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à frente do nosso tempo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 1/14 Instituto de Meteorologia, I. P. Rua C – Aeroporto de Lisboa Tel.: (351) 21 844 7000 e-mail: [email protected] 1749-077 Lisboa – Portugal Fax: (351) 21 840 2370 URL: http://www.meteo.pt Nº4, Abril 2011 CONTEÚDOS IM,I.P. 01 Resumo 02 Descrição Meteorológica 02 Descrição Agrometeorológica 08 Informação agrometeorológica especifica 10 Previsão Mensal 11 Anexos Figura 1- Número de dias em onda de calor em Abril de 2011 RESUMO Boletim Meteorológico para a Agricultura Abril 2011 Produzido por Instituto de Meteorologia, I.P. Também disponível em www.meteo.pt Durante o mês de Abril de 2011 no Continente, os valores da temperatura média do ar registados nas 1ª e 2ª décadas foram muito altos, muito superiores ao valor normal 1971-2000 e com anomalias entre 3ºC e 7ºC. Neste período ocorreu uma onda de calor que teve maior duração nas regiões do interior: 13 a 15 dias (Figura 1). Quanto à precipitação na 1ª década não ocorreu em muito locais do Continente e os valores registados foram muito baixos. Nas 2ª e 3ª décadas os valores de precipitação foram mais elevados devido a condições de instabilidade atmosférica com ocorrência de aguaceiros fortes e de granizo e acompanhados de trovoada, em particular nas regiões do Centro e Sul, onde se registaram valores muito superiores à normal 1971-2000. Desta forma, apesar de na 1ª década os valores em percentagem de água no solo terem diminuído, voltaram a aumentar na 2ª e 3ª década devido às quantidades de precipitação ocorridas em particular nas regiões do Centro e Sul, estando os valores nessas regiões acima de 80%. O número de horas de frio acumuladas entre Outubro 2010 e Abril 2011 para a cultura da Pêra Rocha na região Oeste do Continente, mantém-se idêntico ao do final de Março, ou seja, apenas os concelhos junto ao litoral a sul de Peniche e no concelho de V. F. Xira ainda não atingiram as 550 horas. Quanto à temperatura acumulada para a vinha, os menores valores, inferiores a 200 ºC, registam-se em parte das regiões do interior Norte e Centro e nas restantes regiões variam entre 200ºC e 400 ºC. Boletim Meteorológico para a Agricultura ISSN 2182-0597 Publicação Mensal DIRECTOR: Dr. Adérito Vicente Serrão

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Nº4, Abril 2011 CONTEÚDOS

IM,I.P.

01 Resumo 02 Descrição Meteorológica 02 Descrição

Agrometeorológica 08 Informação

agrometeorológica especifica 10 Previsão Mensal 11 Anexos

Figura 1- Número de dias em onda de calor em Abril de 2011

RESUMO

Boletim Meteorológico para a Agricultura Abril 2011 Produzido por Instituto de Meteorologia, I.P. Também disponível em www.meteo.pt

Durante o mês de Abril de 2011 no Continente, os valores da temperatura média do ar registados nas 1ª e 2ª décadas foram muito altos, muito superiores ao valor normal 1971-2000 e com anomalias entre 3ºC e 7ºC. Neste período ocorreu uma onda de calor que teve maior duração nas regiões do interior: 13 a 15 dias (Figura 1). Quanto à precipitação na 1ª década não ocorreu em muito locais do Continente e os valores registados foram muito baixos. Nas 2ª e 3ª décadas os valores de precipitação foram mais elevados devido a condições de instabilidade atmosférica com ocorrência de aguaceiros fortes e de granizo e acompanhados de trovoada, em particular nas regiões do Centro e Sul, onde se registaram valores muito superiores à normal 1971-2000. Desta forma, apesar de na 1ª década os valores em percentagem de água no solo terem diminuído, voltaram a aumentar na 2ª e 3ª década devido às quantidades de precipitação ocorridas em particular nas regiões do Centro e Sul, estando os valores nessas regiões acima de 80%. O número de horas de frio acumuladas entre Outubro 2010 e Abril 2011 para a cultura da Pêra Rocha na região Oeste do Continente, mantém-se idêntico ao do final de Março, ou seja, apenas os concelhos junto ao litoral a sul de Peniche e no concelho de V. F. Xira ainda não atingiram as 550 horas. Quanto à temperatura acumulada para a vinha, os menores valores, inferiores a 200 ºC, registam-se em parte das regiões do interior Norte e Centro e nas restantes regiões variam entre 200ºC e 400 ºC.

