado na praia do lago /ess, pronta para voltar para a casa ue ela e o pai haviamencontrado no vale do rio -ruhart. ane passara muitos anos como parteira entre os po#res de &ondres, e

 por isso reconhecia o grito. -ma mulher estava em tra#alho de parto, e a situa(ão não era #oa. O som setransformou em um gemido. O grito partira dauele peueno chal* de pedra ao lado da trilha ue cortavatodo o vilarejo. 0esceu da carro(a. O pai podia esperar por seus suprimentos. 1essoas se reuniam no

 jardim do chal*. O sol se pusera havia mais de uma hora, mas ela en%ergava muito #em no escuro.

Os ha#itantes do vilarejo não ficariam felizes com sua presen(a. "la e o pai eram p2rias desde ueele se oferecera para pagar por doa(3es de sangue, ue usaria ostensivamente em seus e%perimentos. As

 palavras 4profanos4, 4sacril*gios4 e 4monstros ingleses4 eram repetidas uando os mais novos ocupantesde uir !arm eram mencionados. " os moradores estavam mais pr5%imos da verdade do ue sa#iam. Osangue não era para os e%perimentos de seu pai. "ra para ela. 0esde ue fora infectada, precisava desangue humano para so#reviver. " agora, sem sua fonte, a fome ue a horrorizava era iminente. +eu paihavia oferecido o pr5prio sangue para aliment2'la. "la não podia aceitar, * claro, mas o ue ia fazer6

Aca#aria recorrendo a ualuer coisa se a fome assustadora ficasse pior.

)entou sufocar o pânico. /ão podia pensar nisso agora. 1ela janela do chal*, via v2rias pessoassegurando alguma coisa contra o chão. "m um lugar tão peueno e isolado não devia haver nenhuma

 parteira. 0o lado de fora, v2rios homens cercavam um rapaz ue andava de um lado para o outro e passava uma das mãos na ca#e(a num gesto nervoso. ane decidiu ue não seria sensato se apro%imar dasmulheres.

 — O ue est2 acontecendo6 — ela perguntou a um dos homens.

 — "la viu o monstro — respondeu o escoc7s com auele sotaue acentuado ue ela não conseguiaentender #em. — " come(ou a sentir as dores do parto.

 — Ainda não era hora6O homem a identificou.

 — +aia daui, #ru%a8 /ão vai amaldi(oar esse #e#78

Outro grito rasgou a noite. /o final de mar(o ainda fazia frio nas )erras Altas, e o h2lito doshomens era claramente visível. O grito fez o jovem gemer de afli(ão e olhar em volta com desespero.

 — "vie — ele choramingou. — /ão morra, "vie8

ane empurrou os homens ue a cercavam. Auele era o pai, certamente.

 — O tra#alho de parto come(ou antes do ue era esperado6 — gritou.

"le a fitou com ar amedrontado e assentiu. 0entro do chal*, as mulheres incentivavam a jovem ase do#rar e fazer for(a. ane o agarrou pelos #ra(os e o sacudiu.

 — +ou uma parteira8 " afirmo ue se "vie fizer for(a antes da hora, o #e#7 romper2 veias e vasos

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

sanguíneos, e sua esposa vai morrer.

O pai, ue parecia a#surdamente jovem, piscou algumas vezes.

 — 0ei%e'o em paz8 — 0edos fortes a agarraram pelo om#ro e tentaram pu%2'la.

 — /ão devia estar aui, inglesa — disse outro.

ane se soltou e ficou onde estava.

 — 2 trou%e ao mundo uma centena de #e#7s, rapaz — ela continuou, encarando'o. — +ei o ueestou dizendo. 9oc7 pode o#rigar essa gente a me dei%ar e%amin2'la.

 — "u6 /ão posso fazer nada — ele lamentou.

 — "la * uma sa%ã, amie — preveniu um homem mais velho.

 — 9oc7 * marido dela. urou proteg7'la, não foi6 9oc7 decide. — ane tocou o om#ro do rapaz.

"le a fitou. "la o induziu a dei%2'la entrar na casa, e sentiu um arrepio, a mesma sensa(ão uecome(ava nas veias e ue tanto a assustava desde o início de sua doen(a havia alguns meses.

 — uito #em — ele disse finalmente.

"la moveu a ca#e(a em sentido afirmativo uma única vez e segurou seu #ra(o.

 — amie, o ue est2 fazendo6 /ão pode dei%ar uma feiticeira inglesa se apro%imar de "vieenuanto ela d2 : luz8

amie se livrou das mãos ue tentavam cont7'lo.

 — 1ara tr2s, ac0ougal8 )odos voc7s. At* o senhor, papai. +e essa mulher pode ajudar minha"vie, ela pode entrar na minha casa.

ane e amie entraram no peueno chal* no instante em ue outro grito fez o rapaz se encolher.

 — O ue ela faz aui6 — uma das mulheres perguntou em tom de acusa(ão. — " voc7, amie

;amp#ell8 /ão podemos permitir nenhum homem aui.amie ergueu os om#ros.

 — "la * parteira e vai ajudar "vie — disse com firmeza.

 — +ou marido dela. A crian(a ue ela vai ter * meu filho.

ane não esperou mais nada. Apro%imou'se da mulher ue se contorcia na cama, e ue era poucomais ue uma crian(a. "la suava e arfava, segurando os joelhos contra o peito, e parecia muito assustada.

 — eu #em, dei%e'me ver como est2 indo. — ane tentou acalm2'la. — 2 fiz mais de cem partos. —' +orriu. — +ofreu algum choue6

 — "u vi o monstro8 9i /essie8 — $em, não se incomode com isso agora. 1recisa respirar devagar. /ão fa(a for(a. O #e#7 vai ter

de vir uando for a hora, e não antes.

&evantou o len(ol para verificar ual era o tamanho da dilata(ão.

 — O ue est2 fazendo6 — -ma das mulheres se apavorou.

 — <2 um homem no uarto8

 — O homem em uestão conhece a pr5pria esposa — ane respondeu. — "le * o pai da crian(a. Amenos ue ainda acreditem em cegonhas...

 — = indecoroso — disse outra mulher.ane olhou para elas.

 — ;hega8 amie, pode acompanhar essas senhoras para fora do uarto6 "las estão incomodando

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

"vie. — Aliviada, viu o rapaz empurrar para a porta as tr7s mulheres ue protestavam inutilmente. —Agora, amie, pu%e um #anco e sente'se aui para segurar a mão de "vie. +ua presen(a ser2 um grandeconforto para ela.

amie acatou a sugestão.

 — 9oc7 vai ficar #em, "vie — ele disse.

as ane não tinha tanta certeza disso. A crian(a estava em posi(ão invertida, o tra#alho de partocome(ara antes da hora, e auelas mulheres estúpidas haviam o#rigado a garota fazer for(a na hora errada."ra uma com#ina(ão de fatores ue sugeria desastre. 0evia tentar virar o #e#76 +e o dei%asse comoestava, a #olsa poderia se romper cedo demais e sufoc2'lo. 1or outro lado, se virasse a crian(a e acelerasseo parto antes da necess2ria dilata(ão, a mãe poderia ter muitos vasos rompidos. esmo ue a crian(aso#revivesse, "vie provavelmente morreria. 1or*m se as contra(3es ganhassem intensidade com o #e#7nauela posi(ão, não conseguiria mais vir2'lo, e mãe e filho morreriam.

 — )ente rela%ar, "vie — pediu enuanto removia o len(ol para e%amin2'la. A dilata(ão ainda nãoera suficiente para a passagem da ca#e(a de um #e#7.

Atr2s dela, a porta se a#riu.

 — 1ai, se veio para ajudar, entre. +e não, pode ir em#ora — disse amie.

ane olhou para tr2s e viu um homem de apar7ncia rústica, ue aparentava mais idade do ue tinha,castigado pelo tra#alho duro e pela vida difícil.

 — amie, preciso e%aminar "vie — ela avisou. — )enho de verificar se o #e#7 est2 no canal de parto. +e uiser ajudar, sr. ;amp#ell, pode se sentar do outro lado da cama. 1reciso dela uieta.

Os dois homens entenderam. O mais velho se sentou e pousou uma das mãos no om#ro de "vie.

ane e%aminou as pr5prias mãos com cuidado. ;ortes e outros ferimentos cicatrizavamrapidamente, mas todo cuidado era pouco. +e uma gota de seu sangue entrasse em contato com o de "vie,ela seria contaminada.

Outra contra(ão ocorreu.

 — /ão fa(a for(a, "vie — instruiu enuanto a jovem gritava. — Apenas respire. — A gestantegemia, mas a contra(ão j2 era mais moderada. >uando finalmente se auietou, ane e%aminou o canal de

 parto. — "vie, vou sentir e%atamente onde est2 o #e#7. — )ocou a região. Os homens pareciam chocados,mas seguravam "vie. — 1ronto. — +orriu.

 /ão era tão ruim. O #e#7 não estava atravessado. +eus p*s estavam #em em cima do canal. O parto era possível, mas aconteceria ao contr2rio, e ainda era improv2vel ue pudesse salvar a crian(a. A #olsa se romperia, e o #e#7 provavelmente seria sufocado. )udo ue podia esperar era retardar o parto osuficiente para salvar a mãe.

 — +r. ;amp#ell. — "la se dirigiu a um canto do uarto chamando o homem mais velho parasegui'la. — "vie vai perder muito sangue. O #e#7 est2 com os p*s voltados para o canal.

 — )em certeza6

 — +im, e não posso vir2'lo agora. "la fez muita for(a antes da hora.

 — +e ela morrer, amie não vai suportar a dor. /ão pode salv2'la6 — "le passara da suspeita :confian(a em poucos segundos. )alvez estivesse respondendo : vida ue parecia pulsar em ane desde suainfec(ão. A enfermidade a tornara atraente de uma forma ue as outras pessoas nem pareciam perce#er."ra o ue o pai dizia a ela. " essa atra(ão gerava medo ou confian(a. O sr. ;amp#ell estava confiante.

 — /ão sei — respondeu com sinceridade. — as h2 uma possi#ilidade. 1ode ir #uscar meu pai6

 — +im, eu vou.

 — 0iga a ele para trazer seu "m#olo.

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

O pai sa#eria o ue era. +e o sr. ;amp#ell conseguisse tir2'lo do la#orat5rio... >uando se envolviaem um e%perimento, ele e%i#ia a impressionante capacidade de ignorar necessidades alheias. ;amp#ellsaiu com os passos firmes de um homem ue não aceitaria um 4não4 como resposta. Atr2s dela, amiee%clamou?

 — 9em vindo mais uma, mo(a8

"vie gritou.

 Edimburgo, mar"o de 1831

 — )7m para onde ir6 — ele perguntou ao grupo de jovens reunidas na sala som#ria,choramingando. "las o tinham visto jogar o dono do #ordel onde tra#alhavam e mais um punhado declientes #rutais pela janela do terceiro andar, e ainda gritar para a rua o aviso de ue o lugar estava

 permanentemente fechado. " deviam ter visto seus olhos vermelhos tam#*m.

A mais velha olhou para ;allan e dominou o medo.

 — +omos gratas pelo ue fez, mas vamos aca#ar em outros uartos fazendo a mesma coisa.

;allan levou a mão ao #olso do casaco.

 — O dinheiro cria possi#ilidades — disse. — ;ompre uma loja. Agora não t7m mais somente seuscorpos para vender.

 — 1or ue est2 fazendo isso6 — perguntou a líder.

"le deu de om#ros /ão podia responder. 9irou'se para sair.

 — "spere8 9amos cuidar de seus ferimentos.

 — /ão * necess2rio. — "ra verdade. — +ão s5 arranh3es.

 — "ntão, dei%e'nos pagar : nossa maneira. — A jovem se apro%imou e deslizou a mão por sua

nuca. — 9oc7 cheira... a canela. " tem lindos olhos azuis.+eus olhos não eram azuis, mas ningu*m perce#ia. Outra jovem segurou sua mão. O mem#ro de

;allan j2 estava ereto. "ra sempre assim ultimamente.

"le #alan(ou a ca#e(a e as afastou com gentileza.

 — +e aceitasse, eu seria tão ruim uanto eles. Al*m do mais, deviam guardar esse tipo de aten(ão para uem gosta de voc7s.

 — 1arece ue ningu*m al*m de voc7 gosta de n5s — disse outra delas, e sorriu, apesar do l2#iocortado.

 — Acho ue se surpreenderia.A mais velha estendeu a mão.

 — Alice. " voc7 *6

-m monstro, a menos ue o #om m*dico na "sc5cia o curasse.

 — /ão importa. — 1assou por ela, mas se virou. — /ão tenha 5dio dos homens. )enha apenas piedade de alguns, Alice. — "le desceu pela escada #arulhenta. Aueles eram gestos inúteis, como tentaresvaziar o mar com uma caneca. !azia essas coisas apenas para manter sua sanidade. +eria isso normal6

 4rumnadrochit, Esc2cia, mar"o de 1831

ane passou o #ra(o pela testa para en%ugar o suor e recuou. Onde estariam ;amp#ell e seu paicom o euipamento6 O #e#7 nasceria com a pr5%ima contra(ão, apesar de seu esfor(o. /ão sa#ia seestaria vivo. Os p*s j2 deviam ter rompido a #olsa :uela altura, o ue o teria sufocado. "vie estava a um

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 passo da inconsci7ncia, ensopada de suor.

 — "st2 aca#ando — sussurrou para amie. — /a pr5%ima.

 — " ele...6 "la...6

 — /ão sei.

 — "vie est2 nas mãos de 0eus — disse o rapaz, mas parecia assustado.

 — $em, vamos dar uma ajuda a 0eus, então. — /a verdade, esperava ue 0eus estivesse aomenos interessado. "vie perdia as for(as porue sangrava por dentro. A noite tam#*m e%ercera um efeitodevastador em ane. A fome antinatural ue a atormentava parecia ueimar suas veias. +entia o cheiro dosangue de "vie. +eu corpo, devido a nova e pavorosa doen(a, gritava suas necessidades, distraindo'a damissão.

"vie gemeu. ane preparou'se. A dilata(ão era suficiente. O gemido se tornou um grito, menos poderoso ue os anteriores, mas ainda pertur#ador para amie. "le tentava acalmar a esposa, falando emvoz #ai%a. ane viu os peueninos p*s aparecerem co#ertos de sangue. "ra isso. "la os segurou comfirmeza, sem e%ercer pressão e%cessiva, e pu%ou. /ada. "vie gritou mais alto.

 — +rta. $lundell — amie suplicou em pânico.)udo aconteceu muito depressa, como sempre acontecia. "m um minuto, ane estava pu%ando,

tentando não ue#rar os mem#ros fr2geis, e no instante seguinte o #e#7 surgiu entre suas mãos, sujo ede#ilitado. "le foi seguido por um jorro de sangue. O cheiro a tomou de assalto. ;ontudo, precisavaconcentrar'se no #e#7. "le era tão peueno, tão fr2gil... &evantou'o e a#riu a #oca peuenina com umdedo, removendo dela fluidos e secre(ão. /ada. "vie estava em sil7ncio. amie parecia prender arespira(ão. "la tam#*m dei%ara de respirar. +egurou o #e#7 pelos p*s, de ca#e(a para #ai%o, e deu umtapa em suas n2degas.

A tosse sufocada e #ai%a soou ensurdecedora no sil7ncio tenso.

A porta se a#riu no e%ato instante em ue o filho de amie come(ou a chorar.

 — 1eguem a faca — ane gritou ao ver o pai e ;amp#ell entrando no uarto.

amie correu a atender ao pedido, esterilizando a lâmina no fogo.

 — $em, ane8 — e%clamou o pai dela. — "stou surpreso por ter conseguido. "sse #om homemdisse ue ainda era cedo, ue o #e#7 estava fora da posi(ão e ue as mulheres a o#rigaram a fazer for(a.

ane confirmou com um movimento de ca#e(a. "le sempre se surpreendia com seus sucessos.0essa vez, at* ela estava surpresa. ;om a faca esterilizada, cortou o cordão um#ilical.

 — Agora temos outro pro#lema — disse em voz #ai%a, olhando para a mulher uase inconsciente.

Os tr7s homens viram o sangue ue ensopava a cama e o len(ol.

O pai de ane se mostrava som#rio. +ua pesuisa inovadora so#re transfusão havia sido inspiradaem todas as mulheres ue aca#avam morrendo por hemorragia. ;omo um conhecido o#stetra com mais detrinta anos de e%peri7ncia, ele não gostava do fracasso. ane sa#ia ue ele ficaria a#orrecido com o ueestava acontecendo ali. "specialmente porue ainda não resolvera uma uestão importante? por ue osangue parecia fazer #em a uma pessoa, enuanto s5 piorava o estado de outros pacientes6 +5 o sangue deuma determinada pessoa parecia funcionar em nível universal. "le enrolou as mangas. At* ali, apenas osangue dele dava resultados certos. as "vie sofria uma hemorragia tão intensa ue o sangue ue ele

 poderia doar a ela talvez não fosse suficiente. ", nesse caso, a jovem teria de apostar a pr5pria vida aorece#er o sangue de outra pessoa, sem sa#er se ele a ajudaria Ou se a mataria.

 — ane, cuide do filho do sr. ;amp#ell. — "le olhou para os dois homens. — "ssa mulher vaimorrer se não rece#er sangue de outra pessoa para su#stituir o ue ela est2 perdendo.

 — O ue vai fazer6 — amie perguntou muito p2lido.

ane limpou o #e#7 e amarrou o cordão um#ilical. +eu pai j2 estava ocupado preparando o

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

euipamento, tu#os de #orracha, pin(as, uma agulha muito fina e longa, e outros o#jetos ue #rilhavamso#re a cama.

 — 9ou pu%ar o sangue da veia em meu #ra(o e transferi'lo para a veia no #ra(o de sua esposausando este euipamento. "u o chamo de 4"m#olo4.

As mulheres #anidas espiavam pela fresta da porta.

 — @sso contraria a vontade de 0eus — resmungou uma delas. — A sa%ã vai ser punida com a morte por tentar enganar +ua vontade — declarou outra.

0e repente, ;amp#ell pareceu hesitar. "ra o euipamento, toda auela #orracha e todo auelemetal não com#inava com o chal* simples localizado : margem de um lago ha#itado por monstros.

 — @sso pode dar certo — ane opinou com urg7ncia, aninhando a crian(a junto ao peito. — "u j2vi. /ão h2 garantias, mas ela não vai ter chance se não tentarmos.

amie se levantou #ruscamente, derru#ando o #anco. +eu corpo tremia.

 — +aiam daui8 — ele gritou para as duas mulheres na porta. — 9ou tentar de tudo para salvarminha "vie, mesmo ue tenha de ir contra 0eus8 — Olhou para o pai de ane. — 0outor, fa(a o ue puderfazer.

 — +e a crian(a so#reviver, pertencer2 a +atã — disse uma das mulheres antes de se afastar.

ane em#alava o #e#7, lamentando a terrível carga de suspeita ligada : vida ue aca#ava decome(ar. +a#ia ue auela som#ra acompanharia a crian(a enuanto ela vivesse no vilarejo.

 — ane, entregue a crian(a ao pai. 1reciso de voc7 para colocar a agulha no meu #ra(o. Bapaz,voc7 ser2 o pr5%imo a doar sangue depois de mim, e depois ser2 a vez do sr. ;amp#ell.

ane não participaria, pois, da mesma forma ue o sangue de seu pai ajudaria "vie, o delacertamente a mataria. Ou pior.

12lida, ela acatou a ordem sem discutir. /ão sa#ia se poderia suportar ver tanto sangue nomomento, mas, mesmo assim, pegou a agulha.

O tra#alho estava encerrado no peueno chal*. As últimas duas horas haviam sido um tormento para ane. O cheiro do sangue fresco uando se sentia faminta por ele fora devastador, despertando auelanova entidade ue ha#itava seu ser, o#rigando'a a se concentrar no tra#alho com toda determina(ão deue era capaz. +eu pai tinha doado o pr5prio sangue a "vie e suturado os vasos ue haviam se rompido."le decidira correr o risco de usar o sangue de amie, j2 ue "vie estava muito fraca.

ane fora o#rigada a sair do chal*. 0ei%ara a agulha e sair2 em #usca de calma no ar frio da noite para escapar do cheiro de sangue. !elizmente, "vie não apresentara nenhuma rea(ão ao sangue de amie.

Apenas ela e o pai sa#iam como era afortunada por isso. Agora, tremia de fraueza, sem sa#er comoso#reviveria :s pr5%imas horas sem perder a pouca sanidade ue ainda lhe restava. >uando voltou aouarto, "vie estava dormindo, seu rosto novamente corado, enuanto amie segurava o filho nos #ra(os.

O pai de ane se levantou.

 — Acho ue ela vai ficar #em, sr. ;amp#ell, talvez um pouco fraca na pr5%ima semana. !a(a'a #e#er cerveja escura de #oa ualidade para garantir ue haja leite para a crian(a.

;amp#ell era um homem simples, desacostumado a e%pressar emo(ão. as seus olhos uasetrans#ordavam uando ele disse?

 — &evarei essa dívida de gratidão at* o fim dos meus dias, e amie tam#*m. +ei ue "vie e o #e#7

não teriam so#revivido sem o senhor e sua filha. — Amanhã virei ver os dois — ane anunciou, sa#endo ue o pai não ia uerer se afastar de seus

e%perimentos.

7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

"le j2 recolhia o euipamento. O sr. ;amp#ell ajudou'o a levar tudo para a carro(a.

 — "ntão, * isso o ue est2 fazendo com o sangue6 — ;amp#ell perguntou curioso. — )reinandocomo pass2'lo de uma pessoa para outra6

O pai de ane assentiu, em#ora não fosse e%atamente verdade. "le, aparentemente, não seincomodava tanto uanto ela por ter de mentir. Ou estava apenas distraído. "ra comum ue não escutasseos ue os cercavam se estivessem dizendo alguma coisa ue ele não uisesse ouvir.

;amp#ell a ajudou a su#ir na carro(a. "ra tarde, e teriam de percorrer cerca de cinco uilCmetrossu#indo o vale -ruhart para uir !arm. ane ainda sentia cheiro de sangue. O aroma rico e pungente

 parecia preench7'la por completo. A fome era forte e terrível como uma dor.

;amp#ell falou?

 — +e pode salvar vidas como fez com "vie, então o ue faz * a o#ra de 0eus, apesar do ue dizemauelas mulheres. 9ou conseguir doa(3es para o senhor, doutor. )odos no vilarejo me devem algumacoisa.

ane se inclinou para apertar a mão dele.

 — O#rigada, sr. ;amp#ell. — Alguns diriam ue alimentar um monstro * o#ra do dia#o. " talvezfosse.

"la tomou as r*deas e partiu. ;amp#ell não sa#ia ue se dispunha a fazer o tra#alho do dia#o,então talvez ele não fosse culpado aos olhos do ;riador. as e se ;amp#ell precisasse de v2rios dias paraconvencer os amigos a doar sangue6 "la poderia esperar6

O cheiro de sangue a dei%ava tonta e fraca, e ela podia sentir o pulsar do cora(ão do pai, o 5rgãoue fazia circular o sangue por seu corpo. Bespirando fundo, sufocou a entidade ue parecia ha#itar suasveias e ue tanto se alegrava com o cheiro. As montanhas dos dois lados do vale -ruhart se de#ru(avamso#re ela. As )erras Altas eram in5spitas, secas, impossíveis de amar. At* o vale co#erto pela relva e os

 pinheiros em torno da casa em uir !arm eram diferentes, não eram suaves como os da @nglaterra. /ão

era uma terra ue se pudesse chamar de #ela. — /ão devia ter tentado fazer auele parto. — O aviso do pai interrompeu seus pensamentos. —

0evia ter me chamado. Auilo era tra#alho para um m*dico.

"le não a julgava capaz. " a demonstra(ão de falta de confian(a a magoou, como sempre. Airrita(ão se transformou em revolta.

 — 2 fiz uma centena de partos. " alguns foram difíceis.

 — 9oc78 Onde aduiriu essa e%peri7ncia6 /ão minta para se fazer mais importante do ue *, ane. /ão com#ina com voc7.

 — ;onstruí minha e%peri7ncia nos corti(os de Dhitechapel e $ethnal Green, papai, enuanto osenhor pensava ue eu estava #ordando capas de almofadas e conversando com meninas tolas. — 0eviater dito 4outras meninas tolas4, j2 ue ele o#viamente a considerava tola, tam#*m.

+eu pai parecia intrigado.

 — "sses lugares não são apropriados para meninas como voc7, ane. +eu comportamento foi perigoso e inconseuente. 1or ue fez isso6

"la suspirou. O pai sempre a veria como uma crian(a. 0e repente, se sentia cansada.

 — 1orue auelas pessoas não podem pagar pelos servi(os de um o#stetra como o senhor, papai.)udo o ue elas tinham era algu*m como eu.

 — /ão vai mais se e%por a essa gente, ane. "u a proí#o8"la esperava um dia voltar ao tra#alho. as não revelaria essa esperan(a.

 — 9ai uerer agora6 — o pai dela perguntou.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — O u76

 — O sangue ue tirei de ;amp#ell. "st2 no cantil so# o #anco. /ão uero correr riscos. 2 fazuinze dias...

ane conseguiu sorrir.

 — 9ou esperar at* poder usar uma %ícara de porcelana chinesa, como sempre fa(o. At* um

vampiro pode ser civilizado. — /ão use esse tom de#ochado comigo, mocinha.

"la se calou, pensando em todas as coisas horríveis ue desco#rira so#re si mesma desde ue forainfectada. /ão era s5 o sangue. "ra a urg7ncia física uase incontrol2vel, e a for(a com ue o sol aueimava. 9ivia com medo de desco#rir algum novo efeito.

esmo assim, vampiros podiam ser civilizados. 1elo menos, era o ue esperava.

/ale 5rquhart, Esc2cia, abril de 1831

;allan EilFenn amarrou !austo a uma 2rvore atr2s da casa. <avia luzes no interior da grandeconstru(ão de pedra, e tam#*m em um dos galp3es e%ternos, o maior depois do est2#ulo. O cavalorelinchou, agitado. /ormalmente, !austo era tranuilo.

"stava em uir !arm, certamente. /ão havia sido necess2rio usar compulsão com a mulher forado vilarejo. "la ficara tão amedrontada com a sensa(ão inconsciente de suas vi#ra(3es, ue revelaraimediatamente onde moravam o m*dico e sua filha.

"stava na estrada fazia uase tr7s semanas, perseguindo o autor de um artigo so#re vampirismohumano. O dr. ames $lundell acreditava na e%ist7ncia de uma cura, e o artigo tinha a inten(ão de pedirajuda a colegas m*dicos e cientistas nessa #usca. ;allan fora levado at* ali pela esperan(a de ue om*dico j2 houvesse encontrado o ue procurava. +e pudesse se livrar da coisa em seu sangue, poderia

voltar a ser uem havia sido no passado, antes de ela o ter transformado em um monstro. ", se não fosse possível... +e ela houvesse destruído sua alma, al*m de t7'lo transformado em vampiro... $em, se fossehumano, ao menos teria a possi#ilidade do suicídio. O m*dico e sua filha haviam sido e%pulsos de&ondres, primeiro, e de "dim#urgo mais tarde por causa de suas e%peri7ncias com sangue e de teoriasso#re a e%ist7ncia de monstros humanos. as ;allan os encontrara nauele peueno vilarejo : margem dolago /ess. " esperava ue $lundell tivesse encontrado a cura.

-ma silhueta de mulher se movia em um aposento atr2s da casa. O galpão continha inúmerosrecipientes e frascos ue ele podia ver alinhados contra a luz. -m la#orat5rio, provavelmente.

" ue cheiro era auele6 ;anela, talvez... "le se apro%imou, protegido pelas 2rvores, e espiou aoredor. <avia outro vampiro ali. "ra um homem grande e som#rio e carregava um pesado porrete. ;allan

não fora o único a ler o artigo de $lundell.as ele não cumprimentou o rec*m'chegado. As vi#ra(3es de ;allan, a energia ue at* os

humanos podiam sentir, eram lentas, o ue o marcava como um vampiro jovem, transformado porinfec(ão. /ão nascera vampiro. " vampiros inatos matavam os transformados sem fazer perguntas, sem

 pedir refer7ncias. +eria auele outro vampiro um transformado ou inato6 As vi#ra(3es o confundiam. /um momento, davam a impressão de ser novas, e no instante seguinte pareciam velhas, poderosas.

O vampiro contornou o galpão para se dirigir : entrada. "le não parecia se esfor(ar para escondersua presen(a. ;allan não se incomodava por não ser o primeiro da fila, desde ue houvesse uma cura."speraria para ver como o m*dico rece#ia um paciente em potencial.

Grunhindo, o vampiro chutou a porta do la#orat5rio. ;allan não conteve uma e%clama(ão chocada.+entia o poder no ar, uma for(a ue crescia rapidamente. O homem no la#orat5rio gritou alguma coisaincompreensível.

 — /ão tem o direito de interferir8 — A voz do vampiro tinha um leve acento do leste "uropeu.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

"le come(ou a #alan(ar seu porrete, e o estrondo de vidros ue#rados soou na noite.

;allan dei%ou o esconderijo. A criatura estava enlouuecida8 "le correu. A mulher saiu apressadada casa, usando uma porta nos fundos. "le j2 alcan(ava a entrada do la#orat5rio, e entrou no galpão noe%ato instante em ue o vampiro levantava sua arma para agredir o homem.

ane viu o homem correr para a porta do galpão. "le se uniria ao atacante de seu pai6 +entia'seforte nos últimos dias, mas nunca sou#era lutar. 1oderia enfrentar os dois6 ;orreu para o la#orat5rio.&ogo desco#riria.

1or*m, ele chegou antes dela, segurou o atacante pelos om#ros e o virou. ane parou na porta,ofegante. +eu pai estava encolhido so#re um #anco no fundo do galpão, co#erto de cacos de vidro. Acriatura ue havia atacado o la#orat5rio tinha ca#elos e olhos negros. +eus tra(os eram duros, suae%pressão era som#ria e deseuili#rada. O ar tinha o cheiro forte de canela e algo mais ue ela nãoreconhecia.

 — O ue est2 fazendo6 — perguntou o segundo invasor. — /ão sa#e ue ele tenta encontrar umacura6

 — " por ue aueles ue nasceram para o sangue desejariam uma cura6 — A voz dele emanava

 poder.ane teve medo. O atacante era um vampiro, como ela. 1odia sentir no ar as vi#ra(3es. O segundo

invasor sa#eria disso6

 — 1ara não terem de matar aueles ue foram transformados.

 — "ssa o#riga(ão não * onerosa. — O atacante sorriu com uma frieza assustadora.

O outro tentou novamente.

 — esmo os ue j2 nasceram para o sangue podem se cansar de tantas mortes. A cura seria uma #7n(ão.

 — )olo8 9oc7 ainda * novo8 — ele acusou o rec*m'chegado, um homem de om#ros largosco#ertos por um manto ue descia at* o chão. — >uero ter o prazer de matar um transformado enuantoessa cura não * encontrada. — 0eu um passo na dire(ão de seu oponente, e seus olhos ficaram vermelhose #rilhantes.

ane nunca vira nada tão aterrorizante. O outro homem não parecia assustado. 1elo contr2rio, elese adiantou para lutar com a criatura. "nfrentaria um vampiro para proteger seu pai6 /ão sa#ia como eramfortes6 $lundell se levantou para apro%imar'se dos dois.

 — /ão, papai8 — ela gritou.

O rec*m'chegado olhou para tr2s, surpreso com o grito. +eus olhos tam#*m eram vermelhos.

O poder da criatura esgotava ;allan. /ão tinha for(as para enfrent2'lo. As pistolas em seus #olsoseram inúteis. /ão era forte o #astante para decapitar um ser tão mais velho ue ele, e essa era praticamente a única maneira de matar os de sua esp*cie.

ompanheiro, ele gritou para a coisa em seu sangue. O poder imediatamente se multiplicou emseu corpo. "le investiu contra a criatura. +e pudesse segur2'lo...

Atr2s dele, a mulher gritou pelo pai. "le se virou, e ela o fitou, horrorizada. 0epois de um instante,ela correu para a casa. O vampiro acertou ;allan com seu porrete, e ele recuou alguns passos, tentandoafast2'lo do m*dico. 9idros estilha(ados rangiam so# suas #otas. 1eda(os de metal pendiam em ângulos

 #izarros de todas as partes. "le se livrou do manto. O vampiro o encurralara o suficiente para poder sacaruma espada, o ue não era #om. $em, se #alas não podiam mat2'lo, certamente o enfraueceriam. +acou

as duas pistolas e atirou com elas ao mesmo tempo. A criatura recuou com os impactos. O sangue jorroumas, rugindo, ele avan(ou novamente.

ompanheiro, mais poder6 O vampiro #randia a espada. ;allan ergueu os #ra(os para proteger o pesco(o, mas não foi o #astante. O vampiro cortava sem piedade usando a lâmina afiada. A dor em seu

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

om#ro era lancinante. "le se armou com um peda(o de metal caído no chão e tentou contra'atacar, mas aespada havia cortado suas costas e a lateral do corpo. ;om grande esfor(o, mantinha o metal erguidocomo um escudo. !agulhas #rotavam do encontro dos dois o#jetos.

!urioso, o vampiro atacava com intensidade crescente.

A mulher gritou novamente. O m*dico havia caído de joelhos. -m ueimador caiu no chão,espalhando sua peuenina chama. O vampiro agora cortava as co%as e o uadril de ;allan, tentandoinduzi'lo a proteger essas regi3es, dei%ando o pesco(o e%posto. A dor havia diminuído, mas ele perdiasangue rapidamente. >ue chance teria de matar uma criatura, se nem era capaz de se defender6

 — "spada8 "spada8

"ra isso ue a mulher estava gritando.

+im, sa#ia ue a criatura tinha uma espada. O chão j2 come(ava a ficar escorregadio com seusangue. esmo assim, ele olhou para tr2s. A jovem empunhava uma arma medieval, uma espada cujocomprimento ultrapassava sua estatura. O vampiro acertou seu om#ro #em perto do pesco(o. "le se jogou

 para tr2s, e%pondo'se perigosamente, e caiu de joelhos. "la jogou a espada em sua dire(ão. ;omo eracapaz de arremessar um o#jeto tão pesado6 "le empunhou a arma, sentindo o peso e a solidez do ca#o

entre os dedos.O vampiro atacou com um rugido furioso, reconhecendo ue o inimigo agora tinha mais chances.

"le reagiu, e%ecutando um movimento ascendente entre as pernas do vampiro e sentindo o impactoda lâmina contra o osso. O vampiro gritou de dor, dando a ;allan o tempo necess2rio para se levantar.)inha de se mover e girar a lâmina. O vampiro #loueou o golpe usando sua espada. ;allan tentouue#r2'la, mas desco#riu ue ela era fle%ível. Atr2s do vampiro, viu o m*dico contornar com dificuldade amesa so#re a ual estava seu euipamento, tentando escapar das chamas.

O vampiro recuava na dire(ão do fogo. ;allan girou a espada gigantesca. "m circunstânciasnormais, o movimento não teria e%igido esfor(o. Agora, por*m, estava patinando no pr5prio sangue. A

arma ia ficando mais pesada a cada minuto. "le a girou outras vezes, mas o vampiro sempre se defendia.Os sons da #atalha aumentavam a dramaticidade da cena. Os grunhidos de dor e o crepitar do fogo seespalhando pelo galpão, sugeriam ue tudo ia piorar muito nos pr5%imos instantes. O fim se apro%imava,de um jeito ou de outro.

;erto de ue não tinha nada a perder, ;allan a#ai%ou a ca#e(a e investiu contra o advers2rio. !oiatingido nas costas, mas o vampiro logo cam#aleou, trope(ou e caiu para tr2s.

;allan ergueu o corpo e colocou'se so#re o inimigo, pisando na mão ue empunhava a espada.Ainda em cima dele, levantou a espada so#re seu om#ro esuerdo. 1odia ver ue o vampiro aceitava o ueestava por acontecer, em#ora ainda tentasse li#ertar o pulso. ;om os #ra(os tremendo, #ai%ou a espada.

0epois, arfante, recuou e chutou para longe a ca#e(a cortada. +e não a separasse, o vampiro ainda

 poderia se curar. A vida escapava do corpo do oponente. O galpão parecia rever#erar o choue. ;allansentia a coisa em seu sangue se revoltando contra a morte violenta.

"ra como voltar a si. "le olhou ao redor. As chamas se espalhavam pelo la#orat5rio. A criaturaalcan(aria seu o#jetivo mesmo depois da morte, a menos ue ele fosse r2pido. 0espiu o casaco.

Atr2s dele, o m*dico gritou?

 — ;uidado, minha uerida8

;allan se virou. A jovem tinha um #alde em cada mão. "la corria so#re o piso co#erto de cacos devidro e sangue, evitando olhar para o cad2ver do vampiro.

ogou a 2gua do primeiro #alde contra as chamas. 0epois repetiu o movimento com a 2gua dooutro #alde. ;allan usou o casaco para a#afar o fogo ue se alastrava a seus p*s. A mulher se virou e saiudo galpão levando os #aldes vazios. O fogo lam#ia as cortinas. ;allan as arrancou e a#afou as chamas,

 pisando so#re elas, usando o tecido intacto para atacar outros focos de fogo. "la retornou com mais dois #aldes de 2gua e jogou'os no chão. $lundell assistia a tudo impotente.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

O fogo, por fim, foi de#elado. ;allan olhou ao redor. O la#orat5rio era uma confusão de vidrosue#rados e metais retorcidos. isturas oleosas e coloridas dan(avam nas po(as de 2gua. O lugar cheiravaa fuma(a, sangue, 2lcool e ervas pungentes, e tudo se com#inava em vapores ue o faziam tossir. Ovampiro havia conseguido destruir a cura, afinal6

"le olhou para a jovem. <avia medo e choue em seus olhos. "la era #onita de um jeito ingl7s,com olhos tão azuis ue pareciam uase lilases, ca#elos claros com dezenas de tonalidades de refle%os

louros, pele fina e clara, agora suada pelo esfor(o físico. as tudo isso empalidecia comparado :svi#ra(3es ue o cercavam. Apesar dos outros odores, ele podia detectar sua delicada versão pessoal decanela e âm#ar'gris. <aviam sido as vi#ra(3es dela ue o confundira anteriormente. A jovem era vampira.

ane olhou para o homem ue aca#ara de defender seu pai e o la#orat5rio. "le podia ser tão mauuanto o outro ue os atacara, mas havia perce#ido imediatamente ue ela e o pai tinham poucas escolhas.onstro ou não, precisavam contar com ele. 1elo menos a criatura ueria o la#orat5rio intacto e seu paivivo. 1or isso ela o armara. Agora perguntava'se o ue havia feito. +entia no ar o cheiro de canela eauela outra su#stância ue não sa#ia identificar. Os olhos dele não estavam mais vermelhos. Agoratinham uma tonalidade entre o verde e o cinza. "la não conseguia esuecer o #rilho avermelhado, uenada tinha de humano, e a for(a descomunal. "... havia nele, algo mais vivo do ue em ualuer outro

homem ue jamais conhecera, apesar de ele estar co#erto com o pr5prio sangue."m mangas de camisa e colete, ele tinha uma e%pressão desesperada, acentuada pelos ca#elos

curtos e encaracolados em total desalinho. !oi nesse momento ue ela viu em seu rosto o reconhecimento."le se tornou mais atento. )alvez a considerasse uma rival na #usca pela cura. " como não poderiaenfrent2'lo, mesmo ferido como estava, ela estendeu a mão.

 — ane $lundell — disse. — +e me permite uma apresenta(ão tão pouco ortodo%a. " esse * meu pai, dr. ames $lundell.

 — $em, agora sei por ue ele est2 tentando encontrar a cura — murmurou o desconhecido detra(os fascinantes. +eu sotaue era como o ue ouvira em "dim#urgo, diferente do ue ouvia ali, nas)erras Altas. +eu nariz era reto, e a #ar#a de dois ou tr7s dias o tornava som#rio, misterioso, e ainda

dei%ava entrever a covinha em seu uei%o uadrado. echas grisalhas e prematuras podiam ser vistas emsuas t7mporas. Os cílios escuros eram longos e a#undantes. ", agora ue estavam #em pr5%imos, podia

 perce#er como ele era grande e forte. A sensa(ão entre suas pernas não era #em'vinda. "stava se tornandoindigna de confian(a8 A criatura podia mat2'la e, ainda assim, se sentia tomada por uma repentina lu%úria.ais um efeito da infec(ão.

"le olhou incerto para a mão estendida antes de apert2'la. >uando a viu co#erta de sangue, recuouapressado.

 — "ncantado — disse, virando'se para pegar o manto e co#rir com ele o corpo decapitado.

$lundell vagava por entre os escom#ros. "le carregava a ard5sia so#re a ual ra#iscava os c2lculos

de suas f5rmulas. A lousa estava rachada. — Acha ue pode reconstruir esse lugar6 — Os olhos do vampiro e%pressavam esperan(a e medo.

$lundell suspirou.

 — /ão. +u#stituir todos os utensílios de vidro seria muito caro, e eu perderia um tempo precioso.

 — 2 encontrou, então6

O homem o encarou.

 — O u76 Ah, a cura... /ão. = mais difícil do ue eu pensava. O segredo est2 em matar o parasitasem matar o hospedeiro, ue volta a ser humano.

 — $em, então... — "scute, pode curar at* mesmo esses ferimentos6 — $lundell sa#ia ue ele era um vampiro por

causa dos olhos vermelhos e do cheiro de canela.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

O estranho assentiu.

 — +im, eu posso. — "le soava a#orrecido.

 — " não sente dor6

 — -m pouco. — "le olhou em volta, como se estivesse confuso. "m seguida, seus olhos sereviraram, e os joelhos se do#raram. "le caiu.

ane correu para acomod2'lo longe dos cacos de vidro no chão.

 — )alvez mais ue um pouco — ela disse, jogando o homem inconsciente so#re um om#ro. O uedevia fazer com ele6 1odiam a#rigar uma criatura cujos olhos se tingiam de vermelho6

 — &eve'o para casa, minha uerida. "le * grande demais para mim.

+eu pai estava certo. 1recisavam ajud2'lo, porue nauela noite ele os salvara da morte comgrande custo pessoal.

 — +im, papai.

 /ão revelaria uanto auele contato físico alimentava seu desejo se%ual. /ingu*m discutia esse

tipo de sentimento com o pr5prio pai, mesmo ue ele fosse um cientista. — 9amos testemunhar o processo de cura — ele comentou, esfregando as mãos num gesto

entusiasmado. )alvez seu impulso não fosse humanit2rio, afinal.

ane não tinha tanta certeza de ue haveria uma cura a ser testemunhada. +a#ia ue odesconhecido poderia cicatrizar cortes e arranh3es uase ue instantaneamente. as algu*m conseguiriaso#reviver com tão pouco sangue uanto restara a esse homem, e com les3es tão graves em seus 5rgãosinternos6 O parasita em sua corrente sanguínea poderia reparar danos tão e%tensos6

;arregou'o para a casa. "ra #om ue o pai não pudesse tomar conhecimento de sua respostase%ual, porue o contato físico causava uma incCmoda pulsa(ão em certas partes de seu corpo. ;omo era

 possível6 O homem estava meio morto8 Aparentemente, esse era um detalhe sem importância, porue a

umidade entre suas pernas crescia.

"ra incCmodo carreg2'lo, mas o peso não era e%cessivo para sua for(a. 1rovavelmente, teria podido carreg2'lo como um #e#7, se ele não fosse grande demais para envolv7'lo com os #ra(os.

O pai a#riu a porta da cozinha e acendeu a luz. A cozinha era ampla e podia ser inundada pela luzdo sol durante o dia, se ane não mantivesse sempre as cortinas fechadas. O fogo no fogão : lenha ardiaconvidativo. O pão ue ela havia assado pouco antes esfriava so#re a mesa de madeira ue servia como

 #ancada de tra#alho ou para as refei(3es. 1anelas e outros utensílios pendiam de ganchos no teto alto, eervas secas podiam ser vistas em todos os cantos. O perfume e%5tico se misturava ao cheiro do pão fresco.+o# a janela havia um lavat5rio. 1rateleiras so# outra janela continham livros. /os arm2rios havia pratos ecopos. Auele era o aposento ue ane mais apreciava em uir !arm.

 — ;oloue'o so#re a mesa — ordenou $lundell.

ane seguiu a instru(ão.

 — 0ispa'o enuanto vou #uscar minha maleta. Acha ue devo considerar suturas em um casocomo esse6 — ele resmungou enuanto se retirava. — O processo de cura vai come(ar imediatamente6

 Ele não quer perder um minuto do espet+culo. ane suspirou. )eria de despi'lo e pensar nauilo ae%citava. ;ome(ou removendo o len(o de seu pesco(o. A palidez do homem era assustadora. "nuantotra#alhava, viu ue um corte na testa cicatrizava lentamente. +eu pai lamentaria ter perdido a ocorr7ncia.

0evia se inspirar na atitude dele. Auilo era ci7ncia e e%igia uma o#serva(ão imparcial. 0evia ser

capaz de o#servar com calma um homem nu. 2 havia feito coisa semelhante no passado, enuanto o paidissecava cad2veres e ela ia passando'lhe os instrumentos, registrando todos os detalhes da aula deanatomia.

;ome(ou a a#rir a camisa, ue se rasgou com facilidade so# sua for(a. 0epois de arrancar as

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

mangas, removeu todo o tecido. Os cortes feitos pela espada eram horríveis. Om#ros, laterais, peito, #ra(os, #arriga. 92rios ferimentos eram profundos e largos o #astante para evidenciar ossos ou intestino. /unca vira um homem tão ferido8 as ele era forte. +eus om#ros eram largos, o peito era musculoso edefinido, co#erto por pelos escuros ue formavam uma trilha at* a cintura delgada. Os mamilos, agorarosados e planos, davam a ele uma apar7ncia mais vulner2vel ue os ferimentos...

As #otas. /ão poderia remover a cal(a sem antes livr2'lo das #otas. ;uidou de uma, depois da

outra. "ram #enfeitas, mas velhas, e estavam ensopadas de sangue. "la as jogou para o lado e removeu asmeias. 1odia ver a veia ue pulsava no pesco(o dele, em#ora não compreendesse de onde vinha o sanguenecess2rio para manter a pulsa(ão. <avia cicatrizes peuenas e arredondadas so# o uei%o, mas agora nãoera o melhor momento para e%amin2'las. O pulsar entre suas pernas se tornava, ridiculamente insistente.

0e onde viera auele homem6 )alvez jamais sou#essem. +e ele morresse, não haveria respostas.+eria possível6 O vampiro no la#orat5rio morrera. " sua morte causara nela uma repulsa ue parecia

 #rotar do parasita em suas veias. anuseou os #ot3es da cal(a do desconhecido, logo a#ai%o da enormeferida a#erta em seu a#dCmen. )ocou a pele so# o um#igo e a trilha de pelos ue parecia apontar pararegi3es proi#idas. A corrente ue a atingiu poderia ser simplesmente uma troca de energia6 /ão tinhaimportância8 Basgou o tecido, espalhando #ot3es em todas as dire(3es. &ivr2'lo da roupa íntima s5 tomou

um instante.@nspirou profundamente e recuou um passo. &us6

+eu pai entrou na cozinha carregando a maleta em uma das mãos e a cai%a de anota(3es na outra."le parou, intrigado.

 — @nteressante. /ão pensei ue ele tivesse sangue suficiente para isso.

+eu pai reagia : impressionante ere(ão e%i#ida pelo desconhecido. O rosto de ane ardia.!elizmente, seu pai estava preocupado demais para notar. "le acendeu outra lâmpada uando foi

 providenciar 2gua uente do caldeirão dei%ado so#re as #rasas. A cozinha ganhou uma novaluminosidade, passando do #rilho dourado e romântico : intensidade uase cirúrgica. ane sacudiu a

ca#e(a, tentando clarear as id*ias. +ua única e%peri7ncia com um homem não a preparara para essedesconhecido.

$lundell e%aminava atentamente o corpo castigado por muitos ferimentos.

 — As feridas j2 pararam de sangrar — ele comentou. — 9ou lav2'lo enuanto o e%amino. 1ode irfazendo as anota(3es, ane6 /ão uero me distrair da o#serva(ão.

!elizmente, ele não havia pedido ue lavasse o sujeito8 /ão so#reviveria : prova(ão. A#riu a cai%aonde o pai guardava as anota(3es e pegou um #loco, pena e tinta. O rel5gio pendurado em seu pesco(omarcava a hora. "ram uase dez.

 — ;oloue apenas 4firme ere(ão4. 9amos ver uanto tempo ela dura — orientou, ajeitando os

5culos e estudando o corpo do desconhecido. — >uatorze ferimentos. Osso claramente visível na maioriadeles. "ntranhas aparentes e lesionadas em pelos menos tr7s ferimentos. ane, pode levant2'lo6

"la soltou a pena e ergueu'o, segurando'o por um om#ro e pelo uadril. 0efinitivamente, haviacerta troca de energia entre eles. 0evia anotar essa o#serva(ão6

+eu pai estava e%aminando as costas e as n2degas do homem.

 — +ão vinte e nove ferimentos.

0urante a hora seguinte, eles catalogaram a cicatriza(ão. $lundell tentou suturar a ferida profundano a#dCmen, mas os pontos se soltaram com a cicatriza(ão e a transforma(ão do corte em uma fina linharosada de pele nova e #rilhante. ane não voltou a tocar o vampiro. Ap5s cerca de vinte minutos, a ere(ão

desapareceu. "la anotou o hor2rio, suprimindo com determina(ão todos os outros pensamentos.$lundell estava muito entusiasmado com o ue aca#ara de testemunhar.

 — $em, devo admitir ue nunca vi nada parecido antes — ele anunciou depois de uase duashoras de tra#alho contínuo.

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ane tam#*m pensava em tudo ue aca#ara de ver. +e o parasita permitia a cicatriza(ão dosferimentos como haviam testemunhado, então... O medo a invadiu com uma onda gelada. = claro, ovampiro no la#orat5rio havia sido morto por decapita(ão. as o outro estava inteiro novamente. +ua peleera rosada. As últimas cicatrizes desapareciam rapidamente. O ue auilo significava6

Agora ue o sangue fora lavado e os cortes tinham se fechado, ela notou diversas marcas #rancasde formas variadas espalhadas so#re seu corpo havia círculos na parte interna dos cotovelos e nas

virilhas, #em como nos dois lados do pesco(o, e havia linhas em seus om#ros, nos #íceps, no peito e nasco%as. 1or ue ele tinha cicatrizes, se podia curar feridas e produzir pele renovada6 "las eram sim*tricas,como se houvessem sido criadas com um prop5sito.

O estranho moveu a ca#e(a e gemeu. "stava despertando.

ane não ueria enfrentar aueles olhos, vermelhos ou não. /ão enuanto ele estivesse nu. +u#iu aescada para ir #uscar um co#ertor. >uando voltou, o pai ajudava seu paciente a se sentar. "la parou na

 porta. "le ainda estava nu. O movimento dos músculos em suas costas era fascinante. "ra estranho, masnunca havia notado o formato triangular do corpo de um homem, os om#ros largos e a cintura estreita. Ascostas eram co#ertas por cicatrizes ue se cruzavam. "ra como se tivesse sido chicoteado. O ueacontecera com esse homem6 "le ainda tremia um pouco e uando deslizou os dedos pelos ca#elos,

 perce#eu ue estavam sujos de sangue. — /ão ueria dar tra#alho — ele murmurou, olhando para o sangue nas mãos como se não

conseguisse decidir se a luta em ue estivera envolvido era real.

 — )olice — respondeu $lundell. — /ão foi tra#alho nenhum. = um prazer o#servar suasualidades físicas tão incomuns. /ão * verdade, ane6

O estranho olhou para tr2s, chocado por v7'la. ane se sentiu corar e notou, com alguma surpresa,ue o rosto do estranho tam#*m se tingia de vermelho. +eu corpo respondia com mais do ue um meroru#or, mas pelo menos não havia evid7ncias dessa outra resposta.

 — Aui — ela disse, estendendo o co#ertor de maneira desajeitada.

"le o pegou e co#riu a metade inferior do corpo com uma e%pressão alarmada. O m*dico sorriu.

 — /ão se preocupe. ane sempre me au%ilia. "la j2 viu outros pacientes do se%o masculino antes,em#ora nunca no estado interessante em ue voc7 estava.

 — /ão me diga...

 — /a verdade, ere(3es são ocorr7ncias comuns em indivíduos mortos recentemente, mas nuncahavia presenciado o mesmo fenCmeno em um homem gravemente ferido. — "le fez mais uma r2pidaanota(ão.

O estranho parecia uerer desaparecer num #uraco no chão. ane pensou ue poderia acompanh2'lo. "le engoliu em seco antes de olhar para ela por cima de um om#ro.

 — 0esculpe.

 — /ão precisa se desculpar. eu... meu pai esueceu de agradecer por ter salvado nossas vidas.>uer comer alguma coisa, ou prefere se retirar imediatamente para descansar6

"le se levantou da mesa, tomando o cuidado de enrolar o co#ertor na cintura. <avia um volumenot2vel na região logo a#ai%o do a#dCmen. 0e repente, ele ergueu a ca#e(a.

 — !austo8 eu cavalo. "u o dei%ei l2 fora. )enho roupas no alforje preso : sela.

 — 9ou cuidar disso agora mesmo — ane ofereceu. — "n%ergo #em no escuro. — ;omo se elenão sou#esse8

 — elhor eu mesmo ir. 1ode haver outros. A espada6...

 — !icou no la#orat5rio.

"le moveu a ca#e(a em sentido afirmativo antes de sair, seminu.

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 — Acha... ue devemos dei%2'lo sair nauelas condi(3es, pai6

 — $em, talvez voc7 possa det7'lo, mas eu sei ue não posso. 1ensando #em, talvez deva ir comele.

ane acatou a sugestão. ;o#rindo'se com um manto, pegou as #otas do desconhecido em uma dasmãos e segurou a saia com a outra. ;orreu para a noite, atr2s de um homem ue, mesmo vulner2vel, aindaera um monstro com poderes desconhecidos, algu*m ue #e#ia sangue e tinha olhos vermelhos. "latam#*m tinha os olhos vermelhos6 +eu pai nunca havia dito nada a esse respeito. 1or*m, certamente tinhaalgo em comum com auele homem. ane não sa#ia o ue sentia com rela(ão a essa constata(ão. /averdade, sa#ia apenas ue sentia medo. " uma ineg2vel e%cita(ão. "le a e%citava porue tinha a chave

 para todos os segredos ue desejava desvendar so#re si mesma. +5 isso.

;allan sentia frio. A &ua crescente pairava #ai%a so#re o lago. O la#orat5rio estava escuro, masisso não o detinha. +ua visão noturna era perfeita. A porta estava a#erta, pendurada por uma do#radi(a.

