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Gerenciador disponibiliza via web, do- cumentos e informações para o acom- panhamento de ações ambientais e de obras de engenharia e infraestrutura Mais de 50 mil pessoas atendidas em 5 anos Mostras da BR-448 atrairam mais de 4 milhões de pessoas Página 6 Página 6 Página 10 Página 9 Infoambiente Educação Ambiental Exposições Gestão Ambiental da BR-448: 5 anos de comprometimento com cuidado ambiental BR-448 reduzirá em 20 anos mais de 11 toneladas de CO 2 BOLETIM 49 julho/agosto 2015

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Página xx

Gerenciador disponibiliza via web, do-cumentos e informações para o acom-panhamento de ações ambientais e de obras de engenharia e infraestrutura

Mais de 50 mil pessoas atendidas em 5 anos

Mostras da BR-448 atrairam mais de 4 milhões de pessoas

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Infoambiente

Educação Ambiental

Exposições

Gestão Ambiental da BR-448: 5 anos de comprometimento

com cuidado ambiental

BR-448 reduzirá em 20 anos mais de 11

toneladas de CO2

BOLETIM 49julho/agosto 2015

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Um Novo Caminho. Uma Nova Vida2

EDITORIAL

EXPEDIENTE

QUEM FEZ A GESTÃO AMBIENTAL

SOBRE

Entramos na fase fi nal do contrato de Gestão Am-biental e com ele, na última edição do Boletim da Rodovia do Parque. Foram cinco anos de grandes experiências que trouxeram para a equipe um apren-dizado importante e enriquecedor, pois envolveu diversas áreas do conhecimento na busca pelas melhores soluções ao ambiente da rodovia. Muitos foram os desafi os, todos encarados com compromisso e responsabilidade deixando um lega-do de grandes êxitos e modelo para novos projetos de Gestao Ambiental.Confi ra neste boletim, as principais ações realizadas no âmbito dos Programas Ambientais e os desafi -os impostos que geraram inovações importantes e ações inéditas.

Boa Leitura!

Gestão Ambiental: um aprendizado constante Adriano Panazzolo

Coordenador do Setor de MeioAmbiente e Recursos Hídricos (MARH) da STE S.A.

A experiência de implementar a Gestão Ambiental da Rodovia do Parque foi ímpar. Participar desse processo de cuidado ambiental na construção dessa importante via na região metropolitana de Porto Alegre signifi cou um aprendizado profi ssional e pessoal.Atualmente, em função das leis e regulamentações, devemos estar atentos ao conjugar progresso e sus-tentabilidade. E para isso contamos com uma equipe engajada e comprometida. Os desafi os encontrados foram, paulatinamente, sendo solucionados reunindo experiências e saberes de profi ssionais de várias áreas do conhecimento nesse projeto pioneiro em gestão so-cioambiental de rodovias.Chegamos ao fi nal dessa etapa com um somatório de conquistas e reconhecimentos. O “saber-fazer” é a grande herança para outros trabalhos e o que cada in-tegrante da Gestão Ambiental da BR-448 leva para sua vida!

Obrigado!

GER-

Realização: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT)Execução: STE - Serviços Técnicos de Engenharia S.A.Conselho Editorial: Carlos Türck, Chaiana Teixeira e Letícia Frantz Jornalista Responsável: Andrea Weschenfelder MTB 10594Fotografi as: Divulgação STE S.A.Contato: www.rodoviadoparque.com.brProjeto Gráfi co: FT Design

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Boletim julho/agosto 2015 3

A BR-448 está inserida em uma região do Bioma Pampa próxima ao Parque Estadual Delta do Jacuí, importante Área de Preservação Permanente (APP). No Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do empreendimento foram detectadas mais de 200 espécies de plantas, distribuídas em 74 famílias. As estratégias traçadas para minimizar os impactos sobre a fl ora da região e manter a diversidade, incluiu o transplante de árvores imunes ao corte (corti-ceiras-do-banhado, fi gueiras, butiás e jerivás) e a realo-cação de epífi tas (plantas que vivem sobre outras plan-tas). Na necessidade de intervenção na fl ora local, foram realizados mais de 470 transplantes. “No caso da BR-448, os transplantes foram realizados em atendimento às condicio-nantes ambientais da Licença de Instalação do empreendi-mento. Houve todo um cuidado e uma preocupação com a funcionalidade e estética das áreas que estão recebendo os

