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BOLETIM TÉCNICO N.o 3 . MAI/83 \ LINHO, CULTIVO E UTILIZAÇÃO UNIVERSIDaDE DE passo FUNDO FACULDADE DE AGRONOMIA

BOLETIM TÉCNICO N.o 3 . MAI/83 - core.ac.uk · va o trabalho mecinico. Data de 1810 a constru- ... suino, contendo ainda 3 a 87.de óleo. A palha do linho oleaginoso pode ser utilizada

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BOLETIM TÉCNICO N.o 3 . MAI/83\

LINHO, CULTIVO E UTILIZAÇÃO

UNIVERSIDaDE DE passo FUNDOFACULDADE DE AGRONOMIA

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Reitor Magni'ficoELYDO ALCIDES GUARESCHI

Vice-Reitor AcadêmicoAGOSTINHO BOTH

Vice-Reitor AdministrativoMURILO COUTlNHO ANNES

Diretor da Faculdade de AgronomiaELMAR LUlZ FLOSS

Chefe de Departamentos:* Fitotecnia: JÔNEZ LEAL SEVERO* Zootecnia: ÉDISON ARMANDO DE F. NUNES* Solos: IRINEO FIOREZE* Engenharia Rural: MOISÉS SOUZA SOARES

publicação seriada (periodicidade irregular), desti-nada a divulgar os resultados parciais ou finais depesquisa e trabalhos de revisão bibliográfica.

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDOFACULDADE DE AGRONOMIA

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDOFACULDADE DE AGRONOMIADEPARTAMENTO DE FITOTECNIABAIRRO SÃO JOS~ - CAMPUSCAIXA POSTAL • 566 e 56799.100 - PASSO FUNDO ~ RS

Obmissão EditorialEunice CalveteJônez Leal SeveroRenato Serena FontaneliLizete Eichler

FLOSS,Elmar Luiz. ~inho,Cul-tivo e Utilização. Passo Fundo,FAUPF, 1983. p (FAUPF, BOLETIM TÊCNICO 3.12. ref.)

1. Linho oleaginoso cultivo. 2 Linho textíl .3. Linho- UtilizaçãoI. Titulo . 11 Série

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DESCRIÇÃO BOTÃNICA •••••••••••••••••••• 18

CLASSIFICAÇÃO BOTÃNICA .••••••••••••••• 19

TRATOS CULTURAIS ••••••••••••••••••••• 26

COLHEITA DO GRÃO DO LINHO ••••••••••••• 30

ROTAÇÃO DE CULTURAS ••••••••••••••••••• 31

A CULTURA DO LINHO FIBRA •••••••••••••• 33

Bib1iográfia Consultada 37

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A Unive~~idade de P~6~0 Fundo, p~eocu ~pada em ~e~ p~e8ença na ~e9ião e po~ oca~iãoda pa~~agem de ~ea~ 15 ano~ de c~iação, vê,com ~ati~óação, o empenho e o e~óo~ço da ~uaFaculdade de Ag~onomia no tocante ao cump~i -mento de ~ua pa~cela de cont~ibuiçõ.o pa~a ode~envolvimento ~egional, tanto na pe~qui~acomo na exten~ão, p~opondo alte~nativa~ decultu~a~ que venham atende~ nece~~idade~ dohomem do campo.

Vent~o de~~e contexto, Elma~ Luiz Flo~~põe a di~po~ição da comunidade ~eu t~abalho:Ir Linho, Cultivo e Utilização ". A impo~tancia do me~mo ~e dá pela p~ôp~ia p~opo~ta decomp~eende~ e ap~imo~a~ o que ~e ~ealiza, bem

-como em p~opo~ciona~ nova~ opo~tunidade~ aqu~le~ que óazem da te~~a ~ua p~eocupação eoóZcio.

A expe~iência do P~oóe~~o~ Elma~ coma cultu~a da aveia vem ~e amplia~ at~av~~ de~-te t~abalho, ao me~mo tempo que o~ beneóZcio~deco~~ente~ tamb~m ~e duplicam.

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A todo~ aqu~l~~ qu~ ~~tão ~nt~~~~~ado~

~ p~~ocupado~ com o qu~ a no~~a t~~~a po~~a

p~oduz~~, alm~jamo~ bom u~o ~ p~ov~~to do

p~~~~nt~ t~abalho.

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o linho têxtil e o linho oleaginoso perten -cem ambos a mesma especie, destinando-se o pri-meiro ã produção de fibras e o segundo, a prod~ção de óleo. No estado atual das pesquisas agr~nômicas e industriais, nao se chegou a obtençãode uma variedade que servisse aos dois fins sa-tisfatóriamente, p01S em ~ltima instincia, a fibra obtida dos linhos mistos nao apresenta ascaracteristicas que permitam o seu pleno apro -veitamento na tecelagem.

