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Brasília - DF Outubro de 2007 - fisica.ufpb.brromero/pdf/2007CapituloOARivedSeedMec.pdf · discussões levaram a Benjamim S. Bloom (BLOOM et al., 1976) e um grupo de educadores a

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OOOOOuuuuutututututubbbbbrrrrro de 2007o de 2007o de 2007o de 2007o de 2007

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Ministério da EducaçãoSecretaria de Educação a DistânciaEsplanada dos Ministérios, Bloco L, SobrelojaCEP: 70.047-900Brasília – DFwww.mec.gov.br

Tiragem20.000 exemplares

Brasil. Ministério da Educação. Secretaria deEducação a Distância.

Objetos de aprendizagem: uma proposta derecurso pedagógico/Organização: Carmem LúciaPrata, Anna Christina Aun de Azevedo Nascimento.– Brasília : MEC, SEED, 2007.

154 p.

ISBN: 978-85-296-0093-2

I. Objetos de aprendizagem. II. Processo deensino aprendizagem. III. Ensino por multimeios.

CDU 37

SUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIO

PPPPPRINCÍPRINCÍPRINCÍPRINCÍPRINCÍPIOS COIOS COIOS COIOS COIOS COGNITIVGNITIVGNITIVGNITIVGNITIVOSOSOSOSOS ....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 0707070707----- SSSSSaaaaabbbbbeeeeerrrrres does does does does doccccceeeeennnnntttttes e o desees e o desees e o desees e o desees e o desennnnnvvvvvolololololvvvvvimeimeimeimeimennnnnttttto de oo de oo de oo de oo de objbjbjbjbjetetetetetos de aos de aos de aos de aos de appppprrrrreeeeendizagendizagendizagendizagendizagemmmmm ........................................................................................................................ 0707070707

Arlindo José de Souza Junior e Carlos Roberto Lopes----- DDDDDeseeseeseeseesennnnnvvvvvolololololvevevevevendo o pndo o pndo o pndo o pndo o peeeeennnnnsamesamesamesamesamennnnnttttto po po po po prrrrroooooporporporporporciociociociocional cnal cnal cnal cnal com o usom o usom o usom o usom o uso de um oo de um oo de um oo de um oo de um objbjbjbjbjeteteteteto deo deo deo deo de

aaaaappppprrrrreeeeendizagendizagendizagendizagendizagemmmmm ....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 1717171717Laércio Nobre de Macêdo, José Aires de Castro Filho, Ana Angélica Mathias Macêdo,Daniel Márcio Batista Siqueira, Eliana Moreira de Oliveira, Gilvandenys Leite Sales eRaquel Santiago Freire

----- RRRRReeeeecccccursursursursursos inos inos inos inos infffffororororormátmátmátmátmáticicicicicos pos pos pos pos prrrrrooooojjjjjetados petados petados petados petados paaaaara o era o era o era o era o ennnnnsssssino de Ciências:ino de Ciências:ino de Ciências:ino de Ciências:ino de Ciências: bases e bases e bases e bases e bases epistpistpistpistpistomológomológomológomológomológicasicasicasicasicasimimimimimplicadas na cplicadas na cplicadas na cplicadas na cplicadas na cooooonnnnnstststststrrrrrução e deseução e deseução e deseução e deseução e desennnnnvvvvvolololololvvvvvimeimeimeimeimennnnnttttto de oo de oo de oo de oo de objbjbjbjbjetetetetetos de aos de aos de aos de aos de appppprrrrreeeeendizagendizagendizagendizagendizagemmmmm ................................................................. 2727272727Rejane Maria G. da Silva e Márcia Aparecida Fernandez

DESDESDESDESDESENVENVENVENVENVOLOLOLOLOLVIMENTVIMENTVIMENTVIMENTVIMENTO DE OBJETO DE OBJETO DE OBJETO DE OBJETO DE OBJETOS DE OS DE OS DE OS DE OS DE APAPAPAPAPRENDIZARENDIZARENDIZARENDIZARENDIZAGEMGEMGEMGEMGEM .................................................................................................................................................................................... 3939393939----- CrCrCrCrCriando iniando iniando iniando iniando inttttteeeeerrrrrfacfacfacfacfaces pes pes pes pes paaaaara ora ora ora ora objbjbjbjbjetetetetetos de aos de aos de aos de aos de appppprrrrreeeeendizagendizagendizagendizagendizagemmmmm ............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 3939393939

