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BIOPLÁSTICOS NANOESTRUTURADOS DE AMIDO DE MILHO E ARGILAS Natália Ferreira de Magalhães Dissertação em Ciência e Tecnologia de Polímeros, submetida ao Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências MSc, em Ciência e Tecnologia de Polímeros, sob orientação da Professora Cristina Tristão de Andrade. Rio de Janeiro 2008

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BIOPLÁSTICOS NANOESTRUTURADOS DE AMIDO DE MILHO E ARGILAS

Natália Ferreira de Magalhães

Dissertação em Ciência e Tecnologia de Polímeros, submetida ao Instituto de

Macromoléculas Professora Eloisa Mano da Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em

Ciências MSc, em Ciência e Tecnologia de Polímeros, sob orientação da Professora

Cristina Tristão de Andrade.

Rio de Janeiro

2008

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Dissertação de Mestrado:

Bioplásticos nanoestruturados de amido de milho e argilas

Autor: Natália Ferreira de Magalhães

Orientador: Cristina Tristão de Andrade

Data da defesa: 19 de fevereiro de 2008

Aprovada por:

Professora Cristina Tristão de Andrade, DSc Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano – IMA / UFRJ

Orientadora/Presidente da Banca Examinadora

Professor Luis Cláudio Mendes, DSc

Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano – IMA / UFRJ

Professor Helson Moreira da Costa, DSc

Campus Regional Instituto Politécnico, Universidade do Estado do Rio

de Janeiro

Doutor Carlos Wanderlei Piler de Carvalho, PhD

Embrapa Agroindústria de Alimentos

Rio de Janeiro

2008

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FICHA CATALOGRÁFICA

Magalhães, Natália Ferreira de.

Bioplásticos nanoestruturados de amido de milho e argilas / Natália

Ferreira de Magalhães. – Rio de Janeiro, 2008. xxxv, 212 f.: il.

Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Polímeros) –

Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano – IMA, 2008.

Orientador: Cristina Tristão de Andrade. 1. Amido. 2. Amido termoplástico. 3. Argilas. 4. Montmorilonita. 5.

Nanocompósito amido/argila. 6. Polímeros hidrossolúveis. 7. Polímeros. I. Andrade, Cristina Tristão (Orient.). II. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano. III. Título.

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Esta Dissertação de Mestrado foi desenvolvida nos

Laboratórios do Instituto de Macromoléculas Professora

Eloisa Mano (IMA) da Universidade Federal do Rio

Janeiro (UFRJ), com apoio do Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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CRÉDITOS

Agradeço ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(CNPq) pelo apoio financeiro.

Agradeço a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) pelo apoio dado

ao subprojeto "Uso de Glicerol em Bioplásticos Nanoestruturados - BIOPLAST",

Encomenda Transversal FINEP/ 01.06.1208.00 – Ref. 3733/06.

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Agradeço a Deus por ter me mostrado o caminho,

ter me acompanhado sempre, ter me protegido

e ter me abençoado.

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vii

Dedico este trabalho ao meu pai Salomão e a minha

mãe Nininha por estar ao meu lado sempre, apoiando,

compreendendo e ajudando.

“Mais uma Vitória nossa!

Meu muito obrigada!”

Agradeço aos meus irmãos Anderson, Ana Paula e

Ana Beatriz pelo carinho, amor, amizade e incentivo.

“Pequenininhos, valeu!”

Agradeço ao meu noivo Otavio, que sempre esteve

presente em todos os momentos desta caminhada, e

que tanto contribuiu para o alcance da vitória.

“Tata, obrigada por tudo”

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viii

AGRADECIMENTOS

• À professora Dr. Cristina Tristão de Andrade pela amizade e paciência, por toda

dedicação e disposição em ajudar, me orientando neste trabalho. Obrigado pelos

ensinamentos!

• Aos professores do IMA, que se tornaram amigo e que contribuíram para meu

crescimento profissional;

• À minha cunhada Fafa pela colaboração, apoio e incentivo, ao meu cunhado

Felipe pela amizade, a família Ferreira, Carvalho e Magalhães que mesmo

distante sempre torceram por mim e a família Ganga e Costa que foram nesses

anos minha família, amigos, pai, mãe;

• À todos os amigos de laboratório: Gisela Kloc, Carlos Ivan Ribeiro, Márcia Silva,

Bianca Barreto, Felipe, Regina, Érica, Fernanda, Iana, Thiago, Leandro, Elaine,

Patrícia, Diego e Amanda que compartilharam comigo os momentos de angústia

e felicidades para a conclusão deste trabalho.

• Aos funcionários: Arceu, Victor Pita, Jairo, Léa Lopes, Márcia Benzi, Maria das

Graças, Valdeci, Valquíria, Tânia, Gloria, Eduardo Mendez, Sr. Wilson e todos

aqueles sempre se mostraram prestativos quando mais precisei;

• As amigas Renata e Iara, por ter muitas vezes sido irmã, mãe, amiga, instrutora e

que sempre se fizeram presentes durante toda a caminhada;

• Aos amigos de turma: Sabrina, Fernanda, Larissa e Jeferson pela amizade,

carinho, apoio e ajuda ao longo do desenvolvimento dessa tese;

• As empresas Corn Products do Brazil e a Bentonita União do Nordeste, pela

doação das matérias primas;

• Agradeço ao Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, em particular à técnica

Noêmia Rodrigues Gonçalves pela realização das análises de microscopia

eletrônica de transmissão.

• A todos os amigos que direta ou indiretamente torcem por mim

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Resumo da Dissertação apresentada no Instituto de Macromoléculas Professora

Eloisa Mano da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (MSc), em Ciência e

Tecnologia de Polímeros.

BIOPLÁSTICOS NANOESTRUTURADOS DE AMIDO DE MILHO E ARGILA

Orientador: Cristina Tristão de Andrade

Nanocompósitos de amido de milho termoplástico (TPS) e argilas sódica

(MMTNa+), cálcica (MMTCa2+) e argila organofílica foram preparados em presença

de glicerol como plastificante. Experimentos preliminares foram realizados em

câmara de mistura, acoplada a reômetro de torque. Os materiais definitivos foram

obtidos por processamento em extrusora mono-rosca. Uma extrusora dupla-rosca foi

usada em alguns experimentos. O teor de glicerol variou de 20,75 a 29,24%, e o teor

de argila variou entre 0,34 e 11,65%, baseados na massa de amido seco. Os

nanocompósitos biopoliméricos apresentaram propriedades melhoradas em relação

ao polímero de amido termoplástico sozinho. Os resultados obtidos para as

propriedades dos nanocompósitos preparados com a argila Cloisite 30B indicaram

uma melhor dispersão da carga e melhor interação com a matriz de TPS. Em

relação ao amido de milho sozinho, os compósitos apresentaram aumento na

resistência à tração e no módulo de Young. A introdução da argila favoreceu

significativamente a redução da hidrofilicidade e da cristalinidade e,

conseqüentemente, favoreceu positivamente a biodegradabilidade.

Rio de Janeiro

2008

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Abstract of Dissertation presented to Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa

Mano of Universidade Federal do Rio de Janeiro, as partial fulfillment of the

requirement for the degree of Master in Science (MSc), Science and Technology of

Polymers.

NANOSTRUCTED BIOPLASTICS FROM CORN STARCH AND CLAYS

Natália Ferreira de Magalhães

Advisor: Cristina Tristão de Andrade

Nanocomposites from corn starch and hydrophilic sodium montmorillonite

(Na+MMT), calcium montmorillonite (Ca2+MMT), and hydrophobic Cloisite 30B were

prepared in the presence of glycerol as plasticizer. Preliminary experiments were

performed in an internal mixer. Definitive samples were processed in a single-screw

extruder. Some experiments were carried out in a twin-screw extruder. The content of

glycerol varied from 20.75 to 29.24% and the content of clay varied from 0.34 to

11.65%, based on the weight of dry starch. The biopolymeric nanocomposites

presented improved properties, in relation to thermoplastic starch alone. The results

obtained for the nanocomposites revealed that Cloisite 30B was well-dispersed within

the polymeric matrix. Among the three clays used in this study, Cloisite 30B seemed

to be the best-interacting with the starch matrix. The nanocomposites showed

improved Young’s modulus values. The addition of clay to the starch matrix led to

materials with decreased hydrophilicity and crystallinity, associated with a better

biodegradability.

Rio de Janeiro

2008

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Parte desta Dissertação de Mestrado foi apresentada no seguinte congresso:

• “Thermoplastic starch reinforced with montmorillonite as biodegradable

thermoplastics", Natália F. Magalhães e Cristina T. Andrade, III Encontro

Técnico-Científico da Ecolatina, 2007, Belo Horizonte – MG, Brasil.

• “Cristalinidade em compósitos amido de milho extrusado/ argila sódica”,

Natália F. Magalhães e Cristina T. Andrade, 3o Workshop de Rede de

Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio, 2007, Embrapa Soja, Londrina –

PR, Brasil.

• “Investigação da hidrofilicidade de compósitos amido termoplástico de milho e

argilas”, Natália F. Magalhães e Cristina T. Andrade, Simpósio Latino

Americano de Ciências de Alimentos, 2007, Campinas – SP, Brasil.

• “Avaliação da biodegradabilidade de filmes compósitos amido/argilas”, Natália

F. Magalhães e Cristina T. Andrade, Simpósio Latino Americano de Ciências

de Alimentos, 2007, Campinas – SP, Brasil.

• “Cristalinidade em filmes compósitos amido de milho/argilas”, Natália F.

Magalhães e Cristina T. Andrade, Simpósio Latino Americano de Ciências de

Alimentos, 2007, Campinas – SP, Brasil.

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xii

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Estrutura química da amilose (Fonte: JACQUES et al., 1999) 5

Figura 2: Representação da estrutura helicoidal da amilose (MESTRES et al., 1996)6

Figura 3: Estrutura da Amilopectina (BULÉON, 1998) 7

Figura 4: Estrutura química da amilopectina, ilustrando as ligações α-1,4 e α-1,6 e a

estrutura geral da molécula (VAN DER MAAREL et al., 2002) 7

Figura 5: Empacotamento cristalino em hélice dupla em amilose com cristalinidade

do tipo A (a) e do tipo (b) (BULÉON et al., 1998) 10

Figura 6: Influência do tratamento hidrotérmico com excesso de água sobre o estado

do amido (BORNET, 1992) 13

Figura 7: Estruturas idealizadas para compósitos polímero-argila (KORNMANN et al.,

2006) 17

Figura 8: Estrutura cristalográfica da montmorilonita (Adaptado a partir RAY, 2003;

MORLAT, 2004) 20

Figura 9: Ciclo de biodegradação de materiais de embalagem biodegradável de

fontes renováveis (NASCIMENTO, 2001) 23

Figura 10: Curvas de tensão versus deformação para o termoplástico de amido puro

(�) e para compósitos amido-argila MMT Na+ em função do teor de argila adicionado:

(�) 0,34 % argila, (�) 6% argila e (�) 11,65% argila 46

Figura 11: Propriedades mecânicas de termoplásticos de amido extrusados e de

compósitos amido-argila MMT Na+ em função da composição de argila: (a) módulo

de Young, E, (b) tensão na ruptura, σmax,e (c) alongamento na ruptura, ε max 47

Figura 12: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento do módulo de Young, E, determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Na+, em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol 50

Figura 13: Variação do módulo de Young, E, em função do teor de argila MMT Na+ e

de glicerol para compósitos amido/ MMT Na+ 51

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Figura 14: Representação bidimensional da variação do módulo de Young, E, em

função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol para compósitos amido de milho/

argila MMT Na+ 51

Figura 15: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da tensão na ruptura, σmax, determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Na+, em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol 53

Figura 16: Tensão na ruptura, σmax, em função do teor de argila MMT Na+ e glicerol

para compósitos amido/ MMT Na+ 54

Figura 17: Representação bidimensional da variação da tensão na ruptura, σmax, em

função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol para compósitos amido /argila

MMTNa+ 54

Figura 18: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

alongamento, ε max , determinado para materiais compósitos amido/ MMT Na+, em

unção do teor de argila MMT Na+ e de glicerol 56

Figura 19: Alongamento, ε Max, em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol

para compósitos amido/ MMT Na+ 57

Figura 20: Representação bidimensional da variação do alongamento, ε max, em

função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol para compósitos amido /argila

MMTNa+ 57

Figura 21: Curvas de tensão versus deformação obtidas para termoplástico de amido

puro (�) e compósitos de amido-argila MMT Ca2+ em função do teor de argila

adicionado: (�) 0,34 % argila, (�) 6% argila e (�) 11,65% argila 60

Figura 22: Propriedades mecânicas de termoplásticos extrusados de amido sozinho

(•) e de compósitos amido-argila MMT Ca+2, em função da composição de argila: (a)

módulo de Young, E, (b) tensão na ruptura, σmax,, (c) alongamento na ruptura, ε max

61

Figura 23: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

módulo de Young, E, determinado para materiais compósitos amido/ MMT Ca2+, em

função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol 64

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xiv

Figura 24: Módulo de Young, E, em função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol

para compósitos amido/ MMT Ca2+ 65

Figura 25: Representação bidimensional da variação do Módulo de Young , E, em

função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol para compósitos amido /argila

MMTCa2+ 65

Figura 26: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre a tensão

na ruptura, σmax, determinado para materiais compósitos amido/ MMT Ca2+, em

função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol 67

Figura 27: Tensão na ruptura, σmax, em função do teor de argila MMT Ca2+ e de

glicerol para compósitos amido/ MMT Ca2+ 68

Figura 28: Representação bidimensional da variação da tensão na ruptura, σmax, em

função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol para compósitos amido /argila

MMTCa2+ 68

Figura 29: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

alongamento, ε max , determinado para materiais compósitos amido/ MMT Ca2+, em

função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol 70

Figura 30: Alongamento, ε Max, em função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol

para compósitos amido/ MMT Ca2+ 71

Figura 31: Representação bidimensional da variação do alongamento, ε Max, em

função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol para compósitos amido /argila

MMTCa2+ 71

Figura 32: Curvas de tensão versus deformação para o termoplástico de amido puro

(�) e compósitos de amido-argila Cloisite 30B em função do teor de argila

adicionado: (�) 0,34 % argila, (�) 6% argila e (�) 11,65% argila 73

Figura 33: Propriedades mecânicas de termoplásticos extrusados de amido e de

compósitos amido-argila Cloisite 30B em função da composição de argila: (a)

módulo de Young, E, (b) tensão na ruptura, σmax, (c) alongamento na ruptura, ε max 74

Figura 34: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

módulo de Young, E, determinado para materiais compósitos amido/ Cloisite 30B,

em função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol 77

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xv

Figura 35: Módulo de Young, E, em função do teor de argila Cloisite 30B e de

glicerol para compósitos amido/ Cloisite 30B 78

Figura 36: Representação bidimensional da variação do Módulo de Young ,E, em

função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol para compósitos amido /argila

Cloisite 30B 78

Figura 37: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre a tensão

na ruptura (σmax), determinado para materiais compósitos amido/ Cloisite 30B, em

função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol 80

Figura 38: Tensão na ruptura, σmax, em função do teor de argila MMT Na+ e de

glicerol para compósitos amido/ Cloisite 30B 81

Figura 39: Representação bidimensional da variação da tensão na ruptura, σmax, em

função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol para compósitos amido /argila

Cloisite 30B 81

Figura 40: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

alongamento, ε Max, determinado para materiais compósitos amido/ Cloisite 30B, em

função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol 83

Figura 41: Variação do alongamento, ε max, em função do teor de argila Cloisite 30B

e de glicerol para compósitos amido/ Cloisite 30B 84

Figura 42: Representação bidimensional da variação do alongamento, ε max, em

função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol para compósitos amido /argila

Cloisite 30B 84

Figura 43: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento do ângulo de contato médio determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Na+, em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol 90

Figura 44: Variação do ângulo de contato médio em função do teor de argila MMT

Na+ e de glicerol para compósitos amido/ MMT Na+ 91

Figura 45: Representação bidimensional da variação do ângulo de contato médio em

função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol para compósitos amido /argila

MMTNa+ 91

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xvi

Figura 46: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento do ângulo de contato médio determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Ca2+, em função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol 93

Figura 47: Variação do ângulo de contato médio em função do teor de argila MMT

Ca2+ e de glicerol para compósitos amido de milho/ MMT Ca2+ 94

Figura 48: Representação bidimensional da variação do ângulo de contato médio em

função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol para compósitos amido /argila

MMTCa2+ 94

Figura 49: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento do ângulo de contato médio determinado para materiais compósitos

amido/ Cloisite 30B, em função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol 96

Figura 50: Variação do ângulo de contato médio em função do teor de argila Cloisite

30B e de glicerol para compósitos amido de milho/ Cloisite 30B 97

Figura 51: Representação bidimensional da variação do ângulo de contato médio em

função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol para compósitos amido /argila

Cloisite 30B 97

Figura 52: Variação do ângulo de contato médio em função do tempo para o

termoplástico de amido puro (�), e para compósitos amido e argila MMT Na+: (�)

0,34 %, (�) 6% e (�) 11,65% argila 98

Figura 53: Variação do ângulo de contato médio em função do tempo para

termoplástico de amido puro (�), e para compósitos amido e argila MMT Ca2+: (�)

0,34 %, (�) 6% e (�) 11,65% argila 99

Figura 54: Variação do ângulo de contato médio em função do tempo para

termoplástico de amido puro (�), e para compósitos amido e argila Cloisite 30B: (�)

0,34 %, (�) 6% e (�) 11,65% argila 99

Figura 55: Descrição esquemática do índice de cristalinidade do tipo b, Xc

(HULLEMAN et al., 1999) 104

Figura 56: Difratogramas de raios-X para amido granular (a), e para amidos

termoplásticos sozinho no tempo zero (b), e após condicionamento por 30 dias (c),

60 dias (d) e 90 dias (f) a 28°C e 80% RH 105

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xvii

Figura 57: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila MMT Na+ pura no tempo zero. Os termoplásticos foram

obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido granular; (b) amido termoplásticos puro.

Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34; (d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila MMT

Na+ pura 107

Figura 58: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila MMT Na+ pura após 30 dias de condicionamento a 28°C e

80% RH. Os termoplásticos foram obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido

granular; (b) amido termoplásticos puro. Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34;

(d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila MMT Na+ pura 107

Figura 59: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila MMT Na+ pura após 60 dias de condicionamento a 28°C e

80% RH. Os termoplásticos foram obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido

granular; (b) amido termoplásticos puro. Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34;

(d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila MMT Na+ pura 108

Figura 60: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila MMT Na+ pura após 90 dias de condicionamento a 28°C e

80% RH. Os termoplásticos foram obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido

granular; (b) amido termoplásticos puro. Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34;

(d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila MMT Na+ pura 108

Figura 61: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Na+, em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol no tempo zero

111

Figura 62: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de argila

MMT Na+ e de glicerol para compósitos amido/ MMT Na+ no tempo zero 112

Figura 63: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol para compósitos amido

/argila MMTNa+ no tempo zero 112

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xviii

Figura 64: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Na+, em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol após o

condicionamento por 30 dias a 28°C e 80% RH 114

Figura 65: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de argila

MMT Na+ e de glicerol para compósitos amido/ MMT Na+ após condicionamento por

30 dias a 28°C e 80% RH 115

Figura 66: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol para compósitos

amido/argila MMTNa+ após condicionamento por 30 dias a 28°C e 80% RH 115

Figura 67: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Na+, em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol após o

condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH 117

Figura 68: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de argila

MMT Na+ e de glicerol para compósitos amido/ MMT Na+ após condicionamento por

60 dias a 28°C e 80% RH 118

Figura 69: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol para compósitos

amido/argila MMTNa+ após condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH 118

Figura 70: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Na+, em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol após o

condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH 120

Figura 71: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de argila

MMT Na+ e de glicerol para compósitos amido/ MMT Na+ após condicionamento por

90 dias a 28°C e 80% RH 121

Figura 72: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol para compósitos

amido/argila MMTNa+ após condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH 121

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xix

Figura 73: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila MMT Ca2+ pura no tempo zero. Os termoplásticos foram

obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido granular; (b) amido termoplásticos puro.

Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34; (d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila MMT

Ca+2 pura 123

Figura 74: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila MMT Ca2+ pura após 30 dias de condicionamento a 28°C e

80% RH. Os termoplásticos foram obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido

granular; (b) amido termoplásticos puro. Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34;

(d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila MMT Ca+2 pura 124

Figura 75: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila MMT Ca2+ pura após 60 dias de condicionamento a 28°C e

80% RH. Os termoplásticos foram obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido

granular; (b) amido termoplásticos puro. Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34;

(d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila MMT Ca+2 pura 124

Figura 76: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila MMT Ca2+ pura após 90 dias de condicionamento a 28°C e

80% RH. Os termoplásticos foram obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido

granular; (b) amido termoplásticos puro. Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34;

(d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila MMT Ca+2 pura 125

Figura 77: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Ca2+, em função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol após o

condicionamento por 30 dias a 28°C e 80% RH 128

Figura 78: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de argila

MMT Ca2+ e de glicerol para compósitos amido/ MMT Ca2+ após condicionamento

por 30 dias a 28°C e 80% RH 129

Figura 79: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol para compósitos

amido/argila MMT Ca2+ após condicionamento por 30 dias a 28°C e 80% RH 129

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xx

Figura 80: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Ca2+, em função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol após o

condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH 131

Figura 81: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de argila

MMT Ca2+ e de glicerol para compósitos amido/ MMT Ca2+ após condicionamento

por 60 dias a 28°C e 80% RH 132

Figura 82: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol para compósitos

amido/argila MMT Ca2+ após condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH 132

Figura 83: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Ca2+, em função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol após o

condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH 134

Figura 84: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de argila

MMT Ca2+ e de glicerol para compósitos amido/ MMT Ca2+ após condicionamento

por 90 dias a 28°C e 80% RH 133

Figura 85: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol para compósitos

amido/argila MMT Ca2+ após condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH 135

Figura 86: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila Cloisite 30B pura no tempo zero. Os termoplásticos foram

obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido granular; (b) amido termoplásticos puro.

Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34; (d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila

Cloisite 30B 137

Figura 87: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila Cloisite 30B pura após 30 dias de condicionamento a 28°C e

80% RH. Os termoplásticos foram obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido

granular; (b) amido termoplásticos puro. Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34;

(d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila Cloisite 30B pura 138

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xxi

Figura 88: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila Cloisite 30B pura após 60 dias de condicionamento a 28°C e

80% RH. Os termoplásticos foram obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido

granular; (b) amido termoplásticos puro. Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34;

(d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila Cloisite 30B pura 138

Figura 89: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila Cloisite 30B pura após 90 dias de condicionamento a 28°C e

80% RH. Os termoplásticos foram obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido

granular; (b) amido termoplásticos puro. Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34;

(d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila Cloisite 30B pura 139

Figura 90: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ Cloisite 30B, em função do teor de argila cloisite 30B e de glicerol no tempo

zero 142

Figura 91: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de argila

Cloisite 30B e de glicerol para compósitos amido/ Cloisite 30B no tempo zero 143

Figura 92: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol para compósitos

amido/argila Cloisite no tempo zero 143

Figura 93: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ Cloisite 30B em função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol após o

condicionamento por 30 dias a 28°C e 80% RH 145

Figura 94: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de argila

Cloisite 30B e de glicerol para compósitos amido/ Cloisite 30B após condicionamento

por 30 dias a 28°C e 80% RH 146

Figura 95: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol para compósitos

amido/argila Cloisite 30B após condicionamento por 30 dias a 28°C e 80% RH 146

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xxii

Figura 96: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ Cloisite 30B em função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol após o

condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH 148

Figura 97: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de argila

Cloisite 30B e de glicerol para compósitos amido/ Cloisite 30B após condicionamento

por 60 dias a 28°C e 80% RH 149

Figura 98: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol para compósitos

amido/argila Cloisite 30B após condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH 149

Figura 99: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ Cloisite 30B em função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol após o

condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH 151

Figura 100: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de

argila Cloisite 30B e de glicerol para compósitos amido/ Cloisite 30B após

condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH 152

Figura 101: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol para compósitos

amido/argila Cloisite 30B após condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH 152

Figura 102: Difratogramas de raios-X de argilas hidrofílicas MMT Na+ (a) MMT Ca+2

(b) e argila organofílica Cloisite 30B (c) 154

Figura 103: Termogramas de amido de milho termoplástico sem carga (●),

compósitos de amido/argila MMT Na+ com teores de carga: (�) 0,34%, (�) 6% e (�)

11,65% e argila MMT Na+ pura (�) após processamento em extrusora mono-rosca

159

Figura 104: Termogramas de amido de milho termoplástico sem carga (●),

compósitos de amido/argila MMT Ca+2 com teores de carga: (�) 0,34%, (�) 6% e

(�) 11,65% e argila MMT Ca+2 pura (�) após processamento em extrusora mono-

rosca 159

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xxiii

Figura 105: Termogramas de amido de milho termoplástico sem carga (●),

compósitos de amido/argila Cloisite 30B com teores de carga: (�) 0,34%, (�) 6% e

(�) 11,65% e argila Cloisite 30B pura (�) após processamento em extrusora mono-

rosca 160

Figura106: Fotografias dos filmes de amido termoplástico sozinho e dos compósitos

amido/argila MMT Na+, MMT Ca2\+ e Cloisite 30B com diferentes concentrações de

argila 0,34%, 6% e 11,65%; todos com 1 mm de espessura 163

Figura 107: Micrografias obtidas por SEM para amido de milho termoplástico sem

carga após processamento em extrusora mono-rosca: (a) 500 vezes, (b) 1000 vezes

164

Figura 108: Micrografias obtidas por SEM para compósitos de amido/argila MMT Na+

com 10% de argila e 22% de glicerol após processamento em extrusora mono-rosca;

(a) ampliação de 500 vezes, (b) ampliação de 1000 vezes 165

Figura 109: Micrografias obtidas por SEM para compósitos de amido/argila MMT Na+

com 11,65% de argila e 25% de glicerol após processamento em extrusora mono-

rosca : (a) ampliação de 500 vezes, (b) ampliação de 1000 vezes 166

Figura 110: Micrografias obtidas por SEM para compósitos de amido/argila MMT

Ca2+ com 11,65% de argila e 25% de glicerol após processamento em extrusora

mono-rosca; (a) ampliação de 500 vezes, (b) ampliação de 1000 vezes 167

Figura 111: Micrografias obtidas por SEM para compósitos amido/argila Cloisite 30B

com 11,65% de argila e 25% de glicerol após processamento em extrusora mono-

rosca; (a) ampliação de 500 vezes, (b) ampliação de 1000 vezes 168

Figura 112: Micrografias obtidas por SEM para amido de milho termoplástico sem

carga após processamento em extrusora dupla-rosca: (a) ampliação de 200 vezes,

(b) 1000 vezes, (c) 2000 vezes e (d) 5000 vezes 169

Figura 113: Micrografias obtidas por SEM para compósitos de amido/argila MMT Na+

com 2% de argila e 25% de glicerol após processamento em extrusora dupla-rosca;

(a) ampliação de 500 vezes, (b) ampliação de 500 vezes 170

Figura 114: Micrografias obtidas por SEM para compósitos de amido/argila MMT Na+

com 4% de argila e 25% de glicerol após processamento em extrusora dupla-rosca;

(a) ampliação de 500 vezes da fratura, (b) ampliação de 500 vezes da superfície 170

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xxiv

Figura 115: Micrografia obtida por SEM para compósitos de amido/argila MMT Ca2+

com 6% de argila e 25% de glicerol após processamento em extrusora dupla-rosca;

(a) ampliação de 500 vezes da fratura, (b) ampliação de 500 vezes da superfície 171

Figura 116: Micrografia obtida por SEM para compósitos de amido/argila Cloisite 30B

após processamento em extrusora dupla-rosca com aumento de 2000 vezes: (a) 2%,

(b) 4% e (c) 6% de argila com 25 % de glicerol 172

Figura 117: Microscopia obtidas por TEM para compósito amido/argila Cloisite 30B

com 0,34% de argila Cloisite 30B 173

Figura118: Microscopia obtidas por TEM para compósito amido/argila Cloisite 30B

com 2 % de argila 174

Figura119: Comparação da média de perda de massa para as amostras de

termoplástico de amido de milho sozinho com 25% de glicerol nos três meios

estudados 178

Figura 120: Comparação da média de perda de massa para as amostras de

compósito de amido/argila com 0,34% de argila e 25% de glicerol nos três meios

estudados 179

Figura 121: Comparação da média de perda de massa para as amostras de

compósito de amido/argila com 6% de argila e 25% de glicerol nos três meios

estudados 180

Figura 122: Comparação da média de perda de massa para as amostras de

compósito de amido/argila com 11,35% de argila e 25% de glicerol nos três meios

estudados 181

Figura 123: Comparação da biodegradação das amostras de termoplástico de amido

puro e dos compósitos amido/argila com 0,34, 6 e 11,65% de argila no Meio I (terra)

181

Figura 124: Comparação da biodegradação das amostras de termoplástico de amido

puro e dos compósitos amido/argila com 0,34, 6 e 11,65% de argila no Meio II

(esterco aviário) 182

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xxv

Figura 125: Comparação da biodegradação das amostras de termoplástico de amido

puro e dos compósitos amido/argila com 0,34, 6 e 11,65% de argila no Meio III

(esterco bovino) 182

Figura 126: Fotografias de filmes compósitos de amido e argila Cloisite 30B com

0,34% de argila e 25 % de glicerol nos tempos zero e após o inicio da biodegração

nos tempos de 15, 30, 45, 60, 90 e 120 dias no Meio I (terra) 185

Figura 127: Fotografias de filmes compósitos de amido e argila Cloisite 30B com

0,34% de argila e 25 % de glicerol nos tempos zero e após o inicio da biodegração

nos tempos de 15, 30, 45, 60, 90 e 120 no Meio II (esterco aviário) 186

Figura 128: Fotografias de filmes do compósito de amido e argila Cloisite 30B com

0,34% de argila e 25 % de glicerol nos tempos zero e após o inicio da biodegração

nos tempos de 15, 30, 45, 60, 90 dias no Meio III (esterco bovino) 187

Figura 129: Micrografias obtidas por SEM da superfície fraturada após

processamento em extrusora monorosca para termoplástico de amido sozinho: (a)

antes do início da biodegradação com ampliação de 500 vezes e após o início do

processo de biodegradação, com ampliação de (b) 200 vezes, (c), 1000 vezes, (d)

2000 vezes e (e) 5000 vezes após 180 dias 189

Figura 130: Micrografias obtidas por SEM após processamento em extrusora

monorosca para compósitos de amido/argila com 0,34% de argila Cloisite 30B com

ampliação de (a) 200, (b) 1000 e (c) 2000 vezes após 180 dias de biodegradação

190

Figura 131: Micrografias obtidas por SEM após processamento em extrusora

monorosca para compósitos de amido/argila com 6% com ampliação de 200 (a),

1000 (b) e 2000 (c) vezes após 180 dias de biodegradação 191

Figura 132: Micrografias obtidas por SEM após processamento em extrusora

monorosca para compósitos de amido/argila com 11,62% com ampliação de: (a) 200

vezes (b)1000 vezes, (c) 5000 vezes após 180 dias de biodegradação 191

Figura 133: Espectros de absorção no infravermelho dos termoplásticos de amido de

milho antes e após o teste de degradação em esterco aviário (meio II) 192

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xxvi

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Variáveis independentes codificadas para o delineamento central

composto no processo de extrusão de amido de milho e argila 29

Tabela 2: Delineamento completo do desenho experimental no processo de extrusão

de amido de milho e argila 29

Tabela 3: Capacidade de troca catiônica (CTC) e grau de inchamento de argilas

comerciais 40

Tabela 4: Resultados experimentais do módulo de Young, E, tensão na ruptura, σmax,

e alongamento na ruptura, εmax, para compósitos extrusados de amido de milho/

MMT Na+ 48

Tabela 5: Análise de variância (ANOVA) para a variável de módulo de Young, E,

relativa às variáveis independentes, teor de argila MMT Na+ e teor de glicerol 49

Tabela 6: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para o

Módulo de Young, E, determinado para compósitos amido/argila MMT Na+ 50

Tabela 7: Análise de variância (ANOVA) para a variável de resposta tensão na

ruptura (σmax) relativa às variáveis independentes, teor de argila MMT Na+ e teor de

glicerol 52

Tabela 8: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para o

tensão na ruptura, σmax, determinado para compósitos amido/argila MMT Na+ 53

Tabela 9: Análise de variância (ANOVA) para a variável porcentagem de

alongamento (ε max), em relação às variáveis independentes, teor de argila MMT Na+

e teor de glicerol 55

Tabela 10: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para

porcentagem de alongamento, ε Max, determinado para compósitos amido/argila MMT

Na+ 56

Tabela 11: Resultados experimentais do Modulo de Young, E, Tensão na ruptura,

σmax, e porcentagem de alongamento, εmax da MMT Ca2+ 62

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xxvii

Tabela 12: Análise de variância (ANOVA) para a variável de módulo de Young, E

(MPa), relativa às variáveis independentes, teor de argila MMT Ca2+ e teor de

glicerol 63

Tabela 13: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para o

Módulo de Young, E determinado para compósitos amido/argila MMT Ca2+ 64

Tabela 14: Análise de variância (ANOVA) para a variável tensão na ruptura, σmax, em

relação às variáveis independentes, teor de argila MMT Ca2+ e teor de glicerol 66

Tabela 15: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para

tensão na ruptura, σmax, determinado para compósitos amido/argila MMT Ca2+ 67

Tabela 16: Análise de variância (ANOVA) para a variável alongamento, ε max , em

relação às variáveis independentes, teor de argila MMT Ca2+ e teor de glicerol 69

Tabela 17: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para

porcentagem de alongamento, ε Max, determinado para compósitos amido/argila

MMTCa2+ 70

Tabela 18: Resultados experimentais do módulo de Young, E, tensão na ruptura,

σmax, e alongamento, εmax, para compósitos amido de milho/ Cloisite 30B 75

Tabela 19: Análise de variância (ANOVA) para a variável dependente alongamento,

ε max, em relação às variáveis independentes, teor de argila Cloisite 30B e teor de

glicerol 76

Tabela 20: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para o

Módulo de Young, E, determinado para compósitos amido/argila Cloisite 30B 77

Tabela 21: Análise de variância (ANOVA) para a variável tensão na ruptura, σmax, em

relação às variáveis independentes, teor de argila Cloisite 30B e teor de glicerol 79

Tabela 22: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para

tensão na ruptura (σmax), determinado para compósitos amido/argila Cloisite 30B 80

Tabela 23: Análise de variância (ANOVA) para a variável porcentagem de

alongamento (εmax), em relação às variáveis independentes, teor de argila Cloisite