O linho foi utilizado na tecelagem muito an-teriormente ã lã porem foi mais refratário ã u-tilização de máquinas em seus diversos proces -sos de industrialização devido ã formação de m~teria cerosa entre suas fibras, o que dificult~va o trabalho mecinico. Data de 1810 a constru-çao da primeira máquina fiadeira para trabalharo linho e o aparecimento dela ocorreu na França.

* Engenheiro Agrônomo, Professor Titular d~ Faculdade deAgronomia da Universidade de Passo Fundo,Bolsista do

CNPq. Passo Fundo,RS.

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o cultivo do linho, no Rio Grande do Sul,jáfoi uma atividade agrícola muito importante.Conhecida popularmente, como linhaça, chegou aser cultivada, na decada de 60, numa área emtorno de 50.000 ha. (CAMPOS & VIEIRA,1982;TOM!SINI,198l).

A gradativa redução da area cultivada comlinho destinado ã extração de óleo deve-se avários fatores: sanidade, instabilidade domercado externo, concorrência com tintas deri-vadas de petróleo, falta de estrutura para co-mercialização, concorrência com as culturas defeijão e de soja pelo fato do período de plan-tio destas coincidir com a época de colheitadaquele, (TOMASINI,1981).

O linho foi cultivado muito antes do regis-tro da História Antiga. Vestígios de planta delinho foram encontrados na Era da Pedra, naSuíça. A arte de trabalhar fibras de linho emtecelagem era praticada pelos egípcios antigos.Homens primitivos provavelmente, usaram as se-mentes de linho selvagem como alimento. (MAR -TIN e outros,1973).·

Segundo Peixoto (1972)15 hectolitros de cápsulas

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túmulo na Tebáida. Nos tecidos fabricados comlinho, escrevia-se a lista dos magistrados desde o século V da era cristã. A difusão da roupa de linho, na Itália, data do século V. Manoe I B eIgr ano, em 9 de j unh o de :179 7 p arece sero primeiro a citar a extraçao de óleo de linhaça de suas sementes. Há provas de que 400 anosA.C. a cultivavam na Mesopotâmia, ao lado doinhame e do trigo, embora em escala menor. Asfibras eram utilizadas desde as épocas pré-hi~tóricas. A estopa servia como pavi6 para velas.As telas eram finissimas, pareciam" tecidascom o ar".

o linho, uma cultura do Velho Mundo foi pr~vavelmente cultivado primeiro no Sul da Àsia ena região do Mediterrâneo. Pode ter-se origin~do do linho selvagem (Linum angu~ti6olium Hud~ nativo para a região do Mediterrâneo,porser a única espécie que cruza facilmente como linho comum, o que foi investigado pelo esp~cialista TINA TAMMES da Universidade de Grani-gem, Holanda (Peixoto,1972).

Cultivos de linho fib!a começaram na Améri-ca do Norte, durante o período colonial, quan-do era usado para suprir linho para tecelagemmanual em casa. A extração comercial de semente de linho para óleo começou, mais ou menos

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A produção de linho movimentou o oeste com oaproveitamento de novas terras, poruqe era ax

primeira boa cultura, em terras enfraquecidasrecentemente. (MARTIN e outr9s,1973).

No Brasil, foi introduzido aproximadamenteem 1550, difundindo-se, sobretudo, nos Estadossulinos (PEIXOTO,1972).

o linho (Linum u~itati~~imum L. Seheffing )foi cultivado no mundo, numa área em torno de6,2 milhões/ha, no ano de 1979. A produção desementes foi em torno de 3,1 milhões de toneladas metricas, com rendimento de 504 Kg/ha.Os principais produtores são: Canadá, Argenti-na,Índia, Russia e EUA (Quadro 1). Os princip~is países em produção de fibra de linho são aRussia, Polônia,França,Belgica; Tchecoslovaquia e Holanda (MARTIN e outros, 1973).

No Quadro 2, e apresentado o volume de ex -po~tações de grãos e 6leo realizados pelosprincipais países produtores no período 1966/70.

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Quadro l:principa~s. países produtores de 1inho,1978/79. Ãrea,rendimento e produção delinho oleaginoso no período 1978/79.

Ârea(1000 ha) Rendimertto(kg!ha) ·Próduçao(1000tm)PAÍSES 1978 1979 1978 1979 1978 1979

Argentina 817 1.029 734 730 600 751Canadá 526 926 1.086 902 572 836China 90F 93F 478 624 43* 58*Etiôpia 38 36* 369 373 14 14*EUA 338 412 782 832 264 343França 50 50C 635 635 31 31C!ndia 2.010 2.025 262 254 527 514Po1ônia 84 80F 613 563 51 45FRomênia 75 75F 814 800 61 60FURSS 1.339 1.212 172 248 230* 300FUruguai 79 61 502 515 40 31Outros 213 219 737 671 157 147Brasil 10* 10C 600 600 6* 6CMundo 5.669 6.228 458 504 2.596 3.136

