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maio 2011

I Bienal da Fundacentro

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28 de abrilII Encontro marcou o dia 28 de abril no MS pg.7

Dourados sediou encontro em memria s vtimas de acidente de trabalho pg.9 CERS promove encontro em memria s vtimas de acidente de trabalho pg.11

CEES debate acidente de trabalho no dia em memrias s vtimas pg.12Entrada do Centro de Referncia do Trabalhador, onde foi realizado o evento

Promoo da sade no mundo do trabalho tema de workshop pg.8 II Encontro dos Vidreiros ocorreu em Praia Grande pg.9 Pesquisadora representa Fundacentro em reunio sobre perfurocortantes pg.10

Riscos biolgicos e qumicos abordados no Maranho pg.11 CEES realiza curso sobre Ergonomia da Atividade pg.12 Palestra sobre mercado de trabalho para pessoas com deficincia pg. 13

Curso no CEES capacitou formadores em SST pg.15 Cantinho da Memria pg.15

Expertise da Fundacentro levada frica do Sul e ao Chile pg.16

Textos desta edio: Alexandra Rinaldi Aline de Souza Debora Maria Santos Maisa L. Nazario

Diagramao: Maurcio Kenji Mizusaki

Fotos: Divulgao

Edio: Maisa L. Nazario, MTb11770-SP

I Bienal da FundacentroAqui estamos fazendo histria, diz ministro Lupi na abertura da I BienalEvento d incio socializao da excelncia da FundacentroFotos: Edson dos Anjos

Por Maisa de Lacerda Nazario, da I Bienal

Estamos entrando agora num novo patamar da Fundacentro, afirmou o Ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, em seu discurso de abertura da I Bienal da Fundacentro, realizada de 23 a 25 de maro, em Braslia, no Centro de Referncia do Trabalhador Leonel Brizola. S o tempo mostra quando a gente fez histria. E o tempo vai mostrar que aqui estamos fazendo histria, porque a primeira vez que se faz uma Bienal da Fundacentro para divulgar trabalhos em segurana e sade do trabalho. Eu fico orgulhoso. Valeu a pena a gente estar aqui, concluiu o ministro Lupi. A abertura da I Bienal da

Presidente da Fundacentro - Eduardo Costa

Fundacentro, contou com a participao do Ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, do Ministro da Advocacia Geral da Unio, Luis Adams, do Defensor

Pblico Geral Federal, Jos Rmulo Plcido Sales. Compuseram tambm a mesa de abertura a vice-presidente da Fundao Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nsia

Fundacentro assina quatro documentos com instituies e entidade de trabalhadores A Fundacentro deu incio a trs acordos de cooperao, no primeiro dia da I Bienal. O primeiro deles, o acordo de cooperao com a Defensoria Pblica da Unio. O objetivo erradicar o crescente nmero de acidentes de escalpelamento, devido falta de segurana nas embarcaes de trabalho que atingem a regio amaznica. Assinaram o acordo, pelas partes, o Dr. Jos Rmulo Plcido Sales, Defensor Pblico Geral Federal, e o Dr. Eduardo Costa, Presidente da Fundacentro. Como testemunhas, assinaram o Ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, o Ministro da Advocacia Geral da Unio, Dr. Luis Incio Lucena Adams, e o Procurador Geral Federal (AGU), Dr. Marcelo Siqueira. O segundo acordo, de cooperao tcnica, foi rmado com a Fundao Oswaldo Cruz (Fiocruz), visando o desenvolvimento de programas, projetos e atividades de pesquisa, ensino, desenvolvimento tecnolgico, assistncia sade, qualidade e meio ambiente, sobre questes relacionadas aos riscos ambientais e ocupacionais para os trabalhadores. O acordo permitir a divulgao e a promoo de cursos distncia, atravs do Canal Sade. Assinaram pelas partes, o Presidente da Fiocruz, Paulo Ernani Gadelha Vieira, representado no ato pela vice-presidente da Fiocruz, e o Dr. Eduardo Costa, Presidente da Fundacentro. Como testemunhas, assinaram o Ministro da Advocacia Geral da Unio, Dr. Luis Incio Lucena Adams, o Ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, e o ex-presidente da Fundacentro, dr. Jurandir Boia Rocha. O terceiro documento assinado foi um instrumento entre a Fundacentro e a Confederao Nacional dos Trabalhadores das Indstrias do setor txtil, vesturio, couro e calado (Conaccovest). O objetivo garantir o reconhecimento de direitos e obrigaes sobre a propriedade industrial relativa aos prottipos desenvolvidos pela Fundacentro, pelo inventor Ricardo Serrano, tecnologista e designer da instituio. Assinaram o documento, pela Conaccovest, a presidente da entidade, Eunice Cabral, e pela Fundacentro, o dr. Eduardo Costa, tendo como testemunhas, o Ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, o Ministro da Advocacia Geral da Unio, Dr. Luis Incio Lucena Adams. O quarto acordo foi um termo de cooperao tcnica entre a Fundacentro e o Conlest - Consrcio Intermunicipal de Desenvolvimento da Regio Leste Fluminense. O acordo destina-se a realizar estudos para construir uma poltica para o trabalho sustentvel, a partir do estudo do impacto das atividades do Conleste sobre a sade, o meio ambiente, e a segurana dos trabalhadores. Pela Fundacentro, assinou o Dr. Eduardo Costa, e pelo Conleste, o Prefeito do Municpio de Tangu (RJ), Carlos Roberto Pereira, tendo como testemunhas o Ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, o Ministro da Advocacia Geral da Unio, Dr. Luis Incio Lucena Adams.Todos estes acordos j esto em pleno vigor, e as atividades j iniciadas a pleno vapor.

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Trindade Lima, e da coordenadora de SST da Conaccovest, confederao de trabalhadores nas indstrias do vesturio, couro, calados e acessrios, Milene Rodrigues. Temos de atingir o maior nmero de pessoas na sociedade, essa Bienal tem o propsito de apresentar projetos para pular o muro e ganhar a sociedade brasileira, para ela considerar a questo da segurana e sade no trabalho no cotidiano, afirmou o Presidente da Fundacentro, Dr. Eduardo Costa. Aps a assinatura dos atos oficiais, envolvendo distintos acordos de cooperao da Fundacentro com a Fiocruz, com o consrcio de municpios Conleste (RJ), Defensoria Pblica da Unio, e Conaccovest, o ministro Carlos Lupi encerrou a solenidade, saudando a realizao

desta Bienal, pela Fundacentro, rumo socializao do conhecimento e da excelncia conquistados pelos profissionais da instituio. Faz mais de um ano que me esforo pra colocar na cabea de algum, chamado Eduardo Costa, e antes dele, de outro algum, chamado Jurandir Boia, para levar a Fundacentro para a sociedade, afirmou o ministro. A Fundacentro tem uma expertise que poucos rgos no Brasil tm. Os tcnicos da Fundacentro so convidados pra fazer exposies nos Estados Unidos, na Europa, no Canad, porque so competentes,, mas esse conhecimento fica elitizado. A populao brasileira precisa saber. Lupi ressaltou que 700 mil trabalhadores brasileiros solicitam, por ano, a proteo da previdncia, com pedidos de afas-