30B e teor de glicerol 82

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xxviii

Tabela 24: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para

porcentagem de alongamento, ε Max, determinado para compósitos amido/argila

Cloisite 30B 83

Tabela 25: Resultados experimentais do ângulo de contato da MMT Na+, MMT Ca2+

e Cloisite 30B 88

Tabela 26: Análise de variância (ANOVA) para a variável de ângulo de contato em

relação às variáveis independentes, teor de argila MMT Na+ e teor de glicerol 89

Tabela 27: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para o

ângulo de contato (°) médio determinado para compósitos amido/argila MMT Na+ 90

Tabela 28: Análise de variância (ANOVA) para a variável dependente ângulo de

contato em relação às variáveis independentes, teor de argila MMT Ca2+ e teor de

glicerol 92

Tabela 29: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para o

ângulo de contato (°) médio determinado para compósitos amido/argila MMT Ca2+ 93

Tabela 30: Análise de variância (ANOVA) para a variável ângulo de contato em

relação às variáveis independentes, teor de argila Cloisite 30B e teor de glicerol 95

Tabela 31: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para o

ângulo de contato (°) médio determinado para compósitos amido/argila Cloisite 30B

96

Tabela 32: Valores iniciais médios de ângulo de contato e de módulo do coeficiente

angular das curvas de absorção de água, para amido termoplástico de milho sem

carga e compósitos amido/argila MMT Na+ após processamento em extrusora 100

Tabela 33: Valores iniciais médios de ângulo de contato e de módulo do coeficiente

angular das curvas de absorção de água, para amido termoplástico de milho sem

carga e compósitos de amido/argila MMT Ca2+ após processamento em extrusora

100

Tabela 34: Valores iniciais médios de ângulo de contato e de módulo do coeficiente

angular das curvas de absorção de água, para amido termoplástico de milho sem

carga e compósitos de amido/argila Cloisite 30B após processamento em extrusora

101

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xxix

Tabela 35: Resultados experimentais do Índice de cristalinidade relativa (%) do pico

17° para filmes de compósitos amido/argila MMT Na+ no tempo zero, e após

condicionamento por 30, 60 e 90 dias a 28°C e 80% RH 109

Tabela 36: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila MMT Na+ no tempo zero relativa às

variáveis independentes, teor de argila MMT Na+ e teor de glicerol 110

Tabela 37: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila MMT Na+ no tempo zero

111

Tabela 38: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila MMT Na+ após o condicionamento

por 30 dias a 28°C e 80% RH, relativa às variáveis independentes, teor de argila

MMT Na+ e teor de glicerol 113

Tabela 39: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila MMT Na+ após o

condicionamento por 30dias a 28°C e 80% RH 114

Tabela 40: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila MMT Na+ após o condicionamento

por 60 dias a 28°C e 80% RH, relativa às variáveis independentes, teor de argila

MMT Na+ e teor de glicerol 116

Tabela 41: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila MMT Na+ após o

condicionamento por 60dias a 28°C e 80% RH 117

Tabela 42: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila MMT Na+ após o condicionamento

por 60 dias a 28°C e 80% RH, relativa às variáveis independentes, teor de argila

MMT Na+ e teor de glicerol 119

Tabela 43: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila MMT Na+ após o

condicionamento por 90dias a 28°C e 80% RH 120

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xxx

Tabela 44: Resultados experimentais do Índice de cristalinidade relativa do pico 17°

para filmes de compósitos amido/argila MMT Ca2+ no tempo zero, e após

condicionamento por 30, 60 e 90dias a 28°C e 80% RH 126

Tabela 45: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila MMT Ca2+ após o condicionamento

por 30 dias a 28°C e 80% RH, relativa às variáveis independentes, teor de argila

MMT Ca2+ e teor de glicerol 127

Tabela 46: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila MMT Ca2+ no tempo zero

128

Tabela 47: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila MMT Ca2+ após o condicionamento

por 60 dias a 28°C e 80% RH, relativa às variáveis independentes, teor de argila

MMT Ca2+ e teor de glicerol 130

Tabela 48: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila MMT Ca2+ após o

condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH 131

Tabela 49: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila MMT Ca2+ após o condicionamento

por 90 dias a 28°C e 80% RH, relativa às variáveis independentes, teor de argila

MMT Ca2+ e teor de glicerol 133

Tabela 50: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila MMT Ca2+ após o

condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH 134

Tabela 51: Resultados experimentais do Índice de cristalinidade relativa do pico 17°

para filmes de compósitos amido/argila Cloisite 30B no tempo zero, e após

condicionamento por 30, 60 e 90dias a 28°C e 80% RH 140

Tabela 52: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila Cloisite 30B após o

condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH, relativa às variáveis independentes,

teor de argila Cloisite 30B e teor de glicerol 141

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xxxi

Tabela 53: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila Cloisite 30B no tempo zero

142

Tabela 54: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila Cloisite 30B após o

condicionamento por 30 dias a 28°C e 80% RH, relativa às variáveis independentes,

teor de argila Cloisite 30B e teor de glicerol 144

Tabela 55: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila Cloisite 30B após o

condicionamento por 30 dias a 28°C e 80% RH 145

Tabela 56: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila Cloisite 30B após o

condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH, relativa às variáveis independentes,

teor de argila Cloisite 30B e teor de glicerol 147

Tabela 57: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila Cloisite 30B após o

condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH 148

Tabela 58: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila Cloisite 30B após o

condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH, relativa às variáveis independentes,

teor de argila Cloisite 30B e teor de glicerol 150

Tabela 59: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila Cloisite 30B após o

condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH 151

Tabela 60: Valores dos ângulos de difração e seus respectivos espaçamentos

basais da argila MMT Na+ e dos compósitos amido/argila após 30 dias de

condicionamento a 28°C e 80% RH 155

Tabela 61: Valores dos ângulos de difração e seus respectivos espaçamentos

basais da argila MMT Na+ e dos compósitos amido/argila após 60 dias de

condicionamento a 28°C e 80% RH 156

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xxxii

Tabela 62: Valores dos ângulos de difração e seus respectivos espaçamentos

basais da argila MMT Na+ e dos compósitos amido/argila após 90 dias de

condicionamento a 28°C e 80% RH 156

Tabela 63: Valores dos ângulos de difração e seus respectivos espaçamentos

basais da argila MMT Ca+2 e dos compósitos amido/argila após 90 dias de

condicionamento a 28°C e 80% RH 157

Tabela 64: Temperatura de início da degradação, Tonset, temperatura de taxa máxima

de degradação, Tdeg, e teor de água perdida e massa total perdida durante a

degradação dos materiais derivados do processamento de amido de milho

termoplástico sem carga e compósitos de amido/argila MMT Na+1 161

Tabela 65: Temperatura de início da degradação, Tonset, temperatura de taxa máxima

de degradação, Tdeg, e teor de água perdida durante a degradação dos materiais

derivados do processamento de amido de milho termoplástico sem carga e

compósitos de amido/argila MMT Ca2+ 161

Tabela 66: Temperatura de início da degradação, Tonset, temperatura de taxa máxima

de degradação, Tdeg e teor de água perdida durante a degradação dos materiais

derivados do processamento de amido de milho termoplástico sem carga e

compósitos de amido/argila Cloisite 30B 162

Tabela 67: Média da perda de massa e porcentagem de biodegradação das cinco

amostras do amido termoplástico sozinho com 25% de glicerol nos três meios

estudados 177

Tabela 68: Média da perda de massa das cinco amostras do compósito amido/argila

com 0,34% de argila e 25% de glicerol nos três meios estudados 178

Tabela 69: Média da perda de massa das cinco amostras do compósito amido/argila

com 6% de argila e 25% de glicerol nos três meios estudados 179

Tabela 70: Média da perda de massa das cinco amostras do compósito amido/argila

com 11,35% de argila e 25% de glicerol nos três meios estudados 180

Tabela 71: Média da umidade nos três diferentes meios, no tempo zero, 30, 60, 90,

120, 150, 180 e 210 dias 183

Tabela 72: Valor do pH nos três diferentes meios, no tempo zero e no final 183

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xxxiii

SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO 01

2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 03

2.1 - AMIDO 03

2.1.1 - Composição química do amido 04

2.1.1.1 - Amilose 05

2.1.1.2 - Amilopectina 06

2.1.1.3 - Outros constituintes do grânulo 08

2.1.2 - Grânulo de amido e sua cristalinidade 08

2.1.3 - Propriedades do amido 11

2.1.3.1 - Gelatinização e fusão 11

2.1.3.2 - Gelificação e retrogradação 13

2.2 - Amido termoplástico (TPS) 14

2.3 - Compósitos e nanocompósitos 16

2.3.1 - Argilas 18

2.4 - Degradação e Biodegradação 21

3 - OBJETIVO 24

4 - MATERIAIS 25

4.1 - Reagentes 25

4.2 - Equipamentos 25

5 - COMPÓSITOS DE AMIDO E ARGILA 27

5.1 - MÉTODOS 27

5.1.1 - Delineamento experimental 27

5.1.2 - Grau de inchamento

5.1.3 - Determinação da capacidade de troca catiônica (CTC)

30 30

5.1.4 - Determinação dos teores de umidade do amido

e da argila

31

5.1.5 - Distribuição do tamanho dos grânulos de argila 32

5.1.6 - Obtenção das pré-misturas de amido de milho 32

5.1.7 - Extrusora mono-rosca 32

5.1.8 - Extrusora dupla-rosca 33

5.1.9 - Condicionamento e determinação do teor de água

presentes nos filmes

34

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xxxiv

5.1.10 - Propriedades mecânicas 34

5.1.11 - Medidas de ângulo de contato 35

5.1.12 - Difração de Raios-X (XRD) 35

5.1.13 - Análise termogravimétrica (TGA) 36

5.1.14 - Espectroscopia de absorção no infravermelho (FTIR) 36

5.1.15 - Microscopia eletrônica de varredura (SEM) 36

5.1.16 - Microscopia eletrônica de transmissão (TEM) 36

5.1.17 - Teste de biodegradação 37

5.1.18 - Determinação do pH 38

5.2 - RESULTADO E DISCUSSÃO 39

5.2.1 - Grau de inchamento das argilas e capacidade de troca

catiônica (CTC)

39

5.2.2 - Teor de umidade dos grânulos de amido e dos grãos

de argilas

40

5.2.3 - Distribuição de tamanho das partículas de argila 41

5.2.4 - Obtenção dos compósitos termoplásticos 41

5.2.5 - Processamento do amido de milho e compósitos

amido/argilas

42

5.2.5.1 - Câmara de mistura

5.2.5.2 - Extrusora mono-rosca e dupla-rosca

43

44 5.2.6 - Propriedades Mecânicas 45

5.2.6.1 - Propriedades mecânicas dos compósitos

amido/argila MMT Na+

46

5.2.6.2 - Propriedades mecânicas dos compósitos

amido/argila MMT Ca2+

60

5.2.6.3 - Propriedades mecânicas dos compósitos

amido/argila Cloisite 30B

73

5.2.7 - Medidas de ângulo de contato 87

5.2.7.1 - Medidas de ângulo de contato para compósitos

amido de milho/ MMTNa+

89

5.2.7.2 - Medidas de ângulo de contato para compósitos

amido de milho/ MMTCa2+

92

5.2.7.3 - Medidas de ângulo de contato para compósitos

amido de milho/ Cloisite 30B

95

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xxxv

5.2.8 - Difração de raios-X 102

5.2.8.1 - Avaliação da cristalinidade 102

5.2.8.1.1 - Estudo da cristalinidade dos compósitos

amido de milho/ MMT Na+

106

5.2.8.1.2 - Estudo da cristalinidade dos compósitos

amido de milho/ MMT Ca2+

122

5.2.8.1.3 - Estudo da cristalinidade dos compósitos

amido de milho/Cloisite30B

137

5.2.8.2 - Avaliação da distância interplanar basal 153

5.2.9 - Análise termogravimétrica (TGA) 158

5.2.10 - Microscopia eletrônica de varredura (SEM) 163

5.2.11 - Microscopia eletrônica de transmissão (TEM) 172

5.2.12 - Testes de biodegradação 174

5.2.12.1 - Determinação da perda de massa 174

5.2.12.2 - Microscopia eletrônica de varredura do

material degradado

188

5.2.13.2 - Espectroscopia de absorção no infravermelho

(FTIR)

192

6 - CONCLUSÕES PARCIAIS 193

7 - CONCLUSÕES FINAIS 195

8 - SUGESTÕES 196

9 - BIBLIOGRAFIA 197

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1

1 - INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, vários países em todo o mundo têm reconhecido a

necessidade de reduzir-se a quantidade de materiais plásticos desperdiçados e

descartados no meio ambiente, e de incentivar a reciclagem. No entanto, a

reciclagem depende, em grande parte, da coleta e seleção do produto, e da

adaptação de grande parte dos municípios brasileiros em instituir algum tipo de

coleta seletiva. Neste contexto, o interesse na utilização de produtos de origem

vegetal para a produção de materiais plásticos com caráter biodegradável têm-se

intensificado como política prioritária em diversos setores da sociedade (ARRAY et

al., 2003, DINTCHEVA et al., 2007, MIZUNO et al., 2006, PARK et al., 2003).

Em face ao contexto atual, uma nova tecnologia vem revolucionando o

mercado de descartáveis: o amido termoplástico. O amido, reserva alimentar de

plantas como o milho, arroz, mandioca, entre outras, é encontrado abundantemente

na natureza, graças ao cultivo extensivo e intensivo de cereais. Além de produto

renovável, o amido possui custo relativamente baixo, consiste de importante

segmento da economia e pode ser convertido química, física e biologicamente em

materiais com aplicação industrial. O amido, sob pressão e calor, e em presença de

um agente plastificante, pode ser gelatinizado e, sob efeito de cisalhamento,

transforma-se em material moldável. Este material é denominado amido

termoplástico (ARRAY et al., 2003, XIAOFEI et al., 2005).

Estudos para o emprego do amido termoplástico na substituição do plástico

convencional (de origem petroquímica) destinado a algumas aplicações específicas

tem recebido considerável atenção no cenário dos recursos renováveis. Pode ser

empregado como saco de lixo, filmes para proteger alimentos, fraldas infantis,

hastes flexíveis com pontas de algodão para uso na higiene pessoal; na agricultura,

vem sendo empregado como filme na cobertura do solo e recipientes para plantas.

Também pode ser usado na preparação de cápsulas, na substituição do poliestireno

expandido (ISOPOR®), para a proteção de equipamentos durante o transporte; na

produção de talheres, pratos e copos descartáveis, na fabricação de canetas,

lapiseiras, brinquedos e outras aplicações, para as quais o caráter biodegradável

seja desejável (BALDWIN et al.,1996, BASTIOLI, 1998).

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2

O amido é o carboidrato de reserva vegetal, o qual é constituído

principalmente por dois polissacarídeos, ambos formados de unidades repetitivas de

α-D glicose; a amilose, molécula essencialmente linear, e a amilopectina, que possui

uma estrutura altamente ramificada. Apresenta-se na forma de pequenos grânulos

semicristalinos, que podem ser isolados a partir de diversas fontes vegetais, como

cereais, raízes e tubérculos, e também de frutas e legumes. No entanto, a extração

em nível comercial do amido restringe-se aos cereais, raízes e tubérculos

(BRUMMER, et al., 2002, CHIOU et al., 2005, VAN DER BURGT, et al., 2000).

Atualmente, há o interesse no desenvolvimento de materiais termoplásticos

compostos essencialmente de amido. O conhecimento de algumas propriedades

características do amido e de seu comportamento durante o processamento têm-se

mostrado de muita importância para o desenvolvimento de amidos termoplásticos

(NABAR et al., 2006, VAN SOEST et al., 1996a).

Recentemente, tem havido grande interesse no desenvolvimento de filmes ou

coberturas biodegradáveis, principalmente pelo impacto ambiental provocado pela

degradação muito lenta das embalagens convencionais de alimentos. Além disso, há

oportunidades para a criação de novos mercados para matérias-primas renováveis,

derivadas de produtos agrícolas, na produção de filmes (DINTCHEVA et al., 2007).

O filme biodegradável é uma película fina à base de material biológico, que pode

agir como uma barreira a elementos externos tais como umidade, óleo e gases e,

conseqüentemente, conferir maior proteção ao produto, o que aumenta o tempo de

prateleira (TANADA-PALMU, et al., 2002, WOO et al., 2000).

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3

2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 - AMIDO

É a substância de reserva para a maioria das plantas superiores e constitui

fonte de energia essencial para muitos organismos, especialmente o homem. O

amido é a substância que proporciona de 70 a 80% das calorias consumidas pelos

seres humanos. As mais importantes fontes potenciais do amido são os grãos de

cereais (40 a 90% do seu peso seco), legumes (30 a 70% do seu peso seco) e os

tubérculos (65 a 85% do seu peso seco). Na natureza, o amido encontra-se como

grânulos ou grãos (BANKS et al., 1975, BULÉON et al., 1998). Esses grânulos são

relativamente densos ou insolúveis, e se hidratam deficientemente em água fria.

Apesar disso, ao aquecer-se uma suspensão com 5% de amido não-modificado até

aproximadamente 80 °C, com agitação, produz-se dispersão de alta viscosidade

(FENNEMA, 1999).

No Brasil, estes polissacarídeos de reserva são comumente designados como

féculas e amidos. Essa distinção foi adotada para identificar onde o material é

encontrado na natureza. Assim, as féculas são provenientes de partes subterrâneas

das plantas (mandioca, batata, etc.), enquanto que os amidos são obtidos das partes

aéreas (milho, trigo, sorgo, etc.). Em relação às propriedades gerais, utiliza-se amido

indistintamente. Apesar de haver um grande número de plantas produtoras de

amidos, apenas poucas têm importância industrial: o milho, a mandioca, a batata e o

trigo. O amido de milho, por exemplo, é responsável por mais de 80% do mercado

mundial de amidos, e os Estados Unidos são o maior produtor (JOBLING, 2004).

Os polissacarídeos ocorrem em quase todos os seres vivos e desempenham

várias funções. Essas macromoléculas são formadas pela união de várias unidades

monossacarídicas ou de seus derivados, como os açúcares aminados, ácido

urônicos e outros, ligadas entre si por meio de ligações glicosídicas. Diferem dos

oligossacarídeos pelo tamanho da molécula e pelas propriedades físicas que lhes

conferem características de polímeros. Diferem também pela maior facilidade de

combinações possíveis durante a biossíntese, o que permite a formação de

ramificações de diferentes tipos de monossacarídeos, com diferentes configurações

(BOOBIO & BOOBIO, 2003, BULÉON et al., 1998).

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O amido apresenta características físico-químicas e qualidade nutricional

superiores quando comparado a outros carboidratos (HOUSTON, 1972). Uma

característica marcante do amido, quando utilizado na indústria alimentícia, consiste

na versatilidade com que pode ser transformado; é possível transformá-lo para que

se obtenha propriedades específicas, com a funcionalidade desejável ao alimento. O

grão de amido pode ser facilmente isolado por meio de procedimentos físicos e,

devido à sua abundância, foi possível o desenvolvimento de unidades de

processamento industrial de grande capacidade (CHANDRA & RUSTGI 1998a).

Os estudos sobre o amido incluem sua capacidade de adsorção, sua

modificação molecular, seu comportamento a altas temperaturas e sob agitação,

além de suas propriedades termomecânicas. Embora o amido consista de material

polimérico, sua estabilidade a tensões não é alta. A temperaturas superiores a

150°C, as ligações glicosídicas começam a romper-se, e acima de 250°C os grãos

de amido sofrem um colapso endotérmico (CHANDRA & RUSTGI 1998b).

O amido nativo se apresenta na forma de grânulos e é semi-cristalino, não

sendo um verdadeiro material termoplástico. Entretanto, sob pressão e temperatura

e na presença de um plastificante, como água ou glicerol, o amido pode ser

gelatinizado e, sob efeito de cisalhamento se transformar em um termoplástico.

Nesse fundido, as cadeias de amilose e amilopectina estão intercaladas e a

estrutura do grânulo foi destruída. O material é denominado amido termoplástico

(XIAOFEI et al., 2004). O processo de fusão pode ser efetuado em equipamento

convencional, para o processamento de polímeros, como extrusoras, cilindros e

misturadores intensivos (ROSA, et al., 2007). Tem-se realizado uma série de

pesquisas para avaliar a extensão da degradação de compostos de amido

termoplástico, utilizando o amido de milho híbrido e o glicerol, como plastificante

(FANG et al., 2005).

2.1.1 - Composição química do amido

Cada amido possui identidade própria e tendo isso reconhecido, a pesquisa e

o desenvolvimento de novos produtos têm caminhos abertos. A composição do

amido influencia diretamente as suas propriedades funcionais. Devido às diferenças

estruturais dos diversos tipos de amidos, não se pode generalizar nada sobre

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propriedades e comportamentos dos amidos de diferentes fontes botânicas

(BEMILLER, 1997). As duas principais macromoléculas formadoras do amido são

conhecidas por amilose e amilopectina. Estas estruturas são responsáveis por

aproximadamente 98% do amido em peso seco, sendo que o teor de cada

polissacarídeo depende da fonte botânica em questão. A disposição dessas

moléculas dentro do grânulo de amido ainda não é completamente compreendida;

no entanto, o empacotamento de ambas é muito bem organizado. Além disso, o teor

destes polissacarídeos afeta a arquitetura do grânulo, as propriedades térmicas,

podendo afetar sua aplicação em alimentos industrializados (TESTER et al., 2004).

2.1.1.1 - Amilose

A amilose é um polímero constituído de mais de 6000 unidades de D-glicose

com ligações glicosídicas do tipo α-1,4, de acordo com a Figura 1 (BATEY et al.,

1995, CURA et al., 1995).

Apesar da consideração que a amilose é essencialmente linear, foi

evidenciado que a amilose não apresenta de fato esta característica (KARIM et al.,

2000). BULEÓN e colaboradores (1998) comentam que a presença de ramificações

não alterou o comportamento em solução das cadeias de amilose, permanecendo

idêntico ao comportamento das cadeias completamente lineares. O teor médio de

amilose que o amido contém pode variar de quase zero a aproximadamente 75%.

No entanto, o valor típico fica entre 20 e 25% (HONGSHENG et al., 2006, VAN

SOEST et al., 1996b).

Figura 1: Estrutura química da amilose (Fonte: JACQUES et al., 1999)

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Na forma cristalina, a molécula de amilose tem uma conformação helicoidal

(Figura 2). A hélice, devido à conformação das unidades de glicose, tem um interior

hidrofóbico. Esta estrutura helicoidal propicia a formação de um complexo de cor

azulada com o iodo, desde que a cadeia seja suficientemente longa, com pelo

menos 40 unidades de glicose. Isto ocorre devido à inserção de uma cadeia linear

de iodo-iodeto no interior da hélice. Na presença de cadeias menores de amilose, o

complexo se apresenta na cor vermelha, amarela ou marrom (MESTRES et al.,

1996).

Figura 2: Representação da estrutura helicoidal da amilose (MESTRES et al., 1996)

2.1.1.2 - Amilopectina

A amilopectina é uma macromolécula altamente ramificada e consiste em

cadeias lineares mais curtas de ligações α-1,4 contendo 10 a 60 unidades de glicose

e cadeias laterais de ligação α-1,6 com 15 a 45 unidades de glicose (HEINEMANN

et al., 2003, RINDLAV-WESTLING et al., 1997, VAN DER MAAREL et al., 2002).

A amilopectina é constituída por três tipos de cadeias: (S) cadeia curta, cadeia

com grau de polimerização médio e (L) cadeia longa. A característica mais

importante desta molécula ramificada são as suas cadeias curtas (S), que formam

hélices duplas e agregados (clusters). Já as cadeias longas (L) representam a

coluna (eixo central) que apóia os grupamentos de cadeias curtas (S). As cadeias

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curtas são divididas em cadeias curtas externas (A) e cadeias curtas internas (B)

(Figura 3).

Figura 3: Estrutura da Amilopectina (BULÉON, 1998)

Esquematicamente, como pode ser observado na estrutura geral da molécula

(Figura 4), a amilopectina consiste de uma cadeia principal que possui o grupo

redutor e numerosas cadeias ramificadas. As ramificações ocorrem por conta das

ligações glicosídicas α-1,6 (CHUNG et al., 2007, VAN DER MAAREL et al., 2002).

Figura 4: Estrutura química da amilopectina, ilustrando as ligações α-1,4 e α-1,6 e a

estrutura geral da molécula (VAN DER MAAREL et al., 2002).

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2.1.1.3 - Outros constituintes do grânulo

Além da amilose e da amilopectina, o grânulo de amido apresenta

substâncias nitrogenadas, lipídeos e minerais como o fósforo. Apesar de estarem

presentes em menor porcentual, podem exercer influência marcante nas

propriedades do amido. Os lipídeos, que representam em média 0,6% da

composição de amidos de cereais, e são considerados a fração mais importante

associada, podem complexar com a amilose, e alterar as propriedades reológicas do

amido. Outros componentes, como proteínas e várias substâncias inorgânicas,

podem ser consideradas impurezas, uma vez que não estão ligadas covalentemente

com os polissacarídeos formadores do grânulo (ELLIS et al., 1998).

Ácidos graxos livres e lisofosfolipídios formam complexos de inclusão com

amilose (CIEŚLA et al., 2007, GUNARATNE et al., 2007). De acordo com

MORRISON e colaboradores (1995), estes complexos existem no amido nativo e

não são artefatos formados durante o isolamento e purificação do mesmo.

KASENSUWAN e colaboradores (1994) comentam a importância do teor de

fósforo no amido. O teor de fósforo na matéria seca varia de 0,003% em amido de

milho ceroso a 0,09% em fécula de batata. O fósforo pode aparecer em duas

formas: fosfato mono-éster e fosfolipídio, que apresentam papéis opostos sobre as

propriedades da pasta. O fosfato mono-éster aumenta a transparência e a

viscosidade da pasta e é mais freqüente nas féculas de raízes e tubérculo. Os

fosfolipídios tornam a pasta mais opaca e menos viscosa.

2.1.2 - Grânulo do amido e sua cristalinidade

O grânulo de amido é birrefringente e sob a luz polarizada, apresenta uma

típica cruz de Malta. No entanto, a birrefringência não necessariamente implica em

uma forma cristalina e sim, em um alto grau de organização molecular nos grânulos.

Admite-se que os grânulos de amido são estruturas semicristalinas compostas de

macromoléculas arranjadas na direção radial (AGGARWALL et al., 1998,

BILIADERIS, 1992, GALLANT et al., 1997).

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De acordo com BILIADERIS (1992), são as áreas cristalinas do amido que

mantêm a estrutura do grânulo, controlam seu comportamento na presença de água

e controlam a resistência aos ataques enzimáticos ou químicos. A fase gel ou

amorfa dos grânulos é a região menos densa e mais suscetível ao ataque

enzimático e ainda absorve mais água em temperaturas abaixo da temperatura de

gelatinização. Não existe uma demarcação específica entre as regiões cristalinas e

amorfas.

Grânulos de amido apresentam estruturas cristalinas, que proporcionam

padrões específicos de difração de raios-X, sendo classificados como dos tipos A, B

ou C (VAN SOEST et al., 1996c). A forma polimórfica do tipo C é considerada uma

mistura das do tipo A e B. O tipo C pode ainda ser classificado como Ca, Cb e Cc de

acordo com sua proximidade com as estruturas típicas do tipo A ou B (ROSENTHAL

et al., 1974).

A composição média, para a maioria dos grânulos de amido, está em torno de

20-30% de amilose e 70-80% de amilopectina (BULÉON et al., 1998, VAN SOEST et

al., 1996c). A proporção entre amilose e amilopectina e o teor de umidade no

grânulo variam de acordo com a espécie. Em determinadas plantas modificadas

geneticamente, a proporção relativa de amilose e amilopectina pode apresentar-se

bastante alterada. Por exemplo, no amido de milho com alto teor de amilose

(“amylomaize”), o teor de amilose situa-se na faixa de 50 a 80%, enquanto que no

amido de milho ceroso (waxymaize), o teor de amilopectina é de praticamente 100%.

Estas diferenças resultam em propriedades substancialmente distintas quanto ao

processamento destes materiais (VAN SOEST et al., 1996a).

Segundo BULÉON e colaboradores (1998), as partes lineares dos dois

polímeros formam hélices com seis moléculas de glicose em cada ciclo (Figura 5).

Esta é uma propriedade muito importante para explicar os estados físicos do amido.

No caso da amilopectina, os enlaces α(1→6) são pontos de ruptura para a formação

das hélices curtas, que podem ser formadas com as partes lineares da molécula.

Por outro lado, na amilose, constituída principalmente de cadeias lineares, as hélices

podem estar constituídas de 120 unidades repetitivas de glicose.

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Figura 5: Empacotamento cristalino em hélice dupla em amilose com cristalinidade

do tipo A (a) e do tipo B (b) (BULÉON et al., 1998)

A região onde se concentra a amilopectina é mais densa ou cristalina, ou

seja, o arranjo da amilose e da amilopectina nos grânulos leva à formação de zonas

de deposição mais ou menos densas. Segundo (VAN SOEST et al., 1996a) é na

amilopectina, ou mais exatamente na parte linear desta molécula, que se origina a

cristalinidade do amido. Os cristais têm espessura de 50 Å aproximadamente, e

crescem tangencialmente ao grânulo. Duas zonas cristalinas são separadas por uma

zona amorfa, que tem espessura de aproximadamente 20 Å, constituída pela zona

ramificada da molécula da amilopectina. A configuração tangencial das estrias dos

cristais explica o fenômeno da cruz (Cruz de Malta) de birrefringência, que se

observa em todos os grânulos de amido, sob luz polarizada. Esses fenômenos

fazem com que o amido de diferentes fontes botânicas tenha forma e tamanho

específicos.

Segundo MESTRES e colaboradores (1996), no amido nativo, as hélices

agregam-se para formar cristais. Com a difração de raios-X, é possível evidenciar e

definir os tipos de arranjos segundo a posição dos picos de difração.

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Os grânulos de amido, por serem parcialmente cristalinos, proporcionam

padrões específicos de difração de raios-X. Esses padrões de cristalinidade para o

amido no estado nativo são variáveis com as fontes de vegetais. O padrão A é

característico do amido de cereais, o padrão B do amido de tubérculos, de frutas, de

milho com alto teor de amilose e dos amidos retrogradados. O padrão C é

considerado como uma estrutura intermediária entre o tipo A e B, sendo encontrada

em amido de ervilha, por exemplo (BILIADERIS, 1991; VAN SOEST et al., 1996c).

Os padrões de cristalinidade são definidos com base nos espaços interplanares e

intensividade relativa das linhas de difração de raios- X (ZOBEL, 1998).

Um outro tipo menos comum de cristalinidade pertence ao grupo do tipo V (do

alemão “Verkleisterung”, significando gelatinização), provêm da precipitação de

complexos de amilose e ácidos graxos ou monoglicerídeos, que aparecem após a

gelatinização do amido. No precipitado cristalino, a amilose assume uma

conformação de hélice simples. Este tipo de cristalinidade é raramente detectada em

grânulos nativos, embora estudos por RMN no estado sólido tenham provado a

presença de complexos de lipídeos e amilose amorfa em amidos nativos de milho,

arroz e aveia (BULÉON et al., 1998). Comparada com as redes do tipo A e B, as

estruturas do tipo V apresentam um cavidade relativamente maior, a qual contém o

complexo (VAN SOEST et al., 1996c). Um outro arranjo cristalino pertencente a este

grupo que pode ser observado é a do tipo VA. Esta rede cristalina apresenta hélices

de amilose mais contraídas e contém menos água do que a do tipo VH. Também são

conhecidas outras formas intermediárias entre a estrutura hidratada VH e estrutura

anidra VA, provavelmente devido ás diferenças de hidratação da célula unitária.

2.1.3 - Propriedades do amido

2.1.3.1 - Gelatinização e fusão

Quando o grânulo de amido é aquecido em excesso de água (>60%), as

ligações de hidrogênio presentes nas áreas amorfas são rompidas, permitindo o

entumescimento do grânulo (BILIADERIS, et al., 1980, BULÉON et al., 1984). As

ligações fortes, presentes na área micelar, possibilitam que o grânulo permaneça

intacto até que essas ligações se rompam em algum ponto. Nessa condição, a

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expansão dos grânulos torna-se irreversível e a ordem estrutural desaparece,

podendo ser caracterizada por uma endoterma obtida por calorimetria diferencial de

varredura (DSC), pela perda da birrefringência, observada por microscopia de luz

polarizada (perda da cruz de Malta) e pelo desaparecimento da cristalinidade,

evidenciada pela difração de raios-X (GARCIA et al., 1997, FUKUOKA, et al., 2002).

Caso os grânulos continuem a expandir-se, a amilose é lixiviada para a fase aquosa

entre os grânulos, iniciando o processo de gelatinização (Figura 6) (BILIADERIS,

1991, LAI et al., 1991). O ponto inicial de gelatinização é chamado como

temperatura característica de gelatinização, T(G). Quando o grânulo de amido é

suspenso em água sob temperatura ambiente, um certo teor de água é

reversivelmente absorvida pelos grânulos, que incham levemente. O aquecimento

de dispersões de amido acima da sua T(G) favorece a entrada da água nas regiões

amorfas dos grânulos de amido, e o inchamento irreversível de seus grânulos

(DONOVAN, 1979). O inchamento é acompanhado pela perda da ordenação e da

semicristalinidade do grão, e pela solubilização da parte da amilose, que tende a sair

do grânulo com o aumento da temperatura. A desestruturação das regiões

cristalinas é acompanhada pelo desenrolamento das hélices duplas, e a estrutura do

grânulo é parcialmente ou completamente destruída. Durante este processo de

degradação ou a despolimerização das moléculas que compõem o amido não

tendem a ocorrer devido às condições de baixo cisalhamento (VAN SOEST et al.,

1996b).

A adição de pequenas quantidades de água aos grânulos de amido durante o

aquecimento leva a sua fusão (SHOGREN, 1992). O processo de fusão consiste no

inchamento dos grânulos devido à absorção das moléculas de água, seguido pela

fusão dos domínios cristalinos e das estruturas helicoidais, à medida que se observa

a perda da ordenação de curto alcance, ou seja, entre segmentos vizinhos (JANG &

PYUN, 1996, QU et al., 1994). Em presença de teores intermediários de água, pode-

se observar a ocorrência dos processos de gelatinização e de fusão. Porém, a fusão

ocorre sempre a uma temperatura superior à temperatura de gelatinização

(SHOGREN, 1992). Tanto a gelatinização como a fusão são processos que

dependem totalmente do teor de água presente durante o aquecimento dos grânulos

de amido (JANG et al., 1996).

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Figura 6: Influência do tratamento hidrotérmico com excesso de água sobre o estado

do amido (BORNET, 1991)

2.1.3.2 - Gelificação e retrogradação

Segundo MESTRES (1996), a gelificação ocorre durante o resfriamento e o

armazenamento da pasta. Em uma solução, existe apenas uma fase, a do solvente,

em que o polímero encontra-se dissolvido. Em geral, ocorre o contrário no gel. A

fase contínua é o polímero, que forma uma estrutura na forma de uma rede

tridimensional. Dentro das malhas desta rede, encontra-se o solvente. A fração

polimérica é a responsável pelas propriedades mecânicas e viscoelásticas. Esse tipo

de junção, que ata as moléculas do polímero, permite definir alguns tipos de géis.