transplantes”, explica Silvia Aurélio, Engenheira Flor-estal da Gestão Ambiental. O processo de transplan-te reduz o tempo de restabelecimento de cada planta. “O procedimento de transplante de árvores, além de as-segurar o salvamento de uma parcela da biodiversidade local, é um método que garante em um tempo de retorno menor, o restabelecimento das funções da fl ora na nature-za e o embelezamento desejado”, esclarece Silvia. Após o procedimento, e seguindo o Plano Básico Ambiental da rodovia, houve também o monitoramento de cada ár-vore transplantada pelo período de 1 ano e 3 meses. O percentual de sobrevivência total dos transplantes é de aproximadamente 71%, entre as espécies transplantadas na área da BR-448 estão: Erythrina crista-galli (corticei-ra-do-banhado), Butia capitata (butiazeiro), Syagrus ro-manzoffi ana (jerivá) e as fi gueiras nativas do gênero Ficus.

Estadual do Delta do Jacuí. Importante complexo de 30 ilhas e porções continentais com matas, banhados e campos inundados que abriga uma grande variedade de espécies. O Parque funciona como um fi ltro e esponja regulando a vazão dos rios em épocas de cheias, prote-gendo a população da Grande Porto Alegre.Focada na preservação do meio ambiente, a BR-448 foi implantada em área com lavouras de arroz, urbanização consolidada e Área de Proteção Ambiental (APA). Possui passagens de fauna em túneis sob a rodo-via, pontes, viadutos, elevadas, passagens inferiores e vão estaiado. O traçado da estrada passa por trás do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, indo até a BR-386, trecho Tabaí/Canoas e daí segue paralela ao rio dos Sinos, deslocando-se até a BR-290 (Free Way), passando por cima do rio Gravataí, através de uma ponte terminando no bairro Humaitá, em Porto Alegre.

Qualquer motorista que precisasse trafegar pela BR-116 para chegar a Porto Alegre, municípios da região metropolitana e ao norte do estado, sabia o martírio que iria passar.Foram mais de 30 anos discutindo alternativas para o confl ito do tráfego neste trajeto, sobretudo quando a via recebia cerca de 130 mil veículos diariamente e se constituia no maior corredor logístico do estado. A partir desta discussão, em 2000 surgiu o Projeto do Polão, que previa 41 km de novas rodovias, a duplicação da RS-118 e a recuperação das BR-116 e BR-386, com três praças de pedágio. Como alternativa ao extinto Polão surge a BR-448, um projeto concebido para trazer diversos benefícios à região. Feita com recursos da União, sem pedágios, ela absorve cerca de 40% do fl uxo concentrado na BR-116.Apelidada de Rodovia do Parque por ter em suas proximidades o Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, hoje, o nome também faz referência ao Parque

476 árvores transplantadas entre agosto de 2010 e agosto de 2013

FLORA

Transplantes de árvores asseguram biodiversidade e integram

paisagem da área da BR-448

Desde a fi nalização dos transplantes a equipe monitora o estado fi tossanitário (saúde) das árvores

Demanda para Projeto do Polão originou nome e obra da rodovia

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Um Novo Caminho. Uma Nova Vida4

As fases do projeto foram supervisionadas pelo órgão ambiental fi scalizador Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler (FEPAM)

Reunir numa mesma iniciativa a proteção ambiental con-siderando também os aspectos sociais e econômicos foi o que a Gestão Ambiental desenvolveu como solução para as 46 mil toneladas de resíduos sólidos originados na atividade de reciclagem das famílias remanescentes da Vila do Dique, no município de Canoas/RS, que ocupavam ir-regularmente um trecho do empreendimento.Dentre as alternativas, o encapsulamento dos resíduos na faixa de domínio da rodovia foi a solução que se apresentou mais adequada, tanto em relação às características técnicas e legais quanto fi nanceiras. “Considerando que nas amostra-gens realizadas os resíduos não apresentaram quantidade de matéria orgânica signifi cativa, portanto, com pouco potencial para gerar líquidos a partir da degradação e que, devido às características físico-químicas estes resíduos pu-deram ser enquadrados como Classe II-A (Não Perigosos), segundo a NBR 10.004/2004, optou-se em conjunto com o órgão ambiental fi scalizador da obra (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler – FEPAM) pela Remediação da Área Degradada in situ (no local), com o encapsulamento dos resíduos em células projetadas na faixa de domínio da rodovia”, destaca Adriano Panazzolo, Coordenador do MARH da STE S.A.

