Brasil Uruguai Masoller

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    MASOLLER / VILA ALBORNOZ

    BREVE NOTCIA HISTRICA

    (Verso em Espanhol) ( Verso em Ingls)

    Wilson R.M. Krukoski *1) INTRODUO

    A questo levantada pelo Uruguai em 1934 a respeito da demarcao de um pequeno

    trecho de sua fronteira com o Brasil, na regio denominada "Rinco de Artigas", vem

    sendo discutida h mais de 60 anos, muitas vezes sem o completo conhecimento do

    assunto por parte de eventuais interessados de um e de outro pas.

    Pela razo acima, foi organizada esta breve notcia, com o objetivo de facilitar

    informaes para aqueles que desejam inteirar-se da verdade histrica.

    Para isto, convm inicialmente lembrar que, para o estabelecimento de uma fronteira

    internacional, normalmente so percorridas quatro etapas, bem distintas:

    1

    "Estudo dosPrecedentes Histrico/Geogrficos",

    2"Delimitao",

    3"Demarcao" e

    4"Caracterizao"

    No caso da fronteira do Brasil com o Uruguai, devemos levar em conta nos

    "Precedentes Histricos", a prpria origem do Uruguai, pas que na sua origem sofreugrande influncia portuguesa, desde a fundao no sculo XVII, quase que simultanea,

    da Colnia de Sacramento (uma ocupao portuguesa que durou mais de um sculo) e

    de Montevideu. O Brasil-Colnia teve sempre forte influncia nos assuntos Orientais.Assim, quando da Independncia do Brasil, a Provncia de Montevidu ou Cisplatina

    estava incorporada ao Brasil, s vindo a se constituir como nao independente pelo

    Convnio Preliminar de Paz de 1828 (que no especificou por onde deveriam correr os

    limites - dependentes "do que se ajustasse em tratado definitivo"). Pela Conveno de

    1819 - pouco antes da incorporao (em 1821) -, o limite noroeste desta provincia com o

    Rio Grande de So Pedro era definido pelo rio Arapey (ao sul do limite atual).

    Por outro lado, o Tratado de Madri (1750), assim como o de Santo Ildefonso (1777),

    entre Portugal e Espanha, delimitavam a fronteira pelo rio Ibicu. Sendo que, no litoral,

    o primeiro destes tratados iniciava a linha por Castillos Grandes, bem ao sul do Chu.

    Em conseqncia da incorporao da Cisplatina, os brasileiros da Provncia do RioGrande ocuparam parte das terras do norte uruguaio at o citado rio Arapey (ali estava,

    ento, a fronteira).

    http://www.info.lncc.br/wrmkkk/masollee.htmlhttp://www.info.lncc.br/wrmkkk/masollee.htmlhttp://www.info.lncc.br/wrmkkk/masollee.htmlhttp://www.info.lncc.br/wrmkkk/masollei.htmlhttp://www.info.lncc.br/wrmkkk/masollei.htmlhttp://www.info.lncc.br/wrmkkk/masollei.htmlhttp://www.info.lncc.br/wrmkkk/masollei.htmlhttp://www.info.lncc.br/wrmkkk/masollee.html
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    As terras compreendidas entre o Ibicu e o Arape, conhecidas tambm como parte dasMisses Orientais, deram por muito tempo origem a pretenses e divergncias de

    uruguaios e riograndenses; estes, muitas vezes seguindo uma "diplomacia marginal",

    revelia do Governo Imperial, tambm se insurgiram, inicialmente, contra o Tratado de

    Limites.

    O Tratado de Limites, assinado em 1851, o que est em vigor at os dias de hoje; e

    "delimitou" a fronteira, nesta regio, pelo rio Quarai.

    2) RESUMO HISTRICO (Aps a assinatura do Tratado de 1851)

    Uma vez firmado o Tratado de Limites, passou-se fase de "Demarcao". Nomeadosos Delegados - Baro de Caapava, pelo Brasil e Coronel Reyes pelo Uruguai -

    iniciaram-se os trabalhos em 1853, pela regio do Chui.

    Na regio em estudo - a rea conhecida como Rinco de Artigas - os trabalhos se

    desenvolveram de 1856 a 1862, em obedincia ao estabelecido no Item 2 do Artigo III

    do Tratado que diz: "... segue por essa coxilha, e ganha a de Haedo at o ponto em que

    comea o galho do Quarahim denominadoarroio da Invernada pela carta do Viscondede S. Leopoldo, e sem nome na carta do coronel Reyes, e desce pelo dito galho at

    entrar no Uruguai; pertencendo ao Brasil a ilha ou ilhas que se acham na embocadura

    do dito rio Quarahim no Uruguai."

