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Escola Secundária c/ 3º ciclo de Vendas Novas Abril 2008 Ano I Nº7 2007/2008 Boletim da Biblioteca Nesta edição: 1 3 4 4 -> Semana da Leitura -> O que os alunos pensam -> Sugestão de Leitura -> A Lapiseira Azul Semana da leitura 3 a 7 de Março de 2008: Cinco dias a festejar a leitura e o livro! A Biblioteca Escolar foi o local privi- legiado para a festa do livro e tornou-se pequena para todos os que assisram e parciparam nas diferentes acvidades. Na Escola com… foi dos momentos mais altos desta semana. Consisu na parlha de experiências de leitura com professores, encarregados de educação, convidados de outras bibliotecas e figuras públicas. Decorreram ainda sessões em que os alunos foram protagonistas: dramazações, espectáculos de poesia inter-turmas, leitura em vários sotaques e debates. Na Biblioteca Escolar esteve também patente uma pequena exposição sobre grandes figuras da literatura feminina e houve distribuição de marcadores de leitura. Mas a festa alargou-se a toda a escola. No átrio, todos puderam apreciar o painel interdisciplinar Ler… Interpretar… Ilustrar… construído pelos alunos do 9º A e 9º B, nas disciplinas de Língua Portuguesa e Educação Visual, baseado na leitura dos contos Assobiando à vontade, de Mário Dionísio, e A Ilha Desconhecida, de José Saramago. Nas salas de aula houve Momentos poécos, com a colocação de um poema nos livros de ponto, para que os professores dedicassem al- guns minutos da aula à leitura. Porém, os momentos de poesia não ficaram por aqui. Também houve Poemas ao Ataque, quando os alunos do 12ºB entraram nas salas de aula e surpreenderam os colegas com a leitura de poemas. No refeitório da escola, foi servida diariamente Sopa de Letras às crianças do pré-escolar, através da leitura de histórias infans pelos alu- nos do 9º B. Os corredores da escola foram decorados com poemas e ilustrações, convidando à leitura. Ao longo de toda a semana os livros foram o centro das atenções, e à volta deles vivemos momentos diverdos e agradáveis… Momentos que nos fizeram reflecr, parlhar, sonhar e, quem sabe, senr a curiosidade e a vontade de pegar num livro e ler… Esse foi o nosso principal objec- vo. Mas a Semana da Leitura não morre aqui. Connuaremos a dinamizar acvidades que vão de encontro ao nosso sonho: Levar os alunos a ler, a Ler+. Um agradecimento muito especial a todos os que parciparam na preparação e concrezação da Semana da Leitura. Muito obrigada aos alunos, professores, funcionários e convidados que connosco colaboraram, tornando estes cinco dias tão aprazíveis e dignos de memória. U m Amor em Veneza... Este foi o tulo da dramazação que abriu a Semana da Leitura. Os alunos do 7º A re- presentaram um excerto de O Cavaleiro da Dinamarca de Sophia de Mello Breyner Andresen para os alunos do 7º B. Tratou-se da história de amor de Vanina e Guidobaldo, dramazada por Carlos Damásio, Diogo Bo- lim, Margarida Marques e Rui Marns, todos do 7º A. Agradecemos a estes alunos os momentos diverdos que nos proporcionaram. Na Escola com… professores, os professores Elsa Mendes e Luís Teixeira parlharam com os alunos do 10ºD e 12º C as suas experiên- cias como leitores e apresentaram os livros das suas vidas. A professora Elsa Mendes nomeou Por quem os sinos dobram, de Ernest Hemingway, como o livro mais marcante no seu percurso co- mo leitora, facto que se prende com vivências e experiências do seu passado. As suas escolhas foram ainda para biografias e livros de cariz auto- biográfico: Autobiografia de Agatha Chrise, Ma vie de Ingrid Bergman, Paula de Isabel Allende, Diário de Anne Frank… Destacou também Os Maias de Eça de Queirós, Os Apanhadores de Conchas de Rosamunde Pilcher e Pássaros Feridos de Colleen McCullough, como livros assinaláveis ao longo das suas experiências de leitura. O professor Luís Teixeira elegeu literatura de viagens e falou de um livro que considera notável dentro desse género: Desde el Monte Santo: Viaje a la sombra de Bizancio de William Dalrymple. Momentos de parlha e diálogo à volta dos livros… Momentos que certamente despertaram o interesse pela leitura.. 2ª Feira, 3 de Março Página 1

