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Índice 1. Introdução.................................................... .........................................................03 2. APEC Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico....................................04 3. ASEAN - Associação de Nações do Sudeste Asiático.....................................06 4. CEI Comunidade dos Estados Independentes...............................................07 5. Os “Tigres Asiáticos”.................................................... ......................................08 5.1 Hong Kong.......................................................... ..................................................11 5.2 Cingapura..................................................... ........................................................12 5.3 Coréia do Sul........................................................... .............................................13 5.4 Taiwan........................................................ ..........................................................14

Blocos Economicos Asiáticos

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Page 1: Blocos Economicos Asiáticos

Índice

1. Introdução.............................................................................................................03

2. APEC – Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico....................................04

3. ASEAN - Associação de Nações do Sudeste Asiático.....................................06

4. CEI – Comunidade dos Estados Independentes...............................................07

5. Os “Tigres Asiáticos”..........................................................................................08

5.1 Hong Kong............................................................................................................11

5.2 Cingapura.............................................................................................................12

5.3 Coréia do Sul........................................................................................................13

5.4 Taiwan..................................................................................................................14

5.5 Novos Tigres........................................................................................................16

5.6 Zonas Econômicas Especiais...............................................................................16

5.7 A Crise..................................................................................................................17

6. Conclusão.............................................................................................................19

7. Anexos..................................................................................................................20

8. Referências Bibliográficas..................................................................................23

1. Introdução

Page 2: Blocos Economicos Asiáticos

Nas últimas décadas assistiu-se a um grande processo de liberação

comercial, especialmente dos países em desenvolvimento, com o crescimento de

acordos e mecanismos de integração regional. Essa liberação surgiu em função do

próprio acirramento da concorrência internacional.

Nesse processo de globalização da economia,os países começaram a

perceber que as negociações comerciais se tornariam mais eficientes se houvesse

uma aproximação setorial de suas economias. Dessa forma iniciou-se uma formação

de grupos de países, no princípio regional (devido a proximidade de suas fronteiras )

originado-se assim os atuais blocos econômicos, com o intuito da liberação de

barreiras alfandegárias e fiscais.

A Ásia é hoje a terceira área geográfica da “tríade” dominadora, junto é

claro, coma América do Norte e Europa Ocidental. Notadamente em suas porções

leste e sul. Alguns chegam a apontá-la como a mais dinâmica economia mundial,

com uma enorme capacidade produtiva desenvolvida nas últimas décadas.

Resumidamente, essa ascensão se deu pelo grande investimento americano

em alguns pontos estratégicos para limitar a expansão do mundo comunista no

continente, investimentos estes que ficaram conhecidos como “Anel de

Prosperidade” com a finalidade de industrializar vários pontos: da Coréia do Sul até

as porções peninsulares da Indochina.E a existência de uma numerosa mão de obra

que permitiu o aviltamento dos salários e a repressão política que inibe qualquer

inquietação sindical na maioria destes países, acabou criando uma nova forma de

espalhamento industrial no mundo, garantindo às multinacionais de toda origem

multiplicar suas produções e, conseqüentemente, os seus lucros.

Estes foram os principais motivos para a rápida ascensão industrial da

Ásia. E a criação dos blocos econômicos: ASEAN ( Associação das Nações do

Sudeste Asiático),APEC ( Associação de Cooperação Econômica do Pacífico), e a

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Page 3: Blocos Economicos Asiáticos

CEI (Comunidades dos Estados Independentes), foram uma conseqüência desse

processo de globalização econômica. Neste trabalho veremos mais detalhadamente

sobre estes 3 blocos econômicos e também sobre os “tigres asiáticos”.

2. APEC – Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico

A APEC, Cooperação Econômica da Ásia e do

Pacífico nasceu de uma reunião ocorrida em Sidney na

Austrália em 1989 como um fórum de conversação entre

os países membros da ASEAN. Posteriormente no ano

de 1994 na conferência em Seatle o bloco se originou, quando os membros se

comprometeram a transformar o Pacífico em uma área de livre comércio.