tamento por doena ou acidente do trabalho. Pior que o dbito financeiro que isso representa para as contas pblicas, o prejuzo para a sade, a vida e a cidadania desses trabalhadores. Tenho que parabenizar vocs, disse Lupi. Esse s o comeo. Vamos socializar essa excelncia. Eduardo, quero te parabenizar, e tambm a Fundacentro, isso que eu quero ver vocs fazendo. Com muita honra, declaro aberta essa Bienal. Em seguida, dirigindo-se especialmente ao presidente da Fundacentro, afirmou: Quero agradecer por ter um homem da tua categoria, Eduardo, da tua competncia, da tua lealdade. Tenha absoluta tranquilidade de que confio em voc como quem confia num irmo. Um irmo de causa, de vida, de honestidade, de seriedade, concluiu.

Designer exps o certo e o errado nos mveis da costura industrialEspecialista apresenta resultados e desafios da luta contra a silicosea primeira tarde da I Bienal, o designer Ricardo Serrano fez uma palestra itinerante pela sala onde esto expostos os prottipos ergonmicos concebidos por ele, para melhorar as condies de trabalho das costureiras dos setores de vesturio e de calados. De forma didtica, duas mesas mostrando o certo e o errado para cada setor, e um grande painel, relatam os principais problemas que afetam a sade de trabalhadores. As mesas de costura tradicionais, ainda em uso nestes setores industriais, apresentam uma srie de problemas como iluminao inadequada, tampo sem apoio para os membros superiores, pedal fixo de acionamento do motor, cadeira sem regulagem de altura, superfcie do tampo refletiva e polias e correia sem proteo. Esse mobilirio inadequado causa muitos problemas de sade s costureiras, como dores na coluna lombar e regio cervical (msculo trapzio), contraoMaio / 2011

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esttica da musculatura paraverpresrio ganha cinco dlares. O tebral (costas e ombros) e dores trabalhador afastado custa trs difusas pelo corpo e nas regies vezes mais para a empresa. Vale dos membros inferiores e supemuito a pena investir na qualidariores. de, segurana e sade do trabaO designer e ergonomista da lhador. Em Birigui, onde foram Fundacentro Ricardo Serrano implantados os prottipos, as docomentou, caminhando pela sala onde foram exibidos os prottipos, as principais inovaes introduzidas no mobilirio e na iluminao, enquanto costureiras executavam suas Ricardo Serrano mostra o modo correto nos prottipos atividades, explicitando ao vivo cada detalhe res lombares deixaram de ocupar do certo e do errado. Explio primeiro lugar entre as causas cou que apesar do custo para os de afastamento e houve aumento empresrios, a substituio dos de 30% na produo, disse. mveis vantajosa para as emA ergonomia possui muitas presas. vantagens para as trabalhadoras: A cada um dlar de investireduz o risco de desenvolvimento mento nessas alteraes o emde cifose (corcunda), gera menor

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sobrecarga sobre as articulaes e reduz a presso nas veias dos membros inferiores facilitando a circulao. As aes do Programa Nacional de Eliminao da Silicose (PNES), apresentadas pelo mdico pneumologista Eduardo Algranti, chefe do servio de medicina da Fundacentro, foram objeto de debates na segunda ses-

Prottipo criado por Serrano

so da tarde do dia 23. Algranti falou sobre os resultados e desafios do Programa. Observou que as metas do programa so de longo prazo e que ainda h muito a ser feito para alcan-las. Entre os avanos, destacou a proibio de uso de areia no processo de jateamento abrasivo, em 2005, a edio de manuais de orientao sobre os problemas causados pelo p de slica nos setores de marmoarias e cermicas de revestimento e o treinamento de mais de 350 mdicos na leitura radiolgica da silicose. A aplicao das normas que regulamentam o setor uma das

dificuldades. Em 2008, o Ministrio do Trabalho e Emprego publicou portaria proibindo o acabamento a seco de rochas ornamentais. Dentro de 18 meses, as empresas teriam de adaptar-se s novas regras. Mas isso no est sendo cumprido, alertou o mdico. No h um programa abrangente de fiscalizao dos ambientes de trabalho pelos rgos responsveis por limitao de pessoal. A ocorrncia da doena de notificao compulsria ao Ministrio da Sade desde 2004. Mas, segundo o especialista, o nmero de notificaes considerado pequeno, porque parte dos profissionais de sade desconhece a obrigatoriedade da notificao. Alm disso, o sistema de notificao restrito a servios pblicos municipais, muitas vezes de difcil acesso. A silicose provocada por partculas de slica aspirada pelo trabalhador e depositada nos pulmes. Os principais sintomas so: falta de ar ao fazer esforo, emagrecimento e tosse. uma doena silenciosa que demora em mdia 20 anos para surgir, e no tem cura. As atividades nas quais os trabalhadores so mais expostos so: minerao de subsolo, beneficiamento e transformao

de minerais, cermicas e vidros, metalurgia e indstria da construo. De acordo com a Relao Anual de Informaes Sociais (Rais/2009), do Ministrio do Trabalho e Emprego, cerca de 100 mil pessoas trabalham na minerao. Mas Algranti avalia que o nmero pode ser bem maior, tendo em vista que o setor tem terceirizado a mo-de-obra nos ltimos anos, e os nmeros no chegam a ser computados pela Rais. Alm disso, o ltimo censo de garimpeiros no pas da dcada de 90. Na rea de cermica, o mdico chama a ateno para o manuseio de louas sanitrias e de cermica artesanal. Na indstria da construo, as reas de maior risco so as de construo de estradas, escavao de tneis, polimento de fachadas e beneficiamento de rochas ornamentais. Na terceira e ltima mesa-redonda do dia, a produtora Naura Schneider falou sobre o documentrio do Projeto T na Rua, e sobre a importncia do teatro de rua como ferramenta de comunicao inusitada. Por outro lado, apresentaes do grupo feitas em ptios de grandes empresas surpreenderam os trabalhadores, que nunca tinham tido antes uma atividade cultural como essa dentro do espao de trabalho. A produtora apresentou uma vdeo-relatrio sobre o projeto, numa verso resumida, e anunciou a entrega gratuita da verso completa a todos os participantes da I Bienal.