Fonte: FAOObs.: F Estimativa da FAO E1aboração: CAE/SETEP/SNAP/MA

* Dados não oficiaisC Dados calculados com ajuda decomput~dor

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GRÃOS õ L E OANO TOTAL CANADÁ E U A OUTROS TOTAL ARGENTINA E U A URUGUAI OUTROS

i

1966 754,7 513,1 169,2 72,40 216,0 121,1 56,5 15,6 22,801967 578,6 353,6 153".1 70,90 262,2 211,1 20,0 12,5 18,601968 573,0 278,4 231,1 63,50 174,8 78,6 49,2 7,0 40,001969 663,3 404,0 207,5 53,80 231,6 147,3 16,9 21,1 46,301970 632,2 494,2 74,3 63,70 269,4 154,1 21,4 31,7 62,20

~DIA 640,4 408,7 167,0 64,9 230,8 142,4 32,8 17,6 38,0

Fonte: Anuario de Comércio Exterior da FAO.

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Existem dois grupos de linhos cultivadosquanto ã aptidão:

a) Linho-FibraProduz fibras para teci~os finos, papel

de cigarro e sacaria de estopa. Uma boa fibrase caracteriza Dor: resistência ao tempo, du-rabilidade, eIa~icidade, fi~ura e brilho.

b) Linho-5leoSua semente contem 32 a 44% de óleo de

aplicação industrial. são óleos secativos, usa. . Idos em t~ntas, vern~zes, esmaltes, massas para

vidros, oleados, cera de aplicação em enxertos,etc. O resíduo ou torta de linhaça, apos a ex-traçao de óleo, devido ao alto teor de proteí-nas, e usado na alimentação do gaco bovino esuino, contendo ainda 3 a 87. de óleo. A palhado linho oleaginoso pode ser utilizada na fa -bricação de papel de cigarros, papéis finos epapel carbono.

Parece que a primeira tentativa de estabelecimento da cultura de linho·, no Rio Grande doSul, foi feita pelos jesuítas, no inicio do sê~ulo XVIII. A segunda tentativa, feita pelo g~verno português, no último quartel desse sécu-lo, também não prosperou.

Não obstante o fracasso de vários empreendimentos no passado, para implantação do linhono Rio Grande do Sul, a cultura dessa linácea

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para tecelagem nunca deixou de ser realizada,em pequena escala, para atender os teores do-mesticos da zona colonial alemã e zona coloniaI italiana. A firma A.J. Renner conseguiu darimpulso mais v1goroso ã linicultura no Estado,depois de 1930. Foram organizadas lavouras emFarroupilha e Veranópolis. A seguir, foram instaladas usinas de beneficiamento da Planta, p~ra extração preparo e limpeza de fibra. A Fa -culdade de Agronomia da UFRGS tambem cooperouno novo empreendimento, tendo o professor JoseGrossman selecionado as variedades Farroupilha,Viamão e Caxias (LEAL,1967).

Segundo o mesmo autor, o município pioneiroda cultura de linho oleaginosos no Rio Grandedo Sul, foi são Borja, onde essa cultura pene-trou entre 1910 e 1915 e dali difundiu-se pa-ra outras comunas das Missões, Alto Uruguai"Planalto Medio. Atualmente a cultura de linhovisa, principalmente, a obtenção de grãos paraa extração de óleo.

A cultura de linho para fibra têxtil já foiimportante e hoje se concentra somente em pe -quena area do Estado de Santa Catarina. Apesarde ser uma atividade agrícola que demanda apreciavel quantidade de mão-de-obra na colheitasendo adequadas as áreas de minifúndio, difi-cilmente tornara a ser cultura importante, umavez que o tecido de linho é de custo elevado

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e seu uso depende muito da moda de verão (TOM!SINI, 1980).

Das hastes das variedades de linho fibraextraem-se as fibras longas, destinadas ã fabricação de tecidos, enquanto as ~fibras curtas sãousadas para sacos e estopa.

O Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paranáe sul de são Paulo são produtores de linhoprincipalmente do tipo oleaginoso (Quadro 3).

Quadro 3 : Evolução da área colhida e da ,produtividadede linhaça no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Brasil no período 1973/77.

à r e a (ha)RS se

P'r()-dütividade(Kg/ha)BRASIL RS SC, BRASIL .-

1973. oU. .•58'9

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. I.7~2 .7 L085 763 673 741

(101) (43) (93) (68) (96)

1. 688 9.039· 791:.·- 730 780

(96) (55) (97) (182) (101)

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o linho cresce quando a proporção anual deprecipitação se estende de 400 a 750 mm,mastambém cresce sob irrigação ,em climas secos.Temperaturas secas e altas em torno de 329Cdurante a epoca de floração reduz o crescimen-to, tamanho e teor de óleo na semente assim como a qualidade de óleo. A planta do linho-fibrarequer, relativamente, pequena quantidade ,deágua assim como uma temperatura fria durante aépoca de crescimento;mas após a maturaçaotemperatura e seca facilitam o cultivo e seca-gem apos o maceramento. O linho é um cultivosensivel ao fotoperíodo, necessitando dias longos para que se verifique a floração. Requerfrio, que quando não ocorre atrasa a floração,ainda que o fotoperiodo seja adequado.