Atualmente a APEC é formada pelos países: Austrália, Brunei, Canadá,

Indonésia, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Cingapura, Coréia do Sul,

Tailândia, Estados Unidos e China, tem como representante Hong Kong e Taiwan, o

último ingressou em 1991, México e Papua-Nova Guiné entraram em 1993, em 1994

o Peru, além da Rússia e Vietnã em 1998.

O objetivo principal é a redução de taxas alfandegárias entre eles com fim de

promover o livre comércio entre os países se trata de um bloco econômico regional

que visa implantar uma livre circulação de mercadorias, capitais e serviços entre os

componentes, além disso, visa se fortalecer diante do mercado internacional e,

principalmente, poder concorrer com o a União Européia, nesse caso é o mais

importante bloco do planeta. A criação foi de grande importância para o

desenvolvimento econômico da região, no final da década de 1990 esses países

reuniam 2,2 bilhões de pessoas, ou seja, cerca de 40% da população mundial, 195

milhões de empregos criados, crescimento de 113% das exportações, o produto

interno bruto (PIB) desses países chegava a estrondosa cifra de 12 trilhões de

dólares e seu comércio movimentava perto de 45% do total do planeta isso

demonstra a importância do bloco econômico.

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Page 4: Blocos Economicos Asiáticos

A APEC é mantida por meios de contribuições dos países membros, Entre

os aspectos positivos da criação da APEC estão o desenvolvimento das economias

dos países membros que expandiram seus mercados, sendo que hoje em dia, além

de produzirem sua mercadoria, correspondem a 46% das exportações mundiais,

além da aproximação entre a economia norte americana e os países do Pacífico e o

crescimento da Austrália como exportadora de matérias primas para outros países

membros do bloco.

Como aspectos negativos, pode-se salientar que um dos maiores problemas

da APEC, senão o maior é a grande dificuldade em coincidir os diferentes interesses

dos países membros e daqueles que estão ligados ao bloco, como Peru, Nova

Zelândia, Filipinas e Canadá. Além disso, o bloco tem pouco valor em relação a

Organização Mundial do Comércio, mesmo sendo responsável por grande

movimentação no comércio mundial.

Com relação ao Brasil a APEC não é muito direta ou explícita, porém alguns

países membros da APEC, também fariam parte da ALCA, caso seja realmente

formada, além de uma reunião que foi criada pelos membros do Foro de

Cooperação Econômica Ásia-Pacífico que discutiu a globalização e durou sete dias,

na qual o Brasil foi um dos temas junto com outros países da América Latina,

discutindo-se a relação entre os países.

O bloco está dividido quanto a questão do petróleo, pois vários de seus

membros são produtores e estão satisfeitos com a alta nos preços, em quanto

aqueles que precisam comprar o petróleo brigam para que o preço diminua.

3. ASEAN - Associação de Nações do Sudeste Asiático

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Page 5: Blocos Economicos Asiáticos

A Associação de Nações do Sudeste Asiático, é uma organização regional

de estados do sudeste asiático que foi constituída em 8

de agosto de 1967. Criada inicialmente para desenvolver

a região e aumentar sua estabilidade.

Seus objetivos são exclusivamente econômicos

envolvendo acordos laterais, bilaterais e multilaterias de comércio.

A Asean é composta por Malásia, Cingapura, Filipinas, Indonésia, Laos,

Myanmar, Tailândia, Vietnã, Brunei a partir de 1.984, e em 1.999 Camboja. A Papua-

Nova Guiné participa apenas como membro observador.

Inicialmente, a Asean voltou-se para a liberalização do comércio: uma das

primeiras medidas foi a liberação de tarifas de produtos agrícolas. Porém, em

meados da década de 1.970, os países membros definiram algumas áreas para

atuação conjunta, como os setores da indústria petroquímica, de produção de

fertilizantes e de borracha. Isso impulsionou a economia da região e a participação

desses produtos no mercado internacional.