1or ue o m*dico tinha de ter uma filha como auela6 1recisava proteg7'lo e guardar a integridadedo la#orat5rio at* ue a cura fosse encontrada. A última coisa de ue precisava era uma mulher paradistrai'lo e tentar seu corpo. ;onseguia resistir : tenta(ão fazia dois anos, desde ue se tornara vampiro,

mas 0eus sa#ia ue não era confi2vel desde sua e%peri7ncia com... ela. Odiava o ser em ue setransformara. " esse era 5 motivo de sua presen(a ali. >uanto tempo $lundell ainda levaria para encontrara cura6 " o m*dico o dei%aria fazer uso da desco#erta6 )rataria a filha primeiro, sem dúvida, masesperava ue ele produzisse a f5rmula em uantidade suficiente para cur2'lo tam#*m. +e os ingredientesnão fossem muito raros, talvez houvesse o #astante para todos os vampiros ue o procurassem. )ornar acura amplamente disponível podia ser um prop5sito em sua vida.

>ueria voltar a ser o ue era antes da infec(ão. as sa#ia realmente uem era auele homem6

!ilho mais novo do uarto filho de um empo#recido conde irland7s, ele descendia de uma longalinhagem de fracassados. O pai levara a família para a "sc5cia, certo de ue poderia ganhar a vida comsua caneta, e assim fizera de ;allan um forasteiro entre seus iguais. "ra irland7s ou escoc7s6 )ivera de

renunciar : @greja ;at5lica para conseguir uma #olsa de estudos na -niversidade de "dim#urgo so#recomenda(ão do cl*rigo pres#iteriano local. +5 assim conseguira prosseguir com sua educa(ão. A#rirmão do catolicismo não fora uma grande perda, e tampouco era protestante.

"ntão, criara paulatinamente a identidade de um velhaco irland7s, #e#endo mais, se deitando commais mulheres, e desenvolvendo um intelecto superior ao de todos os colegas escoceses, enuanto, : noite,tra#alhava nos panfletos ue defendiam sua última e fracassada causa política. /unca acreditara realmentenelas. " agora, acreditava na e%ist7ncia de monstros. )alvez nunca mais voltasse a ser auela pessoa. /ãoconseguia se imaginar rindo como antes, ou se esfor(ando para conuistar simpatias. )am#*m nãoconseguia imaginar relacionamentos casuais com mulheres, não depois do ue ela havia feito com ele.+ua única causa agora era tentar não se tornar um monstro como ela. ", para isso, precisava da cura ue om*dico procurava desco#rir.

Ouviu os passos da jovem se apro%imando.

 — +e houver outros, eu poderei ajudar.

+em encar2'la, ele pegou a espada ue havia sido dei%ada entre os cacos de vidro no chão. O corporeagiu imediatamente : presen(a feminina.

 — = improv2vel — disse, saindo do galpão com a espada na mão. /ão era uma #oa hora para sera#andonado pela sorte, mas era o ue estava acontecendo, pois ela o seguia. )alvez não uisesse ficarsozinha. elhor um monstro conhecido... 1recisava lem#rar onde havia dei%ado !austo, mas era difícil.+5 conseguia se concentrar nas malditas vi#ra(3es, no chamado do sangue dela por ele. 0esse jeito, nuncaencontraria o cavalo. 1arou e ouviu. A jovem parou atr2s dele. "le identificou um ruído a#afado naescuridão e asso#iou. -m relincho confirmou suas suspeitas. +eguiu na dire(ão do som, ainda ouvindo os

 passos dela.

!austo estava no mesmo lugar em ue o dei%ara amarrado. ;allan apoiou a espada no tronco de

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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uma 2rvore e afagou as costas do animal. +atisfeito por ver ue o cavalo não estava ferido, dedicou'se asoltar o alforje ue levava sempre preso : sela. O movimento o o#rigou a soltar o co#ertor.

A jovem atr2s dele inspirou #ruscamente, e o ruído o fez se voltar para encar2'la.

 — 0esculpe — ela murmurou constrangida, dando'lhe as costas.

;allan vestiu'se depressa e jogou o co#ertor so#re !austo para proteg7'lo do frio. >uando se virou,

 perce#eu ue a mulher carregava suas #otas. 7gnore o e$eito que ela e-erce sobre voc(. Ela não precisa saber.

>uando a tocou no om#ro, ela se so#ressaltou.

Ao se virar e v7'lo vestido, ela não escondeu o alívio. "nuanto ;allan cal(ava as #otas, elaafagou o animal de pelo reluzente. " uando ele recuperou a espada e segurou as r*deas de !austo, elacome(ou a caminhar a seu lado.

)udo nela era feminino, apesar do vestido discreto, uase som#rio. " estavam pr5%imos demais.;allan imaginara ter mais controle so#re os pr5prios impulsos, mas, apesar das #oas inten(3es, não podiaficar perto dela. +eu corpo insistia em traí'lo. $lundell precisava encontrar logo a cura, porue assim teria

auilo ue havia ido #uscar e iria em#ora.as o m*dico ainda não aceitara dividir com ele sua desco#erta. Olhou para a jovem. 1odia tomar

a f5rmula pela for(a, o ue seria horrível. 1odia matar, se fosse necess2rio. /ingu*m sa#ia disso melhordo ue ele. 0ominou a onda de culpa ue amea(ava sufoc2'lo. elhor desco#rir de uma vez por todas emue situa(ão realmente se encontrava.

 — 9oc7 * nova — disse sem rodeios.

"la não fingiu desentendimento.

 — >uase cinco meses — disse.

 — ;omo foi6

 — eu pai tinha v2rios frascos de sangue infectado de um paciente. Algu*m vandalizou ola#orat5rio. "u me cortei com um caco de vidro de um desses recipientes com o sangue contaminado.

 — entira. >uem a transformou6

 — /ão foi... ningu*m. — "la parecia surpresa.

 — /ão minta para mim. = preciso ter sangue de vampiro para desenvolver a imunidade. ;asocontr2rio, o parasita a teria matado. -m vampiro a transformou com seu sangue.

 — Ah... agora entendo o ue uer dizer. $em, suponho ue @an Bufford me transformou, então."le era o paciente vampiro de meu pai. " meu pai precisou de um tempo para perce#er ue eu precisava

desenvolver a imunidade, ou morreria. " essa imunidade viria do sangue do sr. Bufford. = como um #ezerro ue aduire a imunidade #e#endo o primeiro leite da mãe. eu pai injetou em mim mais sangueue havia restado no recipiente infectado, e me alimentou com ele. "u não gostaria de passar por auilonovamente.

 — A transforma(ão * dolorosa — ele concordou em tom neutro. A sorte dessa jovem era melhorue a dele. +e tivesse de ser transformado, melhor ue fosse pelo sangue de um recipiente e pelas mãos dealgu*m uerido, do ue passar pela e%peri7ncia ue ele enfrentara. 1or outro lado, ela pouco sa#ia so#resua condi(ão. /ão usara seus poderes nauela noite, uando o vampiro havia atacado. /ão tinhaaprendido com auele ue a transformara porue a infec(ão ocorrera de maneira indireta. ;omo eramesmo o nome do dono do sangue6

 — "i, eu conhe(o esse Bufford8 — -ma onda de dor o tomou de assalto. — "le me li#ertou damulher ue... ue me transformou. — 1or ue estava dizendo isso a ela6 0esviou os olhos antes ue amulher pudesse ler neles sua devasta(ão. A última ;oisa ue ueria era piedade. )omou a dire(ão da casa."stava cansado.

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 — >ual * seu nome6 — ela perguntou, praticamente correndo para acompanh2'lo. — Ainda não seapresentou.

"le suspirou. $em, teria de ficar at* $lundell encontrar a ;ura. 1odia se apresentar, pelo menos.

 — ;allan EilFenn.

 —. = um nome irland7s, não *6

 — +im. — " agora viriam as perguntas. 1or ue o sotaue escoc7s6 1or ue não havia sido criadona @rlanda6 1ara evit2'las, ele continuou falando. — /ão me lem#ro do seu nome. "stava um poucoatordoado uando se apresentou.

 — ane $lundell.

 — = um prazer. — /ão era. "le viu a inoc7ncia nos olhos dela e decidiu ue a única coisa pior doue aprender com um monstro so#re sua nova condi(ão era não sa#er nada so#re ela. as sufocou a

 piedade. /ão tinha nenhuma o#riga(ão de ser ama'seca de novos vampiros. "stava ali apenas pela cura.>uando $lundell a encontrasse, se não uisesse dividi'la, ele simplesmente a tomaria pela for(a. +em seimportar com uem seria prejudicado.

"le devia amar a mulher ue o transformara, ane pensou enuanto o seguia de volta para casa. /unca vira dor tão intensa nos olhos de outra pessoa. +entia'se peuena e mesuinha pela lu%úria uedominava seu corpo. A mulher o dei%ara6 "staria morta6

 ane, sua idiota6 4e que adianta especular% Ele sabe tudo sobre sua condi"ão, e voc( est+desperdi"ando a oportunidade6

$em, esse era um erro ue podia ser retificado.

"le mudou de dire(ão, seguindo para o est2#ulo.

 — 9ou cuidar de !austo.

 /ão seria tão f2cil se livrar dela.

 — "u uero ajudar.

ane empurrou a porta do est2#ulo. O interior cheirava a e%crementos de animais e feno, couro esuor, todas as sutilezas agora reveladas por seus sentidos recentemente desenvolvidos.

"le passou por ela pu%ando a r*dea de !austo. 1assou perto demais8 1odia sentir seu aroma e osmovimentos do corpo m2sculo. O pulsar tornou'se mais insistente.

/oc( & pat&tica, ela se censurou. Não se importa com homens. Não se sentiu tão animada comaquele e-perimento quatro anos atr+s. as auilo havia sido antes de se tornar vampira.

 — A uarta #aia : direita est2 vazia — ela informou, seguindo homem e animal."le removeu a sela e os arreios sem dizer nada. ane o o#servava em sil7ncio. +a#ia ue ele estava

incomodado. )alvez sou#esse ue ueria ench7'lo de perguntas. "la pegou uma #oa por(ão de feno eentrou na #aia para coloc2'lo na manjedoura. <omem e animal j2 estavam no espa(o apertado, muito

 pr5%imos, e a fome do cavalo o#rigou'o a chegar mais perto dela.

ane tossiu para limpar a garganta. /ão sa#ia por onde come(ar. )alvez pelos eventos dauelanoite...

 — 1or ue um vampiro uer destruir a cura6 "u daria ualuer coisa para voltar a ser o ue eraantes.

 — +uponho ue os ue nasceram para o sangue não ueiram ser curados. )alvez alguns ueiram."les ficam melanc5licos ou enlouuecem, e se retiram para o onast*rio irso, se os Anci3es os aceitam.

 — O ue * o onast*rio irso6 " uem são os Anci3es6 1or ue fala como se o lugar fosse umrefugio6

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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 — O onast*rio fica nas ontanhas ;arp2tias. Ouvi dizer ue os Anci3es ue cuidam do lugarsão muito poderosos.

 — " por ue vampiros uerem ir para l26

 — "les t7m alguns cânticos secretos ue permitem a so#reviv7ncia sem sangue por muito tempo." pela medita(ão * possível estar em paz com seu ;ompanheiro.

 — ;ompanheiro6 — = como chamam a coisa em seu sangue.

 — Ah, sim... as a palavra soa tão... confortante8 /ão com#ina... "u, com certeza, não sintonenhum conforto com essa presen(a.

 — /em eu.

 — $em, espero nunca ter de ir para l2. "sse lugar deve ser horrível.

 — )am#*m espero não precisar dessa acolhida, porue os do nosso tipo não são #em'vindos. =um lugar s5 para os inatos.

 — Ah8 O homem ue nos atacou disse ue vampiros transformados devem ser mortos. )odos eles pensam da mesma forma6

 — >uase todos.

 — "ntão, não pertencemos : sociedade dos vampiros. " nem : sociedade humana. >ue infortúnio. — "la suspirou.

 — +im.

 — Acha ue os Anci3es mandaram algu*m para destruir o la#orat5rio de meu pai6 Assim, nãohaveria mais nenhuma possi#ilidade para os ue estão em nossa condi(ão, e eles reteriam todo o poderue j2 possuem6

 — = mais ou menos isso. — "le a fitou com uma e%pressão ue poderia ser um sorriso. — +e odeiam tanto a pr5pria condi(ão, por ue os vampiros não cometem suicídio6

"le a encarou assustado.

 — >uero dizer, sei ue isso contraria as leis de 0eus, mas...

 — 9oc7 nunca tentou, não *6

 — /ão. — " não tentaria se justificar por isso.

 — O ;ompanheiro ama a vida. 1or ue acha ue ele cura seu hospedeiro e impede oenvelhecimento6 "le reconstr5i o hospedeiro constantemente porue morre uando n5s morremos. /ão

sei se j2 notou, mas a coisa * #em persuasiva. — "u notei. "ntão, não podemos cometer suicídio6

 — 0epois ue esta#elece o domínio so#re o hospedeiro, ele não permite nem mesmo a tentativa.

"la se virou. "le sa#ia porue j2 havia tentado. +eria capaz de apostar nisso.

 — 1or uanto tempo ele pode continuar nos curando6

 — >uer sa#er se somos imortais6 — A gargalhada amarga agitou os animais na escuridão doest2#ulo. — "%ceto pela decapita(ão, sim. "le pode regenerar at* mesmo mem#ros.

 — +em dei%ar seuelas6 ;icatrizes, marcas da idade... nada6

"le a encarou s*rio. ane o vira nu, e estava tentando o#ter informa(3es so#re as cicatrizes em seucorpo.

 — /ada, e%ceto pelos sinais ue j2 e%istiam antes da transforma(ão.

!"

!"

7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

"le não falaria so#re as cicatrizes ue tinha no corpo. as mencionara imortalidade8

 — eu 0eus8 — O ue fazer no pr5%imo minuto, no pr5%imo m7s, nos pr5%imos mil anos,sa#endo ue não morreria6

 — /ão h2 0eus nisso tudo.

 — "les vão voltar, não vão6 — ela perguntou, agarrando'o pela manga do casaco.

"le a encarou, e havia em seus olhos uma e%pressão de pesar, como se lamentasse não podermentir para confort2'la.

 — +im, srta. $lundell. "les voltarão.

 — /ão diga nada a meu pai. @sso s5 o dei%ar2 ainda mais aflito para encontrar a cura. — O contatocom ele provocava sensa(3es poderosas em seu corpo.

 — ;omo uiser. "le * seu pai, afinal. — A voz dele tremia.

ane olhou para a mão no #ra(o dele. +e não se afastasse, aca#aria... fazendo alguma coisa uenem sa#ia o ue era. "%plodiria, talvez6 " ele6 )am#*m sentia auela estranha vi#ra(ão6 +eus olhosdesceram pelo corpo musculoso at* o volume so# a cal(a. +im, ele tam#*m sentia8

"la se afastou, e os dois voltaram a respirar.

 — 92... para casa, srta. $lundell. 9ou enterrar o visitante indesejado.

 — /ão. 2 fez muito por n5s. eu pai não devia estar e%posto dessa maneira... a essa situa(ão.as eu... — "la engoliu em seco. — "u mesma vou cuidar disso.

 — /ão. -ma mo(a de #oa família não sepulta corpos sem ca#e(a. Al*m do mais, eu serei maisr2pido.

"ra verdade. " não podia negar o alívio. Assentiu.

 — <2 uma p2 ali no canto. >uando terminar, v2 : cozinha. O jantar estar2 pronto. " o mínimo ue

 posso fazer."la se afastou, aliviada por poder escapar do tormento criado pelos pr5prios sentidos. O ue faria

com o sr. EilFenn dentro de sua casa6 As perspectivas eram assustadoras. " e%citantes.

CAPÍTULO II

Apesar do frio da noite de a#ril, ;allan suava. $lundell precisava encontrar logo a cura. +e osvampiros ue ueriam destruí'lo não o matassem, suas rea(3es : srta. $lundell o matariam. "la sentira omesmo ue ele no est2#ulo. 0ois vampiros com o apetite se%ual intensificado de seus ;ompanheirosvivendo na mesma casa... seria um tormento.

A sepultura atr2s do galpão estava uase pronta uando ele ouviu um movimento. 9irou'se e viu om*dico se apro%imando com uma lanterna. "le a ergueu para e%aminar o cad2ver com a ca#e(a cortada.

 — = uma pena enterrar a criatura antes de estud2'la.

 — Os criados poderiam encontr2'lo.

 — /ão temos criados. )odos se apavoram com a nossa necessidade de sangue. ane cuida da casae faz tudo ue * necess2rio. = mais conveniente. — "le estendeu a mão para a ca#e(a cortada.

 — /ão toue nela8 1ode se infectar8

O m*dico recuou com um suspiro resignado.!#

!#

7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — )em razão, seria perigoso dei%ar o corpo insepulto.

 — O senhor e sua filha cuidam da casa e dos animais sem nenhuma ajuda6

 — A pesuisa toma todo meu tempo. ane cuida de tudo sozinha. "la * muito eficiente.

-ma garota de cria(ão refinada ue limpava a casa, cozinhava, cuidava dos cavalos e ordenhava asvacas6

 — 0eve ser uma vida dura para ela, não6

 — Ah, ela tem os livros e o di2rio, e pinta a flora local. "la vive #em satisfeita.

;allan jogou a p2 para o lado. A sepultura j2 estava suficientemente profunda. "mpurrou o corpo para o #uraco com a ponta da #ota. Agora era hora de fazer o m*dico assumir um compromisso.

 — Acha ue est2 perto de encontrar a cura6

 — "u... ueria mesmo conversar so#re isso, sr. EilFenn. ane mencionou seu nome, e eu... $em,encontrei um pro#lema ue talvez possa me ajudar a resolver.

 — 9ou ficar para proteg7'lo dos outros, mas, em troca, uero sua palavra de ue terei um pouco

da po(ão depois de tratar sua filha. — "u ficaria grato. as o pro#lema * ue, para realizar progressos concretos, preciso testar minha

f5rmula em um hospedeiro infectado. " * claro ue não posso fazer o teste com ane. +e não matar o parasita, o pr5prio parasita vai curar ualuer dano causado ao hospedeiro. as...

A f5rmula podia matar parasita e hospedeiro. ;allan não se importava com isso. /ão havia ansiado pela morte6 <avia alguma coisa ue não arriscaria pela cura6 "le jogou a ca#e(a na cova.

 — 1ode testar suas f5rmulas em mim — disse. +e vivesse, seria o primeiro a se curar.

 — "%celente8 — O m*dico animou'se. — )enho certeza de ue farei progressos rapidamente. —0espediu'se com um aceno de ca#e(a, mas logo se deteve. — +r. EilFenn6

 — +im6 — /ão conte a ane so#re nosso arranjo, por favor. "ntão, se ela sou#esse, insistiria em

compartilhar o risco.

>uem podia criticar um pai por não uerer envenenar a filha6 " tinha de admitir ue a admiravamais agora, depois de sa#er ue o pai esperava dela esse tipo de atitude.

 — /ão direi nada a ela.

+atisfeito, o m*dico voltou para casa.

ane estivera preparando o jantar antes do ataue do vampiro. 1or isso, podia servir uma torta de

rins e um guisado de carne, #atatas e #eterra#as com molho de manteiga. O sr. EilFenn precisava sealimentar. +eu pai gostava de comer na cozinha, mas nauela noite ela serviu a refei(ão na sala de jantar, pois ainda não conseguira limpar os rastros dei%ados pelo atendimento prestado ao visitante. +eu pai malhavia comido um peda(o da torta antes de se retirar, e%austo. "la havia aca#ado de pCr um prato limpo namesa uando o sr. EilFenn apareceu, #ai%ando as mangas da camisa so#re os #ra(os musculosos. Acamisa a#erta no colarinho revelava a veia ue pulsava na #ase de seu pesco(o.

 — A sala de jantar fica #em ali — ela disse, servindo a comida no prato enuanto ele lavava asmãos.

>uando ele come(ou a comer, ane foi #uscar uma garrafa de claret.

 — /ão esperava vinho — ele protestou.

 — 1refere uísue6 — +a#ia ue os escoceses apreciavam a #e#ida.

 — ;erveja * mais do ue suficiente para algu*m como eu.

"la sorriu.!$

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — )emos uma adega cheia desse vinho franc7s ue meu pai guarda h2 vinte anos. " melhorconsumi'lo antes ue estrague. Acha ue pode se o#rigar a engolir algumas ta(as6

"le parecia surpreso. 9ampiros não tinham senso de humor6

 — 9ivemos em uma fazenda isolada nas )erras Altas, sr. EilFenn, mas meu pai aprecia aselegâncias da vida. " não somos po#res. 1odemos arcar com o custo de uma garrafa, ou mesmo em#riag2'lo, se uiser.

 — 0esculpe —? ele murmurou com um arremedo de sorriso. — /ão estou ha#ituado com... —;alou'se. @a dizer 4gentileza46

ane serviu o vinho em sua ta(a.

 — O#rigado.

"la se sentou diante dele para comer.

 — 1apai disse ue voc7 aceitou ficar, caso apare(am outros.

 — +im.

 — "%istem muitos dos... inatos6 — O suficiente.

 — /ão * muito e%pansivo, *6

"le se reclinou na cadeira. Ainda mastigando, estudou'a com auele ar atormentado e, al*m dele,so# a superfície, com um ardor ue ela tam#*m sentia. ane corou. "le viu o ru#or e desviou o olhar.

 — 2 fui de falar muito. Antes.

 — " agora6

 — /ão tenho mais nada ue mere(a ser dito.

 — Ah... — ane notou ue as mãos dele tremiam. 0evia estar e%austo depois de tudo ue haviaenfrentado. — 0evia ir descansar — disse. — 1us suas coisas l2 em cima. 1rimeira porta : esuerda.

 — "u... devia dormir no est2#ulo.

 — )olice8 )emos uartos desocupados e mo#iliados.

"le se levantou e cam#aleou. /otando sua fraueza, ane ergueu'se para ajud2'lo, segurando'o pelo #ra(o.

 — 1or aui.

O efeito do contato físico foi imediato, e era cada vez mais forte na medida em ue se repetia. "lea fitou com uma interroga(ão no olhar. )am#*m havia sentido a eletricidade, era evidente. "le ainda aencarava uando seus olhos reviraram.

ane amparou'o na ueda para impedir ue se ferisse, e o arrastou at* o uarto. ;olocou'o na camae removeu suas #otas. /ão se sentia em condi(3es de despi'lo. /ão com auela corrente ligando seuc*re#ro :s suas partes íntimas. 1or isso, co#riu'o e pegou as #otas do chão. ;heiravam a sangue, e logo ocouro endureceria. 1oderia limp2'las assim ue terminasse de arrumar a cozinha.

1arou na porta. +entia o cheiro dele como um poderoso afrodisíaco. ;anela e... algo m2sculo,indefinível. +uor6 +im, mas tam#*m havia algo mais... primitivo.

!oi com grande esfor(o ue rompeu o encanto e fechou a porta.

)7'lo em casa seria uma tortura. as valeria a pena, se pudesse convenc7'lo a revelar mais coisasso#re ser um vampiro. +e seu pai falhasse e não houvesse uma cura, precisaria de todas as informa(3esue pudesse arrancar do lacCnico sr. EilFenn nos pr5%imos dias. +5 esperava so#reviver : e%peri7ncia.

"le a#riu os olhos na escuridão. "stava co#erto de suor, e l2grimas corriam por seu rosto. <avia

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

sonhado com ela outra vez. /ão teria conseguido resistir6 /ão e%istia um meio de voltar no tempo esalvar ao menos uma peuena por(ão de sua alma6

 Marraquesh, agosto de 1819

allan despertou lentamente, tentando lembrar o que havia acontecido. #iscou. ora capturado

tentando abrir caminho pelos port:es da cidade. ) e-&rcito de invasores tinha olhos vermelhos. )u teria sido sua imagina"ão% Agora, estava deitado no chão da sala de audi(ncias do governante local. ;ouveraum tempo em que o lugar havia estado repleto de suplicantes, quando ele estivera ali anteriormente como

 parte da missão irlandesa que pedia o apoio do Marrocos em sua cruzada pela independ(ncia da 7nglaterra.

 Apoiou!se sobre um cotovelo. ua cabe"a girou at& que a sacudisse para recuperar o $oco. Agorao aposento estava vazio. A ilumina"ão era $raca, com, tochas presas a elos nas paredes e velas em altoscandelabros sobre uma plata$orma coberta por um tapete em uma das e-tremidades. Ele estava diante da

 plata$orma, nu. ) m+rmore era $rio sob seu corpo. obre essa +rea elevada havia um so$+, e nele umamulher descansava a cabe"a sobre v+rias almo$adas, e-ibindo o pesco"o gracioso. Ela possu0a per$il

cl+ssico e pele per$eita. eus olhos delineados por um contorno negro estavam $echados, e um bra"orepousava sobre a testa. ) di+$ano vestido vermelho preso por um cinto largo e dourado revelavaclaramente os mamilos e o tri<ngulo escuro entre as pernas. ;avia rumores de que a l0der do e-&rcitoque  tomara Marraquesh era uma mulher. eria ela% Era pouco prov+vel. Mas quem mais ocuparia o

 pal+cio do governante%

 Ela virou a cabe"a devagar e abriu os olhos. Eram vermelhos e brilhantes como brasas. Nãoeram humanos6 allan queria lutar, mas nem tentou. )s olhos o e-aminaram, e ela sorriu. ) medo

 percorreu sua espinha.

 — eus olhos azuis o salvaram — ela disse em +rabe. —  Meus criados sabiam que voc( meagradaria.

 Ele não tinha olhos azuis. Eram verdes com um toque acinzentado. Mas ningu&m *amais prestavaaten"ão su$iciente para notar a di$eren"a. A mulher não tinha guarda!costas. Ele era um homem grandeque lutara contra o e-&rcito invasor. E, ainda assim, ela se sentia segura com ele. #recisava sair dali6

 Mas não $ez nenhum movimento para isso.

 —  A*oelhe!se — ela disse.

=alvez nem tivesse $alado. A voz dela estava dentro de sua cabe"a. Não se a*oelharia para ela6 Mas o impulso de obedecer > ordem o dominava. Enri*eceu os msculos para resistir. Ela sorriu. Ele sedobrou ao meio, emitindo um som chocado. A dor e-plodiu em sua cabe"a. 4evagar, com a mand0bulacontra0da, se a*oelhou. Ela queria seus *oelhos mais a$astados. eu peito ar$ava com o es$or"o, mas,ainda assim, ele os a$astou. eus test0culos $icaram imediatamente pesados, e seu membro inchou. omo

 podia ter uma ere"ão naquele momento, diante dela% ) cheiro de canela invadia seus sentidos. — /e*o que est+ muito bem — ela comentou, e-aminando!o. — Es tu Anglais ou ran"ais%

 Não podia se recusar a responder, mas não sabia o que dizer. 7rland(s de nascen"a. Escoc(s decria"ão. A ltima coisa que diria seria ingl(s.

 — 7rland(s e escoc(s.

 Ela passou a $alar em ingl(s.

 — =em a natureza elta. /oc( me lembra 'obert le ?ois.

) membro de allan pulsava. A sala estava quente, e o suor escorria por suas costas. @e ?ois não

era o $ranc(s que tomara erusal&m na #rimeira ruzada% Ela $alava como se o conhecesse pessoalmente.

 —  Ele me ensinou que a crueldade pode ser $onte de prazer, sentindo prazer na crueldade que praticou comigo. — Ela chamou allan com um dedo, a unha longa pintada de dourado.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 Ele raste*ou at& a plata$orma e se a*oelhou ao lado dela. Estava totalmente e-citado.

 — =alvez eu este*a come"ando a gostar dos brit<nicos — ela sussurrou em seu ouvido.

 Ele ergueu o quei-o, e-ibindo o pesco"o, porque era isso que ela queria.

 — ) primeiro sabor — ela sussurrou — & sempre o mais doce.

)s olhos dela eram cor de carmim. )s l+bios acariciavam seu pesco"o. Algo pontiagudo penetrou!lhe a carne, e o medo o invadiu. 4ois pontos de dor o $izeram gritar de repulsa e choque. Ela omordera6 Mas ele não gritava realmente. Ela o segurava pela nuca enquanto sugava a grande art&ria em

 seu pesco"o, e seu membro pulsava no mesmo ritmo em que os l+bios dela e-tra0am seu sangue. Ele gemeu, sem saber se de prazer ou dor.

uando ela recuou, tinha sangue na boca. @ambeu os l+bios, sorrindo e e-ibindo longos caninos.

 —  Adoro o sabor do sangue misturado ao suor de um homem.

 Em sua mente, o chamado ecoava claro e n0tido. om o cora"ão cheio de repulsa, ergueu!se e pu-ou o vestido daquela mulher, desnudando!lhe os seios. @ambeu devagar o mamilo intumescido, e ela gemeu. Era isso que ela queria. #assou ao outro seio e sugou o mamilo. Ela dese*ava ser sugada com

mais $or"a, e $oi o que $ez. Ela queria as mãos dele no corpo, e ele tocou!a no seio, descendo pelo ventre,chegando ao quadril. #ele mida escorregava sobre pele mida. Ela queria seu membro, e a$astou os *oelhos. Ele retirou o vestido vermelho que ainda a cobria e se colocou entre suas pernas. Ela o segurou pelas n+degas e o pu-ou contra o corpo, e ele a penetrou. Era ela quem controlava o ritmo, quemdeterminava a posi"ão de suas costas, a intensidade dos bei*os que ele espalhava sobre o pesco"o, seios ebra"os. Ele achava que ia e-plodir, mas não e-plodia. A ere"ão se tornou quase dolorosa. ;orrorizado,

 percebeu que ela podia mant(!lo com o membro ereto, mas impedir seu cl0ma-, pro*etando aquelavontade como um raio de luz no interior de sua mente. Ele  se moveu at& que ela gemesse e alcan"asse ocl0ma-, apertando seu corpo enquanto se contra0a. Em outras circunst<ncias, ele estaria gemendo emun0ssono com sua parceira, mas ela não era uma parceria, e não permitia seu orgasmo.

uando se sentiu saciada, ela o empurrou para o lado. Era $orte demais para uma mulher. Estavacon$uso e incr&dulo com o que acontecera. E seu membro ainda pulsava ereto contra a co-a dela.

 Ela se acomodou sobre as almo$adas e serviu!se de vinho.

 — /ai se dar bem — comentou. — =em um membro ri*o, $orte, maior e mais grosso do que amaioria.  —  Enquanto bebia, ela segurou seu p(nis e o e-aminou.  — )s test0culos são $irmes...  —

 Encarou!o. — #arece tão horrorizado. B Mais uma vez, aquele sorriso satis$eito modi$icou!lhe o rosto. — )mbros largos, um abdmen $irme, co-as musculosas, n+degas per$eitas... E olhos azuis6 E-celente./oc( & $orte. Aposto que vai durar muito tempo.

 Ela conseguia obrig+!lo a $azer qualquer coisa. A constatarão ia al&m do horror, tornando!sedesespero. Não podia se desesperar. #recisava escapar, ganhar tempo at& ela se distrair, e então $ugir.

 Ela abriu os olhos.

 — E voc( tamb&m responde bem. Mas h+ a questão da puni"ão.

 + não havia sido su$icientemente punido%

 —  Ah, mas não se submeteu sem certo es$or"o da minha parte, 7sso não & aceit+vel.

ua boca estava seca. e o que ela acabara de $azer não era puni"ão, então o que era%

;allan pCs um #ra(o so#re a testa e virou a ca#e(a, tentando sufocar o som em sua garganta.0evagar, voltou a respirar.

"n%ugou o rosto, envergonhado das l2grimas, envergonhado de muito mais do ue isso. /ão pensaria mais nauele tempo. /ão permitiria ue as lem#ran(as de Asharti invadissem sua vida no e%atomomento em ue talvez tivesse uma chance de voltar a ser humano. /ão era como ela.

Auilo não fora o pior, * claro. as havia escapado e tinha esperan(a de cura para sua condi(ão.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

+eu estCmago se revirou. >ue idiota8 /unca escaparia do ue havia feito no deserto, por ela, emnome dela. O m*dico poderia cur2'lo. as temia ue não houvesse uma cura para o dano ue causara :sua alma.

 A cama estava quente, e ela suava. Mas estava nua. ) calor era interno. ;avia no ar o cheiro decadela e outra $ragr<ncia, um aroma doce, e al&m dela, o suor de um homem. Ele saiu da escuridão etamb&m estava nu. )s olhos dele deviam ser $rios, mas não eram. E ela devia ser recatada, mas não era.

 Erguendo o quadril sob o len"ol, olhou para o membro ereto e sentiu a região entre suas pernas pulsando, late*ando. Estendeu a mão num convite silencioso, mesmo sabendo que unir seu calor ao delecausaria uma combustão. Ele tocou a mão estendida... E seus olhos $icaram vermelhos.

ane sufocou um grito e se sentou na cama. +eu cora(ão #atia acelerado. al conseguia respirar. Omedo era palp2vel no uarto. +eus olhos iam de um canto ao outro. As pesadas cortinas de veludoestavam fechadas. "ra somente seu velho uarto. /ão havia olhos ali, fossem eles verdes ou vermelhos. Osonho se desfez, dei%ando apenas a umidade entre suas pernas.

) que est+ acontecendo comigo% #erdi o controle sobre meu corpo de tal $orma que rea*o dessa

maneira a um homem dentro de casa% 5m homem que vi nu% E e-citado...Apenas um sonho. "ngoliu em seco e #alan(ou a ca#e(a, ue parecia latejar.

 /ão, não era sua ca#e(a. "ra o som de #otas no piso de madeira. O sr. EilFenn se movia em seuuarto, #em perto de onde ela estava deitada, vestindo apenas a fina camisola. "stava presa em casa,

 porue j2 era dia, com um homem cujos olhos haviam estado vermelhos na noite anterior e ue provocavanela sonhos ue misturavam igualmente lu%úria e medo. "ra como ele, e ele sa#ia mais so#re suacondi(ão do ue ela.

 /a noite anterior, não tivera coragem de perguntar a ele so#re os olhos vermelhos. +eu pai nuncamencionara se ela tam#*m os tinha. )alvez não tivesse coragem de falar. -m arrepio de medo percorreu'a. "ra medo do sr. EilFenn ou dela mesma6

)olice8 Adotaria a a#ordagem científica. ;ientistas não sentiam medo. 1egou o di2rio so#re ocriado'mudo. 1assara a maior parte da noite acordada, anotando suas o#serva(3es, e as mantivera

 perfeitamente científicas. A única men(ão ue fizera ao estranho efeito do sr. EilFenn so#re seu corpohavia sido... 4O +ujeito * um 5timo esp*cime de macho em seu auge4. -sara a palavra 4macho4 poruenão conseguira decidir se devia cham2'lo de 4homem4 ou 4vampiro4. A doen(a o teria levado para al*mde ualuer possi#ilidade de ser humano6

1recisava de informa(3es. )inha de reunir a coragem necess2ria para fazer perguntas. ", se elerelutasse, teria de espion2'lo.

&evantou'se e a#riu o guarda'roupa. )odos os vestidos eram de variados tons de cinza e negro, de

estilo severo, pr5prios para uma s*ria estudiosa do m*todo científico, mesmo ue ela fosse apenas uma parteira, e não uma m*dica. as não importava. /ão ueria impressionar o sr. EilFenn, e%ceto com seu profissionalismo. "scolheu um vestido ao acaso. Ap5s coloc2'lo, escovou os ca#elos e prendeu'os numcoue. "stava pronta.

+aiu do uarto e foi #ater na porta ao lado.

 — +r. EilFenn6 — +il7ncio. — +r. EilFenn6 /ão vou em#ora s5 porue decidiu fingir ue...

A porta se a#riu violentamente.

ane recuou um passo. A #ar#a ainda co#ria parte de seu rosto, e círculos escuros cercavam osolhos avermelhados.

 — O ue deseja6 — "u... ueria sa#er como se sente. as vejo ue meu interesse não * #em'vindo. — "la se virou

e desceu a escada sem sa#er se estava mais ofendida ou amedrontada. Antes de se afastar demais, ela oouviu resmungar?

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — ;ontrole'se, homem8

ane se virou.

;allan estava de ca#e(a #ai%a, apoiando a testa com uma das mãos, enuanto com a outra seapoiava ao #atente da porta. Olhando com mais aten(ão, perce#eu ue ele respirava com dificuldade. -macamada de suor co#ria seu pesco(o e peito. As cicatrizes ue vira na noite anterior se destacavam, p2lidas.

 — >ual * o pro#lema6 — ane perguntou. — /ão * nada. "u... preciso sair um pouco, s5 isso.

 — Ainda est2 claro l2 fora.

 — -ma hora, então. 9ou esperar mais uma hora.

 — 1recisa de sangue, não *6

 — "u... $em, acho ue a noite passada me esgotou.

 — !oi o ue pensei. as não pode ir #uscar sangue no vilarejo.

 — 9ou procurar um animal...

 — /ão8 /ão pode tirar sangue de ningu*m8 " nem precisa recorrer a esse tipo de viol7ncia. )enhofrascos resfriados dentro do po(o. "spere anoitecer, e iremos #uscar alguns.

 — 9oc7 tem... frascos de sangue6 ;omo6

 — 1apai conecta uma agulha a um tu#o. /5s introduzimos a agulha #em aui. — "la apontou paraa veia no pr5prio #ra(o. — = s5 cerrar o punho com for(a, e o sangue flui pela agulha para o tu#o. 0epois,ele usa uma esp*cie de #om#a manual para transferir o sangue para o #ra(o de um paciente ou para... umfrasco. "le chama o aparato ue inventou de "m#olo.

 — As pessoas... doam sangue sem compulsão6

O ue ele ueria dizer com 4compulsão46 0omin2'las com sua for(a6"la encolheu os om#ros.

 — /o início, não havia filas para desfrutar do privil*gio. !oi nessa *poca ue perdemos osempregados. as papai e eu fizemos um parto difícil, e o avC da crian(a ue salvamos nos ajudou,conseguindo doadores. = claro ue pagamos pelo sangue. " as pessoas pensam ue * para ose%perimentos de papai, o ue * verdade, de certa maneira.

 — " tem... o suficiente para dividir6

 — "les doam mais do ue preciso. 1apai não gosta de ser interrompido uando est2 no la#orat5rio.1or isso, pe(o a eles ue venham : noite e recolho eu mesma as doa(3es.

"le a olhou de um jeito estranho. — 9enha comigo — ela o convidou. — 1osso auecer 2gua para um #anho, se uiser.

 — +eria 5timo. 1osso sentir o cheiro de sangue em mim.

>uando ele a acompanhou escada a#ai%o, ane perce#eu ue a pr5%ima hora poderia ser difícil para ela tam#*m. "le se #anharia no cCmodo ao lado da cozinha, atr2s de uma s5lida porta de madeira,mas pensar no corpo dele ensa#oado, sendo acariciado pela 2gua... Oh, c*us.

;allan entrou na 2gua uente e sentiu parte da tensão se dissipar. Ainda tinha gravado na mente ocheiro de canela e âm#ar'gris. 0elicado, sedutor... O cheiro de ane. 1assou o sa#onete perfumado pelocorpo, removendo o sangue ressecado. 0epois, lavou o ca#elo, esfregando a ca#e(a com vigor. Adiava o

momento de lavar os genitais, porue toc2'los seria... "le respirou fundo e se dedicou : tarefa, odiando ae%cita(ão ue o invadiu. "ra uma criatura #ai%a. 0esde ue ela o destruíra, v2rias vezes havia pensadoue teria sido melhor se fosse transformado em um eunuco.

 — /ão8 — censurou'se. — 1ense no sangue. A mulher tem sangue e se dispCs a dividi'lo com"&

"&

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

voc7. — as pensava mais na mulher do ue no sangue, e sua ere(ão s5 fazia crescer.

&evantou'se e pegou a toalha, en%ugando'se com um vigor desnecess2rio, como se assim pudesseapagar o mal de seu corpo. "ra o ue fazia desde ue se li#ertara. +eguia os conselhos de um homem uefora enviado para mat2'lo, algu*m ue o aconselhara a #uscar sentido na vida tentando corrigir peuemoserros. 0esde então, lutava constantemente para não se transformar na criatura ue sa#ia e%istir dentrodele. "m cada nova cidade no caminho ue percorria desde o sul da @nglaterra, localizava o valentão local

e rompia o domínio do sujeito so#re as prostitutas e os tra#alhadores do lugar, valendo'se de for(a eintimida(ão. ostrava ao tirano ue o pro#lema de ser um valentão era ue sempre havia algu*m maisforte e pior. " concluía o comando com uma #oa dose de compulsão. "ra inútil, certamente. +emprehaveria outro ue tomaria o lugar. O mundo era um lugar terrível. " essa luta não conferira significado :vida dele. )alvez o houvesse impedido de se tornar algu*m como Asharti, mas nem disso tinha certeza.

oncentre!se no dia de ho*e, disse a si mesmo. /o momento, contava apenas com duas camisas.1recisava encontrar outras roupas, se pretendia ficar por algum tempo. /ão podia colocar so#re os om#rosde ane mais essa tarefa, a de lavar suas camisas todas as noites. "la j2 vivia ocupada demais com a casa,os animais, e todo o tra#alho na fazenda.

"nuanto se #ar#eava com a navalha, lem#rou'se de como ela havia zom#ado de sua recusa

durante o jantar, uando estranhara o vinho : mesa. ;omo ela conseguia rir e #rincar, infectada comoestava6

$ar#eou'se com mãos tr7mulas, mas sa#ia ue os cortes logo cicatrizariam. /ão ueria ver os pr5prios olhos no espelho. /ão os fitava mais, e não pensaria nisso. 1ensaria apenas no sangue ue estava por vir.

>uando saiu do peueno uarto de #anho, a jovem, ajoelhada diante da lareira, o fitou espantada por um instante, depois corou. O ru#or aueceu seu sangue, mas não tingiu seu rosto. "la tremia tantouanto ele. )alvez tam#*m precisasse de sangue.

0o lado de fora, o sol mergulhava no horizonte.

 — uito #em, vamos cuidar da sua necessidade — ela decidiu.Os dois saíram para a luz p2lida do entardecer, e ele a seguiu at* um círculo de pedras onde havia

uma manivela. "le segurou'a com firmeza e sentiu o peso na outra e%tremidade da corda. >uando o #aldesurgiu na entrada do po(o, ela retirou um frasco vermelho fechado por uma rolha. <avia muitos outroscomo auele, mas ela se contentou com o ue j2 levava para a casa.

 — 0ei%e o #alde descer lentamente — disse. — /ão podemos ue#rar nenhuma dessas garrafas.

;oncluída a tarefa de #ai%ar o precioso tesouro at* o fundo do po(o, ;allan a seguiu correndo.

 — 1reciso disso — ele suplicou aflito.

 — /ão * #om ceder : natureza #estial da sua afli(ão, senhor. )enha paci7ncia. +5 mais uminstante.

"la não conhecia a fome ue o dominava6 /ão sa#ia como ardia em suas veias6 as ele não podiasimplesmente agarrar a. garrafa. "la se mostrava generosa por compartilhar o sangue, e  0eus sa#ia comoteria sido difícil so#reviver se tivesse de percorrer a região em #usca de animais.

 /a cozinha, ela apontou para uma cadeira e foi #uscar uma #andeja de prata, duas delicadas%ícaras de porcelana e um #ule de ch2, no ual colocou o sangue. O aroma intenso da su#stância vermelhainvadiu a cozinha. ;allan uase gemeu de desespero e fome. O ;ompanheiro ganhava vida em suas veias,e%igindo retri#ui(ão pela energia emprestada na noite anterior.

"la pCs a #andeja so#re a mesa e se sentou. ;alma, serviu o sangue em uma das %ícaras, ue

colocou diante de ;allan. ;om enorme controle, ele ainda conseguiu esperar ue ela se servisse e levassea %ícara aos l2#ios, e s5 então tocou a delicada porcelana. )emia destruí'la com seu desespero. "la diziaalguma coisa so#re o jogo de ch2 ter pertencido : mãe.

&evou a %ícara aos l2#ios com mãos tr7mulas. 0elicioso líuido viscoso8 "le descia por sua"

"

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garganta com grande suavidade. O po(o o mantivera fresco, o ue o tornava mais espesso ue o normal. /unca provara sangue tão #om antes. !echando os olhos, esvaziou a %ícara.

O ;ompanheiro estremeceu em 7%tase. A dolorosa afli(ão perdia for(a. +entia a vida dentro delese regozijar. >uando a#riu os olhos, ela limpava a #oca com um guardanapo, em#ora não houvesse #e#idotodo o conteúdo da %ícara, como ele. Apenas sorvera alguns poucos goles.

 — ais6 — ela ofereceu.

;allan moveu a ca#e(a em sentido afirmativo. "la serviu mais sangue em sua %ícara. 0essa vez,ele conseguiu sorver um gole e devolver a delicada porcelana ao pires.

 — "ntão, * assim ue se alimenta6 Algu*m doa sangue por interm*dio de uma agulha, e asenhorita o #e#e em %ícara de porcelana6

 — = melhor do ue esfauear algu*m e lam#er a ferida. 0evemos preservar a humanidade ue nosresta, senhor.

 — ;oncordo. as... — "le parou para e%aminar o rosto inocente, considerando todas as coisasue ela desconhecia. — +e não tiver uma agulha ou uma faca, como vai se alimentar6

 — Ah, eu... Acho ue... — /ão sa#e, não *6

"la não gostava de admitir sua ignorância, mas mentir não fazia parte de seu repert5rio.

 — /ão, eu não sei. )enho esperan(as de ue possa me dar mais informa(3es so#re essa doen(a.

 — 0oen(a6 = esse o nome ue d2 ao ue aconteceu com voc76 — "ra um r5tulo conveniente. /ingu*m podia ser culpado por agir impelido pelos sintomas de uma enfermidade.

 — " por ue não6 A condi(ão come(a com uma infec(ão do sangue por um parasita, e altera oestado psicol5gico das vítimas. >ualuer m*dico chamaria o uadro de doen(a. /ão h2 nada deso#renatural nisso, garanto. Aparentemente, nosso uadro nos confere ualidades em comum com uma

esp*cie de morcegos da Am*rica do +ul.

O ue poderia dizer6 >ue ela não era vítima de uma doen(a, mas de um monstro ue ha#itava os pesadelos infantis6 orcegos da Am*rica do +ul podiam #e#er sangue, mas não viviam para sempre, nemtinham a capacidade de compelir a mente humana ou se mover pelo espa(o sem serem vistos. /ão eramdez vezes mais fortes ue outros de sua esp*cie. " sua condi(ão não era provocada por um parasita nacorrente sanguínea ue interferia no funcionamento da alma. +eria inútil tortur2'la com esses fatos.

 — uito #em. = uma doen(a. — "le #e#eu sua segunda %ícara de sangue. — /ão vai terminarcom isso6

 — "u... #e#i um pouco antes de ontem. — ane empurrou a %ícara na dire(ão dele, ue a pegou

depois de uma #reve hesita(ão. "ra inútil negar suas necessidades. O ;ompanheiro o tornava mais uehumano e, ao mesmo tempo, menos ue isso. Hícaras de porcelana não mudariam a realidade.

"la colocou as %ícaras vazias na #andeja e as levou para a pia. ;om uma ponta do avental,en%ugou o canto de um olho antes de erguer os om#ros e se virar para encar2'lo.

 — "ntão, vai me falar so#re essa... doen(a6 O ue devo fazer se não tiver uma agulha ou umafaca6

"le respirou fundo, mas não encontrou a for(a necess2ria.

1or mais ue ela uisesse sa#er, não seria ele o portador das notícias ue causariam repulsa earruinariam sua inoc7ncia.

 — /ão, não vou dizer nada, srta. $lundell. /ão precisa sa#er. $e#e seu sangue em %ícaras de porcelana, e seu pai logo encontrar2 a cura para sua enfermidade, e então tudo estar2 terminado. — "le selevantou para encerrar o momento difícil. — 9ou cuidar dos animais e dos galp3es enuanto estiver poraui. — ", antes ue ela pudesse protestar, saiu pela porta dos fundos.

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;riatura arrogante8 0epois de desapont2'la com sua recusa, ele havia saído e a dei%ara sozinhacom o avental molhado de l2grimas. @+grimas6 "ra humilhante. " tudo porue estava sempre no limite daresist7ncia, pertur#ada com a rea(ão causada pela presen(a dele em sua casa.

<avia pedido uma simples informa(ão, e ele a negara. 1or u76 $em, porue a informa(ão deviaser terrível.

Bespirou fundo, decidindo não pensar nisso. /ão devia ser nada tão assom#roso. "le s5 ueriacontrol2'la, e para isso precisava mant7'la ignorante. " ele devia estar certo? logo seu pai encontraria acura.

as, com ou sem cura, precisava de informa(3es so#re a doen(a do vampirismo porue era umacientista. +e sou#esse algo, poderia ajudar outros portadores a encontrar alívio para os sintomas, mesmoue nem todos desejassem a cura.

)eria de encontrar uma maneira de fazer o sr. EilFenn lhe contar. At* l2, se dedicaria a estudarum fenCmeno ue havia o#servado em si mesma. +uas necessidades se%uais se haviam alterado desde ainfec(ão. $astava olhar para a deplor2vel rea(ão ue tinha : simples presen(a do sr. EilFenn. "suspeitava de ue ele tam#*m tinha a se%ualidade intensificada. <avia detectado a ere(ão em v2rias

ocasi3es, incluindo o momento em ue ele saíra do #anho.1recisava de uma #ase de compara(ão entre suas necessidades atuais e as rea(3es se%uais

anteriores : infec(ão. 1ara isso, foi #uscar o di2rio na gaveta. <avia registrado o e%perimento com )om$landings.

Bela(3es entre homens e mulheres sempre haviam sido um mist*rio para ela. At* os vinte e uatroanos, não tinha perdido a virgindade, condi(ão ue provavelmente teria se prolongado. /enhum homeminteressado em casamento considerava como futura esposa uma jovem adepta de livros de anatomia e coma firme inten(ão de tornar'se parteira, ou uma mulher com id*ias pr5prias. "la os achava a#orrecidos, esa#ia ue o sentimento era plenamente correspondido. 0ecidira permanecer sozinha.

1or*m, sentia ue estava perdendo algo importante na vida. +ua amiga, !ern +ithington, ue

vivera em países de clima tropical com o pai, acreditava ue as rela(3es físicas entre os se%os proporcionavam uma e%peri7ncia transformadora. ane havia feito uma pesuisa com suas pacientes.Algumas concordavam com !ern. Outras falavam so#re o ato se%ual como algo a ser tolerado. "laacreditava ue solucionar esse mist*rio poderia torn2'la mais apta a ajudar suas pacientes. /ãocompartilharia a e%peri7ncia do casamento e da maternidade, j2 ue ningu*m se casaria com ela. +uspiroue sufocou a dor tão conhecida. /ão havia nada ue pudesse fazer para modificar essa situa(ão. as podiacompartilhar a e%peri7ncia de suas pacientes se vivesse um relacionamento físico. ;omo uma #oa parteira

 poderia ser virgem6

<avia decidido conduzir um e%perimento, apesar do medo das conseu7ncias. ;onhecia amecânica do ato porue tinha seus livros de anatomia, mas se a e%peri7ncia era mesmo transformadora,

 podia perder o controle da situa(ão e de si mesma, e perder o controle era sempre assustador para ela.as uma cientista não podia se dei%ar dominar pelo medo. " tam#*m não havia dei%ado a

virgindade se tornar um o#st2culo no caminho escolhido. 1or isso construíra o e%perimento...

", sim, ali estava o registro...

)s preparativos estão completos. 'evi as anota":es de meu pai sobre a anatomia dos 2rgãosreprodutores e reli a c2pia do Cama utra que tomei emprestado da srta. ithington. ue sorte ela tervivido na Dndia6 Entrevistei Meg arruthers, uma e-periente prostituta, que, por uma pequena quantia,me dei-ou observ+!la em seu o$0cio ver anota":es, p+gina FGH.

1ulou algumas p2ginas, passando diretamente : descri(ão dos candidatos a parceiro. 0evia ter

escolhido )om $landings por alguma razão...=om ?landingsI terceiro $ilho de sir he$$ield ?landings. Est+ na cidade h+ tr(s anos. #resume!se

que tenha agora e-celente e-peri(ncia com as mulheres. Esportista, goza de indiscut0vel boa $orma e per$eita condi"ão $0sica.

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

"ra s5 isso6 " essas eram as ualifica(3es ideais6 0e repente, não tinha mais nenhuma certeza.+im, ele era e%periente e fisicamente impec2vel. 0e ue outra maneira teria sido capaz de um desempenhotão r2pido6 " revelara'se ha#ilidoso em despi'la, o ue comprovava sua e%peri7ncia com as mulheres. "lehavia sido um perfeito cavalheiro, e concordara com sua id*ia de ue, sendo ine%periente, e não tendonenhuma chance de se casar, auela era uma e%celente maneira de o#ter conhecimento para lidar com as

 pacientes.

uando abordado, ele concordou com o esquema. #or&m, como & de posi"ão social superior >minha, requereu uma declara"ão $ormal dos meus prop2sitos e total isen"ão de obriga":es matrimoniais.

 Ele redigiu o documento, que eu assinei.

<avia copulado com ele tr7s vezes, e todas tinham sido iguais, com e%ce(ão do momento em ue,na primeira vez, tivera de suportar a dor da perda da virgindade. As tr7s vezes haviam sidodesconfort2veis. 0escreveria a e%peri7ncia como seca e 2spera, pelo menos at* o momento em ue$landings ejaculava, o ue, felizmente, acontecia depressa. /ão encontrara nada de transformador nisso.1elo contr2rio, era um ato ue reduzia os dois parceiros : condi(ão menos transcendente. /o geral, haviasido muito... decepcionante. " depois não sentira nada al*m da necessidade de tomar um #anho. " agoraue refletia melhor, estava se perguntando se havia sido mesmo uma decep(ão, ou apenas um grande

alívio. amais desejara se tornar algu*m diferente ou perder sua natureza sensata.A uestão era? poderia considerar sua e%peri7ncia com $landings um parâmetro de sua resposta

se%ual antes da infec(ão6 A única maneira de sa#er seria repetir a e%peri7ncia com ele, o ue duvidava ser possível. 1egou tinta e pena e se sentou : mesa. ergulhando a pena na tinta, ela parou por um instante, pensando em como poderia redigir o registro.

3J de abril de 1833

/ou come"ar $ornecendo uma descri"ão precisa dos meus sintomas. 4esde a in$ec"ão, aumentoumeu interesse por homens em idade se-ualmente ativa. enti necessidade de tocar o bra"o do condutor da

carruagem que contratamos para vir de Edimburgo. =amb&m tive v+rios sonhos vagos com homens queconhe"o. Mas essas não são evid(ncias conclusivas de mudan"a.

