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à frente do nosso tempo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 1/14 Instituto de Meteorologia, I. P. Rua C – Aeroporto de Lisboa Tel.: (351) 21 844 7000 e-mail: [email protected] 1749-077 Lisboa – Portugal Fax: (351) 21 840 2370 URL: http://www.meteo.pt Nº5, Maio 2011 CONTEÚDOS IM,I.P. 01 Resumo 02 Descrição Meteorológica 03 Descrição Agrometeorológica 08 Informação agrometeorológica especifica 10 Previsão Mensal 11 Anexos Figura 1- Classificação da precipitação em relação aos decis no mês de maio RESUMO Boletim Meteorológico para a Agricultura Maio 2011 Produzido por Instituto de Meteorologia, I.P. Também disponível em www.meteo.pt Durante o mês de maio de 2011 no Continente, os valores da temperatura média do ar registados nas três décadas do mês foram muito altos, em particular na 2ª e 3ª décadas, com valores muito superiores ao valor normal 1971-2000, registando- se anomalias entre 3ºC e 6ºC. Durante o mês ocorreram 2 ondas de calor: a primeira verificou-se no período de 9 a 19 de maio e afetou as regiões do litoral Norte e Centro e a região a sul do rio Tejo, exceto Algarve e alguns locais do Baixo Alentejo. A segunda onda de calor ocorreu na última década (20 a 30 de maio), apenas nas regiões do Norte, em particular no interior. Quanto à precipitação, em geral choveu menos nas regiões do Norte e parte do Centro, exceto na 1ª década na zona de Chaves, e nas restantes regiões do Centro e na região do Sul ocorreram valores altos de precipitação, que nalguns locais foram muito superiores ao valor normal 1971-2000. Desta forma, maio classifica-se como muito seco a normal na região Norte e parte da região Centro, sendo mesmo nalguns locais do Norte extremamente seco. Nas restantes regiões (Centro e Sul) o mês foi chuvoso a muito chuvoso, sendo mesmo extremamente chuvoso em alguns locais do Algarve (Figura 1). Os valores em percentagem de água no solo no final do mês de maio, nalguns locais do Norte, são inferiores a 50% e os valores mais altos ocorrem na região de Lisboa e de Cabril (Gerês). A temperatura acumulada para a vinha apresenta os menores valores, 201 a 400ºC, nalgumas áreas do interior Norte e Centro do território e os maiores valores, superiores a 500ºC, essencialmente na região a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, mas também nalgumas áreas da Beira Litoral e do Douro. Boletim meteorológico para a agricultura ISSN 2182-0597 Publicação Mensal DIRETOR: Dr. Adérito Vicente Serrão

Boletim meteorológico para a agricultura€¦ · 08 Informação agrometeorológica especifica 10 Previsão Mensal 11 Anexos Figura 1 - Classificação da precipitação em relação

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Nº5, Maio 2011 CONTEÚDOS

IM,I.P.

01 Resumo 02 Descrição Meteorológica 03 Descrição

Agrometeorológica 08 Informação

agrometeorológica especifica 10 Previsão Mensal 11 Anexos

Figura 1- Classificação da precipitação em relação aos decis no mês de maio

RESUMO

Boletim Meteorológico para a Agricultura Maio 2011 Produzido por Instituto de Meteorologia, I.P. Também disponível em www.meteo.pt

