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BIBLI-OTECA DE ESTUDOS~ QLISIPONENSES DISPERSOS AUGUSTO VIEIRA DA SILVA 2." EDIÇAO VOLUME I1

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BIBLI-OTECA DE E S T U D O S ~ QLISIPONENSES

D I S P E R S O S

A U G U S T O VIEIRA DA SILVA

2 ." E D I Ç A O

VOLUME I1

D I S P E R S O S

B I B L I O T E C A D E E S T U D O S O L I S I P O N E N S E S

S P E R S O S

A . V I E I R A D A S I L V A

V O L U M E I1

2 . . \ E D I Ç Á O

C. M. L. 1 GABINETE 1 D E E S T U D O S ! O- it*W3NENSEF

PUBLICAÇOES CULTURAIS DA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA 1 9 8 5

Publicado e m 1934, pela Câmara Municipal de Lisboa, o primeiro volume dos ctDispegsos)) do Eng." Augusto Vieira da Silva, só agora fiossivel completar, e m mais dois tomos, o conjunto da vasta obra esparsa e m boletins, revistas, jornais, etc. do ilustre Mestre de Olisipografia, digno continua- dor da tarefa literkria e erudita iniciada por Júlio de Castilho. Assim fica ao alcance de todos a série, verdade&amente excepcional de estudos, artigos ou simples nnotaqões, lançados aos quatro ventos de colaborações de ocasião e saidos da pena, sem,pre inspirada no conhecimento profundo da velha crónica de Lisboa e no carinho que consagyava à sua cidade natal, d u m dos escritores mais sérios, I

mais esclarecidos e mais competentes de que se honra a historiografia portuguesa contemporânea.

C o m m a i s esta h o m e n a g e m - e q u e n ã o , será, decerto, a hltinza -prestada à memória do Eng." Augusto Vieira da Silva, o -1?~nZciy5i~ ! is boeta recorda de novo os altos servigos que lhe ficou a dever no campo cultural e faz votos para que estes três vo!umes de (tDispvrsos)), complemento lóyico e digno da notabilíssima obra do seu autor, sejam mais ztm incentivo e um auxiliar nas investigacões, tão úteis e tão necessárias, por que esperam ainda tantos capítulos do (passado olisiponense.

I I Janeiro de 1960.

( ( A T O R R E D A S A L V A Ç Ã O ) ) E A S F L O R E S D A S V A R A N D A S

((A torre da salvação)) e as flores das varandas (")

Noticiam os jornais que na última sessão da Câmara Mu- nicipal de Lisboa foi aprovada por aclamação a proposta de um vereador relativa a uma ((torre de salvação)), inventada pelo Sr. Eugénio Augusto da Costa, e tendo por objecto o estudo da referida torre, e a sua construção no caso de se achar que ela conseguirá uma ((resolução salutar nos meios de salvação usados, em caso de incêndio, até hoje)). Este facto singelo em aparência é mais um sintoma do estado de desorientação em que andam todos os serviços públicos, e da falta de critério que a eles preside. Desde que aconteceu o lamentável desastre da Rua da Madalena, em Lisboa, no mês findo, tem sido pa- tenteado um largo campo aos inventores para aplicarem a s'ua actividade inventiva, imaginando disposições, mais ou menos fantasiosas, com o fim de salvarem a vida do seu semelhante em casos de incêndio.

Nos primeiros tempos depois do sinistro raro era o dia em que não aparecia nas colunas dos periódicos um número maior ou iiienor 'dk ((alvitres de constantes leitores)). Na Repartição da Propriedade Industrial, do Ministério das Obras Públicas, onde se faz a consagração dos génios, têm sido apresentados, desde aquela época, 4 pedidos de patentes de invenção, para apa- relhos ou disposições, cujos autores consideram o ccnon plus ultra)) para a salvação de vidas nos casos de incêndio.

(*) Publicado em O Jornal do Comércio, de 29 de Maio de 1907. 7

Vemos, pois, que não há falta de ideias, nem de disposi- ções materiais para se conseguir (? ) o resultado de salvar os moradores de um prédio, no caso dele ser atacado pelo fogo.

Custa, por isso, a compreender como é que a Câmara Mu- nicipal da primeira cidade do país vai dar espontâneamente todo o seu apoio a uma combinação hipotética para salvação

de vidas em casos de fogo, havendo tantas outras disposições, que lhe deveriam merecer igual consideração, e igualmente dignas de serem estudadas.

Se o serviço de incêndios carece de um aparelho para este

fim, ou se é necessário que as propriedades estejam munidas de quaisquer disposições para segurança dos seus moradores,

porque é que se não abre concurso público, no qual seriam apresentadas todas as ideias, aparelhos e disposições que a ima- ginação fecunda dos inventores tem produzido, ou que a prática tem consagrado, ou mostrado mais dignas de serem adoptadas ou generalizadas? Se a proposta é uma simples questão de

ocasião, e tal necessidade se não faz sentir, porque é que a Câ- mara Municipal vai tirar alguns centos de mil réis do seu exausto cofre, contribuindo, porventura, para exalçar um in- divíduo em detrimento de outros não menos dignos de serem premiados, mas que ficam ignotos, por não haver estímulo

para lhes fazer vibrar as suas faculdades? De resto, nós não conhecemos as disposições da tal torre

de salvação de que se trata; mas acostumados, como estamos, a ver os nenhuns resultados ou fracas vantagens, que apre-

sentam os inventos portugueses, que em geral são uma cópia mais ou menos descarada dos aparelhos que no estrangeiro se acham estudados em todos os seus detalhes, e consagrados

pelas experiências em ponto grande que nesses países se podem realizar, parece-nos que a proposta da Câmara AIunicipal equi-

vale apenas a alguns centos de mil réis atirados pelas janelas fj fora.

Além das escadas extensíveis que nóç possuimos no serviço de incêndios em Lisboa, escadas com a forma de torre acham-se em todos os países; assim a América tem as suas ctwater towers)),

como a de Henry H. Gorter, e a de Holm que é urna das últimas; a Alemanha entre outras, possui a torre de Wilhelm

Lampé, etc. 31uito ensinamento se pode colher também dos concursos

internacionais, como o que teve lugar em Milão, em Junho do ano findo, e ao qual concorreram bombeiros e material de ex- tinção de incèndios da Itália, França, Inglaterra, Suíça, bri- lhando os nossos pela sua ausência.

Outro aivitre, mas esse de carácter oficial, foi igualmente apresectado para atenuar os riscos de morte pelo incêndio das propriedades. Referimo-nos aos vasos com flores nas varandas dos prédios. Temos, por quem propôs o alvitre, a maior consi- deração, mas achamos este muito infeliz, e sentimos que as pobres flonnhas dos canteiros das varandas também sofram as consequências da maneira como os diferentes serviços públicos estão montados. A Câmara Municipal, é claro, acolheu logo o alvitre às mãos ambas, como os poderes públicos acolhem

todas as medidas que tenham por objecto cercear a liberdade individual, ou prejudicá-la na maneira de gozar a sua proprie- dade.

Em todos os países civilizados se consentem flores nas va- randas, terraços ou balcões; é incontestável a contribuição que cr:i geral prestam à estética das cidades, e a satisfação que causam àqueles que as cuidam; agora, pelo facto de um vaso de flores ter dificultado um salvamento, pretende-se eliminá-las

por completo mesmo nos casos em que a sua existhcia em coisa alguma prejudicasse o serviço de incêndios, se a inter-

venção deste se tornasse necessária. Mas se não foi, esse só facto que originou as vitimas do incêndio da Rua da Madalena, e sim muitos outros, como a altura do prédio, a situação dele 9

em uma rua em escadaria, o ser constniído de materiais com- bustíveis, a demora na chegada dos socorros, etc., etc., porque se não decreta então que os prédios não possam ter mais do que primeiro andar, que é proibido levantar edifícios em ruas íngremes ou em escadas, que as constnições devem ser com- pletamente de pedra e ferro; porque se' não reformam os ser- viços e apenas se condenam as flores a abandonarem as va- randas, para a previsão de um hipotético incêndio? Não é este um dos casos, como muitos outros da vida, em que se deve confiar ao critério do cidadão o olhar pela sua segurança, po- dendo os poderes públicos dar os seus conselhos e orientar a educação, como faz, por exemplo, a Assistência Nacional aos Tuberculosos?

Devemos portanto aceitar que a medida proposta pelo ins- pector dos incêndios de Lisboa, e tão bem acolhida pela Câ- mara Municipal, não obedece a uma orientação definida, a um conjunto de disposições tendentes a promover a salvação das pessoas nos casos de incêndio dos prédios; é uma medida iso- lada, fácil de propor, e bem recebida pelas entidades adminis- trativas, porque vêm nela um meio de aumentar a sua receita, pela imposição das multas que daí necessàriamente hão-de re- sultar.

Em lugar, portanto, de o município da primeira cidade do país estar a preocupar a sua atenção com os inventos dos particulares, e de cercear a liberdade dos seus munícipes, des- viando-se de assuntos importantes, que deve atender, preferível seria que tratasse de melhorar o serviço de incêndios, nas iiluitas deficiências que tem, e especialmente organizando e ins- talando os avisadores de incêndios, montando-os da maneira mais perfeita que se acham no estrangeiro, porque a existência ou não de vasos de flores nas varandas, as torres mais ou menos engenhosas, são completamente indiferentes ou inefi- cazes, se os socorros oficiais se fizerem demorar, e se o serviço de incêndios não estiver montado de forma a satisfazer a todos

10 os requisitos modernos para o ataque dos incêndios.

A P O P U L A Ç Ã O D E L I S B O A

A popu!açáo de Lisboa (")

Introdução

Os mais antigos vestígios que se encontram de serviços de recenseamentos enke nós, referem-se a arrolamentos de bés- teiros, que comtituiam uma parte da milícia coE que os reis contavam para a guerra.

Existe um desses r&, do reinado de D. Dinis, mas ~ U P I

se refere e m parte a tempos antdores, talvez formado no reinado dv D. A f o m IV, entre 1260 e 1279 ( I ) , o qual, adm3indo uma ce,-ta proporcionalidade entre a grandeza e prosperidade de muitas povoa@es importantes, e o número dos béjteiros arrolados, permite estudos comparativos da populaç5o do reino nos fins do século XIII.

D. Fermndo mandou fazer, e m 1373, novas apurações ou listas da gente, para se saber ao certo puantos eram capazes de servirem na guerra ( 2 ) .

D. João I, por carta régia de 8 de Novembro da era de 1448 (ano 1410), encarregou Vasco Fernandes de Távora,

(*) Publicado em: Revista de Obras Públicas e Minas, 1919, de que o autor fez separata.

(1) Está na Torre do Tombo, gaveta 9, maço 10, documento n.0 27, citado por Alexandre Herculano na História de Portugal, tomo 4.0, livro VIII, parte 111, edição de 1853, pág. 317.

( 2 ) Monarquia Lusitana, por frei Manuel dos Santos, parte VII, livro XXII, 1732, pág. 195. 13

anadel-miíir, e Joham de Basto, escrivão do conto, de fazerem relações de todos os béçteiros dos contos que compeEam às diferentes terras, as nomeações de novos bésteiros, e outras providências, em conformidade com um regulamento para a execução do serviço, à mesma carta anexo ( 3 ) .

O mesmo Vasco Fernandes de Távora, çe,-vhdo de anadel- -mór, e Armon Botim, escrivão do dito ofício (anadaria) faram, por determinação do Infante D. Pedro, filho de D. João I, datada db 3 de Fevereiro da era de 1459 (ano 1421), encarre- gados do serviço dei recenseamento, nomeaqões e destituições dos bésteims, segundo um inquéaito a que eles haviam de pro- cedm em todo o país ( 4 ) .

Aceitando com Soares de Barros ( 5 ) e com Rebelo da Silva (6 ) , a propoqão de 1 bésteiro por 213 almas, obtem-se os números c~mparativos da população de diferentes terras do reino naquela época.

Conquanto todos estes documvntos forneçam apenas indi- cações vagas, e muito distantes da verdade, sâo todavia os únicos elementos de que se @e lançair mão para a apxeciaqão da população do reino, nalgumas cidade e vilas naquelas remotas eras.

No princípio do segundo quartel do século XVI fez-se um recenseamento geral da populaqão do reino, por inquérito directo, por intermédio de delegados do poder central.

(9 Ordenaçoens do. Senhor Rey D. Affonso V , livro I , edição da Imprensa da Universidade de Coimbra, ano 1792, pág. 406 e seguintes.

( 4 ) Orclenaqoens do Senhor Rey D. Affonso V , livro I , 1792, pág. 435 e seguintes. -Provas da Historia Genealogica da Casa Real Portugueza, por D. António Caetano de Sousa, tomo 111, 1744,

pág. 358. - Memgrias economicas da Academia Real das Sciencias de Lisboa, tomo I , 1789, pág. 150 e mapa.

( 5 ) Memorias Econow~icas, etc., tomo I , pág. 150. ( 6 ) A!íemoria sobre a População e a Agricultura de Portugal, desde

14 a Fundaçiio da Monarquia até 1865, parte I , 1868, pág. 44.

Por cartas régias expedidas de Coimbra a 17 de Julho de 1527, ordenou D. João I11 a cada um dos corregedores das seis comarcas em que o reino então se dividia, que mandasse fazer, por um escrivão da sua correição, o arrolamento dos moradores existentes na área do seu distrito. Esse escrivão encarregado do recenseamento devia ir a cada uma das cidades, vilas, e lugares da comarca, e registar num livro especial o número de moradores existentes, tanto no corpo da cidade ou vila, e seus arrabaldes, como nos Termos de cada uma delas, declarando por seus nomes as aldeias encontradas nos mesmos Termos, e quantos moradores em cada Lima delas, e quantos viviam iso- lados em quintas, casais ou herdades (').

É este o único recenseamento geral da população de q u e temos conhecimento, feito em antigos tempos, por intermédio de autoridades civis.

A partir do meado do século XVI, é, em geral, pelas infor- maqões dos párocos que nos chegaram algumas notícias sobre a populaqão de diferentes terras e em especial, sob o ponto de vista que nos interessa, de Lisboa e seu Termo.

Aos párocos era então relativamente fácil conhecerem a população das suas freguesias. Estas ocupavam em geral pe- quena extensão territonal, pelo menos na sua parte mais po- voada, e por isso os párocos conheciam pessoalmente todos os seus fregueses; mais tarde, à medida que as áreas povoadas se dilatavam ou a populaqão das paróquias crescia, organizaram os párocos os Toes dos confessados das suas freguesias, que constituiam preciosos auxiliares para o conhecimento das pes- soas que se achavam sob a sua direccão espiritual.

( 7 ) Recenseamento de 1527. No Archivo Historico Portuguez, vol. 111, ano de 1905, pág. 241. Artigo do sr. A. Braancamp Freire. O documento referido está na Torre do Tombo, extinto armário 17 (10 interior da Casa da Coroa, hoje na livraria, sob o n.O 83. 15

Esses roes não continham, em geral, senão as chamadas ~essoas de confissão, e reconhece-se portanto quão deficientes, para efeito da apreciagão do quantitativo da população, seriam as informações deles extraídas, restritas àquela rubrica, e em especial pela falta da população infantil, até aos 7 anos.

Não tendo porém outros elementos de informação, era por- tanto às autoridades eclesiásticas que se viam forçados a re- correr os autores que, com mais consciência, queriam escrever notícias sobre Lisboa, e indicar o número de fogos ou dos mo- radores da cidade e do seu Termo.

Quando se criou a Intendência Geral da Polícia, por alvará com força de lei de 25 de Junho de 1760 foram obrigados os corregedores e os juízes do crime, subordinados ao Inten- dente Geral, a ter um livro de registo de todos os moradores dos seus respectivos bairros, com exactas declarações dos seus ofícios, modo de viver, ou subsistência de cada um deles.