 #or&m, ontem e-perimentei algo que muito se apro-imou de meu e-perimento com ?landings,mais especi$icamente quanto > minha rea"ão ao est0mulo de ver um homem nu e se-ualmente e-citado.

 Essa resposta $oi marcadamente distinta da rea"ão que tive anteriormente. Minha rea"ão ao sr. CilKennLdeve ser descrita como algo muito mais... omo devo colocar% .

Mais molhada. im, & isso. Minha resposta $oi muito mais molhada do que na e-peri(ncia com ?landings. Em v+rias ocasi:es, tenho me sentido mida entre as pernas, com um l0quido viscoso que sedesprende da +rea do tero. 4e $ato, posso senti!lo agora mesmo6H intomas secund+rios incluem atend(ncia para corar, enri*ecimento dos mamilos e uma sensa"ão nos 2rgãos genitais que pode se

apro-imar de dor. Mas esses sintomas podem ser resultantes da di$eren"a $0sica entre os dois% ?landings tem

ombros mais estreitos, peito plano, msculos praticamente atro$iados. ;+ poucos pelos em seu corpo,e-ceto pelos genitais. ) sr. CilKennL & mais velho, tem cerca de trinta e cinco anos, e as di$eren"as nocorpo dele podem ser atribu0das, com toda certeza, ao $ato de ser um esp&cime totalmente maduro. Ele

 parece muito mais... bem, encorpado. A musculatura do peito & pronunciada, como a dos ombros, dosbra"os, das co-as, e at& mesmo das n+degas. Ele tem estrutura mais larga nos ombros e no peito, mas oquadril & tão estreito quanto o de ?landings. ) sr. CilKennL t(m pelos no peito e no abdmen, nos bra"ose nas pernas. Era de se esperar que isso o tornasse rude e repugnante, mas não & o que acontece. ) sr.

 CilKennL tamb&m & dotado de 2rgão se-ual e test0culos de grande porte, este*a ele e-citado ou emrepouso.

ua e-pressão tamb&m pode ter importante papel na atra"ão que sinto por ele. $echada, como se grande dor ou tristeza o impedisse de se abrir para o mundo. Mas *+ vi um lampe*o de humor em seusolhos. Ele deve ter rido com $acilidade em algum tempo passado. onsidero!o cora*oso, e sua coragem

"#

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me atrai.

 ;+, no entanto, uma vari+vel adicional. ) sr. CilKennL & um vampiro, como eu. #oderia essa,condi"ão por si s2 e-ercer algum e$eito sobre mim% ;+ algo nele que parece vibrar com vida. eria essaenergia a $onte da in$lu(ncia se-ual que ele parece ter sobre mim% Ela se conecta > $or"a de vida que

 sinto em minhas veias, ou sua energia a$eta todas as mulheres da mesma $orma% E quanto ao seu cheironico% #ode estar relacionado ao alm0scar emanado por diversas esp&cies quando dese*am acasalar%

 Essas são quest:es que não posso responder. #ortanto, sinto que a compara"ão entre minharesposta se-ual antes e depois da in$ec"ão est+ destinada ao $racasso por ter uma amostra muito pequenade parceiros, e pelo grande nmero de vari+veis envolvidas. omo não posso chegar a uma conclusão

 satis$at2ria nesse momento, devo prosseguir com as observa":es necess+rias, mesmo sabendo que oes$or"o cont0nuo para avaliar minha resposta ser+ $onte de e-tremo estresse.

ane suspirou. A única pessoa ue podia sa#er com certeza o ue acontecia com ela era o pr5priosujeito citado em suas o#serva(3es, e ele jamais ouviria de seus l2#ios uma pergunta so#re o assunto.1or*m, pisava em terreno perigoso. +e não conseguisse se controlar... >uem poderia prever asconseu7ncias6

Bespirou fundo. "ra melhor se dedicar ao tra#alho. &ogo seu pai entraria uerendo sa#er so#re o jantar. )alvez o sr. EilFenn tivesse alguma razão, afinal. /ão ueria sa#er mais so#re essa assustadoracondi(ão com a ual precisava aprender a viver, pelo menos at* seu pai encontrar a cura. " ue fosse em

 #reve8

;allan #ateu o último prego na moldura ue construía para pendurar o euipamento do dr.$lundell. "stava uase amanhecendo. $lundell progredira muito na reconstru(ão do la#orat5rio durante odia, mas não se dera o tra#alho de remover o entulho dei%ado pelo com#ate da noite anterior. ;allancuidara dos animais, limpara o galpão e enterrara os cacos de vidro e restos de material em uma cova aolado da sepultura do vampiro.

!inalmente, uando o sol estava uase surgindo, ele correu para casa e encontrou a cozinha vazia.Aliviado, fechou a porta e notou ue ane havia dei%ado #acon, ovos frescos, cerveja, pão e presuntoso#re a mesa. ;ortinas pesadas impediam a entrada da luz. !aminto, preparou os ovos com #acon e sesentou para comer.

"stava come(ando a refei(ão uando notou um livro de capa de couro do outro lado da mesa. "rauma versão menor dauele ue o dr. $lundell usava para fazer suas anota(3es. 0evia ser dela. -m di2rio,

 provavelmente. " ningu*m tinha o direito de ler um di2rio ue pertencia a outra pessoa. as o caderno dodr. $lundell continha apenas anota(3es científicas. )alvez não fosse um di2rio, então.

Antes de pensar duas vezes, j2 estava com o caderno a#erto so#re a mesa, lendo os registros. "laera parteira. " o pai não sa#ia ue ela atuava nas 2reas mais po#res de &ondres.  Cama utra. O u76 1or

ue uma jovem inocente lia um livro indiano so#re rela(3es se%uais6 "la nunca se casaria... ueria seroutra mulher... o#servara prostitutas servindo seus clientes... escolhera um homem...

>ue desgra(ado8 "le concordara com sua incapacidade para encontrar um marido6 " a o#rigara aassinar um documento a#rindo mão de todas as reivindica(3es ue pudesse fazer6 " nem lhe dera prazer8ane entregara sua virgindade, e não rece#era em troca nem seuer a recompensa da gratifica(ão se%ual. "talvez jamais a conhecesse, dedicada como era ao ofício de parteira e a ajudar o pai na #usca da cura parasua condi(ão. "la uisera sa#er se o amor era capaz de transformar. " o ue tinha conseguido6 )om$landings a usara. " ela havia pensado ue auilo fosse fazer amor. "la nunca acreditaria no amor ap5suma e%peri7ncia tão desastrosa. " o ue devia pensar da urg7ncia se%ual ue certamente acompanhava suatransforma(ão6

as o ue estava pensando6 "le não acreditava em amor. "m prazer. !ora usado como nenhumoutro. )alvez o amor e%istisse, mas não era para ele. O a#uso ue sofrer2 nas mãos de Asharti eliminavatoda e ualuer possi#ilidade de sentimentos ternos. " havia respondido : lu%úria de Asharti. /ão podiamais fingir ue desconhecia como eram primitivas as inclina(3es se%uais de um homem.

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!olheou o caderno. A escrita se tornava tr7mula. Ah, ela havia sido infectada. /otas esparsas...Belatos so#re a doen(a... /enhum registro por uase duas semanas. anchas... &2grimas6

 #apai me disse ontem > noite que a in$ec"ão parece ser de$initiva. =enho agora um parasita emmeu corpo, e a nica maneira de mant(!lo sob controle & beber sangue humano. ) sangue do sr. 'u$$ord,o doador in$ectado que me contaminou, & o mesmo que tem me mantido viva. Minha saliva tem

 propriedades comuns >s dos morcegos da Am&rica do ul. =ornei!me uma vampira. Nunca mais serei a

mesma.1o#re jovem8 +a#ia o ue era fazer essa terrível constata(ão. A diferen(a era ue ela não pudera

contar com ningu*m para ajud2'la a entender o ue significava a transforma(ão. "le, pelo menos, tivera asociedade de vampiros transformados por Asharti, li#ertados pela morte dela e em fuga pelo deserto donorte da Ifrica, : deriva sem a forte personalidade ue at* então os guiara. ane $lundell não tinha nada.

 /ingu*m. "le virou mais p2ginas.

 4evo me es$or"ar para pensar nisso como uma doen"a. Não posso dei-ar de crer que souamaldi"oada por t(!la contra0do. Mas não penso que ela me trans$orme em um pesadelo vivo, a  menosque eu permita. )s leprosos não são punidos por sua condi"ão e banidos do conv0vio humano% A doen"aque portam & uma prova"ão, por certo, mas não creio que devam ser *ulgados por isso. Nem & minha

doen"a, razão para meu *ulgamento. Encontrarei um *eito de seguir em $rente. Encontrarei um meio detrans$ormar meu destino em uma $or"a do bem.

"la era corajosa. ais do ue ele, talvez. " por essa razão, esperava ue fosse poupada doshorrores inerentes :uela condi(ão.

Ouvindo passos.na escada, fechou o di2rio.

"ra $lundell.

 — "ntão, rapaz, vamos aos testes6 Acha ue consegue chegar ao la#orat5rio com o dia claro6

 — +im, eu vou me enrolar em um co#ertor. — +eria doloroso, mas estava disposto a tudo. orte

ou reden(ão. "sses eram os caminhos diante dele. — +ente'se — $lundell orientou'o, apontando para um #anco. — 9ou auecer a mistura — ele

e%plicou, colocando um frasco com um líuido verde so#re a chama de um de seus euipamentos.

 — O ue h2 nela6

 — 1refiro não revelar. 1ode ser prejudicial : sua rea(ão.

O líuido #or#ulhava.

 — "%celente — o m*dico anunciou, despejando a mistura em uma caneca de cerâmica. — Agora,estenda o co#ertor no chão. /ão uero ue esteja perto dos vidros, caso comece a se de#ater.

0e#ater6 ;allan conteve o nervosismo enuanto seguia as instru(3es.

 — = melhor se despir antes de deitar, caso aconte(a alguma coisa... $em, a natureza *imprevisível. /ão vai uerer sujar suas roupas.

;allan despiu'se. $lundell a#riu seu caderno de anota(3es, mergulhou a pena na tinta e entregou acaneca a ;allan, ue se deitou, apoiando'se so#re um cotovelo e respirando fundo antes de sorver olíuido verde e uente.

A sensa(ão de ardor se espalhou da garganta para o peito e invadiu o estCmago. "le soltou acaneca, ue se espatifou no chão. O primeiro espasmo o fez apertar o ventre com as duas mãos.

 — O ue est2 sentindo6 — $lundell perguntou.

 — Algo... se retorcendo... minhas entranhas... >ueimando8 — "stava suando muito. — = a estriuinina. — $lundell escrevia furiosamente.

 — "striuinina6 1erdeu a razão6 — "ra difícil respirar.

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 — O veneno pode ser forte o #astante para matar a criatura. "u o destilei de veneno para ratos.

;allan se retorcia e gemia.

 — 9oc7 me matou.

 — "%iste esse risco, mas acrescentei outros ingredientes para mitigar o efeito.

"ra impossível responder. ;allan se retorcia tomado por forte dor. /ão ousava invocar o;ompanheiro. /ão ueria ue, ao salv2'lo, ele tam#*m se salvasse. as sentia a entidade pulsar dentrodele. 0e repente, tudo se tingiu de vermelho.

A dor se tornou suport2vel. "le caiu, uase inconsciente, e o filme vermelho desapareceu de seusolhos. $lundell estava de#ru(ado so#re ele, dizendo alguma coisa. O rosto do m*dico era ne#uloso. "leergueu suas p2lpe#ras e e%aminou seus olhos. "stava fazendo uma pergunta. /ão tinha importância. A doria perdendo intensidade. Ou era ele uem se retirava do mundo6 )udo ia perdendo o foco, e agora podiaver apenas um peueno ponto de luz na escuridão. " depois, s5 a escuridão.

Algu*m estava fazendo #arulho. "ra um tilintar. O eco fazia sua ca#e(a latejar. "le a#riu os olhoscom dificuldade.

 — 9oc7 est2 #em6A voz estrondosa o fez fechar os olhos novamente.

"ra $lundell. ;allan estava deitado no chão, so#re um co#ertor, e outro havia sido jogado em cimade seu corpo. !rascos e tu#os de vidro refletiam a luz dolorosamente.

 — "stou curado6 — ele murmurou com dificuldade.

 — Beceio ue não. — A voz soou mais normal.

 — ;omo sa#e6 — Apoiou'se so#re um cotovelo. O m*dico podia estar enganado. Ainda estavavivo, e toda auela dor devia ter matado seu ;ompanheiro.

 — "vid7ncia empírica. — $lundell pegou uma faca e cortou o pulso esuerdo de ;allan. O corteselou'se lentamente. — /ão desanime. "ssa foi s5 a primeira tentativa. /ão pensei realmente ue fossefuncionar, mas a rea(ão do seu corpo foi muito útil. O veneno seguiu seu curso normal. 0epois, o parasitaativou seu poder ao m2%imo e neutralizou o veneno. Ainda sente alguma dor6

 — +im, mas não como no início.

 — O intestino ainda est2 danificado. 9ai levar algum tempo at* o parasita regenerar o tecidolacerado. ;omo se sente agora6

 — ;ansado.

 — /ão se preocupe. )enho algumas id*ias. 9amos continuar com os testes at* encontrarmos a

f5rmula certa.;allan não se sentia animado com a perspectiva.

 — 0escanse — $lundell o instruiu. — >uero lev2'lo de volta para casa antes de ane acordar.

ane despertou no meio da tarde com o som de vozes na cozinha. +eu pai e o sr. EilFennconversavam?

 — 1reciso colher algumas ervas hoje : noite. +ente'se disposto para isso6 — $lundell estava perguntando.

 — +im, mas não sei muito so#re plantas.ane se levantou e vestiu'se depressa.

 — inha filha sa#e muito so#re o assunto — disse $lundell. — 1or*m, não uero v7'la andando por aí sozinha com auelas criaturas soltas. 9ai ter de ir com ela.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — O motivo da minha estadia * proteger o la#orat5rio e o senhor.

 — ane * a única razão pela ual continuo procurando a cura. +e acontecer alguma coisa com ela,não terei por ue prosseguir.

 — Ah, est2 #em — ;allan concordou, cansado. — "u vou com ela. as vou dei%ar um apito.1oder2 us2'lo para me chamar, se precisar de ajuda.

 — 0uvido ue possa voltar a tempo de fazer alguma coisa, sr. EilFenn —ane manifestou'se da porta da cozinha. Os dois homens estavam sentados : mesa. EilFenn parecia esgotado. <avia um frascode sangue so#re a #ancada, sinal de ue seu pai julgara necess2rio nutrir o h5spede.

 — ;hegarei a tempo, desde ue não nos afastemos mais do ue sete ou oito uilCmetros.

 — 1osso ir sozinha, papai. "stou acostumada. " me disponho a ualuer sacrifício pela cura, porue sei ue iremos em#ora desse lugar horrível assim ue a encontrar. O ue devo colher6

 — /ão vou dizer, ane, a menos ue prometa ue não vai sair do p2tio sem EilFenn. /ão possome distrair pensando na sua seguran(a.

ane suspirou. +a#ia ue andar pelas montanhas com auele homem seria mais difícil e mais

 perigoso do ue ir sozinha, mas tam#*m sa#ia ue protestos seriam inúteis. — "st2 #em, papai.

 — "%celente. 1reciso de Amanita virosa e Amanitaphalloids.

ane arregalou os olhos. +eu pai ueria os cogumelos mais venenosos ue se podia encontrar nas@lhas $ritânicas6 !or(ou um sorriso. /ão devia dei%ar EilFenn perce#er sua inuieta(ão. 1or ue faz7'lotemer a cura ue ele tanto ueria6

 — 9ou tentar encontrar o ue me pede. "ssas ervas #rotam em solo úmido, mas 2cido, e crescemem folhas so# as 2rvores. )alvez perto do rio ou... nas cataratas de 0ivach6

 — "u tentaria a 2rea da cachoeira. A umidade no ar proporciona um am#iente favor2vel para

 Amanitas. " pode procurar tam#*m Atropa belladonna%

ais veneno6 >ue tipo de f5rmula seu pai pretendia produzir, afinal6

"la assentiu.

 — &ogo depois do jantar, então — disse por fim.

 — 9ou para o meu uarto, uerida. !oi um dia difícil. — $lundell se levantou com um suspiro.

 — &evarei a comida uando estiver pronta.

Assim ue o m*dico se retirou, ;allan perguntou?

 — ;omo uma mulher como a senhorita aprendeu a cuidar da casa6 — Ah, agora est2 fazendo perguntas6 O senhor, ue não d2 respostas, agora espera ue eu as

forne(a6

"le desviou o olhar. 1arecia em#ara(ado ou envergonhado. " devia estar. "la j2 havia contadocomo fora transformada, mas ele... /ão. " as cicatrizes em seu corpo6 Outro mist*rio. 1odia sentir osofrimento, a dúvida... 0e repente, perce#ia ue ueria sa#er so#re os sentimentos e a e%peri7ncia deEilFenn tanto uanto so#re o vampirismo.

 /a verdade, estava a#ordando a uestão de maneira errada. "m vez de fazer dele um antagonista,devia atraí'lo para fora da concha dei%2'lo conhec7'la tam#*m. "ntão, ele se sentiria confort2vel paradizer tudo ue ela ueria sa#er.

 — 0esculpe, acho ue fui indelicada. Aprendi a cuidar da casa nos livros. = possível aprenderuase tudo nos livros.

"la terminou de descascar as #atatas e as colocou'as em uma panela. "m meia hora estariam

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 prontas. @sso significava meia hora com EilFenn sem nada para distraí'la...

 — )em um apito para cachorro6 — ele perguntou.

 — /ão sei. /ão h2 nenhum cachorro por aui agora.

 — Ah...

 — Oh, ueria dar o apito para meu pai8 " vai... vai conseguir ouvi'lo, caso ele tenha ue pedirajuda6

 — Acredito ue sim.

 — $em, ainda usamos a mo#ília original. As gavetas cont7m todo tipo de coisa, e uma fazendacomo essa deve ter tido muitos cães, não *6

 — @mporta'se se eu der uma olhada por aí6

 — = claro ue não.

"le se levantou. ;omo poderia fazer mais perguntas, se ele j2 estava saindo6

;allan estava vasculhando o segundo aposento, o lugar onde os uadros pintados pela srta.

$lundell adornavam as paredes, uando, ao a#rir um dos arm2rios, encontrou um velho apito para cães preso a um cordão. -m peueno milagre, realmente. 9irando'se, ele o e%i#iu orgulhoso.

 — 1arece ue tem a sorte dos irlandeses, sr. EilFenn — ela disse em tom #em'humorado. — O jantar est2 pronto — anunciou, como se uisesse justificar sua presen(a e, em seguida, retirou'se.

;allan olhou mais uma vez para os #elos uadros. "stava tão impressionado com o talento da srta.$lundell, ue nem se incomodou por ela ter feito uma piada com o fato de ser irland7s.

ane estava recolhendo os pratos uando ouviu o som de rodas e cascos de cavalos #atendo contraa terra. Olhou para ;allan. /ão era ningu*m do vilarejo, pois ningu*m ali possuía uma carro(a. 0evia ser

um forasteiro.;allan se levantou tenso.

 — ane, uem pode estar chegando tão tarde6 — $lundell gritou do corredor do andar superior.

"la não respondeu de imediato. 1odia pensar em um tipo muito específico de visitante ue s5chegaria : noite. ;allan j2 se dirigia : entrada da casa. "le estava a#rindo a porta uando $lundell desceua escada.

O cheiro de canela invadiu a sala. 9ampiros8 ane olhou em volta. /ão havia nenhuma arma por perto.

0e onde estava, viu uma estranha figura saltar de uma carruagem muito elegante e distinta. 1areciaser um monge. 9estia h2#ito de rústico tecido marrom amarrado : cintura por uma corda, e o capuz jogado para tr2s revelava o rosto de um homem em seu apogeu. )inha nariz proeminente e l2#ios finos,ca#elos negros e curtos, mas não ao estilo mon2stico, e olhos castanhos muito escuros.

Outra criatura surpreendente desceu da carruagem. +eu traje de viagem lil2s era #ordado, e eraevidente ue havia sido feito por uma modista de primeira grandeza. Os cal(ados deviam ser caríssimos."la usava um chap*u adornado por uatro plumas de avestruz tingidas de lil2s uma incontest2vele%travagância. ane sentiu uma ponta de inveja. " como se não #astasse, a mulher era a criatura mais lindaue ela j2 vira. Olhos e ca#elos negros real(ados por uma pele muito #ranca conferiam distin(ão aoconjunto de tra(os harmoniosos, e ela parecia e%5tica e fr2gil. as a fragilidade não era real. +eu aromade canela so#repujava a versão mais m2scula do monge, e ela vi#rava com sua energia vital.

Atr2s dela havia uma mulher de apar7ncia jovem, vestida com simplicidade. 0evia ser uma criada,a julgar pelo olhar #ai%o e pela atitude humilde.

 — "lta Jaroff — disse a #ela mulher ao se apro%imar da porta com a mão estendida. +eu sotaue

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

era... austríaco6 <úngaro6 ;allan não fez men(ão de retri#uir o cumprimento e, por isso, ela #ai%ou amão. — 9oc7s dois são vampiros...

 — "ntão, somos cinco — ele respondeu em tom seco. — O ue desejam6

 — >uem *, ane6 — perguntou $lundell ao se apro%imar da porta.

)odos o ignoraram. A tensão no ar era palp2vel.

 — Ainda não respondeu — ;allan insistiu, amea(ador.

 — 9iemos pela cura, * claro — disse "lta.

 — -m de seus companheiros esteve aui a noite passada. "u o enterrei atr2s do est2#ulo.

 — @maginei ue Ehalen#erg mandaria algu*m. "le uer a cura destruída, mas n5s não temos esse prop5sito. /ão vai nos convidar a entrar6

 — = claro ue sim — ane manifestou'se. /ão tinham escolha, realmente. — +ou ane $lundell. "este * meu pai, dr. ames $lundell. " ;allan EilFenn, nosso... h5spede.

 — ;omo vão6 — O olhar de "lta passou para o m*dico e logo depois retornou a ;allan. — "ssa

* minha criada, ;lara. " ele * o irmão !l2vio.ane cumprimentou os dois. ;allan apenas se afastou para dei%2'los entrar. !oram at* a sala de

estar.

 — = surpreendente ue algu*m de sua idade e for(a tenha conseguido superar um dos seguidoresde Ehalen#erg. Ou... talvez não seja surpreendente. +e * uem estou pensando...

 — " ual * seu interesse na cura6 — ;allan perguntou.

 — >uero dar esperan(a :s almas perdidas. Os rec*m'transformados custam a acreditar nisso, mase%istem entre n5s aueles ue desistiriam da vida eterna.

 — /5s, os transformados, não achamos ue a vida eterna * uma #7n(ão.

 — "ntão, sr. EilFenn, tam#*m uer a cura. "la j2 foi encontrada6

 — Ainda não — disse o m*dico. — as sei ue estou perto disso.

 — "ntão, nossa missão * clara? proteger o dr. $lundell e a f5rmula, uando for encontrada — disse!l2vio. — Ehalen#erg e seus seguidores não desistem. "les não podem permitir ue nossa condi(ão sejaalterada.

 — A cura mudaria tudo, não *6 — perguntou ;allan.

 — +er2 ue * mesmo confi2vel, sr. EilFenn6 !l2vio, acha ue devemos dei%2'lo perto da cura6

 — +enhorita, ele * indispens2vel para os meus e%perimentos. /ão posso prescindir dele nesse

momento — disse o m*dico.ane se virou, surpresa. +a#ia ue o ue o pai dizia não era verdade, mas admirava seu empenho

 para defender EilFenn.

 — "le poderia ser su#stituído — sugeriu "lta em tom doce.

 — EilFenn est2 participando da pesuisa. "%perimentei minha nova f5rmula nele hoje. 1retendotestar as mudan(as todos os dias. )udo isso causa muita dor, e tam#*m h2 o risco de morte. "u não

 poderia usar ane. A menos ue um de voc7s esteja interessado nessa posi(ão...

ane olhou para EilFenn com ar chocado.

 — 9oc7 se dei%ou envenenar6 — +eu pai sa#ia ue ela ueria cola#orar, e eles tinham omitidoauilo dela. +entiu'se traída.

 — $em, eu não posso ficar sem ;lara, e sua filha * preciosa para o senhor. "ntão, EilFenn temseu papel. 9amos cuidar para ue ele não se esuive. — +orriu, a e%pressão revelando crueldade. —

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

+uponho ue o senhor tra#alha durante o dia, não6 /ão ueremos interromper seu descanso. ane podenos levar aos nossos aposentos.

 — /ão vão ficar aui — ;allan anunciou.

 — 0e ue outra maneira podemos proteger o esfor(o6 — indagou !l2vio. — Ehalen#erg não vaidesistir. 0a pr5%ima vez, virão muitos mais.

 — /ão pode nos acomodar, srta. $lundell6 — "lta insistiu, sorrindo. — +im, temos uartos. as não temos criados.

 — ;lara vai me ajudar no ue for necess2rio.

 — ;om rela(ão ao... sangue... Os moradores do vilarejo fazem doa(3es para as pesuisas de meu pai. 1odemos dividir, mas pe(o ue não atauem os ha#itantes locais.

 — ;omo uiser. /ão temos necessidade imediata. !l2vio, minha #agagem6

;allan parecia disposto a protestar, mas pensou melhor e girou so#re os calcanhares. +eus passosecoaram na cozinha. ane ouviu a porta dos fundos se a#rir e fechar com viol7ncia. !l2vio saiu pela portada frente.

;allan entrou no est2#ulo e tentou se acalmar. Aueles tr7s eram provenientes do onast*rioirso, com certeza. +a#ia so#re !l2vio por interm*dio de +tephan +incai, ue fora enviado por irso paramat2'lo. ", se vinham de irso, eram inatos, e não transformados. " sa#iam uem ele era. >ue vampiroinato não sa#ia so#re ;allan EilFenn e seu lend2rio e%*rcito de vampiros6 Aos olhos deles, era umtraidor ue levava adiante o esuema de Asharti. "les não matariam a srta. $lundell. @sso a#orreceria om*dico, e não podiam correr esse risco. /ão antes de o#terem a cura.

1rovavelmente, os invasores acreditavam ue o dr. $lundell o e%pulsaria da fazenda se sou#esseda profundidade de sua deprava(ão. as não o delatariam, porue precisavam dele tam#*m. +em suaajuda, o m*dico não desenvolveria suas e%peri7ncias. >uaisuer ue fossem os motivos, o resultado era

 #om.

 /ão ueria ue os $lundell sou#essem so#re seu passado. "les não o privariam da cura, uma vezue seria o primeiro a test2'la, mas poderiam impedi'lo de ter acesso : f5rmula e repass2'la aos outros, eentão teria de tom2'la pela for(a. A srta. $lundell se sentiria traída...

Agora ue havia vampiros inatos por perto, ele não a dei%aria sozinha e vulner2vel, mesmosa#endo ue ficar pr5%imo a ela seria uma tortura.

Os passos do lado de fora do est2#ulo não eram dela. "ram pesados demais, e o cheiro de canela eâm#ar'gris não condizia com o dela. >uando olhou para tr2s, viu !l2vio, ue trazia a carruagem com osdois cavalos.

Apontou duas #aias vazias, e os dois tra#alharam em sil7ncio, o monge removendo arreios eacomodando os cavalos, e ;allan preparando !austo e a *gua ue seria montada pela srta. $lundell.

 — "le est2 morto6

A voz de !l2vio era rouca. "le se referia a +tephan +incai, certamente.

 — /ão sei.

 — 0iga verdade8 9oc7 o matou6

 — /ão.

 — +eu e%*rcito o matou, então6

 — "%*rcito6 =ramos doze, apenas8 " ele era um ;a(ador. atou todos os outros, menos eu. — /ão havia um e%*rcito6 "u pensei...

 — 1ensou o ue os Anci3es ueriam ue pensasse.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — "ntão, por ue ele não retornou6 O refúgio de irso era seu maior desejo.

 — 1or ue acha ue vou falar6 1ara poder ca(2'lo6 — !l2vio havia criado +incai, mas ainda eraservo dos Anci3es.

 — /ão acredito ue conseguiu vencer. /5s o fizemos mais forte ue ualuer um de n5s, e voc7era um rec*m'transformado8

 — +e uer mesmo sa#er, ele teve pena de mim. — "le o poupou6 Os Anci3es jamais o aceitarão de volta em irso se sou#erem ue ele os traiu.

 — "le sa#ia disso. ", no final, irso não era mais tão importante para ele.

 — 1or ue não6

 — <avia uma mulher. "la me contou so#re... — ;allan parou, lem#rando repentinamente tudo oue ouvira dauela jovem. — !oi voc78 — e%clamou furioso. — 9oc7 permitiu ue eles otransformassem em um ;a(ador8 +a#ia ue o treinamento seria duro, e mesmo assim...

 — "ntão j2 sa#e... — !l2vio #ai%ou a ca#e(a. — "u o traí, sim. 1ensei ue ele fosse nossa únicaesperan(a contra... voc7.

 — +incai nunca culpou voc7, !l2vio. "le se culpava.

 — "le era assim. 1oupou Asharti, e depois se culpou pelo ue ela tinha se tornado. = difícil pensarnele sozinho, vagando, longe de ualuer refúgio...

 — /ão creio ue ele esteja sozinho. 2 disse, havia uma mulher. "le encontrou algo maisimportante ue irso.

 — Amor6 "st2 dizendo ue ele encontrou o amor6

+incai e a mulher se amavam. Am#os pareciam... mudados. +eria possível6 /unca havia pensadonisso, mas agora...

 — +im, ele encontrou o amor.!l2vio rela%ou. -m sorriso #ailou em seus l2#ios antes de ele suspirar.

 — /ão por minha causa. esmo assim, sinto'me aliviado e grato. O#rigado por ter me contado. — O monge se levantou e saiu do est2#ulo.

CAPÍTULO III

A caminho da cachoeira, ane decidiu passar pela casa da sra. 0ulnan, uma mulher po#re ue viviano vilarejo. "la havia perdido o único filho e, sozinha, so#revivia com grande dificuldade. 0epois deapresentar EilFenn como um paciente de seu pai, ela perguntou se a mulher não teria roupas para vender,alegando ue o tratamento demorava mais ue o esperado, e ue o paciente chegara desprevenido parauma longa estadia.

)riste, a mulher mostrou algumas camisas e coletes de lã, e alguns mantos com o tartã vermelho eazul do %adrez de sua família.

 — +e não se incomodar por usar um tartã ue não * 5 seu, sr. EilFenn...

 — +ou irland7s. /ão tenho nenhum tartã.

 — Ah, sim... eu filho tinha um para cada ocasião. — A mulher colocou todas as pe(as so#re a#!

#!

7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

cama e acrescentou um cinturão e um #roche :s roupas. — as não aceito dinheiro por ele.

 — /ão tem id*ia de como sou grato, senhora.

A mulher foi guardar a cai%a com as pe(as ue restaram, e ane aproveitou para sussurrar?

 — 1recisa pagar pelas roupas8 /ão suporto ver essa po#re mulher enfrentando tantas necessidades.)enho em minha #olsa o suficiente para sustent2'la por um m7s.

 — 1oupe sua caridade — ;allan a censurou, notando ue a dona da casa retornava. — "stava pensando, #oa senhora, se não conhece ningu*m ue possa ajudar com o tra#alho em uir !arm. O lugar* grande demais para a srta. $lundell sozinha, e agora eles t7m muitos h5spedes

O ue ele estava fazendo6, espantou'se ane. "le não tinha autoridade para contratar empregados para a casa de seu pai8

A sra. 0ulnan o estudou com aten(ão.

 — A fazenda fica a uma #oa caminhada do vilarejo.

 — O m*dico poderia ceder uma carro(a.

 — $em, nesse caso... "u mesma posso ir tra#alhar em uir !arm.ane uase não conteve um gemido aflito.

 — As pessoas t7m... medo de ir l2. +e preferir não...

 — @gnorância — a mulher a interrompeu com tom firme. /ão havia como voltar atr2s. +orrindo,ane estendeu a mão para a #oa senhora.

 — uito o#rigada. 1ode come(ar amanhã mesmo6

 — ;ertamente. andarei um garoto para pegar a carro(a.

0espediram'se. 0o lado de fora, ane o criticou?

 — /ão acredito ue não pagou pelas roupas8 — >ueria ue eu a envergonhasse e%igindo ue pusesse um pre(o na mem5ria do pr5prio filho6

 /ão.

 — " agora vou empregar uma criada de ue não preciso, a#rir mão de uma carro(a necess2ria, etudo para garantir a so#reviv7ncia dauela mulher sem faz7'la sentir ue est2 aceitando caridade.

 — 1recisa dela.

Os dois partiram para a longa cavalgada no meio da noite.

 — /ão preciso.

as ela sa#ia ue era inútil discutir. Al*m do mais, precisava de sua energia para tentar ignorar aatra(ão ue s5 fazia crescer. K direita, as 2guas do lago /ess se agitaram de repente.

 — O ue foi isso6 — perguntou.

 — /ão sei. — "le tentou controlar o cavalo.

ane olhou para tr2s, mas a superfície do lago estava novamente pl2cida. /uvens vinham do Oeste."las passaram diante da &ua crescente, e a paisagem mergulhou na escuridão. Os cavalos se acalmaramuando dei%aram o lago para tr2s. 0epois de um tempo de viagem, tiveram de desmontar e seguircaminhando, porue a trilha era estreita, e a su#ida, íngreme. ane amarrou iss, a *gua, a um tronco de2rvore e pegou o cesto ue levara para transportar os cogumelos. ;allan amarrou !austo a outro tronco.<avia ali relva fresca para alimentar os animais, e eles ficariam calmos e satisfeitos.

 — Acha ue os escoceses são oprimidos6 — ane perguntou para tentar conversar. A pro%imidadea incomodava, e o sil7ncio aumentava a tensão.

 — Os escoceses são po#res. )odos os povos po#res são oprimidos.#"

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — " as mulheres tam#*m.

 — As mulheres6 Acho ue não.

 — = claro ue sim. As mulheres são vendidas aos maridos uando se casam. )udo o ue t7m passa a pertencer ao marido. "le pode agredi'la fisicamente e violent2'la se%ualmente e pode tomaramantes. "la não tem direitos. +e entrega o corpo a outro homem, * chamada de meretriz. 2 notou uenão e%iste termo tão pejorativo para um homem ue se deita com muitas mulheres6

"les su#iam a encosta lentamente. "le não respondeu, o ue a o#rigou a continuar falando?

 — = comum ue as mulheres tenham apenas o pr5prio corpo como instrumento de su#sist7ncia. /5s o trocamos por casamento, ou, uando não nos casamos, trocamos nosso corpo por dinheiro.

 — As mulheres são como aranhas em uma teia, sempre prontas para agarrar a mosca desavisada.

 — Acredita mesmo nisso6 " os homens são as po#res moscas6 +r. EilFenn, n5s nos enfeitamosem nossa teia porue esse * o único recurso ue possuímos.

 — as a senhorita não perde tempo com essa vaidade.

"la adoraria poder cuidar mais de si mesma. @nvejava "lta por suas roupas lindas, mas ningu*m jamais sa#eria disso.

 — /ão estou procurando um marido — e%plicou em tom seco. — " esse poder conferido pela #eleza, o poder de seduzir... $em, deve admitir ue * peueno demais.

 — Algumas mulheres t7m mais poder do ue * #om para o mundo. Algumas são mais fortes ueos homens, e essas... $em, elas se vingam por todos os crimes praticados contra o g7nero.

 — Ah, refere'se a uma aristocrata com poder so#re os criados, ou a uma rainha e seus súditos6

 — Algo nesse sentido.

 — ;oncordo — ela disse. — as os homens podem ser igualmente destrutivos, inclusive com os

 pr5prios homens. O mundo * assim, infelizmente. — Ks vezes * possível realizar peuenas mudan(as.

 — "st2 dizendo... ue defende os mais fracos6

 — /ão fale como se eu fosse Bo#in <ood. /ão sou ingl7s e não sou um her5i. as uem * forte,rico ou especialmente ha#ilidoso... "ssas pessoas t7m uma o#riga(ão ue acompanha o privil*gio. O

 pro#lema * ue nunca acontece nada de definitivo. 9oc7 limpa um ninho de vespas, e logo outras seinstalam no mesmo lugar.

 — "ntão, o ue se faz6

 — A solu(ão * amedrontar os valent3es. 0ar aos fracos algum poder. ;om as mulheres, o ue

costuma funcionar melhor * dinheiro. "las s5 vendem seus corpos porue não t7m mais nada, comoaca#ou de dizer.

 — = uma #oa t2tica.

 — /ão *. "las voltam ao ofício. ;onheci uma mulher chamada Alice... )alvez ela consiga, afinal.

 — "spero ue sim. +a#e o ue * mais difícil6 /5s, as mulheres, não podemos usar o c*re#ro.

 — Ah, est2 dizendo ue t7m um6 "u nunca imaginei8

"ra a primeira vez ue ele fazia uma piada.

 — /ão devia zom#ar da situa(ão, senhor. = muito duro não poder desenvolver a pr5pria

capacidade. "u uero ser útil, mas nem meu pai me permite ajudar, e%ceto em peuenas coisas. "ntrego osinstrumentos durante um procedimento, limpo o la#orat5rio... as sei ue poderia ser m*dica. 1or*m, asmulheres não podem estudar medicina. 0evo então me contentar com o ofício de parteira e aprenderanatomia o#servando meu pai tra#alhar.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — "u não estava zom#ando. +5 uis dizer ue * tolice pensar ue todos os homens preferemmulheres sem c*re#ro.

 — )ão tolo uanto acreditar ue todas as mulheres são aranhas uerendo prender e devorar oshomens.

"le hesitou.

 — )em razão."ra difícil continuar conversando com o ensurdecedor estrondo da cachoeira. ;ada passo os levava

 para mais perto da 2gua. $em, pelo menos ele não era o tipo de homem ue nunca admitia estar errado.@sso o elevava em sua estima. ane desco#riu ue ueria muito sa#er o ue ele diria a seguir.

ane estava silenciosa no caminho de volta. ;allan fora o#rigado a despir a camisa e atravessar um peueno lago gelado para colher os cogumelos ue cresciam do outro lado e, apesar de reconhecer aimportância de sua atitude e a grandeza de seu gesto, ela s5 conseguia lem#rar o peito nu e musculosoiluminado pela lua. 1recisava de uma distra(ão.

 — +a#e como enrolar a manta escocesa6 — perguntou, notando ue ele usava o tartã para seagasalhar. 0evia estar sentindo muito frio depois do contato com a 2gua gelada. A cal(a estava molhada,assim como a camisa, ue ele havia usado para se en%ugar.

 — 2 vi como * feito.

" devia ter prestado muita aten(ão, porue estava perfeitamente co#erto pela lã %adrez da manta edo Filt ue compunham o tartã.

 — !icou muito #om — ela disse. — O verde com#ina com seus olhos.

;allan não respondeu. +egurando as r*deas, ele pCs !austo em movimento. iss seguiunaturalmente atr2s dele.

0evia ser uase meia'noite. As nuvens se agrupavam e o vento ganhava for(a. ane esperava ueconseguissem chegar em casa sem se ensoparem. /a verdade, ela j2 estava úmida em certas partes docorpo.

>ual era o pro#lema com ela, afinal6 +a#er ue ele estava nu so# o tecido de lã %adrez erasuficiente para incendi2'la8 "stava se tornando uma das pacientes ninfomaníacas de seu pai6 +e ele nãoencontrasse logo a cura para sua condi(ão, aca#aria se perdendo irremediavelmente. )entando não pensarnisso, tomou a dianteira para indicar o caminho. Ainda fariam mais uma parada antes de encerrar a missãodauela noite.

;allan viu as muralhas de um castelo. 1assara por ali na noite em ue chegara procurando poruir !arm As muralhas estavam em ruínas, e uma torre de cinco andares tinha sua #ase enraizada nolago. Outras torres pareciam se sustentar agarrando'se :s rochas ue cercavam a constru(ão.

 — >ue lugar * esse6 — ele perguntou.

 — O ;astelo -ruhart. O vilarejo cresceu em torno dele. 1recisamos das ervas ue crescem juntodas muralhas, na umidade do lago.

 — 1arece ue todos os edifícios estão em ruínas, e%ceto a torre mais alta.

 — = verdade. $em, o castelo * muito antigo. !oi construído no início do s*culo treze.

 — ;omo o castelo de "dim#urgo, e auele ainda est2 em p*.

"les desmontaram e atravessaram a ponte caminhando, temendo ue a madeira apodrecida não

suportasse o peso dos cavalos. — "sse mudou de mãos muitas vezes — ane e%plicou. — 2 pertenceu a ingleses e escoceses, e

aui * possível controlar a passagem de 2gua para as )erras Altas. — Apontou para as moitas enfileiradas

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

contra a muralha. — &2 est2 o ue procuramos.  Atropa belladonna. Altamente venenosa. +5 cresce nolimo. — "stava feliz por ter localizado a erva tão depressa, porue as nuvens eram cada vez mais #ai%as.;al(ou as luvas de jardinagem. — /ão devemos tocar nas folhas.

;ome(ou a chover. ane usava uma faca para remover da terra alguns ar#ustos com suas raízes.-m relâmpago cortou o c*u, e foi seguido por um trovão. ;allan usava outra faca para imit2'la,acelerando o processo. Outro relâmpago iluminou toda a 2rea. "%por'se dauela maneira era perigoso.

 — A torre ainda tem um telhado6 — ele gritou.

 — +im — ela respondeu no mesmo tom.

 — 9amos, então8 — !oi #uscar os cavalos, e logo am#os se dirigiram ao a#rigo.

0e onde estavam, a torre parecia ter apenas dois andares, mas isso ocorria porue os outros tr7sestavam a#ai%o deles, e se estendiam at* onde a pedra se erguia do lago. "stavam em um aposentooctogonal de piso de madeira ainda muito s5lido, depois de tantos s*culos.

0epois de retirar as selas dos cavalos, ;allan estudou o espa(o at* encontrar um anel de ferro entreas t2#uas do chão. Ao pu%ar a argola, a#riu um al(apão ue dava para uma escada. "le desceu comcuidado, testando cada degrau antes de passar ao seguinte. ane o seguiu.

 — Acha ue h2 escada para os outros andares6 — ela perguntou.

 — = #em prov2vel. >uer e%plorar6

 — /ão, o#rigada. 2 encontramos um local seco. = tolice achar ue vamos encontrar tam#*mcalor.

 — )alvez fic2ssemos mais auecidos l2 em cima, com os cavalos.

 — ;om o vento entrando pela porta6 0uvido8 — 1ensando #em, não precisava de mais calor. Ocorpo de EilFenn emanava radia(ão suficiente para alimentar uma fornalha. Ou seria seu corpo ueueimava6 2 se sentia pulsar. "la removeu o manto e o sacudiu, tentando tirar o e%cesso de 2gua. 0epois,

estendeu'o so#re a madeira empoeirada e caminhou at* a janela, tentando não entrar em ;ontato comEilFenn, ue andava de um lado para o outro do amplo aposento.

 — 1elo menos podemos en%ergar na escuridão — ela comentou. — <2 vantagens em ser vampiro,afinal.

 — /ão vou sentir falta delas uando estiver curado.

 — /ão h2 nada em sua condi(ão ue ueira preservar6

 — Ah, sim, uma sensa(ão... ;omo uma for(a vi#rante, como ter toda a vida contida em seu corpo.1rovavelmente, * isso ue nos seduz at* ue o parasita se esta#ele(a de vez, ou logo encontraríamosalgu*m ue se dispusesse a cortar nossa ca#e(a. Assim poríamos um fim nesse tormento.

 — " seria f2cil assim6

 — /ão. "ssa coisa nos o#riga a lutar contra a morte. Acho ue s5 seria possível imediatamentedepois da transforma(ão, e ainda assim...

 — ;onhe(o esse sentimento a ue se refere. = maravilhoso e... assustador. as não h2 mais nadaue se possa valorizar6

 — 0igamos ue * #om poder vencer todas as apostas — ele confessou.

 — "st2 dizendo ue a infec(ão interfere na sorte6

 — "%atamente. 0esde ue fui transformado, tenho me sustentado jogando cartas e dados. !oi

assim ue consegui dinheiro para investir. "u sempre ven(o, seja ual for o jogo. — ;omo o ;ompanheiro sa#e de ue cartas precisa para ganhar6 Ah, a rela(ão sim#i5tica entre

 parasita e hospedeiro8 +e um sa#e, o outro sa#e. = isso. " sempre funciona6

 — /ão. /ão consigo ganhar de homens po#res. /ão me pergunte por u7.#6

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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 — 1orue os reconhece por suas roupas e não uer pegar seu dinheiro. $em, isso pode ser umtra(o ligado : sua *tica pessoal. >uase inconsciente, certamente... )emos de jogar. >uero ver como issofunciona.

 — ogarmos não seria um teste fidedigno.

 — Ah... — "la suspirou. — "u sempre esue(o. esmo assim, preciso o#servar esse fenCmeno.)em id*ia de uantas podem ser as conseu7ncias6

 — O ue * isso6 "spírito científico6

 — "st2 de#ochando da minha curiosidade, mas afirmo ue devemos procurar sa#er tudo so#renossa condi(ão.

 — "u ficaria satisfeito se pudesse simplesmente me livrar dela.

 — "u... entendo — ela murmurou, virando'se para olhar a chuva pela janela.

;allan se apro%imou.

 — >uero agradecer o ue fez por mim nauela primeira noite, e por ter compartilhado o sangueue conseguiu. !oi muito generosa.

 — )olice. )eria feito o mesmo por mim.

 — /ão pode sa#er, pode6

"stavam pr5%imos demais. !oi um erro chegar tão perto dela. +eu corpo reagia como se tivessesido atingido por uma das descargas el*tricas ue rasgavam o c*u, e podia sentir ue o dela vi#rava com amesma energia.

ane ofegava. <avia tentado escapar dos pr5prios sentimentos desde ue EilFenn aparecera nafazenda, mas a verdade * ue ueria sa#er como seria fazer amor com ele. 1or ue fugia6 "ra uma mulheradulta de uase trinta anos. /ão era mais uma jovem virgem.

0eu um passo na escuridão, chegando mais perto dele. 1odia sentir seu h2lito morno no rosto. "raum e%perimento, disse a si mesma, tentando controlar o nervosismo. +5 ueria poder comparar ae%peri7ncia de fazer amor com um vampiro, estando tam#*m ela em estado alterado, com a e%peri7nciaanterior e totalmente humana com )om $landings. "ra s5 isso. 1or ue ele relutava6 )eve de recuar um

 passo, ou aca#aria se atirando so#re ele. 9irou'se de repente, rompendo a liga(ão.

 — 0izem ue o lago * mais profundo do ue ualuer outro no mundo — comentou com vozofegante. — " tam#*m ue h2 monstros nele.

;allan olhava para ane $lundell, em vez de estudar o lago. Ali estava uma mulher de e%pressãograve, de nariz reto e uei%o forte, algu*m ue não coloria as faces nem escurecia os cílios, e usavaapenas vestidos s5#rios. "la era a imagem da "sc5cia. @n5spita : primeira vista, at* ue, num dado

momento, desco#ria'se ue era impossível dei%2'la. 0esviou o olhar. "stava ardendo de desejo mais umavez.

 — >ue tipo de monstros6 — perguntou, tentando enganar o corpo.

 — -m verme. O grande verme primitivo do mundo.

"le uniu as so#rancelhas ao ouvir a resposta a#surda. "ra supersti(ão, certamente. 0e repente, elao encarou.

 — 1or ue não considera ingressar na política6 0epois da cura, * claro. 1odia representar osinteresses da "sc5cia no 1arlamento. 1odia fazer os ingleses en%ergarem a "sc5cia como * ereconhecerem as necessidades de seu povo.

 — )odos os governos são corruptos. — /em todos. Alguns t7m #oas inten(3es.

 — @ndivíduos isolados s5 conseguem realizar minúsculas a(3es positivas. As vezes, isso *

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 possível. as em uma sociedade... não.

 — 1or ue não6

 — 1orue as sociedades descem ao nível dos mem#ros mais #ai%os.

 — 0e onde tirou esse conceito6

 — ulher8 /unca para de fazer perguntas6

"la pareceu surpresa com a ferocidade de sua rea(ão. as a surpresa logo deu lugar : ousadia.

 — "stou tentando preserv2'lo, porue sinto ue h2 algo som#rio de ue se envergonha em seu passado, algo ue o incomoda, mas estou chegando ao limite da minha paci7ncia. = uma pessoa ue nãose e%p3e, não revela nada pessoal, e isso não * justo. /ão uando estou e%pondo tudo de mim, meutra#alho, minha esperan(a de ser útil...

 — "st2 me poupando6 -ma mulher fr2gil como voc76 Acha ue pode me causar algum mal6

 — /ão. = voc7 uem faz mal a si mesmo. )em medo de permitir a apro%ima(ão ou o contato deoutros humanos. " eu...

"la se calou de repente. "stavam olhando pela janela, e os dois viram ao mesmo tempo. A#ai%o deonde estavam, não muito longe para al*m da cortina da chuva, um grande... alguma coisa... como umamontanha cinzenta de carne ue se erguia da 2gua. As ondas lam#iam a #ase da torre. A coisa mergulhouna profundidade infinita do lago at* desaparecer, s5 para reaparecer em outro ponto e em outro, ondulandocomo uma... serpente.

ane não conteve a e%clama(ão chocada. ovido pelo instinto, ;allan se apro%imou e a tomou nos #ra(os sem desviar os olhos do lago, onde a criatura cinzenta desaparecia. <ouve um instante prolongadode sil7ncio. "le sentia o corpo em #rasa.

"la se afastou um passo, evidentemente constrangida. "le a soltou, apesar do impulso de ret7'la.

 — O ue... era auilo6 — ane sussurrou.

 — @magino ue o tal monstro — ele disse com uma calma ue estava longe de sentir.

 — "vie disse ue entrou em tra#alho de parto prematuro por causa dessa criatura. as, como nãovi nada no lago nauela noite, imaginei ue ela estivesse tendo alucina(3es. — 0e repente, seus olhos seiluminaram. — @sso * maravilhoso8 -ma criatura ha#itando o lago /ess8 O assunto daria um artigoespl7ndido para a Boal +ociet, se eu pudesse fazer algumas o#serva(3es organizadas... ;omo meu paitem se dedicado : #uscar da cura, ele afastou'se de outras pesuisas.

 — O monstro não, seria uma distra(ão6 /ão acha melhor dei%2'lo se dedicar : #usca da cura6

 — )em razão. -ltimamente, tenho me distraído com incrível facilidade.

;allan sa#ia o ue a distraía, e pensar nisso s5 fazia arder com vigor ainda maior o fogo ueamea(ava domin2'lo. " precisava controlar esse fogo, pois estava diante de uma mulher inocente. +a#iaue ela dei%ara de ser virgem, mas tam#*m sa#ia ue o patife ue rece#era tão precioso presente não asatisfizera. "la desconhecia a intensidade de um orgasmo. ;omo poderia so#reviver : e%plosão se%ualgerada pelo ;ompanheiro ue circulava em suas veias e nas dela6 /ingu*m a informara so#re essa parteda condi(ão de vampiro. "stava afastado do se%o havia dois anos. /ão podia permitir ue uma mulheringlesa o induzisse a...

) qu(1% A ser como Asharti, ou a ser reduzido ao que Asharti $izera dele%

"ra esse o pro#lema, afinal. )inha medo de ceder ao forte impulso se%ual e arrumar as fr2geistentativas de resgatar sua alma rou#ada por Asharti. 1erderia o controle e desco#riria ue s5 podia

encontrar prazer com uma mulher por interm*dio da dor. — 9amos parar de fugir.

A voz de ane teve o efeito de uma carícia íntima. "la pressionava os seios contra suas costas.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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 — /ão vou considerar nada disso como um compromisso. /ão vai haver co#ran(as.

"le se virou com um gemido angustiado e ergueu as mãos, tentando resistir : urg7ncia ue odominava. as ela colava o corpo ao dele, destruindo razão e resist7ncia. A ere(ão a pressionava. +eucorpo estava em chamas.

"ra inútil tentar resistir.

A#ra(ou'a e apro%imou os l2#ios dos dela. A maciez dauela #oca o atingiu profundamente e,uando perce#eu o ue acontecia, as línguas j2 se entrela(avam. "le a a#ra(ou com mais for(a.

 — ane...

"la acariciava suas costas, e as mãos desceram, provocantes, at* tocar as n2degas. ane movia ocorpo numa sedu(ão sem pudor, e ;allan teve de reconhecer ue estava perdido.

"la a#riu a #oca para rece#er a língua úmida e uente. /unca antes fora #eijada dauela maneira.>ueria toc2'lo, e se sentia encorajada pela ere(ão contra seu ventre. +entia necessidade de alguma coisa,algo muito diferente do ue fizera com )om $landings, e essa car7ncia a levava a pressionar o corpocontra o dele numa #usca :s cegas.

"le emitiu um som rouco, uase animal, mas ane não sentiu medo. Ousada, levantou o Filt eafagou as n2degas nuas so# o tecido de lã, sentindo a diferente te%tura onde havia cicatrizes. "le deslizouos l2#ios por seu rosto at* chegar ao pesco(o. "staria se preparando para mord7'la6 /ão tinhaimportância. "le podia #e#er at* a última gota de sangue e%istente em seu corpo, se uisesse, desde uesaciasse auela necessidade.

"le a tomou nos #ra(os e levou'a at* o manto estendido no chão. 0eitou'a, e depois se levantou para continuar se despindo. "nuanto isso, ane tam#*m removia as roupas, revelando grande ansiedade."le vestia apenas a camisa, e foi nesse traje ue se ajoelhou para livr2'la da longa saia. ane não conseguiaver a parte ue #uscava em sua anatomia, localizando'a apenas pelo grande volume so# a camisa. >ueriaficar nua e v7'lo nu, tam#*m. A enormidade dauela ere(ão a enchia de satisfa(ão.

>ueria se sentir preenchida, possuída, e talvez então conseguisse saciar a urg7ncia ue a dilacerava por dentro.

esmo no escuro, ela registrava cada detalhe do corpo musculoso. As cicatrizes ue sugeriama#uso, os #íceps desenvolvidos, as veias azuis, as co%as fortes, o ninho escuro de onde #rotava suaere(ão...

"le se deitou a seu lado. 0epois de #eijar'lhe a #oca e o pesco(o, tomou seu seio entre os l2#ios esugou'o com avidez. )om $landings não fizera nada dauilo8 amais havia imaginado como os mamilos

 podiam ser sensíveis. "le acariciava o outro seio com a ponta dos dedos.

