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INSTITUTO PORTUGUÊS
DO MAR E DA ATMOSFERA, IPMA
Apoio Meteorológico
Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais
ww.ipma.pt
RELATÓRIO de Maio de 2015
Caracterização Meteorológica e Climatológica
Índice de Perigo de Incêndio, FWI, e sub-indices. Índices de risco
de incêndio, RCM, ICRIF: Análise de Resultados
Quantidade de CO2 Equivalente Libertado pelos Incêndios.
Resumo ...................................................................................................................................... 2
1 CARACTERIZAÇÃO METEOROLÓGICA E CLIMATOLÓGICA ............................ 3
1.1Caracterização Meteorológica ........................................................................................... 3
1.2 Caracterização Climatológica ........................................................................................... 3
2 VALORES OBSERVADOS DO RISCO DE INCÊNDIO FLORESTAL: ANÁLISE
DE RESULTADOS .................................................................................................................. 5
2.2 Índice Meteorológico de Perigo de Incêndio Florestal, FWI, em maio de 2015 ........... 5
2.2.1 Sub-Índices do FWI: O Índice de Seca e a Taxa Diária de Severidade ..................................... 5
2.2.2 Sub - Índices do FWI: O Índice de Combustíveis, FFMC, e o índice de Propagação inicial
(ISI) ..................................................................................................................................................... 7
2.2.3 Evolução da média diária do FWI no mês de maio de 2015 ...................................................... 9
2.3 Índice de Risco Conjuntural Meteorológico, RCM: Mapas das classes de risco de
incêndio observadas ao nível do concelho ............................................................................ 10
2.3.1 Evolução da média do risco de incêndio desde 2006 ............................................................... 10
2.3.2 Evolução diária do risco de incêndio em maio ........................................................................ 11
2.4 O Índice de Risco ICRIF ................................................................................................. 12
3 AVALIAÇÃO DAS PREVISÕES DO ÍNDICE METEOROLÓGICO DE RISCO
INCÊNDIO FLORESTAL, FWI. ......................................................................................... 15
4. QUANTIDADE DE CARBONO LIBERTADO NA ATMOSFERA POR INCÊNDIOS
FLORESTAIS......................................................................................................................... 16
ANEXOS ................................................................................................................................... 2
ANEXO I - Mapas diários das classes de Risco de Incêndio, RCM, observado ao nível do
concelho no mês de maio de 2015 ............................................................................................ 2
Anexo II - Mapas diários do IOT (ICRIF Over Threshold) com o limiar 25, para os
concelhos de Portugal Continental, em maio de 2015 ........................................................... 5
Anexo III – Lista e mapa das estações meteorológicas utilizadas no cálculo do índice de
perigo de incêndio FWI em 2015 ............................................................................................ 8
ÍNDICE
Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P.
Rua C – Aeroporto de Lisboa
1749-077 Lisboa – Portugal
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Tel: (+351) 21 844 7000 Fax: (+351) 21 840 2370 url: www.ipma.pt email: [email protected]
Resumo
Análise Meteorológica Climatológica
Devido à predominância de situações de corrente de leste na segunda e terceira semana de
maio, registaram-se valores baixos da humidade relativa do ar, vento por vezes forte e
valores elevados da temperatura, sendo o valor médio da temperatura média do ar em
maio de 2015 o segundo mais alto desde 1931. A precipitação total no mês de maio de
2015 foi inferior ao normal em quase todo o território, encontrando-se o território do
Continente, com exceção do litoral Norte, no final de maio, nas classes de seca moderada
e severa.
Índice de seca, DC e a taxa diária de severidade, DSR
O valor médio do índice de seca, DC, em maio de 2015, no Continente, foi de 182, valor
inferior à média dos últimos quinze anos (202). A taxa diária de severidade, DSR, em
maio de 2015, registou uma subida acentuada, situando-se entre as quatro mais
gravosas desde 2003.