Parece que em virtude desta, ou doutra determinaqão análoga, foram organizadas as listas dos povos do reino em 1776, por mandado de Diogo Inácio de Pina Manique, então Intendente Geral da Polícia ( 9 ] .

Essas listas foram vistas, na ocasião, por Soares de Barros, que, para o estudo que estava fazendo, teve necessidade de as consultar e completar com al<guns números que foi buscar à Geogra$hia Historica, de D. Luís Caetano de Lima (I0). Infe- lizmente porém essas listas não foram dadas à publicidade, e ou se acham sepultadas nalgum arquivo, ou foram de todo destruídas. Desconliecemos por isso os números que se referem à cidade de Lisboa.

( 8 ) Collecção de Legisla~ão, tomo 16, 1739 a 1760, na Biblioteca da Academia das Ciências de Lisboa.

( 9 ) Censo no 1.0 de Janeiro de 1864, edição oficial, pág. 16. ('o) Memorias Economicas da Academia Real das Scirncias dr

16 Lisboa, tomo I , 1789, págs. 138 e 140.

Nas listas ou boletins que se remetiam aos párocos para eles preencherem, além dos números de fogos, nascimentos, óbitos e matrimónios, pedia-se informação sobre a totalidade da população de cada freguesia, classificada em menores de 7 anos, eclesiásticos, seculares, e dos indivíduos dos dois sexos, solteiros, casados e viúvos; o número de estabelecimentos de beneficência e de instrução pública, e dos indivíduos que os frequentavam.

O Encarregado da Commissão de Estadistica, coronel da brigada de Marinha, Marino Miguel Franzini, que ainda du- rante muitos anos se conservou na direcção destes serviços faz notar que a totalidade da população que resultava dos mapas era sempre inferior à verdadeira, especialmente pelo que se referia aos menores de 7 anos, a que os párocos dedicavam menos atenção, e bem assim pelo desfalque de muitos indi- víduos do sexo masculino, que .nas grandes cidades se eximiam ao alistamento com medo de serem chamados ao serviço mi- litar (I5).

Com o advento do regimen constitucional cada vez se sentia mais imperiosamente a necessidade de se obterem dados mais exactos sobre a popularão, para a divisão administrativa e judicial do reino, distribuiçã.0 dos círculos eleitorais, e outros fins que têm por base a população.

Parece que com as listas remetidas pelos párocos se iam actualizando, na Comissão de Estatística, os censos da popu- lação, mas esses censos não se publicavam senão quando di- plomas oficiais careciam de tais elementos estatisticos.

Dos documentos que vagamente falam no assunto parece inferir-se que essa actualização dos censos se fazia por au- mento dos nascidos e por abate dos mortos, constantes das

( I " ) Relatório de Marino Miguel Franzini, datado de 1 7 de De- zembro de 1825, e publicado (ou extractado) no Almanach Portuguez,

38 ano de 1826, p&g. 17.

listas paroquiais, e completando-se as operações por cálculos aproximados, assentando nas leis da natalidade e mortali- dade (I6).

Urna tentativa de estatistica da populasão, feita por inter- mkdio das autoridades administrativas, e versando sobre as- pectos rnui variados da demagrafia, foi objecto de uma circular expedida em 20 de Outubro de 18% a todos os Governadores Civis, pelo Ministro do Reino, Rodrigo da Fonçeca Magalhães.

O programa do inqukito constante daquela circular era ex- tremamente vasto, e difícil naturalmente de ser cumprido em todos os seus pormenores. e por esse motivo C provrivel que os seus resultados não tenham correspondido i intenção com que se mandou proceder ao recsnseamedo exacto da $o?da- qão (I7).

São provAvelrnente os resultados desse inquerito que, mui resumidamente, e portanto quase destituídos de interesse, foram publicados no Didrio do Governo, n.O 94, de 21 de Abril de 1840, refm'dos ao princifiio do ano der 1838. Esse resumo, da- tado de 10 de Abril de IMO, vem acompanhado dumas breves

(In) Exemplos: Carta d e lei eleitoral, de 17 de Julho de 18254 (Collecção de LegisbpEo, tomo 3 8 . O . 1821 e 1822, na Biblioteca da Academia das Ciências de Lisboa). - Decreto eleitoral, de 7 de Agosto de I W G (ColIec(-60 de Legislaçio, tomo 4 0 . O , 1326 a 1838). - Decreto da organízaçrio administrativa do Reino, de 18 de Julho de 1835 (mapa) (Didrio do G o u s ~ n o , n . O 179, de 23 de Julho de 1835). -Decreto da divisio jiidiciiria do Reino, de 7 de Agosto de 183.5. (Wirivio do Go- verno, n . O R I87 e 188, de 10 e 11 de Agosto de 1835). - D~cre to ~leiteral. de 9 de Outubro de 1635 (mapa) (Didrio do G o u m o , n.0 940, de 12 de Outubro de 1835). -Decreto da reforma judicial do Reino, de 29 de Novembro de l e 3 F (DiRrto do Governo, n . 0 5 292 e 294, de 8 P I2 dc Dezembro de 1836). -Carta de Iei eleitoral, de 9 do Abril de 1838 (Diário do Governo, n.O 86, de 10 de Abril de 1838).

( '7) Coltecçüo de Leis e oulvos Documeatos Offlciaes, pnblicados desde 15 de Agosto de 1834 atb 31 de Dezembro de 1835 (4,s sBrie), pfig. 368. 3 9

consideraqões do presidente da Comissão Permanente de Es- tatística, Manno Miguel Franzini, pondo em relevo os pro- gressos realizados no sentido de se aproximar da exactidão, conquanto ainda não estivessem removidas as dificuldades que obstavam a que os resultados pudessem ser mais períeitos.

Porém um diploma promulgado ainda nesse ano de 1840, já trás números diferentes dos que constam do resumo men- cionado (I8).

É provável que se continuassem a pôr em dia, na Comissão de Estatística, os números do recenseamento, para serem for- necidos aos serviços oficiais, e em 1844 publicou-se no Diário do Governo, n." 169, de 19 de Julho, o Mapa Estatistico de- monstrativo e m resumo da ~ i v i s ã o Territorial, Civil, Judiciária e Eclesiástica, e do movimento da sua respectiria fiopulaçZo, se- gundo o censo feito no ano de 1841, no Reino de Portugal e Ilhas adjacentes. Este mapa .é datado de 12 de Setembro de 1843, e assinado pelo presidente da comissão Manno Miguel Franzini (I9).

(I8) Decreto da divisáo judicial do Reino, de 28 de Dezembro de 1840 (Didrio do Governo, n.O 309, de 30 de Dezembro de 1840).

( '9) Documentos oficiais que contêm indicações de fogos ou de populaçáo, naturalmente fornecidas pela Comissão de Estatística:

Decreto eleitoral, de 5 de Março de 1812 (Diário do Goverrzo, n.O 59, de 1.0 de Março de 1842). -Código administrativo, de 18 de hlarço de 1842 (mapa) (Diário do Governo, n.O 73, de 29 de Marçc

de 1842). - Lei eleitoral, de 28 de Abril de 1P43 (mapa) (Diário do Governo, n.OS 104 a 10P, de 5 a 9 de Maio de 1845). -Lei eleitoral,

de 27 de Jiilho de 1846 (mapa) (Diário do Governo, n.O 177, de 30 de Julho de 1846). -Decreto eleitoral, de 12 de Agosto de 1847 (mapa) (Diávio do Governo, n.O 192, de 16 de Agosto de 1847). -Decreto eleitoral, de 30 de Setembro de 1852 (Diário do Governo, n.0 232, de 1 de Outubro de 1852). -Mapa anexo à proposta de lei apresentada pelo Duque de Saldanha no parlamento, na sessão de 28 de Junho de 1856 (Diário do Governo, n.O 152, de 30 de Junho de 1856). -De- creto da divisão eIeitoral, de 29 de Setembro de 1856 (Diário do Go-

90 verno, n.O 238, de 8 de Outubro de 1856). -Mapa apresentado na

Tendo passado o Arquivo Militar para o Ministério da Guerra, em 1849, permaneceram contudo no Ministério do Reino os serviços de estatística e ainda em 1861 foi publicada, pela Secretaria de Estado dos Negócios do Reino, uma estatística da população e seu movimento no continente do reino e ilhas adjacentes, em relayão à divisão temtorial, administrativa e judicial, e referida ao ano de 1858 (20) , mas cada vez se re- conhecia mais quanto estes serviços estavam deficientes, e atra- zados em relação ao que se fazia no estrangeiro.

Tendo-se reorganizado o Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria, por decreto de 5 de Outubro de 1859, passaram para ele, ficando a cargo da 3." Repartição (21) ( d e Estatistica), da Direcção-Geral do Comércio e Indústria, os serviqos de estatística d2 população.

Câmara dos Deputados, em sessão de 23 de Março de 1857 (Diário do Gouenzo, n.O 70, de 24 de Março de 1857). - Pareceres de comis- sões parlamentares apresentados em sessões de 4 de Maio e 1 de Junho de 1857 (Diário do Governo, n.OS 104 e 144, de 5 de Maio e 22 de Junho de 1867). - Carta de lei e decreto sobre distribuição do con- tingente militar, respectivamente de 3 de Junho e 1 de Julho de 1857 (Diário do Governo, n.OS 146 e 158, de 24 de Junho e de 8 de Julho de 1857). - Decreto da divisão eleitoral do Reino, de 6 de Abril de 1658 (Llzário do Govevno, n.O 81, de 8 de Abril de 1658. -Propostas e projectos de lei apresentados no parlamento em sessões de 3 e 26 de Fevereiro, 20 de Abril e 16 de Maio de 1859 (Diário do Governo, n.OS 30 e 50, de 4 e 28 de Fevereiro, n.O 94. de 23 de Abril, e n.O 125, .de 30 de Maio de 1859). - Carta de lei e decreto sobre dis- tribuição do contingente militar, respectivamente de 23 de Maio e 4 de Junho de 1859 (Diário do Governo, n.Os 127 e 137, de 1 e 13 de junho de 1859).-Carta de lei sobre distribuição do contingente militar, de 9 de Setembro de 1861 (Diário de Lisboa, n.O 203, de 12 de Setembro de 1861).

( 2 0 ) Diário de L i ~ b o a , n.O 180, de 13 de Agosto de 1861. (21) O $ 3.0 do artigo 4.0 do decreto orgânico definia as atribui-

~ õ e s da repartiçáo de estatistica. 8 1

Pensou-se então em proceder-se ao recenseamento geral da populaçáo, mas por pessoal administrativo, e pelos métodos já usados noutros países, susceptíveis de dar garantias de tanta aproximaçro quanto é possível nos trabalhos desta natureza.

Em 30 de Maio de 1863 foi apresentada ao parlamento uma proposta de lei para se fazerem recenseamentos gerais da po- pulação do reino e ilhas adjacentes, de 10 em 10 anos, devendo o primeiro ser levado a efeito em 31 de Dezembro de 1863.

Essa proposta de lei, tendo tido o parecer favorável das Comissões de legislação, fazenda e estatística, foi convertida no projecto de lei de 25 de Junho de 1863, que não chegou a ser discutido em consequência do encerramento das cortes.

Em 23 de Julho de 1863 foi publicado, pelo Ministério da presidência do Duque de Loulé, o decreto mandando fazer o recenseamento geral de tada a população do reino e ilhas adjacentes, tendo por base a população existente no dia 31 de Dezembro do dito ano.

Este decreto era acompanhado das instruções para o ser- viço de recenseamento.

Abriram-se os créditos necessários, publicaram-se e expe- diram-se várias circulares e portarias com instruções comple- mentares, fez-se o recenseamento no dia fixado, e o apuramento dos seus resultados foi publicado pela Repartição da Estatística, e impresso na Imprensa Nacional, em 1868, com o título: Po- $~iln)Zo - Censo no 1." de Janeivo de 1864.

0 s números deste censo foram utilizados no decreto de 10 de Dezembro de 1867, que aprovou a circunscrição dos distritos administrativos, dos concelhos e das paróquias civis do reino (").

Antes de publicado pela Imprensa Nacional o censo oficial de 1864, foi publicado em 1866, por J. da Costa Brandão e

( 2 2 ) Collecção da Le~gislação Portugueza, ano de 1867.

Mbuquerque, chefe de secçâo da Repartição de Estatística, um

Certso de 1864, com os elementos colhidos na repartição de que era funcionário.

0 s números dos fogos coincidem com os do censo oficial,

mas a população considerada, que foi a dos recenseados (soma

dos presentes, ou população de facto, com os ausentes aciden- talmente), apresenta ligeiras diferenças da do censo oficial.

Por decreto de 28 de Dezembro de 1864 passou a repar- tigão de estatistica a ser incorporada na Direcção-Geral dos Trabalhos Geográficos, Estatísticos e de Pesos e Medidas, criada no mesmo ministério por aquele decreto (23).

Havendo sido remodelado o Ministério das Obras Públicas, Comkrcio e Indústria, por decreto de 31 de Dezembro de 1868, a Repartição de Estatistica passou a constituir a 3." Re-

partição da Direcção-Geral do Comércio e Ind~ístria, e por

ela correram os trabalhos dos dois recenseamentos seguintes da população.

Tendo passado o ano de 1874 sem se haver dado cumpri-

mento à disposição do decreto de 23 de Julho de 1863, que determinava que se procedesse ao recensamento geral da po-

pulação de 10 em 10 anos, foi promulgada a carta de lei de

15 de Março de 1877, renovando esta determinação, e man-

dando que se procedesse ao primeiro recenseamento geral da população no dia 31 de Dezembro de 1877.

/ !23) AS suas. atribuições estão consignadas no artigo 29.0. O mesmo

decreto também criou um Conselho Geral de Estatistica, destinado a orientar e dar impulso a todos os serviços estatísticos; a sua organi- zação foi decretada em 24 de Abril de 1866. - Este Conselho foi substituído, pelo decreto de 16 de Dezembro de 1869, por uma Comis- são Central de Estatística. 23

Publicou-se em 6 de Junho do mesmo ano um decreto com as instruções para o serviço do recenseamento, e mais provi- dências foram ordenadas sobre o assunto, tendo-se feito o recenseamento da população de Portugal e ilhas adjacentes na data fixada, e sendo os resultados desse trabalho publicados pela Imprensa Nacional, em 1881, com o título: Pofiulapão - Censo no 1." de Janeiro de 1878.

Como aconteceu com o primeiro censo, também João da Costa Brandão e Albuquerque publicou, antes da edição oficial, em 1879, o Censo de 1878, que, como aquele, apre- senta ligeiras divergências do censo oficial. A população re- gistada por Brandão e Albuquerque foi ainda a recenseada.

Segundo o preceituado na legislação anterior devia pro- ceder-se novamente ao censo da população em Janeiro de 1888, porém a carta de lei de 25 de Agosto de 1887, mantendo para o futuro o princípio dos censos decenais, adiou para o ano de 1890 o terceiro recenseamento geral no continente do reino e ilhas adjacentes.

Por decreto de 19 de Dezembro de 1889 foi mandado adoptar o plano completo para o censo de 1890, em harmonia com as instmções que do mesmo decreto faziam parte.

Por motivos que se prendem com a vida doméstica da sociedade portuguesa foi transferido para o dia 1 de Dezembro a data do fim do ano, à qual eram referidos os dois recensea- mentos anteriores.

O plano e os trabalhes deste inquérito foram superiormente dirigidos pelo chefe da Repartição de Estatística, o falecido conselheiro António Eduardo Vilaça, e os apuramentos do censo e o relatório que os acompanha, bem mostram o desvelo e carinho com que aquele distinto funcionário cuidou de tal assunto, e cuja influência se faz ainda hoje sentir nas publi- cações estatísticas que, pelo mesmo serviço que então estava

94. a seu cargo, se vão dando à luz.