 — ais — ela suplicou. — >uero mais...

"le a fitou, com os olhos verdes #rilhando. +orriu, e ane desco#riu ue adorava auele sorriso,em#ora s5 o houvesse visto uma ou duas vezes.

 — "st2 dizendo ue uer meu corpo dentro do seu6

 — = e%atamente isso ue estou dizendo. — "la afagou seu mem#ro ereto. <avia tocado o de )om$landings6 /ão. A sensa(ão era uma agrad2vel desco#erta. "la movia a mão para cima e para #ai%o,como vira eg ;arruthers fazer com seus clientes, e se deliciava com os gemidos roucos. /um impulso,lam#eu um mamilo túrgido e tocou a ponta do mem#ro rijo com o polegar. <avia ali uma umidadeespessa e perolada. "ra delicioso desco#rir ue a e%peri7ncia tam#*m era molhada para ele.

 — = melhor parar com isso, ou vai me levar ao fim antes do ue n5s dois desejamos — elemurmurou.

 — "ntão, comece a tra#alhar — ela provocou, deitando'se e entrea#rindo as pernas.

;allan ueria penetr2'la e e%plodir dentro dauele corpo tentador, mas não podia. Ainda não. "lanunca sentira prazer com um homem. /ão podia ter certeza de ue ela chegaria ao clíma% com ele,

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mesmo sendo vampira. 1recisava se conter e apresentar a ela todo o prazer ue um homem podia dar auma mulher.

Apesar do desafio, ele não se moveu para co#ri'la com o corpo. >ueria sa#ore2'la, sorver aumidade cujo aroma j2 podia sentir, mas não sa#ia se ela estava preparada, e a última coisa ue desejavaera assust2'la. 1or isso, tocou'a entre as pernas, usando a palma da mão para pressionar a região do montede 97nus enuanto a penetrava com um dedo.

 — O ue est2 fazendo6 — ane murmurou.

 — "liminando todos os riscos.

"la não sa#ia a ue ele se referia, mas perdeu a capacidade de raciocinar, totalmente dominada pela sensa(ão gerada por aueles dedos. +em interromper as carícias, ele tomou novamente um mamiloentre os l2#ios, criando uma ponte de eletricidade entre a região íntima e seu seio, levando'a a pensar ue

 poderia perder a consci7ncia. "le afagava uma parte sensível e inchada ue ela nem sa#ia possuir. Omundo se contraía. O corpo se contraía. "la gritou ao ser sacudida por uma s*rie de estranhas convuls3es." de repente, tudo e%plodiu. -m grito escapou de seu peito, e a mão se auietou entre suas pernas.

O ar vi#rava em torno dela, e aos poucos a sensa(ão foi perdendo for(a. Os olhos dele ainda

vi#ravam de pai%ão. O aroma de canela misturado a outra fragrância amea(ava sufoc2'la, e ela perce#euue estava chorando.

 — /ão uero ue entenda mal minhas l2grimas, porue... foi maravilhoso8

 — "u sei. — "le sorriu.

 — =... mais intenso para n5s6 — ela perguntou, lem#rando a e%peri7ncia anterior.

 — +im.

"la sentiu a ere(ão pulsando contra seu corpo.

 — " voc7...6

 — "u6 9ou penetr2'la e, se eu conseguir me conter, vai viver novamente essa maravilhosae%peri7ncia do clíma%, mas agora comigo dentro de seu corpo.

"ra impossível8 +e repetisse auilo, certamente morreria8

as ele estava #eijando seu pesco(o, e ela desco#riu ue ueria viver novamente cada instante dae%peri7ncia. A região entre suas pernas pulsava outra vez. Os seios estavam pesados.

Afastou as pernas num convite silencioso.

"le se preparou para penetr2'la. )udo o ue ela ueria era ser penetrada, sentir o mem#ro eretodes#ravando a caverna úmida e uente de sua feminilidade. )ocando'lhe as n2degas, pu%ou'o contra ocorpo. "le a preencheu por completo e come(ou a se mover, primeiro #em devagar, uase hesitante,

depois em um ritmo mais fren*tico, arfando e incendiando seu corpo at* ela ter a impressão de uedesfaleceria, tamanho o acúmulo de energia em seu #ai%o ventre. " então, uma grande onda come(ou a seformar, ganhando for(a e altitude. O mundo convergiu para um peueno ponto de luz... e e%plodiu, comose dezenas de relâmpagos e trov3es se chocassem no interior de seu corpo. Os músculos so# suas mãos secontraíram, e ela o sentiu e%plodir dentro de si. @m5veis, esperaram o momento se e%pandir e se contrairv2rias vezes.

Am#os lutavam para recuperar o fClego. >uando ele tentou remover o peso de so#re o seu corpo,ela o reteve por mais um instante.

"ntão, era isso ue todos e%altavam8 +entia'se transformada.

as no ue estava pensando6 <avia sido possuída por um frenesi. 1odia ter sido demoníaco.1erdera o controle e a o#jetividade. " o ue via nos olhos dele agora era um #rilho de... posse6

"mpurrou'o, e ele girou para o lado, visivelmente espantado. "la se sentou e come(ou a recolheras roupas ue podia alcan(ar, co#rindo'se com elas. /ão tinha nenhuma dec7ncia6 /enhum autocontrole6

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Olhar para ele despertava novamente seu desejo. 1ara onde tudo isso a levaria6 +eria mais uma mulhertola suspirando por homens6 " EilFenn8 >ue importância ele dava :s suas aspira(3es, : sua verdadeiranatureza6 Apenas havia tirado proveito de sua lu%úria. +entia vontade de chorar novamente, e não eram asmesmas l2grimas de antes ue agora ueimavam seu peito.

O ue havia acontecido com ela6

;allan não entendia a rea(ão de ane. Ou entendia, mas preferia não se sentir respons2vel peloanseio ue devia tomar conta de sua alma nauele momento, por auela #usca inútil de algo ue nãoe%istia senão em sonhos e nos versos dos poetas. +entira coisa pior com Asharti.

" a culpa do sofrimento de ane era dele. " se ela sou#esse o ue havia feito no deserto... !echouos olhos. +e ane $lundell tivesse alguma id*ia de uanto era mau e fraco, ela o e%pulsaria a pontap*s.

&evantou'se. <aviam usado um ao outro, como Asharti o usara para saciar a lu%úria. A ternura uesentira por ela era uma ilusão. " os sentimentos ue chegara a imaginar ali eram... #em, pura imagina(ão.

aldita lu%úria vampiresca8 O ;ompanheiro os usara. "le ueria vida, e a união se%ual era ae%pressão m2%ima da cria(ão.

1egou a camisa molhada no chão. &2 fora, a tempestade se transformara em uma chuva constante eforte. Ali dentro, o frio era uase insuport2vel, agora ue o fogo em seu corpo se a#atera.

O ue sentira essa noite fora muito mais forte do ue tudo ue jamais sentira com Asharti. 1oru76 "staria recuperando sua verdadeira identidade6

 /ão. "ra um homem de alma desfigurada. O rosto de um homem inocente suplicando pela vida nomeio do deserto passou diante de seus olhos. )udo ue tentara fazer desde ue conseguira escapar nãohavia sido suficiente para mudar sua verdadeira natureza. ane tinha razão de estar zangada. " tinha odireito de odi2'lo, tam#*m.

 — /ão posso acreditar ue... 1erdi a razão... — ela murmurou.

 — /ão vai acontecer novamente. 1rometo.

 — )em razão, não vai. — A voz dela soou tensa.

"le vestiu a camisa ensopada. "nuanto se co#ria com o Filt, sentiu o retorno da ere(ão como umaresposta direta : presen(a dela. 1recisava tir2'la dali e lev2'la de volta : fazenda em seguran(a. O uefaria estando na mesma casa ue ela, lem#rando o sa#or do seio em sua #oca e como ela o rece#era...elhor não pensar nauilo.

 — 9amos — disse, pegando o cesto com as ervas. — = melhor enfrentarmos a chuva.

ane j2 estava vestida, e o seguiu sem protestar. "stava tão envergonhada uanto ele.

"la cavalgava em sil7ncio pela noite chuvosa. 2 havia decidido ue nunca entregaria o controle de

sua vida nas mãos de um homem, e vira o #rilho possessivo no olhar de EilFenn pouco antes. " ela nãoseria propriedade de ningu*m.

;allan parou no est2#ulo para cuidar dos cavalos. 0epois, foi at* a casa para vestir roupas secas.Atravessou a cozinha e a sala de jantar, mas parou ao ver "lta Jaroff e ane na sala de estar.

 — $em, parece ue h2 muita coisa ue voc7 ainda não sa#e — dizia "lta. — Ah, aí est2 voc7,EilFenn.

"le se deteve, mesmo não uerendo encontrar a mulher no estado de desalinho em ue seencontrava.

ane j2 tinha trocado a roupa molhada por um vestido preto. 1odia sentir nela o cheiro de tudo uehaviam feito, e sa#ia ue e%alava um aroma muito parecido. "lta sa#ia de tudo.

 — EilFenn, eu estava dizendo : srta. $lundell ue ela deve agir com cautela uando estiverem

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

sozinhos. Afinal, não * sempre ue uma mulher como ela tem a chance de conhecer um criminoso tãofamoso e implac2vel.

ane olhou para a mulher por uem j2 sentia profunda antipatia.

 — 1or ue o espanto6 /ão sa#e uem * o homem ue acolheu em sua casa6 ;allan EilFenn * umconhecido fugitivo. "le formou um e%*rcito de vampiros e tentou tomar nosso governo na @nglaterra. /ão* verdade, EilFenn6 >ueria criar uma sociedade de vampiros para dominar os humanos. /ingu*m sa#euantos cad2veres h2 em seu rastro.

"le rangeu os dentes e permaneceu em sil7ncio. +a#ia ue ane estava chocada, mas não sedefenderia das acusa(3es.

 — Os Anci3es o uerem morto. — "lta sorriu.

 — &amento, mas terão de esperar at* a cura ser encontrada — ele resmungou, virando'se e saindoda sala.

ane ouviu a porta da cozinha #ater e olhou para "lta, ue parecia muito satisfeita com o ueaca#ara de fazer.

 — +er2 ue pode me dar licen(a6 — pediu com um sorriso for(ado. — "stou muito cansada.

* * *

 /o est2#ulo, ;allan escovava os cavalos e tentava sufocar a fúria, mas as lem#ran(as o tomaramde assalto.

 Marraquesh, mar"o de 1819

allan bai-ou a cabe"a. Estava sobre ela, apoiado sobre os *oelhos e as mãos, com o corpo

banhado em suor, o membro ainda dolorosamente ereto, uma gota de seu sangue manchou a palidez per$eita daquela co-a. Ela suspirou satis$eita e apontou para o lado. allan se deitou no local indicado, eela lambeu com prazer o corte que acabara de abrir em seu mamilo. ua ere"ão a pressionava.

 Ela levantou a cabe"a e e-ibiu os l+bios vermelhos de sangue. Não era humana. Ele agora sabiadisso.

 —  Esta noite me $ez obrig+!lo novamente, escravo. Ainda não aprendeu o signi$icado daverdadeira submissão.

 Ele $echou os olhos, e-austo. ) que ela queria% abia que obedeceria a todas as ordens. Nãotinha escolha.

 — Ah... — Ela suspirou. — /oc( precisa querer se submeter. 4eve querer me agradar acima detudo.

omo algu&m podia apreciar aquele horror% Estava ali havia quase um m(s. =odos os planos de $uga estavam esquecidos. Ela o mantinha acorrentado sempre que estava ausente, e na presen"a dela não podia nem sequer pensar em $ugir.

 Ela se sentou e a*eitou as sedas sobre o corpo.

 — @evante!se para as chicotadas — ordenou em tom casual.

allan obedeceu sem protestar, esperando que, em algum momento, ela se cansasse de chicote+!lo. A posi"ão era sempre a mesma. =inha de $icar em p& entre duas estacas muito altas, segurando cada

uma delas com os bra"os erguidos, os p&s a$astados. e a obrigasse a $or"+!lo a adotar a posi"ãoe-igida, o so$rimento seria ainda maior. )uviu os passos se apro-imando e soube que ela estavadistra0da, porque sua ere"ão *+ não era tão dolorosa.

 — )s homens do campo são tão resistentes — ela comentou enquanto empunhava o longo chicote

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

de couro. —  7sso me estimula. #or&m, com um pouco de treinamento, acredito que voc( se*a capaz decoisas mais interessantes.

 #re$eria nem pensar que tipo de treinamento ela estava considerando.

 A primeira chicotada o $ez pular. Ela usava as tiras de couro, que eram tão dolorosas quanto as pontas de metal, mas não arrancavam sangue. 4ei-avam apenas longas $ai-as avermelhadas e inchadas. Ela era $orte. orte o bastante para alei*+!lo e at& mat+!lo, mas se contentava com a tortura. As sess:eseram controladas, plane*adas para alquebr+!lo aos poucos. )s golpes se sucediam. Ele balan"ava,agarrado >s estacas, sabendo que, se ca0sse, ela prolongaria o castigo. ) calor na tenda erainsuport+vel. ) ritmo so$reu uma interrup"ão, mas ele ainda a sentia muito pr2-ima.

 — 4iga que gosta disso — ela sussurrou em seu ouvido.

 Ele engoliu em seco. Estava e-citado novamente6 e ela gostava de resist(ncia, talvez não devesseresistir.

 — Adoro isso — gemeu.

 —  Não, não. 4eve $alar com sinceridade. #recisa se sentir estimulado > submissão. 'epita6uando tiver uma ere"ão natural durante a submissão, eu saberei que & realmente meu.

 Era imposs0vel. amais a satis$aria.

 — Não se desespere. /ai chegar l+ com o treinamento.

allan sentia vontade de gritar, e temia estar bem perto disso.

<avia chegado ao e%tremo. Ap5s meses de a#uso, desesperado, tudo ue ueria era agradar :uelamulher para não ser mais castigado. /ão ue pudesse evitar as chicotadas ou as outras 4divers3es4 ue ela

 planejava para si mesma, mas ao menos evitava a dor ue ela criava no interior de sua ca#e(a como o piorde todos os castigos. 1or isso, nunca mais fizera se%o com uma mulher. )emia as emo(3es distorcidas uea intimidade poderia gerar.

as nauela noite havia feito se%o com ane. " fora diferente.+entira a lu%úria, sim, o desejo intenso, mas... tam#*m tinha sentido ternura.

 /ão importava. 0evia ficar longe dela, ou poderia se trair novamente. ane aca#aria sa#endo tudoue fizera, tudo ue fora... " sa#eria ue fora muito al*m de trair a @nglaterra.

 — &em#ran(as amargas6

"le se virou e viu'a parada na porta do est2#ulo.

 — ane...

 —+em rodeios, EilFenn. ;ometeu crimes contra a @nglaterra ou contra a esp*cie dos vampiros6

 — ;ontra os dois.Ainda assim, ela não conseguia acreditar em "lta. 1or ue gostava dele6

 — /ão vai me contar tudo6

 — /ão.

 — = acusado de ser um criminoso, não se defende... ;omo posso sa#er em uem acreditar6

 — Acredite neles.

 — Ltimo8 9ou acreditar neles. — "la se virou e saiu.

+ozinho, ;allan decidiu ue não devia se importar com o ue ela pensava. /em era mais umhumano8 " não s5 porue havia uma entidade estranha em seu sangue, mas sim porue se tornara menosue humano uando cedera : dem7ncia de Asharti.

1ensar no passado o levaria : loucura. elhor pensar nos pro#lemas ue tinha no momento.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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 /ão acreditava ue algu*m do onast*rio irso pudesse uerer a cura para o vampirismo. )oda aestrutura de poder dos Anci3es tinha por #ase o fato de vampiros não poderem se matar, +e pudessem securar ou mesmo cometer suicídio, por ue precisariam dos cânticos de irso ou dos Anci3es6 "ltaJaroff, !l2vio, e at* mesmo ;lara, tinham outro motivo para desejar a cura. as não importava. >uandoele estivesse curado e tivesse uma c5pia da f5rmula, eles ue fizessem o ue #em entendessem com a

 po(ão. ;opiaria a f5rmula do caderno do m*dico assim ue estivesse curado, e então partiria.

as... seria mesmo capaz de dei%ar os $lundell : merc7 de "lta Jaroff e de irmão !l2vio6;ertamente seria. 1or ue não6

" não perderia tempo pensando nisso. ;ontaria a ane so#re todos os crimes ue havia cometido,e%plicaria cada um deles com riueza de detalhes, e então ela nunca mais o procuraria. "staria seguro.

 — +e não funcionar agora, não sei mais o ue pode dar certo — $lundell confessou ao colocar ofrasco na mão de ;allan.

;allan, ue estava nu no peueno la#orat5rio, #e#eu o líuido verde e amargo em grandes goles,sem hesitar. >uando estava devolvendo o frasco, "lta entrou. "le se encolheu e tentou se co#rir.

 — O ue uer aui6

 — O#servar os resultados do teste, * claro. "spero ue não se incomode, dr. $lundell.

 — = claro ue não, minha cara.

;allan j2 sentia os espasmos provocados pelo veneno. "stava suando. A garganta se fechava.

 — 0eite'se na esteira, EilFenn — ordenou o m*dico. — +e cair, vai se machucar e ue#rar meueuipamento.

;allan caiu de joelhos so#re a esteira, arfando. )entava se co#rir com o Filt, mas estava al*m dessetipo de recato. )inha a sensa(ão de ue o intestino estava recheado com cacos de vidro. >ueria vomitar,

mas a garganta estava tão fechada ue seria impossível.

O suor o ensopava. )emia sufocar.

 — = melhor tirar o Filt dele. /ão se incomode comigo. +ou capaz de suportar a visão de umhomem nu pelo #em da ci7ncia.

;allan tinha a impressão de ue o tom era familiar, mas não conseguia raciocinar. A dor era piordo ue nas outras tentativas. Algu*m retirou o Filt de seus dedos crispados.

 — >ual * a estrat*gia de hoje6

 — )r7s venenos em com#ina(ão. = a po(ão mais forte ue j2 produzi.

A dor aumentava. ;allan j2 não entendia o ue ouvia.Bespirar era impossível, e logo a escuridão o envolveu completamente.

ane saiu de casa com um co#ertor so#re a ca#e(a. +ua pele estava irritada, em#ora co#erta.1assara o restante da noite vagando pelas colinas, tentando pintar, mas a confusão mental a impedira de

 produzir #elas telas. @ncapaz de decidir se EilFenn era tão mau uanto afirmavam "lta e !l2vio,retornara para casa uando o c*u tinha come(ado a se tingir de rosa, e estava no uarto, tirando as #otas,uando se lem#rou de ue o pai testaria uma nova po(ão nauele dia.

"la ainda empurrava a porta do la#orat5rio uando ouviu os gritos estrangulados de dor e a voz

calma do pai do outro lado. Ao entrar, viu EilFenn se contorcendo no chão, nu, #anhado em suor, com orosto vermelho e congestionado. 9eias salientes podiam ser vistas em seu pesco(o, e as mãos apertavam oa#dCmen com desespero. "lta assistia : cena sentada em um #anco #e#endo ch2, e seu pai o o#servava efazia anota(3es.

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 — O ue est2 fazendo, papai6 "le vai sufocar8 — unida de um tu#o de #orracha ue usavam nastransfus3es, ela se ajoelhou ao lado de EilFenn. O rosto dele estava azulado, e sons estrangulados

 #rotavam de sua garganta. <avia #olhas horríveis em sua pele. Auilo era um pesadelo8

 — ;reio ue o veneno j2 deve ter matado o ;ompanheiro — comentou "lta. — ;aso contr2rio,ele teria curado as pústulas ue estão fechando sua garganta.

ane segurou a ca#e(a de EilFenn junto ao peito, a#riu sua #oca e introduziu o cano em suagarganta. 0evia estar causando graves danos a importantes tecidos, mas precisava ser r2pida.

O peito dele estava inerte. O tu#o passou pelo tecido inchado, e ela soprou com toda a for(a ae%tremidade em sua mão. O peito se moveu. "la afastou a #oca, e o ar saiu. +oprou novamente, esperou esoprou outra vez. "le a#riu os olhos e come(ou a tossir, tentando remover o tu#o. 0epois, ficou im5vel, eum segundo mais tarde, seus olhos ficaram vermelhos.

ane sentiu o poder do ;ompanheiro de EilFenn entrando em a(ão. As #olhas em sua peledesapareciam. "le se ajoelhou, pu%ando o tu#o com movimentos fren*ticos. >uando conseguiu remov7'lo, levantou'se, ainda tr7mulo, aspirando grandes por(3es de ar.

0evia estar zangado, mas parecia apenas... derrotado.

 — O espet2culo terminou. 1arece ue ainda não encontrou a cura, doutor.

 — 1odia t7'lo matado, papai8 — ane e%clamou furiosa, notando ue EillFenn se co#ria,constrangido.

 — = sempre uma possi#ilidade, uerida — confirmou $lundell. "le olhou para "lta. — +into ueestou muito pr5%imo, mas... Acho ue devo ajustar a mistura. )alvez menos de uma erva, mais de outra...>uem sa#e um soporífero para deprimir a rea(ão do parasita...

ane não sa#ia o ue dizer. esmo ue fosse um criminoso, EilFenn não merecia aueletratamento.

"le se a#ai%ou, pegou o co#ertor na esteira e o jogou so#re os om#ros.

 — 9ou descansar — disse.

ane notou ue "lta o o#servava com um olhar cheio de... lu%úria6 " auele cheiro... "la tam#*me%alaria auela fragrância uando o desejava6 /auele caso, ele sa#ia de seu desejo desde o início. "lta eseus companheiros teriam sentido o cheiro do ue eles haviam feito no castelo em ruínas6 )alvez fossemelhor assim. )alvez "lta compreendesse ue era demais nauela rela(ão.

esmo ue não houvesse uma rela(ão.

"la se co#riu e seguiu EilFenn de volta para casa. >uando entrou, ele j2 fechava a porta do uartono andar de cima.

A sra. 0ulnan chegou, e ane aproveitou para dar a ela todas as instru(3es relativas aos cuidadoscom a casa e ao tratamento dos h5spedes. "la mesma cuidaria dos uartos, j2 ue ficavam ocupadosdurante o dia. "nuanto levava a nova criada para conhecer a casa, ela revia mentalmente a cena nola#orat5rio /ão tinha certeza so#re seu pai, mas sa#ia ue "lta teria assistido calmamente : morte deEilFenn. "la e o estranho monge o teriam assassinado, se ele não fosse útil para a pesuisa da cura.

as seu pai...

"stava cansada demais para decidir como se sentia em rela(ão a tudo. >uando se recolheu aouarto para tentar dormir, concluiu ue sua única certeza era ue a situa(ão estava escapando ao controle.

CAPÍTULO IV

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;allan su#iu a escada, fechou a porta do uarto e se jogou na cama. $lundell estava mesmo pr5%imo de uma cura, ou era um diletante maluco ue s5 parecia normal6

)alvez não so#revivesse : pr5%ima po(ão. " o jeito de "lta... <avia algo de inuietante no prazer

com ue ela assistira ao e%perimento. " ane... "la não havia salvado sua vida. O ;ompanheiro o tinharesgatado, mas sua atitude altruísta... "ra tentador pensar ue havia mais do ue realmente e%istia por tr2sdo comportamento generoso, mas era s5 isso. $ondade e coragem. "la teria ajudado ualuer pessoa ueestivesse sofrendo.

)inha de suportar outros testes. 1or ela. Os vampiros não a matariam enuanto o pai dela estivesse procurando a cura. as, e uando a cura fosse encontrada6 "les a dei%ariam us2'la6 "le não seria maisútil, e o matariam. /ão ue isso fosse importante. Ansiara pela morte muitas vezes. Al*m disso, o mundonão sentiria falta de gente como ele. as ane devia ser curada e li#ertada. @nfelizmente, era fraco demaisem vista do poder dos rec*m'chegados. /ão poderia proteg7'la nem for(2'los a dar a ela a cura.

"ssa certeza o impediu de dormir.

* * *

 /auela tarde, ane acordou tomada por uma forte confusão. <avia na casa tr7s vampiros cru*isdispostos a tudo por seus prop5sitos, e ela nem sa#ia uais eram. A sra. 0ulnan passara o dia todocuidando da casa, : merc7 das criaturas, e EilFenn... era um traidor ue havia formado um e%*rcitocontra a @nglaterra e a humanidade. ;omo pudera se enganar tanto so#re ele6 " como ainda podia se sentiratraída por ele6 1recisava de um #anho. Ainda se #anhava uando ouviu o pai chegar do la#orat5rio. Aomesmo tempo, passos pesados na escada precederam a entrada de EilFenn na cozinha, ao lado do uartode #anho. ane não confundia auele cheiro de canela com os dos outros vampiros.

 — ;omo vai indo com as po(3es, doutor6A voz de EilFenn sugeria esperan(a, apesar do ue ele suportara no dia anterior.

 — = difícil dizer. ane6

 — +5 um minuto, papai.

 — 9ou precisar de mais ervas. 1ode providenciar tudo hoje : noite6

 — +im, * claro. — "la se levantou, pegou a toalha e come(ou a se en%ugar com vigor. 0epois decolocar o vestido cinza'escuro, prendeu os ca#elos e certificou'se de ue estava apresent2vel. +5 entãosaiu do uarto de #anho. +eu pai colocava a chaleira no fogo. +entado : mesa, EilFenn a olhou com ar...chocado.

 — 9oc7 nunca usa nada ue não seja cinzento ou preto6

 — +ou uma estudiosa da ci7ncia. "ssas cores são mais apropriadas : minha voca(ão. — " se passara a odiar as cores s5#rias, ele não precisava sa#er. — 1apai, ue erva uer ue eu colha6

 — 9aleriana.

 — 1apai, o sr. EilFenn não precisa me acompanhar — disse, notando o ar aliviado no rosto dele.

 — ane, não posso tra#alhar uando estou preocupado com voc7. 2 disse, ele vai com voc7, ouvoc7 não vai. EilFenn, prometa ue não vai dei%ar minha ane sozinha.

 — Ah... sim, tem a minha palavra, doutor.

ane respirou profundamente. "speraria o pai se deitar e li#eraria EilFenn de sua promessa. "rainútil discutir agora, por isso ela mudou de assunto.

 — A sra. 0ulnan est2 sendo de grande ajuda para n5s. — A cozinha estava limpa, o jantar estava

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 #em adiantado e havia 2gua em uma panela para ser fervida.

 — O u76 Ah, sim, a sra. 0ulnan... ane, ainda acho ue o importante * deprimir a rea(ão do parasita, sa#e6 "u sei disso.

ane conteve um sorriso. O pai não conseguia pensar em nada ue não fosse seu e%perimento.

;lara entrou na cozinha, cumprimentou a todos com um #reve movimento de ca#e(a e foi ajudar

ane a arrumar a mesa. @nsistiu em servir o jantar enuanto $lundell falava de suas po(3es. ane nadaouvia. )odos os sentidos estavam focados em EilFenn, em#ora ela não o encarasse. "le tam#*m nãoolhava para ela, mas podia sentir sua aten(ão.

0urante a refei(ão, $lundell falava sem parar, mas ane prestava aten(ão : conversa ue sedesenrolava no uarto, #em em cima da sala de jantar. "lta dizia?

 — /ão creio ue possa suportar por muito tempo. /ão pode esperar isso de mim, !l2vio.

 — 9oc7 não tem escolha. — A voz dele era severa.

0e ue estavam falando6

 — " EilFenn6 "le serviria6 — "lta argumentou.

 — 9oc7 precisa do m*dico. "le não ficaria feliz se desco#risse. ane não conseguiu ouvir maisnada at* o grito furioso?

 — +aia8

EilFenn e ;lara olharam para cima.

 — arue minhas palavras, "lta8 — -ma porta se fechou.

;lara limpou a mesa, e ane lavou os pratos. "la se movia depressa, disposta a desaparecer antesde os dois vampiros surgirem. EilFenn en%ugava os pratos. "stavam pr5%imos o #astante para ue

 pudesse sentir o calor de seu corpo, e ele usava outro tartã. +a#er ue ele estava nu so# o tecido de lã em

nada contri#uía para sua serenidade. — ;lara, ser2 ue pode terminar de limpar a cozinha6 — perguntou. — 1reciso sair para procurar

ingredientes.

;lara assentiu. $lundell pegou um livro na estante e foi para a cama. 1recisava sair rapidamente.

 — 0eve ter coisas melhores para fazer com seu tempo — ela disse a EilFenn. — +ou capaz decolher as ervas sozinha.

 — 0ei minha palavra. 9ou com voc7. +elarei os cavalos.

<omem irritante8 ane foi #uscar as ferramentas de jardinagem tomada por uma estranha mesclade medo e e%cita(ão. Afinal... por ue ueria se livrar dele6 /ão havia ainda muitas coisas a desco#rir

so#re sua condi(ão de vampira6 "le podia ser um traidor e assassino... mas estivera sozinha com ele antes,e nada acontecera. "%ceto arder de lu%úria e fazer se%o. "le desejava a cura o suficiente para su#meter'sea e%peri7ncias torturantes. /ão se arriscaria a perder a confian(a de seu pai ue#rando a promessa ue lhefizera. )udo ue precisava fazer era conter suas urg7ncias se%uais.

"le terminava de selar os cavalos uando ane entrou no est2#ulo. A cesta com as ferramentas j2estava presa : sela de !austo.

ane se preparou para montar, mas ele segurou as r*deas.

 — /ão pode esperar pela gentileza de um homem6

 — "st2 irritado hoje6

 — " voc7 est2 preocupada em ser tão #oa uanto um homem, ue não * capaz de ser polida.

 — = o homem uem deve ser polido — ela protestou.

 — "ntão, acha ue aceitar um ato de cortesia não * um ato de cortesia em si mesmo6 )em tanto$7

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medo assim de rece#er6 "star sempre doando * uma forma de egoísmo.

"le falava so#re estar no controle. +eria assim tão fria6

 — $em, uando fala dessa maneira... as, acho ue * igualmente difícil para voc7. /ão gostou derece#er minha ajuda nauela primeira noite, ou a noite passada.

 — ;erto. +omos dois egoístas, então.

 — A verdade * ue penso ue talvez não ueira me tocar — ela revelou com franueza.

;allan uniu as mãos para ajud2'la a montar. "la respirou profundamente e aceitou sua ajuda,sentindo a eletricidade entre eles.

 — = difícil, mas não vou negar — ele reconheceu.

"ra muito difícil. !elizmente, j2 estavam saindo, e a conversa foi interrompida. 1or*m, ane sentiao cheiro dele, de canela, almíscar e mais alguma coisa. /unca antes tivera tão forte consci7ncia de umhomem... fisicamente. "star perto dele provocava'lhe arrepios. As partes mais femininas de sua anatomia

 pulsavam contra a sela.

"le se inclinou para a#rir o portão da fazenda.

 — ;avalga muito #em.

 — >ue elogio vindo de um homem8

 — A opinião de um homem so#re as mulheres a feriu alguma vez6

 — ;omo ferro em #rasa — ela admitiu. 0epois ficou s*ria. ;riminoso ou não, ueria maisinforma(3es so#re ele. 1oderia o#ter a verdade e conuistar confian(a sem oferecer algo em troca6 — Oue o ue me incomoda * não sa#er se o papel ue uma mulher tem no mundo * ditado por ela ou pelasociedade. +e tivesse conhecido minha mãe... "la morreu no parto, para desespero de meu pai. >uemconfiaria em um m*dico ue dei%ou a pr5pria esposa morrer6 1or isso, ele tra#alhou tanto e conuistouuma reputa(ão s5lida com sua t*cnica de transfusão. — A lua #rilhava forte no c*u, mas, para ane, não

e%istia clareza. — >uero ue ele se orgulhe de mim. eu pai esperava ter um filho para dar prosseguimento ao seu tra#alho, mas tudo ue ele tem sou eu. )entei ser mais... l5gica, mais atenciosacom o m*todo científico. 1elo menos, mais do ue se espera de uma garota. " ainda assim... "le nuncaficou satisfeito. "le nem me dei%a ajudar com o tra#alho. 1or isso, estou sempre lutando contra a id*ia deue os homens t7m das mulheres, uerendo acreditar ue não * minha natureza ue me limita, mas aopinião deles.

"le assentiu s*rio.

 — +ei ue meu pai me ama, e por isso não uero desapont2'lo. "... — "la sentiu a antiga emo(ãodesa#rochando no peito. — " agora, com essa coisa em minhas veias, sinto ue estou me afastando dele.

 /ão sei nem se somos da mesma esp*cie8

 — /ão — ele respondeu. — /ão são mais iguais. as ainda podem ser. +eu pai vai encontrar acura.

"la #alan(ou a ca#e(a.

 — Acha ue * possível voltar6 Acredita mesmo ue podemos voltar a ser o ue fomos um dia6

 — 9oc7 ainda pode. 1orue * inocente, e vai se manter inocente at* ue seu pai descu#ra a cura.

"le podia ter decidido não revelar mais nada, apenas para poup2'la do pior.

 — 0evia sa#er ue não sou tão inocente — ela protestou.

 — A inoc7ncia a ue me refiro não est2 relacionada : virgindade. = a filha de um m*dico uecuida da sociedade londrina.

 — as fazia partos nos corti(os uando tinha vinte anos de idade. 9i a mis*ria e o desespero, vimulheres ue eram espancadas e sofriam a#uso, ue envelheciam antes do tempo. 9i a morte. " tentei

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com#at7'la sempre ue pude.

 — +eu pai concordava com essa sua incursão pela mis*ria dos corti(os6

"la corou. "nganar o pai não fora correto.

 — "le acreditava ue eu saía para fazer compras.

 — Aposto ue voltava sempre sem dinheiro.

EilFenn sa#ia tudo a seu respeito6 "la mordeu o l2#io, pensando na sra. 0ulnan.

"le tam#*m havia dado dinheiro aos menos afortunados. uitas vezes. 0esenvolvera uma t*cnica para ajud2'los sem ue eles perce#essem o gesto de caridade, como havia feito com a sra. 0ulnan.

 — "stou certo de ue * uma mulher do mundo — ele disse, s*rio demais para estar de#ochandodela. — ", como uma mulher do mundo, acredita no amor6

"ra como se ele houvesse lido seu di2rio8 "staria tentando induzi'la a fazer uma declara(ão ue acaracterizaria como uma jovem ing7nua6

 — /ão. ;reio ue tudo * apenas poesia. As pessoas falam so#re transforma(ão... @sso * a#surdo. O

ato físico * moderadamente agrad2vel, mas não entendo por ue tanta como(ão."le parecia surpreso. )alvez uisesse ouvir elogios ao seu desempenho. $em, isso era algo ue

 jamais faria. 1referia mentir, como aca#ara de fazer, a confirmar suas ha#ilidades se%uais.

 — )em razão — ele respondeu. — ;oncordo com voc7.

 — /unca se sentiu transformado6

 — /ão para melhor.

 — Ah... — " o ue isso significava6 >ue ele se sentia pior depois do ue haviam feito juntos6 Oinsulto era pessoal, ou ele acreditava ue o ato, independentemente do parceiro, diminuía a pessoa6 2havia ido longe demais para recuar agora. — >uer dizer ue o ue fizemos o tornou uma pessoa pior6

 — /ão estava falando so#re n5s.

 — "ntão, so#re uem6 — "stava disposta a o#rig2'lo a revelar alguma coisa de si mesmo, ae%plicar'se.

 — /ão uero falar so#re isso.

+eu perfil era neutro, severo. "ntão, como sa#ia ue ele estava sofrendo6 1elo repentinodistanciamento, talvez. EilFenn era um homem ue conhecia o sofrimento, mas ainda acreditava ue era

 preciso usar todos os instrumentos para fazer o #em, apesar do custo pessoal. "le era um idealista, em#oraesse idealismo tivesse sofrido duros golpes. " como isso se encai%ava na descri(ão de criminoso traidor6"le havia mentido so#re o ue fizera6 /ão. A menos ue fosse mesmo tão ing7nua ue não reconhecesse

um mentiroso. "m ue devia acreditar61or mais ue desejasse conhec7'lo melhor, seu prop5sito era informar'se so#re a condi(ão de

vampiro. "stavam chegando ao topo de uma colina ue os ha#itantes locais diziam ser amaldi(oada. Kdireita estava o lago escuro com seus supostos monstros. Ali encontraria valeriana, uma das ervas ue o

 pai solicitara. )eriam de desmontar e vasculhar o solo em #usca da peuenina flor rosada cuja raiz tinha propriedades soporíficas. /ão seria f2cil, considerando ue as flores se fechavam : noite.

uito #em, partiria do princípio de ue tudo ue ele havia dito era verdade. " usaria o ue sa#ia para conseguir o ue ueria. +e ele era uem dizia ser, ainda praticava #oas a(3es e se envergonhava doidealismo ue o levava a pratic2'las. 1rotegia pessoas, pois assumira o compromisso de proteg7'la eajudar seu pai. "ssa era a a#ertura de ue precisava.

 — +ei ue acredita ue os vampiros tentarão interromper o tra#alho de meu pai novamente e uevão tentar nos matar.

 — +im.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — 9oc7 pode det7'los6 Aueles tr7s ue chegaram ontem : noite... "les podem deter os outrosvampiros6

 — /ão vou mentir. /ão tenho certeza de nada.

 — "scute, preciso sa#er o ue significa ser um vampiro. O ue estou enfrentando, como possousar minha nova condi(ão... — )alvez conseguisse o ue ueria, afinal. O medo a oprimiu. " se elefizesse revela(3es tão terríveis ue não pudesse suportar6

EilFenn pensou um pouco antes de tomar uma decisão.

 — = justo — ele disse. — 9oc7 tem o direito de sa#er.

ane desmontou enuanto sentia o medo crescer dentro dela. >ueria caminhar ao lado dele porue,assim, não perderia uma única palavra do ue diria. "le tam#*m desceu do cavalo. Os dois caminharamem sil7ncio por alguns instantes, pu%ando os animais pelas r*deas. ane esperou. "le havia assumido umcompromisso e era um homem de palavra.

 — /ão vai ser f2cil para voc7 — come(ou ;allan.

 — 1or pior ue seja, preciso sa#er de tudo.

 — uito #em. — "le olhou para o lago. — 9oc7 j2 sa#e algumas coisas? os sentidos agu(ados, afor(a, a capacidade de curar'se, a sensi#ilidade : luz do sol. O ue não deve sa#er * ue essa coisa em seusangue tem poder, e voc7 pode us2'lo, se sou#er como. O poder * o ue forma as vi#ra(3es.

"la assentiu.

 — As vi#ra(3es são mais r2pidas ue o poder ue voc7 tem. " o poder cresce com a idade. Osidosos são mais fortes do ue n5s.

 — ;omo a srta. Jaroff, o irmão !l2vio, e at* ;lara.

 — "%atamente. Agora ou(a com aten(ão. +e chamar seu ;ompanheiro, ele responder2 com podere com uma esp*cie de filme vermelho alterando sua visão.

 — = uando os outros en%ergam seus olhos vermelhos.

 — +im. O poder a torna ainda mais forte. " tam#*m faz outras coisas.

 — >ue coisas6

 — +e continuar pedindo o poder, o vermelho se torna negro e voc7... voc7 desaparece de onde est2e aparece em outro lugar. +e eles vierem atr2s de voc7, * #om ue sai#a disso, por isso preste muitaaten(ão ao ue estou dizendo.

 — "stou ouvindo. — >ue loucura era auela6 ;omo podia desaparecer e aparecer em outro lugar6

"le pCs a r*dea de !austo na mão dela e caminhou at* um platC rochoso so#re o vale e : margem

do lago. — 9ou sumir daui e aparecer l2 em#ai%o. — "le se mantinha ereto, as pernas ligeiramente

afastadas, os #ra(os ao longo do corpo. — 1rimeiro vou chamar meu ;ompanheiro. 0epois vou pedir o poder. " vou fazer tudo #em devagar para ue voc7 possa ver.

ane se preparou para ver novamente os olhos vermelhos e demoníacos, mas não estava preparada para o funil negro ue #rotou dos p*s dele, su#iu at* seus joelhos, passou pelo uadril, pelo peito... 0erepente, tudo aconteceu muito depressa. "le foi envolvido pela escuridão e... desapareceu. "la ficouolhando para o espa(o vazio.

 — Aui8

>uando ouviu a voz de EilFenn, ele j2 não tinha mais olhos vermelhos e estava a#solutamentenormal no vale. "la ainda estava #ouia#erta uando ele retornou.

 — O ue foi isso...6

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — O nome * transloca(ão. = muito útil uando voc7 precisa fugir.

 — >ue distância * possível alcan(ar6

 — ;inco ou seis uilCmetros, pelo ue sei. Acho ue * por isso ue as pessoas dizem ue nostransformamos em morcegos. 1orue desaparecemos na noite. /ão * verdade, * claro. as a hist5riaso#re os espelhos...

 — Ah, não8 +ei ue temos refle%o. 2 vi voc7 pelo espelho. — +im, mas uando nos translocamos, o poder se torna mais denso at* a luz ficar retida em n5s.

+eu refle%o desaparece pouco antes de voc7 se transportar. Agora tente.

edo e e%cita(ão faziam suas costas se arrepiarem. "la moveu a ca#e(a em sentido afirmativo."ra isso ue ueria. -m tutor.

 — Olhe para auela pedra — ele instruiu.

"la olhou para a rocha lisa e larga a um metro e meio de onde estava.

 — Agora, concentre'se em chamar seu ;ompanheiro. +ei ue parece tolice, mas fa(a como estoudizendo.

ompanheiro, ela chamou mentalmente. -m arrepio percorreu suas veias como uma correnteel*trica. Ah, ompanheiro, posso usar um pouco do seu poder% -m filme vermelho enco#riu seu campode visão. A lua #rilhava avermelhada. O rosto de EilFenn tam#*m. O lago era cor de vinho. " ela sesentia forte. O sangue pulsava em seus ouvidos.

;allan a instruiu?

 — 1e(a mais8

 #osso ter mais poder% A onda ue se ergueu em seu corpo a fez emitir uma e%clama(ão chocada.Olhou para #ai%o. +eu vestido era vermelho, e não cinzento, como de costume. -m funil preto girava emtorno de seus p*s. -ma for(a desconhecida pulsava dentro dela.

 — 1ense na rocha e pe(a mais — ele gritou.

 'ocha6 Mais6 "ra difícil controlar o pensamento. A espiral de poder su#ia, e ela j2 não podia sentiras pernas e o uadril. +a#ia ue o funil negro girava em torno dela e sentia medo, mas não havia comorecuar, não sem trair seu compromisso com EilFenn. Mais6 O mundo ficou negro e um #aue violentocausou forte dor em seu corpo, como se algo a rasgasse ao meio.

" então aca#ou. "stava em p* so#re a rocha. EilFenn e os cavalos continuavam no mesmo lugar,a um metro e meio de distância. "la se sentou no chão. +e tentasse permanecer em p*, aca#ariadesmaiando. EilFenn correu em sua dire(ão e caiu de joelhos ao seu lado, segurando'a pelos #ra(os.

 — +ente'se #em6

 — @sso... doeu8

 — Bespire. <2 sempre um custo, * verdade.

 — 1odia ter me avisado.

 — +im, mas voc7 teria se recusado a tentar, e como me convenceu da necessidade de sa#er tudoso#re sua atual condi(ão...

 — -m cientista #usca sempre o conhecimento. "u teria tentado de ualuer maneira.

ane olhou para ele. "stavam muito pr5%imos. Os l2#ios uase se tocavam. Os olhos deleestudavam seu rosto, sedutores. "la sentiu o peito arfar, invadido por uma repentina vi#ra(ão. -ma

 pulsa(ão úmida surgiu entre suas pernas. >ueria esse homem, e era inútil negar o desejo.EilFenn a soltou como se as mãos ueimassem e levantou'se. 0epois de um momento, ele

estendeu a mão para ajud2'la a ficar em p*, mas era como se o gesto e%igisse grande coragem. )oc2'lo eracomo sofrer uma forte descarga el*trica. "la interrompeu o contato assim ue ficou em p*.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

)inha de encarar a realidade. amais se sentira tão viva, tão conectada a outra pessoa uanto sesentia com ele. !azer se%o com EilFenn podia não ser e%atamente transformador, mas havia alterado

 para sempre sua percep(ão de prazer e intimidade. " tinha de admitir ue desejava repetir a e%peri7ncia.

"le recuou um passo e tossiu.

 — /ão vai conseguir superar um Ancião em for(a — disse com voz rouca. — 1or isso, deveinvocar o poder e fugir.

"la assentiu. = claro, não dei%aria o pai : merc7 dos vampiros, se a situa(ão chegasse nesse ponto,mas tinha de concordar para o#ter mais conhecimento. 1ara isso estava ali. 1or isso não fugia dosentimento ue crescia em seu peito. >ueria sa#er mais. "ngoliu em seco e tentou controlar o corpo.

 — " uanto :s outras lendas6 )ouei em alho e segurei um crucifi%o. /ão aconteceu nada.

 — /ada disso pode nos repelir. = lenda.

 — " esse cheiro ue e%alamos6 Al*m da canela6

 — Ah, isso * âm#ar'gris.

Mm#ar6 0evia ter reconhecido. "ra um dos ingredientes mais raros de um perfume, e%traído de #aleias, e caríssimo. Agora ue a dor desaparecia por completo, podia sentir na #oca o gosto de sangue.

 — Acho ue cortei o l2#io — comentou.

 — Ah, sim... = assim ue voc7 alimenta seu ;ompanheiro. @sto *, uando não pode #e#er sangueem %ícaras de porcelana. )em certeza de ue uer sa#er mais6

 — +im.

 — 1resas. O poder do ;ompanheiro flui por seus dentes. = isso.

 — >uer dizer ue podemos rasgar a carne como um animal6

 — /ão * necess2rio rasgar a carne. $asta perfurar e sugar... como um animal.

ane arregalou os olhos.

 — Agora chega — ele decidiu. — 9amos procurar as ervas para seu pai.

"la continuou parada no mesmo lugar, aparentemente horrorizada. 1recisava sa#er como usar acoisa ue e%istia em seu sangue. 1recisava de ajuda para enfrentar "lta Jaroff e os outros, a fac(ão devampiros ue desejava evitar a desco#erta da cura, enfim, todos os inimigos. as ele tinha a sensa(ão deue aca#ara de destruir a inoc7ncia ue lhe restava. " ainda nem come(ara a falar so#re a compulsão8

 — +omos maus6 — ela perguntou com um fio de voz.

;allan olhou para o chão. Oh, sim8 "le era. as não podia dizer a ela ue eram criaturas do mal.

)alvez ela pudesse ser diferente com sua natureza doce e generosa. — Auela coisa ue vimos no lago... Acha ue auilo * mau6

 — "u... não. = s5 uma criatura.

 — " o ue * a criatura, e%atamente6

 — -m grande animal. 0eve ter ficado preso uando o lago foi fechado para o mar em ora!irth.

 — +omos assim tam#*m.

 — "st2 dizendo ue fazemos apenas o ue solicita nossa natureza6

 — = mais ou menos isso. — " para isso temos ue matar6

 — 9oc7 não mata para o#ter o sangue de ue se alimenta.

6!

6!

7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — " voc76

"le sufocou a culpa e tentou não dei%ar a dor transparecer.

 — atei uma vez. — "ra verdade. !ora a única vez ue matara somente pelo sangue. /ão se justificaria e%plicando ue não tivera a inten(ão de matar, pois havia outros atos imperdo2veis ue jamais poderia contar. — Agora, vai procurar as ervas ou não6

9asculharam a 2rea em sil7ncio. "le tentava manter certa distância entre eles, #uscando alívio paraa urg7ncia ue castigava seu corpo. <avia jurado nunca mais se perder para uma mulher. as perdera'senos #ra(os de ane na noite anterior. /ão havia sido como a e%peri7ncia com Asharti, mas... 1odia estarenganado. )entara agradar a Asharti, e ela usara sua lu%úria contra ele. /a noite anterior pensara primeirona satisfa(ão de ane. as perdera o controle so#re a pr5pria lu%úria. ;omo com Asharti.

"la terminou de remover um ar#usto da terra e se levantou.

Auilo não era amor. "ram vampiros, e o sangue os atraía um para o outro. <avia dito a ane uenão precisavam ser maus. as auela terrível urg7ncia se%ual não podia ser íntegra. "ra um amaldi(oado.amais conseguira escapar completamente do deserto e de Asharti. Agora sa#ia. ;aso cedesse ao impulsose%ual inclemente, perderia os poucos resuícios de humanidade ue ainda lhe restavam.

ane viu a dor nos olhos de EilFenn e tentou imaginar em ue ele estava pensando. +eriamlem#ran(as6 0e repente, conhecer as novas regras de sua e%ist7ncia não parecia suficiente. >ueriaconhec7'lo. >ueria sa#er ue dor era auela ue o torturava, por ue ele matara e traíra seu país. )alveznisso estivesse a chave para a dicotomia entre o ue sa#ia e o ue sentia ser verdadeiro so#re esse homem.

 — 9oc7 est2 #em6 — perguntou ao se apro%imar com a valeriana nas mãos.

Ao ouvir a pergunta, ;allan alterou a e%pressão at* #anir todo e ualuer sinal de emo(ão.

 — "stou. 2 encontrou tudo de ue precisava6

 — 1reciso arrancar mais alguns ar#ustos, mas...

 — "u cuido disso — ele a interrompeu, ajoelhando'se para remover da terra as plantas."nuanto o via tra#alhar, ane pensava em tudo ue ouvira pouco antes. 1resas. +angue. <orrível8

 /ão conseguia nem pensar...

As cicatrizes no corpo de EilFenn. As marcas circulares e id7nticas em seu pesco(o, na parteinterna dos cotovelos e... na virilha... "ram as marcas dei%adas por presas... mordidas ue ele rece#eraantes de ser vampiro, antes de poder fechar ferimentos sem dei%ar marcas. " isso significava ue umvampiro havia sugado seu sangue. uitas vezes. >ue tipo de vampiro o teria mordido na virilha6

-ma mulher.

As terríveis possi#ilidades se e%pandiam em sua imagina(ão. "le possuía outras cicatrizes, mais

alongadas e sinuosas... 9ampiros não precisavam rasgar a carne, ele havia dito, mas isso não significavaue não o fizessem uando sentiam vontade. -ma vampira rasgara sua carne e sorvera seu sangue. /ãotinha dúvidas de ue havia sido uma mulher. A localiza(ão das cicatrizes sugeria o#sessão e umase%ualidade distorcida. 1or isso ele era tão retraído e reservado. 1or isso odiava uem era. O ue era.

A mulher ue o marcara era a mesma ue o fizera vampiro. +a#ia disso. 9ira a dor e o desesperoem seu rosto nauela noite em ue ele falara de sua transforma(ão. +eria possível amar algu*m ue

 praticara tamanha crueldade6 )alvez a o#sessão e a se%ualidade distorcida fossem tão dele uanto dela.

as... então, por ue ele ueria tanto a cura6 +e fosse esse o caso, estaria feliz com sua condi(ão, pois poderia se dedicar :uela ue o transformara, saciando suas ânsias doentias.

A menos ue ele houvesse rejeitado auela terrível parte de si mesmo. !azia sentido. A únicamaneira de reconciliar honra e generosidade, depois de tudo, era ter se modificado e se regenerado,superado a loucura ue o levara a praticar tantos crimes. A loucura não era uma desculpa, mas uma razão.

Ainda não sa#ia em ue acreditar, o ue pensar so#re esse homem. /ão seria capaz de interrog2'

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

lo, mas as cicatrizes e as sugest3es contidas nas pr5prias declara(3es dele tornavam suas dedu(3es l5gicas.

 — Acha ue * o #astante6 — ele perguntou, e%i#indo v2rios ar#ustos de valeriana.

"la assentiu e guardou as plantas no cesto.

 — Agora, vamos colher a cicuta ue cresce na margem do lago.

"nuanto desciam a encosta pu%ando os animais pelas r*deas, ela considerava diversas possi#ilidades. " se a lu%úria ue sentia fosse precursora de uma total perda de controle6 1oderia setransformar em um ser detest2vel como a mulher ue havia transformado EilFenn6 /ão podia ceder :lu%úria. /ão se esse risco e%istia.

 — $em, não foi um grande sucesso — "lta declarou carrancuda ao ver !l2vio, ane e EilFennentrarem na cozinha voltando do la#orat5rio. "la usava um elegante vestido lil2s.

"nuanto isso, o monge ajudava EilFenn a se sentar em uma cadeira de s5lido carvalho. ;lara,ue descascava #atatas, interrompeu a tarefa para encher de ch2 uente um #ule de porcelana.

 —9aleriana não * a solu(ão — disse $lundell ao entrar logo depois na cozinha.

 — O ue * essa... valeriana6 — "lta perguntou irritada.

 —-m soporífero her#al — o m*dico e%plicou. — -m narc5tico. 0everia ter deprimido a rea(ãodo parasita por tempo suficiente para o veneno conseguir mat2'lo. as, aparentemente, não * forte o

 #astante.

 — "st2 falando de um narc5tico, então6 ;omo o 5pio6 -ma das poucas su#stâncias capaz desuprimir nosso ;ompanheiro, em#ora não seja capaz de mat2'lo.

 — Lpio — o m*dico repetiu. — as... * claro, srta. Jaroff8 = milhares de vezes mais forte ue avaleriana8 O #otic2rio em @nverness deve ter pelo menos uma tintura de 5pio. — "le se levantou. — 9ou

 procur2'lo agora mesmo8

 — /ão — "lta manifestou'se. — = valioso demais para andar por aí : noite, sozinho. !l2vio ir2 #uscar a tintura assim ue anoitecer. >ual * a distância daui at* @nverness6 9inte uilCmetros, talvez6

 — ais ou menos isso. 9ou ter destilar o composto e... e... Lpio.

"les pretendiam dar 5pio e veneno a ;allan. "le #e#ia o ch2 com dificuldade, a mão tr7mula uaseincapaz de sustentar a %ícara.

 — 1elo menos vou poder dormir um pouco — ele murmurou.

* * *

ane estava sentada : mesa da cozinha, escrevendo em seu di2rio. 0ormira pouco. O sol ainda se punha, e EilFenn dormia. !l2vio partira pouco antes para @nverness na carro(a usada pela sra. 0ulnandurante o dia. "le teria de enfrentar o sol da manhã seguinte para conseguir comprar o compostonecess2rio : nova f5rmula de seu pai. O m*dico estava trancado no estúdio, lendo so#re ervas enarc5ticos. "lta não estava em nenhum lugar onde pudesse ser encontrada. Assim ue escurecesse, aneevitaria todos eles e se dirigiria :s colinas sozinha. 1raticaria a transloca(ão at* dominar a ha#ilidade, e j2havia esta#elecido um regime de treinamento ue aca#ara de anotar no di2rio.