Boletim da BibliotecaElisabete Marques, que falou do livro História de Uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar do autor chileno Luís Sepúlveda. Usando gatos e gaivotas como personagens,

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Page 1: Boletim da BibliotecaElisabete Marques, que falou do livro História de Uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar do autor chileno Luís Sepúlveda. Usando gatos e gaivotas como personagens,

Escola Secundária c/ 3º ciclo de Vendas Novas

Abril 2008

Ano I Nº7 2007/2008

Boletim da Biblioteca

Nesta edição:

1

3

4

4

-> Semana da Leitura

-> O que os alunos pensam

-> Sugestão de Leitura

-> A Lapiseira Azul

Semana da leitura

3 a 7 de Março de 2008: Cinco dias a festejar a leitura e o livro! A Biblioteca Escolar foi o local privi-legiado para a festa do livro e tornou-se pequena para todos os que assistiram e participaram nas diferentes actividades. Na Escola com… foi dos momentos mais altos desta semana. Consistiu na

partilha de experiências de leitura com professores, encarregados de educação, convidados de outras bibliotecas e figuras públicas. Decorreram ainda sessões em que os alunos foram protagonistas: dramatizações, espectáculos de poesia inter-turmas, leitura em vários sotaques e debates. Na Biblioteca Escolar esteve também patente uma pequena exposição sobre grandes figuras da literatura feminina e houve distribuição de marcadores de leitura. Mas a festa alargou-se a toda a escola. No átrio, todos puderam apreciar o painel interdisciplinar Ler… Interpretar… Ilustrar… construído pelos alunos do 9º A e 9º B, nas disciplinas de Língua Portuguesa e Educação Visual, baseado na leitura dos contos Assobiando à vontade, de Mário Dionísio, e A Ilha Desconhecida, de José Saramago. Nas salas de aula houve Momentos poéticos, com a colocação de um poema nos livros de ponto, para que os professores dedicassem al-guns minutos da aula à leitura. Porém, os momentos de poesia não ficaram por aqui. Também houve Poemas ao Ataque, quando os alunos do 12ºB entraram nas salas de aula e surpreenderam os colegas com a leitura de poemas. No refeitório da escola, foi servida diariamente Sopa de Letras às crianças do pré-escolar, através da leitura de histórias infantis pelos alu-nos do 9º B. Os corredores da escola foram decorados com poemas e ilustrações, convidando à leitura. Ao longo de toda a semana os livros foram o centro das atenções, e à volta deles vivemos momentos divertidos e agradáveis… Momentos que nos fizeram reflectir, partilhar, sonhar e, quem sabe, sentir a curiosidade e a vontade de pegar num livro e ler… Esse foi o nosso principal objec-tivo. Mas a Semana da Leitura não morre aqui. Continuaremos a dinamizar actividades que vão de encontro ao nosso sonho: Levar os alunos a ler, a Ler+. Um agradecimento muito especial a todos os que participaram na preparação e concretização da Semana da Leitura. Muito obrigada aos alunos, professores, funcionários e convidados que connosco colaboraram, tornando estes cinco dias tão aprazíveis e dignos de memória.