Durante o mês de maio de 2011 no Continente, os valores da temperatura média do ar registados nas três décadas do mês foram muito altos, em particular na 2ª e 3ª décadas, com valores muito superiores ao valor normal 1971-2000, registando-se anomalias entre 3ºC e 6ºC. Durante o mês ocorreram 2 ondas de calor: a primeira verificou-se no período de 9 a 19 de maio e afetou as regiões do litoral Norte e Centro e a região a sul do rio Tejo, exceto Algarve e alguns locais do Baixo Alentejo. A segunda onda de calor ocorreu na última década (20 a 30 de maio), apenas nas regiões do Norte, em particular no interior. Quanto à precipitação, em geral choveu menos nas regiões do Norte e parte do Centro, exceto na 1ª década na zona de Chaves, e nas restantes regiões do Centro e na região do Sul ocorreram valores altos de precipitação, que nalguns locais foram muito superiores ao valor normal 1971-2000. Desta forma, maio classifica-se como muito seco a normal na região Norte e parte da região Centro, sendo mesmo nalguns locais do Norte extremamente seco. Nas restantes regiões (Centro e Sul) o mês foi chuvoso a muito chuvoso, sendo mesmo extremamente chuvoso em alguns locais do Algarve (Figura 1). Os valores em percentagem de água no solo no final do mês de maio, nalguns locais do Norte, são inferiores a 50% e os valores mais altos ocorrem na região de Lisboa e de Cabril (Gerês). A temperatura acumulada para a vinha apresenta os menores valores, 201 a 400ºC, nalgumas áreas do interior Norte e Centro do território e os maiores valores, superiores a 500ºC, essencialmente na região a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, mas também nalgumas áreas da Beira Litoral e do Douro.

Boletim meteorológico para a agricultura

ISSN 2182-0597Publicação Mensal

DIRETOR: Dr. Adérito Vicente Serrão

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1. Descrição meteorológica

1ª Década, 01-10 de maio de 2011 O estado do tempo no Continente, nos dias 1 e 2, foi condicionado por depressões, com expressão aos vários níveis da troposfera, centradas na península Ibérica ou na região atlântica a oeste do Continente, com ocorrência de aguaceiros, por vezes fortes e de granizo, e acompanhados de trovoada. Entre os dias 6 e 8, a passagem de ondulações frontais associadas a uma depressão, centrada a oeste da Irlanda, deu origem a chuva, por vezes em regime de aguaceiros, em especial nas regiões norte e centro. A intensificação de anticiclones ou cristas anticiclónicas que se localizaram entre o Continente e as regiões autónomas condicionaram o estado do tempo nos restantes dias, com diminuição gradual da nebulosidade e subida da temperatura máxima, em particular nos dias 9 e 10. O vento predominou do quadrante oeste, exceto no dia 10 em que se estabeleceu um fluxo de leste.

2ª Década, 11-20 de maio de 2011 O estado do tempo no Continente foi condicionado por depressões, com expressão aos vários níveis da troposfera que se centraram na região vizinha, ora sobre o Atlântico adjacente, ora sobre Espanha, até ao dia 14. Neste dia ocorreu a passagem de uma superfície frontal fria de fraca atividade e, a partir do dia 15, o estado do tempo foi condicionado por vales depressionários que se estenderam desde Marrocos para norte, que por vezes foram reforçados pelo efeito da depressão de origem térmica no interior da península Ibérica. Esta década foi então caracterizada pelo céu pouco nublado ou limpo, aumentando temporariamente de nebulosidade durante a tarde, com ocorrência de aguaceiros muito localizados, em especial nas regiões do interior, por vezes fortes a muito fortes, de granizo e acompanhados de trovoada. Em particular, entre os dias 17 e 19, os aguaceiros foram mais generalizados e mais intensos e ocorreu uma descida da temperatura. Nesta década também se formaram neblinas ou nevoeiros, durante a noite e manhã, no litoral das regiões norte e centro.

3ª Década, 21-31 de maio de 2011 O estado do tempo no Continente foi condicionado por depressões ou vales depressionários, com expressão aos vários níveis da troposfera, que por vezes foram reforçados pelo efeito da depressão de origem térmica no interior da península Ibérica. A massa de ar predominante foi instável e esta década foi então caracterizada pelo céu pouco nublado ou limpo, aumentando temporariamente de nebulosidade durante a tarde com ocorrência de aguaceiros muito localizados, em especial nas regiões do interior, por vezes fortes a muito fortes, de granizo e acompanhados de trovoada. Em particular, entre os dias 25 e 30, os aguaceiros foram mais intensos e ocorreu uma descida da temperatura no dia 27. No dia 31, o anticiclone localizado na região dos Açores durante toda a década, intensificou ligeiramente e deslocou-se para leste, dando origem a uma diminuição significativa da frequência e intensidade dos aguaceiros, assim como a uma ligeira subida da temperatura.