Brunei e Indonésia têm na exploração de gás natural e petróleo,

respectivamente, suas maiores fontes de riqueza. Cingapura, por sua vez, aloja

empresas de alta tecnologia, com destaque para as de informática. A Malásia é líder

do mercado mundial de madeiras, tendo devastado matas virgem em seu país, nos

países vizinhos e até mesmo no Brasil. Assim como a Tailândia, a Malásia possui

uma base industrial importante. Nas Filipinas e no Vietnã, a agricultura é a atividade

econômica mais importante.

Nos anos 1990, Vietnã, Laos, Mianmar (ex-Birmânia) ingressaram na

ASEAN. O bloco passou a se vincular à dinâmica desenvolvimentista do Japão, dos

Tigres Asiáticos (a cidade - Estado de Cingapura é um deles) e, posteriormente, do

Dragão chinês e tem demonstrado uma impressionante taxa de crescimento para o

mundo e também um dinamismo econômico potente. Com isso, a região do sudeste

asiático tem por objetivos principais assegurar a estabilidade política e acelerar o

processo de desenvolvimento na região.

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Page 6: Blocos Economicos Asiáticos

Em 1.993 foi estabelecida uma zona de livre-comércio entre os membros da

Asean a ser implantada até 2008 de modo a desenvolver a competitividade da

região, que assim passou a funcionar como um bloco unido. O objetivo foi o de

promover uma maior produtividade e competitividade. A nível de relações externas,

a prioridade da ASEAN é fomentar o contacto com os países da região Ásia-

Pacífico, mas foram também estabelecidos acordos de cooperação com o Japão,

China e Coreia do Sul. De acordo com o calendário, as tarifas alfandegárias entre os

países membros já começaram a ser reduzidas.

4. CEI – Comunidade dos Estados Independentes

A Comunidade dos Estados Independentes (CEI) é uma organização

governamental fundada no dia 8 de dezembro de 1991,

composta pelas antigas repúblicas soviéticas e, de

certa forma, sucessora parcial da antiga União

Soviética. Inicialmente esta comunidade estava

composta por três membros: Bielorússia, Ucrânia e Rússia. Duas semanas depois

de sua criação, outras oito ex-repúblicas soviéticas (Armênia, Azerbaijão,

Kasaquistão, Moldávia, Usbequistão, Kirgistão, Tajikistão e Turcomenistão) também

foram admitidas como membros fundadores, sujeitas à aprovação dos seus

respectivos parlamentos. Estônia, Lituânia e Letônia, anteriormente tinham se

tornados independentes e declinaram do convite de integra a CEI. A Geórgia

rechaçou a proposta até 1993.

Os membros da CEI atuam como estados independentes. A unidade central,

formada de modo semelhante à Comunidade Européia (atual União Européia), foi

conferida uma autoridade limitada, que inclui o estabelecimento de uma esfera

econômica comum e a coordenação na política exterior e imigração, a proteção do

meio ambiente e a luta contra os delitos. A União Soviética dissolveu-se

formalmente e os estados assumiram a propriedade de suas instalações. Os líderes

deixaram o controle das armas nucleares de longo alcance sob a tutela do

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Page 7: Blocos Economicos Asiáticos

presidente russo Boris Yeltsin e do comandante e chefe das forças armadas da CEI,

o marechal Evgeni Shaposhnikov. O presidente ucraniano, Leonid M. Kravchuk

insistiu em conservar o direito de cancelar o lançamento das armas desde o território

ucraniano. Os líderes das repúblicas concordaram em aceitar os acordos

internacionais da União Soviética, incluindo a política de desarmamento nuclear. A

Rússia ficou com uma cadeira no Conselho de Segurança das Nações Unidas que

tinha pertencido à União Soviética. Os EUA reconheceram a independência das

repúblicas e todas elas se tornaram membros da Organização das Nações Unidas

(ONU).

