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Bocage SINOPSE Em 1789, Bocage desembarca em Lisboa depois de uma passagem conturbada por Goa e Macau. A capital do reino está efervescente com o vendaval da revolução francesa que o Intendente Pina Manique tenta a todo o custo travar com uma repressão feroz ao comércio de livros proibidos, às sociedades secretas como a maçonaria e a tudo o que considera que ponha em causa a ordem estabelecida. É uma época de tumulto e de transição: na política, com a queda sucessiva das monarquias absolutistas e o avanço das ideias iluministas; na poesia, com o auge do estilo neoclássico e o anúncio do romantismo de que Bocage é precursor. Bocage integra-se rapidamente na vida mundana e literária: em pouco tempo dá-se com muitas figuras marcantes do seu tempo, desde a futura Marquesa de Alorna à Rainha D. Maria I. A sua porta de entrada para os salões são as tabernas e os bordéis: aí reencontra vários amigos que cá deixou, como o Padre Agostinho Macedo e os irmãos Bersane, personagens que admiram genuinamente o talento de Bocage na mesma medida em que desejam explorá-lo. Poucos meses depois de ter chegado a Lisboa, Bocage entra em glória na Nova Arcádia, uma sociedade literária repleta de génios autoproclamados e plagiadores com quem se irá rapidamente incompatibilizar, ganhando ódios que o acompanharão para o resto da vida como o do Padre Domingos Caldas e, principalmente, do próprio Agostinho Macedo que não hesita em crucificá-lo às mãos do Intendente.

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Bocage SINOPSE

Em 1789, Bocage desembarca em Lisboa depois de uma passagem

conturbada por Goa e Macau. A capital do reino está efervescente com o

vendaval da revolução francesa que o Intendente Pina Manique tenta a todo o

custo travar com uma repressão feroz ao comércio de livros proibidos, às

sociedades secretas como a maçonaria e a tudo o que considera que ponha

em causa a ordem estabelecida. É uma época de tumulto e de transição: na

política, com a queda sucessiva das monarquias absolutistas e o avanço das

ideias iluministas; na poesia, com o auge do estilo neoclássico e o anúncio do

romantismo de que Bocage é precursor.

Bocage integra-se rapidamente na vida mundana e literária: em pouco tempo

dá-se com muitas figuras marcantes do seu tempo, desde a futura Marquesa

de Alorna à Rainha D. Maria I. A sua porta de entrada para os salões são as

tabernas e os bordéis: aí reencontra vários amigos que cá deixou, como o

Padre Agostinho Macedo e os irmãos Bersane, personagens que admiram

genuinamente o talento de Bocage na mesma medida em que desejam

explorá-lo. Poucos meses depois de ter chegado a Lisboa, Bocage entra em

glória na Nova Arcádia, uma sociedade literária repleta de génios

autoproclamados e plagiadores com quem se irá rapidamente incompatibilizar,

ganhando ódios que o acompanharão para o resto da vida como o do Padre

Domingos Caldas e, principalmente, do próprio Agostinho Macedo que não

hesita em crucificá-lo às mãos do Intendente.

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Bocage adapta-se rapidamente à vida na capital, vivendo de pequenos

estratagemas que lhe garantem as refeições e as primeiras necessidades. As

mulheres dos seus sonetos cruzam-se com ele: de Gertrúria, Marília, da bela

Manteigui e das duas filhas e da própria esposa do amigo António Bersane, à

prostituta Nise com quem vive um amor que Pina Manique tornará impossível

da forma mais cruel.

O Intendente identifica Bocage com todas as ideias que deseja perseguir e faz

dele um exemplo para todos aqueles que afrontam a sua autoridade. Por causa

de uma denúncia, durante três anos, Bocage irá passar por vários juízos: do

Estado, da censura e do Santo Ofício. Entre a prisão do Limoeiro e o hospício

da inquisição, sai “reeducado” e aparentemente desiludido com os

desenvolvimentos da revolução em França, onde Napoleão toma o poder e

ameaça invadir Portugal. Paradoxalmente, é o período de maior êxito, tanto

nas elites como nos analfabetos apreciadores das modinhas fáceis de

Domingos Caldas, do poeta “Magro, de olhos azuis, carão moreno, / Bem

servido de pés, meão na altura, / Triste de facha, o mesmo de figura”

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Bocage SINOPSES DOS 8 EPISÓDIOS

1. “CHEGADA A LISBOA”

Bocage, sem dinheiro nem honras, chega a Lisboa depois de alguns anos em

Goa e Macau ao serviço da Marinha Real. Para trás ficou uma caixa cheia com

alguma da sua melhor produção literária de sempre. Acontecimentos graves

ainda por explicar em que se envolveu no Oriente, levam-no a desembarcar às

escondidas e feito cúmplice involuntário de contrabando de livros proibidos.

