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Esta é a melhor época do ano para observaros maiores felinos brasileiros no Pantanal
Em busca da onça
PARCEIRAS:
BOLA NO CHÃO
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Estrelas das seleções de vôlei, Serginho, Sheilla e Bruninho vão com tudo para as quadras
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LUZ, CÂMERA, EDUCAÇÃOPOR ALEXANDRE MAKHLOUF FOTOS JORGE LEPESTEUR
Primeira plataforma de educação on-line no Brasil a seguir o modelo de assinatura, a eduK modernizou o mercado de ensino a distância
e espera faturar R$ 50 milhões até o fi m deste ano
Os sócios Eduardo e Robson em um dos dez estúdios da eduK, em São Paulo
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A receita do dia começa a ser preparada, registrada por seis câmeras. Na cozinha montada no estúdio, além da chef, um apresentador encarregado de transmitir as perguntas do público e uma pequena plateia. Do lado de fora, uma equipe cuida da transmissão ao vivo, que tem audiên-cia de quase 30 mil pessoas. A cena, que poderia muito bem ser de um programa da tarde na TV aberta, retrata a gravação de um dos mais de 850 cursos on-line da eduK, empresa fundada em 2013 por Eduardo Lima e Robson Catalan.
A diferença é que, na maior platafor-ma de ensino a distância do Brasil, mais do que se dedicar a um hobby, os alunos sonham com uma nova profi ssão. “Nossa missão é fazê-los acreditar que podem mudar de vida e ganhar dinheiro se inves-tirem em suas paixões”, conta Eduardo. “A maioria dos nossos usuários quer se reinventar e aumentar seu conhecimento no assunto escolhido para começar uma carreira diferente”, completa ele.
O caminho parece estar dando certo. Em 2015, a empresa foi apontada pela revista FastCompany como a mais ino-vadora do Brasil e segunda da América Latina. No mesmo ano, o faturamento foi de R$ 40 milhões, o dobro de 2014 – agora, a previsão é de R$ 50 milhões.
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“NOSSOS USUÁRIOS QUEREM SE REINVENTAR E COMEÇAR UMA
CARREIRA DIFERENTE”EDUARDO LIMA,SÓCIO DA EDUK
Em sentido horário, a partir da foto ao lado: Eduardo e Robson
ainda na sede da Buzzero, em 2011; com amigos na festa
de formatura da faculdade, em 2004; a ilha de edição da
empresa; e os sócios no dia que assinaram contrato com
Bernardinho, em 2013
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Tudo começou em 2007, quando Edu-ardo e Robson, que se conheceram na fa-culdade de engenharia da PUC-Minas, se reencontraram no casamento de um amigo. Na época, Eduardo trabalhava na indústria siderúrgica e Robson, típico empreendedor, já tinha se aventurado com uma loja de piscinas e uma fábrica de cadernos. Começaram com um e- commerce de produtos eletrônicos, a Obabox, antes de migrar para o mercado de educação com o Buzzero, portal em que usuários postavam seus textos, vídeos ou apresentações de PowerPoint e defi niam um preço pelo material. Foi aí que perceberam uma lacuna no mercado para cursos livres e começa-ram a adaptar o formato da Buzzero para oferecer aulas em vídeo. “Os alunos pediam esse tipo de material e notamos uma necessidade de ter curadoria, por-que qualidade é fundamental quando se fala em educação”, explica Robson. Tudo para minimizar o preconceito que existia com ensino a distância, regula-mentado no país desde 1996.
“Muita gente ainda considera o ensino à distância inferior à escola tradicional. O brasileiro tem um fetiche por certifi ca-ção e a cabeça fechada quando o assunto é estudar”, reforça Alexandre Sayad,
educador e diretor do Media Education Lab (MEL), organização que implementa projetos inovadores em educação. Ainda assim, a Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed) indica que o número de matrículas em graduação e pós-gradu-ação a distância dobra de tamanho desde 2011. Em 2014, 80% das inscrições reali-zadas foram nessa área, que não precisam de aprovação do Ministério da Educação. “Com o aumento do acesso à internet banda larga, esse é o setor que mais cresce em educação”, completa Alexandre.
Em 2013, o projeto da eduK chamou a atenção da Monashees Capitals, fundo de capital de risco em São Paulo, e da Felicis Ventures, do Vale do Silício. O chamariz foi a história de uma empreendedora que tinha mudado de vida ao assistir o primei-ro curso teste da eduK (veja um exemplo desses na pág. 148). Com um investimen-to de US$ 2 milhões acordado, faltava apenas um ingrediente para a startup deslanchar: um rosto conhecido para dar credibilidade ao negócio. O nome de Ber-nardinho, técnico da seleção brasileira de vôlei, teve aprovação unânime. “Ele fala sobre a importância de se preparar para
vencer. Era o discurso de quea gente precisava”, explica Robson.
Acertar a sociedade foi um golaço – ou um ace, para honrar o técnico. “Pro-mover o acesso à educação e transfor-mar a vida das pessoas para que elas vivam da sua paixão me fez acreditar na eduK”, conta Bernardinho.
Código abertoSegundo Luciano Sathler, diretor da Abed e da área de EAD da Universida-de Metodista de São Paulo, continuar estudando depois do ensino formal é uma tendência mundial. “Isso vale tanto para quem quer seguir no currí-culo tradicional, com pós-graduações e MBAs, mas também fazer cursos livres, de assuntos diversos”, explica.