Boletim Meteorológico para a Agricultura

ISSN 2182-0597Publicação Mensal

DIRECTOR: Dr. Adérito Vicente Serrão

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1. Descrição Meteorológica

1ª Década, 01-10 de Abril de 2011 Um anticiclone de bloqueio localizado sobre a Europa ocidental e central influenciou o estado do tempo no Continente, no período de 4 a 8, originando céu pouco nublado ou limpo e valores da temperatura muito acima do normal. Nos dias 2 e 3, uma superfície frontal fria originou precipitação fraca no Continente. Nos dias 9 e 10, um núcleo anticiclónico localizado entre os Açores e o Continente, originou descida de temperatura e aumento da intensidade do vento no Continente, sobretudo no litoral onde soprou moderado a forte.

2ª Década, 11-20 de Abril de 2011 O estado do tempo em Portugal Continental foi influenciado por um anticiclone localizado a norte da Península Ibérica, estendendo-se zonalmente, a cerca de 50 ºN de latitude, para o Atlântico e para a Europa de leste, e com crista para sul até ao norte de África. Na região atlântica a sul dos Açores e da Madeira, localizava-se uma região depressionária que foi cavando, começando a influenciar o estado do tempo a partir do dia 18. Até ao dia 18, predominou o céu pouco nublado ou limpo e o vento soprou em geral fraco do quadrante leste. A temperatura do ar registou valores bastante acima dos normais para época. No período de 18 a 20, predominou o céu em geral muito nublado, sobretudo nas regiões do Centro e Sul, registando-se descida da temperatura do ar e ocorrência de aguaceiros, por vezes fortes e acompanhados de trovoadas.

3ª Década, 21-30 de Abril de 2011 O estado do tempo em Portugal Continental foi influenciado predominantemente por depressões, com expressão aos vários níveis da troposfera, centradas na Península Ibérica ou na região atlântica entre o Continente e a Madeira. Esta situação meteorológica originou condições de instabilidade atmosférica tendo ocorrido, no Continente, aguaceiros, por vezes, fortes e de granizo e acompanhados de trovoada, em especial nos períodos de 21 a 23 e 29 a 30. No período de 25 a 27, houve a influência de um anticiclone localizado nas ilhas Britânicas que se estendia em crista até aos Açores e que originou, no Continente, predominância de céu pouco nublado, sobretudo no Norte. No dia 29, na região da Grande Lisboa, ocorreu queda violenta de granizo e saraiva.

Descrição meteorológica e agrometeorológica

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2. Descrição Agrometeorológica 2.1 Temperatura Os valores da temperatura média no Continente foram, em geral, muito altos, em particular nas 1ª e 2ª décadas de Abril, muito superiores aos valores normais 1971-2000. Assim, na 1ª década os valores variaram entre 12.2 ºC em Penhas Douradas e 18.8 ºC em Lisboa/I.G. e Elvas, e os desvios em relação aos valores normais variaram, entre +2.8ºC em V. R Sto António e +6.9ºC em Penhas Douradas. Na 2ª década os valores variaram entre 11.9 ºC em Penhas Douradas e 20.5 ºC em Lisboa/I.G. e os desvios variaram entre +2.5ºC em S. Pedro de Moel e +5.8ºC em Portalegre. Finalmente, na 3ª década os valores observados variaram entre 8.9ºC em Penhas Douradas e 18.6 ºC em Monção e os desvios variaram, entre +2.1ºC em Elvas e +4.9ºC em Monção (Figura 2).

Figura 2 Distribuição espacial da temperatura média do ar nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de Abril de 2011 (em cima) e

respectivos desvios em relação à média 1971-2000 (em baixo)

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2.2 Temperaturas acumuladas1/Avanço-Atraso das Culturas

No Quadro I apresentam-se os valores da temperatura acumulada no final de Abril de 2011, para várias localidades do Continente, considerando a temperatura base de 0ºC desde Setembro e de 6ºC desde Janeiro. O mesmo quadro contém também informação sobre o número de dias de atraso ou avanço potencial mensal das culturas para temperaturas base de 0, 4, 6 e 10ºC, verificando-se avanço potencial em todos os locais analisados.