Existem géis covalentes, iônicos como os alginatos, ou físicos, como no caso do

amido. Neste caso, as ligações dos polímeros são de baixa energia, como as do tipo

hidrofóbicas, ou força de van der Walls, por exemplo. É possível distinguir duas

etapas no fenômeno da gelificação: A separação de fases e a cristalização ou

retrogradação, que se aplica apenas no caso do amido. A separação de fases é a

agregação das moléculas dos polímeros que vão formar uma rede tridimensional.

Existe uma concentração mínima para que este fenômeno ocorra, denominada

concentração crítica de gelificação ou Co.

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Segundo MESTRES e colaboradores (1996), a segunda etapa da gelificação

é a retrogradação. As cadeias do polímero, que se encontram agregadas no gel, se

alinham para formar os cristais. Qualquer que seja o tipo do cristal do amido de

origem do gel, os cristais formados no gel serão sempre do tipo B, formados pela

amilose e amilopectina. Entretanto, os cristais de amilose fundem-se entre 120 e

150°C, enquanto que os da amilopectina fundem-se a temperaturas próximas a

50°C. Esta cristalização endurece o gel e acarreta o fenômeno de sinérese, que

corresponde à expulsão de parte do solvente para fora do gel. A velocidade de

retrogradação também é muito diferente para os dois polímeros. Para um gel de

amilose em concentração duas vezes superior a sua Co, a retrogradação ocorre em

um dia enquanto que mais de 40 dias são necessários para que o mesmo fenômeno

ocorra com a amilopectina em concentração duas vezes superior à Co.

Como definido por ATWELL e colaboradores (1988), a retrogradação é o

processo que ocorre quando as moléculas de amido gelatinizadas começam a

reassociar-se e favorecem uma estrutura mais ordenada. O amido em certas

condições, após aquecimento em água, sofre dextrinização e hidrólise parciais, mas

posteriormente sofre polimerizações, transformando-se em produtos insolúveis e

inatacável por amilases. O nome retrogradação é dado porque o amido volta às

condições de insolubilidade em água fria (MILES et al., 1985, GIDLEY et al., 1988).

O fenômeno ocorre freqüentemente em pasta de amido envelhecidas. Considera-se

que a retrogradação origina-se da tendência das moléculas ou de grupos de

molécula, de amido dissolvido, em unirem-se umas às outras através de pontes de

hidrogênio, dando origem à formação de partículas de maior tamanho, numa

tentativa de cristalização de moléculas grandes que, por essa razão, precipitam.

2.2 - Amido termoplástico (TPS)

A noção de TPS é relativamente recente e é hoje uma das principais metas

de pesquisas para a produção de materiais biodegradáveis (CURVELO et al., 2001).

O amido não é um verdadeiro termoplástico, mas na presença de um plastificante

(água, glicerol, sorbitol, etc.), altas temperaturas (90°-180°) e cisalhamento, ele

derrete e flui, permitindo seu uso em equipamentos de injeção, extrusão e sopro,

como para os plásticos sintéticos (VAN DEN EINDE et al., 2005).

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Para obter um amido termoplástico é necessário que o amido perca sua

estrutura granular semicristalina e adquira comportamento similar ao de um

termoplástico fundido, obtido por ação de energia mecânica e térmica, aplicada

durante o processamento (VAN SOEST et al., 1996c).

A água adicionada à formulação tem duas funções: de agente desestruturante

do grânulo nativo, com rompimento das ligações de hidrogênio entre as cadeias, e

de plastificante. No entanto, faz-se necessária a adição de um plastificante adicional

além da água, tal como um poliol, que será pouco influenciado pelas condições

atmosféricas em mecanismo de sorção-desorção e que permitirá obtenção de uma

fase fundida em temperatura inferior à degradação do amido (AVEROUS et al.,

2001).

Durante a extrusão do amido, a combinação de forças de cisalhamento, calor

e ação plastificante permite obter um material termoplástico (AVEROUS et al., 2001).

Este material pode em seguida ser transformado por meio de termoformação ou

injeção.

Segundo RAY e colaboradores (2005), o uso do amido ou de seus derivados

como único componente de um material biodegradável foi objeto de muitas

pesquisas. Técnicas de plastificação do amido foram desenvolvidas para permitir a

produção de artefatos (geralmente maciços), mas que sofriam modificações físicas

em função da umidade atmosférica. Isso por que, o plastificante usado no

processamento do amido é em geral hidrofílico.

Esse material pode ser processado como os materiais sintéticos: extrusão e

injeção, etc. Segundo LOURDIN e colaboradores (1995), é adicionado de 20 a 40 %

de plastificante, tais como glicerol, sorbitol, etc., em relação ao peso do amido. O

teor de plastificante apresenta relação direta com as propriedades mecânicas e a

transição vítrea do material.

Os filmes à base de amido também podem apresentar cristalinidade após

período de armazenamento sob determinada umidade relativa do ar. Diferentes tipos

de cristalinidades podem ser encontradas provenientes da cristalinidade residual e

cristalinidade induzida pela condição de processamento e armazenamento.

Cristalinidade residual do tipo A, B ou do tipo C podem ser encontradas em

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termoplásticos à base de amido quando a energia aplicada durante o

processamento não é suficiente para o rompimento de todos os grânulos de amido.

Para a cristalinidade induzida pelo processamento, três estruturas cristalinas

formadas por hélices simples de amilose têm sido abservadas em materiais

termoplásticos, dependendo das condições de processamento e da composição.

Tais estruturas são denominadas na literatura como sendo dos tipos VA, VH e EH

(VAN SOEST et al., 1996c).

2.3 - Compósitos e nanocompósitos

Os compósitos podem ser definidos como materiais que contêm duas ou mais

substâncias combinadas, que produzem um material com propriedades funcionais e

estruturais diferentes daquelas de seus constituintes individuais. É uma classe de

materiais heterogêneos e multifásicos, sendo que um dos componentes é

descontínuo, denominado de estrutural ou de reforço, que fornece resistência ao

material, e outro, que representa o meio de transferência desse esforço,

denominado de matricial ou fase contínua (KORNMANN et al., 2007, MANO et al.,

1999, RAY et al., 2005, UEBERSCHAER et al., 2006).

Os compósitos polímero-argila foram muito estudados nos anos 60 e no

começo dos anos 70; porém, só recentemente, no final da década de 80, que

pesquisadores da Toyota Central Laboratories, descobriram a possibilidade de

produzir nanoestruturas de um polímero e de uma argila organofílica (USUKI, 1993).

A nanotecnologia pode ser definida como a síntese, processamento,

caracterização e utilização de materiais com dimensões da ordem de 0,1 a 100 nm,

nos quais são apresentadas melhorias nas propriedades físicas, químicas e

biológicas (THOSTENSON et al., 2005). Os nanocompósitos são, portanto, uma

nova classe de materiais que apresentam propriedades muito superiores às dos

compósitos poliméricos convencionais ou polímeros puros. Essas melhorias são

alcançadas com uma fração de carga muito pequena (≤ 5% p/p) de silicato (RAY et

al., 2003b, MATSUI et al., 2004).

Os nanocompósitos de argila podem ser classificados em três categorias

gerais: os intercalados, onde ocorre a inserção da matriz polimérica de forma regular

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entre as lamelas do mineral; os convencionais, onde o mineral age como um

enchimento convencional; e os esfoliados ou delaminados, onde as camadas do

mineral são esfoliadas na matriz polimérica contínua. Os esfoliados permitem a

obtenção de propriedades melhores em relação aos intercalados, porque

maximizam a interação polímero–mineral (DEAN et al., 2007, KORNMANN et al.,

2007, WILHELM et al., 2003). Os três tipos estão esquematizados na Figura 7.

Os reforços mais utilizados nos nanocompósitos são os silicatos lamelares

naturais, argilas como a montmorilonita (MMT), hectorita e saponita. Os silicatos são

naturalmente hidrofílicos, o que torna difícil a interação e a capacidade de mistura

com matrizes poliméricas apolares. Sendo assim, o processo de troca iônica é

freqϋentemente empregado para o desenvolvimento dos nanocompósitos. Argilas

organofílicas apresentam compatibilização melhorada entre a argila e a matriz

polimérica. O papel dos agentes de compatibilização é o de tornar fácil a dispersão

do polímero na argila. Esses agentes são substâncias anfifílicas tais como os

surfactantes, ou seja, os agentes de compatibilização têm grupos funcionais

hidrofílicos e organofílicos. Atualmente íons alquilamônio (H3N+(CH2)nCOOH) vêm

sendo muito empregados porque podem substituir facilmente os cátions presentes

nas camadas das argilas (RAY et al., 2005, PARK et al., 2002).

Figura 7: Estruturas idealizadas para compósitos polímero-argila (KORNMANN et al.,

2007)

Os nanocompósitos biodegradáveis, que consistem em polímeros

biodegradáveis e silicatos (com modificação orgânica ou não), exibem

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freqüentemente propriedades mecânicas e várias outras propriedades notavelmente

melhoradas quando comparadas àquelas dos polímeros sozinhos (ANGLES et al.,

2000, CHIOU et al., 2007, PARK et al., 2007). As melhorias geralmente incluem o

módulo elástico elevado, maior resistência ao calor, maior resistência mecânica,

baixa permeabilidade a gás e biodegradação aumentada dos polímeros

biodegradáveis (RAY et al., 2003a). A razão principal para essas propriedades,

encontradas em compósitos de silicato em camadas organicamente modificadas

(OMLS), são as interações interfaciais mais fortes entre a matriz e o silicato, ao

contrário dos compostos convencionais (RAY et al., 2005).

O efeito mais importante da presença de nanocamadas de argila na matriz

termoplástica é a melhoria nas propriedades mecânicas. O grau de melhoria das

propriedades mecânicas depende do grau de intercalação/esfoliação do

nanocompósito (KOJIMA et al., 2003, MONDRAGON et al., 2006).

A presença de partículas nanoestruturadas melhora as propriedades de

barreira dos materiais. Essa melhoria revela-se na redução da permeabilidade a

gases e no aumento da resistência a solventes, especialmente em embalagens.

Uma justificativa para o decréscimo da permeabilidade em estruturas nanométrica

sob forma lamelar seria a de que, quando elas estivessem dispersas no polímero,

criariam uma espécie de labirinto, o que dificultaria a difusão de gases através do

material polimérico. É muito provável que a fina dispersão de nanopartículas sob

forma de placas aumente o percurso para o caminho da difusão do gás ou solvente

(RAY et al., 2005).

2.3.1 - Argilas

Argilas são materiais naturais, terrosos, de granulação fina (partículas com

diâmetro geralmente inferior a 2 µm) e formada quimicamente por silicatos

hidratados de alumínio, ferro e magnésio. São constituídas por partículas cristalinas

extremamente pequenas, de um número restrito de minerais conhecidos como

argilominerais. Uma argila qualquer pode ser composta por um único argilomineral

ou por uma mistura de vários deles (Figura 8). Além deles, as argilas podem conter

ainda matéria orgânica, sais solúveis, partículas de quartzo, pirita, calcita, outros

minerais residuais e minerais amorfos (SANTOS, 1989). Os principais fatores que

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controlam as propriedades das argilas são a composição mineralógica dos

argilominerais e dos não–argilominerais e as distribuições granulométricas das suas

partículas, teor em eletrólitos dos cátions trocáveis e sais solúveis, natureza e teor

de componentes orgânicos e características texturais da argila (OISHI et al., 2005).

No Brasil, no ano de 2000, as reservas de bentonita totalizavam cerca de 39

milhões de toneladas, das quais 80% são reservas medidas. No Estado da Paraíba,

nos municípios de Boa Vista e Cubati, estão concentrados 62% das reservas

nacionais e em São Paulo, municípios de Taubaté e Tremembé, 28%, ficando os

10% restantes nos Estados da Bahia, Minas Gerais e Paraná. No tocante, à

produção mundial, a única estatística disponível preliminar é referente aos Estados

Unidos da América, com uma produção da ordem de 4,0 milhões de toneladas de

bentonita/ano, ficando o Brasil entre os dez principais produtores. Em 2000, a

quantidade de bentonita bruta e beneficiada produzida no Estado da Paraíba

representou 96% do total da produção brasileira, sendo a parcela restante de 4%,

produzida no Estado de São Paulo. No segmento de processamento, além do

beneficiamento simples de desintegração, homogeneização e secagem, são

realizadas também na ativação, pela adição do carbonato de sódio (barrilha)

transformando-se a bentonita, naturalmente cálcica em sódica. A empresa paraibana

BUN (Bentonit União do Nordeste) responde por 74,0%, a BENTONISA com 9,1%, a

DRESCON com 3,9%, e a DOLOMIL com 3,3%, da produção beneficiada nacional.

A Paraíba tem sido o principal estado produtor deste bem mineral, tanto bruto

quanto beneficiado, onde hoje atuam nove empresas operando cerca de catorze

minas. Os termos bentonita e bentonítico são utilizados para materiais argilosos

montmoriloníticos (TUMKUR et al., 2003).

Bentonitas organofílicas são argilas que podem ser sintetizadas a partir de

bentonita sódica, que é altamente hidrofílica e, pela adição de sais quaternários de

amônio (com ao menos uma cadeia contendo 12 ou mais átomos de carbono) em

dispersões aquosas de argilas esmectíticas sódicas. Nessas dispersões aquosas, as

partículas da argila encontram-se em elevado grau de delaminação, isto é, as

partículas elementares da argila, que são lamelas, devem encontrar-se (em maior ou

menor grau) umas separadas das outras (e não empilhadas), facilitando a introdução

dos compostos orgânicos, que as irão tornar organofílicas . Nestas dispersões

aquosas de bentonitas sódicas, os cátions orgânicos do sal substituem os cátions de

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sódio da bentonita, passando-a de hidrofílica para organofílica (BARDANTI et al.,

1997; EGLOFFSTEIN, 2001). Esses cátions diminuem a tensão superficial das

bentonitas e melhoram seu caráter de molhamento pela matriz polimérica

(EGLOFFSTEIN, 2001). Além disso, os cátions alquilamônio e alquifosfônio podem

ter grupos funcionais e reagir com a matriz polimérica ou, em alguns casos, iniciar a

polimerização de monômeros, melhorando a resistência da interface entre as

partículas de argila e a matriz polimérica. Após a troca catiônica, as argilas

apresentam a propriedade de inchar em solventes orgânicos e um caráter

organofílico bastante elevado. O tipo de bentonita sódica, o tipo de sal quaternário

de amônio e o processo de obtenção da argila organofílica irão definir os solventes

orgânicos nos quais as argilas irão inchar (BALA et al., 2000).

Figura 8: Estrutura cristalográfica da montmorilonita (Adaptado a partir RAY, 2003;

MORLAT, 2004)

Uma variedade de materiais inorgânicos, tais como fibra de vidro, carbonato

de cálcio e argilominerais, têm sido usados com sucesso como cargas ou agentes

de reforço para melhorar a rigidez e a resistência mecânica de polímeros. A

extensão do aumento das propriedades depende de muitos fatores incluindo área

superficial, características geométricas e estruturais do reforço, a razão de aspecto

do reforço, seu grau de dispersão e orientação na matriz, e a adesão na interface

matriz-reforço. Silicatos como a montmorilonita (MMT), hectorita e saponita têm

recebido uma grande atenção nas últimas décadas, como materiais de reforço para

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polímeros, devido à alta razão de aspecto características destes materiais e à

possibilidade de intercalação/esfoliação das camadas do silicato na matriz

polimérica. Tais argilominerais têm uma camada estrutural, tipicamente com 1 nm de

espessura, que se propriamente esfoliada pode levar à produção de uma matriz

polimérica com um grande número de partículas finamente dispersas

(aproximadamente 1 µm de dimensões laterais) na matriz polimérica (RAY et al.,

2005).

2.4 - Degradação e Biodegradação

Segundo a “American Society for Testing and Materials” (ASTM, 1982),

polímeros biodegradáveis são por definição “aqueles em que sua degradação

resulta da ação natural de microrganismos, tais como bactérias, fungos ou algas”.

Para este tipo de avaliação, é preciso que se considere como medir a

biodegradação do plástico, em que meio ambiente será testado, a simplicidade e

qualidade do teste e a sua aceitação. (CHRISTOPHER et al., 1992).

A degradação de polímeros é iniciada por diversos mecanismos, como calor,

oxigênio, radiação e microrganismos. Estes fatores levam à formação de produtos

oxidáveis, especialmente grupos carbonila que, juntamente com cisões moleculares,

causam mudanças em suas propriedades, levando ao amarelamento, fissuramento,

fragilização, migração de aditivos, etc (DAVIS, 2003), podendo causar falhas

prematuras e tornando o produto inadequado para o uso (HULME et al., 1994).

Em polímeros, para que a degradação aconteça, os microrganismos

necessitam aderir à superfície do polímero. Assim, polímeros que apresentam uma

superfície irregular como os materiais baseados em amidos, são mais propensos ao

ataque microbiano (DAVIS, 2003).

Dentre as situações onde a degradação do polímero é desejável, a

biodegradação é certamente o processo mais importante. O mecanismo da

biodegradação de polímeros consiste em um processo químico em que a

decomposição da matriz polimérica ocorre pela ação das enzimas produzidas pelos

microrganismos (DAVIS, 2003).

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Na biodegradação, devem ser considerados os parâmetros físicos

(temperatura, pressão, ação mecânica dos ventos, chuvas, ação da luz, umidade do

solo), a composição química da água, do ar e do solo, além dos parâmetros

biológicos (ação dos animais, vegetais e microrganismos) (KIJCHAVENGKUL et al.,

2006, MASSARDIER-NAGEOTTE et al., 2006).

Na realidade, podemos concluir que a biodegradação não é resultado de uma

simples ação de microrganismos, e sim uma seqüência de condições nas quais eles

atuam e que estão relacionados com todas as características do meio (ROSA et al.,

2003).

A disponibilidade de polímeros degradáveis deve estar associada ao custo

competitivo em relação aos materiais convencionais, propriedades compatíveis para

uso generalizado, destino final do produto e período estimado para sua vida útil

(SCOTT, 2000).

Atualmente a obtenção de plásticos biodegradáveis ainda é incipiente e de

alto custo. Nos EUA os plásticos biodegradáveis custam de 5 a 12 dólares o quilo, o

que significa um valor cinco vezes maior se comparado com os termoplásticos

comuns. Tanto na Europa como no Japão, há uma prioridade pela busca de

plásticos degradáveis. Na Itália, por exemplo, existem leis para minimizar o uso de

embalagens não degradáveis. Em 1993, o governo do Japão destinou 14,4 milhões

de dólares para o desenvolvimento de plásticos biodegradáveis, que foi distribuído

entre institutos de pesquisas e companhia privadas (MOORE, 1993).

Nos últimos tempos, diversos polímeros biodegradáveis começaram a ser

sintetizados, bem como alguns tipos de microrganismos capazes de degradá-los têm

sido identificados (CHANDRA et al., 1998b).

Nos meios biológicos nos quais os polímeros serão descartados, os agentes

biológicos tais como bactérias, fungos e suas enzimas consomem o polímero como

tipo de alimento, tal que o material original desaparece sem deixar resíduo perigoso

ou tóxico para o meio ambiente. Os produtos finais resultantes dos meios aeróbios

são dióxido de carbono, água e biomassa, e dos meios anaeróbios são dióxido de

carbono, água, metano e biomassa (NASCIMENTO, 2001). A Figura 9 mostra o ciclo

de biodegradação de materiais de embalagem biodegradável de fontes renováveis.

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Figura 9: Ciclo de biodegradação de materiais de embalagem biodegradável de

fontes renováveis (NASCIMENTO, 2001)

A velocidade de biodegradação pode ser influenciada por uma série de

fatores como: natureza do polímero, tipos de organismos presentes no meio de

degradação, área superficial, temperatura, pH, umidade, disponibilidade de oxigênio,

suprimento de nutrientes (REDDY et al., 2003, ABOUD-ZEID et al., 2000).

De acordo com as normas ASTM e ISO, que estabelecem condições para

testes de biodegradabilidade, 60% do carbono têm que ser mineralizadas para CO2

em 45 dias para que o polímero possa receber a designação de “biodegradável”.

A microscopia eletrônica de varredura (SEM) serve para observar as

superfícies dos filmes poliméricos antes e após o teste de biodegradação. Assim,

pode-se verificar a existência de possíveis fraturas provocadas nos polímeros

durante a biodegradação, como conseqüência da perda de suas propriedades

mecânicas (RAY et al., 2003).

O processo de biodegradação e a avaliação dos sistemas que envolvem

filmes poliméricos necessitam ainda de muitos estudos para que se tenha um melhor

desempenho de seu controle operacional.

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3 – OBJETIVO

Esta dissertação teve como objetivos:

• Obter nanocompósitos termoplásticos à base de amido de milho com argilas

hidrofílicas e organofílica, a partir do amido de milho in natura em presença de

glicerol e água como plastificantes. As argilas foram adicionadas ao amido com

o objetivo de aumentar a resistência ao esforço e à água.

• Caracterizar compósitos termoplásticos obtidos quanto às suas propriedades

mecânicas, térmicas e morfológicas logo após processamento e ao longo do

seu envelhecimento.

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4 - MATERIAIS

A seguir são mostrados separadamente os materiais, os equipamentos e a

metodologia utilizados para a elaboração dos ensaios.

4.1 - Reagentes

Neste trabalho, para a obtenção dos termoplásticos baseados em amido,

foram usados o amido de milho, argila e reagentes comumente empregados em

pesquisa.

• Amido de milho in natura, doado pelas Refinações de Milho Brasil Ltda. (São

Paulo, SP), atualmente Corn Products do Brazil (São Paulo, SP);

• Glicerol grau técnico, fornecido pela Vetec Química Fina Ltda. (Rio de

Janeiro, RJ);

• Argila montmorilonita naturalmente sódica (MMT-Na+) produzida pela

Bentonita União do Nordeste S.A, Brasil, sob nome comercial Volclay;

• Argila montimorilonita naturalmente cálcica (MMT-Ca2+), fornecida pela

empresa Bentonita União do Nordeste S.A, Brasil, sob nome comercial

Brasgel NT 25;

• Argila organofílica, fornecida pela Southern Clay Product, Inc; Texas, USA,

sob nome comercial Cloisite 30B.

4.2 - Equipamentos

Além da vidrarias usuais em laboratório, os equipamentos utilizados para a

obtenção dos termoplásticos e sua posterior caracterização são mostrados a seguir.

• Agitador mecânico, munido de haste de agitação tipo âncora, IKA, modelo

RW 20.N , IkA Works do Brasil

• Peneirador Produtest, modelo 3742 (São Paulo, SP)

• pHmetro Quimis, modelo Q 400

• Câmara de mistura modelo Rheomix 600, equipada com rotores tipo “roller”,

acoplada ao reômetro de torque Rheocord 9000 (Haake, Karlshue, Germany)

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• Extrusora mono-rosca, modelo Rheocord 9000 (Haake, Karlsruhe, Germany)

acoplada ao reômetro de torque

• Extrusora dupla-rosca, modelo Rheocord 9000 (Haake, Karlsruhe, Germany)

acoplada ao reômetro de torque

• Prensa Carver Laboratory Press, modelo C No 33000-062, com aquecimento

elétrico- Fred S. Carver (Wabash, USA)

• Prensa Carver com resfriamento, Carver model B & C, NS 22400-181, Carver

Laboratory Press (Wabash, USA)

• Micrômetro Peacock Upright Dial Gauge L-468, com precisão de 0,01 mm

Peacock Precision Measuring Instruments Co. (UK)

• Paquímetro, n° 05837837 de 200 mm, precisão de 0,05 mm Mitutoyo Sul

Americana Ltda (Brasil)

• Moinho de bolas Retsch D-42781, modelo S1000 (Haan, Germany)

• Máquina Universal de Ensaios Instron, modelo 4204 (Canton, USA) com

célula de 1 kN

• Microscópio eletrônico de varredura (SEM) JEOL JSM, modelo 5610LV

(Akishima-shi, Japão)

• Goniômetro Ramé-Hart, modelo NRL A -100 -00 (Montain Lakes, USA);

• Difratrômetro de Raios-X Rigaku, modelo Miniflex (Osaka, Japan)

• Analisador termogravimétrico (TGA), modelo Q500 (T.A. Instruments, USA)

• Calorímetro diferencial de varredura Perkin Elmer, modelo DSC-7 (Norwalk,

USA)

• Espectrofotômetro de absorção na região do infravermelho por transformada

de Fourier (FTIR) , Excalibur 3100 Varian (Mulgrave, Austrália)

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5 - COMPÓSITOS DE AMIDO E ARGILA

5.1 - MÉTODOS

5.1.1 - Delineamento experimental

O delineamento experimental central composto rotacional de 2ª ORDEM

(BOX, HUNTER & HUNTER, 1978) e o modelo matemático superfície de resposta

foram empregados para o estudo das variáveis independentes, teor de glicerol (%) e

teor de argila (%), e da interação entre elas na extrusão do amido de milho.

O uso deste delineamento com o ponto central repetido 4 vezes foi utilizado

visando reduzir as combinações e otimizar o processo de coleta e análise de dados.

Os parâmetros do processo estabelecidos como variáveis independentes

foram estudados em três níveis codificados (-1, 0, +1). Para a variável argila, o valor

do ponto central foi igual a 6 e para o cálculo dos níveis –1 e +1, foi adotado um

intervalo igual a 4, para o nível –1 e igual a 4 para o nível +1, subtraindo 4 e

somando 4, respectivamente, foram obtidos os valores para os níveis –1 e +1.

Enquanto que para a variável teor de glicerol, o valor do ponto central foi igual a 25 e

para o cálculo dos níveis –1 e +1, foi adotado um intervalo igual a 3, subtraindo e

somando 3, respectivamente, foram obtidos os valores para os níveis –1 e +1

Esse delineamento apresenta também 2 níveis de variáveis axiais que são

codificadas como -α e +α. O seu valor depende do número fatorial (F=2k) do

delineamento e do número de variáveis independentes (k=2) e pode ser definido

pela equação:

α = (F)1/4 = (2k) ¼ = 1,414 Equação 1

Os valores máximos e mínimos de cada variável independente foram

estabelecidos de acordo com as possibilidades operacionais do processo de

extrusão e com base em ensaios preliminares em câmara de mistura.

De acordo com BOX & DRAPER, (1967), para a análise dos resultados

experimentais, a metodologia descreve o comportamento de um sistema no qual

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estão combinados as variáveis independentes (Xk) e variável dependente ou de

resposta (Yi). A resposta é uma função dos níveis nos quais estes fatores foram

combinados e definidos como pode ser observado na fórmula abaixo:

Yi = F (X1, X2, ........, Xk) Equação 2

Através de uma análise de regressão, pode ser ajustado para cada resposta

(Y) um polinômio de segunda ordem como as variáveis explicativas (Xk). A

expressão geral utilizada para predizer o comportamento de cada resposta avaliada

pode ser escrita da seguinte forma:

Yi = β0 + β1X1 + β2X2 + β11X12 + β22X2

2 + β12 X1X2 + ε Equação 3

Onde:

Yi = função resposta;

X1 e X2 = valores das variáveis independentes;

β0 = coeficiente relativo à interpretação do plano com o eixo resposta;

β1 e β2 = coeficientes lineares estimados pelo método dos mínimos quadrados;

β11 e β22 = coeficientes das variáveis quadráticas;

β12 = coeficiente de interação entre as variáveis independentes;

ε = erro experimental.

O experimento foi conduzido num delineamento com dois fatores ou variáveis

independentes (teor de argila e teor de glicerol) e três níveis codificados. Tanto os

níveis codificados (-1, 0, +1), quanto os axiais (-α, +α), e os fatores têm seus valores

reais apresentados na Tabela 1. O delineamento completo é mostrado na Tabela 2.

Na Tabela 1, podem ser observadas as variáveis independentes codificadas e

os seus respectivos valores utilizados no processo de extrusão do amido de milho e

argila.

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Tabela 1: Variáveis independentes codificadas para o delineamento central

composto no processo de extrusão de amido de milho e argila

Níveis Variáveis Independentes

-αa -1 0 1 αa

Teor de argila (%), X1 0,34 2 6 10 11,65

Teor de glicerol (%), X2 20,75 22 25 28 29,24 a α= 1,414

Tabela 2: Delineamento completo do desenho experimental no processo de extrusão

de amido de milho e argila

Níveis codificados das

variáveis

Níveis decodificados das

variáveis

Teste

x1 x2 X1 X2

01 -1,000 -1,000 2 22

02 -1,000 1,000 2 28

03 1,000 -1,000 10 22

04 1,000 1,000 10 28

05 -1,414 0,000 0,34 25

06 1,414 0,000 11,65 25

07 0,000 -1,414 6 20,75

08 0,000 1,414 6 29,24

09 0,000 0,000 6 25

10 0,000 0,000 6 25

11 0,000 0,000 6 25

12 0,000 0,000 6 25

x1 e X1 = Teor de argila(%)

x2 e X2 = teor de glicerol (%)

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As análises estatísticas foram realizadas após determinar a média das

variáveis (dependentes) de resposta (média de três determinações) seguida da

determinação da análise de variância (ANOVA) para testar a significância do

modelo. Foi utilizado nível de significância de 5% (p ≤ 0,05). O processamento dos

dados e a análise estatística foram elaborados com o auxílio do programa

computacional “STATISTICA” versão 6.

A partir da equação de regressão obtida por esta técnica, foi possível elaborar

gráficos tridimensionais de superfícies de resposta, bem como suas respectivas

curvas de nível com auxílio do programa computacional “STATISTICA” versão 6.

5.1.2 - Grau de inchamento

O teste do grau de inchamento foi realizado separadamente para as argilas

hidrofílicas (MMt Na+, MMT Ca2+) e organofílica (Cloisite 30B).

Em uma proveta com 100 ml de água destilada e deionizada foram

adicionados lentamente 5g de argila. O material ficou em repouso por 24 h. Após

esse tempo, o volume precipitado da argila foi medido. O fator de inchamento livre

foi determinado pela Equação 4 (KABIRI, et al., 2003; BURGENTZLÉ et al., 2004).

S= (Vi-Vs)/ Vs Equação 4

Onde:

S = fator de inchamento livre,

Vi = volume da argila inchada (mL)

Vs = volume da argila seca (mL)

5.1.3 - Determinação da capacidade de troca catiônica (CTC)

As amostras de argila foram previamente secas a 110ºC por 2 horas. Em

seguida, foram resfriadas e transferidas para um erlenmeyer com 50 mL de solução

tampão a pH7. A solução tampão foi preparada com fosfato ácido de potássio e

hidróxido de sódio. A mistura de argila e tampão ficou sob agitação por 7 minutos.

Transferiu-se a solução de azul de metileno padronizada anteriormente para uma

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bureta. Adicionou-se 1 mL da solução de azul de metileno ao erlenmeyer e deixou-

se agitando por 60 segundos. Coletou-se então uma gota da suspensão titulada no

papel de filtro. Esperou-se por 30 segundos e observou-se a ocorrência do

aparecimento de um halo azul esverdeado em torno da gota. Repetiu-se este

procedimento até que houvesse o aparecimento deste halo. A fim de que se

confirmasse o resultado, repetiu-se este procedimento 5 minutos após o

aparecimento do halo. A Capacidade de troca catiônica foi calculada segundo a

Equação 5.

CTC = CAM*VAM*100 / Marg Equação 5

Onde:

CAM = concentração da solução de azul de metileno (meq/L)

VAM = volume gasto da solução de azul de metileno (L)

Marg = peso da argila seca (g)

Determinação da capacidade de troca catiônica (CTC) pelo método de azul de

metileno (ABNT, NBR 8105, 1983).

5.1.4 - Determinação dos teores de umidade do amido e da argila

Cerca de 0,5 g do amido de milho in natura (Amidex 3001) (P1) foi colocado

em uma placa de Petri limpa, seca e previamente tarada (P2). A placa, contendo a

amostra, foi colocada em estufa a 110°C durante 3 horas. Após este período, a

amostra foi resfriada em dessecador bem limpo e seco, e pesada novamente (P3).

Este procedimento foi repetido a cada intervalo de 30 min até a amostra apresentar

peso constante. O mesmo procedimento foi adotado para a determinação do teor de

umidade presente na argila. Esta metodologia foi realizada em triplicata. O teor de

umidade apresentado pelo amido e pela argila foram determinados a partir da

Equação 6.

Teor de umidade (%) = 100 – [(P3-P2/P1) x 100] Equação 6

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Onde:

P1 é o peso da amostra equivalente a 0,5 g, P2 é o peso da placa de Petri e P3 é o

peso da placa de Petri com a amostra após secagem na estufa.

5.1.5 - Distribuição do tamanho dos grânulos de argila

Peneiras cujas aberturas das malhas variam entre 0 a 1 mm foram colocadas

sobrepostas, sendo a peneira superior de maior mesh e a peneira inferior a de

menor mesh. A abertura das malhas das peneiras diminui da peneira superior para a

peneira inferior. Após a peneira inferior, foi colocado um prato sem abertura para o

recolhimento da argila de menor tamanho. Cerca de 50 g de argila, previamente

secos, foram distribuídos sobre a peneira superior. O sistema foi mantido sob

agitação por cerca de 1 hora por meio de um sistema vibratório Produtest.

5.1.6 - Obtenção das pré-misturas de amido de milho

Pré-misturas de amido in natura e glicerol foram homogeneizadas em um

béquer de plástico sob agitação mecânica por um período de 10 minutos em sua

velocidade máxima para favorecer a incorporação do plastificante ao amido. Os

teores de glicerol adicionados às amostras de amido de milho foram de 20,75, 22,

25, 28 e 29,24 % (baseados no peso seco do amido). As pré-misturas foram

condicionadas em sacos plásticos fechados para evitar a perda de material e

mantidas em refrigerador por 14 dias a 4°C, a fim de permitir a completa absorção

dos plastificantes ao amido. Após esse período de condicionamento, as pré-misturas

de amido e glicerol foram misturadas à argila minutos antes de serem submetidas ao

processo de extrusão. Foram preparados cerca de 600 g de cada amostra para a

extrusão.

5.1.7 - Extrusora mono-rosca

As amostras com e sem adição de argila foram processadas em extrusora

mono-rosca modelo Rheocord 9000 (Haake, Karlsruhe, Germany), acoplada a um

reômetro de torque.

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Vale ressaltar que o processo de extrusão foi iniciado após o período de

estabilidade da extrusora, para que todas as 4 zonas atingissem os valores de

temperatura previamente ajustados.

� Parâmetros variáveis no processamento:

� Teor de argila (%)*

� Teor de glicerol (%)*

* De acordo com delineamento experimental

� Parâmetros constantes no processamento:

� Rotação do parafuso: 40 rpm, L/D de 25, razão de compressão

de ¾, D de 2,56 cm

� Matriz laminar: 25 mm x 1,0 mm.