Primeiro painel debateu SST nas micro e pequenas empresasDificuldades e falta de recursos dificultam implantao de polticass desafios da segurana e sade do trabalho para as micro e pequenas empresas foram o foco do primeiro painel da quinta-feira, 24 de maro, na I Bienal da Fundacentro. Coordenado pelo Assessor da Presidncia da Fundacentro, Jorge Teixeira, o painel contou com a participao do economista Paul Singer, SecretrioFundacentro Notcias

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de Economia Solidria do MTE, da Secretria de Inspeo do Trabalho do MTE, Vera Lucia Albuquerque, e da Vice-presidente da Fiocruz, Nisia Trindade. Participaram ainda, como expositores, Paulo Altair Arajo de Soares, do Centro Estadual da Fundacentro no Rio Grande do Sul, e Domingos Lino, Coordenador geral

do Departamento de Previdncia, Segurana e Sade Ocupacional (DPSSO) do Ministrio da Previdncia Social. Vera Lucia Albuquerque falou sobre as dificuldades em fazer as micro e pequenas empresas (MPEs) cumprirem as polticas de SST, principalmente porque as MPEs no tm nem estrutura, nemMaio / 2011

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recursos financeiros para investir da Fundacentro no Rio Grande em SST. Paul Singer centrou sua do Sul, coordenador do Prograpalestra sobre as cooperativas e ma Nacional de SST para MPEs, empresas da economia solidria, traou um histrico da atuao da as dificuldades que enfrentam Fundacentro, de 2004 a 2009, em para serem reparceria com gularizadas nas o Sebrae, em juntas comermbito naciociais. No Amanal. Neste pezonas, essa rodo, cerca de regularizao 70 profissionais chega a levar da Fundacentro quase um ano. participaram Singer abordou de cursos de ainda as condicapacitao da Composio da mesa do primeiro painel es precrias Organizao Inde trabalho e a ternacional do escassez de capital na economia Trabalho, em Turim (Itlia), em solidria para investir em SST. que conheceram conceitos e prPaulo Altair Arajo Soares, ticas em MPEs europias. A partir

da, criou-se um grupo de trabalho conjunto Fundacentro-Sebrae, formado por cerca de 20 pessoas que iniciaram a construo de uma poltica pblica de SST para as MPEs. Esse grupo tambm elaborou um curso de capacitao, com material didtico desenvolvido pela Fundacentro, com base em metodologia do Sebrae. Tambm realizou um curso-piloto em Vitria, para validao da metodologia. Todos os projetos do grupo foram reapresentados para 2011. Domingos Lino falou sobre questes previdencirias relacionadas s MPEs, enquanto Nisia, ao final, apresentou uma anlise crtica sobre as palestras apresentadas durante o painel.

Tarde do dia 24 teve palestras sobre teatro de rua e escalpelamentoDesafios da regulao em SST foram debatidos na manh do dia 25tarde da quinta-feira, 24, foi intensa em debates. O diretor teatral Amir Hadad exibiu o vdeo T na Rua, em que o grupo de teatro aborda questes de SST, em exibies nas ruas e em ambientes de grandes empresas. Hadad ressaltou a concepo do trabalho do grupo. Em seguida, a pedagoga Ester de Paula de Arajo, que tambm consultora psgraduada em gesto pblica, diretora da Fundao Orvalho de Her- Amir Haddad (dir.) mon e funcionria do governo do estado do Amap, apresentou palestra sobre acidentes de escalpelamento de mulheres e crianas nas embarcaes ribeirinhas na Amaznia. Ester explicou que o escalpelamento fruto da falta de segurana nos barcos de pequeno porte, confeccionados pelos prprios ribeirinhos, de forma artesanal, em todos os estados daMaio / 2011

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Amaznia. Esses acidentes comearam na dcada de 1960, mas o governo brasileiro s tomou conhecimento em 2007, atravs da Conferncia Nacional de po-

ao lado do Presidente da Fundacentro

ltica para as Mulheres, que culminou com uma manifestao no Salo Verde da Cmara. Essa manifestao, da qual participaram vtimas do escalpelamento, chamou a ateno do vice-presidente Jos Alencar, na poca respondendo pela Presidncia. Alencar recebeu imediatamente o grupo e determinou a criao de uma fora tarefa de 10 ministrios,

da qual o MTE faz parte atravs da Fundacentro. Logo aps essa audincia, os profissionais Maria Muccillo e lvaro Ruas, da Fundacentro, foram conhecer in loco a situao. O escalpelamento se d, em 85% dos casos, em mulheres, crianas e adolescentes. As meninas, com seus cabelos compridos, encostam no eixo do motor sem cobertura, que arranca parcial ou totalmente o couro cabeludo. Muitas perdem tambm orelha, braos e outros membros do corpo. Ester veio acompanhada da Presidente da Associao de Mulheres Ribeirinhas e Vtimas de Escalpelamento da Amaznia (AMRVEA), Maria do Socorro P. Damasceno, ela prpria vtima de escalpelamento aos 7 anos de idade, no barco dos pais, pescadores. Atualmente, Maria do Socorro, aos 29 anos, desenvolve uma intensa atividade de paFundacentro Notcias

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lestras para conscientizao das vtimas sobre seus direitos; palestras em escolas, para onde as crianas so levadas em barcos e esto sujeitas a acidentes; organizao de cursos para as vtimas aprenderem a produzir perucas; palestras em faculdades e rgos pblicos, para que o problema seja reconhecido publicamente e no ocorram mais tantos acidentes. Graas atividade de Ester e Maria do Socorro, com medidas reparadoras e preventivas, j foi possvel o nmero de vtimas de escalpelamento. O grupo das vtimas, com a Secretaria da Mulher do Amap, provocou a Cmra Federal para criar leis. Hoje existem duas leis: a Lei n 11.970/2009 torna obrigatria a cobertura do eixo do motor e passa a punir os donos de embarcaes que no protegem o eixo do motor; e a Lei n 12.199/2010, torna o dia 28 de agosto o Dia Nacional de Combate e Preven-

de benefcio. Ainda por cima, sofrem preconceitos da sociedade e at das prprias famlias

Na manh do dia 25, a palestra sobre Desafios da Regulao em SST, coordenada pelo Diretor

Chefe do Escritrio de Representao em Campinas, Alvaro Ruas

Aps a palestra, Valter J. Loss, gerente de vendas da Agrale, exibiu o motor nutico produzido j com todas as protees necessrias - do eixo card, do esca-

Motor nautico da Agrale projetado com as devidas protees

o ao Escalpelamento. Alm disso, em 2008 as vtimas foram inseridas no sistema do SUS, podem receber atendimento mdico e cirurgias, e no precisam mais depender de favores. Segundo Ester, estima-se que existam atualmente no Brasil em torno de 3 mil vtimas de escalpelamento (das quais, cerca de 400 no Amap). A maioria dessas vtimas ainda no so reconhecidas pelo INSS como vtimas de acidentes, e por isso no conseguem receber qualquer tipoFundacentro Notcias

pamento e de outras partes que poderiam causar acidentes - seguindo as orientaes da equipe da Fundacentro, que pesquisou e desenvolveu o primeiro prottipo de motor para prevenir estes acidentes. Segundo o executivo da Agrale, o motor completo e protegido para um barco de pequeno porte, exibido durante a I Bienal, custaria em torno de R$14 mil -cerca de R$ 2 mil a mais do que um motor de mesmas propores e potncia sem as devidas protees.