Quadro I Temperaturas acumuladas (graus-dia) no mês de Abril e o acumulado desde 01 Setembro-2010 e desde 01 Janeiro-2011, para diferentes temperaturas base, e respectivo número de dias de

atraso ou avanço potencial das culturas no mês.

Estações

Temperaturas acumuladas no mês de Abril T acumuladas desde

T0ºC Nº dias avanço atraso

T4ºC Nº dias avanço atraso

T6ºC Nº dias avanço atraso

T10ºC Nº dias avanço atraso

01 Setembro 2010

Tb=0ºC

01 Janeiro 2011

Tb=6ºC

Bragança 437 13.7 317 22.9 257 34.7 138 78.0 2299 405

Vila Real 476 14.4 356 22.7 296 32.1 176 108.8 2627 541

Porto/P.R. 518 11.3 398 16.3 338 21.1 218 51.2 3298 840

Viseu/C.C. 471 12.7 351 19.6 291 27.1 172 102.2 2672 553

Coimbra/C. 524 9.7 404 13.7 344 17.2 224 35.9 3274 813

Castelo Branco 514 10.3 394 14.9 334 19.2 214 45.7 3084 670

Portalegre 512 12.9 392 19.2 332 25.4 213 74.5 3097 689

Lisboa/I.G. 567 8.7 447 11.8 387 14.3 267 25.3 3712 1021

Évora/C.C. 512 9.0 370 12.9 259 16.3 212 35.9 3236 578

Beja 527 9.0 407 12.6 347 15.7 227 32.0 3417 832

Faro 533 6.9 433 9.4 373 11.5 253 20.6 3903 1079

2.3 Precipitação Os valores da precipitação registada no Continente ao longo das três décadas do mês de Abril apresentam alguns contrastes. Na 1ª década os valores da quantidade de precipitação foram muito baixos, inferiores a 5mm em praticamente todo o território, excepto em S. Pedro de Moel, Nelas e Miranda do Douro e foram muito inferiores ao valor normal 1971-2000. Nas 2ª e 3ª décadas já ocorreu mais precipitação, em particular nas regiões do Centro e Sul que registaram valores muito superiores à normal 1971-2000. Assim, na 1ª década a precipitação variou entre 0.0 mm em muitos locais Continente e 12.1 mm em S. Pedro de Moel; na 2ª década variou entre 5.2 mm em Sagres e 73.3 mm em Setúbal; na 3ª década variou entre 13.3 mm em Mirandela 111.3 mm em Aljezur (Figura 3).

1Método das temperaturas acumuladas (Ta)/graus-dia: permite analisar o efeito da temperatura na fenologia das plantas. Admitindo que a

temperatura base (Tb) é aquela a partir da qual determinada espécie se desenvolve, num período de n dias a Ta é o somatório das diferenças entre a temperatura média diária e a Tb. Sempre que a temperatura média diária for inferior à Tb, a Ta considera-se nula.

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Figura 3 Precipitação total nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de Abril (em cima) e respectiva percentagem em relação à média

1971-2000 (em baixo).

Em relação à precipitação acumulada desde o início do ano agrícola (01 de Setembro de 2010) até 30 de Abril 2011, os valores são superiores aos normais (1971-2000), excepto nalguns locais do Norte e do interior Centro e Sul e variaram entre 391 mm em Escalhão/Figueira Castelo Rodrigo e 1548 mm em Cabril. A percentagem da quantidade de precipitação, acumulada desde o início do ano agrícola, em relação à normal, variou entre 80% em Amarante e 198% em Portimão (Figura 4).

1ªd. 2ªd. 3ªd.

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Figura 4 - Precipitação acumulada desde 1 de Setembro 2010 (esq.) e percentagem em relação à média 71-2000 (dir.) 2.4 Temperatura e Precipitação a Norte e a Sul do Tejo

Apresentam-se os valores médios decendiais da temperatura e da precipitação a Norte e a Sul do rio Tejo e respectivos desvios em relação a 1971-2000 para o mês de Abril (Quadro II).