O Intendente Pina Manique, que dirigia pessoalmente algumas das operações

policiais de controlo alfandegário com o objectivo de estancar a entrada de

ideias perigosas da França revolucionária no Reino, lança uma vasta rusga

policial na noite do desembarque de Bocage que obriga o poeta a esconder-se

no bas-fond de Lisboa, acolhido na cama pela prostituta Nise e no meio literário

por um velho amigo, o Padre Agostinho Macedo.

Pina Manique procura Pierre Marie Auguste Broussonet, do partido de

Robespierre, e põe Lisboa em sobressalto a qualquer hora do dia ou noite. Não

hesita sequer em entrar na casa da Marquesa de Alorna, a quem faz ameaças

veladas apesar desta invocar os nomes do Duque de Lafões e da Rainha. Mal

sucedido nas pistas que segue nos salões da nobreza, Pina Manique vira-se

para outro meio que conhece bem: o bas-fond, as ruas de pior fama de Lisboa.

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É aí que se vai cruzar com Bocage, que se adaptou rapidamente à vida na

capital, vivendo de pequenos estratagemas que lhe garantem as refeições e as

primeiras necessidades. Bocage não era uma figura desconhecida: tinha

deixado alguma fama como poeta antes da sua partida para a Índia e José

Pedro das Luminárias, que de dia trabalha no Nicola e à noite no Botequim das

Parras (lugar de encontro de poetas pertencentes à sociedade literária Nova

Arcádia), conhece-lhe a reputação e incentiva-o a aparecer por lá.

Em casa dos seus amigos Bersane, Bocage consegue facilmente roupa nova,

dinheiro no bolso e a atenção encantada das duas filhas de António Bersane.

Os dois irmãos têm grande consideração por ele: põem-no ao corrente dos

acontecimentos políticos e literários e introduzem-no no meio intelectual, no

Botequim das Parras. Numa noite de glória, espicaçado pelo Padre Agostinho

Macedo, Bocage rouba o protagonismo ao Padre Domingos Caldas, o mais

célebre autor da moda de então, as modinhas brasileiras, achincalhando-o.

Mais: canta os ideais da revolução francesa, leva a plateia ao delírio e é

aclamado.

Ao mesmo tempo, graças aos irmãos Bersane, Bocage começa a contactar

com os salões da alta burguesia e nobreza. Conhece o inglês William Beckford

que o convida para uma exibição equestre de D. Tomás de Meneses onde,

encantado, vê a Marquesa de Alorna defender o revolucionário francês

Broussonet da ira de Pina Manique.

Meneses, para quem Bocage nem sequer olhara no picadeiro, morre numa

procissão de barcos no Tejo. O poeta compõe-lhe uma elegia fúnebre que tem

enorme sucesso numa sociedade lisboeta abalada pelo trágico

desaparecimento. Bocage é saudado nas ruas e elogiado nas críticas. Tudo

parece correr-lhe bem mas, inesperadamente, desembarca em Lisboa a

misteriosa Manteigui, uma paixão exacerbada de Bocage em Goa.

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2. “MONTE MÉNALO”

A chegada de Manteigui atormenta-o e Bocage vê-se novamente em Lisboa

com os fantasmas que o levaram a abandonar Goa. Tenta por breves dias

ignorá-la mas não suporta a angústia. Bocage vê-se conduzido por uma

obsessão amorosa exacerbada que, quando transposta para os sonetos, faz

dele um precursor do romantismo. Rapidamente manda a prudência às urtigas

e resolve seguir Manteigui.

Quando finalmente chega à fala com ela, é mais uma vez rejeitado, como,

percebemos agora, o foi na Índia. Bocage não lida bem com a rejeição e culpa-

-a por ter deixado lá a famosa caixa repleta com alguma da sua melhor

produção literária de sempre. Furioso, inicia febrilmente a redacção de um

“poema num só canto” com o título “A Manteigui”. Por uma vez, a paixão leva a

melhor e não passa das primeiras estrofes.

