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BOLETIM INFORMATIVO Nº 117 JURISPRUDÊNCIA DAS TURMAS RECURSAIS RECURSOS CÍVEIS SUMÁRIO AÇÃO DE COBRANÇA – CHEQUE – PRESCRIÇÃO – CÓDIGO CIVIL DE 1916 X CÓDIGO CIVIL DE 2002.....................................................................................................4 AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS – INCOMPATIBILIDADE COM A LEI 9.099/95...................................................................................................................................5 AÇÃO DE REGRESSO – VENDA DE AUTOMÓVEL – FRAUDE À EXECUÇÃO...........................................................................................................................5 ACIDENTE DE TRÂNSITO – COLISÃO NA TRASEIRA – PRESUNÇÃO RELATIVA – CONTRAMÃO DIRECIONAL...........................................................................................5 ACIDENTE DE TRÂNSITO – DANO MORAL EM CASO DE CULPAS CONCORRENTES.................................................................................................................6 ACIDENTE DE TRÂNSITO – PARADA OBRIGATÓRIA – INFRINGÊNCIA................6 . ACORDO JUDICIAL – INADIMPLEMENTO – MULTA..................................................6 ALUGUERES ATRASADOS – NUA PROPRIEDADE DO IMÓVEL – USUFRUTO – LEGITIMIDADE ATIVA.....................................................................................................7 ATESTADO MÉDICO ADIAMENTO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO.....................................................................................................................7 ATRASO DE VOO POR 3 HORAS – PROBLEMAS TÉCNICOS – DESISTÊNCIA DE EMBARQUE..........................................................................................................................7

BOLETIM INFORMATIVO Nº 117 JURISPRUDÊNCIA DAS … fileaÇÃo de prestaÇÃo de contas – incompatibilidade com a lei 9.099/95 ... expurgos inflacionÁrios – plano bresser, verÃo,

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BOLETIM INFORMATIVO Nº 117

JURISPRUDÊNCIA DAS TURMAS RECURSAIS

RECURSOS CÍVEIS

SUMÁRIO

AÇÃO DE COBRANÇA – CHEQUE – PRESCRIÇÃO – CÓDIGO CIVIL DE 1916 X CÓDIGO CIVIL DE 2002.....................................................................................................4

AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS – INCOMPATIBILIDADE COM A LEI 9.099/95...................................................................................................................................5

AÇÃO DE REGRESSO – VENDA DE AUTOMÓVEL – FRAUDE À EXECUÇÃO...........................................................................................................................5

ACIDENTE DE TRÂNSITO – COLISÃO NA TRASEIRA – PRESUNÇÃO RELATIVA – CONTRAMÃO DIRECIONAL...........................................................................................5

ACIDENTE DE TRÂNSITO – DANO MORAL EM CASO DE CULPAS CONCORRENTES.................................................................................................................6

ACIDENTE DE TRÂNSITO – PARADA OBRIGATÓRIA – INFRINGÊNCIA................6 .ACORDO JUDICIAL – INADIMPLEMENTO – MULTA..................................................6

ALUGUERES ATRASADOS – NUA PROPRIEDADE DO IMÓVEL – USUFRUTO – LEGITIMIDADE ATIVA.....................................................................................................7

ATESTADO MÉDICO – ADIAMENTO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO.....................................................................................................................7

ATRASO DE VOO POR 3 HORAS – PROBLEMAS TÉCNICOS – DESISTÊNCIA DE EMBARQUE..........................................................................................................................7

CERCEAMENTO DE DEFESA – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO DE PRODUÇÃO DE PROVA.............................................................................................................................8

CHEQUE FRAUDADO – CREDITAMENTO ESPONTÂNEO PELO BANCO – REPARAÇÃO EFETIVA – MERO ABORRECIMENTO....................................................8

CHEQUE – PRESCRIÇÃO – ART. 59 DA LEI 7.357/85.....................................................8

CHEQUE PRESCRITO – INÉPCIA DA INICIAL................................................................9

COBRANÇA – AGIOTAGEM..............................................................................................9

CONSÓRCIO – DESISTÊNCIA – RESTITUIÇÃO DE PARCELAS PAGAS....................................................................................................................................9

DANOS MORAIS – AGRESSÕES RECÍPROCAS............................................................10

DANOS MORAIS - COBRANÇA INDEVIDA – APREENSÃO ILEGAL DE VEÍCULO – RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA..............................................................................10

DANOS MORAIS - EXTRAVIO DE CELULAR PRÉ-PAGO – FALTA DE COMUNICAÇÃO À OPERADORA...................................................................................11

DANOS MORAIS – HABILITAÇÃO DE LINHA TELEFÔNICA – CONTRATO VIA TELEFONE...........................................................................................................................11

DANOS MORAIS - LANÇAMENTO DE Nº DE CELULAR NO CEMI – MERO ABORRECIMENTO............................................................................................................11

DANOS MORAIS – LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ..................................................................12

DANOS MORAIS – JORNAL – INTERESSE PÚBLICO..................................................12

DANOS MORAIS – NEGATIVA DE CONTRATAÇÃO..................................................13

DANOS MORAIS – TRANSPORTE AÉREO – ATRASO DE VOOS..............................13

DPVAT – ACIDENTES DISTINTOS E SUCESSIVOS – PROVA COMPLEXA – INCOMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL..................................................................14

DPVAT – COMPLEMENTAÇÃO DE VERBA – SALÁRIO MÍNIMO COMO CRITÉRIO DE FIXAÇÃO DO QUANTUM.......................................................................14

DPVAT – INDENIZAÇÃO POR MORTE – APLICAÇÃO DA LEI AO TEMPO DO FATO....................................................................................................................................15

EMBARGOS DECLARATÓRIOS – INTERRUPÇÃO DE PRAZO RECURSAL – RECURSO INOMINADO INTEMPESTIVO......................................................................15

EMBARGOS DECLARATÓRIOS MERAMENTE PROTELATÓRIOS – APLICAÇÃO DE MULTA..........................................................................................................................16

ENERGIA ELÉTRICA – OBRIGAÇÃO PROPTER PERSONA – RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO...........................................................................................................16

EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS – PROVIMENTO MANDAMENTAL – MULTA.................................................................................................................................17

EXPURGOS INFLACIONÁRIOS – PLANO BRESSER, VERÃO, COLLOR I – PRESCRIÇÃO VINTENÁRIA............................................................................................17

EXPURGOS INFLACIONÁRIOS – PLANO VERÃO, COLLOR I – PRESCRIÇÃO VINTENÁRIA – LEGITIMIDADE.....................................................................................17

FURTO DE CARTÃO BANCÁRIO – EMPRÉSTIMOS VIA INTERNET – FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.............................................................................................19

INDENIZAÇÃO – DANOS MORAIS E MATERIAIS – FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS – RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA..........................................................19

INDENIZAÇÃO - BANCO – DESAPARECIMENTO DINHEIRO – OPERAÇÕES VIA INTERNET – INVASÃO HACKERS..................................................................................20

INDENIZAÇÃO – LOCAÇÃO – CONTRATO DE MANDATO – ADMINISTRADORA DE IMÓVEIS........................................................................................................................20

INDENIZAÇÃO – PRÓTESE DENTÁRIA – EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES...........................................................................................................21

INOVAÇÃO EM FASE RECURSAL..................................................................................21

IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO – ART. 13 CPC – TURMA RECURSAL..........................................................................................................................22

JUIZADO ESPECIAL - AGRAVO – PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL..........................................................................................................................22

JUIZADO ESPECIAL – CONSUMIDOR SOLIDARIEDADE – FORNECEDOR – DECADÊNCIA.....................................................................................................................22

LIMITE DE 40 SALÁRIOS MÍNIMOS – RESCISÃO CONTRATUAL E RESTITUIÇÃO DE PARCELAS PAGAS......................................................................................................23

NOTA PROMISSÓRIA – COAÇÃO DE VONTADE DO EMITENTE – ÔNUS DA PROVA.................................................................................................................................23

NOTA PROMISSÓRIA – PRESCRIÇÃO – AÇÃO DE COBRANÇA..............................24

PLANO DE SAÚDE – IDOSO – REAJUSTE – FAIXA ETÁRIA.....................................24

RELAÇÃO DE CONSUMO – RESPONSABILIDADE – CADEIA DE FORNECEDORES...............................................................................................................24

REVISÃO DE CONTRATO BANCÁRIO..........................................................................25

SERVIÇOS EDUCACIONAIS – INFORMAÇÕES PRESTADAS PELA UNIVERSIDADE INSUFICIENTES – DIPLOMA – APOSTILAMENTO.......................25

