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O Poder Executivo conce- deu o licenciamento compul- sório, por interesse público, de patentes referentes ao Efavi- renz, para fins de uso público não comercial, através do De- creto n° 6.108, de 4 de maio de 2007. João Sanches, diretor de comunicação corporativa da Merck Sharp & Dohme, que produz e fornece esse medica- mento, veio expor aos associa- dos da ABPI como ocorreu es- se processo. Página 4 Nº 85 • Maio de 2007 Boletim da ABPI 1 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL Boletim da Maio de 2007 - nº 85 Licenciamento compulsório: fatos e mitos Bastante concorrida a palestra de João Nicomedes Sanches. João Nicomedes Sanches Conheça o programa na página 3. Inscrições com o desconto: 15 de junho (1ª fase) e 31 de julho (2ª fase). Outras informações na página 2 e no site da ABPI: www.abpi.org.br. XXVII SEMINÁRIO NACIONAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL A CONTRIBUIÇÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL PARA A ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO 26 A 28 DE AGOSTO DE 2007 • WINDSOR BARRA HOTEL, RIO DE JANEIRO, RJ

Boletim ABPI 52 · em casos de abuso de direito, permitem a adoção da medida em casos de urgência e reconhe- ... Informações, críticas e sugestões serão ava-liadas e respondidas,

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O Poder Executivo conce-deu o licenciamento compul-sório, por interesse público, depatentes referentes ao Efavi-renz, para fins de uso públiconão comercial, através do De-creto n° 6.108, de 4 de maio de

2007. João Sanches, diretor decomunicação corporativa daMerck Sharp & Dohme, queproduz e fornece esse medica-mento, veio expor aos associa-dos da ABPI como ocorreu es-se processo. Página 4

Nº 85 • Maio de 2007 Boletim da ABPI 1

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

Boletim daMaio de 2007 - nº 85

Licenciamento compulsório: fatos e mitos

Bastante concorrida a palestra de João Nicomedes Sanches.

João Nicomedes Sanches

Conheça o programa na página 3. Inscrições com o

desconto: 15 de junho (1ª fase) e 31 de julho (2ª fase).

Outras informações na página 2 e no site da ABPI: www.abpi.org.br.

XXVII SEMINÁRIO NACIONAL DAPROPRIEDADE INTELECTUAL

A CONTRIBUIÇÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL PARA A ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO

26 A 28 DE AGOSTO DE 2007 • WINDSOR BARRA HOTEL, RIO DE JANEIRO, RJ

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Novos associados

O Comitê Executivo e o ConselhoDiretor da ABPI aprovaram em 16 demaio de 2007 os pedidos de filiaçãode: André Frota Uchôa (IdentitätConsulting, Rede Empresarial), Clau-dia Denise Gimenz (particular), Ge-nival Silva Souza Filho (Gaia, Silva,Rolim & Associados e Consultoria Ju-rídica) e Gustavo Henrique Eirado deEscobar (Escobar Advocacia).

Inscrições comdesconto

O site da ABPI www.abpi.org.brcontém todas as informações, formu-lários e instruções para os interessa-dos em participar do XXVII Seminá-rio Nacional da Propriedade Intelec-tual a ser realizado pela ABPI nosdias 26 a 28 de agosto no WindsorBarra Hotel, no Rio de Janeiro. Pro-grama de acompanhantes, reserva dehotel, formulários eletrônicos de ins-crição e reservas de hotel estão dispo-níveis no site. O evento tem a colabo-ração do Tribunal de Justiça do Esta-do do Rio de Janeiro, da Escola daMagistratura do Estado do Rio de Ja-neiro - EMERJ e da Escola de Magis-tratura Regional Federal da 2ª Região -EMARF. Informações e inscrições naABPI pelo telefone (21) 2532-5655 ouatravés de e-mail [email protected] ouna secretaria do Seminário: RegencyCongressos & Eventos Ltda., pelo tele-fone (21) 2553-6628 ou através do [email protected].

2 Boletim da ABPI Maio de 2007 • Nº 85

Editorial

Licença compulsória:fatos e mitos

Leonor Galvão de BottonVice-coordenadora da Comissão de

Estudos de Biotecnologia da ABPI

No almoço mensal da ABPI no dia 16 de maio de 2007 tivemos o prazer de receber o dire-tor de comunicações corporativas da Merck Sharp & Dohme, João Sanches, que proferiu pales-tra sobre a recente licença compulsória decretada pelo governo para o anti-retroviral Efavirenz.