Quadro II Temperatura e Precipitação a Norte e a Sul do Tejo – Abril 2011

2.5 Evapotranspiração de referência2

Na Figura 5 apresenta-se a distribuição decendial dos valores da evapotranspiração de referência (Penman-Monteith) em Abril de 2011, estimada por análises do modelo numérico Aladin, e segundo o método da FAO. Verifica-se que na 1ª e 2ª década os valores foram mais altos, em particular na 1ª década e nas regiões do Centro e Sul, da ordem de 15 a 30 mm; Na 2ª década os valores mais altos ocorreram essencialmente nas regiões do interior. Na 3ª década os valores foram mais baixos, da ordem de 4 a 10mm.

2Este produto está em fase de testes

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2.6 Água no solo

Os valores em percentagem de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, diminuíram no fim da 1ª década de Abril, em relação ao que se verificava na última década de Março, no entanto na última década de Abril, voltaram a aumentar devido às quantidades de precipitação ocorridas nas 2ª e 3ª décadas em particular nas regiões do Centro e Sul, sendo nessas regiões superiores a 80%, estando acima do valor normal para a época (Figura 6).

Figura 5 – Evapotranspiração de referência nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de Abril 2011

Figura 6 - Percentagem de água no solo nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de Abril 2011

1ªd. 2ªd. 3ªd.

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3. Informação agrometeorológica específica

3.1 Número de horas de frio para a cultura da Pêra Rocha na Região Oeste3

Na Figura 7 apresenta-se a distribuição do número de horas de frio (temperaturas inferiores a 7.2ºC) acumuladas entre 01 de Outubro de 2010 e 30 de Abril de 2011, para a cultura da Pêra Rocha na região Oeste de Portugal Continental, estimados a partir de análises do modelo numérico Aladin. Continua a verificar-se que em quase todos os concelhos se atingiram as 550 horas de frio; Apenas os concelhos mais ocidentais e a sul de Peniche (inclusive) e no concelho de V. F. Xira não se atingiu esse valor. No Quadro III apresentam-se os maiores valores médios do número de horas de frio, estimados para os concelhos em análise, assim como os respectivos valores máximo e mínimo e nas sedes dos concelhos. Figura 7 Número de horas de frio acumulado entre 01 Outubro de 2010 e 30 Abril de 2011 para a cultura da pêra rocha na região Oeste de Portugal Continental (análises do modelo Aladin).

Quadro III Número de horas de frio entre 01 Outubro de 2010 e 30 Abril de 2011

(análises do modelo numérico Aladin)

Concelhos Média do Concelho

Máximo no Concelho

Mínimo no Concelho

Sede de Concelho

Porto de Mós 1141 1286 897 1072

Batalha 1099 1286 907 932

Leiria 897 1120 639 894

Alcobaça 861 1141 597 829

Rio Maior 851 1114 764 878

Santarém 816 1170 652 707

Cadaval 791 856 661 737

Caldas da Rainha 774 963 487 714

3 Região-piloto para implementação de novos produtos agrometeorológicos específicos.

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3.2 Temperaturas acumuladas para a cultura da Vinha4 Na Figura 8 apresenta-se a distribuição espacial da temperatura acumulada para a vinha entre 01 de Abril e 30 de Abril de 2011, para Portugal Continental e no Quadro IV apresentam-se os valores da temperatura acumulada no mesmo período para as regiões vitivinícolas, estimados a partir de análises do modelo numérico Aladin. Verifica-se que os menores valores, inferiores a 200 ºC, se registam em parte das regiões do interior Norte e Centro e nas restantes regiões variam entre 200ºC e 400 ºC.

Figura 8 Temperaturas acumuladas entre 01 de Abril e 30 de Abril de 2011 para uma temperatura base de 10ºC,

estimadas a partir de análises do modelo numérico Aladin

4Considera-se para a vinha uma temperatura base para o abrolhamento de 3.5ºC, a qual corresponde à temperatura base das

castas de referência para Portugal Continental, Fernão Pires e Castelão, da colecção ampelográfica nacional, localizada na

Estação Vitivinícola Nacional em Dois Portos. Por questões logísticas, a 31 de Março considera-se o abrolhamento concluído. A

partir de 1 de Abril a temperatura base (Tb) a utilizar será a comum de 10ºC.

