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à frente do nosso tempo Ministério da Educação e Ciência 1/14 Instituto de Meteorologia, I. P. Rua C – Aeroporto de Lisboa Tel.: (351) 21 844 7000 e-mail: [email protected] 1749-077 Lisboa – Portugal Fax: (351) 21 840 2370 URL: http://www.meteo.pt Nº10, outubro 2011 CONTEÚDOS IM,I.P. 01 Resumo 02 Descrição Meteorológica 03 Descrição Agrometeorológica 08 Informação agrometeorológica especifica 11 Previsão Mensal 11 Anexos Figura 1- Número de dias em onda de calor em outubro de 2011 RESUMO Boletim Meteorológico para a Agricultura outubro 2011 Produzido por Instituto de Meteorologia, I.P. Também disponível em www.meteo.pt Em outubro 2011 os valores da temperatura média do ar no Continente, estiveram muito altos nas 1ª e 2ª décadas do mês, com desvios em relação ao valor normal (1791-2000) entre +2ºC e +9ºC e com ocorrência de 2 ondas de calor (Fig. 1). Na 3ª década do mês, os valores já estiveram próximos ou inferiores ao valor normal, em grande parte das regiões do Norte e Centro e superiores ao normal na região Sul e na região Oeste. Os valores de precipitação foram muito baixos nas 1ª e 2ª décadas do mês de outubro, não tendo mesmo ocorrido precipitação em praticamente todo o território do Continente. Pelo contrário, na 3ª década registou-se precipitação em todas as estações meteorológicas, com valores foram muito elevados, superiores aos valores normais (1971-2000). Os valores em percentagem de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, no final do mês de outubro, aumentaram, variando no final do mês entre 20% e 80%, devido aos elevados valores de precipitação que se verificaram na 3ª década, já que na 1ª e 2ª décadas continuavam muito baixos. Em 1 de outubro iniciou-se o cálculo das horas de frio acumuladas para todo o território do continente, verificando-se que apenas nas regiões de altitude do Norte e na Serra da Estrela ocorreram valores acumulados superiores a 125 horas. Boletim meteorológico para a agricultura ISSN 2182-0597 Publicação Mensal DIRETOR: Dr. Adérito Vicente Serrão

Boletim meteorológico para a agricultura · Em relação à precipitação acumulada desde o início deste novo ano agrícola 2011/12 (01 setembro e 31 de outubro 2011), os valores

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Nº10, outubro 2011

CONTEÚDOS

IM,I.P.

01 Resumo

02 Descrição Meteorológica

03 Descrição

Agrometeorológica

08 Informação

agrometeorológica especifica 11 Previsão Mensal

11 Anexos

Figura 1- Número de dias em onda de calor em outubro de 2011

RESUMO

Boletim Meteorológico para a Agricultura outubro 2011 Produzido por Instituto de Meteorologia, I.P. Também disponível em www.meteo.pt

Em outubro 2011 os valores da temperatura média do ar no Continente,

estiveram muito altos nas 1ª e 2ª décadas do mês, com desvios em relação ao

valor normal (1791-2000) entre +2ºC e +9ºC e com ocorrência de 2 ondas de

calor (Fig. 1). Na 3ª década do mês, os valores já estiveram próximos ou

inferiores ao valor normal, em grande parte das regiões do Norte e Centro e

superiores ao normal na região Sul e na região Oeste.

Os valores de precipitação foram muito baixos nas 1ª e 2ª décadas do mês de

outubro, não tendo mesmo ocorrido precipitação em praticamente todo o

território do Continente. Pelo contrário, na 3ª década registou-se precipitação

em todas as estações meteorológicas, com valores foram muito elevados,

superiores aos valores normais (1971-2000).

Os valores em percentagem de água no solo, em relação à capacidade de água

utilizável pelas plantas, no final do mês de outubro, aumentaram, variando no

final do mês entre 20% e 80%, devido aos elevados valores de precipitação

que se verificaram na 3ª década, já que na 1ª e 2ª décadas continuavam muito

baixos.

Em 1 de outubro iniciou-se o cálculo das horas de frio acumuladas para todo o

território do continente, verificando-se que apenas nas regiões de altitude do

Norte e na Serra da Estrela ocorreram valores acumulados superiores a 125

horas.