O tema é sem dúvida controverso.É certo que a licença compulsória de patentes é internacionalmente reconhecida e cons-

ta dos principais tratados internacionais. Tanto a Convenção da União de Paris (CUP)quanto o acordo TRIPS contemplam a possibilidade da concessão de licenças compulsóriasem casos de abuso de direito, permitem a adoção da medida em casos de urgência e reconhe-cem que os acordos internacionais não devem sobrepor-se aos interesses de saúde pública.

Por outro lado, a Constituição brasileira determina no seu artigo 5º, inciso XXIX,que “a lei assegurará aos autores dos inventos industriais privilégio temporário para suautilização (...) tendo em vista interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômi-co do país”. De fato, a licença compulsória é permitida pela legislação brasileira quando severifica um choque entre os princípios constitucionais da proteção à propriedade e do in-teresse social, uma vez que o objetivo maior de interesse social deve prevalecer sobre os in-teresses privados. O licenciamento compulsório de patentes em situações de emergêncianacional e interesse público é assim regulado na legislação brasileira pelo artigo 71 da Leinº 9.279/96 (Lei da Propriedade Industrial - LPI) e pelo Decreto nº 3.201, de 6 de outu-bro de 1999, que regulamenta o referido artigo.

No entanto, o licenciamento compulsório do anti-retroviral Efavirenz, com base no prin-cipio de interesse público, surpreendeu a muitos. O governo alega que a economia de US$ 30milhões/ano que será supostamente gerada em função da licença compulsória e conseqüenteimportação de um genérico indiano garantirá a sustentabilidade do Programa Nacional deDST e AIDS, tal economia sendo vital para a saúde pública e portanto de interesse público.

Neste contexto, vale ressaltar alguns pontos.Em primeiro lugar, a economia direta não é de US$ 30 milhões/ano. Nas negociações com

a Merck, a proposta do governo era de que fosse adotado o preço praticado na Tailândia, deUS$ 0.65 por dose diária, e a contraproposta da Merck foi um desconto de 30% sobre o preçoatual, para US$ 1.10. Segundo explicou João Sanches, a diferença de preços entre os vários paí-ses faz parte de uma estratégia global de acesso que foi estabelecida pela Merck juntamente comoutras indústrias farmacêuticas, a ONU, a OMS, a UNICEF, a UNAIDS e o Banco Mundiale varia de acordo com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e a taxa de prevalência deAIDS de cada país. O Efavirenz foi lançado no Brasil no ano 2000 a um custo inicial deUS$ 6.96. Porém desde então o medicamento teve o seu preço reduzido em 78% e o Brasil é ho-je o país do mundo, com o IDH médio e taxa de prevalência menor do que 1%, com o preço maisbaixo para este medicamento. Além disso, é importante lembrar que o preço do Efavirenz hoje éo mais baixo de todos os anti-retrovirais do Programa Nacional de DST e AIDS. Assim, se con-siderarmos o novo preço proposto pela Merck, a economia real direta para o governo ao decretaresta licença compulsória não é de US$ 30 milhões/ano, mas sim de US$ 17 milhões/ano em umprograma que custa US$ 500 milhões/ano. Ou seja, se considerarmos o orçamento do Ministé-rio da Saúde, esta economia representa 0,01% do gasto anual com saúde pelo governo federal.

Em segundo lugar, e talvez mais importante para a discussão, há que levar em consi-deração os custos indiretos que esta medida acarretará para o Brasil, tais como o aumen-to das importações, a redução do número de empregos, a redução na arrecadação de tribu-tos, os custos de transferência de tecnologia, além do potencial desestimulo à inovação eao desenvolvimento tecnológico no país.

Por último é necessário analisar a constitucionalidade desta medida, uma vez que adefinição de interesse público é subjetiva e suscita discussões calorosas.

Cabe à ABPI parabenizar João Sanches pela franqueza e objetividade da sua excelentepalestra e incentivar todos os que militam na área a refletir sobre este assunto controverso.

Notas

Cartas para a redação do Boletim da ABPI

Envie suas mensagens para a redação doBoletim da ABPI pelo e-mail [email protected]

Informações, críticas e sugestões serão ava-liadas e respondidas, podendo ser publicadasou não no Boletim após estudo de cada caso.