0 s apuramentos deste Censo da Popzclaçâo do Reino de Portugal no 1 . O de Dezembro de 1830 foram publicados já pela Repartição de Estatística Geral, a que vamos referir-nos, e impressos na Imprensa Nacional em três volumes, de que o primeiro saiu em 1896.

No entretanto que se estava procedendo ao apuramento dos elementos do censo de 1890, foi novamente reorganizado o Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria, assim como os Serviços Estatísticos, por decretos de 1 de Dezembro de 1892. Estes serviços compreendiam uma Repartição de Es- tatística Geral, à qual competia o recenseamento geral da po- pulacão do reino e ilhas adjacentes, que continuaria a reali- zar-se por períodos decenais, em anos cujo algarismo das unidades fosse zero ( 2 4 ) , e um Conselho Superior de Estatís- tica, com atribuições consultivas ( 2 5 ) .

Por decreto de 30 de Junho de 1898 transitaram os serviços de estatística para o Ministério da Fazenda, ficando a cargo da Repartição Central da Direcção-Geral da Estatística e dos Próprios Nacionais.

A esta repartição competia (pelo artigo 7 . O ) o recenseamento geral da população do reino e ilhas adjacentes, e por ela foi organizado o 4." recenseamento geral da população de Por- tugal, cujo apuramento foi publicado pela Direcção-Geral refe- rida.

Este recenseamento foi decretado em 29 de Março de 1900, tendo-se autorizado prèviamente as verbas necessárias para as operacões preliminares, por carta de lei de 1 de Agosto de 1809.

(2") Artigo 1 S . C do decreto n.O 1, da data citada, e artigos 1 . O e 12.0 do decreto n . O 5 , da mesma data.

( 2 5 ) A sua composição e atribuições constam dos artigos 116.O a 1'29.0 do decreto n.O 1, citado. 8.5

Como o anterior, este receiiseamento era referido à popu- lação ou indivíduos que pernoitassem em cada casa ou local, de 30 de Novembro para 1 de Dezembro, registando-se também os ausentes e os transeuntes.

0 s apuramentos deste recenseamento foram impressos na Imprensa Nacional, com o título Censo da Populacio do Reino de Portugal, no 1." de Dezembro de 1900, em três volu.mes, além de um fascículo contendo os Resultados firovisórios; este último fascículo foi publicado em 1901, e o primeiro dos três volumes em 1905.

Segundo o que se achava preceituado, devia realizar-se em 1910 o 5." recenseamento geral da população de Portugal con- tinental e insular, tendo chegado a publicar-se o decreto de 23 de Junho do dito ano, mandando proceder àquele serviço, na data fixada (de 30 de Novembro para 1 de Dezembro), e em conformidade com as instruções que do mesmo decreto faziam parte.

Pelo facto da implantação do regimen republicano, e do estado revolucionáno em que então se achava o país, aquele recenseamento não pôde executar-se, e pela reorganização que sofreu o Ministério das Finanças ( 2 6 ) passaram a ficar a cargo da 4." Repartição da Direcção-Geral da Estatística, os serviços de estatística demográfica e industrial ( 2 7 ) .

Por esta repartição começaram a elaborar-se os trabalhos preparatórios para o recenseamento geral, que foi mandado executar por decreto de 17 de Junho de 1911, em conformi- dade com as instnições anexas ao decreto, e que, nas suas linhas gerais, eram idênticas às que se vinham repetindo desde o decreto de 19 de Dezembro de 1889.

(26) Decretos com força de lei de 14 de Janeiro e 11 de Maio de 1911.

(27) AS suas atribuições constam do artigo 4.0 do decreto de 11 96 de Maio de 1911.

0 s apuramentos dos resuitados deste recenseamento foram publicados na Imprensa Nacional, com o título: Censo da Po- pulação de Portugal no 1." de Dezembro de 1911, em 6 vo- lumes até à presente data (1913), tendo saído o primeiro a lume em 1013, e dizendo respeito o último exclusivamente à cidade de Lisboa.

Nos cômputos mais antigos, a base das apreciações da po- pulação era o fogo ou vizinho, entendendo-se por esta desi- gnação a casa ou local habitado por uma só familia; familia, no sentido estatístico, é o indivíduo ou indivíduos, casados ou solteiros, com ou sem filhos, com ou sem criados, habitando no mesmo recinto, em íntima economia doméstica; uma pessoa vivendo só, em local separado, constitui um fogo (28 ) .

Muitas vezes os fogos eram acompanhados da indicação do número de pessoas, ou de almas; mas como as listas eram fornecidas pelos párocos, difícil se tomava muitas vezes saber quais as pessoas que eles abrangiam na sua enumeração, pois umas vezes incluiam só as pessoas de comunhão, de 10 ou 12 anos para cima, outras vezes também as de confissão, desde os menores com mais de 7 anos, e em geral excluiam estes menores, assim como os estrangeiros, escravos, os residentes nos conventos e, de maneira geral, todos aqueles que não es- tavam incluídos nos seus roes dos confessados.

Com a organiza~ão dos servicos estatísticos oficiais foi ne- cessário criar mais nomenclatura, para abranger maior e mais exacto número de elementos a colher no recenseamento.

Assim, distingue-se a populaçiio de facto ou presente, da o p u l a @ o de di?eito ou legal.

Populacáo de facto ou presente é o total das pessoas pre- sentes no local do recenseamento no próprio momento em que ele se realiza.

( 2 8 ) Censo no 1.0 de Janeiro de 18G4, introdução, pág. 12. 97

Poputação de direito ou legal é a soma da população de facto com os ausentes (pessoas que acidentalmente não estavam no seio da família no momento do recenseamento), e dimi- nuindo dela os transeuntes, ou população flutuante (indivíduos que pernoitaram acidentalmente com a família recenseada no momento do recenseamento).

Esta segunda população é a base de direitos, como o di- reito eleitoral, ou de encargos, como a repartição de contribui- ções e o serviço militar, e se o seu conhecimento pelos serviços estatísticos não tem tanta importância como o da populaqão de facto, serve todavia para elucidação de algumas aparentes obscuridades que se notam nos números desta última popu- lação (29 ) .

Esta mesma população passou, desde o censo de 1890, a ser designada, nos nossos censos oficiais, por população domi- ciliada, reservando-se a designação de população de direito ou legal para a que tem o seu domicílio legal no lugar do recenseamento (30).

0 s nossos recenseamentos oficiais tomam por base da cir- cunscrição territorial a paróquia. Neles se encontram, sob o ponto de vista que nos interessa, os números de fogos, e os da população de facto; e bem assim os da população chamada legal, nos censos de 1864 e 1878, e de residência habitual, nos censos de 1890, 1900 e 1911.

A maneira como entre nós os censos oficiais foram organi- zados, executados e apurados encontra-se nas obras publicadas pelas repartiç6es que têm tido a seu cargo os serviços estatís- ticos, e como são estas actualmente de fácil consulta, para elas remetemos os leitores a quem o assunto interesse.

(29) Censo n o 1.O de Janeiro de 1864, introdução, pág. 13. - Censo n o 1 . O de Janeiro de 1678, considerações gerais, pág. 18.

(30) Csnso da População do R e m o de Portugal n o 1.0 de Dezembro 98 de 1890, vol. I, pág. 16.

Vamos passar em revista, como estudo retrospectivo, e por ordem cronológica, o que se tem escrito sobre a população de Lisboa, encarada porém esta apenas sob o aspecto quantitativo dos fogos e dos indivíduos, de que conseguimos obter conhe- cimento, desde a época da sua conquista aos mouros por D. Afonso Henriques em 1147, até ao último censo oficial (1911), indicando as fontes das informações, e mencionando quaisquer circunstâncias interessantes que aos vários censos digam respeito. Não entraremos nas considerações demográficas relativas ao movimento da população: nupcialidade, natalidade, mortalidade, emigração, nem noutras, para as quais faltam por completo os dados referentes aos tempos mais antigos, e que, por outro lado, se podem estudar, para os tempos mais recentes, nos trabalhos oficiais publicados pelas repartições que têem tido esses serviços a seu cargo.

Da época do domínio romano, dos godos, muqulmanos, e dos outros povos anteriores à conquista por D. Afonso Hen- riques, não ficaram memórias nem quaisquer elementos pelos quais se possa fazer uma ideia da população de Lisboa.

FOGOS E POPULAÇÃO DE LISBOA

SECULO XII

1147 - O documento mais antieo em que se faz referência

à populacão de T,isboa é a carta do cruzado Osbemo, que tomou parte, em 1147, na conquista da cidade aos mouros. Diz ele, descrevendo a cidade: A nossa chegada compunha-se a cidade de 60.000 fan7iliares (ou seiros da gleba?) que pa- gavam contribuiçZo, contavdo com os arredores, excepto os livres, que nno estarunz sujeitos a i~rzbosto algzrnz (31). E mais

( 3 J ) Constitit vevò szrb 17ostro ncivenf7c civitntis L X nzilia fawzilia- rircirz aurum redde?ztiurrz, szr!a~17:ifis circz~nzquaque suburbiis, exceptis liberis nullius gravedini subjncentih76s - Portugnlig Monvmenta Histo- rica - Scriptores. vol. I , pág. 3116, co1.a 1.a. 29

adiante: ( A cidade) é mais fiopulosa do que se im,agina, pois como soubémos, depois de tomada, do alcaide ou chefe Zeles, teve 154.000 homens, com excepção das m.ulheres e crianças, entrando n'esta conta os cidadãos do castelo de Scalabis (San- tarém), os quais, expulsos neste ano do seu castelo, estavam, ali, (em Lisboa), corno hóspedes (32).

Estas apreciações são bastante exageradas,' pois tinham por fim realqar o valor do facto que o guerreiro Osberno narrava.

Alexandre Herculano, não sabemos com que fundamento, calcula em 15.000 pessoas a população da vila de Lisboa nos fins do século XII (3s), O que tem sido seguido por outros escritores.

1421 - Segundo uma apreciação feita por J. J. Soares de Barros, baseada numa resenha geral dos povos de Portugal, feita e m 1417, (aliás 1421) por comissão que El-Rei D. João I deu a Vusco Fernandes de Távora e a A r d o Baurim (aliás Botim) para irem pelo Reino ver, apurar e escolher os bés- teiros do conto (34), arbitrando 1 bésteiro arrolado por cada 213 habitantes, tinha Lisboa, no tempo de D. João I, 63.750 pessoas.

(32) Populosa supra quod existimari ~zeq~cit . Nanz sicut pestmodunz urbe capta ab eorum alcaie, id est principe, didicimum, habuit haec civitas CLIIIIOr milia horninurr?, excepfis pnrvulis et mzdieribus, annu- meratis castri Scalaphii civibus, qui in hoc ano a castro suo expulsi. novi hospites qui (?) morabantur. -Loc cit., pág. 396, c01.~ 1.a.

(33) O Panorama, vol. 2.0, 2.8 série, 1843, pág. 402. (34) Memorias economicas da Academia Real das Sciencias de

Lisboa, tomo I , 1789, pág. 150 e mapa anexo. - O artigo de JosB Joaquim Soares de Barros tem por epigrafe: Sobre as cauzas da dif- ferente fiopulação de Portugal, e m diversos tempos da Monarquia. - Sobre as rectificações da data, e do apelido do escrivão da anadaria, vejam-se as Ordenaçoens do Senhor Rey D. Affonso V, e as Provas

30 da Historia Genealogica, já citadas.

SECULO XVI

1527 - Depois desta apreciação, só no segundo quartel do século xvr se depara novamente notícia da população de Lis- boa. Quando D. João I11 mandou proceder ao recenseamento geral do reino, em 1527, o censo de ~ i s b o a foi feito à parte; por Henrique da Mota, escrivão da câmara real, e constava de um livro que se perdeu. Apenas se sabe, pelo resumo in- serto no livro do recenseamento da Estremadura, que tinha a cidade de Lisboa e seus arrabaldes 13.010 vizinhos, e o Termo todo 4.024 ( 3 5 ) .

Arbitrando 4 pessoas a cada fogo poderá fazer-se uma ideia da população de Lisboa.

O padre João Baptista de Castro parece ter tido conheci- mento deste trabalho estatístico, ou duma cópia do mesmo; os números que ele menciona não condizem com os referidos acima. São os seguintes (37 :

Fogos na cidáde e arrabaldes ... 14.014 No Termo ..................... 4.034

Assim especificados:

Viúvas ........................ 4.305 Clérigos Ii',oradores ............. 720 Bairro dos Escolares de Alfama 1.734

. . . . Alcáçova com a cerca velha 1.127 Povoação dos muros a dentro, e

Ribeira .................... 8.025

A transfiortar . . . . . . 15.911

(35) Recensean7ento de 1527, no Archiuo Histovico Portuguaz, vol. VI, ano de 1908, pig. 241.

(36! Mappa de Portugal, tomo 111. edição de 1758, pág. 85. 31

Transporte ......... 15.911

-Arrabaldes, Cataquefarás até Al- cântara .................... 554

Vila Nova de Andrade ........ 408 Santo Antão com hortas . . . . . . . . 200 Mourana e povoacão de S. Lázaro 745 Porta da Cruz e Enxobregas . . . . 80 Quintas nos limites de Santa Justa,

Mártires e Santo Estêvão ... 150

Parece, nesta discriminação, que as parcelas ora se referem a indivíduos, ora a vizinhos ou famílias.

1535'- Numa lista dos logares que vem aas Cortes, e os Vezinhos que tem, referida ao ano de 1535, atribui-se a Lisboa: vila 13.010, e Termo 4.024 vizinhos ( 3 7 ) .

Reconhece-se que foram buscar, para esta lista, os números do censo poucos anos antes acabado de fazer.

1551 - No meado do mesmo século XVI aparecem dois tra- balhos estatísticos sobre Lisboa.

Um deles, que é uma das estatísticas mais detalhadas, bem que inexactas, sobre Lisboa, qiir se conhecem até aos meados do século xrs, foi elaborado em 1551, por Cristóvão Rodrigues de Oliveira, guarda-roupa do Arcebispo de Lisboa, D. Fer- nando de Vasconcelos e hfeneses, e tão satisfatória foi consi-

(R7) Hrlilorinr para n Historia e Theoria das Cortes Geraes que ( . J ? I P n ~ t u g a l se celebrarão pelos tres Estados d o Reino, 1827, parte 1.". pSg. 100, pelo 2.0 Visconde de Santarém, citando o documento do Arquivo Real da Torre do Tombo, cartas missivas, armário 26, maço 3, documento 2 (actuadamente deslocado).

derada a maneira como aquele guarda-roupa se desempenhou da comissão, que alguns anos depois foram os çeuç aponta- mentos impressos çob o titulo Sumrnario e que bravewzertte se

contem algvas coasas (assi ecdesslzsta'cas como seculares) qae ha na cidade da Lisboa. Não tem data da impressão, que can- tudo se deve fixar no ano de 1354 ou 1555 ("1.

Conforme o próprio autor o declarã, os elementos que ser- viram para a estatística das freguesias foram fornecidos pelos respectivos párocos.

Eis os r&ultados do censo da população, extraídos da I.&

edição da referida obra, que nalgumas verbas e números não condiz com a edição de 1755.

Almas I

Freguesias 1 Caias Yisiiihos

i i f 507

S& .................................. Santa Justa (dentm dos muros e arra-

baldes junto dos muros) .......... S . Kicolau .......................... S. Giain ............................ 3ladalena ........................... Nossa Senhora dos Mirtires (dentro dos

niuros P arrabaldes junto dos muros) Nossa Senhora do Lorete ............

.................... S. 1050 da Praça S. Pedro ............................ S. Migucl ........................... Santo Fstk-.?o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . S. Vicente rlt= Fnra . . . . . . . . . . . . . . . . . . Santa Rlarinha ...................... Salvadnr ............................ Santo Andrd . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . S. 'ToiiiP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . S. Tiago ............................ S. Martinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

(38) Inforrnaçáo do douto investigador sr. Gomes de Brito. - Esta obra foi novamente impressa e acrescentada em 176.5. por Ma- noet da Conceiçam, mercador de livros. e%

S . Jorge ............................ A trnnsportcrv ..........

