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Boletim Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa
ISSN 2238-3042 EDIÇÃO 44 ANO 07 DEZEMBRO 2016
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1 • Serão aceitos trabalhos originais (pesquisa qualitativa ou quantitativa), revisão de literatura, relato de experiência, rela-to de caso, e estudo reflexivo.2 • Para cada estudo, a metodologia segue nos seguintes pa-drões:Pesquisa qualitativa: Título, resumo, palavras-chave, introdu-ção, objetivo, metodologia, trajetória metodológica, constru-ção dos resultados, considerações finais e referências. Pesquisa quantitativa: Título, resumo, palavras-chave, intro-dução, objetivo, metodologia, material e método, resultado e discussão, conclusão e referências. • Revisão de literatura: Título, resumo, palavras-chave, intro-dução, objetivo, metodologia, revisão de literatura, conside-rações finais e referências. • Relato de Experiência: Título, resumo, palavras-chave, intro-dução, objetivo, metodologia, descrição do relato de experi-ência, considerações finais e referências. • Relato de caso: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, metodologia, descrição de caso, considerações fi-nais e referências. • Estudo reflexivo: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, metodologia, descrição de reflexão, considerações finais e referências. 3 • Para apresentação dos trabalhos o texto deve vir em Word• Fonte Times New Roman, tamanho 12, justificado• No máximo 12 páginas, com espaçamentos entre linhas de 1,5 cm,• Margem superior de 3 cm, margem inferior de 2 cm, mar-gens laterais de 2 cm. • O texto não deve ultrapassar 15.000 palavras, excluindo re-ferências e tabelas. • O nº total de tabelas e ilustrações não deve ser superior a 6 e o da referências, a 20 citações. • O trabalho deve seguir o seguinte roteiro: Tema, resumo, palavra-chave introdução, método, resultado, considerações finais, referências.4 • Siglas, abreviaturas, unidades de medidas, nomes de ge-
nes e símbolos devem ser usados utilizando o modelo pa-drão internacional e de conhecimento geral. Na primeira ci-tação de siglas, elas devem vir acompanhadas do significado por extenso. 5 • Citações e referências devem seguir as normas de Van-couver. 6 • Caberá ao diretor científico julgar o excesso de ilustrações, suprimindo redundâncias. A ele caberá também a adaptação dos títulos e subtítulos dos trabalhos, bem como a prepa-ração do texto, com a finalidade de uniformizar a produção editorial. 7 • O conteúdo pode estar relacionado com apresentação de caso ilustrativo, atualização terapêutica, análise de métodos diagnósticos, apresentação de casuística etc.8 • Deverão ser enviadas as seguintes informações sobre o(s) autor (es): Nome completo, formação acadêmica, instituição a qual está vinculado, e-mail para contato, foto de rosto e uma titulação conforme prefere ser apresentado.9 • Ao enviar o texto, o autor estará automaticamente con-cordando com sua veiculação via correio e via Internet, não ficando responsável a Secretaria Técnica por sua reprodução ou utilização depois de publicado.10 • Cabe ao Departamento de Divulgação do IEP a data de publicação do artigo.11 • Ilustrações: constam de figuras e gráficos, referidos em números arábicos (exemplo: Fig.3, Gráfico 7), sob a forma de desenhos à nanquim, fotografias ou traçados (ECG etc).Se forem “escaneadas”, deverão ser enviadas em formato TIF ou JPG e ter , no mínimo, 270 DPI de resolução. CONSTAR FONTE. Quando possível deverão ser enviadas em forma ori-ginal. Somente serão aceitas as ilustrações que permitirem boa reprodução.12 • Os trabalhos devem ser encaminhados ao Núcleo de Pu-blicações do IEP através do e-mail: [email protected]
Telefones para contato: (11) 3677-4507 / 3677-4405
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NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NO BOLETIM CIENTÍFICO DO INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA DO HOSPITAL SÃO CAMILO
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EXPEDIENTE
A responsabilidade pelos dados e conteúdo dos artigos é exclusiva de seus autores. Permitida reprodução total ou parcial dos artigos, desde que mencionada a fonte.
Sociedade Beneficente São CamiloPresidente: João Batista Gomes de LimaVice-Presidente: Anísio Baldessin 1º tesoureiro: Mateus Locatelli 2º tesoureiro: Zaqueu Geraldo Pinto 1º secretário: Niversindo Antonio Cherubin2º secretário: Marcelo Valentim De Oliveira Superintendente: Justino Scatolin
Hospitais São Camilo de São PauloSuperintendente: Antonio Mendes Freitas
Redação e AdministraçãoOs manuscritos deverão ser encaminhados para: IEP - Hospital São Camilo Rua Tavares Bastos, 651 - PompeiaCEP 05012-020 - São Paulo - SP ou enviados para os e-mails: [email protected]
Diretor Editorial: Dr. Marcelo Ricardo de Andrade SartoriDiretora Científica: Profa. Dra. Ariadne da Silva FonsecaCoordenação Editorial: Amanda IlkiuProdução Editorial: Amanda IlkiuJornalista Responsável: Hugo Politi PacíficoEditor de Arte: Fabiana Sant´AnaProdução Gráfica: MaisTypeTiragem: 1000 exemplaresDiagramação: Ei Viu! Design e Comunicação
Conselho Editorial
• Adriano Francisco Cardoso Pinto• Ana Lucia das Graças Gomes• Ariadne da Silva Fonseca• Carlos Augusto Dias• Carlos Gorios• Jair Rodrigues Cremonin Junior• José Antonio Pinto• José Ribamar Carvalho Branco Filho• Leonardo Hiroki Kawasaki• Leonardo Aldigueri Rodriguez• Lucia de Lourdes Leite de Souza Campinas• Marcelo Alvarenga Calil• Luiz Carlos Bordim• Marcelo Ricardo de Andrade Sartori• Marco Aurélio Silvério Neves• Vânia Ronghetti
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SUMÁRIO
Editorial
Liderança do Enfermeiro: revisão de literatura
Nurse Leadership: literature review
Liderazgo del Enfermero: revisión de literatura
Amanda Leal Rocha, Cristiane Pavanello Rodrigues Silva
Qualidade de Vida em Oncologia e as Terapias Complementares:
revisão de literatura
Life Quality in Oncology and Complementary Therapies: literature review
Calidad de Vida en Oncología y las Terapias Complementares: revisión de literatura
Edna Alves da Cruz, Ariadne da Silva Fonseca
Assistência ao Parto humanizado: revisão de literatura
Humanized delivery assistance: literature review
Asistencia al Parto humanizado: revisión de literatura
Fernanda Farias Pando, Paula de Souza e Castro
Cuidados Paliativos em Pacientes Oncológicos: a humanização dos cuidados
Palliative care in cancer patients: the humanization of care
Cuidados Paliativos en Pacientes Oncológicos: la humanización de los cuidados
Karol Pereira De Souza, Elizete Sampaio, Alexandre Luiz Affonso Fonseca
Utilização da plataforma Moodle como ferramenta de trabalho da educação continuada na área da saúde
Use of Moodle platform as a work tool for continued education in the health area
Utilización de la plataforma Moodle como herramienta de trabajo de la educación continuada
en el área de la salud
Natalia Martinez Vanni, Marcelo de Paiva Guimarães
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Nos dias 18 e 19 de novembro o Instituto de Ensino e Pesquisa em conjunto com o Ser-
viço de Medicina Intensiva da Rede de Hospitais São Camilo organizaram o I Simpósio de
Medicina Intensiva da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
Este evento contou com a presença do Diretor de Práticas Assistenciais, Dr. Marcelo
Sartori; Dr. Carlos Augusto Dias, Diretor Geral do ImedGroup e da Presidente da ABEn-SP,
Gerente do IEP e do Centro de Simulação, Professora Dra. Ariadne da Silva Fonseca, que
participaram da mesa de abertura. Tivemos ainda como mestre de cerimônia a Enfermei-
ra da Educação Continuada, Fabiana Melo.
Após a mesa de abertura realizamos o lançamento do livro Manual Prático de Tera-
pia Intensiva – UTI que tem como organizadores Dr. Carlos Augusto Dias, Dr. Leonardo
Brauer, Dra. Camila Paiva de Vasconcelos, Dr. Rafael R. Batista Bellot Nascimento (in me-
moriam), Dr. Marcelo R. de Andrade Sartori e Dra. Ariadne da Silva Fonseca. O livro contou
com a participação de profissionais médicos, enfermeiros, biomédicos, filósofos e está
dividido em 18 seções e 96 capítulos.
Participaram deste evento aproximadamente 100 pessoas da cidade de São Paulo e in-
terior. Foram realizadas oito mesas redondas com a participação de palestrantes internos
e externos com abordagem multiprofissional. Os temas abordados foram: PCR – Atuali-
zação AHA 2015, Sepse, Manejo do Paciente em Choque, Gestão e Qualidade, Paciente
com Infecção por Microrganismo Multirresistente, Terapia de Substituição Renal, Manejo
do Paciente com Via Aérea Difícil, SARA Grave.
Agradecemos a participação dos inscritos, patrocinadores SANOFI e IMEDGROUP e a
nossa apoiadora: SOPATI, comissão organizadora, comissão científica e direção, que acre-
ditaram e compartilharam experiências que possibilitaram repensar o fazer do profissional
de saúde. Esperamos a participação de todos nos próximos eventos. Desejamos a todos
um Feliz Natal e um Ano Novo repleto de saúde e realizações.
Boa leitura!
EDITORIAL
O Olhar da Rede de Hospitais São Camilo ao Paciente Crítico
Ariadne da Silva FonsecaGerente do Instituto de Ensino
e Pesquisa e do Centro
de Simulação da Rede de
Hospitais São Camilo
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On November 18 and 19, the Education and Research
Institute, together with the Intensive Medicine Service of
the São Camilo Hospital Network, organized the First In-
tensive Medicine Symposium of the São Camilo Hospital
Network of São Paulo.
The event was attended by the Assistance Practices Di-
rector, Dr. Marcelo Sartori; of the ImedGroup General Direc-
tor, Dr. Carlos Augusto Dias, and of the ABEn-SP President,
and IEP and Simulation Center Manager, Prof. Dr. Ariadne
da Silva Fonseca, who took part of the opening panel. Also
Continued Education Nurse Fabiana Melo was at hand as
master of ceremonies.
Following the opening panel, we launched the book Man-
ual Prático de Terapia Intensiva – UTI [Practical Intensive
Therapy Manual – ICU], organized by Dr. Carlos Augusto
Dias, Dr. Leonardo Brauer, Dr. Camila Paiva de Vasconce-
los, Dr. Rafael R. Batista Bellot Nascimento (in memoriam),
Dr. Marcelo R. de Andrade Sartori and Dr. Ariadne da Silva
Fonseca. Divided into 18 sections and 96 chapters, the
book was also contributed by doctors, registered nurses,
biodoctors and philosophers.
The event was attended by some 100 people from São
Paulo City and the countryside. Round tables were held
with the participation of both internal and external speak-
ers with a multi-professional approach. The themes were:
PCR – AHA 2015 Updating, Sepsis, Handling of Patients in
Shock, Management and Quality, Patient with Infection by
Multi-Resistant Microorganism, Renal Replacement Ther-
apy, Patient Handling with Difficult Airway, Serious ARDS.
We appreciate the participation of all applicants, of
SANOFI and IMEDGROUP sponsors, and of our supporter:
SOPATI, the organizing committee, and the scientific and
management committee who trusted us and shared expe-
riences that allowed us to rethink the way the health pro-
fessional works. We look forward the participation of all in
our future events. We wish you all a Merry Christmas and a
healthy, accomplishing New Year.
Good reading!
En los días 18 y 19 de noviembre el Instituto de Educación
e Investigación en conjunto con el Servicio de Medicina In-
tensiva de la Red de Hospitales São Camilo organizaron el I
Simposio de Medicina Intensiva de la Red de Hospitales São
Camilo de São Paulo.
Este evento contó con la presencia del Director de Prácti-
cas Asistenciales, Dr. Marcelo Sartori; Dr. Carlos Augusto Dias,
Director General del ImedGroup y de la Presidente de ABEn-
SP, Gerente del IEP y del Centro de Simulación, Profesora Dra.
Ariadne da Silva Fonseca, que participaron de la mesa de
apertura. Tuvimos también como maestro de ceremonia a la
Enfermera de la Educación Continuada, Fabiana Melo.
Después de la mesa de apertura realizamos el lanzamiento
del libro Manual Práctico de Terapia Intensiva – UTI que tiene
como organizadores a los Doctores Carlos Augusto Dias, Dr.
Leonardo Brauer, Dra. Camila Paiva de Vasconcelos, Dr. Rafael
R. Batista Bellot Nascimento (in memoriam), Dr. Marcelo R. de
Andrade Sartori y Dra. Ariadne da Silva Fonseca. El libro con-
tó con la participación de profesionales médicos, enfermeros,
biomédicos, filósofos y está dividido en 18 secciones y 96 ca-
pítulos.
Participaron de este evento aproximadamente 100 personas
de la ciudad de São Paulo e interior del Estado. Se realizaron
ocho mesas redondas con la participación de conferencistas
internos y externos con abordaje multiprofesional. Los temas
abordados fueron: PCR – Actualización AHA 2015, Sepse, Ma-
nejo del Paciente en Shock, Gestión y Calidad, Paciente con
Infección por Microorganismo Multirresistente, Terapia de
Sustitución Renal, Manejo del Paciente con Vía Aérea Difícil,
SDRA Grave.
Agradecemos la participación de los inscritos, patrocinadores
SANOFI e IMEDGROUP y nuestra apoyadora: SOPATI, comisión
organizadora, comisión científica y dirección, que creyeron y
compartieron experiencias que hicieron posible repensar el
hacer del profesional de salud. Esperamos la participación de
todos en los próximos eventos. Deseamos a todos una Feliz
Navidad y un Año Nuevo repleto de salud y realizaciones.
¡Buena lectura!
How the São Camilo Hospital Network Sees the Critical Patient
El Mirar de la Red de Hospitales São Camilo al Paciente Crítico
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ResumoEste estudo tem como objetivo levantar na literatura artigos
relacionados a liderança do enfermeiro. Trata- se de um estu-
do de revisão da literatura, onde foram utilizadas as bases de
dados LILACS e SciELO, Biblioteca Virtual em Saúde através
dos descritores: liderança em enfermagem, gerenciamento em
enfermagem e gestão em enfermagem. Foram utilizados para
este estudo 27 estudos que compreendeu o período de 2005,
que respondiam os objetivos do estudo. Os estudos apontam
o desenvolvimento da habilidade de liderar passa a ser funda-
mental para o enfermeiro, no intuito de aperfeiçoar a sua atu-
ação profissional. O papel de líder requer uma visão ampla e
sistêmica das situações, devendo o enfermeiro se preparar,
inovar e buscar novas formas para o exercício da liderança, já
que o modo como tal profissional conduz a equipe influencia
diretamente em um sistema de cuidado comprometido, ou não,
com as necessidades das pessoas. É importante salientar que
o enfermeiro reconheça a importância do trabalho em equipe,
sendo sensível às necessidades do grupo, que consiga estabe-
lecer canais abertos de comunicação e promova um processo
participativo de gestão, ancorados na constatação dos proble-
mas enfrentados no serviço e nas necessidades elencadas pela
equipe.
Palavras-chave: liderança em enfermagem, gestão em enfer-
magem e gerenciamento em enfermagem.