O índice meteorológico de perigo de incêndio florestal, FWI
A partir do dia 10, o valor médio no Continente do índice de combustíveis finos, FFMC,
e do índice de propagação inicial, ISI, registaram, respetivamente, valores superiores
ao percentil 90 e percentil 75, percentil relativo ao período de maio a outubro,
caracterizando, assim, a gravidade da situação meteorológica. Naquele período o índice de
perigo de incêndio, FWI, no Continente, registou valores entre o percentil 50 e 75.
Risco de incêndio florestal, RCM
O valor médio do risco de incêndio RCM no Continente, em maio de 2015, foi o segundo
mais alto desde 2006 (ano de início de cálculo deste produto), com 1,98. Os valores mais
elevados do risco de incêndio RCM ocorreram a partir do dia 10, subindo para as classes
de risco Elevado ou Muito Elevado, com exceção do litoral Norte e Centro onde foi
Reduzido ou Moderado.
Risco de incêndio florestal, ICRIF e áreas de risco elevado (ICRIF> 25)
O valor médio do índice de risco ICRIF com valores superiores a 25 (IOT>25) em maio
de 2015 foi superior à média de 1999-2014, em especial nas regiões Centro e Sul, onde
apresentou, frequentemente, valores acima do percentil 95, a partir do dia 19, na região
Norte e, a partir do dia 13, na região Sul.
Quantidade de CO2 equivalente libertado pelos incêndios
A quantidade de CO2 equivalente libertado pelos incêndios florestais, no Continente em
maio de 2015, foi de 5566,6 t (toneladas), quase metade à de maio 2014 (10566,7 t). Esta
diferença na quantidade de CO2 equivalente libertado, terá sido devido à ocorrência de um
maior número incêndios de pequenas dimensões em 2015, que não são detetáveis pelo
satélite.
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1 Caracterização Meteorológica e Climatológica
1.1Caracterização Meteorológica
O maio de 2015 foi caracterizado por uma grande variabilidade de situações meteorológicas.
Na primeira semana, o território do Continente teve a influência de corrente de oeste com a
passagem de ondulações frontais ativas que originaram precipitação generalizada. Na segunda
e terceira semana, foram frequentes situações de corrente de leste com valores elevados de
temperatura. Neste período o vento predominou de nordeste ou de norte, temporariamente
forte nas terras altas e no litoral oeste, intensificando-se no final da terceira semana, em que
soprou persistentemente forte e com rajadas muito fortes, atingindo intensidade de 120 km/h,
nas terras altas. Na última semana predominaram situações de instabilidade atmosférica com
ocorrência de aguaceiros e trovoadas.
1.2 Caracterização Climatológica
O mês de maio caracterizou-se como um mês extremamente quente e seco [1].
O valor médio da temperatura média do ar foi muito superior ao valor normal, sendo o 2º valor
mais alto desde 1931 (Figura 1a), assim como os valores médios mensais da temperatura
máxima e mínima, que estiveram acima do normal, correspondendo a anomalia da média
mensal da temperatura máxima ao valor mais elevado desde 1931.
Durante o mês de maio ocorreram duas ondas de calor. A primeira onda de calor, entre 9 e 15 de
maio, que afetou o Baixo Alentejo interior e o Algarve e teve uma duração entre 6 e 7 dias. A
segunda onda de calor entre 21 e 31 de maio teve uma maior extensão temporal e espacial e
variou entre os 6 e 11 dias.
Os valores da quantidade de precipitação no mês de maio foram inferiores ao normal. Em termos
de percentagem em relação à média os valores foram inferiores a 75% do normal em quase todo
o território, exceto nalguns locais do litoral Norte, sendo mesmo inferiores a 25% do normal nas
regiões a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela (Figura 1 b).
Os valores, em percentagem, da quantidade de precipitação acumulada no período de 1 de
outubro 2014 a 31 de maio de 2015, em relação ao valor médio no período 1971-2000, a
quantidade de precipitação variou entre 48 % na Covilhã e 126 % em Monção (Figura 1c.).