O linho pode ser destruido com temperaturasde -49C a -79C, na época de germinaçao, enqua~to uma geada de -19C, leve, pode causar danona flor ou na época da cápsula verde. Mas entreestes estágios as plantas podem sobreviver atemperaturas de -119C. Prejuízos de geadas o-correm, quando o linho é semeado muito cedo ouno outono.

Em resumo, clima fresco, com suficiente um1dade atmosférica e com grandes oscilações detemperatura, constituí condição muito

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favorável para o desenvolvimento do linho têx-til.

Climas continentais, menos úmidos, tempera-do quente, que predispõe ã ramificação basal eã maior produção de sementes, ~ão indicados p~ra o tipo de linho oleaginoso.

O Rio Grande do Sul apresenta condições maisfavoráveis so desenvolvimento do linho oleagi-

O linho tem o seu melhor desenvolvimento emsolos bem drenados, especialmente limo-argilo-sos ou argilosos, mas bem estruturados. Solosleves são inadequados para sementes de linho,particularmente em regiões de deficientes pre-cipitações. Linho-fibra se desenvolve em solosmais pesados. Para produção de grãos, o linhoresponde bem a calagem, aumentando significativamente o rendimento (ABRÃO. & CAMPOS,1979 aABRÃO 1980), citados por ABRÃO & CANAL,1982.0smesmos autores trabalhando com solos do RioGrande do Sul, em casa de vegetação verifica -ram uma alta sensibilidade do linho aos fato-res de acidez do solo, a ponto de rião observardesenvolvimento vegetativo do linho, no oxiss~10 Santo Ângelo, na ausência de calagem, embo-ra os demais nutrientes estívessem em níveís

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18adequados (KORNDORFER,1982).

o linho é uma planta herbácea, que pode serdesenvolvida como uma anual ôe inverno em cli-mas temperados. A planta cresce de 30 a l20cm.Possui um talo principal distinto e uma peque-na raiz principal. Dois ou mais ramos básicospodem subir do talo principal logo abaixo dasuperfície do solo, a menos que o mesmo estejagrosso. O talo principal e os ramos básicosdão origem a ramos primários, secundários e terciários que produzem folhas, flores e cápsulas.As três principais áreas do tecido são identi-ficadas no talo: medula, lenho e casca. A cas-ca contém vasos(floema) comparativamente lon-gos ou celas com fibras, que constituem as fi-b~as do linho. A flor do linho tem cinco péta-las e uma cápsula que contém sementes, em cin-co celas, podendo serem ocupadas por duas se -mentes cada uma. Assim o número máximo de se -mentes é de 10 por cápsula, quando produz umnúmero completo de duas sementes/cela. Sendoa flor hermafrodita, a polinização é assegura-da pelo seu próprio pólen, pois o linho e au -togamo. Há todavia, casos de cruzamento de ate40%, mas normalmente varia de 5% a 25% (PEIXO-TO;1972).

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As flores abrem ao amanhecer em dias clarose quantes, sendo que as pétalas caem antes domeio dia.

O florescimento é indéterminado e cóntinuaaté o crescimento parar. As ~étalas sao á

zuis, azul-pálido, brancas ou rosa pálido dependendo da variedade. As cápsulas de cada ti-po raramente abrem-se espontaneamente para pe~mitir a queda das sementes. A maioria das va -riedades originárias da !ndia e da Argentinasão indeiscentes.

As sementes de linho variam de 3,6 a 5,Ommde comprimento. Mil sementes pesam de 3,8 a7,0 g. As sementes são usualmente, marron-cla-ro na cor, embora em certas cultivares sejamamarelas, com manchas coloridas, verde amareladas ou quase pretas. As sementes tem uma supe~fície polida brilhante que resulta de um revestimento mucilaginoso. O embrião está envolvidopor uma camada sedosa de endosperma que contémamido na semente imatura.

7. CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

O linho ou linhaça pertence ã família Lina-ceae, gênero Linum e espécie u~itati~~imum.Quan~o ã aptidão, no entanto, exist~m diversostipos de linho, salientando-se o oleaginoso eo têxtil.

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Em terras novas, fazer uma lavra com bastante antecedência, seguida de outra antes da se-meadura. Em terras ji cultiv~das, a primeiralavra deve se efetuada após a colheita da cul-tura anterior, com a finalidad~ de enterrar orestolho e ervas invasoras. A segunda lavraçãoou discagens subseqUentes, devem deixar o solobem destorrado e livre de ervas daninhas e ni-velado para que seja conseguida uma semeadurauniforme, ji que sao sementes pequenas.