Ivan Shirahama Loureiro de Lima, Helton Augusto de Carvalho, Klaus Schlünzen Juniore Elisa Tamoe Moriya Schlünzen

- DDDDDeseeseeseeseesennnnnvvvvvolololololvvvvvimeimeimeimeimennnnnttttto de hao de hao de hao de hao de habilidades ebilidades ebilidades ebilidades ebilidades em tm tm tm tm teeeeecnolocnolocnolocnolocnologggggia da inia da inia da inia da inia da infffffororororormação e cmação e cmação e cmação e cmação e comomomomomunicaçãounicaçãounicaçãounicaçãounicação(((((TIC) por meTIC) por meTIC) por meTIC) por meTIC) por meio de oio de oio de oio de oio de objbjbjbjbjetetetetetos de aos de aos de aos de aos de appppprrrrreeeeendizagendizagendizagendizagendizagemmmmm .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 4949494949Aguinaldo Robinson de Souza, Wilson Massashiro Yonezawa e Paula Martins da Silva

- ArArArArArquitquitquitquitquitetura das escadas:etura das escadas:etura das escadas:etura das escadas:etura das escadas: um o um o um o um o um objbjbjbjbjeteteteteto de ao de ao de ao de ao de appppprrrrreeeeendizagendizagendizagendizagendizagem pm pm pm pm paaaaara era era era era exploração dosxploração dosxploração dosxploração dosxploração doscccccoooooncncncncnceeeeeitititititos de seos de seos de seos de seos de semelmelmelmelmelhança de thança de thança de thança de thança de trrrrriângiângiângiângiângulos,ulos,ulos,ulos,ulos, p p p p prrrrroooooporporporporporciociociociocionalidade e Tnalidade e Tnalidade e Tnalidade e Tnalidade e Teeeeeorororororeeeeema de Tma de Tma de Tma de Tma de Talesalesalesalesales ......................... 5959595959Maria de Fátima C. de Souza, José Aires de Castro Filho, Mauro C. Pequeno, DaisyaneCarneiro Barreto e Natasha Carneiro Barreto

- CCCCCooooonnnnnstststststrrrrruindo ouindo ouindo ouindo ouindo objbjbjbjbjetetetetetos de aos de aos de aos de aos de appppprrrrreeeeendizagendizagendizagendizagendizagem e pm e pm e pm e pm e peeeeennnnnsando esando esando esando esando em gem gem gem gem geometometometometometrrrrriaiaiaiaia ................................................................................................................................................. 7171717171Eduardo Lucchesi, Cristiano Lima, Paula Aguiar e Vinícius Teixeira

PPPPPADRÕES E INTERADRÕES E INTERADRÕES E INTERADRÕES E INTERADRÕES E INTEROPOPOPOPOPERERERERERABILIDABILIDABILIDABILIDABILIDADEADEADEADEADE ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 8181818181----- PPPPPadrões e inadrões e inadrões e inadrões e inadrões e inttttteeeeerrrrrooooopppppeeeeerararararabilidadebilidadebilidadebilidadebilidade ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 8181818181

Liane M. R. Tarouco e Renato Dutra

QUESTÕES E EXEMPLQUESTÕES E EXEMPLQUESTÕES E EXEMPLQUESTÕES E EXEMPLQUESTÕES E EXEMPLOS DE IMPLEMENTOS DE IMPLEMENTOS DE IMPLEMENTOS DE IMPLEMENTOS DE IMPLEMENTAÇÃO E USO DE OBJETAÇÃO E USO DE OBJETAÇÃO E USO DE OBJETAÇÃO E USO DE OBJETAÇÃO E USO DE OBJETOS DEOS DEOS DEOS DEOS DEAPAPAPAPAPRENDIZARENDIZARENDIZARENDIZARENDIZAGEMGEMGEMGEMGEM ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 9393939393- Os oOs oOs oOs oOs objbjbjbjbjetetetetetos de aos de aos de aos de aos de appppprrrrreeeeendizagendizagendizagendizagendizagem pm pm pm pm paaaaara Pra Pra Pra Pra Pessessessessessoooooas cas cas cas cas com Dom Dom Dom Dom Deficiência (PD)eficiência (PD)eficiência (PD)eficiência (PD)eficiência (PD) ........................................................................................................................................................... 9393939393