AÇÃO DE COBRANÇA – CHEQUE – PRESCRIÇÃO – CÓDIGO CIVIL DE 1916 X CÓDIGO CIVIL DE 2002

AÇÃO DE COBRANÇA – CHEQUE – PRESCRIÇÃO DA AÇÃO – OCORRÊNCIA – PRAZO – CÓDIGO CIVIL DE 1916 X CÓDIGO CIVIL DE 2002: Importante inovação legislativa trazida pela Lei 11.280/06, possibilitando ao julgador reconhecer de ofício a prescrição nos termos do artigo 219, 5º do Código de Processo Civil brasileiro. A propósito, assim procedeu o douto Magistrado sentenciante quando utilizou do permissivo legal reconheceu a prescrição. A prescrição, importante regra de direito material, pressupõe limite temporal para exercício do direito de ação. Perpetuá-lo seria gerar terrível incerteza nas relações sociais. Para Sílvio Venosa: o exercício de um direito não pode ficar pendente indefinidamente. Deve ser exercido pelo titular dentro de determinado prazo. Isto não ocorrendo, perderá o titular a prerrogativa de fazer valer seu direito. Prescrição é a perda do direito de ação, em razão de sua não utilização durante certo espaço de tempo. Para Caetano Levi Lopes: o fundamento e a razão de ser da prescrição são a segurança jurídica proporcionada por situações que o tempo consolidou diante da inércia do credor de um direito violado. O devedor não pode ficar, ‘ad aeternum’, à mercê do seu credor. Verifica-se, conforme narrado acima, que a emissão dos documentos que ensejam a demanda foi feita no ano de 2001, anteriormente à vigência do Novo Código Civil brasileiro – Lei 10.406/2002. A regra anterior era a da prescrição vintenária, consoante artigo 177. Assim importante à verificação dos prazos prescricionais em matéria de direito intertemporal, em razão do conflito de normas no tempo. No caso em tela verifica-se quando da entrada em vigor do novo Código Civil brasileiro, um ano após a sua publicação, tinha-se pouco mais de um ano do início da fluência do prazo prescricional, de

modo que aplicam-se as disposições da nova lei, portanto o prazo prescricional é de três anos, conforme noticiado na sentença atacada, com início de fluência a partir da entrada em vigor da nova codificação. Da análise do artigo 6º da Lei de Introdução ao Código Civil (LICC) – verifica-se que “a lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada”. Tal regra foi perfeitamente recepcionada pela Constituição Federal em seu artigo 5º, XXXVI. NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO – CONDENAÇÃO DA RECORRENTE EM CUSTAS, TAXAS E HONORÁRIOS. (2ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.08.536029-6. Rel. José Luiz de Moura Faleiros. J. 18/03/09)

AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS – INCOMPATIBILIDADE COM A LEI 9.099/95

AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS – INCOMPATIBILIDADE COM A LEI 9.099/95 – INCOMPETÊNCIA DOS JUIZADOS. A ação de Prestação de Contas, por ter rito próprio, com natureza dúplice, onde se discute na primeira fase a obrigação de prestá-las e, na segunda, o quantum do débito ou do crédito apurado, não pode ser proposta nos Juizados Especiais, ante a flagrante incompatibilidade dos ritos. (1ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.09.557865-5. Rel. Edison Magno de Macêdo. J. 28/10/09)

AÇÃO DE REGRESSO – VENDA DE AUTOMÓVEL – FRAUDE À EXECUÇÃO

Ação de regresso. Adquirente de automóvel que o aliena para terceira pessoa, mas que foi obrigado a lhe devolver a quantia recebida, em face da existência de uma sentença declarando que a alienação anterior havia sido feita em fraude de execução. Prova documental precária. Dívida fiscal devidamente quitada pelo devedor, com o levantamento da penhora. Eficácia da compra anterior, que se restabelece, em face da natureza jurídica dessa declaração. Sentença mantida. (1ª Turma Recursal / Divinópolis. Rec. 0223.09.286628-2. Rel. Carlos Roberto Loiola. J. 05/10/09)

ACIDENTE DE TRÂNSITO – COLISÃO NA TRASEIRA – PRESUNÇÃO RELATIVA – CONTRAMÃO DIRECIONAL

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL – ACIDENTE TRÂNSITO – COLISÃO NA TRASEIRA – PRESUNÇÃO RELATIVA – VEÍCULO NA CONTRAMÃO DIRECIONALNo caso de abalroamento na parte traseira do veículo, milita em proveito do proprietário deste a presunção de culpa daquele que se chocou com a parte posterior do veículo.Tal presunção de responsabilidade é relativa, sendo afastada se, no caso concreto, restar demonstrado que, por culpa do motorista do automóvel que trafega à frente ou de terceiro,

seria impossível evitar-se o acidente, ainda que mantida a distância de segurança entre os carros.Recurso a que se dá provimento. (Turma Recursal / Betim. Rec. 0002305-53.2010.813.9027. Rel. Simone Torres Pedroso. J. 26/02/10)

ACIDENTE DE TRÂNSITO – DANO MORAL EM CASO DE CULPAS CONCORRENTES

ACIDENTE DE TRÂNSITO – INDENIZAÇÃO – DANOS MATERIAIS E MORAIS – DESCABIMENTO DE DANO MORAL EM CASO DE CULPAS CONCORRENTES.Mesmo reconhecendo como causador principal do acidente a pessoa do réu e imposta a ele a condenação parcial pelos danos materiais provocados, se na sentença ficar reconhecido que o autor também obrou com culpa, agindo de forma imprudente, não cuidando de sua segurança como lhe poderia ser exigido, não tem ele direito a indenização por dano moral. (1ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.09.558234-3. Rel. Edison Magno de Macêdo. J. 28/10/09)

ACIDENTE DE TRÂNSITO – PARADA OBRIGATÓRIA – INFRINGÊNCIA

AÇÃO DE RESSARCIMENTO DECORRENTE DE ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO – FRANQUIA DE SEGURO – CRUZAMENTO SINALIZADO – ABALROAMENTO DECORRENTE DE INOBSERVÂNCIA DE SINALIZAÇÃO DE PARADA OBRIGATÓRIA – INFRINGÊNCIA DE NORMAS DE CIRCULAÇÃO – OUTROS VEÍCULOS ESTACIONADOS NAS PROXIMIDADES – IRRELEVÂNCIA – AUSÊNCIA DE PROVA DE CULPA CONCORRENTE – RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.- Comprovado o acidente, a culpa, os danos, o valor e o desembolso da franquia, desnecessário trazer aos autos 03 (três) orçamentos para fins de procedência do pleito ressarcitório.- Age imprudentemente e sem observância das normas de circulação (CTB, artigos 28 e 44), a Condutora de veículo que ao aproximar-se de cruzamento sinalizado, não dá passagem a outro veículo que tenha direito de preferência, causando a colisão entre ambos.- Constitui fato irrelevante, que não enseja a exclusão da responsabilidade, que outros veículos encontrem estacionados nas proximidades do cruzamento, exigindo, com isso, atenção e cuidados redobrados.– Não há que se falar em culpa concorrente quando o contexto probatório aponta que a

responsabilidade foi exclusiva de apenas um dos condutores dos veículos. (2ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.09.558294-7. Rel. César Aparecido de Oliveira. J. 04/05/10)

ACORDO JUDICIAL – INADIMPLEMENTO - MULTA

Multa por inadimplemento de obrigação assumida em acordo judicial – fixação sobre 50 dias – Prazo razoável – Finalidade punitiva e não de enriquecimento sem causa – RECURSO IMPROVIDO. (Turma Recursal / Itajubá. Rec. 0324.09.075735-6. Rel. Willys Vilas Boas. J. 27/08/09)

ALUGUERES ATRASADOS – NUA PROPRIEDADE DO IMÓVEL – USUFRUTO – LEGITIMIDADE ATIVA

AÇÃO DE COBRANÇA – ALUGUERES ATRASADOS – NUA PROPRIEDADE DO IMÓVEL – USUFRUTO – LEGITIMIDADE ATIVA: Destarte, em se tratando de credores solidários, aplicável é a regra do art. 267 do Código Civil, segundo o qual “cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro”, concluindo-se, assim, pela manifesta legitimidade da recorrente para figurar no polo ativo da demanda, independente da participação de sua genitora, mesmo porque o débito decorrente do contrato locatício é um só, cabendo aos co-proprietários discutirem entre si a divisão da quantia eventualmente obtida através desse feito. Na seqüência destaco que o recurso inominado tem como uma de suas características a devolutividade restrita, ou seja, somente as matérias discutidas no processo e elevadas à Turma Recursal é que podem ser analisadas por este colegiado. Assim, como o recurso limitou-se a digressão da matéria preliminar, apenas esta deve ser resolvida em sede de recurso, a fim de se evitar qualquer violação ao princípio do tantum devolutum quantum appellatum. RECURSO PROVIDO, SEM CONDENAÇÃO DA RECORRIDA EM CUSTAS, TAXAS OU HONORÁRIOS. (2ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.010.009318-7. Rel. José Luiz de Moura Faleiros. J. 04/05/10)

ATESTADO MÉDICO – ADIAMENTO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO

Pedido de adiamento de audiência de conciliação – Juntada de atestado médico constatando e comprovando que o executado no dia da audiência estava sendo submetido à quimioterapia em caráter de atendimento urgente. Indeferimento do adiamento da audiência por parte do juízo – Cerceamento de defesa caracterizado. Processo anulado. Recurso provido. (Turma Recursal / Itajubá. Rec. 080.071-1/09 Rel. Selmo Sila de Souza. J. 24/09/09)