Estes factos coincidem com a sua admissão na Nova Arcádia. O êxito da elegia

fúnebre a D. Tomás de Meneses é a porta de entrada de Bocage neste grupo

de poetas e intelectuais que se reunia no palácio do Conde Pombeiro para

“declarar guerra ao mau gosto”. Bocage é admitido com o nome pastoril de

Elmano Sadino, resultado de um anagrama com o seu primeiro nome e de uma

referência ao Rio Sado, nas margens do qual nascera.

A Nova Arcádia era, a princípio, um grupo despretensioso, sem nenhuma

preocupação com os ventos políticos que sopravam do lado de lá dos Pirinéus.

A chegada de Bocage coincide com a efervescência do período revolucionário

em França e com a entrada de novas ideias em Portugal, que Pina Manique

tentava a custo dominar.

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No Monte Ménalo, denominação arcade do local onde se encontravam,

juntavam-se o Padre Domingos Caldas Barbosa, Severino Ferraz de Campos,

Curvo Semedo e Francisco Joaquim Bingre, poetas que não se imortalizaram,

ao contrário de Bocage a quem os mais próximos, como os irmãos Bersane e o

Padre Agostinho Macedo, começam a tratar como “o maior…depois de

Camões.”

Bocage não se dá bem. A sua vivacidade, acidez crítica e orgulho

destemperado chocam com a hipocrisia ali reinante dos elogios mútuos e dos

textos a metro repletos de futilidades. O génio do vate sadino começa a

despertar invejas entre os outros arcades e o ambiente, a pouco e pouco, vai

se degradando. Muitos deles acabam em confronto físico e cabeças rachadas.

A princípio, o Padre Agostinho Macedo, uma força da natureza, defende-o e

permite-lhe saídas airosas. Até que, numa noite, farto da vaidade de Bocage,

invejoso do seu génio e sabendo que no Botequim das Parras estão os moscas

(informadores de Pina Manique), Agostinho deixa-o entregue à sua sorte.

Bocage vê-se sozinho e sente-se ameaçado pela intelectualidade de Lisboa, a

inquisição da igreja e pelos polícias de Pina Manique.

Reage como melhor sabe: impetuosamente, para a frente. O despeito por

voltar a ser rejeitado por Manteigui, que o diminui e humilha como Bocage

diminui e humilha os seus rivais, inspira-o a escrever um poema violentíssimo

contra Manteigui; Bocage arrasta o nome de uma mulher que diz adorar para a

lama e dedica-lhe os piores insultos de que se consegue lembrar. Este ímpeto

transmite-se ao resto do seu trabalho: os seus poemas são cada vez mais

agressivos, o que só ajuda a aumentar o número de adversários no seio da

Nova Arcádia. A Guerra dos Vates estava prestes a começar.

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3. “GUERRA DOS VATES”

A carreira de Bocage como poeta ganha fôlego com a sua admissão na Nova

Arcádia. Em Maio de de 1791, publica “Idílios Marítimos recitados na Academia

de Belas Letras” e “Queixumes do Pastor Elmano Contra a Falsidade da

Pastora Urselina”. É também deste período a impressão das suas rimas que

irão merecer uma crítica feroz do até aí seu amigo, o Padre Agostinho Macedo

no Jornal Enciclopédico, que se referiu a Bocage como “frio, monótono e pouco

feliz no uso dos epítetos, servindo-se de muitos deles forçadamente e contra o

génio e estilo da nossa língua.”

A 29 de Abril de 1793, a Arcádia é convidada para uma sessão extraordinária

no Paço da Ajuda em comemoração pelo nascimento de Maria Teresa,

primeira filha do príncipe D. João. Pina Manique repara em Bocage, em quem

julga detectar a influência da revolução francesa, que combate ferozmente.

Começa a ver a Nova Arcádia como uma potencial ameaça à estabilidade do

reino, um viveiro de ideias perigosas que convém ter sob a sua alçada para

mais facilmente os poder controlar.

A sessão não podia correr pior: Joaquim Francisco Bingre é testemunha de

uma disputa que começa ainda no caminho para o palácio, na sege da Casa

Real: Agostinho propõe-se improvisar algo em prosa, ao que Bocage contrapõe

desdenhosamente uma empresa ainda de maior dificuldade: improvisar em

verso. Sob o olhar admirado da família real, Bocage e Macedo fazem um ajuste

de contas em forma de verso, acabando com o que restava de uma já frágil

amizade.