AbstractThis study aims to capture in the literature articles related to nur-
se leadership. This is a literature review where the LILACS and
SciELO and Virtual Health Library databases were used through
the descriptors: nursing leadership, nursing administration and
nursing management. For this study, we used 27 studies that in-
cluded the period of 2005, which responded to the goals of the
study. The studies indicate that the development of the ability
to lead becomes fundamental for the nurse in order to improve
his/her professional performance. The role of a leader requires
Liderança do Enfermeiro: revisão de literatura
Amanda Leal RochaGraduação: Bacharel em Enfermagem - Universidade Paulista - UNIP.
Cristiane Pavanello Rodrigues SilvaDoutorado em Programa Saúde do Adulto – Escola de Enfermagem da USP. Mestrado em Saude do Adulto – Escola de Enfermagem da USP. Especialização em Especialidade Associadas – COESAS – Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica. Especialização em Gerenciamento em Recursos em Unid. de Saude – Secretaria de Higiene e Saúde de Marília. Graduação em Enfermagem e Obstetrícia – Escola de Enfermagem da USP.
Nurse Leadership: literature review
Liderazgo del Enfermero: revisión de literatura
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a broad and systemic view of situations, and nurses must prepare,
innovate and seek new ways to exercise leadership, since the way
in which the professional leads the team directly influences or not
a care system committed with the people’s needs. It is important
to stress that nurses recognize the importance of teamwork and
are responsive to the group’s needs, managing to establish open
communication channels and promote a participatory manage-
ment process, based on the identification of the problems faced
in the service and in the needs identified by the team.
Key words: nursing leadership, nursing management and nursing
administration.
ResúmenEste estudio tiene como objetivo levantar en la literatura artículos
relacionados al liderazgo del enfermero. Se trata de un estudio de
revisión de la literatura, donde fueron utilizadas las bases de da-
tos LILACS y SciELO, Biblioteca Virtual en Salud por medio de los
descriptores: liderazgo en enfermería, administración en enfer-
mería y gestión en enfermería. Se utilizaron para este estudio 27
estudios que comprendió el período de 2005, que respondían los
objetivos del estudio. Los estudios apuntan que el desarrollo de
la habilidad de liderar pasa a ser fundamental para el enfermero,
con la intención de perfeccionar su actuación profesional. El pa-
pel de líder requiere una visión amplia y sistémica de las situacio-
nes, debiendo el enfermero prepararse, innovar y buscar nuevas
formas para el ejercicio del liderazgo, una vez que el modo como
dicho profesional conduce al equipo influencia directamente en
un sistema de cuidado comprometido, o no con las necesidades
de las personas. Es importante destacar que, el enfermero reco-
nozca la importancia del trabajo en equipo, siendo sensible a las
necesidades del grupo, que consiga establecer canales abiertos
de comunicación y promueva un proceso participativo de gestión,
anclados en la constatación de los problemas enfrentados en el
servicio yen las necesidades listadas por el equipo.
Palabras-clave: liderazgo en enfermería, gestión en enfermería y
administración en enfermería.
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IntroduçãoO cenário do trabalho tem passado por grandes trans-
formações em virtude dos avanços da modernização e da tecnologia da informação, inclusive no âmbito do serviço de saúde, que foi submetido a profundas modificações prin-cipalmente no que diz respeito à qualificação de métodos diagnósticos e terapêuticos. No entanto, a dinâmica das rela-ções interpessoais e de hierarquia como chefe-subordinado e líder-liderado permanece como tema da atualidade.
A enfermagem constitui-se de um grupo bastante nume-roso de profissionais cujas ações desenvolvem-se no âmbito coletivo, sendo realizadas por equipes de trabalho que ne-cessitam sincronizar harmonicamente seus esforços ao lon-go das 24 horas do dia e durante os sete dias da semana, assegurando a continuidade do cuidado aos pacientes e fa-miliares. Estas características são determinantes para a exis-tência de modelos de organização do trabalho alicerçados na liderança e na atividade profissional dos diferentes gru-pos. Assim, este estudo pretende descrever como a liderança está sendo trabalhado pelo profissional enfermeiro.
ObjetivoLevantar na literatura artigos relacionados a liderança do en-fermeiro.
MetodologiaTrata-se de uma revisão de literatura onde foram utilizados
livros e artigos científicos, pesquisados em bibliotecas tradi-cionais e virtuais.
Os artigos científicos foram obtidos através do levantamen-to das bases de dados LILACS e SciELO, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).
Para o levantamento utilizou-se os descritores liderança em enfermagem, gerenciamento em enfermagem, gestão em enfermagem.
O levantamento dos dados ocorreu no período de agos-
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to a outubro de 2015 e foram encontrados artigos de 2005 a 2014. Foram localizados 35 artigos e livros e selecionado 24 artigos e 3 livros que contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho.
Revisão de LiteraturaFlorence Ningtingale foi a responsável por promover proje-
tos relacionados à saúde no século XIX, na Inglaterra, o que referenciou os cuidados de enfermagem como um novo modelo de gestão/administração. Na guerra da Criméia em 1854, Florence administrou os hospitais militares onde a maior parte dos soldados feridos ficava em que suas ações administrativas permitiram uma nova organização na infra-estrutura hospitalar, cuidado do paciente, implementação de hierarquia do serviço e visão de liderança com os demais setores do hospital como cozinha, lavanderias entre outros... E assim de acordo com o que Florence Ningtingale expres-sou em suas ações, a administração e liderança passou a ser fundamental para as execuções dos serviços prestados pelo enfermeiro (a) junto com as ações assistências1.
No Brasil a pioneira foi Ana Justina Ferreira Neri, nascida na província da Bahia, no dia 13 de dezembro de 1814. Em agosto de 1865, Ana Néri incorporada no 10º batalhão de voluntários da pátria como enfermeira prestando serviços em hospitais do Rio Grande do Sul e demais hospitais militares2. Ana junto com seus filhos e 2 irmãos lutavam na guerra Brasil Paraguai, em que se dedicava exclusivamente nos cuidados dos feri-dos da guerra, consagrando-se como a primeira enfermeira do Brasil.
A partir de tal fato, iniciam-se as primeiras escolas de enfer-magem a serem fundadas no Brasil com o intuito de capaci-tar teoricamente futuros profissionais enfermeiros, intitulando a primeira escola de Anna Nery, com princípios genuínos do modelo de Florence Ningtingale.
A escola Anna Nery deveria proporcionar teorias preventi-vas á saúde. Mas o que é divergente é o fato de que a esco-la caracterizava a assistência com o paciente como um dos principais princípios do ensinamento, ou seja, a formação do profissional estava transposta a assistência e cuidados ao pa-ciente. A formação do profissional enfermeiro somente pas-sou de nível médio para superior no ano de 1962.
A partir de decreto de lei 5.095 de 12 de julho de 1973, con-cebem-se os Conselhos Federal e Regional de enfermagem no país, e de acordo com a lei, a categoria é regulamentada em todo o território nacional em que é prescrito o exercício privativo do enfermeiro, técnico de enfermagem, auxiliar e parteira, determinando as atividades respectivamente, no qual é deliberado ao enfermeiro cuidados que exijam técni-cas de maior complexidade, conhecimento científico e toma-da de decisões.
A base profissional do enfermeiro foi desenvolvida a partes dos séculos XVIII e XX, porém sempre evoluiu no sentido de aperfeiçoar funções e atividades assistenciais do profissional e se aderir às mudanças globais como economia, e ações po-liticas. Com tais mudanças cabe ao profissional enfermeiro se diferenciar e se adequar no mercado de trabalho, o que não lhe compete mais apenas executar serviços assistências. Mas inserir-se em funções administrativas, e dar continuidade em educação permanente3.
As competências adquiridas na graduação e no exercício da prática torna o enfermeiro hábil para gerenciar instrumentos para sistematizar, implementar, planejar, coordenar, ser de-cisivo, comunicativo para proporcionar efetividade em suas ações e qualidade de atendimento assistencial. Dentre esses instrumentos, a tomada de decisão expande dimensões de forma que o líder envolve a equipe na busca por soluções e estratégias para alcançar objetivos, diminuindo a probabilida-de de indiferença e como consequência, gerenciar conflitos e conquistando autoridade no processo decisório, visando no bem estar de todos. O enfermeiro líder, contudo precisa
desenvolver também o raciocínio lógico, visão do proble-ma, saber avaliar e distinguir as necessidades da equipe e paciente. Ter conhecimento científico não é o suficiente para uma liderança adequada, uma vez que o enfermeiro precisa de conhecimento administrativo, cultural e processo geren-cial para entabular soluções concretas na tomada de deci-sões.
A liderança é um instrumento essencial para o gerencia-mento efetivo do enfermeiro no qual deve estar capacitado a admitir posições de liderança, visando o bem-estar de todos. Liderança é conceituada como um fato pelo qual um grupo é motivado por uma única pessoa a atingir objetivos em prol da instituição e objetivos intencionados pelo líder. Em relação à liderança, o seu surgimento pode estar relacionado ao fato de que algumas pessoas nascem para serem lideres ou se é um fator que se desenvolve/adquire com o tempo. Lide-rança está representada nos diversos momentos históricos como um fator inato, de que um chefe era escolhido pela vontade divina. As competências do líder estão vinculadas as ações de planejamento, dimensionamento, administração de conflitos, manuseio de poder, instrumentos gerenciais entre outros4.
Através do trabalho da equipe de enfermagem, o enfermei-ro conseguirá efetivamente converter práticas e o ambiente de trabalho. Desde mudanças nas organizações e politicas de saúde, coube ao enfermeiro expressar habilidades de li-derança o que alterou a visão tradicional e hierarquizada para uma visão adaptativa e de confiança junto à equipe. O profis-sional necessita de organizações e instituições que permita a deterioração de liderança, a assumir e experimentar novos
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conceitos, ideais, riscos e abastecer-se de aprendizado con-tínuo, de ouvir as opiniões alheias e assim identificar possíveis erros e acertos em suas ações. A vista disso, a liderança re-quisita qualidades individuais, grupais e organizacionais que são desenvolvidas em 3 dimensões: organizacional no qual o líder deve conhecer objetivos da organização onde atua e sua missão como líder, dimensão individual no qual engloba--se atitudes e habilidades, permitindo que as competências individuais dos lideres sejam expressadas com maior des-treza, permitindo que qualquer individuo que detém de tais competências se tornar um líder, e a dimensão interpessoal que agrega habilidades como comunicação, influências, co-operação e gerenciamento de conflitos, fatos presentes na forma de liderar, o que oportuna a equipe a aproximar-se e a compartilhar ideias e soluções5. Estilos de liderança que mais se aproxima de tipos de gerentes são transacional, transfor-macional e o situacional.
A liderança transacional realça o comportamento do líder, e sua orientação relacionada ao subordinado, o tipo de moti-vação que sucede para atingir metas da instituição e sua rela-ção e distribuição de recompensas para a equipe em prol do alcance de objetivos. A liderança transformacional encoraja a equipe com suas visões de líder, promovendo a mudança e a busca por soluções, provindas de sua comunicação e ca-risma. Já a liderança situacional consiste-se na eficácia dos estilos de liderança, e maturidade do liderado em relação a suas funções.
Devido a não existir um único estilo de liderança, o com-portamento do líder a sua equipe deve prescindir de sua personalidade e a maturidade dos subordinados, tendo em vista que o líder ao gerenciar e estabelecer objetivos propõe soluções e alcance de metas junto à equipe, e como conse-quência, o apoio e dedicação dos colaboradores6.
Diversos autores tem deixado o mais claro possível a dife-rença entre os estilos de liderança transformacional e tran-sacional devido em especial, ao interesse de assinalar as ati-vidades especificas para cada um destes estilos dentro das organizações. Esse interesse tem como finalidade desfrutar ao máximo o reduto das forças de cada estilo. Cada um des-tes estilos possui elementos que admite reconhecer tanto pelo líder como pelo subordinado, qual estilo é frequente-mente utilizado. No caso da liderança transformacional os tipos de comportamento são: Influencia idealizado Compor-tamento (IIC), influencia Idealizada Atitude (IIA), Motivação Inspiradora (MI), Estimulação Intelectual (EI), Consideração Idealizada (CI), Já a liderança transacional, os comportamen-tos são: Recompensa Contingente (RC), Administração por Exceção Ativa (APA) ou passiva (APE), seguido por estilo cha-mado de laissez-faire.
A liderança transformacional é apontada como o estilo
mais eficiente, seguido por Recompensa Contingente, Admi-nistração Exceção ativa e passiva e por último laissez-faire.
Um líder deve deter de personalidade e qualidades, de-monstrando habilidades para liderar. Alguns estudos expres-sam que existe um eventual número de pessoas que ocupam cargos que exige a competência de liderança, porém não possuem aptidão ou algum fator compromete o seu exercí-cio de liderança de modo geral.
Líderes que possuem comportamento no estilo transfor-macional ofertam visões, criatividade para explorar novos conceitos. Em relação aos relacionamentos, são lideres que possuem perspicácia e usam de sua empatia para verificar si-tuações, motiva equipe em prol de objetivos estipulados pela instituição. Já os gerentes são conceituados como adminis-tradores, e possuem ações que visam à busca por metas e objetivos.
A liderança transformacional é referenciada como a forma mais potente, contínua e bem sucedida com finalidade de fazer com seus subordinados excederem seus próprios in-teresses em beneficio da equipe, instituição e demais grupos que executam tarefas.
O administrador, ao simbolizar atitude lógica e racional de monitorar tarefas, torna mais claro viabilizar conveniências da organização, enquanto o líder viabiliza soluções e entusias-mos diante dos desafios propostos. O líder interage mais com sua equipe, expressando suas habilidades e intuições diante os fatos7.
A liderança não depende apenas de formas como um en-fermeiro lidera, pois é preciso estar relacionado aos valores pessoais para uma melhor contribuição do bem-estar de to-dos envolvidos. De acordo com pesquisas, o mercado de tra-balho exige cada vez mais um profissional apto a desenvolver suas habilidades como líder não apenas vinculado ao admi-nistrativo, mas também um profissional capacitado emocio-nalmente, e que saiba persuadir de forma a compreender e respeitar a opinião dos demais profissionais e sua equipe. Através de análise sobre os estilos de liderança idealizados pelos enfermeiros, de acordo com interpretações fundamen-tadas teoricamente no Grid Gerencial, foi possível identificar a idealização de liderança pelos enfermeiros (as). O Grid Ge-rencial foi elaborado por Robert Blake e Jane Mouton, a partir de estudos realizados sobre liderança feitos na Universidade de Michigan de Ohio, Estados Unidos. Os estilos de lideran-ça foram cognominados de 9,1-1,9-1,1-5,5-9 focalizado por 2 dimensões básicas: orientação para produção e orientação para pessoas.
O estilo 9,1 mostra que o líder exige muito de si e das de-mais pessoas, o que faz com que investigue os fatos, man-tendo tudo sob seu poder. O estilo 1,9 o líder é evidenciado como sujeito que possui tomada de decisões e que apoia as
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demais pessoas: o estilo 1,1 é o considerado líder que exe-cuta ações por fazer, que aceita tudo, não tem partido, não é comunicativo e bem menos tem tomada de decisão. Estilo 5,5 é o líder que aceita os fatos, investiga, opina, demonstra atitudes e ideias, mantêm comunicação e gerencia conflitos e participa, compartilha de opiniões, expressa sua comunica-ção, soluciona conflitos e problemas ao seu alcance. Com os resultados da pesquisa foi possível confirmar o pressuposto que o estilo idealizado por enfermeiros é o estilo 9,9. Isso de-monstra que a liderança é uma ferramenta de gestão essen-cial para o profissional no qual cada enfermeiro (a) pode con-tribuir zelando e se atentando a forma de como sua liderança pode influenciar as demais pessoas8.