ATRASO DE VOO POR 3 HORAS – PROBLEMAS TÉCNICOS – DESISTÊNCIA DE EMBARQUE

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO – ATRASO DE VOO NACIONAL POR PERÍODO DE APROXIMADAMENTE 3 HORAS – PROBLEMAS TÉCNICOS NA AERONAVE – CONSUMIDOR QUE VOLUNTARIAMENTE DESISTE DO EMBARQUE – CONSTRANGIMENTO INEXISTENTE – DANO MORAL E MATERIAL NÃO DEMONSTRADO – PROVIMENTO DO RECURSO INOMINADO. (Turma Recursal / Ipatinga. Rec. 0313.09.282802-6. Rel. Evaldo Elias Penna Gavazza. J. 18/06/09)

CERCEAMENTO DE DEFESA – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO DE PRODUÇÃO DE PROVA

CERCEAMENTO DE DEFESA. AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO DE PRODUÇÃO DE PROVA. INOCORRÊNCIA. IMÓVEL NÃO DESTINADO A MORADA DO EXECUTADO. IMPENHORABILIDADE AFASTADA. Não há que se falar em cerceamento de defesa se o executado não requereu expressamente a produção de provas, limitando-se a pleitear a inversão do ônus probatório, não cabível em sede de embargos à execução fundada em título executivo extrajudicial. Comprovado que a penhora recaiu sobre imóvel de propriedade do executado em comum com terceiro, que não é destinado à sua moradia, não há que se falar em impenhorabilidade.(1ª Turma Recursal / Divinópolis. Rec. 0223.09.283209-4. Rel. José Antônio Ferreira Brandão Santos. J. 05/10/09)

CHEQUE FRAUDADO – CREDITAMENTO ESPONTÂNEO PELO BANCO – REPARAÇÃO EFETIVA – MERO ABORRECIMENTO

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO – DANOS MORAIS E MATERIAIS – CHEQUES FRAUDADOS – CREDITAMENTO DOS VALORES DEBITADOS NA CONTA DO CORRENTISTA DE FORMA ESPONTÂNEA PELO BANCO – RESTITUIÇÃO DO VALOR COBRADO A TÍTULO DE TAXA DE DEVOLUÇÃO DE CHEQUE POR INEXISTÊNCIA DE FUNDOS – INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO – MERO ABORRECIMENTO – RECURSO IMPROVIDO.Havendo fraude de cheques, sem que haja responsabilidade do Banco pela emissão dos mesmos, não há se falar em indenização por danos morais ou materiais, se a instituição bancária, por vontade própria, tratou de creditar na conta do correntista os valores indevidamente descontados, a saber, aqueles oriundos dos cheques emitidos e os referentes às taxas de devolução por cheques sem fundos. Trata-se de mero aborrecimento, sem maiores seqüelas no mundo exterior, principalmente, ao se considerar que houve presteza da instituição bancária, no sentido de tentar minorar as consequências do evento ocorrido, do qual também fora vítima. (1ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 55733-5/09. Rel. Edison Magno de Macêdo. J. 26/03/09)

CHEQUE – PRESCRIÇÃO – ART. 59 DA LEI 7.357/85

O PRAZO PREVISTO PELO ART. 59 DA LEI 7.357/85, EM CASO DE CHEQUE PÓS-DATADO, SÓ PASSA A FLUIR DEPOIS DO DECURSO DE TRINTA DIAS OU SESSENTA DIAS, CONTADOS NÃO DA EMISSÃO (EM CASO DE CHEQUE DA MESMA PRAÇA OU OUTRA PRAÇA), MAS DA DATA AJUSTADA PELAS PARTES PARA A APRESENTAÇÃO DO TÍTULO, PRESCRIÇÃO NÃO CONSUMADA. RECURSO PROVIDO. ( 1ª Turma Recursal / Ipatinga. Rec. 0313.09.278283-5. Rel. Evaldo Elias Penna Gavazza. J. 18/06/09)

CHEQUE PRESCRITO – INÉPCIA DA INICIAL

COBRANÇA – CHEQUE PRESCRITO – INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL – DESCRIÇÃO DA “CAUSA DEBENDI” – DESNECESSIDADE – PRESCRIÇÃO – PRAZO – CONSUMAÇÃO.

1. Na ação de cobrança, baseada em cheque prescrito, não há necessidade da especificação, na inicial, da causa que deu origem a sua emissão.

2. O prazo para o ajuizamento da demanda, na hipótese, é de 5 (cinco) anos, conforme está previsto no artigo 206, § 5º, I, do Código Civil, contado da entrada em vigor do referido diploma legal.

3. Se entre o marco inicial e a data do ajuizamento a ação transcorreu esse lapso temporal, a prescrição está consumada.

4. Recurso provido.(1ª Turma Recursal / Divinópolis. Rec. 0223.09.293504-6. Rel. João Martiniano Vieira Neto. J. 08/02/10)

COBRANÇA – AGIOTAGEM

COBRANÇA – AGIOTAGEM – A alegação de prática de agiotagem deve vir arrimada em provas que gerem a convicção necessária para o acolhimento do pedido. Não comprovada a alegada prática de agiotagem, mister se faz acolher o pedido inicial sob pena de se permitir o enriquecimento ilícito da parte devedora. (4ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.09.557760-8. Rel. Luíza Santana Assunção. J. 09/09/09)

CONSÓRCIO – DESISTÊNCIA – RESTITUIÇÃO DE PARCELAS PAGAS

AÇÃO ANULATÓRIA DE CLÁUSULA CONTRATUAL C/C RESTITUIÇÃO DE PARCELAS PAGAS – o desistente do grupo de adesão de consórcio tem direito à restituição das parcelas pagas, imediatamente, de uma só vez, corrigidas monetariamente

desde a data do desembolso pelo índice adotado pela E. Corregedoria de Justiça do Estado de Minas Gerais, acrescida de juros de 1% (hum por cento) ao mês contados da citação, decotando-se apenas os valores correspondentes à taxa de administração e seguro, se for o caso do contrato. (4ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.09.557743-4. Rel. Maria Luíza Santana Assunção. J. 09/09/09)

DANOS MORAIS – AGRESSÕES RECÍPROCAS

RESPONSABILIDADE CIVIL – INDENIZAÇÃO – AGRESSÕES RECÍPROCAS – DANOS MORAIS – INDEMONSTRADOS –MÉDICO – VEÍCULO AUTOMOTOR ESTACIONADO NO PORTÃO DE ENTRADA DO POSTO MÉDICO – DEVER DE INDENIZAR NÃO CONFIGURADO. Em nosso ordenamento jurídico, para se caracterizar a responsabilidade civil, é preciso comprovar a existência de alguns pressupostos: 1 – ação ou omissão do agente – a responsabilidade do agente pode defluir de ato próprio, de ato de terceiro que esteja sob a guarda deste; 2 – Comportamento doloso ou culposo do agente que causou o prejuízo; 3 – Nexo de causalidade que é a relação entre a conduta e o dano. Nos termos do artigo 186 do Código Civil, ao autor incumbe a prova do dano, do ato antijurídico do agente e do nexo causal entre tais elementos. Assim, para a configuração de dano indenizável é necessário que se verifique a presença simultânea dos três elementos essenciais, quais sejam: a ocorrência induvidosa do dano, a culpa ou o dolo do ofensor, e o nexo causal entre a conduta ofensiva e o prejuízo da vítima. A violação à imagem, à intimidade, à vida privada e à honra, expressada no artigo 5º, incisos V e X da Constituição Federal de 1988, obriga à indenização por dano moral. A Carta Magna consagrou a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, além da indenização pelo dano moral decorrente de sua violação. No entanto, depois de analisar o conjunto probatório, não vislumbrei a existência dos requisitos necessários à configuração do dever de indenizar, mormente porque, no presente caso, houve ofensas recíprocas de ambas as partes. Assim, constatadas ofensas mútuas no calor de uma discussão de trânsito, na porta de um posto médico, não há que se falar em indenização por danos morais, sendo certo que nestes casos estaríamos diante de uma situação na qual ambas as partes teriam de indenizar a outra, pois ambas agrediram e foram agredidas. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. SEM CONDENAÇÃO NAS CUSTAS, TAXAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. (2ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.09557355-7. Rel. José Luiz de Moura Faleiros. J. 18/03/09 )

DANOS MORAIS - COBRANÇA INDEVIDA – APREENSÃO ILEGAL DE VEÍCULO – RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA

COBRANÇA INDEVIDA QUE CULMINA EM BUSCA E APREENSÃO ILEGAL DE VEÍCULO – CONDUTA ILÍCITA QUE EXTRAPOLA OS LIMITES ORDINÁRIOS DO CONTRATO E APTA A GERAR DANO MORAL – RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS FORNECEDORES E SEUS MANDATÁRIOS – CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E CÓDIGO CIVIL.