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O desentendimento entre Bocage e Agostinho alastra para os encontros

seguintes da Nova Arcádia no Palácio de Pombeiro. O “Almanaque das

Musas”, espécie de boletim oficial, começa a encher-se de poemas cada vez

mais ácidos, onde Bocage critica e satiriza os arcades. Com Curvo Semedo, o

Abade de Almoster e outros do seu lado, Agostinho isola Bocage que reage

ainda mais violentamente.

Em 1794, a polémica está no auge e a Nova Arcádia transformada num campo

de batalha. Pina Manique assiste sentado, sem mexer um dedo, àquilo que

acredita ser a rápida implosão de uma gangrena de ideias perigosas. Diverte-o

ver que o choque da vaidade dos arcades faz sozinho o trabalho de muitos

polícias.

Bocage não poupa nada nem ninguém. Elabora sátiras demolidoras ao Padre

Caldas, Curvo Semedo, Abade de Almoster, Freire Barbosa e muitos outros.

Bocage entra num período frenético de produção de versos que usa tanto para

se defender das críticas que fazem às suas “Rimas”. O padre Agostinho

chama-lhe “Sultão do Parnaso” e não lhe perdoa que ele tente “ditar a lei aos

seus colegas”. Mas para Bocage, se a Nova Arcádia nascera para promover a

guerra ao mau gosto, acabara ela própria por se tornar seu emblema. Corolário

lógico: Bocage é expulso. Epílogo: pouco depois, era a própria Arcádia que

fechava as portas.

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4- “A ASCENSÃO DE LUNARDI”

Ao contrário do que julgara, a expulsão da Nova Arcádia não belisca a sua

relação com os irmãos Bersane. Bocage continua a frequentar a sua casa e,

aos poucos e à vez, as camas das duas filhas de António, Vicência e Perpétua.

Bocage interessa-se particularmente por Vicência a quem dedica versos, sem

citar o seu nome. No entanto, num deles, fala dos seus amores por “Márcia”,

uma ficção pastoril mas tão real que faz desconfiar a mãe de Vicência. Bocage

sabe que, apesar de serem companheiros de boémia, ou sobretudo pelo facto

de o serem, Bersane nunca lhe dará a mão da filha. Bocage tem ciúmes

doentios dela que tenta apaziguar metendo-se na sua cama, e na cama da

irmã, sempre que pode e ameaçando de pancada os jovens mancebos que a

cortejam.

Numa noite chega a sair furioso de uma festa de Bersane, e sem pensar duas

vezes salta para um barco em que parte com pescadores para o Tejo. Bocage

passa a noite com eles a gabar-se das suas aventuras de alcova e elabora

versos despeitados e ordinários sobre as mulheres com quem se cruzou,

incluindo Vicência. Ao desembarcar, já de dia, encontra por acaso a mais

inacessível, para ele, de todas as mulheres: a Marquesa de Alorna que vem

receber alguns convidados de um barco acabado de chegar de França. A

Marquesa reconhece-o e convida-o a acompanhá-la e apresenta-lhe o

embaixador Derbault.

Bocage, numa época em que saber francês já era suspeito, começara a

trabalhar na tradução de “Eufemia” de monsieur D’Arnaud, para ganhar

dinheiro depois da sua saída na Nova Arcádia. Ao mesmo tempo, as Coroas de

Portugal e Espanha assinaram um tratado de auxílio mútuo contra a França, e

o Intendente Pina Manique recusou a entrada do embaixador Derbault

alegando irregularidades nas suas credenciais.

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Os tripulantes do navio francês, atracado defronte do Cais de Belém, vêm a

terra e entoam uma canção revolucionária pelas ruas. Inspirado pela tripulação

do navio, Bocage junta-se a alguns afrancesados e sobe a Calçada da Ajuda

para cantar debaixo das sacadas do Palácio, todos os domingos e dias santos,

na presença da Guarda Real: “Vive la Liberté!”.

É este clima agitado que o capitão Vicente Lunardi encontra quando chega a

Lisboa. O aeronauta italiano instala-se no Terreiro do Paço e começa a

construir um balão gigantesco, com o qual promete elevar-se nos ares. A

atenção de toda a cidade, incluindo Bocage e Pina Manique, concentra-se

então na missão de Lunardi.