O cultivo minimo ou plantio direto só pode-ra ser realizado em solos livres de invasoras,não compactados superficial ou subsuperficial-mente, para que haja boa drenagem e permitabom desenvolvimento do sistema radicular.

Existem no Estado, em andamento trabalhosde calibração de adubação para a cultura do linho em diversas instituições, especialmente noCEP da Fecotrigo em Cruz Alta. Normalmente oagricultor não realiza adubação aproveitandoapenas o adubo residual da cultura anterior.Alegam que a cultura não responde ao fósforo epotissio e que o niirogênio provoca acamamentodevido ao maior crescimento em altura, prolon-gamanto do ciclo e maturação desuniforme.

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Observando-se ,o Quadro 4, verifica-se que a ne-cessidade da cultura ê alta, especialmente, emrelação ao nitrogênio (47 Kg/ha),jâ que normal~mente as folhas edas em tecelagem.

Outrossim, a cultura ê tida como esgotantedo solo, fato que deve ser atribuido, em prime!ro lugar, ã não realização da adubação de manu ~tençao, nao repondo, portanto~ os nutrientes re-tirados pela cultura e, em segundo lugar) peloaparecimento de doenças causadas por fungos desolo como Fu~a~ium ox~~po~um 6. ~p. lini.~Pythium ~p e ~hizoQtonia ~ol4ni.,quando o cult!vo se realiza sem rotação. Quando cultivado anoapos ano na mesma área, produz a condição conh~cida como " Solos cansados de linho" ("flax si"":'"ck soils" ).

Esgotamento de nutrientes do solo pela cul-tura do linho.

Kg!ha dé nutrientesParte da Planta N P20S K20 CaO1.000 Kg de graos 32,8 l3,S 10.0 2,63.000 Kg de palha l4c4 12,6 29,1 20,7T ° T A L 47,2 26,1 39,1 23,3

Fonte: LEAL,1967

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Experimentos realizados na Argentina mostr~ram que o linho extrai menos nutrientes do solodo que o trigo.

Experimentos realizados em diversos locaisdo ~io Grande do Sul não tem evidenciado respo~ta satisfatória do linho a adubação com fertilizantes minerais.

Trabalhos de pesquisa realizados no CElJ

Fecotrigo em Cruz Alta em 1979" em solos debaixa fertilidade e sem calagem mostraram umatendência nítida de resposta â aplicaçao denitrogênio e fósforo. Outro experimento condu~zido em 1980, em solos de"alta fertilidade"evidenciou que o linho respondeu as doses deadubos. Entretanto a aplicação do teste de Dun-can a li. para comparar as médias de produção,mostrou que o rendimento de grãos so foi afet~da positivamente pela aplicação de nitrogêniode até 30Kg/ha.

Em função das observaçoes realizadas ABRÃO &CANAL (1982), recomendam a aplicação de nitro--gênio para a produção de linho (1/3 na base e213 em cobertura no estadio de ramificação). Nocaso de parcelamento a dose de nitrogenio noplantio (base) deverá oscilar em torno de 8KgIha,. No caso do fósforo, solos cOm teores acimado nível crrtico, não respondem a esta adubação.Considerando-se as necessidades da cultura, re-

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comenda-se ~O Kg/ha de P205/ha quando o teorde P estiver acima do ntvel critico e 40 Kgfhade P205, quando o teor de P estiver abaixo donIvel critico. Quanto ao Po~issio, nio se obt~ve aumentos de rendfmento, mas as produções m~ximas foram obtidas em solos bem providos comeste nutriente. A sugestão de adubação potass~ca em linho ê 30 Kg/ha de K, 15 Kg/ha e 0, respectivamente para um teor no solo de menos 80ppm, de 80 a 120 ppm e mais que 120 ppm.

A maior parte dos agricultores p~eferem se-mear em terras que foram adubadas para as cul-turas precedentes como soja ou outras plantas.

Efeito de fertilizantes mineraissobre a produção de linho no Cen-tro Agronômico da FAVURGS em Guaiba.

Grãos de Linho Haste AlturaTratamentos Kg/ha Kg/ha cm

1961 1962 196"1 1962 1962Testemunha 343 512 2150 881 52.

PK 319 566 1870 1039 60NK 473 600 2675 884 56NP 540 800 3525 2287 70NPK 554 833 3390 2205 74

Fonte: LEAL.1067.

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10. SEMEADURA10.1 Método e DensidadeA prática geral é semear o linho com semea-

deira, a uma profundidade de· 3-4 cm e espaçame~to de 17- 20cm entre linhas; utilizando-se 200sementes aptas por metro linear.

Deve-se escolher as sementes de tipos e va-riedades adaptadas às finalidades que se dese-jar para ~leo ou t~xti1.

As sementes novas, bem secas e bem conser~tvadas apresentam cor marrom, sao brilhantes e

livres' de grãos foscos e suostancias estranhas.Devem apresentar 987. de pureza e, no mínimo807. de poder germinativd.