O Projeto

O projeto considerou a adoção de técnicas construtivas usualmente utilizadas em aterros sanitários, como a imper-meabilização da base das células, adensamento dos resídu-os após a disposição, drenagem de gases e a cobertura fi nal com geomembrana de PEAD, camada de solo e plantio de gramíneas. Ainda, no projeto foi previsto a execução do monitoramento ambiental e geotécnico das células.

Difi culdades e Benefícios

O ineditismo da proposta e a localização do passivo em uma área sensível foram as principais difi culdades enfrentadas para se chegar ao processo de licenciamento ambiental. “A localização do passivo em áreas de sensibilidade ambiental, e o pioneirismo da solução apresentada, visto que é a pri-meira obra do segmento rodoviário com células de resídu-os incorporadas às bermas de equilíbrio da rodovia, foram os pontos de maior suscetibilidade do projeto”, fi naliza Adriano.

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46.600 toneladas de resíduos destinados corretamente em células na rodovia

SUSTENTABILIDADE

Encapsulamento de resíduos promove saúde ambiental e melhoria estética ao empreendimento

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Boletim julho/agosto 2015 5

Os programas envolveram ações de resgate, monitoramento e redução do atropelamentoA BR-448 tem em sua extensão, cerca de 6 km (km 15 até km 21) de trecho passando por Área de Proteção Ambien-tal (APA) do Delta do Jacuí.Além desta peculiaridade, o empreendimento envolveu todo um cuidado com relação às populações de fauna e fl o-ra presentes na área de infl uência direta da rodovia.Na relação entre obra e meio ambiente três programas estiveram diretamente ligados à redução do impacto da construção sobre a fauna, atuando no resgate, na redução do atropelamento e no monitoramento das espécies da área.As passagens de fauna são um dos mecanismos de preser-vação e foram previstos pelo Programa de Redução de Atropelamento de Fauna para evitar o atropelamento de animais silvestres após a fase de operação da rodovia.Projetadas de forma a deixar um vão livre mínimo, per-mitindo a entrada de luz natural e garantindo a iluminação interna durante o dia, as passagens de fauna são mecanis-mos utilizados para reduzir os impactos gerados na imple-mentação da rodovia. Mão pelada, furão, graxaim-do-mato e tatu foram as primei-ras espécies de mamíferos da fauna silvestre da área a serem registrados fazendo uso das passagens de fauna ainda em construção no empreendimento. Com o objetivo de prevenir o atropelamento foram construidas três passagens de fauna secas e duas em arroios

que permitem o acesso seguro dos animais. Busca ativa por procura de animais e vestígios, armadilhas fotográfi cas e de captura, monitoramento nas passagens de fauna, esses foram os procedimentos de acompanhamento da fauna utilizados pelo DNIT, por meio da Gestão Ambi-ental que possui uma equipe especializada, responsável por realizar mensalmente o monitoramento da fauna na área de abrangência do empreendimento situado na região metro-politana de Porto Alegre.Em campanhas mensais foram observados os dados climáticos da região no período de realização das mesmas, incluindo índice de chuvas, temperatura média e outros dados relevantes que possam infl uenciar a atividade ou o comportamento dos diferentes grupos de animais.Conforme Andrea Pedron, Bióloga da Gestão, as cam-panhas foram feitas de carro e a pé. “A campanha era realizada por meio de duas técnicas: o monitoramento veicular acontecia durante dois dias consecutivos, a uma velocidade média de 40 km/h, cujo alvo foram os mamíferos de médio e grande porte, roedores, aves e répteis. O caminhamento teve o objetivo de registrar os anfíbi-os. O monitoramento por caminhamento era realizado em seis segmentos, considerando as áreas alagadas próximas à rodovia e o registro de espécimes de anfíbios”, fi naliza.

3 programas específi cos de resgate, redução de atropelamentos e monitoramento da fauna

FAUNA FAUNA

Cuidados com a fauna envolveram construção de dispositivos, monitoramento e resgates

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Professores, alunos, colaboradores das obras, comunidade reassentada e sociedade civil organizada foram os públicos atendidos pelo programa