O capitão afirma ter investido da sua algibeira 3300$500 reis, e estava disposto

a recuperar boa parte desse dinheiro vendendo bilhetes ao público para

assistirem à construção da fantástica aeronave. Lunardi espalha centenas de

cartazes por Lisboa, e tem o estaleiro sempre cheio de curiosos.

Pina Manique começa a desconfiar que Lunardi pretende adiar indefinidamente

a subida do seu balão, para facturar mais dinheiro na venda dos bilhetes, e

acaba por impôr um prazo para que o italiano ponha a sua máquina a

funcionar, de contrário será expulso e talvez preso. A rixa com o Intendente

aproxima ainda mais Bocage de Lunardi. O poeta encontra inspiração para os

seus poemas na vontade que o capitão tem de levantar voo. O poeta encontra

um qualquer tipo de simbologia naquele balão, relacionando com as “ideias

novas” vindas de França...

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5. “O ALMOCREVE DAS PETAS”

Em Setúbal, os tios, irmãos e primos de Bocage nomeiam procurador o

advogado Simão Ferreira para se opor à execução de penhora dos bens do

bacharel José Luis Soares de Barbosa, sob o argumento de que pertenceriam

aos herdeiros de Clara Francisca Lustoff du Bocage, já falecida, e não ao

executado, como alegava o Estado. O irmão de Bocage toma a iniciativa de

obter procuração de todos os interessados na preservação da herança do pai,

e consegue-o de todos, menos de Bocage. Desvendam-se as razões do

afastamento de Bocage da sua família, um caso mal resolvido de amores do

poeta por Maria Gertrudes, esposa actual do irmão (nas suas “Rimas”, Bocage

refere-se a ela como Gertrúria), na mesma altura que o seu pai era levado para

a prisão do Limoeiro, vítima de uma trama política.

Ao mesmo tempo que o passado regressa para assombrá-lo, Bocage depara-

se com uma situação que o deixa indignado: o poeta José Daniel Rodrigues da

Costa, cuja linha de actuação não diferia muito da linha de Domingos Caldas

(compunha modinhas), era o poeta mais popular de Lisboa. Estava sobre a

protecção de António Joaquim de Pina Manique, administrador da Alfândega

das Sete Casas, irmão e ajudante do Intendente. Nomeado administrador das

Quatro Portas da Cidade e ramo de Belém, por favorecimento político, José

Daniel levava uma vida folgada e tinha muito tempo para se dedicar aos

versos. Juntara-se à Nova Arcádia depois de Bocage sair, revelando os

primeiros indícios do que viria a ser uma aproximação efectiva do Intendente à

agremiação. Começa a publicar o Almocreve das Petas, obra em folheto que

saía sem periodicidade, mas em intervalos curtos, contando em versos casos

que aconteciam na cidade e que se ouviam à porta das boticas e botequins.

Como criticava os poetas que cultivavam a língua, Bocage irritou-se com José

Daniel, a quem chamou de “machucho poetarrão”.

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O Almocreve das Petas inunda botequins e casas de pasto, e a Gazeta de

Lisboa anuncia a sua publicação, ao mesmo tempo que Bocage começa a

traduzir do francês o primeiro volume do romance História de Gil Brás de

Santilhana, livro que Pina Manique considerara impróprio para a instrução da

mocidade. Inspirado por Rousseau, Bocage entendia que os homens não eram

maus por natureza, e que o pecado original não passava de uma “vã ficção”.

Meter-se directamente com o irmão do Intendente não ajuda à causa de

Bocage. Desligado da família, ostracizado pelos intelectuais, esquecido por

muitos amigos e desprezado pelas mulheres, Bocage invectiva tudo e todos,

dos “fradalhões” ao despotismo, elogia Napoleão e põe em causa alguns

dogmas da igreja. Pina Manique coloca Bocage sob a sua especial atenção.

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6. “A SOCIEDADE DA ROSA”

“Vive-se época perigosa e triste”, são as palavras de Pina Manique quando

recebe, por correio, três caricaturas que o ridicularizam. Para fazer frente à

Academia das Ciências do Duque de Lafões, Pina Manique inicia uma cruzada

contra os partidários das “ideias do século”.

A tradução que Bocage fizera de Eufemia está à venda por 200 reis na loja da

Gazeta, na Viúva Bertrand, e na do francês João André Dubié, exactamente o

mesmo livreiro que havia sido preso várias vezes por vender livros incendiários.

