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Boletim 104 Final - ABRASCOO Boletim também destaca as eleições de 2010, com especial ênfase na sucessão presidencial e de governadores, que opor-tunizam o debate com os candidatos

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2 Abrasco Julho 2010

É com enorme satisfação quedivulgamos mais um númerode nosso Boletim, destacando

a grande quantidade de realizaçõesda ABRASCO. Neste sentido, fazemos umespecial agradecimento a Álvaro Matida,ex-secretário executivo da ABRASCO, porsua dedicação e compromisso exemplarao logo de doze anos com nossaentidade e o campo da Saúde Coletiva.Matida, hoje exercendo funçõesrelevantes no âmbito da saúdeinternacional, continua sendo fonte deinspiração e motivação para toda amilitância da ABRASCO. Ao mesmotempo, aproveitamos para dar as boasvindas a Carlos Silva, atual secretárioexecutivo da ABRASCO, que tem nosbrindado com a ex-celência de seu trabalhoe um grande exemplo dehumanidade e sabedoria.

Entre tantas ativi-dades, este númeroapresenta e antecipa osucesso do I CongressoBrasileiro de Política,Planejamento e Gestãoem Saúde, promovidopela ABRASCO em parceria com oInstituto de Saúde Coletiva daUniversidade Federal da Bahia, quecomemorará os 15 anos de sua criação.Com o apoio da Secretaria Estadual deSaúde da Bahia e do Ministério daSaúde, o evento ocorrerá no Centro deConvenções de Salvador, de 24 a 26 deagosto de 2010. O tema Caminhos eDescaminhos da Política de SaúdeBrasileira oportunizará à academia,gestores públicos, políticos e à sociedadeum balanço dos alcances e a definiçãode novos rumos para a Saúde Coletivaem nosso país.

De 03 a 04 de maio de 2010 ocorreuem São Paulo, na Faculdade de SaúdePública da USP, mais uma reunião doFórum de Coordenadores de PósGraduação em Saúde Coletiva. A partirda apresentação da pesquisa sobreos Programas de Saúde Coletiva,coordenada por Cecília Minayo, a

reunião oportunizou um rico debatesobre as perspectivas do campo no país.Dentre os encaminhamentos para aqualificação do ensino e pesquisa naPós-Graduação em Saúde Coletivadestacam-se a necessidade de ampliara oferta de bolsas, editais, recursosfinanceiros e incentivos aos Programasfrente à enorme capacidade de repostada Saúde Coletiva brasileira. Hánecessidade também de garantir linhasde financiamento estáveis e sustentáveispara a divulgação do conhecimento equalificação das revistas da ABRASCO ede instituições de pesquisa. Destamaneira será possível reforçar a posiçãodos periódicos brasileiros em SaúdeColetiva no QUALIS periódico da CAPES.

Igualmente defende-se a ampliação debolsas de produtividade para pes-quisadores de Saúde Coletiva e aatualização da taxonomia do CNPqpara o campo, que especifica a áreade Epidemiologia, mas exclui as Ciên-cias Sociais e Humanas em Saúde e aPolí t ica, Planejamento e Gestãoem Saúde.

Ao defender uma forte conexãoentre produção científica, educação epráticas sociais, desejamos que aprodução do conhecimento em SaúdeColetiva subsidie cada vez mais aformação técnica e acadêmica e atomada de decisão polít ica, pro-fissional e científica. Estas e outraspropostas igualmente relevantesintegrarão as contribuições da ABRASCO

para a melhoria da avaliação trienal epara o novo Plano Nacional de Pós-Graduação 2010-2020 da CAPES.

Este número do Boletim apresenta

a Rede de Pesquisa em AtençãoPrimária em Saúde (APS), umaparceria da ABRASCO com o Ministérioda Saúde, através do Departamento deAtenção Básica, lançada durante o VSeminário Internacional em APS,realizado no Rio de Janeiro em marçode 2010. Inovadora em seu formato,a Rede opor tuniza o acesso aoconhecimento em APS e o intercâmbioentre pesquisadores, gestores, tra-balhadores de saúde, controle social epopulação. A Rede também pretendepromover a utilização dos resultadosdas pesquisas na gestão da APS.

O Boletim também destaca aseleições de 2010, com especial ênfasena sucessão presidencial e de

governadores, que opor-tunizam o debate com oscandidatos em favor dofortalecimento e da qua-lif icação do SUS e daSaúde Coletiva. Nestecontexto, a ABRASCO

reafirma sua pluralidadee independência departidos políticos, mastambém sua determi-

nação histórica em favor da con-solidação do SUS e contra as ini-quidades sociais em saúde.

Após 22 anos de criação o SUSenfrenta ameaças de graves retro-cessos. O subfinanciamento e asineficiências reduzem o impacto doSUS na si tuação de saúde e naqualidade de vida da população. Aautorização da Justiça para a cobrançapor instituições privadas contratadaspelo SUS da chamada “diferença declasse” golpeia os preceitos éticos deuniversalidade, equidade e integra-lidade. Tal decisão reforça as injustiçassociais em nosso país, ao garantir aosmais ricos a riqueza e deixando aosmais pobres as mazelas da pobreza.

Neste número a ABRASCO tambémpresta uma homenagem a LuizRoberto Barradas Barata, militante doSUS e da reforma sanitária e SecretárioEstadual de Saúde de São Paulo,falecido recentemente.

“(...) desejamos que a produção do

conhecimento em Saúde Coletiva subsidie

cada vez mais a formação técnica e

acadêmica e a tomada de decisão política,

profissional e científica”

editorial

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3 Julho 2010 Abrasco

ABRASCO tem novo Secretário Executivo

Desde o último mês de março aABRASCO conta com um novoSecretário Executivo, o gestor e

pesquisador Carlos dos Santos Silva. Amudança aconteceu a raiz da saída do exSecretário, Álvaro Matida, que deixou aAssociação depois de 12 anos para assumirum posto no Centro de Relações Inter-nacionais em Saúde da Fundação OswaldoCruz (CRIS/FIOCRUZ). “Quero expressar atodos minha enorme gratidão, a trajetóriana Secretaria foi uma verdadeira escola.Saio confiante de que, ao longo dospróximos anos, poderemos seguir apoiandoe garantindo visibilidade e nos compro-metendo com mudanças às questõesurgentes de tornam a Saude Coletiva umaarena em construção”, afirmou em suamensagem de despedida.

Formado em Medicina e com mestradoem Pediatria, sob orientação de Victor Valla,ambos obtidos na UFF, Carlos Silva cursaatualmente o doutorado em Saúde Públicana ENSP/FIOCRUZ. A tese, orientada porRegina Bodstein, tem como tema “Promo-ção da Saúde na Escola: modelos teóricose desafios da intersetorialidade nomunicípio do Rio de Janeiro”.

Além da carreira acadêmica bem-sucedida, Carlos Silva também possuiuma longa experiência como gestorpúblico, tendo sido responsável pelosprogramas de Saúde Escolar da SecretariaMunicipal de Saúde do Rio de Janeirodurante 18 anos. “A minha caminhada naSaúde Pública está muito ligada à áreade educação”, afirmou, lembrando quea clinica pediátrica não respondia a ques-tões relacionadas à saúde na escola quechegavam aos ambulatórios e consultório.Assim, procurou no mestrado algumasrespostas e se aproximou mais do trabalhocom as comunidades e escolas do ensinofundamental no sentido de melhor identificaras interrelações entre a saúde e a educação.O convite para trabalhar no âmbito da gestãocentral da SMS/RJ surgiu quando chefiavaa coordenação de programas de saúde emum Posto de Saúde na Zona Oeste do Rio.Durante esses anos também prestou serviçose coordenou projetos para a UNESCO, aOPAS/OMS e Ministério da Saúde.

Abrasco participa

Os contatos com a ABRASCO foramfortalecidos durante o doutorado, ao rece-ber o convite para integrar a coordenaçãodo Projeto de âmbito nacional “Ações Interse-toriais para a Saúde: Promoção da Saúdecomo uma estratégia para o Desenvol-vimento Local (AIPS)”, da ENSP e daABRASCO. O projeto teve três anos de duraçãoe seu objetivo era expandir os conceitos epráticas de promoção da saúde como parteda estratégia nacional de redução das iniqui-dades sociais e a expansão da cidadania comdesenvolvimento local sustentável. Seislocais foram selecionadas em todo o paíspara participar da pesquisa: Manguinhos(RJ); Goiânia (GO), Barra de Guabiraba(PE), Curitiba (PR), Campinas (SP) e So-bral (CE). Nesse período, o envolvimentocom a Associação foi intensificado quandoCarlos passou a integrar também o GT dePromoção da Saúde da ABRASCO.

Para o pesquisador, o convite para serSecretário Executivo foi uma surpresa erepresentou um desafio rico e instigante, poisassumiu o posto em um momento degrandes perspectivas com a posse da novadiretoria da ABRASCO. “A equipe que encontreina Secretaria Executiva é muito atuante eagradeço a todos a receptividade, espe-cialmente a Margareth Pessanha, SecretáriaExecutiva Adjunta, cuja colaboração eexperiência, sem dúvidas, qualificam nossosresultados” ressalta Carlos.

Internamente, o trabalho empreendidopelo novo Secretário e a Diretoria, envolveuma análise dos principais aspectos que

precisam ser fortalecidos e a identificação doque precisa mudar na Associação. “Estamostrabalhando nos pontos de fragilidade narelação com os associados, com e entre osGrupos Temáticos, Comissões e com o Fó-rum de Saúde Coletiva. No caso dos GT´s eComissões em particular, desejamos respeitaras especificidades de cada um, e pautar comeles a importância de um processo deatividades integradas que de formaharmônica contribua para o fortalecimentoe o crescimento institucional da ABRASCO,como um todo” afirmou.

Para Carlos, é importante fortalecer tam-bém a interação da ABRASCO com os seusassociados, a comunidade de Saúde Cole-tiva e a sociedade civil. Neste ano eleitoral,sobretudo, importa pautar as questões desaúde no panorama político nacional. “Umaestratégia é a realização do I Congresso Bra-sileiro de Políticas, Planejamento e Gestãoem Saúde, que convida a esse debate e apensar os caminhos e descaminhos da políticade saúde brasileira”, pondera.

Ao mesmo tempo, há o desafio de apre-sentar, criar e repensar os produtos e novosmodelos de eventos para a ABRASCO. “Aintensa capacidade de mobilização daAssociação resulta hoje em encontros quechegam a congregar até dez mil pes-soas e isso exige pensarmos formatosdiferentes de atender a esse público e acomunidade de Saúde Coletiva em termosde propiciar melhores espaços, tecnologias einterações que garantam o debate e priorizema reflexão e o conhecimento”, explicou Carlos.

Finalmente, o novo Secretário afirmouque sua maior expectativa é conseguir que aSecretaria Executiva ofereça o suportenecessário aos empreendimentos e inovaçõesda diretoria, do conselho e dos associados,em diferentes frentes que valorizem a SaúdeColetiva “No plano pessoal, continuareiminha trajetória na área de saúde na escolaprocurando links dentro dessa nova iden-tidade que assumo agora e, como associado,mantendo o vínculo com o GT de Promoçãoda Saúde e integrando, por exemplo, a recém-constituída Rede de Pesquisas em AtençãoPrimária à Saúde, uma parceria da ABRASCO

com o Departamento de Atenção Básica doMinistério da Saúde “ conclui.

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4 Abrasco Julho 2010

Maria Cecília de Souza Minayo

Projeto de Avaliação revela o amadurecimentotécnico-científico na área da Saúde Coletiva

O projeto “Avaliação da pós-graduação na área de Saúde Coletiva sob a perspectiva dos atores, dacultura, das tendências e das várias formas de

expressão acadêmica” teve como objetivo promover umaavaliação que fosse complementar à realizada pela Capes,abordando aspectos que constituem o escopo da ABRASCO

enquanto associação que monitora, acompanha e promoveo crescimento da pós-graduação da área de Saúde Coletiva,do ponto de vista epistemológico, dos conteúdos daformação e dos processos de inovação para aimplementação do SUS. A pesquisa, realizada nos anos2008 e 2009 com financiamento do CNPq, teve comocoordenadora geral a socióloga Maria Cecília de SouzaMinayo, ex-presidente da ABRASCO, editora Científica darevista Ciência & Saúde Coletiva, membro do conselhoeditorial de vários outros periódicos científicos ecoordenadora do Centro Latino-Americano de Estudos de

Violência e Saúde JorgeCareli na Escola Nacionalde Saúde Pública SergioArouca (CLAVES/ENSP).

Na entrevista concedidaao Boletim da ABRASCO,Cecília Minayo comenta osprincipais aspectos doprojeto e as mudanças napós-graduação no período1994-2009.

Abrasco: Como surgiua proposta do projeto equal foi o papel desem-penhado pela ABRASCO?