Descrição meteorológica e agrometeorológica

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2. Descrição agrometeorológica

2.1 Temperatura Os valores da temperatura média no Continente foram, em geral, muito altos, em particular nas 2ª e 3ª décadas de maio, muito superiores aos valores normais 1971-2000. Assim, na 1ª década os valores variaram entre 9.5ºC em Penhas Douradas e 18.3ºC em V. Real Sto António, e os desvios em relação aos valores normais variaram, entre +0.3ºC em Luzim e Setúbal e +2.5ºC em Cabo Carvoeiro. Na 2ª década os valores variaram entre 14.1ºC em Penhas Douradas e 23.0ºC em Reguengos e os desvios variaram entre +3.9ºC em Castelo Branco e +6.6ºC em Monção. Finalmente, na 3ª década os valores observados variaram entre 16.1ºC em Penhas Douradas e 23.9ºC em Pinhão e os desvios variaram, entre +3.2ºC em Cabo Carvoeiro e +5.6ºC em Monção, Guarda e Penhas Douradas (Figura 2).

Figura 2 Distribuição espacial da temperatura média do ar nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de maio de 2011 (em cima) e

respetivos desvios em relação à média 1971-2000 (em baixo)

1ªd. 2ªd. 3ªd.

1ªd. 2ªd. 3ªd.

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2.2 Temperaturas acumuladas1/Avanço-Atraso das culturas

No Quadro I apresentam-se os valores da temperatura acumulada no final de maio de 2011, para várias localidades do Continente, considerando a temperatura base de 0ºC desde setembro e de 6ºC desde janeiro. O mesmo quadro contém também informação sobre o número de dias de atraso ou avanço potencial mensal das culturas para temperaturas base de 0, 4, 6 e 10ºC, verificando-se avanço potencial em todos os locais analisados.

Quadro I Temperaturas acumuladas (graus-dia) no mês de maio e o acumulado desde 01 setembro-2010 e desde 01 janeiro-2011, para diferentes temperaturas base, e respetivo número de dias de atraso

ou avanço potencial das culturas no mês.

Estações

Temperaturas acumuladas no mês de maio T acumuladas desde

T0ºC Nº dias avanço atraso

T4ºC Nº dias avanço atraso

T6ºC Nº dias avanço atraso

T10ºC Nº dias avanço atraso

01 setembro 2010

Tb=0ºC

01 janeiro 2011

Tb=6ºC

Bragança 518 4.1 394 5.7 332 7.1 208 14.1 2817 736

Vila Real 561 7.9 437 10.9 375 13.6 251 26.7 3188 916

Porto/P.R. 545 7.4 451 10.1 389 12.4 265 22.6 3873 1229

Viseu/C.C. 555 6.9 431 9.6 369 11.8 245 22.6 3227 922

Coimbra/C. 597 5.5 473 7.3 411 8.7 287 14.2 3871 1223

Castelo Branco 605 4.8 481 6.2 419 7.4 295 11.6 3689 1089

Portalegre 606 8.2 482 11.1 420 13.5 296 23.7 3703 1109

Lisboa/I.G. 656 6.5 532 8.4 470 9.9 346 15.2 4368 1491

Évora/C.C. 616 6.4 492 8.5 430 10.2 306 16.6 3852 1008

Beja 633 6.1 509 8.0 447 9.4 323 14.8 4050 1279

Faro 648 5.6 524 7.2 462 8.4 338 12.8 4551 1541

2.3 Precipitação Na primeira década, os valores de precipitação foram mais elevados na região do litoral e na zona de Chaves, na 2ª década os valores foram mais baixos na região Norte e mais elevados na região Centro e Sul, em particular na zona de Faro e de Portalegre. Na 3ª década, é de salientar o litoral Norte e alguns locais de Trás-os-Montes, com valores muito baixos de precipitação, também as regiões do interior Sul onde choveu pouco. Em termos de percentagem em relação ao valor normal 1971-2000, na 1ª década salienta-se parte da região Norte (por exemplo, Chaves, com cerca de duas vezes o valor normal) e o litoral Sul. Na 2ª década, são de destacar os valores de precipitação muito inferiores ao normal nas regiões do Norte e parte do Centro, enquanto que a região Sul registou valores elevados de precipitação, nomeadamente no Algarve e alto Alentejo. Na 3ª década, os valores também foram inferiores à

1Método das temperaturas acumuladas (Ta)/graus-dia: permite analisar o efeito da temperatura na fenologia das plantas. Admitindo que a

temperatura base (Tb) é aquela a partir da qual determinada espécie se desenvolve, num período de n dias a Ta é o somatório das diferenças entre a temperatura média diária e a Tb. Sempre que a temperatura média diária for inferior à Tb, a Ta considera-se nula.