Em 31 de maio de 2015 e segundo o índice meteorológico de seca PDSI1 (Figura 1d),
verifica-se um agravamento da intensidade da seca em quase todo o território exceto no litoral
Norte, estando agora grande parte do território nas classes de seca moderada e severa.
[1] Boletim do Clima do mês de maio de 2015, Divisão de Clima e Alterações Climática (DivCA), IPMA. 1PDSI - Palmer Drought Severity Index - Índice que se baseia no conceito do balanço da água tendo em conta
dados da quantidade de precipitação, temperatura do ar e capacidade de água disponível no solo; permite detetar
a ocorrência de períodos de seca e classifica-os em termos de intensidade (fraca, moderada, severa e extrema).
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(a)
(b)
(c) (d)
Figura 1- (a) Desvios da temperatura média no mês de maio de 2015, em relação à média no período de
1971-2000. (b, c) Distribuição espacial da precipitação total em maio e percentagem em relação à média
de 1971-2000 da precipitação acumulada desde 1 outubro de 2014 a 31 de maio de 2015. (d) Distribuição
espacial do índice de seca meteorológica em 31 de maio de 2015.
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2 Valores Observados do Risco de Incêndio Florestal: Análise de
Resultados
Nos capítulos seguintes, faz-se a análise dos resultados do índice meteorológico de perigo de
incêndio florestal, FWI e dos índices de risco de incêndio RCM e ICRIF, no mês de maio de
2015, que diariamente são calculados no IPMA.
Na época de incêndios de 2015 (maio a outubro) o número de estações meteorológicas
utilizadas para o cálculo do FWI é de 80 estações (ANEXO III). Para a comparação dos
valores interanuais do índice FWI e dos sub- índices, utilizaram-se os valores das 68 estações
comuns ao período de referência, 1999 a 2014.
2.2 Índice Meteorológico de Perigo de Incêndio Florestal, FWI2, em maio de
2015
2.2.1 Sub-Índices do FWI: O Índice de Seca e a Taxa Diária de Severidade
O índice, DC3
, um dos componentes do FWI, dá indicação do teor de humidade nas camadas
profundas (10 a 20 cm), estimando indiretamente a intensidade dos fogos devido à secura dos
combustíveis. A Figura 2a mostra que o valor médio de DC, em maio de 2015, calculado em
68 estações do Continente, era o 8º mais baixo da série com 182, sendo inferior ao valor
médio (202) dos últimos quinze anos (2000 a 20014) calculado para o mesmo conjunto de
estações. O valor médio do DC em maio, no Continente, ficou um pouco acima do percentil
25 de maio a outubro, calculado para o mesmo conjunto de estações e para o período de 1999
a 2014.
Nas regiões do Norte4 e Centro
5 o valor médio do DC em maio de 2015 era de 120 e 168,
respetivamente, valores inferiores à média do Continente dos últimos quinze ano. Na região
Sul6 o valor médio do DC em maio foi de 260, valor superior à média dos últimos quinze
anos, denotam as condições de secura desta região (Figura 2b).
A Figura 3a mostra a taxa diária de severidade, DSR7, no Continente, desde o dia 1 de janeiro
até ao dia 31 de maio para os anos de 2003 a 2015. Verifica-se que durante o mês de maio de
2015, a taxa diária de severidade registou uma subida muito acentuada, com valores muito
próximos dos anos de 2009, 2012 e 2005, os anos mais gravosos em maio. Estes valores
exemplificam bem a severidade das condições meteorológicas do mês de maio de 2015:
2 FWI = Fire Weather Index – índice meteorológico de perigo de incêndio florestal, desenvolvido pelo
Serviço Meteorológico Canadiano. Para mais informações consultar www.ipma.pt 3 DC = Drought Code - Índice de seca, componente do índice meteorológico de risco de incêndio, FWI 4 Região Norte - Distritos de Viana do Castelo, Braga, Bragança, Vila Real e Porto 5 Região Centro – Distritos Viseu, Guarda, Aveiro, Coimbra, Castelo Branco, Leiria, Santarém e Lisboa 6 Região Sul- Distritos Setúbal, Portalegre, Évora, Beja e Faro 7 DSR = Daily Severity Rating - Taxa Diária de Severidade, função do FWI, avalia a severidade da época de
incêndios
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Tempo seco com valores baixos da humidade relativa, temperatura do ar elevada e vento por
vezes forte.