Minayo: O projeto deavaliação da Pós-Gra-duação em Saúde Coletivaconstituiu uma continui-

dade em relação a uma primeira avaliação realizada entre1994-1997 também por iniciativa da ABRASCO. A pesquisafoi uma decisão da diretoria presidida pelo Dr. José daRocha Carvalheiro, com o intuito de propiciar informaçõesque pudessem melhorar a gestão dos programas, nosseguintes temas: maior clareza quanto ao campo da SaúdeColetiva; a dinâmica das disciplinas e organização doscurrículos; a demanda de estudantes pelos cursos; o perfildo corpo docente e do corpo discente; a produtividade dosprogramas vista através das publicações em revistas e da

divulgação nos Congressos; o grau de internacionalizaçãodos programas; e análises específicas sobre a produção naárea de epidemiologia e ciências sociais. Houve algunstemas tratados transversalmente: o impacto da Pós-Graduação na construção do SUS; a transformação doconhecimento em práticas no Sistema; os desafios daformação inter e transdisciplinar; a apropriação pela áreados avanços do conhecimento biomédico e das novaslinguagens metodológicas.

Cabe resaltar que todo o trabalho foi realizadocoletivamente e contou com a participação de importantesdocentes e pesquisadores de nossa área como EverardoNunes, Moisés Goldbaum, Paulete Goldemberg, MaraHelena Gomes, Madel Luz, Francisco Viacava, Maria HelenaMendonça, Virgínia Hortale, Maria Andrea Loyola, MarilenaCorrea, Cristina Guilam, Silvana Rubano e um conjunto decolaboradores das várias instituições envolvidas. Esseprojeto foi integralmente apoiado pelo CNPq dentro deum Edital Universal. Os resultados do projeto, realizado em2008 e 2009, foram publicados em um número temáticoda Revista Ciência & Saúde Coletiva.

Abrasco: De que forma foram escolhidos os temaspara os subprojetos?

Minayo: Foi realizada uma oficina para definição dostemas da pesquisa avaliativa da qual participaram opresidente e todos os diretores da ABRASCO, consultoresconvidados da área de ciência e tecnologia em saúde, alémde todos os coordenadores de subprojetos assinaladosacima. Houve um consenso que foi colocado no projetoenviado para financiamento do CNPq.

Abrasco: Como foi a experiência de coordenar umprojeto dessa magnitude?

Minayo: A experiência de ser coordenadora de umprojeto como esse é sempre um desafio. Esse desafio, deum lado, é suavizado pelo compromisso e competência detodos os coordenadores dos subprojetos com seuscolaboradores. De outro, é muito pesado, pois inclui fazerconvergir interesses e fazer conversar as propostas parciais.Além do fato do financiamento não ser suficiente paraaprofundar questões que os pesquisadores levantam eque demandam trabalho de campo e mais recursos. Mas,ao final, mesmo sabendo que tudo poderia ter sido muitomais abrangente e profundo, conseguimos um conjuntode textos que atualizam o estado da Pós-Graduação,utilizando dados, sobretudo da CAPES, mas também deoutras fontes. Isso permite à Diretoria da ABRASCO e ao

“Em termos gerais, éimpressionante a

trajetória decrescimento e o

desenvolvimentoquanto ao número

de programas, (...)de estudantes, de

docentes, depublicações e de

produção científica”

entrevista

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5 Julho 2010 Abrasco

Fórum de Coordenadores de Pós-Graduação em SaúdeColetiva fazer inferências importantes e encaminharpropostas sobre questões que precisam ser melhortratadas e melhor cuidadas.

Abrasco: O que mudou no contexto da pós-graduação,considerando os resultados da pesquisa atual e da primeiraavaliação realizada na década de 90?

Minayo: Como eu disse anteriormente, essa é asegunda iniciativa da ABRASCO. Esta foi realizada nummomento histórico diferente em relação à que ocorreuentre 1994-1997: a Pós-Graduação, em todas as áreas eem todo o mundo, vem sendo repensada para oferecer,além de Recursos Humanos voltados para a Pesquisa eo Ensino, também profissionais de elevada qualidadepara o Mercado Público e Privado. Na maioria dos paísesé recomendado aos cursos de Pós-Graduação queproduzam pesquisas orientadas para o desenvolvimentodas sociedades e que tenham o cuidado de convencero público dos méritos do que hoje é produzido neles. Issotambém ocorre no Brasil. Temos como exemplos dedocumentos com diretrizes nesse sentido o Plano deAção 2007/2010: Ciência, Tecnologia e Inovação para oDesenvolvimento Nacional; duas Conferências deCiência, Tecnologia e Inovação (2001-2005); o PlanoNacional de Pós-Graduação (2005-2010) e; a PolíticaNacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde(2005). A Pós-Graduação em geral, e a de Saúde Coletivaem particular, tornou-se também objeto de reflexão devários colegas nossos.

De forma resumida eis as mais importantes mudanças:o crescente aprofundamento da organização epistemológicado campo em torno da Epidemiologia, das Ciências Sociaise das disciplinas de cunho aplicado como Planejamento eGestão de Saúde; a adequação sistêmica dos conteúdos,de tal forma que mesmo os programas temáticos como osde Epidemiologia, por exemplo, incluem disciplinas eformação sobre as duas outras; o movimento crescente deespecialização interna de cada uma das três áreas fundantes,ao mesmo tempo em que ocorre um crescimento dainteração interdisciplinar, e um aumento dos objetos de

estudo em torno dos grupos de pesquisa e da elaboraçãodas dissertações e teses; as abordagens temáticasmostram tendência de incorporação dos conhecimentosdos três pilares da formação e; o aumento crescentede artigos em revistas indexadas.

Em termos gerais, é impressionante a trajetória decrescimento e o desenvolvimento quanto ao número deprogramas, ao número de estudantes, de docentes, depublicações e de produção científica. No entanto, o quechama a atenção, em especial, é o quanto a área seorganizou e se qualificou, inclusive do ponto de vista epis-temológico. Hoje a nossa Pós-Graduação é muito maisassertiva e consistente. É claro que estou me referindo deforma muito geral a todo o processo estudado. Internamenteao conjunto de programas e cursos há muita desigualdadee diversidade, o que pode ser constatado no número dareferida Revista, que publicou as pesquisas sobre os temasno início do mês de julho. Quando falo das mudançaspositivas em relação à avaliação passada, estou me referindoa um processo coletivo e de tendências observadas.

Como tudo não é perfeito, as desigualdades em todosos níveis entre os cursos e regionais, a pouca interna-cionalização e a pouca assertividade na definição darelevância social dos programas para a realidade local,nacional e para a Ciência e Tecnologia brasileira são desa-fios a serem enfrentados nos passos futuros. Há outrosproblemas detectados e que dizem respeito a cada um dostemas tratados.

Abrasco: Poderia citar algumas informações apuradassobre os perfis dos docentes, discentes e egressos?

Minayo: Sobre os docentes eu assinalaria a sua totaladequação ao que exigido hoje da Pós-Graduação nopaís. Em termos gerais: cerca de 99% são doutores; aidade média está entre 50 e 55 anos; existe umafeminilização crescente do professorado e; aprodutividade acadêmica do corpo docente não deixa adesejar em relação às outras áreas de conhecimento,sendo maior nos cursos de nível 7, 6 e 5. Em relação aocorpo discente, ressaltaria, de um lado, amultiprofissionalidade, com ênfase nas respostas àsdemandas de pessoas do amplo campo da saúde,principalmente; a diminuição progressiva de idade dospós-graduandos de mestrado acadêmico e do doutorado.Já os mestrandos dos cursos profissionais, que em geralsão pessoas engajadas na gestão ou nos serviços desaúde, continuam sendo pessoas mais maduras em busca

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de aprimoramento de sua formação. Quanto aosegressos, temos uma avaliação que em parte aindacontinua.

Abrasco: O impacto dos mestrados profissionais naformação dos quadros técnicos do setor pode seravaliado?

Minayo: Por serem ainda muito novos, os mestradosprofissionais ainda não puderam ser avaliados do pontode vista de seu impacto. No entanto, temos uma avaliaçãogeral sobre os egressos de todas as modalidades de curso:cerca de 80% deles estão satisfeitos e extremamentesatisfeitos com a relevância social de seu trabalho; e háum elevado grau de satisfação com o processo deformação, com o crescimento profissional, com a redede relacionamentos que os programas propiciam e coma ampliação de oportunidades no mercado de trabalho.

Abrasco: Podemos afirmar que os programas e cursosde Pós-Graduação do campo de Saúde Coletiva estãoem sintonia com as demandas do SUS? Qual foi oimpacto da Pós-Graduação na construção do SistemaÚnico de Saúde?

Minayo: Não houve uma exploração específica doimpacto da pós-graduação para o SUS. No entanto,fazendo inferências sobre as diferentes contribuições,podemos dizer o seguinte: grande parte dospesquisadores e professores estiveram envolvidos naprópria formulação do SUS, muito antes da VIIIConferência Nacional de Saúde (1986) e do capítulosobre Seguridade Social da Constituição de 1988; naorganização posterior do processo de descentralização euniversalização do direito à saúde; na construção e críticados vários Sistemas de Informação que permitem hojeao país acompanhar, planejar e projetar ações deprevenção, de promoção e de assistência; na formulaçãodas diretrizes políticas como as que sustentam hoje aSecretaria de Ciência e Tecnologia do Ministério daSaúde, o programa de Saúde do Trabalhador, àsEstratégias de Saúde da Família, as que se referem àsmulheres, às crianças e aos adolescentes, aos idosos, aosdeficientes e outras, como a que trata da redução damorbi-mortalidade por acidentes e violências, porexemplo; na sustentação e avaliação dos váriosprogramas que necessitam de conhecimento qualificadoe de crítica permanente e aprimoramento noenvolvimento com as realidades locais onde se situamos programas de Pós-Graduação.

Abrasco: Qual foi o resultado da pesquisa sobre atransformação do conhecimento em práticas do Sistema?

Minayo: Eu resumiria numa frase: os programas dePós-Graduação em Saúde Coletiva estão contribuindodefinitivamente para a qualificação dos profissionais queatuam na área em todos os níveis do governo, especialmenteno federal e no estadual.

Abrasco: E no que se refere à apropriação dosavanços do conhecimento biomédico e das novaslinguagens metodológicas pela área?

Minayo: Infelizmente, não foi possível inferir aapropriação do conhecimento biomédico para o setor apartir da avaliação. Ficou vago nos instrumentos depesquisa e creio que o tema mereceria uma inflexãoespecífica. No entanto, na organização curricular foipossível observar uma complexificação metodológicamuito mais pujante e que se reflete, sobretudo, nasabordagens de temáticas relevantes para a SaúdeColetiva.

Abrasco: O panorama da cooperação nacional einternacional na área melhorou?

Minayo: Observamos que a cooperação inter-nacional é um tema bastante difuso nos relatórios daCAPES e num esforço ingente dos pesquisadores foipossível observar que avançamos pouco neste particular(ou a informação sobre esse item é pouco cuidada etrabalhada). Mas foi possível concluir que os programasmelhor qualificados estão muito mais internacio-nalizados dos que estão classificados no nível 3 ou 4.Esse é ponto que merece estudos focados para o futuroe uma atenção especial da ABRASCO.

Abrasco: É possível avaliar os benefícios que apesquisa pode trazer para a formação na área da SaúdeColetiva?

Minayo: Está muito cedo para avaliarmos osbenefícios dessa avaliação para a área. No entanto, jáapresentamos os resultados tanto para a Diretoria daABRASCO como para o Fórum de Coordenadores de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Entendo que qualqueravaliação que não tenha consequências transforma-senum mero exercício acadêmico. Várias reflexões foramfeitas nessas duas instâncias cruciais e espero,sinceramente, que os desdobramentos sejam frutíferose positivos.

Abrasco: Existe perspectiva de continuidade para oprojeto?

Minayo: Por parte de Paulete Goldemberg e MaraHelena Gomes, que trabalharam com os egressos, existeuma continuidade de comunicação, disposição queespero, tenha muito boa acolhida e apoio da Diretoriada ABRASCO. Particularmente, acho que seria muitoimportante existir uma continuidade aprofundandoo tema específico da “Relevância da Pós-Graduaçãopara o SUS”. Por ser um estudo muito abrangente, esteponto, como já disse, não foi atingido com a força deum projeto específico, detalhado e com financiamentopróprio: ele ficou como uma ideia transversal e não comouma proposta sistematizada. Com certeza, a Diretoriada ABRASCO induzira estudos desse e de outros tópicosfundamentais para a nossa área.

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7 Julho 2010 Abrasco

O I Congresso Brasileiro dePolítica, Planejamento e Ges-tão em Saúde é uma reali-

zação da Comissão de Pol í t ica,Planejamento e Gestão em Saú-d e d a ABRASCO e do Instituto deSaúde Colet iva da UniversidadeFederal da Bahia (ISC/UFBa). Com o tema “Caminhos e descaminhos dapolítica de saúde brasileira”, o Con-gresso propõe uma reflexão sobre aprópria área de pesquisa e atuação emSaúde Coletiva, abrindo espaço paraque as instituições e pesquisadoresaval iem em conjunto o caminhotrilhado e os resultados alcançadosnos últimos anos. O evento será reali-zado de 24 a 26 de agosto no Centro deConvenções de Salvador (BA), e contacom o apoio da Secretaria Estadual daSaúde do Estado da Bahia (SESAB) e doMinistério da Saúde.