    Vamos ver como se apresentavam estas cartas

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    Carta do Visconde So Leopoldo

    (galho do Quarai denominado arroio da Invernada)

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    Carta do Coronel Reyes - Esc.original aprox. 1:585.000(galho do Quarai "sem nome")

    Vamos comparar esta carta com uma carta atual da regio, em uma escala prxima.

    Carta Atual da Regio - Esc. 1:500.000

    Note-se a coincidncia do encontro da coxilha de Haedo com a coxilha Negra, no

    extremo sul do arroio Invernada (localidade de Massoler). Tambm devemos notar que

    o arroio "sem nome" na carta do Cel. Reyes (no o arroio "Sepulturas") se apresenta

    numa posio que s pde ser interpretado como o arroio Invernada da cartografia atual.

    Aos demarcadores cabia ento, a delicada incumbncia de identificar no terreno o arroio

    que, sem nome na cartografia do Coronel Reyes, correspondia ao Invernada na carta de

    So Leopoldo. Examinadas cuidadosamente as duas cartas, verifica-se que o critrio

    adotado pelos demarcadores foi selecionar, nas duas cartas, o detalhe comum do

    nascedouro dos dois cursos dgua: o ponto de encontro de duas coxilhas, a de Haedo e ade Belm, local que foi ento escolhido por eles para constituir o final do limite na linhaseca (ao longo da coxilha) e o ponto inicial do limite fluvial, que iria terminar na boca

    do rio Quara no Uruguai.

    Vamos ver como se desenvolveram os trabalhos. Fazendo-se um resumo dos

    acontecimentos da poca, verificamos que foram assinadas oficialmente quatro Atas:

    - Em 15.jun.1853 - 1 Ata. Acertando a linha de limite na regio do Chui.

    - Em 6.abr.1856 - 2 Ata. Descrevendo a linha de limite no Jaguaro, Arroio da Mina, Acegu, So Luiz, Serrilhada e Coxilha de Santa Anna.

    - Em 28.abr.1856 - 3 Ata. Acordando sobre o limite na regio do Arroio Invernada.

    - Em 1/6.abr.1857 - 4 Ata. Voltando a tratar da regio das Retas do Acegu e So

    Luiz.

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    Observando-se a 3 Ata, que a que nos interessa, vemos que os Delegados se

    entenderam sobre a linha limite, escrevendo: "... ficava definitivamente acordado: 1

    Que continuando a divisa, como h sido declarado, pelos mais altos nveis da Coxilhade Haedo, desde que ela se separa da de Santa Anna, at as vertentes do Arroio

    Invernada, descer a linha pelo galho mais ocidental, conhecido pelo do Maneco,

    preferindo-se, com o mais forte, o ramal que nasce da mencionada Coxilha de Haedo,

    em frente a Estncia ..., e a este da volta que formam em sua unio as supracitadas

    coxilhas de Belm e Haedo, conhecida tambm por Coxilha Negra; e prximo a casa de

    ...; continuando esse galho at encontrar, mais abaixo uma vertente forte e permanente,

    chamada Galho dos Gravats, e em seguida muitos outros tributrios, que o

    enriquecem com suas guas, at sua confluncia no Arroio Invernada, por cujas guas

    continuar a linha at a sua foz no rio Quarai, acima do arroio Sepultura. 2 Que, em

    conformidade com o mesmo Tratado, a linha seguir pelas guas do Quarai ...; 3 Que, para demonstrar com maior clareza a linha demarcada, se traar nas plantas ou

    cartas das respectivas comisses, autenticadas pelos senhores comissrios, que tambm

    se obrigam a exata colocao dos marcos de limites ...".

    O Baro de Caapava deixou farta documentao (cartas e relatrios) contando

    detalhadamente todos os problemas encontrados, divergncias e acertos feitos paracumprir o que estava estabelecido no tratado.

    Vamos ver o que deixou escrito o Baro, quando se referiu ao trecho que estamos

    estudando. Em uma "Exposio Abreviada", feita em maro de 1857, assim escreveu o

    Baro, explicando como se deram os trabalhos: "... Seguiu-se a questo do arroio da

    Invernada. Mandei primeiro fazer o reconhecimento deste terreno, e depois fui pessoalmente examinar todo o espao compreendido entre o Quaraim principal e as

    guas do Invernada. O comissrio oriental fez da sua parte os reconhecimentos queprecisava, e depressa nos entendemos, firmando por uma outra Acta, que assinamos,

    toda a fronteira desde as cabeceiras do S. Luiz no lugar prximo ao Cemitrio at a

    confluncia do Invernada no Quaraim principal; e ficando sobre a Coxilha de Haedobem determinado o ponto sobre a mesma coxilha, que corresponde vertente principal

    do arroio da Invernada. Esta vertente est bem colocada na carta do falecido Sr.