U m Amor em Veneza... Este foi o título da dramatização que abriu a Semana da Leitura. Os alunos do 7º A re-presentaram um excerto de O Cavaleiro da Dinamarca de Sophia de Mello Breyner Andresen para os alunos do 7º B. Tratou-se da história de amor de Vanina e Guidobaldo, dramatizada por Carlos Damásio, Diogo Bo-

lim, Margarida Marques e Rui Martins, todos do 7º A. Agradecemos a estes alunos os momentos divertidos que nos proporcionaram. Na Escola com… professores, os professores Elsa Mendes e Luís Teixeira partilharam com os alunos do 10ºD e 12º C as suas experiên-

cias como leitores e apresentaram os livros das suas vidas. A professora Elsa Mendes nomeou Por quem os sinos dobram, de Ernest Hemingway, como o livro mais marcante no seu percurso co-

mo leitora, facto que se prende com vivências e experiências do seu passado. As suas escolhas foram ainda para biografias e livros de cariz auto-biográfico: Autobiografia de Agatha Christie, Ma vie de Ingrid Bergman, Paula de Isabel Allende, Diário de Anne Frank… Destacou também Os Maias de Eça de Queirós, Os Apanhadores de Conchas de Rosamunde Pilcher e Pássaros Feridos de Colleen McCullough, como livros assinaláveis ao longo das suas experiências de leitura.

O professor Luís Teixeira elegeu literatura de viagens e falou de um livro que considera notável dentro desse género: Desde el Monte Santo: Viaje a la sombra de Bizancio de William Dalrymple.

Momentos de partilha e diálogo à volta dos livros… Momentos que certamente despertaram o interesse pela leitura..

2ª Feira, 3 de Março

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Page 2: Boletim da BibliotecaElisabete Marques, que falou do livro História de Uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar do autor chileno Luís Sepúlveda. Usando gatos e gaivotas como personagens,

N a Escola com… encarregados de educação, a encarregada de educação do aluno Manuel Romão (10ºA) recomendou o livro Papalagui, uma compilação dos discursos de Tuiavii, chefe da tribo Tiaves, na Polinésia, recolhidos pelo escritor holandês Erich Scheurmann. A professora Georgina Pinto, agora na qualidade de encarregada de educação, contou-nos como nasceu o seu gosto pela poe-

sia. Apresentou António Gedeão, acompanhando a sua exposição com a visualização, audição e leitura de poemas deste autor, pelo aluno Francisco Chambel do 11º B.

Dois testemunhos que, sem dúvida, suscitaram nos presentes a curiosidade e a vontade de ler os autores apresentados. Ler+. em vários sotaques consistiu na leitura de poemas por alunos de outras nacionalidades: o Dorin (10º A) leu Um poema

de Miguel Torga, o Alef (9º B) leu Amigo de Alexandre O’Neill, o Francisco (Curso Profissional de Informática) leu Ao bater da chuva do poeta angolano Mário Vaz e o Christian (Curso Profissional de Higiene e Segurança no Trabalho) leu Me gustas quando callas de Pablo Neruda. Agradecemos os momentos de leitura oferecidos por estes alunos.

Seguiu-se Gritos no feminino, a dramatização de um sketch que retrata a condição de muitas mulheres na sociedade actual. Cátia Barrosa, do CEF de Informática, representou brilhantemente o papel de uma mulher escravizada pelo trabalho, pelo marido, pela própria vida… Assistiram ao espectáculo os alunos do 10º D e 12º A.

Após a dramatização, a pertinência do tema deu lugar a um debate em que todos puderam expressar livremente as suas opini-ões e convicções relativamente à condição da Mulher do século XXI. A discussão aqueceu.

N egritude… O tema foi o racismo e a discriminação. A sessão teve início com a leitura do poema Lágrima de Preta de António Gedeão, pelos alunos do 11º B, seguindo-se a demonstração de uma experiência orientada pela professora de Físico-Quimica, Maria João Morgado, que pretendeu provar, através das ciências experimentais, que uma lágrima é apenas e somente uma

lágrima, independentemente da cor da pele de quem a derrama. Este poema é um verdadeiro manifesto anti-racista. Seguiu-se a leitura de poemas relacionados com a temática do racismo, em língua inglesa e francesa, pelos alunos do 10ºB e 11º B. Na rubrica Na Escola com… figuras públicas, contámos com o testemunho do Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vendas Novas. Como ex-professor primário, recuou no tempo e transportou-nos até uma época em que o processo de aprendizagem da leitura era bem diferente. O passado e o presente confrontaram-se.