Boletim meteorológico para a agricultura

ISSN 2182-0597Publicação Mensal

DIRETOR: Dr. Adérito Vicente Serrão

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1. Descrição Meteorológica

1ª Década, 01-10 de outubro de 2011 A situação meteorológica na 1ª década de outubro foi caracterizada por um anticiclone de

bloqueio, localizado inicialmente sobre a Europa Central, com uma depressão centrada entre os

Açores e a Madeira e uma outra no sueste europeu. Este anticiclone estendia-se a quase toda a

Europa Ocidental, desde a Escândinâvia ao Mediterrânio e da Polónia à Península Ibérica. No

decorrer da década, este anticiclone deslocou-se para oeste, vindo a localizar-se no Golfo da

Biscaia e, nos dias 6 e 7, a noroeste da Corunha. Associado a este anticiclone, uma massa de ar

muito quente e seco – Ar tropical Continental – originou valores muito elevados de temperatura,

tendo dado origem a vaga de calor em vários locais de Portugal Continental.

A corrente de leste, definida por esta situação meteorológica, sobre o Continente e a massa de ar

seco, deram origem a céu limpo, vento em geral fraco de leste e valores baixos da humidade

relativa do ar. Apenas nos dias 6 e 7 o vento soprou do quadrante norte moderado, por vezes forte

no litoral e nas terras altas, e registou-se uma descida da temperatura.

2ª Década, 11-20 de outubro de 2011 A situação meteorológica na 2ª década de outubro, de forma semelhante à 1ª década, continuou a

ser caracterizada por um anticiclone de bloqueio localizado na Europa Ocidental - Península

Ibérica e ilhas Britânicas, ou na região Atlântica próxima. Esta situação meteorológica continuou

a originar, céu limpo, vento em geral fraco do quadrante leste e valores da temperatura do ar

muito elevados, tendo sido ultrapassados, em alguns locais, os valores absolutos para outubro. O

posicionamento do referido anticiclone na região Atlântica, a noroeste da Península Ibérica, a

partir do dia 14, conjuntamente com uma depressão pouco cavada, centrada a oeste da costa

ocidental portuguesa entre 14 e 16, originaram um aumento temporário da nebulosidade e descida

gradual da temperatura do ar que se manteve, no entanto, com valores acima dos normais. Na

segunda parte da década, ocorreram, por vezes, neblinas ou nevoeiros matinais no litoral entre o

Cabo Mondego e o Cabo Raso.

3ª Década, 21-31 de outubro de 2011 A situação meteorológica na 3ª década de outubro começou por ter a influência do anticiclone dos

Açores, localizado a oeste deste arquipélago e, no dia 22, por uma depressão centrada a sul do

Continente. Nestes dias o céu esteve em geral pouco nublado, excepto na tarde de 22, na região

Sul onde houve um aumento temporário de nebulosidade e ocorreram aguaceiros. A partir do dia

23, o território do Continente passou a estar sob a influência de passagem de sistema frontais, em

geral de forte actividade, tendo-se registado valores elevados da precipitação acumulada, em

especial nas regiões do litoral, e vento por vezes forte, predominando do quadrante oeste. Na

madrugada de 24, em Faro, registou-se uma rajada 157 km/h, devido a um donwburst formado

numa supercélula associada à passagem da superfície frontal fria, tendo provocado estragos no

Aeroporto. No dia 26, a passagem de um outro sistema frontal, provocou inundações em vários

locais, em especial do litoral Norte, nomeadamente em Vila do Conde, Póvoa de Varzim e em

Braga, onde choveram 73 mm em 6 h. Nos dias 28 a 30, registou-se uma melhoria significativa

das condições meteorológicas devido à influência do anticiclone dos Açores que se estendeu em

crista para nordeste, desde os Açores até à Europa Central, originando céu pouco nublado e vento

fraco. No dia 31, um novo sistema frontal aproximou-se do noroeste do Continente, originando

aumento de nebulosidade e precipitação.