� Temperaturas das zonas: 1 (T: 90ºC), 2 (T: 105ºC), 3 (T: 105ºC),

4 (T: 90ºC)

5.1.8 - Extrusora dupla-rosca

As amostras com e sem adição de argila foram processadas em extrusora

dupla-rosca modelo Rheocord 9000 (Haake, Karlsruhe, Germany), acoplada a um

reômetro de torque.

Vale ressaltar que o processo de extrusão foi iniciado após o período de

estabilidade da extrusora, para que todas as 4 zonas atingissem os valores de

temperatura previamente ajustados.

Não foi utilizado o delineamento experimental na dupla rosca. Apenas

algumas misturas foram selecionadas para o processamento.

� Rotação do parafuso: 40 rpm, L/D de 25, razão de compressão

de ¾, D de 2,56 cm

� Matriz laminar: 25 mm x 1,0 mm.

� Temperaturas das zonas: 1 (T: 90ºC), 2 (T: 110ºC), 3 (T: 115ºC),

4 (T: 90ºC)

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5.1.9 - Condicionamento e determinação do teor de água presentes nos filmes

Os corpos de prova obtidos após o processo de extrusão foram

condicionados em câmara climática primeiramente a uma temperatura média de

28°C e umidade relativa do ar em torno 80% por 30 dias. Com o objetivo de verificar-

se o efeito do envelhecimento dos compósitos amido e argila, os corpos de prova

foram mantidos sob condicionamento por cerca de 3 meses, sendo suas

propriedades avaliadas periodicamente.

Para a determinação do teor de água presente nos filmes compósitos

amido/argila antes e após o condicionamento, os filmes extrusados foram cortados

nas dimensões 10 x10 x 1mm e imediatamente pesados com precisão de 0,1 mg.

Logo após a pesagem, os filmes foram colocados para secar em estufa a 110°C até

peso constante (aproximadamente 12 horas). Após o resfriamento desses filmes em

dessecador limpo, seco e contendo sílica gel, os filmes foram imediatamente

pesados e o teor de água perdido por evaporação foi determinado por diferença.

Todos os ensaios foram feitos em triplicata, e o teor de água foi determinado por

meio de uma média aritmética entre as amostras avaliadas. A determinação do teor

de água presente foi verificado após diferentes tempos de condicionamento. Após

60 dias, foi verificado que o teor de água presente nos filmes mantém-se

praticamente constante.

5.1.10 - Propriedades mecânicas

As propriedades mecânicas dos compósitos termoplásticos de amido e argila

foram medidas em Máquina Universal de Ensaios Instron 4204. O equipamento

possui garras pneumáticas para tensão com distância de 50 mm e velocidade de

separação entre elas de 1 mm/min com célula de carga de 1KN. O corpo de prova

usado foi do tipo retângulo de acordo com a Norma ASTM D-882. No mínimo, 9

corpos de prova para cada composição foram usados para a obtenção dos dados de

módulo de elasticidade, tensão máxima no estiramento e alongamento máximo. Em

todos os casos, o valor mediano foi considerado como resultado final.

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5.1.11 - Medidas de ângulo de contato

As amostras de amido de milho e dos compósitos amido/argila obtidas após

processamento em extrusora mono-rosca foram cortadas com dimensões de 50 mm

de comprimento, 10 mm de largura e 1 mm de espessura. Cada amostra foi

acoplada ao goniômetro de ângulo de contato NRL com sistema de análise de

imagens N°catálogo 100-00(115/220)-5 RHI-2001 Imaging software, fabricado pela

Rainé-Hart, operado em ar e a temperatura ambiente. Após ajuste do filme

compósito ao equipamento, uma gota de água destilada e deionizada foi depositada

sobre a superfície do material, e o ângulo de contato formado entre a superfície do

termoplástico e a gota de água foi acompanhado em função do tempo. Para cada

análise, o volume da gota depositada deve ser preferencialmente o mesmo, e é

medido por meio de uma seringa monitorada por um parafuso micrométrico. A

evolução do formato da gota foi acompanhado por um sistema de análise de

imagens, que calculou o ângulo de contato automaticamente. O analisador de

imagens se baseia na determinação do diâmetro e da altura da gota de modo a

avaliar o ângulo de contato. Devido à variação da rugosidade da superfície, pode-se

obter uma grande dispersão de resultados entre uma gota e outra. Para minimizar

estes erros, para cada material foram realizados um mínimo de 5 medidas e o valor

médio de ângulo de contato formado foi considerado para caracterizar cada material.

Para cada gota, foram realizadas 10 medidas em 1 seg.

5.1.12 - Difração de Raios-X (XRD)

De forma a investigar a variação da cristalinidade do material antes e após o

processamento, foram conduzidas análises de difração de raios-X.

As amostras dos filmes compósitos, bem como as amostras de grânulos de

amido de milho in natura e das argilas, foram analisadas em um difratrômetro de

raios-X Miniflex, equipado com uma fonte de radiação gerada a 30 kV e 15 mA, o

qual opera no comprimento de onda de 1.542 Ẳ, correspondente à banda CuKα. Os

difratogramas foram obtidos sob velocidade de 1° (2θ) / min com um passo de 0,05.

A radiação foi detectada por meio de um detector proporcional. Os difratogramas

foram obtidos no modo de reflexão na faixa angular de 2 a 35° (2θ).

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5.1.13 - Análise termogravimétrica (TGA)

A determinação da estabilidade térmica dos compósitos de amido/argila e do

termoplástico de amido puro foi realizada por termogravimetria em analisador

termogravimétrico. Cerca de 10 mg de cada amostra foram cortadas e analisadas.

As corridas foram obtidas por aquecimento das amostras de 50 a 700°C, com uma

taxa de aquecimento de 10°C/min sob atmosfera de nitrogênio.

5.1.14 - Espectroscopia de absorção no infravermelho (FTIR)

O espectro de infravermelho dos termoplástico de amido de milho e dos

compósitos amido/argila Cloisite 30B foi obtido em um aparelho de FTIR com

varredura de 4000 a 600 cm-1, utilizando o acessório ATR com cristal se seleneto de

zinco. Foram utilizados 100 varreduras com resolução de 4 cm-1.

5.1.15 - Microscopia eletrônica de varredura (SEM)

Compósitos extrusados de amido/argila e de termoplástico de amido puro

foram fraturadas em meio nitrogênio liquido. As superfícies fraturadas foram

recobertas com ouro e observadas por microscopia eletrônica de varredura em

Microscópio JEOL, JSM-561OLV. As microfotografias das superfícies recobertas

com ouro foram feitas usando feixes de elétrons secundários de 5kV, com

aumentos de, 200, 500, 1000, 2000 e 5000 vezes.

5.1.16 – Microscopia eletrônica de transmissão (TEM)

As amostras de compósitos amido/ argila Cloisite 30B com teores de 0,34% e

2% foram submetidas à análise por meio de microscopia eletrônica de transmissão.

As amostras foram fixadas com glutaraldeído, em solução-tampão de cacodilato de

sódio, durante 2 horas. Após esse período de tempo, as amostras foram lavadas,

por três vezes, com a mesma solução-tampão.

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Para a fixação adicional, as amostras foram imersas, por 30 minutos e sob

temperatura ambiente, em tetróxido de ósmio a 1%, em mistura com ferrocianeto de

potássio, e submetidas ao tratamento com vapor de ósmio, durante 30 minutos.

Após a fixação, as amostras foram lavadas por três vezes com cacodilato de

sódio, e desidratadas com acetona a 50%, 70% e 90%, por 10 minutos em cada

uma das desidratações. Banhos em acetona a 100% foram usados para o processo

final de desidratação.

Após o último banho em acetona a 100%, as amostras foram

colocadas, por 2 horas, em uma mistura de acetona/ epon (resina epóxi). Em

seguida, foram transferidas para uma mistura de acetona/ epon 1:1, onde

permaneceram duante uma noite; acetona/ epon 1:2, onde permaneceram por 2

horas; e, finalmente, epon puro, onde permaneceram por 8 horas.

Em seguida, as amostras foram embebidas em epon, o qual foi polimerizado durante

48 horas, a 60ºC.

O ultramicrótomo Reichert foi usado para obter seções retas de espessuras

da ordem de 60 a 90 nm, que foram contrastadas com acetato de uranila e citrato de

chumbo, e observadas no microscópio Zeiss 900.

5.1.17 - Testes de biodegradação

Foram realizados testes simples de biodegradação com filmes de amido de

milho, com o objetivo de conhecer-se a taxa de biodegradação em três meios

diferentes. Foram utilizadas amostras de termoplástico de amido puro e compósitos

de amido/argila com diferentes concentrações de argila Cloisite 30B e 25% de

plastificante (glicerol). As amostras de amido e dos compósitos utilizadas no teste de

biodegradação foram obtidas pelo processo de extrusão mono-rosca, cortadas em

formato uniforme nas dimensões 25 x 25 mm e com espessura de 0,90 ± 0,5 mm,

foram identificadas e pesadas individualmente em balança analítica após terem sido

condicionados sob temperatura ambiente por 1 hora. A média da massa das

amostras ficou em 0,70 ± 0,05 g foram reunidas e identificadas em grupos de cinco

amostras (quintuplicata). Foram enterradas/submersas em três meios diferentes,

terra, esterco aviário e esterco bovino.

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A intervalos regulares de tempo de aproximadamente 15 ou 30 dias um

conjunto de amostras foi retirado de cada meio. Elas foram limpas com uma escova

e esponja macia para a retirada de resíduos, e foram pesadas. Para a avaliação da

taxa de biodegradação em cada meio, o resultado obtido da massa da amostra foi

comparado com a massa da amostra original.

A biodegradação das amostras também foi documentada através de fotos.

Além da determinação mensal da perda de massa, também foram determinados os

pHs e umidade de cada meio. Espectros de absorção no infravermelho foram

obtidos. As amostras foram visualizadas por microscopia eletrônica de varredura.

É importante salientar que não fazia parte do escopo desse trabalho levantar

tipos de microorganismos mais adequados para a biodegradação e sim identificar

quais os meios mais adequados bem como as taxas de biodegradação do material

nesses meios, considerando-se que a biodegradação depende de uma série de

fatores como a natureza do polímero, tipos de organismos presentes no meio de

degradação, a área superficial, a temperatura, o pH, a umidade e a disponibilidade

de oxigênio e de nutrientes.

5.1.18 - Determinação do pH

Para determinação do pH (pHmetro Quimis, modelo Q 400) do composto

orgânico, 2,5g da amostra de solo foram pesadas e transferidas para um béquer de

50 mL, ao qual foram adicionados 25 mL de água destilada e deionizada. Após

agitação por 5 minutos, com ajuda de um agitador magnético, o conjunto foi deixado

em repouso por 20 minutos e agitado novamente por mais cinco minutos. Foram

realizadas 3 leituras de pH, enquanto a mistura estava sendo agitada.

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39

5.2 – RESULTADO E DISCUSSÃO

5.2.1 - Grau de inchamento das argilas e capacidade de troca catiônica (CTC)

Diversas argila exibem alta capacidade de troca de íons, isto é, possuem

contra-íons na superfície entre as camadas e dentro dos canais do retículo cristalino.

Esses íons podem ser trocados por reação química por outros íons em solução

aquosa, sem que isso venha a trazer modificação de sua estrutura cristalina. A

capacidade de troca iônica representa uma propriedade importante dos

argilominerais, visto que os íons permutáveis têm influência sobre suas propriedades

fisico-químicas e tecnológicas. Pode-se modificar as propriedades de uma argila

pela permuta do íon adsorvido.

Alguns minerais de argila possuem carga elétrica negativa na superfície

basal, devido a substituições isomórficas dos íons de silício (Si4+) por íons de

alumínio (Al3+) e dos íons alumínio por íons magnésio (Mg2+) ou ferro (Fe2+), além da

quebra de ligações químicas nas arestas das partículas. Esta deficiência de carga,

que está distribuída na superfície do mineral, é balanceada por cátions atraídos do

meio como Li+, Na+, K+, Rb+, Mg2+, Ca2+, Sr2+, Ba2+, Al3+ e Fe3+, os quais ficam

ligados eletrostaticamente à superfície basal ocupando o espaço interplanar. O valor

da CTC indica a presença desses cátions intercambiáveis ligados à superfície basal

da argila e é expresso em número de miliequivalentes de cátions por 100g de

amostra (MADEJOVÁ et al.,1998; RAY et al., 2005).

A capacidade de troca iônica da argila naturalmente sódica (Volclay), e a

organicamente modificada (Cloisite 30B) foi determinada pelo método do azul de

metileno por sua rapidez, simplicidade e boa reprodutibilidade. A Tabela 3 mostra os

resultados em duplicidade obtidos para as argilas. Os diferentes valores encontrados

de CTC mostram que é importante a avaliação de argilas de diferentes

fornecedores.

O valor da CTC das argilas, embora um pouco acima do informado pelo

fabricante, pode ser considerado satisfatório, visto que o método foi seguido em

duplicata e pôde ser confirmado. Além disso, é importante ressaltar que existem

outras metodologias de obtenção da CTC denominadas também azul de metileno,

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que diferem da metodologia usada na preparação das amostras e no cálculo dos

resultados (OLIVEIRA, 2002). No entanto, como a metodologia foi padronizada,

acredita-se que os resultados sejam válidos.

O grau de inchamento das argilas foi avaliado e os valores determinados

também estão mostrados na Tabela 3. Para todas as argilas, foi observado que após

24 h de repouso duas fases distintas puderam ser formadas na proveta. Uma fase

com o precipitado inchado de argila e outra fase somente com água sem argila.

Tabela 3: Grau de inchamento de argilas comerciais e capacidade de troca catiônica

Amostra Vi (ml) Vs (ml) S CTC (meq/100g)

MMT Na+ (Volclay) 49,0 5,3 8,24 95

MMT Ca2+ (Brasgel NT 25) 15,0 5,4 1,77 não determinada

Cloisite 30B 25,0 12,0 1,08 100

S, fator de inchamento livre;

Vi, volume da argila inchada;

Vs, volume da argila seca

5.2.2 - Teor de umidade dos grânulos de amido e dos grãos de argilas

A determinação do teor de umidade dos grânulos de amido de milho, sob

temperatura ambiente, é importante para o conhecimento da massa de amido a ser

usada no processamento de amido termoplástico. Após a secagem e posterior

resfriamento das amostras, o teor de umidade médio encontrado para os grãos de

amido de milho estava em torno de 12%. MATVEEV e colaboradores (2001)

determinaram que o teor de umidade presente em amostras de amido regular, amido

ceroso (alto teor de amilopectina), e “amilomaize” (alto teor de amilose) se manteve

em torno de 12% quando armazenado sob condições ambientes.

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Os ensaios de umidade realizados para grãos de argilas MMT Na+, MMT Ca2+

e Cloisite 30B revelaram valores de umidade médios em torno de 13% para as

argilas sódica e cálcica e 3% para a argila Cloisite 30B.

5.2.3 - Distribuição de tamanho das partículas de argila

Tendo-se em vista que o tamanho das partículas de argila representa um fator

importante sobre as propriedades apresentadas pelos compósitos termoplásticos

amido/argila, a distribuição granulométrica dessas partículas foi determinada. O

tamanho das partículas variou entre 60 e 75 µm (0,060 e 0,075 mm), o que mostrou

boa homogeneidade em termos de tamanho.

5.2.4 - Obtenção dos compósitos termoplásticos

A obtenção de compósitos termoplásticos à base amido foi realizada por meio

do rompimento dos grânulos, de modo a formar uma matriz homogênea e contínua.

Para favorecer o rompimento dos grânulos e diminuir a viscosidade do material

fundido durante o processamento, fez-se necessário a adição de plastificante, como

o glicerol. O teor de glicerol não tende a variar durante o processamento, pois as

temperaturas utilizadas foram mantidas abaixo da temperatura de volatilização do

glicerol. Entretanto, o teor de água durante o processamento tende a variar sob as

temperaturas aplicadas.

Os filmes de amido, devido a sua característica higroscópica, tendem a

absorver ou dessorver umidade da atmosfera até que o equilíbrio seja alcançado. A

água mostra-se um plastificante bastante efetivo para os compósitos à base de

amido; o seu teor tende a afetar as propriedades desses materiais. Segundo

FORSSEL e colaboradores (1999), a umidade relativa do ar afeta grandemente o

teor de água presente nos termoplásticos à base de amido, e induz a grandes

variações nas propriedades mecânicas dos materiais.

A aplicação da metodologia descrita no item 5.1.9, após o processamento e o

condicionamento (80% de umidade relativa do ar por 30 dias) os corpos de prova

apresentaram teores de umidade entre 11 e 14%, os valores encontrados foram

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superiores à umidade encontrada logo após o processamento (8 a 9%). Estudos

realizados por ROSA (1999) mostraram que os corpos de prova com espessura em

torno de 2 mm, quando condicionados sob umidades relativas em torno de 80%,

somente atingiram o equilíbrio termodinâmico em termos de teor de água após trinta

dias de condicionamento, a uma temperatura média de 28°C. Com tempos de

condicionamento inferiores a 30 dias, tendem a apresentar teores diferenciados de

umidade, o que pode vir a interferir nas propriedades dos termoplásticos. Foi

observado que os filmes que tinham uma espessura menor precisaram de menor

tempo para atingir o equilíbrio. A espessura dos filmes pode também influenciar o

teor de água absorvido pelos compósitos à base de amido.

Os resultados mostraram que o teor de argila presente em cada compósito

pouco interfere na absorção de vapor de água pelos corpos de prova quando

condicionados sob umidade relativa do ar de 80%. Os compósitos de amido/argilas,

após o condicionamento por 60, 90 dias, apresentaram teores de água entre 11 e

14%, o que evidencia que, uma vez atingindo o equilíbrio termodinâmico, a uma

determinada umidade relativa do ar, o teor de água presente nos compósitos não

tende a variar com o tempo de condicionamento.

5.2.5 - Processamento do amido de milho e compósitos amido/argilas

Durante o processamento de amido de milho e compósitos de amido/argilas

MMT Na+, MMT Ca2+ e Cloisite 30B, o torque foi registrado em função do tempo. O

objetivo do registro foi verificar a evolução da viscosidade no processo de

desestruturação dos grânulos do amido de milho e as melhores condições de

processamento para compósitos com diversos teores de argila. Para obter o amido

termoplástico, é necessário destruir a estrutura cristalina original dos grânulos. O

amido in natura deve ser fundido em presença de um plastificante; neste caso, o

glicerol, sob o efeito de força de cisalhamento em equipamento convencional

(BLANSHARD, 1987). A força de cisalhamento vai gerar curvas, as quais podem ser

analisadas de acordo com a literatura. Em uma curva típica em reômetro de torque,

dois máximos podem ser observados. O primeiro máximo de torque observado pode

estar associado à compactação do material e ao início do processamento. Já o

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43

segundo máximo, quando ocorre, pode indicar uma possível degradação do material

(Ó, 2007).

No processamento de termoplásticos baseados em amido, o teor de água e a

rotação empregada exercem influência significativa sobre as características dos

produtos resultantes (SILVA et al., 2004). Baixos teores de água e elevadas

velocidades de rotação contribuem para uma maior degradação do amido. Logo, faz-

se necessário avaliar as condições mais favoráveis de temperatura e velocidade de

rotação, de modo a impedir a degradação do amido durante o processamento e a

formação de massas petrificadas.

5.2.5.1 - Câmara de mistura

Um estudo preliminar foi realizado em câmara de mistura, uma vez que

fornecem um indicativo das condições iniciais a serem usadas, posteriormente, no

processo de extrusão. Além disso, nesses experimentos, são necessárias

quantidades menores de material em comparação com a quantidade de material

usado nos processamentos por extrusão (SILVA et al., 2004). Foi observado que, à

medida que o teor de argila adicionada foi aumentado, foi observado um aumento do

primeiro máximo de torque. Esse aumento bem acentuado pode ter ocorrido devido

à maior dificuldade em compactar o material. Pode ser observado também, que a

elevação do torque ocorreu na mesma seqüência que ocorreu o aumento do teor de

argila no compósito. Para os compósitos com maiores teores de argila (15%) houve

um aumento acentuado no torque. Entretanto, esse resultado foi devido à maior

quantidade de argila adicionada e uma menor quantidade de plastificante presente

nas amostras. Para teores de argila maiores do que 12%, não foi possível realizar o

processamento em câmara de mistura com as mesmas quantidades de plastificante.

Foi verificada a necessidade de aumentar-se o teor de plastificante e/ou o tempo de

condicionamento após a mistura dos componentes. Pôde ser observado, que esse

tempo não tinha limite de duração. Quanto mais tempo o material ficava

armazenado, maior era a incorporação do plastificante na amostra. Essa maior

incorporação gerou uma maior facilidade de compactação, a qual proporcionou

torques menores. Com altos teores de argila e sem utilizar nenhum dos recursos

acima mencionados, o processamento tornou-se inviável; as amostras foram

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totalmente perdidas, muito provavelmente, devido à grande disputa entre o amido e

a argila pela água. Logo, as concentrações mínimas e máximas de argila e glicerol

foram determinadas na câmara de mistura antes de processá-las em extrusora

mono-rosca e dupla-rosca.

5.2.5.2 - Extrusora mono-rosca e dupla-rosca

Vários testes foram realizados no sentido de obter-se um filme termoplástico

homogêneo com diferentes quantidades de argila e glicerol. A extrusão em extrusora

mono-rosca das pré-misturas mostradas na Tabela 2, as quais foram preparadas

utilizando-se a argila na forma de pó, promoveram a obtenção de um perfil continuo

do extrusado. Desta forma, os filmes obtidos mostraram uma matriz polimérica

contínua e homogênea. Foi observado, por meio de fotos, que os grânulos de amido

não foram destruídos completamente no processamento sob as condições

utilizadas.

Nos ensaios na extrusora dupla-rosca, os filmes obtidos ficaram ainda mais

homogêneos que os obtidos em extrusora mono-rosca. A utilização da extrusora

dupla-rosca provoca um maior cisalhamento das pré-misturas e, como resultado, o

material mostrou-se completamente homogêneo, sem a presença dos grumos

verificados nos filmes obtidos após processamento em extrusora mono-rosca. Pôde

ser verificado que o cisalhamento provocado pela extrusora dupla-rosca é maior que

o provocado pela extrusora mono-rosca, o que favorece o rompimento dos grânulos

(VAN SOEST et al., 1996a).

Durante o processamento em extrusora mono-rosca e dupla-rosca, foi

possível o acompanhamento do torque gerado, da rotação e da temperatura de

processamento. Foi observado que a adição de quantidades crescentes de argila

favoreceu um aumento no torque gerado durante o processamento. Os materiais

termoplásticos à base de amido com teor de glicerol de 20 a 30% mostraram-se

bastante flexíveis logo após o processamento.

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45

5.2.6 - Propriedades Mecânicas

As propriedades mecânicas de termoplásticos de amido de milho e

compósitos de amido/argila MMT Na+, MMT Ca+2 e Cloisite 30B obtidas após

processamento em extrusora mono-rosca foram investigadas por meio de testes sob

tração. Em média, nove corpos de prova foram avaliados. Foram determinados o

módulo de Young (módulo elástico, E), a tensão na ruptura ( σmax) e o alongamento

na ruptura (εmax). A tensão na ruptura é avaliada como a carga por unidade de área.

O alongamento na ruptura representa o aumento porcentual do comprimento do

corpo de prova sob tensão no momento da ruptura. O módulo elástico é a razão

entre a tensão e a deformação dentro do limite elástico, em que a deformação é

totalmente reversível e proporcional à tensão (MANO, 2003).

Segundo alguns autores, a presença da argila na matriz do amido gera um

aumento da rigidez do material (MAGARAPHAN et al., 2001, RAY et al., 2005). Esse

resultado pode ser observado na Figura 10. O aumento de módulo de Young e da

tensão máxima na ruptura ocorre devido à distribuição intercalada da argila na

matriz polimérica. Essa distribuição da carga promove maior superfície de contato,

ou seja, maior interação entre o amido e a argila. Esse fato resulta na melhoria do

reforço e aumento das propriedades mecânicas (CHIOU et al., 2005, KORNMANN et

al., 2001). No presente estudo, os picos atribuídos à MMT Na+ não apareceram nos

difratogramas de raios X, obtidos para os respectivos compósitos. A ausência

desses picos representa uma indicação da exfoliação da argila, o que pode ser

confirmado por técnica de microscopia de transmissão. Mesmo que a exfoliação não

tenha ocorrido, melhores propriedades mecânicas podem também ser obtidas para

os compósitos para os quais se tenha obtido uma exfoliação parcial, ou mesmo a

intercalação da argila.

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46

5.2.6.1 - Propriedades mecânicas dos compósitos amido/argila MMT Na+

A Figura 10 mostra o gráfico de tensão versus deformação para os

compósitos amido/argila MMT Na+ com 0,34, 6 e 11,25% de argila com 25% de

glicerol. A curva relacionada ao termoplástico de amido sozinho é mostrada como

referência.

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 600

1

2

3

4

5

6

7

σ (

MP

a)

ε (%)

Figura 10: Curvas de tensão versus deformação para o termoplástico de amido puro

(�) e para compósitos amido-argila MMT Na+ em função do teor de argila adicionado:

(�) 0,34 % argila, (�) 6% argila e (�) 11,65% argila.

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47

As propriedades mecânicas apresentadas pelos compósitos de amido/argila

MMT Na+ pode ser melhor visualizadas através dos gráficos da Figura 11.

% Argila0 2 4 6 8 10 12

E (

MP

a)

60

80

100

120

140

160

180

200

% Argila

0 2 4 6 8 10 12

σ m

ax (

MP

a)

3

4

5

6

7

8

% Argila

0 2 4 6 8 10 12 14

ε m

ax (

%)

20

30

40

50

60

70

Figura 11: Propriedades mecânicas de termoplásticos de amido extrusados e de

compósitos amido-argila MMT Na+ em função da composição de argila: (a) módulo de

Young, E, (b) tensão na ruptura, σmax, e (c) alongamento na ruptura, ε max

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A Tabela 4 apresenta os resultados experimentais das variáveis de resposta,

módulo de Young, E, tensão na ruptura, σ max, e alongamento, εmax para os

compósitos analisados ( amido de milho/ MMT Na+).

Tabela 4: Resultados experimentais do módulo de Young, E, tensão na ruptura, σmax,

e alongamento na ruptura, εmax, para compósitos extrusados de amido de milho/

MMT Na+

Testes X1 X2 E

(MPa)

σmax

(MPa)

εmax

(%)

01 2 22 85,31 4,78 33,54

02 2 28 87,38 4,70 40,45

03 10 22 252,52 7,38 29,29

04 10 28 81,71 4,09 29,31

05 0,34 25 91,78 5,30 54,02

06 11,65 25 183,52 5,87 32,74

07 6 20,75 336,61 7,07 25,96

08 6 29,24 61,17 4,22 39,07

09 6 25 101,30 4,99 41,00

10 6 25 98,66 5,33 39,28

11 6 25 99,30 5,23 40,55

12 6 25 98,45 5,02 41,23

X1 = teor de argila (%); X2 = teor de glicerol (%)

A Tabela 5 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) para a

variável de resposta módulo de Young, E. Nessa tabela e na Figura 12, nota-se que

o efeito linear da variável teor de glicerol, X2, foi o mais significativo, seguido do

efeito linear da variável teor de argila MMT Na+, X1, do efeito quadrático da variável

teor de glicerol, X22, e da interação entre as variáveis teor de argila MMT Na+ e de

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glicerol, X12. Por último, foi também significativo o efeito quadrático da variável teor

de argila MMT Na+,X11.

Tabela 5: Análise de variância (ANOVA) para a variável de módulo de Young, E,

relativa às variáveis independentes, teor de argila MMT Na+ e teor de glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F p

X1 1 10605,50 10605,50 6279,07 0,000004

X11 1 487,34 487,34 288,54 0,000444

X2 1 38958,31 38958,31 23065,56 0,000001

X22 1 9908,02 9908,02 5866,12 0,000005

X12 1 7471,87 7471,87 4423,78 0,000007

Falta de

ajuste 3 9671,13 3223,71 1908,62 0,000020

Erro puro 3 5,07 1,69

Total 11 76624,80

X1 = teor de argila MMT Na+ (%); X2 = teor de glicerol (%);

*p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 6, foram listados os valores dos coeficientes de regressão e de

determinação (R2) para a variável de resposta módulo de Young, E. O coeficiente de

determinação (R2 = 0,87372) expressa 87 % da variação do módulo de Young, E, e

mostra que o modelo ajustou-se bem aos dados obtidos. Nas Figuras 13 e 14, esses

dados estão melhor ilustrados por meio do gráfico de superfície de resposta e de

curva de nível, respectivamente.

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50

Tabela 6: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para o

Módulo de Young, E, determinado para compósitos amido/argila MMT Na+

Coeficientes Valor

B0 -2838,107

B1 92,599***

B11 0,545***

B2 -220,242***

B22 4,372***

B12 -3,602***

R2 0,87372

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 12: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento do módulo de Young, E, determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Na+, em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol

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51

Figura 13: Variação do módulo de Young, E, em função do teor de argila MMT Na+ e

de glicerol para compósitos amido/ MMT Na+

Figura 14: Representação bidimensional da variação do módulo de Young, E, em

função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol para compósitos amido de milho/

argila MMT Na+

A Tabela 7 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) da variável

de resposta tensão na ruptura (σmax). Nessa tabela e na Figura 15, nota-se que o

efeito linear da variável teor de glicerol, X2, foi o mais significativo, seguido da

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52

interação entre as variáveis teor de argila MMT Na+ e de glicerol, X12, e do efeito

linear da variável teor de argila MMT Na+, X1. O efeito quadrático das variáveis teor

de glicerol, X22, e teor de argila MMT Na+, X11, não foi significativo.

Tabela 7: Análise de variância (ANOVA) para a variável de resposta tensão na

ruptura (σmax) relativa às variáveis independentes, teor de argila MMT Na+ e teor de

glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F p

X1 1 0,97030 0,970295 35,9036 0,009308

X11 1 0,10404 0,104040 3,8498 0,144558

X2 1 6,84964 6,849642 253,4558 0,000539

X22 1 0,15876 0,158760 5,8746 0,093853

X12 1 2,57282 2,572816 95,2013 0,002287

Falta de

ajuste 3 0,50771 0,169236 6,2622 0,083069

Erro puro 3 0,08107 0,027025

Total 11 11,20174

X1 = teor de argila MMT Na+ (%); X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 8, podem ser encontrados os valores dos coeficientes de

regressão e de determinação (R2) para a variável de resposta tensão na ruptura

σmax. O coeficiente de determinação (R2 = 0,94744) expressa 95% da variação do

módulo de Young, E, e mostra que o modelo ajustou-se bem aos dados obtidos. Nas

Figuras 16 e 17, esses dados estão melhor ilustrados por meio do gráfico de

superfície de resposta e de curva de nível, respectivamente.

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53

Tabela 8: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para o

tensão na ruptura, σmax, determinado para compósitos amido/argila MMT Na+

Coeficientes Valor

B0 13,53043

B1 1,66227**

B11 0,00797

B2 -0,78244***

B22 0,01750

B12 -0,06683**

R2 0,94744

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 15: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da tensão na ruptura, σmax, determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Na+, em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol

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Figura 16: Tensão na ruptura, σmax, em função do teor de argila MMT Na+ e glicerol

para compósitos amido/ MMT Na+

Figura 17: Representação bidimensional da variação da tensão na ruptura, σmax, em

função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol para compósitos amido /argila

MMTNa+

A Tabela 9 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) para a

variável de resposta porcentagem de alongamento, ε max. Nessa tabela e na

Figura18, foi observado que o efeito linear da variável teor de argila MMT Na+ , X1,

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foi o mais significativo, seguido do efeito quadrático das variáveis teor de glicerol,

X22, do efeito linear da variável teor de glicerol, X2, e da interação entre as variáveis

teor de argila MMT Na+ (%) e de glicerol (%), X12. O efeito quadrático da variável teor

de argila MMT Na+ , X11, não foi significativo.

Tabela 9: Análise de variância (ANOVA) para a variável porcentagem de

alongamento (ε max), em relação às variáveis independentes, teor de argila MMT Na+

e teor de glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F p

X1 1 258,6046 258,6046 341,3321 0,000346

X11 1 0,3452 0,3452 0,4557 0,548032

X2 1 81,1283 81,1283 107,0812 0,001925

X22 1 173,0061 173,0061 228,3507 0,000629

X12 1 11,8680 11,8680 15,6646 0,028795

Falta de

ajuste 3 89,9933 29,9978 39,5940 0,006515

Erro puro 3 2,2729 0,7576

Total 11 627,6614

X1 = teor de argila MMT Na+ (%); X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 10, encontram-se os valores dos coeficientes de regressão e de

determinação (R2) para a variável de resposta porcentagem de alongamento, ε max. O

coeficiente de determinação (R2 = 0,853) expressa 85% da variação do Módulo de

Young, E, e mostra que o modelo ajustou-se bem aos dados obtidos. Nas Figuras 19

e 20, esses dados estão melhor ilustrados por meio do gráfico de superfície de

resposta e de curva de nível, respectivamente.

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Tabela 10: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para

porcentagem de alongamento, ε Max, determinado para compósitos amido/argila MMT

Na+

Coeficientes Valor

B0 -359,562

B1 1,993

B11 0,015

B2 30,807

B22 -0,578

B12 -0,144

R2 0,853

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 18: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

alongamento, ε max , determinado para materiais compósitos amido/ MMT Na+, em

função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol

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Figura 19: Alongamento, ε Max, em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol

para compósitos amido/ MMT Na+

Figura 20: Representação bidimensional da variação do alongamento, ε max, em

função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol para compósitos amido /argila

MMTNa+

As médias experimentais obtidas para o módulo de Young, para a tensão na

ruptura e para o alongamento estão listadas na Tabela 4. O módulo de Young dos

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58

filmes foi influenciado pelas variáveis estudadas (argila e glicerol) e variou de 61,17

a 252,52 MPa. Em relação ao teor de argila, considerando as amostras com teor de

glicerol de 25%, foi verificado que os materiais resultantes dos testes 05, 06 e 09

(Tabela 4) com 0,34, 6 e 11,65% de argila, respectivamente, apresentaram valores

de módulo de Young superiores ao do amido termoplástico sozinho, para o qual o

valor de 87,97 MPa foi obtido. Acima de 0,34% de argila, já foi possível obter um

material com módulo de Young superior ao filme sem argila.

DEAN e colaboradores (2006) também encontraram valores mais elevados de

módulo de Young para amostras de compósito amido/argila MMT Na+, com 1, 2 e

3,5% de argila. Segundo KAMPEERAPAPPUN e colaboradores (2007), a adição de

argila à matriz de amido termoplástico favoreceu um aumento da rigidez dos

materiais, o que pode ser evidenciado pelo aumento de módulo de Young. Tais

resultados evidenciam o efeito da argila como material de reforço.

