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Esse é o boletim informativo de um novo Coletivo que está surgindo na Universidade São Judas Tadeu. Nossa proposta é debater o movimento estudantil, política e cultura. O movimento estudantil no mundo sempre foi vanguarda e mobilizou grandes acontecimentos, e queremos abrir esse espaço reflexivo e prático entre os estudantes na São Judas Butantã. Nossa realidade ímpar, de estudantes e trabalhadores, nos permite discutir os desdobramentos práticos, na cultura e na vida acadêmica, das políticas implementadas pelos governos. ESTUDANTES MORTOS E DESAPARECIDOS NO MÉXICO Após séculos de lutas no México, o movimento estudantil da escola rural de Ayotzinapa (Zona Rural), foi duramente reprimido por forças policias criminosas que possuem ligações com o narcotráfico. Os estudantes estavam planejando um ato para arrecadação de fundos, para uma viagem á cidade do México no dia 02 de outubro, onde haveria uma manifestação em memória ao massacre de Tlatelolco. Após o fim do ato para arrecadação de fundos, os estudantes, que estavam dividos em três ônibus, tiveram seu caminho cercado por efetivos da polícia municipal. Dois estudantes desceram do primeiro ônibus para tentar conversar e explicar a situação. Foram baleados tão logo apareceram na mira dos policiais. Iniciou-se, então, um ataque de meia hora aos ônibus em que os estudantes, todos desarmados, tentavam se proteger dentro do que pouco a pouco se converteria em uma peneira, tantos eram os buracos causados pelas balas dos fuzis AR-15 dos policiais. Percebendo que dentro daquele espaço não teriam chances de sobreviver, decidiram sair dos ônibus e correr em qualquer direção, pelas ruas de uma cidade que sequer conheciam. Aproveitaram o momento em que os policiais recarregavam suas armas. Enquanto estudantes dos dois primeiros ônibus corriam para salvar suas vidas, os que vinham no terceiro, por último, foram obrigados pelos policiais a descer do ônibus e a subir nas caminhonetes oficiais. Foram levados não se sabe pra onde. Estão até este momento desaparecidos. Dos dois ataques resultaram seis mortos – um dos quais brutalmente torturado: lhe arrancaram os olhos e a pele da face ainda em vida, cerca de 20 feridos e 43 estudantes desaparecidos. Nesse momento é importante se posicionar em solidariedade aos estudantes mexicanos desaparecidos, que assim como nós, questionam seus governos corruptos e que não investem em educação, outrossim, vivem a margem da lei e se unem ao narcotráfico e milícias. Também na nossa história temos passado por grande repressão aos que ousam desafiar os governos, sobretudo os movimentos estudantis que são a grande vanguarda dos levantes populares. Ayotzinapa Vive! Vivos os levaram, vivos os queremos! QUER AJUDAR A CONSTRUIR O COLETIVO? – Entre em nossa página do facebook para maiores informações https://www.facebook.com/jtusj Contamos com sua participação – Não descarte este boletim em via pública. Repasse para alguém.

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"Esse é o boletim informativo de um novo Coletivo que está surgindo na Universidade São Judas Tadeu. Nossa proposta é debater o movimento estudantil, política e cultura. O movimento estudantil no mundo sempre foi vanguarda e mobilizou grandes acontecimentos, e queremos abrir esse espaço reflexivo e prático entre os estudantes na São Judas Butantã. Nossa realidade ímpar, de estudantes e trabalhadores, nos permite discutir os desdobramentos práticos, na cultura e na vida acadêmica, das políticas implementadas pelos governos."

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Esse é o boletim informativo de um novo Coletivo que está surgindo na Universidade São Judas Tadeu. Nossa proposta é debater o movimento estudantil, política e cultura. O movimento estudantil no mundo sempre foi vanguarda e mobilizou grandes acontecimentos, e queremos abrir esse espaço reflexivo e prático entre os estudantes na São Judas Butantã. Nossa realidade ímpar, de estudantes e trabalhadores, nos permite discutir os desdobramentos práticos, na cultura e na vida acadêmica, das políticas implementadas pelos governos.

ESTUDANTES MORTOS E DESAPARECIDOS NO MÉXICO

Após séculos de lutas no México, o movimento estudantil da escola rural de Ayotzinapa (Zona Rural), foi duramente reprimido por forças policias criminosas que possuem ligações com o narcotráfico. Os estudantes estavam planejando um ato para arrecadação de fundos, para uma viagem á cidade do México no dia 02 de outubro, onde haveria uma manifestação em memória ao massacre de Tlatelolco. Após o fim do ato para arrecadação de fundos, os estudantes, que estavam dividos em três ônibus, tiveram seu caminho cercado por efetivos da polícia municipal. Dois estudantes desceram do primeiro ônibus para tentar conversar e explicar a situação. Foram baleados tão logo apareceram na mira dos policiais. Iniciou-se, então, um ataque de meia hora aos ônibus em que os estudantes, todos desarmados, tentavam se proteger dentro do que pouco a pouco se converteria em uma peneira, tantos eram os buracos causados pelas balas dos fuzis AR-15 dos policiais.