Descrição meteorológica e agrometeorológica

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2. Descrição Agrometeorológica 2.1 Temperatura Os valores da temperatura média no Continente nas 1ª e 2ª décadas foram superiores aos valores

normais 1971-2000, enquanto na 3ª década estiveram próximos ou inferiores ao valor normal, em

grande parte das regiões do Norte e Centro e superiores na região Sul e na região oeste (Figura 2).

Assim, na 1ª década os valores da temperatura média variaram entre 16.3ºC em Penhas Douradas

e Lamas de Mouro e 24.5ºC em Lisboa/G.C., e os desvios em relação aos valores normais

variaram, entre +2.7ºC em Alcobaça e +6.4ºC em Cabril. Na 2ª década aqueles valores variaram

entre 15.6ºC em Lamas de Mouro e 24.5ºC em Portalegre e os desvios variaram entre +2.3ºC em

Aveiro e +9.3ºC na Guarda. Na 3ª década os valores médios variaram entre 8.2ºC em Penhas

Douradas e 19.7ºC em Faro e os desvios variaram, entre -1.4ºC em Chaves e +2.0ºC em Faro.

Figura 2 Distribuição espacial da temperatura média do ar nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de outubro de 2011 (em cima) e

respetivos desvios em relação à média 1971-2000 (em baixo)

1ªd. 2ªd. 3ªd.

1ªd. 2ªd. 3ªd.

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2.2 Temperaturas acumuladas1/Avanço-Atraso das Culturas

No Quadro I apresentam-se os valores da temperatura acumulada no final de outubro de 2011,

para várias localidades do Continente, considerando a temperatura base de 0ºC desde 1 de

setembro 2011 e de 6ºC desde 1 de janeiro 2011. O mesmo quadro contém também informação

sobre o número de dias de atraso ou avanço potencial mensal das culturas para temperaturas base

de 0, 4, 6 e 10ºC, verificando-se que houve em avanço potencial das culturas em todas as regiões

indicadas.

Quadro I Temperaturas acumuladas (graus-dia) no mês de outubro 2011 e o acumulado desde 01 setembro-2011 e desde 01 janeiro-2011, para diferentes temperaturas base, e respetivo número de dias

de atraso ou avanço potencial das culturas no mês.

Estações

Temperaturas acumuladas no mês de outubro T acumuladas desde

T0ºC Nº dias avanço atraso

T4ºC Nº dias avanço atraso

T6ºC Nº dias avanço atraso

T10ºC Nº dias avanço atraso

01 setembro 2011

Tb=0ºC

01 janeiro 2011

Tb=6ºC

Bragança 466 6.4 342 9.1 280 11.5 164 25.0 1035 2691

Vila Real 529 7.9 405 10.9 343 13.4 221 25.6 1132 2952

Porto/P.R. 587 6.7 463 9.0 401 10.8 277 18.1 1202 3254

Viseu/C.C. 559 9.9 435 13.7 373 16.9 252 32.5 1164 2931

Coimbra/C. 598 7.3 474 7.3 412 8.6 288 13.5 1220 3348

Castelo Branco 612 7.0 488 9.2 426 11.0 302 17.6 1281 3584

Portalegre 635 9.4 511 12.5 449 15.0 325 24.8 1310 3547

Lisboa/I.G. 645 5.6 521 7.1 459 8.2 335 12.0 1249 3823

Évora/C.C. 606 7.6 482 9.9 420 11.7 296 18.4 1265 3431

Beja 637 5.7 513 7.3 451 8.6 327 12.9 1319 3760

Faro 673 5.1 549 6.4 487 7.4 363 10.8 1367 4206

2.3 Precipitação Os valores de precipitação foram muito diferentes nas 1ª e 2ª décadas em relação ao que ocorreu

nas 3ª década. Nas 2 primeiras décadas, não se registou precipitação em grande parte das estações

meteorológicas do Continente e, onde ocorreu, foi inferior a 1mm. Na 3ª década ocorreu

precipitação em todo o Continente e os totais da década variaram entre 17.1mm em Moncorvo e

321.7mm em Lamas de Mouro.

Em termos de percentagem em relação ao valor normal 1971-2000, a precipitação na 1ª e 2ª

décadas foi muito inferior ao valor normal, enquanto que na 3ª década foi muito superior ao

normal, acima de 250% em várias regiões do território (Figura 3, em baixo).