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Quadro IV Temperaturas acumuladas entre 01 e 30 de Abril de 2011 para a temperatura base de 10ºC,

na vinha (estimadas pelas análises do modelo numérico Aladin)

Regiões Vitivinícolas

T acumuladas (ºC) desde 01 de Abril 2011 Tb = 10ºC

Média Mínimo Máximo Valor na Sede distrito

Península Setúbal 246 204 289 Setúbal - 269

Tejo 239 172 285 Santarém - 253

Alentejo 227 178 271 Portalegre - 211 Évora - 211 Beja - 228

Algarve 223 154 268 Faro – 264

Lisboa 211 160 286 Lisboa - 251 Leiria – 205

Beiras 200 12 278

Viseu - 200 Aveiro - 223 Guarda - 128 Coimbra - 246

Castelo Branco - 254

Douro e Porto 196 111 239 Porto – 222*

Vila Real – 176 Pinhão - 233

Minho 189 52 252 Viana do Castelo - 185

Braga - 214

Trás-os-Montes 143 10 236 Bragança - 141 * Inclui-se o valor da sede do distrito do Porto apesar de não pertencer à região vitivinícola Douro e Porto

Previsão Mensal para o Território do Continente (com base no modelo do Centro Europeu de Previsão a Médio Prazo ECMWF)

(Data de referência para a previsão: 05/05/2011) Período de 09/05/2011 a 05/06/2011

Na precipitação total semanal prevêem-se valores abaixo do normal, a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, na semana de 09/05 a 15/05. Nas semanas de 16/05 a 22/05, de 23/05 a 29/05 e de 30/05 a 05/06 não é possível identificar a existência de sinal estatisticamente significativo. Na temperatura média semanal prevêem-se valores acima do normal, para todo o território, na semana de 09/05 a 15/05. Nas semanas de 16/05 a 22/05, de 23/05 a 29/05 e de 30/05 a 05/06 não é possível identificar a existência de sinal estatisticamente significativo.

Previsão Mensal

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ANEXO I - Carta da radiação solar global mensal (Abril 2011) Baseado nos dados registados na rede de estações meteorológicas automáticas do IM.

ANEXO II - Valores de alguns elementos meteorológicos em Abril de 2011 No quadro A1 apresentam-se os valores médios decendiais da temperatura mínima (Tmin), temperatura máxima (Tmax) diárias e da humidade relativa às 09UTC (HR) a 1.5 m, da precipitação (Prec) e do vento médio diário (V) a 10 m.

ANEXO III - Valores de alguns elementos agrometeorológicos em Abril de 2011

No quadro A2 apresentam-se os valores decendiais da temperatura da relva (Trelva) e do solo a 5 e 10cm de profundidade (Tsolo), da evapotranspiração de referência (ET0) e percentagem de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas.

ANEXOS

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ANEXO I - Carta da radiação solar global mensal em Abril de 2011

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ANEXO II - Valores de alguns elementos meteorológicos em Abril de 2011 por década (1ª, 2ª e 3ª)

Quadro A1

Estação Tmin (ºC) Tmáx (ºC) Prec (mm) HR (%) V (Km/h) ( a 10m) Década 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª V. Castelo 11.4 11.0 11.7 23.2 22.3 22.1 0.1 9.5 18.8 68.7 66.8 70.9 2.3 2.3 2.1 Bragança 8.6 7.6 8.2 22.3 22.4 19.4 0.4 30.6 32.8 72.6 72.8 76.4 1.9 1.9 1.8 Vila Real 11.0 10.5 10.3 23.1 23.5 20.6 0.0 19.0 13.5 73.0 66.7 73.2 1.5 1.5 1.4 Braga 9.1 10.3 11.2 25.8 25.6 24.1 0.0 15.7 24.0 75.1 67.1 72.1 1.4 1.4 1.4 Porto/P.R 13.2 13.0 13.3 23.6 22.5 22.0 0.0 7.0 17.5 61.7 59.3 65.1 3.4 3.2 2.7 Viseu 11.9 11.3 10.4 22.5 22.9 18.9 0.0 25.5 56.7 64.7 63.0 72.2 3.8 3.7 3.6 Aveiro 13.2 13.0 14.2 23.8 22.8 22.0 0.0 21.5 19.6 67.1 66.1 70.9 2.7 2.5 2.1 Guarda 9.6 8.5 7.3 18.7 18.9 15.3 3.6 30.3 31.9 69.4 73.1 83.8 3.7 3.8 3.1 Coimbra 12.8 12.6 13.1 24.7 25.4 21.4 0.8 34.3 21.5 67.3 64.2 75.1 2.4 2.2 2.1 C. Branco 12.4 12.6 11.4 23.6 24.5 20.9 0.0 11.5 82.1 63.9 63.2 74.7 3.1 2.8 2.6 Leiria 11.4 9.7 11.6 24.9 25.4 22.7 2.3 26.4 47.7 79.2 84.6 86.5 2.3 1.7 1.5 Portalegre 12.4 12.6 11.4 23.6 24.5 20.9 0.0 11.5 82.1 63.9 63.2 74.7 3.1 2.8 2.6 Santarém/F.B 13.4 12.6 12.8 25.8 27.3 23.3 - - - 67.3 69.1 79.1 2.5 2.1 1.9 Lisboa/I.G. 15.3 15.6 14.8 25.0 26.1 22.5 0.0 57.9 67.5 66.8 67.0 75.9 3.6 3.3 3.0 Setúbal 11.9 11.8 12.7 25.5 26.6 22.7 0.0 73.3 26.8 84.4 77.3 91.0 1.8 1.7 1.6 Évora 11.0 11.2 11.1 24.2 26.0 21.6 0.1 21.5 74.5 78.0 68.8 84.1 3.5 2.8 2.5 Beja 11.8 12.6 12.0 24.5 26.7 21.6 0.5 26.3 79.6 74.2 62.5 83.1 3.4 3.1 2.7 Faro 15.2 16.0 13.9 21.9 24.1 21.0 0.0 1.4 43.9 63.5 62.3 71.3 5.2 5.1 3.5