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normal no Norte (excepto em Cabril/Gerês) e em particular no nordeste transmontano e foram muito superiores ao normal na região de Lisboa e na região Sul, nomeadamente no barlavento Algarvio (Figura 3).

Figura 3 Precipitação total nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de maio (em cima) e respetiva percentagem em relação à média

1971-2000 (em baixo).

Em relação à precipitação acumulada desde o início do ano agrícola (01 de setembro de 2010) até 31 de maio 2011, os valores estão próximos dos valores normais (1971-2000), excepto na região de Lisboa, de Chaves e no barlavento Algarvio onde são superiores. Os valores variaram entre 413mm em Escalhão/Figueira Castelo Rodrigo e 1641 mm em Cabril/Gerês. A percentagem da quantidade de precipitação, acumulada desde o início do ano agrícola, em relação à normal, variou entre 78% em Amarante e 211% em Portimão (Figura 4).

1ªd. 2ªd. 3ªd.

1ªd. 2ªd. 3ªd.

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Figura 4 - Precipitação acumulada desde 1 de setembro 2010 (esq.) e percentagem em relação à média 71-2000 (dir.) 2.4 Temperatura e Precipitação a Norte e a Sul do Tejo

Apresentam-se os valores médios decendiais da temperatura e da precipitação a Norte e a Sul do rio Tejo e respetivos desvios em relação a 1971-2000 para o mês de maio (Quadro II).

Quadro II Temperatura e Precipitação a Norte e a Sul do Tejo – maio 2011

2.5 Evapotranspiração de referência2

Na Figura 5 apresenta-se a distribuição decendial dos valores de evapotranspiração de referência (ETo) (Penman-Monteith) em maio de 2011, estimada por análises do modelo numérico Aladin, e segundo o método da FAO. Verifica-se que na 1ª e 3ª décadas os valores de ETo foram mais baixos, em particular na 1ª década, em que foram em geral inferiores a 10mm, enquanto que na 3ª década estes valores ocorreram essencialmente a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela. Na 2ª década obtiveram-se valores mais altos em todo o território, da ordem de 10 a 15mm. 2Este produto está em fase de testes

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Figura 5 – Evapotranspiração de referência nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de maio 2011

2.6 Água no solo

Os valores em percentagem de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, na 1ª década de maio eram superiores a 60% em quase todo o território (exceto na parte sueste do Continente). No entanto, na 2ª década, devido às elevadas quantidades de precipitaram que ocorreram na região Sul, a percentagem de água no solo, voltou a aumentar nessa região e o contrário aconteceu na região Norte, devido aos valores baixos de precipitação, diminuindo ainda mais na 3ª década do mês em quase todo o território (Figura 6).

Figura 6 - Percentagem de água no solo nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de maio 2011

1ªd. 2ªd. 3ªd.

1ªd. 2ªd. 3ªd.

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3. Informação agrometeorológica específica

3.1 Número de horas de frio para a cultura da Pêra Rocha na Região Oeste3

O número de horas de frio (temperaturas inferiores a 7.2ºC) calculado entre 01 de outubro de 2010 e 30 de abril de 2011, para a cultura da Pêra Rocha na região Oeste de Portugal Continental, foram estimados a partir de análises do modelo numérico Aladin. No Quadro III apresentam-se os maiores valores médios do número de horas de frio em 30 de abril de 2011, estimados para os concelhos em análise, assim como os respetivos valores máximo e mínimo e nas sedes dos concelhos. No sítio do IM na internet, em:

http://www.meteo.pt/pt/agrometeorologia/produtos.especificos/index.jsp disponibiliza-se a distribuição espacial do número de horas frio entre outubro e abril para a região Oeste, onde se verifica que quase todos os concelhos atingiram as 550 horas de frio; Apenas os concelhos mais ocidentais e a sul de Peniche (inclusive) e o concelho de V. F. Xira não atingiram esse valor.