G il Vicente foi homenageado através da dramatização de duas cenas de O Auto da Barca do Inferno. Assistiram o 8º ano e o CEF de Electro-mecânica. Os protagonistas foram alunos do 9º B: Tânia Lopes, Ruben Ferreira, Fábio Bolas, Luís Santos, Ruben Santos e Rodrigo Mateus. Parabéns a estes alunos. Muito obrigada pelo divertido espectáculo que nos proporcionaram.

Na Escola com…convidados de outras bibliotecas, a convidada foi a coordenadora da Biblioteca da EBI de Vendas Novas, a professora Elisabete Marques, que falou do livro História de Uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar do autor chileno Luís Sepúlveda. Usando gatos e gaivotas como personagens, Luís Sepúlveda transmite-nos importantes lições de vida. Oferece-nos uma lição de sobrevivência, uma lição de fideli-dade e de honra aos compromissos que aceitamos. Um livro intemporal para leitores de todas as idades.

Poemas ao ataque foi uma actividade dinamizada pelo 12º B. Estes alunos apareceram nas salas de aula e presentearam os colegas com a leitura de poemas. Uma agradável surpresa!

3ª Feira, 4 de Março

4ª Feira, 5 de Março

5ª Feira, 6 de Março

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Page 3: Boletim da BibliotecaElisabete Marques, que falou do livro História de Uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar do autor chileno Luís Sepúlveda. Usando gatos e gaivotas como personagens,

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A lma de Mulher… Foi esse o nome que atribuímos à sessão de leituras no feminino que decorreu na Biblioteca, com o objectivo de assinalar o Dia da Mulher. O 10º A iniciou a sessão com a leitura colectiva do poema A Mulher que passa de Vinicius de Morais.

A homenagem à Mulher prosseguiu com a leitura de História da Gata Borralheira, inserida no livro Histórias da Terra e do Mar, de So-phia de Mello Breyner Andresen; A Calçada de Carriche de António Gedeão; Vieste de Delfim Peixoto; Porque de Sophia de Mello Brey-ner Andresen; Mulheres da Minha Vida de António Melenas; Descalça vai para a fonte de Luís de Camões e Poema da auto-estrada de António Gedeão. Assistimos ainda à leitura de alguns textos criados por alunos do 10º A, inspirados na figura feminina.

Numa sessão inteiramente dedicada à Alma de Mulher, decidimos apresentar uma das personagens femininas mais famosas da literatura portuguesa: Maria Eduarda de Os Maias, de Eça de Queirós. Esta personagem foi caracterizada através de uma entrevista e da leitura dramatizada de um excerto. Seguiu-se a representação de um fragmento significativo da obra, o momento em que Carlos da Maia, apesar de consciente da relação de consanguinidade que o prende a Maria Eduarda, continua a amá-la com a mesma intensidade. Cátia Barrosa (CEF Informática), Diogo Pratas (12ºA) e José Esfola (10ºA) foram os actores. Muitos parabéns a estes alunos pela sua bri-lhante actuação.

Simultaneamente, decorreu a sessão intitulada Na Escola com… convidados de outras bibliotecas. A Dra. Elsa Valente e a funcionária Maria José, da Biblioteca Municipal de Vendas Novas, estiveram com os alunos do 8º ano. Foi-lhes apresentado um jogo de cartas intitulado A Arca dos Contos, recomendado pelo Ministério da Cultura e pela Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas, que visa estimular a criatividade e o gosto pela leitura. A turma foi dividida em grupos aos quais foram distribuídas cartas. Com base nessas car-tas, foram construídas histórias. É de sublinhar que o trabalho desenvolvido nesta sessão terá continuidade no 3º período.