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Nº 85 • Maio de 2007 Boletim da ABPI 3

XXVII SEMINÁRIO NACIONAL DAPROPRIEDADE INTELECTUAL

A CONTRIBUIÇÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL PARA A ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO26 A 28 DE AGOSTO DE 2007 • WINDSOR BARRA HOTEL, RIO DE JANEIRO, RJ

PROGRAMA PRELIMINAR

26 DE AGOSTO - DOMINGO

Pré-eventoA Efetividade dos Direitos de Propriedade Intelectual perante osTribunais10h00 Cerimônia de Abertura

Diretor-Geral da Escola da Magistratura do Estado do Rio deJaneiro - EMERJDiretor-Geral da Escola da Magistratura Regional Federal da 2ª Região - EMARF

11h00 Aspectos Relevantes dos Crimes contra a PropriedadeIntelectual. Abordagem Jurisprudencial.

11h30 Indenização em Matéria de Propriedade Intelectual12h30 Almoço14h00 A Tutela Processual da Propriedade Intelectual15h30 A Competência em Matéria de Propriedade Intelectual16h30 Intervalo para café17h00 Pirataria e Lavagem de Dinheiro18h15 Palestra de Encerramento

Representante do Supremo Tribunal Federal - STF

19h00 Cerimônia de Encerramento do Pré-evento e Abertura do XXVII Seminário e Coquetel seguido de JantarWindsor Barra Hotel

27 DE AGOSTO - SEGUNDA-FEIRA

9h00 Plenária I: Aula Magna

10h30 Intervalo para café e inauguração da Exposição

10h50 Plenária II: O Devido Processo Legal e o Controle dos Atos do INPI

12h30 Almoço

14h15 Painel I: A Pirataria e a Fraude à ImportaçãoPainel II: Questões Atuais em Matéria de Direito de Patentes

16h15 Intervalo para café16h30 Painel III: O Direito Autoral diante do Interesse Coletivo

Painel IV: Atualizações e Programa CientíficoAIPPI - Association Internationale pour la Protection de laPropriété Intellectuelle

20h00 Coquetel seguido de Jantar

28 DE AGOSTO - TERÇA-FEIRA

09h00 Painel V: Questões Atuais em Matéria de Direito de MarcasPainel VI: Lei de Inovação - Perspectivas para a Relação

Universidade/Empresa10h30 Intervalo para café10h45 Painel VII: Atual Disciplina dos Contratos de Transferência de

TecnologiaPainel VIII: Controle da Biodiversidade Brasileira: Legislação

Atual e Perspectivas12h30 Almoço14h15 Painel IX: A Atuação do Governo do Estado do Rio de

Janeiro na Promoção e Defesa dos Direitos dePropriedade Intelectual. A experiência daCODEPIN. Casos Práticos

Painel X: Propriedade Intelectual, Acesso a Medicamentos eDesenvolvimento Sustentável

15h45 Intervalo para café16h00 Plenária III: A Efetivação dos Direitos de Propriedade Industrial

perante o INPI19h00 Cerimônia de Encerramento

Recepção no Palácio das Laranjeiras com a presença doGovernador do Estado do Rio de Janeiro

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

Realização Colaboração Secretaria do Seminário: Regency Congressos & Eventos Ltda.Travessa Pinto da Rocha, 5022231-190, Rio de Janeiro, RJTel.: 55 21 2553-6628 / 2551-4012Fax: 55 21 2551-4912E-mail: [email protected]

Tel.: 55 21 2532-5655Fax: 55 21 2532-5866E-mail: [email protected]: www.abpi.org.br

Apoio

Detalhes no site www.abpi.org.br

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4 Boletim da ABPI Maio de 2007 • Nº 85

Matéria de capa

A apresentação de João Nicome-des Valeri Sanches, diretor de comu-nicações corporativas e relações pú-blicas da Merck Sharp & Dohme, foidurante almoço da ABPI, realizadodia 16 em São Paulo, fórum que re-putou o mais apropriado para ava-liar todas as conseqüências da medi-da que o governo tomou. Ele mos-trou como foi o processo mais recen-te dos acontecimentos, nas negocia-ções com o Ministério da Saúde, e ex-pôs os pontos de vista do laborató-rio, já que o ponto de vista do gover-no a imprensa tem mostrado.

Ao apresentar o palestrante, opresidente da ABPI, Gustavo S. Leo-nardos, informou que João Sanchesiniciou sua carreira na subsidiáriabrasileira da Merck Sharp & Dohmeem 1979. Em outubro de 2000, foi pa-ra a subsidiária chilena como diretor-presidente, para reestruturá-la e im-plantar iniciativas de marketing e ven-das. Após dois anos, essa subsidiáriateve o maior crescimento no mercadochileno e foi eleita a sexta melhor em-presa para se trabalhar. Retornou ao

Brasil para enfrentar os desafios danecessidade de um comportamentopró-ativo em relações públicas, o quelevou a empresa a criar a Diretoria deComunicações Corporativas e Rela-ções com o Governo, áreas que vemdirigindo desde então.