A liderança não pode ser apenas idealizada... O enfermeiro deve desenvolver habilidades gerenciais, convenientes para identificar a diferença entre gerenciamento e liderança. Por-tanto idealizar a liderança é um primeiro passo para plane-jamento e concretização de liderança, no qual a busca pelo desenvolvimento de habilidades deve ser preferencial, per-mitindo que o profissional possua um desempenho expansi-vo e que supere expectativas das organizações. O enfermei-ro precisa constituir de consciência para assumir cargos de gerencia, visto que a sua forma de atuação está relacionado com mudanças do mundo e das organizações, portanto não cabe mais ao profissional trabalhar com um modelo tradicio-nal de administração de enfermagem9.
De acordo com a pesquisa realizada pelo Nursing Leader-ship Institute dos Estados Unidos10, foi expressa 6 categorias de competências fundamentadas nos resultados da inves-tigação, expressadas como: Domínio pessoal, eficácia inter-pessoal, gestão de recursos humanos, cuidados (pessoal, paciente) e pensamentos sistematizados. Já no Brasil estas competências se configuram de acordo com a pesquisa re-alizada pelo Conselho Regional de enfermagem do estado de São Paulo, em necessidades de competência para liderar, comunicar-se, possuir tomada de decisão, negociação, em-preendorismo, planejamento sistemático e gerenciamento de instrumentos e conflitos.11
As dificuldades para liderar podem ser baseadas no fato de que alguns enfermeiros possuem pouca ou não possuem experiência como gerente, porém se o enfermeiro possui vin-culo com a instituição, seu conhecimento e preparo se ex-pande, e como consequência ocorre à alternância de carrei-ra, o que expressa que o mercado de trabalho dê preferencia para um profissional que já possui convivência e consciência das normas da instituição e vivencia pelas competências ge-renciais12.
Outro desafio é que devido às ações executadas a favor dos objetivos da instituição, o enfermeiro torna-se proemi-nente devido suas habilidades e competências para solucio-
nar e promover objetivos e metas em prol da instituição, o que torna nítido seu gerenciamento administrativo, tornando escasso o gerenciamento assistencial o que gera confron-tamentos sobre a liderança do enfermeiro13. O enfermeiro defronta-se com questões e situação em que seus valores, habilidades e competências são submetidos á prova14.
A liderança de fato é um instrumento essencial nas ações dos enfermeiros, pois apoia o gerenciamento e os processos de trabalho de enfermagem, contribuindo para constituição de um trabalho coeso e consorciado15. O ser humano tende a gerar personalidade e seu caráter a partir do convívio com crenças e valores determinados pela relação com a família e sociedade, fato que permite a contingencia de evolução humana, no qual o comportamento do ser humano sofre in-fluencias, desenvolvendo novas atitudes e assim a capacida-de para liderar16. Algumas características essenciais para uma liderança incorrutível: comunicação, conhecimento, respon-sabilidade, bom senso e autoconhecimento. Toda ação do ser humano só possui sentido uma vez que ocorre comuni-cação, o que sanciona o homem como animal racional17.
A comunicação é uma característica que consiste numa tática fundamental, o que gera frutos positivos aos profissio-nais, relacionamento confiável, aberto a exposições de ideias, contudo, o cuidado como foco nos objetivos.
De fato mesmo que a instituição exerça métodos de domí-nio, cabe ao enfermeiro líder mudar a visão sobre as dificul-dades de relacionamento e dialogo. Em alguns casos o que atrapalha o exercício de liderança é o modo de que alguns líderes se impõem e intimidam através de sua posição hie-rárquica, o não posicionamento para tomadas de decisões, permitindo que sentimento pessoal interfira nesse proces-so, promovendo injustiças e acarretando a desmotivação e desanimo da equipe em realizar tarefas determinadas pelo líder. Portanto possuir o conhecimento de si mesmo admite--se a oportunidade de conhecer a equipe e as necessidades.
A negatividade é outro fator que interfere na liderança, pois age no comportamento e produtividade, o que estabelece dificuldades no desenvolvimento da equipe. Outro fator que bloqueia a equipe é o individualismo, pois a coletividade exerce um desempenho melhor nas
execuções de tarefas determinadas pelo líder, potenciali-zando e atingindo metas e objetivos estipulados.
O respeito deve ser também uma ferramenta imprescindí-vel no gerenciamento de um líder, eliminando qualquer fator que intrigue e desrespeite a equipe e demais A comunicação é uma característica que consiste numa tática fundamental, o que gera frutos positivos aos profissionais, relacionamento confiável, aberto a exposições de ideias, contudo, o cuidado como foco nos objetivos.
De fato mesmo que a instituição exerça métodos de domí-
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nio, cabe ao enfermeiro líder mudar a visão sobre as dificul-dades de relacionamento e dialogo. Em alguns casos o que atrapalha o exercício de liderança é o modo de que alguns líderes se impõem e intimidam através de sua posição hie-rárquica, o não posicionamento para tomadas de decisões, permitindo que sentimento pessoal interfira nesse proces-so, promovendo injustiças e acarretando a desmotivação e desanimo da equipe em realizar tarefas determinadas pelo líder. Portanto possuir o conhecimento de si mesmo admite--se a oportunidade de conhecer a equipe e as necessidades.
A negatividade é outro fator que interfere na liderança, pois age no comportamento e produtividade, o que estabelece dificuldades no desenvolvimento da equipe. Outro fator que bloqueia a equipe é o individualismo, pois a coletividade exerce um desempenho melhor nas execuções de tarefas determinadas pelo líder, potencializando e atingindo metas e objetivos estipulados.
O respeito deve ser também uma ferramenta imprescin-dível no gerenciamento de um líder, eliminando qualquer fator que intrigue e desrespeite a equipe e demais pessoas do convívio hospitalar. Deve-se cultivar para que haja uma construção interpessoal na enfermagem, promovendo uma convivência melhor, e facilitada para ocorrer ideias, suges-tões, opiniões e construção de relacionamento18.
De acordo com pesquisas realizadas, qualquer que seja a atuação do profissional e as ações que o mesmo execute, estas funções são privativas do enfermeiro, porém estas ati-vidades administrativas estariam permutando atividades as-sistências, no qual ocorrem cobranças além de burocráticas, e assistenciais que gera cobranças e a apartamento do líder com a equipe.
É necessário que a equipe de enfermagem possua conhe-cimento sobre liderança e sobre tomada de decisões com-plexas, já que o gerenciamento administrativo gera afasta-mento do enfermeiro dos cuidados assistenciais e com isso a equipe se sobrepõe das funções administrativas do enfer-meiro causando insatisfação da equipe.
Com a adoção da tecnologia, globalização e mudanças no
mundo, surge a conveniência de adaptação por parte dos profissionais em atividades assistenciais. E devido às exigên-cias de pacientes e mudanças na infraestrutura hospitalar, cabe ao enfermeiro se adequar aos objetivos estipulados pe-las instituições. Portanto a devida importância do profissional saber lhe dar com as habilidades gerenciais e conhecimen-tos administrativos, pois o enfermeiro possui competência de identificar precocemente as necessidades do paciente. A assistência é um fato que jamais deve ser deixado como op-ção, pois é privativo de sua profissão e nenhuma equipe ou outro profissional de saúde pode tomar atitudes de gerenciar a parte assistencial.
Em vista das modificações do mundo, houve-se a neces-sidade de um profissional com formação ágil para realização de cuidados diretos ao paciente, exigindo conhecimento cientifico inferior ao do profissional enfermeiro (a). Em 1999 o curso técnico de enfermagem obteve nova autorização go-vernamental para exercício do curso definido na lei 7.498/86 pelo decreto 94.406/87.
A relação do enfermeiro com a equipe deve ter pontos em comum. Dentre esses pontos: a cooperação, a busca por ob-jetivos e metas, soluções e visão de problema, envolvendo vi-vencia, empatia, compreensão para lhe dar com os sucessos e fracassos que percorre o cotidiano dos profissionais, per-mitindo a equipe compartilharem de conhecimentos, experi-ências com a liderança, promovendo satisfação e motivação, influenciando atitudes e comportamentos da equipe.
O profissional é competido a capacitar, motivar e estabele-cer a liderança diante a equipe, promovendo a qualidade de assistência e qualificação das tarefas executadas por cada subordinando sob sua supervisão19.
Devido à diligência de tarefas administrativa o enfermeiro absorve questões burocráticas, se apartando de tarefas as-sistenciais20.
Cabe a profissional expressar suas habilidades, pois alguns enfermeiros possuem dificuldades no gerenciamento, mas detém de prática para gerenciamento assistencial ou o in-verso.
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O enfermeiro deve ter competências para gerenciar recur-sos materiais e destreza para capacitar a equipe de enfer-magem no uso correto e coerente de materiais. A supervisão e gerenciamento não se aplicam apenas na assistência do paciente, mas na qualidade do atendimento na implemen-tação de estratégias e orientações continuas a equipe para extinguir absenteísmo de executar tarefas assistenciais.
As competências do enfermeiro devem estar presentes em suas ações, expressando assim empreendedorismo, éti-ca, determinação e busca por objetivos da instituição, promo-vendo poder de técnicas de ação gerencial e demonstrando qualidades de um gestor eficiente, humanização do trabalho e apontando os resultados de trabalho coletivo.
A liderança deve cingir incentivo, orientação, adequando a equipe a refletir suas funções e concessões, de acordo com a produção dos cuidados visando à eficácia no trabalho de enfermagem. Para que ocorra inserção de tarefas mais arti-culadas integrais e qualificadas cabe às instituições assegu-rar a independência de profissionais e compartilhar respon-sabilidades.
A designação de gerenciamento de enfermagem aparen-ta um perfil de poder centralizador de aspecto corretivo, o que aparta a equipe de seu líder. Diante disso, a supervisão de controle e fiscalização de recursos materiais e a direção de práticas ficam sob responsabilidade do enfermeiro. Daí o desafio de modificar a prática do gerenciamento de enfer-magem nos diversos campos de atuação. Nos modelos ge-renciais mais atuais o enfermeiro deve exercer uma gerencia contemporânea, ativa, buscando formas de melhorias e qua-lidades na assistência de enfermagem21.
O cuidar em saúde e enfermagem requer uma qualifica-ção cientifica que garante não só o preparo técnico-cientifico, mas o conhecimento da utilização de qualidades humanas, que são importantes na concepção de gestão atual em que as ações do enfermeiro líder almejam o alcance de objetivos compartilhados a instituição. Assim a liderança será compre-endida com um desafio no sentido de notificar ideias, esfor-ços e recursos para aprazimento de clientes e profissionais.
A motivação está expressa em cada individuo da equipe e cabe o líder esclarecer e conhecer o que cada subordinado pode proporcionar para um trabalho coletivo. Diante desse fato, o enfermeiro pode expor diversos estilos de liderança diante a equipe de enfermagem. E devido à premência de se explorar os estilos de liderança exercidos pelos enfermei-ros segundo a visão da equipe, a teoria do Grid Gerencial de-mostra resultados sobre liderança e que segundo essa teoria foram destacados 5 estilos de liderança. Os estilos de lide-rança, a correlação por meio de comprometimento de todos com as metas e objetivos institucionais e reconhecimento de decisões criativas, conquistas entre líder e liderado em am-
biente de confiança e respeito é um desafio para enfermeiro (a). Portanto cabe ao enfermeiro expandir co-
nhecimento próprio e da equipe sobre liderança22.
A enfermagem compõe-se de um conjunto extenso de profissionais, no qual sua tarefa desenvolve-se em um es-paço coletivo sendo executadas por equipes que requerem encadear estímulos ao longo das jornadas, promovendo a continuidade de assistência aos pacientes.
Compete ao profissional de enfermagem o considerável papel de chefe da equipe nas circunstancias do cotidiano, permitindo que este profissional torne-se um membro cru-cial na busca em atender as necessidades do serviço. Nesta concepção, os cargos de liderança desencadeia responsabi-lidades aos enfermeiros, mas também concedem seu reco-nhecimento. A propagação da habilidade de liderar passa a ser essencial para o enfermeiro, no desígnio de aperfeiçoar a sua atuação profissional.
Há uma expectativa de que o enfermeiro compreenda o processo de liderança com aprendizado continuo e dinâmi-co, influenciando as pessoas para atingir objetivos23. Cabe ao enfermeiro competências como: habilidade referente a um grupo de pessoas, capacidade de tomada de decisões, pos-suir criatividade, ser contemporâneo bem como apoiar e pro-piciar o desenvolvimento do processo de trabalho24.
Há uma preocupação em eleger um líder que possa acatar ás necessidades da equipe e setor de trabalho, e caracterís-ticas especificas que o mesmo deve deter a fim de cooperar com novos conhecimentos á equipe.
O relacionamento é essencial para ocorrer comunicação adequada e com isso gerenciar decisões de forma robusta e atender as necessidades da equipe, favorecendo a obtenção de objetivos25.
A liderança demanda uma visão, ideia de onde a profissão, organização deve proceder tornando as visões uma realida-de. A chave para a liderança esta situada na transmissão de valores e concretização de poder, promovendo interação en-tre as pessoas e a mobilização para tais ações determinadas se converterem em compromissos26.
As ações dos enfermeiros líderes afetam significam ente elementos estruturais e processos de trabalho das institui-ções. Apesar da sobreposição de funções, torna-se claro a influencia no grupo e a capacidade de confiança e liberação eficaz quando se trata de enfermagem27.
Considerações FinaisCom este estudo foi possível observar que a liderança na
enfermagem tem início deste a época de Florence Ningtin-gale, que com ações simples conseguiu melhor a assistên-cia prestada e a qualidade de vida dos pacientes. Ainda na atualidade este tema tem sido discutido, pois, a cada dia os
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dade, de natureza administrativa voltadas para a organização do trabalho da equipe de enfermagem e multiprofissional, e de natureza pedagógica, ações relativas a formação e de-senvolvimento das diferentes categorias de enfermagem. Estas atividades se completam fazendo do enfermeiro um profissional imprescindível na assistência a saúde.
enfermeiros enfrentam novos desafios.O enfermeiro desenvolve um conjunto de ações de nature-
za diversa, que se articulam e se complementam entre si na consecução do trabalho em saúde. As ações deste profissio-nal podem ser consideradas de natureza assistencial, ou seja, ações direcionadas ao cuidado do cliente, família e comuni-
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ResumoO Câncer é um problema de saúde pública em países desenvol-
vidos e subdesenvolvidos, responsável por mais de seis milhões
de óbitos a cada ano. Durante o tratamento é fundamental pro-
porcionar ao paciente uma melhor qualidade de vida. Essa me-
lhora poderá ocorrer na medida em que os efeitos colaterais dos
tratamentos (quimioterapia e radioterapia) possam ser evitadose
controlados. Atualmente tem-se observado um aumento na utili-
zação das terapias alternativas em questão, servindo como fonte
de informação para os profissionais de saúde, preparando-os para
disponibilizar orientações que possam suprir as dúvidas dos pa-
cientes que utilizam as terapias alternativas, além de proporcionar
uma melhor qualidade de vida. Este é um estudo que utilizou uma
metodologia de revisão de literatura, com abordagem qualitativa e
recorte transversal. Estudos investigaram a utilização de terapias
alternativas por pacientes em tratamento quimioterápico. Em re-
lação à utilização das terapias alternativas, cabe destacar que 69%
utilizam tais práticas. Esta adesão pode ser decorrente da busca
humana por um maior bem-estar e o prolongamento da vida. O
estudo desses autores registra que as terapias utilizadas pelos su-
jeitos da pesquisa foram a fitoterapia, homeopatia e o reiki, sendo
a terapia por ervas e chás medicinais (82%) a mais empregada por
esses pacientes. É relevante a aquisição de conhecimento pelos
profissionais da saúde, e os usuários sobre diversos tipos de tera-
pias alternativas, bem como seus efeitos colateriais, a fim de mini-
mizar os efeitos colaterais do tratamento medicamentoso e obter
maior qualidade de vida para estes pacientes.