( 1ª Turma Recursal / Ipatinga. Rec. 313.10.012749-4. Rel. Marcelo Rodrigues Fiorante. J. 24/06/10)

DANOS MORAIS - EXTRAVIO DE CELULAR PRÉ-PAGO – FALTA DE COMUNICAÇÃO À OPERADORA

EXTRAVIO DE CELULAR – REPRESENTAÇÃO DIANTE DA POLÍCIA CIVIL – FALTA DE PROVA DA COMUNICAÇÃO À OPERADORA – CANCELAMENTO DA PERMISSÃO COM A TRANSFERÊNCIA PARA TERCEIRO – MODALIDADE DE PRÉ-PAGO – INEXISTÊNCIA DE ATO ILÍCITO – EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO – DANO MORAL INEXISTENTE – SENTENÇA REFORMADA – RECURSO PROVIDO. Em que pese tratar-se de relação de consumo, o consumidor não se exime de demonstrar os fatos constitutivos de seu direito, especialmente, quando tem que provar a existência de ato ilícito capaz de resultar em reparação por dano moral, além de que não haverá reparação quando o dano for eventual, suposto ou abstrato, mas comprovado. A inversão do ônus da prova obedece a critérios a serem observados diante dos termos do artigo 6º do CDC e assim, não é qualquer relação de consumo que esteja a permiti-la. (1ª Turma Recursal / Divinópolis – Rec. 0223.08.246538-4. Rel. José Maria dos Reis. J. 10/08/2009)

DANOS MORAIS – HABILITAÇÃO DE LINHA TELEFÔNICA – CONTRATO VIA TELEFONE

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – HABILITAÇÃO DE LINHA TELEFÔNICA – CONTRATO VIA TELEFONE – FALTA DE IDENTIFICAÇÃO PESSOAL – INCLUSÃO INDEVIDA NOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO – VALOR – A empresa de telefonia deve agir com zelo no ato de habilitação de linha telefônica, identificando o verdadeiro consumidor/contratante, sob pena de ser responsabilizada pelos danos acarretados àquele que teve os seus dados pessoais utilizados por terceiro de má-fé. Em se tratando de danos morais, a fixação do quantum fica ao arbítrio do juiz, obedecida linha de conduta que não gere enriquecimento ilícito, vedado pelo ordenamento, contudo, o valor não deve ser ínfimo, de maneira a não servir de advertência à empresa requerida. (4ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.09.557778-0. Re. Maria Luíza Santana Assunção. J. 09/07/09)

DANOS MORAIS - LANÇAMENTO DE Nº DE CELULAR NO CEMI – MERO ABORRECIMENTO

LANÇAMENTO DO Nº DO TELEFONE CELULAR NO CEMI – FATO QUE POR SI SÓ NÃO CARACTERIZA DANO MORAL A SER REPARADO – MERO ABORRECIMENTO – RECURSO A QUE SE DÁ PROVIMENTO – SENTENÇA

REFORMADA. O simples fato de uma pessoa ter o nº de seu celular no cadastro de estações móveis impedidas, por si só, não caracteriza dano moral a ser reparado porque não passa de mero aborrecimento, não envolvendo, sequer, o nome do autor. Improcedência do pedido – Recurso a que se dá provimento com a reforma da sentença. (1ª Turma Recursal / Divinópolis. Rec. 0223.08.254081-4. Rel. José Maria dos Reis. J. 15/06/09)

DANOS MORAIS – LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ

DANO MORAL – LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ – INOCORRÊNCIA – AUSÊNCIA DOS REQUISITOS LEGAIS: Sabidamente, o Código de Processo Civil prevê a multa aplicável ao litigante de má-fé, de ofício ou a requerimento de uma das partes conforme artigos 17 e 18 (interprete-se: deduzir pretensão contra fato incontroverso; alterar a verdade dos fatos; usar do processo para conseguir objetivo ilegal ou provocar incidentes manifestamente infundados), ambos do mesmo Diploma Legal, mas, para aplicá-la, necessário a constatação de comportamento proposital e malicioso. Além disso, a lei estabelece, neste caso, responsabilidade subjetiva, já que se exige elemento volitivo como causa do dano, isto é, a má-fé. Faz-se necessário, assim, que a parte tenha agido com dolo ou culpa, causando dano processual à parte contrária, o que, na espécie inocorre. Ademais, o acesso à justiça é um princípio que existe para garantir a efetividade dos direitos. O Poder Judiciário é o local no qual os cidadãos podem fazer valer seus direitos individuais e sociais; portanto, é evidente que não se pode impedir o exercício do direito de ação da parte autora pela não comprovação dos fatos alegados, algo que, a teor empírico, ensejaria a improcedência pura e simples do pedido, sem qualquer outra mazela processual. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. SEM CONDENAÇÃO CUSTAS, TAXAS E HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. (2ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.08.535877-9. Rel. José Luiz de Moura Faleiros. J. 1803/09)

DANOS MORAIS – JORNAL – INTERESSE PÚBLICO

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. PUBLICAÇÃO DE NOTÍCIA EM JORNAL. AUSÊNCIA DE ABUSO. CARACTERIZAÇÃO DE INTERESSE PÚBLICO. NOTÍCIA BASEADA NO BOLETIM DE OCORRÊNCIA. DIVULGAÇÃO DE NOME DA VÍTIMA RELACIONADA A EVENTO CRIMINAL. DESNECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO. REPERCUSSÃO NA SOCIEDADE. INIBIÇÃO DE OUTROS DELITOS. Caracterizado o interesse público da notícia, e não vislumbrado o abuso, não há condenação à indenização por ofensa à honra e à imagem, sob pena de cercear-se a indispensável atividade da imprensa, merecendo ser mantida a sentença que isenta o periódico de condenação. É legítima a divulgação do nome da pessoa, independentemente de autorização, quando relacionada ao evento noticiado e tratado pela polícia como fato de repercussão criminal. Recurso parcialmente provido somente para deferir o pedido de justiça gratuita. (1ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.09.557674-1. Rel. Juliana Faleiro de Lacerda Ventura. J. 08/10/09)

DANOS MORAIS – NEGATIVA DE CONTRATAÇÃO

RESPONSABILIDADE CIVIL – DANO MORAL – LEGITIMIDADE – NEGATIVA DE CONTRATAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE RESTRIÇÃO DE CRÉDITO – ATO ILÍCITO RECONHECIDO – O MM. Juiz “a quo” agiu com acerto ao rejeitar a preliminar de ilegitimidade passiva pois, em que pese o fato de que o cartão de crédito ser administrado por uma instituição financeira ele é emitido para a realização de transações financeiras junto a referida administradora e para viabilizar a realização de compras exclusivamente na rede de supermercados da requerida. E se a requerida se propõe a trabalhar junto com a financeira no mercado, de forma ostensiva, apresentando-se como empresas conglomeradas, ambos possuem responsabilidade perante os consumidores pelos vícios do contrato e defeitos na prestação de serviços, devendo ser aplicada ao caso a teoria da aparência. A negativa à aprovação de cadastro visando a obtenção de cartão de crédito, por motivo de restrição cadastral comprovadamente inexistente é fato suscetível de causar danos morais, por expor o consumidor a situação vexatória e constrangedora – A fixação do valor da indenização a título de danos morais deve ter por base os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, levando-se em consideração, ainda, a finalidade de compensar o ofendido pelo constrangimento indevido que lhe foi imposto e, por outro lado, desestimular o responsável pela ofensa a praticar atos semelhantes no futuro. Sentença mantida pelos seus próprios fundamentos. (1ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.09.557422-5. Rel. Juliana Faleiro de Lacerda Ventura. J. 26/03/09)

DANOS MORAIS – TRANSPORTE AÉREO – ATRASO DE VOOS

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO – RESPONSABILIDADE CIVIL – TRANSPORTE AÉREO – ATRASO SIGNIFICATIVO DE VOOS – DANO MORAL CONFIGURADO: A responsabilidade pelos danos causados ao consumidor, independe de culpa, nos termos do art. 14, só se eximindo o prestador de serviços se comprovar a ausência de dano, a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. Imperativo salientar que as companhias de transporte aéreo, de um modo geral, são concessionárias de serviço público e, justamente por isso, sujeitam-se às regras do parágrafo 6º, do artigo 37 da Constituição Federal, razão pela qual, tenho que a responsabilidade no caso concreto é objetiva. Ressalto que para a fixação do valor da indenização, não se pode adotar as limitações previstas na Convenção de Varsóvia e posteriores Decretos, pois o Código de Defesa do Consumidor, legislação aplicável conforme já firmado, não prevê nenhuma restrição quanto ao valor do ressarcimento, que deve abranger todos os prejuízos suportados pela vítima, tratando-se de garantia constitucional erigida no art. 5º, V e X da Constituição da República. RECURSO IMPROVIDO – CONDENAÇÃO DA EMPRESA RECORRENTE EM CUSTAS, TAXAS E HONORÁRIOS. (2ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 702.09.558577-5. Rel. José Luiz de Moura Faleiros. J. 22/03/10)