O ue não conseguia entender era como podia conduzir a reapari(ão para o lugar onde ueriachegar. >ue intera(ão havia entre a mente do hospedeiro e o poder do ;ompanheiro6 )alvez a rela(ãoentre EilFenn e seu ;ompanheiro fosse mais sim#i5tica. )alvez a coisa em seu sangue não fosse um

 parasita, afinal. ;aso contr2rio, o ue e%plicaria auela sensa(ão de estar mais viva, mais inteira do ueantes da infec(ão6

)udo isso era su#jetivo. as podia haver conseu7ncias o#jetivas. 1or e%emplo, se era possível

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

transportar'se para uma nova localiza(ão, por ue não era possível transportar um o#jeto6 +eria possívelmover o#jetos usando apenas o poder mental ue se tomava emprestado do ;ompanheiro6 O pensamentoera intrigante8 "la fazia anota(3es no di2rio. /ão tivera uma chance de conversar novamente comEilFenn. A e%peri7ncia ue o assom#rava, as acusa(3es lan(adas por "lta, o ue tinham feito em-ruhart, tudo agora se interpunha entre eles como um a#ismo.

Ouviu passos no aposento so#re a cozinha. O ritmo sugeria certa ansiedade. "lta devia estar

faminta, e não somente por comida, apesar de ela ter declarado ue não precisava de sangueimediatamente. )alvez devesse oferecer'lhe um pouco de seu estoue. +u#iu a escada e #ateu na porta douarto da h5spede.

 — +rta. Jaroff, gostaria de jantar6

"la a#riu a porta usando um vestido de seda em estampa floral. O decote era amplo e provocante.

 — +rta. $lundell, entre.

;lara estava em p* ao lado da janela, escovando um traje de montaria. ;omo tiraria algumainforma(ão de "lta com ;lara presente6 "la entrou. ais uma vez, o cheiro de almíscar femininoinvadiu seus sentidos.

 — "u s5 ueria...

 — ;lara vai se encarregar das minhas necessidades — a mulher anunciou #ruscamente. — /ão *verdade, ;lara6

 — @mediatamente, senhora — murmurou a criada antes de se retirar.

 — +ente'se — ela convidou, apontando para uma das cadeiras diante da lareira.

 — 9im informar ue... se precisar de sangue...

 — "u me alimento em @nverness, mas sou grata por sua considera(ão.

 — 1arece... agitada. 1osso ajudar em alguma coisa6

A mulher riu.

 — "u posso me ajeitar sozinha, desde ue haja algum homem atraente nesse fim de mundo.

 — Ah... — /ão havia. /ão para os padr3es de "lta. "ntão, restava apenas uma possi#ilidade.

;omo se pudesse ler seus pensamentos, ela comentou?

 — )alvez possa dividir EilFenn. "le * suficiente para n5s duas, e ainda so#ra um pouco para;lara.

"lta sa#ia o ue ela e EilFenn haviam feito, e falava so#re o assunto de um jeito tão... casual8"stava chocada.

 — 1or ue ficou espantada6 = inocente o #astante para acreditar ue era amor verdadeiro6

 — /ão. 1or*m, gostaria de fazer uma pergunta, se puder responder.

 — 0esde ue me chame de "lta... +omos irmãs, num certo sentido,

 — "lta, então. A... se%ualidade e%acer#ada * parte natural da condi(ão de vampiro6 — "ra isso.1osto no conte%to da pesuisa científica, o fato tornava'se uase toler2vel.

 — Ah, sim8 — "la se levantou e foi apreciar a noite pela janela. — 9oc7 j2 deve ter sentido aenergia vital do ;ompanheiro...

ane assentiu.

 — /ossas necessidades se%uais são apenas e%press3es dessa energia. 1reciso ser servida v2riasvezes ao dia, e essa * uma das raz3es pelas uais estou tão agitada.

 — "ntendo. " ocorre o mesmo com os homens6

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — ;ertamente. " uando dois vampiros se unem... o resultado * inevit2vel. @sso nem sempreacontece, considerando ue vivemos em cidades, e congregar atrairia a aten(ão dos humanos para a nossanecessidade por sangue.

 — 0eve ser solit2rio não ter ningu*m com uem dividir seu segredo.

 — /ingu*m para desafiar seu poder. 1essoalmente, gosto de Boma.

 — 2 viveu em muitas cidades, então6 — = uase uma peregrina(ão. +5 h2 um vampiro em cada cidade, porue assim não chamamos

muita aten(ão. >uando algu*m se muda, outro pode se interessar pelo lugar ue foi dei%ado vago, e essasegunda mudan(a cria uma segunda vaga, e assim por diante.

 — "ntão, nunca se relaciona com os de sua... esp*cie.

 — Belacionar6 — "la riu. — Ocasionalmente. as, se uer um conselho, nunca fa(a se%o comalgu*m tão forte uanto voc7. "scolha os ue puder dominar. = mais seguro.

 — 1or u76

 — 1orue uma mulher se e%p3e durante o se%o. !ica vulner2vel aos pr5prios desejos, :necessidade de ser penetrada pelo homem. A única maneira de euili#rar essa vulnera#ilidade * estar nocontrole. " j2 ue estamos falando com franueza, deve ser cautelosa com EilFenn. 9oc7s dois sãonovos. /ão vai conseguir control2'lo durante o intercurso.

 — /ão... não vai acontecer. 9amos encontrar a cura.

 — +im, um dia... as, se esse dia não for amanhã, vai sentir certas necessidades. 9enha a mim, eeu cuidarei delas. /ão deve se deitar com EilFenn sozinha.

O ue "lta estava propondo6

+eu rosto devia e%pressar incredulidade, porue a mulher sorriu.

 — /unca viveu uma rela(ão a tr7s6 9ejo ue ainda ter2 muitas surpresas.ane engoliu em seco. EilFenn não sucum#iria aos planos de "lta. Ou sucum#iria6 )eria

rela(3es com ualuer mulher disponível, s5 porue era um vampiro e precisava de se%o6

>uando ;lara entrou carregando uma #andeja, ane se levantou.

 — )alvez esteja certa — disse, — Agora preciso ir.

+aiu, fechou a porta e desceu a escada correndo. 1recisava sair dali. 1raticaria transloca(ão. )alveztentasse mover pedras. !aria ualuer coisa para ficar longe de "lta e EilFenn. 1or mais ue secensurasse pelo ue acontecera no castelo, em nenhum momento havia considerado a e%peri7ncia como"lta a colocara. ;hegara a acreditar ue EilFenn...

!ora uma tola.

;allan entrou na cozinha com um galão de leite ue dei%ou so#re a pia. ;lara tinha preparado umatorta de amoras, e o cheiro da massa e das frutas assadas pairava na cozinha. "la ergueu a ca#e(a ao ouvirseus passos.

 — inha senhora deseja v7'lo — disse.

 — +ua senhora pode ir para o inferno — ele resmungou. )entou passar por ela, mas ;lara osegurou pelo #ra(o.

 — 1or favor. +e não lev2'lo at* l2, ela se zangar2 comigo.+a#ia ue "lta era perfeitamente capaz de desa#afar sua fúria, punindo a criada.

 — uito #em, vamos ver o ue ela uer — ele decidiu resignado.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

>uando su#iam a escada, ;allan captou as vi#ra(3es da criada e constatou ue ela não era uma jovem indefesa, mas uma velha vampira. ;lara #ateu na porta do uarto antes de a#ri'la e anunciar?

 — Aui est2 ele.

;allan entrou.

 — O ue voc7 uer6

"lta escovava os longos ca#elos negros diante de uma delicada penteadeira. O vestido vermelhode decote amplo, sugeria seios fartos e perfeitos, e os olhos #uscaram os dele pelo espelho.

 — !oi transformado por Asharti, não foi6

;allan ergueu o uei%o para ocultar o choue.

 — /ão. — ;omo ela podia sa#er de sua vergonha6

 — /ão minta. "u vi as cicatrizes. = a marca de Asharti.

 — +im, as marcas foram dei%adas por ela. as não foi ela a autora da minha transforma(ão, comovoc7 chama.

 — -m de seus seguidores, então. !edeah, talvez6"la sa#ia8 ;allan não respondeu, mas sustentou o olhar penetrante.

 — "la foi uma e%celente aluna — comentou "lta. — Aposto ue o treinou muito #em.

 — O u76... — )udo ue essa declara(ão implicava o invadiu como uma onda. "le se virou parasair enuanto ainda havia tempo, mas era tarde demais. Os olhos dela ficaram vermelhos, e ele paroucomo se os p*s estivessem colados ao chão.

"lta se levantou devagar e caminhou em sua dire(ão com grande sensualidade. A conhecidaincapacidade de rea(ão se fazia sentir em seu peito, crescendo como uma n5doa negra.

 — 1o#re Asharti — ela murmurou, removendo sua gravata e jogando'a no chão. — "la sofreumuito a#uso. "u a conheci em... vejamos... /o início do s*culo uinze, em !loren(a. -m lugar delicioso.Os ediei estavam no poder. Auele rapaz chamado $uonarotti vivia esculpindo homens nus, esacerdotes se entregavam ao flagelo di2rio. "ra tudo perfeito para n5s, at* -r#ano nos e%pulsar. — "latirou a camisa de ;allan, ue come(ava a ter dificuldades para respirar. A vampira poderia ter arrancadoos #ot3es de sua cal(a com a for(a do pensamento, mas preferiu solt2'los um a um, lentamente. —9iajamos juntas. "u ensinei a ela tudo ue sa#ia. — O olhar aprisionava o dele. — 1ara a cama8

;allan rangeu os dentes, mas era inútil. /ão tinha for(as para resistir. 0eitado, sentiu ue "ltatirava suas #otas.

+eu único conforto era pensar ue havia apenas tr7s deles.

 /ão poderia suprimir sua vontade vinte e uatro horas por dia. 1recisava escapar. — /ão... pode... me aprisionar... para... sempre... — conseguiu dizer.

"la riu.

 — as isso * o ue torna tudo ainda mais delicioso8 /ão preciso aprision2'lo. 9oc7 vai uererficar : minha disposi(ão.

 — /unca8

 — $o#agem. — "la terminou de despi'lo. — >uer a cura, não uer6 /ão vai partir. — "ltaestudou o corpo nu.

 #ara o diabo com a cura6  /ão podia suportar essa humilha(ão. +eu mem#ro pulsava. "le secontorcia como se assim pudesse escapar.

 — Agora entendo por ue Asharti gostou tanto de voc7. Al*m dos olhos azuis, ue ela sempreapreciou, tem um corpo perfeito8 — "la afagou com leveza o mem#ro ereto.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

;allan ueria esgan2'la, mas sa#ia ue era inútil lutar. "la era muito mais velha, tinha mais poder... !aria tudo ue uisesse com ele, como Asharti havia feito tantas vezes. Algo em sua alma morreuum pouco. ulgara ter escapado do efeito de Asharti so#re sua psiue. )entara encontrar uma nova vida, etudo por nada8 A escuridão o envolvia.

 — 9ai me chamar de srta. Jaroff na frente dos outros, mas, uando estivermos sozinhos, vai mechamar de 4senhora4. — 0eitou'se so#re ele e, apoiada em um cotovelo, tocou'o no uei%o, virando sua

ca#e(a para o lado e e%pondo a art*ria palpitante em seu pesco(o."ra isso, então. /ão tinha nenhuma esperan(a de evitar o ue ela planejava. esmo assim, tentava

lutar, fortalecer a mente contra a compulsão. +entia os l2#ios sorrindo em seu pesco(o, divertindo'se comsua resist7ncia, e depois sentiu a perfura(ão na car5tida. "la sugava lentamente e acariciava seu mem#rocom uma das mãos. ;allan odiava o desejo ue não podia conter. "ra ela uem o provocava, ou tudo erao#ra de sua pr5pria natureza, fraca e pervertida6 "lta removeu os caninos de seu pesco(o.

 — eu ;ompanheiro * muito mais forte ue o seu. 1osso #e#er seu sangue sem nenhum esfor(o.O sangue de um vampiro tem sempre um sa#or especial. — "la lam#eu os l2#ios vermelhos enuanto

 passava a unha por seu peito, a#rindo um corte fino por onde sorveu mais sangue, usando a saliva paraimpedir a cicatriza(ão. >uando finalmente se afastou, foi para a#rir o vestido e e%i#ir os seios fartos. —

0elicioso. as, uando ane juntar'se a n5s, não devemos dei%ar ue ela #e#a. +eus companheirosentrariam imediatamente em guerra. /ão seria fatal, mas... desconfort2vel.

uando ane *untar!se a n2s% ) qu(%...

 — "u a convidei para dividir o #anuete. " convidei ;lara, tam#*m. ;lara recusou, * claro.+empre tão recatada...

ane tam#*m se negaria a participar dauele tipo de rela(ão. Ou não6 )odas as mulheres vampiraseram devoradoras vorazes6

"lta riu.

 — +egure os postes da cama — disse."le resistiu, como havia feito antes no deserto, mas a vontade da mulher era implac2vel, como

havia sido a de Asharti. "le agarrou os postes. "lta ergueu o vestido e posicionou'se so#re seu corpo,ajeitando seu mem#ro no ângulo e%ato para a penetra(ão. >uando o engoliu com sua fenda úmida, elasuspirou de satisfa(ão. Os movimentos eram lentos, e o sangue de ;allan pulsava no mesmo ritmo,fervendo em suas veias.

"le gemeu, mas não de desejo. "ra indigno do ar ue respirava. +eus olhos se encheram de umaestranha umidade. +5 havia uma minúscula esperan(a, e ele se agarrou a esse peueno ponto. >uandoterminasse o ue estava fazendo, uando desse a noite por encerrada, ela o ignoraria, certa de ue não

 poderia escapar. as ele fugiria. A#andonaria ane e a possi#ilidade de cura. /ão tinha escolha.

)ransloca(ão era um processo e%austivo. ane conseguira realizar o feito uatro vezes nauelanoite. 1elo menos, a concentra(ão necess2ria a impedia de pensar em EilFenn e "lta. )alvez devessetentar mais uma vez. "ra uma cientista8 " tinha uma nova teoria para testar. >ue melhor momento do ueo presente6

>uestão? o poder do ;ompanheiro podia ser transferido6 "la seria capaz de mover outra coisaal*m do pr5prio corpo6 -ma rocha chamou sua aten(ão na paisagem. Grande demais. )alvez a pedra uese erguia na margem do lago...

+im. Auela devia servir. Ajoelhou'se na #eirada do penhasco, removendo toda a tensão dos

om#ros e do pesco(o. ;oncentrada, ela chamou?ompanheiro6

Ivida surgiu como uma onda em suas veias. 1oder. ;one%ão. +entia o todo. " usaria essa for(a.Olhou para a pedra na margem do lago e tentou não pensar ue ueria ir at* l2, mas ue desejava mover

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

auele o#jeto.

 4(!me poder.

O negro come(ou a su#ir por suas pernas. "ssa era a parte mais difícil. O ue podia fazer al*m detentar6 A escuridão ueria se erguer at* envolv7'la, mas ela a empurrava para #ai%o. Olhou para a pedra eempurrou o poder para fora, imaginando #ra(os estendidos.

+entiu uma dor lancinante. +eus olhos ficaram turvos por um momento."la piscou. A pedra ainda estava l2.

+uspirou.  A ess(ncia da e-perimenta"ão & a paci(ncia, disse a si mesma. as não se sentia paciente. /ão se sentia científica. +entia'se apenas... peuena.

1or*m, não estava pronta para voltar para casa. >ueria tentar novamente. @nvocou o ;ompanheiro,olhou para a pedra, sentiu o poder... 1ensou em projet2'lo, e dessa vez sentiu ue ele fluía numa correntesuave e est2vel. "%pirou, e uando o ar terminava de dei%ar seus pulm3es, uma dor aguda a fez gritar.

;aiu deitada na #eira do penhasco. A terra em torno da rocha se a#ria, e a rocha se erguia do chãoe rolava margem a#ai%o, erguendo uma onda a partir do ponto em ue mergulhou no lago.

;onseguira8 <avia movido um o#jeto8

" a dor tinha sido menos intensa do ue uando ela mesma se transportava de um local para ooutro. )eria de praticar mais, construir e%perimentos para ver uanto peso era capaz de mover, a uedistância e uantas vezes consecutivas at* se esgotar...

EilFenn não havia mencionado ue isso era possível. "staria escondendo alguma coisa6 Ou nãosa#ia tudo so#re seu estado6 ;om o tempo, talvez pudesse e%plicar a ele uma ou duas coisinhas... "ragratificante acreditar nisso.

A vida fluía por suas veias. "ra forte, cheia de energia, mais vi#rante do ue jamais fora.

as esse estado não perduraria por muito tempo.

1or ue pensava em praticar, se estava apenas esperando pela cura6 +uspirando, pegou o cestocheio de matric2ria. O ue o pai ueria com isso6

Atr2s dela, uma onda se ergueu e um gemido sinistro cortou a noite. ane virou'se. A cerca detrinta metros da margem, uma enorme criatura se erguia da superfície escura. 1odia ver a pele escamosasu#indo e descendo numa seu7ncia lenta de mergulhos. 0e ue tamanho seria auela criatura6 " por ueela aparecia sempre ue estava perto do lago6 )inha a sensa(ão de ue, a cada mergulho, a criatura seapro%imava. O medo crescia. @nstintivamente, chamou seu ;ompanheiro. O funil escuro come(ou a girarem torno de seus p*s. ane pensou na colina so#re a fazenda. -ma onda de dor, e ela partiu.

!icou parada por alguns minutos, tentando respirar. +em for(as para translocar'se de novo, desceu

a colina de volta para casa. /ão havia ningu*m na cozinha. O sil7ncio era interrompido apenas por #auesrítmicos ue pareciam ecoar nas paredes.

O ue era auilo6

Arregalou os olhos ao compreender o ue estava acontecendo. aldito8 O ue haviam feitosignificava tão pouco para ele6

)omada por uma fúria cega ue so#repujava a razão, su#iu a escada e parou diante do uarto de"lta. /ão havia dúvida? o som partia dali.

A#riu a porta. EilFenn estava deitado, nu, agarrado aos postes da cama. +eu corpo estava co#erto por uma camada de suor, e "lta, com o vestido levantado e a#erto, os seios a#undantes #alan(ando,

cavalgava'o vigorosamente. Ao ouvir a porta, ela parou e se virou com um sorriso de puro prazer. +eusolhos vermelhos atestavam a influ7ncia do ;ompanheiro.

 — >uer se juntar a mim6 — convidou ofegante.

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

EilFenn a encarou, horrorizado. <avia tam#*m vergonha, desespero e medo em sua e%pressão,sentimentos provocados pela desagrad2vel situa(ão do flagrante, certamente.

O ue poderia dizer6 >ue direito tinha de interromp7'los6 EilFenn fizera sua escolha? encontrar prazer com todo e ualuer corpo ue estivesse ao alcance de suas mãos... e de outras partes de suaanatomia. "la #alan(ou a ca#e(a em resposta ao convite de "lta. +eus olhos amea(avam trans#ordar, enão podia permitir ue eles vissem sua angústia. 0esesperada, virou'se e correu para o uarto, #atendo a

 porta com viol7ncia. "ra uma pena não poder dei%ar do outro lado as emo(3es ue ferviam em seu peito.&2grimas lavavam seu rosto uando ela se atirou : cama.

;allan não foi chamado ao la#orat5rio para testar novas f5rmulas nauele dia porue !l2vio aindanão retornara de @nverness com o 5pio. +em uma justificativa para escapar, ele passou o dia no uarto de"lta, servindo'a inúmeras vezes.

&em#rar a repulsa no rosto de ane causava uma dor maior do ue imaginara ser possível. "lacertamente construiria uma opinião firme a seu respeito. /ão s5 o considerava um criminoso traidor,como um devasso disposto a se atirar so#re o corpo da primeira mulher ue cruzasse seu caminho. "la

deduziria ue o ue tinham feito não significava nada para ele."stava deitado so#re a cama, em meio aos len(5is amarrotados e úmidos de suor, figurativamente

esgotado, em#ora não literalmente. "lta não o dei%ara ejacular durante todo o dia. Agora, ela dormia aoseu lado, mas poderia acordar a ualuer momento e e%cit2'lo. "ra repugnante.

O ue acontecia ali era muito diferente do ue havia acontecido entre ane e ele. +im, houveralu%úria, mas a sensa(ão fora totalmente distinta. ;omo a desejara8 as sentira tam#*m outra emo(ão,algo ue não conseguia...

0e ue adiantava pensar6 ane nunca mais olharia para ele. Agora era propriedade de "lta, comoantes pertencera a Asharti. " seria assim at* ue pudesse escapar. /ão ousava invocar seu poder na

 presen(a de "lta, e não sa#ia se ela o dei%aria sozinho em algum momento.

Asharti nunca se ausentara...

 Montanhas Atlas, dezembro de 1819

 — edeLah, traga os generais >s dez —  Asharti ordenou.

) eunuco +rabe que a servia havia s&culos, curvou!se e saiu. Era ele quem trans$ormava osoutros no que ela era.

allan piscou e olhou para o $ogo no meio da tenda. Era uma manhã $ria. ;aviam montadoacampamento ao norte das Montanhas Atlas. ) e-&rcito marchava para Algiers, detendo!se nos vilare*os

 para obter sangue. Nada disso tinha import<ncia para ele. /ivia apenas entre um comando e outro. 7nteriormente,

estava cheio de p2. Ela conseguia o que queria dele. empre. Não havia dvida. Nunca. A*oelhou!se no solo arenoso ao lado do tapete. A areia absorvia o sangue que vertia das $eridas abertas por ela em seucorpo. Estava enganado. Não estava cheio de poeira apenas. =amb&m havia sangue.

 A tenda estava quieta. ) nico som era o da pena arranhando o papiro. =alvez ela estivesseocupada demais...

 —  Escravo6  —  A pena se deteve. Ele raste*ou at& o tapete para se prostrar diante da cadeira,colando a testa ao padrão azul e vermelho.

 — omo posso servi!la, senhora%B murmurou. — irva!me vinho. — Ela empurrou para longe o pergaminho.

allan levantou!se. Estava um pouco tonto, por isso caminhava com cuidado. A <n$ora de vinho

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 $icava sobre uma mesa bai-a, ao lado de uma vasilha com $rutas e outra, contendo castanhas. 4espe*ou ol0quido vermelho na ta"a. )s olhos $i-os em seu corpo o mantinham estranhamente consciente dos

 pr2prios genitais. entia!se enri*ecer. eria sua vontade, ou a dela%

 — =raga a <n$ora — ela ordenou.

allan obedeceu e depositou a bande*a sobre uma delicada mesa de madrep&rola ao lado dela. #ara proteger!se do $rio, ela se cobria com um $ino -ale de lã vermelha. 5m amuleto de ouro adornava ovale entre os seios, combinando com os brincos e urna dzia de braceletes.

 Ele abai-ou a cabe"a e se a*oelhou para não dei-ar transparecer a vertigem. eu membro estavaereto, embora não $osse uma ere"ão total. Ela bebeu o vinho em sil(ncio por um momento. Estava lendoos pergaminhos que escrevera, ou pensava nas $altas que ele acumulara ao longo de mais um dia de

 servi"o% Estava cansado. Ela nunca o dei-ava repousar. A noite, caminhava ao lado da liteira onde elavia*ava, enquanto o e-&rcito marchava, e-ceto por aqueles momentos em que ela o chamava para ointerior do ve0culo. Ela cochilava, usava!o, e cochilava novamente. 4urante o dia, ele a servia em suatenda at& ela adormecer, antes de banhar!se e preparar!se para o anoitecer. Os vezes, enquanto elarevisava as tropas para a marcha noturna, ele conseguia cochilar por alguns momentos. Nos primeirosdias de cativeiro, pensar em oito horas de sono numa cama de penas de ganso na 7nglaterra o $azia

chorar. Mas não chorava havia muito tempo. E-istia agora em um lugar al&m das l+grimas. ;aviaatravessado algum tipo de $ronteira. Não era mais dono de si mesmo. Era propriedade daquela criatura.

 — /ai precisar de compulsão esta noite para me servir% — ela indagou em tom sedutor.

 — Não, senhora. — Ele engoliu o n2 que se $ormava em sua garganta.

 — E como vai me servir%

 — Espontaneamente.

 — E por que me serve espontaneamente%

 Não sabia como responder.

 B #orque &... minha... senhora — ele arriscou, desesperado.

 — E voc( e-iste para ser meu ob*eto. aciar!me & seu prop2sito na vida.

 — im, senhora.

 — @amba meus seios — ela ordenou, a$astando o $ino tecido de lã.

allan obedeceu sem demora. entia o mamão crescer em sua boca. As unhas longasarranhavam!no enquanto ele sugava.

 — ;+ quanto tempo não tenho de puni!lo por resistir > minha vontade%

 Ele não sabia6 emanas% 5m m(s% @ambeu seu mamão direito at& ouvi!la gemer.

 — Não contei os dias, senhora.

 Ela riu.

 B inteligente. 7sso o tornou mais di$0cil, mas, no $inal acabou se submetendo. #ena que o ato de submissão ainda não provoque uma ere"ão completa.

 Ela pedia o imposs0vel6 eria punido se não pudesse atender a essa e-ig(ncia% #ensar em puni"ão era su$iciente para dei-+!lo ainda mais deprimido. E ela não estava usando seu estranho poder para despertar seu membro. om a mão esquerda, ele tocou os pr2prios genitais, enquanto usava adireita para a$agar um seio $arto. #recisava e-citar!se para saci+!la.

 — Não6 — ela gritou. —  $+cil demais6 uero que ele enri*e"a sozinho. Ele introduziu a mão entre suas pernas, esperando distra0!la. aci+!la não era seu nico

 prop2sito na vida% 4evia ser capaz de manter uma ere"ão. 2 o medo o impedia de ter a rea"ão que elaesperava e dese*ava. Mas algu&m que s2 tinha poeira por dentro não podia sentir medo, podia% Ele se

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

concentrou no dese*o de servi!la. Mas pensar em servi!la alimentava o medo.

 Muito bem. #ensaria naqueles tempos em que sentia prazer com o ato se-ual. 4ias de estudanteem Edimburgo quando se deitava com uma prostituta chamada Megan...

 — onsidero um insulto que precise de compulsão para conseguir uma ere"ão.

 Estava perdido. Ela o chicotearia, ou produziria aquela dor em sua cabe"a at& $icar rouco de

tanto gritar. #recisava evitar o castigo. —  que... estou $raco, senhora, e cansado.

 — E ainda o$erece desculpas%  — Ela o empurrou para tr+s, *ogando!o sobre o tapete. B Não h+ perdão para um escravo que não satis$az sua senhora.

allan colou a testa no tapete, esperando pela puni"ão. ;ouve um longo sil(ncio. ) que elaestava $azendo%

 — Est+ $icando $raco demais para o meu gosto, mas e-iste uma cura para isso.

 A compulsão o atingiu como uma onda el&trica. eu membro $icou dolorosamente r0gido.

 — Agora, venha aqui e me sirva, e depois vamos curar essa sua e-austão.-ma cura para a e%austão. )inha sido esse o motivo para infect2'lo com o sangue de !edeah.

)ornara'se forte, sim. " agora precisava de uma cura para a cura. as o pre(o de ficar e esperar por elaera su#meter'se :uela alma doentia. /ão suportaria enfrentar auilo novamente.

as... a#riria mão da cura para escapar de "lta6 A cura era sua única esperan(a de realmenteescapar da natureza dos vampiros. +5 então poderia resgatar o ue fora antes de Asharti, antes de "lta,antes dos crimes praticados contra a humanidade e contra si mesmo. " se não pudesse recuperar o ue umdia fora, ou se sempre tivesse sido pervertido e mau, e Asharti apenas tivesse li#ertado sua real natureza,então, uando fosse humano outra vez, poderia pCr fim a esse sofrimento.

)alvez conseguisse suportar a escravidão de "lta at* o#ter a cura. 1or*m, a cura não o li#ertaria,

 pois ela ainda poderia us2'lo como humano. 1oderia impedir o suicídio e mant7'lo vivo por muito tempo.+endo assim, tentaria escapar auela noite. +a#ia ue a fuga representaria a condena(ão ao eternovampirismo, mas pelo menos seria senhor de si mesmo. +eu pr5prio torturador.

" ane6 /ão podia dei%2'la : merc7 de "lta. )olice. "la era capaz de se defender sozinha. 1or*m,ela nem sa#ia so#re a compulsão8 !icando ou partindo, não poderia proteg7'la.

O sol se punha do lado de fora, e ele tam#*m mergulhava na escuridão. +entia na #oca o gosto dodesespero.

"lta se me%eu em seu sono saciado.

* * *

ane não suportava mais ficar nauela casa. 1assara o dia todo se revirando na cama. !altavamapenas duas horas para o sol se por, e ainda não conseguira dormir. Os gemidos femininos de prazer, osgrunhidos masculinos, o som da cama se chocando contra a parede... )udo isso era uma tortura8

 /ão conseguia apagar da mente a imagem do corpo nu de EilFenn so# o de "lta, os #ícepsdefinidos pelo esfor(o ue fazia para se segurar : cama... "stava horrorizada por ter se enganado tantoso#re ele8

as o sol j2 se punha. !inalmente, podia sair do uarto e da casa. 1ara onde iria6 /ão ueria ver omonstro do lago mais uma vez. )am#*m não iria para o castelo, onde as lem#ran(as a atormentariam.

;aminharia pela planície. "ra isso.as... não ueria perder a volta de !l2vio. +eu pai faria o e%perimento com 5pio assim ue ele

chegasse. /ão ue se importasse com EilFenn... >ueria apenas testemunhar o momento da desco#erta e

7!

7!

7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

ser a primeira a fazer uso da cura. +airia apenas para uma #reve cavalgada. 0ispunha ainda de algumashoras antes da chegada de !l2vio.

>uando j2 estava uase chegando ao est2#ulo, seu pai a#riu a porta do la#orat5rio para cham2'la."le tinha os ca#elos em desalinho, e seu avental e%i#ia manchas em locais variados. Besignada, ane oseguiu.

 — inha uerida, onde est2 EilFenn6 !l2vio pode voltar a ualuer momento8

 — /ão sei onde ele est2.

 — )enho aui dois venenos poderosos para associar ao 5pio. As misturas estão prontas pararece#er o ingrediente final. 1ode providenciar para ue ele se alimente #em6 >uero'o forte.

 — "le me parecia muito #em da última vez ue o vi.

 — EilFenn precisar2 de muita proteína. Ovos, presunto, #acon, um ou dois rins, pão, #iscoitos,enfim, coisas ue produzam energia.

 — ;lara pode cuidar disso. 9ou sair para cavalgar.

 — Agora6 ane, isso pode ser tudo ue estamos esperando8

"la suspirou.

 — "st2 #em, papai, vou tomar provid7ncias para ue ele seja #em alimentado. e ele se dignar adescer.

!oi provavelmente o cheiro de ovos com #acon ue o atraiu para fora do uarto. ane j2 se preparava para dei%ar a comida so#re a mesa, em#ora ;lara insistisse na necessidade de servir "lta nasala de jantar, uando ouviu passos na escada. ;om os ca#elos soltos e vestindo apenas um ro#e de sedavioleta, "lta foi a primeira a surgir na sala. EilFenn a seguia completamente vestido. "le mantinha osolhos #ai%os, mas pu%ou a cadeira de "lta para acomod2'la : mesa. ane sentia neles o cheiro do se%o.

 — EilFenn, providencie 2gua para o meu #anho — "lta ordenou. — ;lara, estou faminta.

"nuanto ;lara escolhia os alimentos, EilFenn se dirigiu : porta da cozinha. "le pareciaestranhamente determinado. ane devia estar feliz por não ter de suportar sua presen(a, mas tinha umamissão a cumprir.

 — eu pai uer ue se alimente #em. 1recisa se preparar para o teste.

 — /ão estou com fome — ele respondeu sem encar2'la.

 — "u tinha esuecido do teste — "lta confessou. — +ente'se e coma, EilFenn. 1ode ir #uscar a2gua depois.

"ra desconcertante ver auela mulher dando ordens dentro de sua casa, especialmente porue

EilFenn as o#edecia sem nenhuma hesita(ão ou resist7ncia. +em nenhuma... vontade6 — "st2 doente6 — ela perguntou ao v7'lo comer com movimentos autom2ticos.

 — "le não est2 doente — "lta respondeu. — Apenas um pouco pregui(oso e re#elde. /ão * isso,EilFenn6

 — +im.

+e ele estivesse doente, o teste teria de ser adiado. "le continuava comendo, enuanto "ltae%plicava como a vida 4rústica4 ofendia suas sensi#ilidades.

ane sentia vontade de gritar.

>uando terminaram de comer, "lta se levantou. — EilFenn, a 2gua para o meu #anho.

1or ue ele não se recusava a atend7'la6 EilFenn se levantou e saiu da sala.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — <omens8 — "lta riu. — +ão criaturas estranhas8

Antes ue ane pudesse responder, o som das rodas da carro(a anunciou a chegada de !l2vio.

"ra sua chance. "stava parado ao lado do po(o. <avia luzes nas janelas, e ele podia ver $lundellcorrendo do la#orat5rio para a casa. 9ia tam#*m a silhueta de !l2vio na janela da cozinha. /ingu*m

 prestava aten(ão nele. 1odia ir.

+e ficasse, s5 haveria a#uso e degrada(ão, e tudo terminaria em morte, independentemente doresultado das pesuisas so#re a nova f5rmula. <avia jurado nunca mais se colocar : merc7 do poder deoutra pessoa. 1odia cumprir o juramento.

0ei%ou o #alde cair dentro do po(o.

" se partisse agora6

+im, sa#ia ue teria pela frente toda a eternidade como o monstro ue era. >ueria a cura mais doue tudo, mas era capaz de seguir carregando o fardo de sua verdadeira natureza.

O ue o incomodava era sa#er ue, se partisse, "lta venceria de alguma maneira. /ão poderiatortur2'lo, mas teria a cura ue fora #uscar por alguma razão desconhecida. " ele a#andonaria ane e o pai

dela aos caprichos de uma mulher dia#5lica. +a#ia ue ane precisaria de prote(ão.)udo isso significaria ue Asharti alcan(aria a vit5ria de uma maneira distorcida tam#*m. "la o

transformara no homem ue se ajoelhava a seus p*s suplicando por seus a#usos. ;ometera atrocidades so#sua influ7ncia. /ão podia negar. as não precisava continuar sendo o homem ue nunca a enfrentava.1odia mudar. >ueria mudar, provar ue Asharti não continuava e%ercendo o controle do túmulo. "malgum momento, teria de enfrent2'la. )entara resgatar sua alma praticando peuenas #oas a(3es, masAsharti ainda e%istia em seu cora(ão. " nunca a confrontara diretamente. ;omo poderia6 "la estavamorta. as agora ela revivia em "lta. Agora tinha outra chance de promover um final diferente para suahist5ria.

 /ão havia nenhuma esperan(a de ajudar ane e o pai dela a escaparem, uma vez encontrada a cura.

 /ão tinha nenhum plano, mas tam#*m não podia fugir.)erminou de encher os dois #aldes ue havia levado at* o po(o e voltou para casa. "nfrentaria

tudo ue "lta pudesse fazer para tortur2'lo, pela t7nue esperan(a de poder mudar as coisas dessa vez, de poder resgatar uem havia sido.

)odos esperavam ansiosos pelo início do teste, e%ceto ;lara, ue tinha preferido esperar em casa.

 — "le não devia estar nu, doutor6 — "lta perguntou.

 — /ão vou me despir diante de uma plat*ia — ;allan anunciou com os punhos cerrados.

 — /ada ue não tenhamos visto antes, certo, ane6 — +il7ncio, por favor — pediu o m*dico, distraído demais para uestionar o coment2rio da

h5spede. — !l2vio, traga o 5pio. )em certeza so#re a dose6

!l2vio dei%ou so#re a #ancada de tra#alho dois pacotes de papel pardo preso por #ar#ante.

 — )enho certeza. /osso meta#olismo * mais acelerado ue o dos humanos.

 — /esse caso, fico feliz por estar aui para me ajudar. "u teria utilizado um uarto dessa medidade tintura de 5pio. ane, pegue meu #loco de anota(3es. 1reciso registrar as mudan(as. !l2vio, pode me%era mistura enuanto vou #uscar a seringa6

enos de um minuto depois, o m*dico anunciou ue tinha tudo pronto.

 — EilFenn, ainda est2 vestido6 A f5rmula dessa noite cont*m em*tico, uma su#stância ue induzo vCmito.

 — "stou acostumado com isso. antenha um #alde por perto.

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — uito #em, mas precisa ao menos tirar a camisa. 9ou precisar de uma 2rea vasta para aplicar asinje(3es. )alvez tenha de usar tam#*m a art*ria femoral.

;allan ficou ainda mais s*rio. +a#ia tudo so#re essa art*ria. )inha v2rias cicatrizes circulares aolongo dela. 0espiu a camisa, e a visão provocou em ane uma rea(ão ue ela gostaria de poder suprimir.

 — ane, o tu#o.

"la pegou o tu#o de #orracha ue seu pai costumava usar para aplicar inje(3es intravenosas. — "stenda o #ra(o — ela pediu, amarrando o tu#o com for(a. — Agora, feche a mão. — O #íceps

saltou como se tivesse vida pr5pria.

"lta sorria. "la devia poder sentir o cheiro de sua rea(ão. ane recuou, respirando lentamente paraacalmar o corpo.

+eu pai j2 se apro%imava com uma seringa contendo um líuido cintilante. )rinta centímetroscú#icos6 Algu*m podia tolerar auela uantidade de 5pio6

 — +e estiver enganado com rela(ão : dose, !l2vio, a morte de EilFenn ser2 certa esta noite.

 — )olice8 — "lta interferiu. — "le * imortal. $em, e%ceto por decapita(ão.

 — = a dose certa — o monge confirmou. — O suficiente para entorpecer o ;ompanheiro.

$lundell aplicou a inje(ão com grande ha#ilidade. 0epois de injetar todo o líuido, removeu aagulha e se virou para pegar um peda(o de gaze. >uando olhou novamente para a 2rea onde haviaaplicado a f5rmula, a perfura(ão estava fechada.

+urpreso, ele ordenou ue ane repetisse o processo. A segunda dose foi injetada. +urpresa, ela viuo pai preparar uma terceira seringa. /ingu*m podia suportar tanto 5pio8 /em mesmo um vampiro8 "laolhou para EilFenn. +eus olhos j2 perdiam o foco. /a terceira dose, ele cam#aleou. !l2vio o amparou.

 — 0eite'o — ordenou o m*dico.

Ajoelhado ao lado da esteira, seu pai pegou uma vela, ergueu a p2lpe#ra de EilFenn e passou achama diante de seu rosto.

 — 1upilas dilatadas. A droga est2 fazendo efeito. Agora, vamos esperar um pouco antes de dar aele a f5rmula desta noite.

 — " ual * ela6 — "lta perguntou em tom uase casual.

 — )eremos tempo para isso mais tarde, se der certo. as posso adiantar ue os ingredientes sãocomuns. 9ai ser f2cil produzi'la em grandes uantidades.

 — "%celente — ela resmungou.

&ogo depois, o m*dico administrou com cuidado o líuido púrpura. ;allan engasgou uma vez, mas

conseguiu #e#er toda a mistura, apesar do torpor e da confusão mental. +entia o líuido ueim2'lo, masera como se ele o#servasse a cena de um ponto distante, fora de seu corpo. As convuls3es, o vCmito, osangue ue jorrava de sua #oca... A dor. /ão era tão ruim uanto antes, porue era como se tudoacontecesse : distância. " estava cada vez mais longe, como um #arco se afastando do porto para navegar: deriva...

 —1apai, fa(a alguma coisa ou ele vai morrer8 — ane sentia a pulsa(ão fraca e irregular deEilFenn. — O ;ompanheiro não tem for(as para ajud2'lo8

 — as precisamos matar o parasita, ane.

 — /ão se tiver de mat2'lo tam#*m. -m estimulante8 @njete alguma coisa ue estimule seu

cora(ão8 — O u76 1oejo6

 — Ou tintura de dedaleira. O ue tem aí6

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 — Ah, vejamos... 0evo ter dedaleira em algum lugar...

 — 0epressa8 — "la pegou a seringa, enuanto seu pai despejava um p5 em uma medida de 2gua eme%ia. "la mesma aspirou o líuido com a agulha e se preparou para injet2'lo. /ão sa#ia se algu*m j2tinha tentado o procedimento, mas não havia tempo para administra(ão via oral. 1recisava tentar. "la era aúnica chance ue EilFenn tinha de so#reviver.

ane limpava o corpo nu de EilFenn com um pano úmido. "le estava sendo castigado pela fe#rehavia dois dias. )rocara os len(5is da cama duas vezes, e precisava troc2'los de novo, pois j2 estavamensopados. +eu pai reduzia progressivamente as doses de 5pio e as euili#rava com tintura de dedaleira,mas ainda não era possível ter certeza do resultado da e%peri7ncia.

O euilí#rio das doses era delicado. 1ouco, o ;ompanheiro so#reviveria. uito, o pacientemorreria. EilFenn vomitava tudo ue era posto em sua #oca. -rinava pouco, o ue indicava ue o corpoestava em choue por estresse renal. "le era consumido por to%inas ue não conseguia processar oueliminar.

"la o co#riu com um len(ol limpo. ;omo ele alternava epis5dios de fe#re e hipotermia, ela

mantinha o uarto auecido e o fogo aceso na lareira. ;om a ajuda de um creme de ervas, hidratava seusl2#ios, evitando as rachaduras pelo ressecamento causado pela fe#re.

ane não dormia havia dois dias. +eu pai não sa#ia ue estava cuidando dele em tempo integral.Acreditava ue se revezava com ;lara, mas ela jamais permitiria ue outra pessoa cuidasse dele. )oda arevolta e o ressentimento diante da trai(ão pareciam tolice no momento. /ão podia compreender o fogointerno ue o impelira : cama de "lta. Al*m do mais, ainda lem#rava a e%pressão de horror e vergonhaem seu rosto. "le se envergonhava do ue era, dauilo em ue fora transformado.

+e nutria por ele sentimentos a#surdos, a culpa era dela. " jamais os revelaria. /em pensaria noue sentia por ele. +5 ueria ue ele so#revivesse.

O sol estava nascendo. "la se levantou para ir fechar as cortinas, e cam#aleou. — +rta. $lundell, dei%e'me cuidar disso.

!l2vio a amparou e sentou'a novamente na cadeira. >uando ele havia entrado6 0epois de fechar ascortinas, ele disse?

 — "u cuido dele. /ão dorme h2 dias. +e entrar em colapso, não poder2 ajud2'lo.

 — " se ele precisar de um estimulante6 /ão sa#er2 aplicar a inje(ão. eu pai est2 ocupado comsuas anota(3es... — /a verdade, o fato de ele estar mais preocupado com seus registros do ue com o

 paciente a pertur#ava.

 — +e acontecer alguma coisa, eu mesmo irei cham2'la.

 — "st2 cansado. +ei ue esteve cuidando dos animais. " se adormecer...

 — /ão vou dormir. 1ode contar comigo. 2 desapontei uma pessoa ue confiou em mim no passado. EilFenn me faz lem#rar essa pessoa. 1or favor, me d7 uma chance de reden(ão.

>uem podia dizer 4não4 a esse tipo de pedido6 "la assentiu. 1recisava descansar.

 — "st2 #em, mas vai me chamar ao menor sinal de oscila(ão em sua pulsa(ão6

 — 1rometo. Agora v2 descansar.

 — O#rigada — ela disse, sentindo l2grimas nos olhos. "ram l2grimas de e%austão, mais nada.

$atidas rítmicas invadiram o sonho de ane. onstros no lago, som#ras... 1iscou, atordoada. /ão podia ser8 +em se deter para cal(ar sapatos ou chinelos, levantou'se e correu para fora do uarto. -mgemido rouco e outro mais agudo, feminino, surgiam do uarto de EilFenn. "la entrou sem #ater.

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — O ue est2 fazendo6 — gritou.

"lta estava so#re ele, movendo'se so#re seu mem#ro ereto. 0essa vez, ela estava nua. ;a#elosnegros e a#undantes co#riam suas costas como um manto. EilFenn não participava. /a verdade, eleestava uase inconsciente. Os gemidos de "lta cresceram at* se tornarem um grito agudo. ane a agarrou

 pelos om#ros.

O orgasmo chegara ao fim e, satisfeita, ela sorria.

 — +aia de cima dele8 /o ue est2 pensando6

"lta moveu um om#ro para se livrar da mão ue ousava toc2'la, e ane foi jogada contra a parede.

 — <2 dois dias minhas necessidades não são supridas. O ue esperava6

 — O ue espero * ue não a#use de um homem doente.

 — "le não reclamou. — "lta saiu de cima de EilFenn e vestiu o ro#e ue dei%ara no chão.

 — Onde est2 !l2vio6

 — Ainda sou mais forte ue ele.

EilFenn estava inconsciente. ;omo ele podia sustentar uma ere(ão tempo suficiente parasatisfaz7'la6

 — +e uiser se divertir, posso mant7'lo ereto.

 — 1ode mant7'lo6... O ue est2 dizendo6

 — /ão sa#e6 ;omo sou mais forte, posso promover a ere(ão encorajar ou suprimir a ejacula(ão. =a compulsão.

 — O ue *... essa compulsão6

 — )am#*m não sa#e, * claro. Acho melhor dar uma demonstra(ão...

Os olhos de "lta ficaram vermelhos. ane pensou em sair do uarto, mas estava paralisada. "racomo se os olhos de "lta a imo#ilizassem. 0e repente, sentiu uma esp*cie de formigamento entre as

 pernas, algo mais intenso do ue jamais havia e%perimentado.

 — "ntendeu6 — "lta sorriu. — 1osso fazer voc7 desej2'lo. 1osso fazer voc7 us2'lo.

ane sentia ue estava se movendo. ;aminhava at* a cama, para o corpo inerte de EilFenn. Anecessidade dentro dela poderia enlouuec7'la, mas não cederia ao comando de "lta.

"stava ajoelhada ao lado dele. " estendia a mão. /ão8 0evagar, seus dedos envolveram o mem#rorígido e come(aram a afag2'lo. "ra impossível resistir. " não havia nada de er5tico no ue fazia. esmoassim, seu corpo pulsava e clamava por satisfa(ão. Acariciou'o, e ele se e%citou o suficiente para gemer e

a#rir os olhos. +eu peito arfava. >ueria parar8 >ueria gritar8 — "le est2 ereto h2 horas sem alívio. +e * tão generosa uanto parece, d7 a esse po#re coitado o

ue ele tanto necessita. Afague'o. ais depressa. — A voz de "lta era um sussurro.

ane deslizava os dedos pelo mem#ro de EilFenn, para cima e para #ai%o. Odiava'se por essacumplicidade, mas não conseguia parar. "lta o#servava.

&ogo, os músculos a#dominais de EilFenn se contraíram, e o líuido #ranco jorrou so#re seuventre. ane estava horrorizada. >uando a última gota #rotou, ele desfaleceu. "lta deu a ela uma toalha.

&ivre da compulsão, ane não conseguia conter as l2grimas. O ue aca#ara de fazer6 )r7mula,ergueu uma das p2lpe#ras de EilFenn. "le estava inconsciente.

 — +ua... cadela8 " assim ue usa seu poder6 9oc7 o o#rigou a servi'la, não foi6 — ;laro ue sim — "lta confirmou, orgulhosa. — /ão seja ressentida. "u convidei voc7 para se

unir a n5s. !ui mais do ue generosa com algu*m transformada h2 tão pouco tempo. ;omo podia sa#erue era tão ignorante6

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 — @sso * cruel8

 — " voc7 * pouco mais do ue uma humana. /ão tem o direito de julgar algu*m com o meu poder. )omamos o ue ueremos. Os homens não fazem o mesmo uando são mais poderosos do ue amulher ue desejam6

 — /ão * certo, seja como for. — "la limpou o a#dCmen dele. — 1odia t7'lo matado8 ", se elemorresse, jamais sa#eríamos se a f5rmula * ou não sua preciosa cura.

 — "u não tinha pensado nisso. $em, vamos remediar a situa(ão.

ane sentiu o poder atr2s dela e se virou. "lta tinha os olhos vermelhos e os caninos salientes. "lalevou o pulso : #oca e mordeu a veia saliente.

 — O ue est2 fazendo6

 — 9ou dar a ele o sangue de um vampiro muito velho e poderoso. +aia do caminho.

 — 0e jeito nenhum8 9ai reinfect2'lo com seu ;ompanheiro. +aia daui. 2 causou pro#lemasdemais.

"lta hesitou, mas decidiu ue não tinha mais nada a fazer ali.

 — 9ou mandar ;lara #uscar sangue no po(o — ela disse a caminho da porta.

EilFenn, por*m, não conseguiu #e#er o sangue, porue continuava vomitando. ais tarde,$lundell entrou no uarto e perguntou, animado?

 — ;omo vai meu paciente6 — A#riu o #loco de anota(3es.

ane se levantou para ue ele pudesse ver por si mesmo.

 — 1ele pegajosa. ;olora(ão ruim. "le tem conseguido se alimentar6

 — /ão.

 — 1eríodos de consci7ncia6 — O suficiente para #e#er um pouco de 2gua, mas ele não me reconhece.

 —' Aus7ncia de lucidez. -rina6

 — @ne%istente h2 oito horas.

;om e%pressão intrigada, o m*dico se inclinou so#re EilFenn e, usando uma lâmina ue levavano #olso do avental, fez uma peuena incisão no #ra(o do paciente. O sangue jorrou a#undante. aneconteve a respira(ão. O sangue escorreu pelo #ra(o. /ão havia sinais de cicatriza(ão.

+eu pai ergueu'se e sorriu.

 — "le est2 curado.

CAPÍTULO V

;allan a#riu os olhos e piscou ao ser atingido pela intensa luminosidade. )ivera pesadelos

horríveis nos uais Asharti se transformava em "lta, ue se transformava em ane, e todas o torturavam.O sonho ainda era vivido. "stava recostado em muitos travesseiros. $lundell dormia em uma cadeira. Acasa estava silenciosa. A cor da lua era estranha, luminosa...

+ol. "ra a luz do sol8 0evia ferir seus olhos, ueimar sua pele. as não sentia nada.

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Ou melhor, sentia. A ca#e(a e o corpo doíam. /ão conseguia se mover. "stava nu. +eus #ra(osrepousavam so#re o len(ol, e em um deles havia um curativo. ;om grande esfor(o, ergueu o #ra(o eremoveu o curativo. +o# ele, havia um corte. +uas e%tremidades estavam inchadas e unidas, mas nãototalmente coladas. &2grimas #rotaram em seus olhos.

"ra humano outra vez.

ane dormiu o dia todo. O pai e ela não haviam revelado ue EilFenn fora curado. )inhamdecidido esperar para ver se ele so#reviveria. "ntão, na noite anterior, ele passara a respirar melhor, sua

 pulsa(ão aduirira regularidade, a fe#re cedera. !inalmente, ela se sentira confiante a ponto de dei%2'loentregue aos cuidados de seu pai durante o dia, enuanto descansava.

A cura era real8 al podia esperar para tomar a po(ão. +eria um período difícil, mas gozava de #oa saúde e for(a física. )omaria a f5rmula nauela noite, e logo toda a e%peri7ncia seria apenas umalem#ran(a som#ria.

&evantou'se e vestiu um roupão. 1recisava ver EilFenn imediatamente. 0o uarto, podia ouvir"lta e !l2vio na sala de estar, e algu*m estava na cozinha. ;lara, certamente. A sra. 0ulnan j2 tinha idoem#ora :uela hora. 0escal(a, caminhou pelo corredor sem fazer #arulho, tentando não chamar aten(ão.

EilFenn olhava para a porta uando ela entrou. ;omo sentira falta daueles olhos8 esmo comas olheiras, a #ar#a por fazer e a intensa palidez, ele ainda era muito atraente.

"ntrou e fechou a porta. O sorriso dele a inundou como uma onda de calor.

 — ;omo se sente6

 — $em — ele respondeu com voz fraca.

 — Ainda est2 se recuperando. /ão deve se agitar.

", principalmente, não ueria ue ele lem#rasse tudo ue ela havia feito so# a maldita compulsãode "lta. /ão podia esperar ue ele a odiasse. 1recisava tomar a f5rmula.

 — /ão sei o ue consegue lem#rar. "u sinto muito, mas "lta... /ão importa. !ui eu... — "la usou a compulsão com voc76

ane assentiu, incapaz de falar.

 — aldi(ão8 "u devia ter avisado...

 — "stou envergonhada.

 — /ão * sua culpa.

 — as eu me sinto tão... vil8

 — ;onhe(o o sentimento.

"le sa#ia. "lta tinha feito o mesmo com ele. " ane o culpara por isso.

 — "spero ue me perdoe pelo ue pensei uando o vi com ela.

 — )udo isso...

 — = melhor poupar suas for(as. — &2 estava ela, esperando ser perdoada, uando EilFenn malconseguia falar. "ncheu um copo com 2gua. — $e#a.

As mãos seguraram as dela so#re o copo. A sensa(ão provocada pelo contato causou um arrepioue percorreu todo seu corpo. +eria mesmo tão diferente de "lta6 O homem estava doente8

 — Acha ue consegue engolir um pouco de caldo6 1edi a ;lara para fazer uma sopa.

"le moveu a ca#e(a em sentido afirmativo.

+5 então ane perce#eu ue não sentia mais nele a fragrância de canela e âm#ar'gris. <avia apenaso cheiro de um homem.

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 — 9ou ter de me acostumar... com tudo isso.

"la sorriu.

 — al posso esperar para ter o mesmo pro#lema.

Atr2s dela, $lundell acordou.

 — EilFenn, est2 acordado6

 — "le est2 melhor, papai. 9ou #uscar um pouco de caldo.

 — Ora, ora... +eja #em'vindo de volta ao mundo dos humanos, rapaz8

 — O#rigado. /ão sei como e%pressar a gratidão ue sinto por voc7s.

ane sorriu para ele antes de olhar para o pai.

 — "ntão, ainda resta uma dose no seu misturador. >uero tom2'la ainda esta noite.

 — Antes preciso melhorar a f5rmula, mitigando os efeitos colaterais...

 — " em uem vai test2'la, papai6 EilFenn agora * humano. Os outros tr7s gostam da condi(ão de

vampiro. = melhor me dar logo essa f5rmula. — +5 esta noite, ane. Amanhã voc7 vai poder...

-m #rilho avermelhado surgiu do lado de fora. O c*u da noite se iluminou. O som de um rugidofez tremer as vidra(as. O tempo parou. ane correu at* a janela.

 — O la#orat5rio — ela murmurou.