Lívia Raposo Bardy, Elisa Tamoe Moriya Schlünzen, Danielle Aparecida do Nascimentodos Santos, Klaus Schlünzen Junior e Ivan Shirahama Loureiro de Lima

----- PPPPPolítolítolítolítolíticas picas picas picas picas paaaaara fra fra fra fra fomeomeomeomeomennnnnttttto de po de po de po de po de prrrrrooooodddddução e usução e usução e usução e usução e uso de oo de oo de oo de oo de objbjbjbjbjetetetetetos de aos de aos de aos de aos de appppprrrrreeeeendizagendizagendizagendizagendizagemmmmm ..................................................................................... 107107107107107Carmem Lúcia Prata, Anna Christina de Azevedo Nascimento e Maurício Pietrocola

AAAAAVVVVVALIAÇÃO DE OBEJTALIAÇÃO DE OBEJTALIAÇÃO DE OBEJTALIAÇÃO DE OBEJTALIAÇÃO DE OBEJTOS DE OS DE OS DE OS DE OS DE APAPAPAPAPRENDIZARENDIZARENDIZARENDIZARENDIZAGEMGEMGEMGEMGEM .......................................................................................................................................................................................................................................................... 123123123123123----- OOOOObjbjbjbjbjetetetetetos de aos de aos de aos de aos de appppprrrrreeeeendizagendizagendizagendizagendizagem:m:m:m:m: uma p uma p uma p uma p uma prrrrroooooposta de aposta de aposta de aposta de aposta de avvvvvaliação da aaliação da aaliação da aaliação da aaliação da appppprrrrreeeeendizagendizagendizagendizagendizagem sm sm sm sm siiiiigggggnificanificanificanificanificatttttiiiiivvvvvaaaaa ..... 123123123123123

Romero Tavares, Gil Luna Rodrigues, Mariel Andrade, José nazareno dos Santos,Lucídio Cabral, Henry Pôncio Cruz, Bruno Monteiro, Thiago Gouveia e Karin Picado

----- OOOOObjbjbjbjbjetetetetetos de aos de aos de aos de aos de appppprrrrreeeeendizagendizagendizagendizagendizagem:m:m:m:m: e e e e ennnnntttttrrrrre a pe a pe a pe a pe a prrrrromessa e a romessa e a romessa e a romessa e a romessa e a realidadeealidadeealidadeealidadeealidade ............................................................................................................................................................................................................. 135135135135135Anna Christina de Azevedo Nascimento

SOBRE OS SOBRE OS SOBRE OS SOBRE OS SOBRE OS AAAAAUTUTUTUTUTORESORESORESORESORES ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 147147147147147

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

APAPAPAPAPRESRESRESRESRESENTENTENTENTENTAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃO ......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 0505050505

APRESENTAÇÃO

A iniciativa da Secretaria de Educação a Distância do Ministério daEducação (MEC), de produzir recursos educacionais multimídia interativosna forma de objetos de aprendizagem tem apresentado bons resultados nacomunidade educacional brasileira. Centenas de recursos didáticos parauso no computador foram desenvolvidos e publicados, para uso público,por inúmeras equipes de alunos e professores de instituições de ensinosuperior. A articulação entre os integrantes das equipes com outrosdepartamentos das universidades, as escolas e os Núcleos de TecnologiaEducacional constituem um requisito indispensável para a efetividade dotrabalho, representando um fator decisivo para a expressividade dosresultados alcançados.

A presente publicação é um exemplo ilustrativo das característicasdo processo de produção de objetos de aprendizagem. Esse não é somentemais um livro sobre produção de material didático, pois apresenta relatosde práticas dirigidas aos interesses de educadores e estudiosos do processoensino/aprendizagem. E, nesse sentido, expressa as reflexões resultantesdas experiências das equipes no uso da informática para elaboração deatividades pedagógicas e o estabelecimento de uma nova cultura de trabalhomultidisciplinar.

Durante o trabalho de produção de objetos de aprendizagem, equipesde professores e alunos foram incentivados a sistematizar seusconhecimentos, aprofundar conceitos e revisar metodologias, a fim demelhorar seus produtos educacionais. Desse esforço, resultaram mais decinqüenta artigos e alguns deles compõem essa obra.