Desde sua fundação, a CEI tem se caracterizado pelas disputas entre os

estados membros e o não cumprimento dos acordos escritos. Segundo os primeiros

acordos, as repúblicas tinham o direito de possuir suas próprias forças armadas ou

unidades de guarda nacional. As repúblicas adotavam o rublo russo como unidade

monetária comum e concordavam em relação aos direitos humanos, na necessidade

de preservar as culturas das diferentes etnias minoritárias e a cooperação e

coordenação de reformas que ajudassem a estabelecer economias de livre

mercado. No entanto, as diferenças étnicas e regionais, contidas durante décadas

pela autoridade central, ressurgiram na forma de guerras civis na Geórgia, Moldávia,

Tajikistão e na região do norte do Cáucaso da Rússia e como conflito entre a

Armênia e o Azerbaijão.

5. Os “Tigres Asiáticos”

Tigres ou Dragões Asiáticos são expressões usadas para designar países

Asiáticos com desempenho econômico excepcional a partir da década de 80 e que

estruturaram suas economias no sentido de uma grande participação no mercado

externo.

Atualmente fazem parte dos Tigres Asiáticos oito países, sendo que

Cingapura, Indonésia, Malásia, Tailândia e Vietnã estão localizados no sudeste

asiático. E no extremo oriente se encontram Coréia do Sul, Hong Kong e Taiwan.

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Page 8: Blocos Economicos Asiáticos

No início, eram considerados integrantes dos Tigres Asiáticos somente

quatro países (Cingapura, Coréia do Sul, Hong Kong e Taiwan), posteriormente

ingressaram os chamados “Novos Tigres” que são Indonésia, Malásia, Tailândia e

Vietnã.

Contudo, os Tigres Asiáticos não formam um bloco econômico, pois não

possuem bases institucionais constituídas, como a União Européia. O crescimento

dessa região se deu por políticas econômicas estratégicas, pois fazia parte de uma

espécie de cinturão estratégico, com o qual os estados Unidos procuraram barrar o

aumento da influência da China Socialista a partir da década de 60, mas isso não

diminui a importância e a dinâmica do grupo quanto às questões econômicas,

comerciais e políticas da região.

Durante a Guerra fria (1945-1989), o Japão se sobressaiu como potência

mundial e passou a servir de base e modelo para o desenvolvimento de alguns

países do Pacífico. Nessa época, a China e a Coréia do Norte ameaçavam o

equilíbrio de poder na região, por serem países socialistas, o fato de se destacarem

na Ásia representava uma ameaça aos interesses dos Estados Unidos em relação

ao Japão e seus parceiros.

O Japão teve o seu “boom” econômico na década de 1980, quando seu

crescimento assombroso chamou a atenção do mundo para o Extremo oriente.

Depois disso, a ligação entre as nações asiáticas e o Japão, além do caráter

comercial e tecnológico, ganhou nova dimensão: de integração regional e de

interesses comuns.

Assim, alguns países se beneficiaram de uma política de apóio promovida

principalmente pelos Estados Unidos e pelo Japão, os chamados “Tigres Asiáticos”.

Esses países apresentavam em comum, basicamente, alguns fatores que

favoreceram a atração de recursos externos, o desenvolvimento industrial e a

acumulação de capital:

A posição estratégica em relação aos países socialistas;

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Page 9: Blocos Economicos Asiáticos

A superexploração da força de trabalho, favorecida pela inexistência

da maior parte dos direitos trabalhistas conhecidos no Ocidente, além

da restrição à associação sindical;

Grande intervenção estatal na economia, principalmente no setor

financeiro;

Presença dos governos autoritários, com cerceamento da liberdade

política;

Concentração de capital, com formação de poucos conglomerados,

em oligopólios em todas as etapas do processo produtivo e nos

diferentes setores da economia;

Reduzido mercado interno;

Considerável investimento em educação e na qualificação da mão-de-

obra;

Além de receberem investimentos externos diretos e indiretos, esses países

também se beneficiaram de privilégios alfandegários para exportar seus produtos

para o Japão e Estados Unidos.