João Sanches trabalha com rela-ções governamentais desde 1992, ecom a área de propriedade intelec-

tual, na questão de tratados de livrecomércio, desde 1994, no Brasil e noChile. No almoço da ABPI estavaacompanhado de Eduardo Ronco-latto, diretor jurídico para a Améri-ca Latina.

A Merck produz medicamentoscontra HIV/AIDS desde 1996 e porisso o histórico de negociação com oMinistério da Saúde não é recente, é

Licenciamento compulsório:fatos e mitos

João Sanches, diretor de comunicações corporativas da Merck, apresentou a cronologia dos fatos das recentes negociações sobre

preço do Efavirenz, e que culminou com o decreto da quebra de patente do medicamento contra AIDS

A exposição de João Sanches atraiu bom público para o almoço da ABPI.

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Nº 85 • Maio de 2007 Boletim da ABPI 5

de onze anos. João Sanches apresen-tou a cronologia das negociações deredução de preços com o Ministérioda Saúde, especificamente do Efavi-renz e Stocrin. Mostrou que desde olançamento do produto em 1999 noBrasil a Merck tem negociado consis-tentemente reduções de preços: 42%em 1999, 59% em 2001, 17% e 25% em2003, com especial reconhecimento aoprograma de combate à AIDS no Bra-sil, e, mais recentemente, 2% em 2007,fazendo o preço cair dos US$ 12.0, em1998 para US$ 1.543 atuais, conside-rando o desconto de 2% no custo diá-rio de tratamento.

Lançado nos EUA em 1998, aUS$ 12, esse produto entrou no Bra-sil, em 1999, com um preço 42% me-nor: US$ 6.96. Em 2001, o novo pre-ço foi de US$ 6.15, uma reduçãoadicional de 11,7%. Com a imple-mentação da política de acesso daMerck & Co, o preço teve uma redu-ção de 52%, caindo para US$ 2.52.Em 2003, o preço foi beneficiado pe-lo ganho de produtividade na pro-dução dos comprimidos de 600 mg,uma redução de 16,7%: US$ 2.10.Ainda em 2003, a Merck, em espe-cial reconhecimento ao programade combate à AIDS no Brasil, reduziu25% no preço, chegando a US$ 1.575,enquanto nos EUA o Efavirenz estáa US$ 13.20; na Europa US$ 8.55;nos países em desenvolvimento,US$ 1.80 e no Brasil, US$ 1.543, jácom o desconto dos 2%. Só o des-conto de 25% a partir de 2003 gerouuma economia para o governo deUS$ 46 milhões nas compras no pe-ríodo de 2003-2006.

O tratamento/dia com Efavi-renz no Brasil teve uma redução de78% entre o ano 2000 (US$ 6.96) a2006 (US$ 1.575). E a proposta para2007 foi de US$ 1.43), alcançando84% de redução no preço nesse pe-ríodo. O palestrante mostrou tam-bém o total de compras de Efavirenzno período de 2000-2006: US$ 750milhões ao preço de lançamento,US$ 228 milhões ao preço com des-conto, o que gerou uma economiade US$ 522 milhões.

No cenário dos principais anti-re-trovirais o custo diário do tratamentodiário é de US$ 1.543 (Efavirenz),US$ 4.12 (Lopinavir + Ritonavir) eentre US$ 5.58 e 5.82 (Atazanavir),dados de 2006. Enquanto o custo doEfavirenz foi de US$ 42 milhões paratratar de 77 mil pacientes, os outrosdois custaram juntos US$ 89,9 mi-lhões para tratar de 74 mil pacientes.

Do orçamento do Programa Na-cional DST/AIDS, 62% dos recursosdestinaram-se ao tratamento de 35%dos pacientes com produtos paten-teados (Atazanavir, Lopinavir/Rito-navir, Tenofovir e T20), segundo JoãoSanches. O Stocrin, que representougastos de 16% do orçamento do pro-grama, tratou 42% dos pacientes. Ouseja, enquanto o Atazanavir trata deum paciente, o Stocrin trata de 4 pa-cientes. Enquanto o Kaletra e o Teno-fovir tratam de um paciente, com omesmo valor o Stocrin trata de 2,5pacientes. Outros dez produtos nãopatenteados, sete dos quais produzi-dos no Brasil, consumiram 22% doorçamento do programa para tratarde 23% dos pacientes.