DPVAT – ACIDENTES DISTINTOS E SUCESSIVOS – PROVA COMPLEXA – INCOMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL

DPVAT – DOIS ACIDENTES AUTOMOBILÍSTICOS DISTINTOS – RECEBIMENTO DE UMA COBERTURA POR MEIO DE DECISÃO JUDICIAL – LAUDOS PERICIAIS INCONCLUSIVOS COM RELAÇÃO AO NEXO DE CAUSALIDADE – PROVA DE DIFÍCIL COLHEITA E COMPLEMENTAÇÃO NOS ESTREITOS LIMITES DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS: Conquanto a litispendência ocorra nos casos em que são idênticos a causa de pedir, o pedido e as partes, impondo-se o seu reconhecimento para extinguir o feito sem resolução do mérito, nos moldes do art. 267, V, do Código de Processo Civil, o caso concreto não apresenta similitude com relação a causa de pedir e o pedido, sendo possível então a análise do mérito nesta seara recursal, uma vez que o evento alegado na inicial difere do já acobertado pela coisa julgada. É importante salientar, contudo, que nada impede a ocorrência de dois acidentes automobilísticos vitimando a mesma pessoa com debilidades permanentes distintas, em datas diversas. Entretanto, é imprescindível que a nova prova pericial faça minuciosa distinção entre as ofensas corporais, evitando a condenação da seguradora, por duas vezes, pelo mesmo evento. Inobstante é por demais sabido que os Juizados Especiais Cíveis foram instituídos com o objetivo maior de alcançar um procedimento rápido, simples, mais econômico financeiramente para as partes e sem as inúmeras formalidades encontradas na Justiça Comum, buscando garantir a satisfação do direito de ação nos litígios individuais, apenas sendo competente para tal nas causas de menor complexidade. Destarte, tenho que a questão deduzida na inicial é de complexa indagação e resolução, não podendo prevalecer o decisum monocrático, em que pese à perspicácia do Juiz, uma vez que ele não observou esta máxima, porquanto a verdade real só poderá ser alcançada por meio de nova perícia técnica, produzida a fim de identificar a disparidade das debilidades permanentes ou comprovar às suas similitudes. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO, SEM CONDENAÇÃO DA PARTE RECORRIDA NO PAGAMENTO DAS CUSTAS, TAXAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. (2ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 702.10.009343-5. Rel. José Luiz de Moura Faleiros. J. 04/05/10)

DPVAT – COMPLEMENTAÇÃO DE VERBA – SALÁRIO MÍNIMO COMO CRITÉRIO DE FIXAÇÃO DO QUANTUM

DPVAT – PRELIMINAR AFASTADA – COMPLEMENTAÇÃO DA VERBA – PRECEDENTES – UTILIZAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO COMO CRITÉRIO DE FIXAÇÃO DO QUANTUM – POSSIBILIDADE – A arguição de incompetência do Juizado Especial para conhecer e julgar a demanda em razão de sua eventual complexidade decorrente da necessidade de realizar perícia técnica é impertinente do ponto de vista técnico, porquanto ofensiva à instrumentalidade do processo que deve ser resguardada a toda evidência, uma vez que dos autos já consta o laudo pericial complementar levado a efeito pela Polícia Civil do Estado de Minas Gerais. A Constituição Federal, no artigo 56º,

inciso XXV, consagrou o princípio da inafastabilidade da jurisdição, de modo que, a ninguém pode ser vedada a busca ao Poder Julgador. A outorga de quitação plena, geral e irrevogável, mas em valor inferior ao legal, autoriza a busca da complementação. Os demais diplomas legais referidos pela Recorrente (Leis 6.205/75 e 6.423/77), vedam o uso do salário mínimo tão-somente como índice de atualização, monetária e não o seu emprego para estabelecer e calcular o valor indenizatório, máxime em se considerando que no caso do pagamento de seguro. A verba inicialmente paga não se espelha com o valor determinado pelo artigo 3º da Lei 6.194/74, qual seja, de 40 (quarenta) salários mínimos a título de indenização pela ocorrência de acidente automobilístico que resultou na morte do genitor dos recorridos. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO, CONDENAÇÃO DA SEGURADORA NO PAGAMENTO INTEGRAL DAS CUSTAS, TAXAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. (2ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 702.09.558432-3. Rel. José Luiz de Moura Faleiros. J. 23/03/10)

DPVAT – INDENIZAÇÃO POR MORTE – APLICAÇÃO DA LEI AO TEMPO DO FATO

DPVAT – INDENIZAÇÃO POR MORTE – APLICAÇÃO DA LEI AO TEMPO DO FATO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO. Ocorrendo o evento morte ao tempo da Lei 6.194/1974, mesmo que o pedido seja feito posteriormente quando da vigência da Lei 11.482/2007, aplica-se os termos daquela e não desta última. (1ª Turma Recursal / Divinópolis. Rec. 0223.09.271472-2. Rel. José Maria dos Reis. J. 10/05/2010)

EMBARGOS DECLARATÓRIOS – INTERRUPÇÃO DE PRAZO RECURSAL – RECURSO INOMINADO INTEMPESTIVO

RECURSO INOMINADO – INTEMPESTIVIDADE – EMBARGOS DECLARATÓRIOS QUE NA SISTEMÁTICA DA LEI 9099/95 NÃO INTERROMPEM O PRAZO DE RECURSO – VIGÊNCIA DA PORTARIA CONJUNTA 119/2008 QUE REVOGOU A RESOLUÇÃO 289/2005 – PORTARIA RECURSO INTERPOSTO FORA DO DECÊNDIO LEGAL – NÃO CONHECIMENTO. Consoante o disposto no artigo 42 da Lei 9099/95, o recurso contra a sentença do Juizado deve ser interposto em 10 (dez) dias, contados da ciência da decisão. Os Embargos declaratórios, nos moldes do artigo 50 da LJE, suspendem e não interrompem o prazo de recurso. Em 31 de agosto de 2008, entrou em vigor a Portaria Conjunta 119/2008 as publicações passaram a ser oficialmente comunicadas apenas no Diário Judiciário Eletrônico, e o primeiro dia útil subseqüente à data em que se disponibilizar o Diário Judiciário Eletrônico será considerado como sendo a data da publicação. (2ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.09.557357-3. Rel. César Aparecido de Oliviera J. 18/03/09 )

EMBARGOS DECLARATÓRIOS MERAMENTE PROTELATÓRIOS – APLICAÇÃO DE MULTA

JUIZADO ESPECIAL – EMBARGOS DECLARATÓRIOS MERAMENTE PROTELATÓRIOS – INEXISTÊNCIA DE CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE OU OMISSÃO – QUESTÕES DECIDIDAS NO SENTIDO ALMEJADO PELO EMBARGANTE E DA LEI – APLICAÇÃO DE MULTAOs embargos declaratórios só têm pertinência se deflagrados no julgado omissão, contradição ou obscuridade.Estando a maior parte das questões levantadas em sede de embargos declaratórios em conformidade com o que pretende o embargante e com disposição expressa de lei, percebe-se que o recurso tem cunho meramente protelatório, já que não existe finalidade a ser alcançada, o que enseja a aplicação da multa prevista no art. 538, parágrafo único, do CPC.Embargos rejeitados, com aplicação de multa.(Turma Recursal / Betim. Rec. 0027.09.209501-0. Rel. Luciana Nardoni Álvares da Silva Fontenelle)

ENERGIA ELÉTRICA – OBRIGAÇÃO PROPTER PERSONA – RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO

FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA – APLICAÇÃO CDC – OBRIGAÇÃO PROTER PERSONA – RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DO DÉBITO DAQUELE QUE FIGURA COMO CONSUMIDOR NA FATURA – PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DE APURAÇÃO DE CONSUMO IRREGULAR – LEGALIDADE – RESOLUÇÃO 456/2000 DA ANEEL – APURAÇÃO DO DÉBITO PELA MÉDIA DO CONSUMO DOS 12 MESES ANTERIORES – PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA RAZOABILIDADE – COBRANÇA DEVIDA – DANO MORAL NÃO COMPROVADO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO NÃO PROVIDO.

1) Aplica-se as determinações do Código de Defesa do Consumidor às concessionárias prestadoras de serviços, conforme determina art. 12 do citado códex;

2) A obrigação derivada do fornecimento de energia elétrica é propter persona e não propter rem, isto é, está ligado ao contrato de adesão, sendo o consumidor aquele que figura na fatura. Portanto, aquele que usufrui a medição a menor deve ser responsável pelo pagamento do débito;

3) Havendo indícios de irregularidades na medição do consumo de energia elétrica, a concessionária fornecedora deverá instaurar procedimento administrativo para apurar tal irregularidade, bem como as eventuais responsabilidades do consumidor, desde que obedecidos o princípio do contraditório e da ampla defesa;

4) Comprovadas as irregularidades no medidor o consumidor deve arcar com o consumo não registrado, entretanto, para aferir essa diferença do consumo de energia deve ser considerado a média dos 12 (doze) meses anteriores à constatação da irregularidade, conforme Resolução da ANEEL;

5) Sendo a cobrança devida, não há que se falar em repetição de indébito, bem como não se comprovado o dano, não há que se falar também em indenização por danos, ainda que morais.