Na proposta incorporada pela Gestão Ambiental e ancora-da pelo Plano Básico Ambiental do empreendimento esteve o processo permanente de sensibilização com ações educa-tivas alertando para a necessidade da preservação do meio, a importância do empreendimento e fomentando a prática da educação ambiental participativa. Educadores, educandos, sociedade civil organizada, colaboradores da obra e membros da comunidade bene-fi ciada pelo Programa de Reassentamento Populacional envolveram um total de 50.010 pessoas em mais de 1.830 ações informativo-educativas por meio de palestras, ofi ci-nas, contação de histórias, sessões de cinema com temáticas sobre a preservação ambiental, recursos hídricos, educação

no trânsito, relações no ambiente de trabalho, gerencia-mento de resíduos sólidos, cuidados com a fauna e a fl ora, entre outros.De acordo com a equipe, a maior rede de atendimento foi a dos alunos, pois o mapeamento realizado pela Gestão abrangeu mais de 30 escolas dos quatro municípios con-templados pelo empreendimento, totalizando no ano de 2015, cerca de 18.700 educandos.O trabalho de sensibilização contou com o reforço da mas-cote da gestão, representada pela ave João-de-Barro e a en-trega de material didático personalizado.

Os impactos decorrentes da construção ou duplicação de uma rodovia podem ser minimizados com o trabalho de Gestão Ambiental, mas para que a sociedade como um todo tenha acesso a esse trabalho é preciso mais. Com isso, a STE S.A., por meio do MARH criou o Infoambiente. O sistema pioneiro é um gerenciador que disponibiliza via web, documentos e informações georreferenciadas para o acompanhamento das ações da Gestão Ambiental, além de outras aplicações, como obras de engenharia e infraestrutura. Entre as características da ferramenta está a utilização de soft ware livre, a integração com bases de dados externas (como por exemplo: banco de dados, fotos, documentos e Google Maps), a possibilidade de acesso simultâneo de usuários em diferentes locais e o armazenamento, manipulação e consulta de diversas informações geográfi cas multidisciplinares.Conforme o Coordenador do MARH, Engenheiro Adriano Panazzolo, “o sistema permite diferentes níveis de acesso para visualização, contemplando diversos tipos de usuários, desde o contratante até a comunidade envolvida com a execução do empreendimento”. O Infoambiente contém a listagem dos Programas Ambientais, relatórios, fotos, li-cenças ambientais, boletins, registro de atividades, atas de reuniões, a localização e detalhes do projeto de engenharia e dados coletados pela Gestão em ambiente georreferenciado. Acesse e confi ra http://infoambiente.stesa.com.br/

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Educação Ambiental: em 5 anos mais de 50 mil pessoas atendidas

Criação de sistema de dados pioneiro e amigável

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Boletim julho/agosto 2015 7

Famílias da Vila do Dique, em Canoas/RS, foram atendidas pela equipe durante o processo inicial, provisório e defi nitivo do reassentamento

Os cerca de 130 mil usuários diários que trafegavam no tre-cho da BR-116 na região metropolitana de Porto Alegre/RS enfrentavam diariamente o drama dos congestionamentos e acidentes com perdas na saúde e na produtividade, sabem que a BR-448 chegou como uma importante alternativa para a melhora do tráfego e da segurança dos usuários e sabem também o que ela signifi ca para o incremento da economia regional. Mas são poucos os que conhecem o que ela real-mente representava para a pequena e anônima comunidade da Vila do Dique de Canoas/RS, formada por 599 famílias que concentrava uma população de 2400 pessoas. A estrada assegurou o direito à moradia e com ele, a cidada-nia e a garantia que não se resume a apenas um teto e qua-tro paredes, mas ao acesso a um lar com dignidade. Durante mais de três décadas, essas pessoas viveram desconectadas de redes de água, de esgoto e energia elétrica e sob o medo de serem removidas inesperadamente por ocuparem uma área irregular e de risco às margens do dique, devido a desmoronamentos e inundações frequentes nas épocas de cheias dos Rios dos

Sinos e Gravataí.Hoje com a construção da rodovia, o DNIT com a Gestão Ambiental, através do Programa de Reassentamento Populacional e a parceria da Prefeitura de Canoas, a comu-nidade da Vila do Dique passou a uma nova condição de vida, com mais qualidade e a possibilidade de um futuro com esperança.Foram muitas as narrativas registradas pela equipe do “co-lete azul”, denominação utilizada pelos moradores para identifi car a Gestão Ambiental durante o desenvolvimen-to do trabalho social executado na comunidade. A maio-ria delas mostrou o quanto a vida das famílias mudou e está mudando a partir da construção da BR-448 e revelam a importância de assumir com responsabilidade social e comprometimento, o processo de realocação e adaptação das famílias ao local provisório e defi nitivo de moradia.