Os três grandes eixos temáticos quenortearão as contribuições e os debatesdurante o encontro são: a saúdeno contexto das polí-ticas de proteção sociale do desenvolvimen-to; sistemas de saúde,modelos assistenci-ais e gestão públicarelação público/privado;e Saúde Coletiva - osdesafios acadêmicos epolíticos atuais da Áreade Política, Planeja-mento e Gestão.

Caminhos e descaminhos da políticade saúde brasileira

Origem do Congresso

A pesquisadora Ana Luíza d´ÀvilaViana, presidente do Congresso eCoordenadora da Comissão de Política,Planejamento e Gestão da ABRASCO,explicou que aárea de Política ePlanejamento éuma das basesconstitutivas daSaúde ColetivaBrasileira, en-quanto espaço dereflexão e atu-ação. Esta áreatem uma longatradição na pro-dução acadê-mica, na formação de quadros para asaúde pública e, principalmente, naconstrução de um pensamento genui-namente brasileiro sobre políticasde saúde, antes mesmo do surgimentoda ABRASCO.

“Para fazermos justiça aos que nosantecederam, temos que lembrar que as

iniciativas de formu-lação e implantaçãode políticas de saúdepreocupadas com auniversalidade e coma resolução dosproblemas da popu-lação brasileira come-çam a se desenhar noinício do século XX, apartir de iniciativasfederais, estaduais emunicipais”, lembrou

Ana Luíza. Para ela, durante todo oséculo passado homens, mulheres eideias muito originais, num processo dedebate/atuação constante, dissemi-naram-se pelos setores de prestação de

serviços, go-vernos, insti-tutos de pes-quisa e esco-las de saúde,sempre comuma perspec-tiva de cons-trução de es-tratégias dein t e r vençãopública a fa-vor do povo

brasileiro. Nessa perspectiva, a pesqui-sadora enfatiza que os temas política eplanejamento em Saúde sempre foram,e continuam sendo, indissociáveisde qualquer iniciativa de reflexão,proposição, encontros, seminários oucongressos relativos à Saúde Pública.

“Neste sentido, de fato, se justifica apergunta: por que um Congresso espe-cífico, já que a temática e os especialistasda área estão presentes, integrados eatuantes no conjunto do debate sobreSaúde Pública?” questiona Ana Luíza,para explicar em seguida que “o inedi-tismo do Congresso está no fato deleresponder à demanda urgente – há anospresente nas reuniões da Comissãode Política da ABRASCO e fora delas – derealizarmos um balanço amplo econsistente dos aportes científicosjá consolidados na área”. Para os

Abrasco participa

“o ineditismo do Congresso

está no fato dele responder

à demanda urgente (...) de

realizarmos um balanço

amplo e consistente dos

aportes científicos já

consolidados na área”

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organizadores, esse reconhecimentocoletivo de al icerces referenciaisseguros e já consolidados é estratégicopara impulsionar reflexões teóricasoriginais e proposições inovadoras emqualquer área de conhecimento. Nessesentido, a proposta do encontro é criaruma opor tunidade de aglut inarpesquisadores, agregar os grandestemas que tem gerado mobil iza-ção, reconhecer os avanços, e definirestratégias de for talecimento eampliação de espaço de atuaçãocientífica da área.

Expectativas

Para os organizadores do encontro,a maior expectativa é reforçar o impactoque a contribuição da Saúde Coletivapode ter na sociedade brasileira e nodebate sobre Sistemas Universais deProteção Social. “Acreditamos que esteé um momento oportuno, com a crisedo sistema de saúde americano, dereafirmarmos a robusteze a maturidade da pro-dução científica brasi-leira, interna e exter-namente”, destaca AnaLuíza. Para ela, a expe-riência brasileira emSaúde Coletiva é muitoespecífica e cada vez mais se consolidacomo referência e como uma plataformade vanguarda para todos – academia,gestores públicos, políticos e sociedade– que sentem a urgência de se definiremnovos rumos na luta por melhorescondições de existência das pessoas.

Repercussão

O I Congresso Brasileiro de Política,Planejamento e Gestão foi concebidocom dois objetivos principais: o primeiro,servir como ponto de partida para umurgente e imprescindível balanço dos

aportes científicos e tecnológicos jáconsolidados nacionalmente nessa áreade conhecimento; o segundo, ser umestímulo ao movimento de integraçãode pesquisadores, instituições, gestorespúblicos e lideranças políticas parafortalecer e ampliar os limites decontribuição dos estudiosos da área.

Esta opção estratégica implicou emmaior espaço de participação de atoresinstitucionais, em detrimento, porexemplo, dos trabalhos escolhidos porchamada pública. E mesmo assim, aquantidade de trabalhos submetidos àComissão Científica foi surpreendente:foram 946 trabalhos científicos – inscritosem pouco mais de um mês de prazo –que disputam as 30 apresentações oraisdisponibilizadas no Congresso. “Trata-sede uma grande demonstração, não sóde interesse, mas, principalmente, davitalidade da produção científica daárea”, comemora Ana Luíza. “Todo o

material aprovado pela ComissãoCientífica será publicado em CD, masnós, como organizadores do Congresso,já nos sentimos em dívida com ospesquisadores, no sentido de, napróxima oportunidade, garantir umespaço muito maior de participação paraeles apresentarem e discutirem seustrabalhos”.

Pesquisa Pré-Congresso

A organização do evento promoveuuma pesquisa pré-congresso entre osprogramas de pós-graduação em Saúde

“a maior expectativa é reforçar o impacto que

a contribuição da Saúde Coletiva pode ter

na sociedade brasileira e no debate sobre

Sistemas Universais de Proteção Social”

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Coletiva com o objetivo imediato depreparar as duas oficinas que promoverãoa reflexão sobre o desenvolvimentocientífico e acadêmico da área de Política,Planejamento e Gestão em Saúde. Asduas serão atividades extensas nas quaisé esperada uma ampla participação doscongressistas. “Nossa intenção é convidartodos os professores da área e a pesquisaestá tornando possível esse contato, poisajudou a consolidar uma lista deprofissionais, mais ampla e completa, doque a que tínhamos até agora”, afirma apesquisadora.

Os conteúdos da pesquisa estão sendotrabalhados e serão apresentados aosparticipantes das oficinas de forma apermitir uma visão atualizada de comoestão, o que fazem e o que propõem osProgramas de Pós-Graduação, em termosde ensino e pesquisa na área. A oficina“Desenvolvimento Científico da Área”será coordenada pelo prof. Nilson do

Rosário; e a oficina“Plano Diretor deDesenvolvimento daÁrea” pela profa.Rosana Onocko.

Após o Congres-so, a Comissão dePolítica, Planeja-

mento e Gestão pretende disponibi-lizar essas informações em sua páginado site da ABRASCO e conta com acolaboração de todos para garantirsua atualização periódica. “Cremosque será mais estímulo ao diálogo, àaproximação entre pesquisadorese instituições, criando novas opor-tunidades de cooperação e trabalhoconjunto”, explicou Ana.

Mais informações sobre o evento estãodisponíveis no site www.politicaemsaude2010.com.br.

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9 Julho 2010 Abrasco

No contexto eleitoral, o anúncioda persistência de elevadosíndices de concentração de

renda no Brasi l admite diversasinterpretações. A primeira que saltaaos olhos é a hipótese de se tratar deuma manobra oposicionista. Afinal decontas as transferências públicas derenda, que constituem evidentementea forma mais direta de combater apobreza e diminuir desigualdades, setransformaram no carro chefe daspolíticas públicas dos dois mandatosdo Presidente Lula. Enão faltam evidênciassobre seus impactospositivos, o 4° RelatórioNacional de Acompa-nhamento dos Obje-t ivos de Desenvol-vimento do Milêniosinalizou a queda dapobreza extrema de12% em 2003 para4,8% em 2008. A segunda alternativainterpretativa é considerar que adesigualdade estrutural brasileira semanteve relat ivamente imune àstentativas para debelá-la. Daí umdesdobramento oposto ao anterior: aspolíticas de transferência de renda sãoincor retas, inefet ivas em termoseconômicos e carregam consigo umgerme populista-eleitoreiro.

Mas se deve esperar que essas eoutras divergências de fundo ocupemo proscênio da disputa eleitoral. Éevidente que no calor dos embatespara os cargos de governos estaduais,Câmara de Deputados e Senado, adisseminação e o apoio a programascomo o Bolsa Famíl ia atenuempolêmicas que podem afetar odesempenho elei toral . Quem semanifestará frontalmente contrário auma política que inclui atualmentecerca de 12,6 milhões de famílias,

Uma Agenda Estratégica para a Saúdeno Brasil em 2011

sobretudo, em estados como Ma-ranhão, Piauí, Alagoas, Ceará eParaíba?

Mutatis mutandis os programaspara a saúde implementados ao longodos últimos oito anos também seconsolidaram. A extensão das cober-turas de serviços de saúde, a am-pliação do acesso a medicamentos eatendimento a urgências são notórias.Em 1998 as equipes de famíl iaabrangiam 6,6% da população e em2008, 49,5%. Hoje aproximadamente15% do total de farmácias brasileirascompõem a rede públ ica (531

farmácias públicas e 12 mil esta-belecimentos privados registradoscomo farmácia popular). O SAMU/192em março de 2010 contava comaproximadamente 1.500 ambulâncias,responsáveis pelo atendimento de55% da população. A previsão doMinistério da Saúde é atingir no fimdeste ano a cobertura para 162,7milhões de pessoas com o aumento dafrota para 3.800 veículos. Essasiniciativas somadas à construção deUnidades de Pronto Atendimento emgrandes cidades, a presença segura doMinistér io da Saúde durante aepidemia de H1N1 e a execução denem tão vis íveis projetos derevitalização da intervenção gover-namental nos componentes industriaisdo setor marcaram positivamente asações governamentais.

Mas, esses e outros avanços naspolíticas de saúde também poderão ser

encarados apenas como incremen-tais. Ninguém desconhece que apreservação das estreitas e iníquasbases de financiamento das ações eserviços públicos de saúde limitaobjet ivamente a efet ivação dosprincípios e diretrizes do SUS. Emmeio a essas limitações financeiras, aaudiência para as duas proposiçõesde alteração da gestão de unidadespúblicas de saúde – as organizaçõessociais (OS´s) e as fundações estataisde direito privado - foi mínima. Arecusa de entidades sindicais e doConselho Nacional de debater os

problemas de gestão doSUS e a adesão degovernos estaduais emunicipais opostosem termos pol í t ico-par t idários às OS´scontr ibui para con-firmar a tese sobre aexistência de uma mar-cha continua de pri-vatização do SUS.

Essas acepções polares sobrepolíticas sociais em curso não sãodestituídas de sentido e substratosfactuais. Portanto, não são merosconstructos ideológicos. No entanto,por serem abraçadas e rejeitadasalternativamente por governistas eoposicionistas dificilmente mobilizamreflexões mais aprofundadas. Talvezpor isso os desafios de ar t icularmudanças em curso na saúde aprocessos mais estruturantes de médioprazo não recebam tanta atenção doscandidatos aos cargos majoritários.

A filiação progressista dos trêscandidatos apontados como preferidospelas pesquisas à Presidência daRepública e o consenso sobre osacertos realizados pelos governosanteriores dispensa na prát ica aapresentação de plataformas eleitoraise despolariza o debate. A convergênciaem torno da continuidade rompe o

Ligia Bahia

“um debate (...) sobre as políticas públicas

no Brasil deve (...) reconhecer os envoltórios

político-ideológicos das análises das políticas

públicas e se pautar pela atualização

do conhecimento”

reflexões

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10 Abrasco Julho 2010

padrão quase plebiscitário de eleiçõesmajoritárias anteriores e com aquelasrecentemente realizadas em paísesvizinhos. No momento, os candidatosDilma Roussef, José Serra e MarinaSilva se apresentam como os futuroscondutores das realizações presentes.Slogans tais como “o Brasil podemais”, “Zé Serra sabe fazer e faz” e “oBrasil não precisa nem de opositor,nem de continuador e sim de umsucessor”, adotados pelos doiscandidatos dasc o l i g a ç õ e snão governistas,evidenciam aadoção de umaescala de tonsbaixos, adequa-dos ao ethosconciliatório pre-valecente, nos discursos dos postu-lantes ao cargo de Presidente daRepública.

Nesse contexto as propostas atéaqui apresentadas para a saúdepressupõem a manutenção e extensãodas atuais políticas. Tal compromissounívoco também admite análisesdivergentes. Significa, por um lado, aadmissão da saúde como política deEstado e tratamento republicano deprojetos governamentais. Por outrolado, essa forte convergência pro-longa-se no si lêncio sobre temasestratégicos. Por enquanto nada foidito sobre as concepções sobre asaúde e fluxos que retiram recursos

públicos e os depositam nas redes demercantilização e financeirização dasaúde.