O livreiro Diogo Borel é suspeito de ter mandado imprimir 12 mil volumes da

“Constituição Francesa” em português e outros 12 mil da “Folhinha do Pai

Gerardo”, livro que, segundo Pina Manique, trazia “doutrinas erróneas e

sedições”. Com todos estes livreiros Bocage tem relações, o que o faz ficar

cada vez mais mal visto aos olhos do Intendente.

Até ao final de 1796, Bocage continuava à margem da aproximação de Pina

Manique aos poetas e intelectuais. Num reencontro fugaz que tem com

Bocage, Macedo vangloria-se de ter saído vitorioso da “Guerra dos Vates” –

afinal, antes ainda de obter o breve da secularização, gozava desde 1793 das

honras de pregador da Real Capela.

Por intermédio do seu amigo Pedro José Solano, teólogo, poeta e acusado

publicamente por Macedo de ser um pedreiro-livre, Bocage acaba por

pertencer, ainda que por pouco tempo a uma loja maçónica, ao mesmo tempo

que, para impressionar a Marquesa de Alorna, que tanto admira, se filia na

Sociedade da Rosa, associação criada pela Marquesa com o fim de combater

as sociedades maçónicas e as ideias da Revolução Francesa. A Marquesa de

Alorna odeia maçonaria e detesta jacobinos porque tem sempre presente as

cenas de horror que presenciou em Paris e Marselha, onde esteve na época de

terror da Revolução Francesa.

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A trama política adensa-se: Pina Manique, com o propósito de comprometer a

antiga aristocracia, faz o príncipe crer que se tramava uma conspiração,

promovida pelos governos francês e espanhol, para o derrubar e promover a

princesa Carlota Joaquina regente do reino.

Indiferente a isto, ao frequentar a casa do amigo Pedro José Solano, Bocage

conhece a sua irmã, Maria Margarida, mulher de muita educação literária e

beleza, que cativa imediatamente o poeta. O pai de Maria Margarida, o

cirurgião Manuel Constâncio, conhece os versos em que Bocage se referia aos

médicos como “antiga peste do género humano”, e não o tem em grande conta.

Quando percebe que a sua filha se está a apaixonar por ele, Manuel

Constâncio resolve agir.

Uma denúncia anónima chega à sede da Intendência Geral de Polícia, dizendo

que Bocage era não só autor de alguns papéis subversivos que, nos últimos

tempos, se tinham espalhado pela Corte e Reino, bem como de ser

“desordenado nos costumes”, a ponto de não cumprir as obrigações da religião

católica e nem sequer satisfazer ao preceito que obrigava qualquer súbdito a ir

“todos os anos buscar os sacramentos da penitência e eucaristia à freguesia

onde vive”. O Intendente manda prender Bocage.

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7. “O POETA CENSURADO”

Bocage é avisado de que os esbirros de Pina Manique estão atrás de si. O

poeta, a morar num andar da Praça da Alegria na companhia do amigo André

da Ponte de Quental, cadete do Regimento da Armada (e que seria avô de

Antero de Quental), prepara-se para escapar rumo ao Brasil (Bahia) a bordo da

corveta Aviso. Quando o juíz de crime do bairro do Andaluz e os seus homens

chegam ao andar da Praça da Alegria, só se deparam com André da Ponte, a

quem prendem, e encontram no local um texto de Bocage intitulado “Verdades

duras”, onde o poeta descrevia o horror que sentira ao testemunhar o

enforcamento de um homem condenado por Pina Manique.

É apanhado. No dia 7 de Agosto, Bocage dá entrada da prisão do Limoeiro,

depois de ser preso pelo juíz de crime do bairro da Rua Nova. Para o

Intendente, a tentativa de fuga só servia para fornecer ainda mais claros

indícios de que o acusado era mesmo culpado de todos os delitos de que havia

sido denunciado e de ser autor de “papéis ímpios, sediciosos e críticos”.

No Limoeiro, Bocage é conduzido ao segredo, nome que se dá à casa forte e

onde são metidos os presos indisciplinados. O segredo do Limoeiro fica nos

subterrâneos do edifício sob o corredor que dá para a antiga prisão do

carrasco. Bocage suporta agora aquilo que o pai sofrera 26 anos antes, e

começa a colocar no papel tudo o que passa na sua alma atormentada.

Quando recebe a notícia de que o seu amigo, André da Ponte, também foi

preso, por sua causa, escreve-lhe alguns versos.