Palavras-chave: Qualidade de vida, Oncologia, Terapias alterna-
tivas.
AbstractCancer is a public health problem in developed and underdevelo-
ped countries, responding for more than six million deaths annually.
During treatment, it is essential to provide the patient with a bet-
ter life quality. This improvement may occur as the side effects of
treatments (chemotherapy and radiotherapy) can be avoided and
Qualidade de Vida em Oncologia e as Terapias Complementares: revisão de literatura
Edna Alves da Cruz Enfermeira Especialista em Enfermagem em Oncologia pela
Faculdade Santa Marcelina, São Paulo capital.
Ariadne da Silva FonsecaEnfermeira Doutora em Enfermagem. Gerente do Instituto de
Ensino e Pesquisa da Rede de Hospitais São Camilo. Tesoureira
da ABRASSIM.
Life Quality in Oncology and Complementary Therapies: literature review
Calidad de Vida en Oncología y las Terapias Complementares:
revisión de literatura
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controlled. An increase in the use of the alternative therapies in ques-
tion has been observed, serving as a source of information for health
professionals, preparing them to provide guidelines that can answer
to questions by patients that use alternative therapies, besides pro-
viding better life quality. This study used a methodology of literature
review, with a qualitative approach and crosscutting. Studies have
investigated the use of alternative therapies by patients undergoing
chemotherapy. Regarding the use of alternative therapies, it should
be noted that 69% of them use such practices. This adherence may
be due to the human search for greater well-being and prolonga-
tion of life. The study of these authors’ shows that the therapies used
by the research subjects were phytotherapy, homeopathy and reiki,
with herbal therapy and medicinal teas (82%) being the most used by
these patients. The acquisition of knowledge by health professionals
and users of different types of alternative therapies, as well as their
collateral effects, is relevant in order to minimize the side effects of
drug treatment and to achieve higher quality of life for these patients.
Key words: Quality of life, Oncology, Alternative therapies.
ResúmenEl Cáncer es un problema de salud pública en países desarrollados
y subdesarrollados, responsable por más de seis millones de muer-
tes cada año. Durante el tratamiento es fundamental proporcionar
al paciente una mejor calidad de vida. Esa mejora podrá ocurrir en
la medida que los efectos colaterales de los tratamientos (quimio-
terapia y radioterapia) se puedan evitar y controlar. En la actualidad
se ha observado un incremento en la utilización de las terapias al-
ternativas en cuestión, sirviendo como fuente de información a los
profesionales de salud, preparándolos para suministrar orientaciones
que puedan sanar las dudas de los pacientes que utilizan las terapias
alternativas, además de proporcionar una mejor calidad de vida. Este
es un estudio que utilizó una metodología de revisión de literatura
con abordaje cualitativo y recorte transversal. Estudios investigaron
la utilización de terapias alternativas por pacientes en tratamiento por
quimioterapia. En relación a la utilización de las terapias alternativas,
corresponde destacar que, el 69% utiliza tales prácticas. Esta adhe-
IntroduçãoO Câncer é um problema de saúde pública em países de-
senvolvidos e subdesenvolvidos, responsável por mais de seis milhões de óbitos a cada ano. Durante o tratamento é fundamental proporcionar ao paciente uma melhor Quali-dade de Vida. Qualidade de Vida (QV) na oncologia é defi-nida como a percepção subjetiva do indivíduo em relação à sua incapacidade e à satisfação com seu estado atual de funcionamento, fazendo com que a pessoa analise se está bem ou não, comparativamente ao que entende como pos-sível ou ideal1. A melhoria da QV poderá ocorrer na medida em que os efeitos colaterais dos tratamentos (quimiotera-pia e radioterapia) possam ser evitados e controlados. QV é um dos maiores objetivos dos cuidados paliativos, uma vez que a função desse cuidado é o controle sintomático, não a cura, prolongamento ou abreviação da vida. É proporcionar ao paciente, momentos especiais e dignos nesse período, independente de sua duração. O paciente e a família com-partilham sua ansiedade quanto ao diagnóstico e ao trata-mento.
sión puede ser proveniente de la búsqueda humana por un mayor
bienestar y por la prolongación de la vida. El estudio de esos autores
registra que, las terapias utilizadas por los sujetos de la investigación
fueron la fitoterapia, homeopatía y el reiki, siendo la terapia por hier-
bas y tés medicinales (82%) la más empleada por esos pacientes. Es
relevante adquirir conocimiento por parte de los profesionales de la
salud, y por los usuarios sobre distintos tipos de terapias alternativas,
como también sus efectos colaterales, con el objetivo de minimizar
los efectos colaterales del tratamiento medicamentoso y obtener
una mayor calidad de vida para estos pacientes.
Palabras-clave: Calidad de vida, Oncología, Terapias alternativas.
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Nessa perspectiva, é de fundamental importância os pro-fissionais de saúde manterem-se atentos às necessidades de seus clientes, assistindo não só o indivíduo enfermo, mas também seus familiares, para que estes não sejam so-brecarregados e possam manter uma vida de qualidade e proporcionar cuidados oportunos a seu ente. Atualmente, tem-se observado um aumento na utilização de terapias al-ternativas em questão, servindo como fonte de informação para os profissionais de saúde, preparando-os para dispo-nibilizar orientações que possam suprir as dúvidas dos pa-cientes que utilizam as terapias alternativas, além de propi-ciarem uma melhor QV.
MetodologiaTrata-se de um estudo exploratório de revisão da litera-
tura de abordagem qualitativa, com recorte transversal. A coleta dos dados foi realizada por meio de uma consulta mecânica e informatizada no banco de dados bibliográfi-cos BIREME. Para identificação dos artigos, foram utiliza-dos os descritores do DeCS – Descritores em Ciências da Saúde: “Qualidade de vida”; “Oncologia”; “Terapias alterna-tivas”. Na etapa subsequente, foram selecionados os arti-gos de interesse para este estudo, considerando-se como critérios: artigos da área da saúde, ser um trabalho desen-volvido em âmbito nacional; ter sido publicado nos últimos dez anos; estar disponível na íntegra em português online.
A partir dessa busca, realizou-se uma leitura exploratória com a finalidade de selecionar os artigos relacionados ao objeto de estudo; depois foi feita uma leitura do artigo na íntegra e posterior análise e discussão do mesmo de acor-do com seus resultados e parâmetros; síntese dos resulta-dos apresentados nas publicações e, por fim, o fichamento correspondente a cada publicação, destacando os núcleos temáticos construídos em cada artigo.
Revisão de LiteraturaDevido à enorme complexidade da doença e suas dife-
rentes abordagens terapêuticas, porque cada tipo de cân-cer tem seu tratamento específico: cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e outras inúmeras possibi-lidades. Muitas vezes é necessária a combinação de vários tratamentos2. Sabe-se que a assistência ao paciente com câncer envolve múltiplos aspectos, além do biológico.
Os aspectos psicológicos, sociais, culturais, espirituais e econômicos devem ser considerados, assim como con-ceitos e crenças relacionados ao processo saúde-doença. No que se refere aos cuidados paliativos muitas pesquisas indicam que estes cuidados podem ajudar na melhora do paciente em relação à qualidade de vida, uma vez que a
função desse cuidado é o controle sintomático, não a cura, prolongamento ou abreviação da vida. Buscando propor-cionar ao paciente momentos especiais e dignos nesse pe-ríodo, independente de sua duração3.
Durante todo o processo do diagnóstico e tratamento também é preciso cuidar dos familiares que são os res-ponsáveis cuidadores, pois os mesmos sofrem muito com a possibilidade da perda, bem como com a impotência diante da situação de desfalecimento do seu ente querido. Autores estudaram a utilização de terapias alternativas por pacientes em tratamento quimioterápico1.
O estudo buscou conhecer a prevalência da utilização de terapias alternativas por pacientes em tratamento qui-mioterápico e sua pesquisa foi muito positiva, já que: Ao investigar a opinião sobre a utilização de práticas alternati-vas, 89% responderam ser favorável e 69% dos sujeitos da pesquisa fazem uso de algum tipo de terapia complemen-tar. Em relação à utilização das terapias alternativas, cabe destacar que 69% utilizam tais práticas. Esta adesão pode ser decorrente da busca humana por um maior bem-estar e o prolongamento da vida.5 Os autores destacam que, in-dependente do tratamento escolhido, há grande valia em se oferecer um cuidado terapêutico que consiste em um cuidar diferenciado e profissional, baseado na visão singu-lar, solidária e integradora entre o trabalhador de enferma-gem e o cliente1.
O estudo desses autores registra que as terapias utiliza-das pelos sujeitos da pesquisa foram a fitoterapia, homeo-patia e o reiki, sendo a terapia por ervas e chás medicinais (82%) a mais empregada por esses pacientes1. Para 44% dos entrevistados, conforme os autores, as terapias alter-nativas diminuíram os efeitos colaterais da quimioterapia e 40% afirmaram ter alívio nos sintomas da doença. As tera-pias alternativas são utilizadas por diversos pacientes com câncer, não apenas como modo de combater os efeitos colaterais do tratamento convencional, mas também por promoverem um aumento da capacidade do organismo de combater a doença1.
O uso de Práticas Alternativas e Complementares (PACs) pode ser benéfico se usado junto ao tratamento conven-cional, aliviando sintomas ou efeitos colaterais, diminuindo a dor e oferecendo conforto psicológico ao paciente, sem causar novos prejuízos.
Ressaltam os autores que não existem respostas defi-nidas ou garantias para a recuperação do câncer, mas a abordagem holística desperta uma tendência para a auto cura do paciente que, embora muitas vezes não consiga a remissão da doença, promove melhor qualidade de vida enquanto aguarda a morte com mais dignidade.1
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Considerações FinaisConclui-se, através deste estudo, que grande parte das
pessoas adere às terapias alternativas, como cuidado com-plementar, associados ao tratamento para o câncer, pois acima de tudo o tratamento não convencional baseia-se em minimizar o sofrimento causado não somente pelos efeitos colaterais, sintomatologia clínica, mas para preencher lacu-nas que possam originar-se da desestruturação psicológica. Atualmente, tem-se observado um aumento na utilização dessas terapias, as quais podem servir como fonte de infor-mação para os profissionais de enfermagem, preparando-os para disponibilizar orientações que possam suprir as dúvidas dos pacientes que utilizam as terapias alternativas.
Conclui-se também que, é relevante a aquisição de co-nhecimentos pelos profissionais da saúde, e os usuários dos serviços de saúde, sobre diversos tipos de terapias alterna-tivas, bem como seus efeitos colaterais, a fim de minimizar os efeitos colaterais do tratamento medicamentoso e obter maior qualidade de vida para estes pacientes. Além disso, é preciso também tratar dos familiares e também oferecer te-rapias alternativas para que essas pessoas possam ter forças diante da adversidade que é o câncer, por isso é fundamental que durante o tratamento do paciente tenha-se uma visão holística e que os profissionais da saúde também vislumbrem as pessoas que estão no entorno porque, tanto o paciente e a família compartilham sua ansiedade quanto ao diagnóstico e ao tratamento. Terapias alternativas podem auxiliar neste processo e proporcionar maior qualidade de vida.
Referências1 • Jaconodino CB; Amestoy SC; Thofehrn MB. A Utilização De Terapias Alternativas Por Pacientes Em Tratamento Quimioterápico. Cogitare Enfermagem, [S.l.], v. 13, n. 1, ago. 2008. ISSN 2176-9133. Disponível em: <http://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/11953>. Acesso em: 20 jun. 2016. doi:http://dx.doi.org/10.5380/ce.v13i1.11953.
2 • Portal Instituto Oncoguia. O que é oncologia? Disponív-el em: <http://www.oncoguia.org.br/conteudo/o-que-e-oncologia/82/1/> Acessado em 21 de abr de 2016 às 15:00 hrs
3 • Araújo D; Linch GFC. Cuidados paliativos oncológicos: tendências da produção científica. R. Enferm. UFSM 2011 Mai/Ago;1(2):238-245. Disponível em: <http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/reufsm/article/view/2482/1636>. Acesso em 13 jun 2016.
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ResumoEste estudo tem como objetivo levantar na literatura artigos relaciona-
dos ao parto humanizado. Trata-se de um estudo de revisão da litera-
tura, onde foram utilizadas as bases de dados LILACS, Pubmed e SciE-
LO, Biblioteca Virtual em Saúde através dos descritores: assistência ao
parto, parto humanizado, saúde da mulher obstetrícia, ciclo gravídico
puerperal, além de sites do ministério da saúde e conselho regional
de enfermagem. Foram utilizados para este estudo 20 estudos que
compreendeu o período de 2001 a 2014, que respondiam os objetivos
do estudo. Os estudos apontam a participação da mulher na tomada
de decisão, nas ações de promoção à saúde, é um direito que deve ser
respeitado. A informação e a decisão informada, nas ações de saúde,
são direitos da mulher que devem ser promovidos. No processo da
parturição, a mulher tem a expectativa de receber informações sobre o
que acontece com ela e com o seu bebê e sobre o modo de participa-
ção. O enfermeiro e os demais profissionais de saúde têm a obrigação
ética e legal de oferecer informações claras e completas sobre o cui-
dado, os tratamentos e as alternativas, e dar à mulher a oportunidade
de participar das decisões.
Palavras-chave: Parto humanizado, Casa de Parto, Assitência ao Parto.
AbstractThis study aims to capture in the literature articles related to huma-
nized childbirth. This is a literature review, using the LILACS, Pubmed
and SciELO and Virtual Health Library databases through the follo-
wing descriptors: delivery assistance, humanized childbirth, obstetrical
women’s health, puerperal pregnancy cycle, and sites of the Ministry
of Health and the regional nursing council. Twenty studies covering
the period from 2001 to 2014, which met the study objectives, were
used for this study. The studies indicate that the participation of wo-
men in decision-making in actions to promote health is an entitlement
that must be respected. Information and informed decision in health
actions are women’s rights that should be promoted. In the parturition
process, women expect to receive information about what happens to
them and their babies and about their participation mode. The nurse
and other health professionals have an ethical and legal obligation to
Assistência ao Parto humanizado: revisão de literatura
Fernanda Farias PandoPós Graduanda em Ginecologia e Obstetrícia. Faculdade de Enfemagem Hospital Israelita Albert Einstein. Técnica de Simulação no Centro de Simulação da Rede de Hospitais São Camilo. e-mail: [email protected].
Paula de Souza e CastroEspecialista em Gerenciamento de Serviços de Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo e em Saúde da Família pela Universidade de Paulo. Mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo. Professor adjunto da Universidade Paulista-Unip. Enfermeiro Judiciário no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Humanized delivery assistance: literature review
Asistencia al Parto humanizado: revisión de literatura
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provide clear and complete information about care, treatments and al-
ternatives, and to give women the opportunity to participate in decisions.
Key words: Humanized Childbirth, Childbirth House, Delivery Assistance.