(3ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.09.557595-8. Rel. Édila Moreira Manosso. J. 30/06/10)

EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS – PROVIMENTO MANDAMENTAL - MULTA

Nos exatos termos dos artigos 130 e 382 do CPC, pode o Juiz determinar a exibição de documento que esteja em poder da parte contendora. Razoável a posição judicial que impõe multa pelo descumprimento de sua decisão, já que compete à parte agir com lealdade e não criar obstáculo contra os provimentos mandamentais e à efetivação da Justiça. (Turma Recursal / Itajubá. Rec. 0324.09.079040-7. Rel. Willys Vilas Boas. J. 24/09/09)

EXPURGOS INFLACIONÁRIOS – PLANO BRESSER, VERÃO, COLLOR I – PRESCRIÇÃO VINTENÁRIA

AÇÃO DE COBRANÇA –PRELIMINARES AFASTADAS – MÉRITO – PROVA DA EXISTÊNCIA DA CONTA BANCÁRIA – PREJUDICIAL DE MÉRITO AFASTADA – PRESCRIÇÃO VINTENÁRIA – EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. PLANO BRESSER, VERÃO, COLLOR I. APLICAÇÃO DE ÍNDICE DIVERSO DO REAL: Inicialmente é importante consignar que, muito embora, caiba ao Governo Federal instituir planos econômicos que entenda adequados para restaurar a saúde da economia do País, o Poder Judiciário detém a prerrogativa de examinar se as alterações instituídas com essas medidas observam os princípios constitucionais aplicáveis. Daí porque não se pode confirmar a falência material do direito ao autor. Por outro lado, saliente-se que a caderneta de poupança é um contrato de depósito bancário de trato sucessivo, mediante o qual a instituição bancária se obriga a creditar ao poupador, a cada mês, os juros e correção monetária, segundo as normas vigentes no primeiro dia do prazo convencionado. Ao poupador, por sua vez, assiste o direito de receber os rendimentos do período, não podendo ser atingido por lei nova que venha a modificá-los, uma vez que o ajuste de depósito em caderneta de poupança não é de risco, mas sim de cláusulas certas, não se sujeitando a lei posterior atinente à questão. Ademais, é certo que o índice a ser observado deve ser apurado em conformidade com a inflação do mês anterior, sendo que o início do ciclo de trinta dias para o cálculo do rendimento toma como base o início do período aquisitivo referente à aplicação, pelo que, se considera abusiva qualquer alteração no decorrer deste prazo, por violação ao direito adquirido. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO, CONDENAÇÃO DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA RECORRENTE NO PAGAMENTO INTEGRAL DAS CUSTAS, TAXAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. (2ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.09.557776-4. Rel. José Luiz de Moura Faleiros. J. 07/07/09)

EXPURGOS INFLACIONÁRIOS – PLANO VERÃO, COLLOR I – PRESCRIÇÃO VINTENÁRIA - LEGITIMIDADE

AÇÃO DE COBRANÇA – PRELIMINARES AFASTADAS – LEGITIMIDADE PASSIVA DO BANCO DEPOSITÁRIO, INCLUSIVE PARA RESPONDER QUANTO AOS VALORES NÃO BLOQUEADOS – PROVA DA EXISTÊNCIA DA CONTA BANCÁRIA – PRESCRIÇÃO VINTENÁRIA – EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. PLANO VERÃO, COLLOR I. APLICAÇÃO DE ÍNDICE DIVERSO DO REAL: Aduz a parte recorrente que a pretensão da parte autora teria sido alcançada pela prescrição. Ocorre que, no caso, deve-se observar a prescrição vintenária prevista no artigo 177, do Código Civil de 1916, por não se tratar a correção monetária de obrigação acessória, mas sim de obrigação de natureza pessoal, constituindo medida necessária que visa a atualizar o valor real da moeda investida. Igual sorte assiste ao recorrente no tocante a segunda prefacial, porque, por um lado, a legitimidade passiva ad causam no caso específico é unitária, uma vez que se trata de contrato firmado entre o banco e o cliente, e, por outro lado, porque, as ações que objetivam a atualização das cadernetas de poupança devem ser propostas em face da instituição financeira que detinha o depósito da verba econômica, logo inarredável obrigação de remunerá-lo e atualizá-lo de acordo com os ditames legais. A terceira preliminar é absurda do ponto de vista técnico, uma vez que a mera ausência de especificação do valor exato da condenação não torna a sentença ilíquida, isto porque, ainda que na sentença recorrida nenhum valor tenha sido indicado expressamente, certo é que ela estabelece parâmetros para a realização dos cálculos que, a rigor, se revelam simples. Ao estabelecer a necessidade de sentença líquida nos arts. 38 e 52, inciso I, da Lei nº 9.099, de 26/09/1995, o legislador objetivou tão-somente dar efetividade aos princípios da economia processual e celeridade, evitando à instauração do incidente de liquidação previamente ao cumprimento da sentença, o que retardaria a completa prestação jurisdicional, com evidente prejuízo aos demandantes hipossuficientes, não tendo previsto a presente hipótese de iliquidez parcial, ou seja, as situações em que os parâmetros de cálculos estão lançados. Inicialmente é importante consignar que, muito embora, caiba ao Governo Federal instituir planos econômicos que entenda adequados para restaurar a saúde da economia do País, o Poder Judiciário detém a prerrogativa de examinar se as alterações instituídas com essas medidas observam os princípios constitucionais aplicáveis. Daí porque não se pode confirmar a falência material do direito ao autor. Por outro lado, saliente-se que a caderneta de poupança é um contrato de depósito bancário de trato sucessivo, mediante o qual a instituição bancária se obriga a creditar ao poupador, a cada mês, os juros e correção monetária, segundo as normas vigentes no primeiro dia do prazo convencionado. Ao poupador, por sua vez, assiste o direito de receber os rendimentos do período, não podendo ser atingido por lei nova que venha a modificá-los, uma vez que o ajuste de depósito em caderneta de poupança não é de risco, mas sim de cláusulas certas, não se sujeitando a lei posterior atinente à questão. Ademais, é certo que o índice a ser observado deve ser apurado em conformidade com a inflação do mês anterior, sendo que o início do ciclo de trinta dias para o cálculo do rendimento tomou como base o início do período aquisitivo referente à aplicação, pelo que, se considera abusiva qualquer alteração no decorrer deste prazo, por violação ao direito adquirido. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO, CONDENAÇÃO DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA RECORRENTE NO PAGAMENTO INTEGRAL DAS CUSTAS, TAXAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. (2ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 702.09.558069-3. Rel. José Luiz de Moura Faleiros. J. 23/03/10)

FURTO DE CARTÃO BANCÁRIO – EMPRÉSTIMOS VIA INTERNET – FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

PRELIMINARES AFASTADAS – AÇÃO ORDINÁRIA – INDENIZAÇÃO MATERIAL – FURTO DE CARTÃO BANCÁRIO – CONTRATAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS VIA INTERNET NÃO CONFIRMADOS POR MEIO DE CONTATO TELEFÔNICO OU POSTAL – FALHA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS BANCÁRIOS: Quanto a primeira preliminar que questiona a validade da citação destaco que, se a citação da pessoa jurídica ocorre em um de seus estabelecimentos bancários, na pessoa de quem, apesar de não ter poderes para este ato, agindo como preposto, não faz qualquer alegação em sentido contrário, ou seja, de que não tinha poderes para receber citação, aceita a comunicação judicial, inexiste vício em tal ato processual que propicie a sanção de sua nulidade. Quanto à revelia entendo que melhor sorte não socorre ao recorrente, uma vez que restando válida a citação da pessoa jurídica, mediante observância clássica da Teoria da Aparência é obrigatório o comparecimento de algum dos sócios ou de preposto da empresa à audiência de conciliação, sob pena de algum dos sócios ou de preposto da empresa à audiência de conciliação, sob pena de ver operada a revelia. Agora e, reportando a alegada necessidade de realização de perícia técnica para apuração real dos valores supostamente fraudados na conta-corrente do recorrido, é imperativa a observância da Lei nº 9.099/95 que declara expressamente os princípios próprios que norteiam os Juizados Especiais Cíveis, consoante disposto no art. 2º da referida Lei, quais sejam: “oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade”. Reportando-se ao caso concreto tenho que é culpada a Instituição Financeira que não age dentro dos procedimentos comuns, no caso de apresentação e solicitação de empréstimos, pois, depois da contratação de empréstimo via internet tem a obrigação de verificar a procedência lícita da solicitação de mútuo, mediante simples contacto telefônico ou postal com o correntista. Por outro lado, destaco que a demora na comunicação do furto do cartão de crédito e de débito não exime a Instituição Bancária de culpa, vez que a prova evidencia que ela teria sido inócua em face da falta de cautela do serviço prestado, uma vez que não adotou cautelas mínimas de certificação da solicitação de empréstimo. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – CONDENAÇÃO DA RECORRENTE NAS CUSTAS PROCESSUAIS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