Em relação ao teor de glicerol, considerando as amostras com teor de argila

de 6%, foi verificado que os materiais resultantes dos testes 07, 08 e 09 (Tabela 4)

com 20,75, 29,24 e 25% de glicerol, respectivamente, apresentaram módulo de

Young bem diferentes. Como esperado, com o aumento do teor de glicerol, e

mantendo-se fixo o teor de argila, foi observado um decréscimo no módulo de

Young. O mesmo tipo de comportamento foi observado quando o teor de glicerol foi

aumentado em matrizes de amido (MORRISON, et al., 2005, ANGELLIER et al.,

2006).

Os ensaios de tração mostraram que a adição de teores crescentes de

glicerol levou a valores decrescentes de tensão na ruptura (de 7,07 para 4,22 MPa)

e a valores crescentes de alongamento (de 25,96% para 39,07%), comportamento

que pode ser verificado nos resultados dos testes 07 e 08 (Tabela 4).

Com o aumento do teor de plastificante, primeiramente ocorre o aumento da

deformação, seguido do decréscimo da tensão. A baixa concentração de

plastificante torna o material termoplástico quebradiço, provavelmente devido às

interações entre as moléculas de amido. Quando a concentração de plastificante é

aumentada, as interações entre as moléculas de amido são enfraquecidas. Com

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59

isso, o material termoplástico torna-se macio, próprio da diminuição da tensão

máxima (MINGFU et al., 2006).

Segundo a teoria clássica dos polímeros, os plastificantes atuam diminuindo

as forças intermoleculares entre as cadeias de macromoléculas adjacentes e

provocando a redução da temperatura de transição vítrea. Conseqüentemente, a

tensão na ruptura diminui e a deformação na ruptura aumenta, com o incremento da

concentração de plastificante (MANO, et al., 1999).

O alongamento na ruptura dos materiais tende a aumentar com a adição de

argila MMT Na+ até teores em torno de 1%. Composições com teores de argila MMT

Na+ acima de 1% tiveram seus valores de alongamento reduzidos. Resultados

similares foram encontrados por MINGFU e colaboradores (2006), que observaram

que a argila e as moléculas de água apresentam interações do tipo dipolo-dipolo, o

que possivelmente auxilia a retenção da umidade nas amostras, e conduz a um

material mais plastificado e com maior alongamento na ruptura.

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60

5.2.6.2 - Propriedades mecânicas dos compósitos amido/argila MMT Ca2+

A Figura 21 mostra o gráfico de tensão versus deformação para os

compósitos amido/argila MMT Ca2+ com 0,34, 6 e 11,25% de argila e 25% de

glicerol. A curva relacionada ao termoplástico de amido sozinho é mostrada como

referência.

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 600

1

2

3

4

5

6

7

σ (

MP

a)

ε (%)

Figura 21: Curvas de tensão versus deformação obtidas para termoplástico de

amido puro (�) e compósitos de amido-argila MMT Ca2+ em função do teor de argila

adicionado: (�) 0,34 % argila, (�) 6% argila e (�) 11,65% argila

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61

As propriedades mecânicas apresentadas pelos compósitos de amido/argila

MMT Na+ pode ser melhor visualizadas através dos gráficos da Figura 22.

% Argila

0 2 4 6 8 10 12

E (

MP

a)

60

80

100

120

140

160

180

200

Argila (%)

0 2 4 6 8 10 12 14σ

max

(M

Pa)

3

4

5

6

7

8

% Argila

0 2 4 6 8 10 12 14

ε m

ax (

%)

20

30

40

50

60

70

Figura 22: Propriedades mecânicas de termoplásticos extrusados de amido sozinho

(•) e de compósitos amido-argila MMT Ca+2, em função da composição de argila: (a)

módulo de Young, E, (b) tensão na ruptura, σmax,, (c) alongamento na ruptura, ε max

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62

A Tabela 11 apresenta os resultados experimentais das variáveis de resposta,

módulo de Young, E, tensão na ruptura, σ Max, e alongamento, εmax, para os

compósitos amido de milho/ MMT Ca2+.

Tabela 11: Resultados experimentais do Modulo de Young, E, Tensão na ruptura,

σmax, e porcentagem de alongamento, εmax da MMT Ca2+

Testes X1 X2 Modulo de

Young

E

Tensão na

ruptura

σmax

Porcentagem de

alongamento

εmax

13 2 22 132,10 5,68 29,44

14 2 28 44,40 3,30 54,06

15 10 22 157,22 5,15 32,08

16 10 28 77,35 4,17 37,85

17 0,34 25 88,75 5,64 40,10

18 11,65 25 115,40 5,52 33,02

19 6 20,75 122,67 4,79 36,21

20 6 29,24 58,26 3,83 44,05

21 6 25 94,18 4,81 39,73

22 6 25 94,41 5,08 40,10

23 6 25 94,69 4,99 39,89

24 6 25 95,01 5,03 39,99

X1 = teor de argila (%); X2 = teor de glicerol (%)

A Tabela 12 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) da

variável de resposta módulo de Young, E. Nessa tabela e na Figura 23, foi

observado que o efeito linear da variável teor de glicerol, X2, foi o mais significativo,

seguido do efeito linear da variável teor de argila MMT Ca2+, X1, e do efeito

quadrático da variável teor de argila MMT Ca2+, X11. A interação entre as variáveis

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63

teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol, X12, e o efeito quadrático da variável teor de

glicerol, X22, não foram significativos.

Tabela 12: Análise de variância (ANOVA) para a variável de módulo de Young, E

(MPa), relativa às variáveis independentes, teor de argila MMT Ca2+ e teor de

glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F p

X1 1 1146,22 1146,218 8915,94 0,000003

X11 1 184,94 184,943 1438,59 0,000040

X2 1 8363,09 8363,092 65052,90 0,000000

X22 1 1,18 1,180 9,18 0,056332

X12 1 15,33 15,327 119,22 0,001644

Falta de

ajuste 3 867,52 289,173 2249,35 0,000016

Erro puro 3 0,39 0,129

Total 11 10592,57

X1 = teor de argila MMT Ca2+ (%); X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 13 encontram-se os valores dos coeficientes de regressão e de

determinação (R2) para a variável de resposta módulo de Young, E. O coeficiente de

determinação (R2 = 0,91806) expressa 92% da variação do módulo de Young, E, e

mostra que o modelo ajustou-se bem aos dados obtidos. Nas Figuras 24 e 25, esses

dados estão melhor ilustrados por meio do gráfico de superfície de resposta e de

curva de nível, respectivamente.

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64

Tabela 13: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para o

Módulo de Young, E determinado para compósitos amido/argila MMT Ca2+

Coeficientes Valor

B0 352,8009

B1 -5,1174***

B11 0,3360***

B2 -9,3708***

B22 -0,0477

B12 0,1631**

R2 0,91806

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 23: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

módulo de Young, E, determinado para materiais compósitos amido/ MMT Ca2+, em

função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol

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65

Figura 24: Módulo de Young, E, em função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol

para compósitos amido/ MMT Ca2+

Figura 25: Representação bidimensional da variação do Módulo de Young , E, em

função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol para compósitos amido /argila

MMTCa2+

A Tabela 14 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) da

variável de resposta tensão na ruptura (σmax). Nessa tabela e na Figura 26, nota-se

que o efeito linear da variável teor de glicerol, X2, foi o mais significativo, seguido

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66

pelo efeito quadrático das variáveis teor de glicerol, X22, da interação entre as

variáveis teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol, X12, e do efeito linear da variável teor

de argila MMT Ca2+, X1. O efeito quadrático do teor de argila MMT Ca2+, X11, não foi

significativo.

Tabela 14: Análise de variância (ANOVA) para a variável tensão na ruptura, σmax, em

relação às variáveis independentes, teor de argila MMT Ca2+ e teor de glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F P

X1 1 0,310481 0,310481 22,2365 0,018058

X11 1 0,003133 0,003133 0,2244 0,668063

X2 1 2,782022 2,782022 199,2472 0,000770

X22 1 0,849723 0,849723 60,8567 0,004384

X12 1 0,490000 0,490000 35,0936 0,009611

Falta de

ajuste 3 0,631060 0,210353 15,0654 0,025866

Erro puro 3 0,041888 0,013963

Total 11 5,165340

X1 = teor de argila MMT Ca2+ (%); X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 15, encontram-se os valores dos coeficientes de regressão e de

determinação (R2) para a variável de resposta tensão na ruptura σmax. O coeficiente

de determinação (R2 = 0,86972) expressa 87% da variação do módulo de Young, E,

e mostra que o modelo ajustou-se bem aos dados obtidos. Nas Figuras 27 e 28,

esses dados estão melhor ilustrados por meio do gráfico de superfície de resposta e

de curva de nível, respectivamente.

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67

Tabela 15: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para

tensão na ruptura, σmax, determinado para compósitos amido/argila MMT Ca2+

Coeficientes Valor

B0 -11,2823

B1 -0,6965*

B11 0,0014

B2 1,6527***

B22 -0,0405**

B12 0,0292**

R2 0,86972

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 26: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre a tensão

na ruptura, σmax, determinado para materiais compósitos amido/ MMT Ca2+, em

função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol

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68

Figura 27: Tensão na ruptura, σmax, em função do teor de argila MMT Ca2+ e de

glicerol para compósitos amido/ MMT Ca2+

Figura 28: Representação bidimensional da variação da tensão na ruptura, σmax, em

função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol para compósitos amido /argila

MMTCa2+

A Tabela 16 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) da

variável de resposta alongamento, ε max. Nessa tabela e na Figura 29, pode ser

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69

observado que o efeito linear da variável teor de glicerol, X2, foi o mais significativo,

seguido da interação entre as variáveis teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol, X12, e

do efeito linear da variável teor de argila MMT Ca2+, X1. Por último o efeito quadrático

da variável teor de argila MMT Ca2+ (%), X11. O efeito quadrático da variável teor de

glicerol X22 não foi significativo.

Tabela 16: Análise de variância (ANOVA) para a variável alongamento, ε max , em

relação às variáveis independentes, teor de argila MMT Ca2+ e teor de glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F P

X1 1 69,5176 69,5176 2815,426 0,000015

X11 1 18,0768 18,0768 732,101 0,000111

X2 1 215,0472 215,0472 8709,303 0,000003

X22 1 0,0697 0,0697 2,824 0,191472

X12 1 88,8306 88,8306 3597,595 0,000010

Falta de

ajuste 3 48,1558 16,8306 650,095 0,000102

Erro puro 3 0,0741 0,0247

Total 11 440,9957

X1 = teor de argila MMT Ca2+ (%); X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 17 podem ser encontrados os valores dos coeficientes de

regressão e de determinação (R2) para a variável de resposta alongamento, ε max. O

coeficiente de determinação (R2 = 89,063) expressa 89% da variação do

alongamento, ε max, e mostra que o modelo ajustou-se bem aos dados obtidos. Nas

Figuras 30 e 31, esses dados estão melhor ilustrados por meio do gráfico de

superfície de resposta e de curva de nível, respectivamente.

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70

Tabela 17: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para

porcentagem de alongamento, ε Max, determinado para compósitos amido/argila

MMTCa2+

Coeficientes Valor

B0 -54,2958

B1 10,3412

B11 -0,1050

B2 3,5146

B22 0,0116

B12 -0,3927

R2 0,89063

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 29: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

alongamento, ε max , determinado para materiais compósitos amido/ MMT Ca2+, em

função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol

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71

Figura 30: Alongamento, ε Max, em função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol

para compósitos amido/ MMT Ca2+

Figura 31: Representação bidimensional da variação do alongamento, ε Max, em

função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol para compósitos amido /argila

MMTCa2+

As médias experimentais obtidas para o módulo de Young, tensão na ruptura

e alongamento estão contidas na Tabela 11. Assim como para a argila MMT Na+, o

módulo de Young dos filmes foi influenciado pelas variáveis estudadas (argila e

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72

glicerol) e variou de 44,4 a 157,22 MPa. Quando comparamos o módulo de Young

dos compósitos com as argilas MMT Na+ e argila MMT Ca2+ nos testes 07 e 19,

respectivamente, é possível observar-se que o módulo dos compósitos amido/argila

MMT Ca2+ é praticamente três vezes menor que o daqueles preparados com a MMT

Na+. Esse resultado pode ser explicado em função de uma maior dispersão da argila

MMT Na+ na matriz polimérica.

Em relação ao teor de glicerol, um comportamento semelhante àquele

observado para os compósitos amido de milho/ argila MMT Na+ foi observado. Com

aumento do teor de glicerol e um teor fixo de argila, os valores do módulo de Young

sofreram um decréscimo. Assim como nos testes realizados para os compósitos

amido/argila MMT Na+, os ensaios de tração para compósitos amido/argila MMT

Ca2+ mostraram que a adição de quantidades crescentes de glicerol levou a valores

de tensão na ruptura decrescentes; de 5,68 para 3,3 MPa. Um aumento no

alongamento dos compósitos, de 29,44% para 54,06% foi também observado. Esse

comportamento pode ser observado para os testes 13 e 14 (Tabela 11).

Resultados semelhantes foram observados para os nanocompósitos de

amido/argila, que a introdução de cargas reforçadoras melhoram as propriedades,

mecânicas e propriedades de barreira (RAY et al., 2005).

A melhoria da resistência à tração foi significativa para ambos os tipos de

argila. Pode ser observado que os valores de módulo de Young para as amostras de

amido/argila MMT Na+ e amido/argila Ca2+ são mais elevados do que aqueles

determinados para o termoplástico de amido sozinho (Figuras 11 e 22).

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73

5.2.6.3 - Propriedades mecânicas dos compósitos amido/argila Cloisite 30B

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 550

1

2

3

4

5

6

7

σ

(M

Pa)

ε (%)

Figura 32: Curvas de tensão versus deformação para o termoplástico de amido puro

(�) e compósitos de amido-argila Cloisite 30B em função do teor de argila

adicionado: (�) 0,34 % argila, (�) 6% argila e (�) 11,65% argila

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74

As propriedades mecânicas apresentadas pelos compósitos de amido/argila

Cloisite 30B pode der melhor visualizadas através dos gráficos da Figura 33.

Argila %

0 2 4 6 8 10 12

E (

MP

a)

60

80

100

120

140

160

180

200

Argila (%)

0 2 4 6 8 10 12

σ m

ax (

MP

a)

3

4

5

6

7

8

% Argila

0 2 4 6 8 10 12

ε m

ax %

20

30

40

50

60

70

Figura 33: Propriedades mecânicas de termoplásticos extrusados de amido e de

compósitos amido-argila Cloisite 30B em função da composição de argila: (a)

módulo de Young, E, (b) tensão na ruptura, σmax, (c) alongamento na ruptura, ε max

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75

A Tabela 18 apresenta os resultados experimentais das variáveis de resposta,

módulo de Young, E, tensão na ruptura, σ max, e alongamento, εmax, para os

compósitos amido argila/Cloisite 30B.

Tabela 18: Resultados experimentais do módulo de Young, E, tensão na ruptura,

σmax, e alongamento, εmax, para compósitos amido de milho/ Cloisite 30B

Testes X1 X2 Modulo de

Young

(MPa)

Tensão na

ruptura

(MPa)

Alongamento

(%)

25 2 22 132,05 6,49 40,68

26 2 28 129,80 3,08 42,56

27 10 22 158,46 6,23 28,13

28 10 28 114,55 4,61 33,26

29 0,34 25 84,29 4,11 41,48

30 11,65 25 176,90 6,80 28,96

31 6 20,75 347,12 6,52 32,48

32 6 29,24 170,08 4,80 45,06

33 6 25 108,30 5,26 32,55

34 6 25 106,32 5,02 31,23

35 6 25 107,89 5,11 32,59

36 6 25 106,55 5,30 30,02

X1 = teor de argila (%); X2 = teor de glicerol (%)

A Tabela 19 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) da

variável de resposta módulo de Young, E. Nessa tabela e na Figura 34, pode ser

verificado que o efeito quadrático da variável teor de glicerol, X22, foi o mais

significativo, seguido do efeito linear da variável teor de glicerol, X2, do efeito linear

teor de argila Cloisite 30B, X1, e da interação entre as variáveis teor de argila Cloisite

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76

30B e de glicerol, X12. Por último, o efeito quadrático da variável teor de argila

Cloisite 30B, X11, foi também significativo.

Tabela 19: Análise de variância (ANOVA) para a variável dependente alongamento,

ε max, em relação às variáveis independentes, teor de argila Cloisite 30B e teor de

glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F p

X1 1 2525,13 2525,13 2643,10 0,000016

X11 1 80,68 80,68 84,45 0,002725

X2 1 109999,82 10999,82 11513,72 0,000002

X22 1 23372,87 23372,87 24464,82 0,000001

X12 1 433,89 433,89 454,16 0,000226

Falta de

ajuste 3 14421,42 4807,14 5013,72 0,000005

Erro puro 3 2,87 0,96

Total 11 53386,10

X1 = teor de argila Cloisite 30B (%); X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 20, podem ser encontrados os valores dos coeficientes de

regressão e de determinação (R2) para a variável de resposta alongamento, ε max. O

coeficiente de determinação (R2 =0,72981) expressa 73% da variação do

alongamento, ε max, e mostra que o modelo ajustou-se bem aos dados obtidos. Nas

Figuras 35 e 36, esses dados estão melhor ilustrados por meio do gráfico de

superfície de resposta e de curva de nível, respectivamente.

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77

Tabela 20: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para o

Módulo de Young, E, determinado para compósitos amido/argila Cloisite 30B

Coeficientes Valor

B0 4448,103

B1 28,802***

B11 -0,222**

B2 -342,885***

B22 6,715***

B12 -0,868***

R2 0,72981

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 34: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

módulo de Young, E, determinado para materiais compósitos amido/ Cloisite 30B,

em função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol

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78

Figura 35: Módulo de Young, E, em função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol

para compósitos amido/ Cloisite 30B

Figura 36: Representação bidimensional da variação do Módulo de Young ,E, em

função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol para compósitos amido /argila

Cloisite 30B

A Tabela 21 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) da

variável de resposta tensão na ruptura, σmax. Nessa tabela e na Figura 37, pode ser

verificado que o efeito linear da variável teor de glicerol, X2, foi o mais significativo,

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79

seguido do efeito linear da variável teor de argila Cloisite 30B, X1, e da interação

entre as variáveis teor de argila Cloisite 30B e de glicerol, X12. O efeito quadrático

das variáveis teor de glicerol, X22, e teor de argila Cloisite 30B, X11, não foram

significativos.

Tabela 21: Análise de variância (ANOVA) para a variável tensão na ruptura, σmax, em

relação às variáveis independentes, teor de argila Cloisite 30B e teor de glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F p

X1 1 3,21848 3,218482 189,0445 0,000833

X11 1 0,00484 0,004840 0,2843 0,630876

X2 1 6,96102 6,961015 408,8702 0,000264

X22 1 0,10816 0,108160 6,3530 0,086138

X12 1 0,80103 0,801025 47,0499 0,006344

Falta de

ajuste 3 2,06025 0,686751 40,3378 0,006341

Erro puro 3 0,05108 0,017025

Total 11 13,20003

X1 = teor de argila Cloisite 30B; X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 22 encontram-se os valores dos coeficientes de regressão e de

determinação (R2) para a variável de resposta Tensão na ruptura σmax. O coeficiente

de determinação (R2 = 0,84005) expressa 84% da variação do módulo de Young, E,

e mostra que o modelo ajustou-se bem aos dados obtidos. Nas Figuras 38 e 39,

esses dados estão melhor ilustrados por meio do gráfico de superfície de resposta e

de curva de nível, respectivamente.

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80

Tabela 22: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para

tensão na ruptura (σmax), determinado para compósitos amido/argila Cloisite 30B

Coeficientes Valor

B0 26,67787

B1 -0,79435***

B11 0,00172

B2 -1,25691***

B22 0,01444

B12 0,03729**

R2 0,84005

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 37: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre a tensão

na ruptura (σmax), determinado para materiais compósitos amido/ Cloisite 30B, em

função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol

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81

Figura 38: Tensão na ruptura, σmax, em função do teor de argila MMT Na+ e de

glicerol para compósitos amido/ Cloisite 30B

Figura 39: Representação bidimensional da variação da tensão na ruptura, σmax, em

função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol para compósitos amido /argila

Cloisite 30B

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82

A Tabela 23 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) da

variável de resposta alongamento, ε max. Nessa tabela e na Figura 40, pode ser

verificado que o efeito linear das variáveis teor de argila Cloisite 30B, X1, e do teor de

glicerol, X2, foram os mais significativos, seguidos do efeito quadrático das variáveis

teor de glicerol X22, e teor de argila Cloisite 30B, X11. A interação entre as variáveis

teor de argila Cloisite 30B e de glicerol, X12, não foram significativos.

Tabela 23: Análise de variância (ANOVA) para a variável porcentagem de

alongamento (εmax), em relação às variáveis independentes, teor de argila Cloisite

30B e teor de glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F p

X1 1 195,5842 195,5842 129,9311 0,001449

X11 1 16,4224 16,4224 10,9098 0,045631

X2 1 76,8850 76,8850 51,0765 0,005641

X22 1 72,9810 72,9810 48,4830 0,006078

X12 1 2,6406 2,6406 1,7542 0,277206

Falta de

ajuste 3 18,0777 6,0259 4,0031 0,142251

Erro puro 3 4,5159 1,5053

Total 11 376,4071

X1 = teor de argila Cloisite 30B (%); X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 24, encontram-se os valores dos coeficientes de regressão e de

determinação (R2) para a variável de resposta alongamento, ε max. O coeficiente de

determinação (R2 = 0,93998) expressa 93% da porcentagem de alongamento, ε max e

mostra que o modelo se ajustou bem aos dados obtidos. Nas Figuras 41 e 42, esses

dados estão melhor ilustrados por meio do gráfico de superfície de resposta e de

curva de nível, respectivamente.

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83

Tabela 24: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para

porcentagem de alongamento, ε Max, determinado para compósitos amido/argila

Cloisite 30B

Coeficientes Valor

B0 261,4457

B1 -4,1302**

B11 0,1001*

B2 -18,1333**

B22 0,3752**

B12 0,0677

R2 0,93998

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 40: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o o

alongamento, ε Max, determinado para materiais compósitos amido/ Cloisite 30B, em

função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol

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84

Figura 41: Variação do alongamento, ε max, em função do teor de argila Cloisite 30B e

de glicerol para compósitos amido/ Cloisite 30B

Figura 42: Representação bidimensional da variação do alongamento, ε max, em

função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol para compósitos amido /argila

Cloisite 30B

As médias experimentais obtidas para o módulo de Young, tensão na ruptura

e alongamento estão contidas na Tabela 18.

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85

A Tabela 18 mostra as propriedades mecânicas dos compósitos/amido argila

Cloisite 30B com teores diferentes de argila e glicerol. Vê-se que as propriedades de

tensão dos compósitos melhoraram com o aumento crescente de argila.

Deve-se notar que os nanocompósitos de amido/argila Cloisite 30B e MMT

Na+ mostraram valores de módulo de Young mais elevados do que os compósitos

amido/argila MMT Ca+2 com os mesmos teores de argila, e que os nanocompósitos

de amido/argila Cloisite 30B com 6 % p/p de argila mostraram as propriedades de

módulo mais elevadas entre todas as amostras.

Em relação ao teor de glicerol, o efeito é sempre o mesmo; quando há um

aumento do teor de glicerol, mantendo-se fixo o teor de argila, um decréscimo no

módulo de Young é observdo. Assim como nos testes realizados para os compósitos

amido/argila sódica e cálcica, os ensaios de tração mostraram que a presença do

glicerol diminuiu a tensão de ruptura dos filmes (de 6,52 para 4,8 MPa) e houve um

aumento no alongamento (de 32,48% para 45,06%). Esse resultado pode ser

verificado nos testes 31 e 32 da Tabela 18.

Estudo similar foi feitos por MINGFU e colaboradores (2006), os quais

avaliaram as propriedades mecânicas e o ângulo de contato para compósitos de

amido/MMT e verificaram que, com a adição de argila algumas propriedades

mecânicas melhoraram, o material tornou-se menos hidrofílico.

A introdução de cargas reforçadoras em matrizes de amido tende a reduzir a

mobilidade das cadeias, principalmente se essas cargas forem mais hidrofóbicas

que o amido (DUFRESNE et al., 1996).

O efeito mais importante da presença de nanocamadas de argila na matriz

termoplástica é a melhoria nas propriedades mecânicas. O grau de melhoria das

propriedades mecânicas depende do grau de intercalação/esfoliação do

nanocompósito (RAY et al., 2005, KOJIMA et al., 1993).

As argilas podem agir como excelentes agentes reforçadores para materiais

poliméricos quando dispersas corretamente na matriz do polímero. A dispersão da

argila MMT permite um aumento na resistência à tração, enrijecendo o polímero

(TANADA-PALMU et al., 2002). Comportamento similar pode ser observado quando

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86

a argila foi adicionada a matrizes de poli(ácido láctico) (PLA). A incorporação da

MMT na matriz do PLA produziu mudança significativa na tensão na ruptura, para os

filmes de PLA/MMT (RAY et al., 2003b).

O mesmo resultado pode ser observado para nanocompósitos de PLA/MMT e

PHB/MMT organicamente modificada, que foram processados por extrusão. As

propriedades mecânicas dos nanocompósitos foram melhoradas, quando

comparadas aos polímeros puros. Houve um aumento no módulo, com a adição de

apenas 2-3 % p/p de nanoargilas (MAITI et al., 2002).

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87

5.2.7 - Medidas de ângulo de contato

As medidas de ângulo de contato foram realizadas com o objetivo de avaliar-

se a afinidade de filme de amido termoplástico e dos nanocompósitos de amido e

argila por água. O comportamento dos materiais quanto à hidrofilicidade pode ser

avaliado por meio do ângulo de contato inicial (ângulo formado pela gota e a

superfície do filme), pela evolução desse ângulo com o tempo e pelo coeficiente

angular da curva obtida a partir da cinética de absorção de água (ROSA, 2003;

CHEN et al., 2006).

Termodinamicamente, a molhabilidade é definida pela equação de Young,

que relaciona a tensão superficial do material no ponto de contato entre três fases (γ)

e o ângulo de equilíbrio (θ):

γ SV = γ SL + γ LV cos θ Equação 7

onde, S, L e V referem-se, às fases sólida, líquida e vapor, respectivamente. A

combinação das letras refere-se à interface correspondente. Quando o ângulo de

contato é nulo (θ = 0°), o líquido molha totalmente o sólido e espalha-se sobre a

superfície espontaneamente. A superfície só pode ser considerada hidrofóbica

quando apresenta ângulo de contato maior do que 90° (STADING et al., 1992).

A partir dos diferentes ângulos de contato entre a gota de água e a superfície

ao longo do tempo, pode-se determinar a cinética de absorção de água. A curva da

cinética é marcada por três fases distintas. A primeira fase é no tempo T= 0, quando

o ângulo de contato θmax corresponde ao valor máximo. A segunda fase é marcada

pela absorção da gota rapidamente pela superfície. Após este período, na terceira

fase, a gota estabiliza-se e θ diminui lentamente, como resultado de uma fase de

equilíbrio. Nessa fase, como a absorção da gota pela superfície é mais lenta, pode

ocorrer a evaporação da gota (OWENS et al., 1969). A cinética de absorção de água

pelo material está diretamente relacionada com o coeficiente angular da curva de

evolução do ângulo de contato. Quanto menor a velocidade de absorção da água

pelo material, menor o módulo do coeficiente angular da curva de variação do

ângulo de contato (ANNARELLI et al., 1999).

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88

Medidas de ângulo de contato foram realizadas com o objetivo de avaliar-se a

afinidade do amido de milho termoplástico processado e dos compósitos de amido e

argilas sódica, cálcica e argila organicamente modificada.

A Tabela 25 apresenta os resultados experimentais das variáveis de resposta,

ângulo contato da MMT Na+, MMT Ca2+ e Cloisite 30B para os diferentes testes.

Tabela 25: Resultados experimentais do ângulo de contato da MMT Na+, MMT Ca2+

e Cloisite 30B

Testes X1 X2 Ângulo de

contato (°)

MMT Na+

Ângulo de

contato (°)

MMT Ca2+

Ângulo de

contato (°)

Cloisite 30B

01 2 22 67,62 42,78 46,51

02 2 28 56,75 23,75 42,92

03 10 22 79,29 54,71 64,36

04 10 28 65,35 31,90 57,63

05 0,34 25 42,98 24,14 40,71

06 11,65 25 83,20 60,65 85,56

07 6 20,75 74,33 56,58 71,55

08 6 29,24 47,40 21,31 47,66

09 6 25 56,54 42,06 61,48

10 6 25 54,53 41,06 62,92

11 6 25 55,26 41,4 63,5

12 6 25 53,47 40,13 63,93

X1 = teor de argila (%); X2 = teor de glicerol (%)

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89

5.2.7.1 - Medidas de ângulo de contato para compósitos amido de milho/

MMTNa+

A Tabela 26 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) da

variável de resposta ângulo de contato. Nessa tabela e na Figura 43, pode ser

verificado que o efeito linear da variável teor de argila MMT Na+, X1, foi o mais

significativo, seguido do efeito linear da variável teor de glicerol, X2, e do efeito

quadrático das variáveis teor de argila MMT Na+, X11, e teor de glicerol, X22. A

interação entre as variáveis teor de argila MMT Na+ e de glicerol, X12, não foi

significativa para a essa variável.

Tabela 26: Análise de variância (ANOVA) para a variável de ângulo de contato em

relação às variáveis independentes, teor de argila MMT Na+ e teor de glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F p

X1 1 744,042 744,0424 446,1086 0,000232

X11 1 185,823 185,8228 111,4146 0,001816

X2 1 494,480 494,4800 296,4775 0,000427

X22 1 117,185 117,1853 70,2613 0,003561

X12 1 2,345 2,3450 1,4060 0,321079

Falta de

ajuste 3 245,236 81,7455 49,0125 0,004771

Erro puro 3 5,004 1,6679

Total 11 1745,255

X1 = teor de argila MMT Na+ (%); X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 27 encontram-se os valores dos coeficientes de regressão e de

determinação (R2) para a variável de resposta ângulo de contato. O coeficiente de

determinação (R2 = 0,85662) expressa 85% da variação do ângulo de contato e

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90

mostra que o modelo ajustou-se bem aos dados obtidos. Nas Figuras 44 e 45, esses

dados estão melhor ilustrados por meio do gráfico de superfície de resposta e de

curva de nível, respectivamente.

Tabela 27: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para o

ângulo de contato (°) médio determinado para compósitos amido/argila MMT Na+

Coeficientes Valor

B0 405,7107

B1 -0,0352***

B11 0,3368**

B2 -26,0103***

B22 0,4754**

B12 -0,0638

R2 0,85662

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 43: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento do ângulo de contato médio determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Na+, em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol

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Figura 44: Variação do ângulo de contato médio em função do teor de argila MMT Na+

e de glicerol para compósitos amido/ MMT Na+

Figura 45: Representação bidimensional da variação do ângulo de contato médio em

função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol para compósitos amido /argila

MMTNa+

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92

5.2.7.2 - Medidas de ângulo de contato para compósitos amido de milho/

MMTCa2+

A Tabela 28 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) da

variável de resposta ângulo de contato. Nessa tabela e na Figura 46, nota-se que o

efeito linear da variável teor de glicerol, X2,, foi o mais significativo, seguido do efeito

linear da variável teor argila MMT Ca2+, X1, e do efeito quadrático da variável teor de

glicerol, X22. O efeito quadrático da variável argila MMT Ca2+, X11, não foi significativo

para o estudo dessa variável de resposta. E a interação entre as variáveis teor de

argila MMT Ca2+ e de glicerol, X12, não foi significativa para a essa variável.

Tabela 28: Análise de variância (ANOVA) para a variável dependente ângulo de

contato em relação às variáveis independentes, teor de argila MMT Ca2+ e teor de

glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F p

X1 1 642,951 642,951 995,489 0,000070

X11 1 0,003 0,003 0,004 0,950905

X2 1 1051,371 1051,371 1627,850 0,000034

X22 1 18,596 18,596 28,792 0,012669

X12 1 3,578 3,578 5,540 0,099960

Falta de

ajuste 3 143,985 47,995 74,311 0,002587

Erro puro 3 1,938 0,646

Total 11 1863,294

X1 = teor de argila MMT Ca2+ (%); X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 29 encontram-se os valores dos coeficientes de regressão e de

determinação (R2) para a variável de resposta ângulo de contato. O coeficiente de

determinação (R2 = 0,92169) expressa 92% da variação do ângulo de contato e

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93

mostra que o modelo ajustou-se bem aos dados obtidos. Nas Figuras 47 e 48, esses

dados estão melhor ilustrados por meio do gráfico de superfície de resposta e de

curva de nível, respectivamente.

Tabela 29: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para o

ângulo de contato (°) médio determinado para compósitos amido/argila MMT Ca2+

Coeficientes Valor

B0 -6,89967

B1 4,19576***

B11 0,00133

B2 6,12154***

B22 -0,18940*

B12 -0,07882

R2 0,92169

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 46: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento do ângulo de contato médio determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Ca2+, em função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol

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94

Figura 47: Variação do ângulo de contato médio em função do teor de argila MMT

Ca2+ e de glicerol para compósitos amido de milho/ MMT Ca2+

Figura 48: Representação bidimensional da variação do ângulo de contato médio em

função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol para compósitos amido /argila

MMTCa2+

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95

5.2.7.3 - Medidas de ângulo de contato para compósitos amido de milho/

Cloisite 30B

A Tabela 30 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) da

variável de resposta ângulo de contato. Nessa tabela e na Figura 49, pode ser

verificado que o efeito linear da variável teor de argila Cloisite 30B , X1, foi o mais

significativo, seguido do efeito linear da variável teor de glicerol, X2, e do efeito

quadrático das variáveis teor de glicerol, X22, e teor de argila Cloisite 30B, X11. A

interação entre as variáveis teor de argila Cloisite 30B e de glicerol, X12, não foi

significativa para a essa variável.

Tabela 30: Análise de variância (ANOVA) para a variável ângulo de contato em

relação às variáveis independentes, teor de argila Cloisite 30B e teor de glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F p

X1 1 1151,699 1151,699 1008,943 0,000069

X11 1 26,574 26,574 23,280 0,016967

X2 1 243,141 243,141 213,003 0,000698

X22 1 92,590 92,590 81,113 0,002890

X12 1 2,465 2,465 2,159 0,238039

Falta de

ajuste 3 333,148 111,049 97,284 0,001737

Erro puro 3 3,424 1,141

Total 11 1837,339

X1 = teor de argila Cloisite 30B (%); X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 31 encontram-se os valores dos coeficientes de regressão e de

determinação (R2) para a variável de resposta ângulo de contato. O coeficiente de

determinação (R2 = 0,81682) expressa 81,68 % da variação do ângulo de contato (°)

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96

e mostra que o modelo ajustou-se bem aos dados obtidos. Nas Figuras 50 e 51,

esses dados estão melhor ilustrados por meio do gráfico de superfície de resposta e

de curva de nível, respectivamente.