Entretanto, o modelo de crescimento econômico dos Tigres Asiáticos

apresenta a falha de depender dos mercados compradores, uma vez que sua

economia se baseia unicamente na exportação. Os países chegaram a adotar altas

tarifas governamentais para o consumo doméstico com o intuito de aumentar o

excedente para as exportações. Mas não se pode negar que suas estratégias deram

certo: o grupo possui a maior indústria naval do mundo, o maior exportador de

tecidos, relógios e rádios, a maior indústria de bicicletas, a 2ª reserva mundial em

moeda estrangeira e o maior complexo de refinarias do mundo.

5.1 Hong Kong

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Page 10: Blocos Economicos Asiáticos

Com uma população estimada de 8 milhões de habitantes, a ex-colônia

britânica de Hong Kong é um dos maiores centros financeiros do mundo e também

uma das regiões mais ricas do mundo, com uma renda per capita superior a 23 mil

dólares. Diversos fatores contribuíram para que essa condição fosse alcançada.

Entre eles:

A localização geográfica, pois o território fica a meio caminho entre Japão e

Cingapura, o que o situa na principal rota marítima e área da porção oeste do

Pacífico;

O fato de Hong Kong ser o maior porto de entrada da China, que dele se

serve para receber investimentos e mercadorias em geral.

Hong Kong foi o primeiro tigre a implantar uma estrutura econômica que

facilitava a produção destinada a exportação e visava atrair investimentos externos,

que vieram princiaplmente do Japão, EUA e Europa, para ali instalar bases de

produção com o objetivo de exportar, tanto para seus países de origem como para o

restante do mundo.

Em 1841, mediante um contrato de arrendamento mercantil, a China cedeu

Hong Kong à Inglaterra como entreposto comercial. Em 1997 ao assumir a

soberania da cidade, a China comprometeu-se a não interferir na estrutura

econômica e política pelo menos por cinqüenta anos, pois admitiu que no país

poderiam conviver dois sistemas econômicos (capitalismo e socialismo).

Hong Kong tem assumido cada vez mais o papel de intermediária comercial

e financeira, e por isso conseguiu exportar US$ 224 bilhões em 2003, sendo que a

produção total de bens e serviços foi inferior a US$ 159 bilhões. Mais da metade das

exportações de bens e serviços da cidade provém de outras províncias da China e

são reexportadas através de Hong Kong.

Por esses motivos a cidade tem apresentado nas últimas décadas uma

crescente participação no setor de serviços, que correspondia a quase 90% do PIB

em 2003. a transferência de parte das atividades industriais baseadas na utilização

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Page 11: Blocos Economicos Asiáticos

de mão-de-obra para a Zona Econômica Especial de Shenzen contribuiu para esse

processo.

5.2 Cingapura

A Inglaterra estabeleceu-se no Cingapura no inicio do século XIX. Depois, a

companhia das Índias Orientais comprou a ilha, desenvolvendo o comercio,

principalmente internacional. Ela foi invadida pêlos japoneses na 2ª Guerra Mundial.

E tornou-se independente em 1965, constituindo-se em Cidade –Estado.

O governo investiu pesado na educação e no aprimoramento da mão-de-

obra, e hoje, os salários e as condições materiais de trabalho estão entre os

melhores da Ásia. A renda per capita do país é de mais de 24 mil dólares.

Cingapura possui cerca de 4,6 milhões de habitantes, e assim como Hong

Kong destina a maior parte da sua produção a exportação.

Para ampliar a quantidade e a variedade de sua pauta de exportações,

Cingapura estabeleceu acordos com seus vizinhos – Malásia e Indonésia – e fez

com que exportasse um total de US$ 144 bilhões em 2003, sendo que seu PIB foi de

US$ 91 bilhões.