Conheça o processo de reassentamento da BR-448 acessando o link http://migre.me/rueU1

SOCIOAMBIENTAL

BR-448 - Um novo caminho. Uma nova vida

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Um Novo Caminho. Uma Nova Vida8

Pontos subterrâneos e superfi ciais de monitoramento permitiram verifi car a qualidade e promover a formação de um banco de dados

Caminhão pipa umidifi ca os locais de movimentação de veiculos

Disponível em quantidade e qualidade variadas no tempo e no espaço, a água é um recurso vital para a manutenção dos ciclos biológicos, geológicos e químicos, portanto, requer gerenciamento, planejamento e implementação de ações para garantir seus múltiplos usos. Na área onde foi construí-da a rodovia, o DNIT, por meio da equipe de Gestão Am-biental do empreendimento monitorou trimestralmente os aspectos qualitativos da água superfi cial e subterrânea.Com Programas específi cos, os recursos hídricos presentes na área de infl uencia da rodovia passaram por um acom-panhamento sistemático, visando prevenir ou reduzir os impactos da construção sobre os recursos hídricos. Com o objetivo de avaliar possíveis interferências na água subter-

As atividades de terraplenagem, movimentação de materi-ais, operação de usinas de asfalto, canteiros de obra e o trân-sito de veículos pode gerar grande quantidade de material particulado (poeira) e gases no ar. Com isso o DNIT , por meio Gestão Ambiental da BR-448, executou o controle e monitoramento diário dessas emissões.Depois de identifi car as fontes de emissão, a equipe de Su-pervisão Ambiental realizava sistematicamente, a inspeção dos equipamentos e o trânsito dos veículos nos caminhos de serviços, nas frentes de obras, além do monitoramen-to da opacidade de veículos à diesel. Entre as medidas de

rânea e superfi cial a equipe realizou campanhas de monito-ramento em 14 poços piezométricos e 10 pontos ao longo do trecho instalados de acordo com as normas ambientais (ABNT NBR 15.495-1/2007) ao longo dos 22 quilômetros do empreendimento.Os ações trimestrais de monitoramento da qualidade da água superfi cial e subterrânea chegaram ao fi nal com a realização de 22 campanhas e não registraram interferên-cias signifi cativas na qualidade da água, além de possibilitar com as avaliações a formação de um banco de dados com informações importantes para novos projetos na região.

controle esteve a orientação aos lotes, quanto as lavagens e manutenções periódicas dos equipamentos e veículos, o enlonamento das caçambas de transporte de terra e brita e a umidifi cação das vias com caminhão pipa. Além desses cuidados, aconteceu mensalmente uma campanha utilizan-do a Escala Ringelmann e observando os padrões exigidos pelo CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente, que estabelecem padrões e limites de emissão de poluentes e de qualidade do ar.

RECURSOS HÍDRICOS/PARTICULADOS

Campanhas de água formam banco de dados para projetos futuros

Poeira e gases foram monitorados na BR-448

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Área em Canoas/RS, recebeu resíduos fl orestais e foi transformada em um banco de sementesO impacto das transformações humanas sobre os ambien-tes naturais, quando planejado, podem resultar em soluções e exemplos a serem seguidos. Na BR-448, o que seria considerado uma difi culdade na recuperação ambiental se tornou uma solução, por meio do tratamento de uma área degradada com acúmulo de resíduos fl orestais, reverten-do-a em banco de sementes.A iniciativa foi resultado de uma ação entre o DNIT, im-plementada pela equipe de Supervisão Ambiental da STE S.A. em parceria com o Consórcio Construtor do Lote 1 (Sultepa, Toniolo Busnello). A modifi cação da área com resíduo fl orestal, chamada de “bota espera”, fi ca localizada no km 8+200, na cidade de Canoas/RS. Segundo o Biólo-

go do Consórcio, Vicente Trajano de Almeida “A ideia do banco de sementes partiu da Supervisão Ambiental, adotamos e levamos para a gerência que apoiou com a operacionalização”, resume.Os benefícios da ação foram reforçados pela Engenheira Florestal da Gestão Ambiental, Silvia Aurélio, “A condição de germinação neste local está muito além, pois possui boas condições de umidade e solo orgânico” e Vicente completa,“os resíduos fl orestais identifi cados no km 8+200 (serrapilheira) deixaram de ser um problema para se tornarem uma solução como material de substrato orgâni-co, com um banco de sementes de espécies nativas”, fi naliza.

veículos permanecerem por mais tempo na rodovia do que o projetado. A partir da construção da BR-448, o tráfego da região de infl uência apresenta hoje uma situação bastante satisfatória, comprovando os números obtidos no estudo”, observa.