A omissão sobre as medidas paraconservar ou superar a fragmen-tação e do s i s tema de saúde eespecialmente a desarticulação dasinúmeras listagens de realizaçõesassistenciais com políticas públicaseconômicas e de seguridade socialreduz o escopo setorial e conse-quentemente a potência transfor-

madora das políticas de saúde. É certoque os candidatos já adiantaramdisposição para levar adiante aregulamentação da EC29. No entanto,suas proposições de reforma políticae tributária não mantém conexão comas atividades propostas para a saúde.Em função dessas lacunas, o acentodos programas eleitorais para a saúderecai no setorial, nas dimensõesadministrativas, dispensando a as-sociação de política ao planejamento.

Tanto as avaliações triunfalistas,que supõem avanços l ineares eprogressivos, quanto aquelas exces-sivamente estruturalistas, as quaissubjazem a noção de paralisia ou mera

reiteração dos trâmites decisórios,terminam por atribuir nossas mazelasa uma herança da qual não podemosnos afastar, seja em função da adesãoa determinados cânones de umamodernidade perversa, seja em razãoda negação da especificidade dosprocessos vigentes de exclusão.Portanto, um debate mais alentadoe pro fundo sobre as po l í t i caspúb l i cas no Bras i l deve s imul -taneamente reconhecer os envol-

tórios político-ideoló-gicos das análises daspolíticas públicas e sepautar pela atual i-zação do conheci-mento de condiçõesdemográf icas, eco-nômicas, sociais eculturais bastante dis-

tintas daquelas registradas nos anos60 e 70. Esse esforço é indispen-sável tanto para a elaboração deperguntas quanto para o proces-samento de possíveis respostas e novosquestionamentos sobre a ReformaSanitária e o SUS.

A partir desses pressupostos e decontatos com a F IOCRUZ e comDiretores do CEBES estamosempenhados na construção de umaagenda estratégica para a saúde em2011.

“Ninguém desconhece que a preservação das (...)bases de financiamento das ações e serviçospúblicos de saúde limita objetivamente a

efetivação dos princípios e diretrizes do SUS”

Vice-Presidente da ABRASCO eprofessora-pesquisadora do Institutode Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ

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11 Julho 2010 Abrasco

Faculdade de Saúde Públicada Universidade de São Paulo

Tradição e renovação

questionários e para inquéritos portelefone, além de outros equipamentos.

A Faculdade conta com dois centrosde integração docente-assistencial ondesão desenvolvidas atividades de ensino,pesquisa e prestação de serviços àcomunidade: o Centro de Saúde EscolaPaula Souza, na cidade de São Paulo e oServiço Especial de Saúde de Araraquara,(SESA). Ambos destacam-se poratividades inovadoras como assistência àspopulações em situação de rua, modelosde informatização para imunização evigilância epidemiológica, nutrição emsaúde pública, dentre outras.

A Faculdade é sede de Centros eNúcleos, alguns em parceria com órgãosnacionais ou internacionais. Mantendo ocompromisso de divulgação doconhecimento científico, a FSP estádiretamente envolvida com a publicaçãode cinco revistas: Revista de SaúdePública; Revista Saúde e Sociedade;Revista de Direito Sanitário; RevistaBrasileira de Vigilância Sanitária; Revistade Crescimento e DesenvolvimentoHumano e é também a sede da RevistaBrasileira de Epidemiologia, da ABRASCO.Conta também com uma Assessoria deComunicação Institucional que faz adivulgação de suas pesquisas e eventospara a mídia.

A Faculdade conta com cerca de 100docentes e aproximadamente 300 fun-cionários, incluindo os dois Centros deSaúde. Oferece anualmente 40 vagasmatutinas e 40 noturnas para a graduaçãoem nutrição, com duração de cinco anos.Oferece também 35 disciplinas da área desaúde pública, para diversas graduaçõesda USP, que são cursadas por pouco maisde mil alunos por ano. Recentemente foiaprovada, pela FSP, a criação de umagraduação em Saúde Pública, que estáem processo de análise pelos órgãos dareitoria.

A Pós-Graduação stricto sensu é

composta pelos Programas de SaúdePública (Mestrado e Doutorado), Nutriçãoem Saúde Pública (Mestrado e Dou-torado) e Mestrado Profissional em Vigi-lância em Saúde Pública. O Programa deSaúde Pública tem como áreas deconcentração; Epidemiologia, SaúdeAmbiental, Serviços de Saúde Pública, eSaúde, Ciclos de Vida e Sociedade, alémde cursos de Mestrado e Doutorado Inter-institucional, atualmente nos Estadosdo Ceará e do Acre. Cerca de 100 alunosconcluem a pós-graduação anualmentena Faculdade.

A oferta de cursos de extensãouniversitária é feita através de cursosde Especialização: com carga horáriamínima de 360 horas; Aperfeiçoamento,180 horas; Atualização, 30 horas e deDifusão Cultural. Nos meses de janeiro/fevereiro é oferecida uma programação decursos de Atualização e Difusão em umPrograma de Verão. Durante todo o anoocorrem também eventos técnico-científicos, alguns de caráter internacional.Em 2009 cerca de 900 alunos concluíramcursos de extensão universitária e mais4000 pessoas participaram dos eventostécnico-científicos.

A produção bibliográfico-científica daFSP é intensa. Anualmente, alunos eprofessores publicam cerca de 300produtos acadêmicos, entre artigoscientíficos, livros e capítulos de livros, alémdas dissertações e teses.

A Faculdade de Saúde Pública vemampliando a sua tradicional interaçãointernacional e conta, atualmente, comuma Comissão de Relações Internacionais– CRInt, e uma secretaria para assuntosinternacionais, que dá suporte à realizaçãode convênios e às atividades de inter-câmbio de docentes e de alunos.

A Faculdade de Saúde Públicaoriginou-se do “Laboratório de Hygiene”, criado em 1918, por

convênio firmado entre o governo doEstado de São Paulo, a Faculdade deMedicina e Cirurgia e a FundaçãoRockefeller. Funcionou inicialmente comocadeira da Faculdade de Medicina,ganhando autonomia em 1925. Suaincorporação à universidade de São Pauloocorreu em 1938 e a partir de 1945,passou a constituir-se como uma dasunidades autônomas de ensino superiorda USP. A Faculdade contribui de formasignificativa na definição do campo deconhecimento e das práticas da SaúdePública paulista e brasileira desde seusprimeiros anos de funcionamento: em1925 criou o primeiro Centro de Saúdedo País e o primeiro curso de EducadoresSanitários (a primeira turma de médicossanitaristas foi diplomada em 1929); em1939 criou o primeiro curso de Nutrici-onistas do país; em 1949 instalou oCurso de Saúde Pública para Enge-nheiros e; em 1951, teve início o Cursode Administração Hospitalar.

Atualmente a Faculdade é formadapelos Departamentos de Epidemiologia,Nutrição, Prática de Saúde Pública,Saúde Ambiental e Saúde Materno-Infantil. Possui uma diversidade delaboratórios para as atividades depesquisa e de ensino, nas áreas de saúdepública e de nutrição. Sua Biblioteca –CIR (Centro de Referência e Informaçãoem Saúde Pública) possui um dos maiscompletos acervos da área no Brasil ena América Latina. Dispõem de umCentro de Produção Digital com equi-pamentos para ensino à distância, tele-conferência e produção de materialdidático, e de um Laboratório deEstudos Populacionais com equi-pamentos para leitura digital de

Chester Luiz Galvão Cesar

Vice-Presidente da ABRASCO e professor-pesquisador da Faculdade de SaúdePública da USP

artigo assinado

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12 Abrasco Julho 2010

A ABRASCO e o Departamento deAtenção Básica do Ministério da Saúde (DAB) lançaram, no dia

26 de abril, a Rede de Pesquisa emAtenção Primária em Saúde durante asolenidade de encerramento do “5ºSeminário Internacional de AtençãoPrimária – Saúde da Família, agora maisque nunca”. A iniciativa tem comoobjetivo proporcionar um canal decomunicação e articulação entre pes-quisadores, profissionais, usuários egestores da Atenção Primária à Saúde(APS) no Brasil, através da divulgaçãode estudos e pesquisas realizadas na áreae promover a melhoria da utilização dosresultados visando a qualificação dagestão da APS.

A Rede também deverá ser uminstrumento de mediação na traduçãode resultados de pesquisa em cola-boração para a definição de critériospara a elaboração de termos dereferência. Para o Presidente da ABRASCO,Prof. Luiz Facchini, a ideia ”é melhorara comunicação e a utilização dos resul-tados das pesquisas tanto na área deaplicação como na gestão em saúde”.

APS no Brasil

A Atenção Primária, através daSaúde da Família, é recente no Brasil.Começou como um programa tornou-se uma política de estado e assumiu odesafio de ser a coordenadora docuidado na Rede de Atenção à Saúde.Nessa evolução, muitos estudos foramrealizados a fim de demonstrar que oBrasil seguia em um rumo correto e paraapontar onde estavam os desafios quedeveriam ser enfrentados. Muitos des-ses estudos, de base populacional/censitários e também amostrais foramfinanciados pelo Ministério da Saúde,além da enorme ampliação que ocorreuno mundo acadêmico de pesquisas emSaúde da Família. “Os resultados dosestudos, bem como a necessidade denovas evidências para a tomada dedecisão foram os fatores que embasa-ram a decisão de formar uma Redede pesquisas em APS, na perspec-tiva de ‘comunidades de práticas’,aproximando os pesquisadores, divul-

Rede de Pesquisa em Atenção Primária em Saúde

gando os resultados junto aos gestoresdo SUS e abrindo um espaço para aelaboração das novas ‘perguntas’,conforme o modelo brasileiro de APS/SF vai se consolidando, pelostrabalhadores, gerentes e gestoresresponsáveis pela execução das ações eserviços”, explicou Claunara Schillingde Mendonça, Diretora do Departa-mento de Atenção Básica (DAB), doMinistério da Saúde.

Objetivos

A Rede foi concebida para promovera articulação e a comunicação dos seususuários e é operacionalizada emconjunto pela ABRASCO e pelo DAB. AAssociação assumiu o núcleo executivo,cujo papel é operacionalizar a Rede, seuportal, a lista de usuários, a manutençãoda dinâmica na comunicação, bemcomo, em seu papel político-insti-tucional, manter a pesquisa em APS/SFnas suas diretrizes e atividades. O DABfaz parte do Comitê de Coordenação daRede, com o papel de apresentar osproblemas prioritários da políticanacional, e junto à Rede e a esse comitêdefinir linhas de pesquisa, preparartermos de referência adequados pararealizar os estudos, bem como divul-gar seus resultados com os parceiros dagestão nacional, que são os estados emunicípios (que também participam,com sua representação desse comitêde coordenação).

Os eixos do projeto são: a valo-rização Social e Política da APS; ofinanciamento da APS; a formação eEducação Permanente para a Saúde daFamília; o processo de Trabalho dasEquipes da Saúde da Família; a gestãoDescentralizada e Gestão Federal daESF; os problemas específicoslevantados pelas coordenações quecompõem o DAB; além de outrosProblemas de Pesquisa propostos pelosparticipantes. Entre as atividades aserem desenvolvidas pela Rede estão acriação e o gerenciamento de um portaleletrônico que servirá de elo entrepesquisadores, profissionais e gesto-res de saúde. O portal terá um cadastrode pesquisas e pesquisadores em APS,

promovendo também a divulgaçãode trabalhos, fomentando assim odebate entre os integrantes da comuni-dade envolvidos na área de pesquisa,gestão e aplicação da Atenção Pri-mária à Saúde.

Portal

O site do projeto tem a função demanter o vínculo entre os usuários daRede, atualizando-os com notícias epublicações. A página também respondeàs demandas dos participantes, a par-tir, por exemplo, dos pesquisadoresparticipantes, que são referência paradeterminados temas de pesquisa. O sitetambém deve funcionar como ponto dereferência, compilando e disponibi-lizando pesquisas, resumos executivos,críticas e outros materiais de interesse.“O portal não substitui reuniões pre-senciais, previstas bianualmente, bemcomo nos demais eventos, da ABRASCO

ou do SUS”, informou Claunara. Até omomento em que esta edição do Boletimfoi fechada, mais de 500 usuários játinham se cadastrado na página.

Valorização da APS

Para a Diretora do DAB a criação daRede vai dar visibilidade aos pes-quisadores de APS que, de uma maneirageral, não são valorizados nas Univer-sidades e Instituições de Pesquisa. “Poroutro lado, estamos construindo umaRede composta também pelos serviços,pois o conhecimento tácito deles é fun-damental nessa área. Vamos integrá-losàs comunidades de práticas em APSda OPAS, fomentando trocas, visitas,premiações de experiências exitosas”,resaltou. Por último, em relação à valo-rização da APS, Claunara afirmou que oBrasil precisa ter mestres e doutores nessaárea, para que possam ser modelos paraos alunos das áreas da saúde nagraduação, incentivando o trabalho naAPS como um espaço de realização notrabalho em saúde, nas perspectivas docuidado, da formação e da pesquisa.