Quadro III Número de horas de frio entre 01 outubro de 2010 e 30 abril de 2011

(análises do modelo numérico Aladin)

Concelhos Média do Concelho

Máximo no Concelho

Mínimo no Concelho

Sede de Concelho

Porto de Mós 1141 1286 897 1072

Batalha 1099 1286 907 932

Leiria 897 1120 639 894

Alcobaça 861 1141 597 829

Rio Maior 851 1114 764 878

Santarém 816 1170 652 707

Cadaval 791 856 661 737

Caldas da Rainha 774 963 487 714 Nota: Este produto iniciará novamente o seu cálculo em outubro de 2011, cujos resultados serão

disponibilizados neste boletim, mas a partir dessa data pretende-se estender a área de análise a

todo o território do Continente, atendendo ao interesse suscitado por este produto junto dos

assinantes deste boletim e de produtores de outras fruteiras.

3Região-piloto para implementação de novos produtos agrometeorológicos específicos.

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3.2 Temperaturas acumuladas para a cultura da Vinha4 Na Figura 7, apresenta-se a distribuição espacial da temperatura acumulada para a vinha entre 01 de abril e 31 de maio de 2011, para Portugal Continental e no Quadro IV apresentam-se os valores da temperatura acumulada no mesmo período para as regiões vitivinícolas, estimados a partir de análises do modelo numérico Aladin. Verifica-se que os menores valores, inferiores a 200 ºC, são escassos e que os valores entre 201 e 400 ºC registam-se apenas nalguns locais do interior Norte e Centro do território. Os maiores valores, superiores a 500ºC, verificam-se essencialmente na região a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, ma também nalgumas áreas da Beira Litoral e do Douro.

Figura 7 Temperaturas acumuladas entre 01 de abril e 31 de maio de 2011 para uma temperatura base de 10ºC,

estimadas a partir de análises do modelo numérico Aladin

4Considera-se para a vinha uma temperatura base para o abrolhamento de 3.5ºC, a qual corresponde à temperatura base das

castas de referência para Portugal Continental, Fernão Pires e Castelão, da colecção ampelográfica nacional, localizada na

Estação Vitivinícola Nacional em Dois Portos. Por questões logísticas, a 31 de Março considera-se o abrolhamento concluído. A

partir de 1 de Abril a temperatura base (Tb) a utilizar será a comum de 10ºC.

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Quadro IV Temperaturas acumuladas entre 01 de abril e 31 de maio de 2011 para a temperatura base de 10ºC, na vinha (estimadas pelas análises do modelo numérico Aladin)

Regiões Vitivinícolas

T acumuladas (ºC) desde 01 de abril 2011 Tb = 10ºC

Média Mínimo Máximo Valor na Sede distrito

Península Setúbal 556 466 638 Setúbal – 600

Tejo 541 399 627 Santarém - 565

Alentejo 535 417 611 Portalegre - 483 Évora - 505 Beja – 542

Algarve 521 381 619 Faro – 606

Lisboa 469 379 627 Lisboa - 560 Leiria – 460

Douro e Porto 458 256 556 Porto – 492*

Vila Real – 392 Pinhão - 514

Beiras 455 40 623

Viseu - 451 Aveiro - 494 Guarda - 315 Coimbra - 525

Castelo Branco – 579

Minho 413 111 534 Viana do Castelo - 411

Braga – 472

Trás-os-Montes 344 64 552 Bragança - 343 * Inclui-se o valor da sede do distrito do Porto apesar de não pertencer à região vitivinícola Douro e Porto

Previsão Mensal para o Território do Continente (com base no modelo do Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo ECMWF)

(Data de referência para a previsão: 02/06/2011) Período de 06/06/2011 a 03/07/2011