Resultados

O sistema viário composto pelas BRs-116 e 386, na região de infl uência do estudo, apresentaria em 20 anos emissões de 19,33 milhões de toneladas de CO2. A in-serção (construção) da BR-448 neste sistema permite, através da mitigação dos problemas de tráfego lento e en-garrafamentos, a redução das emissões para 8,09 milhões de toneladas de CO2 no mesmo período. “O balanço de carbono fi nal aponta que a construção da BR-448 per-mitirá a redução das emissões em 11,13 milhões detoneladas de CO2 no período de 2014 a 2033, considerando todos os combustíveis fósseis empregados pelos veículos (diesel, gasolina e GNV)”, aponta Adriano.O estudo obteve dois importantes retornos ao meio am-biente. “O primeiro quando demonstra a viabilidade da determinação do balanço de carbono e redução de emissões para as rodovias brasileiras, permitindo men-surá-lo. E segundo, gerir tais emissões de forma es-tratégica”, fi naliza.

Sabemos que o CO2, ou gás carbônico, é importante para a realização da fotossíntese das plantas, é liberado no processo de respiração dos seres humanos e também, na queima de combustíveis fósseis, como gasolina, diesel, querosene, carvão mineral e vegetal. O problema nesta liberação está na quantidade de gás carbônico na atmos-fera, pois é um dos gases que ocasionam o efeito estufa, responsável pelo aquecimento global.As maiores fontes de energia mundial são o carvão, o petróleo e o gás natural – chamados combustíveis fós-seis. Neste panorama, o setor de transportes é o que mais contribui para a emissão destes gases na atmosfera, e por isso, o DNIT, por meio da Gestão Ambiental, promoveu um estudo do balanço das emissões de gás carbônico em função da construção do empreendimento e o sistema rodoviário de sua infl uência.A pesquisa integrou os segmentos da BR-116 e BR-386, num período de 20 anos (2014 a 2033) e os fa-tores considerados no estudo e seus efeitos sobre os cál-culos são explicados pelo Coordenador do MARH da STE S.A., Engenheiro Adriano Panazzolo. “Tendo como base de informações o Estudo de Tráfego do projeto de engenharia da BR-448 e artigos científi cos relacionados ao tema, foi possível calcular as emissões de CO2 sem a implantação da Rodovia do Parque, considerando espe-cifi camente o efeito do trânsito lento e engarrafamen-tos, que gerava o excedente de emissões em virtude dos

SUSTENTABILIDADE

Área degradada transformada em banco de semente

BR-448 reduz emissões de CO2 em milhares de toneladas

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BOLETIM 49julho/agosto 2015

Ocupando espaços privilegiados na região metropolitana, as exposições itinerantes, “Que árvore você quer para o futuro? Não faça do lixo a semente” e “Endereçar”, ambas realizadas pela Gestão Ambiental da BR-448, foram atrações à parte para a comunidade gaúcha. As Mostras propuseram leituras sobre o descarte irregular de resíduos e a transformação social, refl etindo sobre temáticas socioambientais contemporâneas e possibilitaram um “diálogo” com os visitantes. “Com a proposta de levar à sociedade uma preocupação pontual da equipe de Gestão Ambiental da rodovia, criamos a Mostra das árvores em 2011, no sentido de instigar as pessoas a refl etirem sobre o seu papel enquanto cidadãs e a sua responsabilidade sobre o que consome e como descarta seus resíduos no cotidiano”, explica o responsável pela Educação Ambiental, Engenheiro Carlos Türck. Já a exposição fotográfi ca chamada “Endereçar” inaugurada em 2013, retratou o processo de conquista gradual da melhora da qualidade de vida das famílias da Vila do Dique de Canoas/RS, benefi ciadas pelo Programa de Reassentamento Populacio-nal da BR-448. As imagens traziam as três fases vivenciadas pela comunidade: Vila do Dique, Vila de Passagem (processo provisório) e nos loteamentos defi nitivos, despertando diferentes pontos de vista nos visitantes.A itinerância contabilizou a estada em dezenas de espaços públicos e culturais com milhares de visitantes.

49 Espaços, 9 cidades e 3 estados contabiliza 4 milhões de visitantes em 4 anos e meio de itinerância

Mostras somaram 5 milhões de visitantes

“Árvores de lixo” contabilizou 4 milhões de visitantes em 4 anos e meio de itinerância em 49 espaços, 9 cidades de 3 estados

Endereçar teve 1 milhão de visitantes em 2 anos e meio de itinerância em 22 espaços, 6 cidades de 2 estados