Além de todas as medidas para incentivar e atrair investimentos estrangeiros

como a implantação de zonas francas comerciais e industriais, Cingapura se

destaca por sua posição estratégica: é uma passagem quase obrigatória das rotas

marítimas entre os Oceanos Pacífico e Índico, o que justifica seu papel de

entreposto comercial desde o período colonial.

Como a extensão territorial do país é muito pequena, cerca de 693

quilômetros, e não há expressivo mercado interno, Cingapura importa tudo de que

precisa para existir – da água, que vem da Malásia, ao leite fresco, que chega

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Page 12: Blocos Economicos Asiáticos

diariamente de avião da Austrália. Porém é produtor de importância mundial nos

ramos de eletrônica, petroquímica e farmácia.

5.3 Coréia do Sul

A coréia do sul, com 99 484 quilômetros quadrados e 46 milhões de

habitantes é o maior e mais povoado dos “tigres asiáticos”. Os primitivos habitantes

da Coréia sofreram, ao longo dos séculos, influências de povos conquistadores,

dentre os quais se destacaram os mongóis e os chineses. O território foi disputado,

também, por russos e japoneses. Estes, em 1910, anexaram toda a península as

Coréias, de forma brutal, inclusive tentando suprimir a língua e a cultura coreana.

Durante a Segunda Guerra Mundial, dezenas de coreanos foram levados para

trabalhos forçados ao Japão.

O território da Coréia foi dividido logo após a Segunda Guerra Mundial,

desde então, Coréia do Norte, socialista, e Coréia do Sul, capitalista, estão

tecnicamente em guerra.

Apenas na década de 80 a Coréia do Sul se tornou uma democracia, até

então, o país vivia sob ditadura.

A Coréia do Sul é um dos tigres que apresenta maior diversidade industrial,

e suas exportações incluem produtos de alta e média tecnologia, como

eletroeletrônicos, computadores, automóveis e outros,além de atuar também no

setor financeiro e no comércio.

O Estado teve papel preponderante no direcionamento dos rumos do

desenvolvimento da Coréia do Sul com a definição dos setores econômicos

(indústrias leves, destacando-se o setor têxtil)

prioritários para os quais seriam direcionados os

investimentos e os subsídios.

Esse desenvolvimento foi concentrado em

grandes grupos industriais denominados

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Page 13: Blocos Economicos Asiáticos

“Chaebols”. Os quatro maiores Chaebols são bastante conhecidos mundialmente

(Hyundai, Samsung, Daewoo e LG) e respondem por aproximadamente 80% do PIB

e 60% de exportações sul-coreanas, ou seja, juntas controlam cerca de 50% da

economia do país.

Os grupos industriais foram se diversificando e investindo em diversos

setores da economia, como na indústria pesada. Incentivando-se os investimentos

nos setores de alta tecnologia através, por exemplo, da associação com empresas

eletrônicas, como a Sanyo, a Hitachi (japonesas) e a Siemens (alemã), e também

com a compra de licenças para usar as tecnologias estrangeiras.

Todo esse desenvolvimento no país refletiu também em melhoria nas

condições de vida da população, pois em 1960 a Coréia do Sul tinha uma renda per

capita igual a de Gana, na África, e em 1990 ela possuía uma renda média doze

vezes maior.

5.4 Taiwan

Os primeiros habitantes eram malaios que, a partir do século XIV, foram

submetidos ao domínio chinês e ao dos portugueses, que ali instalaram um

entreposto comercial e deram o nome a ilha de Formosa. Em épocas diferentes a

ilha foi ocupada por holandeses, espanhóis, chineses e japoneses, sendo que esse

último teve o domínio até o final da Segunda Guerra Mundial, quando a ilha foi

restituída à China.