Tcnico da Fundacentro, Jfilo Moreira Lima Jr, abordou a importncia da presena da Fundacentro em todos os ministrios. Silvio Vale, da Fiocruz, levantou a questo da segurana biolgica. Leonidio Francisco Ribeiro Filho, da ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas), falou sobre a importncia de a sociedade levar sugestes de normas ABNT e participar dos debates. Sobretudo porque as inovaes tecnolgicas ocorrem com muita rapidez, e sem a participao da sociedade as normas acabem no tendo efetividade. Silvio ressaltou a importncia dessa Bienal, no sentido de mostrar a necessidade de o governo voltar a valorizar o setor de SST, que de uma secretaria no MTE foi reduzido a um simples departamento (situao atual), com significativa reduo dos recursos. Jos Roberto Servieri, Diretor-Presidente do Grupo Cipa, levantou um tema polmico: o governo paga para que os trabalhadores continuem correndo riscos de segurana e sade, nos seus locais de trabalho, ao pagar os respectivos adicionais, e cobrar das empresas o pagamento. Desse modo, o governo admite implicitamente a insegurana e acaba perpetuando os problemas que afetam a segurana e a sade dos trabalhadores.

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II Encontro marcou o dia 28 de abril no MSPesquisadores apontaram aes educativas para reduzir o ndice de acidentes do trabalhoII Encontro de Mato Grosso do Sul em Memria s Vtimas de Acidentes de Trabalho reuniu mais de 200 participantes no auditrio do Crea, em Campo Grande. O objetivo do evento foi alertar a sociedade sobre a importncia da preveno reduzir os ndices de acidentes e doenas do trabalho. O evento foi realizado no dia 28 de abril pelo F- Auditrio rum de Sade, Segurana e Higiene no Trabalho de Mato Grosso do Sul (FSSHT/MS), no auditrio do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso do Sul (Crea-MS), em Campo Grande. Os palestrantes apontaram a importncia de aes educativas para a reduo dos ndices de acidentes de trabalho no pas. O diretor regional da Fundacentro, Marcelo Naglis, abriu o evento enfatizando a importncia da mobilizao no dia 28 de abril, como forma de conscientizar a sociedade sobre a gravidade do problema. No evento, Naglis representou tambm o Frum e a chefe do servio de sade do trabalhador da Secretaria Municipal de Sade, Dbora Renata Mendona de Moraes. Os professores Drio Xavier Pires, engenheiro de Segurana do Trabalho e mestre em Qumica da UFMS, e Mrcia Helena de Riso da Mata, doutora em Qumica da UFMS, falaram sobre a segurana do trabalho no ambiente rural, e as consequncias do uso de agrotxicos para a sade dos trabalhadores. Segundo Drio, importante trabalhar o ensino fundamental, mdio e tcnico como mecanismo importante na preveno de acidentes. O palestrante destacou que aMaio / 2011

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de proteo aos trabalhadores e as ms condies no ambiente de trabalho. Reativao do CPR O encontro foi encerrado com a assinatura do termo de reativao do Comit Permanente Regional sobre Condies e Meio Ambiente de Trabalho na Indstria da Construo Civil no Estado de Mato Grosso do Sul (CPR/MS). O CPR um frum de discusses sobre segurana nas obras na regio. O termo de reativao foi assinado por representantes da Superintendncia Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-MS), do Ministrio Pblico do Trabalho (MPT) e da Fundacentro. O superintendente regional do Trabalho e Emprego, Antnio Lobo, explicou o funcionamento do Comit, que tem o objetivo de atuar para melhoria da segurana no setor da construo civil. Sobre o FSSHT-MS O Frum de Sade, Segurana e Higiene no Trabalho de Mato Grosso do Sul um colegiado de discusso e deliberao, que atua por meio da ao conjunta de rgos e entidades pblicas e privadas comprometidas com a sade e a segurana do trabalhador no Estado. Foi criado em 2003 com o intuito de possibilitar a descentralizao das aes em defesa do meio ambiente de trabalho seguro e sadio. Atualmente, coordenado pelo procurador do Ministrio Pblico do Trabalho Ccero Rufino Pereira, que tambm titular no Estado da Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio-Ambiente do Trabalho em Mato Grosso do Sul (Codemat-MS).Fundacentro Notcias

do CREA - MS

Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB) prev que os contedos curriculares da educao bsica englobem a orientao para o trabalho. Segundo estimativas da Organizao Mundial de Sade (OMS), em todo mundo, ocorrem cerca de 3 milhes de intoxicaes por agrotxicos a cada ano. No Brasil, de acordo com dados do anurio estatstico da Previdncia Social, foram registrados 27.750 acidentes de trabalho em atividades agropecurias em 2009. Ainda sobre a segurana no trabalho rural, Mrcia da Mata reforou a falta de treinamento como uma das principais causas de contaminao. A ltima palestra do evento, sobre preveno de acidentes de trabalho na construo civil, foi apresentada pelos engenheiros de segurana do trabalho Erick Capobianco Albertoni Martins e Ricardo Matsusita. Aps exibio de fotos registradas em locais onde ocorreram acidentes com mortes em obras de Mato Grosso do Sul, Capobianco ressaltou a precarizao das condies de trabalho, em desrespeito s normas de segurana e sade. Entre as principais causas dos acidentes do trabalho esto o descumprimento de normas bsicas

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Promoo da sade no mundo do trabalho tema de workshopFundacentro/CTN, em parceria com a Rede de Estudos do Trabalho (RET), com a Associao para a Defesa da Sade no Trabalho (Adesat) e a Organizao Mundial da Sade (OMS) realizou em 30 de maro de 2011, em So Paulo, o workshop Trabalho, Subjetividade e Sade. O encontro, realizado no auditrio dson Hatem, no CTN, teve como objetivo contribuir para a promoo de um dilogo multidisciplinar acerca dos impactos do trabalho na sade do trabalhador, neste incio de sculo e de milnio. O livro Trabalho e subjetividade: O esprito do Toyotismo na era do capitalismo manipulatrio, do professor e pesquisador da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Giovanni Alves, foi tema de debate durante o workshop. Alves, que ntegra tambm o Grupo de Pesqui-

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Giovanni Alves comenta sobre o livro de sua autoria

presidncia Jorge Teixeira, e o pesquisador do CTN e diretor do Centro Colaborador da Organizao Mundial da Sade em Sade Ocupacional (CC-OMS-SO), Eduardo Algranti, representaram o presidente da Fundacentro, Dr. Eduardo Costa. Participaram tambm os pre-