+ilhuetas podiam ser vistas recortadas contra um inferno de fogo.

 — /ão... eu #loco de anota(3es...

A porta da cozinha se a#riu, lan(ando um cone de luz na escuridão. "lta, !l2vio e ;lara saíram dacasa.

 — /ão8 — $lundell saiu do uarto.

ane olhou para EilFenn.

 — 0evem ser vampiros — disse, correndo para a porta.

 — /ão v28 — ele pediu aflito. — /ão tem for(a para enfrent2'los.

 — 1reciso proteger meu pai.

&2 fora, $lundell corria para o la#orat5rio e gritava, furioso. /a frente dele, "lta j2 tinhaarrancado a ca#e(a de um vampiro. O sangue ensopava o chão de terra. !l2vio eliminava outro. ;lara semantinha afastada da cena, retorcendo as mãos. ane podia ver pelo menos mais dois desconhecidosreal(ados pela luz do fogo.

 — inhas anota(3es. — O pai dela chorava.

 — /ão h2 mais nada a fazer agora, papai. 9enha comigo. — ane tentou pu%2'lo pelo #ra(o.

-ma som#ra surgiu atr2s deles. -m homem grande e forte os impedia de voltar para casa. ane secolocou diante do pai.

 — O ue voc7 uer6 — ela indagou.

 — )erminar o ue nosso irmão come(ou — ele respondeu com forte sotaue #ritânico. Ainda nãohavia feito nenhum movimento. ane precisava mant7'lo falando.

 — 1or ue destruiria a única possi#ilidade de escapar de sua atual condi(ão6 A cura seria uma #7n(ão8

 — /ão como eles pretendem us2'la.

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 — "les6 >uem6 ;omo6 — $lundell havia ficado repentinamente uieto.

 — Os Anci3es8 +e controlarem irso e a cura, eles serão donos de nossa alma.

 — "les uerem distri#uir a cura para os ue dela necessitam.

 — >uem disse6 "lta6 "la est2 com os Anci3es. /ão, s5 os ue forem leais a eles terão a cura, damesma forma ue a lealdade * o pre(o co#rado pela entrada em irso. Ou isso, ou eles vão curar os

re#eldes ue não o#tiverem a cura pela for(a. Ehalen#erg ueria devolver tudo ao estado anterior, uandotodos podiam entrar em irso e o#ter refúgio. &utamos ao lado dele, por sua causa e contra os Anci3es. /ão ueremos a humanidade. /ão precisamos dela. Aceitamos nossa natureza.

O fogo consumia o la#orat5rio.

 — $em, parece ue seu desejo se realizar2. A f5rmula foi destruída — ane anunciou.

O vampiro olhou para o galpão em chamas. 0epois, lentamente, voltou'se para $lundell.

 — A cura e%istir2 enuanto ele estiver vivo.

O vampiro atacou. ane o agarrou pela gola do casaco e pu%ou'o com toda a for(a, uma for(a ueat* então, desconhecia.

 — /ão vou dei%ar ningu*m matar meu pai8 — ela urrou.

 — /ão pode me deter — ele respondeu, recuperando'se. — = nova demais.

"le a tirou do caminho com um #ra(o. ane caiu, mas, dominada pela fúria, investiu novamentecontra o oponente, enterrando a ca#e(a em seu estCmago. >uando ele caiu, ela se atirou so#re o homem,acertando v2rios socos em suas costas.

 — 0ei%e'nos em paz8

-m ruído sufocado atr2s dela a fez parar. >uando se virou, viu o pai com a ca#e(a inclinada numângulo assustador. -m homem de olhos salientes aca#ava de soltar seu pesco(o.

 — 1apai6 — 9iu'o cair. — 1apai8+a#ia ue era tarde demais, mas não conseguia raciocinar. 0esesperada, correu at* ele e o tomou

nos #ra(os, tentando ampar2'lo. "le não podia estar morto8 /ão tão depressa8

O homem de olhos salientes agarrou'a pelos om#ros.

 — )alvez possamos poupar esta aui por um tempo, Alla — ele rosnou.

 — /enhum deles permanecer2 vivo — decretou o grandalhão chamado Alla. +eus olhos estavamvermelhos.

Olhos vermelhos8 "la tam#*m tinha esse poder. EilFenn a havia ensinado como us2'lo. O homem

segurou sua ca#e(a entre as mãos. ompanheiro6 O poder inundou suas veias. ) mundo se tingiu devermelho. "la tentou agarrar o homem ue a atacava pelas costas, mas não conseguia segur2'lo. )entouli#ertar'se, mas ele era forte demais para ela. uito #em, EilFenn tam#*m havia ensinado o ue deviafazer nessa situa(ão.

ompanheiro, agora6

"la sentiu o funil negro su#indo. O vampiro torcia sua ca#e(a. "la resistiu, enrijecendo osmúsculos do pesco(o.

 — /ão vai conseguir, mulher8 — Alla gargalhou. +eu poder so#repCs'se ao dela, detendo o funilna altura de seu uadril.

ompanheiro6 "la pensou no po(o. +5 mais um momento... Agora ia conseguir. 2 sentia o triunfocorrendo em seu sangue.

>uando a visão clareou, ela viu EilFenn parado atr2s de Alla com a espada erguida pelos #ra(ostr7mulos. O mundo mergulhou na escuridão e ela sentiu a conhecida dor.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

ane surgiu ao lado do po(o, de onde podia assistir : cena dantesca. 9estindo apenas uma camisaue co#ria seu corpo at* a metade das co%as, EilFenn investiu contra Alla. O sangue jorrou. as elenão tinha a for(a necess2ria para cortar a ca#e(a do grandalhão de um s5 golpe.

Alla se virou com um rugido irado.

 Não6 EilFenn não podia morrer8 ane correu para o local do confronto. )entar invocar o podernovamente consumiria muito tempo. Alla agarrou EilFenn pelos om#ros e o tirou do chão, fazendo'oderru#ar a espada. !l2vio surgiu atr2s do homem de olhos salientes e girou'o.

Alla sacudia EilFenn como se tivesse nas mãos um #oneco de pano. "le teria o pesco(oue#rado, como o de seu pai. 1recisava da espada8 "la se deteve para peg2'la do chão e, armada,continuou correndo. +eria capaz disso6 ais um passo...

$ai%ou a espada para concluir o tra#alho ue EilFenn havia come(ado, rasgando carne emúsculos. A ca#e(a caiu primeiro. 0epois o corpo desmoronou. "la assistiu a tudo im5vel. Bastejando,uase sem for(as, EilFenn agarrou pelos ca#elos a ca#e(a cortada e a arremessou encosta a#ai%o.

"nuanto isso, o vampiro de olhos salientes desaparecia das mãos de !l2vio num funil negro. Ocorpo de $lundell continuava caído, sem vida, e o fogo destruía o galpão. ane correu para perto do pai e

ajoelhou'se ao seu lado, chorando e segurando sua mão. A flacidez dos músculos era prova evidente damorte.

&2grimas caíam so#re a roupa do m*dico. 0eviam ser dela. 1arte dela a o#servava de longe. Então, esse era o sentimento do luto. 1ensara ter sofrido com a transforma(ão em vampiro, mas auilonem se comparava a dor ue sentia agora. A dor da perda a impedia de respirar. Ou eram os solu(os ue asufocavam6 "la os ouvia como gemidos fracos.

 — aldi(ão8 — "lta gritou furiosa.

ane ergueu os olhos e a viu parada ao seu lado, com as mãos na cintura.

 — )emos de encontrar o #loco de anota(3es de $lundell. Onde ele o guardava6

ane ouvia as palavras, mas não conseguia decifrar seu significado.

"lta a segurou pelo #ra(o.

 — Onde est2 o maldito #loco6 — ela gritou.

ane não conseguia falar. +eus olhos se voltaram para o galpão em chamas.

"lta e !l2vio seguiram a dire(ão de seu olhar.

 — Ehalen#erg e seus seguidores conseguiram o ue ueriam — !l2vio anunciou. — A cura se perdeu.

ane olhou para EilFenn. !raco, ele continuava caído so#re a relva, arfante. A cura o devolvera :

condi(ão de humano, mas ela seria para sempre um monstro. " viveria eternamente, a menos ue fossedecapitada. EilFenn tinha razão. Antes era inocente, mas agora toda inoc7ncia fora destruída.

)r7s carro(as cheias de homens e mulheres atraídos pelo fogo se apro%imaram da casa. As pessoassaltaram dos veículos.

 — 1ara o po(o8 — ordenou ;amp#ell. — !ormem uma fila para passar os #aldes.

ane ouviu o som da corda rangendo uando o #alde foi pu%ado do po(o. O som de vidros seue#rando anunciou ue o estoue de sangue chegava ao fim. As garrafas haviam caído uando algu*mvirara o #alde.

;amp#ell e%aminou a carnificina, olhando, aterrorizado, para o corpo sem vida de $lundell e do

vampiro decapitado. +eminu, EilFenn arfava caído so#re a relva. <avia sangue em toda parte. Os outroscome(aram a notar o panorama revelado pela luz intensa do fogo. O sil7ncio era tenso.

 — !l2vio, voc7 sa#e o ue fazer — disse "lta.

8!

8!

7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

-m murmúrio amea(ador partia do grupo de rec*m'chegados. Os olhos de "lta estavamvermelhos. !l2vio rangia os dentes ao lado dela.

 — +il7ncio — "lta ordenou num grito assustador.

A multidão se calou imediatamente. Os ue olhavam para ela ficaram im5veis. Outros se viraramao ouvir o comando em sua voz e tam#*m foram paralisados. Os olhos de !l2vio tam#*m estavamvermelhos.

 — olhem o telhado da casa e do est2#ulo — ela ordenou.

Os rec*m'chegados come(aram a tra#alhar, formando uma #rigada com os #aldes. "lta e !l2viose apro%imaram do grupo para dirigir o tra#alho. ane ajoelhou'se ao lado de EilFenn.

 — /ão devia ter saído da cama. Ainda não est2 forte para isso.

 — )em razão. ;onfesso ue a sensa(ão * estranha.

 — Ah... Beceio jamais desco#rir essa sensa(ão. — A noite seria infinita. ;om o pai morto, estavacompletamente sozinha em um mundo ha#itado por monstros. "la e EilFenn agora pertenciam auniversos distintos. "le estava curado. "la jamais estaria.

0e repente, ane perce#eu ue durante todo o tempo havia nutrido uma estúpida esperan(a, a deue, uma vez curados, ela e EilFenn talvez...

&2grimas #rotaram de seus olhos novamente.

 — +into muito, ane. 1or seu pai. " pela cura.

"la assentiu, incapaz de falar. /ingu*m se importaria com seu destino. O pai estava morto.EilFenn passaria a desprez2'la por #e#er sangue, por sua for(a e por sua compulsão se%ual.

-m estalo assustador precedeu o desmoronamento do galpão do la#orat5rio. A casa e o est2#uloestavam salvos, e "lta ordenou aos moradores do vilarejo ue voltassem para suas casas e esuecessemtudo ue tinham visto ali. Apenas um deles deveria ficar. ane reconheceu o propriet2rio da taverna, um

homem de meia'idade e grande for(a vital.

 — "le fica — "lta disse a !l2vio. — 9amos precisar de alimento, depois do esfor(o desta noite, eauela criatura pat*tica não * suficiente para nos nutrir.

"la se referia a EilFenn. ane sentiu o peito contraído. O dono da taverna, hipnotizado,caminhava para "lta. ane decidiu ue não ueria assistir :uela cena. Ajudou EilFenn a se levantar e olevou de volta para a casa. /ada mais importava.

 CilKennL se arrastou para a morte certa s2 para me a*udar.

O pensamento invadiu sua mente entorpecida como se houvesse sido posto ali por outra pessoa.1or u76 Os olhos verdes se a#riram. 0eitado na cama, a#atido e fraco, ele a o#servou como ela o

o#servava depois de limpar o sangue de seu peito e co#ri'lo com um len(ol.

&2 em#ai%o, uma discussão acirrada acontecia. )alvez ele não ouvisse as vozes alteradas.

 — "lta, * hora de voltarmos para irso.

 — /ão vou retornar sem a cura, !l2vio.

 — /ão e%iste cura. Aca#ou8

 — /ão mesmo6

1assos apressados su#iram a escada. A porta do uarto foi a#erta com viol7ncia, e "lta surgiu nasoleira.

 — 9oc7 tra#alhou com seu pai — ela disse.

ane levantou'se.

 — /ão tenho a f5rmula, se * isso ue uer. +e a tivesse, estaria preparando uma dose agora8"

8"

7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

mesmo.

 — )alvez ueira mant7'la em segredo. O ue não pediria por ela6

 — " voc7 a uer para o#ter poder pessoal, não *6 — EilFenn se apoiava so#re um cotovelo. "leestava co#erto at* a cintura, mas era possível ver os músculos definidos do peito e dos #ra(os.

"lta tam#*m os viu. " sorriu. ane odiava auele sorriso.

 — )er a f5rmula garantir2 meu lugar no conselho.

 — /ão estou interessada na política dos vampiros — ane disparou. — A f5rmula deveria serusada para salvar os ue foram transformados de um destino ue lhes foi imposto.

 — "ntão, recrie a cura — "lta e%igiu. — Becrie a f5rmula de seu pai. &evaremos a desco#erta para irso e a protegermos dos vampiros inatos. 9oc7 poder2 us2'la para salvar os transformados.

 — as eu não conhe(o a f5rmula...

 — ;olheu os ingredientes, não foi6

 — Alguns, mas... — "la olhou para EilFenn.

"le poderia descrever o sa#or, a te%tura, e at* os sintomas provocados pela mistura ue #e#era. — /ão se lem#ra das ervas ue colheu6 — !l2vio perguntou.

 — )enho tudo anotado no meu di2rio — ane revelou. — as não sei uais ele realmente usou.1reciso de algu*m em uem possa testar as misturas.

 — ;lara — "lta sugeriu com firmeza. — ", se ela não for suficiente, !l2vio tam#*m poder2cola#orar. 9oc7 vai tentar — ela determinou.

ane tornou a olhar para EilFenn. "le parecia desconfiado. as o ue mais poderia fazer6 +e pudesse recriar a f5rmula, devolveria a condi(ão humana a muitos outros ue sofriam como ela.

"la assentiu. — "%celente — "lta aprovou. — 0o ue vai precisar6 !a(a uma lista de materiais e

euipamentos. !l2vio ir2 #uscar tudo em @nverness.

 — +im, d7'me uma lista — o monge concordou tenso. — "starei de volta amanhã : noite.

 — )alvez eu não consiga...

 — Ah, mas vai conseguir — "lta a interrompeu. — " * #om ue seja depressa. >uero estar longedaui uando Ehalen#erg desco#rir ue voc7 pode ser capaz de recriar a f5rmula.

!l2vio e ane desceram falando so#re usar a cozinha como la#orat5rio. "nuanto isso, ;allannotava o olhar faminto de "lta.

 — "la acha ue voc7 vai dei%ar vivos os vampiros transformados devolvidos : condi(ão humana.

 — as voc7 sa#e ue não * #em assim. Os recuperados serão uma amea(a para n5s porueconhecerão o nosso segredo.

 — @sso significa ue ela tam#*m vai representar um perigo para voc7.

 — ;ertamente.

"lta mataria ane no instante em ue ela dei%asse de ser útil. ;allan engoliu a fúria.

 — O ue uer para dei%2'la em paz depois da desco#erta da cura6 "%iste alguma coisa ue possatrocar pela seguran(a de ane6

 — /ada ue voc7 possa me dar. 1ensando #em, posso tirar de voc7 tudo ue eu uiser.

"la estava enganada. <avia algo ue podia negociar. as... estava mesmo disposto a ir tão longe6ane precisava de prote(ão, e s5 ele tinha a moeda para pagar o pre(o ue "lta co#raria. esmo ue

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

fosse o sacrifício de sua alma.

 — >ue tal minha su#missão6

 — 9oc7 se su#meteria de ualuer maneira.

 — "spontaneamente. +eria mais satisfat5rio do ue por compulsão, não6

Agora conseguira despertar seu interesse.

 — 9oc7 a ama, não *6

"le sentiu um peso enorme nos om#ros.

 — -m homem como eu não pode amar uma mulher como ela. ane merece viver, s5 isso. O uevai acontecer comigo não tem importância.

 — >ue maravilha8 -m demCnio altruísta8 9oc7 * uma contradi(ão... um enigma8 " confesso ueadoro desvendar um #om mist*rio. @nfelizmente, :s vezes a única solu(ão * cortar o n5 ue forma oemaranhado. Gostaria de ser cortado6

 — +e for essa sua vontade... — ele respondeu. — )emos um acordo6

"lta sorriu e inclinou a ca#e(a. — +im, temos um acordo. as s5 pela vida dela. A sua não faz parte do trato.

 — /ão esperava outra coisa. >uando come(amos6

 — &ogo. Antes preciso verificar se ;lara enterrou auele homem. " voc7 precisa descansar. +uavida vai se tornar muito atri#ulada. 9ou pedir a ;lara para preparar um restaurador. 9ai precisar de muitafor(a. " nem pense em fugir. +e voc7 desaparecer, ane sofrer2 as conseu7ncias.

 — /ão vou fugir.

 — " não diga a ela ue temos um acordo.

;allan #ai%ou o olhar. +e ane desco#risse, pensaria o pior a respeito dele. " estaria certa. — /ão direi nada a ela.

ane su#iu a colina para onde ;lara havia levado o corpo de seu pai. 1recisava enterr2'lo.

 — "u cuido disso — anunciou.

 — 9ai precisar de um marco, pelo menos at* conseguir uma l2pide. -ma cruz * suficiente6 — perguntou ;lara.

ane assentiu. As l2grimas lavavam seu rosto.

;lara desceu a encosta para providenciar a sinaliza(ão.

+ozinha, ane come(ou a cavar. A terra molhada não oferecia resist7ncia a algu*m com sua for(a.O cheiro de raízes e terra úmida se unia ao aroma da fuma(a e das cinzas do galpão incendiado. +eu paiera um homem #om, #rilhante, generoso... 1or ue tinha de morrer6 "la chorava. O c*u da "sc5cia sea#riu numa chuva torrencial. "la cavava com tanta for(a, ue o ca#o da p2 se partiu na #ase. ;om umgrito, arremessou para longe a ferramenta e passou a cavar com as mãos.

1recisava concluir a amarga tarefa. /ão haveria funeral, ritual religioso, cai%ão de madeira,mortalha, nada. +eu pai seria posto na terra, e seu corpo se misturaria :s raízes. "le faria parte da madeiraue, em s*culos, alimentaria o fogo na cozinha de pessoas ue nem sa#eriam da e%ist7ncia de uir !arm.

;olocou'o na sepultura. +uas l2grimas haviam secado. -sando outra p2 dei%ada por ;lara,come(ou a devolver a terra : cova.

>uando terminou, sentia'se vazia. 0evia dizer alguma coisa, mas o u76 ;lara retornou co#erta por um manto volumoso. "la carregava uma cruz feita com galhos presos por cip5 entrela(ado. O cip5

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

claro destoava da so#riedade do momento.

 — /ão encontrou nada preto para amarrar os galhos6

 — "ncontrei. as preto * para o luto. — ;lara enterrou a cruz na sepultura. "sperou ue anedissesse algo, mas era evidente ue não havia palavras para e%pressar a dor de uma filha ue enterrava o

 pai.

ane olhou para a sepultura em sil7ncio e cam#aleou. — /este dia feliz — ;lara come(ou —, volte para auele ue o criou, ue o conhece e o ama. Os

ue voc7 dei%a para tr2s se alegram com sua passagem, e esperam apenas pelo dia em ue se unirão avoc7.

+e alegram%

ane notou ue a chuva diminuía.

 — 9oc7 ajudou muita gente. 0ei%ou descendentes — ;lara prosseguiu. — +ua marca na roda davida * distinta, e vai perdurar at* seu retorno. Agora descanse. Alimente'se do espírito do mundo pararenovar e alargar sua alma. 9oc7 fez por merecer.

ue con$usão religiosa6

ane olhou para ;lara e #alan(ou a ca#e(a.

uanto ego0smo, ane. Pritando, chorando e se revoltando. eu pai merece paz. ) que pode sermais adequado a um homem envolvido com o ciclo da vida do que voltar para a terra de 4eus%

 — 9amos — chamou ;lara. '— 9ou preparar ch2 e auecer 2gua para voc7 tomar um #anho.

A mulher a segurou pelo #ra(o para lev2'la para casa. Ao &este, atr2s da casa, uma fai%a azuladornava o c*u so#re as colinas do outro lado do lago.

 Montanhas Atlas, mar"o de 1819 Ele se a*oelhou diante de Asharti, totalmente e-citado. ) vestido era verde, e ela usava braceletes

de cobre, brincos de argolas e sand+lias acobreadas.

 Agora que era um vampiro, ela podia criar e-ibi":es mais abrangentes de submissão. Postava dever seu sangue $luir, e como ele cicatrizava rapidamente, podia provocar sangramentos sempre quequisesse. As vezes divertia!se mandando!o en$rentar a luz do sol nu, e o mantinha e-posto at& queestivesse coberto por bolhas e $erimentos. Mas em poucas horas ele se recuperava, e estava outra vez

 pronto para servi!la. Nada mais restava do homem de antes. /ivia para servi!la, e a coisa em seu sangueo mantinha sempre pronto, ardendo de dese*o. inalmente, se tornara tudo que ela queria. Estavaconstantemente in$lamado, com ou sem abuso e viol(ncia, e *+ come"ava a questionar se não era

e-atamente esse abuso que o in$lamava.

 —  Então...  —  Ela ps uma t<mara na boca.  — ) que vai ser agora% ) e-&rcito partir+ aoentardecer. =emos pouco tempo. uando invadirmos Algiers, estarei ocupada demais para me divertircom voc(.

 — Espero apenas por seu comando, minha senhora.

 —  evidente que est+ pronto. — Ela se armou com um chicote curto de tiras de couro. — Mesmoassim, quero prepar+!lo para me servir melhor.

allan sabia o que devia $azer. A$astou os *oelhos e se inclinou para tr+s, segurando ostornozelos. ) peito, o abdmen, os genitais e as co-as estavam e-postos, vulner+veis. Ela la"ou seu

membro ereto com a tira de couro. Em p&, ps outra t<mara na boca e soltou seu membro, deslizando o chicote pela parte interna de

uma co-a. allan sobressaltou!se. A pele era sens0vel naquela região. Ela o atingiu no peito e no

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

abdmen. eu ompanheiro cicatrizava as $eridas abertas. )s golpes eram cadenciados. inalmente, ele gemeu. abia o que normalmente acontecia depois das chicotadas r0tmicas. Ela demorou mais do que decostume para chegar ao ponto central de suas aten":es, mas, $inalmente, se a*oelhou diante dele.

 Alternando as a":es, ela atingia seu membro com a tira de couro e lambia o $erimento para impedir acicatriza"ão. ) processo despertava nele o dese*o de estar morto. uando se $artava, ela se reclinava nodivã e esperava. Ele se levantava e a penetrava, movendo!se at& $az(!la se contorcer de prazer. Ela podia

controlar seu orgasmo, mas, recentemente, divertia!se e-igindo que ele mesmo o controlasse. E*aculardentro dela sem permissão signi$icava passar um dia todo e-posto ao sol. uando $inalmente superou osespasmos sucessivos do orgasmo violento, ela suspirou com ar insatis$eito.

allan se a*oelhou ao seu lado, mantendo a cabe"a bai-a. )s $erimentos em seu membrodesapareceram rapidamente.

 — omo posso servi!la, senhora%

 — Não sei. Agora tudo & muito $+cil com voc(.

 Ela queria resist(ncia% Mas, quando resistia, era punido6

 — + sei6 — ela e-clamou com <nimo repentino. — /amos parar no vilare*o para recrutar nosso

e-&rcito. 5m teste per$eito...allan sabia que *amais poderia vencer essa prova"ão.

;allan acordou assustado, ouvindo o eco das palavras de Asharti. +entia'se estranho, como setivesse sido drogado. <avia algu*m no uarto. -ma silhueta recortada contra o sol vespertino ue

 penetrava pela janela. ane6

 — Ah, finalmente acordou.

"ra "lta. O pesadelo estava prestes a se realizar no presente.

"la vestia um ro#e cor de púrpura, e era possível ver os seios se movimentando livres so# o tecidofino. ;allan sentou'se. 2 se sentia mais forte. A po(ão preparada por ;lara tinha funcionado. /ão haviacompara(ão com a for(a gerada pelo ;ompanheiro uando ele ainda vivia em seu sangue, mas j2 seha#ituava aos sentidos menos agu(ados, : intensa sensa(ão de perda. +a#ia ue haveria um tempo em uenão sentiria falta da sensa(ão de estar vivo. 1elo menos era humano. ane... não.

as ela logo seria, e então ele teria de o#rigar "lta a cumprir sua parte no acordo.

 — "st2 pronto6

 — +im, estou. as algo mudou. /ão posso mais garantir auela ere(ão constante típica de umvampiro.

 — >uanto a isso, não se preocupe. -sarei a compulsão para mant7'lo ereto. +u#meta'se, ou sua preciosa dama morrer2 no momento em ue dei%ar de ser útil para n5s.

 — ;umprirei minha parte no acordo.

"la se sentou ao lado dele na cama e deslizou uma unha longa por seus ca#elos.

 — "st2 melhor. — O mesmo dedo tocou sua car5tida. — "u sa#ia ue a po(ão de ;lara operariaum milagre. — "sfregando os seios em seu peito, ela o #eijou na #ase do pesco(o. — 9amos ter degarantir v2rias doses di2rias desse poderoso revigorante.

;allan tentava respirar com alguma normalidade enuanto erguia o uei%o para e%por o pesco(o.

 — "%celente — ela aprovou. — /ão vou me alimentar do seu sangue, porue isso o mataria.

>uero apenas sa#ore2'lo. — "la deslizava uma das mãos por seu peito, descendo de maneira insinuante. — $eije'me.

Asharti nunca havia permitido ue ele a #eijasse. ;onsiderava o ato íntimo demais. "le conteve a

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

repulsa pensando em ane. "ra por ela ue fazia tudo auilo. "lta o afagava com intimidade, apertandoseus testículos. +eu mem#ro respondia. +eria ele, ou a compulsão6

A dúvida o levaria : loucura. 0evia apenas responder. 1or ane.

 — $eije'me como uer #eijar auela vadia — ela sussurrou.

;allan a #eijou. 0epois de um instante, ela se afastou.

 — 0iga'me como vai demonstrar sua su#missão.

"stava ficando difícil.

 — 1rimeiro vou lam#er seus seios — ele sussurrou, inclinando a ca#e(a para unir a a(ão :s palavras. "lta come(ou a ofegar.

 — " depois6

 — 9ou lam#er voc7 entre as pernas at* lev2'la ao orgasmo.

 — +im, mas esse não vai ser o fim. 1reciso de alívio v2rias vezes por dia, e enfrentei prolongada priva(ão.

 — +ei ue vai uerer sentir o sa#or do meu sangue, mesmo ue não se alimente dele. Becomendoa parte interna das co%as...

 — 9ou pensar nisso. " o ue mais6

 — eu mem#ro. 9ai uerer us2'lo.

 — Ainda não. >uero antes a su#missão.

 — 0eve haver um chicote por aui em algum lugar. +ei ue dei%aria marcas interessantes em meucorpo. /o est2#ulo...

 — +im, o est2#ulo * uma #oa id*ia. 9oc7 vai gemer, e não uero uma audi7ncia. " depois6

 — 9ou #anh2'la. — ;om a língua. — "la suspirou. — " o ue mais6

O ue mais ela podia uerer6 +e havia treinado Asharti, ainda restava uma coisa? humilha(ão.

 — 9ou implorar para me dei%ar servi'la outras vezes.

 — Gostaria de ouvir voc7 suplicar — ela murmurou, deitando'se e afastando as pernas.

"le se a#ai%ou entre elas e tocou com a língua a sali7ncia entre as camadas de pele rosada. +a#iaue era capaz disso. )udo ue tinha de fazer era não pensar. /ão pensar.

 — !l2vio pode estar de volta ao amanhecer — ane comentou, apontado uma cadeira da cozinha para EilFenn se sentar. "la estava do outro lado fazendo algumas anota(3es.

"le se sentou devagar, como se estivesse dolorido. Ainda parecia cansado, em#ora houvessedormido a noite toda e #oa parte do dia.

 — +ente'se #em o #astante para conversarmos6 — ela perguntou.

 — +im... v2 em frente.

ane dormira #em depois do #anho uente e do ch2 preparado por ;lara. Ainda sentia uma dorintensa no peito pela morte do pai, mas precisava se concentrar no tra#alho. Agora sa#ia ue e%istia umacura para o vampirismo. 1recisava encontr2'la. Odiava pensar em passar toda a eternidade nauela

lament2vel condi(ão, sozinha e amargurada. "m ue se transformaria6

<avia mais um pro#lema. O ;ompanheiro ueria sangue, e o vilarejo não faria mais doa(3esdepois do ue acontecera ali. 1or uanto tempo suportaria a priva(ão6

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

;lara entrou na cozinha com uma caneca.

 — @sso vai reanim2'lo, sr. EilFenn.

"le #e#eu toda a cerveja. 9er sua garganta ondulando era... tentador.

 Em que est+ pensando% Agora ele & humano6 Não a dese*a mais. /oc( & a nica anormal nesserecinto.

as seria por pouco tempo. 1ensar nisso ajudava a aplacar a dor e as inúmeras necessidades.

>uando ele dei%ou a caneca so#re a mesa, ane sentiu um cheiro ue não era de cerveja.

 — O ue deu a ele, ;lara6

 — -m revigorante. Ovos crus, ervas...

 — Ah, sim. $oa id*ia. $em, vamos come(ar. 1or favor, pense no momento em ue #e#eu a po(ão."st2vamos no la#orat5rio.

 — +im... A mistura tinha um odor de folhas úmidas... no inverno, depois de terem estadomolhadas por algum tempo.

 — " ual era o sa#or6 — "u me sentia entorpecido pelo 5pio. as tive a sensa(ão de ue a mistura era... espessa. 0escia

 por minha garganta como... gel*ia de carne. O sa#or era amargo e arenoso.

 — <umm... " uando come(ou a e%perimentar os sintomas6

 — @mediatamente. O estCmago ueimava. Achei ue ia vomitar. as a su#stância penetrourapidamente em minhas veias e... come(ou a ueim2'las.

 — " o ue mais6

 — /ão me lem#ro de mais nada, srta. $lundell.

1or ue ele retomara o tratamento formal6 — uito #em. O ue podemos concluir6 9ejamos... O cheiro ue descreveu sugere  Amanita. Os

cogumelos, lem#ra6 as eles não produzem a viseosidade. 1ode ser ualuer outra erva. ;olhemosdedaleira, mas meu pai deve ter desistido delas depois da sua rea(ão. 9aleriana6 /ão. O 5pio entrou nolugar dela. O ue mais6

 — /ão pode ser a cicuta ue colhemos na margem do lago6

 — +im8 ;icuta tem um sa#or amargo8 — "la a#ai%ou a ca#e(a para anotar esse dado, mas parouao sentir um cheiro conhecido. +a#onete, a pele de ;allan... sangue6 — "st2 ferido6

"le a olhou assustado.

 — /ão.

1odia jurar... $em, não era de sua conta. O pro#lema era ue seu ;ompanheiro estava faminto, eisso a tornava mais suscetível ao cheiro do sangue. " auela veia pulsando no pesco(o dele...

 — Agora, arenoso... >ue planta promove esse tipo de sa#or6

 — a(ãs passadas6 /ão. = mais doce.

"les ficaram em sil7ncio por alguns instantes, at* ane levantar as mãos.

 — /ão consigo pensar. 9amos dei%ar para mais tarde, est2 #em6 Ainda h2 o pro#lema do líuidoadministrado entre as doses da po(ão para controlar a rea(ão.

 — "sse líuido era espesso. Gelatinoso. O ue podia ser6

 — +e eu contar, voc7 vai passar mal.

 — /ão me assusto com pouco. — "le sorriu com tristeza.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — Ah, #em... +ão ossos de animal fervidos at* se desintegrarem. "les li#eram uma su#stância ueforma auela pasta gelatinosa ue meu pai dissolvia em 2gua para formar o líuido 9iscoso.

 — Ah... " usa isso para fazer gel*ias, tam#*m6

 — /ão. 1ara isso usamos pectina. 1ode ser e%traída de ma(ãs.

 — >ue alívio8

"ra animador desco#rir ue ele ainda preservava o humor, apesar de tudo ue acontecera. +orriude leve.

 — = #om ver voc7 sorrir — ;allan comentou.

+orrir nauele momento era trair a mem5ria de seu pai. As l2grimas retornaram incontrol2veis.

 — +into muito — ele murmurou, co#rindo sua mão com a dele. — /ão devia ter dito nada.

 — /ão tem importância. 9ou ter de me acostumar com a aus7ncia. — ane tentou ler o ueaca#ara de anotar, mas s5 ;onseguia se concentrar no calor da mão so#re a dela. "ra confortante,

 protetora... e e%citante. ;omo podia pensar nisso, se ainda chorava a morte do pai6 Bemoveu a mão,sentindo imediatamente a perda da fonte de conforto.

)inha de se concentrar no tra#alho.

 — )emos um pro#lema — ela disse. — Gelatina não * transparente. = #ege, variando diversostons at* o marrom, dependendo do tipo de osso utilizado. @sso e%plicaria o cheiro ue eu sentia nola#orat5rio uando meu pai come(ou a pesuisa. " h2 outra uestão. >ual * a utilidade da gelatina6

 — -m esta#ilizador, talvez6 -m conservante para o ue * misturado : gel*ia de carne6

 — 1ode ser. "m suspensão com os ingredientes ativos da dedaleira ou da cicuta, ela reduziria suavolatilidade para assegurar um resultado mais previsível. — ane ouviu o som das rodas da carro(a. —!l2vio8

O monge entrou na cozinha carregando v2rios pacotes, e ane e ;allan tiveram de acompanh2'loat* a carro(a para ir #uscar o restante. <avia de tudo ali. Becipientes de vidro e metal, medidas, seringas,tu#os de #orracha, #icos para produzir chama, #alan(a...

 — 9ou levar os cavalos para o est2#ulo — ;allan anunciou enuanto eles a#riam os pacotes. anesa#ia ue reconstruir o la#orat5rio era uma missão dificílima e demorada. +eria capaz de produzirnovamente a f5rmula ue havia curado EilFenn6 +5 havia um jeito de desco#rir.

;allan cuidava dos animais e pensava na conversa ue tivera com ane. "la conseguiria repetir af5rmula6 As pistas eram t7nues. "lta não teria paci7ncia para esperar inúmeras tentativas fracassadas.+ua su#missão poderia mant7'la um pouco mais calma, mas não para sempre. "nuanto houvesse alguma

 possi#ilidade de ane produzir a f5rmula, "lta não ousaria mat2'la. as e se a castigasse para pression2'la6

ane estava com fome. Beconhecera a agita(ão. " ela sentira o cheiro de sangue. )eria de cortar o #ra(o em algum lugar visível para não despertar suspeitas. /ão ueria ue ela sou#esse do corte em seu peito. "scondera'o so# um curativo para não ter de pensar em como "lta se deliciara lam#endo seusangue.

-m som ofegante anunciou a presen(a da mulher como se ele a houvesse invocado com seus pensamentos.

 — +enhora...

 — 1reciso de seus servi(os, EilFenn."le se virou e se ajoelhou com as pernas afastadas. O Filt o dei%ava e%posto.

 — Boupas demais... — ela o censurou.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

;allan despiu'se. 2 não sentia o mesmo desespero de antes. +a#ia o ue ela faria. " sa#ia ue podia suportar. +o#revivera : noite anterior, não6 " não sentira nenhum prazer com o tormento, gra(as a0eus. Ou sentira6 /ão sa#ia mais nada. +entiu o mem#ro enrijecendo. )eria auela ere(ão at* a manhãseguinte, ou at* ela se sentir satisfeita.

 — 1ara o palheiro — ela ordenou, munindo'se do chicote ue ane usava para montar.

;allan acomodou'se so#re a palha fresca. "la se a#ai%ou para arrancar o curativo de seu peito.

 — 0evia sa#er ue o uero sempre nu. @nteiramente nu8

 — 1erdoe'me, senhora. 1e(o ue me castigue por essa terrível falha.

 — +er2 castigado, * claro. as antes desejo e%amin2'lo. 9ire'se.

"le o#edeceu. ;om os joelhos afastados, sentiu a mão deslizando por suas costas. As unhasdei%avam marcas vermelhas.

"la afagou seus testículos por tr2s, e de repente ;allan lem#rou de outra e%peri7ncia. 1ensar nanoite em ue havia possuído ane no castelo o e%citava, por*m nauela noite não se su#jugara . 1or issosa#ia ue a ere(ão ue tinha agora era o#ra de "lta e sua compulsão. /ão podia ser pela su#missão. /ão

 podia8"la o chicoteou com for(a nas n2degas. O sangue ue #rotava do ferimento despertou o

;ompanheiro, dei%ando'a ainda mais fe#ril. "la se encostou : parede do palheiro e a#riu o ro#e ue aco#ria, afastando as pernas para e%i#ir o triângulo escuro.

 — 2 sa#e o ue deve fazer8

;allan rastejou at* ela. "le sugava e mordia a parte mais íntima do corpo de "lta, tentandodistraí'la do chicote, mas era inútil. +entia os sucessivos golpes nas costas. 0ez chicotadas mais tarde, osgemidos de prazer se transformaram num grito de 7%tase. "le não parou, tentando prolongar o orgasmodela, pois não podia puni'lo enuanto estava em intenso frenesi. As ondas a sacudiam. "lta se deitouso#re a palha e segurou sua ca#e(a, mantendo'a entre as pernas.

 — Agora chega — ela decidiu finalmente. +u#metera'se mais uma vez. /ão fora compelido, massu#metera'se por escolha pr5pria. 1or ane. " o resultado era o mesmo. <umilha(ão, degrada(ão... +e aomenos tivesse certeza de ue não sentia prazer com isso8 Auela ere(ão alimentava sua dúvida.

 — Os ferimentos em suas costas ainda estarão sangrando amanhã. -se um colete para esconder acamisa manchada.

 — +im, senhora.

 — Agora vou usar seu mem#ro. — "la apontou para um frasco com o 5leo usado nas selas doscavalos. — -nte'se.

Asharti nunca o o#rigara a esfregar'se. 1elo contr2rio, era e%pressamente proi#ido de tocar o pr5prio corpo. "le despejou o 5leo na palma da mão e espalhou'o. A necessidade crescia. Auilo era umatortura.

0e repente "lta se levantou e empunhou o chicote.

 — 9ai ter um orgasmo enuanto eu o espanco.

O chicote atingiu suas costas. ;allan gemeu. Outra chicotada, essa mais violenta, o atingiu nasn2degas.

 — ;ontinue8 ais r2pido.

+eu mem#ro ainda estava ereto, mas isso não era natural. /ingu*m podia sentir prazer enuanto

era chicoteado. A menos ue gostasse dauilo. — ais 5leo8 — "la dava as instru(3es e as chicotadas ao mesmo tempo.

;allan suava. +entia o mem#ro arder e ueimar. As chicotadas continuavam, e ele ainda se

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

afagava. O palheiro girava. -m grunhido escapou de seu peito. "la aumentou a intensidade dos golpes,incitando'o a fazer o mesmo. 0e repente, o fogo ue ardia em seus testículos se li#ertou num jato des7men. As chicotadas cessaram.

"le se do#rou, arfante. >ueria solu(ar. )alvez estivesse solu(ando.

 — "stou satisfeita com voc7, escravo. 0e agora em diante, s5 poder2 verter sua semente dessamaneira.

<orrorizado, ele sentiu ue outra ere(ão come(ava. "stava deitado na palha, nu e ereto. "ltae%i#ia v2rios an*is de diversos tamanhos, todos finos e delicados, retirados de um #olso de seu ro#e.

 — +a#e o ue * isto6

"le #alan(ou a ca#e(a. )emia desco#rir em #reve.

 — +ão sím#olos de sua su#missão. — "la a#riu um dos an*is. -ma ponta muito afiada seintroduzia na outra e%tremidade, como um #rinco. — !iue uieto. /ão uero rasgar sua carne porengano. — ;olocou'se so#re ele, segurou seu mamilo esuerdo entre os dedos e perfurou a pele sensívelcom o o#jeto pontiagudo. ;allan conteve o impulso de gritar e tentar fugir. <avia assumido ocompromisso de suportar tudo por ane.

"lta introduziu a argola de metal em seu mamilo e o fechou. A dor era terrível, mas ele asuportou calado. +atisfeita, ela se inclinou para lam#er as gotas de sangue. 0epois recuou.

 — uito atraente — disse, dedicando sua aten(ão ao outro mamilo. >uando terminou de colocar aargola de metal e lam#eu o sangue, tirou do #olso outra argola, essa menos delicada.

"le engoliu em seco.

"lta pegou entre os dedos uma por(ão de pele do saco escrotal e introduziu nela a argola. 0oía,mas não tanto uanto o mamilo, pois a pele era mais male2vel e menos sensível. >uando tudo terminou,ele voltou a respirar.

ais uma vez, ela recuou para apreciar o resultado de seu tra#alho. — "%celente. — 1u%ou'o delicadamente pela argola. — 9ai haver certo incha(o por um tempo,

mas vamos mover a argola no orifício v2rias vezes por dia, e logo não sentir2 mais nenhuma dor.

 — >ue importância tem se sinto dor6

 — )em razão. — "la riu. — /ão tem nenhuma importância.

 /ão suportava mais auilo8 "lta era ainda pior ue Asharti.

" ele tam#*m estava pior. +ustentara uma ere(ão durante todo o tempo em ue fora maltratado,sem chegar ao orgasmo. "lta o for(ara6 Agarrava'se a essa esperan(a, porue, se não fosse assim, ele setornara tudo ue Asharti ueria ue fosse, muito tempo depois de sua morte.

"lta o #eijava. "nuanto ela introduzia a língua em sua #oca, os seios fartos moviam as argolas presas em seus mamilos. /ão suportava mais. /em as humilha(3es, nem sua rea(ão a elas. as precisavasuportar. 1or ane.

ane via o la#orat5rio de seu pai ser recriado na cozinha. +entia no ar da noite o cheiro da primavera. &ogo o dia estaria amanhecendo. Onde estava EilFenn6 Olhou pela janela. <avia luzes noest2#ulo. "le ainda estava l26 Acordado at* auela hora6

)inha de ver se ele estava #em. Ouviu movimentos ao se apro%imar da porta. Os animais estavaminuietos nas #aias, mas... 1erto de uma das divis5rias, ela viu uma pilha de roupas. -m Filt, uma

camisa...O #arulho vinha do palheiro. " o ar e%alava um forte cheiro de canela.

aldi(ão8 /ão fora suficientemente clara com "lta6 /ão tinha tempo para su#ir a escada, por

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isso invocou o ;ompanheiro e o funil negro. !oi cercada pela escuridão e se materializou no palheiro.

EilFenn estava de#ru(ado so#re "lta, e ela estava nua so#re a palha macia. Apoiado so#re umcotovelo, ele a penetrava e segurava um seio, sugando'o de maneira fe#ril. "lta curvava as costas em7%tase. ane via um #rilho met2lico na escuridão. O ue podia ver das costas e das n2degas dele revelavaferimentos e cortes sangrentos.

 — 1are8 — ela gritou.

EilFenn levantou a ca#e(a. 0essa vez não havia nada al*m de resigna(ão em sua e%pressão. "ltariu.

 — "st2 sempre se metendo onde não * chamada, não *, ane6

 — /ão vou permitir ue use compulsão com ele, "lta.

 — /ão * compulsão. 1ergunte a ele, se uiser. — "la olhou para EilFenn. "le mantinha a ca#e(a #ai%a e, resignado, saiu de cima dela. >uando ele se moveu, ane viu ue o #rilho met2lico era proveniente de argolas presas em seus mamilos e... /ão8 A maior argola estava presa na #ase do sacoescrotal8 -m corte em seu peito sangrava. Os l2#ios de "lta estavam vermelhos de sangue. ane estavarevoltada. )udo auilo s5 podia ser compulsão.

 — uito #em — ela disse, tentando controlar a raiva. — 1ode responder com sinceridade.

 — "ntão, estou usando compulsão para voc7 fazer se%o comigo6 — "lta disparou irritada.

 — /ão. ant*m minha ere(ão para ue eu possa passar mais tempo no ato, mas * s5 isso.

 — >uer me convencer de ue ela o chicoteou e... p5s essas... coisas em voc7... com o seuconsentimento6

 — "le mesmo sugeriu o chicote. — "lta riu, co#rindo'se com o ro#e.

ane olhou para EilFenn.

 — "u permiti — ele declarou de ca#e(a #ai%a. — )odos aprendem a gostar de su#missão, e ele foi treinado pela melhor das minhas discípulas, na

verdade. "le chega ao clíma% uando * chicoteado.

+eria possível6 EilFenn ueria sofrer a#uso. Ouvira as mulheres no #ordel falarem so#re homensue gostavam de ser espancados durante o se%o, mas pensara... /unca imaginara ue pudessem serhomens jovens e #elos como ele.

 — "le não parece muito feliz — disse, em#ora a voz soasse incerta at* aos pr5prios ouvidos.

 — "le não est2 feliz com a sua presen(a. = diferente.

ane não podia acreditar no ue estava ouvindo, no entanto...

 — 92, ane — ele disse em tom neutro.

A#alada demais para invocar o poder, ela desceu a escada. >uando entrou na cozinha pensando emtudo ue vira e ouvira, deparou'se com o olhar penetrante de ;lara.

 — +ente'se — a mulher sugeriu. — 9ou #uscar um pouco de ch2 para voc7.

ane sentou'se : mesa repleta de tu#os e outros euipamentos. )eriam de comer na sala de jantar.+entiria falta da intimidade das refei(3es na cozinha com EilFenn porue... 1or u76 /ão e%istiria maisnenhuma intimidade com ele, agora ue sa#ia ue ele a olhava pensando em ser chicoteado por "lta.

 /ão. Alguma coisa estava errada. +entia ue EilFenn não era esse tipo de homem. +e ele gostava

de sofrer a#uso, por ue "lta tivera de usar compulsão antes6 /a primeira vez ue os interrompera,uando ele ainda era vampiro, ela a fitara com os olhos vermelhos, sinal ineuívoco de ue usava seu poder. ;lara serviu ch2 para am#as e se sentou.

 — O ue aconteceu6

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ane não tinha com uem conversar. +e não fosse com ;lara, não poderia desa#afar. " se sentia prestes a e%plodir.

 — EilFenn. "le afirma ue "lta não o mant*m so# compulsão. as eu vi o chicote e... asargolas em seus mamilos e... em partes mais íntimas. +5 pode ser compulsão. as ela não estava com osolhos vermelhos. " esse tipo de coisa não * normal... +ei ue e%istem pessoas ue apreciam essas...

 pr2ticas, mas... "le pode realmente6...

 — A ue tipo de compulsão ele se referia6

 — O u76

 — $em, ele disse ue "lta não usava compulsão. as ele se referia : compulsão do vampiro, ouualuer outro tipo de compulsão6

$rilhante8 ;lara era mesmo muito s2#ia. <avia outros tipos de compulsão ue não e%igiam olhosvermelhos. as o ue "lta podia ter para compelir EilFenn6

"la olhou para ;lara.

 — 1or ue continua com ela6

 — >uem disse ue continuo6

 — $em, est2 aui, e...

 — ;om !l2vio, não com "lta.

ane arregalou os olhos.

;lara6 "la amava !l2vio6 " ele nem devia sa#er...

 — /o onast*rio irso, não temos muita... li#erdade. 0ecidi acompanh2'los para ver o mundooutra vez. >ueria sa#er se alguma coisa havia mudado desde ue ingressei em irso.

 — <2 uanto tempo se refugiou l26

 — >uatrocentos e trinta anos. +enti vontade de dei%ar irso. /ão tinha nada para mim l2. "lta partia em uma missão com !l2vio. 1ortanto, decidi servi'la. A compulsão tra#alha de maneiras muitovariadas.

 — +im, eu sei, mas o ue poderia o#rig2'lo a se su#meter a tais... torturas6 +ei ue ele j2 sofreuisso antes e foi muito... prejudicado pela e%peri7ncia.

 — 1rejudicado o #astante para uerer repetir o sofrimento6

 — +a#e alguma coisa so#re o passado dele6

 — +ei o ue foi dito.

 — " o ue foi dito6 — $om ou mau, precisava sa#er. — "le foi transformado por Asharti, uma discípula de "lta.

 — >ue o tratava da mesma maneira8

 — 1rovavelmente. "la fez muitos vampiros, alguns para formar um e%*rcito ue deveria depor osAnci3es e governar o mundo dos humanos, outros para uso mais pessoal. as ela foi detida. ais tarde,os vampiros transformados por ela foram ca(ados e mortos.

 — "%ceto EilFenn... — as os Anci3es ainda ueriam mat2'lo, pelo ue dissera "lta.

 — +tephan +incai, um dos homens de !l2vio, foi enviado para ca(2'lo. !l2vio diz ue +tephan poupou EilFenn, e por isso acredita ue ele * #om. )alvez +tephan não tenha aca#ado com ele por sertam#*m um #om homem.

 — "ntão, por ue ele serviria "lta dessa maneira tão... distorcida6

 — 1osso pensar em v2rias raz3es. Ks vezes aca#amos escolhendo o menor de todos os males.%#

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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 — "st2 dizendo ue ele teme ser morto, se não se su#meter6

 — Acha ue ele * um homem ue tem medo da morte6

 /ão. EilFenn não tinha medo da morte. /ão da pr5pria morte, pelo menos. "ntão... de uem6 "lemal conhecia ;lara e !l2vio. +eu pai... elhor nem pensar nisso agora. >uem, então6 .

Oh8 as ele nunca... " ela não corria nenhum risco. /ão enuanto "lta precisava dela para o#ter

a f5rmula... Oh8 as uando tivesse a f5rmula, "lta certamente a mataria para se certificar de ueningu*m mais teria a cura.

!ora ingenuidade pensar ue "lta a dei%aria salvar vampiros transformados, uando os Anci3esos ueriam todos mortos.

 — 1ergunte a ele por u7 — sugeriu ;lara.

 — /ão posso8 ;omo voc7 não pode dizer a !l2vio ue o ama.

 — as eu não tenho sua #eleza.

 — /ão seja tola. /ão sou #onita. /ão chego aos p*s de "lta. " o amor não depende da apar7ncia.;omo pode sa#er o ue !l2vio sente, se não revelar o ue sente por ele6

 — Aconselha'me a declarar meus sentimentos, mas se nega a revelar os seus6

 — /ão * a mesma coisa.

 — /ão6 9ai me dizer ue não o ama6

ane engoliu em seco. "ra como se tudo mudasse de lugar repentinamente. +im, amava EilFenn.O ue sentia por ele não era apenas a necessidade se%ual de um vampiro. >ueria estar com ele, ueriasa#er ue ele estava #em, e lamentava ue estivessem separados em mundos distintos. " uma das raz3es

 pelas uais ueria tanto ser humana outra vez, era ue pelo menos essa #arreira dei%aria de e%istir. Adicotomia entre o ue acreditava so#re ele e o ue ouvia a respeito dele, incluindo o ue ele mesmodissera, era ilus5ria.

EilFenn podia ser um traidor. 1odia ter matado. as, se o fizera, tivera raz3es para isso. +entiaue, em ess7ncia, ele era #om e verdadeiro. +a#ia ue ele era digno de amor, porue... porue o amava, eacreditava em si mesma o suficiente para sa#er ue não amaria um homem ue não tivesse um forte sensode honra, ue não fosse capaz de corresponder a esse amor. " sa#ia ue EilFenn era esse homem. "lerevelara sua natureza ao tratar com a sra. 0ulnan, ao tentar proteg7'la dos desagrad2veis detalhes de suacondi(ão, na coragem com ue havia tentado encontrar um caminho para o #em, apesar de ter sidoseriamente prejudicado pela crueldade alheia.

as nada disso significava ue ele a amava. 1or isso ela não respondeu : pergunta de ;lara. /ãodisse ue o amava.

 — /ão posso simplesmente presumir... — = a mesma coisa — ;lara concluiu.

"la estava certa. /enhuma mulher tinha coragem de tentar desco#rir se seu amor era ou nãocorrespondido.

 — /ão posso, ;lara. = isso. as posso me recusar a pensar o pior so#re ele. — " estava furiosacom tudo ue vira. "lta estava usando compulsão e o usava para realizar seu desejo doentio, para praticara se%ualidade distorcida e pervertida ue ela testemunhara no est2#ulo.

 /ão permitiria ue a situa(ão perdurasse. 0e jeito nenhum8

 — "les se apro%imam — ;lara avisou.

ane se virou decidida uando "lta entrou na cozinha. 1recisava encontrar coragem para fazer oue tinha de ser feito.

EilFenn a seguia de ca#e(a #ai%a. +ua camisa estava suja de sangue em v2rios lugares, e ane

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

sentiu seu ;ompanheiro se agitar com o cheiro. "le segurava o tartã so#re as partes íntimas e carregava as #otas. Antes, uando ela sentira o cheiro de sangue na cozinha, ele j2 estava ferido. )alvez estivesseusando um curativo ou as roupas escondessem as les3es. Agora, "lta j2 não se incomodava em e%i#ir oresultado de suas pr2ticas pervertidas.

 — ;lara, prepare uma dose dauele tCnico para EilFenn — ordenou "lta. — "le vai precisar defor(a. O jantar est2 pronto6 Ou devemos dizer desjejum6 /unca sei ao certo...

!l2vio surgiu na porta e não escondeu a contrariedade diante do estado de EilFenn.

 — 9oltou :s velhas #rincadeiras, "lta6

 — /ão preciso dar e%plica(3es. "u lidero essa e%pedi(ão. " e%ijo ue minhas necessidades sejamsupridas, porue s5 assim posso me manter forte e concentrada.

ane perce#eu ue o monge não a enfrentaria, pois havia formas de compulsão disponíveis at* parauem não tinha o poder de "lta. ;alma, ela se dirigiu ao arm2rio e pegou o caderno em ue fazia suasanota(3es.

 — !ez algum progresso hoje6 — "lta perguntou. — ;lara, v2 #uscar vinho na adega.

 — Oh, sim... — ane se apro%imou da lareira e revirou as #rasas at* o#ter #rilhantes chamasalaranjadas. — <oje realizei grandes progressos.

 — &eia suas conclus3es para mim. — "la se sentou para ouvir o relato.

 — Acho ue não. — ane arrancou v2rias p2ginas do caderno e as atirou no fogo. "m seguida, jogou o ue restava do caderno.

"lta se levantou de um salto.