Tabela 31: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para o

ângulo de contato (°) médio determinado para compósitos amido/argila Cloisite 30B

Coeficientes Ângulo de contato (°)

B0 405,7107

B1 -0,0352***

B11 0,3368*

B2 -26,0103***

B22 0,4754**

B12 -0,0638

R2 0,81682

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 49: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento do ângulo de contato médio determinado para materiais compósitos

amido/ Cloisite 30B, em função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol

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97

Figura 50: Variação do ângulo de contato médio em função do teor de argila Cloisite

30B e de glicerol para compósitos amido de milho/ Cloisite 30B

Figura 51: Representação bidimensional da variação do ângulo de contato médio em

função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol para compósitos amido /argila

Cloisite 30B

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98

Os resultados encontrados mostram que, em todos os casos estudados, os

valores do ângulo de contato médio sofreram aumentos à medida em que os teores

de argila foram aumentados. Por outro lado, o ângulo de contato médio diminuiu

com o aumento da concentração de glicerol. Quando comparada às argilas

MMTNa+, MMT Ca2+ com a mesma concentração, a argila Cloisite 30B adicionada à

matriz de amido em uma porcentagem de 11,65% conferiu aos materiais a menor

hidrofilicidade.

As Figuras 52, 53 e 54 mostram os gráficos da evolução do ângulo de

contato em função do tempo para o termoplástico de amido e para os compósitos

amido e argilas MMT Na+, MMT Ca2+ e Cloisite 30B. Pode ser observado que o

ângulo de contato médio formado entre a superfície de amido termoplástico puro e

uma gota de água é bem pequeno, o que indica a elevada hidrofilicidade do material.

Quando teores de argila entre 2 e 12% são adicionados à matriz de amido, observa-

se um aumento seqüencial no ângulo de contato para todos os tempos analisados.

Tais resultados indicam que a adição de teores de argila no intervalo acima

mencionado induz a uma redução da hidrofilicidade do material, o que tende a

aumentar a resistência à água dos compósitos entre amido e argila.

Tempo (s)

0 2 4 6 8 10

Âng

ulo

de c

onta

to (

°)

0

20

40

60

80

100

Figura 52: Variação do ângulo de contato médio em função do tempo para o

termoplástico de amido puro (�), e para compósitos amido e argila MMT Na+: (�)

0,34 %, (�) 6% e (�) 11,65% argila

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99

Tempo (s)

0 2 4 6 8 10

Âng

ulo

de c

onta

to (

°)

0

20

40

60

80

100

Figura 53: Variação do ângulo de contato médio em função do tempo para

termoplástico de amido puro (�), e para compósitos amido e argila MMT Ca2+: (�)

0,34 %, (�) 6% e (�) 11,65% argila

Tempo (s)

0 2 4 6 8 10

Âng

ulo

de c

onta

to (

°)

0

20

40

60

80

100

Figura 54: Variação do ângulo de contato médio em função do tempo para

termoplástico de amido puro (�), e para compósitos amido e argila Cloisite 30B: (�)

0,34 %, (�) 6% e (�) 11,65% argila

Em alguns casos, o desvio-padrão foi relativamente alto. De acordo com a

literatura, pode-se dizer que desvios-padrão elevados refletem a dispersão nas

medidas de ângulo de contato decorrente da rugosidade da superfície do filme. A

heterogeneidade da superfície (variação na composição química superficial ou

rugosidade) acarreta distorção da linha de contato entre as interfaces sólido-liquido e

sólido-vapor (THIRÉ et al., 2003).

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100

O coeficiente angular da curva de evolução do ângulo de contato está

diretamente relacionado à cinética de absorção de água do material. Quanto menor

o módulo do coeficiente angular da curva de variação do ângulo de contato com o

tempo, menor é a velocidade de absorção de água pelo material. As Tabelas 32, 33

e 34 mostram a variação dos coeficientes angulares das curvas de absorção de

água em função do teor de argila nos compósitos com argila MMT Na+, Ca2+ e

Cloisite 30B.

Tabela 32: Valores iniciais médios de ângulo de contato e de módulo do coeficiente

angular das curvas de absorção de água, para amido termoplástico de milho sem

carga e compósitos amido/argila MMT Na+ após processamento em extrusora

Argila MMT Na+ (%) Valor inicial do

ângulo de contato (°)

Módulo do

coeficiente angular

0 43,43 0,53

0,34 43,75 0,23

6 57,66 0,27

11,65 81,30 0,10

Tabela 33: Valores iniciais médios de ângulo de contato e de módulo do coeficiente

angular das curvas de absorção de água, para amido termoplástico de milho sem

carga e compósitos de amido/argila MMT Ca2+ após processamento em extrusora

Argila MMT Ca2+ (%) Valor inicial do

ângulo de contato (°)

Módulo do

coeficiente angular

0 43,43 0,53

0,34 25,23 0,21

6 42,63 0,19

11,65 62,60 0,04

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101

Tabela 34: Valores iniciais médios de ângulo de contato e de módulo do coeficiente

angular das curvas de absorção de água, para amido termoplástico de milho sem

carga e compósitos de amido/argila Cloisite 30B após processamento em extrusora

Argila Cloisite 30B (%) Valor inicial do

ângulo de contato (°)

Módulo do

coeficiente angular

0 43,43 0,53

0,34 47,72 0,81

6 61,20 0,19

11,65 80,92 0,16

Os resultados encontrados mostram que o módulo do coeficiente angular da

curva de variação do ângulo de contato com o tempo foi menor em concentrações

maiores de argila. Assim, quanto maior a quantidade de argila no compósito, menor

será a velocidade de absorção de água pelo filme. A argila MMT Ca2+, quando

adicionada à matriz de amido em todas as concentrações conferiu aos materiais

uma menor velocidade de absorção de água, quando comparada às argila MMT Na+

e Cloisite 30B.

De acordo com a literatura, o decréscimo do valor do ângulo de contato

também pode ser atribuído a uma possível evaporação da gota ao longo do tempo

(ANDRADE et al., 2005).

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102

5.2.8 - Difração de raios-X

5.2.8.1 - Avaliação da cristalinidade

A cristalinidade dos grânulos de amido é atribuída principalmente à

amilopectina e não à amilose, a qual embora linear, apresenta uma conformação

que dificulta sua associação regular com outras cadeias. O amido nativo pode ser

classificado em três tipos de estruturas cristalinas a partir das diferenças dos

difratogramas de raios-X: amidos de cereais como tipo “A”, amidos de tubérculos

como tipo “B” e amidos de vagens como tipo “C”, uma mistura de “A” e “B

(BLANSHARD, 1987). Apesar de os grânulos de amido de milho in natura

apresentarem cristalinidade do tipo A, após o processamento, outro tipo de

cristalinidade pode estar presentes nos termoplásticos à base de amido (VAN

SOEST et al., 199a6, SMITS et al., 1998, HULLEMAN et al., 1999, RINDLAV-

WESTLING et al., 1997).

Os grânulos de amido possuem regiões de ordem cristalina suficiente para

difratar raios-X. Segundo MERCIER et al. (1979), durante o processo de extrusão, a

energia mecânica e a energia térmica geradas levam a diversas mudanças na

estrutura do grânulo. O principal efeito deste tratamento termomecânico é a ruptura

da estrutura granular do amido. A destruição completa ou parcial da estrutura

cristalina do amido pode ser demonstrada por meio de difração de raios-X.

Para obter-se o amido termoplástico é necessário destruir a estrutura

semicristalina original dos grânulos. Para isso, o amido nativo deve ser aquecido na

presença de um plastificante, como água ou glicerol, a temperaturas de 90 a 180 °C.

Sob efeito de forças de cisalhamento, ele funde obtendo-se um material amorfo, o

qual é denominado amido termoplástico (TPS) ou amido desestruturado

(BLANSHARD, 1987).

VAN SOEST (1996a) verificou que a ação termomecânica gerada durante a

extrusão contribui para a perda de estrutura cristalina das moléculas de amido. VAN

LENGERICH (1984) observou que há redução na cristalinidade dos grânulos de

amido, mesmo quando o incremento nas energias térmica e mecânica é pequeno.

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103

Durante o processo de extrusão, ocorrem mudanças estruturais desde a

escala molecular até a macroscópica. Na menor escala, a molecular, observa-se

degradação macromolecular dos grânulos de amido (COLONNA & MERCIER,

1983), bem como a formação de complexo amilose-lipídeo (MERCIER et al., 1979,

1980). Na escala supramolecular, a ordem semi-cristalina também é modificada

(COLONNA et al., 1983). Fusão dos cristalitos nativos pode ocorrer dentro do

extrusora, o que resulta na redistribuição da água pelo restante do grânulo. Os

grânulos perdem a propriedade de birrefringência, já que a orientação dos cristalitos

é perdida com a fusão e ocorre o inchamento dos grânulos (BLANSHARD, 1987). Ao

sair da matriz da extrusora, a massa fundida esfria e há, então, possibilidade de

ocorrer recristalização da amilose, da amilopectina e dos complexos lipídicos com a

amilose.

De acordo com MERCIER et al. (1979), os estudos de difração de raios-X em

amostras de amido de milho extrusado revelaram apenas a ocorrência da

recristalização dos complexos lipídicos, indicando que a amilose e amilopectina

continuam em seu estado amorfo (OLLET et al., 1990). Na extensão macroscópica,

os grânulos podem perder sua integridade, rompendo-se e formando uma massa

fundida homogênea (FAUBION & HOSENEY, 1982).

Durante o resfriamento, após o processamento ou quando o amido

termoplástico é armazenado, ocorre a formação de estruturas cristalinas devido à

recristalização da amilopectina e cristalização da amilose, apesar de essa última não

apresentar cristalinidade em seu estado nativo. A tendência do amido termoplástico

à cristalização afeta diretamente suas propriedades (WIEDMANN et al., 1991).

Neste trabalho, o índice de cristalinidade to tipo B (Xc) foi determinado com

base no método descrito por HULLEMAN et al., 1999, por meio do qual a altura da

difração cristalina (Hc) característica da cristalinidade do tipo B, sob o ângulo de 16°-

18,5° (2 θ), é medida relativamente à altura do pico em questão determinado a partir

da linha base (HC+HA), conforme a Figura 55.

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104

Figura 55: Descrição esquemática do índice de cristalinidade do tipo b, Xc

(HULLEMAN et al., 1999)

A técnica de difração de raios-X tem sido utilizada para o estudo preliminar

sobre a cristalinidade desenvolvida durante o processamento e condicionamento. A

Figura 56 mostra os difratogramas de raios-X obtidos para filme de amido

termoplástico puro após o processamento e condicionados por 30, 60 e 90 dias a

28°C e RH de 80%. Como comparação e mostrado também o difratograma de

grânulos de amido de milho in natura. Observa-se que os grânulos de amido in

natura apresentam uma cristalinidade tipicamente do tipo A, evidenciado pelos picos

de difração em 15,0°; 17,2°; 18,0° e 23,2° (2θ). Após o processamento por extrusão

e condicionamento por 30, 60 e 90 dias, os difratogramas de raios-X do

termoplástico de amido puro mostram picos de difração em 13,7°; 17°; 19°; 21,9°

(2θ), que são picos característicos da cristalinidade do tipo B (HULLEMAN et al.,

1999). Os resultados mostram que as condições aplicadas durante o processamento

foram suficientes para o rompimento da estrutura granular do amido. De acordo com

SOEST e colaboradores (1996), o material termoplástico se apresenta quase que

totalmente amorfo após a gelatinização ou fusão. Entretanto, mesmo rompendo-se a

cristalinidade original dos grânulos de amido, as condições de condicionamento

favorecem uma recristalização das moléculas que compõem o amido.

Ângulo de difração

Inte

nsi

dad

e

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105

Na presente dissertação, após condicionamento, mesmo que por um período

de tempo pequeno sob condições de umidade relativa de 80%, o amido

termoplástico tende a desenvolver novamente certa cristalinidade. Quanto maior o

espaço de tempo de armazenamento, maior a cristalinidade do material, como pode

ser observado na Figura 56.

Figura 56: Difratogramas de raios-X para amido granular (a), e para amidos

termoplásticos sozinho no tempo zero (b), e após condicionamento por 30 dias (c),

60 dias (d) e 90 dias (f) a 28°C e 80% RH

Estudos mostraram que, logo após a gelatinização ou fusão, o material

termoplástico apresenta-se quase que completamente amorfo. Os materiais

predominantemente amorfos não se encontram em equilíbrio termodinâmico; o

sistema tende a aproximar-se deste equilíbrio com o tempo, o que envolve o

rearranjo molecular do amido e sua recristalização (HULLEMAN, et al., 1999).

Verifica-se também que as condições de armazenamento influenciam o tipo e o teor

de cristalinidade de filmes de amido. Dessa maneira, ROSA (2003) verificou que a

cristalinidade que ocorre após longo tempo de estocagem está provavelmente ligada

à cristalização das moléculas de amilopectina, enquanto que a cristalinidade que

ocorre de maneira mais rápida está diretamente relacionada à cristalização das

moléculas de amilose.

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106

5.2.8.1.1 - Estudo da cristalinidade dos compósitos amido de milho/ MMT Na+

Ensaios de difração de raios-X foram feitos para os compósitos amido/argilas

MMT Na+ no tempo zero e após condicionamento por 30, 60 e 90 dias a 28°C e 80%

RH.

As Figuras 57, 58, 59 e 60 mostram os difratogramas obtidos para o amido de

milho sem carga e para os compósitos de amido/argila MMT Na+ no tempo zero e

após o condicionamento por 30, 60 e 90 dias a 28°C e 80% RH. À medida que a

carga (argila) foi adicionada, o pico 17° do amido começou a aumentar. O aumento

gradativo da argila na matriz polimérica favoreceu o aumento do pico a 17° (2θ) que

é um dos picos característico do tipo B. Mas quando se compara à cristalinidade do

amido termoplástico puro com a dos compósitos de amido/argila em todas as

concentrações, o valor de cristalinidade dos compósitos é menor em todos os casos.

Os resultados parecem indicar que a presença da carga desfavorece a

retrogradação do amido.

Com base nessas observações, é válido supor que o compósito amido/argila

vá formar um material termoplástico final mais amorfo, mesmo com maiores teores

de carga.

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107

Figura 57: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila MMT Na+ pura no tempo zero. Os termoplásticos foram

obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido granular; (b) amido termoplásticos puro.

Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34; (d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila MMT

Na+ pura

Figura 58: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila MMT Na+ pura após 30 dias de condicionamento a 28°C e

80% RH. Os termoplásticos foram obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido

granular; (b) amido termoplásticos puro. Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34;

(d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila MMT Na+ pura

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108

Figura 59: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila MMT Na+ pura após 60 dias de condicionamento a 28°C e

80% RH. Os termoplásticos foram obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido

granular; (b) amido termoplásticos puro. Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34;

(d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila MMT Na+ pura

Figura 60: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila MMT Na+ pura após 90 dias de condicionamento a 28°C e

80% RH. Os termoplásticos foram obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido

granular; (b) amido termoplásticos puro. Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34;

(d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila MMT Na+ pura

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109

Tabela 35 apresenta os resultados experimentais do índice de cristalinidade

relativa do pico 17° obtido após análise de difração de raios-X dos diferentes testes

para argila MMT Na+ no tempo zero, 30, 60 e 90 dias.

Tabela 35: Resultados experimentais do Índice de cristalinidade relativa (%) do pico

17° para filmes de compósitos amido/argila MMT Na+ no tempo zero, e após

condicionamento por 30, 60 e 90 dias a 28°C e 80% RH

Testes X1 X2 Cristalinidade

relativa

tempo zero

Cristalinidade

relativa

30dias

Cristalinidade

relativa

60dias

Cristalinidade

relativa

90dias

01 2 22 0 9,8 11,3 13,0

02 2 28 7,8 10,2 16,2 18,5

03 10 22 10,7 13,17 17 18,9

04 10 28 10 14,2 17,5 19,4

05 0,34 25 0 7,2 12,5 9,2

06 11,65 25 11,4 11,5 17,8 19

07 6 20,75 0 11,6 10,3 12

08 6 29,24 13,2 19 20 22

09 6 25 7,8 10,5 16,8 17,9

10 6 25 8,4 9,5 15,9 18,8

11 6 25 7,2 11,0 15,5 18,5

12 6 25 8,1 11,8 16,3 17,8

X1 = teor de argila (%); X2 = teor de glicerol (%)

A Tabela 36 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) da

variável de resposta cristalinidade relativa para filmes de compósitos amido/argila

MMT Na+ no tempo zero. Nessa tabela e na Figura 61, nota-se que o efeito linear

das variáveis teor de argila, X1 e teor de glicerol, X2 são os mais significativos,

seguidos da interação entre as variáveis teor de argila e de glicerol, X12 e do efeito

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110

quadrático da variável teor de argila, X11. O efeito quadrático da variável teor de

glicerol, X22 não foi significativo. Essa ordem de significância das variáveis

independentes sobre a cristalinidade relativa pode ser melhor observada no

diagrama de pareto ilustrado na Figura 4.

Tabela 36: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila MMT Na+ no tempo zero relativa às

variáveis independentes, teor de argila MMT Na+ e teor de glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F p

X1 1 105,2848 105,2848 401,0850 0,000272

X11 1 4,5563 4,5563 17,3571 0,025164

X2 1 82,9963 82,9963 316,1763 0,000388

X22 1 0,9923 0,9923 3,7800 0,147103

X12 1 18,0625 18,0625 68,8095 0,003671

Falta de

ajuste 3 19,9252 6,6417 25,3018 0,012441

Erro puro 3 0,7875 0,2625

Total 11 231,95

X1 = teor de argila MMT Na+ (%); X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 37 encontram-se os valores dos coeficientes de regressão e de

determinação (R2) para a variável de resposta cristalinidade. O coeficiente de

determinação (R2 = 0,9107) expressa 91% da variação na cristalinidade e mostra

que o modelo se ajustou bem aos dados obtidos. Nas Figuras 62 e 63, esses dados

estão melhor ilustrados por meio do gráfico de superfície de resposta e de curva de

nível, respectivamente.

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111

Tabela 37: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila MMT Na+ no tempo zero

Coeficientes Valor

B0 -80,2126

B1 5,9668***

B11 -0,0527*

B2 4,3237***

B22 -0,0437

B12 -0,1771**

R2 0,9107

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 61: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Na+, em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol no tempo zero

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112

Figura 62: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de argila

MMT Na+ e de glicerol para compósitos amido/ MMT Na+ no tempo zero

Figura 63: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol para compósitos

amido/argila MMTNa+ no tempo zero

A Tabela 38 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) da

variável de resposta cristalinidade relativa para filmes de compósitos amido/argila

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113

MMT Na+ após o condicionamento por 30 dias a 28°C e 80% RH. Nessa tabela e na

Figura 64, nota-se que o efeito quadrático da variável teor de glicerol, X22 foi o mais

significativo seguido do efeito linear das variáveis teor de argila, X1 e do teor de

glicerol, X2. O efeito quadrático da variável teor de argila, X11 e a interação entre as

variáveis teor de argila e de glicerol, X12 não foram significativo.

Tabela 38: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila MMT Na+ após o condicionamento

por 30 dias a 28°C e 80% RH, relativa às variáveis independentes, teor de argila

MMT Na+ e teor de glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F p

X1 1 22,6167 22,6167 24,40637 0,015907

X11 1 4,05132 4,05132 4,37193 0,127665

X2 1 17,68691 17,68691 19,08660 0,022181

X22 1 30,39792 30,39792 32,80351 0,010565

X12 1 0,09923 0,09923 0,10708 0,765000

Falta de

ajuste 3 10,87758 3,62586 3,91280 0,146007

Erro puro 3 2,780000 0,92667

Total 11 94,56883

X1 = teor de argila MMT Na+ (%); X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 39 encontram-se os valores dos coeficientes de regressão e de

determinação (R2) para a variável de resposta cristalinidade. O coeficiente de

determinação (R2 = 0,85558) expressa 85% da variação na cristalinidade e mostra

que o modelo se ajustou bem aos dados obtidos. Nas Figuras 65 e 66, esses dados

estão melhor ilustrados por meio do gráfico de superfície de resposta e de curva de

nível, respectivamente.

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114

Tabela 39: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila MMT Na+ após o

condicionamento por 30dias a 28°C e 80% RH

Coeficientes Valor

B0 147,3112

B1 0,6889*

B11 -0,0497

B2 -11,6908*

B22 0,2422*

B12 0,0131

R2 0,85558

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 64: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Na+, em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol após o

condicionamento por 30 dias a 28°C e 80% RH

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115

Figura 65: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de argila

MMT Na+ e de glicerol para compósitos amido/ MMT Na+ após condicionamento por

30 dias a 28°C e 80% RH

Figura 66: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol para compósitos

amido/argila MMTNa+ após condicionamento por 30 dias a 28°C e 80% RH

A Tabela 40 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) da

variável de resposta cristalinidade relativa para filmes de compósitos amido/argila

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116

MMT Na+ após o condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH. Nessa tabela e na

Figura 67, observa-se que o efeito linear da variável teor de glicerol, X2 foi o mais

significativo, seguido de efeito linear da variável teor de argila, X1 e da interação

entre as variáveis teor de argila e de glicerol, X12. O efeito quadrático das variáveis

teor de argila, X11 e teor de glicerol, X22 não foi significativo.

Tabela 40: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila MMT Na+ após o condicionamento

por 60 dias a 28°C e 80% RH, relativa às variáveis independentes, teor de argila

MMT Na+ e teor de glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F p

X1 1 26,26433 26,26433 84,9520 0,002702

X11 1 1,02400 1,02400 3,3121 0,166333

X2 1 45,68663 45,68663 147,7735 0,001198

X22 1 1,02400 1,02400 3,3121 0,166333

X12 1 4,84000 4,84000 15,6550 0,028818

Falta de

ajuste 3 8,92404 2,97468 9,6216 0,047632

Erro puro 3 0,92750 0,30917

Total 11 88,34917

X1 = teor de argila MMT Na+ (%); X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 41 encontram-se os valores dos coeficientes de regressão e de

determinação (R2) para a variável de resposta cristalinidade. O coeficiente de

determinação (R2 = 0,88849) expressa 89% da variação na cristalinidade e mostra

que o modelo se ajustou bem aos dados obtidos. Nas Figuras 68 e 69, esses dados

estão melhor ilustrados por meio do gráfico de superfície de resposta e de curva de

nível, respectivamente.

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117

Tabela 41: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila MMT Na+ após o

condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH

Coeficientes Valor

B0 -48,9351

B1 3,0446**

B11 -0,0250

B2 3,5688**

B22 -0,0444

B12 -0,0917*

R2 0,88849

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 67: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Na+, em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol após o

condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH

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118

Figura 68: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de argila

MMT Na+ e de glicerol para compósitos amido/ MMT Na+ após condicionamento por

60 dias a 28°C e 80% RH

Figura 69: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol para compósitos

amido/argila MMTNa+ após condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH

A Tabela 42 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) da

variável de resposta cristalinidade relativa para filmes de compósitos amido/argila

MMT Na+ após o condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH. Nessa tabela e na

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119

Figura 70, observa-se que o efeito linear das variáveis teor de argila, X1 e teor de

glicerol, X2 foram os mais significativos, seguido do efeito quadrático da variável teor

de argila, X11 e da interação entre as variáveis teor de argila e de glicerol, X12. O

efeito quadrático da variável teor de glicerol, X22 não foi significativo.

Tabela 42: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila MMT Na+ após o condicionamento

por 60 dias a 28°C e 80% RH, relativa às variáveis independentes, teor de argila

MMT Na+ e teor de glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F p

X1 1 53,35080 53,35080 231,9600 0,000615

X11 1 16,3840 16,38400 71,2348 0,003491

X2 1 50,7132 50,71320 220,4922 0,000663

X22 1 0,1440 0,14400 0,6261 0,486582

X12 1 6,2500 6,25000 27,1739 0,013725

Falta de

ajuste 3 21,7360 7,24533 31,5014 0,009077

Erro puro 3 0,6900 0,23000

Total 11 149,3167

X1 = teor de argila MMT Na+ (%); X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 43 encontram-se os valores dos coeficientes de regressão e de

determinação (R2) para a variável de resposta cristalinidade. O coeficiente de

determinação (R2 = 0,84981) expressa 85% da variação na cristalinidade e mostra

que o modelo se ajustou bem aos dados obtidos. Nas Figuras 71 e 72, esses dados

estão melhor ilustrados por meio do gráfico de superfície de resposta e de curva de

nível, respectivamente.

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120

Tabela 43: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila MMT Na+ após o

condicionamento por 90dias a 28°C e 80% RH

Coeficientes Valor

B0 -36,2467

B1 4,4498***

B11 -0,1000**

B2 2,2976***

B22 -0,0167

B12 -0,1042*

R2 0,84981

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 70: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Na+, em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol após o

condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH

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121

Figura 71: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de argila

MMT Na+ e de glicerol para compósitos amido/ MMT Na+ após condicionamento por

90 dias a 28°C e 80% RH

Figura 72: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila MMT Na+ e de glicerol para compósitos

amido/argila MMTNa+ após condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH

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122

A tabela 35 mostra a cristalinidade relativa do tipo B determinada para filmes

de amido termoplástico sozinho e para os compósitos amido/argila MMT Na+,

baseados no pico em torno de 17°(2θ). Observa-se que a adição de pequenos

teores de argila já promove um decréscimo significativo na cristalinidade relativa. A

cristalinidade dos filmes foi influenciada pelas variáveis estudadas (argila e glicerol)

que variou de 0 a 13,2° (2θ). Em relação ao teor de argila, considerando as amostras

com teor de glicerol de 25%, foi verificado que o teste 05, 06 e 09 (Tabela 35) com

0,34, 11,65 e 6% de argila respectivamente apresentou cristalinidade inferior ao

termoplástico de amido sozinho que tem 14,5% de cristalinidade, isso nos

compósitos amido/argila MMT Na+ no tempo zero. Tais resultados sugerem que a

presença de argila nos filmes de amido reduz a mobilidade das cadeias o que

impede a associação na forma de hélices duplas, e dificulta a formação de zonas

cristalinas na matriz.

Os resultados de cristalinidade após diferentes tempos de condicionamento

mostraram um ligeiro aumento na intensidade dos picos com aumento do tempo de

condicionamento, sugerindo que mesmo na presença de argila a cristalinidade do

amido continua a ocorrer. Mas quando se compara à cristalinidade do amido

termoplástico puro com a dos compósitos de amido/argila em todas as

concentrações e após diferentes tempos de condicionamento a cristalinidade dos

compósitos é menor em todos os casos.

Em relação ao teor de glicerol, houve um aumento dos valores de

cristalinidade em todos os tempos estudados com aumento da concentração de

glicerol.

5.2.8.1.2 - Estudo da cristalinidade dos compósitos amido de milho/ MMT Ca2+

Ensaios de difração de raios-X também foram feitos para os compósitos

amido/argilas MMT Ca2+ no tempo zero e após condicionamento por 30, 60 e 90 dias

a 28°C e 80% RH.

As Figuras 73, 74, 75 e 76 mostram os difratogramas obtidos para o amido de

milho sem carga e para os compósitos de amido/argila MMT Ca2+ no tempo zero e

após o condicionamento a 28°C e 80% RH por, 30, 60, e 90 dias. À medida que a

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123

carga (argila) foi adicionada, o pico 17° do amido começou a aumentar, o mesmo foi

observado nos compósitos amido/argila MMT Na+. O aumento gradativo da argila na

matriz polimérica favoreceu o aumento do pico a 17° (2θ) que é um dos picos

característico do tipo B. Mesmo ocorrendo um aumento na cristalinidade nos filmes

de compósito amido/argila MMT Ca2+, esses valores de cristalinidade ainda são

menores que a cristalinidade do termoplástico sem carga. Como foi dito

anteriormente, os resultados parecem indicar que a presença da carga desfavorece

a retrogradação do amido.

Figura 73: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila MMT Ca2+ pura no tempo zero. Os termoplásticos foram

obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido granular; (b) amido termoplásticos puro.

Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34; (d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila MMT

Ca+2 pura

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124

Figura 74: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila MMT Ca2+ pura após 30 dias de condicionamento a 28°C e

80% RH. Os termoplásticos foram obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido

granular; (b) amido termoplásticos puro. Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34;

(d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila MMT Ca+2 pura

Figura 75: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila MMT Ca2+ pura após 60 dias de condicionamento a 28°C e

80% RH. Os termoplásticos foram obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido

granular; (b) amido termoplásticos puro. Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34;

(d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila MMT Ca+2 pura

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125

Figura 76: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila MMT Ca2+ pura após 90 dias de condicionamento a 28°C e

80% RH. Os termoplásticos foram obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido

granular; (b) amido termoplásticos puro. Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34;

(d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila MMT Ca+2 pura

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126

A Tabela 44 apresenta os resultados experimentais do índice de cristalinidade

relativa do pico 17° obtido após análise de difração de raios-X dos diferentes testes

para argila MMT Ca2+ no tempo zero, 30, 60 e 90 dias.

Tabela 44: Resultados experimentais do Índice de cristalinidade relativa do pico 17°

para filmes de compósitos amido/argila MMT Ca2+ no tempo zero, e após

condicionamento por 30, 60 e 90 dias a 28°C e 80% RH

Testes X1 X2 Cristalinidade

relativa

tempo zero

Cristalinidade

relativa

30dias

Cristalinidade

relativa

60dias

Cristalinidade

relativa

90dias

13 2 22 0 0 12 16,7

14 2 28 0 15,6 19,4 20

15 10 22 0 8 15 19,1

16 10 28 0 19 20 21,5

17 0,34 25 0 9,01 13,1 14

18 11,65 25 0 14,4 21 22

19 6 20,75 0 9,5 9,7 10,2

20 6 29,24 0 16 23 19,5

21 6 25 0 12 16,5 20,3

22 6 25 0 11,5 17,0 20,50

23 6 25 0 11,2 16,6 20,5

24 6 25 0 11,8 16,8 20

A Tabela 45 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) da

variável de resposta cristalinidade relativa para filmes de compósitos amido/argila

MMT Ca2+ após o condicionamento por 30 dias a 28°C e 80% RH. Nessa tabela e na

Figura 77, nota-se que o efeito linear das variáveis teor de argila, X1 e teor de

glicerol, X2, foram os mais significativos, seguidos da interação entre as variáveis

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127

teor de argila e de glicerol, X12. O efeito quadrático das variáveis teor de argila, X11 e

teor de glicerol, X22 não foi significativo.

Tabela 45: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila MMT Ca2+ após o condicionamento

por 30 dias a 28°C e 80% RH, relativa às variáveis independentes, teor de argila

MMT Ca2+ e teor de glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F p

X1 1 45,2325 45,2325 369,245 0,000308

X11 1 0,8037 0,8037 6,561 0,083109

X2 1 160,1369 160,1369 1307,240 0,000047

X22 1 0,1809 0,1809 1,477 0,311197

X12 1 5,2900 5,2900 43,184 0,007168

Falta de

ajuste 3 44,6387 14,8796 121,466 0,001250

Erro puro 3 0,3675 0,1225

Total 11 256,8501

X1 = teor de argila MMT Ca2+ (%); X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 46 encontram-se os valores dos coeficientes de regressão e de

determinação (R2) para a variável de resposta cristalinidade O coeficiente de

determinação (R2 = 0,82478) expressa 82% da variação na cristalinidade e mostra

que o modelo se ajustou bem aos dados obtidos. Nas Figuras 78 e 79, esses dados

estão melhor ilustrados por meio do gráfico de superfície de resposta e de curva de

nível, respectivamente.

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128

Tabela 46: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila MMT Ca2+ no tempo zero

Coeficientes Valor

B0 -32,7225

B1 3,2561***

B11 -0,0221

B2 1,1323***

B22 0,0187

B12 -0,0958**

R2 0,82478

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 77: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Ca2+, em função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol após o

condicionamento por 30 dias a 28°C e 80% RH

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129

Figura 78: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de argila

MMT Ca2+ e de glicerol para compósitos amido/ MMT Ca2+ após condicionamento

por 30 dias a 28°C e 80% RH

Figura 79: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol para compósitos

amido/argila MMT Ca2+ após condicionamento por 30 dias a 28°C e 80% RH

A Tabela 47 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) da

variável de resposta cristalinidade relativa para filmes de compósitos amido/argila

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130

MMT Ca2+ após o condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH. Nessa tabela e na

Figura 80, nota-se que o efeito linear das variáveis teor de glicerol, X2 e teor de

argila, X1, foram os mais significativos, seguidos da interação entre as variáveis teor

de argila e de glicerol, X12. O efeito quadrático das variáveis teor de argila, X11 e teor

de glicerol, X22 não foi significativo.

Tabela 47: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila MMT Ca2+ após o condicionamento

por 60 dias a 28°C e 80% RH, relativa às variáveis independentes, teor de argila

MMT Ca2+ e teor de glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F p

X1 1 27,2776 27,2776 554,798 0,000168

X11 1 0,1210 0,1210 2,461 0,214712

X2 1 121,7505 121,7505 2476,282 0,000018

X22 1 0,2890 0,2890 5,878 0,093794

X12 1 1,4400 1,4400 29,288 0,012373

Falta de

ajuste 3 12,3219 4,1073 83,538 0,002176

Erro puro 3 0,1475 0,0492

Total 11

X1 = teor de argila MMT Ca2+ (%); X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 48 encontram-se os valores dos coeficientes de regressão e de

determinação (R2) para a variável de resposta cristalinidade. O coeficiente de

determinação (R2 = 0,92371) expressa 92% da variação na cristalinidade e mostra

que o modelo se ajustou bem aos dados obtidos. Nas Figuras 81 e 82, esses dados

estão melhor ilustrados por meio do gráfico de superfície de resposta e de curva de

nível, respectivamente.

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131

Tabela 48: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila MMT Ca2+ após o

condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH

Coeficientes Valor

B0 -40,5018

B1 1,6085***

B11 0,0086

B2 2,7809***

B22 -0,0236

B12 -0,0500*

R2 0,92371

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 80: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Ca2+, em função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol após o

condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH

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132

Figura 81: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de argila

MMT Ca2+ e de glicerol para compósitos amido/ MMT Ca2+ após condicionamento

por 60 dias a 28°C e 80% RH

Figura 82: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol para compósitos

amido/argila MMT Ca2+ após condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH

A Tabela 49 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) da

variável de resposta cristalinidade relativa para filmes de compósitos amido/argila

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133

MMT Ca2+ após o condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH. Nessa tabela e na

Figura 83, nota-se que o efeito linear das variáveis teor de glicerol, X2 e teor de

argila, X1 e o efeito quadrático da variável teor de glicerol, X22 foram os mais

significativos, seguidos efeito quadrático da variável teor de argila, X11. A interação

entre as variáveis teor de argila e de glicerol, X12 não foi significativo.