Auditrio da Fundacentro - CTN

sa Estudos da Globalizao (GPEG), trouxe o resultado de um estudo sobre as engrenagens de envolvimento e sujeio do trabalhador no espao laborativo e os processos de produo. O assessor jurdico e membro colaborador da Adesat e da RET, Daniel Pestana Mota, coordenou a mesa de abertura. O assessor daFundacentro Notcias

sidentes da Adesat, Ismael Paulo, e da Asociacin Latinoamericano de Abogados Laboristas (ALAL), Luiz Salvador. Na mesa de debates coordenada pelo professor e pesquisador da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e da Rede de Estudos do Trabalho (RET), Andr Luiz Vizzaccaro Ama-

ral, antes de iniciar os trabalhos, Giovanni Alves falou sobre o estudo de seu livro. O mundo do trabalho um mundo adoecido, disse Alves, revelando as influncias de uma nova modalidade no mercado: a empresa enxuta ou flexvel. Participaram dessa mesa, como debatedores, o professor e pesquisador da Universidade Federal de So Paulo (Unifesp), Herval Pina Ribeiro, a mdica sanitarista e pesquisadora da Fundacentro, Maria Maeno, e o presidente da ALAL, Salvador. Completaram a mesa os professores e pesquisadores Jorge Luiz Souto Maior, da USP, Maria Elizabeth Antunes Lima, da Universidade de Minas Gerais (UFMG), e Margarida Barreto, da Pontifica Universidade Catlica de So Paulo (PUC-SP). Cada debatedor exps o seu estudo relacionando com a viso de Alves, e apresentando o trabalhador como um ser esquecido, que tem de se modificar para corresponder s expectativas e padres da empresa. Ele deixa de ser reconhecido como criatura e tem assim sua sade afetada. Participaram do evento estudantes, pesquisadores, profissionais, tcnicos, gestores e operadores do direito, da sade e das cincias sociais.Maio / 2011

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Dourados HOMENAGEOU vtimas de acidenteS de trabalhoourados (MS) realizou no dia 25 de abril o II Encontro de Mato Grosso do Sul em Memria s Vtimas de Acidentes de Trabalho. O ato pblico foi realizado com o apoio do Ministrio Pblico do Trabalho, Superintendncia do Trabalho e Renda de Dourados, Fundacentro/MTE, Comit Regional de Defesa Popular e o CEREST / Dourados. Durante o evento, varias autoridades ressaltaram a necessidade de aes urgentes para conter os altos ndices de acidentes de tra- Pblico balho que colocam o Brasil em 4 lugar na estastica mundial em nmeros de acidentes de trabalho, que chegam a fazer quatro vtimas por hora no Pas. Ronaldo Ferreira, coordenador do Comit de Defesa Popular (Frum de entidades de Classe), e Walter Luciano Ribeiro (Sinergia/MS), Coordenador da CIST/

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Comisso Intersetorial de Sade do Trabalhador de Campo Grande, disseram que os trabalhadores e empregadores precisam conhecer mais sobre os programas existentes para prevenir aciden-

durante o encontro

tes de trabalho, que so mantidos com recursos do Governo Federal atravs do CEREST Centros de Referncia em Saude do Trabalhador, SUS, Fundacentro e outros. Outra preocupao manifestada pelos presentes foi a grande falta de informao ou descaso,

por parte dos empregadores e trabalhadores, das normativas que regem a disciplina, e que vem causando inmeras aes e indenizaes por reparaes de danos contra o trabalhador e gastos exorbitantes com auxilio previdncirios do INSS. Encontros semelhantes foram realizados nas cidades de Aquidauana, Campo Grande e Corumb. As vtimas de acidentes de trabalho so homenageadas no dia 28 de abril em razo de uma tragdia ocorrida nessa mesma data, no ano de 1969, em que a exploso de uma mina no Estados Unidos matou 78 trabalhadores. Em 2003, a OIT adotou no dia 28 de abril como dia oficial da segurana e sade nos ambientes laborais. Em todo o mundo, so realizadas campanhas com o intuito de conscientizar a populao.

II Encontro dos Vidreiros ocorreu em Praia GrandeP Pesquisador da Fundacentro/SP palestra no primeiro di do evento i d d F d /SP l i i dia dom o tema: Trabalhar sim, adoecer no!, a Secretaria da Sade realizou nos dias 19 e 20 de fevereiro de 2011, o II Encontro Estadual de Sade do Trabalhador Vidreiro. O evento foi realizado na Colnia de Frias do Sindicato dos Vidreiros, situado rua Jos Agapito Cardoso, 376, Balnerio Maracan, em Praia Grande (SP). O II Encontro teve a A finalidade de fortalecer a organizao dos trabalhadores junto ao Sindicato e promover debates sobre ambientes e condies de trabalho que possibilitam os acidentesMaio / 2011

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e doenas. A programao do evento contou com palestra sobre A Evoluo da Indstria Vidreira e as Lutas do Sindicato, do diretor da Secretaria de Organizao, Jos Guido de Brito. Em seguida, o mdico Marcos Paiva durante sua apresentao

Foto: Sindicato dos Vidreiros

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pediatra e sanitarista Gilson de Carvalho, abordou o Sistema nico de Sade (SUS). Magda Andreotti, mdica sanitarista e de sade do trabalhador do CRST da Lapa, cidade de So Paulo, falou sobre o Papel da Vigilncia na Sade do Trabalhador e Experincias no Setor do Vidro. Para encerrar o perodo da manh, Jacques Beauvoir e Alain Longuent, ambos da Fdration CGT Verre Cramique, France

apresentaram a Poltica de Sade do Trabalhador na Frana. No perodo da tarde, o pesquisador da Fundacentro/SP, Marcos Paiva, junto com Arnaldo Marcolino, do Conselho Nacional de Sade (CNS) e Luiz Antonio Queiroz, da Central nica dos Trabalhadores (CUT), abordaram O Papel da Instituio e a Organizao do Trabalho e o reflexo na Sade do Trabalhador. Encerrando o evento, o m-

dico do Sindicato dos Vidreiros, Cesar Augusto Patta, debateu sobre A Sade do Trabalhador Vidreiro e um representante do Departamento Jurdico do Sindicato exps as Prticas Sindicais ligadas Sade do Trabalhador. Participaram do encontro cipeiros, vtimas de acidentes de trabalho e diretores do sindicato. No domingo pela manh, os trabalhadores tiveram atividades recreativas.