Para obter mais informações sobrea Rede escreva para os emails: pesquisaa p s a b r a s c o @ e n s p . f i o c r u z . b r [email protected].

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13 Julho 2010 Abrasco

FSP/USP é sede do encontro do Fórum dosProgramas de Pós-Graduação em Saúde Coletiva

Abrasco participa

A Faculdade de Saúde Pública daUniversidade de São Paulo (FSP/ USP) recebeu, de 02 a 04 de

maio, os integrantes do Fórum dosCoordenadores de Programas de Pós-Graduação em Saúde Coletiva para areunião do primeiro semestre de 2010.No primeiro dia foi realizada a reuniãodos Mestrados Profissionais e nos doisdias seguintes aconteceu a reunião ge-ral do Fórum. O encontro foi prestigiadopor mais de cinquenta representantes doBrasil todo.

Mestrados Profissionais

A reunião dos MP´s foi coordenadapor Maria Hillegonda D. Novaes (FM/USP) e por Maria AmeliaVeras (FCMSCSP). Naocasião estiveram pre-sentes representantesdos programas dasseguintes instituições:Escola Nacional deSaúde Pública SergioArouca (ENSP); Centrode Pesquisas Aggeu Ma-galhães (CPqAM-FIOCRUZ); Univer-sidade de Pernambuco (UPE);Universidade de Santo Amaro (UNISA);Universidade Federal de Juiz de Fora(UFJF); Universidade Federal da Bahia(UFBa); Faculdade de Ciências Médicasda Santa Casa de São Paulo(FCMSCSP); Universidade Federal doCeará (UFCE) e; Universidade Federalde Pelotas (UFPel).

A pauta foi concentrada nadiscussão da operacionalização daavaliação dos Mestrados Profissionais àluz do novo marco regulatório compostopelas Portarias 07 (junho de 2009) e 17(dezembro de 2009) e dos subsídiosnecessários para a comissão responsável

por esta avaliação. A reunião teve iníciocom uma apresentação de Leny Trad(ISC-UFBA), que a convite da coor-denação da reunião sistematizou ospontos principais da Portaria dos MP,destacando aqueles com repercussãodireta sobre a avaliação.

Durante o debate que se seguiuforam discutidas propostas variadasenvolvendo questões como: acomposição do corpo docente doscursos, o tempo de duração do MP, aprodução científica e, os recursos parapublicação, entre outros.

Fórum dos Programas de Pós

A abertura dos trabalhos do Fórum,

na manhã do dia 03, foi realizada porMaria Lúcia Bosi, Coordenadora doFórum Nacional PGSC, em mesacomposta por Helena Ribeiro (Diretorada Faculdade de Saúde Pública), LuisAugusto Facchini (Presidente daABRASCO), Rubens Adorno (VicePresidente da Comissão de Pós-Graduação da FSP/USP) e RicardoVentura Santos (Representante da áreade Saúde Coletiva na Capes).

Depois da apresentação dos informese da indicação dos relatores, foi realizadoo painel “Mecanismos de qualificaçãoda pesquisa dos programas de pós-graduação e processos de avaliação desolicitações de bolsas e apoio a projetos

nas agências financiadoras”. A atividadeteve como expositores José Eluf Neto(Comitê Saúde Coletiva do CNPq),Ricardo Ventura Santos (representanteda área na Capes) e Victor Wunsch(representante da área de SaúdeColetiva na FAPESP) e foi moderada porMaria Lúcia Bosi.

“Esta mesa suscitou grande interessee um riquíssimo debate, com ênfase noCNPq, cujo representante participoupela primeira vez”, resaltou Maria Lúcia,coordenadora do Fórum. Segundo apesquisadora, houve vários enca-minhamentos, em especial sobre anecessidade de ampliação do número

de bolsas, de modo acontemplar as demandase ajustar a proporçãopreconizada para o nível1-A. Outro questiona-mento consensual referiu-se à exclusão dos pes-quisadores PQ-2 doprocesso de indicação.“Por que não podem

votar, além de não serem elegíveis?Em um contexto onde uma expressivaproporção já supera os requisitos parao nível 1, dependendo apenas daalocação de bolsas, o processo não sejustifica. Além disso, reverte os avançosna CAPES, agência que admite a presençade programas 3 e 4 no Comitê deAvaliação”, afirmou Maria Lúcia. Outroaspecto salientado pela coordena-dora foi a discussão sobre a marcaque ter bolsa PQ2 confere aquem já tem perfil 1 e não consegueascensão (foram apenas 13 bolsas novasem 2010, todas PQ2, o que não permiteprogressão). Sendo assim, para apesquisadora confunde-se ter PQ2

“(...) houve vários encaminhamentos, em

especial sobre a necessidade de ampliação

do número de bolsas, de modo

a contemplar as demandas e ajustar a

proporção preconizada para o nível 1-A”

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14 Abrasco Julho 2010

com ser PQ2, gerando danos em váriosprocessos.

Na parte da tarde, Ricardo Ventura fezuma exposição sobre a “Pós-Graduaçãoem Saúde Coletiva na CAPES” e o debateposterior foi moderado por Maria Novaes(FM/USP). Foram tratadas questões atuaiscomo a avaliação trienal, o Plano Nacionalde Pós-Graduação 2011-2020, o QUALIS

periódicos e o QUALIS eventos.Na manhã do dia 04 de maio, o

Presidente da ABRASCO, Luis AugustoFacchini (UFPel), fez a apresenta-ção “Pós-Graduação em SaúdeColetiva e a ABRASCO”, falando sobrea proposta de trabalho Fórum/ABRASCO

para o período 2009-2012 e dofinanciamento da docência e da pes-quisa na Pós-Graduação em Saúde

Coletiva. O debate foi moderado porPaulo Capel Narvai (USP). O final damanhã foi dedicado à apresentação“Projeto Avaliação da Pós-Graduaçãoem Saúde Colet iva: resultados”,realizada por Maria Cecília Minayo(ENSP).

Na parte da tarde, Marly AugustoCardoso (FSP/USP) moderou umdebate geral sobre os Programas dePós-Graduação em Saúde Coletivae o Fórum, com apresentaçõesdos par t ic ipantes, discussões eencaminhamentos. PosteriormenteMaria Amélia Veras apresentou umasíntese da reunião dos MestradosProfissionais e Maria Lúcia Bosi (UFC)e Maria Salete Bessa Jorge (UECE),f izeram uma exposição sobre a

“Avaliação de programas AssociaçãoAmpla”.

Para Maria Lúcia Bosi, a densidadedos debates e o clima construtivo erespeitoso em que todas as opiniõesforam expressas fizeram desse umencontro exemplar. “Pretendemoselaborar relatórios e um documentodenominado a ‘carta de São Paulo’que constará no site e será divulgadooportunamente”, afirmou.

O próximo encontro do Fórumserá realizado nos dias 04 e 05 denovembro, em São Luis (Maranhão),na UFMA.

Para ter acesso aos documentosrelacionados com o encontro em SãoPaulo acesse a página www.forumsaudecoletiva.org.br.

O I Simpósio Brasileiro de SaúdeAmbiental promovido pela

ABRASCO, através de seu GT Saúde eAmbiente, em parceria com o Depar-tamento de Saúde Ambiental e doTrabalhador (DSAST) da Secretariade Vigilância em Saúde do Ministérioda Saúde e o Instituto Evandro Chagas(IEC/SVS/MS), terá como tema “Ciênciae Saúde Ambiental - Teorias, Meto-dologias e Práxis”. O encontro serárealizado de 6 a 10 de dezembro, emBelém (Pará) e tem como objetivo de-bater as principais questões emer-gentes da relação entre o ambiente e asaúde através de Cursos, Oficinas,Mesas Redondas, Painéis e Comu-nicações Coordenadas, contando coma presença de conferencistas de reno-me nacional e internacional.

Em dezembro do ano passadotivemos a 1ª Conferência Nacional deSaúde Ambiental, uma iniciativa quereuniu o Ministério das Cidades, daSaúde e do Meio Ambiente com oobjetivo de definir diretrizes para apolítica pública integrada no campo dasaúde ambiental, visando minimizarimpactos da ação humana sobre anatureza e consequentemente, na saúde

I Simpósio Brasileiro de Saúde Ambiental

da população. “Depois de ter esseevento de cunho mais político, está nahora de um Simpósio que promova acontinuidade das discussões, mas de umponto de vista científico”, explicou opresidente do Simpósio, Nelson Gou-veia (FM/USP). Segundo o pesquisador,a decisão de criar o evento foi consensodentro do GT, para oferecer um espaçode reflexão dedicado à inter faceSaúde-Meio Ambiente, tema que temexperimentado um grande crescimentotanto do ponto de vista da pesquisacomo entre os programas de pós-graduação.

A escolha da cidade de Belém comosede do Simpósio foi feita pelaimportância da região Amazônica comosímbolo da luta pela preservação domeio ambiente e pela presença nacidade do Instituto Evandro Chagas,entidade com forte atuação na pesquisaem Ciências Biológicas, Meio Ambientee Medicina Tropical.

A programação científica do 1ºSIBSA está sendo construída de modoque em cada dia se contemple uma dastrês dimensões do temário central: a“Teoria”, o “Método”, e a “Práxis” emSaúde Ambiental. A programação

conterá ainda Cursos e Oficinas, MesasRedondas, Painéis e ComunicaçõesCoordenadas. Sessões para exibição dePôsteres terão atenção especial por esteser o principal veículo de difusão daprodução científica em eventoscientíficos. Os pôsteres serão avaliadospor uma comissão julgadora quepremiará os três primeiros colocados.Convidados nacionais e internacio-nais, pesquisadores líderes em suasáreas, irão debater com os participan-tes as principais questões emergentesda relação do ambiente com a saúde,oferecendo uma oportunidade únicade interação, de acesso a novos conhe-cimentos, tecnologias e aplicações daciência da saúde ambiental. “O eventoestá sendo bastante procurado”,comemora Nelson.

Além da programação normal, Cursose Oficinas serão oferecidos no período pré-simpósio, nos dias 6 e 7 de dezembro,das 9h às 18h, no Hangar - Centro deConvenções da Amazônia. A ComissãoCientífica está recebendo trabalhos até 04de setembro. Mais informações sobre oSimpósio estão disponíveis no endereçohttp://www.iec.pa.gov.br/dusky/html/index.html.

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15 Julho 2010 Abrasco

O V Simpósio Brasi le iro deVigilância Sanitária (SIMBRA-

VISA), promovido pela ABRASCO e seuGrupo Temático de Vigi lânciaSanitária (GTVISA), terá como tema“Vigilância Sanitária no Século XXI:compromisso com a saúde”. O eventoserá realizado de 13 a 17 de novem-bro, em Belém (Pará), com o apoio deinstituições de ensino, pesquisa eserviço. A proposta do Simpósio écolocar em debate os desafios dacontemporaneidade face às neces-sidades de proteção e promoção dasaúde no mundo atual.

O V SIMBRAVISA pretende re-afirmar que o controle de riscos àsaúde no escopo da vigi lânciasanitár ia, integra os direi tos docidadão, e é compromisso e res-ponsabilidade do Sistema Único deSaúde (SUS). Este processo demandao reconhecimento da essencialidadedas ações de vigilância sanitária,mobilização dos gestores e parti-cipação da sociedade em seus diversos

V Simpósio Brasileiro de Vigilância Sanitária

Abrasco participa

segmentos, para a formulação eimplementação de políticas públicas eorganização de sistemas, serviços epráticas para a efetiva proteção dasaúde e qualidade de vida.

Nesta oportunidade os três eixostemáticos que nortearão a organização eos debates durante o Simpósio são: Re-gulação sanitária e proteção da saúde;Políticas, sistemas e práticas para aproteção da saúde; e Participação econtrole social para a proteção da saúde.

O Símpósio foi organizado paraque os profissionais de vigilânciasanitária, da Saúde Coletiva em gerale aqueles que atuam em áreas deconhecimento e práticas afins, eminst i tuições de ensino, pesquisa,serviços e laboratórios, possam re-fletir criticamente, apresentando edebatendo temas relevantes daprodução científica e de práticas emvigi lância, proteção da saúde eregulação sanitária.

Para Ediná Costa, coordenadorado GT VISA, “esta edição do simpósiocumpre o compromisso de realizar oSIMBRAVISA em todas as regiões dopaís. Desta vez vamos à região norte eesperamos receber aproximadamente2.500 pessoas”, comemora.

O evento conta com o apoio doCONASS, do CONASEMS, da OPAS/OMS,da FIOCRUZ, do Ministério da Saúde, daANVISA e da Secretaria de Estado daSaúde Pública do Pará.

Mais informações no site www.simbravisa.com.br.