Com isso em mente, Eduardo e Robson defi niram as categorias oferecidas pela eduK: artesanato, gastronomia, moda, be-leza, fotografi a, empreendedorismo e de-sign. Para escolher o formato, levaram em conta um obstáculo: “A impessoalidade era um problema. Fazer um curso on-line é uma experiência solitária”, conta Rob-son, com a experiência de quem concluiu
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parte de sua pós-graduação, na Fundação Getúlio Vargas (FGV), a distância. Daí a ideia de ter, entre os professores, nomes conhecidos, como a culinarista Palmiri-nha Onofre, o cabeleireiro Celso Kamura, o fotógrafo J. R. Duran, além do próprio Bernardinho. “Por meio das minhas aulas na eduK, pessoas do Brasil todo podem aprender a fazer doces e acompanhar meu trabalho”, conta a chef Carole Crema, dona do La Vie en Douce, sofi sticada doceria da capital paulista e jurada do reality show Que seja doce, do GNT.
Outro diferencial da eduK é produzir seu conteúdo em alta defi nição, com qualidade de televisão, e transmiti-lo ao vivo durante a gravação. O mediador, que acompanha o passo a passo no estúdio, lê as perguntas do público possibilitando sua interação. Para assistir às transmis-sões ao vivo, não é preciso pagar nada.
Para isso, foi preciso construir dez estúdios na sede da eduK, que ocupa uma área de três mil metros quadrados no Panamby, em São Paulo, e apostar
em servidores e banda larga de altíssi-ma velocidade. “O que levou a empresa além foi a execução primorosa e a capa-cidade de adaptação, sempre gerando cursos atuais. Por não precisarem de certifi cação, eles podem desenvolver conteúdos na medida que o mercado demanda”, diz Bob Wollheim, fundador do youPIX, maior festival de cultura de internet do Brasil, e diretor da área digital do Grupo ABC. “O modelo não é novo nem foi o primeiro no Brasil, mas o Google também não foi o primeiro buscador, nem o Facebook a primeira rede social. Sai na frente quem entrega o que o público precisa”, completa.
Netfl ix da educaçãoPara seguir crescendo, os sócios subs-tituíram o pagamento por curso por um modelo de assinaturas, como a Netfl ix faz com fi lmes e séries e o Spotify, com músicas. Hoje, por R$ 19,90 ao mês, o usuário tem acesso a todo o material de determinada categoria; por R$ 24,90,
Ao lado, estúdio pronto para a gravação das aulas de moda; e, abaixo, a chef Carole Crema durante seu curso de tortas
FERMENTOComo um curso da eduK se transformou em uma promissora casa de doces
Ao perder o emprego em 2012, a advogada Damaris Macedo não imaginou que estava prestes a mudar de vida. Com bastante tem-po livre, acessou a plataforma da eduK e se inscreveu em cursos de confeitaria, uma paixão antiga. “Minha tia tem um bufê e estava acostumada a ajudá-la”, conta. De-pois de estudar, conseguiu um em-préstimo para abrir as portas da Divino Doces Finos em São Paulo. No ano passado, quando o fatura-mento da casa de bolos especia-lizada em casamentos atingiu os R$ 780 mil, o marido, Cristiano, abandonou o emprego de mais de 18 anos para administrar o sonho de Damaris. “Estamos 20% acima da meta de crescimento para este ano”, comemora a empresária, que já planeja abrir fi liais da confeitaria.
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de duas categorias; e, por R$ 29,90, a todos os vídeos – mais de 8 mil horas de conteúdo. Desde agosto do ano passado, quando o sistema entrou em vigor, mais de 120 mil alunos assinaram a platafor-ma. “Os serviços de assinatura estão em alta porque oferecem um combo ainda escasso no Brasil: produto de qualidade com bom preço e acessível de qualquer lugar”, explica Bob Wollheim.
A meta agora é expandir a rede para a América Latina: a eduK já oferece con-teúdo em espanhol e funciona no México, mas ainda no esquema antigo. “A empresa segue um modelo de sucesso, mas que ainda não está 100% consolidado. É pre-ciso continuar monitorando o mercado e adaptar o serviço conforme o público necessitar”, diz Alexandre Sayad. No Bra-sil, segundo a Abed, o mercado de ensino a distância deve dobrar até 2019. Por isso, manter a meta de lançar três novos cur-sos por semana também está nos planos, assim como aumentar sua presença no mercado de smarTVs – hoje, o conteúdo da eduK só está disponível nos aparelhos da Samsung. “Os alunos que ainda não ganham dinheiro com os cursos querem começar a ganhar. Vamos continuar tra-balhando para isso”, fi naliza Robson.
EDUK EM NÚMEROS
Previsão de R$ 50 milhões de faturamento este ano
200 horas de conteúdo ao vivo todo mês, com cerca de 30 mil espectadores a cada transmissão
Mais de 400 professores nas 8 categorias disponíveis
Mais de 8 mil horas de conteúdo em 850 cursos diferentes
Mais de 120 mil assinantes ativos até junho deste ano
140 funcionários
10 estúdios para produzir os vídeos
2,5 milhões de fãs no Facebook
O SERVIÇO NÃO É NOVO, MAS SAI NA FRENTE QUEM SABE ENTREGAR O QUE O PÚBLICO PRECISA”BOB WOLLHEIM, DIRETOR DA ÁREA DIGITAL DO GRUPO ABC
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