Pesquisadora representa Fundacentro em reunio sobre acidentes com perfurocortantesReunio extraordinria no Ministrio do Trabalho e Emprego teve a importncia de debater questes ligadas Portaria 939/2008 e ao cumprimento da NR n 32om o objetivo de prevenir perfurocortantes em servios de acidentes com perfurocorsade por outros que tenham distantes na rea de sade, a Secretapositivos de segurana. Esta porria de Inspeo do Trabalho (SIT), taria entrou completamente em viconvocou membros da Comisso Tripartite Permanente Nacional da NR 32 (CTPN-NR32) para uma reunio extraordinria no Ministrio do Trabalho e Emprego, no DF. Participaram da reunio representantes de trabalhadores, de empregadores e do governo. rica Lui Reinhardt, pesquisadora do CenErica Lui representou a Fundacetro na reunio tro Tcnico Nacional e membro da Comisso, representou a Fundacentro na reugor em novembro do ano passado, nio. e est disponvel no site do MTe: Os objetivos da Comisso so http://portal.mte.gov.br/data/fiacompanhar o cumprimento e les/FF8080812BE914E6012BF8 propor sugestes para aperfeioa96E2DD7921/p_20081118_939. mento da norma regulamentadora pdf 32. A norma em questo tem como Essa medida tem como intuifinalidade instituir as diretrizes to prevenir o trabalhador de sobsicas para a implementao de frer acidente com o instrumento medidas de proteo segurana perfurocortante, sujeitando-se e sade no trabalho em servios transmisso de vrus das hepatites de sade. B e C e da Aids. A Portaria contm O tema da discusso foi a Pordois itens: um que trata da substitaria n 939/2008 do MTE, que tuio propriamente dita; outro, trata da substituio de materiais tambm em vigor, aborda a capaFundacentro Notcias

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citao sobre a correta utilizao do dispositivo de segurana. A pesquisadora Erica conta que a Secretria parabenizou o trabalho do CTPN, e informou que pretende dar nfase s aes de capacitao dos auditores fiscais, para que o trabalho de fiscalizao melhore e seja continuo. Nesta reunio foram feitas deliberaes importantes acerca do tema, com o objetivo de melhor atender s demandas da sociedade, diz rica. Com a implantao da Portaria, os empregadores tm a responsabilidade de substituir esses materiais. Desta forma, o profissional da rea de sade poder executar o seu trabalho em ambiente mais seguro, o que bom para o trabalhador, empregador e tambm para a sociedade. A reunio foi realizada nos dias 25 e 26 de janeiro. As atas desta e de outras reunies esto disponveis no link do Ministrio do Trabalho e Emprego: http:// portal.mte.gov.br/seg_sau/atas13.htm .Maio / 2011

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Riscos biolgicos e qumicos foram abordados no Maranhos pesquisadores da Coordenao de Higiene do Trabalho, da Fundacentro/SP, rica Lui Reinhardt e Walter Reis Pedreira Filho deram curso sobre Riscos Biolgicos e Qumicos, no Hotel Ponta DAreia, em So Lus/MA, Pesquisador da Fundacentro, Walter Pedreira nos dias 17 e 18 de fevereiro de falaram sobre a importncia da 2011. Docentes do Maranho notificao dos acidentes com tambm ministraram o curso. exposio ao material biolgico. Com base na norma regulaEssa notificao exigida pelo mentadora n 32, os docentes Ministrio da Sade.

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Os acidentes ocorridos com profissionais da sade so relacionados coseus ambientes. A notificao deve servir de alerta para preveno desses acidentes, relata rica. Nesse curso foram capacitados cento e vinte pessoas, de todo o Estado do Maranho, incluindo profissionais da rea de sade, do servio pblico e da iniciativa privada, alm de profissionais de SST.

CERS presta homenagem a vtimas de acidenteS de trabalhoe Sade no Tr a b a l h o sugerido pela Organizao Internacional do Trabalho (OIT). O evento contou com 279 participantes. A presena do pblico at o final do evento demonstrou o interesse e o alcance dos objetivos propostos. Fiergs Em parceria com a Federao das Indstrias do Rio Grande do Sul e o Servio Social da Indstria (Fiergs/SESI), o CERS apresentou uma palestra sobre Comit Permanente Regional: frum tripartite de Segurana e Sade do Trabalho na Indstria da Construo, proferida pela professora Maria Muccillo, chefe do CERS. O evento contou com 115 participantes.

Auditrio do evento

Centro Estadual da Fundacentro no Rio Grande do Sul (CERS) e a Superitendncia Regional do Trabalho e Emprego do Rio Grande do Sul (SRTE/RS) realizaram, na tarde de 28 de abril, encontro em memria das vtimas de acidentew de trabalho. A programao incluiu o tema Gesto, SeguranaMaio / 2011

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Professora Maria Muccillo

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CEES realiza curso sobre Ergonomia da AtividadeCentro Estadual da Fundacentro no Esprito Santo (CEES) promoveu de 10 a 12 de maio, em Vitria, o curso A Ergonomia da Atividade Construindo o Mtodo de rvore de Causas. Grupo de alunos O objetivo foi capacitar profissionais da rea de Segurana e Sade do Trabalhador (SST) para a investigao e a anlise de acidentes e doenas relacionadas ao trabalho atravs da ergonomia da atividade. O mtodo utilizado foi o rvore de causas. Mey Rose de Mello Pereira

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Coordenado pelo engenheiro da Fundacentro Francisco de Almeida Gusmo, o evento foi direcionado para engenheiros de segurana, mdicos, tcnicos de segurana, fisioterapeutas, psiclogos do trabalho e outros profissionais da rea de SST. A docente foi a engenheira civil e de segurana do trabalho Mey Rose De Mello Pereira Rink, especialista em ergonomia e pesquisadora da Fundacentro do Centro Estadual do Paran (CEPR).

CEES debate acidente de trabalho no dia em memria s vtimasebate promovido em 28 de abril de 2011 pela Fundacentro no Esprito Santo, no auditrio do Senac, contou com a participao de cerca de 150 pessoas, incluindo profissionais especializados e trabalhadores da rea de Segurana e Sade do Trabalho (SST), representantes de sindicatos e estudantes. Compuseram a mesa de abertura a chefe do Centro Estadual da Fundacen- Mesa final do tro no Esprito Santo (CEES), Maria Angela Pizzani Cruz, a procuradora-chefe do MPT, Ana Lcia Coelho de Lima, e o auditor fiscal da Superintendncia Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), Jos Eduardo Freire de Menezes. Participaram ainda da mesa, a representante do Centro de Referncia em Sade do Trabalhador (Cerest), Liliane Graa Santana,Fundacentro Notcias

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o secretrio de sade da Central nica dos Trabalhadores (CUT), Aguiberto Oliveira de Lima, e o presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST)

evento

Lauro Queiroz Rabelo. A mdica Eliza Guedes, do Instituto Nacional de Seguro Social do Esprito Santo (INSSES), explicou o termo acidente e doena de trabalho. Apresentou dados sobre acidentes de trabalho no ES de 2005 a 2010, ressaltando um avano na concesso de auxlio-doena e penso por morte ou acidente de

trabalho de 2007 a 2008. Esse avano deve-se criao do Nexo-Tcnico em 2007, quando os dados fornecidos ficaram mais detalhados, explicou a mdica. A partir de 2009, depois do aperfeioamento do sistema atualmente usado pelo INSS, as informaes tornaram-se mais fidedignas. Jos Luiz Pazeto, delegado da Delegacia Especializada em Acidentes de Trabalho (DEAT), apresentou um breve histrico da DEAT, sua finalidade, as causas da instaurao de inqurito policial e as dificuldades encontradas na apurao de acidentes. Em 2010 foram instaurados 137 inquritos policiais, mas apenas 19 foram concludos. Nos primeiros meses de 2011, 28 inquritos foram instaurados, e 12 j concludos. Existe a necessidade de estruturar a Delegacia paraMaio / 2011