(a)
(b)
Figura 2 – Valor médio do índice de médio de seca, DC, (a) Continente, (b) Regiões Norte, Centro e
Sul
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Figura 3 – Evolução da taxa diária de severidade, DSR, em maio no Continente.
2.2.2 Sub - Índices do FWI: O Índice de Combustíveis, FFMC, e o índice de Propagação
inicial (ISI)
O índice do teor de humidade dos combustíveis finos, FFMC, indicador da adversidade diária
das condições meteorológicas, registou valores médios diários muito elevados a partir do dia
10, no Continente, entre o percentil 75 e o percentil 90 (Figura 4a). Esta situação foi agravada
com valores muito elevados do índice de propagação inicial, ISI, indicador da intensidade de
propagação do incêndio e dependendo diretamente da intensidade do vento (Figura 4b) que,
tal como o índice FFMC, registou valores entre os percentis 75 e 90, a partir do dia 12. A
combinação destes dois índices evidencia a severidade da situação meteorológica respeitante à
deflagração e combate aos incêndios florestais.
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(a)
(b)
Figura 4- (a) Evolução média diária do índice FFMC em maio de 2015 no Continente e comparação
com os percentis de maio a outubro, (b) Evolução média diária do índice ISI em maio de 2015, no
Continente e comparação com os percentis de maio a outubro.
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2.2.3 Evolução da média diária do FWI no mês de maio de 2015
Na Figura 5 apresenta-se o valor médio diário do FWI de maio no Continente e regiões e
valores de percentis calculados para o período de 1 de maio a 31 de outubro e para a série de
anos de 1999-2014, em 68 estações comuns à rede utilizada em 2015.
A Figura 5a mostra, que na primeira semana, os valores médios diários do FWI no Continente
foram muito baixos, devido à ocorrência de precipitação. A partir do dia 9, verificou-se uma
subida acentuada, concordante com o estado de tempo seco e quente. Esta situação verificou-
se nas três regiões, Norte, Centro e Sul. Na região Sul (Figura 5b), os valores do FWI foram
mais elevados, situando-se entre o percentil 50 e o percentil 75, a partir do meio do mês. As
regiões Norte e Centro registaram valores significativamente mais baixos do FWI,
verificando-se valores médios do FWI destas regiões acima do percentil 50 partir do dia 15,
na região Centro e, a partir do dia 23 na região Norte.
(a)
(b)
Figura 5- (a) Evolução média diária do FWI em maio de 2015 e comparação com os percentis de
maio a outubro. (a) Continente (Cont), (b) regiões: Norte (RN), Centro (RC) e Sul (RS).
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2.3 Índice de Risco Conjuntural Meteorológico, RCM8: Mapas das classes
de risco de incêndio observadas ao nível do concelho
Os mapas com as classes de risco de incêndio, RCM (Anexo II) mostram que i) na região Sul
verifica-se um aumento do risco para as classes de risco Elevado ou Muito Elevado a partir
do dia 10, ii) no interior da região Centro verifica-se um aumento do risco para as classes de
risco Elevado ou Muito Elevado a partir do dia 12, iii) no interior da região Norte o aumento
do risco, para as classes de risco Elevado ou Muito Elevado dá-se a partir do dia 19, iv) no
Litoral Norte e Centro predominou o risco Reduzido ou Moderado e só no litoral do alto
Minho, no final do mês, a classe de risco foi Elevado.