Na precipitação total semanal prevêem-se valores acima do normal, para toda a região a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, na semana de 06/06 a 12/06, estendendo-se a todo o território, na semana de 13/06 a 19/06. Na semana de 20/06 a 26/06 preveem-se valores abaixo do normal para a região Sul. Na semana de 27/06 a 03/07 não é possível identificar a existência de sinal estatisticamente significativo. Na temperatura média semanal preveem-se valores abaixo do normal, para todo o território, nas semanas de 06/06 a 12/06 e de 13/06 a 19/06. Nas semanas de 20/06 a 26/06 e de 27/06 a 03/07 não é possível identificar a existência de sinal estatisticamente significativo

Previsão mensal

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ANEXO I - Carta da radiação solar global mensal (maio 2011) Baseado nos dados registados na rede de estações meteorológicas automáticas do IM.

ANEXO II - Valores de alguns elementos meteorológicos em maio de 2011 No quadro A1 apresentam-se os valores médios decendiais da temperatura mínima (Tmin), temperatura máxima (Tmax) diárias e da humidade relativa às 09UTC (HR) a 1.5 m, da precipitação (Prec) e do vento médio diário (V) a 10 m.

ANEXO III - Valores de alguns elementos agrometeorológicos em maio de 2011

No quadro A2 apresentam-se os valores decendiais da temperatura da relva (Trelva) e do solo a 5 e 10cm de profundidade (Tsolo), da evapotranspiração de referência (ET0) e percentagem de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas.

ANEXOS

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à frente do nosso tempo

Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 12/14 Instituto de Meteorologia, I. P.

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ANEXO I - Carta da radiação solar global mensal em maio de 2011

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à frente do nosso tempo

Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 13/14 Instituto de Meteorologia, I. P.

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ANEXO II - Valores de alguns elementos meteorológicos em maio de 2011 por década (1ª, 2ª e 3ª)

Quadro A1

Estação Tmin (ºC) Tmáx (ºC) Prec (mm) HR (%) V (Km/h) ( a 10m) Década 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª V. Castelo 10.6 13.3 13.9 19.8 25.7 24.4 14.7 10.6 0.7 80.1 59.4 70.3 2.4 2.3 2.2 Bragança 7.0 10.4 11.6 19.2 24.5 26.9 32.9 6.2 7.3 81.0 68.8 68.5 2.0 1.9 1.8 Vila Real 8.8 12.5 13.7 19.7 25.9 27.0 10.4 19.3 20.7 79.5 67.2 71.3 1.8 1.7 1.5 Braga 10.8 14.1 14.3 21.4 28.3 28.2 - 15.5 16.4 85.7 60.3 68.9 1.6 1.6 1.3 Porto/P.R 12.0 15.4 15.1 19.2 25.3 24.2 10.8 7.2 1.7 72.9 61.1 69.5 3.0 2.8 2.5 Viseu 9.4 13.4 14.5 18.6 24.8 25.4 19.9 58.6 35.0 77.6 61.8 68.3 2.8 3.7 2.4 Aveiro 12.8 16.7 16.7 19.9 24.9 24.1 - 0.1 - 75.1 69.0 75.2 2.4 2.0 1.9 Guarda 7.9 10.6 13.6 16.1 21.5 23.2 13.5 27.0 15.7 83.8 74.8 70.2 3.6 2.8 2.4 Coimbra 11.3 14.7 15.4 20.4 27.1 26.3 23.7 41.2 25.4 78.5 71.4 80.6 2.4 2.0 1.9 C. Branco 11.2 14.4 15.7 21.7 26.5 27.3 9.2 22.0 13.5 71.3 65.8 63.8 2.6 2.5 2.1 Leiria 10.7 14.1 15.6 21.0 27.1 25.7 31.6 27.4 8.6 89.7 81.8 85.7 1.8 1.7 1.8 Portalegre 11.4 15.2 17.4 20.6 26.0 26.3 15.5 84.7 6.5 74.9 65.6 61.7 2.7 3.5 2.6 Santarém/F.B 11.5 15.5 15.6 22.3 28.9 27.9 - - 23.1 76.4 67.5 75.1 2.3 2.2 2.3 Lisboa/I.G. 14.0 17.9 17.9 21.8 27.7 27.0 12.5 20.3 59.7 70.2 69.6 70.7 2.9 3.4 3.1 Setúbal 11.0 14.9 15.7 21.6 28.7 27.9 28.0 30.0 16.0 88.6 83.9 84.5 1.5 1.5 1.7 Évora 10.2 13.8 15.2 22.3 27.9 28.5 9.1 27.4 45.4 75.5 68.1 71.6 2.9 2.4 2.7 Beja 11.4 15.3 16.5 22.4 28.2 28.2 7.5 37.4 9.2 75.5 64.8 69.2 3.0 2.7 2.8 Faro 14.8 18.1 19.6 21.6 24.7 26.4 8.2 85.1 4.8 65.3 61.1 63.5 3.6 5.1 4.1