 — O ue voc7 fez6 +ua estúpida8 "ram as únicas anota(3es6

 — +im, as únicas. — ane sentia o cora(ão leve como nunca sentira antes. EilFenn a estudavacom evidente consterna(ão. — Acho ue aprendi com voc7 uma importante li(ão so#re compulsão, "lta.

9oc7 uer a f5rmula. /ão h2 mais nenhum registro escrito dela. +endo assim, tudo ue tem agora * o uee%iste na minha ca#e(a.

 — @sso não muda nada.

 — "u mudei. " agora digo ue não vai mais usar EilFenn, ou jamais ter2 sua preciosa f5rmula.

 — 1osso compelir...

 — /ão pode. /ingu*m pode compelir a criatividade. — "sperava estar certa. A compulsão uetinha testemunhado produzia rea(3es físicas, mas ainda não vira um vampiro compelir um estado mental.

 /ão sa#ia se estava certa ou errada, mas precisava #lefar. — 9ai ser necess2rio unir muita imagina(ão,todo o meu conhecimento, as lem#ran(as de EilFenn e a e%peri7ncia ue acumulei ajudando meu pai a

 promover a redesco#erta da cura. Besumindo, "lta... +e uer realmente a f5rmula, vai ter de 4su#limar4suas necessidades at* ue ela seja encontrada.

 — ane — EilFenn interferiu —, não fa(a isso. 9ai precisar de prote(ão depois de recriar af5rmula. 0epois da cura, não ter2 mais nada para usar contra ela.

ane mal pCde conter um suspiro de alívio. "le aca#ava de confirmar suas suspeitas so#re osmotivos de sua liga(ão com "lta Jaroff.

 — 9amos atravessar uma ponte de cada vez. /ão posso permitir ue voc7...

 — /ão foi nada. /ão teve nenhuma importância.

 — 1ara mim teve. — Olhou para "lta. — " então6 )emos um acordo6Os olhos da vampira eram como diamantes ue cintilavam de 5dio e revolta.

 — 9oc7 ousa...

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — +im. " ual * sua resposta6 — Agora tinha certeza de ue era impossível compelir criatividade.

 — +e acha ue pode me impedir de fazer o ue uero com ele...

 — "le não dei%ar2 minha companhia. 9ai dormir no meu uarto e vai tra#alhar comigo. " at* nahora do #anho estar2 na minha presen(a. +e dirigir a palavra a ele, interromperei imediatamente o tra#alhode pesuisa. !ui clara6

"lta saiu da cozinha sem responder. +egundos depois, todos ouviram o som da porta do uartodela sendo #atida com viol7ncia.

 — 9ou levar o jantar — ;lara anunciou em tom calmo.

 — "u cuido disso. — !l2vio a deteve. — "lta est2 furiosa, e tenho algumas palavras para dizer aela.

;lara preparou uma #andeja, ue pCs nas mãos de !l2vio, e foi arrumar a mesa na sala de jantar para os demais. ane evitava olhar para EilFenn.

 — /ão precisava ter feito o ue fez — ele disse. — "la não estava usando compulsão. 1recisaacreditar em mim.

 — >uer ue todos achem ue voc7 * um homem mau, não *6

 — 9oc7 não tem id*ia de como o mundo poder ser pervertido e cruel.

 — )em razão, ainda desconhe(o muitas coisas, mas j2 perce#i, por e%emplo, ue "lta * umamulher m2 e deseuili#rada.

 — "u sou mau.

 — >ualuer hora vai ter de me falar mais so#re isso. /o momento, acho ue * generoso, altruísta emuito corajoso.

 — /ão sa#e nada so#re mim.

 — 1recisa de ajuda para remover as argolas, ou pode cuidar disso sozinho6 — O u76

 — $em, imagino ue ueira retir2'las.

 — +im, eu uero.

"ra melhor assim. Odiava uando ele se diminuía para acreditar na pr5pria maldade.

 — 1recisa de ajuda6

 — /ão. "u mesmo as removo.

 — Ltimo. !iue : vontade. — "la apontou para o uarto de #anho. — 9ou preparar um #2lsamousando todas essas coisas ue !l2vio comprou.

 — O#rigado.

 — >ualuer um teria o feito o mesmo no meu lugar.

 — /ão. 9oc7 * mais corajosa do ue a maioria. — "le se dirigiu ao uarto de #anho e fechou a porta.

;lara retornou : cozinha, e ane aproveitou para agradecer.

 — O#rigada, ;lara. 9oc7 estava certa.

"la apenas sorriu. >uando am#as ouviram um gemido contido do outro lado da porta, ane

e%plicou?

 — "la colocou argolas no corpo de EilFenn. "le as est2 removendo.

 — O sr. EilFenn precisa de um #om #anho uente. A higiene * fundamental para impedir

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

inflama(3es e infec(3es em ferimentos. 9ou auecer a 2gua. — "la saiu para ir ao po(o.

ane perce#eu ue estava tremendo. +eria rea(ão ao estresse do confronto com "lta6 Ou a fomede seu ;ompanheiro a enfrauecia6 +entia o formigamento nas veias. /ão podia perder o controle. /ãoagora. 1recisava se concentrar em alguma outra coisa. O #2lsamo8 +e come(asse a preparar o creme deervas, ele estaria pronto ao anoitecer. EilFenn ia precisar dele.

O jantar foi uma situa(ão desconfort2vel. "lta se mantinha no uarto, furiosa EilFenn sentava'se tenso e desajeitado, certamente em fun(ão das dores provocadas pelos inúmeros ferimentos e ane

 pensava nas possíveis com#ina(3es de ingredientes para a f5rmula. esmo assim, podia ouvir as #atidasdo cora(ão de EilFenn e sentir o cheiro do sangue ue ainda #rotava das feridas a#ertas. 0issera a "ltaue o manteria constantemente ao seu lado, e cumprir essa promessa seria uma tortura. ;lara haviasuturado os cortes mais profundos em seu peito, e ela se sentira inflamar simplesmente por estar nomesmo aposento, sem nem seuer olhar para o peito nu.

!l2vio e ;lara come(aram a #ocejar. !inalmente, a criada se levantou.

 — !l2vio, vamos dei%ar esses dois — ela disse, fitando o monge de forma a impedir perguntas e

coment2rios. !l2vio a seguiu surpreso e curioso.1erce#endo as vi#ra(3es, ane sorriu para ;lara de maneira encorajadora. 0epois de tanto tempo, a

mo(a finalmente faria alguma coisa por seu o#jetivo. 2, ela, tivera a ousadia necess2ria para enfrentar"lta, mas não conseguia encarar EilFenn.

&evantou'se para recolher os pratos. &2 fora, o sol come(ava a despontar. "stava cansada. Os diaseram cada vez mais longos, e as últimas noites tinham sido e%austivas. EilFenn recolheu as travessas.&evaram tudo para a cozinha e lavaram a lou(a em sil7ncio. /ervosa, ane derru#ou uma das %ícaras ue

 pertencera : sua mãe. >uando viu a porcelana se partir em v2rios peda(os, come(ou a chorar.

 — >ue desajeitada8 /ão sei o ue esta acontecendo comigo8

 — /ão mesmo6"la o encarou apavorada.

 — +im, eu sei — disse. — eu pai morreu h2 dois dias e tenho em minha casa uma mulherdia#5lica pronta para nos matar, caso eu consiga encontrar a cura para a doen(a ue faz de mim ummonstro.

 — 1recisa de sangue. ;onhe(o os sinais.

 — O povo do vilarejo não vai mais doar sangue, em#ora ningu*m lem#re de onde vem a sensa(ãode ue uir !arm * um lugar perigoso. /otou ue a sra. 0ulnan não veio hoje6

 — 9oc7 não precisa de doa(3es, ane.

 — /ão vou sair por aí mordendo pesco(os como "lta. " agora... agora vou para a cama. " voc7vem comigo.

 — /ão * necess2rio...

 — +e acha ue vou dei%ar auela criatura horrorosa convenc7'lo a aceitar mais uma de suasloucuras, ou, pior ainda, se acha ue vou dei%ar voc7 aui e%posto : compulsão, est2 enganado.

"le a seguiu at* o uarto e, ap5s fechar a porta, ane pediu?

 — 9ire'se de costas. " não olhe8

EilFenn se virou.

 — 2 vi tudo isso antes — ele comentou.

 — /ão me fa(a lem#rar.

"stava e%austo e confuso, ou não teria feito um coment2rio tão inconveniente. /ão devia fazer%8

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

ane lem#rar algo de ue ela se arrependia tanto. Ainda o surpreendia ue ela o houvesse defendido de"lta. ane era uma mulher de muita coragem. "sperava sinceramente ue ela pudesse encontrar a curasem seu livro de anota(3es, porue, nauela noite, ela o privara da única arma de ue dispunha paraimpedir "lta de mat2'la ap5s a desco#erta da cura. O ue poderia fazer para proteg7'la agora6

 — O ue aconteceu com ;lara6

 — "la ama !l2vio. +empre o amou. 1or isso serve "lta, para poder ficar perto dele.

 — <omem de sorte...

ane saiu de tr2s do #iom#o.

 — 1ode se virar agora.

"la estava co#erta e encolhida na poltrona estofada.

 — O ue pensa ue est2 fazendo6

 — 9ou dormir, * claro.

 — Acha ue vou ficar com sua cama enuanto voc7 dorme na cadeira6 "sue(a8

"la reagiu com irrita(ão. — " voc7 acha ue vai poder passar o dia todo na cadeira, se mal conseguiu se sentar para jantar6

+5 vai descansar se ficar deitado de #ru(os.

"la estava certa.

 — 9ou dormir no chão. /o tapete.

 — /ão vai.

"le pegou um travesseiro e um co#ertor em cima da cama e se deitou no tapete com grandedificuldade.

 — 9ou, a menos ue use compulsão para me dominar. 92 para a cama, ane. " durma. 1recisadescansar.

 — +e pode dormir sem ter todo o conforto do mundo, eu tam#*m posso.

 — uito #em, então. +e * assim ue uer... — ele disse, sentindo os olhos incontrolavelmente pesados.

ane o viu adormecer imediatamente. >uando se levantou para co#rir o corpo castigado e ferido,olhou para a cama e pensou ue talvez devesse se deitar nela. EilFenn não ia mesmo us2'la. as, derepente, não tinha sono. O formigamento nas veias retornava, e a região entre as pernas pulsavasimplesmente por olhar para auele rosto adormecido.

EilFenn aceitara a crueldade de "lta para proteg7'la. )eria feito o mesmo por ualuer pessoa,ou sentia alguma coisa especial por ela6 /ão podia pensar nisso agora. /ão enuanto não encontrasse acura, enuanto estivessem em lados opostos de um a#ismo.

9oltou para a cadeira, mantendo afastados seus demCnios enuanto calculava as porcentagensideais de cada ingrediente ue usaria na noite seguinte. )entaria preparar a gelatina diluída em 2lcool.)alvez assim o#tivesse a mistura cristalina ue vira o pai usar no la#orat5rio.

O líuido, altamente inflam2vel produziu uma fuma(a negra ue manchou o teto. "ra a terceiratentativa com os mesmos resultados. "ram duas da manhã, e ela ainda não havia ultrapassado o primeiro

est2gio da produ(ão da f5rmula. — @sso * infernal8 — e%clamou angustiada.

EilFenn a segurou pelos om#ros.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — )enha calma. /ão est2 sempre dizendo ue a ci7ncia e%ige paci7ncia6

 — /ão posso ficar calma. /ão consigo o#ter auela ualidade arenosa ue voc7 mencionou. /ãosei mais o ue fazer8 — /ão podia chorar. ;ientistas não choravam uando falhavam em suas pesuisas.O pro#lema era ue o formigamento nas veias se transformava em dor, e não conseguia mais raciocinarcom clareza. As mãos dele em seus om#ros tornavam a situa(ão ainda pior.

 — 9oc7 sa#e o ue est2 errado — EilFenn disse em tom preocupado.

 — /ão comece com isso de novo.

!l2vio entrou na cozinha uando o fogo se e%tinguia, dei%ando uma crosta negra no fundo do tu#ode ensaio.

 — Ora, ora8 "sse cheiro * muito interessante8

A anima(ão sugeria ue ele e ;lara haviam chegado a um acordo satisfat5rio. 1ensar nisso airritava, uando devia ficar feliz por eles.

 — eu progresso com#ina com o cheiro. <orrível8 — "la se sentou em um #anco e suspiroue%austa. — "ra isso ue ueria sa#er6

 — /ão. 9im informar ue "lta saiu. /ão voltar2 a v7'la esta noite.

 — "la deve estar sugando o sangue de todos os moradores do vilarejo.

 — "u a preveni em rela(ão a isso. !iz ue entendesse ue ser2 melhor #e#er pouco e todas asnoites.

ane o viu olhar para EilFenn, ue #alan(ou a ca#e(a8

 — /ão ousem conspirar contra mim8 9ou conseguir produzir essa maldita f5rmula, e então...então... não vou precisar do sangue de ningu*m8 — 1ara dar mais dramaticidade : declara(ão, elacome(ou a chorar.

!l2vio a segurou pelos om#ros. — inha uerida, voc7 est2 e%austa8 /ão dormiu6

 — /ão. — "la solu(ou. — /ão dormi nada8

 — !a(a uma pausa nos e%perimentos. 92 para a cama cedo. 0ei%e a mente tentar resolver o pro#lema enuanto voc7 dorme. /unca foi se deitar com um pro#lema, e acordou com a solu(ão6

ane assentiu, fungando.

 — "ntão, v2 para o uarto. Aposto ue, descansada, vai conseguir ver o pro#lema de uma 5ticatotalmente diferente.

;allan sa#ia o ue devia fazer. ane jamais pensaria em suprir sua necessidade usando o sangue deum animal. !l2vio a conduziu  para a escada, prometendo?

 — "u cuido do sr. EilFenn enuanto voc7 descansa.

 — +im, mas vai conseguir enfrentar "lta se ela voltar6 /ão. +e "lta aparecer, uero seracordada imediatamente.

!l2vio pareceu magoado com a falta de confian(a.

 — 9ou ajudar ;lara no po(o — ele avisou, passando por ;allan a caminho d2 porta.

;allan seguiu ane at* o uarto. )inha de ser cuidadoso, ou não conseguiria convenc7'la a aceitaro ue era necess2rio. /ão podia assust2'la. 1recisava despertar seu instinto, e então tudo aca#aria #em.

as ela não cedia aos instintos. /ão com muita freu7ncia, pelo menos. 1recisava ensin2'la tudo ue eranecess2rio sa#er, caso ela não conseguisse encontrar a cura.

)irou as #otas e desamarrou a gravata. -sava'a para não pertur#ar ane com a veia ue pulsava emseu pesco(o. as ela precisava de sangue. 0epois de remover a gravata, apro%imou'se da porta do uarto.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

ane sa#ia ue ele se apro%imava. "ra impossível surpreender um vampiro.

 — 92 em#ora — ela disse da cama ao v7'lo a#rir a porta. — /ão * seguro se apro%imar de mimagora.

;allan entrou e fechou a porta.

 — /ão estou procurando seguran(a.

0eitou'se ao lado dela. ane olhou para o outro lado.

 — "u devia ter for(a suficiente para fugir de voc7.

 — 0evia ter a coragem de ser uem voc7 *. — A camisa ue ela vestia revelava o início da curvados seios.

O corpo de ;allan reagiu de imediato ante a visão do peito arfante.

 — 1or ue est2 fazendo isso6

 — 1orue conhe(o sua necessidade.

 — +e * isso ue o preocupa, posso e%trair um pouco da veia no pulso de !l2vio. " posso #e#er o

sangue em uma %ícara. — /ão pode #e#er o sangue de um vampiro muito mais poderoso ue voc7. 1ortanto, !l2vio,

;lara e "lta estão e%cluídos da lista de possi#ilidades. +ou sua única op(ão, a menos ue ueira sair e procurar um animal ualuer nas montanhas.

 — "u...

 — /ão pode mais esperar. " precisa aprender como o#ter satisfa(ão para suas necessidades. —"le a #eijou nos l2#ios. — 1ode ser agrad2vel para os dois, doador e receptor. uito agrad2vel...

 — @sso * errado. — "la suspirou, sem tentar evitar mais um #eijo.

 — /ão. = natural. ", com um pouco de compulsão, voc7 pode dei%ar o doador cheio de #oaslem#ran(as, com uma opinião melhor so#re si mesmo. — "le a a#ra(ou e #eijou. /ão ousava pu%2'la deencontro ao corpo, porue, se o fizesse, ela sentiria sua ere(ão. 0evagar, ergueu o uei%o e dei%ou osl2#ios de ane encontrarem seu pesco(o.

>uantas vezes havia sido violado por Asharti e "lta enuanto elas #e#iam seu sangue6 ;omo sesentira agredido. as agora era diferente. >ueria ane. >ueria ue ela se alimentasse de seu corpo. >ueriasaciar todas as suas necessidades. O único pro#lema era ue ela rasgaria sua garganta uando fossedominada pelo impulso, e não podia mais curar esse tipo de dano. " não ueria morrer.

A constata(ão o atingiu como um raio. "stivera se arrastando pela vida, tentando encontrar algo devalor sem nunca valorizar nada, impelido por uma esp*cie de desespero desprovido de alegria. 0esejara a

cura, apenas para poder cometer suicídio, caso não fosse capaz de retornar ao tempo anterior : amargae%peri7ncia de deprava(ão e loucura. as agora j2 não se importava mais com isso. +e não pudesse maisser o velhaco sedutor ue fora antes de Asharti, não tinha importância. >ueria ser o homem ue era agora

 para sempre. O ue havia mudado6

ane come(ou a tremer. +er2 ue ela sa#ia onde ficava a car5tida6 <avia estudado anatomiaenuanto ajudava o pai. "la o #eijou no pesco(o at* direcionar o h2lito uente para o ponto e%ato. +im, elasa#ia. 0evia estar sentindo o pulsar do sangue na veia, mas, ainda assim, resistia.

 — 1e(a ajuda ao seu ;ompanheiro — ele murmurou, decidido. Assumiria o risco de morrer paraajud2'la a suprir sua necessidade.

A vi#ra(ão de ane crescia. +e pudesse ver os olhos dela, ;allan os encontraria vermelhos. Os

caninos estavam alongados e pontiagudos. 1reparou'se para o momento em ue ela cederia ao instinto,uando ele estaria entre a vida e a morte.

 — "u uero, ane...

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

"la resistiu por um momento, e depois emitiu um suspiro prolongado e aflito. Os dentes perfuraram sua car5tida. A dor passou depressa. "la não rasgava, não dilacerava.

 — Agora sugue — ele a instruiu, rela%ando para dei%ar o sangue fluir com mais a#undância.

ane seguia suas orienta(3es, movendo o corpo contra o dele num ritmo provocante. "la não sa#iauando parar. )eria de dizer a ela. as senti'la sugando e se movendo contra seu corpo causava um

 prazer tão intenso ue não ueria interromp7'la.

"la se afastou com um grito sufocado, segurando'lhe o rosto entre as mãos.

 — achuuei voc76 — perguntou.

Os olhos de ane voltaram ao suave tom de violeta.

 — /ão. — "le sorriu com ternura. ;omo era possível ue ela se preocupasse com ele, apesar dasdemandas de seu ;ompanheiro6 — +ou um escoc7s com muito sangue nas veias. Ou um irland7s, nãoimporta. Ainda tenho mais a oferecer, se precisar. +ente'se melhor6

 — +im, muito melhor. "stou... cheia de vida.

 — " agora tem outra necessidade ue precisa suprir. — +a#ia o ue ela estava sentindo. Aurg7ncia de vida dentro dela clamava por satisfa(ão. $eijou'a, pu%ando'a contra o corpo para demonstrarue tam#*m a ueria.

 — ;allan... — ela sussurrou.

"ra a primeira vez ue ane o chamava pelo primeiro nome. Gostou de ouvi'lo em seus l2#ios.

 — >uer fazer amor comigo6

 — +im, eu uero... se estiver com disposi(ão, * claro. >uero dizer... /ão seria realmente fazeramor e...

"le a silenciou com um #eijo.

ane precisava de saciedade, e tinha pressa.>uando ;allan se colocou entre suas pernas e a penetrou, ela não conteve um gemido de prazer,

"le parou um instante para fit2'la nos olhos.

 — Agora, #e#a novamente da fonte da minha vida, e sentir2 um prazer como nunca imaginou ser possível.

ane cravou os dentes em sua car5tida e sorveu o sangue uente, enuanto ele a penetrava e semovia em seu corpo acompanhando o ritmo dos l2#ios em seu pesco(o. -m ritmo ue ia se tornando maise mais premente, vigoroso. "le sa#ia ue não devia chegar ao orgasmo antes dela, mas caminhava para o2pice como um cavalo num galope poderoso, irrefre2vel. "la tam#*m sentia a apro%ima(ão do clíma% e,

agarrando'se aos om#ros largos, e%perimentou uma violenta contra(ão. Ao se sentir aprisionado pelosmúsculos contraídos, ele não conseguiu mais conter a e%plosão. O jato uente inundou o corpo de ane,enuanto seu sangue a enchia de vida.

"la removeu as presas de seu pesco(o e caiu so#re o travesseiro com um gemido de satisfa(ão.

;allan sentia'se fraco. Bespirar era difícil. as a sensa(ão ia passar.

 — ;allan6 ;allan, voc7 est2 #em6

"le sorriu. 0oce e uerida ane8 At* no 7%tase, ela se preocupava com seu #em'estar.

 — +im, eu estou...

 — +into muito. Acho ue sorvi... demais. — /ão. "u não disse ue havia prazer para os dois6 /ão teria desistido dessa e%peri7ncia por nada

no mundo. — "le fechou os olhos. /ão havia sentido a selvageria do se%o entre vampiros, a for(a dae%peri7ncia ue tinham vivido no castelo, porue seus sentidos eram novamente limitados como em todos

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

os humanos. as a alegria de doar a vida a ane era insuper2vel.

"le a amava. "ra isso. amais amara algu*m antes, por isso fora pego desprevenido. )entaraacreditar ue desejava apenas proteg7'la, mas ueria viver para estar com ela. 1or*m, se ela precisasse desua morte para seguir vivendo, morreria feliz. A felicidade dela era mais importante ue sua pr5pria vida.Agora tinha certeza de ue o ue sentia era amor.

as... ane tam#*m o amava6 ;omo seria possível6 "le era mortal, ela, uma vampira. 1ior, eleainda estava marcado pelo mal. !ora violado por "lta e por Asharti, enuanto ane preservava sua

 #ondade e sua natureza essencial.

 — !iue aui comigo. 9amos descansar. 9oltaremos a tra#alhar na cura mais tarde, uandoanoitecer — ela sugeriu.

ane precisava encontrar a cura. +e fossem am#os mortais, ela sa#eria ue sentimentos despertavanele. "ncontraria um meio de salv2'la de "lta. )inha de encontrar um jeito de proteg7'la. "le ainda

 pensava nisso uando adormeceu...

CAPÍTULO VI

ane acordou enroscada nas pernas de ;allan. O sol se punha. O sangue pulsava em seu corpo, eela se sentia viva, vi#rante. "m algum momento do dia, ele devia ter pu%ado o co#ertor so#re seus corpos.>uerido ;allan. "le dormia de #ra(os, com a ca#e(a apoiada em seus seios, um #ra(o so#re seu ventre.

+entia'se culpada por ter perdido o controle. <avia cedido. +ucum#ira ao poder do ;ompanheiro e

: sedu(ão de ;allan. as, em retri#ui(ão, vivera uma e%peri7ncia única e emocionante. Agora tinha nasveias um pouco do sangue dele. O sangue ue ele havia doado espontaneamente. ;allan... -m homem

 #om e generoso. -m mortal.

1recisava encontrar a cura. /ão ueria ser vampira e viver para sempre afastada dele, em outromundo. ;omo ele poderia gostar de uma criatura como ela6 +im, sa#ia ue ele a compreendia. as eleenvelheceria, e ela não. >uem arrancaria da pr5pria vida a luz do sol, se não aueles ue não podiamsuport2'la6 >ue homem ia tolerar uma mulher dez vezes mais forte ue ele6

 — Giz8 — ela e%clamou de repente. A palavra havia espocado em seu c*re#ro como um raio.

 — O u76 — ;allan perguntou, assustado e atordoado.

 — Giz8 — ane repetiu, sentando'se no mesmo instante em ue ele a soltou. — 1or ue não penseinisso antes6 eu pai usava giz para escrever na lousa.

 — O inc7ndio no la#orat5rio deve ter destruído todo o estoue — ele lem#rou, agora totalmenteacordado.

 — "le guardava uma #oa uantidade na gaveta da escrivaninha. " nos arm2rios. — &evantou'se ecorreu para o guarda'roupa. — 9ejamos... — Os vestidos estavam enfileirados em som#ria similaridade.

 — 1or ue finge não se importar com moda e outras uest3es femininas6

;allan não sa#ia de seu passatempo, planejar com#ina(3es ue nunca usaria.

 — +ou uma estudiosa da ci7ncia, e tra#alho para levar modernidade e novas t*cnicas de o#stetrícia: popula(ão ue não tem acesso a esse tipo de atendimento. 9ai me ajudar a preparar a po(ão, ou não6

;allan sorriu.

 — 2 estou indo — disse, levantando'se para vestir a cal(a ue havia dei%ado no chão horas antes.&"

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — Ah, não... — ane foi tomada pelo desânimo ao ver a mistura aduirir uma som#ria corcastanha. "ra a uinta vez nauela noite.

;allan afagou seu #ra(o.

 — 9ou picar mais ingredientes. "nuanto isso, reveja as propor(3es.

 — 1ersevere — !l2vio a incentivou de um #anco ao lado da mesa.

"lta entrou na cozinha num radiante vestido de seda púrpura e parou, olhando para os tu#os ue #or#ulhavam so#re a mesa. +eus olhos #rilhavam furiosos.

 — 0esse jeito, nunca vai encontrar a f5rmula8 +e sou#esse ue era tão estúpida... as o ue eu podia esperar de uma garota6

 — 1reciso de tempo — ane respondeu, tentando não se ofender com o ataue. — )enho osingredientes certos. +5 preciso das propor(3es ideais e da temperatura adeuada. "stou cada vez mais

 perto.

 — 9oc7 não tem tempo8 9ampiros da fac(ão de Ehalen#erg voltarão para ter certeza de ueeliminaram todas as possi#ilidades. >uem sa#e uantos serão6

;lara se apro%imou dela.

 — "lta, gritar não vai resolver nada — !l2vio manifestou'se, sorrindo para ;lara. "la retri#uiu osorriso com certa timidez.

 — A ci7ncia e%ige paci7ncia — ane disse com mais convic(ão do ue sentia. — " precisotra#alhar todas as possi#ilidades de maneira met5dica.

 — = inútil testar a f5rmula em ;lara antes de conseguir pelo menos um líuido de apar7nciasemelhante e...

 — 92 em#ora, "lta — !l2vio a interrompeu. — 0ei%e'a tra#alhar."lta se voltou para ane.

 — +a#e ue não pode produzir a cura, mas est2 tentando ganhar tempo para fugir. +e for isso,desista. "u a alcan(aria. "les a encontrariam. "nuanto algu*m acreditar ue voc7 pode encontrar a cura,mesmo ue não seja verdade, sua vida não vai valer nada. /ada8

 — Agrade(o a e%plica(ão. — A voz fria sugeria controle, mas ane estava apavorada. — Agora, senão se importa, preciso tra#alhar.

"lta ainda tinha muito a dizer, por*m !l2vio se levantou e a conduziu para fora da cozinha.

 — ;lara, prepare uma po(ão calmante para sua senhora. 0epois, leve'a para ca(ar l2 fora.

Os tr7s se retiraram, e ;allan se dedicou : tarefa de picar mais ervas e raízes para a nova po(ão.

 — Acha ue sou mesmo um alvo6 — ane perguntou.

 — 0aremos a f5rmula para todos ue a uiserem. " uando todos a tiverem, não vai mais ternenhuma importância o fato de n5s a conhecermos.

 — " se eu não conseguir reproduzir a receita de meu pai6

 — = uma uestão de paci7ncia. 9oc7 mesma disse.

 — "lta não parece muito paciente. — "la suspirou. — $em, ao tra#alho.

* * *

;allan assistiu impotente ao fracasso de mais uma tentativa, e outra. "ra uma noite intermin2vel. "ele não era vampiro. /ão era forte, não era s2#io, não era cientista.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

ane corria perigo. "lta tinha razão. Os vampiros ue desejavam destruir a f5rmula não adei%ariam viver se sou#essem ue ela poderia produzir a cura. +e ela a produzisse, "lta os matariauando pusesse as mãos na f5rmula. +e ane não fosse mesmo capaz de recriar a cura, "lta a matarianum acesso de fúria. )odos os caminhos levavam ao desastre, e ele não podia fazer nada para impedir adesgra(a.

&ogo o dia estaria nascendo. ane parecia cansada e desanimada.

 — ;hega por hoje — ele decidiu. — 9ou preparar um pouco de ovos com #acon para voc7.)alvez at* encontre um pouco de gel*ia para o pão. " como não h2 gelatina na receita...

"la sorriu.

 — 1ara mim est2 5timo. Oh, ;allan, isto pode levar anos8 /ão sou tão esperta uanto imaginava. /ão sou cientista8

"le ueria a#ra(2'la e dizer ue tudo aca#aria #em... mas estaria mentindo.

 — = claro ue * esperta, ane. = a pessoa mais inteligente ue j2 conheci. 9oc7 mesma disse? precisa de tempo.

 — /5s dois sa#emos ue não vou conseguir. 1osso passar a vida toda tentando, e minha vida ser2longa... /ão vou desistir. as um final feliz e #em'sucedido ser2 mero acidente. "u não sei o suficienteso#re a f5rmula de meu pai para preencher as lacunas, deduzir o ue ainda * desconhecido. enti para"lta. /ão estou nem perto de encontrar a cura.

"le não podia afirmar ue tudo aca#aria #em, mas podia a#ra(2'la. O delicado aroma de canela eâm#ar'gris invadiu seus sentidos, e ele ficou em sil7ncio. O ue poderia dizer6

as... espere8 Os vampiros haviam saído8 A petulância de "lta a afastara. "la acreditava ue aneficaria pela cura, e ue ele ficaria por ane. as não havia cura. " não precisava mais se su#meter a "lta

 para impedir a morte de ane. /ão era mais uma vítima. !izera uma escolha, mas havia outras.

ortal ou não, ainda tinha um c*re#ro, e precisava us2'lo. 1recisava e%aminar as alternativas.Ainda restava uma hora para o nascer do sol. )empo de so#ra uando um deles ainda era vampiro. 1araonde6 O ;astelo de -ruhart era uma possi#ilidade. "le olhou em volta. )inha poucos momentos paratra(ar um plano.

0ei%ou ane e foi #uscar o cesto ue eles usavam para colher ervas. 1egou tam#*m umalamparina.

 — O ue est2 fazendo6 — ane estranhou.

 — /ão temos tempo... — /a adega, ele pegou algumas cenouras, na#os, #atatas, uma panela, eovos de gansa. <avia tam#*m um pouco de carne seca e salgada. 1erfeito. A cerveja ficaria. O #arril era

 pesado demais. $e#eriam 2gua do lago. 1egou um cantil. ;orda6 /o est2#ulo8

ane o seguia com um olhar assustado. ;allan sa#ia ue ia precisar de todo seu poder de persuasão para faz7'la seguir seu plano maluco. 1assou por ela e foi arrancando os co#ertores ue co#riam as janelas.

 — +u#a e pegue um manto. " tam#*m alguns o#jetos pessoais. O suficiente para uma noite. — /ão diria mais nada. /ão enuanto não saíssem dali. — 9ou ao est2#ulo, mas volto logo.

 — ;allan, voc7 est2 me assustando8

 — ;onfie em mim. — +orriu para ela. — "u tenho um plano.

;allan encontrou !l2vio uando voltava do est2#ulo com uma corda. "lta não era tão descuidada,afinal.

 — 1ara onde est2 indo6 — ele perguntou.

Acalmou'se. )alvez o encontro tivesse sido um acaso. "ra hora de plantar as sementes do sucesso.1recisariam dele para ue o plano desse certo.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — ane não pode desco#rir a cura. 1or isso, vamos em#ora.

 — "la os encontrar2.

 — /ão se voc7 não disser a ela ue partimos. +5 precisamos de um dia de vantagem.

 — +e ela desco#rir ue eu ajudei...

 — !iue no seu uarto. 0epois, diga ue não sa#ia de nada.

 — "la vai me culpar. " tem influ7ncia com os Anci3es. "lta pode me manter fora de irso.

 — A escolha * sua, !l2vio.

 — /ão tenho escolha.

 — )odo mundo sempre tem escolha. " voc7 escolheu não ajudar +incai contra os Anci3es.

O rosto do monge traiu uma momentânea tristeza. ;allan se perguntou se tinha ido longe demais.

 — As regras criadas pelos Anci3es não são infalíveis. as não vou ficar aui discutindo comvoc7. — 1assou por !l2vio, ue ainda parecia indeciso. — Ou conta a ela, ou não conta. +e uiser ser útil,sugira ue ela procure em @nverness. ;uide dos cavalos — pediu enuanto se afastava. — 9oltarei para

 peg2'los. — "sperava ue a semente ue plantara germinasse."le tinha terminado de guardar os parcos suprimentos em uma valise, uando ane voltou :

cozinha co#erta por seu grosso manto.

 — ;allan, o ue pretende fazer6

 — 9amos sair daui antes ue "lta volte. /ão podemos ficar esperando ue outros venhamatac2'la, ou ue ela perca a paci7ncia e desista de esperar pela cura.

 — "u falhei.

;allan meneou a ca#e(a. "la havia falhado6 /ão. "nfrentara "lta por ele. +uportava a condi(ão

de vampiro muito melhor do ue ele tolerava. Amara o pai, um homem tolo e egoísta, e dedicara #oa parteda vida a tentar ajud2'lo, uando ele não era digno nem da metade de seu empenho.

 — 9oc7 não falhou. A cura se perdeu no inc7ndio, e seu pai nunca se deu ao tra#alho de inform2'la so#re o e%perimento. +5 isso. Agora vamos. A#race'me e invoue seu poder.

 — as... "u sou capaz6

 — +im, pode transportar n5s dois.

"la se concentrou. ;allan sentiu um formigamento nos p*s. A sensa(ão ia su#indo rapidamente pelas pernas. A dor seria pior do ue antes, porue agora era humano.

 — 1ara onde...6

 — ;astelo -ruhart.

;allan gritou uando a escuridão os envolveu, desintegrando'os no espa(o.

"le caiu de joelhos ao lado de ane. "stavam no p2tio do castelo, no interior das muralhas emruínas.

 — 9oc7 est2 #em6 — ela perguntou preocupada.

 — +im... — Bespirando com dificuldade, ele se levantou. &ogo o sol surgiria. 1assariam o diatodo ali6 "stavam perto demais de "lta8 as ela tam#*m ficaria retida pela luz do dia. +im, por um dia o

 plano poderia funcionar. +egurou a mão de ane e a levou at* a torre ue ficava perto da margem do lago.

 — Agora * com voc7 — ele disse. — 1recisa #louear a porta e criar a impressão de ue ningu*m passou por ela nos últimos cem anos. — Apontou para uma enorme rocha. — +e conseguir tirar auela pedra do lugar, ela vai descer a encosta naturalmente, porue estamos em terreno inclinado. 0epois,vamos pegar pedras menores e agrup2'las em torno da rocha. Assim, a forma(ão vai parecer natural.

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

-saremos seus poderes para entrar e sair da torre com a porta #loueada.

ane olhou para o sol. )inham pouco tempo. Apro%imou'se da porta de madeira maci(a e fechou'asem nenhum esfor(o. Olhou para a pedra. +eria mesmo capaz de mov7'la6

;allan escalou a muralha. 0epositou a valise e os co#ertores no chão e come(ou a e%aminar a jun(ão entre as pedras, tentando localizar 2reas onde a massa se soltara.

ane estava sozinha. "mpurrou com toda a for(a, mas a pedra apenas oscilou para frente e paratr2s. Acompanhando o movimento, ela passou a #alan(ar o corpo no mesmo ritmo, fazendo for(a, at*uase cair uando a pedra se soltou da terra e rolou pela inclina(ão, chocando'se com estrondo contra a

 porta de madeira. )oda a torre estremeceu.

O sol j2 se apro%imava do horizonte. 0ispunham de poucos momentos para concluir a tarefa. +eusasse toda a concentra(ão, poderia trazer para #ai%o as pedras ue ;allan pretendia transportar. as e secometesse um erro6 1oderia arremess2'lo para a morte. @nvocou seu poder. )eria de ir at* l2.

>uando surgiu ao lado dele, ;allan j2 havia removido toda uma fileira de pedras ue formavamuma mureta. "las iam caindo no p2tio, e rolavam, juntando'se : grande rocha ue #loueava a porta. "levirou'se, assustado com a sú#ita apari(ão.

ane empurrou mais uma parte da mureta, ue tam#*m cedeu. "ra como promover uma avalanche. /ão parecia muito natural, mas se chovesse um pouco, se a poeira #ai%asse... "le pegou a valise e osco#ertores.

O sol espreitava por cima dos picos das montanhas.

ane estava nervosa. ;allan a tomou nos #ra(os, usando o pr5prio corpo como um escudo para proteg7'la da luz.

 — Agora8 — ele disse.

ompanheiro6 O poder os envolveu. "la pensou na sala onde haviam feito amor pela primeira vez.

Os dois se materializaram no interior da torre. A luz se infiltrava pelas janelas estreitas e pelasfrestas, e a friagem do lago parecia penetrar nos ossos. ;allan caiu de joelhos, arfante, ao lado da valise eco#ertores. "la se a#ai%ou para acudi'lo.

 —)emos de descer at* o fundo da torre — ele disse ofegante.

ane não usaria seus poderes para lev2'lo, especialmente para um lugar ue não conhecia. 1u%ou aargola de metal no chão e revelou a escada, depois voltou para pegar a valise e os co#ertores. "lesdesceram at* chegarem : #ase da torre, uatro andares a#ai%o, muito mais perto do lago. Ali havia apenasduas janelas estreitas, cerca de seis metros acima da superfície da 2gua. O piso era de terra. O aposento erasom#rio, escuro, e tinha o cheiro típico de terra molhada e pedra fria. ;allan ajeitou os co#ertores nasfendas formadas pelas janelas, #loueando a luz.

 — )alvez devamos su#ir um ou dois andares — ela sugeriu. — +eria mais confort2vel.

 — O cheiro de terra molhada vai ajudar a nos enco#rir. "lta não conseguir2 distinguir o nossocheiro na umidade ue predomina aui.

 — 1ara ue tanto esfor(o6 "la tam#*m não pode sair enuanto houver sol, e : noite seguiremos para @nverness, então...

 — /ão vamos para @nverness. "la vai nos procurar l2.

 — "ntão podemos ir para !orte Augustus, do outro lado do lago. +ei ue tem um plano, mas aindaassim...

 — ane8 — O ue *6 /ão me diga ue não tem um plano8

 — "u tenho. >uero ue me fa(a vampiro outra vez.

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — O u76

 — 9ou precisar de sangue depois da primeira infec(ão, mas vou tentar so#reviver com o mínimo possível. )r7s dias, no m2%imo.

 — as... tudo ue ueremos * a cura8

 — "u sei, mas essa não * uma possi#ilidade muito concreta no momento.

 — +im, * tarde demais para mim, mas voc7 j2 est2 curado. 1or ue uer voltar : condi(ão devampiro6

1orue era a única maneira de salv2'la. as como poderia convenc7'la a seguir seu plano6 /ãosa#ia o ue dizer. +e revelasse sua inten(ão de transformar'se para salv2'la, ela nunca concordaria. +edissesse ue a amava e ue ueria passar a eternidade ao lado dela... ficaria chocada. "lta se encarregarade revelar sua verdadeira natureza, eliminando assim ualuer chance ue tivesse de conuistar o afeto deane, uma criatura intrinsecamente #oa e íntegra.

as... talvez a natureza dela fosse a chave. 1odia usar a vontade de ajudar as pessoas. +im... )inhade convenc7'la de sua mentira.

 — +er mortal me faz sentir... peueno. = como ter a vida pela metade '— ele disse. — >uerorecuperar a for(a. 9oc7 moveu auela rocha sozinha8 +into falta dos sentidos agu(ados, da vi#ra(ão davida em minhas veias, do poder... = como não ter mais a alegria de estar vivo. >uero retomar a liga(ãocom meu ;ompanheiro. >uero de volta todo o poder ue perdi ao recuperar a humanidade. — ;hocado,ele perce#eu ue não mentia. +entia falta de tudo auilo. ", por estar dizendo a verdade, talvezconseguisse convenc7'la.

 — as... e uanto a ser um monstro... um proscrito da sociedade6

 — )udo o ue temos * o ue somos, ane. -m monstro * um monstro... em sua ess7ncia. 1recisaacreditar nisso. /ão * o ;ompanheiro ue faz do indivíduo um monstro. — Acreditava nisso tam#*m,

 porue ane continuava #oa e generosa, mesmo tendo o sangue infectado pelo parasita.

 — 9oc7 uer isso6

 — +im, eu uero.

 — as... tr7s dias8 "lta nos encontrar2, com toda certeza.

 — "la vai pensar ue partimos no início da noite de ontem. — )udo dependia da coopera(ão de!l2vio, mas ela não precisava sa#er disso. — " nunca vai imaginar ue nos escondemos tão perto dafazenda. 9ai presumir ue fomos para @nverness. >uando desco#rirem ue não estamos l2, j2 teremos

 partido para longe daui.

 — @sso s5 vai adiar o inevit2vel. "les vão nos ca(ar...

 /ão podia revelar seu plano. @sso s5 a dei%aria ainda mais preocupada. — -m passo de cada vez — disse.

"le estendeu a mão na escuridão. /ão podia ver os tra(os de ane com clareza, mas podia sentirsua angústia. +eria totalmente dependente dela por tr7s dias. <ouve um tempo em ue a perspectiva o teriahorrorizado, mas agora... /ão com ela. +5 lamentava ue ela tivesse de su#meter'se ao ue viria depois.

 — !a(a isso por mim, por favor.

"la se atirou em seus #ra(os.

 — ;allan... )em certeza6

 — +im. — !ico feliz por aceitar uem voc7 *. /ão * um homem mau, apesar do ue diz.

O coment2rio o fez parar e pensar. /ão era verdade, mas não podia desmenti'la, ou ela jamais partilharia seu sangue com ele.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — ane, por favor, vamos fazer isso agora. Antes ue um de n5s perca a coragem.

ane sentiu a tensão ue o dominava. 1odia ver a dor em seus olhos. O mesmo sofrimento ue viratantas outras vezes, antes de ele se fechar emocionalmente. "la pensou na conversa, avaliando cadadetalhe. "m nenhum momento, ele dissera ue não era mau. 0issera apenas ue o ;ompanheiro não era orespons2vel pela maldade do indivíduo. " fora cuidadoso ao evitar o assunto, o ue significava ue estavatentando não mentir para ela.

;allan dei%aria entre eles a culpa e a vergonha pelo ue fizera. as sua ess7ncia era honesta e #oa.1odia sentir sua verdadeira natureza. " se ele cometera erros, eles tinham ficado no passado, e agora ele

 precisava superar a culpa, 9ampiro ou humano, essa culpa seria sempre uma #arreira para o ue eladesejava. " o ue ela ueria6 Ainda não tinha coragem de admitir, nem para si mesma. "le se sacrificara

 por ela. @sso atestava a e%ist7ncia de algum sentimento, não6 as ele faria algo a esse respeito6 /ão secontinuasse pensando o pior so#re si mesmo.

Afastou'se dos #ra(os dele. 1recisava pensar.

 — ane6 — O desespero na voz dele a corroeu.

"le realmente ueria voltar a ser vampiro. as, enuanto não o convencesse a falar so#re o ue

realmente o afligia, so#re a verdadeira razão de sua culpa, não haveria esperan(a para eles. /ão poderiaconstruir uma rela(ão tendo por #ase tantos segredos e mist*rios.

" agora tinha um trunfo. " não hesitaria em usar todas as armas para ajud2'lo. )alvez essa fosse aúnica chance para conuistar o amor de ;allan.

!inalmente, havia admitido. Beconhecer ue era isso ue ueria era como remover um pesadofardo dos om#ros. +a#ia ue o amava. " ueria ue ele tam#*m a amasse.

 — 9oc7 * mau6 >uero dizer, sua natureza * m2, seja voc7 vampiro ou humano6

"le piscou, mas não disse nada. /ão gostava de mentir, como ela imaginara. "ra hora de partir para o ataue decisivo.

 — Antes de transform2'lo, uero sa#er o ue fez.

 — 1or ue precisa sa#er6

 — >uero ter certeza de ue voc7 * o homem ue penso ue *.

 — /ingu*m * o ue os outros pensam. 9oc7 * o ue uer ue os outros pensem6 +eu pai era6

 — ;omo assim6

 — $em, vamos tomar seu pai como e%emplo. O mundo pensa ue ele foi um ser caridoso uesalvava vidas e ajudava mulheres em dificuldades, mas eu vi esse homem manter a filha em estado devirtual escravidão, sem nunca reconhecer seu esfor(o ou dar a ela o devido valor. "le cuidava de todas as

mulheres, mas não era especialmente generoso com elas, e era o tipo de homem capaz de testemunhargrande sofrimento com total indiferen(a, tudo em nome da ci7ncia.

 —' 0ei%e meu pai fora disso.

 — )udo #em, vamos falar de voc7, então. 9oc7 * o ue parece6 -sa esses vestidos escuros comose vivesse em um eterno funeral, faz tudo para construir uma imagem de cientista s*ria, mas sei ue nofundo gostaria de se vestir de outra forma e de se permitir prazeres femininos. 0iz ue odeia homens ueuerem o controle, mas tudo ue faz * tentar ter mais controle so#re si mesma do ue ualuer outra

 pessoa. 9oc7 não se permite ser mulher, ane. /ão gosta de ser #ela ou suave. as aprecia a #eleza, ounão criaria pinturas tão lindas. )udo o ue uer * controle, mas cedeu o controle de sua vida a seu pai.0ei%ou ue os o#jetivos dele passassem a ser as suas metas de vida.

 — /ão * verdade.

 — /ão6 0iga ue não tentou ser um homem s5 porue seu pai ueria ter tido um filho8

ane não respondeu. /ão podia.

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — " voc7 acha ue sa#e tudo so#re as mulheres6 — +ua única defesa era o de#oche. — /emtodas são como "lta.

 — +ei o suficiente so#re voc7, ane. +ei ue * afetuosa e sensível. = generosa e esfor(ada. /ão *egoísta e tem senso de humor...

"le se deteve, aparentemente emocionado. ane sentiu ue a raiva desaparecia. "ssa últimadescri(ão de sua personalidade acendia a t7nue chama da esperan(a. " ele aceitara um trato cruel s5 para

 proteg7'la. )inha de haver uma razão para isso, algo al*m de mero senso de honra. "le estava certo so#reuma coisa? <avia negado sua feminilidade. as j2 a#andonara essa t2tica para ir atr2s do ue a f7mea emsua ess7ncia ueria. 0esejava ser amada por ;allan EilFenn, e ele a estava fazendo esuecer seu

 prop5sito.

 — 9oc7 est2 certo. A#solutamente certo em tudo ue disse. At* mesmo so#re meu pai. "le eramesmo o#stinado, capaz de esuecer tudo e todos e se concentrar apenas em um o#jetivo. ;heguei a odi2'lo por isso. " passei a vida toda tentando chamar a aten(ão dele, tentando conuistar sua confian(a paraue me aceitasse como sua ajudante... "stranho, não *6

 — /ão. /ão h2 nada de estranho nisso.

 — "stou reconhecendo ue * um homem perceptivo. as isso não altera em nada o ue espero devoc7. >uero sa#er por ue acredita ser tão mau. " uero sa#er de tudo.

 — /ão.

 — = um pedido justo. /unca poderemos confiar um no outro se não formos a#solutamentehonestos e a#ertos.

"le não respondeu.

 — +e uer ue eu tente adivinhar e fazer suposi(3es, como voc7 fez, posso come(ar agora mesmo. — ane estendeu um len(ol no chão, sentou'se so#re ele e o convidou a fazer o mesmo.

"m vez de se unir a ela, ;allan se sentou so#re um co#ertor, o mais longe possível dela, e a#ra(ouos joelhos. Bespirou profundamente. ane deduziu ue ele não sa#ia por onde come(ar.

 — 1or ue não come(a e%plicando por ue se considera um traidor6 2 conhe(o parte dessahist5ria. ;lara me contou ue uma mulher chamada Asharti o transformou em vampiro. "la formou ume%*rcito, e voc7 a seguiu. 1or isso pensa ter traído os vampiros6

 — +im, em#ora eu não fosse um mem#ro regular desse e%*rcito.

 — " s5 por isso se considera um traidor6

 — /ão. — ais uma vez, ;allan inspirou antes de continuar. — 0epois da morte dessa mulher, oe%*rcito de#andou. Os Anci3es enviaram vampiros idosos e poderosos para massacrar todos aueles ueela havia transformado. "u escapei, aproveitando o caos ue se formou no deserto. as fomos ca(ados.

 /ão tinha nada a ver com o fato de sermos #ons ou maus. /ão era uma uestão de justi(a. "u pensei... +evampiros transformados e de #om cora(ão tivessem uma p2tria, um refúgio, poderiam enfrentar osAnci3es. Acho ue procurava uma causa para dar significado : minha vida.

 — " escolheu a @nglaterra para ser essa p2tria6

 — +im.

" assim ele acreditava ter traído os vampiros e seu governo.

 — O ue aconteceu com sua causa6

 — ais ou menos o ue acontece com todas as causas. )entei recrutar homens virtuosos ue

uisessem usar nossos poderes para fazer o #em para as duas ra(as, mas não deu certo. — Os homens não eram tão virtuosos6

 — Alguns matavam por sangue.

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — 9oc7 não * o primeiro a acreditar em utopia, nem * o prime iro a se ver privado de ideais.

 — 1essoas morreram, ane. /ão * ruim o #astante para voc76

 — /ão * melhor nem pior do ue eu imaginava, ou do ue j2 aconteceu em muitos imp*rios emv2rias eras distintas.

 — uito #em... "u disse ue não era mem#ro regular do e%*rcito de Asharti porue... eu era um

escravo. +e fosse um homem de verdade, teria promovido sua ira e a teria levado a me matar antes deaceitar as coisas ue ela fez comigo.

ane ficou em sil7ncio. 1odia imaginar o ue Asharti fizera com ele. /enhum homem resistia :compulsão.

 — /o final, fiz tudo ue ela ueria. 0ecidi ue ueria satisfaze'la. "la não precisou mais usarcompulsão para me o#rigar a nada. " depois da minha transforma(ão em vampiro, tudo se resumiu a umaintensa e constante necessidade de se%o. /ão havia prazer, mas eu era capaz de manter uma ere(ão porhoras seguidas, em uaisuer circunstâncias. " isso certamente * pior do ue voc7 imaginava.

A situa(ão não era única, apenas difícil de compreender para uem a via de fora.

 — +ei como isso o pertur#a, mas j2 vi coisas semelhantes antes. ulheres ue continuam vivendocom maridos ue as espancam e #rutalizam, pessoas ue não procuram a justi(a uando são raptadas,rou#adas, caluniadas ou prejudicadas de alguma outra forma... As vítimas aca#am se confundindoemocionalmente com a situa(ão. Os poderosos assumem o controle so#re a vítima, ue faz tudo paraagrad2'lo. " depois passam a se odiar por não serem tão implac2veis uanto os ue as atormentam.Algumas passam a torturar outros mais fracos. — as sa#ia ue ;allan jamais fizera tal coisa.

 — "la era o centro da minha vida. >uando consegui fugir, me vi sem prop5sito.

 — " foi uando tentou construir uma nova sociedade. " ainda uer me convencer de ue não tevecoragem6 0e ue não tinha ideais6

;allan fitou os olhos de ane, e a compai%ão ue viu neles trou%e tudo de volta.

Pritos ecoavam na peri$eria do vilare*o. ) e-&rcito conduzia a popula"ão para a pra"a central.allan se arrastava ao lado da liteira de Asharti, nu e acorrentado. Ela gostava de v(!lo coberto apenas

 pelas correntes. uas veias palpitavam com uma $ome que beirava a dor, Asharti ordenou a parada na pra"a central. Escravos a$astaram as cortinas de sua liteira para que ela pudesse assistir aos procedimentos. allan observava com um medo aturdido como adultos eram separados de crian"as. )sintegrantes do e-&rcito de Asharti que haviam sido trans$ormados, como ele, permaneciam atentos e+vidos na peri$eria do grupo. Asharti deu o sinal e os vampiros avan"aram, comprimindo a multidão.Pritos e uivos se $izeram ouvir. As crian"as reunidas em um canto choravam apavoradas. )s adultos na

 parte mais e-terna do c0rculo $oram os primeiros a so$rer o ataque. /ampiros sugavam os pesco"os de suas v0timas, seus olhos vermelhos $ocados em car2tidas suculentas. Pritos ecoavam e morriam num sil(ncio sem vida. ;avia um som constante, um estalar de ossos que $azia allan sentir vontade devomitar. ;avia duas semanas Asharti não permitia que ele se alimentasse de sangue. A coisa em suasveias sentia o cheiro no ar e e-igia sociedade. omo ele odiava o que era6 92rios +rabes *ovens e $ortes

 $oram levados at& Asharti. Ela os imobilizava com seus olhos vermelhos e os sugava at& sec+!los. )shomens iam caindo numa pilha aos p&s de allan, carne encolhida e murcha pela aus(ncia da nutri"ão

 $ornecida por capilares agora secos.

uando se sentiu satis$eita, Asharti $ez um sinal para um de seus tenentes.

 — =raga um para o meu escravo. Nada muito energ&tico.

) escolhido $oi um garoto de cerca de dezesseis anos. Ele *+ $ora atacado, pois havia em seu pesco"o marcas de presas e gotas de sangue. eus olhos escuros e-pressavam um pavor absoluto. oiatirado ao chão e caiu de *oelhos.

allan cambaleou. A coisa em suas veias gritava. A $ome em seu corpo o levava ao desespero.

7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

errou os punhos contra o rugido que ecoava em seus ouvidos.

 — /amos —  Asharti ordenou.  — Morda o garoto, ou vou ter de pensar em novas puni":es paravoc(.

 Não era um animal para alimentar!se de humanos. Mas a $ome o dominava. ) mundo se tingiu devermelho.

 Não6 Não rasgaria carne humana6 Não conseguia respirar. ueria se livrar do $ilme vermelho e da coisa em seu sangue, mas era

imposs0vel. #odia sentir os caninos mais longos, mais a$iados.