O governo chinês considera a ilha como parte de seu território, tratando-a

como uma província rebelde, apesar disso, Taiwan tem mantido uma política

independente, sobretudo em função do apoio das potências capitalistas durante o

período da Guerra Fria. Até hoje Formosa luta com o governo chinês por

independência, mas o governo de Pequim não quer ceder.

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Page 14: Blocos Economicos Asiáticos

Diante da insegurança, Taiwan tem investido em defesa, com a compra de

armamentos estrangeiros. Em 2000, além de todos os F-16, Taiwan contava com 60

Mirage 2000-5s, de fabricação francesa, e 130 caças desenvolvidos no próprio

território.

A economia de Taiwan passou por um processo de reestruturação na

década de 1980, quando foram privilegiados os setores de alta tecnologia, que em

2003 representavam pouco mais de 40% de suas exportações. Ao contrário de Hong

Kong e Cingapura, Taiwan apresenta um mercado interno mais dinâmico, que

absorve aproximadamente dois terços da produção de bens e serviços. Os

habitantes de Formosa ingerem atualmente, em média 60% de calorias a mais que

nos anos 1950 e a expectativa de vida subiu de 55 para 77 anos.

O país possui indústrias tradicionais, como têxtil, e indústrias de construção

naval, de automóveis, de equipamentos elétricos e eletrônicos, e petroquímica, além

de uma sólida indústria de base, herança dos investimentos americanos durante a

guerra do Vietnã.

Taiwan usa Hong Kong como porta de entrada da China continental, pois na

prática quase tudo que é proibido através do estreito que separa os domínios de

Pequim e de Taipe (capital de Formosa), é permitido via ex-colônia britânica.

Com posição geográfica favorável e sólida base industrial, Taiwan quer se

fortalecer como centro econômico, tal qual Hong Kong, Xangai e Cingapura.

5.5 Novos Tigres

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Page 15: Blocos Economicos Asiáticos

Cinco outras nações também se destacaram no processo asiático de

valorização econômica do espaço, priorização dos investimentos em educação e

especialização de mão-de-obra, conquista de mercados e avanço tecnológico. São

os Novos Tigres: Malásia, Tailândia, Indonésia, Filipinas e Vietnã. Por terem se

tornado atraentes ao capital externo e iniciado seu processo de desenvolvimento

bem mais recente, Filipinas e Vietnã vêm sendo chamados de Novíssimos Tigres.

O que mais chama a atenção nesses tigres é a presença de grupos

transnacionais, que investem grandes somas de capital e know-how para promover

o desenvolvimento industrial e tecnológico. Nesses países, os fatores que

determinam o crescimento acelerado da economia são: baixo custo de mão-de-obra,

grande contingente populacional, incentivos fiscais por parte do Estado e facilidades

para a exportação.

Nos últimos anos, crescimento médio do Produto Nacional Bruto (PNB) nos

novos tigres tem se mantido alto – cerca de 6% ao ano – enquanto os índices de

analfabetismo e de crescimento vegetativo da população tiveram queda acentuada.

Esses dados favoráveis são acompanhados de baixa taxa de inflação,

pequena dívida externa e elevado valor das exportações.

5.6 Zonas Econômicas Especiais

Várias medidas foram tomadas pelos tigres com o intuito de abrir a

economia ao comércio exterior. A mais comum foi a constituição das Zonas

Econômicas Especiais, ou seja, Zonas Francas. Essa área é semelhante a da

cidade de Manaus (AM), onde as empresas possuem isenção de impostos e contam

com controles governamentais mais amenos.

Para os Tigres Asiáticos, as zonas francas foram muito importantes e

assumiram um papel mais intenso: são 14 em Cingapura, 10 em Hong Kong, 6 na

Coréia do Sul e 3 em Taiwan.