3501 118

1.994 1.308

654 678

1.309 1.158

123 277 295 3 973 103 SS

3.W 2.101 1.957 1.44íI

2.552 1.748

27s 340 5151 !"L; 359' 1111 300 - -

>jl i :I I281 149 5 3 54 231 42

Reconhece-se que tanto algumas verbas parcelares, como os totais, estão manifestamente inexactos, pois estes últimos dão uma média de 5,5 pessoas em cada fogo, o que não é verosimil. A proporção ainda é maior, sem causa que a justifique, para as freguesias da Sé, S. Julião, Madalena, S. João da Praça, S. Tomé, S. Tiago, S. Jorge, S. Bartolomeu e S. Mamede. A de S. Tiago encontraria explicação se a cadeia do Limoeiro pertencesse àquela-freguesia, mas estava no distrito da freguesia de S. Martinho, que todavia o Summario apresenta com a po- pulação normal (1 fogo para 4 pessoas).

Rebelo da Silva, que teve em muito apreço este trabalho estatístico, faz várias considerações sobre ele, sendo sua opinião que o número das famíiias católicas domiciliadas na capital deve aproximar-se da verdade, porém não deve merecer igual conceito o dos moradores, porque não menciona os que viviam e andavam na corte, nem muita outra gente de fora (39).

Freguesias 1 Casas I Visiuha 1 Almas

( 3 9 Memorin sobre a População e a Agricztlturn de Portugal, etc., 34 parte I, 1864, por I,. A. Rebelo da Silva.

20 21 22 23 24

.

Transporte ............ S. Bartolomeu ...................... Santa Cruz ........................... S. Mamede .......................... S. Cristóvão ........................ S. Lourenço ........................

Clérigos extravagantes ............... Cónegos e beneficiados da Sé e igrejas

paroquiais ........................ Frades .............................. Freiras .............................. Servidores dos mosteiros ...............

---

9.372

74 160

79 258

70 10.013

17.105

91 237 1M 353 100 ---

18.030

90.997

596 1.176 1.010 1.687

526 95.993

240

237 623 602 437

1552 - Do ano seguinte há uma outra estatística, que cons- titui o manuscrito da Biblioteca Nacional de Lisboa, B-11-10, conhecido por Estatistica de Lisboa em 1552.

O resumo, mui deficiente, da população de Lisboa, apre- sentado pelo anónimo autor, é o seguinte ( * O ) :

Homens com ofício . . . . . . . . . . . . 39.000 Mulheres com ofício . . . . . . . . . . . . 11.500 Orfãos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.000 Meninos em escolas . . . . . . . . . . . . 4.000 Mulheres solteiras . . . . . . . . . . . . . . 5.000

Soma . . . . . . 62.500

Este resumo, além de não elucidar sobre a totalidade da populacão de Lisboa, não corresponde ao desenvolvimento das rubricas que serviram para o seu cálculo.

O Sr. Gomes de Bnto, qiie sobre o manuscrito em questão fez um estudo comentado que brevemente deve ser publicado no Archivo Historico Portuguez, corrige da seguinte forma os números do resumo, com os elementos colliidos no texto da obra:

Homens com ofício . . . . . . . . . . . . Mulheres com ofício . . . . . . . . . . . . Frades, clérigos, beneficiados e

cónegos extravagantes . . . . . . Arcabuzeiros e espingardeiros . . . . Mendigos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . órfãos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Crianças de escola . . . . . . . . . . . . . Mulheres solteiras . . . . . . . . . . . . . .

--

Soma . . . . . .

(do ) Estatística de Lisboa, fl. 10'-v. do manuscrito.

Vê-se que há uma diferença de cerca de 1.500 pessoas a menos do que no cálculo do autor da Estatística (41).

1554 - Em 1554, Damião de Góis atribui à cidade de Lisboa para'cima de 20.000 casas (42) .

1561 - No ano de 1561, Gaspar Barreiros, cónego da Sé de Évora, diz que, no seu tempo, era julgada comumente Lisboa por uma povoação de 30.000 vizinhos, sendo que ele a computava por 17.000 ( 4 3 } .

É com efeito tZo arbitrário um como outro número, como notável a diferença entre ambos.

1600 - Ko ano de 1600, João Botero Benese, abade de S. Miguel, nas suas noticiosas Relações Universais, achou ter Lisboa 20.000 casas, e povo infinito (44).

SECULO XVII

1608 - No ano de 1608, Luís Mendes de Vasconcelos diz que no seu juízo era incompreensível o número de gente que então havia em Lisboa e seu Termo; pois só em um bairro dela chamado a ~ a p a , havia 5.000 casas (49.

( ' 1 ) Rebelo da Silva. na sua Memória sobre a População e a Agri- cultura de Portugal, pág. 6.2, com a pretensão de corrigir os números da Estatistica, agrava ainda os erros desta, com a inscrição de rubricas e números escolhidos com pouco critério ou incorrectos; não se chega a perceber qual o número que e!e arbitra para a totalidade.

("') Domorun~ siquidem amplius quam viginti millia inesse constat. - Olissiponis Descriptio, edição da Tipografia Académico-Régia de Coimbra, 1794, pág. 29.

(43) Citação no Mapa de Portztgal, por João Baptista de Castro, tomo 111, edição de 1758, pág. 86.

(44) Idem, pág. 86. (45) Idem, pág. 86. Na edição de 1803, Do Sitio ck Lisboa,

36 pág. 187.

Como este autor. ficamos ignorando o niímero de habitantes que tinha Lisboa nos princípios do século XVII .

1620 . No ano de 1620. frei Nicolau de Oliveira fez um cômputo da população de Lisboa. por freguesias . Não incluiu ((as pessoas com menos de sete anos. os estrangeiros. os es- cravos. os portugueses hóspedes. os que vêem a negócios à Corte e os mercantes das conquistas que aqui vêem tomar a carga de seus navios)) (46) .

Eis o resultado do seu apuramento:

Freguesias Visinhos Pessoas

Freguesias da cidade I I

s é .......................................... .................................... S . Jorge .................................... S . Tiaga

................................ 5 . Martinho S . Bartolomeu .............................. Santa Cruz ..................................

.................................... S . Tomé Santo André ................................

.............................. Santa Marinha S . Vicente .................................. Santa Engrácia .............................. O Salvador .................................

.............................. Santo Estêvão S . Miguel ....................................

.................................... S . Pedro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . S João da Praça

S . Mamede . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . S . Cristóvão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . S . Louienço ................................ Santa Justa ................................

.................................. S . Nicoiau S . Julião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A Conceição ................................ A Madalena ................................ Os Mártires .................................

A trans$ortar ..............

(46) Livro das Graltdezas de Lisboa. edição de 1804. pág . 120 . 37

Freguesias

I

I Transporte ................ A Trindade ( a ) .............................. S . Sebastião da Mouraria (b) . . . . . . . . . . . . . . . . . Os Anjos .................................... S . Sebastião da Pedreira .................... S . José ..................................... Santa Ana .................................. O Loreto ( c ) ................................ Santa Catarina ..............................

.................................... . S Paulo Santos-o-Velho .............................. Clérigos que vivem nas freguesias de Lisboa .... Mosteiros de frades .......................... Mosteiros de freiras .......................... Recolhimentos. seminririos e outras instituições

para homens ............................ Idem. para raparigas e mulheres ..............

Somas ....................

Visiiihos

Freguesias do Termo. pelo autor incluídas na cidade

Pessoas

.. I

Freguesias do Termo de Lisboa que fazem actualmente parte da cidade (1919) I I

Nossa Senhora dos Olivais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Os Reis de Alvalade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Carnide .................................... Benfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

( a ) Actual freguesia do Sacramento . ( h ) Actual freguesia de Nossa Senhora do Socorro . (c) Actual freguesia da Encarnação .

Nossa Senhora da Ajuda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ) 450 1.900 Sornas ....................

!)50 136 300 180

Charneca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . i\iiieixoeira .................................. 1,iiniiar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Jlosteiros de frades ...........................

Sniiias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Totais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

5.160 400 800

2.130

400

2 . 607 29.086

144 -44 -- 126.000

Frci Nicolau de Oliveira, no seu empenho de engrandecer Lisboa. incluiu nela as freguesias dos arredores, desde os Olivais até % Ajuda, ficando afastada huwa (das citadas) fsegttexia da oittra &as leguas.

As 5 fregneâias indicadaç pelos n."" 0.6 a 40, pertenciam porém ao Termo de Lisboa, e a cidade pròpriarnente tinha 35 freguesias, scndo as :;.I que ele enumera ao clcscrcver of: montes e vales de Lisboa, e mais a freguesia de Santos-o-Velho, e não 47, como elr diz no capitule 11 ( I 7 ) .

Os iiiinirrns rlcsta cstalistica não são dignos clc confiarica; liasta notar a prcipnrção dos ntítnernç de fogos para o dos Iiahitantrq (Ias frcprsias da Sé e dc 5. Vicentc I'@).

No rrlcsiiio alio dc I(i.20, D. I'ranci~ca de Hcrrern e Mal- donado diz que, p r chrnputo çertíssimo (!) çe achavam na pnvoaqião de Lisboa I 15 .O00 fogos ( 4 0 ) .

E para notar que dois escntorcs, refcrindo-se ao mesmo ano, arbitrassem a Lisboa, um cerca de 29.000 fogos, c oiitro 115.000.

1623 - No ano cic 16.28, Gil Gonçalves de Aviia, no Theafro das G~andczas de Jfndrid, afirmou que nunca se p8de ajiwtar e ní~rnero dos habitantes de Lisboa; porem que os mais curiosos lhe numeravam 500.000 ( ! ) pessoas ("1.

(4:) Cr~nfrtinteni-se o a1var.i rle 25 de Dezenibro cle 16118, e a lei de 80 de Agosto de 165.1. - Colec@o CronoI6~ica da LegisInçüo Pnrtirgttesa, por Jd Justino de A n d n d e e Silva, anos de 1603-1612, pig. 2.51, e anos de 1648-1656, pAg. 3%.

( " 8 ) V. Lisboa do Passado; Lrsbors d~ Xossos Dias (1911), por Gomes de Brito, pAg. 119.

( 4 9 ) CitaçZo no Mupn de Portr{gal, por João Baptista de Castro, tomo 111, edição de 1763, pág. 81;.

( 5 0 ) Citãçâo no .Vnpa de I'ortugnE, pBg. 86. 39

Este escritor não fazia ideia do que eram tíOO.000 habi- tantes, e de çcrto seguiu a opinião de D. Francisco de Herrera, dando ao seu número de fogos uma forte população; entre 4 e 5 por fogo ("1.

1624 - No ano de 1624, Manuel Severim de Faria. chantre e cóncgo da Sé de Évora, nos Va'awos Discz4rsos Polilicos, diz quc o nirrnerw da gente em Lisboa era táo grande que sc tinha no seu tempo pelo maior povo da Europa (").

I642 - Ko alio de l(i43, D. Rodrigo da Cunha coniputava que continha, o que charnno Cidade, perto de cincomita i i f i l

uisitshos c;").

No mesma ano de 1043, o capitão Luis Marinho de Aze- vedo, descrevendo Lisboa, diz: fia' n'esta grande povuaç&~ 18.200 visin-hoc; o nunzero da gente, diz Duarlc nJunes de L&o que nunca se pôde aiusfar; os mais curiosos lhe diio 80o.000 P ~ S S Q C ~ S . . . (.'"}.

Esta apreciação 6 tão disparatada, que da cerca de ?R, para média do nilmero de pe%%oas em cada família ou fogo.

1645 - No ano de 1645. Rodrigo Mendes da Silva, na Po- blac lr )~ General de Espana, atribuiu-lhe mais de 5o.ntin vi- zinhos ('"), scguindo evidentemente o cômputo de D. Rodrigo da Cunha.

("1) Ensuco sobre a Topog~af ta M6dica de Lishoa, por Francisco tnhcio dos Santos Cruz, tomo S.", 1R1.3. p8g. 654.

(.í2) Edigo de 1791, pág. 3n. ($3) Hisfiivia Eclssiústica da Igreja rdr Lisboa, 1642, 1.0 volume,

fl. 8-V. ( 5 4 ) FundnçCo, A~tiguidndes P Grandezas da wuy h s i g n e Cidadg

de Lisboa, esc., ediç5o de 1563, p6g. 119. (9 Citação no Mapa de Porlzrgrzl, tomo IiI. pbg. 87.

1660 - No ano de 1660, Pedro Davity, na Descripçâo Geral da Europa, assinou-lhe mais de 120.000 habitadores ("1, O

que se conforma com a apreciaçáo de Luís Marinho de Aze- vedo, sobre a existência de 29.200 vizinhos (4,25 pessoas por fogo, em média), e não com a extravagante opinião dos curiosos, que lhes davam 800.000 habitantes.

1668 - No ano de l(i(iH, Mons. Ivigné, no Dicciolzario Theo- Iogico-Historico, não lhe assinou mais de 20.000 casas, trasla- dando o que disse Damião de Góis (").

1704 - No ano de 1704, pelas Relacões dos Párocos inari- dadas ao Arcebispo D. João de Soilsa, que foram vistas pelo autor do Mafia de Portugal, numerava então Lisboa, excepto os estrangeiros, 90.000 fogos ( js ) . Conquanto este número seja evidentemente exagerado, pois dava para população de Lisboa cerca de 360.000 habitantes, seria interessante conhecer essas listas das diferentes freguesias de Lisboa.

1706 - No ano de 1706, D. Juan Alvarez de Colmenar, no seu livro Les Delices de 1'Esfiagne G du Portugal, deu a Lisboa 30.000 casas (j9).

1712 - No ano de 1712, o padre António Carvalho da Costa, na sua Corografia Portuguesa, regista o número de pessoas ~naiores, menores e vizinhos (fogos) das freguesias de Lisboa e do seu Termo, de que pôde ter conhecimento, apro- ximado ou exacto.

(56) Idem, pág. 87. ( 5 7 ) Idem, pág. 87. ("8) Mapa de Portugal, pág. 87. (59) Edição de 171.5, tomo IV, pág. 749.

Eis o resultado do seu apurameilto:

I I Pessoas

Freguesias I Yisinhor 1' 1 hlaiores Meliores

1

i Freguesias de Lisboa I i I .... Sé (Nossa Senhora da Assunção)

S. Jorge ............................ ......................... S. hrartiuho

Santiago ............................ S. Bartolomeu ......................

................ Santa Cruz do Castelo S. Tomé ............................

........................ Santo André ...................... Santa Marinha

S. Vicente de Fora .................. .............. Santa Engrricia mais de

Santo Estêvão ...................... S. Salvador . . . . . . . . . . . . . . . . . mais de S. Rliguel .......................... S. Pedro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . mais de

.................... S. JoZo da Praça S. Mamede .......................... S. Cristóvão ........................

........................ S. Lourenço Santa Justa ........................

............ Nossa Senhora do Socorro .............. Nossa Senhora da Pena

Anjos .............................. .............. S. Sebastiâo da Pedreira

S. José ............................. S. Nicolau .......................... S. Juliáo ...........................

.......... Nossa Senhora da Conceição .............. Santa hlaria Madalena

.......... Nossa Senhora dos MArtires Sacramento .........................

........ ' Nossa Senhora da Encarnago ......... A transportar .I-

- 17 -

100 80

172 22U - 220 400 - 1.170

200 660 270 230 23s 450

3.140 320

[a) Fregueses. ( I > ) Pessoas de confissáo. (c) Pessoas de Sacramento.

4 ( d ) Deste niimero, 220 não são pessoas de confissão.