Isso significa que a compra dosprincipais anti-retrovirais em 2007 po-de ser estimada conforme o quadro:

A evolução das reduções do cus-to anual de tratamento dos três prin-cipais anti-retrovirais, desde seus res-pectivos lançamentos, foram de -78%do Efavirenz, -12,9% do Atazanavir e-51% do Lopinavir/Ritonavir.

Processo de negociação com o MS

João Sanches enumerou os fatosdo recente processo de negociaçãocom o Ministério da Saúde em rela-ção ao Efavirenz, “rompido unilate-ral e prematuramente pelo gover-no, com o licenciamento compulsó-rio de duas patentes do medica-mento usado no tratamento daAIDS, sob a proteção de um acordointernacional”. Esse fato foi comen-tado pela imprensa (editorial dojornal O Estado de S. Paulo, de 8 demaio, sob titulo: “Ação correta, bra-vata inútil”).

Em uma reunião agendada no Mi-nistério da Saúde no dia 19 de abril,Oscar Ferenczi e João Sanches, repre-sentando a empresa, que acreditavamque seria com o ministro e assessores,se viram em meio a quinze represen-tantes dos ministérios da Saúde, doDesenvolvimento Indústria e Comér-cio Exterior, e da Casa Civil da Presi-dência da República. Em conversaprivada com os ministros José Tempo-rão e Miguel Jorge, o presidente daMSD Brasil foi informado que a deci-são já estava tomada e que o Brasil re-queria o preço de US$ 0.65 por com-primido praticado em países da Áfri-ca Subsaariana e Tailândia. Caso aMSD não aceitasse praticar esse preço,medidas mais duras seriam tomadas.

Matéria de capa

MedicamentoQuantidade Valor Apresentação

(milhões $)

Efavirenz77.000 42,93 compr. 600 mg

Atazanavir38.000 54,85 compr. 150

e 200 mg

Lopinavir/Ritonavir36.000 35,86 caps. 133,3 +

33,3 mg

Tenofovir14.000 39,90 compr. 300 mg

Nelfinavir11.400 15,35 compr 250 mg

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6 Boletim da ABPI Maio de 2007 • Nº 85

O palestrante explicou que a po-lítica de acesso utilizada pela MSDfoi desenvolvida em conjunto com aOMS, UNICEF, UNAIDS e outrasempresas farmacêuticas como umaforma de facilitar o acesso de medi-camentos para as nações mais po-bres. Nesse sentido, foram estabele-cidos dois critérios para classifica-rem os países, quanto ao seu nívelde desenvolvimento humano, IDH eo percentual de pessoas infectadaspelo HIV/AIDS, chamado de taxade prevalência. Dessa forma, apesarde Brasil e Tailândia serem classifi-cados como países de IDH médio,na Tailândia a proporção de pacien-tes com HIV/AIDS é três vezesmaior que o Brasil e dessa maneiraqualquer mudança interferia na po-lítica corporativa, o que exigiria pelomenos uma semana para uma deci-são nessa área Na mesma reunião foidada ciência de que o governo de-clararia de interesse público o Efavi-renz para fins de concessão de licen-ça compulsória para uso público nãocomercial, de modo a garantir a via-bilidade do Programa Nacional deDST/AIDS, “assegurando a conti-nuidade do acesso universal e gra-tuito a toda medicação necessária aotratamento para pessoas que vivemcom HIV e AIDS”.

No dia 24, antes portanto do pra-zo acordado entre a MSD e o MS, hou-ve uma reunião com pessoas aponta-das pelo ministério, em que os mes-

mos argumentos foram apresentadospor parte do MS, e nessa mesma reu-nião foi entregue a Notificação de In-teresse Público, sem que houvessechance de negociação. O ministro assi-nou a Portaria nº 886, publicada em25/4/2007, declarando de interessepúblico os direitos de patente sobre oEfavirenz, para fins de concessão de li-cença compulsória para uso públiconão comercial. Em 27/4/2007, a Merckenviou proposta com 30% de descon-to, reduzindo o preço do Efavirenz600 mg de US$ 1.575 para US$ 1.10,além de propor um acordo de coope-ração técnica para que a Fiocruz pro-duzisse sua própria versão genérica apartir de 2010, dois anos e meio antesdo prazo de expiração da patente noBrasil, bem como a transferência daprodução do Efavirenz da Austráliapara o Brasil, o que poderia gerar em-pregos, impostos e divisas para opaís. No dia 30 de abril, após acusar orecebimento da proposta de 27/4, re-presentante do Ministério da Saúdemarca uma nova reunião de negocia-ção para o dia 2 de maio, em que aMSD deveria apresentar uma segun-da proposta de forma a viabilizar umpossível acordo sem a necessidade dalicença compulsória ser decretada. En-tretanto, e para surpresa da MSD, nodia 2 a empresa recebe um ofício emque o MS recusa a proposta acimadescrita e ao mesmo tempo cancela areunião em que uma segunda propos-ta da Merck seria discutida.