Na prisão, desesperado, Bocage tenta obter o favorecimento de conhecidos

ilustres, como a Marquesa de Alorna, José Seabra da Silva, ministro do Reino,

que conhecera as agruras do cárcere na mesma altura que seu pai, mas sem

sucesso. Ao juiz do Crime do bairro do Andaluz, Inácio José de Morais, o

responsável directo pela sua detenção, Bocage tece rasgados elogios em

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sonetos de homenagem, tentando ganhar a simpatia do juiz, mas também sem

sucesso.

A verdade é que todos eles acabam por ser, de uma maneira ou de outra,

conquistados pelo poeta, e todos tentam convencer Pina Manique a libertá-lo.

Mas o Intendente não cede a pressões, e não deixa de manter Bocage na

prisão. Primeiro tinha de ter a certeza de que Bocage se “reeducara”... Em

Dezembro de 1797, Bocage é transferido, a pedido de Pina Manique, para o

cárcere da Inquisição de Lisboa, no Palácio dos Estaus, no Rossio. Lá, é

submetido ao interrogatório de praxe, acusado de “compor obras heréticas”.

Meses depois, Bocage é finalmente dado como “confesso”, e transferido para o

Convento de São Bento da Saúde. Embora privado da sua liberdade, Bocage

encontra no mosteiro consolo dos tormentos sofridos na prisão do Limoeiro, e

no cárcere de Inquisição. O convento é grande, e das suas janelas pode ver o

Tejo. Encontra, além de boas refeições, livros importantes e interlocutores

cultos entre os beneditinos. Apesar de continuar a resistir aos dogmas da

religião católica, encontra ali paz e silêncio para longos períodos de reflexão,

quebrados apenas por algumas escapadelas que promove junto com Silva de

Oliveira Rolim para visitas proibidas aos botequins da cidade.

Bocage, apesar de preso pela Inquisição, começa a gozar de cada vez mais

prestígio público, e a ser bem visto pelo poder; os elogios que o poeta dedica

“aos faustíssimos anos do sereníssimo príncipe regente de Portugal chega a

ser recitado, a 13 de Maio de 1799, no Teatro do Salitre. Elogios deste tipo são

escritos pelo poeta com o intuito de “comprar” a sua liberdade.

Por insistência de José de Seabra Silva, Pina Manique acaba por permitir que

Bocage saia do convento, mas não ainda para a liberdade, ainda tinha mais um

passo a dar para a sua “reeducação”. Numa carta enviada ao corregedor do

bairro dos Remolares, o Intendente determina que Bocage fique recluso no

Real Hospício das Necessidades.

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8. “A PENA DE TALIÃO”

Nove meses depois da sua entrada, Bocage abandona o Hospício e encontra

trabalho na Oficina Tipográfica, Calcográfica, Tipoplástica e Literária do Arco

do Cego. Em troca de traduções, revisões de provas, e aperfeiçoamento de

textos alheios, Bocage recebia o suficiente (24 mil reis mensais) para garantir o

pagamento de um ano de aluguer de um andar no Bairro Alto.

Entusiasmado pelo sucesso que o segundo volume de Rimas atinge, o

impressor Simão Tadeu Ferreira apresenta à Real Mesa da Comissão Geral

sobre o Exame e a Censura de livros pedido de licença para republicar o

primeiro tomo do Rimas. O volume acaba por cair nas mãos do censor

Francisco Xavier de Oliveira. A decisão de Bocage de subtrair algumas peças

publicadas na edição anterior e substituí-las por outras mais recentes fazem o

poeta entrar em polémica com o funcionário régio. O erotismo de alguns

sonetos – inadmissível na poesia dos arcades agora sob a alçada do

Intendente, mas marca registada do pré-romantismo de Bocage – acabou por

ser mal recebido pela Real Mesa de Censura. Bocage defende-se, dizendo que

na Ilha dos Amores, nos Lusíadas de Camões, há mais nudez e mais

indecência. De todas as objecções da Real Mesa, a uma Bocage não cedeu: a

de trocar a palavra “duro” quando se referia num soneto ao tribunal que o atirou

para a prisão do Limoeiro. Depois de um braço de ferro, a censura acaba por

permitir que a obra seja enfim publicada.

Ao mesmo tempo, em França, o general Napoleão Bonaparte toma conta do

poder em França, e começa a pressionar cada vez mais Carlos IV, rei de

Espanha e sogro do príncipe D. João, com o objectivo de isolar e aniquilar

Portugal, que insistia em manter-se fiel a Inglaterra.