500 -

- - -

500 - 600 500 - -

700 3.633 1.523

550 700

- - -

50 -

50 30 -

-

2.833 14000

(d ) 16.170 - 1 - - 1 -

1.500 (a) 4.000 (b) 3.090 -

6001 - 5.040 1.000 - -

(c) 9351 - 1.200

- - - 1 -

I I Pessoas

Freguesias I Visinhos i---- I I I 1 Maiores 1 hlenotes

- - - - - - -

............ I Transporte 23.140 76.424 i i

Freguesias do Termo de Lisboa, que fazem parte da cidade de Lisboa actual

(1919)

33 34 35 J6

. . . . . . . . . . . . Nossa Senhora dos Olivais . . . . . . . . . . S. Bartolomeii da Charneca

Nossa Senhora da Encarnaeo da Amei- xoeira ............................

S. Joáo Baptista do Lumiar .......... Reis no Campo Grande ..............

. . . . S. Lourenço (no lugar de Carnide) Nossa Senhora do Amparo de Benfica i'<ossa Senhora da Ajuda ............

. . . . . . . . . . . . . . . . Somas

................ Totais

S. Paulo ............................ Santa Catarina ......................

..... . . . . . . . Nossa Senhora das Mercês Santos ..............................

Somas ................

Esta enumeração. muito incompleta e heterogénea, apcnas prniite íormar um juízo aproximado da população total da cidade de Lisboa naquela época.

1716 - No ano de 1'716, o Papa Clemente XI, em Coii- sistório de 7 de Dezembro, declarou, pela atestação que lhe ioi de Lisboa, que só a parte ocidental dela continha quase 300.000 habitantes ( 6 0 ) .

550 1.316

510 1.350

26.866

( 6 0 ) Citação no ililccpcc de Povtugal, toriio 111, 1763, pág. 88. 43

2.900 5.354

- 1 - 5.770

W.448

Santos CNZ, comentando este número, diz que ((parece in- crível que um papel oficial enviado para a Corte de Roma, para os fins da divisão de Lisboa pelas ocorrências de então, lhe desse um .número de habitantes que realmente não tinha, porque nem toda a cidade tinha provàvelmente 300.000 habi- tantes, muito menos os poderia conter sòmente a sua parte ocidental, que ficava sujeita ao Patriarca então instituído)) (61).

1729 - Numa consulta de 14 de Maio de 1729, da Câ- mara a el-Rei, para se arranjar receita para a obra de trazer água a Lisboa, computa-se terem 50.000 vizinhos as cidades de Lisboa ocidental e oriental ("2) .

1730 - No ano de 1730, o autor anónimo da Description de lu Ville de Lisbonne, etc.; atribui-lhe mais de 20.000 casas, cerca de 35.000 famíiias (vizinhos) e 25.000 almas (63).

1736 - No ano de 1736, o padre D. Luís Caetano de Lima apresentou a relação das paróquias de I.isboa e do seu Termo, de que suprimimos para o mapa seguinte as que não fazem parte actualmente do Município de Lisboa, e bem assim as da Lisboa oriental, por não indicarem nem os números dos fogos, nem da população (64).

(61) Emaio sobre a i'opogrccfia Mr'dica de Lisbori, por Francisco Inicio dos Santos Cruz, tomo *2.O, 1843, pág. 556.

("1 Elenzentos para a. Hislciria do Município de Lisboa, 1." parte, tomo XII, pág. 260.

(63) Citação no Mapa de Portugal, tomo 111, 1763, pág. 88. -Na obra original está em pág. 8.

(64) Geografia Histórica de todos os Estados Soberrctzos da Europa, 44 tomo 2 . O , 1736, págs. 647 e seguintes.

Eis o extracto dessa relação:

Parbquias I Fogos I Almas

CIDADE DE LISBOA OCIDENTAL I Sacrosanta Basílica Patiarcal .................... Santa Justa .................................... S . Julião ........................................ S . Nicolau . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Nossa Senhora dos Martires ...................... Nossa Senhora da Encarnaçno .................... Santa Catanna .................................. Santos .......................................... Nossa Senhora dos Anjos ........................ Nossa Senhora da Pena .......................... S . Sebastião da Pedreira ........................ Nossa Senhora do Socorro ........................ S . José ......................................... O Sacramento .................................. Nossa Senhora das Mercês ........................ Nossa Senhora da Conceição ...................... Santa Maria Madalena ........................... S . Paulo ........................................ S . Cristóvão ............. .-. .................... S . Mamede ...................................... S . Lourenço .....................................

Somas ......................

TERMO DE LISBOA OCIDENTAL I

TERMO DE LISBOA ORIENTAL 1 I

.......................... . S Lourenço de Carnide ............ Nossa Senhora do Amparo de Benfica

. . . . . . . . . . . . . . . . Nossa Senhoia da Ajuda de Relém ...................... S . Bartolomeu da Charneca

Nossa Senhora da Encarnação da Ameixoeira ...... ...................... S . João Baptista do Lumiar

Os Reis do Campo Grande ...................... Somas ......................

Santa Maria dos Olivais .......................... 1.785

196 380 569 185 60

312 173 --

1.881 --

659 1.517 2.857

603 255

1.194 899

7.984

Advertiremos aqui que o orago da freguesia dos Anjos não é N. S." dos Anjos, mas simplesmente Anjos; porém conserva- remos aquela designação ein todas as transcrições de do- cumentos em que ela assim figurar.

1739 - No ano de 1739, António de Oliveira Freire, na L)escripgio Corographica de Portugal, atribuia-lhe 800.000 pessoas de toda a idade, sexo e condicão (==).

A este respeito diz o médico Santos Cruz: ((este escritor certamente gostou da nota de que fala o capitão Luís Marinho de Azevedo, que atribui esta extravagante lembranca a gente curiosa; podia seguir a própria opinião do mesmo Azevedo, mas assentou que Lisboa só se enLgrandeceria dando-lhe um número de habitantes que nunca teve, e que realmente faz rir))

1754 - No ano de 1754, ma~dando-se a Roma uma ates- taqão dos habitadores que continha Lisboa, para se passarem as bulas ao segundo Patriarca o Cardeal Manuel, se lhe assinou mais de 600.000 habitantes, conforme o cálculo moderno (de 1755)

Esta atestação está em conformidade com o que se havia dito na primeira, em 1716, para as biilas do primeiro Patriarca, atribuindo-se às duas cidades, depois de novamente reunidas, o dobro da populacão que 38 anos antes se havia arbitrado a uma delas.

São estes alguns dos cômp~ztos da população de Lisboa, anteriormente ao terremoto de 1755, a maior parte extraídos do 1l4apa de Porlz~gnl, parte 5.", pelo padre João Raptista dc Castro.

D C S C Y L I ) ~ J I Z C o ~ o g r ~ f i c a do Reyno de Portugc~l, 1730, p&g. 10G.

(fi" Ensnzo sobre a Topogrnfza Midzcn de Lzsbon, por Francisco Inácio dos Santos Cruz, tomo 2 . O , 1843, pág. 5 5 7 .

("1 João Baptista de Castro, no Mapa d e Portugal, tomo 111, 46 1763, pAg. 88.

Por eles se vê que, maiores do que as alterações sofridas no número da população, originadas pelas emigrações, expe- dições militares, epidemias e outras causas, foram as fantasias de muitos autores que, sem base e apenas com intuitos encomiásticos, se propuzeram dar a notícia aos seus contem- porâneos e lega-la às gerações futcras, da grandeza da po- pulação da Capital.

1755 e seguintes - João Baptista de Castro, autor muito consciensioso, que só escrevia baseado em documentos, nos es- critores que o precederam, e nas informações que se esforçava que fossem o mais fidedignas possível, e além disso grande apaixonado pela sua pátria, também nos deixou indicação do número dos fogos e população de Lisboa antes do cataclismo do terremoto de 1755, e do relativo aos anos que se lhe se- guiram (1756 ou 1757) (").

A lista, infelizmente incompleta, dos números de fogos e pessoas, por ele apresentada, é a seguinte:

Freguesias

I Antes do terremoto / Depois do terrenirto

/ Fogiis Pessoas ' 1 Fogos / Persuar

1 Dentro da cidade

1 Nossa Senhora da Ajuda . . . . ................ 2 Santo André

3 Nossa Senhora dos Anjos .... 4 1 S. Bartolomeu ..............

.............. 5 I Santa Catarina A trn?zspovtnv ....

( n ) Prssoas de comunhzo.

( 6 8 ) Depreende-se que as indicaqões inscritas no Mapa foram feitas pelas desobrigas da Quaresma de 1756 e 1757, pelo que se diz a pág 378 do tomo 111 da edição de 1763. 47

I Antes do terremoto I Depois do terrenioto

Freguesias

Transporte . . . . . .

. . . . . . . . . . . . Chagas de Jesus ................ S. Cristóváo

Kossa Senhora da Conceição . . ...... Santa Cruz do Castelo

Nossa Senhora da Encarnaçãc . . . . . . . . . . . . . Santa Engrácia

.............. Santo Estêvão ............ S. João da Praça

.................... S. Jorge ..................... S. José

................ Santa Isabel ................... S. Julião

...... Santa Justina e Rufina ..... Nossa Senhora do Loreto

S. Lourenço ................ S. Mamede ................. Santa Maria ................

...... Santa Maria Madalena .............. Santa Marinha

S. Martinho ...:............ Nossa Senhora dos Mártires . .

... Nossa Senhora das Mercês .................. S. Miguel .................. S. Nicolau

...... Santa Igreja Patriarcal .................... S. Paulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . S. Pedro

. . . . . . Nossa Senhora da Pena

. . . . . . Santissimo Sacramento Salvador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Santiago . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Santos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . S. Sebastiao (Ia Pedreira .... Nossa Senhora do Socorro

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . S. Tomé S. Vicente ..................

Somas . . . . . . . . . .

/ Fogos / Pessoas I Fogos / Pessoas

30 (a) 300 1.000 7.0001

- - - a4wl

322 2.072 1.330 1.129 -

58 1.100 1.460 1.600 1.940 -

150 300 896 800 200

1.800 (a) 8.150 - (a) 2.100 1.600 -

275 - 544 -

32.701 108.860

- 9.523 -

(a) 4.325 - -

(a) 5.600 (a) 5.626 (a) 7.016 (a) 8.000 -

(a) 650 (a) 1.370 (0) 4.255 I a) 3.700 -

840 870

2.325

- (a) 3.700 (a) 9.814

- 84 -438

- - 1.000 4.000

(a) Pessoas de eomunháo.

251 - 1.210

878 300 -

1.160

- 4 -

30 - - 425 575

- 4.000 -

(a) 3.400 - - -

- 434

- -

1 a) 1.355 - 1.850

(a) 1.520

Antes do terremoto Depois do terremoto

Freguesias

Transporte ...... Do Termo de Lisboa,

fazem parte da cidade de Lisboa actual (1919)

Ameixoeira (Nossa Senhora da Encarnação) .............. -

Benfica (Nossa Senhora do Amparo) .................. -

Campo Grande (Santos Reis Magos) ................... -

Carnide (S. Lourenço) ...... - .... Charneca S. Bartolomeu) -

Lumiar (S. João Baptista e S. Mateus) ................ -

Olivais (Nossa Senhora dos Olivais) ................... -

Somas .......... - Totais .......... 32.701

Vizinhos

No Extracto das mernorias parochiaes para o Diccionario Geographico de Portugal, tomo xx, L 3, pelo padre Luís Car- doso ( 6 9 ) encontra-se, a págs. 695 e 696, um resumo estatístico dos fogos e da população das freguesias de Lisboa, antes do terremoto de 1'755.

O mesmo autor, na obra Portugal Sacro-Profano, que es- creveu com o pseudónimo de Paulo Dias de Niza, apresenta a nota dos números de fogos das freguesias de Lisboa antes do terremoto e depois (relativas aos anos de 1758 a 1760, cm que foram prestadas as informações aproveitadas na re- ferida obra) (?".

(69 ) NO Arquivo Nacional da Torre do Tombo. ( 1 0 ) A obra foi impressa em 176748, depois da morte do autor,

se E exacta a data de 3 de Julho de 1762, que a esta 6 atribuída. 49

Os números nas duas obras citadas são diferentes, e a rela- ção do Diccionario inclui duas vezes a freguesia de Santa En- grácia, com números diversos para os seus fogos e população.

0 s números de fogos do Portugal Sacro-Profano, antes e depois do terremoto, conquanto extraídos, em grande parte, das novas relações remetidas depois do terremoto, ao padre Cardoso, pelos párocos das diferentes freguesias de Lisboa, para a continuação do seu Diccionario, e que se acham coligidas no mesmo tomo xx, de págs. 699 a 943, não condizem sempre com os números que se encontram nestas relações, reconhe- cendo-se por vezes ter havido grande precipitação e inadver- tência na sua inscrição ('I) .

No quadro seguinte transcrevemos a lista dos fogos e po- pula~ão que se encontra no Diccionario Geografihico, a págs. 695 e 696 do tomo xx, excluindo porém dela uma das verbas relativa à freguesia de Santa Engrácia (72 ) , e extractamos os números de fogos do Portugal Sacro-Profano, parte I (1767), págs. 311 e seguintes.

Freguesias

..... Santa Igreja Patriarcal

. . . . . Basílica de Santa Maria Santa Justa ............... Madalena .................. Santa Marinha .............

A transportar ...

Portugal Dicionário Geo- Sacrc-Profano

gráfico Fogos I -

Antes I ~ o g o s I Pessoas / do I D'BoOi5 terremoto terremoto

(71) Por exemplo, a freguesia de S. José vem mencionada no Portugui Sacro-Profano com 6.000 fogos,. quando a informação do pároco dizia que depois do terremoto tinha quase 6.000 fregueses, e antes do terremoto 5.'700 (pág. 791 do tomo XX do Diccionario).

(7" A que, como menos provável, atribui a esta freguesia, 1.874 50 fogos e 8.493 pessoas.

( a ) Moradores . ( b ) Diz o texto: pouco menos de 1.000 moradores .

Freguesias

Dicionário Geo-

13 7 8 9

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39

Portugal Sacro-Profa~io

Transporte ...... Santa Cruz do Castelo ...... S . Martinho ................ Santo André ................ S . Julião .................... S . Pedro .................... S . Nicolau .................. S . Lourenço ................ S . João da Praça ............ Santo Estêvão .............. S . Bartolomeu .............. S . Jorge .................... S . Miguel .................. S . Cristóvão ................ S . Tomé .................... S . Mamede .................. S . Tiago .................... Santa Engrácia .............. Salvador .................... Nossa Senhora dos Mártires ... S . Vicente de Fora .......... S . José .....................

27Anjos ...................... Encamação ................ S . Paulo .................... Santos ...................... Nossa Senhora da Concei@o . . Nossa Senhora dá Pena ......

................ S . Sebastião ...... Santissimo Sacramento

Nossa Senhora das Mercês .... Nossa Senhora da Ajuda .... Santa Isabel ................ Nossa Senhora do Socorro .... Santa Catarina .............. Conventos de Frades e Freiras

............... e Hospícios Somas ..........

gráfico I V

Fogos

3.157

322 56

146 1.608

350 2.333

152 305

1.108 148 69

869 432 260 318 120

1.327 268

1.531 544

1.035 2.146 2.027

755 1.807

850 1.403

604 642 840

1.059 1.289 1.556 1.874

80 33.390

Pessoas

17.756

1.352 837 575

7.016 1.550 9.859

619 1.359 4.353

574 335

3.429 1.901 1.186 1.420

682 5.753 1.046 6.55i 2.368 5.005 8.441 9.516 3.958 7.870 3.783 5.371 2.835 3.119 3.800 4.748 5.357 5.774 8.255

- 148.339

Fogos

Antes do 1 D ~ s

terremoto

3.636

322 30

140 1.960

248 2.308

150 500 - 141) 58

870 420 - 207 120 -

ta) 266 1.600 - 5.000 2.140 2.000

(a)1.000 1.787

900 - -

613 - (a) 600 - - - -

27.015

terremoto

680

315 50

260 30

1.500 575 143 10

960 50 72

666 236 250 25 60

1.262 300

6 552

6.000 2.117

(a) 972 (b) 1.000

1.836 84

1.300 862 180 807

(a) 2.123 2.415

830 1.778

- 30.306

Se compararmos os números de fogos, extraídos, para o mapa supra, do Portugal Sacro-Profano, com os números de fogos que constam do Mapa de Portz~gal, atrás transcritos, conclui-se, pela coincidência de muitos números, que ambos os autores se serviram das mesmas fontes de informação. Há algumas divergências, umas porventura devidas a rectifica- ções ou para actualizações, e outras que se devem atribuir a inadvertências.