2.3.1 Evolução da média do risco de incêndio desde 2006
Na Figura 6, apresenta-se o comportamento da média do risco de incêndio, RCM no
Continente e nas regiões Norte, Centro e Sul no mês de maio dos anos de 2006 a 2015.
O valor médio do RCM de maio de 2015, no Continente, com 1,98, foi apenas inferior ao do
ano de 2006, com um valor médio de RCM de 2,45. As regiões do Centro e Sul apresentaram,
também, o segundo valor mais elevado desde 2006, enquanto a região Norte teve um valor
médio de RCM inferior aos dos anos de 2006, 2009 e 2014, sendo o 4º valor de RCM mais
elevado. Este resultado está em concordância com o valor médio mais baixo do FWI registado
nesta região.
Figura 6 – Média do Risco de Incêndio, RCM, em Portugal Continental e nas regiões Norte, Centro
e Sul no período de 2006 a 2015.
8RCM= Risco Conjuntural Meteorológico – classes de risco de incêndio resultantes da integração do índice
FWI para Portugal Continental com o risco conjuntural (risco estrutural atualizado com as áreas ardidas do ICNF
(Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas). Para mais informações consultar www.ipma.pt
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2.3.2 Evolução diária do risco de incêndio em maio
O valor médio diário do risco de incêndio RCM em maio de 2015, no Continente, foi sempre
inferior a 3, apresentando os valores mais baixos, cerca de 1 - Risco Reduzido, até ao dia 9 e
subindo significativamente a partir desta data. A partir do dia 15, o valo do risco de incêndio
RCM, no Continente, teve valores compreendidos entre 2 e 3- Moderado ou Elevado,
apresentando os valores mais elevados nos dias 27, 28 e 29.
O risco de incêndio RCM apresentou os valores mais elevados na região Sul e a região Norte,
apresentou valores significativamente mais baixos de RCM, quase sempre abaixo de 2, exceto
no final do mês, a partir do 25 em que os valores das três regiões foram muito próximos-
período coincidente com a onda de calor.
Figura 6 – Evolução diária da média do Risco de Incêndio em Portugal Continental e nas regiões
Norte, Centro e Sul.
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2.4 O Índice de Risco ICRIF9
No Anexo II, pode-se observar os mapas diários do IOT25 (ICRIF Over Threshold com o
limiar 25), ou seja, a percentagem de área dos concelhos com valores de ICRIF acima de
limiar 25, em maio de 2015, para todos os concelhos de Portugal Continental.
Da análise destes mapas, pode concluir-se que, nos primeiros 10 dias de maio, em todo o
Portugal continental, foram observados valores baixos de áreas de risco relativos ao IOT25.
De 10 a 18 de maio observou-se um aumento de área de risco elevado, progressivamente, de
Sul para Norte. O risco foi elevado, em todo o país no dia 19, descendo, na região Norte, no
dia 20, e, voltando a subir até ao dia 29 de maio, em todo o país.
As Figuras 7 a 9 referem-se à percentagem de área de risco IOT25, de Portugal continental,
dividido em três regiões, região Norte, região Centro e região Sul.
Os valores diários do IOT25, para o presente mês, são comparados com os valores médios
diários, percentil 95 e valor máximo para o mês de maio no período de referência 1999-
201410
.
Figura 7 – Evolução diária, em maio de 2015, da percentagem de área de risco com valor de ICRIF
superior a 25 (IOT25) e valor médio, percentil 95 e valor máximo do IOT25 para o período 1999 a
2014, na região Norte.
9ICRIF = O índice meteorológico combinado de risco de incêndio florestal baseado em 3 sub-índices: índice
estrutural, associado ao tipo de coberto vegetal baseado no CORINE; índice ligado ao risco conjuntural
calculado diariamente com base no FWI; Um sub-índice que representa um agravamento do risco ligado ao
estado da vegetação, representada pelo valor do NDVI, calculado com base na melhor das imagens NOAA. 10
Cálculos efetuados para o período de 2001 a 2010, recorrendo aos dados do CORINE 2000.