Os artigos revelam a diversidade temática do conjunto de trabalhosapresentados. E também confirmam que o foco das reflexões exercitadasforam os desafios impostos pela prática de produzir material multimídiainterativo: a importância do planejamento pedagógico e as questõescognitivas; a necessidade de padronização; a acessibilidade;interoperabilidade; a efetividade e uso dos objetos de aprendizagem; amudança de paradigma na educação; as políticas de incentivo paraformação de uma comunidade de aprendizagem na produção de objetosde aprendizagem.

55555

A realização dessa publicação busca difundir a experiência dasequipes que produzem recursos pedagógicos, utilizando o conceito deobjetos de aprendizagem. A expectativa dos organizadores desse livro é,principalmente, contribuir e encorajar uma cultura de desenvolvimentode material educacional com uso de novas tecnologias, para enriquecimentodo processo de ensino/aprendizagem.

CARLCARLCARLCARLCARLOS EDUOS EDUOS EDUOS EDUOS EDUARDARDARDARDARDO BIELSCHOO BIELSCHOO BIELSCHOO BIELSCHOO BIELSCHOWWWWWSSSSSKYKYKYKYKYSecretário de Educação a Distância

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

AAAAAVVVVVALIAÇÃO DE OBJETOS DEALIAÇÃO DE OBJETOS DEALIAÇÃO DE OBJETOS DEALIAÇÃO DE OBJETOS DEALIAÇÃO DE OBJETOS DEAPRENDIZAGEMAPRENDIZAGEMAPRENDIZAGEMAPRENDIZAGEMAPRENDIZAGEM

OBJETOBJETOBJETOBJETOBJETOS DE OS DE OS DE OS DE OS DE APAPAPAPAPRENDIZARENDIZARENDIZARENDIZARENDIZAGEM:GEM:GEM:GEM:GEM: U U U U UMA PMA PMA PMA PMA PRRRRROPOSTOPOSTOPOSTOPOSTOPOSTA DEA DEA DEA DEA DEAAAAAVVVVVALIAÇÃO DALIAÇÃO DALIAÇÃO DALIAÇÃO DALIAÇÃO DA A A A A APAPAPAPAPRENDIZARENDIZARENDIZARENDIZARENDIZAGEM SGEM SGEM SGEM SGEM SIGNIFICAIGNIFICAIGNIFICAIGNIFICAIGNIFICATIVTIVTIVTIVTIVAAAAA

Romero Tavares1

Gil Luna Rodrigues1

Mariel Andrade1

José Nazareno dos Santos1

Lucídio Cabral1

Henry Pôncio Cruz1

Bruno Monteiro1

Thiago Gouveia1

Karin Picado1

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

1Universidade Federal da Paraíba

1 I1 I1 I1 I1 Innnnntttttrrrrroooooddddduçãouçãouçãouçãoução

A teoria da aprendizagem de Ausubel (AUSUBEL; NOVAK;HANESIAN, 1980; AUSUBEL, 2003) propõe-se a lançar as bases para acompreensão de como o ser humano constrói significados e desse modoindicar caminhos para a elaboração de estratégias pedagógicas quefacilitem uma aprendizagem significativa.

Quando se depara com um novo corpo de informações, o aprendizpode decidir absorver esse conteúdo de maneira literal, e, desse modo, asua aprendizagem será mecânica, pois ele só conseguirá simplesmentereproduzir esse conteúdo de maneira idêntica a aquela que lhe foiapresentada. Nesse caso, não existiu um entendimento da estrutura dainformação proporcionada ao aluno, de forma que não conseguirá transferiro aprendizado da estrutura dessa informação apresentada para a soluçãode problemas equivalentes em outros contextos.

2 2 2 2 2 Animação inAnimação inAnimação inAnimação inAnimação inttttteeeeerararararatttttiiiiivvvvvaaaaa

Ao longo de sua história, os seres humanos têm construído modelosda realidade como uma maneira de possibilitar a sua interação com essarealidade. Todas as ciências constroem modelos como forma deentendimento ou interação no campo a que se destina. Desse modo, ahumanidade vem construindo um cabedal de conhecimentos científicosque tem sido transmitido por meio dos tempos.