A Semana da Leitura terminou com Sopa de Letras, uma sessão que decorreu todos os dias à hora de almoço, no refeitório da escola. Porém, desta vez foi especial: Não foram apenas os alunos do 9º ano que contaram uma história às crianças do pré-escolar. Es-tas, como forma de agradecimento pelas histórias que conferiram um sabor mais gostoso aos seus almoços, prepararam uma surpresa para os alunos do 9º B: poemas. Momentos de ternura e partilha encerraram a nossa Semana da Leitura…

O que os alunos pensam da Semana da leitu-

-> Gostei muito das actividades que fui ver, principalmente da peça sobre a condição feminina. O debate que se seguiu também foi muito interessante. Gostaria que houvesse mais actividades como estas. Aluno do 10ºD

-> O balanço da actividade que fui ver foi muito positivo porque depois da dramatização surgiu um debate entre professores e alunos. Aluno do 10ºD

-> Gostei da apresentação de livros por parte dos professores. Aluno do 10ºD

-> Gostei muito de ver que a escola está a promover e a incentivar os alunos à leitura. Aluno do 10ºD

-> Em suma, foi bom para os alunos e professores. Foi um bocado em que todos se divertiram muito. Aluno do 10ºD

-> Gostei de participar na Semana da Leitura, pois é uma maneira interessante de trazer os alunos à Biblioteca, envolvendo-os em dramati-zações interessantes.

Diogo Pratas, 12ºA

-> Eu gostei de assistir às actividades realizadas na Biblioteca porque foi um dia diferente dos restantes. Apesar de estar um pouco nervo-so, também gostei de participar na actividade Ler+ em vários sotaques, lendo Um Poema de Miguel Torga.

Dorin Golovca, 10ºA

-> Acho que devem existir mais iniciativas como estas e estou disponível para participar nelas, tal como tenho vindo a fazer. Inês Catarino, 12ºA

-> Acho que este ano a Semana da Leitura foi bastante dinâmica por ter havido representações e debates no final das leituras. Vanessa dos Santos, 12ºA

-> Estas iniciativas são sempre produtivas, pois aproximam os alunos da leitura. Cátia Neto, 12ºA

-> Descobri que nesta escola há alunos com muito jeito para a poesia. Ricardo Monteiro, 12ºA

-> Para além de promover o gosto pela leitura(…), dá a oportunidade dos alunos participarem e interagirem. Elisabete Rebotim, 12ºA

-> Gostei de ouvir a coordenadora da Biblioteca da EBI de Vendas Novas falar sobre História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a Voar. Gostei da representação das duas cenas de O Auto da Barca do Inferno e gostei que a minha turma tivesse contado histórias às cri-anças que vieram almoçar à nossa escola.

Roberto Mateus, 9ºB

-> Gostei de ver a dramatização do excerto de O Cavaleiro da Dinamarca. Patrícia Teles, 7ºB

6ª Feira, 7 de Março

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À espera no Centeio

Sugestão de Leitura

Biblioteca da Escola Secundária de Vendas No-

vas

[email protected] Textos e composição da responsabilidade da equipa da Bibliote-

ca:

-> Prof. Carla Jorge

-> Prof. Adelina Fonseca

-> Valentino Cunha, 10ºA

-> Pedro Oliveira, 10ºA

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B oas…Ora aqui nos encontramos mais uma vez para mais uma sessão dos leitores anónimos; gostaria desde já felicitar os mais re-centes elementos que tiveram a amabilidade de se juntar ao grupo e de cumprimentar aqueles que têm persistido ao longo dos tempos.