VIII Congresso Brasileiro de Epidemiologia

O VIII Congresso Brasileiro deEpidemiologia será realizado de

13 a 16 de novembro de 2011, em SãoPaulo, e terá como tema central odebate sobre o papel da epidemiologiae seu caráter como um dos elementosprotagonistas na definição de políticaspúblicas, e a sua articulação com asdemais disciplinas do campo da SaúdeColetiva. Com objetivo de promoverdiscussões técnico-cient í f icas, aprogramação inclui conferências,mesas redondas, palestras, painéis,

comunicações coordenadas e pôsterescomentados.

O Congresso foi estruturado deforma a oferecer a oportunidade deatualizar e rever as contribuições daepidemiologia para os diferentessetores da sociedade brasileira. Aexpectativa dos organizadores é que oevento seja, como nas versõesanteriores, um espaço para aprofundara reflexão sobre assuntos relacionadoscom as desigualdades/iniquidades emsaúde, as explicações causais do

processo saúde-doença, a vigilânciaepidemiológica, os aspectos regu-latórios próprios da vigi lânciasanitária, os processos de avaliação eincorporação de tecnologias en-volvendo usuários do sistema desaúde, pesquisadores, profissionais desaúde, gestores, responsáveis pelocomplexo industrial da saúde.

Reserve a data na agenda, maisdetalhes sobre envio de trabalhos einscr ições serão d ivu lgados embreve!

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16 Abrasco Julho 2010

Abrasco participa

A Revista Ciência & Saúde Coletiva, publicação científica bimestral editada pela ABRASCO, está

comemorando 15 anos de existência. Operiódico tem como editores científicos ospesquisadores Maria Cecília Minayo eRomeu Gomes, e foi criado para ser umespaço científico para discussões, debates,apresentação de pesquisas, exposição denovas ideias e de controvérsias sobre aárea. Cada número apresenta um debate,que reúne reflexões de 3 a 5 cientistas ecerca de 30 artigos, sendo a maioria frutode pesquisa, alguns de revisãosistemática e um ou dois de opinião.

Desde sua origem, a revista cumprefielmente requisitos de periodicidade ede normalização para publicação científicae hoje conta com colaborações de autoresde países de língua inglesa, francesa eespanhola. Atualmente o periódico estáindexado nas bases: Scientific EletronicLibrary Online (SciELO); MedicalLiterature Analysis and Retrieval SystemOnline (MEDLINE/Index Medicus); SocialSciences Citation Índex (SSCI); Scopus(base de dados de referências científicas,técnicas e médicas); E-Revistas (Plata-forma de Livre Acesso a Revistas Cien-tíficas Eletrônicas Espanholas e LatinoAmericanas); Latindex (SistemaRegional de Información en Línea);Sociological Abstracts (CSA); CABAbstracts (Base de dados compilada pelaCABI Publishing); Global Health (basede dados sobre Saúde Pública); Sanitaryand Engineering na EnviromentalSciences (Repdisca/OPAS); Diretory ofOpen Access Journals (DOAJ); Red deRevistas Científicas de America Latina,Caribe, España y Portugal (RedALyC);Free Medical Journals (Livre Acesso aRevistas Médicas); Sumários de RevistasBrasileiras (SRB); Gale Cengage Learning;Literatura Latino Americana e Caribe emCiências da Saúde (LILACS) e; ElectronicJournals Service (EBSCO).

Revista Ciência & Saúde Coletiva:15 anos de sucesso!

cuidados ampliados de saúde e daatenção a várias doenças na infância quepodem repercutir na vida adulta. A editoraconvidada, Maria Elisabeth Lopes Mo-reira, contextualizou o cenário demo-gráfico e epidemiológico em que os pro-cessos de saúde e doença na infânciaocorrem hoje no Brasil, ressaltando oacelerado processo de urbanização, odeclínio das taxas de fecundidade,natalidade e mortalidade infantil, o acessoao pré-natal e a institucionalização doaleitamento materno. Fazem parte destaedição estudos sobre a efetividade de

programas neonatais, humanização emUTI neonatal, aleitamento deprematuros, saúde escolar, saúde bucal,prevalência de agravos, determinantes damortalidade infantil, cuidados a criançascom doenças crônicas, transtornosalimentares, violência e notificação demaus tratos, cuidados paliativos, dentreoutros. Também foram abordados temascomo os gargalos do atendimento acrianças dependentes de tecnologia e asdeficiências do SUS para atender às quepadecem com problemas graves desaúde.

O Desafio da Drogadicção naSociedade Contemporânea

O volume 15.3 (maio/junho) foidedicado à drogadicção e a suasimplicações para a saúde pública. Oartigo-debate, de autoria do Dr. RonaldoLaranjeiras, vai na contramão de toda ateoria atual de desresponsabilização socialsobre o problema. Laranjeiras é umespecialista com uma posição muito clara(e controversa) e apresenta exemplos queestão dando certo, citando especi-ficamente o caso da Suécia. Comple-mentarmente, a revista apresentou váriasabordagens para o tema: há textos sobrea desconstrução da abordagem proibi-cionista, enquetes domiciliares e abor-dagens qualitativas e longitudinais sobreo assunto, estudos sobre abuso de álcool

Veja a seguir um resumo dos númeroslançados até o momento em 2010.

Segurança Alimentar

O volume 15.1 (janeiro/fevereiro)discutiu a segurança alimentar do pontode vista conceitual, técnico e populacional,abordando uma grande variedade dequestões a partir de pesquisas sobre: estilosde vida e alimentação, representações docorpo e medicina estética; obesidade ema d u l t o s , crianças e

adolescentes; distúrbiosalimentares; diabetes; hipertensãoarterial e nutrição, dentre outros. Essevolume também dá realce a propostassobre alimentação saudável a partir detemas como alimentação orgânica,preparo e distribuição de hortaliças e frutase análise de água para consumo humano.

Problemas de saúde na infância

O número 15.2 (março/abril) tevecomo tema central “Problemas de saúdena infância: desafios do tratamento e daprevenção”. Os artigos deste volume sereferem à nova criança que se apresentaao profissional de saúde: uma criança que,com o conhecimento científico etecnológico atual, poderia viver cem anosou mais, a quem ainda faltam, porém,cuidados suficientes e necessários para quesua expectativa de vida aumente. Sãomais de cem autores que tratam dos

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17 Julho 2010 Abrasco

e de tabaco com análises sobre fatores derisco e proteção, visando à construção deestratégias para prevenção e tratamento.

Saúde, Doenças e Políticasde Formação e Atenção

O primeiro suplemento de 2010,lançado no mês de junho, traz 101 artigossobre um amplo leque temático, em quese destacam o editorial que versa sobre os100 anos do Relatório Flexner, de autoriado Dr. Everardo Nunes, e o primeiro artigoque apresenta os resultados recentes deuma pesquisa domiciliar com técnica deurna sobre Aborto no Brasil, escrito porDebora Diniz e Marcelo Medeiros. Outrosassuntos tratados neste número são:políticas e gestão de saúde, saúde damulher e da criança, estudos sobredoenças, formação de recursos humanos,filosofia e ética no trato com os problemase pesquisas em saúde, saúde bucal eanálises da atenção oferecida aos usuários.

Consolidação e Perspectivasda Pós-Graduação em Saúde

Coletiva no Brasil

O número 15.4 (julho/agosto) apre-senta informações provenientes de longae abrangente pesquisa sobre odesempenho da Pós-Graduação emSaúde Coletiva no Brasil nos últimos12 anos. A partir da contribuição deimportantes pesquisadores do campo,oferece análise detalhada sobre a or-ganização curricular e epistemológica, ademanda, os egressos, a produção divul-gada nos Congressos e em Revistas e sobrea internacionalização da área. O textoinicial de debate, produzido por CecíliaMinayo (coordenadora da pesquisa quedeu origem aos artigos) dá ênfase a: cres-cente aprofundamento da organizaçãoepistemológica do campo em torno daEpidemiologia, das Ciências Sociais e dasdisciplinas de cunho aplicado comoPlanejamento e Gestão de Saúde;adequação sistêmica dos conteúdos;crescente especialização interna de cadauma das três áreas estruturantes;crescimento da interação interdisciplinarem torno aos objetos de estudo, e aoaumento crescente de artigos em revistasindexadas. Caracteriza também osdocentes e pós graduandos, mostrando orejuvenescimento e a feminilização docampo, e no caso dos egressos, suasatisfação em atuar a partir da sua pós-graduação.

Homenagem da ABRASCOaos que sempre farão falta

HERMANN SCHATZMAYR

A morte do virologista Hermann Gonçalves Schatzmayr deixou aFundação Oswaldo Cruz e a comunidade da área da Saúde Coletiva emgeral de luto. Expoente da ciêncianacional, Hermann traçou umcurrículo que acompanhou a própriahistória da Virologia no país: estudoua pandemia de gripe de 1957-8 no Riode Janeiro, participou dos esforços deerradicação da varíola e do combate àpoliomielite, além de ter produzidodestacados estudos sobre a dengue,sendo inclusive o responsável peloisolamento dos vírus do dengue 1, 2 e 3 no Brasil. Hermann morreu porfalência múltipla dos órgãos, aos 74 anos, no dia 21 de junho, no Riode Janeiro.

Pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz por quase meio século,Hermann ingressou na Fiocruz em 1961, onde atuou desde então,afastando-se apenas durante períodos no exterior para estudos. Por maisde 30 anos esteve à frente do Departamento de Virologia no InstitutoOswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), que deu origem a diversos centros dereferência nacionais e internacionais e ocupou o cargo de presidente daFundação entre 1990 e 1992. Membro da Academia Brasileira deMedicina Veterinária e da Academia Brasileira de Ciências, integrouvários comitês internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS).

LUIZ BARRADAS BARATA

A Diretoria da ABRASCO manifesta o seu pesar pelo falecimento dosanitarista e fundador do Sistema Único de Saúde, Luiz Roberto Barradas

Barata, na noite do sábado 17 dejulho, em São Paulo, vítima de umenfar te. Médico de formação,Barradas Barata graduo-se na SantaCasa de São Paulo em 1976 e doisanos depois especializou-se emSaúde Pública pela Faculdade deSaúde Pública da Universidade deSão Paulo. Ocupou cargo deassessor dos ex-ministros de SaúdeAdib Jatene e José Serra e foi chefede gabinete da Secretaria Municipalde Saúde de São Paulo na gestãodo ex Prefei to Mário Covas e

secretário adjunto de Saúde nos governos Mário Covas e GeraldoAlckmin. Assumiu a Secretaria Estadual de Saúde em janeiro de 2003.

Externamos o nosso pesar e condolências e estendemos nossossentimentos de fraterna solidariedade a Rita Barradas Barata, expresidente da ABRASCO, familiares e à comunidade da Secretaria de Saúdede SP.

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Curtas

LÍGIA BAHIA RECEBE O TÍTULODE CIDADÃ HONORÁRIA DO RIODE JANEIRO

Vice-presidente da ABRASCO e professorado Instituto de Estudos em Saúde Coletiva(IESC/UFRJ), a paulistana Ligia Bahia rece-beu o título de Cidadã Honorária do Rio deJaneiro no dia 15 de março, no Plenárioda Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.A pesquisadora foi condecorada por seu es-forço na efetivação da reforma sanitáriae do Sistema Único de Saúde (SUS).

Ligia Bahia graduou-se em Medicinapela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1980. PossuiMestrado e Doutorado em Saúde Pública pela FundaçãoOswaldo Cruz (FIOCRUZ/RJ), onde também fez especializaçãoem Epidemiologia, Pneumologia Sanitária, Residência Médicae Programação e Gerência de Sistemas. Além do seu trabalhocomo docente, Ligia também presta serviços para o Ministérioda Saúde, na área de Atividades de Programação ePlanejamento de Serviços de Saúde. Seu trabalho na área dePolíticas de Saúde Planejamento tem ênfase nos temas:sistemas de proteção social e saúde, relações entre o públicoprivado no sistema de saúde brasileiro, mercado de planose seguros de saúde, financiamento público e privado, eagenda da regulamentação dos planos de saúde.

Além de ser Vice presidente, Lígia integra a Comissão dePolítica, Planejamento e Gestão da Associação. Na UFRJ, éprofessora da pós-graduação em Saúde Coletiva e desenvolvepesquisas no Departamento de Medicina Preventiva, daFaculdade de Medicina.

CÉLIA ALMEIDA RECEBEA ORDEM DE RIO BRANCO

O Conselho da Ordem de Rio Branco, do Ministério dasRelações Exteriores, outorgou a condecoração da Ordem nograu de Comendador à pesquisadora Célia Maria de Almeida,Diretora do Escritório Regional da Fundação Oswaldo Cruzna África e integrante da Comissão de Ciência e Tecnologiaem Saúde da ABRASCO. A cerimônia de entrega foi realizadano dia 20 de abril, no Hall do Palácio Itamaraty, em Brasília.