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agilizar os processos, concluiu. O auditor fiscal do trabalho do SRTE, Jos Eduardo Freire de Menezes, apresentou dados sobre acidentes de trabalho no ES e no Brasil de 2007 a 2009. Ressaltou que muitos acidentes, por no serem comunicados, no so computados. Mesmo assim, existe um nmero crescente de acidentes no Brasil, muitos deles com bito, a maioria deles nos setores de comrcio e inds-

tria. O procurador Jos Manoel Machado (MPT/ES) apresentou palestra sobre o tema Greve Ambiental: instrumento de luta por um trabalho saudvel. Ele explicou que um meio ambiente de trabalho sadio um direito fundamental do trabalhador e atravs da Greve Ambiental o trabalhador pode exercer esse direito, depois de esgotadas todas as outras tentativas de rei-

vindicao. Ressaltou tambm a importncia da Gesto em SST na preveno de acidentes. O debate, mediado por Ildeberto Muniz de Almeida, doutor pela Faculdade de Medicina de Botucatu/SP (Unesp), teve como debatedores o procurador do MPT-ES, Jos Manoel Machado, o auditor fiscal do SRTE, Menezes, o delegado do DEAT, Pazeto e o secretrio de Sade do Sinergia, Claudio Campos.

Especialista faz palestra sobre mercado de trabalho para pessoas com deficinciasetor pblico e o privado de 1991, que dispe sobre a conas pessoas portadoras de deficipreocupam-se com a emtratao por empresas pblicas e ncia no esto qualificadas para pregabilidade das pessoas com privadas, planos de benefcios da ocupar determinados cargos dendeficincia fsica, visual, auditiva Previdncia e outras providncias tro de uma empresa. ou mental, desde o ano 2000. para pessoas com deficincia. Para o antroplogo, embora Sintonizada com essa preocuRibas acredita que as empretenha ocorrido um acrscimo na pao, Fundacentro realizou no sas tm um papel social imporpresena de pessoas com deficidia 15 de maro, palestra ncia no mercado do trasobre Desafios e solubalho, uma boa parte deses para empregabilidasas pessoas ainda no tem de de pessoas com deficiescolaridade formal, no ncia no Brasil. tiveram oportunidade de O evento atraiu ergoparticipar de um progranomistas, fisioterapeutas, ma de educao profissiopsiclogos, assistentes nal e nunca trabalharam. sociais, gerentes de re fundamental que cursos humanos, instrutopessoas com deficincia res de libras, estudantes e possam trabalhar e ganhar outros profissionais, que o seu prprio dinheiro. lotaram o auditrio do Desta forma, elas tero CTN. uma melhor qualidade de O palestrante convida- Ribas: pessoas com deficincia tambm precisam ser eficientes vida, enfatiza. do foi o especialista em Dados do Ministrio incluso de pessoas com deficitante no mundo moderno, e que do Trabalho e Emprego, apontam ncia Joo Baptista Ribas Cintra, isso gera uma ao de cidadania que desde 2005 cerca de 143 mil doutor em antropologia pela Unicorporativa. A empresa onde trapessoas com algum tipo de defiversidade de So Paulo (USP). balho criou o Programa em 2001 cincia foram inseridas no mercaJoo Baptista trabalha h trinta para suprir a questo que envolve do de trabalho formal. J nos prianos com a incluso social e protreinamento e empregabilidade de meiros meses de 2011, o nmero fissional de pessoas com deficipessoas com deficincia, comenfoi de 7.508 pessoas. Comparando ncia. Desenvolveu o Programa ta. com 2010, que teve 5.338 trabae o Frum incentivado pelo SerPara ampliar o programa, conlhadores inseridos, houve um auvio de Consulta a Pendncias e vidou outras empresas a fazer parmento de 40,7%. Protestos Exclusivos para Emprete desse processo. Hoje 40 empreAlm da empregabilidade, vsas (Serasa), que coordena h 10 sas j adotaram a metodologia de rios pontos importantes foram anos, com a responsabilidade de qualificar e empregar excelentes abordados no evento: transporte, qualificar, treinar e contratar pesprofissionais. locais de trabalho e ferramentas. soas com deficincia. Muitas empresas no esto So necessrios banheiros Esse programa respaldado preparadas para empregar pessoas adaptados, rampas, softwares de pela Lei n 8.213, de 24 de julho com deficincia. Por outro lado, voz, leitores de tela, impressorasMaio / 2011

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Fundacentro Notcias

Na rea da sade, os trabalhadores so atendidos por mdico do trabalho, pneumologista, ginecologista, odontologia, psiclogo, nutrio e RPG dentro da prpria empresa. T e m o s programas de orientao nutricional, Vigilantes do Peso, de interrupo do tabagismo e de sade da Maria Ins Motti e Eliane Vainer agradecem o palestrante mulher, enfatiza. adaptados para receber pessoas com necessidades especiais, ainda Reflexo sobre o mercado de no suprem a demanda. trabalho para deficientes Segundo o Decreto Federal n 5.296, de 02 de dezembro de Os dados da Rais informam 2004, todos os nibus que rodam que foram criano Brasil devero ser acessveis dos 17,4 mil para portadores de necessidades empregos forespeciais. mais que so As empresas e o governo tm ocupados por que pensar nessas questes. As pessoas com pessoas com deficincia devem deficincia. ser compreendidas como profisEm So sionais em quem se pode invesPaulo, a Supetir, relata. rintendncia Regional do Qualidade de vida Trabalho criou o Comit PauA empresa Serasa exigente lista, que d ao quanto aos resultados do trabatrabalhador de- Antroplogo coordena lho de todos os profissionais. Mas ficiente garan- deficincia tambm investe no trabalhador e tia de emprego. proporciona uma boa qualidade De acordo com a Lei de Cotas, de vida. Ribas comentou que os as empresas pblicas e privadas funcionrios tm acesso ao teatro, devem reservar de 2% a 5% das cinema, escola de msica e coral. vagas, dependendo do nmero de funcionrios. A Lei de Cotas no protege de fato a pessoa com deficincia, opina o antroplogo. Em caso de demisso, a empresa obrigada a contratar outra pessoa com deficincia. Se o profissional Auditrio lotado por profissionais interessados no tema. no estiver dando resultados e Dentro da empresa tem salo de cumprindo metas, a empresa simbeleza e agncia de viagens. plesmente o demite e contrata ouFundacentro Notcias

Braille e intrprete de Libras. O meio de locomoo ainda precrio: embora alguns nibus sejam

tro no lugar. Alm disso, a empresa no precisa contratar outro profissional para a mesma funo daquele que foi demitido. A empresa poder contratar outra pessoa com deficincia para trabalhar em outro lugar, e com salrio inferior. A demisso de um profissional deficiente igual de qualquer profissional, a lei precisa existir. Precisamos, porm, ser timos profissionais, complementa Ribas. Para finalizar a palestra, o antroplogo falou sobre o relacionamento das pessoas sem deficincia com as pessoas com deficincia. Muitas pessoas ficam constrangidas quando precisam se comunicar, ou ficam com receio de dizer alguma coisa errada. Ribas enfatiza que basta apenas trat-las normalmente, e sem preconceito.