ResúmenEste estudio tiene como objetivo levantar en la literatura artículos rela-
cionados al parto humanizado. Se trata de un estudio de revisión de la
literatura, donde fueron utilizadas las bases de datos LILACS, Pubmed y
SciELO, Biblioteca Virtual en Salud por medio de los descriptores: asis-
tencia al parto, parto humanizado, salud de la mujer obstetricia, ciclo em-
barazo y puerperio, además de sitios del ministerio de salud y colegio
regional de enfermería. Se utilizaron para este estudio 20 estudios que
comprendió el período de 2001 a 2014, que respondían los objetivos del
estudio. Los estudios apuntan la participación de la mujer en la toma de
decisión, en las acciones de promoción a la salud, es un derecho que
debe ser respetado. La información y la decisión informada en las ac-
ciones de salud son derechos de la mujer que se deben promover. En el
proceso del parto, la mujer tiene la expectativa de recibir informaciones
sobre lo que ocurre con ella y con su bebé y sobre el modo de partici-
pación. El enfermero y los demás profesionales de salud tienen la obli-
gación ética y legal de ofrecer informaciones claras y completas sobre
el cuidado, los tratamientos y las alternativas, y dar a la mujer la oportuni-
dad de participar de las decisiones.
Palabras-clave: Parto humanizado, Casa de Parto, Asistencia al Parto.
IntroduçãoO processo do nascimento é intrínseco ao viver da huma-
nidade, conforme a cultura e o meio em que a mãe está in-serida, razão pela qual o trabalho de parto e parto podem, ser vivenciados com maior ou menor intensidade, refletindo direta ou indiretamente no processo de viver.
Ao considerar o cuidado e o conforto durante o trabalho de parto, não se deve simplificar e considerar apenas o alívio da
dor. Cuidar é olhar, enxergando; ouvir, escutando; observar, percebendo; sentir, empatizando com o outro, estando dis-ponível para fazer com ou para o outro1.
A condição essencial para que ocorra o conforto é propor-cionar um ambiente favorável, ou seja, um ambiente em que a pessoa seja cuidada e sinta que está sendo cuidada, pois lhe foi oferecido/ofertado afeto, calor, atenção e amor e es-tes favorecerão o alívio, a segurança e o bem-estar2.
Tendo em vista as diversas opções existentes quanto ao local do nascimento, é necessário que as mulheres e suas famílias sejam informadas adequadamente sobre tais pos-sibilidades, assim como os riscos e benefícios de cada uma delas. Cabe aos profissionais responsáveis pela assistência oferecerem essas informações sem preconceitos, para que as gestantes possam fazer uma opção livre e consciente.
Objetivo Levantar na literatura artigos relacionados a assistência ao
parto humanizado.
Metodologia Estudo de revisão de literatura onde foram utilizados arti-
gos científicos, livro e site do Ministério da Saúde e Conselho
“O cuidado e o conforto durante o trabalho de parto, não se deve simplificar e considerar apenas o
alívio da dor.”
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Regional de Enfermagem. Os artigos científicos foram obti-dos através do levantamento das bases de dados LILACS e SciELO, Pub Med, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).
Para o levantamento utilizou-se os descritores parto hu-manizado, saúde da mulher, obstetrícia, ciclo gravídico puer-peral.
O levantamento dos dados ocorreu no período de fevereiro a abril de 2015 e foram encontrados artigos de 2001 a 2014. Foram localizados 25 artigos, 4 livros e 3 site e selecionado 11 artigos, 1 livros e 8 sites que contribuíram para o desenvolvi-mento deste trabalho.
O material foi analisado e depois descrito conforme a revi-são de literatura.
Revisão de Literatura
História da Assistência ao Parto A assistência à parturiente sofreu muitas modificações ao
longo do tempo, decorrentes da medicalização e institucio-nalização do parto, dos avanços tecnológicos e do desenvol-vimento da medicina3.
O parto era assistido por mulheres em ambiente domiciliar, por parteiras ou comadres, que eram pessoas de confiança da gestante ou de experiência reconhecida na região, que possuíam algum conhecimento sobre o processo de partu-rição3.
A assistência à parturiente era considerada assunto de mulheres, em que as parteiras criavam um clima emocional favorável, com suas crenças, orações, chás e receitas para aliviar a dor das contrações3.
O nascimento da obstetrícia como disciplina científica ocorreu na França, nos séculos XVII e XVIII, tornando-se uma especialidade da medicina fazendo com que as parteiras perdessem o direito de exercer a profissão e consolidando a entrada dos homens no cenário do parto4.
O avanço das técnicas científicas promoveu mudanças nos cuidados relacionados ao parto com a introdução de instru-mentais favorecendo a inserção de outros atores no espaço antes privativo das mulheres, o que desencadeou alterações nas posições e formas de parir3.
O cirurgião inglês Peter Chamberlain criou o fórceps e o desenvolvimento da técnica, levando a um declínio a profis-são das parteiras substituindo o paradigma não-intervencio-nista pelo parto controlado pelo homem3.
A institucionalização do parto levou à medicalização e per-da da autonomia da mulher como protagonista do seu parto, sendo assim, o modelo de atenção ao parto e nascimento atual é marcado pela medicalização, uso abusivo de práticas invasivas e desnecessárias, potencialmente iatrogênicas, e pela prática abusiva de cesarianas4.
O nascimento deixou de ser um acontecimento familiar, ocorre um isolamento da gestante, falta de privacidade e desrespeito à sua autonomia. Protocolos rígidos são adota-dos sem uma avaliação criteriosa do caso e práticas adequa-das para um bom acompanhamento do trabalho de parto não são realizadas4.
Com a hospitalização do parto, o corpo feminino passou a ser visto como objeto de estudo. O ato de dar à luz passa a ser então um momento de treinamento para os profissionais de saúde, iniciando o universo da assistência mecanicista5.
A parturiente e o feto perdem o papel de protagonistas, as-sumindo uma posição passiva, enquanto os profissionais pas-sam a tomar o controle sobre o nascimento, realizando uma série de intervenções e modificando as práticas obstétricas6.
O uso de intervenções retiraram a naturalidade do proces-so de parir, a forma de vivenciar o parto e alteração da posi-ção adotada, que acontecia numa lógica gravitacional (verti-cal) passou a ser horizontal e ter o profissional obstetra como condutor6.
Muitas destas intervenções e mudanças não têm provoca-do melhoria na assistência obstétrica e na condição de saú-de materno-infantil, pelo contrário, evidências científicas de-monstram que muitas são prejudiciais à mãe e ao concepto6.
Na década de 1980 surgiram as primeiras estimativas da extensão da mortalidade materna no mundo, tornando pú-blica a situação alarmante que as mulheres estavam viven-ciando6.
As agências Internacionais de Desenvolvimento lançaram, em 1987 a Iniciativa por uma Maternidade Segura com o ob-jetivo de dar visibilidade às dimensões e consequências das precárias condições de saúde materna e mobilizar ações para a redução das mortes maternas6.
O Projeto Maternidade Segura no Brasil foi lançado em 1995 e estabelece um conjunto de critérios e procedimentos técnicos visando obter a eficácia da assistência prestada à mulher. Entre as estratégias encontra-se o incentivo ao parto normal e humanizado7.
Humanização do PartoA busca pela humanização do parto no Brasil iniciou-se
quando as pessoas envolvidas com o processo de nascer co-meçaram a se questionar quanto à prática assistencial pres-tada, se realmente oferecia maior segurança para a paciente8.
A humanização do parto é uma forma de garantir uma as-sistência baseada na evidência científica e na segurança das pacientes, e não na conveniência de instituições ou profis-sionais3.
Humanizar o nascimento é adequá-lo a cada mãe, a cada pai, ou seja, à família envolvida em cada nascimento. A téc-nica não pode tornar-se mais importante do que as pessoas
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envolvidas. O parto deve voltar a ser visto como um processo fisiológico natural e feminino3.
Organizações não governamentais, como a Rede de Hu-manização do Parto e do Nascimento (REHUNA), têm tido um papel importante na difusão e na consolidação de práticas, no Brasil. Esta ONG foi criada, na década de 80, por profissio-nais da área de saúde e tem visado a uma articulação com órgãos públicos ou vinculados à saúde coletiva, objetivando ações concretas para a modificação do atendimento ao parto, na rede hospitalar ou fora dela, enfatizando a dimensão dos direitos da mulher e da criança e procurando fazer com que as recomendações da OMS tornem-se medidas legais no país9.
Embora haja evidências científicas suficientes para que se realizem modificações no modelo médico tradicional de as-sistência ao parto, desmedicalizá-lo implica perda de poder. Abandonar rotinas habituais ao trabalho de parto ao modo de funcionamento do hospital e adotar outras que privilegiam o acompanhamento de sua fisiologia seria perder o controle do processo da parturição e modificar as referências do papel do médico na assistência ao parto8.
Segundo o Ministério da Saúde, a condição para o adequado acompanhamento do trabalho de parto, parto e puerpério é a humanização da assistência obstétrica, sendo obrigação das unidades de saúde receber a mulher e o recém-nascido com dignidade, com adoção de práticas humanizadas e seguras, com condutas acolhedoras e não interventivas10.
O local onde a mulher é cuidada não pode ser um ambien-te hostil, com rotinas rígidas e imutáveis, onde ela não possa expressar livremente seus sentimentos e suas necessidades, deve receber cuidados individualizados e flexíveis, de acordo com suas necessidades. É necessário que se sinta segura e protegida por todos aqueles que a cercam11.
Cada profissional se apropriou do termo humanização com uma visão diferente. Os anestesistas acreditam que parto hu-manizado é parto sem dor, alguns profissionais acreditam que seja o parto vertical, outros defendem a ideia da presença do acompanhante e para outros é um parto com mais suporte físico e emocional. Entretanto, nenhuma dessas intervenções será humanizante se não levar em consideração a opinião da mulher, uma vez que ela, o recém-nascido e a família são os protagonistas reais da cena12.
Os profissionais da saúde desempenham um papel impor-tante neste momento vital, ao atuar com competência e eficá-cia eles têm a oportunidade de colocar o seu conhecimento à disposição da manutenção do equilíbrio físico/psíquico da gestante e do recém-nascido, reconhecendo os momentos críticos em que suas intervenções são necessárias para as-segurar o bem-estar de ambos. Os métodos de alivio da dor, o conforto físico e o oferecimento de informações de todo o processo que está sendo vivenciado no momento11.
Tipos de Parto
• Parto NaturalParto natural é aquele realizado sem intervenções ou
procedimentos desnecessários durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto, e com o atendimento centrado na mulher. A saída do bebê ocorre pelo canal va-ginal, sem qualquer intervenção cirúrgica. Tudo transcorre da maneira mais natural possível e com o mínimo de proce-dimentos, de modo a evitar causar mais dor, complicações e risco de infecções à mãe e ao bebê13-15.
• Parto Normal ou Parto VaginalTem início espontâneo, baixo risco no início do trabalho
de parto, permanecendo assim durante todo o processo, até o nascimento. O bebê nasce espontaneamente, em po-sição cefálica de vértice, entre 37 e 42 semanas completas de gestação. (OMS, 2009) No qual compreende quatro pe-ríodos clínicos do parto (1º período ou fase de dilatação, 2° período ou fase de expulsão, 3° período ou secundamento e 4° período ou período de Greenberg)13-15.
• Parto cesáreaA cirurgia cesariana é uma alternativa médica usada em
situações em que as condições materno-fetais não favo-recem o parto vaginal. Apesar do reconhecimento da con-tribuição dessa intervenção para uma melhor assistência à saúde e da segurança da cesárea moderna, é importante que sua indicação seja criteriosa, pois é um procedimento que pode trazer riscos adicionais para a mãe e a criança16.
Cesariana ou parto cesáreo é definido como a extração do feto através de uma incisão na parede abdominal (la-parotomia) e na parede uterina (histerotomia). As compli-cações maternas na cesariana podem variar de eventos menores, como um episódio de febre ou uma perda maior de volume de sangue, até eventos maiores como lacera-ções acidentais de vísceras, infecções puerperais e aciden-tes anestésicos. As complicações que podem ocorrer nos recém-nascidos por causa das cesarianas estão associadas a uma maior frequência de prematuridade e síndrome de angústia respiratória17.
Casa de Parto/Centro de Parto NormalAs Casas de Parto/Centro de Parto Normal tem o objetivo
de resgatar o direito à privacidade e à dignidade da mu-lher no momento do nascimento do bebê, em um ambiente acolhedor, semelhante ao ambiente familiar garantindo se-gurança ao binômio, oferecendo-lhes recursos tecnológi-cos apropriados em casos de eventual necessidade18.
De acordo com a Portaria 985/99 GM, Centro de Parto
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Normal (CPN): unidade destinada à assistência ao parto de risco habitual, pertencente a um estabelecimento hos-pitalar, localizada nas dependências internas ou externas ao estabelecimento hospitalar. Dentre os requisitos para a constituição de um CPN estão: condução da assistência ao parto de risco habitual, da admissão à alta, realizada por enfermeiro obstetra ou obstetriz, possuir protocolos que orientam a linha de cuidado materno e infantil, protocolos assistenciais que promovam a segurança e a humanização do cuidado, assegurando as boas práticas de atenção ao parto e nascimento, possuir rotinas que favoreçam a prote-ção do período sensível e o contato pele a pele imediato e ininterrupto entre a mulher e o recém-nascido de forma a promover o vínculo17.
Porém, o uso de práticas como deambulação da partu-riente, presença do acompanhante, restrição do uso rotinei-ro de ocitocina e episiotomia e o estímulo ao parto vertical, provocam divergências entre os profissionais19.
Os Centros de Parto Normal são unidades de atenção ao parto e nascimento da maternidade/hospital, que realizam o atendimento humanizado e de qualidade, exclusivamente
ao parto normal sem distócia, e privilegiam a privacidade, a dignidade e a autonomia da mulher ao parir em um am-biente mais acolhedor e confortável e contar com a pre-sença de acompanhante de sua livre escolha. São geridos por enfermeiras (os) obstetras/obstetrizes e devem estar sempre organizadas no sentido de promover a ampliação do acesso, do vínculo e da atenção humanizada ao parto e ao nascimento20.
Considerações Finais Quando a mulher busca o sistema de saúde por ocasião
do nascimento de um filho, necessita de cuidados singula-rizados, em que seja vista como um ser humano integral e indivisível. Desta forma ela precisa participar do processo de ter um filho, ser respeitada, cuidada e confortada.
Como enfermeiro obstetra precisamos refletir sobre a im-portância do incentivo ou desencorajamento do uso de de-terminadas técnicas e tecnologias, visando a incorporação de novas condutas para um cuidado adequado e seguro, ajudando na prevenção de distócias e complicações bem como prevenindo a morte materna e fetal.
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Referências1 • Caron OAF, Silva IA. Parturiente e equipe obstétri-ca: a difícil arte da comunicação. Rev. Latino-American. Enferm. [online] 2002 Jul-Aug; 10 (4): 485-92 [cited 2004 Oct 18]. Avaliable from: http://www.scielo. br/pdf/rlae/v10n4/13359.pdf
2 • Coelho MJ, Neves EP, Santos RS, Pereira A, Pereira M, Figueiredo NMA. Conforto e suas interfaces com o cuidar e os cuidados de enfermagem. Rev. Enferm. Atual. 2005 Jul-Ago; 5 (28): 7-13.
3 • Seibert SL, Barbosa JLS, Santos JM, Vargens OMC. Medicalização X Humanização: O cuidado ao parto na história. Revista de Enfermagem UERJ. Rio de Janeiro, 2005.