No dia 3 de maio, Tadeu e Loes-cher (ambos da Merck), ligaram parao representante do MS informandosobre a segunda oferta. Ao fim dessemesmo dia foi enviado um fax ao MSe Casa Civil, pedindo a confirmaçãose a segunda proposta havia sidoaceita, recusada ou uma nova reu-nião seria agendada.

Sem qualquer resposta, no dia 4de maio, o presidente Lula e o minis-tro Temporão assinaram o Decreto n°6.108, DOU de 4/5/2007, conceden-do o licenciamento compulsório, porinteresse público, de patentes refe-rentes ao Efavirenz, para fins de usopúblico não comercial.

Na visão de João Sanches, nãohouve um processo efetivo de nego-ciação, já que em nenhum momentoo MS demonstrou estar disposto aavaliar um preço que fosse diferentede US$ 0.65 e tampouco consideraros outros itens propostos como pro-dução local e transferência de tecno-logia. Em reunião em que deveriahaver uma negociação efetiva, a em-presa recebeu a Notificação de Inte-resse Público, denotando ter sidopreviamente decidido o desfecho doprocesso. Apesar das seguidas tenta-tivas de contato, reunião e audiên-cias, foi decretado o licenciamentocompulsório, sem que a segundaoferta solicitiada pelo MS tivesse si-do devidamente avaliada.

Por fim, João Sanches, apresen-tou um quadro contendo os dadosde impacto da redução de preço doEfavirenz, num total de US$ 40 a 45milhões de economia acumulada emdois anos, equivalente a cerca de0,01% do orçamento do Ministérioda Saúde, que é da ordem de R$ 44bilhões anuais.

Sem contabilizar os impactos dageração de empregos, impostos e di-visas e a transferência de tecnologia,via Fiocruz até 2010, nem a prováveltransferência da produção da Aus-trália para o Brasil, visando uma pla-taforma de exportação para 45 paí-ses. Segundo o palestrante, a empre-sa se frustrou com a decisão do go-verno brasileiro, sem levar em consi-deração o longo histórico de nego-ciações que a Merck desenvolveu aolongo de onze anos.

Matéria de capa

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Nº 85 • Maio de 2007 Boletim da ABPI 7

A Associação Brasileira de Direi-to de Informática e Telecomunica-ções - ABDI promoverá o 7º Seminá-rio de Inverno, sob o tema “A Indús-tria Cultural e a Internet”. O seminá-rio conta com o apoio da AgênciaNacional do Cinema - ANCINE; As-sociação Brasileira da PropriedadeIntelectual - ABPI; Associação Brasi-

leira de Músicos - ABRAMUS; Asso-ciação Brasileira dos Agentes da Pro-priedade Industrial - ABAPI; Asso-ciação Carioca de Ensino Superior -ACESU; Associação Nacional dasOperadoras Celulares - ACEL; Câ-mara Americana de Comércio - AM-CHAM; Comissão Estadual de Defe-sa da Propriedade Intelectual - CO-

DEPIN; Instituto dos Advogados doBrasil - IAB; e Instituto Nacional daPropriedade Industrial - INPI. Oevento é coordenado por Silvia Regi-na Dain Gandelman, da Dain Gan-delman e Lacé Brandão. Inscrições einformações, telefone (21) 2533-6223,com Liana Daguerre ou Lúcia, ou e-mail [email protected].

Debates

Participantes do evento tece-ram comentários e formularamperguntas, muitas das quais o pa-lestrante declinou de responderpor não ter uma posição definidada empresa, ou por estar fora desua competência.

Junto com a notícia da quebrade patente da Merck Sharp & Doh-me, a imprensa noticiava que o go-verno gastou, apenas no dia ante-rior, US$ 4 bilhões para equilibraro câmbio. Alguns dias após, a Mi-crosoft oferece ao programa do go-verno intitulado “Um PC por Alu-no” softwares Office e Windows aUS$ 3 e o governo recusa a fim deprivilegiar os sistemas ditos aber-tos, independentemente da ques-tão de preços. Questiona-se assim,qual a relevância da economia rea-lizada pelo governo para decidirconceder a licença compulsória.

João Sanches: O patamar deUS$ 0.65 foi colocado na discussãopelo governo como de interesse pú-blico. O preço de US$ 1,54 propostopelo laboratório era uma questãode preço, mas ficou clara a impor-tância da transferência de tecnolo-gia e da implementação de umaplataforma de exportação no Brasil.