    Visconde de S. Leopoldo.

    Acompanhando pois os documentos deixados pelo Baro, verificamos que nesta parte

    da fronteira no houve discusso sobre o estabelecimento da linha de limite. O que noocorreu em diversos outros trechos, onde foram grandes as discusses sobre a escolha

    da linha a ser demarcada - como na regio do Chui (sul da Lagoa Mirim), na canhada

    dos Burros (a leste de Acegu), na escolha dos galhos do So Luiz e principalmente no

    estabelecimento das duas retas que deveram ser traadas nesta regio (do Acegu e do

    So Luiz).

    Para o acerto dessas retas, o assunto foi muito discutido e s foi resolvido no ano

    seguinte (1857), com a assinatura de uma 4 Ata - que por sinal foi firmada

    separadamente (esse o motivo de duas datas, em 1.abr, assinou o Baro e em 6.abr,

    assinou o Cel. Reyes)

    3) TRATADO DE PERMUTA (Que no chegou a ser ratificado)

    Um assunto que algumas vezes confunde os observadores do ocorrido na poca, foi atentativa de uma troca de terrenos, ensejada pelos Demarcadores.

    Quando os trabalhos de demarcao, em 1855, chegaram regio onde hoje existem ascidades de Sant'Ana do Livramento (Brasil) e Rivera (Uruguai), somente existia o

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    povoado brasileiro, que se estendia pelos dois flancos da coxilha (Livramento foielevado categoria de Vila em fevereiro de 1857) . Os demarcadores propuseram

    conservar esse local apenas com a ocupao de brasileiros. Para isto, em setembro de1857 foi assinado entre o Brasil e o Uruguai um Tratado de Permuta. Pretendia-se trocar

    a rea frontal vila de Sant'Ana do Livramento, at o arroio de Cunhaper, por uma

    rea aproximadamente equivalente, localizada no extremo oeste da coxilha de Haedo

    (na regio do Rinco de Artigas).

    As reas estudadas so vistas na figura abaixo.

    Projeto do Tratado de Permuta

    "Cuaperu" (1) pelo "Rinco do Maneco" (2)

    Com essa finalidade, os demarcadores, que estavam construindo marcos ao longo de

    toda a linha de limites, chegaram a construir um marco grande (Marco Principal 12-P)

    a sudeste de Livramento, em um dos extremos dessa linha - os marcos grandes,

    chamados Marcos Principais, eram construdos nos locais onde a linha de fronteira

    mudava de regime, assim como os marcos 2-P e 3-P nos extremos da reta do Chui, 8-P e10-P na reta de Acegu, 11-P na Serrilhada, no incio do divisor de guas da coxilha de

    Santana.

    O Tratado de Permuta ficou algum tempo em suspenso, pois o legislativo uruguaio se

    negava a ratific-lo. (em outubro de 1857 foi feita uma "Declarao Adicional", para

    facilitar a troca).

    Nesse meio tempo, em maio/junho de 1860 os uruguaios iniciaram a construo de um

    povoado, em frente a Livramento, que tomou inicialmente o nome de Zeballos, depois

    Rivera.

    Finalmente, em fevereiro/maio de 1861, o Tratado foi considerado rejeitado peloUruguai e anulado. Desde ento no se falou mais no assunto. A cidade uruguaia de

    Rivera foi se desenvolvendo, sempre em ntimo relacionamento com Sant'Ana do

    Livramento.

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    4) BATALHA DE MASOLLER - 1904 (Caudilho Blanco AparcioSaraiva)

    Vamos aqui recordar um acontecimento, no diretamente relacionado com nosso tema,

    mas oportuno para indicar o entendimento ento existente na regio. Tratata-se da

    Batalha de Masoller, no incio do sculo XX.

    No Uruguai ocorria uma das freqentes revoltas. De um lado as foras do governocentral ("colorado"), do outro, os revoltosos "blancos", liderados por Aparcio Saraiva

    (esse caudilho, como diversos fronteirios da poca, j havia acompanhado seu irmo,

    Gumercindo Saraiva, em incurso pelo Brasil, seguindo a Revoluo Federalista de

    1894).

    Aps uma batalha na regio de Masoller, Aparicio foi ferido e refugiou-se no Brasil,

    numa estncia da me do ento Coronel Joo Francisco (conhecido como a "hiena do

    Cat").