Como medida complementar de controle de en-fermidades, recomenda~se tratar as sementes comfungicidas.

10.2 Époc~As variedades de linho t~xti1 devem ser se-

meadas em junho e ínicio de julho. As varieda-des de linho oleaginoso podem ser semeadas dema~o a julho Os 1inicu1tores do Planalto Médio e parte das Missões seme~am o linho oleagi-noso comumente em junho e julho.

O cuidado que deve ser tomado na escolha daepoca de plantio é de que a f10ração nao co~n-'cida em épocas sujeitas a geadas tardias.

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Ressalvando este fato, devemos antecipar a se-meadura para maio ou junho, onde os rendimentossão maiores e há maior uniformidade de matura-çao.

10.3 Caracteristicas de cada tipo de linho.O linho têxtil apresenta maior altura, de 70

a 120 em, e nao deve ter ra~ificação basal. Olinho oleaginoso é mais baixo e, comumente~ a~presenta ramificação basal.

10.4 Variedades de linho têxtilFARROUP~LHA ê uma seleção da FAV. Não ê re-

sistente ã murcha. O linho holandês CONCURRENTE,introduzido no Estado, tamhém não e resistenteã murcha. O linho argentino CALCHAQUI M.A. e resistente ã murcha e a algumas raças de ferrugem.

10.5 Variedades de linho oleaginoso.TAPERAJU e NHU PORÃ, criados na Estação Ex ~

perimental de são Borja, são resistentes ã mur-cha do linho,e;são os mais cultivados no RioGrande do Sul.

-OLIVEROS TIMBU, PERGAMINO PUELCHE, TEZZANOSPINTO, PERGAMINO MOCORETÃ são argentinos. Oprimeiro é considerado resistente ã ferrugem,o segundo é resistente ao pasmo e o terceiro éconsiderado resistente ã murcha e ao pasmo.

Estão em execução atualmente no Estado doisprogramas de melhoramerrto e exp~rimentaç~o de

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Linho oleginoso na Universidade de Passo Fundo(Departamento de Fitotecnia) e ~EP-Fecotrigoem Cruz Alta. O objetivo é o desenvolvimentode novas cultivares adaptada~ a nossa regi~o ecom potenciais produtivos superiores as culti-vares atualmente em uso pelos agricultorescom ciclo curto para não atrasar os cultivosde ver~o e de porte baixo para diminuir prob1~mas de acamamento.

Durante a Segunda Reunião Estadual de Pes -quisa e Assistência Técnica do Linho, foram recomendadas as cultivares TAPE PARANÃ INTA, TA-PERAJU, ~Linho Comum e PARANÃ INTA, CONESA INTA,TEZZANOS PINTO TARAGUI e ALCORTA INTA, consi-d er ando- os: re sul tados d e ren d im en tos ob t idosnos an~s de 1979 a 1980 pela Fecotrigo em CruzAlta,RS.

lr.l. Controle de ervas daninhasLinho nao comp-ete bem com ervas daninhas.

Uma violenta infestc.aç~o de ervas daninhas nocampo p.o.dereduzir os rendimentos de linho de40 a 70%. Sementes limpas de defeitos, em soloslimpos, ê essencial para um bom rendimento delinho. Aveia nativa, gorga, erva de bicho, mos-tarda, nabo e azevem s~o os que mais comumenteocorrem em campos de linho. Ent~o, podem ser

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parcialmente,controlados com herbicidas, ã ba-se de MCPA, Dalapon e Bentazon. Aplica-se oherbicida, quando o linho atinge em torno delOcm de altura. Não existem herbicidas regis -

h

trados para controle de gramineas no linho,d~vendo ser evitado seu plantio em áreas infestadas com estas invasoras. Existem testes combom resultados com o produto POAST da BASF pa-ra o controle de gramineas em linho. Devemser evitados produtos hormonais na forma ester,pois estes são ~a6tante fitotõxicos.

o linho e uma cultura que apresenta poucosproblemas de insetos pragas. Geralmente os maiores sao causados por lagartas, especialmente alagarta do linho, Rachiplu~ia nu (Guenee,1852),que assume importância quando ocorre em elevadadensidade populacional causando o desfolhamentoda planta, especialmente no final da fase vege-tativa e inicio da floração, como também ao seumimetismo com a haste da planta, passando desa-percebida facilmente. (Link & Costa,1982).

Outras pragas que poderão afetar a culturasão as lagartas pretas ou escuras, como a la-garta do trigo, Sodop~ena 6nugipenda (Guenee ,1852) e a lagarta do girassol, Clo~yne lacinia6aunde~6i (Doubleday,1847), tambem filõfagas,

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mas ~acilmente identificadas na lavoura pelocontraste com a vegetaçao.

O controle destas lagartas poderi ser reali-zado com inseticidas de contato e ingestão.