Houve comentário de que “es-sa medida do governo joga dúvi-das para os advogados sobre aquestão do interesse público na

Constituição e na Lei da Proprie-dade Industrial, e foi formulada apergunta: “A Merck vai questionaro decreto, sobre a legalidade (cons-titucionalidade) da medida?”

João Sanches: Isso ainda se en-contra em avaliação jurídica e denegócios, e será devidamente co-municado no momento adequado.

Comentou-se que o presidenteda OAB-SP vai promover mesas-redondas para analisar essa ques-tão do licenciamento compulsório.

À pergunta sobre quanto é oinvestimento para trazer a produ-ção da Austrália para o Brasil, JoãoSanches disse que o projeto estásendo avaliado, ainda não conhecea posição do governo, nem o mon-tante dos investimentos necessá-rios. O investimento planejado daMerck é de US$ 30 milhões.

Embora seja difícil de acreditarque o governo tenha analisado, dis-cutido e decidido decretar o licen-ciamento compulsório em apenasduas semanas, a Merck preferiuacreditar em coincidências de datas.

Citou-se a afirmação do chance-ler brasileiro, Celso Amorim, du-rante a reunião da OMS em Gene-bra, de que o maior desafio é desen-volver e estimular P&D nos paísesem desenvolvimento, e formulou-se a pergunta: “A política da Merckinclui trazer para o Brasil as pesqui-

sas que são feitas no exterior?” JoãoSanches citou vários estudos/pes-quisas realizados no Brasil, ondemuita coisa se desenvolveu: estudoclínico do primeiro anti-retroviralem 1996, o desenvolvimento de va-cinas, como a primeira vacina decolo do útero, fase 2, a avaliação deseis moléculas, em pesquisa básica.“A Merck aplicou US$ 10 milhõesem 2006 só em pesquisas clínicas noBrasil”, afirmou o palestrante. Issocorresponde a 5% do faturamentono país, o que é considerado paraparâmetros nacionais um investi-mento muito siginificativo.

Perguntado sobre a política daMerck em relação à questão social,João Sanches afirmou que “o com-promisso da empresa é descobrir elançar drogas inovadoras. Para aAIDS, por exemplo, nenhuma dro-ga é definitiva”. Para ele, o direitoà propriedade e a questão socialnão se excluem.

Ao encerrar, o presidente Gus-tavo S. Leonardos afirmou que,com toda a certeza, esse assuntoserá objeto de discussões no XXVIISeminário Nacional da Proprieda-de Intelectual a ser realizado noRio de Janeiro, de 26 a 28 de agos-to de 2007, no Windsor Barra Ho-tel, com o tema geral “A Contribui-ção da Propriedade Intelectual pa-ra a Aceleração do Crescimento”.

Matéria de capa

Notas

7º Seminário de Inverno - A indústria Cultural e a InternetA ABPI apoia o Seminário a ser realizado pela ABDI no

Hotel Plaza Copacabana, no Rio de Janeiro, dia 22 de junho.

Page 8: Boletim ABPI 52 · em casos de abuso de direito, permitem a adoção da medida em casos de urgência e reconhe- ... Informações, críticas e sugestões serão ava-liadas e respondidas,

8 Boletim da ABPI Maio de 2007 • Nº 85

Notas

Informativo mensal dirigido aos associados da ABPI.

Visite a versão on-line deste Boletim no sítio da Associação.

ABPI - Associação Brasileira da Propriedade Intelectual - Av. Rio Branco, 277 - 5º andar -Conj. 506 - Centro - Cep 20040-904 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil - Tel.: 21 2532-5655 - Fax: 21 2532-5866 - Web Site: http://www.abpi.org.br - E-mail: [email protected]

Comitê Executivo: Gustavo Starling Leonardos - Presidente; Rodrigo Sérgio Bonan deAguiar - 1º Vice-Presidente; José Carlos Tinoco Soares - 2° Vice-Presidente; João CarlosMüller Chaves - 3° Vice-Presidente; Cláudio Roberto Barbosa - Diretor Relator; JoséHenrique Barbosa Moreira Lima Neto - Diretor Editor; Paulo Parente Marques Mendes -Diretor Secretário; Herlon Monteiro Fontes - Diretor Tesoureiro.Conselho Editorial: Elisabeth Edith G. Kasznar Fekete; Gabriel Leonardos; Juliana L. B. Viegas; Luiz Edgard Montaury Pimenta; Manoel J. Pereira dos Santos e Sonia Maria D’ElbouxBoletim da ABPI: Editor - José Henrique Barbosa Moreira Lima Neto; JornalistaResponsável - João Yuasa (MTb: 8.492); Produção Gráfica - PW Gráficos e EditoresAssociados Ltda; Fotos - Carlos Gueller; Revisão - Mauro Feliciano; Impressão eAcabamento - Neoband Soluções Gráficas.© ABPI 2007 - Todos os direitos reservados.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