    Na "Fazenda do Rinco", situada na rea que foi objeto do Tratado de Permuta (vejamapa), e que hoje questionada pelo Uruguai, o grande caudilho "blanco" veio a falecer

    e a foi enterrado.Muitos anos depois, em 1921, seus restos mortais foram trasladados para o Uruguai, em

    uma grande solenidade cvica. At ento no havia o problema, criado em 1934.

    5) INICIO DO QUESTIONAMENTO URUGUAIO - 1934

    Encontravam-se os trabalhos na fronteira seguindo seu curso normal. Em 1933, estavam

    os tcnicos realizando, em comisso mista, os trabalhos de manuteno e melhoramento

    da "Caracterizao" na regio da coxilha de Santana, quando um oficial uruguaio (Cel.

    Vila Sere) resolveu reestudar a localizao dos ltimos marcos colocados por ocasio dademarcao do Tratado de 1851.

    Os trabalhos se realizavam em decorrencia do que ficara estabelecido em um novo

    documento diplomtico - a "Conveno para Melhor Caracterizao da Fronteira" de 27

    de dezembro de 1916, que textualmente diz: "... para melhor caracterizao, ... nostrechos do Passo Real do Chuy ao passo Geral do S.Miguel, e do marco internacional

    de Acegua ao 49 marco pequeno , situado no arroio Invernada, nas vertentes do rioQuarai, ... se proceda reparao dos velhos marcos danificados e a construo de

    novos marcos intermedios ...".

    O militar uruguaio "descobriu" que os demarcadores do Tratado teram se enganado ao

    escolher o arroio Invernada, assinalado nas cartas e citado no tratado, colocando

    erradamente o 49 marco. O arroio Invernada seria, para ele, um arroio que os

    brasileiros chamam Moires, um brao do arroio dos Trilhos (entre os marcosIntercalados 46 e 47) (veja o mapa anterior). O arroio escolhido pelos demarcadores

    teria sido o arroio Maneco.

    Esta "descoberta" foi encampada por um geografo uruguaio (Elzear S.Giuffra), que

    realizou uma srie de conferncias levantando o problema. Estranhava, o ilustre

    gegrafo, que a linha de fronteira, seguindo um alinhamento geral de sudeste para

    noroeste, infletia bruscamente para o sul.

    Nesta poca ocorreriam tambm, divergncias entre autoridades civs e militares do

    Uruguai, sobre a preponderncia e chefia, na conduo dos trabalhos demarcatrios, por

    parte da delegao uruguaia, no mbito da Comisso Mista.

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    O assunto da m colocao do ltimo marco da linha seca foi levado oficialmente ao

    governo brasileiro pelo Ministro das Relaes Exteriores do Uruguai (Jose Arteaga)

    atravs de uma Nota de 10 de agosto de 1934, na qual pede que seja feita "unadeterminacin cientfica del curso de agua que en el articulo 3 del Tratado ... se

    denomin por Arroyo de la Invernada".

    O governo brasileiro respondeu, por Nota de 26 de outubro de 1934, que os trabalhos

    que se estavam realizando eram para tornar mais minuciosa e visvel a linha divisria(trabalhos de "caracterizao"), no sendo cabvel qualquer interpretao ou tentativa

    de retificao da linha j fixada por Tratado (j terminara a fase de "demarcao").Mesmo porque, decorridos 78 anos da entrada em vigor do Tratado, jamais havia

    surgido dvida sobre a interpretao do artigo citado.

    Desde ento seguiram-se, espordicamente, outras notas uruguaias (como em 1937,

    1938 e em 1941) insistindo sempre na "determinacin cientfica".

    Em 1966 surgiu uma polmica (pelo jornal "La Maana") entre o Cel. Vico e o

    Embaixador Buero, uruguaios, sobre o assunto.

    O governo uruguaio, em 1974, baixou um decreto determinando que os mapas oficiais

    passassem a assinalar como "limites contestados" a rea compreendida entre os marcosintermdio 941 (localizado entre os marcos 46-I e 47-I) e o ltimo marco da coxilha de

    Santana, em Masoller, marco 49-I (veja no mapa).

    Em 1985, nova nota uruguaia, reclamando da construo da vila Albornoz, foi

    respondida em 1986, seguindo basicamente as mesmas argumentaes uruguaias e asmesmas contestaes brasileiras.

    6) DOCUMENTAO BILATERAL CITANDO O MARCO 49-IMASOLLER

    Antes de abordarmos as ltimas notas trocadas entre o Brasil e o Uruguai sobre o

    assunto, interessante observar os documentos diplomticos oficiais, nos quais citado

    textualmente o marco de fronteira - 49-I -, colocado em 1862, agora contestado:

    - Dez.1916 "Conveno para Melhor Caracterizao" (j vimos o texto).