INDENIZAÇÃO – DANOS MORAIS E MATERIAIS – FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS – RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA

DECLARATÓRIA – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS – FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS – VÍCIO DE INFORMAÇÃO – RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS FORNECEDORES. INDENIZAÇÃO DEVIDA. Diante da comprovação da falha na prestação dos serviços e do vício de informação repassada ao consumidor, devida é a reparação dos danos materiais e morais experimentados. A responsabilidade dos fornecedores dos serviços pela reparação

dos danos ocasionados ao consumidor é solidária, nos termos dos art. 7º, parágrafo único e 25, § 1º, ambos do CDC. O dano moral restou configurado pelos enormes transtornos vivenciados pelo requerente na busca de solução do problema gerado por culpa exclusiva das requeridas. Sentença confirmada por seus próprios fundamentos. (1ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.09.557425-8. Rel. Juliana Faleiro de Lacerda Ventura. J. 26/03/09)

INDENIZAÇÃO - BANCO – DESAPARECIMENTO DINHEIRO – OPERAÇÕES VIA INTERNET – INVASÃO HACKERS

INDENIZAÇÃO DANOS MATERIAIS E DANO MORAL – BANCO – RESPONSABILIDADE – DESAPARECIMENTO DINHEIRO – CONTRATAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS – PAGAMENTO DE CONTAS – OPERAÇÕES VIA INTERNET – INVASÃO HACKERS – DEVER DE SEGURANÇA – REPARAÇÃO DEVIDA. Atribuir o ônus da prova à instituição bancária é uma forma de propiciar ao consumidor melhor acesso à justiça e à defesa de seus direitos, que foi o objetivo do legislador pátrio na promulgação do citado artigo. Sem embargo, o art. 14 do mesmo Codex consagra a responsabilidade objetiva no caso do consumidor ser prejudicado em razão da prestação de serviços defeituosos. Ora, conquanto a instituição mantenha em seu sítio eletrônico informações sobre ações criminosas (sistema preventivo), o fato de o correntista, inadvertidamente, fornecer todos os códigos de acesso ao estelionatário, mesmo com displicência, não elide a responsabilidade do banco que deveria ser circundar de sistema repressivo para impedir este tipo de ação. O dano moral que enseja reparação neste caso é aquele que decorre da efetiva ofensa à esfera íntima da pessoa, indo bem além da angústia, do desconforto, ou do sofrimento físico leve e momentâneo. Aliás, não se tratam de pequenos contratempos, aborrecimentos corriqueiros, comuns em sociedade de massa, em um mundo globalizado, mas sim de inequívoca ofensa aos direitos de terceiro, capaz de gerar a indenização por danos morais, eis que, para tanto, impõe-se à existência de um sentimento contundente de dor, sofrimento ou humilhação. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. CONDENAÇÃO DA INSTITUIÇÃO RECORRIDA NAS CUSTAS, TAXAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. (2ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 702.10.034586-8. Rel. José Luiz de Moura Faleiros. J. 21/06/10)

INDENIZAÇÃO – LOCAÇÃO – CONTRATO DE MANDATO – ADMINISTRADORA DE IMÓVEIS

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO – CONTRATO DE LOCAÇÃO – IMOBILIÁRIA ADMINISTRADORA DE IMÓVEIS – CONTRATO DE MANDATO – ILEGITIMIDADE PASSIVA “AD CAUSAM” – PRELIMINAR SUSCITADA DE OFÍCIO – SENTENÇA REFORMADA – PROCESSO EXTINTO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO.

I) A administradora de imóveis que figura como mandatária do locador não possui legitimidade para figurar no polo passivo de ação de indenização por danos materiais decorrentes da má conservação do imóvel locado;

II) Não se comprovando que a administradora agiu em nome próprio, o proprietário do imóvel e mandante é o responsável pelo ressarcimento de supostos danos advindos da falta de conservação do bem locado;

III) Lado outro, o mandatário, se agiu com excesso de poderes ou não tomou as medidas cabíveis responderá perante o proprietário do bem e também mandante e não perante o locatário, posto que não possui nenhuma relação contratual com esse último.

(3ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.09.557398-7. Rel. Édila Moreira Manosso. J. 22/07/09)

INDENIZAÇÃO – PRÓTESE DENTÁRIA – EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO – PRÓTESE DENTÁRIA – EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES – PROFISSIONAL LIBERAL – JUSTIÇA PRIVADA – DANO MORAL: Destarte, em análise às provas carreadas aos autos do processo cheguei à mesma conclusão a que chegou a sentenciante primeva, uma vez que, malgrado a prova formal coletada em audiência de instrução e julgamento no seio inicial, não se tenha mostrado suficiente à resolução clara da lide, a conduta da ré, quando da prática do suposto exercício arbitrário de suas próprias razões, ou, mesmo após a conduta voluntária da autora que, segundo a defesa, voluntariamente devolveu a prótese, foi por demais temerária, restando evidente que o meio ao qual a profissional liberal se valeu, não foi prudente, devendo ser repelido. Então, no caso em apreço, há como se admitir a indenização por danos morais, uma vez que a ofensa decorreu da efetiva ofensa à esfera íntima da autora, indo bem além da angústia, do desconforto, ou do sofrimento físico leve e momentâneo. Aliás, não se tratam de pequenos contratempos, aborrecimentos corriqueiros, comuns em sociedade de massa, em um mundo globalizado, mas, sim, de inequívoca ofensa aos direitos de terceiro, capaz de gerar a indenização por danos morais, eis que, para tanto, impõe-se à existência de um sentimento contundente de dor, sofrimento ou humilhação. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. SEM CONDENAÇÃO DA PARTE RECORRIDA NAS CUSTAS, TAXAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. (2ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.09.558328-3. Rel. José Luiz de Moura Faleiros. J. 23/11/09)

INOVAÇÃO EM FASE RECURSAL

RESPONSABILIDADE CIVIL – DANO MORAL – INSCRIÇÃO INDEVIDA CADASTROS RESTRITIVOS – RECURSO FUNDAMENTADO EM MATÉRIA NÃO DEDUZIDA NO JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU – IMPOSSIBILIDADE DE INOVAÇÃO NA FASE RECURSAL – NÃO CONHECIMENTO – QUANTUM INDENIZATÓRIO – MANTIDO – Matérias que foram alegadas nas razões recursais, mas não o foram na contestação, não podem ser objeto de apreciação pelo juízo “ad quem”, sob pena de ofensa ao instituto da preclusão e ao princípio “tantum devolutum quantum appellatum”. A fixação

do valor da indenização a título de danos morais deve ter por base os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, levando-se em consideração, ainda, a finalidade de compensar o ofendido pelo constrangimento indevido que lhe foi imposto e, por outro lado, desestimular o responsável pela ofensa a praticar atos semelhantes no futuro. A correção monetária deve incidir desde o arbitramento da condenação e os juros de mora a partir da citação. Sentença mantida reformar apenas para alterar o termo inicial dos juros moratórios. (1ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.09.557850-7. Rel. Juliana Faleiro de Lacerda Ventura. J. 08/10/09)

IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO – ART. 13 CPC – TURMA RECURSAL

Não conhecimento do recurso por irregularidade de representação. Inaplicabilidade do artigo 13 do CPC na Turma Recursal – Correspondência aos Tribunais Superiores. (Turma Recursal / Passos. Rec. 0479.09.169826-2. Rel. Alessandra Bittencourt dos Santos Deppner. J. 25/03/10)

JUIZADO ESPECIAL - AGRAVO – PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL – AGRAVO – NÃO CABIMENTO EM SEDE DE JUIZADO ESPECIAL, À MÍNGUA DE PREVISÃO NA LEI Nº 9.099/95. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL. APLICABILIDADE, DESDE QUE ATENDIDOS OS PRESSUPOSTOS OBJETIVOS DO RECURSO INOMINADO. DESERÇÃO – NÃO CONHECIMENTO.