1Método das temperaturas acumuladas (Ta)/graus-dia: permite analisar o efeito da temperatura na fenologia das plantas. Admitindo que a

temperatura base (Tb) é aquela a partir da qual determinada espécie se desenvolve, num período de n dias a Ta é o somatório das diferenças entre a

temperatura média diária e a Tb. Sempre que a temperatura média diária for inferior à Tb, a Ta considera-se nula.

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Figura 3 Precipitação total nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de outubro (em cima) e respetiva percentagem em relação à média

1971-2000 (em baixo).

Em relação à precipitação acumulada desde o início deste novo ano agrícola 2011/12 (01

setembro e 31 de outubro 2011), os valores são inferiores aos normais (1971-2000), exceto na

região de Lisboa e Vale do Tejo e em parte da Beira Interior e do Alentejo. Os valores

acumulados de precipitação variaram entre 24.6mm em Mogadouro e 361.4mm em Lamas de

Mouro (Figura 4, esq.). A percentagem da quantidade de precipitação, acumulada desde o início

do ano agrícola, em relação à normal, variou entre 27% em Travancas (concelho de Chaves) e

164% em S. Julião do Tojal (Figura 4, dir.).

1ªd. 2ªd. 3ªd.

1ªd. 2ªd.

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Figura 4 - Precipitação acumulada desde 1 de setembro a 31 outubro de 2011 (esq.) e percentagem em relação à

média 71-2000 (dir.)

2.4 Temperatura e Precipitação a Norte e a Sul do Tejo

Apresentam-se os valores médios decendiais da temperatura e da precipitação a Norte e a Sul do

rio Tejo e respetivos desvios em relação a 1971-2000 para o mês de outubro (Quadro II).

Quadro II Temperatura e Precipitação a Norte e a Sul do Tejo – outubro 2011

2.5 Evapotranspiração de referência2

Na Figura 5 apresenta-se a distribuição espacial, por décadas, dos valores de evapotranspiração de

referência (ETo, Penman-Monteith) em outubro de 2011, estimada com base em análises do

modelo numérico “Aladin3”, e segundo o método da FAO. Verifica-se que na 1ª década ocorrem

os valores mais elevados de ETo em particular nas regiões do interior centro e sul, da ordem dos

40 mm; Na 2ª década os valores diminuem, registando-se os valores mais altos no interior da

região centro e no sotavento Algarvio; Na 3ª década a ETo volta a diminuir significativamente em

todo o território.

2Este produto está em fase de testes

3Modelo de previsão numérica, de área limitada, desenvolvido e aplicado no âmbito do consórcio europeu “Aladin”

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Na Figura 6 apresenta-se a distribuição espacial da evapotranspiração de referência (ETo,

Penman-Monteith) acumulada entre 01 de setembro (início do ano agrícola) até 31 de outubro de

2011, onde se verifica que a região oriental entre a Beira Baixa e o Alto Alentejo, apresenta os

valores mais altos (superiores a 120mm), enquanto que os valores mais baixos ocorrem em quase

toda região Norte e o quase todo o litoral Ocidental.

Figura 5 – Evapotranspiração de referência nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de outubro 2011

Figura 6 – Evapotranspiração de referência acumulada de 1 de

setembro a 31 outubro 2011

3ªd.

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2.6 Água no solo

Os valores em percentagem de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas

plantas, foram muito baixos nas primeiras 2 décadas de outubro, inferiores a 20% em quase todo o

território, no entanto na 3ª década, devido às elevadas quantidades de precipitação, os valores de

água no solo aumentaram significativamente estando agora no final do mês todo território entre

20% e 80% de percentagem de água no solo, apresentando-se algumas regiões com valores acima

dos 60%, em particular o Minho e a Beira Interior. (Figura 7).

Figura 7 - Percentagem de água no solo nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de outubro 2011

3. Informação agrometeorológica específica

3.1 Número de horas de frio

Na Figura 8 apresenta-se o número de horas de frio (temperaturas inferiores a 7.2ºC) acumuladas

desde o dia 01 de outubro de 2011, estimados a partir de análises do modelo numérico Aladin.

Verifica-se que nas regiões de altitude do Norte e serra da Estrela o número de horas de frio

acumulados é superior a 125 horas. No quadro III apresentam-se os valores do número de horas

de frio acumulados em outubro 2011 nas sedes de distrito de Portugal Continental.

