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Página 1 Escola EB 2,3/S de Mora Ano Lectivo 2009/2010 BIOLOGIA E GEOLOGIA 10º ANO PEGADA ECOLÓGICA Cada ser vivo necessita de uma quantidade mínima de espaço natural produtivo para sobreviver. Os humanos, neste e noutros aspectos, são semelhantes às outras espécies. Na verdade, a nossa sobrevivência depende da existência de alimentos, de uma fonte constante de energia, da capacidade de os vários resíduos que produzimos serem absorvidos e, assim, deixarem de constituir uma ameaça, bem como da disponibilidade de matérias-primas para os processos produtivos. Contudo, o consumo tem aumentado significativamente, bem como a população mundial, pelo que o espaço físico terrestre pode não ser suficiente para nos sustentar. Para assegurar a existência das condições favoráveis à vida que ainda hoje existem teremos que viver de acordo com a capacidade de carga do planeta, ou seja, de acordo com o que a Terra pode fornecer e não com o que gostaríamos que fornecesse... Avaliar até que ponto o nosso impacto já ultrapassou o limite é, portanto, essencial, pois só assim somos capazes avaliar se vivemos de forma sustentável. Isto não significa, claro, que se possa consumir e gastar mais ainda há capacidade disponível: pelo contrário, se queremos deixar espaço para as outras espécies e para os habitantes futuros, há que lhes reservar o máximo de espaço. Em todo o caso a taxa de consumo de “capital natural” já é superior à sua taxa de reposição, pelo que não há qualquer desculpa para continuar com práticas agressivas do ambiente. E foi assim que nasceu o conceito de “Pegada Ecológica”. Criada por William Rees e Mathis Wackernagel (que se basearam no conceito de “capacidade de carga” e noutros como o “emergy” e o “MIPS”), a Pegada Ecológica permite calcular a área de terreno produtivo necessária para sustentar o nosso estilo de vida, onde se inclui a cidade e a casa onde moramos, os móveis que temos, as roupas que usamos, o transporte que utilizamos, o que comemos, o que fazemos nas horas de lazer, os produtos que compramos, entre outros. A Pegada Ecológica não procura ser uma medida exacta mas sim uma estimativa do impacto que o nosso estilo de vida tem sobre o Planeta, permitindo avaliar até que ponto a nossa forma de viver está de acordo com a sua capacidade de disponibilizar e renovar os seus recursos naturais, assim como absorver os resíduos e os poluentes que geramos ao longo do anos. No conceito de Pegada Ecológica está implícita a ideia de que dividimos o espaço com outros seres vivos e um compromisso geracional, isto é, “capacidade de uma geração transmitir à outra um planeta com tantos recursos como os que encontrou” (Relatório Brundtland). Como se calcula a Pegada Ecológica? A Pegada Ecológica é pois um indicador que procura avaliar a sustentabilidade dos territórios, comparando a utilização dos serviços e recursos naturais com a capacidade que a Natureza tem para efectuar a sua reposição. Por outras palavras, traduz em hectares (ha) a área em média que um cidadão ou sociedade necessitam para suportar as suas exigências diárias. O cálculo tem por base diferentes categorias de consumo, como sejam a alimentação, a casa, os transportes, os bens de consumo, a energia, a água, entre outros.

BioGeo10 Ficha de Trabalho 8 - Pegada Ecologica

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Situação-problema. Para perceber até que ponto deixamos um impacto no planeta. Para download ou impressão, consultar www.biogeolearning.com. For download or printing please check www.biogeolearning.com.

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Escola EB 2,3/S de Mora Ano Lectivo 2009/2010 BIOLOGIA E GEOLOGIA – 10º ANO

PEGADA ECOLÓGICA

Cada ser vivo necessita de uma quantidade mínima de espaço natural produtivo para sobreviver. Os

humanos, neste e noutros aspectos, são semelhantes às outras espécies. Na verdade, a nossa sobrevivência

depende da existência de alimentos, de uma fonte constante de energia, da capacidade de os vários resíduos

que produzimos serem absorvidos e, assim, deixarem de constituir uma ameaça, bem como da disponibilidade

de matérias-primas para os processos produtivos. Contudo, o consumo tem aumentado significativamente, bem

como a população mundial, pelo que o espaço físico terrestre pode não ser suficiente para nos sustentar. Para

assegurar a existência das condições favoráveis à vida que ainda hoje existem teremos que viver de acordo com

a capacidade de carga do planeta, ou seja, de acordo com o que a Terra pode fornecer e não com o que

gostaríamos que fornecesse...

Avaliar até que ponto o nosso impacto já ultrapassou o limite é, portanto, essencial, pois só assim somos

capazes avaliar se vivemos de forma sustentável. Isto não significa, claro, que se possa consumir e gastar mais

ainda há capacidade disponível: pelo contrário, se queremos deixar espaço para as outras espécies e para os

habitantes futuros, há que lhes reservar o máximo de espaço. Em todo o caso a taxa de consumo de “capital

natural” já é superior à sua taxa de reposição, pelo que não há qualquer desculpa para continuar com práticas

agressivas do ambiente.