Existem certos conceitos cien-tíficos difíceis de serem percebidos, sejapor envolver um elevado grau de abs-tração ou por outros motivos ainda nãocompletamente elucidados. Por exem-plo, parte dos seres humanos intui aexistência de uma relação direta entrea velocidade de deslocamento de umcorpo e a resultante das forças que neleatua. Esse foi um tipo de relação esta-belecida por Aristóteles e que figuroucomo entendimento predominante

até Newton, quando esse último estabeleceu o paradigma vigente para oassunto até os dias de hoje. Segundo a mecânica newtoniana, existe umarelação direta entre a variação da velocidade de um corpo e a resultantedas forças que nele atua. Quando um aluno tem uma intuição aristotélicado movimento, ele enfrentará grandes dificuldades para um aprendizadoda mecânica newtoniana, a menos que ele seja ajudado de maneira ade-quada a superar essa dicotomia (TAVARES; SANTOS, 2003).

A animação interativa utiliza um modelo aceito cientificamente parasimular um evento específico. Podemos simultaneamente fazer animaçõesde idéias antagônicas e analisar quais as implicações de cada uma para oresultado final da simulação de um dado evento. Pode ser discutido emquais circunstâncias a mecânica aristotélica é adequada, se for o caso.

3 O3 O3 O3 O3 Objbjbjbjbjeteteteteto de o de o de o de o de AAAAAppppprrrrreeeeendizagendizagendizagendizagendizagemmmmm

Define-se objeto de aprendizagem como um recurso (ou ferramentacognitiva) autoconsistente do processo ensino aprendizagem, isto é, não

124124124124124○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Figura 1 – Modelagem: umadescrição da realidade

depende de outros objetos parafazer sentido. Governos de diversospaíses estão investindo largassomas de dinheiro para desenvolvergrandes repositórios de objetos deaprendizagem (MASON, 1998;RENNIE; MASON, 2004).

Os repositórios dos objetosde aprendizagem prometem supriros professores do ensino médio eensino universitário, com recursosde alta qualidade, que poderão seridentificados e reutilizados nas suasatividades em sala de aula ou emcursos on-line. Qual a razão decriarmos uma aula específica se alguém, talvez um especialista renomado,já executou esse mesmo trabalho anteriormente? Por que não partilharcom outras pessoas o trabalho que já tenha feito? Diante da existência dessesrepositórios, os professores poderão dedicar-se de maneira mais eficientesa serem facilitadores da aprendizagem, partícipes da construção doconhecimento de seus alunos.

A intenção do objeto de aprendizagem descrito anteriormente éproporcionar o primeiro encontro do estudante com o conteúdo a que elese refere. Por um lado, o mapa conceitual propicia a percepção verbal evisual das relações hierárquicas entre os principais conceitos do temaconsiderado e, por outro lado, a animação possibilita a visualização dofenômeno como ele se apresenta na Natureza, de acordo com a teoriacientífica que tenta explicá-lo.

Essa conjunção de estratégias de exposição, visuais e verbais, dascaracterísticas mais gerais e inclusivas do evento que se está estudando dásuporte para análises mais específicas que seguirão a essa primeira etapado processo ensino aprendizagem.

Outros componentes dos OA são as sessões “conversa afiada”; “saibamais” e “guia do professor”, disponibilizados de forma a contemplar oprincípio da conectividade, propiciando ao aprendiz o deslocamento pormeio desses vários componentes. Assim, descortinam-se de forma enfáticavárias possibilidades de contextualização em uma metodologiaconstrutivista, que facilita a integração entre aprendizes e OA, visando àconstrução do conhecimento escolar.

125125125125125

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Figura 2 – Mapa conceitual de umobjeto de aprendizagem

4 4 4 4 4 A cA cA cA cA cooooonnnnnstststststrrrrrução do inução do inução do inução do inução do instststststrrrrrumeumeumeumeumennnnnttttto de ao de ao de ao de ao de avvvvvaliaçãoaliaçãoaliaçãoaliaçãoaliação

Em 1948, na Associação Psicológica Americana, uma série dediscussões levaram a Benjamim S. Bloom (BLOOM et al., 1976) e um grupode educadores a empreender a tarefa de classificar os objetivoseducacionais. Seu intuito era desenvolver um método de classificação paracomportamento que fossem importantes para o aprendizado. No trabalhointitulado como A Taxonomia dos Objetivos Educacionais, foramidentificados três domínios educativos: o cognitivo, o emocional e opsicomotor. Geralmente quando citamos a Taxonomia de Bloom estamosnos referindo a taxonomia utilizada no domínio cognitivo.