Do mesmo Diccionario extractámos os seguintes números, relativos a freguesias que fazem actualmente (1919) parte da cidade de Lisboa, e constantes de informações prestadas em 1758 ("3).

Freguesias I Fogos I Pessoas

(a ) Tomo 111, n.' 67. Pessoas de confissão e comunhão. ( b ) Tomo VI, n." 02. ( c ! Tomo VIII, n . O 79. São 1.650 pessoas de coniunhão e 40 mennres. (d j Tomo XI, n.O 297. ( e ) Tomo XXI, n.' 158. (f) Tomo IX, n." 140. São 1.110 pessoas de rnmnnhão, 'i1 mennrcs e 250 e tantos

forasteiros. (g) Tomo XLII, n." 247. 1.770 almas. - Estc íiltimo tomo í. iim resumo ft-ito niim

voliime siiplrmrntar aos 51 tomos do Dirionário.

(7" Os números aqui transcritos coincidem com os mencionados no Portzcgal Sacro-Profaizo, parte I (1767). por Paulo Dias de Niza, excepto os dos fogos da freguesia de Carnide, que na referida obra são 250; nesta obra não se acha refrrência à freguesia de Santa Mana

59 dos Olivais.

338 3.971

' 1.690 1.654 2.226 1.461 1.770 --

13.110

Ameixoeira ( a ) .................................. I R8 Benfica (b) ..................................... Campo Grande (c) .............................. Charneca ( d ) .................................... Lumiar j e ) ...................................... Carnide (f) ..................................... Olivais (g) ......................................

Somas .. ;. ..................

805 225 258 450 255 647

2.728

1766 - O autor anónimo da obra Étnt Présent du Royau,ite de Portugal en 1766 atribui a Lisboa e seu Termo mais de 360.000 habitantes (74) .

1780 -Quando, depois da queda do valimento do Mar- quês de Pombal, se fez a divisão paroquial de Lisboa de 22 de Janeiro de 1780, aprovada por alvará de 19 de Abril do mesmo ano, designou-se, naquela divisão, a quantidade de fogos e de pessoas que ficavam cabendo a cada freguesia, novamente demarcada ou definida (75) .

0 s números extraídos do plano da divisão e trasladação das parochias de Lisboa, acima referido, constam do seguinte mapa:

Freguesias Fogos Pessoas I - .................... Nossa Senhora da Ajuda

................................ Santo André Anjos ...................................... S. Bartolorneu .............................. Coração de Jesus (até então chaiuada de Santa

Joana) .................................. ................................ S. Cristóvão

.............................. Santa Catarina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Conceiçao

Santa Cruz do Castelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Nossa Senhora <Ia Encarnação ................ Santa Engrácia .............................. Santo Estevão ..............................

............................ S. João da Praça S. Jorge .................................... S. José .....................................

................................ Çanta Justa

................................ Santa Isabel A transportar ..............

(í*) Citação a pág. 558 do Ensino sobre a Topografia Médica de Lisboa, por Francisco Inácio dos Santos Cruz, tomo 2.0.

( 7 5 ) Colecção da Legislação Portuguesa de 1755 a 1790. 53

Freguesias

Transporte ................ S . Julião ................................... Lapa ....................................... S . Lourenço ................................ Santa Maria ................................ Madalena ................................... S . Martinho ................................ Nossa Senhora dos Mártires .................. Nossa Senhora das Mercês .................... S.Mainede .................................. Santa Marinha .............................. S . Migue? ................................... S . Nicolau .................................. S . Paulo .................................... Nossa Senhora da Pena ...................... S . Pedro .................................... Salvador ..................................... Santos ...................................... Sacramento .................................. S . Sebastião da Pedreira .................... Nossa Senhora do Socorro .................... Santiago .................................... s . Tomé .................................... S . Vicente ..................................

- Somas ....................

1790 . Dez anos depois. o número de fogos das 40 fre- guesias de Lisboa tinha aumentado de 4.338, sendo então de 38.102, como consta do Almanach para o ano de MDCCXC. pág . 430. e do mapa no fim do Almanach Portuguez. ano de MDCCCXXV .

Neste mapa vem a população especificada pelas 40 fre- guesias da cidade .

1,798 . Numa lista dos fogos de Lisboa e seu Termo. man- dada organizar pelo Intendente Geral da Corte e Reino. Diogo

54 Inácio de Pina Manique. em 1798. para servir ao apuramento

e recrutamento em todo o reino (76), consta que o número de fogos das 40 freguesias de Lisboa, intra-muros, era de 42.735, e os das 7 freguesias do Termo que fazem parte actualmente da cidade, e os da parte extra-muros de 3 freguesias da cidade, eram de 4.181, ou seja na totalidade de 46.916.

1800 - O citado Almanach.Portuguez, de 1825, no mapa referido, que traz o número de fogos especificados por fre- guesias, menciona a existência, naquele ano de 1800, de 43.805 fogos, nas 40 freguesias que formavam então a cidade de Lisboa.

S ~ U L O XIX

1801 - Pelo recenseamento geral da população a que, como dissemos, se procedeu neste ano, encontrou-se para a Comarca de Lisboa (77).

Lisboa (Cidade), 40 freguesias, 44.057 fogos. Lisboa (Termo), 32 freguesias, 10.897 fogos. A distribuição dos fogos e da população das freguesias de

Lisboa foi publicada no mapa n." 2, Estado da Povoação de Lisboa distribuida por freguesias no %no de 1801.. ., anexo às Instruções que devem regulnr as elez'ções dos deputados que vão formar as cortes extraordinarias constituintes no ano de 1821, decretadas em 31 de Outubro de 1820, pela Junta Pro- visional Preparatória das Cortes

(?=) Livro que contem as Freguezius que ha em Lisboa, no seu Termo e nas diversas Terras deste Reyno, etc., Ms. pertencente ao Sr. Gomes de Bnto.

(77) Almanaque para o ano de 1802. -No Mapa Geral das Fre- guesias, e Fogos de todo o Reino de Portugal, distribuido pelas Comar- cas respectivas a cada huma das Provincias.

(78) Colecção de Legislação, tomo 37, 1818 a 1820, na Biblioteca da Academia das Ciências de Lisboa. Certamente por erro se im- primiu ali: ano de 1804, em lugar de: ano de 1801.

Esse mapa é o seguinte:

Freguesias

Ajuda ..................................... Santo André ............................... Anjos ...................................... S . Bartolomeu .............................

............................. Santa Catarina Nossa Senhora da Conceição ................. Santissimo Coração de Jesus ................. s . Cristóvão ................................ Santa Cruz do Castelo ..................... Encarnação ................................

............................. Santa Engrácia Santo Estêvão .............................

........................... . S João da P r a ~ a S . Jorge ................................... S . José .................................... Santa Justa ................................ Santa Isabel ............................... S . Julião ................................... Lapa ...................................... S . Lourenço , .............................. Santa Maria. Basílica de ....................

..................... Santa Maria Madalen a. . ............................... S Martinho

................. Nossa Senhora dos Mártires S . Mamede ................................. Santa Marinha ................. ...........

................... Nossa Senhora das Mercês S . Miguel .................................. S . Nicolau ................................. S . Paulo ...................................

..................... Nossa Senhora da Pena S . Pedro em Alcântara . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Salvador ................................... Santos-o-Velho ............................. Santíssiino Sacramento ...................... S . Sebastiáo da Pedreira ................... Nossa Senhora do Socorro ................. S . Tiago ................................... S . Tomé ................................... S . Vicente .................................

................... Somas

Fogos Habitantes

1815 - Um mapa anexo ao Ensaio sobre a Topografzu Médica de Lisboa ( 7 9 ) dá para a cidade de Lisboa, neste ano, 46.600 fogos e 163.651 habitantes, segundo informação for- necida pela Comissão de Estatística.

1820 - Do trabalho de recenseamento geral do reino, a que pela Comissão de Estadística (sic) do Arquivo Militar, se pro- cedeu nalguns anos anteriores a 18'20, extractamos para o mapa seguinte os números que se referem a 1-isboa, e às freguesias do Termo que fazem parte actualmente (1!319) da cidade

Freguesias de Lisboa Fogos Habitantes I I BAIRRO DE ALFAMA I

S. Bartolomeu .............................. Santa Engrácia .............................. Santo Estêvão .............................. Santa Marinha .............................. S. Vicente ..................................

BAIRRO DA RIBEIRA I S. Joãio da Praça ............................ 2.190 S. I\Iiguel de Alfama ........................ / "1 3.900

BAIRRO DO CASTELO I I

I3hIRRO DO LIMOEIRO I I

hanto ililclré . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . s in ta Cruz do Castelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Salvaclor S. Toiiié . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

S. Martinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 560 S. Tiago . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

...................... Sé, ou S. Maria Maior 2.060 A transportav ..............

( 7 9 Por Francisco Inicio dos Santos Cruz; mapa no tomo 2.0, 1843, e relativo a pág. 563.

(80) Al~nanaque Português, ano de 1826. págs. 1 4 e seguintes. 57

291 2!)1 24X 346

1.250 1.240 1.070 1.4!)0

Freguesias de Lisboa Fogos Habitantes I I I

............... I Transportes 35.325 151.620 I i BAIRRO DO MOCAMBO

Lapa ....................................... Santos ......................................

BAIRRO DE BELÉM

S. Pedro ein Alcgntara ...................... Ajuda ...................................... Patriarcal, e Capela R ...................... a ) Tropa de linha de diversas armas que guar-

necem a cidade .......................... b) Indivíduos existentes nos 46 Conventos de

I Religiosos, e 32 de Religiosas ............ I

c) Indivíduos existentes na Misericórdia, Casa} - Pia e hospitais ..........................

d ) Presos .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

13.170

e) Populaçáo civil, que não tem domicílio per- manente

I ................................

Somas .................... / 45.610 210.000

Freguesias do Termo de Lisboa que fazem parte actualmente (1919) da cidade de Lisboa Fogos I-Iabitantes 1 I

560 1.770 1.340 1.240

180 1.070 1.050

.................. 42 S. Bartolomeu da Charneca ( 158 647 217 346 6.3

337 922

43 44 45 46 47 48

somas ....................

...................................... Olivais .............................. Canipo Grande

...................................... Luiiiiar Xiiieixoeira ..................................

...................................... Carnide

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Benfica 216931 . 10.210

1

Resumo

Freguesias Fogoi 1I;ibit~iites I I Da cidade, 41 freguesias .................... 45.610 210.000 Do Termo, 7 freguesias ...................... 1 2.69{ 10.210

Totais .................... 48.306 230.210 --

1821 - O decreto das Cortes Gerais de 17 de Julho de 1838, estabelecendo o modo de se elegerem os deputados para a legislatura que se havia de instalar em 1 de Dezembro daquele ano, contém o mapa da divisão eleitoral do Reino que, con- forme no mesmo se diz, é referida à populaçi7o existente no ano de 1821, e nesse mapa vem a população e fogos de Lisboa especificados por freguesias; os do Termo vêem ,em globo. O resumo do mapa é o seguinte

Lisboa (40 freguesias) ; fogos ........ Habitantes das 40 freguesias 201.700 Indivíduos pertencentes ao

exército de 1." linha ... 9.300 Hospitais e Misericórdias . . 1.600 I n d i v í d u o s avulsos não

compreendidos nos Roes das Freguesias . . . . . . . . 5.300

Termo de Lisboa (37 freguesias) ; fogos 10.480 . . . . . . . . . . . . . . . . . . Idem, habitantes 43 .O50

A Cornissão de Estatística forneceu ao autor do Ensaio sobre a Topografia Médica de Lisboa, os seguintes números, referentes ao mesmo ano de 1821

1Togos de Lisboa . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47.784 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Habitantes 178.178

1826 - O mesmo censo da populacão de 18-1, mencionado iio decreto anterior, serviu de base para a divisão eleitoral do Reino em conformidade com as instrucões promulgadas por

CoZe~gZo de Legislação, tomo 38, 1821 e 1822. -Na Biblio- teca da Academia das Ciências de Lisboa.

60 (82) LOC. cit., tomo 2.0, pág. 562, e mapa respectivo.

decreto de 7 de Agosto de 1826. O mapa n.O 2, anexo a este decreto, especifica o número de fogos que era arbitrado .a cada freguesia de Lisboa e seu Termo. A freguesia de S. Bar- tolomeu do Beato foi incluída no Termo de Lisboa.

O resumo do referido mapa, pelo que respeita a Lisboa e às freguesias do Termo que fazem parte actualmente (1919) da cidade, é o seguinte (s3) :

Lisboa (39 freguesias); fogos . . . . . . 46.623 Termo de Lisboa (8 freguesias) ; fogos 3.828

1833 - Ainda se aproveitaram os mesmos números do censo de 1833, ligeiramente modificados, para a divisão de Lisboa e seu Termo sob o ponto de vista da administração judicial, pelo decreto de 25 de Outubro de 1833.

Os fogos das 40 freguesias de Lisboa (em que aparece no- vamente incluída a de S. Bartolomeu do Beato), e das fre- guesias do Termo que fazem parte actualmente (1919) da cidade de Lisboa, eram os seguintes:

Lisboa (40 freguesias) ; fogos . . . . . . 47.720 Termo de Lisboa (7 freguesias); fogos 8.913

1835 - Em 1835, o professor Joaquini José Ventura da Silva apresentou um ~ n a p p a corográphico das pa+óqztzas d e Lis- boa, e sua fiopulação, em 1835, por hum cálcttlo o viais afifiro- xi)~rado que (ao autor) foi possi7~el

(8" ) Colecção de Lcgislaçio, torno 10, 1826 a 1828. Na Biblioteca da Acadeiiiia das Cié~icias de Lisboa.

( R 4 ) Descrição Topográfica da Nobilissz~?ta C~dade de Lisboa, 1835. A solna do número de pessoas, no opíisculo do autor, está errada, ou alguma das parcelas incorrecta. t i t

Eis o extracto do seu mapa:

Lisboa (40 freguesias) ; fogos ....... Pessoas das 40 freguesias 207.410 Tropa de linha de todas

as armas que formam presentemente (1835) a

... guarnição da cidade 5.800 Freiras e diversas recolhidas 640 Misericórdia, Casa Pia e

............. hospitais 4.520 Marítimos que não têem do-

micílio certo, e se costu- mam desobrigar na Igreja denominada das Chagas

. . . . . . . . . . . . . de Jesus 800 Nas hospedarias .......... 1.300 Presos em diversas cadeias

(excepto os do Limoeiro) 280

Na obra Descriqão Geral de Lisboa em 1839, por P. P. da Câmara (1839) encontra-se uma relação das paróquias de Lis- boa, com indicação do número dos seus fogos antes do terre- moto de 1755, e dos fogos e habitantes segundo um mapa que aquele autor diz ter sido feito em O de Outubro de 1835. O extracto dessa relação deu-nos os seguintes números (re- lativos a 1835):

41 freguesias de Lisboa; fogos . . . . . . 48.805 Idem; habitantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 206.443

1837 - O edita1 da Câmara Municipal de Lisboa de 22 de .Junho de 1837, mencionando a constituição das Assembleiaç Eleitorais para a eleição dos Eleitores do Distrito, que haviam de proceder à dos Procuradores da Junta Geral Administrativa,

69 menciona os números de fogos por freguesias, ainda baseados,

conquanto com ligeiras alterações, no censo da população de 1821. Exclui novamente da cidade, e inclui no Termo, a fre- guesia de S. Bartolomeu do Beato.