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Figura 8 - Evolução diária, em maio de 2015, da percentagem de área de risco com valor de ICRIF
superior a 25 (IOT25) e valor médio, percentil 95 e valor máximo do IOT25 para o período 1999 a 2014,
na região Centro.
Figura 9 - Evolução diária, em maio de 2015, da percentagem de área de risco com valor de ICRIF
superior a 25 (IOT25) e valor médio, percentil 95 e valor máximo do IOT25 para o período 1999 a 2014,
na região Sul.
Da análise das Figuras 7 a 9 observa-se que até 12 de maio as regiões do Norte e Centro
apresentaram áreas de risco elevado quase nulas, e, mesmo nas regiões do Sul o risco mais
elevado foi inferior, ou próximo, do valor médio para o período de 1999-2014.
Períodos em que as áreas de risco elevado ultrapassaram o percentil 95:
Região Norte
24 e 25 e entre 27 e 31 de maio;
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Região do Centro
19 e de 22 a 31 de maio;
Região Sul
13 a 24 e de 26 a 31 de maio.
O valor médio da área de risco elevado, IOT25%, do mês de maio de 2015, foi claramente
superior nas regiões do Centro e Sul ao respetivo valor médio de maio de 2014 e ao do
período de 1999 a 2014 (Figura 10).
Figura 10 – Média de percentagem de área de risco com valores de ICRIF superior a 25 (IOT25), em
maio de 2015 e média de maio de 2014 e para o período de 1999 a 2014, nas regiões Norte, Centro e
Sul
Observando a evolução diária da área de risco elevado (IOT25) e do número de ocorrências
de incêndios florestais, verifica-se uma boa correspondência (Figura 11)
Figura 11 – Evolução diária da área de risco elevado (IOT25) em Portugal Continental e o número
diário de ocorrências, em maio de 2015-06-08.
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3 Avaliação das previsões do índice meteorológico de risco
incêndio florestal, FWI.
A Figura 12 mostra a comparação entre os valores previstos do FWI para as 24, 48 e 72 horas
calculados com os valores previstos da temperatura, humidade relativa do ar, da intensidade
do vento e da precipitação acumulada em 24 horas (12 às 12 UTC) pelo modelo numérico de
previsão de área limitada Aladin e os valores do FWI calculado com os dados observados nas
estações meteorológicas.
Verifica-se que as previsões do FWI, no mês de maio, foram sobrestimadas, apresentando um
desvio médio ou viés (Bias) positivo, relativamente pequeno, para todas as previsões a 24
(azul), 48 (vermelho) e 72 horas (verde). O desvio médio quadrático, RMSE, foi aumentando
com o aumento de alcance das previsões mas, ainda, com valores bastante satisfatórios, entre
6.4 e 7.5, aproximadamente. Os valores dos coeficientes de determinação, R2
, foram elevados,
em especial para a previsão a 24 horas com um valor de ≈ 0,85.
Figura 12- O índice FWI observado e previsto no mês de maio de 2015. Previsões a 24 horas (verde),
a 48 horas (vermelho) e a 72 horas (azul).
Os maiores desvios do FWI previsto em relação ao observado foram inferiores a 8 e deveram-
se sobretudo à sobrestima da previsão da humidade relativa na região Sul.
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4. Quantidade de Carbono libertado na atmosfera por incêndios
florestais
A Figura 13a apresenta, a preto, os valores diários da quantidade de CO2 equivalente libertado
na atmosfera, por ação dos incêndios florestais, estimado com base no produto FRP (Fire
Radiation Power (FRP) Land Surface Analysis Satellite Application Facility ( LSA SAF)11
Note-se que o CO2 equivalente libertado para a atmosfera é estimado a partir do Carbono
libertado para a atmosfera (aproximadamente 4 vezes maior).