Célia Almeida fez a graduação em Medicina pela Uni-versidade Estadual de Campinas (1972), o mestrado em Medi-cina Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro(1981) e o doutorado em Saúde Pública pela Escola Nacionalde Saúde Pública, FIOCRUZ (1995). Pesquisadora titular daEscola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da FIOCRUZ,desde 1978. Tem experiência na área de Saúde Coletiva,com ênfase em Políticas de Saúde (nacionais e globais),Organização de Sistemas e Serviços de Saúde, Saúde

Global e Diplomacia da Saúde, atuandoprincipalmente nos seguintes temas:política de saúde, sistemas de saúde,reforma setorial, reforma de sistemasde serviços de saúde, novos modelos dereforma, saúde global e diplomacia dasaúde e avaliação de programas e servi-ços de saúde. As principais atividadesnacionais desenvolvidas na área de pes-quisa: Membro do Comitê Temático deAvaliação dos relatórios do Edital CT-Saúde/MCT/CNPq/MS no. 24/2004;Coordenadora do Programa de Desenvol-vimento Tecnológico em Saúde Pública

(PDTS), da Vice-Presidência de DesenvolvimentoTecnológico e Pesquisa da FIOCRUZ (2004 a 2006); eCoordenadora da área de saúde Global e Diplomacia daSaúde, da ENSP/FIOCRUZ. No âmbito internacional a suaprincipal atividade tem sido a implantação do Escritório deRepresentação da FIOCRUZ na África, localizado em Maputo,Moçambique, desde agosto de 2008.

A Ordem de Rio Branco foi instituída pelo entãoPresidente da República, João Goulart, pelo Decreto n°51.697, de 5 de fevereiro de 1963 e tem como objetivohomenagear os que, por qualquer motivo ou benemerência,se tenham tornado merecedores do reconhecimento doGoverno Brasileiro, servindo para estimular a prática deações e feitos dignos de honrosa menção, bem como paradistinguir serviços meritórios e virtudes cívicas.

ESTELA AQUINO É RECONDUZIDA AO CARGODE REPRESENTANTE NO CONSELHONACIONAL DOS DIREITOS DA MULHER

Integrante do Núcleo Executivo do GT Gênero e Saúdeda ABRASCO, Estela Aquino foi reconduzida ao cargo de repre-sentante da Associação no Conselho Nacional dos Direitos daMulher para o biênio 2010 - 2012. Doutora em Saúde Coletivapela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Estela Aquino éprofessora associada do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA,onde coordena o MUSA - Programa Integrado em Gênero eSaúde.

Criado em 1985, o CNDM está vinculado ao Ministério daJustiça, e tem como meta promover políticas que visemeliminar a discriminação contra a mulher e assegurar suaparticipação nas atividades políticas, econômicas e culturaisdo país. No atual governo, o Conselho passou a integrar aestrutura da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres daPresidência da República, contando em sua composição comrepresentantes da sociedade civil e do governo, como formade ampliar o processo de controle social sobre as políticaspúblicas para as mulheres.

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COMITÊ EXECUTIVO DA OMSO ex Secretário Executivo da ABRASCO,ex Presidente da FIOCRUZ eatual representante do Brasil noComitê Executivo da OrganizaçãoMundial da Saúde, Paulo Buss, foieleito, em Genebra (Suíça), vice-presidente do órgão, até maio de2011. Buss afirmou que “estadesignação confirma a forte presençae legitimidade do Brasil no cenáriomundial da saúde”. O pesquisadorcomentou ainda que com a eleiçãodo Equador, Moçambique e TimorLeste, que se somam a Brasil e Chilecomo membros do Comitê, aUNASUL Saúde e a CPLP Saúde,estruturas regionais nas quais o Brasiltem ativa participação, contam agoracom cinco membros no órgão, alémda vice presidência, o que permitiráuma ação concertada entreos mesmos na defesa do interessedas regiões sul-americana e africana.

SAÚDE EM ANGOLAO médico angolano Miguel dosSantos de Oliveira concluiuo doutorado em Saúde Pública naEscola Nacional de Saúde SergioArouca (ENSP/Fiocruz). A pesquisateve como tema O processo dedescentralização do Serviço Nacionalde Saúde de Angola e contou com aorientação da Profa. ElizabethArtmann. Fazendo uso de entrevistas,levantamento e comparação de dadosem saúde do país, Miguel Oliveiraconseguiu discutir uma propostade regionalização dos Sistemas deServiços de Saúde. Em seu retornopara o país, Oliveira passa a integrara esfera nacional do Ministério daSaúde e continua sua colaboraçãocom a Escola, coorientando, ao ladode Elizabeth Artmann, dois alunosdo mestrado em Saúde Públicaministrado pela ENSP em Angola.Em agosto, o pesquisador voltaráao Brasil para apresentar sua tesede doutorado no Centro de Estudospromovido pela Escola.Veja a entrevista em que opesquisador fala sobre a realidade

do setor saúde em Angola na páginahttp://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/.

DIAGNÓSTICO DO VÍRUS H1N1O Ministério da Saúde lançou o KitNacional para Diagnóstico daInfluenza H1N1, tecnologia brasileiradesenvolvida para identificar o vírusda gripe pandêmica. A partir deagora, o país tem capacidade deproduzir os reagentes biomolecularesutilizados nos laboratórios paradetectar a doença e se tornar maisindependente do mercadointernacional. O kit será fabricado porum consórcio entre a FundaçãoOswaldo Cruz (FIOCRUZ), por meio doInstituto de Tecnologia emImunobiológicos (Biomanguinhos) edo Instituto Carlos Chagas (ICC), como Instituto de Tecnologia do Paraná(Tecpar). O investimento do governofederal no projeto foi de R$ 3,36milhões. Com esta rede, o Brasil terácapacidade de produzir 80 mil testespor mês para o diagnóstico deInfluenza H1N1, o suficiente paraatender a demanda nacional. Durantea primeira onda da pandemia, entreabril e dezembro de 2009, foramrealizados 73.121 testes. Com avacinação de mais de 82,7 milhões depessoas até 23 de junho, a expectativaé que caia o número de casos gravese mortes suspeitas pela doença. Oexame é indicado para pacientesinternados com suspeita de gripepandêmica, em casos de surtos emcomunidades fechadas e parainvestigar óbito.

ADELAIDE STATEMENT ON HEALTHIN ALL POLICIES (HIAP)The Adelaide Statement on Health inAll Policies (HiAP) introduces astrategic approach for governments totake when setting policies – anapproach that emphasizes team workacross governments, so that all sectorscan reap the benefits of a healthy andequitable society. It affirms that it isthe responsibility of the whole ofgovernment to create theenvironments where health and well-being can flourish benefiting allsocietal groups, especially thosemarginalized and without political

voice. HiAP reaffirms the idea thathealth sector can be an advocate forthe achievement in broader societalgoals. Access the Adelaide Statementthrough: http://bit.ly/9oJoXb.

PESQUISADOR DA FIOCRUZNA NATURE Chefe do Laboratório de DoençasParasitárias do IOC, professor eméritoda Universidade Federal do Rio deJaneiro (UFRJ) e pesquisador daFAPERJ, José Rodrigues Coura acabade ter um artigo sobre doença deChagas, escrito em conjunto comPedro Albajar Viñas, coordenadordo Programa de Doença de Chagasda área de Doenças TropicaisNegligenciadas da OrganizaçãoMundial da Saúde, publicado narevista inglesa Nature, edição 7301,volume 265, de 24 de junho. O textoaborda aspectos históricos, traça umpanorama da situação atual dadoença e analisa as perspectivas paraos próximos anos, alertando para apossibilidade do agravo se tornar umaimportante questão de saúde públicaem diversas regiões do mundo ondenão esteve presente até então. Como título ”Chagas disease: a newworldwide challenge”, o artigo destacaa ameaça representada pela recentedisseminação do Tripanossomacruzi para diversas regiões do mundo,como América do Norte, Europa eoeste do Oceano Pacífico. Possibilitadapelos fluxos de migraçãopopulacional, essa disseminaçãorepresenta, segundo os autores, umrisco para a saúde pública mundiale revela a urgência da intensificaçãodos esforços no sentido de ampliar ainformação e a vigilância sobre adoença de Chagas. O artigo escritopor José Rodrigues Coura e PedroAlbajar Viñas faz parte de um dossiêespecial sobre a doença publicadopela revista.Mais informações: http://www.nature.com/nature/journal/v465/n7301/index.html

CONSTRUINDO A IGUALDADEDE GÊNEROEstão abertas, até 15 de setembro,as inscrições para o 6º PrêmioConstruindo a Igualdade de

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Gênero, premiação voltada aestimular e fortalecer em estudantesdo ensino médio, graduados,especialistas, mestres e estudantesde doutorado a reflexão críticae a pesquisa acerca dasdesigualdades existentes entrehomens e mulheres em nosso país,contemplando suas intercessões comas abordagens de classe social,geração, raça, etnia e sexualidadeno campo dos estudos das relaçõesde gênero, mulheres e feminismoe sensibilizar a sociedade para taisquestões. O prêmio é uma iniciativada Secretaria de Políticas paraas Mulheres da Presidência daRepública, do Ministério da Ciênciae Tecnologia, do Conselho Nacionalde Desenvolvimento Científicoe Tecnológico (CNPq), do Ministérioda Educação e do Fundo deDesenvolvimento das Nações Unidaspara a Mulher. Mais informações:www.igualdadedegenero.cnpq.br

PARCERIA NYU-UFBANew York University (NYU) hassigned a letter of intent withUniversidade Federal da Bahia(UFBA) to create a formal affiliationbetween the two institutions. Thispartnership will generate a range ofactivities and initiatives that involvethe NYU Global MPH program. Thepartnership will facilitate academicexchanges of students and professorsworking in the area of public healthat the undergraduate and graduatelevels in the cities of New York andSalvador, Brazil. Areas ofcooperation will include researchand faculty development, and willinvolve students in projects forcourses and field experiences. Theletter of intent was signed June 17 atUFBA, the largest university in theState of Bahia and one of Brazil’smost prestigious academicinstitutions, in the presence ofRobert Berne, NYU Executive VicePresident for Health, and NaomarAlmeida, UFBA’s Rector.More information on the event canbe found in http://blogs.nyu.edu/mph/news/2010/06/.

XII CBISO XII Congresso Brasileiro deInformática em Saúde (CBIS)ocorrerá entre 18 e 22 de Outubrode 2010, em Porto de Galinhas,Pernambuco. Com o tema“Tecnologias InteligentesConectando Serviços, Profissionais eUsuários da Saúde”, o CBIS temcomo objetivo apresentar o estadoatual do desenvolvimento dastecnologias da informação e dascomunicações em saúde no Brasil eno mundo, e discutir os melhorescaminhos para sua utilização noBrasil visando contribuir para umsistema de saúde mais integral e dequalidade.

PESQUISA QUALITATIVA EM SAÚDEO IV Congresso Ibero-americano dePesquisa Qualitativa emSaúde, promovido por um amploconjunto de instituições envolvidascom o ensino e o desenvolvimentoda pesquisa qualitativa na regiãoIbero-americana, será realizado,de 08 a 11 de setembro de 2010,em Fortaleza (Ceará). Com o lema“Diversidade de Saberes, Construçãodo Conhecimento e Justiça Social”,a programação contempla distintosolhares e vertentes sobre a saúde;busca aprofundar questõesepistemológicas e metodológicas quedesafiam a produção científica nessatradição, ao tempo que reitera seuengajamento ético-político com odireito à saúde para todos e aconstrução de sistemas de saúdecomprometidos com a justiça social.Mais informações no site http://www.pesquisaqualitativa2010.com.br/index.php.

SISTEMAS UNIVERSAIS DESEGURIDADE SOCIALA I Conferência Mundial sobre oDesenvolvimento de SistemasUniversais de Seguridade Social serárealizado, de 01 a 05 de dezembrode 2010, em Brasília (DF), e terácomo objetivo estruturar as agendaspolíticas pela universalidade do

direito à seguridade social nos âmbitosnacionais e internacionais, por meiode uma convocatória aos governose organismos intergovernamentais,por convite a ser apresentado peloGoverno Brasileiro, e à sociedade civilinternacional, por intermédio doFórum Social Mundial da Saúde.O momento de crise internacionale nacional exige um aprofundamentoestratégico da perspectiva universalistae o lançamento de uma agendainternacional que crie uma alternativade garantia dos direitos humanosem seguridade social no marco deum desenvolvimento humano integrale a Conferência buscará construir umaresposta neste campo. O evento terátrês Blocos Temáticos: as razõese oportunidades para a construçãodos Sistemas Universais em seusimperativos democráticos e éticos;os desafios para alcançar auniversalização da Seguridade Sociale; os caminhos políticos para aconstrução dos Sistemas Universais:a definição da agenda políticae as estratégias de mobilização”. Maisdetalhes com a Secretaria Executivado evento pelo [email protected] ou pelo telefone (61) 3315.3287/2205.