No quadro IV apresenta-se as horas de frio para a pêra rocha, estimado para os concelhos da

região oeste, os 7 maiores valores médios do número de horas de frio, assim como os respectivos

valores máximo e mínimo e na sede de concelho.

1ªd. 2ªd. 3ªd.

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Quadro III Número de horas de frio entre 01 e 31 outubro de 2011

Figura 8 Número de horas de frio acumulados entre 01 e

31 de outubro de 2011 em Portugal Continental (análises

do modelo Aladin).

Quadro IV Número de horas de frio entre 01 e 31 outubro de 2011

(análises do modelo numérico Aladin)

Estações Média do Concelho

Mínimo no Concelho

Máximo no Concelho

Sede de Concelho

Batalha 17.8 10 23 16

Porto de Mós 15.0 0 21 19

Nazaré 13.1 10 15 13

Alcobaça 12.7 6 19 13

Marinha Grande 9.8 2 19 15

Leiria 9.4 3 21 10

Caldas da Rainha 6.5 2 10 5

Bombarral 4.7 2 6 5

Distrito Valor sede distrito

V. Castelo 1

Bragança 86

Vila Real 35

Braga 32

Porto/P.R 19

Viseu 10

Aveiro 3

Guarda 44

Coimbra 1

C. Branco 0

Leiria 10

Portalegre 0

Santarém/F.B 0

Lisboa/I.G. 0

Setúbal 0

Évora 0

Beja 0

Faro 0

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3.2 Temperaturas acumuladas para a cultura da Vinha Nota: Este produto iniciará novamente o seu cálculo em janeiro de 2011, cujos resultados serão

disponibilizados neste boletim, considerando para a vinha a temperatura base para o abrolhamento de

3.5ºC, a qual corresponde à temperatura base das castas de referência para Portugal Continental, Fernão

Pires e Castelão, da coleção ampelográfica nacional, localizada na Estação Vitivinícola Nacional em

Dois Portos.

No sítio do IM na internet, em:

http://www.meteo.pt/pt/agrometeorologia/produtos.especificos/index.jsp

disponibiliza-se a distribuição espacial da temperatura acumulada para a vinha entre 01 de abril e

30 de setembro de 2011, para uma temperatura base de 10ºC, para Portugal Continental. No final

de setembro os maiores valores, superiores a 2000 graus-dia, ocorreram a sul do sistema

montanhoso Montejunto-Estrela (exceto no litoral sul) e nalgumas áreas do interior Norte e

Centro. Os menores valores, inferiores a 1400 graus-dia, ocorreram nalguns locais de altitude do

Norte e na Serra da Estrela.

No quadro V, apresentam-se os últimos valores da temperatura acumulada no período de 01 de

Abril a 30 de Setembro de 2011 para as regiões vitivinícolas, estimados a partir de análises do

modelo numérico Aladin.

Quadro V Temperaturas acumuladas entre 01 de abril e 30 de setembro de 2011 para a temperatura base de 10ºC, na vinha (estimadas pelas análises do modelo numérico Aladin)

Regiões Vitivinícolas

T acumuladas (ºC) desde 01 de abril 2011 Tb = 10ºC

Média Mínimo Máximo Valor na Sede distrito

Alentejo 2137 1581 2461 Portalegre – 1985 Évora – 2073 Beja – 2177

Algarve 2097 1588 2453 Faro – 2370

Península Setúbal 2017 1563 2245 Setúbal – 2142

Tejo 1979 1435 2228 Santarém – 2031

Douro e Porto 1862 1095 2222 Porto –*1608

Vila Real – 1564 Pinhão – 1951

Beiras 1773 606 2472

Viseu – 1728 Aveiro – 1592 Guarda – 1457 Coimbra – 1746

Castelo Branco – 2333

Lisboa 1631 1352 2199 Lisboa – 1886 Leiria – 1585

Trás-os-Montes 1532 723 2211 Bragança – 1555

Minho 1478 674 1856 Viana do Castelo – 1345

Braga – 1665 * Inclui-se o valor da sede do distrito do Porto apesar de não pertencer à região vitivinícola Douro e Porto

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Previsão Mensal para o Território do Continente (com base no modelo do Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo ECMWF)

(Data de referência para a previsão: 10/11/2011)

Período de 14/11/2011 a 11/12/2011

Na precipitação total semanal prevêem-se valores acima do normal, para todo o território, nas

semanas de 14/11 a 20/11, de 21/11 a 27/11 e de 28/11 a 04/12. Na semana de 05/12 a 11/12 não é

possível identificar a existência de sinal estatisticamente significativo.