Percebendo que dentro daquele espaço não teriam chances de sobreviver, decidiram sair dos ônibus e correr em qualquer direção, pelas ruas de uma cidade que sequer conheciam. Aproveitaram o momento em que os policiais recarregavam suas armas. Enquanto estudantes dos dois primeiros ônibus corriam para salvar suas vidas, os que vinham no terceiro, por último, foram obrigados pelos policiais a descer do ônibus e a subir nas caminhonetes oficiais. Foram levados não se sabe pra onde. Estão até este momento desaparecidos. Dos dois ataques resultaram seis mortos – um dos quais brutalmente torturado: lhe arrancaram os olhos e a pele da face ainda em vida, cerca de 20 feridos e 43 estudantes desaparecidos. Nesse momento é importante se posicionar em solidariedade aos estudantes mexicanos desaparecidos, que assim como nós, questionam seus governos corruptos e que não investem em educação, outrossim, vivem a margem da lei e se unem ao narcotráfico e milícias. Também na nossa história temos passado por grande repressão aos que ousam desafiar os governos, sobretudo os movimentos estudantis que são a grande vanguarda dos levantes populares. Ayotzinapa Vive! Vivos os levaram, vivos os queremos!

QUER AJUDAR A CONSTRUIR O COLETIVO? – Entre em nossa página do facebook para maiores informações

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AUMENTO DA TARIFA DO TRANSPORTE PÚBLICO É NOVAMENTE COLOCADO EM PAUTA PELOS GOVERNOS. TAL QUAL JUNHO DE 2013, PRECISAMOS NOS MOBILIZAR PARA DERRUBAR QUALQUER POSSIBILIDADE DE AUMENTO

Em reunião no último dia 18 de novembro, prefeitos da Capital e cidades da Região Metropolitana (administradas pelo PT) colocaram em pauta novamente o aumento das tarifas do transporte público. A proposta é que a tarifa seja fixada entre R$ 3,40 e R$ 3,50 e será levada ao Governador Geraldo Alckmin (PSDB) para possível aumento em conjunto com o Metro e CPTM.

Num sistema de transporte ainda precário, superlotado e demorado, que recebe mais de 2 bilhões de reais em subsídios dos governos, impõe-se lembrar que o transporte atualmente está sob um sistema de concessão, sendo muito mal administrado por empresas que recebem lucro para operar o sistema de transportes.

Um direito/serviço público tão essencial não pode ser tratado como mercadoria, porque, no final das contas, quem paga por esse serviço de péssima qualidade são os trabalhadores, o governo não quer investir mais e não abre mão de manter o lucro das empresas.

Por isso, novamente o debate sobre o transporte público que queremos/precisamos é urgente, sendo necessárias novas mobilizações para barrar qualquer e possível aumento.

DIREITO À ÁGUA E A CRISE NO ESTADO DE SÃO PAULO: GARANTIR O ABASTECIMENTO NAS REGIÕES PERIFÉRICAS É UM DEVER DO ESTADO

É notória a crise hídrica que o Estado de São Paulo enfrenta, no entanto, pouco são os debates acerca dos responsáveis e as propostas emergenciais para garantir o fornecimento desse bem tão precioso.

Em que pese a tentativa do Governador Geraldo Alckmin (PSDB) e da direção da SABESP tentar culpar a estiagem e “São Pedro” pela falta de água, relatórios e auditorias divulgadas dão conta de que quase 40% da água é perdida em vazamentos da própria estrutura, além de prognósticos negligenciados pelo governo e pela empresa de abastecimento, que nada fizeram nos últimos 15 anos para impedir ou minimizar a crise.

Investir em novos sistemas de abastecimento, na infraestrutura e a política de reuso, são medidas que deveriam ser tomadas há muito tempo. Geraldo Alckmin, no início do mês de novembro, pediu ajuda ao governo federal de 3,5 bilhões de reais para a realização de obras. O que causa estranheza é que passadas as eleições, cujo programa eleitoral propugnava pela inexistência de crise hídrica, ou mesmo descartava qualquer hipótese de racionamento, diversos bairros periféricos já vinham sofrendo com o corte de abastecimento.

Além disso, importa destacar que a SABESP foi privatizada sob a alegação da necessidade de mais investimentos e realização de obras, que na verdade não aconteceram e o lucro dos acionistas chega a casa dos 4,7 bilhões de reais, dinheiro esse que poderia muito bem ser empregado para a realização dos investimentos necessários.

Neste momento, precisamos nos mobilizar para cobrar mais transparência na gestão da SABESP e exigir que os bairros periféricos não fiquem sem abastecimento. Exigir também que não haja corte de empregos sob a justificativa de falta de água, porque as empresas consomem quase 50% da água fornecida, devendo, além disso, ser priorizado o

abastecimento para o consumo humano e em hospitais, escolas e universidades.

Vários atos estão sendo organizados, tal qual no dia 25/11, às 11h, na Pça. do Patriarca, junto a diversos movimentos. E no dia 06/12, a partir das 09h, na cidade de Itu, símbolo das mobilizações pela água, haverá a assembleia geral das entidades que estão mobilizadas para em conjunto aprovar um calendário de atos e mobilizações contra o descaso do governo no abastecimento de água.

“500 anos de Brasil e o Brasil aqui nada mudou”

Este é um trecho da música "A vida é desafio" - Racionais Mc's, que retrata uma realidade cruel, o Brasil atualmente possui a maior população negra fora da África, mais da metade da nossa população têm a cor de pele negra ou parda, porém os negros no Brasil são maior números apenas no futebol, nos Sub-empregos, nas prisões e nos cemitérios.

O Brasil é o país onde mais se mata no mundo, superando muitos países em situação de guerra. Em 2012, 56.000 pessoas foram assassinadas. Destas, 30.000 são jovens entre 15 a 29 anos e, desse total, 77% são negros. A maioria dos homicídios é praticado por armas de fogo, e menos de 8% dos casos chegam a ser julgados. Mais absurdo que estes números, só a indiferença.

A morte não pode ser o destino de tantos jovens, especialmente quando falamos de jovens negros. As consequências do preconceito e dos estereótipos negativos associados a estes jovens e aos territórios das favelas e das periferias devem ser amplamente debatidas e repudiadas.