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à frente do nosso tempo

Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 14/14 Instituto de Meteorologia, I. P.

Rua C – Aeroporto de Lisboa Tel.: (351) 21 844 7000 e-mail: [email protected] 1749-077 Lisboa – Portugal Fax: (351) 21 840 2370 URL: http://www.meteo.pt

ANEXO III - Valores de alguns elementos agrometeorológicos em maio de 2011 por década (1ª, 2ª e 3ª)

Quadro A2

Estação Trelva (ºC) Tsolo 5cm(ºC) Tsolo 10cm(ºC) ET0 (mm) Água Solo (%) Década 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª V. Castelo 8.9 11.5 12.3 17.0 20.4 21.7 16.5 19.6 21.2 8.3 10.2 9.3 59.0 42.0 33.0 Bragança 6.2 8.0 9.7 14.9 17.7 19.7 14.6 17.3 19.3 8.0 10.8 9.2 73.9 60.8 49.9 Vila Real 6.4 9.9 11.2 15.5 19.4 20.3 14.8 18.6 19.2 6.1 10.1 8.1 56.5 55.1 50.0 Braga 9.6 10.4 11.3 14.9 18.5 21.0 15.0 18.1 20.8 6.1 11.7 7.7 75.0 60.0 58.2 Porto/P.R 9.3 11.3 10.8 16.3 18.8 19.9 16.9 19.1 20.2 9.2 12.7 9.1 43.9 33.5 26.0 Viseu 7.7 12.9 11.6 14.5 16.9 19.1 14.8 17.1 19.1 6.3 12.0 8.3 78.6 83.0 74.7 Aveiro 10.5 13.7 14.1 17.9 21.4 22.6 17.3 20.3 21.5 10.6 11.8 9.0 - - - Guarda 6.8 10.2 11.6 12.4 15.4 16.8 12.9 15.9 17.1 7.8 9.2 8.5 72.0 71.9 60.1 Coimbra 9.9 12.5 14.1 17.3 19.8 21.0 17.3 19.7 20.8 8.3 10.7 8.0 68.2 68.0 65.4 C. Branco 9.6 12.6 13.8 15.6 19.2 21.8 14.6 18.3 19.9 13.1 16.7 14.3 72.2 63.4 48.7 Leiria 9.7 13.2 14.9 16.2 20.0 20.7 16.0 19.6 20.4 6.8 9.1 7.2 - - - Portalegre 10.9 14.9 16.6 16.5 20.8 25.4 15.3 19.5 21.4 10.0 16.4 13.9 76.0 95.1 68.4 Santarém/F.B 9.8 14.0 14.3 16.6 18.8 19.6 16.7 18.8 19.6 8.0 12.9 10.6 - - - Lisboa/I.G. 12.3 16.3 15.7 18.9 21.4 22.3 18.3 20.5 21.0 11.1 15.9 13.4 72.3 62.7 79.0 Setúbal 10.5 14.6 15.0 19.5 23.9 23.7 18.0 22.5 22.3 11.3 12.5 13.5 68.0 55.9 57.0 Évora 8.0 12.5 13.5 18.1 21.7 22.1 18.4 22.0 22.5 9.1 9.8 11.3 68.8 65.4 70.4 Beja 9.0 12.6 13.4 16.8 20.8 21.6 17.4 21.3 22.0 9.8 13.2 12.0 69.0 70.5 51.6 Faro 14.8 17.7 19.3 19.3 21.3 22.7 19.4 21.5 22.8 17.1 20.0 20.2 45.0 74.6 58.0