Na temperatura média semanal prevêem-se valores acima do normal, para todo o território, nas

semanas de 14/11 a 20/11 e de 21/11 a 27/11. Nas semanas de 28/11 a 04/12 e de 05/12 a 11/12

não é possível identificar a existência de sinal estatisticamente significativo.

ANEXO I - Carta da radiação solar global mensal (outubro 2011) Baseado nos dados registados na rede de estações meteorológicas automáticas do IM.

ANEXO II - Valores de alguns elementos meteorológicos em outubro de 2011 No quadro A1 apresentam-se os valores médios decendiais da temperatura mínima (Tmin),

temperatura máxima (Tmax) diárias e da humidade relativa às 09UTC (HR) a 1.5 m, da

precipitação (Prec) e do vento médio diário (V) a 10 m.

ANEXO III - Valores de alguns elementos agrometeorológicos em outubro de 2011

No quadro A2 apresentam-se os valores decendiais da temperatura da relva (Trelva), temperatura

do solo a 5 e a 10cm de profundidade (Tsolo), da evapotranspiração de referência (ET0) estimada

com base em análises do modelo numérico “Aladin” e segundo o método da FAO para as 3

décadas do mês e o valor acumulado no ano agrícola em curso 2011/2012 (com início a 1 de

setembro e fim a 31 de agosto), e percentagem de água no solo, em relação à capacidade de água

utilizável pelas plantas.

ANEXOS

Previsão Mensal

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ANEXO I - Carta da radiação solar global mensal em outubro de 2011

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ANEXO II - Valores de alguns elementos meteorológicos em outubro de 2011 por década (1ª, 2ª e 3ª)

Quadro A1

Estação Tmin (ºC) Tmáx (ºC) Prec (mm) HR (%) V (Km/h) ( a 10m)

Década 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª V. Castelo 13.6 12.1 9.4 26.0 24.7 18.6 0.0 0.2 201.2 61.6 66.8 83.1 2.1 1.9 3.0 Bragança 9.6 8.8 4.4 27.2 27.9 16.6 0.0 0.0 71.5 62.8 56.9 86.3 1.3 1.1 2.1 Vila Real 14.0 13.4 7.4 27.8 27.6 17.0 0.0 0.0 161.7 58.0 53.8 76.9 1.6 1.0 6.1 Braga 11.5 8.8 8.4 30.9 30.4 20.9 0.0 0.0 230.0 66.1 80.1 87.8 1.2 0.8 2.0 Porto/P.R 15.9 13.7 - 27.7 26.3 - 0.0 0.3 - 52.1 62.1 - 2.8 2.4 - Viseu 16.0 16.7 9.0 27.3 28.0 17.0 0.0 0.0 81.5 48.9 41.2 75.9 3.7 2.9 4.3 Aveiro 15.3 13.1 11.8 26.6 24.9 20.3 0.0 0.0 - 59.9 70.6 73.2 2.3 1.6 3.4 Guarda 13.3 14.9 7.1 23.5 25.1 13.6 0.0 0.0 167.0 58.7 44.4 82.2 3.4 2.2 4.8 Coimbra 16.0 15.2 11.4 30.6 29.7 20.5 0.0 0.0 45.9 54.1 53.5 74.4 2.2 1.7 3.8 C. Branco 16.6 15.3 10.7 29.7 29.4 20.0 0.0 0.0 117.4 45.5 42.8 76.9 3.1 1.9 6.1 Leiria 11.8 10.2 - 30.3 30.1 - 0.0 0.0 - 79.4 84.9 - 1.6 1.2 - Portalegre 18.6 19.8 12.0 28.9 29.3 19.5 0.0 0.0 68.2 43.1 32.0 78.4 3.8 2.4 4.0 Santarém/F.B 16.1 13.4 11.6 32.0 30.9 22.2 0.0 0.0 108.6 54.9 67.8 80.1 2.3 1.7 3.3 Lisboa/I.G. 19.3 17.5 14.3 29.4 28.6 22.0 0.0 0.0 114.2 59.1 68.2 76.5 3.7 2.5 4.5 Setúbal 15.2 11.9 11.3 31.1 30.1 22.8 0.0 0.0 82.4 57.2 75.6 81.5 2.0 1.2 2.3 Évora 14.1 12.4 10.8 30.9 30.5 22.1 0.0 0.0 44.9 48.1 60.0 80.6 3.1 2.0 4.2 Beja 16.0 15.5 12.5 30.8 30.4 22.1 0.0 0.0 63.0 56.0 57.4 80.2 2.8 2.2 4.1 Faro 20.3 17.4 16.6 28.1 26.4 22.8 0.0 0.0 60.2 53.2 58.0 67.0 4.1 3.0 5.6