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Page 16: Blocos Economicos Asiáticos

Gozando da liberdade das atividades financeiras, Cingapura e Hong Kong

assuimiram o papel de “paraísos Fiscais”, já as economias da Coréia do Sul e de

Taiwan apresenatam uma grande inter-relação com a economia japonesa,

estabelecendo uma associação que ficou conhecida como o “triângulo jakota”, ao

qual se agregou a China com mais intensidade a partir de meados da década de

1990.

5.7 A Crise

No início de 1997, depois de quase duas décadas de crescimento contínuo,

ocorreu a primeira crise asiática. O crescimento das exportações caiu rapidamente e

a maioria desses países apresentou elevados déficits em conta corrente. Os anos de

rápido crescimento haviam provocado aumento nos salários e perda de

competitividade. Por conta disso, a China entrou no páreo, já que ali os salários são

ainda menores, e consegue arrebatar boa parte do mercado de seus vizinhos. Outro

problema para os Tigres foi o rápido crescimento dos empréstimos externos e a

especulação imobiliária, o que comprometeu a saúde do sistema bancário e

repercutiu negativamente na economia.

Déficits comerciais e crise no sistema financeiro ocasionaram a fuga de

capitais e a especulação, principalmente a partir de julho de 1997. Isso levou

diversas nações a desvalorizar suas moedas. A Tailândia foi a primeira, seguida por

Malásia, Indonésia, Filipinas, Cingapura, Formosa (Taiwan) e Coréia do Sul. Alguns

países, como Tailândia e Coréia do Sul, recorreram ao FMI para conseguir novos

empréstimos e ajustar a economia. Os coreanos receberam o maior aporte

financeiro: US$ 57 bilhões. 

A maior parte do endividamento da Coréia do Sul, cerca de 35 bilhões de

dólares em 1999, foi devido aos empréstimos concedidos para as empresas

integrantes dos Chaebol. Como uma das principais medidas para superar a crise, o

governo sul-coreano exigiu a reestruturação e modernização desses

conglomerados, com diminuição de atividades e fragmentação ou subdivisões.

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Page 17: Blocos Economicos Asiáticos

A crise financeira nesses países repercutiram nas bolsas de valores de todo

o mundo, que apresentaram forte queda a partir de outubro. O movimento atingiu em

cheio o Japão, cujo sistema bancário se enfraqueceu muito. Para os próximos anos

espera-se que esses países venham a ter crescimento bem inferior ao alcançado

nas últimas décadas.

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Page 18: Blocos Economicos Asiáticos

6. Conclusão

Os países encontraram na formação dos blocos econômicos não somente

uma maneira de ampliar suas relações com o mercado mundial, mas também uma

forma de melhorar a qualidade de vida de seu povo com responsabilidade social.

Pois, no interior dos blocos, os países permitem maior troca de informações entre

empresas e órgãos governamentais de pesquisa, educação e capacitação

profissional, que passam a atuar em conjunto. Em muitos os casos, as universidades

promovem intercâmbios entre professores e estudantes para o desenvolvimento de

projetos científicos e tecnológicos. Isto ajuda a produção de novas tecnologias, o

que também se reflete no aumento da competitividade.

Em contraponto, se os países não visam um acordo onde todos os

membros do bloco se beneficiam mutuamente, pode haver concentração de renda e

desemprego.

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Page 19: Blocos Economicos Asiáticos

7. Anexos

7.1 Localização dos Tigres Asiáticos

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Page 20: Blocos Economicos Asiáticos

7.2 Tigres Asiáticos – Alguns Indicadores Econômicos

7.3 Taxa de Crescimento Médio anual do PIB (1990-2000)

7.4 Tigres Asiáticos - Elevação da Renda Per Capita

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Page 21: Blocos Economicos Asiáticos

7.5 Tigres Asiáticos – Custo da Mão-de-obra.

7.6 Tigres Asiáticos – Alguns Indicadores Sociais.

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Page 22: Blocos Economicos Asiáticos

8. Referências Bibliográficas

Ribeiro, Wagner Costa – Construindo a Geografia – 1.ed. São Paulo:

Moderna, 2001.

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