4 • Jamas MT, Hoga LAK, Reberte LM. Narrativas de mu-lheres sobre a assistência recebida em um centro de parto normal. Caderno de Saúde Pública. Rio de Janeiro, 2013
5 • Domingues RMSM, Dias MAB, Pereira MN, Torres JA, D’orsi E, Pereira APE, Schilithz AOC, Leal MC. Processo de decisão pelo tipo de parto no Brasil: da preferência inicial das mulheres à via de parto final. Caderno de Saúde Pú-blica. Rio de Janeiro, 2014.
6 • Crizóstomo CD, Nery IS, Luz MHB. A vivência de mu-lheres no parto domiciliar e hospitalar. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem. Rio de Janeiro, 2007.
7 • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de políticas de saúde. Área técnica de saúde da mulher. Parto, abor-to e puerpério: Assistência humanizada à mulher. Brasilia: Ministério da Saúde, 2001.
8 • Menezes PFA, Portella SDC, Bispo TCF. A situação do parto domiciliar no Brasil. Revista Enfermagem Contem-porânea. Salvador, 2012.
9 • Diniz CSG. Humanização da assistência ao parto no Brasil: os muitos sentidos de um movimento. Ciência & Saúde Coletiva. São Paulo, 2005.
10 • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Atenção à Saúde. Parto e Nascimento Assistidos por Parteiras Tra-dicionais: o Programa Trabalhando com Parteiras Tradi-cionais e experiências exemplares. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
11 • BRASIL, Ministério da Saúde. Humanização do parto e do nascimento/Ministério da Saúde. Universidade Es-tadual do Ceará. (Caderno HumanizaSUS: v. 4). Brasília, 2014.
12 • Moura FMJ. S. P. A humanização e a assistência de enfermagem ao parto normal. Revista Brasileira de En-fermagem. Brasília, 2007.
13 • CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN). Resolução COFEN-223/1999. Dispõe sobre atuação de enfermeiros na Assistência à Mulher no ciclo gravídico e puerperal. In: Resoluções. Portal do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN).
14 • CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN). Resolução COFEN-339/2008. Normatiza a atuação e a responsabilidade civil do Enfermeiro Obstetra nos Cen-tros de Parto Normal e/ou Casas de Parto e dá outras providências. In: Resoluções. Portal do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN).
15 • CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DO ES-TADO DE SÃO PAULO. Parto natural. São Paulo: COREN--SP, 2010.
16 • Machado NXS, Praça NS. Centro de Parto Normal e assistência obstétrica centrada nas necessidades da parturiente. Revista Escola de Enfermagem USP. São Paulo, 2006.
17 • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Es-tratégicas. Além da sobrevivência: práticas integradas de atenção ao parto benéficas para a nutrição e a saúde de mães e crianças. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
18 • Balaskas J. Parto ativo. 2ª ed, São Paulo: Editora Ground: 2014.
19 • Nilsen, E, Sabatino H, Lopes MHB. M. Dor e compor-tamento de mulheres durante o trabalho de parto e parto em diferentes posições. Revista Escola de Enfermagem USP. São Paulo, 2010.
20 • BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1459/GM, de 24 de junho de 2011. Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS - a Rede Cegonha. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 2011.
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ResumoTrata- se de um estudo de revisão da literatura, com abordagem
sobre conceitos do que são os cuidados paliativos bem com sua
aplicabilidade na área da saúde, e como desenvolver a humani-
zação na assistência no cuidado de pacientes oncológicos. Foram
utilizadas as bases de dados LILACS e SciELO, Biblioteca Virtual
em Saúde e do Ministério da Saúde, com ênfase ao site do Institu-
to Nacional do Câncer, palavras-chave cuidados paliativos, câncer,
cuidados de enfermagem, pacientes oncológicos e a humanização
no cuidado, tendo como critério de inclusão artigos da integra em
português, de 2002 a 2015, que respondiam os objetivos do estudo,
totalizando-se 17 publicações. Segundo a Organização Mundial da
Saúde a todos os pacientes que estão acometidos por doenças
graves, agressivas e incuráveis que ameacem a continuidade da
vida deveriam receber auxilio paliativos desde o momento do seu
diagnóstico. Os estudos apontam que o sofrimento pelo qual es-
ses indivíduos passavam baseavam-se em quatro elementos: dor
física, psicológica, social e espiritual, sendo assim os cuidadores
deveriam atuar de forma a atingir todas as atmosferas do cuidado,
com um objetivo em comum promover o alivio do sofrimento e da
dor, vivenciada tanto pelo paciente quanto pela família que passa
por esse momento extremamente delicado que é o fim da vida.
A assistência nos cuidados paliativos consiste na atuação de uma
equipe multidisciplinar, como o objetivo de melhorar a qualidade
de vida das pessoas doentes e de seus familiares diante de uma
doença que ameaça a vida, essas ações visam à prevenção e ali-
vio do sofrimento, identificação precoce da dor e demais sintomas
físicos, sociais, psicológicos e espirituais. Concluímos que é neces-
sário que o enfermeiro tenha conhecimento sobre as decisões a
serem tomadas na fase terminal e sobre os princípios dos cuidados
essenciais para apoiar o paciente durante a tomada de decisão e
no processo de terminalidade da vida, de maneira que reconheça
as respostas únicas dos pacientes à doença e que apoie seus va-
lores e metas.
Palavras-chave: cuidados paliativos, câncer, cuidados de enfer-
magem, pacientes oncológicos e a humanização no cuidado.
Cuidados Paliativos em Pacientes Oncológicos: a humanização dos cuidados
Karol Pereira De SouzaGraduação em Enfermagem (UNIP conclusão janeiro 2016)
Cursando pós graduação em UTI urgência e emergência (UNASP).
Elizete SampaioEnfermeira e Mestre
Alexandre Luiz Affonso FonsecaDentista e Doutorando.
Palliative care in cancer patients: the humanization of care
Cuidados Paliativos en Pacientes Oncológicos: la humanización de los cuidados
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AbstractThis is a review study of the literature, with an approach on con-
cepts of what palliative care is all about, as well as its applicabi-
lity in the health area, and how to develop humanization in the
care of cancer patients. The databases LILACS and SciELO, of
the Virtual Health Library (VHL) and the Ministry of Health were
used, with emphasis on the website of the National Cancer Ins-
titute (INCA). Keywords: palliative care, cancer, nursing care,
cancer patients and humanization in care, with the inclusion full
articles in Portuguese from 2002 to 2015 which met the objecti-
ves of the study, totaling 17 publications. According to the World
Health Organization (WHO), all patients suffering from severe,
aggressive and incurable diseases that threaten the continuity of
life should get palliative aid from the moment of diagnosis. The
studies indicate that the suffering these individuals went through
was based on four elements: physical, psychological, social and
spiritual pain, and so, caregivers should act in a way that reaches
all spheres of care, with the common objective of promoting re-
lief from suffering and pain experienced both by the patient and
the family that go through this extremely sensitive moment which
is the end of life. The assistance in palliative care consists in the
performance of a multidisciplinary team, aiming at improving the
life quality of sick people and their families in the face of a life
threatening disease, and these actions are aimed at preventing
and relieving suffering, early pain identification and other physi-
cal, social, psychological and spiritual symptoms. We conclude
that it is necessary that nurses need to be aware of the decisions
to be made at the terminal stage and about the principles of es-
sential care to support patient during decision-making and the
termination process of life in a way that recognizes the unique
responses of patients to the disease and supports their values
and goals.
Key words: palliative care, cancer, nursing care, cancer patients
and humanization in care.
ResúmenSe trata de un estudio de revisión de la literatura con abordaje sobre
conceptos de lo que son los cuidados paliativos, como también su
aplicabilidad en el área de la salud, y como desarrollar la humanización
en la asistencia en el cuidado de pacientes oncológicos. Se utilizaron
las bases de datos LILACS y SciELO, Biblioteca Virtual en Salud (BVS)
y del Ministerio de Salud, con énfasis al sitio del Instituto Nacional del
Cáncer (INCA), palabras clave cuidados paliativos, cáncer, cuidados de
enfermería, pacientes oncológicos y la humanización en el cuidado,
teniendo como criterio de inclusión artículos totalmente en portugués,
de 2002 a 2015, que respondían los objetivos del estudio, totalizando
17 publicaciones. Según la Organización Mundial de Salud (OMS) to-
dos los pacientes que están acometidos por enfermedades graves,
agresivas e incurables que amenacen el seguimiento de la vida debe-
rían recibir auxilios paliativos desde el momento de su diagnóstico. Los
estudios apuntan que, el sufrimiento por el cual esas personas pasa-
ban se basaban en cuatro elementos: dolor físico, psicológico, social y
espiritual, de esa manera los cuidadores deberían actuar de forma en
lograr todas las atmósferas del cuidado, con un objetivo en común de
promover el alivio al sufrimiento y al dolor, vivenciado tanto por el pa-
ciente como por la familia que pasa por ese momento extremamente
delicado que es el fin de la vida. La asistencia en los cuidados paliativos
consiste en la actuación de un equipo multidisciplinario, como el ob-
jetivo de mejorar la calidad de vida de las personas enfermas y de sus
familiares ante una enfermedad que amenaza la vida, esas acciones
tienen en vista la prevención y el alivio del sufrimiento, identificación
prematura del dolor y demás síntomas físicos, sociales, psicológicos
y espirituales. Concluimos que, es necesario que el enfermero tenga
conocimiento sobre las decisiones que serán tomadas en la fase ter-
minal y sobre los principios de los cuidados esenciales para apoyar al
paciente durante la toma de decisión y en el proceso de terminación
de la vida, de manera que reconozca las respuestas únicas de los pa-
cientes a la enfermedad y que apoye sus valores y metas.
Palabras-clave: cuidados paliativos, cáncer, cuidados de enfermería,
pacientes oncológicos y la humanización en el cuidado.
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IntroduçãoSegundo o Instituto Nacional de Câncer ( INCA), a cada ano
mais de 12,7 milhões de pessoas no mundo são diagnosti-cadas com câncer e 7,6 milhões de pessoas morrem vítimas dessa doença. A estimativa foi que no Brasil, somente no ano de 2008, foram diagnosticados quase 500 mil novos casos da doença1.
O Câncer é uma doença crônica degenerativa que acome-te um grande número de pessoas em todas as faixas etá-rias, o câncer é caracterizado pelo crescimento desordena-do de células, que invadem tecidos e órgãos. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas determinando a formação de tumores malignos, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo. As causas são múl-tiplas para o desenvolvimento dessa doença podem ser de origem interna ou externa ao organismo, de uma forma geral o surgimento do câncer ocorre devido a fatores inerentes ao ambiente, hábitos alimentares, hereditariedade, fatores ocu-pacionais1.
Ao longo do processo da evolução humana, a percepção da morte foi mudando se transformando e tomando uma proporção diferenciada na vida das pessoas para os nossos antepassados, a morte era percebida como uma fase natural da vida. O processo morte/morrer era assistido pelos familia-res, permitindo o conforto e a presença dos entes queridos até o final2.
Como o passar dos anos houve modificações nas percep-ções sobre a morte que era consumada e constatada nas residências dos doentes passa a acontecer nas casas de saúde; e a família que assumia os cuidados começa a trans-feri-los aos profissionais de saúde, que por sua vez passa a cuidar desses pacientes promovendo conforto e bem estar2.
Em 2002 a Organização Mundial da Saúde (OMS), define cuidados paliativos com sendo uma abordagem que promo-ve qualidade de vida de pacientes e seus familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida, através de prevenção e alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual3.
Os cuidados paliativos devem incluir as investigações ne-cessárias para o melhor entendimento e manejo de com-plicações e sintomas estressantes tanto relacionados ao tratamento quanto à evolução da doença. Apesar da cono-tação negativa ou passiva do termo paliativo, a abordagem e o tratamento paliativo devem ser eminentemente ativos, principalmente em pacientes portadores de câncer em fase avançada, onde algumas modalidades de tratamento cirúr-gico e radioterápico são essenciais para alcance do controle de sintomas. Considerando a carga devastadora de sinto-mas físicos, emocionais e psicológicos que se avolumam
no paciente com doença terminal, faz-se necessário um diagnóstico precoce e condutas terapêuticas antecipadas, dinâmicas e ativas, respeitando-se os limites do próprio pa-ciente1.
Os cuidados paliativos são visto como uma forma de cui-dados humanizados, a fim de promover melhor qualidade de vida possível ao paciente terminal, e não de prolongar vida do paciente uma vez que os cuidados paliativos não vi-sam à cura e sim o bem estar físico e psicológico e espiritual do paciente e também da família1.
Embora existam diversos tratamento para o Câncer, tais como quimioterapia, radioterapia, e o transplante de medula óssea, muitos pacientes oncológicos não respondem ao tra-tamento, devido o quadro avançado da doença, esses trata-mentos geralmente são muito desgastante e causam muito dor e sofrimento tanto para o paciente com para família que lida com um ente querido nesse momento tão triste que é a terminalidade da vida1.
Para Pessini, Bertachini4 humanizar o cuidar é dar quali-dade à relação profissional da saúde-paciente. É acolher as angústias do ser humano diante da fragilidade de corpo, mente e espírito.
Partindo desse pressuposto o paciente oncológico deve receber um cuidado humanizado, a fim de obter melhora a qualidade de vida do paciente e também da família que passa por um momento muito difícil e doloroso que o pro-cesso de finitude4.
ObjetivoFazer uma revisão da literatura sobre os aspectos gerais
dos cuidados paliativos em pacientes terminais, bem como a sua aplicabilidade, e os cuidados de enfermagem humaniza-dos nesse contexto.
MetodologiaPara realizar o desenvolvimento do tema proposto, foi re-
alizado um estudo de revisão da literatura utilizando-se de livros, manuais e artigos científicos, pesquisados em biblio-tecas tradicionais e virtuais.
Os artigos científicos foram obtidos através do levanta-mento das bases de dados LILACS e SciELO, Biblioteca Vir-tual em Saúde (BVS) e do Ministério da Saúde, com ênfase ao site do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Para o levantamento dos dados nas referidas bases foram utilizou-se o cruzamento das palavras-chave: cuidados pa-liativos, câncer, cuidados de enfermagem e pacientes onco-lógicos, humanização no cuidado.
As publicações encontradas dataram desde 2002 a 2015, os temas abordados compuseram o trabalho sobre os cui-dados paliativos e a humanização no cuidado.
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Foram localizados e selecionado 14 (artigos), 3 (livros) e 2 (manuais), que contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho.
Revisão de Literatura
Aspectos Gerais Sobre o CâncerAs células normais em nosso corpo vivem em estado
de harmonia citológica, histológica e funcional, possuem características morfológicas que fazem com que elas se agrupem em tecidos que formam os órgãos para uma boa manutenção da vida. Em algumas situações ocorre uma ruptura dos mecanismos que regulam a multiplicação ce-lular, que são desnecessárias ao tecido, isto é, uma célula começa a crescer e dividir-se de forma desordenada, dando origem a células descendentes, que resultam em um cres-cimento dessas células com que são indiferentes, ou seja, insensíveis aos mecanismos reguladores normais. Dessa forma, surge o tumor ou neoplasia, podendo ser benigno ou maligno1.
Os tumores se dividem em dois tipos, os benignos e ma-lignos, sendo que os tumores benignos têm um crescimen-to de forma organizada e lenta. Apesar de não invadirem outros tecidos, podem comprimir órgãos e tecidos, são exemplos de tumores benignos, lipoma que tem origem no tecido gorduroso, os miomas tem originam no tecido mus-cular liso, o adenoma que é um tumor de glândulas. Os tu-mores malignos são mais agressivos e invasivos, possuem grande autonomia, capazes de invadir outros tecidos e pro-voca metástase que e a proliferação das células cancerosas para outros tecidos, podendo ser resistente ao tratamento e podendo levar a morte do hospedeiro5.