Com base no preceito da fungibilidade recursal e dos princípios que regem os procedimentos dos Juizados Especiais, é lícito o recebimento do agravo como Recurso Inominado, com o objetivo de evitar prejuízo às partes, e desde que atendidos seus pressupostos objetivos.O comprovante deve ser apresentado até 48h após a interposição do recurso, independente de intimação, sob pena de deserção, consoante previsto no art. 42, §1º, c/c o art. 54, parágrafo único, da Lei nº 9.099/95. (Turma Recursal / Betim. Rec. 0027.09.214503-9. Rel. Simone Torres Pedroso. J. 26/02/10)

JUIZADO ESPECIAL – CONSUMIDOR SOLIDARIEDADE – FORNECEDOR - DECADÊNCIA

JUIZADO ESPECIAL – CONSUMIDOR – SOLIDARIEDADE – FORNECEDOR – DECADÊNCIA

O Código de Defesa do Consumidor consagra a responsabilidade solidária ente os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis, quer estejam investidos na qualidade de fabricantes ou comerciantes. Essa solidariedade, entretanto, deve ficar restrita ao prazo da garantia legal estabelecido no art. 26 da Lei 8078/90. (1ª Turma Recursal / Betim. Rec. 027.09.191788-3. Rel. Simone Torres Pedroso. J. 05/06/09)

LIMITE DE 40 SALÁRIOS MÍNIMOS – RESCISÃO CONTRATUAL E RESTITUIÇÃO DE PARCELAS PAGAS

AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL COM PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DAS PARCELAS PAGAS – PROMESSA DE COMPRA E VENDA – VALOR ATRIBUÍDO À CAUSA – LIMITE MATEMÁTICO DE 40 SALÁRIOS-MÍNIMOS VERSUS PEDIDO MEDIATO E IMEDIATO CONCERNENTE À PRETENSÃO VISADA QUE CIRCUNSCREVE APENAS O VALOR DA RESTITUIÇÃO DAS PARCELAS EFETIVAMENTE PAGAS E COMPROVADAS NOS AUTOS: é por demais sabido que os Juizados Especiais Cíveis foram instituídos com o objetivo maior de alcançar um procedimento rápido, simples, mais econômico financeiramente para as partes e sem as inúmeras formalidades encontradas na Justiça Comum, buscando garantir a satisfação do direito de ação nos litígios individuais, apenas sendo competente para tal nas causas de menor complexidade. Então, atento aos princípios que norteiam a essência dos Juizados Especiais Cíveis, parece-me claro que a intenção do legislador, ao mencionar o critério matemático de 40 salários-mínimos, como filtro do valor atribuído às causas, não foi puramente sistemático, de modo que o quantum deve ser analisado sempre em atenção ao pedido constante da inicial e sua complexidade. Aliás, esse foi, por anos e, ao que parece ainda é, o critério utilizado para processamento das ações emergentes dos conflitos entre as administradoras de consórcios e seus participantes que, após a prestação primeva da jurisdição, aportam nesta Turma Recursal. Nesta esteira de raciocínio observo, então, que o valor da causa, inobstante a regra constante do Código de Processo Civil, deve ser espelho da pretensão buscada pelo autor (mediata ou imediata), ou seja, o ressarcimento, somado de eventuais acréscimos de juros compensatórios e de mora, razões pelas quais a mim o recurso é de inegável procedência, a par também da menor complexidade da ação. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. SEM CONDENAÇÃO EM CUSTAS, TAXAS E HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. (2ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 702.10.009353-4. Rel. José Luiz de Moura Faleiros. J. 22/03/10)

NOTA PROMISSÓRIA – COAÇÃO DE VONTADE DO EMITENTE – ÔNUS DA PROVA

AÇÃO DE COBRANÇA – NOTA PROMISSÓRIA QUE NÃO PREENCHE OS REQUISITOS PARA VIA EXECUTIVA – ALEGAÇÃO DE COAÇÃO NA DECLARAÇÃO DE VONTADE DO EMITENTE – ÔNUS DA PROVA DO VÍCIO DE VONTADE – ARTIGOS 404, II C/C 333, II, AMBOS DO CPC – AUSÊNCIA DE PROVA SEGURA – RETIFICAÇÃO DO NOME DE PARTE NO PROCESSO QUE

PODE SER FEITA DE OFÍCIO – RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. A Nota Promissória que não preenche os requisitos para a via executiva pode servir como começo de prova para ação de cobrança. Consoante o disposto no artigo 151 do Código Civil, a coação, para viciar a declaração de vontade, há que ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. Não se desincumbindo do ônus probatório quem alega o vício, não há como dar guarida à sua pretensão, sendo correta a decisão que julgou procedente a ação de cobrança. Em se tratando de erro material, pode ser determinada a retificação do nome da parte no processado, ex officio, independente de requerimento neste sentido. (2ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.08.536023-9. Rel. César Aparecido de Oliveira. J. 18/03/09)

NOTA PROMISSÓRIA – PRESCRIÇÃO – AÇÃO DE COBRANÇA

AÇÃO DE COBRANÇA – NOTA PROMISSÓRIA- PRESCRIÇÃO DO DIREITO DE PLEITEAR O RECEBIMENTO DO VALOR EXPRESSO NA CÁRTULA – NÃO CONFIGURADO. APÓS A PERDA DA FORÇA EXECUTIVA, A NOTA PROMISSÓRIA É APTA A INSTRUIR AÇÃO DE COBRANÇA E AÇÃO MONITÓRIA, PELO PRAZO PRESCRICIONAL DE 5 ANOS, CONFORME DISPÕE O ART. 206, § 5º, I DO NCC, COMO INSTRUMENTO COMPROBATÓRIO DE DÍVIDA LÍQUIDA. PRESCRIÇÃO NÃO CONSUMADA. RECURSO PROVIDO. (1ª Turma Recursal / Ipatinga. Rec. 313.09.282799-4. Rel. Evaldo Elias Penna Gavazza. J. 18/06/09)

PLANO DE SAÚDE – IDOSO – REAJUSTE – FAIXA ETÁRIA

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL – PLANO DE SAÚDE – ESTATUTO DO IDOSO – REAJUSTE DA MENSALIDADE DEVIDO ALTERAÇÃO DE FAIXA ETÁRIA. ILICITUDE. É aplicável aos contratos firmados antes do advento do estatuto do idoso as disposições destes, por se tratar de norma posterior à lei 9.656/98, revogando as disposições desfavoráveis ao consumidor. O reajuste da mensalidade do plano de saúde devido à alteração de faixa etária é ilícita, de acordo com o §3º do art. 15 do estatuto do idoso. Sentença mantida. (1ª Turma Recursal / Betim. Rec. 027.09.190265-3. Rel. Simone Torres Pedroso. J. 05/06/09)

RELAÇÃO DE CONSUMO – RESPONSABILIDADE – CADEIA DE FORNECEDORES

RELAÇÃO DE CONSUMO – RESPONSABILIDADE DA CADEIA DE FORNECEDORES – EXCLUSÃO DA LIDE DE QUEM APENAS PRESTOU SERVIÇOS DE TELEFONIA E NÃO TEVE NENHUMA NEGOCIAÇÃO COM A VENDA DE APARELHO COM DEFEITO – CONDENAÇÃO MANTIDA QUANTO AO FABRICANTE E VENDEDOR – APLICABILIDADE DA REGRA DO ARTIGO

509, PARÁGRAFO ÚNICO DO CPC – LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO – LITISCONSORTES COM INTERESSES DISTINTOS. A prestadora de serviços de telefonia não tem responsabilidade na cadeia de fornecedores de um aparelho celular vendido com defeito, porquanto a referida responsabilidade deve recair sobre o fabricante e o vendedor nos termos dos artigos 18 e seguintes do CDC. O contrato de prestação de serviços firmado com uma operadora, por si só, não tem relação com o defeito existente no aparelho que foi habilitado pelo próprio consumidor para operá-lo. De outro lado, quando fica demonstrado nos autos, interesses distintos dos litisconsortes, o recurso interposto por um deles não se aproveita aos demais que não recorreram. (1ª Turma Recursal / Divinópolis. Rec. 0223.08.264327-9. Rel. José Maria dos Reis. J. 10/05/10)

REVISÃO DE CONTRATO BANCÁRIO

REVISÃO DE CONTRATO BANCÁRIO – não mais prevalece o “pacta sunt servanda” no que concerne às relações de natureza bancária, dada a discrepância verificada entre o consumidor e os conglomerados financeiros. Se a taxa de juros pactuada não respeita a função social do contrato e a boa-fé contratual deve ser readequada. (4ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.09.557773-1. Rel. Maria Luíza Santana Assunção. J. 09/09/09)

SERVIÇOS EDUCACIONAIS – INFORMAÇÕES PRESTADAS PELA UNIVERSIDADE INSUFICIENTES – DIPLOMA - APOSTILAMENTO

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EDUCACIONAIS – APLICAÇÃO CDC – RESPONSABILIDADE OBJETIVA – DESNECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DE CULPA OU DOLO – INFORMAÇÕES NÃO PRESTADAS OU PRESTADAS INSUFICIENTEMENTE PELA UNIVERSIDADE – RESTRIÇÃO AO USO DO DIPLOMA – DANO MORAL CONFIGURADO – VALOR DA INDENIZAÇÃO – CARÁTER REPARADOR E REEDUCADOR – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO NÃO PROVIDO.

1) Em se tratando de relação consumerista, os prestadores de serviços respondem objetivamente, isto é, basta a comprovação do ato, do dano e do nexo causal entre o ato e o dano, sendo prescindível a comprovação da culpa ou dolo;

2) A falta de informações ou as informações prestadas de maneira insuficiente, no que tange a necessidade de apostilamento do diploma de pedagogia, para exercício de profissão, se causa danos morais ao consumidor estudante, impedindo-o de exercer a profissão, deve ser ressarcido;

3) No tocante ao valor da indenização, este deve ser fixado num importe que, além de reparar o dano causado, seja capaz de reeducar o lesionador, de maneira a evitar que este reincida em sua conduta e volte a causar novos danos a terceiros.

(3ª Turma Recursal / Uberlândia. Rec. 0702.09.557388-8. Rel. Édila Moreira Manosso. J. 22/04/09)