O resumo do mapa do edital, atendendo, no que respeita às freguesias do Termo de Lisboa, apenas às que fazem parte hoje (1919) da área do município, é o seguinte:

Lisboa (39 freguesias) ; fogos . . . . . . . . 46.690 Termo de Lisboa (8 freguesias); fogos 3.016

0 s mesmos números de fogos por freguesias foram repro- duzidos nos editais da Câmara Municipal, de 15 de Outubro de 1888, e 12 de Junho de 1840 ("1.

184Q - Porventura em vista dos resultados do recensea- mento geral da população a que o Ministério do Reino mandou proceder em 1835, e cujo resumo foi publicado, referido ao firin- cipio do ano de 1838, como vimos, começam a aparecer novos números representativos dos fogos e da população de Lisboa.

O decreto de 28 de Dezembro de 1840, da divisão das comarcas do continente do Reino ( 8 6 ) , menciona apenas os números de fogos, e dele copiámos os das freguesias de Lisboa, e extractámos os que se referem às do Termo que hoje (1919) fazem parte da cidade de Lisboa. 0 s números de habitantes, que lhes adicionámos no quadro que segue, são extraídos do edital da Câmara Municipal de Lisboa, de 26 de Julho de 1845, a que adiante nos referimos, e que reproduz, salvo numa verba, os mesmos números de fogos que aquele decreto.

( 8 5 ) Coleqão de Editais da Câmara Mzcnicipal de Lisboa. No ar- quivo da mesma Câmara.

(sfi) Diário do Governo, n . O 309, de 30 de Dezembro de 1840. 63

Com estes elementos organisámos o seguinte quadro:

Freguesias de Lisboa

I BAIRRO DE ALFAMA 1 Santo André e Santa Marinha ................ S . Rartolomeu de Enxobregas ................

....................... Santa Cruz do Castelo Santa Engrácia .............................. Santo Estêvão de Alfama .................... S . Tiago e S . Martinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . S . Miguel de Alfama ........................ S . Salvador e S . Tomé ...................... S . Vicente ..................................

Somas ................

I BAIRRO DA MOURARIA I

Fogos

..

676 404 368

1.667 1.037

366 984 659 516 .-

6.677

1 BAIRRO DO ROCIO I I

Habitantes

2.028 1.616

804 8.335 3.111 1.217 2.952 2.000 2.064

24.127

Anjos ........................................ 1

Conceição ................................... s . Cristóvão ................................ S . Joáo da Praça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . S . Julião Santa Justa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . S . I. oiirenço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Madalena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Mártires

S . Nicolau . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . s . Paulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sacramento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sb . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

S . lorge .................................... S . José ...................................... Pena ........................................ Socorro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

.................... Somas

Somas . . . . . . . . . . . . . . . . .

-

l i B.AIRRO ALTO I I

Cora~ao cle Jesus ...... Encarnação

S . Maniede ...... MercBs ...... : . . . S . Sebastião ....

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

............................

............................ .................... Somas

700 2..259 1.035 2.100

794 6.888

2.800 7.642 3.946 5.997 2.061 .

22.446

Freguesias de Lisboa Fogos Habitantes I I BAIRRO DE SANTA CATARMA I I

BAIRRO DE BELRM I I

.............................. Santa Catarina ................................ Santa Isabel

... Santos-o-Velho .......................... : Somas ....................

.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . Nossa Senhora da Ajuda 2.145' 7.546 ....................... Santa Maria de Beldm .I 1.595 7.710

...................... Nossa Senhora da Lapa 1.546 5.738 S. Pedro em Alcântara ...................... 1.7901 6.627

.................... Somas 7.076i27.021

2.5001 12.594 4.160 20.638 2.4411 10.01'7 -- 9.1021 43.249

-

Freguesias do Termo que fazem parte actualmente (1919) da cidade de Lisboa

S. Bartolomeu da Charneca .................. Campo Grande .............................. Olivais ...................................... h e i x o e i r a .................................. Lumiar ...................................... Carnide . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Benfica .....................................

Somas .................... l- Resumo

Freguesias 1 Fogos /~at.itaiites

. . . . . . . . . . . . . . Bairro de Alfama (9 freguesias) . . . . . . . . . . . . Bairro da blouraria (5 freguesias)

. . . . . . . . . . . . . . Bairro do Rocio (12 freguesias) Bairro Alto ( 5 freguesias) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Bairro de Santa Catarina (3 freguesias) Bairro de Belém (4 freguesias)

Somas .......... Termo de Lisboa (7 freguesias) ..............

Totais ....................

5

6.677 8.195 9.098 6.888 9.102 7.076 --

24.127 30.093 35.543 22.446 43.240 27.021

47.0261 182.481 2.621 9.430 --

49.657 191.914 1 65

Os números referentes ao mesmo ano, segundo informagões prestadas pelo Presidente da Comissão de Estatística ao autor do Ensaio sobre a Topografia Médica de Lisboa, são os se- guintes: fogos de Lisboa, 44.033; habitantes, 154.861 ( ' I7) .

1841 - Têem a mesma proveniência, e encontram-se na mesma obra, os números seguintes relativos à população de Lisboa neste ano: fogos, 43.140; habitantes, 148.043 (88) .

De todas estas transcrições resalta claramente a inexactidão dos números.

1842 - 0 s números de fogos das freguesias de Lisboa e do seu Termo, que constam da lei eleitoral de 5 de Marqo de 1842 (89), são textualmente os transcritos no nosso último mapa; não faz ela referência à populaqão.

1845 - Encontra-se no Manual descritivo de Lisboa e Porto, por João Inácio Crespeninano Chianca (1845), um Edita1 da Câmara Municifial de Lisboa, de 96 de Julho de 194.5, mostrando a organização do 12." distrito administrativo, Lisboa. Esse mapa menciona o número de fogos por freguesias, de Lisboa e do Termo, não divergindo os números dos do mapa transcrito referente a 1820, senão nos fogos da freguesia dc S. Cristóvão, que são 410 no edital, originando assim nestr uma diferenqa de 99 fogos a menos. A c6pia do edital inserta no Manual tem também 3s nilmeros de habitantes das fre- qncsias ("") .

(87) I'oc. cit., pág. 562, e mapa. (88) Loc. cit., pig. 56.2, e mapa. (89) Uidrzo do Governo, n.O 59, de 10 de Março de 16-12. (90) Este edital não se encontra nas Colecções de Editais, do

66 arqiiivo da Cfimara Miinicipal de Lisboa. Como nenhum edital daqiieia

Segundo aquele Manual, em 1845, existiam:

... Em Lisboa (40 freguesias) ; fogos 46.937 ................... Idem; habitantes 182.484

No Termo (7 freguesias da actual cidade) ; fogos .................. 2.621

................... Idem; habitantes 9.430

A carta de lei eleitoral de 28 de Abril de 1845 (91) repete textualmente os mesmos números de fogos de Lisboa, do de- creto de 28 de Dezembro de 1840.

1846-1847 - 0ç editais da Câmara Municipal de Lisboa, de 26 de Junho de 1845, de 3 de Outubro de 3846 e 15 de No- vembro de 1847, conservam os mesmos números de fogos do referido decreto de 28 de Dezembro de 1840, salvas pequenas divergências, provenientes de erros de cópia ou de impres- são ( 9 2 ) .

Censo de 1864 - Do Censo no 1." de Janeiro de 1864 extractámos para aqui os números de fogos e da população de facto da cidade de Lisboa, e das freguesias pertencentes então aos concelhos de Belém e dos Olivais (93), e que hoje (1919) fazem parte do Município de Lisboa.

época mencione mais do que os números de fogos das freguesias, presu- mirnos que a população indicada no Manual foi obtida directamente pelo autor, do coronel Franzini, ou na Comissão de Estatistica e Ca- dastro do Reino, a fim de completar a noticia sobre a população da capital e do seu Termo.

(91) Diúrio do Governo, n.08 104 a 108, de 5 a 9 de Maio de 1845. (92) Colecção de Editais d a Câmara Municipal de Lisboa. No ar-

quivo da dita Câmara. ("3) Estes dois concelhos tinham mais freguesias. 67

I I I Pessoas

Freguesias Ambos 1 Varões Fineas 1 os ' sexos

BAIRRO DE ALCÂNTARP

Alcântara (intra-muros) ...... Lapa ....................... Santa Catarina .............. Santa Isabel (intra-miiros) .... Santos-o-Velho . . . . . . . . . . . . . . S . Paiilo ....................

Somas . . . . . . . . . .

BAIRRO DE ALFAMA

Anjos ...................... S . Jorge (intra-muros) . . . . . . Castelo ..................... Santa Engrácia ..............

................ Santo AndrB

................ S . Cristóvão . . . . . . . . . . . . . . Santo Estêvão

. . . . . . . . . . . . . S João da Praça . . . . . . . . . . . . . . . . . S Lourenço

S . Miguel .................. S . Tiago .................... S . Vicente . . . . . . . . . . . . . . . . . . Socorro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Somas ..........

Coração cte Jesiis . . . . . . . . . . . . Encarnação ................. MercBs ...................... Pena ....................... Sacramento .................. S . Mamede ................. S . Sebastião da Pedreira (intra-

-muros) ................... Somas ..........

798 2.117 2.310 1.876 1.186 1.331

433 10.051

1.199 3.599 3.487 3.236 2.224 2.867

954 ---- 17.166 ----

1.598 4.646 4.302 3.1j26 1.956 2.555

885 19.768

2.797 8.245 7.789 7.162 4.180 4.922

1.839 36.934

Freguesias

1 BAIRRO DO ROCIO

I- ' " ' -

Pessoas

A mboa

Ajuda ...................... AIcAntara (extra-muros) .... Belérn ...................... Beniica ..................... Çarnide .................... Santa Isabel (extra-muros) ... S. Sebastião da Pedreira (extra.

-111uros) .... ; ............. --I- -[__ _-

Somas .......... 6.UY2 13.328 11.6iUh 2-f.99S 1-1-1-1- CONÇELtIO DOS OLIVAIS

hmcixmira .................. Beato ....................... Campo Grande .............. Charneca ................... Lumiar ..................... Olivais ..................... Arroia(erha-muros) ........ 1 118 234 249 533 - - - - . - .

Somas .......... 2.247 4912 3376

Resumo

I I Pessoas

Freguesias dos bairros e concelhos

Bairro de AlcLntara, 6 freguesias Bairro de Alfama, 13 freguesias . . Bairro Alto, 7 freguesias ........ Bairro do Rocio, 8 freguesias ....

Somas ............

Censo de 1878 - Do Censo no 1." de Janeiro de 1878 ex- tractámos para o mapa seguinte os números de fogos e da população de facto de Lisboa e das freguesias dos concelhos de Belém e Olivais, que hoje (1911) estão encorporadas no Município de Lisboa.

Belém, 4 freguesias .............. 6.022 ULiuair. 6 heguerias ............ 1 2.241

somas ............ 8.269 Totais ............ 50.449

I I Pessoas - 13'reguesias de Lisboa iiitra-muros Fogos Ambos

13.3281 11.670 4.912 3.976 FII~FIL 18.240 15.646

98.423 99.226

A n j o s (Nossa Senhora dos Anjos) .................... 2.825 4.910 5.661 10.571

Pena (Nossa Senhora da Pena) 2.063 3.925 4.546 8.471 Santa Cruz do Castelo (Santa

..................... Cruz) 463 1.850 727 2.577 Santa Engrácia (Santa En-

grácia) ................... 2.703 5.102 5.185 10.487 ---- A transportar .... 8.054 15.987 16.1191 32.106

24.198 8.888

1x886 197.649

I I Pessoas

Freguesias de Lisboa intra-muros

BAIRRO CENTRAL I I I 1

Çanto André (Graça) (Santo ... André e Santa Marinha)

Santo Estêvão (Santo Estêvão) S. Cristóvão (S. Cristóvão) . . S. João da Praça (S. João da

................... Praça) S. Jorge de Arroios (intra-

........ -muros) (S. Jorge) ... S. Lourenço (S. Lourenqo)

S. Miguel (S. Miguel) ...... S. Tiago (S. Tiago e S. Mar-

tinho) .................... S. Vicente (S. Vicente, S. Sal-

........ vador e S. Tomé) Sé (Santa Mana Maior) ...... Socorro (Nossa Sehora do So-

corro) .................... Somas ..........

CunceiGo Nova (Nossa Se- nhora da Conceição) ......

Coração de Jesus (Santíssimc Coração de Jesus) ........

Encamago (Nossa Senhora da Encamação) :. ............

Madalena (Santa Maria Mada- lena) ......................

Mártires (Nossa Senhora dos Mártires) .................

-- I - I".'

...... Transporte 8.054 15.987 16.119 32.106 i l l l

Fogos

VarÓes Fêmeas 0s

711 1.121

435

544

439 659 777

509

1.478 636

2.024 17.387

sacramentb (Santissimo Sacra- mento) ................... 1 9831 2.3211 2.1811 4.502

Santa Justa (Santa Justa e

1.796 2.023

819

1.059

856 1.160 1.527

1.523

2.776 1.661

3.480 34.667

Rufina) ................... S. J O S ~ (S. josé) ............ S. Julião (S. Julião) ........ S. Nicolau (S. Nicolau) ...... S. Sebastião da Pedreira (intra-

-muros) (S.Sebastião) .... Somas ..........

1.603 2.056

885

1.056

876 1.02'2 1.258

1.001

2.689 1.41

4.052 34.058 ----

3.399 4.079 1.704

2.115

1.732 2.182 2.785

2.52-1:

5.465 3.102

7.532 68.725

1.272 2.048

469 911

529 10.982

2,875 4.275 1.081 2.087

1.069 ---- 24.542 ----

2.536 3.323 1.371 1.509

1.150 21.267

5.411 7.598 2.452 3.596

2.219 45.809

Pessoas

Fogos Ambos Freguesias de Lisboa intra-muros

I BAIRRO OCIDENTAL. /

tires, ~eríssimò, Máxima Júiia) ..................

S. Mamede (S. Mamede) . . S. Paulo (S. Paulo) ......

........ Somas

27

28 29

30

31

32

Mcântara (intra-muros) S. Pe- dro) ......................

Lapa (Nossa Senhora da Lapa) Mercês (Nossa Senhora das

Mercês) .................. S a n t a Catarina (Paulistas)

(Santa Catarina) .......... S a n t a Isabel (intra-muros)

(Santa Isabel) ............ Santos-o-Velho (Santos M k

I CONCELHO DE BELEM I ! I !

I

Freguesias extra-muros que fazem parte actualmente (1911)

do Município de Lisboa

A j u d a ( N o s s a Senhora da Ajuda) ...................

A 1 c â n t a r a (extra-muros) (S. Pedro) ...............

Belém (Santa Maria de Belém) Benfica (Nossa Senhora do Am-

. pa~o) ..................... Camide (S. Louren~o) ...... S a n t a I s a b e l (extra-muros) ............ (Santa Isabel) S. Sebastião da Pedreira (ex-

tra-muros) (S. Sebastião) . . Somas ..........

Fogos

Pessoas

sexos

I CONCELHO DOS 0LIV.AIS i i i I Freguesias extra-muros que

fazem parte actualmente (1911) do Município de Lisboa

Bairro Oriental, 15 freguesias . . . . Bairro Central, 11 freguesias .... Bairro Ocidental, 8 freguesias ....

Somas ............

Fogos

39

40 41

42 43 44

-

BelBm. 4 freguesias .............. Olivais, 6 freguesias ............

- Somas ............

- Totais ............

Pessoas

Ambos Varbes 1 Fimeas 1 0s

sexos

1885 - A divisão dos bairros e paróquias civis de Lisboa, que foi decretada em 17 de Setembro de 1885, dá para a população dos 4 bairros em que a cidade se dividia, 243.010 pessoas ( 9 4 ) .