O organismo humano por sua vez encontra-se exposto a múltiplos fatores carcinogênicos, com efeitos aditivos ou multiplicativos. Sabe-se também que a predisposição indi-vidual tem um papel decisivo na resposta final, porém não é possível definir grau ou a dose de exposição aos fatores carcinogênicos influenciem nos resultados final da resposta individual a carcinógeno1.
A incidência, a distribuição, e o comportamento de tipos específicos de cânceres estão relacionados a múltiplos fa-tores, incluindo sexo, idade, raça, predisposição genética e exposição à carcinógenos ambientais. De maneira geral es-tamos expostos a vários fatores carcinógenos, porém tem alguns indivíduos que desenvolvem o câncer com maior fa-cilidade devido à exposição excessiva a esses fatores, que muitas vezes são inerentes ao organismo de cada individuo, os quais os levam a ter complicações que na maioria das ve-zes causam a morte, ou seja, geralmente são pessoas que estão acometidas por neoplasias malignas1.
Cuidados PaliativosA palavra “paliativo” deriva o latim que significa coberta ou
manta, essa expressão foi empregada para refere-se a pes-soas em situações onde não há mais possibilidade de cura, e que os cuidados deveriam ser “acobertados” ou “tapados”6.
O conceito de cuidados paliativos foi introduzido à socie-dade em 1960, pela inglesa, Dame Cecily Saunders, que ao fundar em Londres o St.Chistopher Hospice, descreveu a fi-losofia do cuidar dos indivíduos com diagnostico de doença incurável6.
Para Dame Cecily, o sofrimento pelo qual esses indivíduos passavam baseavam se em quatro elementos: dor física, psi-cológica, social e espiritual, sendo assim os cuidadores deve-riam atuar de forma a atingir todas as atmosferas do cuidado, com um objetivo em comum promover o alivio do sofrimento e da dor, vivenciada tanto pelo paciente quanto pela família que passa por esse momento extremamente delicado que é o fim da vida6.
Os cuidados paliativos fazem parte de uma modalidade te-rapêutica integrada e multidisciplinar ao portador de câncer em fase avançada, sem possibilidade terapêutica de cura7.
Em 1986 a Organização Mundial da Saúde (OMS), estabe-lece princípios para direcionar os profissionais no desenvolvi-mento das ações de cuidado, que são eles3:
1) Promover alivio da dor e de outros sintomas estressantes, 2) Reafirma a vida e vê a morte como um processo natural, 3) Não pretende antecipar e nem postergar a morte,
“Os cuidados paliativos devem incluir as investigações
necessárias para o melhor entendimento e manejo de complicações e sintomas
estressantes tanto relacionados ao tratamento quanto à evolução da doença.”
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4) Integrar aspectos psicossociais e espirituais ao cuidado, 5) Oferece um sistema de suporte que auxilie o paciente a viver tão ativamente quanto possível, até a sua morte, 6) Oferecer sistema de suporte para auxiliar os familiares du-rante a doença do paciente e a enfrentar o luto, 7) Abordagem multiprofissional para focar as necessidades dos pacientes e seus familiares, incluindo acompanhamento no luto, 8) Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doença, 9) Deve ser iniciado o mais precocemente possível, junta-mente com outras medidas de prolongamento da vida, como a quimioterapia e a radioterapia e incluir todas as investiga-ções necessárias para melhor compreender e controlar situ-ações clínicas estressantes.
Com base nas definições apresentadas pela a OMS todos esses princípios devem ser introduzidos nos cuidados des-de o momento do diagnostico, dessa forma cuidaremos do paciente em diferentes momentos da evolução da doença8.
Não se pode privar o paciente dos recursos diagnósticos e terapêuticos que a medicina pode oferecer, devendo ser usados de forma hierarquizada, levando em consideração o custo e benefício. A aplicação precoce dos cuidados paliati-vos antecipa e previne os sintomas9.
É essencial que o paciente nesse momento tão crucial em sua vida, seja o centro das atenções uma vez que um tra-tamento realizado de forma humanizada ira proporcionar a esse paciente e sua família melhor qualidade de vida, e de-vem ser acompanhados ate a sua finitude10.
Indicações dos Cuidados PaliativosEm se tratando de uma doença crônica ativa, progressiva
e ameaçadora a continuidade da vida isso significa que os cuidados paliativos podem e devem ser indicados nessas doenças em diferentes fases da evolução: Trata se da pos-sibilidade da morte ocorrer de forma natural no processo de adoecer, que pode se arrastar por anos9.
Segundo a Organização Mundial da Saúde a (OMS) todos os pacientes que estão acometidos por doenças graves, agressivas e incuráveis que ameacem a continuidade da vida deveriam receber auxilio paliativos desde o momento do seu diagnóstico, entretanto, sabemos que se essa referência ti-vesse de ser cumprida a maioria dos pacientes não recebe-riam os cuidados paliativos, pois não temos ainda disponibi-lidade de profissionais e serviços que possam dar conta do atendimento dessa população5.
Devido a essa dificuldade de avaliar e cuidar do sofrimento estabelecemos alguns critérios de recomendação para Cui-dados Paliativos, considerando a possibilidade de indicação para aqueles pacientes que esgotaram todas as possibili-
dades de tratamento de manutenção ou prolongamento da vida, que apresentam sofrimento moderado a intenso e que optam por manutenção de conforto e dignidade da vida11.
Avaliação da Dor em paciente oncológicosO conceito de dor usado mundialmente apresentado em
1979 pela Associação Internacional de Estudos da Dor (IASP), afirma que: a dor e uma experiência sensorial e emocional desagradável, associado a um dano real ou potencial12.
A dor é um dos sinais e sintomas que o paciente com cân-cer mais apresenta e relata no seu dia- a- dia, o seu controle é uma das maiores preocupações dos enfermeiros que traba-lham com esses pacientes principalmente nas unidades de cuidados paliativos13.
O controle da dor deve ser baseado em uma avaliação cui-dadosa das possíveis causas e dos efeitos destes sintomas na vida dos pacientes, investigando fatores psicossociais que possam estar influenciando e o seu impacto no paciente. Uma anamnese completa e exame clínico são indispensáveis para promover o alivio da dor14.
Considerando a dor como algo subjetivo sentido e referido pelo sujeito, a avaliação da dor será sempre inexata, não há como mensurar quanto vale a dor de um cliente como não é possível estabelecer um padrão. Portanto, o enfermeiro deve interpretar o quanto vale, para o cliente, o sintoma que mani-festa que pode indiretamente se dar por descritores compa-rativos que representem o impacto que a dor está causando segundo suas próprias considerações14.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer, o adequado pre-paro dos enfermeiros é uma estratégia fundamental para o controle da dor e sintomas prevalentes em pacientes com câncer avançado sob cuidados paliativos. Os enfermeiros são um dos profissionais que mais frequentemente avaliam a dor, avaliam as respostas terapêuticas e a ocorrência de efeitos colaterais. Colaboram na reorganização do esquema analgé-sico e propõem estratégias não farmacológicas14.
Assistência de Enfermagem A assistência de enfermagem nos cuidados paliativos deve
considerar o paciente como um ser único, avaliar as suas ne-cessidades e limitações a fim de promover um final de vida ativo. A equipe multiprofissional deve atuar de forma a mini-mizar os sinais e sintomas que sem duvida são os que mais afetam os pacientes, promovendo alivio das dores, oferecer suporte que possibilite uma vivência ativa até o momento da morte, oferecer suporte a família para lidar com o processo de morrer de forma natural, minimizando o sofrimento com a morte do paciente, dar inicio aos cuidados paliativos desde o diagnóstico da doença6.
O processo de vivência do ser humano com uma doen-
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ça terminal geralmente pode ser longa e acompanhada de grande sofrimento e desconforto físico, emocional e espiri-tual para o paciente, tanto no domicílio como no ambiente hospitalar. Nesses momentos o paciente necessita de ações que não apenas contemplem sua doença, mas principalmen-te, que o respeitem como ser humano sempre observando a suas limitações15.
É errônea a suposição de que não há mais nada a se fa-zer pelo paciente sem possibilidade de cura: enquanto há vida, existe necessidade do cuidado de enfermagem. Neste sentido, a atuação da equipe de enfermagem e primordial e indispensável para proporcionar o máximo de conforto ao pa-ciente sob cuidados paliativos, ajudando- o a vivenciar o pro-cesso de morrer com dignidade, para que utilize da melhor forma possível, o tempo que lhe resta. Isso significa ajudar o ser humano a buscar qualidade de vida, quando não é mais possível acrescer quantidade14.
A assistência nos cuidados paliativos consiste na atuação de uma equipe multidisciplinar, como o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas doentes e de seus familiares diante de uma doença que ameaça a vida, essas ações visam à prevenção e alivio do sofrimento, identificação precoce da dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espiri-tuais16.
Humanização e os cuidados PaliativosA certeza da finitude de vida de um paciente terminal é sem
dúvida uma das mais duras realidades que os enfermeiros se deparam e que apesar de seus melhores esforços alguns de seus pacientes ainda morrem13.
E necessário que o enfermeiro tenha conhecimento so-bre as decisões a serem tomadas na fase terminal e sobre os princípios dos cuidados essenciais para apoiar o paciente durante a tomada de decisão e no processo de terminalidade da vida, de maneira que reconheça as respostas únicas dos pacientes à doença e que apoie seus valores e metas13.
Humanizar os cuidados envolve respeitar a individualidade do ser humano e construir um espaço concreto nas institui-ções de saúde, que legitime o humano das pessoas envolvi-das. Assim, para cuidar de forma humanizada, o profissional da saúde, principalmente o enfermeiro, que presta cuidados mais próximos ao paciente, deve ser capaz de entender a si mesmo e ao outro, ampliando esse conhecimento na forma de ação tomando consciência dos valores e princípios que norteiam essas ações16.
Para realização da humanização na atenção à saúde é ne-cessário entender cada pessoa em sua singularidade, tendo necessidades específicas, e assim, criando condições para que tenha maiores possibilidades para exercer sua vontade de forma autônoma14.
Considerações FinaisAtravés dos estudos selecionados pudemos evidenciar
que os cuidados paliativos baseiam se em uma modalidade terapêutica, que visa promover o bem-estar físico, mental, social e espiritual dos pacientes oncológicos, e não de pro-longar vida do paciente uma vez que os cuidados paliativos não visam à cura e sim qualidade de vida.
Os profissionais de saúde se deparam com a finitude da vida dos seus pacientes o que na maioria das vezes causam um grande frustação profissional, pois muitas vezes apesar de todos os esforços eles acabam morrendo devido ao esta-gio avançado da doença.
No entanto e imprescindível à realização de uma assistên-cia humanizada no processo de terminalidade dos pacientes oncológicos, com intuito de promover a qualidade de vida e um morrer com dignidade, oferecendo apoio emocional, es-piritual e psicológico tanto para a família quanto para o pa-ciente.
O enfermeiro é o profissional da saúde que está diretamen-te ligado ao paciente, sendo necessário assim, saber ouvir e entender as necessidades dos pacientes na sua individuali-dade, tendo como sua reponsabilidade e compromisso de-senvolver uma relação de confiança e otimismo, valorização do ser humano, promovendo compreensão e afetividade no enfrentamento da doença que tem como consequência a terminalidade da vida.
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9 • Maciel MGS. Definições e princípios. In: Oliveira RA. (coord.) Cuidado Paliativo. São Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, 2008. Cap. I Parte 1.
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14 • Fortes PAC. Ética, direitos dos usuários e políticas de humanização da atenção à saúde. Saude Soc. [online]. 2004, 13(3):5-7.
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ResumoObjetivo: Identificar na literatura as vantagens e desvantagens
da utilização da plataforma Moodle como ferramenta de traba-
lho da educação continuada na área da saúde. Método: Revisão
integrativa e estudo longitudinal que buscou apresentar a revi-
são bibliográfica, no período entre os anos de 2012 a 2016 Resul-
tados: Cinco artigos foram selecionados conforme os critérios
de inclusão e exclusão para a leitura completa. Foi possível notar
que a Plataforma Moodle foi utilizada como uma associação e
complemento do ensino presencial na área da saúde Conside-
rações Finais: É possível verificar que a utilização da plataforma
Moodle traz benefícios, não só para graduandos, mas também,
para profissionais na área da saúde.
Palavras-chave: Moodle; Educação à Distância; Tecnologia
Educacional; Educação Em Enfermagem.
AbstractThis study aims to identify in literature the advantages and di-
sadvantages of using the Moodle platform as a work tool for
continued education in the health area. It is an integrative review
and longitudinal study that sought to produce a bibliographic re-
view in the period from 2012 to 2016. Five articles were selected
according to inclusion and exclusion criteria for full reading. It
was possible to note that the Moodle Platform was used as an
association and complement of classroom teaching in the health
area. It is possible to notice that the use of the Moodle platform
brings benefits not only for undergraduates but also for profes-
sionals in the health area.
Key words: Moodle; Distance Education; Educational Technolo-
gy; Education in Nursing.
ResúmenEste estudio tiene como objetivo identificaren la literatura las
ventajas y desventajas de la utilización de la plataforma Moodle
como herramienta de trabajo de la educación continuada en el
área de la salud. Se trata de una revisión integrativa y estudio
Utilização da plataforma Moodle como ferramenta de trabalho da educação continuada na área da saúde
Natalia Martinez VanniGraduada em enfermagem pelo Centro Universitário São Camilo. Especialista em Terapia Intensiva Adulto pela FMU e Informática em Saúde pela Unifesp. Enfermeira de Educação Continuada da Rede de Hospitais São Camilo de SP.
Marcelo de Paiva GuimarãesProfessor Doutor. Universidade Aberta do Brasil, Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil.
Use of Moodle platform as a work tool for continued education in the health area
Utilización de la plataforma Moodle como herramienta de trabajo de la educación
continuada en el área de la salud
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longitudinal que buscó presentar la revisión bibliográfica, en el pe-
ríodo entre los años 2012 y 2016. Se seleccionaron cinco artículos
según los criterios de inclusión y exclusión para la lectura com-
pleta. Fue posible notar que, la Plataforma Moodle fue utilizada
como una asociación y complemento de la enseñanza presencial
en el área de la salud. Es posible verificar que, la utilización de la
plataforma Moodle trae beneficios no sólo a los graduandos, pero
también a los profesionales en el área de salud.
Palabras-clave: Moodle; Educación a Distancia; Tecnología Edu-
cacional; Educación En Enfermería.
IntroduçãoOs programas educativos na área da saúde visam atuali-
zar os profissionais, com objetivo de reforçar os conteúdos teórico-práticos, protocolos e procedimentos institucio-nais, garantindo a excelência na qualidade da assistência prestada e, consequentemente, a segurança do paciente1.
Sabemos que muitas vezes estes profissionais encon-tram barreiras para atualização de conhecimentos, habili-dades e atitudes e, a educação continuada, deve propor-cionar estratégias e inovações tecnológicas para reforçar conteúdos primordiais para estes profissionais2.
Para isso, a educação continuada deve buscar ferramen-tas que promovam a interação dos profissionais, com in-tuito de compartilhar conhecimentos para a resolução de problemas e tomadas de decisão, e vemos a educação à distância (EAD) como uma estratégia que reforça estes ob-jetivos1.
Podemos citar as tecnologias educacionais digitais (TICs) como um recurso pedagógico que tem por característica a interação, autonomia, além de horários flexíveis para o es-tudo, garantindo o aprendizado dos profissionais. Para isso, os ambientes virtuais de aprendizagem permitem implan-
tar técnicas de ensino aprendizagem, sendo uma delas a Modular Object Oriented Distance Learning (Moodle)3.