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ANEXO III - Valores de alguns elementos agrometeorológicos em Abril de 2011 por década (1ª, 2ª e 3ª)

Quadro A2

Estação Trelva (ºC) Tsolo 5cm(ºC) Tsolo 10cm(ºC) ET0 (mm) Água Solo (%) Década 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª V. Castelo 8.9 8.4 9.9 14.1 15.8 16.7 14.0 15.8 16.2 9.8 11.0 9.7 79 69 69 Bragança 6.1 4.8 6.6 12.4 13.6 13.8 12.3 13.6 13.6 12.4 10.8 8.2 78 81 75 Vila Real 7.6 7.1 7.8 12.6 14.4 14.6 12.5 14.4 14.2 12.6 13.2 8.5 75 79 65 Braga 6.5 8.3 10.2 12.8 14.0 15.2 13.2 14.5 15.5 10.6 11.5 9.0 72 79 69 Porto/P.R 9.8 9.3 10.6 - 15.2 - 14.9 15.8 16.7 11.7 12.1 9.8 76 64 52 Viseu 7.8 7.9 8.5 12.7 14.6 13.8 13.0 15.1 14.1 15.3 15.1 9.0 77 72 86 Aveiro 9.7 9.0 11.5 15.7 16.6 17.5 15.1 16.1 16.9 11.8 9.9 8.3 70 74 65 Guarda 6.5 6.4 6.2 10.6 12.1 11.6 11.0 12.9 12.1 17.6 14.9 6.9 79 84 80 Coimbra 10.0 10.4 11.6 15.4 17.0 17.0 15.4 17.1 17.1 15.9 11.5 9.3 68 72 68 C. Branco 10.3 9.9 9.9 12.6 15.1 13.9 12.6 15.1 13.6 22.4 21.7 10.6 60 65 89 Leiria 9.4 7.8 10.8 - 15.2 - - 15.5 - 12.9 7.1 6.5 70 73 86 Portalegre 10.3 9.9 9.9 12.6 15.1 13.9 12.6 15.1 13.6 22.0 19.9 8.7 58 63 88 Santarém/F.B 11.1 10.2 11.3 15.0 16.3 16.4 15.1 16.5 16.5 15.9 13.4 8.3 - - - Lisboa/I.G. 12.9 12.9 13.0 16.7 17.8 17.7 16.6 18.0 17.6 14.4 15.2 10.2 67 83 89 Setúbal 11.0 11.1 12.3 17.9 20.8 19.6 17.2 19.5 18.4 15.8 15.4 8.8 68 81 79 Évora 8.5 8.2 9.5 16.1 18.1 17.1 16.5 18.7 17.4 15.2 13.5 5.6 63 68 86 Beja 10.8 11.2 11.3 15.3 16.8 15.8 15.9 17.6 16.5 17.0 16.5 6.0 51 58 90 Faro 14.6 15.4 14.6 19.2 17.6 18.5 19.4 17.9 18.8 21.7 17.9 10.0 51 - 62