Incluiu-se na Figura 13a, a vermelho, a evolução diária das áreas ardidas (ha), valor fornecido
pelo ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas) em 8 de Junho de 2015.
O produto FRPPIXEL da LSA SAF serve também para localizar as áreas das ocorrências de
incêndios florestais, como se pode verificar na Figura 13b.
(a)
(b)
Figura 13 – Evolução diária da quantidade de CO2 equivalente em toneladas (a preto), libertado na
atmosfera por ação dos incêndios florestais no Continente, com base no FRP. Evolução diária da área
ardida (ha) (a vermelho). Área ardida, valores calculados para todo o Continente. Fonte, ICNF, 8 de
Junho de 2015.
(b) Mapeamento das ocorrências de incêndios florestais no mês de Maio de 2015, baseado no produto
FRPPIXEL da LSA SAF.
11 LSA SAF- Para mais informação consultar a página http://landsaf.meteo.pt.
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A Tabela 1 apresenta, em toneladas, os resultados das emissões de Carbono e de CO2
libertado nos Distritos de Portugal Continental em maio de 2014 e de 2015.
O valor total de CO2 equivalente libertado para a atmosfera por incêndios florestais em maio
de 2015 é cerca de metade da quantidade libertada em maio de 2014.
Tabela 1 – CO2 Equivalente libertado pelos incêndios florestais
CO2 libertado em Portugal Continental em maio de 2014 e 2015
Distritos CO2
Equivalente
2014
CO2
Equivalente
2015
Distritos CO2
Equivalente
2014
CO2
Equivalente
2015
V. Castelo 62.91 1358.66 C. Branco 0.00 274.05
Bragança 2398.87 325.41 Leiria 0.00 1874.31
V. Real 0.00 1003.48 Santarém 1542.74 318.88
Braga 205.12 16.83 Portalegre 0.00 0.00
Porto 45.83 0.00 Évora 103.85 99.95
Viseu 353.35 12.05 Lisboa 0.00 0.00
Guarda 981.95 37.11 Setúbal 0.00 19.90
Aveiro 1566.03 109.75 Beja 0.00 0.00
Coimbra 3292.86 116.21 Faro 13.12 0.00
TOTAL
Portugal Continental
CO2 Equivalente maio 2014 10566.63 toneladas
CO2 Equivalente maio 2015 5566.60 toneladas
ANEXOS
ANEXO I - Mapas diários das classes de Risco de Incêndio,
RCM, observado ao nível do concelho no mês de maio de 2015
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Figura 1a.AI – Mapas das classes de Risco de Incêndio observado a nível de Concelho no
mês de maio de 2015 (1 a 16)
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Figura 1b.AI – Mapas das classes de Risco de Incêndio observado a nível de Concelho no
mês de maio de 2015 (17 a 31).
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Anexo II - Mapas diários do IOT (ICRIF Over Threshold) com o
limiar 25, para os concelhos de Portugal Continental, em maio de
2015
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Figura 1a.AII – Mapas diárias de IOT25 a nível de Concelho no mês de maio de 2015 (1 a
16)
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Figura 1b.AII – Mapas diárias de IOT25 a nível de Concelho no mês de maio de 2015 (17 a
31)
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Anexo III – Lista e mapa das estações meteorológicas utilizadas no
cálculo do índice de perigo de incêndio FWI em 2015
Tabela 1.AI-Estações meteorológica para o cálculo do índice de perigo de incêndio, FW, em 2015.