A Taxonomia de Bloom consiste em uma tabela unidimensional. Suaestrutura possui uma forma hierárquica que vai do mais simples ao maiselaborado, proporcionando o desenvolvimento de atividades que vãocrescendo em complexidade até atingir os níveis mais altos. Essaclassificação inclui seis categorias do Domínio Cognitivo são elas:

NíveNíveNíveNíveNíveisisisisis OOOOObjbjbjbjbjetetetetetiiiiivvvvvosososososConhecimento Lembrar informações sobre: fatos, datas, palavras,

teorias, métodos, classificações, lugares, regras,critérios, procedimentos etc.

Compreensão Entender a informação ou o fato, captar seusignificado, utilizá-la em contextos diferentes

Aplicação Aplicar o conhecimento em situações concretasAnálise Identificar as partes e suas inter-relaçõesSíntese Combinar partes não organizadas para formar um

todoAvaliação Julgar o valor do conhecimento

Tabela 1 – A taxonomia de Bloom

126126126126126○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Como a taxonomia é hierárquica, cada nível é incluído pelos níveismais altos. Em outras palavras, um estudante que trabalha no nível“aplicação” também já dominou o material no nível de “conhecimento” e“compreensão”. Durante muitos anos, essa estrutura foi comparada a umaescadaria, assim o professor iria propor ao aluno “escalar” desde o primeiro“degrau” até os últimos níveis.

Assim, o professor poderia planejar suas aulas e seus instrumentosavaliativos e poder mapear se tal instrumento está abrangendo todos osníveis de complexidade no domínio cognitivo.

5 5 5 5 5 A taxA taxA taxA taxA taxooooonomia de Blonomia de Blonomia de Blonomia de Blonomia de Bloom rom rom rom rom reeeeevvvvvisadaisadaisadaisadaisada

Durante os anos 1990, Lorin Anderson, um ex-aluno de Bloom,conduziu um grupo de trabalho para revisar a taxonomia original. Nessegrupo, havia diversos especialistas em diferentes áreas como psicólogos,teóricos de currículos e avaliação. Em 2001, Anderson e colaboradores(ANDERSON et al., 2001) publicaram uma revisão da taxonomia de Bloomna qual foram combinados o tipo de conhecimento a ser adquirido(dimensão do conhecimento) e o processo utilizado para a aquisição desseconhecimento (dimensão do processo cognitivo). Os processos cognitivostiveram algumas mudanças de nomenclatura, os processos passaram a serdescritos com verbos em vez de substantivos como na taxonomia original.O nível do conhecimento, compreensão e síntese foram renomeados pararelembrar, entender e criar, respectivamente.

Nessa nova versão, conhecida como taxonomia de Bloom revisada,foi adicionado um eixo vertical no qual estão descritos a dimensão doconhecimento, no eixo horizontal há enumerado os processos cognitivosde forma hierárquica. Como a nova tabela possui duas dimensões, nainterseção entre o conhecimento e os processos cognitivos, temos umacélula. Conseqüentemente, essa estrutura ajuda a classificar os objetivosde acordo com a célula que for marcada na tabela, podendo a mesma tarefaser marcada em uma ou mais células. Portanto, o quadro resultante tornamais fácil tanto a tarefa de definir com clareza objetivos de aprendizagemquanto aquela de alinhar esses objetivos com as atividades de avaliação.

127127127127127

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Tabela 2 – A taxonomia de Bloom revisada

6 U6 U6 U6 U6 Utttttilizando a taxilizando a taxilizando a taxilizando a taxilizando a taxooooonomia de Blonomia de Blonomia de Blonomia de Blonomia de Bloom rom rom rom rom reeeeevvvvvisadaisadaisadaisadaisada

A taxonomia de Bloom revisada pode ser utilizada como suportemetodológico na elaboração de instrumentos de avaliação dos maisdiversos matizes. Nós estamos utilizando para construir testes queprivilegiem os níveis mais complexos dos processos cognitivos. Por meiode sua aplicação e análise, podemos adquirir informações sobre aocorrência da aprendizagem significativa. Vejamos o exemplo a seguir:

Um aluno obteve no laboratório as seguintes medidas: 12N, 5m/s2 e50 J. Essas medidas referem-se respectivamente a:

a) Força, energia e aceleração;b) Aceleração, velocidade e energia; ec) Força, aceleração e energia.