Boletim da

A Voz do Cidadão apóia o XXVII Seminário Nacional da Propriedade Intelectual

A Voz do Cidadão está apoiando o XXVII Seminário Nacional da Propriedade Intelectual, promovido pela ABPI no Rio de Janeiro, de 26 a 28 de agosto.

A Voz do Cidadão é um instituto que tem como objetivo incentivar e difundir a cultura de cidadania, a consciência e o exercício dos direitos civis coletivos.

Para tal, serve como porta-voz de grupos de cidadãos conscientes e que desejamconstranger toda sorte de transgressões legais admitidas pela sociedade brasileira,

principalmente em face da mídia e do aparelho judiciário (www.avozdocidadao.com.br).Semanalmente publica um editorial sobre temas em debate como o reproduzido abaixo.

Agora em abril comentamosaqui sobre um dos eventos mais im-portantes do ano para a causa da ci-dadania: a realização, em Porto Ale-gre, do XX Fórum da Liberdade,uma iniciativa que reúne expoentesdo pensamento empresarial e acadê-mico, tanto do Brasil quanto do exte-rior, e cujo tema foi exatamente pro-priedade e desenvolvimento.

Hoje vamos passar para nossosouvintes algumas declarações, queformam um painel crítico abalizadosobre nosso país e alguns de seusacertos e falhas no tocante a proprie-dade, justiça e cidadania.

Por exemplo, José Maria Aznar,primeiro-ministro da Espanha de1996 a 2004, acredita que não há me-lhor política social do que aquelaque permite que as empresas geremempregos. Aznar disse no Fórumque não cabia ao Estado gerar em-pregos, mas sim criar o ambienteadequado para que as empresas seproliferem e, dessa forma, se multi-pliquem as vagas de trabalho. Paraele, esse ambiente infelizmente ain-da não é propício no Brasil.

O empresário José Galló - presi-dente da rede de lojas Renner - inicioua sua participação de forma clara, sus-tentando que a condição de formar apropriedade não é dada no Brasil eque fazemos um mau uso do dinheiropúblico, onde 20% do PIB é desperdi-çado. Segundo ele, o governo está di-zendo às empresas informais para nãocrescerem. E este não é o seu papelfundamental, que é tão-somente o deser um árbitro, como num jogo de fu-tebol. Para Galló, e para grande partedo empresariado lúcido no país, o tãofalado crescimento só vai acontecerquando conseguirmos superar os gra-ves índices de improbidade, informali-dade e impunidade que temos.

Ou seja, uma questão de valores,e os três meios de recuperar valoressão através da educação, da justiça eda mídia.

Já Manoel Gonçalves Ferreira Fi-lho, um dos maiores advogados cons-titucionalistas do país, afirma o concei-to de propriedade como direito funda-mental e como ordem econômica. Oadvogado citou John Locke, ao dizerque “a propriedade é a razão de ser do

Estado, e pressupõe leis, isonomia, juí-zes imparciais e força organizada, oque por sua vez pressupõe Legislativo,Judiciário e Executivo”. Segundo ele,nossa Constituição Federal é ambíguano tocante à função social da proprie-dade e deveria estar regulamentadanesse ponto. Uma frase marcou a suaparticipação: “Cidadania é um indiví-duo imbuído de consciência política”.

Cabe aqui uma frase lapidar dojurista Ives Gandra Martins, em suaparticipação no Fórum da Liberdade,e que é um claro recado aos nossosvizinhos: “Sem respeito a contratos ea propriedade, não existe investi-mento nem crescimento”.

Aqui na Voz do Cidadão, vocêstêm acesso à síntese da participaçãode José Galló no XX Fórum da Liber-dade, numa apresentação completade mais de 45 slides. Para quem qui-ser saber mais sobre o Fórum da Li-berdade, vocês podem acessar o sitedo Instituto de Estudos Empresariais- IEE, organizador do evento, que é owww.iee.com.br.

Para vocês acessarem e conhece-rem. Participem!

A cidadania e as conclusões do XX Fórum da LiberdadeEditorial de A Voz do Cidadão publicado em 8 de maio de 2007