Tabela 49: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila MMT Ca2+ após o condicionamento

por 90 dias a 28°C e 80% RH, relativa às variáveis independentes, teor de argila

MMT Ca2+ e teor de glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F p

X1 1 28,93212 28,93212 518,1871 0,000186

X11 1 1,22500 1,22500 21,9403 0,018390

X2 1 44,42562 44,42562 795,6827 0,000098

X22 1 25,92100 25,92100 464,2567 0,000219

X12 1 0,2025 0,20250 3,6269 0,152962

Falta de

ajuste 3 30,6323 10,21076 182,8792 0,000680

Erro puro 3 0,1675 0,05583

Total 11 130,2892

X1 = teor de argila MMT Ca2+ (%); X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 50 encontram-se os valores dos coeficientes de regressão e de

determinação (R2) para a variável de resposta cristalinidade. O coeficiente de

determinação (R2 = 0,7636) expressa 76% da variação na cristalinidade e mostra

que o modelo se ajustou bem aos dados obtidos. Nas Figuras 84 e 85, esses dados

estão melhor ilustrados por meio do gráfico de superfície de resposta e de curva de

nível, respectivamente.

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134

Tabela 50: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila MMT Ca2+ após o

condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH

Coeficientes Valor

B0 -145,719

B1 1,272***

B11 -0,027*

B2 12,079***

B22 -0,224***

B12 -0,019

R2 0,7636

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 83: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ MMT Ca2+, em função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol após o

condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH

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135

Figura 84: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de argila

MMT Ca2+ e de glicerol para compósitos amido/ MMT Ca2+ após condicionamento

por 90 dias a 28°C e 80% RH

Figura 85: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila MMT Ca2+ e de glicerol para compósitos

amido/argila MMT Ca2+ após condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH

A tabela 44 mostra a cristalinidade relativa do tipo B determinada para filmes

de amido termoplástico sozinho e para os compósitos amido/argila MMT Ca2+,

baseados no pico em torno de 17°(2θ). Observa-se que a adição de pequenos

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136

teores de argila promove um decréscimo significativo na cristalinidade relativa, o

mesmo foi observado para os compósitos com MMT Na+. A cristalinidade dos filmes

foi influenciada pelas variáveis estudadas (argila e glicerol). No tempo zero não foi

observado nenhum pico em torno de 17° (2θ), para todas as composições

estudadas. Em relação ao teor de argila, considerando as amostras com teor de

glicerol de 25%, foi verificado que o teste 17, 18 e 21 (Tabela 44) com 0,34, 11,65 e

6% de argila respectivamente apresentou cristalinidade inferior ao termoplástico de

amido sozinho que tem 21% de cristalinidade, isso nos compósitos amido/argila

MMT Na+ no tempo de 60 dias. Tais resultados sugerem que a presença de argila

MMT Ca+2 assim como a sódica nos filmes de amido reduz a mobilidade das cadeias

o que impede a associação na forma de hélices duplas, e dificulta a formação de

zonas cristalinas na matriz.

Resultados semelhantes foram encontrados para os compósitos amido /argila

MMT Na+, que após o condicionamento a uma umidade relativa de 80% mostraram

um ligeiro aumento na intensidade dos picos com aumento do tempo de

condicionamento, sugerindo que mesmo na presença de argila a cristalinidade do

amido continua a ocorrer.

Em relação ao teor de glicerol, um comportamento semelhante àquele

observado para os compósitos amido de milho/ argila MMT Na+ foi observado. Com

aumento do teor de glicerol e um teor fixo de argila, os valores de cristalinidade

aumentaram com o aumento da concentração de glicerol.

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137

5.2.8.1.3 - Estudo da cristalinidade dos compósitos amido de milho/Cloisite30B

Ensaios de difração de raios-X foram feitos para os compósitos amido/argilas

Cloisite 30B no tempo zero e após condicionamento por 30, 60 e 90 dias a 28°C e

80% RH.

As Figuras 86, 87, 88 e 89 mostram os difratogramas obtidos para o amido de

milho sem carga e para os compósitos de amido/argila Cloisite 30B. À medida que a

carga (argila) foi adicionada, o pico 17° do amido começou a aumentar assim como

nos compósitos amido/argila MMT Na+ e MMT Ca2+. Mas quando se compara à

cristalinidade do amido termoplástico puro com a dos compósitos de amido/argila

Cloisite 30B em todas as concentrações o valor de cristalinidade dos compósitos é

menor em todos os casos. Os resultados parecem indicar que a presença da argila

Cloisite 30B desfavorece a retrogradação do amido.

Figura 86: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila Cloisite 30B pura no tempo zero. Os termoplásticos foram

obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido granular; (b) amido termoplásticos puro.

Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34; (d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila

Cloisite 30B

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138

Figura 87: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila Cloisite 30B pura após 30 dias de condicionamento a 28°C e

80% RH. Os termoplásticos foram obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido

granular; (b) amido termoplásticos puro. Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34;

(d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila Cloisite 30B pura

Figura 88: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila Cloisite 30B pura após 60 dias de condicionamento a 28°C e

80% RH. Os termoplásticos foram obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido

granular; (b) amido termoplásticos puro. Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34;

(d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila Cloisite 30B pura

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139

Figura 89: Difratogramas de raios-X para amido granular, compósitos de amido

termoplástico, e argila Cloisite 30B pura após 90 dias de condicionamento a 28°C e

80% RH. Os termoplásticos foram obtidos por extrusão mono-rosca: (a) amido

granular; (b) amido termoplásticos puro. Compósitos de amido/argila (c) 99,66:0,34;

(d) 94:6; (e) 88,35:11,65; (f) argila Cloisite 30B pura

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140

A Tabela 51 apresenta os resultados experimentais do índice de cristalinidade

relativa do pico 17° obtido após análise de difração de raios-X dos diferentes testes

para argila Cloisite 30B no tempo zero, 30, 60 e 90 dias.

Tabela 51: Resultados experimentais do Índice de cristalinidade relativa do pico 17°

para filmes de compósitos amido/argila Cloisite 30B no tempo zero, e após

condicionamento por 30, 60 e 90 dias a 28°C e 80% RH

Testes X1 X2 Cristalinidade

relativa

tempo zero

Cristalinidade

relativa

30dias

Cristalinidade

relativa

60dias

Cristalinidade

relativa

90dias

25 2 22 6 7 11,8 12

26 2 28 7,3 9,9 13 13,2

27 10 22 5,3 6,5 12 12,5

28 10 28 13 20 21 22,2

29 0,34 25 6,8 9,8 10,1 12

30 11,65 25 9,7 13 17 18,8

31 6 20,75 5,75 6 6,3 6,9

32 6 29,24 8,5 13 13,5 14,6

33 6 25 9,7 11,96 14,0 15,2

34 6 25 9,8 12 14,8 15,1

35 6 25 9,5 12,9 14,2 15,3

36 6 25 9,3 12 14,5 14,9

A Tabela 52 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) da

variável de resposta cristalinidade relativa para filmes de compósitos amido/argila

Cloisite 30B no tempo zero. Nessa tabela e na Figura 90, nota-se que o efeito linear

das variáveis teor de glicerol, X2 e teor de argila, X1 foram significativos, seguidos do

efeito quadrático da variável teor de glicerol, X22 e da interação entre as variáveis

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141

teor de argila e de glicerol, X12. Por ultimo esta o efeito quadrático da variável teor de

argila, X11 que também foi significativo.

Tabela 52: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila Cloisite 30B no tempo zero relativa

às variáveis independentes, teor de argila Cloisite 30B e teor de glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F p

X1 1 10,35402 10,35402 210,5903 0,000709

X11 1 2,37656 2,37565 48,3369 0,006104

X2 1 20,76607 20,76607 422,3608 0,000252

X22 1 8,78906 8,78906 178,7606 0,000904

X12 1 10,24000 10,24000 208,2712 0,000721

Falta de

ajuste 3 3,45647 1,15216 23,4337 0,013882

Erro puro 3 0,14750 0,04917

Total 11 54,69062

X1 = teor de argila Cloisite 30B (%); X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 53 encontram-se os valores dos coeficientes de regressão e de

determinação (R2) para a variável de resposta cristalinidade. O coeficiente de

determinação (R2 = 0,7636) expressa 76% da variação na cristalinidade e mostra

que o modelo se ajustou bem aos dados obtidos. Nas Figuras 91 e 92, esses dados

estão melhor ilustrados por meio do gráfico de superfície de resposta e de curva de

nível, respectivamente.

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142

Tabela 53: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila Cloisite 30B no tempo zero

Coeficientes Valor

B0 -68,3089

B1 -2,5919***

B11 -0,0381**

B2 6,2475***

B22 -0,1302***

B12 -0,1333***

R2 0,9341

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 90: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ Cloisite 30B, em função do teor de argila cloisite 30B e de glicerol no tempo

zero

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143

Figura 91: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de argila

Cloisite 30B e de glicerol para compósitos amido/ Cloisite 30B no tempo zero

Figura 92: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol para compósitos

amido/argila Cloisite no tempo zero

A Tabela 54 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) da

variável de resposta cristalinidade relativa para filmes de compósitos amido/argila

Cloisite 30B após o condicionamento por 30 dias a 28°C e 80% RH. Nessa tabela e

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144

na Figura 93, nota-se que o efeito linear das variáveis teor de glicerol, X2 e teor de

argila, X1 foram significativos, seguidos do efeito quadrático da variável teor de

glicerol (%), X22 e da interação entre as variáveis teor de argila e de glicerol, X12. Por

ultimo esta o efeito quadrático da variável teor de argila, X11 que também foi

significativo.

Tabela 54: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila Cloisite 30B após o

condicionamento por 30 dias a 28°C e 80% RH, relativa às variáveis independentes,

teor de argila Cloisite 30B e teor de glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F p

X1 1 10,35402 10,35402 210,5903 0,000709

X11 1 2,37656 2,37565 48,3369 0,006104

X2 1 20,76607 20,76607 422,3608 0,000252

X22 1 8,78906 8,78906 178,7606 0,000904

X12 1 10,24000 10,24000 208,2712 0,000721

Falta de

ajuste 3 3,45647 1,15216 23,4337 0,013882

Erro puro 3 0,14750 0,04917

Total 11 54,69062

X1 = teor de argila Cloisite 30B (%); X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 55 encontram-se os valores dos coeficientes de regressão e de

determinação (R2) para a variável de resposta cristalinidade. O coeficiente de

determinação (R2 = 0,9341) expressa 93% da variação na cristalinidade e mostra

que o modelo se ajustou bem aos dados obtidos. Nas Figuras 94 e 95, esses dados

estão melhor ilustrados por meio do gráfico de superfície de resposta e de curva de

nível, respectivamente.

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145

Tabela 55: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila Cloisite 30B após o

condicionamento por 30 dias a 28°C e 80% RH

Coeficientes Valor

B0 -68,3089

B1 -2,5919***

B11 -0,0381**

B2 6,2475***

B22 -0,1302***

B12 -0,1333***

R2 0,9341

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 93: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ Cloisite 30B em função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol após o

condicionamento por 30 dias a 28°C e 80% RH

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146

Figura 94: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de argila

Cloisite 30B e de glicerol para compósitos amido/ Cloisite 30B após

condicionamento por 30 dias a 28°C e 80% RH

Figura 95: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol para compósitos

amido/argila Cloisite 30B após condicionamento por 30 dias a 28°C e 80% RH

A Tabela 56 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) da

variável de resposta cristalinidade relativa para filmes de compósitos amido/argila

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147

Cloisite 30B após o condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH. Nessa tabela e

na Figura 96, nota-se que o efeito linear das variáveis teor de glicerol, X2 e teor de

argila, X1, foram os mais significativos, seguidos do efeito quadrático da variável ter

de glicerol, X22 e da interação entre as variáveis teor de argila e de glicerol, X12. O

efeito quadrático das variáveis teor de argila, X11 não foi significativo.

Tabela 56: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila Cloisite 30B após o

condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH, relativa às variáveis independentes,

teor de argila Cloisite 30B e teor de glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F p

X1 1 40,3116 40,31155 329,0739 0,000365

X11 1 0,4623 0,46225 3,7735 0,147345

X2 1 51,9300 51,92996 423,9180 0,000251

X22 1 15,5002 15,50025 126,5327 0,001506

X12 1 12,2100 15,21000 124,1633 0,001549

Falta de

ajuste 3 15,1547 5,05158 41,2374 0,006140

Erro puro 3 0,3675 0,12250

Total 11 140,7167

X1 = teor de argila MMT Ca+2 (%); X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 57 encontram-se os valores dos coeficientes de regressão e de

determinação (R2) para a variável de resposta cristalinidade. O coeficiente de

determinação (R2 = 0,88969) expressa 89% da variação na cristalinidade e mostra

que o modelo se ajustou bem aos dados obtidos. Nas Figuras 97 e 98, esses dados

estão melhor ilustrados por meio do gráfico de superfície de resposta e de curva de

nível, respectivamente.

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148

Tabela 57: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila Cloisite 30B após o

condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH

Coeficientes Valor

B0 -93,3170

B1 -3,7029***

B11 0,0168

B2 8,5201***

B22 -0,1729**

B12 0,1625**

R2 0,88969

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

* significativo ao nível de 5%

Figura 96: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ Cloisite 30B em função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol após o

condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH

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149

Figura 97: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de argila

Cloisite 30B e de glicerol para compósitos amido/ Cloisite 30B após

condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH

Figura 98: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol para compósitos

amido/argila Cloisite 30B após condicionamento por 60 dias a 28°C e 80% RH

A Tabela 58 apresenta os valores da análise de variância (ANOVA) da

variável de resposta cristalinidade relativa (%) para filmes de compósitos

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150

amido/argilas Cloisite 30B após o condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH.

Nessa tabela e na Figura 99, nota-se que o efeito linear das variáveis teor de

glicerol, X2 e teor de argila, X1, foram os mais significativos, seguidos do efeito

quadrático da variável teor de glicerol, X22 e da interação entre as variáveis teor de

argila (%) e de glicerol, X12. Por ultimo efeito quadrático das variáveis teor de argila,

X11.

Tabela 58: Análise de variância (ANOVA) para a variável de reposta cristalinidade do

pico 17° para filmes de compósitos amido/argila Cloisite 30B após o

condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH, relativa às variáveis independentes,

teor de argila Cloisite 30B e teor de glicerol

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrado

médio F p

X1 1 45,6808 45,68080 1566,199 0,000035

X11 1 2,4010 2,40100 82,320 0,002828

X2 1 59,3475 59,34749 2034,771 0,000024

X22 1 18,7690 18,76900 643,509 0,000134

X12 1 18,0625 18,06250 619,286 0,000142

Falta de

ajuste 3 7,2217 2,40724 82,534 0,002216

Erro puro 3 0,0875 0,02917

Total 11 155,2492

X1 = teor de argila MMT Ca+2 (%); X2 = teor de glicerol (%);

p ≤ 0,05 – significância ao nível de 5%

Na Tabela 59 encontram-se os valores dos coeficientes de regressão e de

determinação (R2) para a variável de resposta cristalinidade.O coeficiente de

determinação (R2 = 0,95292) expressa 95% da variação na cristalinidade e mostra

que o modelo se ajustou bem aos dados obtidos. Nas Figuras 100 e 101, esses

dados estão melhor ilustrados por meio do gráfico de superfície de resposta e de

curva de nível, respectivamente.

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151

Tabela 59: Coeficiente de regressão* (Equação 1) e de determinação (R2) para a

cristalinidade, determinada para compósitos amido/argila Cloisite 30B após o

condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH

Coeficientes Valor

B0 -102,140

B1 -4,289***

B11 0,038**

B2 9,359***

B22 -0,190***

B12 0,177***

R2 0,95292

*** significativo ao nível de 0,1%; ** significativo ao nível de 1%;

significativo ao nível de 5%

Figura 99: Diagrama de Pareto do efeito das variáveis independentes sobre o

comportamento da cristalinidade do pico 17° determinado para materiais compósitos

amido/ Cloisite 30B em função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol após o

condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH

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152

Figura 100: Variação da cristalinidade relativa do pico 17° em função do teor de

argila Cloisite 30B e de glicerol para compósitos amido/ Cloisite 30B após

condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH

Figura 101: Representação bidimensional da variação da cristalinidade relativa do

pico 17° em função do teor de argila Cloisite 30B e de glicerol para compósitos

amido/argila Cloisite 30B após condicionamento por 90 dias a 28°C e 80% RH

Na Tabela 51 é possível observar em termos numéricos os graus de

cristalinidade das amostras de amido/argila Cloisite 30B após diferentes tempos de

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153

condicionamento, onde se observa um aumento gradativo do grau de cristalinidade

com o tempo. Mesmo com o aumento da cristalinidade da matriz de amido em

função do tempo, verifica-se que os compósitos à base de amido apresentam

cristalinidade menor do que as apresentadas pelo termoplástico sozinho em

quaisquer tempos de condicionamento.

Os resultados encontrados mostram que os maiores valores de cristalinidade

foram obtidos à medida que o teor de glicerol e argila se eleva, isso quando é

comparado entre os compósitos pois quando se compara à cristalinidade do amido

termoplástico puro com a dos compósitos de amido/argila em todas as

concentrações o valor de cristalinidade dos compósitos é menor em todos os casos.

Os resultados parecem indicar que a presença da carga desfavorece a

retrogradação do amido.

Baixos valores de glicerol propiciaram uma maior degradação do amido, o

que resultou na redução na integridade do grânulo, levando a redução da

propriedade de difração dos raios-X.

Durante a investigação de difração de raios-X das amostras extrusadas

(testes 1 a 36), foi encontrado um perfil característico da cristalinidade do tipo Vh

com um pico bem pronunciado a 19° (2θ), isto demonstra a presença de complexos

amilose-lipídeos. Como mencionado anteriormente, após o processamento por

extrusão ou injeção os filmes podem apresentar diferentes tipos de cristalinidade,

que são função não só da fonte de amido como também das condições de

processamento e dos aditivos utilizados.

5.2.8.2 - Avaliação da distância interplanar basal

Difratogramas de raios-X também foram obtidos para as argilas MMT Na+,

MMT Ca+2 e Cloisite 30B. Os valores de espaçamentos basais apresentados foram

calculados a partir da equação de Bragg (TAGER, 1972).

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154

ηλ = 2 d sen θ Equação 8

Onde:

n = é a ordem de difração

d = é o espaçamento interplanar

θ = é o ângulo de difração

Os difratogramas das argilas sódica, cálcica e Cloisite 30B são mostrados na

Figura 102 e apresentam picos a 2θ = 6,96°, 2θ = 5,78° e a 2θ = 5,03,

correspondentes às distâncias interplanares basais (d001), de 12,70 Å, 15,28 Å e

17,56 Å respectivamente, ou seja, com valores próximos ao apresentado para a

MMT-Na+ na literatura (2θ = 6,9º e d001= 13 Å) (TRAN et al., 2005).

Figura 102: Difratogramas de raios-X de argilas hidrofílicas MMT Na+ (a) MMT Ca+2

(b) e argila organofílica Cloisite 30B (c)

Para verificar a inserção das moléculas de polímero na estrutura intercalada

das argilas, os compósitos de amido de milho e argilas MMT Na+, MMT Ca+2 e

Cloisite 30B foram analisados por difração de raios-X. Os valores de espaçamentos

basais apresentados foram calculados a partir da equação de Bragg (TAGER, 1972).

As Figuras 57, 58, 59 e 60 mostram os difratogramas de raios-X para a MMT

Na+, para o amido de milho in natura, para o amido termoplástico sozinho e em

compósitos amido/argila MMT Na+ com 30, 60 e 90 dias de condicionamento a 28°C

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155

e 80% RH. Nas Tabelas 60, 61 e 62 estão as distâncias interplanares da argila MMT

Na+ e dos compósitos amido/argila com 30, 60 e 90 dias de condicionamento a 28°C

e 80% RH respectivamente.

O pico de difração da MMT Na+ pura em 2θ = 6,96° (d 001 = 12,70 Å), foi

deslocado para ângulo de difração menor 2θ = 4,79° (d 001 = 18,44 Å) no compósito

com 11,65% argila, condicionado durante 30 dias. Este comportamento não foi

observado na composição com 0,34% e 6% de argila. Já nos compósitos após 60

dias de condicionamento a 28°C e 80% RH, foram observados ângulos de difração

menores que o da argila em duas composições. O pico foi deslocado para ângulos

de difração menores nas composições com 6% de argila 2θ = 4,87° (d 001 = 18,14 Å)

e 11,65% de argila 2θ = 5,14° (d 001 = 17,19 Å). Este comportamento não foi

observado na composição com 0,34% de argila assim como no tempo de 30 dias. E

após o condicionamento por 90 dias foi observado o ângulo de difração apenas na

composição com 11,65% de argila, o qual foi de 2θ = 5,14° (d001 = 17,19 Å); Já nas

composições com menor quantidade de argila, nenhum pico foi observado nessa

região. Em todas as composições, nas quais não foram observados picos, esse

resultado pode estar indicando que as cadeias do amido estão intercaladas entre as

lamelas da argila hidrofílica.

Tabela 60: Valores dos ângulos de difração e seus respectivos espaçamentos

basais da argila MMT Na+ e dos compósitos amido/argila após 30 dias de

condicionamento a 28°C e 80% RH

Amostras

Amido/argila (p/p)

Ângulo de difração

2θθθθ (º)

d 001 (Å)

MMT Na+ 6,96 12,70

99,66 / 0,34 - -

94 / 6

88,35 / 11,65

-

4,79

-

18,44

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156

Tabela 61: Valores dos ângulos de difração e seus respectivos espaçamentos

basais da argila MMT Na+ e dos compósitos amido/argila após 60 dias de

condicionamento a 28°C e 80% RH

Amostras

Amido/argila (p/p)

Ângulo de difração

2θθθθ (º)

d 001 (Å)

MMT Na+ 6,96 12,70

99,66 / 0,34 - -

94 / 6

88,35 / 11,65

4,87

5,14

18,14

17,19

Tabela 62: Valores dos ângulos de difração e seus respectivos espaçamentos

basais da argila MMT Na+ e dos compósitos amido/argila após 90 dias de

condicionamento a 28°C e 80% RH

Amostras

Amido/argila (p/p)

Ângulo de difração

2θθθθ (º)

d 001 (Å)

MMT Na+ 6,96 12,70

99,66 / 0,34 - -

94 / 6

88,35 / 11,65

-

5,14

-

17,19

Foi observado que para os compósitos amido/argila MMT Na+ com 11,65% de

carga, aparecem picos após o condicionamento por 30, 60 e 90 dias. Esse resultado

parece indicar a reagregação de camadas da argila e, conseqüentemente, um

excesso de argila na matriz do amido, o que levaria à reagregação de algumas

lamelas, devido à dificuldade de dispersão das partículas, com o aumento da carga.

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157

A Figura 76 mostra difratogramas de raios-X para a MMT Ca+2, para o amido

de milho in natura, amido termoplástico e para os compósitos amido/argila MMT

Ca+2 após 90 dias de condicionamento a 28°C e 80% RH. O pico de difração da

MMT Ca+2 em 2θ = 5,78° (d 001 = 15,28 Å) foi deslocado para ângulo de difração

menor 2θ = 4,87° (d 001 = 18,14 Å) no compósito com 11,65% argila. Este

comportamento não foi observado para as composições com 0,34% e 6% de argila.

Não foi observado pico de difração característica da argila nos compósitos

amido/argila no tempo zero e após 30, 60 dias de condicionamento a 28°C e 80%

RH. As Figuras 73, 74 e 75 permitem a observação desses dados.

Na Tabelas 63 estão às distâncias interplanares da argila MMT Ca+2 e do

compósito amido/argila 11,65% e com 90 dias de condicionamento a 28°C e 80%

RH.

Tabela 63: Valores dos ângulos de difração e seus respectivos espaçamentos

basais da argila MMT Ca+2 e dos compósitos amido/argila após 90 dias de

condicionamento a 28°C e 80% RH

Amostras

Amido/argila (p/p)

Ângulo de difração

2θθθθ (º)

d 001 (Å)

MMT Ca+2 5,78 15,28

99,66 / 0,34 - -

94 / 6

88,35 / 11,65

-

4,87

-

18,14

Para os compósitos com a argila Cloisite 30B, os picos de difração de raios-X

característicos da argila não foram observados em nenhuma das composições

estudadas. Esse resultado parece indicar que a argila Cloisite 30B teve uma melhor

interação com a matriz de amido quando comparado à interação dos compósitos

amido/argila MMT Na+ e Ca+2.

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158

5.2.9 - Análise termogravimétrica (TGA)

A investigação das propriedades térmicas de materiais à base de amido por

meio de análise termogravimétrica (TGA) é muito importante para a avaliação do

comportamento e das transições térmicas do amido.

A análise térmica é muitas vezes utilizada para conhecer-se o limite máximo

de temperatura suportada por um material. Essa análise avalia a estabilidade

térmica dos compósitos, e fornece dados sobre a temperatura de degradação

térmica . A estabilidade térmica mostra perda de massa devido à volatilização de

subprodutos degradados (WU et al., 2006).

No presente trabalho, o objetivo do uso da análise termogravimétrica

constituiu-se em determinar a temperatura de degradação dos compósitos de

amido/argila MMT Na+, MMT Ca2+ e Cloisite 30B, e o efeito da carga sobre a

temperatura de degradação. As Figuras 103, 104, 105 mostram os termogramas da

argila MMT Na+, MMT Ca2+ e Cloisite 30B, respectivamente, e dos termoplásticos de

amido de milho sem e com carga, após o processamento em extrusora mono-rosca.

Compósitos amido/argila com teores de 0,34%, 6% e 11,65% de carga e 25% de

glicerol na faixa de temperatura de 25 a 700°C foram analisados.

A decomposição térmica da argila sozinha apresenta duas etapas de

degradação. A primeira etapa corresponde à perda de água e a segunda etapa à

perda de massa devida à desidroxilação da argila (WILHELM et al., 2003). Porém,

de acordo com a Figura 103, não foi detectada a segunda etapa, somente a perda

de massa correspondente à perda de água. Esse fato deve ter ocorrido por causa da

faixa de temperatura usada. De acordo com a literatura, a segunda etapa ocorre por

volta de 750°C (WILHELM et al., 2003). A faixa de temperatura usada no presente

trabalho deve ter sido estreita.

Os termogramas dos compósitos de amido/argila mostram apenas três etapas

de decomposição, as quais podem ser atribuídas à degradação do amido

termoplástico sem carga. Devido a esse comportamento, podemos concluir que a

argila, de um modo geral, interferiu minimamente na estabilidade térmica do amido

termoplástico.

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159

Figura 103: Termogramas de amido de milho termoplástico sem carga (●),

compósitos de amido/argila MMT Na+ com teores de carga: (�) 0,34%, (�) 6% e (�)

11,65% e argila MMT Na+ pura (�) após processamento em extrusora mono-rosca

Figura 104: Termogramas de amido de milho termoplástico sem carga (●),

compósitos de amido/argila MMT Ca+2 com teores de carga: (�) 0,34%, (�) 6% e

(�) 11,65% e argila MMT Ca+2 pura (�) após processamento em extrusora mono-

rosca

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160

Figura 105: Termogramas de amido de milho termoplástico sem carga (●),

compósitos de amido/argila Cloisite 30B com teores de carga: (�) 0,34%, (�) 6% e

(�) 11,65% e argila Cloisite 30B pura (�) após processamento em extrusora mono-

rosca

As Tabelas 64, 65 e 66 mostram as temperaturas de degradação obtidas para

o amido termoplástico sem carga e para os compósitos de amido/argila MMT Na+,

MMT Ca2+ e Cloisite 30B, respectivamente, e o teor de água perdida durante a

análise de cada material. Os resultados mostraram que a adição de argilas, em

baixos teores aos compósitos, favoreceu um ligeiro aumento da estabilidade térmica

dos materiais em relação ao amido termoplástico sem carga. Os resultados foram

evidenciados pelo aumento da temperatura de início da degradação, Tonset e pela

estabilidade da temperatura de taxa máxima de degradação, Tdeg. O aumento da

estabilidade térmica pode ter ocorrido devido à introdução da argila na matriz

polimérica. Esse fato pode ter induzido a reorganização da estrutura do amido. A

presença da argila pode elevar a estabilidade térmica mediante sua interação com o

polímero (WAN et al., 2002; PARK et al, 2003 & WU, 2006).

Aparentemente, a perda de massa está relacionada com a natureza do

amido, com as impurezas e pela presença de componentes orgânicos (MARQUES,

2005). A primeira etapa de degradação atribuída à perda de água teve início a

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161

25°C. De acordo com as Tabela 64, 65 e 66 o teor de água presente nas amostras

não apresentou muita alteração em relação à adição da argila à matriz polimérica.

Tabela 64: Temperatura de início da degradação, Tonset, temperatura de taxa máxima

de degradação, Tdeg, e teor de água perdida durante a degradação dos materiais

derivados do processamento de amido de milho termoplástico sem carga e

compósitos de amido/argila MMT Na+1

Tabela 65: Temperatura de início da degradação, Tonset, temperatura de taxa máxima

de degradação, Tdeg, e teor de água perdida durante a degradação dos materiais

derivados do processamento de amido de milho termoplástico sem carga e

compósitos de amido/argila MMT Ca2+

Composição

% argila (p/p)

T onset

(°C)

T deg

(°C)

H2O perdida

(%)

Perda de massa

(%)

0 250 321 10 86

0,34 260 320 11 87

6 265 321 10 81

11,65 260 313 8 80

Composição

% argila (p/p)

T onset

(°C)

T deg

(°C)

H2O perdida

(%)

Perda de massa

(%)

0 250 321 10 86

0,34 260 322 11 87

6 250 322 10 84

11,65 260 322 9 79

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162

Tabela 66: Temperatura de início da degradação, Tonset, temperatura de taxa máxima

de degradação, Tdeg e teor de água perdida durante a degradação dos materiais

derivados do processamento de amido de milho termoplástico sem carga e

compósitos de amido/argila Cloisite 30B

De acordo com RAY e colaboradores (2005), a melhoria da estabilidade

térmica do amido termoplástico com a adição da argila é maior para nanocompósitos

intercalados do que para não intercalados. Esse resultado mostra que a melhor

dispersão das argilas na matriz de amido termoplástico leva à melhor estabilidade

térmica, como também a melhores propriedades mecânicas. Pose-se concluir que,

quanto melhor for a dispersão das argilas na matriz de TPS, melhores as

propriedades mecânicas, térmicas e de barreira.

Composição

% argila (p/p)

T onset

(°C)

T deg

(°C)

H2O perdida

(%)

Perda de massa

(%)

0 250 321 10 86

0,34 260 319 10 87

6 260 319 12 75

11,65 260 315 9,5 73

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163

5.2.10 - Microscopia eletrônica de varredura (SEM)

O exame da morfologia do termoplástico de amido sozinho e dos compósitos

de amido/argila MMT Na+, MMT Ca2+ e Cloisite 30B processados em uma extrusora

mono-rosca e em extrusora dupla-rosca foi realizado por meio da técnica de

microscopia eletrônica de varredura (SEM). O objetivo foi o de verificar-se a

dispersão da argila e a homogeneidade. Fotografias também foram obtidas, com o

intuito de evidenciar a transparência e a aparência superficial. No caso da

investigação morfológica por SEM, foram avaliadas a superfície dos filmes e a

superfície fraturada com nitrogênio líquido.

As fotografias da Figura 106 mostram a aparência do amido termoplástico

sozinho e dos compósitos de amido/argila como vistos ao olho nu. Pode ser

observado que a coloração é intensificada à medida em que o teor de argila foi

aumentado na matriz do amido.

Figura 106: Fotografias dos filmes de amido termoplástico sozinho e dos compósitos

amido/argila MMT Na+, MMT Ca2+ e Cloisite 30B com diferentes concentrações de

argila 0,34%, 6% e 11,65%; todos com 1 mm de espessura

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164

A análise das micrografias obtidas por meio de microscopia eletrônica de

varredura possibilitou o estudo da morfologia, da distribuição da carga à matriz do

amido, da interação entre a argila e a matriz de amido.

A Figura 107 mostra as micrografias de filmes amido de milho termoplástico

sem a presença de carga e obtidos em extrusora mono-rosca. Observa-se que, sob

ampliação de 500 X e 1000 X e a 5 kV, a presença de grânulos pode ser observada.

A imagem parece mostrar que os grânulos não foram totalmente rompidos. Alguns

parecem estar murchos. Por meio da análise das micrografias, pode-se concluir que

as condições aplicadas não foram suficientes para provocar o rompimento total da

maioria dos grânulos de amido. Outro fato que deve ser levado em consideração é o

desempenho do equipamento. Para esse tipo de material, a extrusora dupla-rosca

possui um melhor desempenho, ROSA (1999) conseguiu filmes de amido

termoplástico completamente homogêneos. A extrusora dupla-rosca provoca um

maior cisalhamento da amostra à base de amido, o que pode ser observado na

Figuras 112.

Figura 107: Micrografias obtidas por SEM para amido de milho termoplástico sem

carga após processamento em extrusora mono-rosca: (a) 500 vezes, (b) 1000 vezes

A Figura 108 mostra as micrografias de filmes compósitos de amido/argila

sódica com teor de 10% e de 22% de glicerol. As amostras dos compósitos foram

observadas a 5 kV e ampliadas 500 e 1000 vezes, após o processamento em

extrusora mono-rosca. Como pode ser observado, as micrografias das superfícies

a b

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165

fraturadas não mostram as fases entre o amido de milho e a argila para quaisquer

das amostras. Esse fato sugere que a argila MMT Na+ foi bem incorporada à matriz

polimérica do amido, aparentemente sem a presença de grandes aglomerados de

argila. As imagens corroboram os resultados obtidos para as propriedades

mecânicas.

Figura 108: Micrografias obtidas por SEM para compósitos de amido/argila MMT Na+

com 10% de argila e 22% de glicerol após processamento em extrusora mono-rosca;

(a) ampliação de 500 vezes, (b) ampliação de 1000 vezes

A Figura 109 mostra as micrografias de filmes compósitos de amido/argila

MMT Na+ com 11,65% de argila sódica e com 25% de glicerol. Mais uma vez, pode

ser observado que, para todos os materiais, a matriz do amido parece bastante

homogênea, com partículas de argila orientadas e bem distribuídas. Aumentos

superiores a estes não puderam ser realizados, devido ao aparecimento de bolhas

na superfície do filme.

QING-XIN e colaboradores (2007) e MINGFU e colaboradores (2006)

observaram, por meio de SEM, a presença de aglomerados e de grandes cavidades,

entre a matriz de amido de milho e argila MMT Na+. Ambos os resultados foram

atribuídos à interação fraca entre a carga e a matriz. Os autores atribuíram as

propriedades mecânicas empobrecidas, determinadas para esses materiais à

medida em que o teor de argila foi aumentado, à falta de interação existente entre

amido e argila. No presente caso, dos compósitos amido de milho/argila sódica, foi

observado que o aumento do teor de argila induziu a melhorias das propriedades

a b

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166

mecânicas dos materiais, e favoreceu o aumento da resistência dos compósitos à

água para concentrações inferiores a 12%. O balanço das propriedades mecânicas

e dos resultados de absorção de água, associados às micrografias obtidas por SEM,

sugere a existência de boa adesividade entre a matriz de amido e a argila sódica.