Outra praga que merece cuiaado especialmentena fase inicial de implantação da lavoura de linho. são as formigas cortadeiras sendo o controle realizado mediante 1scas.

Tem sido oDservado em lavouras de linho daregião de Passo Fundo ataques de lagarta rosca[A9~oti4 yp4ilonl, cujo ataque ocorre ~ noitecortando as plantas acima do coleto. Seu controle poderi ser realizado mediante iscas a basede Triclorfon cuja eficiência depende das boascondições climiticas. Ê recomendivel que sejamevitados para cultura de linho. ireas com pro-blemas dessa praga.

Os percevejos fit~fagos ocorrem tamb~m espe-cialmente em ireas com inverno não rigorososcuja densidade populacional elevada chamou atenção na safra de 1982. A incidência elevada naépoca de formação das sementes traz prejuizos.apesar da intensidade não ser ainda quantifica-da. As espécies mais freqUentes são:Neza~a vi~idula (Linnaeus.1758} e Piezodonu4guildini (Westwood.l837). as mesmas que atacama soja. Para o controle desses percevejos de-vem ser utilizados produtos sistêmicos.

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A cultura do linho pode ser atacada por doe~ças, especialmente causados por fungos, sendoas principais comentadas a seguir.

a) Murcha do Linho:Murcha é uma doença causada pelo fungo (fu-

~anium iXlf~ponum6. ~p. {ini l(Bolley) SNY &HANSEN, doença que, geralmente, causa infecçãoda planta para murchar e morrer. Ela se desen -volve na planta viva como no material de plan -tas mortas no solo. O fungo pode sobreviver nosolo por longo tempo (até 28 anos), o uso de variedades resistentes e o controle único satis-fatario em solos infestados de murcha.

b) Ferrugem do Linho:A ferrugem do linho é causada pelo fungo

Me{amp~ona {ini, ~Pers) Lev. frequentementeprejudicial em estações chuvosas. Pústulas ala-ranjadas brilhantes. no estágio de uredosporosnas folhas, são seguidas por áreas pretas lus -tTosas nos talos (estágio teleutosporo). tardena estação. O fungo é carregado durante o inverno, infestando o restolho e a palha. Rotaçãode culturas auxilia a reduzir o prejuizo dadoença. mas variedades resistentes são efetivascomo meios de controle.

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c)Pasmo:Pasmo ê causado pelo fungo Septo~ia tinieo-

ta (SPEG) GAR e aparece nas folhas das plantasjovens como lesões circulares amarelas-marrons.Assim que a planta atinge a maturidade, manchasgrandes marrons para pretas são observadas nostalos. Plantas infectadas produzem pequenas se-mentes e, às vezes, poucas sementes por capsu -Ia. Algumas medidas de controle são rotaçao deculturas, sementes tratadas e uso de cultivaresresistentes. Todas as variedades cultivadas noEstado, no entanto, são suscetíveis.

Antracnose ou Câncro, causado pelo organismoCottetot~ichum tini, tem produzido algum danocQmo doença na planta.

Sementes tratadas melhoram safras e rendimentos particularmente quando a semente de linhotenha sido danificada durante o debulhamento.

o graos do linho ê, colhido quando a maio-ria das cápsulas estão amadurecidas. As cápsu-las da maior parte das variedades são semideis-centes quando secam podendo ser colhidas com

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urna maquina de debulhar Deiscência parcial ocor, -

re, quando as sementes contem 9 a 11% de umida-de.

Segundo alguns autores, a plena maturaçao dolinho e alcançada quando a lávoura apresenta-secom urna ~uantidade de 60-70% das cápsulas maduras (MIRANDA & XOUZA,1982).'

O grio de 1inh~ pode ser colhido diretamentecom uma máquina automotriz quando a planta êcompletamente seca e livre de ervas daninhas.

• IMuitos campos amadurecidos 1rregularmente oucontendo ervas daninhas verdes, necessitam dis-secaçio quimica. A reduçio de absorçio de aguada semente de linho, comparada com trigo e ou -tras sementes de amido, e caracterlstica de se~mentes oleaginosas. Sementes de linho que con -têm mais que 9 a 117. de umidade, ê provavel quese deterioraria no armazem.

Os rendimentos ficam sempre na dependênciade urna serie de fatores, como clima, fertilida-de do solo e outras condições culturais. Admi-te-se 700-800 Kg/ha de grãos, como media geraldo Estado. Algumas lavouras em anos favoraveistem colhido ate 1.200 Kg/ha.

13. ROTAÇÃO DE CULTURAS

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o linho ê mais produtivo em terras limpas,porque ê um competidor pobre com ervas daninhas.O linho ê uma boa cultura para seguir pastag~nsou campos recentemente destruidos. Crescem me -1hor após cultivo de 1eguminosas. Uma seqUênciasatisfatória de culturas inclui um grao pequeno,uma 1eguminosa, cereal e 1inho.- A produçio delinho, após a produçio de soja, ê melhor do quelinho seguindo cereal. Quando adaptado o linhotem demonstrado ser uma boa cultura para suce -der a1fafa, trevos ou gramíneas, porqu~ oferecemenor competiçio, do que estes graos. (MARTINet a1ii, 1973).