Programa e Frum para pessoas com

No mundo atual, no se pode desconsiderar a diversidade e as adversidades sociais. Todos devem estar preparados para isso. As empresas devem estar preparadas para receber pessoas com deficincia. Seja qual for a deficincia, ela no deve ser considerada como um martrio. Uso cadeira de rodas e, para mim, ela no uma priso. Com ela tenho a oportunidade para realizar qualquer atividade, finaliza. Para a coordenadora, Eliane Vainer Loeff, o evento foi satisfatrio e enriquecedor. A Fundacentro est criando um espao para debates e fornecendo os subsdios necessrios para os profissionais atuarem sobre este tema, salientou.Maio / 2011

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Curso no CEES capacitou formadores em SSTO pesquisador Jos Carlos Pesente durante os ensinamentosO Centro Estadual da Fundacentro no Esprito Santo (CEES) realizou, de 5 a 7 de abril, o curso Fundamentos Didtico-Pedaggicos/Andraggicos e Prtica de Ensino para Formadores em Segurana e Sade no Trabalho (SST). O curso explicitou os pressupostos da educao do trabalhador para a segurana e sade no trabalho, a partir da compreenso das relaes entre trabalho, sade e doena. Apresentou ainda os fundamentos dos processos de ensino e aprendizagem do adulto. Outro objetivo do curso foi o de utilizar os princpios pedaggicos e tcnicas didticas apropriados para desenvolver uma metodologia para a formao de recursos humanos em SST. O contedo programtico incluiu o acolhimento e a apresentao do grupo; a formao dos trabalhadores para a segurana e sade no trabalho; a aprendizagem do adulto; a organizao e a gesto das condies de ensino e Jos Carlos Pesente aprendizagem. A ao foi direcionada para prossionais que capacitam trabalhadores em Segurana e Sade no Trabalho (SST) e a alunos de cursos de formao de Tcnicos em Segurana no Trabalho. O docente foi o tecnologista do Escritrio de Representao da Fundacentro no Mato Grosso do

Sul (ERMS), Jos Carlos Pesente, do pedagogo, especialista em metodologia do ensino superior e Mestre em Educao. Os alunos que participaram de 100 % das aulas e realizaram de modo satisfatrio as atividades programadas e o Plano de Curso receberam certicado.

Cantinho da memria

Levantamento da incidncia de silicose na Serra da Ibiapaba, Cear, em1988. direita, Dr. Edson Jos de Barros Hatem, na poca Delegado do Centro Regional de Pernambuco.Maio / 2011

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Expertise da Fundacentro levada frica do Sul e ao ChilePesquisadores e tcnicos so solicitados a apresentar fora do Brasil, novas metodologias e formas de prevenir acidentesque o evento despertou uma reexo sobre a importncia do trabalho de equipe na preveno de acidentes, a partir da exposio do engenheiro de preveno de riscos da CODELCO, Ren Aguilar. O engenheiro participou da operao de resgate dos mineiros no acidente da mina de San Jos, na regio de Atacama, divulgada pelos meios de comunicao mundiais. Durante o evento, o representante do escritrio da OIT no Chile, Roberto del Aguila, realizou uma apresentao sobre o Programa Global de Erradicao da Silicose da OMS/ OIT. As palestras sobre o Programa brasileiro e sobre o Programa chileno de eliminao da silicose encerraram o seminrio. O programa chileno foi presentado pelo mdico chefe do departamento de sade ocupacional do Instituto de Sade Pblica do Ministrio da Sade do Chile, Dr. Reynaldo Concha Maureira. No subsite do PNES, possvel conhecer as aes do Programa e a apresentao realizada no evento do Chile, disponvel para download atravs do link: http://www. fundacentro.gov.br/dominios/SES/ anexos/Seminario%20Hacia%20 una%20Minera%20Sin%20Silicosis%20nal.pdf

Tecnologista Maria Margarida T. Moreira Lima

econhecida no Brasil e no mundo, por meio de seus pesquisadores e tcnicos, a Fundacentro participa de debates e eventos, nacionais e internacionais, onde se busca expertise para implementar medidas de segurana no trabalho e de controle de riscos sade. Em outubro e novembro de 2010, o tcnico Antonio Vladimir Vieira e a tecnologista Maria Margarida T. Moreira Lima representaram a Fundacentro em dois eventos, nas cidades de Pretria (frica do Sul) e Santiago (Chile). Vladimir representou o Brasil na Conferncia Geral da ISO, de 23 a 30 de outubro, na frica do Sul. O evento, que anual, rene grupos de trabalho que debatem a proteo respiratria, especialmente quanto ao avano da tecnologia e ao conforto no uso de respiradores. Segundo a observao tcnica de Vladimir, o uso de respiradores deve ser avaliado sob um ngulo mais amplo. Em determinadas atividades, o trabalhador deve usar, ao mesmo tempo, mscara e culos de proteo. A nossa participao em eventos como este importante justamente neste aspecto, observa Vieira. Isto porque a implementao de medidas sobre equipamentos de proteo individual tem de respeitar em primeiro lugar o conforto do trabalhador.Fundacentro Notcias

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O pice da reunio foi a discusso das normas internacionais unicadas em criao pela ISO, e que devero ser adotadas pelos pases, respeitadas as diretrizes de SST de cada um. Na prxima reunio, a ser realizada no Brasil -- de 15 a 23 de junho de 2011, em Fortaleza -- os 21 pases participantes da ISO/TC94/SC15 devero avaliar e consolidar as novas propostas para o uso de EPIs. Em 23 de novembro de 2010, Maria Margarida participou do Seminrio Rumo Minerao sem Silicose, no Centro Gabriela Mistral, Santiago do Chile. A convite da Corporacin Nacional del Cobre (CODELCO) e da OIT, tecnologista da Fundacentro apresentou a experincia do Programa Nacional de Eliminao da Silicose (PNES), desenvolvida no Brasil. A CODELCO planeja para 2011 desenvolver aes estruturadas de preveno da silicose no setor de minerao do cobre no Chile. As grandes empresas de minerao no Chile, assim como no Brasil, esto investindo em controle e preveno da silicose, reconhece a tecnologista. Mas, a grande preocupao ainda est nos setores informais da economia nestes pases, sem scalizao, avalia. Margarida, que gerente setorial de cermica e vidro do PNES, conta

Tecnico Antnio Vladimir

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