 Ainda tinha o livre arb0trio. e $izesse o que esperavam que $izesse, seria tão mau quanto todos osoutros.

) mundo era cor de carmim. Ele tremia contra a demanda da coisa em seu sangue, que oinundava com seu poder.

omo se impelido por uma $or"a mil vezes maior que a dele, allan se virou para o rapaz einclinou!se devagar. A nica sensa"ão que tinha era dos caninos per$urando o pesco"o. om um grito,

 segurou os ombros do garoto e sugou com $or"a. ) sangue $lu0a por seus dentes e inundava sua boca. Acoisa em seu sangue se regozi*ava, cantando em suas veias. /ivo6 /ivo6 angue & vida6

) garoto morreu. allan o dei-ou cair com um grito angustiado. Atr+s dele, Asharti riu.

 —  Ah, sempre pensamos que h+ coisas que não $aremos. Mas essas coisas realmente e-istem%

) estmago de allan se rebelou, e ele vomitou sangue. Mas logo algo suprimiu o espasmo. abiaque não voltaria a vomitar.

 — /amos, escravo — ela o chamou da liteira. — Ainda não terminei com voc(. — Ela saltou dove0culo e segurou a corrente que pendia de seu pesco"o. allan cambaleou, aturdido.

 Asharti o levou ao grupo de pessoas, sobreviventes assustados que se encolhiam e *+ nem tinham

 $or"a para gritar.

 — /oc(6 — ela gritou para um de seus tenentes. — =raga!me um homem6

allan decidiu que não sugaria outro pesco"o. aciara a $ome, e agora poderia resistir. #recisava resistir. E, se ela causasse a dor em sua cabe"a, tamb&m resistiria. ;avia desenvolvido umterr0vel medo daquela dor. Era hora de modi$icar seu patamar de toler<ncia.

) tenente agarrou um homem idoso e de barba grisalha. 5ma mulher gritou e tentou pu-+!lo devolta ao c0rculo, mas outro seguidor de Asharti a impediu, derrubando!a. ) +rabe $oi posto de *oelhosdiante de allan.

 — ua espada '—  Asharti comandou.

) tenente entregou!lhe a arma

 — Não & para mim6 — Ela apontou para allan.

) homem o$ereceu!lhe a espada, e ele balan"ou a cabe"a, tomado pelo horror.

 — Mate!me. Não vou matar esse homem.

 — /ai. #orque não ser+ voc( a v0tima se insistir nessa recusa. Matarei as crian"as.

allan olhou para o grupo no canto da pra"a. 4evia haver vinte crian"as, pelo menos.

 — Não pode estar $alando s&rio.

 Ela sorriu. — ) que são elas para mim% Mate!o, e pouparei as crian"as.

allan virou para ela com a espada nas mãos.

!

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 Asharti comprimiu os l+bios com evidente contrariedade.

 — abe que eu nunca dei-aria que voc( me matasse.

im, ele sabia. Mas ela não estava invocando o poder. Não tinha os olhos vermelhos. 5m n2 se $ormou em seu estmago. Ela não lhe daria sequer o re$gio da compulsão. Estava e-igindo que eleescolhesse o mal espontaneamente.

 — Não $arei a escolha — declarou. — 'ecusar!se a escolher & uma escolha, escravo. — Ela olhou para o tenente. — Mate algumas

crian"as.

 — Não6 — allan gritou. —  Não pode matar crian"as6

 — /oc( pode impedir. 5m golpe. Morte r+pida. Ele & um velho6

 raco, allan olhou para o pobre homem apavorado aos   seus p&s, gravando na mente os tra"osamedrontados. ) idoso come"ou a murmurar preces, unindo as mãos contra o peito e se curvando at&encostar a testa na areia. allan não conseguia engolir. Não conseguia respirar. )lhou para as crian"as,quietas agora, e-ceto pelo beb( nos bra"os de outra crian"a.

 — Não me obrigue a isso — sussurrou mesmo sabendo que era intil.

 — /ai $azer o que eu mandar.

 Essas palavras marcaram sua alma mais do que a coisa em seu sangue.

 Ele ergueu a espada.

 — +e uer a verdade ane, ter2 a verdade. " vai se arrepender de ter perguntado. "u matei por ela. /ão em #atalha, não por justi(a, nem porue minha vida estava amea(ada. "%ecutei uma pessoa inocentes5 porue ela mandou.

ane estava #ouia#erta. "le matara gente inocente6 ;allan estava ofegante. As palavrasreprimidas por tanto tempo agora jorravam.

 — "la não usou compulsão. Apenas me deu uma escolha. "la ueria minha alma e conseguiu,ane. /o início, s5 colocou o menino na minha frente. "u precisava desesperadamente de sangue. Outros

 j2 tinham se alimentado dele. "u o suguei at* a morte. " se isso foi ruim ainda fiz coisa pior. <avia...havia homens cujas esposas gritavam enuanto eu cortava a ca#e(a deles com uma espada. !iz tudo porela. atei... pais, irmãos, maridos. 0estruí famílias inteiras.

"le tinha matado s5 para agradar a uma mulher6 @sso era mau8 " realmente estava arrependida deter perguntado. as como poderia sa#er ue ele cometera atos tão horrendos6 <avia imaginado ue elematara em #atalha ou em conflitos em ue houvesse igualdade de condi(3es. /esses casos, a morte at*

seria justificada. as não e%istia honra em assassinar camponeses desarmados.

as... não podia sucum#ir ao desgosto. "ntendia ue ele tivesse sugado todo o sangue do rapazuando estava tomado pela necessidade do ;ompanheiro. " esse era ;allan, o homem ue se colocara :merc7 de "lta para proteg7'la, mesmo sa#endo como seria terrível. "ra o homem ue dizia a verdade,mesmo uando a verdade era dura. "ra o homem ue nunca se perdoava. 1recisava controlar a revolta at*conhecer melhor as circunstâncias.

 — 9oc7 ueria... matar6

"le #alan(ou a ca#e(a, como se não tivesse for(as para falar.

 — as teve medo do ue ela faria com voc7.

 — /ão. >uero dizer, eu tive medo, mas não foi s5 por mim. "la amea(ou matar outras pessoas.

 — "la mataria mais gente se voc7 se recusasse a matar6

 — "les sempre reúnem as crian(as de um vilarejo enuanto atacam os pais."

"

7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — " ainda diz ue isso não * compulsão6 — "la sa#ia ue não devia ceder : revolta8

 — "la me deu uma escolha, ane. " eu escolhi.

 — " acha ue teria sido capaz de dei%2'la matar crian(as6 >uantas eram6

 — 9inte, talvez. ", sim, eu devia ter dei%ado Asharti matar os peuenos. +ua alma teria sidoconspurcada, não a minha.

 — $em, o 0eus ue conhe(o não condena a alma de algu*m ue salvou crian(as da morte. +euúnico recurso teria sido o suicídio, e a igreja o teria condenado por isso.

 — "u não teria conseguido me matar. +ei disso porue tentei. >uando o ;ompanheiro temcontrole so#re voc7, ele não permite o suicídio. ;onsegui enfiar uma estaca no meu cora(ão uando elame infectou, mas fui imediatamente curado, e depois desco#ri ue s5 a decapita(ão pode aca#ar com avida de um vampiro. = difícil se matar desse jeito. Al*m do mais, uando sou#e disso, j2 era tarde demais

 para o#ter ajuda e%terna. 0epois de matar toda auela gente, pedi a !edeah para me decapitar, mas ele serecusou a me ajudar. 0isse ue meu ;ompanheiro me incitaria : defesa e ele não ueria sangrar.

;allan nunca tivera escolha. 1recisava ajud2'lo a entender tudo isso de maneira racional, sem an*voa da emo(ão oprimindo seu cora(ão.

 — ;lara diz ue e%istem muitos tipos de compulsão — ela come(ou em tom casual. — A ue osvampiros e%ecutam, e a ue ualuer pessoa pode usar. Asharti o compeliu a matar aueles homens. "las5 não usou poderes de vampiro para isso.

 — 9oc7 tem um espírito generoso, ane.

1or ue ele não conseguia ver em si mesmo o ue ela via com tanta nitidez6

 — O ue fez uando desco#riu ue os vampiros recrutados para defender sua causa estavammatando por sangue6

 — /ada. +tepheh +incai os matou. "le me poupou, e eu... vaguei por muito tempo. Ks vezes,

usava minha for(a para realizar peuenos atos sem grandes conseu7ncias, coisas ue não faziamdiferen(a.

 — -sou seu poder para ajudar os impotentes.

 — as não consegui conter a crueldade ou a avareza por muito tempo. !oi tudo estúpido. @nútil.

 — = voc7 uem tem o espírito generoso, ;allan.

"le sufocou uma risada amarga.

 — /ão sou como voc7. /ão tente me recriar : sua imagem.

 — 9oc7 se su#meteu a "lta para proteger minha vida8

 — /ão tive de fazer nada ue não tivesse sido feito antes. 2 falei so#re o mal ue e%iste em meu passado.

1rovocar auela conversa s5 servira para machuc2'lo ainda mais. ;allan estava amargo demais para fazer as pazes consigo mesmo. as precisava tentar mais uma vez.

 — Asharti o compeliu a matar auelas pessoas como se tivesse os olhos vermelhos. $ons homenstam#*m podem ser levados a fazer coisas ruins.

 — Acredite nisso, se * do ue precisa para me dar seu sangue.

"la teve a sensa(ão de ter levado uma #ofetada. uito #em.

+e era sangue ue ele ueria, ele o teria. — 07'me sua faca.

;allan tirou uma peuena faca do #olso da cal(a. Antes de perder a coragem, ela a empunhou,segurou a mão dele e fez um corte na palma logo a#ai%o do polegar. O sangue #rotou imediatamente,

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

espalhando no ar um cheiro ine#riante. 0epois, ela a#riu a mão e repetiu o gesto em si mesma.

 — = seu, se uiser — disse, estendendo a mão ensanguentada.

;allan hesitou por um #reve momento antes de colar a palma de sua mão : dela.

Os dedos se entrela(aram, comprimindo os cortes, e os dois sentiram a união plena de carne esangue.

"stava feito.

;allan se sentou so# a janela e ficou uieto. A fe#re j2 estava come(ando. /ão podia falar comane. /ão depois do ue ela o o#rigara a fazer. )inha sido mesmo necess2ria vasculhar as cinzas de suaalma e revirar seu passado em troca da infec(ão6 O#rig2'lo a relatar todos os seus fracassos como homem,todos os crimes... " nos pr5%imos dias teria de #e#er o sangue dela. )omaria o mínimo necess2rio, apenaso suficiente para devolver a imunidade ao parasita.

"sperava ue !l2vio não contasse a "lta uando os vira partir. "le teria coragem de mentir6 " seela imaginasse ue haviam ido para @nverness... se demorasse dois dias para farejar seu rastro... se

acreditasse na mentira ue ele planejara contar uando fossem encontrados... se !l2vio se sentissesuficientemente culpado por ter a#andonado +tephan +incai para ajudar o outro lado no momento doconfronto final... se ;lara o amasse o suficiente para ficar ao lado de !l2vio contra "lta...

"ram muitas hip5teses. " se todos eles falhassem, sua ousadia de planejar e e%ecutar a fuga oscondenaria : morte. /ão se incomodava com a pr5pria vida, mas com a de ane...

"le a viu cortando cenouras com sua faca. /ão conseguiria comer tão cedo, mas ela precisava sealimentar. "sperava ter levado o suficiente para nutri'la...

&evantou'se, um pouco tr7mulo, e foi pegar o cantil de couro. ane o fitou com os olhos cheios dedor. "la teria de se acostumar ao sofrimento. "le e%istia em grandes doses no mundo, e teriam de suport2'lo por milhares de anos se so#revivessem a "lta. +e so#revivesse : primeira infec(ão, ele a instruiria e ainstalaria em uma cidade. /ão havia nenhum vampiro em "dim#urgo.

>uanto a ele... não tinha importância. "stava pensando em ir para o /orte, onde havia muito frio eneve. O frio seria conveniente, depois de tanto tempo no calor do deserto. O vazio, o sil7ncio, a solidão...tudo isso o agradaria.

 — >uer comer alguma coisa6 — ane perguntou.

;allan #alan(ou a ca#e(a e se sentou novamente, colocando agora um co#ertor so#re os om#ros. /ão ueria ue ela o visse tremer. A fe#re su#ia rapidamente.

ane o via alternar epis5dios de tremores e sudorese so# o co#ertor. 0oze horas tinham se passadodesde ue haviam pressionado as mãos feridas.

 — 1recisa de sangue6

 — Ainda não...

"la o co#riu com mais um co#ertor. Atendera ao pedido de ;allan e o fizera novamente vampiro,mas não sa#ia se estarem do mesmo lado do a#ismo seria suficiente para uni'los.

A noite caía, e ela aproveitou sua última chance de #ai%ar o cantil preso a uma corda pela janelaso#re o lago. ;om um peda(o do len(ol ue levara em sua #agagem, faria uma compressa para a testa de;allan. "le não se dei%aria tocar agora, mas, pelo ue se lem#rava de uando havia sido infectada, logo

 perderia toda a capacidade de resist7ncia.

>uando pu%ava o cantil cheio de 2gua, notou uma estranha ondula(ão na superfície do lago. +eriao monstro outra vez6 0esistiu de olhar uando as duas primeiras corcovas emergiram.

Algo estranho acontecia no lago. Alguma coisa trazia o monstro : superfície constantementedepois de vinte anos sem nenhuma apari(ão, e outros vinte antes desses. >ue for(a seria essa6

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

"la o viu se apro%imar. +ua pele era lisa e sem escamas, a menos ue fossem muito finas. +e pudesse estud2'lo, talvez conseguisse conect2'lo a outras criaturas e conhecer sua natureza. 1ouco a poucoo corpo foi su#mergindo. "la se afastou da janela. /ão podia cuidar desse pro#lema agora. 1recisava daraten(ão a ;allan. Ajoelhou'se ao lado dele.

 — ;allan6 1recisa de sangue6

 — Ainda não — ele murmurou, aturdido e suando muito.

<avia sofrido #astante at* seu pai deduzir ue ela precisava de sangue infectado para o#terimunidade. ;allan devia estar com medo de ue ela não tivesse o suficiente para sustent2'lo at* o fimdauele terrível período inicial.

" se não tivesse mesmo6 " se tivesse de v7'lo morrer de desnutri(ão e fe#re6

1reparou'se para esperar.

0a janela da torre, ane viu a carruagem conduzida por !l2vio passar pelo castelo e seguir emfrente. ;allan estava certo. "lta ia procurar por eles em @nverness.

;allan gemia e tremia. "la decidiu ue não podia esperar mais.

ompanheiro6

O poder a inundou. O mundo se tingiu de vermelho. -sando a faca, ela se ajoelhou ao lado dele eo ergueu, passando um #ra(o so# seus om#ros. 0epois, cortou o pulso esuerdo e lam#eu a ferida paraimpedir a cicatriza(ão. O sangue jorrou. "la encostou o pulso nos l2#ios de ;allan.

"le #e#eu com grande dificuldade, fraco demais para sugar a veia a#erta. 0epois de alguns goles,ele a#riu os olhos, e ane permitiu a cicatriza(ão.

 — +angue *... vida — ele murmurou. — O#rigado...

 — +angue * vida. Gosto disso. — = um lema da nossa esp*cie.

 Nossa esp&cie. A natureza ue dividia novamente com ele. /o início, ficara chocada com suadetermina(ão em voltar a ser vampiro, mas agora... )inha de reconhecer ue tam#*m sentiria falta dossentidos agu(ados e do poder, se os perdesse.

)entou co#ri'lo e deit2'lo, mas ;allan estava alerta.

 — = noite — ele disse. — "les podem vir...

 — 2 passaram por aui a caminho de @nverness. "u vi a carruagem.

"le se dei%ou cair so#re os co#ertores. — $om.

 — Agora durma — ela disse.

as ele j2 mergulhava num sono profundo.

ane acordou ofegante. "stivera sonhando com sangue e monstros su#mersos em 2gua escura ecom a gargalhada de "lta. A luz do dia penetrava pelas frestas em torno dos co#ertores nas janelas.;allan estava deitado ao seu lado. +entia as #atidas do cora(ão dele, fracas e irregulares. "stava nu so# aco#erta. 0espira'o para poder en%ugar de seu corpo o suor da fe#re.

+entou'se e sentiu a ca#e(a girar. "sperou at* a vertigem passar. "ra s5 um dos resultados da perdade sangue. +eu ;ompanheiro produziria mais. 1recisava se alimentar, mas isso era impossível. /ão podiatomar o sangue de ;allan.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

1recisava suprir as necessidades dele. )inha de aliment2'lo em intervalos regulares de algumashoras, o ue fazia com determina(ão, apesar das recusas constantes. A pulsa(ão irregular indicava ue ele

 precisava de mais sangue.

 /os últimos dois dias, tivera tempo de so#ra para pensar no ue ele dissera a seu respeito.Beconhecia ue havia passado a vida tentando ser o ue não era. )ornara'se parteira para se apro%imarmais do ue o pai ueria ue ela fosse, não para ajudar as pessoas. "scondera o interesse por moda,

tentara tornar mais #elos seus estudos de #otânica, transformando'os em uadros, enfim... negara arealidade. /ão era melhor ue ;allan. +e ueria ue ele aceitasse uem era, devia fazer o mesmo.

"ra uma mulher. Ks vezes ca5tica, mais emocional do ue aprovaria a ci7ncia, seduzida pela #eleza. " o ue desejava ser6 $em, gostava de ser parteira. "ra um tra#alho útil e satisfat5rio. +e osm*dicos a consideravam menos importante, não se incomodaria com a opinião deles'. as não ueriamais se vestir com cores som#rias. >ueria amar e ser amada, ter filhos e pintar. 0evia ao menos tentar sertodas essas coisas.

1odia pintar o ue uisesse, e havia sempre muito tra#alho para uma parteira entre as mulheres po#res, gente ue não a julgaria por usar um vestido colorido ou delicado. ;om rela(ão a ser amada,casar'se e ter filhos... $em, podia se esfor(ar nessa esfera, tam#*m. )alvez não se casasse. as podia

amar e ser amada. ;allan poderia am2'la6+entiu de novo a necessidade de comer alguma coisa. /o início, havia se alimentado regularmente

com cenouras, na#os, ovos crus, tudo ue era necess2rio para preservar a for(a do ;ompanheiro. asagora não havia mais nada. /ão tinha importância. A prova(ão estava terminando, de uma forma ou deoutra. Auela seria a terceira noite. +e conseguissem super2'la, ele so#reviveria. ", se tivesse de morrer...

!oi esse pensamento ue a arrancou do estado de letargia. ;allan precisava dela. "stava cansada,mas salv2'lo era primordial.

 — ;ompanheiro — ela murmurou. A onda de poder era fraca, mas j2 en%ergava o mundovermelho. Os caninos se alongaram. "la mordeu o pr5prio pulso e o apro%imou da #oca de ;allan,

dei%ando'o sorver a seiva da vida. A vida... A vida... "ra nisso ue devia se concentrar. as manter o focoficava cada vez mais difícil.

;allan a#riu os olhos. "stava escuro, mas en%ergava perfeitamente o am#iente ue o cercava. "sentia cheiros8 )erra molhada, pedra fria, â 2gua do lago l2 fora e... canela e âm#ar'gris.

ane. "la estava deitada ao seu lado, com um #ra(o so#re seu peito. " ele estava nu so# o co#ertor. /ão sentia frio, em#ora estivesse co#erto apenas da cintura para #ai%o. O corpo de ane o auecia. "letocou uma mecha de ca#elos ue havia escapado da tran(a. ;omo uma criatura da noite podia ter ca#elosue #rilhavam como o sol6

-m clamor de vida percorreu suas veias e se concentrou nos genitais. ane. "la o alimentarainúmeras vezes com seu sangue. 1or isso estava tão p2lida. !ranziu a testa. 1odia sentir sua respira(ão."ra est2vel, serena. ane se me%eu. /ão tivera a inten(ão de acord2'la. "la precisava descansar paraenfrentar as dificuldades ue estavam por vir.

A vida corria novamente em suas veias, pois agora tinha um ;ompanheiro. as dessa vez haviasido o ;ompanheiro de ane ue o infectara. Gostava dessa id*ia. A#andonara ualuer inten(ão de voltarao ue era antes de ter sido infectado por Asharti. O velhaco sedutor se fora para sempre. " não seimportava. )udo o ue sa#ia era ue precisava ser vampiro por ane. )inha de ser forte. Am#os

 precisavam ser fortes, ou não venceriam a #atalha.

O simples fato de ter acordado vampiro significava ue haviam so#revivido por tr7s noites. "lta

 j2 devia estar se perguntando por ue não conseguia encontr2'los. ais cedo ou mais tarde, ela e !l2viochegariam ao ;astelo -ruhart. elhor assim. O confronto era necess2rio. ane e ele arriscariam tudonuma única jogada. "sperava ter a mesma sorte de antes no jogo, porue não teriam uma segunda chance.

+ua natureza de vampiro se impunha, reagindo ao corpo uente e tentador de ane. As

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

semelhan(as se atraíam.

"la acordou e o fitou com aueles grandes olhos cor de violeta. +om#ras escuras os cercavam.>uanto ela dera de si mesma para salv2'lo6

 — 9oc7 est2 sempre se arriscando por mim — ele disse.

ane deu um sorriso fraco.

 — $em'vindo : vida. " eu poderia dizer o mesmo.

"le correspondeu ao sorriso. amais vira outra mulher tão #ela. )alvez fosse a generosidade, a #ondade, ou a intelig7ncia ue iluminava seu olhar. Os homens enlouueciam com a #eleza de Asharti, emuitos consideravam "lta ainda mais #onita e sedutora, mas nenhuma das duas chegava aos p*s de ane,

 porue ela era uma criatura #ela na totalidade.

1odia sentir o cheiro do desejo de mulher. +eu mem#ro reagiu. +eu ;ompanheiro chamava o dela." o dela respondia. -ma certa euforia o invadiu, mas ele a sufocou. /ada disso sugeria ue ela o amava.Ou seria possível6... /ão. "la o desejava. O ;ompanheiro dela clamava pelo mais elementar gesto de

 proclama(ão da vida, como o dele.

;hegara a pensar ue nunca mais faria se%o com uma mulher, certo de ue Asharti arruinara parasempre seu prazer se%ual. 1assara mais de dois anos sem um corpo feminino em seus #ra(os. ;om ane, oato era uma alegria. 1or ela ser vampira, por ele não poder destruí'la6 1rovavelmente. /os primeiros diasde transformado, ele não fora capaz de resistir a Asharti.

as... com ane ueria mais do ue se%o. >ueria dar algo a ela. 1ara ele, não era apenas, aurg7ncia do ;ompanheiro. Afinal, fizera amor com ane na condi(ão de humano e fora totalmentesatisfat5rio dar a ela seu sangue uando se apro%imavam do clíma%. /unca sentira nada parecido.

as agora, ane s5 o ueria porue era impelida pelo ;ompanheiro. As coisas eram assim, pontofinal. " de ue outra maneira poderia ser, sendo eles uem eram6

 — 1or ue est2 me olhando desse jeito estranho6 — ela perguntou. — 0evo estar horrível8

 — /ão... — O desejo tornava sua voz rouca.

 — 1recisa de sangue6

+im. O sangue de ane seria necess2rio por mais alguns dias. as como poderia tirar ainda maisdela6

 — 9oc7 j2 me deu mais do ue devia.

"la acariciou seu peito.

 — " agora est2 curado — disse.

"ra verdade. ;allan perce#eu ue não havia mais as marcas onde "lta perfurara seus mamilos. Ocorte no peito desaparecera, assim como os pontos ue o tinham fechado. /ão sentia nada nas costas ounas n2degas. anteria as velhas cicatrizes, mas todos os ferimentos tinha cicatrizado.

+entir as mãos de ane em seu corpo fazia seu mem#ro pulsar uase dolorosamente. "la arfava,sinal de ue não era imune ao desejo. esmo ue s5 o uisesse por serem vampiros, ele não a rejeitaria.+implesmente, porue a ueria mais do ue tudo.

ane o desejava com ardor, mas se controlava. +a#ia ue ;allan tam#*m a ueria, mas não seria #om ue ele gastasse tanta energia.

"le a #eijou nos l2#ios, e os argumentos desapareceram. "stava perdida, dominada por umaincontrol2vel sensualidade ue a enchia de alegria e de vida. ;allan ajudou'a a despir o vestido e as

roupas íntimas, incendiando'a com o toue das mãos em seu corpo, sugando os mamilos ue nuncahaviam estado tão sensíveis. +entir as carícias, os l2#ios e o pulsar do desejo despertava nela uma intensavi#ra(ão, uma energia única e plena. >ueria a intimidade dos dentes em seu pesco(o tanto uanto o ueriadentro de si. 0eitada so# ele, afagou o mem#ro rijo, deliciando'se com os gemidos roucos.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

Afastou as pernas, pressionando sua intimidade úmida contra a ere(ão uente, convidando'o para a penetra(ão. ;allan aceitou o convite. A sensa(ão de plenitude era única, incrível.

 — >uero ue sugue de mim a seiva da vida8

 — ane... — ele protestou.

 — "u uero8 eu ;ompanheiro me recupera a cada instante. >uer ser o único a e%perimentar a

alegria de ser sugado, de dar a vida6 — /ão posso negar nada a voc7. — "le sorriu.

ane virou o rosto e ergueu o uei%o, oferecendo o pesco(o numa atitude de sedu(ão e rendi(ão. O;ompanheiro dele pulsava, ansiando pelo sangue e pela satisfa(ão completa. A vida dentro delarespondia. ane viu os olhos dele ficarem vermelhos, e os caninos surgirem.

)ransformada pelo sangue de um tu#o de ensaio, ela sa#ia pouco so#re esse ato tão comum entreos vampiros. +entiria dor6 O medo se confundia com o desejo, e ela tam#*m viu o mundo em tons devermelho.

A perfura(ão lem#rou o contato com espinhos de uma roseira. 0uas pontas g7meas. >uase

nenhuma dor. -m prazer inenarr2vel. "nuanto a sugava, ele se movia no interior de seu corpo. anegemia e o acariciava, acompanhando'o nauela dan(a er5tica. As vi#ra(3es dos ;ompanheiros progrediam rapidamente, #eirando a insanidade. "la nunca se sentira tão forte e poderosa.

&ogo, foi como se uma onda e%plodisse so#re eles. "la gritou. ;allan estremeceu. O clíma%alimentou a for(a em seus corpos. ane vislum#rou algo... uma luz ofuscante... as a cortina se fechou, eela voltou ao espa(o contido em seu corpo. ;allan removeu os dentes de seu pesco(o, e ela sentiu osferimentos se fecharem.

 — /o tr7s, então. -m, dois, tr7s. — "les empurraram juntos, e a pedra se moveu, rolando paralonge da passagem.

 — = surpreendente ue "lta ainda esteja esperando por n5s na margem — ela comentou uandocome(aram a descer pela estrada inclinada.

 — "la gosta de ver a presa caminhar ao encontro do pr5prio destino — ;allan respondeu. O ueestava fazendo, afinal6 As chances de so#reviverem a essa noite eram mínimas8

"le segurou a mão de ane, e os dois seguiram em frente. 2 podia ver "lta claramente. "la não semovera. Ainda esperava altiva, segura de seu poder. -m movimento atraiu seu olhar para o centro dolago, mas, uando olhou nauela dire(ão, ele não viu nada. 0evia ter sido a lua #rilhando so#re asuperfície ondulante.

 — Agora, ane, vai ter de ser corajosa — ele disse. — 9oc7 não me transformou. "u recaí.+ustente essa hist5ria, entendeu6 "st2 muito deprimida porue não h2 nenhuma possi#ilidade de devolvera humanidade a um vampiro. /ão h2 cura. /ão deve ser muito difícil, porue não estar2 mentindo. >uantoao restante... $em, vai ter de mentir. Acha ue * capaz disso6

"la odiava mentir, mas era uma uestão de vida ou morte. " tinha a impressão de ue podiaadivinhar o plano de ;allan. 1or isso, moveu a ca#e(a em sentido afirmativo. +5 isso. ais umademonstra(ão de confian(a.

 — " se for necess2rio recorrer a medidas e%tremas, lem#re'se de ue podemos unir nossas for(as.Assim, teremos alguma chance contra eles. 1ense em nossos ;ompanheiros se unindo, dando poder um aooutro, e assim ser2.

"les continuaram descendo. ;allan viu as so#rancelhas de "lta se unirem. "la aca#ava de perce#er ue ele voltara a ser vampiro.

ane sentia o cora(ão acelerado. ;allan tentaria convencer "lta de ue não havia cura. 0e uenunca houvera. 1or isso, ele insistira tanto em ser infectado. )inha sido esse seu plano desde o início.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

)oda auela hist5ria so#re o desejo de ser novamente vampiro tinha sido mentira, por*m, mesmo ue"lta acreditasse nauilo, ane não conseguia entender em ue a situa(ão mudaria. A mulher ficariaultrajada e os mataria8 Afinal, eram vampiros transformados.

as ;allan havia pedido sua confian(a e ela não tinha escolha. /ão tinha como escapar. +eriamfor(ados a enfrentar os vampiros do onast*rio irso. 1or isso, esperava sinceramente ue ele sou#esse oue estava fazendo.

"lta estava s*ria, considerando as conseu7ncias e o significado de ;allan ter voltado : condi(ãode vampiro. !l2vio estava a#orrecido e triste, e ;lara s5 tinha olhos para o monge.

 — O ue fez, sua imprest2vel6 — "lta e%plodiu. — $em, não importa. 9ou lev2'los de volta paraauela casa, e a cada dia ue chegar ao fim sem ue voc7 tenha encontrado a f5rmula, ele ser2 torturado.

 /ão sei como dei%ei !l2vio me convencer a ser tolerante com sua atitude de não su#missão, mas nãorepetirei o erro. — "la olhou para ;allan. — " vou me divertir muito...

"lta parou de falar, sentindo as novas presen(as. )odos as sentiram. /a margem do lago,vampiros saíram de tr2s das 2rvores. "lta, !l2vio e ;lara se viraram para encar2'los. ane reconheceu ohomem de olhos salientes ue havia escapado na noite da morte de seu pai. Os outros dois eram

desconhecidos, um deles muito som#rio, com um rosto fino ue lem#rava um falcão, o outro ainda joveme meio rechonchudo.

"les se apro%imaram, com o falcão liderando o grupo. O de olhos salientes parecia amedrontado.O jovem gordinho se esfor(ava para acompanhar os outros.

Agora eram seis vampiros unidos em torno de um s5 prop5sito? mat2'los. ane j2 não tinha maisnenhuma esperan(a de escapar. Olhou para ;allan.

 — "u não sa#ia... — ele murmurou, tentando pensar em algo. — )alvez seja melhor... — -maonda atingiu a margem, e ele pu%ou'a um pouco mais para cima, para a parte mais seca da praia decascalho.

 — = ela. A filha dele — disse o sujeito de olhos salientes. — " o traidor EilFenn era humano naúltima vez ue o vi. "les o curaram8

Os tr7s rec*m'chegados pararam. A energia ue se desprendia do grupo pairava no ar como ummanto. ;omo ;allan e ela poderiam enfrentar poder tão superior6

 — Ehalen#erg — "lta disse por entre os dentes. — 0ecidiu vir pessoalmente, afinal6

O sujeito com cara de falcão assentiu.

 — Os Anci3es não podem se apoderar da cura. 9oc7 sa#e como eles a usariam. — +eu sotaue eraalemão.

 — " uem disse ue uero ue eles a tenham6 — "lta se apro%imou do grupo. — >uem tiver a

cura ter2 o poder. >uer se colocar contra os Anci3es6 /ão destrua a cura. -na'se a mim. untos, teremos ocontrole.

 — -sar a cura contra nossa esp*cie6 ;onhe(o voc7, "lta.

 — " se julga tão puro, mesmo tendo )readNell e Busso como seguidores6 "suece ue osconhe(o6 +empre criamos nossos e%*rcitos com o ue temos : mão.

 — Odeio arruinar essa delicada negocia(ão... — ;allan os interrompeu. A nova fac(ão devampiros olhou para ele e para ane. "lta e !l2vio tam#*m se viraram, mas s5 ;lara tirou realmente osolhos de Ehalen#erg. — "stamos tentando dizer ue não e%iste cura.

 — ;omo assim6... — "lta impacientou'se. — )odos n5s vimos voc7 voltar : condi(ão humana.

 — as ele não * humano agora — disse Ehalen#erg.

 — 1orue ela o transformou novamente.

 — /ão. "le... recaiu — ane protestou. — O efeito da f5rmula foi tempor2rio. — 1ensou no pai,

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

em como ele morrera por nada, considerando ue a cura ue havia procurado com tanto empenho nãoajudara ningu*m, e estava perdida para sempre. "ra difícil conter as l2grimas.

 — +eu ;ompanheiro se foi8 — "lta insistiu. — "le não tinha vi#ra(ão nenhuma8

Outra onda ue#rou no lago, maior do ue a anterior. !l2vio e ;lara estavam atentos, tentandodecidir em uem deviam acreditar.

 — O ;ompanheiro não morreu. "stava apenas... neutralizado — ane improvisou desesperada. —;omecei a sentir cheiro de canela e âm#ar'gris e compreendi o ue acontecia.

 — 1or isso, fugimos — ;allan acrescentou. — /ão sa#íamos como voc7s reagiriam ao fracasso.

 — /ão acredito nisso8 1or ue não foram para mais longe6 !icaram aui porue voc7 otransformou, e precisavam de um lugar onde ele pudesse passar pelo período inicial da infec(ão.

 — +a#íamos ue @nverness seria sua primeira op(ão — disse ane.

 — 1odiam ter ido para !ort August — "lta sugeriu, avan(ando na dire(ão deles.

 — A recaída não * um processo r2pido ou simples. "la teve de me alimentar com o pr5priosangue.

 — "stão mentindo8 "%iste uma cura. "la vai ter de encontr2'la e...

 — "scute — ane impacientou'se —, eu nunca mais vou encontrar auela f5rmula, seja ela a cura,ou não. "%istem muitas vari2veis e pouca informa(ão so#re como meu pai a criou. 9oc7 poderia torturar;allan todos os dias durante anos, e eu não seria capaz de recri2'la. " agora sa#emos ue, mesmo ueconseguisse repeti'la, ela seria apenas tempor2ria. 0e ue adiantaria6 — O desespero fazia #rotar l2grimasamargas em seus olhos. — /unca mais serei humana. ;allan tam#*m não. — As l2grimas rolavam porsuas faces. 1arte dela uestionava a autenticidade do pranto. +a#ia ue o choro estava ligado : emo(ão,mas... ual6 "stava cansada, amedrontada e sentia falta do pai. " nunca mais seria humana, mesmo uesua condi(ão j2 não fosse tão horrível. Os solu(os a sacudiam.

"lta estava intrigada.;allan passou um #ra(o so#re os om#ros de ane, transferindo para ela parte de sua energia.

 — &amento ue não haja uma cura. Bealmente.

Os seis vampiros os estudavam, indecisos. "sse era o momento em ue o destino seria selado.

 — "stou propenso a acreditar nela — Ehalen#erg manifestou'se. — O ue alinha nossosinteresses, "lta, e nos dei%a diante de uma decisão final. "les t7m de morrer.

 — /ão estão mentindo, estão6 — "lta perguntou, olhando'os com evidente desconfian(a. 0erepente, ela avan(ou com os dedos posicionados como garras. — "u mesma os destro(arei8

;allan se colocou diante de ane. )enso, ele estava preparado para lutar pela pr5pria vida e peladela. ane não tinha ilus3es. O fato de ser homem não o tornava mais forte ue "lta.

 — 1or ue não podem nos dei%ar ir em paz6 — ele perguntou.

 — +em considerar sua condi(ão de traidor, j2 ue eu rece#o esse r5tulo de muitos nos dias atuais,voc7 deve morrer porue * um transformado — Ehalen#erg anunciou. — Busso6

O vampiro rechonchudo se juntou a "lta.

 — 0e ue lado voc7 est2, !l2vio6 — ;allan gritou. — A escolha * sua8 .

!l2vio os ajudaria6 ;allan parecia acreditar nisso, mas o monge permanecia im5vel enuanto "ltaavan(ava.

ane olhou ao redor. A 2gua do lago ondulava não muito longe da margem, mas ela não perderiatempo se incomodando com um monstro estúpido uando havia : sua volta outros mais perigososdispostos a mat2'los. Olhou para a torre. +e pudessem se translocar...

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — ;allan, vamos sair daui — ela disse.

 — " acham ue vou permitir6 — "lta riu.

 — 9oc7 disse ue poderíamos unir nossas for(as... — ane sussurrou. ompanheiro6  /ão prejudicaria sua concentra(ão olhando para #ai%o, mas j2 sentia o funil negro #rotando do chão. O podercantava em suas veias.

"lta, com os olhos vermelhos, investiu contra ;allan. ane sentiu seu poder ser reduzido, comochamas a#afadas por um co#ertor. "lta agarrou a ca#e(a de ;allan, diminuindo o poder dele, at* ueconseguisse empurrar para cima o uei%o da mulher. ane não conseguia reunir a for(a necess2ria para otransporte, muito menos levar ;allan com ela. " ele estava ocupado demais salvando a pr5pria ca#e(a. O

 pânico amea(ava domin2'la. O ue fazer6

Busso agarrou seu #ra(o e a pu%ou para longe de ;allan. "la lutou, conseguiu se soltar e caiu,rolando pelo cascalho. 0o chão, ela olhou para a torre e teve uma id*ia. /ão podia transport2'los, mas...talvez pudesse transportar as pedras8

O vampiro de rosto rechonchudo tentava imo#ilizar ;allan e ajudar "lta. O tempo era precioso. oco6 "la olhou para as pedras da torre. /ão ousava tentar atingir os ue atacavam ;allan, porue poderia

feri'lo. as, acertando os outros, distrairia "lta, dando a ele uma chance de escapar. 1ensou no vampirocom cara de falcão e projetou seu poder em uma pedra solta.

 — 928 — gritou.

A enorme rocha se desprendeu, seguida por outras. O vampiro foi atingido na ca#e(a e no peito.>uando caiu, outras pedras o imo#ilizaram. as ele não ficaria paralisado por muito tempo.

Ehalen#erg olhou para ane.

 — ;omo fez isso6

 — >uer ver6 — ela amea(ou.

0istraída, "lta perdeu o foco. ;allan se soltou, posicionando sua oponente de costas para o lago.ane olhou para a torre e promoveu uma chuva de pedras de grande porte. Ehalen#erg foi atingido, e)readNell, ue j2 se levantava, caiu novamente. as logo ele conseguiu se erguer, e os dois vampirosavan(aram para ela, grunhindo e cam#aleando como se estivessem feridos. Ainda não tinha sido osuficiente8

Ondas lam#iam os p*s dela. Algumas pedras caíam na 2gua agitando o lago.

!l2vio correu at* "lta e afastou'a de ;allan. "la se virou furiosa e o atingiu com uma #ofetada. Omonge caiu.

 — >uieto — ordenou, cravando em ;allan os olhos vermelhos.

"le ficou im5vel. Agora, ela o mataria com facilidade. — /ão8 — ane gritou.

A chuva de pedras parou uando ela perdeu a concentra(ão.

;allan olhava para o lago. +eus olhos tam#*m estavam vermelhos. +eu poder crescia.

Ehalen#erg passou por ;allan a caminho de ane. "la tentou recuar, mas trope(ou e caiu.

"le estendeu as mãos para o pesco(o p2lido e delicado.

" foi então ue todos sentiram.

-m ruído estranho, como uma ruidosa inspira(ão. -m jato de 2gua. Ondas varriam o lago. ane

viu a enorme ca#e(a com olhos peueninos emergir da 2gua sustentada por um pesco(o fino e longo. Oluar iluminava a grotesca criatura. A #oca larga estava a#erta, -m rugido #rotou da garganta do monstro."le devia ter uns seis metros de altura, ou essa era a e%tensão ue se via acima da superfície do lago. Atr2sdo pesco(o sinuoso havia um corpo gigantesco com mem#ros ue eram como remos apoiados no fundo

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

do lago. A criatura parecia enlouuecida, #alan(ando a ca#e(a de um lado para o outro, como se procurasse a fonte da pertur#a(ão.

" atr2s... Outro8 " outro8 )odos se erguendo das profundezas som#rias do lago. Algu*m gritou."lta soltou ;allan para se virar para os monstros. At* Ehalen#erg recuou, em pânico.

Apenas ;allan permanecia calmo diante da cena de terror. +em desviar os olhos dos monstros, eleestendeu a mão para ane, ue a aceitou e se levantou, apressada. "le invocou seu poder, e a escuridão osenvolveu. A dor da transloca(ão e%plodiu e desapareceu rapidamente uando eles se materializaram no

 parapeito do ;astelo -ruhart.

&2 em#ai%o, o cen2rio era de caos. "lta invocou seu poder, mas isso s5 enfureceu ainda mais ascriaturas. -ma delas usou seus mem#ros para chegar : margem, esmagando )readNell ao passar por cimadele. +eu grito ecoou na noite.

Outro ia na dire(ão de !l2vio.

 — ;allan — ane sussurrou.

Busso tentava correr da criatura ue esticava o pesco(o para peg2'lo. O monstro a#riu a #oca. /um momento, Busso estava na praia, no outro tudo ue se podia ver eram suas pernas roli(as agitando'sedo lado de fora da #ocarra faminta. A criatura ergueu a ca#e(a, a#riu a #oca, e o restante do corpodesapareceu no interior da garganta imensa.

ane ueria co#rir os olhos, mas não podia. !l2vio8 Onde estava !l2vio6

;lara o pu%ava pela mão, e os dois tentavam fugir de outra criatura.

"lta gritou para os monstros. ane sa#ia ue os olhos dela estavam vermelhos.

 — 0esapare(am8 — "la tentava compeli'los.

 — /ão vai funcionar — disse ;allan. — = o poder ue os atrai.

" ele devia estar certo, porue a superfície do lago estava tomada por inúmeras corcovas

ondulantes.

 — eu 0eus... — ane murmurou.

!l2vio e ;lara conseguiram alcan(ar um ponto mais alto, afastado da praia e da 2rea dominada pelos monstros. Ehalen#erg se translocara para o lado de uma rocha, de onde assistia : cena de horror.+omente "lta ainda estava ao alcance da voracidade das criaturas. "la olhou para o parapeito onde ;allane ane permaneciam em seguran(a.

 — 9oc7s não vão escapar — ela gritou.

 — 9enha, "lta — disse !l2vio. — /ão vale a pena. /ão h2 cura.

"lta foi for(ada a recuar, fugindo do alcance dos monstros, e surgiu ao lado de !l2vio e ;lara. — 9ou encontr2'los — ela gritou de novo.

 — /ão, não vai — afirmou !l2vio. — 9ai voltar a irso, ue * seu lugar. /ão h2 nada mais a serfeito aui. — "le pegou um dos #ra(os de "lta. Os olhos de am#os estavam vermelhos. 9irando'se paraane e ;allan, !l2vio acrescentou? — O#rigado por me lem#rar.

"m seguida, eles desapareceram.

A superfície do lago era um espelho pl2cido uando a multidão ue se deslocara do vilarejochegou : 2rea onde pouco antes acontecera o ataue. Ehalen#erg havia sumido. +em o poder dosvampiros, as criaturas retornaram para o fundo do lago. "m poucos minutos, apenas os moradores do

vilarejo ocupavam o lugar, #randindo as armas improvisadas. "ra como se nada tivesse acontecido, e%ceto pelo corpo de )readNell esmagado so#re as pedras.

;allan e ane se preparavam para dei%ar o castelo, uando Ehalen#erg surgiu atr2s deles.

 — O ue pretende6 — ele perguntou. — atar todos ue se colocarem em seu caminho6!"

!"

7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — /ão — ;allan respondeu com firmeza. — "u sa#ia ue teria de enfrentar "lta. "sperava ue!l2vio nos ajudasse, e sa#ia ue ;lara ficaria ao lado dele. "ntão, seríamos uatro. @maginei ue a vit5riaseria possível.

 — as invocou os monstros.

 — /ão podia imaginar ue voc7 e os outros a apoiariam. 2 tinha notado ue as criaturas eramatraídas pelo poder dos vampiros. 1or isso, usei a compulsão. 0everia ter sido apenas uma distra(ão.>uando "lta usou a compulsão contra eles, s5 os enlouueceu ainda mais.

 — A situa(ão escapou ao controle, então.

 — +im. "u não sa#ia ue havia tantos.

 — " voc78 — Ehalen#erg olhou para ane. — ;omo moveu auelas rochas6

 — +e podemos usar nosso poder para a transloca(ão, imaginei ue seria possível projetar essafor(a so#re outros o#jetos para mov7'los, tam#*m. ;onduzi e%perimentos at* dominar a t*cnica.

;allan estava orgulhoso.

 — 1arece ue ane desco#riu coisas ue desconhecíamos so#re a natureza dos vampiros. "la *melhor ue todos n5s. " então, Ehalen#erg6 Ainda pretende nos matar6

 — "st2 planejando formar outro e%*rcito, EilFenn6

 — "ram apenas doze8 Acha ue isso forma um e%*rcito6

 — Beligi3es se formaram a partir de doze homens.

 — )odos estão mortos, e alguns mereceram morrer. /ão, não tenho mais nenhuma inten(ão decriar e%*rcitos.

Ehalen#erg suspirou.

 — ;usto a acreditar ue estou fazendo isso de novo. as, voc7, mocinha... — Olhou para ane

com ar severo. — -m dia vai ter de me ensinar essa t*cnica de mover o#jetos. — O funil escuro oenvolveu e ele desapareceu.

 — "le... nos poupou6 — ane perguntou intrigada.

 — 1arece ue sim.

A vida se estendia diante deles. )eriam tempo para tudo. O ue ela faria com tanto tempo6 )alveztivesse de enfrentar a dor do desinteresse. )alvez tivesse a esperan(a de viver o 7%tase. >uem poderiasa#er6 )udo ue sa#ia era ue pretendia lutar para fazer da eternidade um período de amor e felicidade.1ara isso fora transformada.

;allan a fitou emocionado. >ueria a#ra(2'la, mas não ousava. ane agora era livre. 1odia fazer o

ue uisesse do restante de sua vida. ;ertamente ajudaria muitas pessoas, mas ele não seria uma delas. /ão podia esperar mais nada de ane $lundell.

 — "u... — 1arou e tossiu para clarear a voz em#argada. — "u posso lev2'la at* !ort Augustus ouGlasgoN, se uiser. Acho melhor não irmos para @nverness. )alvez ela tenha ido nauela dire(ão.

ane fitou'o, chocada.

 — )enho dinheiro... para assegurar seu futuro, e voc7 ainda tem o ue seu pai dei%ou. 1odemontar uma clínica de partos. )alvez no /ovo undo. &2 eles não a incomodarão.

"la desviou o olhar, em sil7ncio. 0epois de algum tempo, co#riu'se com o manto e, finalmente,disse?

 — "stava certo so#re mim, ;allan. 1assei a vida toda negando uem sou. 9ivi para agradar aomeu pai. )ornei'me o ue pensei ue devia ser. /ão sei e%atamente uem sou, mas pretendo desco#rir. "voc76 >uem * voc76

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — 2 disse.

 — 0isse apenas o ue aconteceu com voc7. = escoc7s6 @rland7s6 ;at5lico6 Ateu6 @dealista,cínico6 >uem6

 — +ou um monstro, ane.

 — 9oc7 me disse ue não somos monstros em virtude da nossa condi(ão, mas em fun(ão de nossa

alma. — "%atamente. " j2 revelei a condi(ão da minha alma.

 — 9oc7 me contou ue sofreu. " foi compelido a fazer coisas horríveis. >uer sa#er o ue eu vejoem voc7, ;allan6 9ejo um homem ue recuperou a sanidade depois de um tratamento ue teria destruídoualuer outro. 9ejo um homem corajoso o #astante para ter enfrentado a @nglaterra e a sociedade dosvampiros a fim de formar um paraíso para almas perdidas um homem ue acreditou na #ondadeintrínseca daueles com uem tentou criar uma utopia.

 — -m idiota8

 — " vejo um homem ue, sem pensar em recompensa, usou sua for(a para ajudar os mais fracos.

;hama esses atos de peuenos. 1or u76 /ão foram peuenos para os ue rece#eram sua ajuda. " voc7nunca perdeu os ideais ou a honra, apesar de tudo o ue aconteceu. "u chamo isso de coragem. ais doue isso, chamo de #ondade. @ntegridade. — "la o segurou pelos om#ros e tentou sacudi'lo, mas s5conseguiu aumentar o fogo da atra(ão ue j2 ueimava nela.

 — ane — ele disse, contendo'se com grande esfor(o para não tom2'la nos #ra(os. — >uer metornar digno das suas... aten(3es, mas tudo isso * s5 a manifesta(ão da for(a de nossos ;ompanheiros, amaneira pela ual eles nos usam, impelindo'nos a agir de forma a afirmar o ciclo da vida. /ão confundalu%úria com algo mais profundo e s*rio.

;om os olhos cintilantes de raiva, ela o es#ofeteou.

 — /ão se atreva a diminuir o ue sinto por voc78 @sso * amor, seu idiota orgulhoso8 " não me digaue não sentiu o ue eu senti h2 horas. 9i suas l2grimas. " não foi s5 lu%úria. Acredito ue * necess2riosentir amor para e%perimentar essa... transcend7ncia.

+eu rosto ardia, mas ele nem notava. "la o amava6 @sso era possível6

 — 9oc7 me conhece h2 duas semanas, ane. /ão pode ser amor.

 — "ntão... não sente... não sente...6

 /ão podia dei%2'la nauela dúvida terrível.

 — = claro ue amo voc7. Acho ue a amo desde o primeiro dia.

"les ficaram parados, em sil7ncio, olhando'se como se esperassem o ue viria em seguida.

-m sorriso lento iluminou o rosto de ane.

 — "ntão... /ão posso ter os mesmos sentimentos ue voc7 afirma ter6

>uando ela colocava dessa maneira... ;allan inclinou a ca#e(a, tentando decifrar sua e%pressão.@ncerteza, disfar(ada pelo de#oche, ue era sua defesa contra o medo.

"stendeu a mão em dire(ão a ela. !oi a coisa mais difícil ue j2 fizera, ou a mais f2cil. anea#ra(ou'o com for(a. "le correu as mãos por suas costas, #eijou'lhe os ca#elos. as precisava avis2'la.

 /ão podia permitir ue cometesse um erro sem preveni'la.

 — ane, somos muito diferentes.

 — " mais parecidos do ue nos atrevemos a admitir. — "st2 falando so#re a parte da maldade6

 — "stava pensando mais na parte do orgulho e da teimosia.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

 — " uanto :s ualidades ue não compartilhamos como generosidade, do(ura...6

 — Acho ue as compartilhamos tam#*m.

 — /ão posso concordar com isso.

 — /ão importa. 9ou convenc7'lo. )enho toda a eternidade para isso, o ue parece #astanteagrad2vel...

 — Agrad2vel6 "ssa * uma palavra ue ainda não tinha me ocorrido. — "le riu. A verdade era ueviver tanto tempo j2 não parecia um sacrifício.

 — )alvez seja a palavra errada. as não acha ue, no geral, temos uma troca justa6 9oc7 disseue ueria ser vampiro outra vez. " eu acho ue agora uer acreditar ue s5 estava tentando me convencera transform2'lo. as eu acho ue voc7 estava dizendo a verdade. A sensa(ão de estar vivo, inteiro, afor(a, a energia... Acho ue ficamos com a melhor parte desse acordo, e sei ue nisso vai concordarcomigo.

 — " a necessidade de sangue6

 — 1odemos dei%ar #oas lem#ran(as e sentimentos positivos para aueles ue nos alimentam. /ão

foi o ue voc7 mesmo disse6 " sei ue podemos fazer isso por n5s mesmos, tam#*m. — 9oc7 * uma pessoa forte, ane. ais forte ue eu.

 — O u76 ;allan, voc7 escolheu su#meter'se a "lta. /ão consigo pensar em um ato maiscorajoso. " escolheu ser vampiro novamente. " decidiu escapar de "lta. O plano foi seu. 9oc7 invocouos monstros do lago. 1or favor, acorde8 9oc7 não * mais uma vítima8 /em do ;ompanheiro, nem da suanatureza. /unca conheci um homem com maior for(a de car2ter.

"la ainda acreditava nele, apesar de todas as evid7ncias em contr2rio. +im ele havia escolhido.as ane estava enganada.

 /ão escolhera nada do ue ela dissera. "le a escolhera. " todo o restante fora conseu7ncia.

 — /unca mais serei auele velhaco sedutor ue fui antes do meu tempo no deserto — ele a preveniu.

 — !ico feliz por não ter conhecido voc7 nauele tempo, porue não o teria amado tanto uanto oamo agora.

"le a #eijou. O ;ompanheiro dan(ou em suas veias. &2 fora, no lago, uma corcova rompeu asuperfície da 2gua.

ane riu.

 — Acho melhor irmos em#ora e dei%armos essas po#res criaturas em paz. "las não suportariamoutra pertur#a(ão.

 — )em razão.

;allan ueria ir a um lugar ue pudesse fazer justi(a ao momento de decisão. O uarto de ane emuir !arm seria perfeito. >ueria fazer amor com ela durante a noite toda, at* o amanhecer. 1or*m, elateria certeza do ue ueria6 1recisava avis2'la mais uma vez...

 — A eternidade * muito tempo, ane. >uem sa#e...

 — +im, uem sa#e6 — ela o interrompeu. — )emos de nos arriscar.

 — $em, eu avisei. — "le riu, entregando'se completamente : esperan(a ue desa#rochava em seu peito. — " vou avis2'la tam#*m de ue comprarei vestidos coloridos para voc7, ane $lundell.

"la assentiu, com l2grimas nos olhos. — "u adoraria.

 — +e não se importa, gostaria de passar um tempo em "dim#urgo.

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7/27/2019 Bianca - 876 - Susan Squires - A Sombra de Um Homem

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Bianca Místico 876 – A Sombra de um Homem (One With the Night)

"la ergueu as so#rancelhas, curiosa.

 — +ou escoc7s. "dim#urgo pode me fazer sentir em casa.

 — Ah... — "la sorriu, auecendo'o por dentro. — 9amos para "dim#urgo, então. ;allan...

 — +im6

 — Acha ue * possível... termos um filho6

 — /ão sei. 0epois dos últimos dias, tudo parece possível. — "le sorriu. — "u vou me esfor(ar #astante, * claro.

ane riu.

 — O ue estamos esperando, então6 9amos come(ar agora mesmo. — "ntrela(ou seus dedos aosdele.

 — Antes de mais nada, vamos voltar para a fazenda.

"les invocaram o poder juntos.

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