Nos EUA cerca de 817. do óleo de linho produ-zido e usado em tintas, vernizes, 11% na manufatura de linóleo e oleados, 3% em tintas impre~soras e o resto em sabões e outros produtos. Atorta ~e semente de linho ou farinha ê usada como alimento para animais domesticos. No RioGrande do Sul, está sendo testado óleo de linhopara fins energeticos. Caso aprove nso testes,certamente garantirá mercado a esta cultura nospróximos anos, podendo ser melhor sucedida quea co1za já que, ao contrário desta, e uma 1avo~ra tradicional no Estado, tendo o agricultor a

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tradição de Seu manejo.ü óleo extraído, industrialmente, do grao de

linho representa, aproximadamente 307. de seu p~so. A pasta constitui um alimento concentradopara bovinos, cujo grande valor não está relacionado apenas eom sua riqueza em elementos nu-tritivos (897. MS, 337. subst~ncia nitrogenadas;31,7% de glicídios; 87. de gordura e 8,7% de ce-lulose},mas também devido as suas propriedadesdiuréticas, que aumentam a secreçao de leite,quando administradas em quantidades normais naração diária, pois passando de certo limite,transmite ao leite odor e sabor especial, emgeral desagradável CORTIZ, 1968).

A manteiga do leite das vacas arraçoadas coma torta é mais mole do que a natural, servindoassim para corrigir os efeitos dos alimentosque dão manteiga dura. A torta é muito estimada. quando se preparam animais para exposiçaoou venda, por ajudar a melhorar o estado e ama-ciar o pêlo CPEIXüTü,1972).

Outra característica da cultura e ser melí-fera e sua importincia aumenta quando se considera ser a floração primaveril, epoca de escassez de flores apícolas.

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As exigências de adubação para fibra de li-nho são, essencialmente, as mesmas para o linhooleaginosos. Com algumas excessoes, fósforo au-menta a porcentagem da jibra, enquanto nitrogê-niodiminui. A fórmula 4-16-8 Kg/ha de fertili-zante NPK, usualmente, ê recomendada para fibrade linho, onde ê conhecido, considerando as condições particylares do solo.

O cultivo dos linhos têxteis apresenta cara~terísticas que os distinguem dos linhos oleagi-nosos, a começar pela densidade que ê mais con-centrada, usando-se normalmente, de 100 a 120Kg/ha de semente, a fim de que as plantas obtenham maior altura e em conseqUência, fibra demaior comprimento. Enquanto a colheita do linhooleaginoso é feita por me10 de corte, no linhotêxtil processa-se por arrancamento que podeser manual ou mecânico; consta que, na Bélgica,onde a cultura se faz em pequenas propriedadesdá-se preferência ao arrancamento manual quepossibilita uma melhor colheita dos talos quefornecerão as fibras.

A rotação de cultura ê outra prática de gra~de importância, recomendando-se que entre umaplantação e outra, haja um intervalo de pelo m~nos cinco anos. Este limite tambem é observadopelos belgas que têm reconhecida tradição nacultura de linho têxtil.

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Os principais determinantes do rendimentoentre outros, são os seguintes: rotação de cul-tura, densidade, processo de arrancamento, va -riedade e os demais fatores de meio ecológico.

A colheita da fióra de linho, geralmente, êfeita quando 1/3 das cápsulas de sementes es-tão marrons ou amarelas, com sementes desenvol-vidas completamente marrons. Neste ~stigio, ge-ralmente, talos tornam-se amarelos, enquanto asfolhas caem dos talos 2/3 de distância do solo.A planta de linho de fibra colhida muito cedotende ser fina e sedosa, mas deficiente em vi -gor; fibras de linho colhidas tarde, sao grosseiras, asperas e quebradiças, com qualidade p~bre para,tecido e portanto, para estopa.

Ri em geral, três fases de maturação em queo linho têxtil pode ser colhido: a) maturaçaoem cor verde, isto ê, quando o linho ainda seapresenta de coloração esverdeada, quando aindanão se processou a floração; os linhos colhidos,nesta fase, se destinam ã fabricação de tecidosfinos. b) maturação amarela e c) maturação emcor de cobre.

Esses três estigios se apresentam com gran-de importância industrial, pois enquanto verdes,as fibras são menos resistentes e quando madu -ros demais tornam-se ásperas e quebradiças.

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Nas diversas fases da industrialização, obtem-se os seguintes produtos: a) fibra longa,destinada ao fabrico dos mais categorizados te-cidos; b) fibras curtas, que se destinguem qua~do da separação das fibras longas e que podemser utilizados no fabrico de sacos; c) estopa,último resíduo; d) semente, utilizada para oplantio e para exportação.

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