E foi assim que nasceu o conceito de “Pegada Ecológica”. Criada

por William Rees e Mathis Wackernagel (que se basearam no conceito de

“capacidade de carga” e noutros como o “emergy” e o “MIPS”), a Pegada

Ecológica permite calcular a área de terreno produtivo necessária para

sustentar o nosso estilo de vida, onde se inclui a cidade e a casa onde

moramos, os móveis que temos, as roupas que usamos, o transporte que

utilizamos, o que comemos, o que fazemos nas horas de lazer, os produtos

que compramos, entre outros.

A Pegada Ecológica não procura ser uma medida exacta mas sim uma estimativa do impacto que o

nosso estilo de vida tem sobre o Planeta, permitindo avaliar até que ponto a nossa forma de viver está de acordo

com a sua capacidade de disponibilizar e renovar os seus recursos naturais, assim como absorver os resíduos e os

poluentes que geramos ao longo do anos.

No conceito de Pegada Ecológica está implícita a ideia de que dividimos o espaço com outros seres vivos

e um compromisso geracional, isto é, “capacidade de uma geração transmitir à outra um planeta com tantos

recursos como os que encontrou” (Relatório Brundtland).

Como se calcula a Pegada Ecológica?

A Pegada Ecológica é pois um indicador que procura avaliar a

sustentabilidade dos territórios, comparando a utilização dos serviços e

recursos naturais com a capacidade que a Natureza tem para efectuar a

sua reposição. Por outras palavras, traduz em hectares (ha) a área em

média que um cidadão ou sociedade necessitam para suportar as suas

exigências diárias.

O cálculo tem por base diferentes categorias de consumo, como

sejam a alimentação, a casa, os transportes, os bens de consumo, a

energia, a água, entre outros.

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Este consumo é convertido em área bioprodutiva, segundo várias parcelas de terreno (terra e mar)

necessárias para produzir/repor os recursos utilizados e assimilar os resíduos e os poluentes produzidos por

uma dada unidade de população.

A conversão dos consumos em áreas bioprodutivas recorre a uma tabela específica segundo a seguinte tipologia:

Área de energia fóssil – Corresponde a uma área virtualmente necessária para absorver as

emissões de CO2 resultantes da queima de combustíveis fósseis.

Área arável – superfície em que o Homem desenvolve actividades agrícolas, retirando produtos

como alimentos, fibras, azeite, entre outras, para suprir as suas necessidade alimentícias.

Área de pastagem - Área dedicada a pastos, de onde se obtêm determinados produtos animais

como carne, leite, pele e lã.

Área de bosques - superfície ocupada pelos bosques, de onde advêm principalmente produtos

derivados da madeira, utilizados na produção de bens, e também combustíveis como a lenha.

Área de mar – A superfície marinha biologicamente produtiva aproveitada pelo Homem para

obter pescado e marisco.

No cálculo tradicional da Pegada Ecológica normalmente não são contabilizados os serviços prestados

pela biodiversidade, a perda de bio-capacidade resultante da emissão de resíduos sólidos, líquidos e gasosos,

para além do CO2, ou a sobre-exploração ecológica por parte da economia humana e os seus significativos

impactos na biodiversidade. Todavia, e dado que a contabilização dos impactos das actividades do Homem sobre

a biodiversidade é de uma enorme complexidade e é muito controversa no âmbito da metodologia aplicável,

considera-se que a porção mínima de área necessária para a manutenção dos serviços vitais prestados pelos

ecossistemas deve ser contabilizada no cálculo da Pegada Ecológica de um país através da subtracção de 12% à

área bioprodutiva desse mesmo país.

Como tem vindo a evoluir a nossa pegada ecológica?

A Pegada Ecológica é, basicamente, o espaço que cada habitante da Terra tem para poder usar de modo

a sustentar o seu estilo de vida.

Já analisámos nas aulas alguns documentos onde se verificou que a população da Terra tem vindo a

aumentar de forma exponencial. Contudo, a área da Terra tem sido sempre a mesma. Por isso mesmo, o espaço

médio disponível por habitante tem vindo a diminuir ao longo do tempo:

em 1900 era de 5,6 hectares / habitante

em 1950 era de 3 hectares / habitante

em 2000 era de 1,8 hectares / habitante

e cada vez diminui mais, à medida que a

população cresce…

Em Portugal, em 1996, a nossa pegada ecológica era de

5,1 hectares por pessoa.

Isto significa que se toda a população mundial tivesse

padrões de consumo semelhantes aos dos portugueses, seriam

necessárias 2,5 Terras para assegurar a nossa sustentabilidade!!!

Proposta de trabalho:

1 – Calcula a tua pegada ecológica com base no questionário que se segue

2 – Procura algumas medidas que podes adoptar para reduzir a tua pegada ecológica