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ANEXO III - Valores de alguns elementos agrometeorológicos em outubro de 2011 por década (1ª, 2ª e 3ª)

Quadro A2

Estação Trelva (ºC) Tsolo 5cm(ºC) Tsolo 10cm(ºC) ET0 (mm) Água Solo (%)

Década 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª Acumu-lado 1ª 2ª 3ª

V. Castelo 11.1 9.5 7.8 17.0 15.0 11.5 18.3 16.7 12.4 9.6 6.3 10.9 62.8 13 11 58 Bragança 7.9 6.7 3.4 15.5 13.4 8.3 16.4 14.5 9.1 9.3 8.3 7.5 79.8 15 14 41 Vila Real 10.6 8.6 7.1 16.1 13.7 8.3 17.8 15.8 9.7 8.7 8.7 8.5 64.9 6 5 40 Braga 8.6 5.5 12.3 16.2 13.5 13.3 17.5 15.2 15.0 9.9 6.3 10.9 62.3 8 7 85 Porto/P.R 10.8 8.5 - 17.7 16.2 - 18.9 17.4 - 10.3 6.8 12.1 64.8 12 10 50 Viseu 11.2 9.5 5.6 18.9 18.0 12.1 19.8 19.0 12.8 9.3 7.2 9.3 85.5 13 11 59 Aveiro 11.8 9.7 9.2 19.3 17.3 13.9 19.2 17.6 14.6 10.6 5.6 10.4 53.0 5 4 - Guarda 9.8 8.9 5.3 16.5 15.7 11.2 17.5 16.6 12.0 8.1 7.8 7.4 98.5 19 17 41 Coimbra 12.3 10.6 9.3 20.0 19.0 14.7 20.6 19.5 15.2 14.2 7.3 12.5 66.6 6 5 29 C. Branco 13.9 11.5 9.0 17.9 15.8 11.7 18.7 17.1 12.5 13.1 9.7 13.1 143.7 6 5 65 Leiria 9.7 8.0 6.6 17.2 15.5 - 18.6 17.1 - 9.5 5.8 8.9 46.4 3 3 - Portalegre 18.0 18.7 11.7 - - - - - - 12.0 7.7 10.5 133.2 7 6 46 Santarém/F.B 13.9 11.2 10.2 20.8 19.7 17.0 21.2 20.4 17.6 8.4 6.5 11.0 84.9 4 4 40 Lisboa/I.G. 16.8 15.2 12.3 19.8 18.7 16.4 20.6 19.6 17.3 9.7 8.6 8.8 101.9 10 8 54 Setúbal 13.3 10.2 9.7 20.6 18.2 14.8 20.3 18.2 15.4 7.7 6.1 7.2 92.9 6 6 79 Évora 10.3 8.5 7.7 19.6 18.1 15.5 20.5 19.0 16.3 6.6 5.7 8.4 98.3 9 8 30 Beja 10.9 9.7 9.7 21.2 20.0 16.7 22.3 21.0 17.9 7.1 5.0 7.8 106.4 12 11 44 Faro 20.0 17.0 16.4 24.7 22.9 20.2 25.2 23.5 20.7 13.7 11.7 15.7 130.3 1 1 33