Figura 109: Micrografias obtidas por SEM para compósitos de amido/argila MMT Na+

com 11,65% de argila e 25% de glicerol após processamento em extrusora mono-

rosca : (a) ampliação de 500 vezes, (b) ampliação de 1000 vezes

A Figura 110 mostra as micrografias de compósitos amido/argila MMT Ca2+,

extrusados em mono-rosca, com teor de argila de 11,65% e plastificados com 25%

de glicerol. As amostras dos compósitos foram observadas a 5 kV e as micrografias

resultam de ampliações de 500 e 1000 vezes. Como pode ser observado, as

micrografias das superfícies fraturadas não mostram as fases entre o amido de milho

e a argila para quaisquer das amostras. Esse fato sugere que a argila cálcica foi

bem incorporada à matriz polimérica do amido. No entanto, foi observada a

presença de alguns aglomerados de argila em alguns pontos da matriz polimérica.

Mediante as micrografias de todos as amostras de compósitos de

amido/argila hidrofílica e organofílica, pôde ser observada uma certa orientação na

fratura. De acordo com a literatura, essa orientação pode ser própria da orientação

dos cristais da argila dentro da matriz do amido (WILHELM et al., 2003). Esse

comportamento foi mais pronunciado para as amostras com teores de argila

superiores a 1%. Observações mais detalhadas da interface entre a matriz e a carga

não foram possíveis, devido à baixa ampliação.

a b

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167

Figura 110: Micrografias obtidas por SEM para compósitos de amido/argila MMT

Ca2+ com 11,65% de argila e 25% de glicerol após processamento em extrusora

mono-rosca; (a) ampliação de 500 vezes, (b) ampliação de 1000 vezes

Por meio das fotomicrografias de superfície das amostras, foi possível

evidenciar a boa compatibilidade entre o amido e a argila sódica, o que também foi

verificado por meio dos resultados das propriedades mecânicas. Quando

comparadas ao termoplástico de amido de milho e compósitos amido de milho/

argila MMT Ca2+, as propriedades mecânicas de compósitos amido de milho/ MMT

Na+ apresentaram melhoria significativa. Uma explicação para este fato consiste na

possibilidade de intercalação nos compósitos com a argila MMT Na+.

A Figura 111 mostra as micrografias obtidas para os compósitos de

amido/argila Cloisite 30B com teor de 11,65% de argila. A superfície fraturada após

processamento em extrusora mono-rosca mostra que a organofilicidade da argila

não alterou os resultados. As amostras apresentaram o mesmo comportamento

visualizado para os compósitos com as argilas hidrofílicas. De acordo com

MATHEW (2002), a utilização de aumentos maiores para a observação de polímeros

naturais implica na necessidade de voltagens maiores, o que certamente levaria à

degradação desses materiais termoplásticos. A exposição desse material ao feixe de

elétrons por um determinado tempo danifica a superfície do filme. Para todos os

compósitos com argila Cloisite 30B, não foram observados sinais de aglomeração de

partículas de argilas, nem mesmo a altas concentrações. Esses resultados podem

constituir-se em mais um indicativo de que os compósitos de amido /argila Cloisite

a b

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168

30B tendem a uma possível intercalação e/ou esfoliação, com a possibilidade de

formação de nanocompósitos (CHIOU, et al., 2005). Outro fato que deve ser levado

em consideração é a inexistência de fendas, ou espaços, entre a matriz e a carga.

De acordo com ROSA (2003), a ausência dessas fendas pode ser a grande

responsável pela boa hidrofobicidade do material o que pode ser comprovado pela

análise de ângulo de contato. Esses espaços podem contribuir para a maior

absorção de água. Esses resultados podem constituir-se em mais um indicativo de

que os compósitos de amido/argila tendem a uma possível intercalação e/ou

exfoliação, com a possibilidade de formação de nanocompósitos (HUANG, et al.,

2005).

A Figura 111 mostra as micrografias obtidas para compósitos de amido/argila

Cloisite 30B com teores de 11,65% de argila. Pode ser observado que, para

aumentos menores (500 vezes), é possível visualizar uma matriz totalmente

homogênea e contínua. Para aumentos maiores (1000 vezes), observa-se mais uma

vez, para todas as amostras que as partículas de argila estão bem distribuídas na

matriz polimérica.

Figura 111: Micrografias obtidas por SEM para compósitos amido/argila Cloisite 30B

com 11,65% de argila e 25% de glicerol após processamento em extrusora mono-

rosca; (a) ampliação de 500 vezes, (b) ampliação de 1000 vezes

A análise das micrografias obtidas por meio de microscopia eletrônica de

varredura (SEM) possibilitou a observação da morfologia e da interação entre o

amido de milho e as argilas hidrofílicas e organofílica, após processamento em

a b

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169

extrusora dupla-rosca. Por meio da análise das micrografias da Figura 112, pode-se

observar que as condições aplicadas foram suficientes para levar ao rompimento da

maioria dos grânulos de amido, e favorecer a obtenção de uma matriz homogênea e

contínua. Comportamento similar foi observado quando flocos de quitina foram

adicionados a matrizes de amido (ROSA, 1999). As rachaduras observadas nos

filmes foram provenientes da fratura criogênica dos filmes antes da análise.

Figura 112: Micrografias obtidas por SEM para amido de milho termoplástico sem

carga após processamento em extrusora dupla-rosca: (a) ampliação de 200 vezes,

(b) 1000 vezes, (c) 2000 vezes e (d) 5000 vezes

As Figuras 113 e 114 mostram as micrografias de filmes compósitos de amido

termoplástico com teores de argila sódica de 2 e 4% respectivamente, considerando-

se a base seca de amido, obtidos após o processamento em extrusora dupla-rosca.

Comparando-se as micrografias com 2 e 4% de argila observa-se que a matriz de

amido com 2% de argila se mostra bastante homogênea e com partículas de argila

a b

c d

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170

orientadas e bem distribuídas na matriz. Pode ser observado que, quando

quantidades maiores de argila são adicionadas, há a formação de aglomerados na

matriz polimérica. Resultado semelhante foi observado por Ray e colaboradores

(2005).

Figura 113: Micrografias obtidas por SEM para compósitos de amido/argila MMT Na+

com 2% de argila e 25% de glicerol após processamento em extrusora dupla-rosca;

(a) ampliação de 500 vezes, (b) ampliação de 500 vezes

Figura 114: Micrografias obtidas por SEM para compósitos de amido/argila MMT Na+

com 4% de argila e 25% de glicerol após processamento em extrusora dupla-rosca;

(a) ampliação de 500 vezes da fratura, (b) ampliação de 500 vezes da superfície

A Figura 115 mostra as micrografias de filmes compósitos de amido

termoplástico com teor de argila cálcica de 4% (base seca de amido), obtidos após o

a b

a b

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171

processamento em extrusora dupla-rosca. Comparando-se as micrografias dos

compósitos amido/argila sódica com as micrografias para o compósito amido/argila

cálcica, pode ser observado que a argila cálcica não ficou bem dispersa na matriz

polimérica com 4% de argila.

Figura 115: Micrografia obtida por SEM para compósitos de amido/argila MMT Ca2+

com 4% de argila e 25% de glicerol após processamento em extrusora dupla-rosca;

(a) ampliação de 500 vezes da fratura, (b) ampliação de 500 vezes da superfície

A figura 116 mostra as micrografias de compósitos com 2, 4 e 6% de argila

Cloisite 30B, após o processamento em extrusora dupla-rosca. Mais uma vez, pode

ser observado, para todos os materiais, que a matriz do amido se mostra bastante

homogênea.

a b

a b

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172

Figura 116: Micrografia obtida por SEM para compósitos de amido/argila Cloisite

30B após processamento em extrusora dupla-rosca com aumento de 2000 vezes: (a)

2%, (b) 4% e (c) 6% de argila com 25 % de glicerol

5.2.11 - Microscopia eletrônica de transmissão (TEM)

A microscopia eletrônica de transmissão (TEM) pode fornecer informações

mais detalhadas da morfologia de termoplástico à base de amido e argila, e tem

sido muito utilizada para verificar a presença de interação entre carga e matriz de

compósito baseado em amido, a distribuição detalhada das cargas sobre a matriz

polimérica de materiais (RAY et al., 2003, BALA et al., 2000, CHIOU et al., 2007)

A análise das micrografias obtidas por meio de microscopia eletrônica de

transmissão possibilitou o estudo da morfologia, da distribuição de cargas de argila

Cloisite 30B à matriz de amido. Para verificar se houve a formação de

nanocompósitos amido/argila Cloisite 30B, os sistemas com 0,34 e 2% de argila

foram analisadas por Raios-X e por TEM. Essas são ferramentas essenciais para

avaliar a estrutura de nanocompósitos. As Figuras 86, 87, 88 e 89 apresentaram os

difratogramas de amido/ argila Cloisite 30B com diferentes concentrações de argila

e em com diferentes tempos de condicionamento. Observa-se que o sistema

amido/argila Cloisite 30B não apresentou pico em nenhuma das composições

estudadas, ou seja, pode ter acontecido uma intercalação das cadeias do amido

entre as camadas da argila.

c

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173

As Figuras 117 e 118 apresentam as fotomicrografias obtidas por TEM dos

compósitos amido/argila Cloisite 30B com 0,34 e 2% de argila respectivamente. As

análises morfológicas para as amostras estudadas confirmam o comportamento

obtido por difração de raios-X que é constituído de partículas com lamelas

intercaladas distribuídas na matriz polimérica. As amostras exibem uma estrutura

com predominância de morfologia esfoliada.

As superfícies mais escuras representam à argila, que puderam ser

facilmente identificadas devido à estrutura lamelar da argila (RAY et al., 2005).

DEAN e Colaboradores (2006) observaram, por meio de TEM, que foi possível obter

um produto esfoliado dos compósitos amido/argila MMT Na+ com 2% de argila e

18% de água, eles verificaram que com 3,2% de argila e 20% de água houve a

formação de aglomerados da argila na matriz polimérica não sendo possível obter

um nanocompósito. PARK e colaboradores (2003) obtiveram nanocompósitos de

amido/argila MMT Na+ e Cloisite 30B com 5% de argila, eles verificaram através das

fotomicrografias e raios-X que foi possível obter um material esfoliado até essa

concentração.

Figura 117: Microscopia obtidas por TEM para compósito amido/argila Cloisite 30B

com 0,34% de argila Cloisite 30B

500 nm

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174

Figura118: Microscopia obtidas por TEM para compósito amido/argila Cloisite 30B

com 2 % de argila

5.2.12 - Testes de biodegradação

5.2.12.1 - Determinação da perda de massa

Polímeros biodegradáveis são polímeros onde o processo inicial de

degradação ocorre por meio do envolvimento de atividade biológica (AVELLA et al.,

2006, BASTIOLI et al., 1998, ROSA et al., 2004, TCHMUTIN et al., 2004,

KIJCHAVENGKUL et al., 2006, MOHANTY et al., 2000). A biodegradação ocorre

somente na biosfera, com os microrganismos tendo um papel importante durante

todo esse processo (CHANDRA et al., 1998a)

No método do “Soil Burial”, as amostras de plásticos com medidas

padronizadas são enterradas em solos preparados em laboratório. Os solos usados

nesses testes podem ser solos naturais ou, na maioria das vezes, solos

compostados comerciais. Alguns estudos têm avaliado a biodegradabilidade de

polímeros em ambientes de solo compostado (YANG et al., 2004, SINGH et al.,

2003). Os solos são normalmente condicionados por cerca de quatro semanas antes

de serem usados para a avaliação da biodegradabilidade de materiais poliméricos, e

durante esse período podem ser adicionados a solos fertilizantes para aumentar a

flora microbiana ativada (CHANDRA et al., 1998b). Após a preparação do solo, os

solos compostados com as amostras de teste são incubados a uma temperatura

constante durante um período entre 28 dias a 12 meses. O controle da umidade

500 nm 500 nm

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175

desses solos durante o período de incubação também é importante, de maneira a

garantir uma atividade microbiana ótima. O teor de umidade é normalmente fixado

em 20-30%. As amostras são retiradas em intervalos de tempo de um a dois meses

para avaliação das mudanças sofridas durante esse tempo. Observações por meio

de microscopia ótica (LM) e microscopia eletrônica de varredura (SEM) podem ser

realizadas para verificar os danos causados na superfície do material ou avaliar a

presença e natureza do crescimento microbiano (CHANDRA et al., 1998a). A

avaliação da degradação pode ser feita por meio do porcentual de perda de peso,

mudanças nos pesos moleculares médios ou em sua distribuição e por alterações

nas propriedades mecânicas do material em estudo (BRANDÃO, 1991).

No processo de avaliação da biodegradabilidade de materiais poliméricos, há

dois principais fatores responsáveis por mudanças na degradação biológica desses

materiais que precisam ser levados em consideração durante os ensaios. O primeiro

fator está relacionado às condições de exposição do material polimérico, ou seja, se

esse material foi exposto em solo natural, em solo compostado, em ambiente

aquoso, em recipientes fechados ou abertos, etc. Além disso, também devem ser

levados em consideração as condições em que esse material foi submetido durante

o período de exposição, como temperatura, umidade, pH e condições aeróbicas ou

anaeróbicas (KIJCHAVENGKUL et al., 2006, MASSARDIER-NAGEOTTE et al.,

2006). O segundo fator está relacionado às estruturas físicas e químicas dos

polímeros, que são as propriedades básicas responsáveis pela alteração da

degradação e da biodegradação. Nesse aspecto, a biodegradabilidade de um

material polimérico não depende somente de sua estrutura molecular, mas também

da morfologia do polímero, do peso molecular, do comprimento da cadeia polimérica

(quanto mais curta a cadeia mais fácil é a degradação) da cristalinidade do polímero

(a parte amorfa de um polímero sofre uma maior porcentagem de degradação do

que a parte cristalina) e da fórmula do polímero. Estudos com relação à fórmula do

polímero mostram que quanto mais complexa a fórmula do material polimérico, mais

dificultada é a degradação, pois um número maior de microrganismos é necessário

para atacar as diferentes funções do polímero (.MASSARDIER-NAGEOTTE et al.,

2006).

As Tabelas 67, 68, 69 e 70 mostram os resultados das médias de perda de

massa do termoplástico de amido sozinho, compósito amido/argila com 0,34, 6 e

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176

11,65% de argila, todos com 25% de plastificante (glicerol) nos três meios

estudados, Meio I (terra), Meio II (esterco aviário) e Meio III (esterco bovino) durante

210 dias de análise. As Figuras 119, 120, 121 e 122 comparam os resultados de

cada meio (tratamento) por meio da perda de massa.

Não foi possível dar continuidade ao teste realizado no Meio III (esterco

bovino) devido à alta umidade desse meio (38%) o que fez com que os corpos de

prova se rompessem. Logo, não foi possível comparar a biodegradabilidade entre

os três meios até o último dia do teste, apenas até 90 dias de análise para algumas

amostras.

Os resultados da perda de massa de uma mesma composição em três meios

diferentes estão apresentados nas Tabelas 67 a 70 e nas Figuras 119 a 122.

A taxa de biodegradação nos primeiros 15 dias foi pequena se comparada

com os períodos seguintes, visto que os meios estavam com baixa atividade

microbiana quando as amostras foram enterradas para o início dos testes de

biodegradação. Após 30 dias, foi constatada atividade intensa dos microrganismos

sobre as amostras e, como conseqüência, foi observada uma alta taxa de

biodegradação, como pode ser verificado nas Figuras 126, 127 e 128.

Após 60 dias, foi verificado um aumento significativo na perda de massa na

maioria das amostras enterradas, principalmente nos Meio I e II. O mesmo não

pode ser observado no Meio III. Tal aumento pode ter sido ocasionado pela adição

de água nos Meios I e II. A umidade dos meios diminui muito depois de 60 dias de

análise; logo, foi necessário adicionar 50 mL de água de 15 em 15 dias nos Meios I

e II. No Meio III, não foi necessária a adição de água, pois o teor de umidade ainda

estava alto.

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177

Tabela 67: Média da perda de massa das cinco amostras do amido termoplástico

sozinho com 25% de glicerol nos três meios estudados

Perda de massa (%) Tempo

(dias)

Meio I a Meio II b Meio III c

15 0 7,76 0

30 12,54 10,36 0

45 15,48 14,06 9,33

60 25,65 27,12 12,58

75 32,09 32,24 15,89

90 51,23 61,96 25,99

120 69,87 85,10 -

150

180

210

80,65

91,26

100

88,74

94,56

100

-

-

-

a, Meio I = Terra; b, Meio II = Esterco aviário; c, Meio III, Esterco bovino

– Os corpos de prova romperam-se.

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178

Figura119: Comparação da média de perda de massa para as amostras de

termoplástico de amido de milho sozinho com 25% de glicerol nos três meios

estudados

Tabela 68: Média da perda de massa das cinco amostras do compósito amido/argila

com 0,34% de argila e 25% de glicerol nos três meios estudados

Perda de massa (%) Tempo

(dias)

Meio I a Meio II b Meio III c

15 0 11,18 0

30 14,78 14,15 7,48

45 20,43 21,98 13,19

60 34,56 36,06 28,78

75 49,75 53,03 -

90 71,61 81,47 -

120 89,62 93,18 -

150 100,00 100,00 -

a, Meio I = Terra; b, Meio II = Esterco aviário; c, Meio III, Esterco bovino

– Os corpos de prova romperam-se.

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179

Figura 120: Comparação da média de perda de massa para as amostras de

compósito de amido/argila com 0,34% de argila e 25% de glicerol nos três meios

estudados

Tabela 69: Média da perda de massa das cinco amostras do compósito amido/argila

com 6% de argila e 25% de glicerol nos três meios estudados

Perda de massa (%) Tempo

(dias)

Meio I a Meio II b Meio III c

15 0 8,35 0

30 9,1 11,87 3,65

45 18,96 19,85 10,68

60 32,55 33,58 23,87

75 46,7 49,89 -

90 60,01 78,65 -

120 77,12 87,54 -

150

180

85,03

100

93,66

100

-

-

a, Meio I = Terra; b, Meio II = Esterco aviário; c, Meio III, Esterco bovino

– Os corpos de prova romperam-se.

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180

Figura 121: Comparação da média de perda de massa para as amostras de

compósito de amido/argila com 6% de argila e 25% de glicerol nos três meios

estudados

Tabela 70: Média da perda de massa das cinco amostras do compósito amido/argila

com 11,35% de argila e 25% de glicerol nos três meios estudados

Perda de massa (%) Tempo

(dias)

Meio I a Meio II b Meio III c

15 0 7,89 0

30 10,57 10,25 0

45 16,91 17,45 9,95

60 23,65 30,06 13,58

75 34,58 39,88 19,64

90 59,36 63,58 26,88

120 71,13 84,78 -

150

180

210

88,96

100,00

91,56

100,00

-

-

-

a, Meio I = Terra; b, Meio II = Esterco aviário; c, Meio III, Esterco bovino

– Os corpos de prova romperam-se.

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181

Figura 122: Comparação da média de perda de massa para as amostras de

compósito de amido/argila com 11,35% de argila e 25% de glicerol nos três meios

estudados

Nas Figuras 123, 124 e 125, a perda de massa das diferentes composições,

em um mesmo meio, foi comparada. Desse modo, foi possível verificar-se o efeito da

composição sobre a biodegradação.

Figura 123: Comparação da biodegradação das amostras de termoplástico de amido

puro e dos compósitos amido/argila com 0,34, 6 e 11,65% de argila no Meio I (terra)

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182

Figura 124: Comparação da biodegradação das amostras de termoplástico de amido

puro e dos compósitos amido/argila com 0,34, 6 e 11,65% de argila no Meio II

(esterco aviário)

Figura 125: Comparação da biodegradação das amostras de termoplástico de amido

puro e dos compósitos amido/argila com 0,34, 6 e 11,65% de argila no Meio III

(esterco bovino)

A Tabela 71 apresenta os teores de umidade dos três meio estudados ao

longo de 210 dias.

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183

Tabela 71: Média da umidade nos três diferentes meios, no tempo zero, 30, 60, 90,

120, 150, 180 e 210 dias

Meios Umida

de (%)

0 dias

Umidad

e (%)

30dias

Umidad

e (%)

60 dias

Umida

de (%)

90dias

Umidad

e (%)

120

dias

Umidad

e (%)

150

dias

Umida

de (%)

180

dias

Umida

de (%)

210

dias

Meio I 20,67 5,94 5,02 21,45 18,33 17,48 19,03 20,71

Meio II 25,36 8,74 7,85 20,42 17,56 16,36 21,65 23,45

Meio III 38,98 28,58 20,52 15,89 - - - -

Na Tabela 72, estão registrados os valores do pH dos três meios estudados,

no início e no final dos ensaios.

Tabela 72: Valor do pH nos três diferentes meios, no tempo zero e no final

Meios Descrição pH inicial pH final

Meio I Terra 7,27 6,5

Meio II Esterco compostado de cama de aviário 8,84 7,2

Meio III Esterco bovino 9,30 8,1

Após uma análise dos valores de pH apresentados na Tabela 72, pode ser

observado que o pH das amostras dos meios diminuiu durante o período de análise.

Neste caso, a variação do pH provavelmente reflete o acúmulo de ácidos pela

biodegradação do material orgânico (OHTAKI et al., 1998).

O ensaio de biodegradação foi viável, visto que é um processo acelerado, ou

seja, na temperatura de 36°C e em curto espaço de tempo (210 dias), foi possível

obter-se o comportamento dos materiais quanto à biodegradação.

No presente estudo, por meio da técnica de difração de raios X, foi observado

que as amostras com quantidades menores de argila são mais amorfas do que

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184

aquelas com quantidades maiores de argila. Também, foi verificado que os filmes

sem argila apresentam grau de cristalinidade mais elevado do que os compósitos

com argila.

O presente trabalho mostrou que o compósito com 0,34% argila foi o que

mais rapidamente sofreu biodegração. Provavelmente, esse comportamento deve-se

ao fato de esse material ser mais amorfo que o amido sozinho. A presença de argila

na matriz polimérica torna o filme mais poroso, e permite assim a penetração do

microrganismo no interior da amostra, o que acelera a biodegradação do material

(RAY et al., 2003). Foi verificado que, até uma determinada quantidade de argila

(6%), a adição de argila favoreceu a biodegradação do material. No entanto, em

quantidades maiores (11,65%) a argila contribuiu para o decréscimo da perda de

massa.

A partir da avaliação visual das imagens apresentadas nas Figuras 126, 127 e

128, esse resultado pode ser reforçado. As amostras apresentaram-se

esbranquiçadas após um período de dois meses de ensaio de degradação. Por meio

da análise macroscópica das amostras, foi possível observar-se que os filmes

degradaram-se, pois a perda das propriedades mecânicas tornou-se visível com a

quebra fácil das amostras.

A Figura 126 mostra fotos do compósito amido/argila com 0,34% argila no

Meio I no tempo zero,15, 30, 45, 60, 90, 120 dias.

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185

Figura 126: Fotografias de filmes compósitos de amido e argila Cloisite 30B com

0,34% de argila e 25 % de glicerol nos tempos zero e após o inicio da biodegração

nos tempos de 15, 30, 45, 60, 90 e 120 dias no Meio I (terra)

A Figura 127 mostra fotos do compósito amido/argila com 0,34% argila no

Meio II no tempo zero,15, 30, 45, 60, 90, 120 dias.

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186

Figura 127: Fotografias de filmes compósitos de amido e argila Cloisite 30B com

0,34% de argila e 25 % de glicerol nos tempos zero e após o inicio da biodegração

nos tempos de 15, 30, 45, 60, 90 e 120 no Meio II (esterco aviário)

A Figura 128 mostra fotos do compósito amido/argila com 0,34% argila no

Meio III no tempo zero,15, 30, 45, 60 dias, não foi possível dar continuidade ao

estudo no Meio III, pois os filmes romperam-se e perderam-se no meio,

provavelmente devido ao alto teor de umidade.

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187

Figura 128: Fotografias de filmes do compósito de amido e argila Cloisite 30B com

0,34% de argila e 25 % de glicerol nos tempos zero e após o inicio da biodegração

nos tempos de 15, 30, 45, 60 dias no Meio III (esterco bovino)

Esse resultado é bastante positivo, e confirma a hipótese que uma das

grandes soluções para a redução dos resíduos sólidos causados pelo descarte das

embalagens plásticas está no uso de plásticos biodegradáveis. Nesse caso, as

embalagens enviadas para aterros sanitários com elevada concentração de material

orgânico, umidade e oxigênio demorariam não mais que 3-6 meses para

degradarem-se, dependendo do formato e da espessura do material. O uso de

embalagens de amido pode constituir-se em uma das soluções para a falta de

espaço nos aterros sanitários (RAY et al., 2003, REDDY et al., 2003, ABOUD-ZEID

et al., 2000).

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188

5.2.12.2 - Microscopia eletrônica de varredura do material degradado

As superfícies para análise por MEV foram obtidas com a retirada de um

pedaço de corpos de prova, que estavam enterrados em cada um dos três meios. As

amostras foram analisadas em um microscópio eletrônico de varredura (MEV).

Previamente, as amostras foram fraturadas em nitrogênio liquido. A superfície e a

superfície fraturada foram recobertas com ouro e observadas por microscopia

eletrônica de varredura em Microscópio JEOL, JSM-561OLV. As microfotografias

das superfícies foram feitas com feixes de elétrons secundários de 5kV, com

aumentos de 200, 1000, 2000, 5000 vezes.

A Figura 129 apresenta as micrografias das superfícies fraturadas das

amostras de amido sozinho antes do início da biodegradação e após o inicio da

biodegradação. É visível um aumento do número e tamanho de poros, assim como

da rugosidade superficiais, em função do tempo de degradação. Fissuras também

podem ser observadas na superfície do material. Muito provavelmente, esse

comportamento está relacionado com a ação dos microrganismos presentes nos

meios (WANG et al., 2004. TSUJI et al., 2002).

O filme de amido de termoplástico, que antes da degradação era denso, como

pode ser observado na Figura 129 a, torna-se completamente poroso após o início

do processo de biodegradação, como pode ser visualizado na Figura 129b.

a b

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189

Figura 129: Micrografias obtidas por SEM da superfície fraturada após

processamento em extrusora monorosca para termoplástico de amido sozinho: (a)

antes do início da biodegradação com ampliação de 500 vezes e após o início do

processo de biodegradação, com ampliação de (b) 200 vezes, (c), 1000 vezes, (d)

2000 vezes e (e) 5000 vezes após 180 dias

As figuras 130, 131 e 132 mostram as micrografias das superfícies dos filmes

compósitos de amido termoplástico com teor de argila Cloisite 30B de 0,34, 6 e

11,65%, respectivamente, considerando-se a base seca de amido, obtidos após o

processamento em extrusora mono-rosca. A comparação das micrografias permite

verificar-se que a matriz de amido apresenta-se bem parecida em todas as

composições.

e

c d

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190

Figura 130: Micrografias obtidas por SEM após processamento em extrusora

monorosca para compósitos de amido/argila com 0,34% de argila Cloisite 30B com

ampliação de (a) 200, (b) 1000 e (c) 2000 vezes após 180 dias de biodegradação

a b

c

a b

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191

Figura 131: Micrografias obtidas por SEM após processamento em extrusora

monorosca para compósitos de amido/argila com 6% com ampliação de 200 (a),

1000 (b) e 2000 (c) vezes após 180 dias de biodegradação

Figura 132: Micrografias obtidas por SEM após processamento em extrusora

monorosca para compósitos de amido/argila com 11,62% com ampliação de: (a) 200

vezes (b)1000 vezes, (c) 5000 vezes após 180 dias de biodegradação

c

a b

c

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192

5.2.13.2 - Espectroscopia de absorção no infravermelho (FTIR)

A espectroscopia de absorção na região do infravermelho (FTIR) foi usada

para a caracterização dos produtos biodegradados. A Figura 133 mostra espectros

no FTIR do termoplástico de amido de milho sem biodegradar e do termoplástico de

amido de milho processado com 25% de glicerol e submetido ao teste de

degradação em esterco aviário (MeioII). Os espectros dos compósitos amido/argila

mostram as mesmas bandas de absorção características do amido em 3400 e 1650

cm-1, atribuídas ao estiramento e à deformação angular de ligações -OH. Além

dessas absorções, pode ser observada a banda a 2926 cm-1, atribuída à deformação

axial de ligações C-H. As bandas de forte intensidade na região 1200 a 1000 cm-1,

características do amido, são atribuídas a vibrações de deformação axial de C-O em

álcoois e a vibrações de deformação axial do sistema C-O-C.

Nesses espectros pode ser observado o surgimento de uma nova banda de

absorção a 1634 cm-1, a qual pode ser atribuída à deformação axial de grupo ácido

carboxílico (-COOH).

Devido à semelhança entre os filmes de termoplástico de amido sozinho e

dos compósitos de amido/argila Cloisite 30B, após o processo de degradação, os

espectros de absorção desses compósitos não foram na presente dissertação.

4000 3600 3200 2800 2400 2000 1600 1200 800 400

b

a

Tra

nsm

itânc

ia

Número de ondas (cm-1)

Figura 133: Espectros de absorção no infravermelho dos termoplásticos de amido de

milho antes (a) e após o teste de degradação (b) em esterco aviário (meio II)

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193

6 - CONCLUSÕES PARCIAIS Os resultados obtidos a partir da obtenção de compósitos de amido de milho e

argilas MMT Na+, MMT Ca2+,e Cloisite 30B por meio do processamento em

extrusora mono-rosca levaram às seguintes conclusões:

• Tendo-se em vista que o teor de umidade encontrado nas pré-misturas, antes

do processamento (≅12%), e o teor de água presente nos materiais

termoplásticos após o processamento e condicionados por 30 dias a 28°C e

80% de RH iguala-se a aproximadamente 13%, pode ser concluído que

durante o processamento e condicionamento, tanto o filme termoplástico

puro, quanto os filmes compósitos de amido/argilas tendem a absorver água

do ambiente até atingirem o equilíbrio termodinâmico, em termos de absorção

de água. Foi verificado que, para os materiais em estudo, o equilíbrio foi

alcançado em 30 dias.

• Em termos de propriedades mecânicas, pode ser concluído que as argilas

favoreceram a melhoria das propriedades mecânicas dos termoplásticos, o

que foi evidenciado pelo aumento do módulo de Young e da tensão máxima

na ruptura, com o aumento do teor de argila nos materiais. Tal resultado

confirma o efeito de reforço conferido pelas argilas, principalmente pela argila

Cloisite 30B, quando adicionada aos termoplásticos à base de amido.

• Os resultados de medidas de ângulo de contato evidenciaram que a presença

das argilas levou a filmes de amido termoplástico menos hidrofílicos, quando

comparados ao termoplástico de amido sozinho. O aumento dos teores de

argila favoreceu um aumento da resistência à água dos compósitos. O

aumento do teor de glicerol aumentou a hidrofilicidade dos filmes. Com

relação ao tipo de argila adicionada, foi observado que os compósitos

amido/argila Cloisite 30B foram aqueles que apresentaram menor

hidrofilicidade.

• Com respeito às análises de difração de raios-X, as seguintes conclusões

podem ser estabelecidas.

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a) Após o processamento por extrusão, a estrutura granular do amido in

natura foi rompida devido à redução na cristalinidade residual nos

difratogramas de raios-X;

b) Os difratogramas obtidos após 30 dias de condicionamento sugerem

que tenha sido formada uma cristalinidade do tipo B nos filmes de

amido termoplástico sozinho, e que seja proveniente da associação

das moléculas de amilose;

c) O aumento no teor de argila favoreceu uma redução da cristalinidade

da matriz de amido. Sugere-se que a presença de argila diminua a

mobilidade das cadeias de amido, reduzindo a associação das

moléculas e minimizando a recristalização;

d) Foi observado que o aumento do tempo de armazenamento favoreceu

um aumento da cristalinidade da matriz do amido. No entanto, em

todos os tempos considerados, pode ser observado que a

cristalinidade dos compósitos foi sempre menor do que a determinada

para os filmes de amido termoplástico sozinho;

e) O aumento da taxa de cristalização tende a ser maior nos primeiros

períodos de condicionamento, e tende a um valor constante com

maiores tempos de condicionamento.

• Os resultados da avaliação da distância interplanar basal parece indicar que

a argila Cloisite 30B ficou mais dispersa na matriz polimérica de amido.

• Os resultados da análise termogravimétrica mostraram que a presença da

argila, de um modo geral, interferiu minimamente na estabilidade térmica do

amido termoplástico. A adição ao amido de argilas MMT Na+, MMT Ca2+ e

Cloisite 30B, em baixos teores, favoreceu um ligeiro aumento da estabilidade

térmica dos materiais em relação ao amido termoplástico sem carga. Os

resultados foram evidenciados pelo aumento da temperatura de início da

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degradação, Tonset e pela estabilidade da temperatura de taxa máxima de

degradação, Tdeg.

• A análise das micrografias obtidas por microscopia eletrônica de varredura

levou às conclusões a seguir.

a) As argilas apresentaram boa dispersão na matriz de amido, e só foi

observada a presença de aglomerados de argila nos filmes de

compósito amido/MMTCa2+, tanto nos filmes extrusados em mono-

rosca como nos extrusados em dupla-rosca;

b) As micrografias revelaram que as condições utilizadas durante o

processamento por extrusão dupla-rosca favoreceram o rompimento da

grande maioria dos grânulos de amido in natura.

• A análise de biodegradabilidade revelou que o ataque de microrganismos

ocorre preferencialmente nas zonas amorfas, compostas essencialmente por

amilose e plastificantes. Logo os filmes que degradaram primeiro foram os

que apresentaram, nas análise por difração de raios-X, o menor teor de

cristalinidade.

7 - CONCLUSÕES FINAIS

O presente trabalho mostrou ser possível incorporar uma carga mineral ao

amido. A incorporação pode ser avaliada pelas propriedades apresentadas pelos

compósitos de amido de milho e argilas MMT Na+, MMT Ca2+ e Cloisite 30B, os

resultados permitiram verificar que:

• A adição das argilas MMT Na+, MMT Ca2+ e Cloisite 30B à matriz polimérica

de amido contribuiu para o reforço do material, logo pode ser concluído que

as argilas favoreceram na melhoria das propriedades mecânicas dos

termoplásticos quando bem dispersas na matriz polimérica.

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• Os ensaios de cristalinidade revelaram que a cristalinidade relativa dos filmes

continua crescendo durante o tempo de condicionamento, o que deveria

favorecer um aumento na rigidez dos materiais, e que quanto maior o teor de

argila e menor a quantidade de glicerol, maior é a cristalinidade dos filmes.

• Os ensaios de ângulo de contato revelaram que a argila Cloisite 30B faz com

os filmes fiquem menos hidrofílicos, quando comparados às outras argilas

estudadas, e que quanto maior o teor de argila e menor o teor de glicerol,

menos hidrofílicos ficam os filmes.

8 - SUGESTÕES

• Caracterizar os materiais obtidos no processamento em extrusora dupla-

rosca.

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