12º SIMPÓSIO INTERNACIONALDE ESQUISTOSSOMOSEO 12º Simpósio Internacional deEsquistossomose será realizado, de 5a 8 de outubro, no Rio de Janeiro.O evento terá como temática os novosconhecimentos sobre esquistossomosecom base em uma abordagemabrangente de pesquisa edesenvolvimento tecnológico,incluindo estratégiasinterprogramáticas, açõesintersetoriais e determinantessocioambientais, e visando equidadeno acesso à saúde e efetividade dasações de prevenção, vigilância econtrole. Os tópicos incluem desdeavanços recentes sobre genômica,imunopatologia, bioquímica, biologiamolecular e ecoepidemiologia, atéinovações em diagnóstico, tratamentoquimioterápico e educação em saúde.Mais detalhes no sitewww.schisto2010.com.br.

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21 Julho 2010 Abrasco

BOLSAS PARA OS PALOPEstão abertas, até 30 de agosto, ascandidaturas para o Concurso deBolsas de Doutoramento no domíniodas DTN para investigadores dosPaíses Africanos de Língua OficialPortuguesa (PALOP). Esta é umainiciativa das Fundações Europeiaspara as Doenças TropicaisNegligenciadas (das FundaçõesCalouste Gulbenkian, Cariplo,Mérieux, Nuffield e Volkswagen). AsDoenças Tropicais Negligenciadas(DTN) são um grupo de 14 doençasinfecciosas que afetam mais de umbilião de pessoas, sobretudo emÁfrica, a maioria das quais vive emcondições de extrema pobreza. Paraalém do seu impacto negativo nasaúde, as DTN contribuem para umciclo continuado de pobreza econstituem um estigma que deixadezenas de milhões de pessoas semcondições de trabalhar, ir à escola ouparticipar da vida familiar e da suacomunidade. O Regulamento e oformulário de candidatura onlineestão disponíveis no site http://www.gulbenkian.pt/.

FUNDAÇÃO HEINRICH BÖLLSTIFTUNGA fundação alemã Heinrich BöllStiftung oferece bolsas de estudos depós-graduação e doutorado paraestudantes de fora da União Europeia.As inscrições vão até 1º de setembroe para concorrer às bolsas de pós-graduação, os candidatos devem serprovenientes de países externos àUnião Europeia e ter diploma deensino superior, além de comprovarconhecimento na língua alemã. Jápara as bolsas de doutorado énecessário, além de comprovar bonsconhecimentos no idioma, terconcluído o mestrado e ter sido aceitoem alguma instituição de ensinosuperior da Alemanha. Os processosde seleção dos dois programasdividem-se em três etapas: submissãodos documentos de candidatura,entrevista com representantes dainstituição e seleção dos projetos por

meio de entrevistas individuais ediscussões em grupo. Para concorreràs bolsas é preciso enviar o formuláriode inscrição preenchido, uma carta deapresentação justificando os motivosque levaram o candidato a concorrerà bolsa, um currículo, cópia doscertificados de graduação exigidospara cada tipo de bolsa, referênciaspessoais de orientadores de projetos,sinopse do projeto de pesquisa,descrição detalhada dos propósitosdo projeto, confirmação de aceiteda instituição alemã e o certificado deproficiência no idioma alemão. Asaulas terão início no dia 1º de abril de2011. Mais informações: www.boell.deou [email protected].

PÓS-GRADUAÇÃO NO IOC/FIOCRUZO Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz)receberá inscrições para o processo deseleção para o mestrado acadêmico doPrograma de Pós-Graduação emBiologia Parasitária até o dia 31 deagosto. Poderão se candidatarprofissionais de nível superior comgraduação em Medicina, Biologia,Farmácia, Veterinária, Química e áreasafins. O programa, que tem conceito 6da Capes, é dividido em quatro áreasde concentração: Biologia; Imunologiae Patogenia; Genética e Bioquímica; eEcologia e Epidemiologia. O processoseletivo será realizado em três etapaseliminatórias que incluirão provaescrita com questões de múltiplaescolha, prova escrita com base emartigo científico e entrevista. Maisinformações: http://www.fiocruz.br/iocensino/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=98

TWASO prazo para inscrição para brasileirosno programa de bolsas da Academiade Ciências para o Mundo emDesenvolvimento (TWAS,na sigla em inglês) vai até o dia 13 deagosto. As bolsas são de pós-graduação, pós-doutorado e pesquisaavançada, oferecidas a cientistas epesquisadores das seguintes áreas:Ciências Agráriase Biológicas, Química e CiênciasMédicas, Saúde, Engenharia,Astronomia, Ciências Espaciaise da Terra, Matemática e Física. A

instituição oferece esta oportunidade acientistas e pesquisadores de paísesem desenvolvimento acolhidos emcentros de excelência, incluindo Brasil,China, Índia, Malásia, México,Paquistão e Tailândia. Mulherescientistas são especialmenteencorajadas a enviar seus pedidos.Mais informações em:http://twas.ictp.it/prog/exchange/fellowships-pg/bra-pg.

OMSConfira as oportunidades oferecidaspela Organização Mundial da Saúde(OMS) acessando http://www.who.int/employment/vacancies/en/.

UNISANTOS ABRE CONCURSOA Universidade Católica de Santos,abriu processo seletivo para acontratação de 01 (um) professordoutor para o Programa de Pós-Graduação stricto sensu em SaúdeColetiva, com regime de trabalho de40 horas semanais. As inscrições estãoabertas até o dia 20 de agosto,exclusivamente na SecretáriaAcadêmica de Pós-Graduação (R.Carvalho de Mendonça, número 144,2º andar, sala 205, Vila Mathias. Maisinformações pelo telefone (13) 3205-5555, ramais 700 ou 505 ou pelo e-mail [email protected].

ALBERT EINSTEIN OFERECE VAGAPARA CENTRO DE INOVAÇÃOA Sociedade Beneficente IsraelitaBrasileira Albert Einstein, mantenedorado Hospital Albert Einstein, em SãoPaulo, está selecionando profissionaispara coordenar seu Centro de Inovação.Os candidatos à vaga devem terformação superior completa em cursosna área da Saúde (bioquímica,farmácia, química e áreas afins), inglêsfluente e experiência em processos depatentes. Dentre as atividades a seremdesenvolvidas o candidato selecionadoirá elaborar parecer de patentes,desenvolver estratégias de proteção denovas tecnologias, defesa de pedido depatentes junto a órgãos nacionais einternacionais, proteção de novosprodutos junto ao departamento depesquisa. É desejável que os candidatospossuam conhecimentos em marketing.Os currículos devem ser encaminhadospara [email protected].

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22 Abrasco Julho 2010

COOPERAÇÃO BRASIL-CANADÁEstão disponíveis para download duaspublicações que retratam ointercâmbio técnico-científico entre oBrasil e o Canadá na área de SaúdePública durante a última década:Ações Intersetoriais em Promoção daSaúde: A experiência de CooperaçãoTécnica no Campo da Saúde Pública (em português e em inglês) e ADecade of Canadian and BrazilianCollaboration in Public Health -Knowledge exchange and learning tosetrengthen intersectoral healthpromotion (português, inglês efrancês). Os livros retratam açõescoordenadas pela ABRASCO, aAssociação Canadense de SaúdePública (CPHA), a Escola Nacional deSaúde Pública (ENSP/FIOCRUZ) e aAgência Canadense deDesenvolvimento Internacional(ACDI). As publicações estãodisponíveis no sitewww.abrasco.org.br.

NUTRIÇÃO E PARIDADE DE GÊNEROA região da América Latina e Caribemostra progressos significativos nocombate à desnutrição infantil e àdesigualdade de gênero. Emcontrapartida, está entre as que maisdesmataram no período entre 1990 e2000. Essas são algumas dasconclusões do Relatório sobre osObjetivos de Desenvolvimento doMilênio 2010, lançado nesta quarta-feira pela Organização das Nações

Unidas. O documento afirma tambémque os avanços ocorrem, na maioriadas vezes, em velocidade inferior aonecessário, e que a crise econômicade 2008 e 2009 retardou progressosno combate à pobreza extrema,embora não deva impedir ocumprimento, até 2015, da metade diminuir pela metade a proporçãode pessoas que vivem com menosde US$ 1 por dia. O relatório estádisponível (em espanhol e inglês)no site da Organização das NaçõesUnidas www.un.org.

BOLETÍN UIPES/ORLAEl boletín electrónico de la UniónInternacional de Promoción de laSalud y Educación para la Salud(UIPES/ORLA), de junio de 2010,está disponible en línea. La UIPEStiene como misión promover la saludy el bienestar en todo el mundo ycontribuir para la consecución de laequidad entre los países y en el senode cada uno de ellos. Laorganización lleva a cabo su misióncreando y gestionando una redindependiente, mundial y profesionalde personas e instituciones quefomenta el libre intercambio deideas, de conocimientos, deexperiencias y el desarrollo deproyectos de colaboración a escalamundial y regional. El boletín estádisponible en línea, accedawww.iuhpe.org/uploaded/Regions/Orla/ORLA_Boletin_Junio_2010.pdf.

RECURSOS HUMANOS EM SAÚDEA Organização Mundial da Saúdelançou, em colaboração com a

Agência dos Estados Unidos parao Desenvolvimento Internacionale com o Banco Mundial, o Manualpara a Monitorização e Avaliaçãode Recursos Humanos de Saúde,com aplicação dedicada aos paísesde rendimento baixo e médio.Para fazer o download acesse http://whqlibdoc.who.int/publications/2009/9789248547706_por.pdf

REVISTA CEDESO Centro de Estudos Educaçãoe Sociedade lançou um númeroespecial sobre Saúde e TrabalhoDocente da Revista CEDES -Educação & Sociedade, no dia 17de junho. Esta edição reúnepesquisadores do Brasil e de paísesda América Latina (Argentina, Chile,México) e os resultados de pesquisassobre o sentido do trabalho nasescolas e sobre as evidências deassociação entre adoecimento e aexposição aos fatores psicossociais.O lançamento ocorreu no âmbitodo Seminário Internacional Políticaseducacionais e trabalho docente:perspectiva comparada. A revista é uma publicaçãodo Centro de Estudos Educação eSociedade (Cedes), planejada comoinstrumento de incentivo à pesquisaacadêmica e ao amplo debate sobreo ensino, nos seus diversos prismas,a revista aceita colaborações deartigos e resenhas na área deCiência da Educação. Confira oconteúdo desta edição no SciELO(http://www.scielo.br/).

Informativo da Associação Brasileirade Pós-Graduação em Saúde Coletiva

ANO XXVII - AGOSTO DE 2010

ABRASCO

Rua Diogo de Vasconcelos, 104 - Manguinhos - Rio de Janeiro - RJ - 21041-180

Tel/Fax.: (21) 2560-8699, 2560-8403 e 2598-2527

Web Site: www.Abrasco.org.br - E-mail: [email protected]

Diretoria 2009-2012

Presidente: Luiz Augusto Facchini (DMS/UFPEL)

Vice-Presidentes: Chester Luiz Galvao Cesar (FSP/USP), Ligia Bahia (IESC/UFRJ),

Luis Eugênio Portela Fernandes de Souza (ISC/UFBA), Kenneth Rochel de Camargo

(IMS/UERJ) e Elias Rassi Neto (UFG)

Conselho 2009-2012

Antônio Ivo de Carvalho (ENSP/FIOCRUZ), Eduardo Freese (CpqAM/FIOCRUZ),

Gastão Wagner de Souza Campos (DMPS/FCM/UNICAMP), José Cassio de Moraes

(DMS/FCM/SC-SP) e Mariangela Cherchiglia (PP/GSP/UFMG)

Secretário Executivo - Carlos dos Santos Silva

Secretária Executiva Adjunta - Margareth Pessanha de Souza

Gerente Geral - Hebe Conceição da Silva Patoléa

Equipe - Andréa de Cássia de Souza, Elaine Leal de Souza, Aline MacárioBarzellai Rodrigues, Jorge Luiz Lucas, Márcio Gomes de Alencar, Cátia Pinheiro

de Souza e Sidney Cabral

Abrasco Livros - Inez Damasceno Pinheiro (Gerente), Fidel Pinheiro, RafaelBarauna e Mônica da Silva (auxiliares)

Coordenação Editorial - Carlos dos Santos Silva e Margareth Pessanha de Souza

Fotografias - Juana Portugal

Jornalista Responsável - Juana Portugal

Ilustrações - Caco Xavier

Projeto Gráfico e Editoração - Martha Schlude

Impressão - Set Print Tiragem - 3 mil exemplares

EXPEDIENTE

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23 Julho 2010 Abrasco

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Classe Média Brasileira, A – ambições, valores

e projetos de sociedade

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britânico

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evidência clínica, análise econômica

e análise de decisão

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e operacionais

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Cláudia Figueiró e Paulo Germano de Frias

(orgs.)

Editora Medbook

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Dicionário Crítico do Feminismo

Helena Hirata, Françoise Laborie, Hélène Le

Doaré e Daniele Senotier (orgs.)

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e tornar essa estratégia eficaz

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