Neste ambiente politicamente conturbado, Bocage parece ter definitivamente

deixado para trás a sua vida dissoluta de tardes e noites perdidas em

bebedeiras no Rossio. Enquanto as suas publicações anteriores à sua prisão,

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em 1797, circulam clandestinamente de mão em mão por todo o Reino, Bocage

parece cada vez mais adaptado à situação de áulico do regime, até porque não

tinha outra hipótese: o contrário significava voltar para os calabouços.

Lisboa, no final de 1801, vive um dos seus Invernos mais rigorosos. Bocage

parece aos olhos do poder tão regenerado que o Intendente Pina Manique o

convida a participar de uma festa no Teatro de São Carlos. Mesmo doente, e

incapaz de sair da sua casa, o Intendente cuidou de tudo: não houve cobrança

de ingressos, mas a plateia foi escolhida a dedo: estavam presentes o príncipe

regente com D. Carlota Joaquina.

Habituado a desfrutar praticamente sozinho das atenções dos poderosos, já

que Bocage sempre fora visto como inimigo do regime, Agostinho Macedo não

suportou ter de dividir a condição de poeta favorito da Corte com Bocage.

Feroz defensor do trono e do altar, Macedo representa o próprio movimento

contrário ao das Luzes. Ao mesmo tempo, Bocage começa a radicalizar a sua

opção em favor dos ideiais iluministas, a ponto de se tornar uma das maiores,

senão a maior, do Iluminismo português. Os dois antigos amigos envolvem-se

novamente numa disputa literária. Agastado com os constantes ataques de

Macedo, Bocage regressa anos depois ao Aguilheiro dos Sábios, no Botequim

das Parras, para escrever de um fôlego a sátira “Pena de Talião”, em vésperas

da sua morte...

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Bocage - Equipa Artística Bocage Miguel Guilherme

Nise Carla Bolito

Intendente Pina Manique Henrique Viana

Condessa Oyenhausen Margarida Marinho

José Pedro das Luminárias João Saboga

Padre Agostinho Macedo Manuel João Vieira

Cecília Bersane Mª João Luís

José David Bruno Bravo

António Bersane Fernando Luís

José Bersane João Vaz

Mantegui Anabela Teixeira

Mª Vicência Diana Costa e Silva

Ana Perpétua Filomena Cautela

Lunardi Rui Reininho

Padre Domingos Caldas Raul de Orofino

Pichelim Carlos Paca

Conde Pombeiro Filipe Crawford

Manuel Constâncio Filipe Ferrer

Duque de Lafões Rui Morrison

Diogo Borel João Didelet

Curvo Semedo Paulo Filipe Monteiro

Rainha D. Maria I Mª Emília Correia

Ana de Jesus Maria Sandra Faleiro

Joaquim Bingre Alvaró Correia

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Padre Manuel Abreu e Lima Augusto Portela

Mª Francisca Patrícia Galiano

Toineta Antónia Terrinha

André da Ponte Dinarte Branco

Príncipe D. João André Gomes

Pedro José Solano Miguel Romeira

Maria Margarida Margarida Miranda

Pirré Carlos António

Gil Francisco Álvaro Faria

William Beckford Filipe Cary

Cambeiras João Pedro Benárd

Chicarro José Lopes

Resina Adelino Tavares

Baltazar Teófilo Pedro Lacerda

José Daniel Francisco Nascimento

Superior Padre Damião José Manuel Mendes

Juiz Inácio José Francisco Pestana

Frei Mariano João Ricardo

Velha do Rossio Teresa Madruga

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Bocage – Ficha Técnica Realizador Fernando Vendrell Directora de Produção Patrícia Almeida Chefe de Produção Ivo Moura Alves Coordenador de Produção Alberto Cardoso Director de Fotografia José António Loureiro Director de Som José Barahona ECORAÇÃO | GR Chefe Decoração Fernando Areal Aderecista Jorge Silva Chefe Guarda Roupa Silvia Grabowski Chefe Maquilhagem Sandra Pinto Chefe Cabelos Marian de Graef LECTRICISTA | GRUPISTA Chefe Iluminador / Controlador de Imagem Helder Loureiro MAQUINARIA Chefe Maquinista Afredo Ramalho (Alchê) Conceito Produções Fictícias e Fernando Vendrell Guião: Mário Botequilha e Filipe Homem Fonseca