Bom, aproveito este meu momento mensal para vos falar de um clássico livro, escrito por J.D.Salinger e intitulado “À Espera No Centeio”. Segundo o meu ponto de vista, trata-se de um excelente testemunho de um jovem adolescente, criado fielmente e cuidadosa-mente pelo autor, que tenta dar rumo à sua vida, descobrir talvez o porquê da sua existência e o caminho que terá de seguir para pôr fim aos seus comportamentos problemáticos, de certa forma também típicos da sua frágil idade. Holden Caufield, o rapaz que nos fala numa linguagem viva, apelativa e, contudo, pouco cuidada (própria da sua idade e fruto das circunstâncias por que passou), apaixona-se, emociona-se, desespera e descobre a triste realidade que o rodeia; uma realidade que ainda não está, decididamente, preparado para enfrentar.

O mundo lá fora pode ser muito perverso e sinistro, principalmente quando se está sozinho em Nova Iorque. Porém, Holden é inteligente e possui uma capacidade há muito esquecida pelos homens – uma sensibilidade jovial e o espírito de criança que preservou ao longo dos tempos. Assim, faz planos de vida quando se sente deprimido e reflecte sobre o que vê e o que sente, encaminhando-se talvez para uma existência mais saudável. Bem, quem tiver a disponibilidade de ler estas meras 215 páginas tem a minha bênção, embora até nem seja muito religioso (na obra até aparece um grupinho de freiras…leiam para ver o que acontece); e ouvi dizer que esta obra clássica lida no seu idioma natural, a língua inglesa, ainda se sente com maior intensidade; seja como for, desde que seja lida já é um bom princípio. Desculpem o tempo que vos tomei e uma boa continuação de ano lectivo. Pedro Oliveira, 10ºA

N o dia 25 de Abril de 1974 uns homens fizeram uma coisa em Portugal. O 25 de Abril é muito impor-tante porque este ano calha a uma sexta-feira, o que é mesmo bom para ir dar um passeio até à praia. Mas falando de coisas mais sérias: se não fosse o 25 de Abril também não havia o 1 de Maio.

E se em 1974 as coisas eram muito más, antes ainda eram piores! Acreditem, há gente que viveu nessa época. Se não fosse o 25 de Abril, hoje não poderíamos escrever e pensar o que queremos. Naquela altura existia a Censura. A Cen-sura não era nada mais que um escritório onde só havia lápis azuis. Pois bem, mas porquê o azul? Uma pessoa que corte com lápis azul chama-se censor, uma que o faça com um vermelho chama-se professor de Língua Portuguesa (Querida professora de Portu-guês, isto não foi para si). A Censura foi uma coisa má, está certo, mas, por um lado, foi boa. No tempo da Censura não havia aquelas anedotas parvas ou histórias sem pés nem cabeça. Não havia músicas do Tony Carreira nem do Zé Cabra. De certeza que a censura não iria permitir que uma música falasse em mulheres que “lavram a terra com as unhas dos pés” – mau gosto, e ainda por cima gozam com as unhas das mulheres. Mas afinal, porque é que somos contra a censura? O que é que hoje se pode ver por não haver censura? Há muito bons exemplos. Por exemplo, se houvesse Censura não haveria... não haveria... não haveria aquela coisa que nós lemos. Nem aquilo. Nem isso que estás a pensar; se o que estiveres a pensar for Comunismo, Filosofia, Liberdade, Igualdade, Ateísmo, entre outras coisas... Se estiveres a pensar em Fascismo, em Nuno Álvares Pereira, em Salazar ou em “Ave Maria cheia de graça”, isso acho que deixavam. Viva a Liberdade! PS: Este documento foi visto pela Censura que, embora não exista a nível nacional e oficial, ainda é praticada por certas pessoas.

Actualmente, a Censura a que esta crónica (ou tentativa de imitar isso) foi sujeita é composta por duas pessoas e mais algumas. A

Censura corta tudo o que quer. Se alguma frase não tiver sentido, se houver algum erro ortográfico ou tipográfico, se faltarem pala-

vras, se houver algum risco azul, isso é da responsabilidade da Censura. Qualquer coisa má também é da responsabilidade da Cen-

sura. Qualquer coisa boa é da responsabilidade do autor. Valentino Cunha, 10ºA

A Lapiseira Azul