Ameixoeira (Nossa Senhora da .............. EncarnaGo)

Beato António (S. Bartolomeu) Campo Grande (Santos Reis

Magos) ................... Charneca (S. Bartolomeu) .... Lumiar (S. João Baptista) ... Olivais (Santa Mana dos Oli-

vais) ..................... S. Jorge de Arroios (extra-

-muros) (S. Jorge) ........ Somas ..........

( 9 4 ) Colecção Oficial da Legislação Portuguesa, ano de 1885. 73

Resumo

53 659

823 195 378

681

189 - ... - .- 2.478

Freguesias dos bairros e concelhos

118 1.993

665 494 896

1.941

451 - -

6.558

F~~~~

Pessoas

r Amhos Yaróes I F h n s I 0 s

sexos

92 1.492

721 357 681

1.467

392 - 5.202

210 3.485

1.386 851

1.577

3.408

843 - 11.760

1886 - A nova divisão dos bairros e paróquias civis de Lisboa decretada em 23 de Dezembro de 1886, indica para a população dos 4 bairros, 242.297 pessoas (95 ) . Os números parcelares da.população das freguesias deste decreto não con- dizem com os do decreto de 1885, e nenhuns deles com os do último censo oficial então publicado.

Censo de 1890 - Do 1." volume do Censo da Pofiulação do Reino de Portugal no 1 . O de Dezembro de 1890, extractámos os números de fogos e população de facto relativos à cidade de Lisboa naquela data.

Neste censo figuram as freguesias de Sacavém (intra- -muros) e de Camarate, que actualmente (1911) não fazem parte da cidade.

Freguesias

1.0 BAIRRO

Anjos ...................... 3.614 7.006 Beato António .............. 1.452 3.590 Olivais ...................... 1.166 3.042 Sacavém (intra-muros) ...... 349 884 Santa Cruz do Castelo ...... 508 1.658

.............. Santa Engrácia 3.571 7.955 ........ Santo André (Grap) 761 1.697

Santo Estêvão .............. 1.346 2.565 ... S. Cristóvão e S. Lourenço 1.075 2.211

S. Miguel .................. 821 1.843 S. Tiago .................... 489 1.650 S. Vicente .................. 1.595 3.581

...... Sé e S. João da Praça 1.443 3.187 'Socorro .....................

Somas .......... 20.359 45.570

Fogos

( 9 5 ) Colecção. Oficial da LegislaçZo Portuguesa, ano de 1886. - 74 Veja-se também o decreto de 3 de Dezembro de 1886.

Pessoas

Ambos

Freguesias

1 2 . O BAIRRO

Conceição Nova ............. ................. Encamação

Madalena .................... Mártires .................... Pena ....................... Sacramento ................. Santa Justa ................

.......... . S Jorge de Arroios S . JosC ..................... S . Julião ................... S . Nicolau ..................

Somas ..........

3 . O BAIRRO

Airieixoeira ................. Benfica (intra-muros) ........ Caniarate ................... Campo Grande .............. Camide ..................... Charneca .................... Coração de Jesus ............ Lumiar ..................... mercês ...................... Santa Catarina (Paulistas) .... S . Mamede .................. S . Paulo .................... S . Sebastião da Pedreira ....

Somas ..........

I 4 . O BAIRRO I hj uda ...................... Alcântara . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Belém ...................... Lapa ....................... Santa Isabel ................ Santos-o-Velho ..............

.......... Somas

i I Pessoas 1 1 1 ".

Varóes Fêmeas os

Resumo

I I Pessoas

Bairros

Censo de 1900 - 0 s números de fogos e da população de facto da cidade de Lisboa, no dia 1 de Dezembro de 1900, extraídos do recensamento geral da população do Continente do reino e ilhas adjacentes, a que se procedeu nessa data, são os seguintes:

Fogos

1.0 Bairro, 13 freguesias ........ 2.0 Bairro, 11 freguesias ........ 3.0 Bairro, 13 freguesias ........ 4.0 Bairro, 6 freguesias ........

Totais ............

Freguesias

I I I I

Pessoas

20.359 13.736 13.489 20.039

1 .o BAIRRO I Anjos .......................

............... Beato António ..................... Olivais

Santa Cruz do Castelo ...... Santa Engrácia .............. Santo André (Graça) ........

.............. Santo Estêvão S. Cristóvão e S. Lourenço .... S. Miguel .................. S. Tiago .................... S. Vicente ..................

...... Sé e S. João da Praça Socorro .....................

.......... somas 1-

67.623 152.297 148.909 301r"06

45.570 29.176 30.868 46.688

41.730 32.088 30.545 44.546

87.300 61.264 61.408 91.234

Freguesias

2.0 BAIRRO

Conceição Nova ............. Encarnação .................. Madalena ................... Mártires .................... Pena .......................

. . . . . . . . . . . . . . . . . Sacramento Santa Justa ................. S . Jorge de Arroios . . . . . . . . . . S . José ..................... S . Julião ................... S . Nicolau ..................

Somas ..........

3.0 RAIRRO I Ameixoeira .................. B~nfica (intra-muros) ....... Campo Grande .............. Carnide .................... Charneca .................... Coração de Jesus . . . . . . . . . . . . Lumiar ..................... Mercês ......................

... Santa Catarina (Paulistas) .................. S . Mamede

..................... . S Paulo ..... S . Sebastião da Pedreira

Somas ..........

4.0 RAIRRO I Ajuda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Alcântara ................... Relém ...................... Lapa .......................

................ Santa Isabel . . . . . . . . . . . . . . Santos-o-Velho

Somas ..........

Fogos

Pessoas

...

Vadrs / Fineas 1 Total '

Resumo

Fogos

Censo de 1911 - No Censo da População da Cidade de Lisboa. Desenvolvimento relativo ao ano de 1911, publicado rm 1918 pela Direcção Geral de Estatística, acham-se rectifi- cados os números de fogos e de pessoas da cidade de Lisboa que constam do primeiro apiiramento, publicado na parte do Censo da População de Portugal no 1." de Dezembro de 1911, e além disso contém muitos mais dados estatísticos inte- ressantes acerca da população da capital na referida data, e que poderão ser consultados por quem tiver de estudar outros

Pessoas '

Var6es / Flmeas I ToiaI '

1: Bairro. 13 freguesias . . . . . . . . 23.014 52.8201 51.393 2.O Bairro, 11 freguesias 15.789 34.593 37.452

4.O Bairro, G freguesias

' I 3.0 Bairro. 12 freguesias : : : : : : : : 1 14.684 33.561 35.887 24.3181 54.013 56.290

aspectos dos habitantes ou da populaqão de Lisboa. 0 s fogos e a população de facto da cidade, segundo este

censo rectificado, eram, no dia 1 de Dezembro de 1911, os

104.213 73.045 69.448

110.303

qiic constam do mapa seguinte:

Totais . . . . : : : : : : : : I ~ 5 1 m - ã 1 -

Pessoas

I Ambos '

- 1- 1-1-

Freguesias

I 1 .o BAIRRO I I I I

Fogos

I I

78 ' 1 Olivais (Santi Maria) . . . . . . / ---- 1.9351 5.3051 4.3381 9.643 A transportar . . . . j 11.527 26.987 27.790 54.777

1

1

A n j o s (Nossa Senhora dos Anjos) .................... 6.108 12.475 15.537 28.012

Beato nntbnio rs. ~ a r t o ~ o m e u i I 3.431 9.201 7.91. 17.122

Pessoas

Freguesias Fogos 1 ' I Ambos 1 Viróes I F h e a s 1 os sexos

-- I 1 I I

Transportes ...... 1 11.671 26.9871 27.7901 54.777

Santa Cruz do Castelo (Santa Cruz) ....................

Santa Engrácia (Santa En- grácia) ...................

Santo André (Graça) (Santc André) ...................

Santo Estèvão (Santo Estêvão) S. CristOvão e S. Lourençc

(S. Cristóvão) ............ ....... S. Miguel [S. Miguel)

........ S. Tiago (S. Tiago) ...... S. Vicente (S. Vicente)

Sé e S. João da P r a p (Santa .............. Mana Maior)

Socorro (Nossa Senhora do So- carro) ....................

Somas ..........

2.0 BAIRRO 1 1 1 1 Conceição Nova (Nossa Senhora

da Conceição) ............ Encarnação (Nossa Senhora da

.............. Encarnaçáo) Madalena (Santa Maria Mada-

lena) ..................... Mártires (Senhora dos Mártires)

.... Pena (Senhora da Pena) Sacramento (Santíssimo Sacra-

mento) ...................

3.0 BAIRRO I I

Santa Justa (Santa Justa e Ru- fina) .....................

S. Jorge de Arroios (S. Jorge) ............ S. José (S. JosC)

........ S. Julião (S. Julião) . . . . . . S. Nicolau (S. Nicolau) -

Somas ......... .I

228 531 3.025 5.686

-16.217 79

25 1 Arneiioeira (Senhora da En- .................. camaqão) l<i. 303

26 Benfica (Senhora dc Amparo) 1.332 2.661 A transportar ... - 1 1 . 4 3 5 1 7 4

I 1 4 .o BAIRRO I 1 1

Pessoas

Freguesias Fogos / Ambos

--

Resumo

1 FLmeai os sexos

... Ajuda (Senhora da Ajuda) ' 3.261 Alcântara (S. Pedro) ........ 5.723

........ Belém(SantaMaria) 2.937 Lapa (Senhora da Lapa) .... 2.871 Santa Isabel (Santa Isabel) . . 9.432 Santos-o-Velho (Santos Már-

tires, Veríssimo, Máxima e .................... Júlia) 4.561

Somas .......... 28.811

Bairros

I pessoas

' I I--

7.213 12.978

7.6691 5.861

19.794

10.188 63.703

Fogos

I Varóes ' Iitmeas 1 *;SoS ( sexos --

Transporte ...... Campo Grande (Santos Reis

................... Magos) ...... Carnide(S.Lourenço)

.... Charneca (S. Bartolomeu) Coração de Jesus (Santíssimo

Coração de Jesus) ........ Lumiar (S. João Baptista) ... Mercks (Senhora das Mercés) S a n t a Catarina (Paulistas)

.......... (Santacatarina) .... S. Mamede (S. Mamede)

........ S. Paulo (S. Paulo) S. Sebastião da Pedreira (S. Se-

.................. bastião) .......... Somas

1 .O Rninii. 13 fregiiesirs . . . . . . . . I 27.451; 64.835 64.368: 129.206 2.O Bairro, I 1 freguesias . . . . . . . . 3:l Bairro, 12 frrgiiçsias . . . . . . . . I

4 . O Bairro, G freguesias ........ Totais ...........

80

I

6.927 13.392 6.750 7.383

21.857

11.607 ---- 67.916

14.140 26.370 14.419 13.244 41.651

21.795 131.619

6.217

3.364. 1.483 1.264

12.321 2.840

12.726

12.727 8.650 7.726

22.578 - 91.906

1.433

632 316 279

2.582 606

3.011

2.783 1.943 1.445

8.675 19.607

2.964

1.655 792 677

4.836 1.465 5.798

5.959 3.841 3.709

10.337 - -

43.033

3.253

1.709 691 587

7.485 1.375 6.998

6.768 4.818 4.017

12.241 - 49.872

A fim de se poderem apreender em um relance, as prin- cipais apreciações ou cômputos que se têem feito do número de fogos e de habitantes da região territonal que se tem consi- derado cidade de Lisboa, excluindo o seu Termo, em diferentes épocas, elaborámos o mapa seguinte, extractado do texto do presente trabalho, com os números aproximados ou inexactos que têem sido atribuídos àqueles elementos estatísticos, mas desacompanhados aqui de quaisquer oõservações que nas al- turas competentes se podem encontrar.

Mapa do número de fogos e de habitantes da cidade de Lisboa em diferentes épocas

Anos

1417 1527 1551 1620 1712

Autores ou fontes da informaçáo

J. J. Soares de Barros ...... Hennque da Mota .......... C. R. de Oliveira ........... Fr. Nicolau de Oliveira ...... P.e A. Carvalho da Costa ....

.A

.A .9 g 2 E w .3 0: 2;

-3

- - 24 35 36

Fogos

- 13.010 10.013 26.563 26.866

Antes

i ......

41

P.0 J. B: de Castro.. Depois de

1755 de 1 41

Habitantes

63.750 -

98.131 113.266 90.448

32.701

15.041

33.764 38.102

44.057 45.610 46.933 47.868

47.036 46.93'7 42.180

1780

1790 1801

1820 1821 1835 1840

1845 1864

108.850

41.765

135.904 -

237.000 210.C 00 217.300 220.730

- 182.484 163.763

Plano da divisão, de 22 de Ja- neiro de 1780 ............

Almanaque Português, 1825 . . Decreto de 31 de Outubro de

1620 ...................... Almariaque Português, 1826 ... Decreto de 17 de Julho de 1822 J. J. Ventura da Silva ...... Decreto de 28 de Dezembro de

1840 ...................... J. I. Crespiniano Chianca .... Censo oficial ................

40 40

40 41 40 40

38 4C) 34

Mapa comparativo da população da cidade de Lisboa, na área que actualmente (1919) ocupa, e da população da parte continental

de Portugal, desde o princípio do século XIX

Anos

Habitantes

187.404 301.206 356.009 434.436

Populaçáo de

Lisboa

Fogos

---

45.749 67.6'23 77.805 92.986

(a) 237.000 (a) 217.900

191.914 197.649 227.674

(e) 298.903 356.009 43 4.436

V> O

8 '2

z 5 ICI

34 44 42 &

Anos

1878 1890 1900 1911

Populaçáo de Portugal continental

Autores ou fontes da informaçáo

................ Censo oficial

................ Censo oficial

................ Censo oficial Censo oficial ................

(b) 2.931.930 (c) 3.013.900

, (d) 3.396.972 I ( f ) 3.829.618

(pI 4.160.315 ( f ) 4.713.319 ( f l 5.039.744

1 (fl 5.547.708

Relaçáo da população

de Lisboa para a de Portugal

(a) Populaçáo das 40 freguesias da cidade de Lisboa, excluindo as do Termo ( b ) Mapa anexo à carta de lei de 17 de Julho de 18'22. (c) Almanaque Portccgués, ano de 18X, pág. 5. ( d ) Refere-se ao ano de 1841. -Diário do Gover~zo, n." 160. de 19 dc Julho da 1844. (e) Euclui-se a parte da fregiiesia de Saczvém (intra-nioms), e a de Camarate, que

entao pertcnciam à cidade. (f ) Censos oficiais.

Por este quadro se vê a descentralizaqão que se fez da população de Lisboa até aos meados do século XIX, e a nova concentra~ão que desde então se foi, e continua fazendo: da populacão de Portugal em Lisboa.

Pela lei que se deduz do mapa anterior se infere que no presente ano de 1919 cerca de a décima parte da populaqão de Portugal continental se deve achar concentrada no terri-

82 tório que constitui a cidade de Lisboa.

Mapa do número de fogos e do número de pessoas de cada fogo da cidade de Lisboa, na área que actuaimente (1911) ocupa, segundo

os censos desde o princípio do século XIX

Anos

Númeto médio

de pessoas em cada fogo

Niimero de fogos

(a) 44.057 (a) 46.933

49,657

População de Lisboa

(a) 237.000 (aj 217.900

191.914 197.649 227.674

(b) 299.903 356.009 434.436

I

(a) Refere-se às 40 fregnesias de Lisboa, excluindo as do Termo. ( b ) Excliii-se a parte da freguesia de Sacavém (intra-muros), e a de Cammte. que

então pertenciam à cidade de Lisboa.

O número de pessoas de cada fogo é superior à média de todo o país, em que esta era 4,21. em 1911. Isto é indício das más condições económicas em que se encontra a sociedade lisboeta, e que tendem a agravar-se sucessivamente.