    - Jan.1920 "Instruo de Servio da Comisso Mista", no art. 2 diz: "Os delegados ...examinaro todos os marcos ... nos trechos ... e do nono marco da coxilha do Acegu ao

    49 marco pequeno, situado no arroio Invernada, e tambm ..."

    - Jun.1927 "Nota Verbal do Ministro das Relaes Exteriores do uruguai", diz "...estudiado con la debida atencin el nuevo Proyeto de Instruciones... del trecho de

    frontera comprendido entre la Cerrillada y Masoller, ..."- Dez.1927 "Ajuste por Troca de Nota Verbal", diz, na introduo "... para lacaracterizacin de la zona de frontera comprendida entre el marco 11 Principal y el

    marco 49 Inermdio; ..." No item 6, repete "... la linea llamada seca (marco 11 Grande- Masoller) ..."

    - Abr.1928 "Projeto de Instrues Especiais", diz "... segundo os termos do mencionadoartigo toda a extenso da linha chamada seca (Marco 11 Grande - Masoller)"

    - Dez.1933 "Estatuto Juridico de la Frontera", no art. IX - "Paralelamente a lossegmentos rectilineos que constituyen la linea divisoria entre el marco 11 principal y 49

    intermdio, ..."

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    Lembramos estes fatos, tendo em vista o que estabelece a Conveno de Viena de 1969

    - ou "Lei dos Tratados". L diz, textualmente na parte referente Interpretao dos

    Tratado: "art. 31 - Regra Geral de Interpretao. Item 3. Ser levado em considerao, juntmente com o contexto: (a) Qualquer acrdo posterior entre as partes relativo

    interpretao do tratado ou aplicao de suas disposies; (b) Qualquer prtica seguida

    posteriormente na aplicao do tratado pela qual se estabelea o acordo das partes

    relativo sua interpretao;"

    7) LTIMAS NOTAS SOBRE O ASSUNTO - 1988

    As ltimas notas trocadas entre o Brasil e o Uruguai, sobre este assunto so:

    - Nota do Uruguai de 17 de agosto de 1988 (esta nota veio acompanhada de outrasduas notas com mesma data, uma versando sobre a convenincia de se estabelecer aadjudicao das guas na regio da foz do rio Quara no rio Uruguai, e a outra sobre

    o aproveitamento das guas do rio Quarai). A nota uruguaia sobre o Rinco de Artigas

    foi respondida pela:

    - Nota do Brasil nr. 272 de 4 de dezembro de 1989, repetindo praticamente asmesmas contestaes referentes aos mesmos argumentos do Uruguai. Nesta nota oBrasil acusa o recebimento da nota uruguaia, "...sem acrescentar novos dados" e diz ter

    "sempre manifestado ao Ministrio das Relaes Exteriores uruguaio o que uma

    posio oficial e permanente do Governo Brasileiro". Desde ento no houve nova

    troca de notas entre os dois governos sobre este assunto.

    8) CONCLUSO

    Conforme vimos, esta pretenso uruguaia de impossvel aceitao por parte do Brasil,

    no s pelo inconveniente do precedente diplomtico de fronteira, totalmente descabido,

    como pela certeza de razo na argumentao apresentada. E as autoridades mais

    ponderadas uruguaias sabem disto.

    Mas, porque ento insistem nesta questo, que em nada engrandece o relacionamento

    entre os dois pases, com to bom entrosamento existente entre habitantes fronteirios?

    Principalmente numa poca de aprimoramento das relaes integradas do Mercosul.

    Alm de uma pretenso de "patriotada" inconseqente, duas colocaes ainda persistem,

    por parte do Uruguai:

    1.- A esperana que aparea um segundo Rio Branco, capaz de convencer a nao da

    justeza da cesso de uma parte do territrio brasileiro, conforme acontecido, em 1909,

    por ocasio da reverso de parte das guas da lagoa Mirim e do rio Jaguaro.

    2.- O pensamento, um tanto ilgico, de que sendo o Brasil um pas to grande (8,5

    milhes de quilmetros quadrados) uma pequena poro (220 quilmetros quadrados)

    no seria muito importante.

    Ora, para a primeira ponderao, convm lembrar que aquela reverso estava

    basicamente prevista, desde a assinatura do Tratado de 1851 (a linha limite, por aquele

    tratado, corria pela margem ocidental da Lagoa Mirim), mas mesmo assim, foi

    necessrio um novo Tratado para a correo da linha de limite (uma nova

    "delimitao").

    A segunda ponderao de tamanha insensatez que no merece ser comentada.

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