Observamos, analisando essa questão, os que ela pode estarclassificada na célula que intercepta o processo cognitivo RELEMBRAR e oconhecimento FACTUAL. Apesar de ser importante para se atingir os outrosníveis mais complexos, se forem elaboradas avaliações que apenasprivilegiem essa dimensão não poderemos verificar se o aluno aprendeusignificativamente.

Como a nossa proposta é que os OA são facilitadores daaprendizagem significativa, desenvolvemos um instrumento avaliativocomposto de questões qualitativas que foram construídas utilizando ataxonomia de Bloom revisada.

Com objetivo de avaliar a aprendizagem significativa, foram desenvolvidasquestões que se utilizam dos processos cognitivos de forma progressiva, desdeo nível mais inferior (relembrar) até o mais sofisticado (criar).

128128128128128○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

DDDDDimeimeimeimeimennnnnsão dosão dosão dosão dosão docccccooooonhenhenhenhenhecimecimecimecimecimennnnntttttoooooA.A.A.A.A. C C C C Cooooonhenhenhenhenhecimecimecimecimecimennnnnttttto faco faco faco faco factualtualtualtualtualB.B.B.B.B. C C C C Cooooonhenhenhenhenhecimecimecimecimecimennnnnttttto co co co co coooooncncncncnceeeeeitualitualitualitualitualC.C.C.C.C. C C C C Cooooonhenhenhenhenhecimecimecimecimecimennnnnttttto po po po po prrrrroooooccccceeeeedimedimedimedimedimennnnntaltaltaltaltalDDDDD..... C C C C Cooooonhenhenhenhenhecimecimecimecimecimennnnnttttto metaco metaco metaco metaco metacooooogggggnitnitnitnitnitiiiiivvvvvooooo

Dimensão dos processos cognitivosDimensão dos processos cognitivosDimensão dos processos cognitivosDimensão dos processos cognitivosDimensão dos processos cognitivos11111

RRRRReleeleeleeleelemmmmmbbbbbrarararararrrrr22222

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AnalisaAnalisaAnalisaAnalisaAnalisarrrrr55555

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7 E7 E7 E7 E7 Exxxxxeeeeemmmmmplo de questão uplo de questão uplo de questão uplo de questão uplo de questão utttttilizada no inilizada no inilizada no inilizada no inilizada no instststststrrrrrumeumeumeumeumennnnnttttto ao ao ao ao avvvvvaliaaliaaliaaliaaliatttttiiiiivvvvvooooo

Duas profissionais de saltoornamental decidem apostar paraver quem chega primeiro em umapiscina. Depois de um salto da mes-ma altura, a atleta A apenas se joga-rá e a atleta B irá pular de bicicleta,como indica a figura ao lado. A atle-ta A vai deixar-se cair no mesmoinstante em que a atleta B começara cair. A trajetória realizada pelaatleta A vista por um observador Cserá vertical enquanto a trajetóriada atleta B vista pelo mesmo obser-vador será obliqua. Podemos então dizer:

a) A atleta A atinge a piscina em um tempo menor que a atleta B.b) A atleta B atinge a piscina em um tempo menor que a atleta A.c) Tanto a atleta A quanto a B atingem a piscina ao mesmo tempo.d) As duas atingiriam apenas se percorressem o mesmo trecho

horizontal.e) Se em sua opinião, nenhuma das alternativas acima responde a

questão corretamente. Escreva como seria a análise do tempo dequeda das duas meninas

Observamos, nesse exemplo, que para o aluno resolver a questãoanterior, ele deve APLICAR o conhecimento CONCEITUAL que tem sobre oassunto lançamento de projéteis, no que diz respeito à independência dosmovimentos na horizontal e na vertical. Assim, ele responderá que tanto aatleta A quanto a B atingem a piscina ao mesmo tempo.

Todas as questões utilizadas no instrumento avaliativo foramdesenvolvidas utilizando-se a taxonomia de Bloom revisada, para assimconstruir perguntas que possam verificar a aprendizagem significativa apóso uso dos OA.