Estação Meteorológica
Nº
Nome
Latitud
e
Longitude Altitude
(m)
605 Monção 42.07 -8.38 80
606 Lamas Mouro PR 42.04 -8.2 880
612 Vinhais 41.84 -7 773
611 Montalegre 41.82 -7.79 1005
575 Bragança 41.8 -6.74 690
615 Ponte de Lima - EA 41.76 -8.57 40
616 Chaves - Aeródromo 41.73 -7.47 360
619 Cabril 41.71 -8.03 585
551 V. Castelo Chafé 41.65 -8.8 48
622 Braga - Merelim 41.58 -8.45 65
633 Macedo Cavaleiros 41.57 -6.79 702
632 Mirandela 41.51 -7.19 250
635 Miranda Douro 41.5 -6.27 693
630 Cabeceiras Basto 41.49 -7.98 350
637 Mogadouro 41.34 -6.73 644
567 Vila Real CC 41.27 -7.72 561
644 Carrazeda Ansiães 41.24 -7.3 715
545 Porto - P. Rubras 41.23 -8.68 69
654 Moncorvo 41.19 -7.02 600
655 Pinhão 41.17 -7.55 130
657 Luzim 41.15 -8.25 250
663 Moimenta da Beira 40.99 -7.6 715
669 Arouca 40.93 -8.26 270
671 Fig. Castelo Rodrigo 40.83 -6.94 635
666 Trancoso 40.78 -7.35 850
560 Viseu CC 40.71 -7.9 636
702 Aveiro 40.64 -8.66 5
679 Caramulo 40.57 -8.17 810
683 Guarda 40.53 -7.28 1020
685 Nelas 40.52 -7.86 425
704 Dunas Mira 40.45 -8.76 14
705 Anadia 40.44 -8.44 45
568 Penhas Douradas 40.41 -7.56 1380
800 Sabugal 40.34 -7.04 858
687 Covilhã - Aeródromo 40.26 -7.48 482
548 Coimbra - Aeródromo 40.16 -8.47 170
686 Pampilhosa Serra 40.15 -7.93 890
713 Figueira Foz 40.14 -8.81 4
697 Lousã - Aeródromo 40.14 -8.24 195 Continua
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Estações meteorológicas para o cálculo do índice de perigo de incêndio, FWI, em 2015 (continuação)
716 Ansião 39.9 -8.41 405
803 Zebreira 39.85 -7.07 374
570 Castelo Branco 39.84 -7.48 386 718 Leiria - Aeródromo 39.78 -8.82 45
806 Proença-a-Nova 39.73 -7.87 379
724 Tomar 39.59 -8.37 75
726 Alcobaça - EFVN 39.55 -8.97 38
812 Alvega 39.46 -8.03 51
531 Cabo Carvoeiro 39.36 -9.41 32
729 Rio Maior 39.31 -8.92 69
571 Portalegre 39.29 -7.42 597
734 Santarém - F. Boa 39.2 -8.74 73
824 Avis 39.11 -7.88 150
739 Torres Vedras 39.04 -9.18 110
744 Coruche 38.94 -8.51 25
826 Mora 38.94 -8.16 110
835 Elvas 38.89 -7.14 208
837 Estremoz 38.86 -7.51 366
747 Colares 38.81 -9.46 25
579 Lisboa GC 38.77 -9.13 104
766 Barreiro - Lavradio 38.67 -9.05 6
767 Pegões 38.65 -8.64 64
770 Setúbal EF 38.55 -8.89 35
558 Évora CC 38.54 -7.89 246
840 Reguengos 38.48 -7.47 249
776 Alcácer Sal 38.36 -8.48 29
847 Viana Alentejo 38.33 -8.05 202
848 Portel 38.32 -7.86 205
851 Amareleja 38.2 -7.23 180
562 Beja 38.03 -7.87 246
541 Sines - M. Chãos 37.95 -8.84 103
783 Alvalade 37.95 -8.39 61
863 Mértola 37.76 -7.55 190
788 Zambujeira 37.58 -8.74 67
864 Neves Corvo 37.58 -7.97 225
865 Alcoutim 37.44 -7.77 290
789 Aljezur 37.33 -8.8 16
867 Castro Marim 37.23 -7.43 5
878 Portimão - Aeródromo 37.15 -8.58 24
554 Faro - Aeroporto 37.02 -7.97 8
533 Sagres - Marinha 37.01 -8.95 25
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