A opção de utilizar a Plataforma Moodle é justificada por se tratar de um de software gratuito4 e também, possui fer-ramentas que modem ser escolhidas, de acordo o objetivo educacional, utilizando atividades colaborativas5.
Este trabalho tem por objetivo identificar na literatura as vantagens e desvantagens da utilização da plataforma Moodle como ferramenta de trabalho da educação conti-nuada na área da saúde.
MétodoO presente estudo se caracteriza como uma revisão in-
tegrativa e estudo longitudinal que buscou apresentar a revisão bibliográfica de literatura análise crítica acerca da temática da Plataforma Moodle.
A busca foi realizada entre os meses de agosto e se-tembro de 2016, utilizando-se a base de dados da Scien-tific Electronic Library Online (SCIELO).
Foram critérios de inclusão foram: artigos originais dis-ponibilizados na íntegra e na forma online, publicados
“Foi levantado pelos autores que um fator limitante foi o
investimento financeiro para a elaboração de objetos virtuais
de aprendizagem.”
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no idioma português, no período compreendido entre os anos de 2012 a 2016, artigos que incluem no tema, resu-mo ou palavras-chaves os descritores seletos, que tinham como metodologia estudos quantitativos, descritivos, re-latos de experiência, estudos transversais, exploratório--descritivos e documentais retrospectivas qualitativos.
Os descritores utilizados foram moodle; educação à distância; tecnologia educacional; educação em enfer-magem.
Os critérios de exclusão foram os artigos que estavam fora dos anos propostos e artigos que citavam o Moodle,
mas não abordavam a área da saúde. As buscas retornaram um total de 17 artigos. Desse to-
tal, apenas cinco foram selecionados conforme os crité-rios de inclusão e exclusão para a leitura completa.
Os resultados serão apresentados e discutidos em ta-bela na seguinte ordem: título do artigo e sua referência, objetivo e resultados.
ResultadosA seguir serão relatados os métodos e os resultados
dos cinco artigos selecionados para o estudo.
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Título do Artigo/Referência Objetivo Resultados
Desenvolvimento de um curso no Ambiente
Virtual de Aprendizagem sobre a CIPE® (4)
Estudo sobre o Uso do Moodle em Cursos
de Especialização a Distância da Unifesp (6)
Ambiente virtual de aprendizagem:
estruturação de roteiro para curso online (5)
O Uso do Moodle como Reforço ao Ensino
Presencial de Parasitologia e Micologia no
Curso de Graduação em Medicina (3)
Percepção de estudantes de enfermagem
sobre o processo de aprendizagem em
ambiente hospitalar (7)
Desenvolver um curso na Plataforma
Moodle sobre processo de enfermagem
e avaliá-lo.
Estudar o uso dos recursos do Moodle e
discutir seu potencial pedagógico em três
cursos de especialização à distância.
Descrever a elaboração de um curso
utilizando o Moodle.
Acompanhar o desenvolvimento dos
alunos uma disciplina na área da saúde
que utiliza a plataforma Moodle como
auxílio na aplicação do conteúdo.
Identificar as vivências dos alunos no
ambiente hospitalar através da utilização
de fóruns online, fornecidos pela
plataforma moodle.
Garantiram boa avaliação do curso por parte dos participantes
da pesquisa. Destacou-se a Wiki como facilitador de
desenvolvimento de raciocínio crítico.
E como fator limitante foi o investimento financeiro para a
elaboração de objetos virtuais de aprendizagem.
Evidenciaram que a ferramenta mais utilizada nos 3 cursos de
especialização foi a Transferência de Informação e a menos
utilizada foi a de Avaliação de aprendizagem.
Evidenciada a necessidade de treinamento para professores e
equipe técnica sobre a elaboração de cursos com AVA Moodle.
Não houve dificuldade por parte dos alunos o acesso e
manuseio da plataforma.
Os resultados de facilitar o aprendizado e reforçar o
conhecimento foram atingidos.
Demonstraram a necessidade de o professor acompanhar e
participar do desenvolvimento do aluno.
Através do fórum, foi evidenciada a percepção dos alunos no
contato com o ambiente hospitalar. Reforçam a necessidade
de o professor interagir com o aluno, já que o fórum é uma
ferramenta de apoio neste processo.
Tabela 1 - Artigos localizados na base de dados Scielo (2012 - 2016), sobre a utilização da plataforma Moodle na área da saúde e em cursos de graduação e pós-graduação.
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Um estudo4 realizado em 2016 objetivou desenvolver um cur-so na plataforma Moodle sobre um processo de enfermagem pouco conhecido pelos enfermeiros e graduandos de enferma-gem e procurou avaliá-lo. O desenvolvimento deste curso foi realizado em etapas, desde os recursos financeiros necessários, objetivos e abordagens educacionais, interatividade e recursos didáticos e tecnólogos até detecção de problemas. Os alunos participantes do curso avaliaram os itens educativos da pla-taforma e os resultados obtidos foram positivos, pois houve a aceitação pelos enfermeiros e graduandos a estratégia utilizada de aprendizagem, principalmente a ferramenta Wiki.
Foi levantado pelos autores que um fator limitante foi o in-vestimento financeiro para a elaboração de objetos virtuais de aprendizagem.
Em 2015, o estudo6 trouxe a utilização da plataforma Moodle em um curso de especialização. Teve como objetivo estudar o uso dos recursos do Moodle e discutir seu potencial pedagógi-co em três cursos de especialização à distância. Foi utilizado um aplicativo para coleta de dados pela própria plataforma e foram observados que as ferramentas mais utilizadas foram Fórum, Questionário, Diário e Transferência de Informações. As menos utilizadas foram a Avaliação da Aprendizagem e Comunicação e Interação.
Em 2012 foi publicado um estudo5 que teve por objetivo descrever a elaboração de um curso para estudantes de en-fermagem utilizando o Moodle. A elaboração do curso online foi planejada a partir de etapas, desde a estratégia educacional, escopo, conteúdo, dinâmica do curso e avaliação dos alunos participantes, envolvendo a equipe multiprofissional em todo o processo. Foi observada a necessidade de um maior esclareci-mento para professores sobre o uso da modalidade online.
Também em 2012, um estudo3 implementou a plataforma Moodle em uma disciplina no curso de medicina como auxílio na aplicação do conteúdo e teve por objetivo acompanhar o de-senvolvimento dos alunos, utilizando estudos de casos, ques-tionários e questões dissertativas, que foram avaliados e acom-panhados posteriormente pelo professor. Como resultados, evidenciaram um melhor desempenho por parte dos alunos que participaram ativamente das atividades online. Além disso, os alunos aprovaram a utilização da ferramenta.
Já o estudo7 que ocorreu em 2014, tratou sobre o aprendizado dos estudantes de enfermagem no ambiente intra-hospitalar, tendo por objetivo identificar as vivências dos alunos através da utilização de fóruns online, fornecidos pela plataforma Moodle. Através das postagens dos alunos no fórum, puderam levan-tar os dados para a pesquisa, que teve por resultados 100% de adesão a participação no fórum, trazendo dúvidas sobre proce-dimentos e habilidades bem como seus medos frente às situa-ções, além disso, o professor pôde interagir com o aluno, tirando suas dúvidas.
DiscussãoNos artigos encontrados e descritos nesta pesquisa4,6 foi
possível notar que a Plataforma Moodle foi utilizada como uma associação e complemento do ensino presencial na área da saúde, com intuito de reforçar conteúdos já ministrados atra-vés de casos clínicos, perguntas e respostas e atividades in-terativas.
Para a construção de um conteúdo na plataforma Moodle, dois autores4,5 utilizaram o modelo de design instrucional na elaboração de cursos na plataforma, pois é uma ação institu-cional e sistemática de ensino, que envolve o planejamento, o desenvolvimento e a utilização de métodos, técnicas, ativida-des, materiais e produtos educacionais em situações didáticas, a fim de promover a aprendizagem humana8.
Para isso, faz-se necessário a participação ativa do professor na elaboração de cursos na plataforma Moodle, mas que mui-tas vezes não possuem treinamento para a criação de cursos em ambientes virtuais de aprendizagem3. Além disso, o acom-panhamento do aluno por parte do professor é reforçado pe-los autores4,7, pois é considerado mediador e incentivador do processo de ensino aprendizagem.
As principais ferramentas evidenciadas nos artigos4,6 foram a Wiki e fórum de discussões, pois contribuem para a constru-ção colaborativa do conhecimento, principalmente para profis-sionais formados, possibilitando uma comunicação assíncrona, abrindo espaço para a discussão de temas, permitindo o es-clarecimento dúvidas9.
Em relação à percepção dos estudantes no uso da platafor-ma, os artigos3,5,7, demonstraram que não houve dificuldades em relação ao manuseio da plataforma e que os alunos parti-cipantes obtiveram maiores notas em relação aos demais.
Apenas um artigo4 trouxe como desvantagem o custo para criação de objetos virtuais de aprendizagem. Conhecidos como OVAS, os objetos virtuais de aprendizagem são recursos digitais utilizados para o suporte ao ensino, que trazem como benefício à melhora do conhecimento e aprendizagem10.
Considerações FinaisCom base nos resultados encontrados na literatura, é possí-
vel verificar que a utilização da plataforma Moodle traz bene-fícios, não só para graduandos, mas também, para profissio-nais na área da saúde, como um complemento educacional. Evidenciado a utilização de wikis e fóruns de discussão para trabalhar raciocínio clínico e tomada de decisão.
Como desvantagem, apenas em relação ao custo para cria-ção de objetos virtuais, mas que em contrapartida, contribui para o processo de ensino aprendizagem.
Cabe à educação continuada buscar constantemente ino-vações com metodologias educacionais diferenciadas, com intuito de qualificar os profissionais da área da saúde.
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Referências1 • Silva LMG, Gutiérrez MGR, Domenico EBL. Ambien-te virtual de aprendizagem na educação continuada em enfermagem. Acta paul. enferm. [periódicos na Internet]. 2010 Oct 23(5): 701-704. [acesso em 25 ago 2016]. Dispo-nível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002010000500019
2 • Oliveira MAN. Educação à Distância como estratégia para a educação permanente em saúde: possibilidades e desafios. Rev. bras. enferm. [periódicos na Internet]. 2007 Oct [cited 2016 Oct 10] ; 60( 5 ): 585-589. Disponí-vel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672007000500019
3 • Mezzari A, Iser I, Wiebbelling AMP, TaroucoI L. O uso do Moodle como reforço ao ensino presencial de parasi-tologia e micologia no curso de graduação em medicina. Rev. bras. educ. med. [periódicos na Internet]. Rio de Ja-neiro, v. 36, n. 4, p. 557-563, dez. 2012 [acesso em 02 set 2016]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbem/v36n4/16.pdf
4 • Avelino CCV, Borges FR, Inagaki CM, Nery MDA, Goya-tá, SLT. Desenvolvimento de um curso no Ambiente Virtual de Aprendizagem sobre a CIPE. Acta Paulista de Enfer-magem [periódicos na Internet] 2016 [acesso em 25 ago 2016] Fev, 29(1), 69-76. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v29n1/1982-0194-ape-29-01-0069.pdf
5 • Seixas CA, Mendes IAC, Godoy S, Mazzo A, Trevi-zan MA, Martins JCA. Ambiente virtual de aprendiza-gem: estruturação de roteiro para curso online. Rev. bras. enferm. [periódicos na Internet]. 2012 Aug; 65( 4 ): 660-666. [acesso em 25 ago 2016]. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672012000400016
6 • Magnagnagno CC, Ramos MP, Oliveira LMP. Estudo sobre o Uso do Moodle em Cursos de Especialização a Distância da Unifesp. Rev. bras. educ. med. [periódicos na Internet], Rio de Janeiro, v. 39, n. 4, p. 507-516, Dec. 2015 [acesso em 25 ago 2016]. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010055022015000400507&script=sci_abstract
7 • Alves EATD, Cogo ALP. Percepção de estudantes de enfermagem sobre o processo de aprendizagem em ambiente hospitalar. Rev. Gaúcha Enferm. [periódicos na Internet]. 2014 Mar [cited 2016 Sep 24]; 35(1): 102-109. [acesso em 02 set 2016]. Disponível em: http://www.scie-lo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S198314472014000100102&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
8 • Silva ARS, Castro LPS. A relevância do design instru-cional na elaboração de material didático impresso para cursos de graduação a distância Revista Intersaberes [periódicos na Internet], Curitiba, vol. 4, n. 8, p. 136-149, jul/dez 2009. [acesso em 09 out 2016]. Disponível em: http://grupouninter.com.br/intersaberes/index.php/re-vista/article/viewFile/153/124
9 • Mezzari A. O uso da Aprendizagem Baseada em Pro-blemas (ABP) como reforço ao ensino presencial utili-zando o ambiente de aprendizagem Moodle. Rev. bras. educ. med. [periódicos na Internet], Rio de Janeiro, v. 35, n. 1, p. 114-121, Mar. 2011. [acesso em 25 ago 2016]. Dispo-nível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022011000100016
10 • Alvarez AG, Sasso GTMD. Objetos virtuais de apren-dizagem: contribuições para o processo de aprendiza-gem em saúde e enfermagem. Acta Paul Enferm [peri-ódicos na Internet] 2011; 24(5):707-11. [acesso em 11 out 2016] Disponível em: http://www2.unifesp.br/acta/pdf/v24/n5/v24n5a18.pdf
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ATIVIDADE Nø DE PONTOS
Congresso nacional da especialidade
Congresso da especialidade no exterior
Congresso/jornada regional/estadual da especialidade
Congresso relacionado à especialidade com apoio da
sociedade nacional da especialidade
Outras jornadas, cursos e simpósios
Programa de educação à distância por ciclo
Artigo publicado em revista médica
Capítulo em livro nacional ou internacional
Edição completa de livro nacional ou internacional
Conferência em evento nacional apoiado pela
Sociedade de Especialidade
Conferência em evento internacional
Conferência em evento regional ou estadual
Apresentação de tema livre ou pôster em congresso ou
jornada da especialidade
Participação em banca examinadora (mestrado,
doutorado, livre-docência, concurso, etc.).
Mestrado na especialidade
Doutorado ou livre docência na especialidade
Coordenação de programa de residência médica
Projetos de pesquisa aprovado
Elaboração de manual de rotinas
Congresso internacional
Apresentação congresso internacional (São Camilo)
Reuniões Científicas
Coordenação de Eventos
Eventos
Atividades Científicas
Atividades Acadêmicas
Atividades Institucionais
TOTAL OBRIGATÓRIO ANUALMENTE Do total obrigatório anualmente, 20 pontos deverão ser em atividades institucionais.
40
20
05
15
10
0,5/h (mín.1 e máx.10)
0,5/h (máx.10)
05
05
10
05
05
02
02 (máx. 10)
05
15
20
5/ano
20
10
+15
+03
1,0/h
5,0 (máx. 20)
REGRAS DE PREMIAÇÃO
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BENEFÍCIOS DIAMANTE PRATAOURO BRONZE
Pontos mínimos para atingir a premiação
Confecção de Banner / Assessoria
Inscrição em Congresso Nacional
Inscrição em Congresso Internacional
Viagem (passagem)
Pacote completo para Congresso Nacional
(passagem, inscrição, banner)
Pacote completo para Congresso Internacional
(passagem, inscrição, banner)
Intercambio internacional
200
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
80
Sim
Sim
Sim
Sim
Não
Não
Não
140
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Não
Não
60
Sim
Sim
Não
Não
Não
Não
Não
COTAS PARA PREMIAÇÃO
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