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Figura 3 – Salto ornamental

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A avaliação dos objetos foi realizada em novembro de 2006 comalunos cursando a primeira série do Ensino Médio na escola estadual LiceuParaibano na cidade de João Pessoa.

Analisamos a aplicação dos OA:

1. Cinemática em duas dimensões – projéteis no deserto;2. Forças – plano horizontal; e3. Forças – plano inclinado.

Resolvemos, considerando que os temas dos OA “Forças – planohorizontal” e “Forças – plano inclinado” tratam de nuances diferentes deum mesmo tema, aglutiná-los em uma mesma situação de aprendizagem econseqüentemente em um mesmo instrumento de avaliação.

Os alunos, seguindo uma trajetória ausubeliana, antes da utilizaçãode um determinado Objeto de Aprendizagem, foram submetidos a umaavaliação (pré-teste) que consistiu de questões qualitativas. As questõesqualitativas prestam-se muito bem para mapear como se apresenta osconhecimentos mais gerais e inclusivos (subsunçores) dos aprendizes sobreum determinado tema. Desse modo, teremos uma clareza de quais são asconcepções prévias dos alunos sobre o tema em questão.

Em um momento posterior, foi realizada a apresentação e discussãodo objeto de aprendizagem; processo mediado pelo professor (tutor),gerando possibilidades de intervenção do aprendiz. Em um outro momento,foi aplicado o pós-teste. Ele é exatamente igual ao pré-teste e desse modopoderemos avaliar (mediante um tratamento estatístico dos dados obtidos)a progressão dos alunos diante da utilização do objeto de aprendizagemcomo ferramenta cognitiva colaborativa para construção do conhecimento.

Optamos por utilizar uma avaliação formativa (BLOOM et al., 1971),que se configura como uma medida adequada no acompanhamento daaprendizagem escolar. Ela tem como finalidade indicar em que estágio doprocesso encontra-se o aluno, tanto no desempenho individual como emrelação ao desenvolvimento da turma, trata-se de um processo que gera apossibilidade de uma intervenção imediata do professor no estágio emque o aluno começa a apresentar dificuldades na construção de seuconhecimento.

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Foi analisado o desempenho de um grupo de 35 (trinta e cincoalunos) quando da utilização do Objeto de Aprendizagem “Cinemáticaem duas dimensões – projéteis no deserto” e, em paralelo, analisamos odesempenho de outro grupo de 35 (trinta e cinco alunos) quando dautilização dos OA sobre “Forças”.

Podemos observar pelo histograma da Figura 4, referente ao Objetode Aprendizagem Cinemática, que a maior parte dos aprendizes alcançouno máximo a nota 4,0 (quatro), e um pequeno número de aprendizesalcançou nota superior a 6,0 (seis). Pode-se dizer que esses alunos estavamdivididos em dois grupos, e o maior desses grupos teve um desempenhoinadequado (< 4,0). Após a utilização do Objeto de Aprendizagem,apresentou-se um quadro mais alvissareiro (Figura 5), no qual a turmaainda continuava dividida entre os mesmos limites, mas em contrapartidao grupo maior foi aquele que alcançou um desempenho maior que 6,0(seis).

Se formos analisar por outro enfoque, o aumento de nota por cadaaluno (Figura 6), iremos perceber que aproximadamente 35% (trinta ecinco por cento) dos estudantes aumentaram UM ponto em sua avaliação;próximo de 20% (vinte por cento) dos estudantes aumentou em DOISpontos, pouco mais de 10% (dez por cento) aumentou em TRÊS.

Se analisarmos os resultados da aplicação do Objeto deAprendizagem “Forças”, iremos perceber pelo pré-teste que a essa novaturma estava inicialmente divida em dois blocos semelhantes aos dasituação anterior e, após a aplicação do Objeto de Aprendizagem, a turmanovamente dividiu-se em dois blocos de uma forma equivalente àapresentação do Objeto de Aprendizagem anteriormente mencionado.

A média das notas dos alunos na avaliação inicial (pré-teste)relacionada ao Objeto de Aprendizagem “Cinemática” foi 3,29 (três vírgulavinte e nove); e na avaliação final foi 5,61 (cinco vírgula sessenta e um)com um aumento de 2,32 (dois vírgula trinta e dois).

A média das notas dos alunos na avaliação inicial (pré-teste)relacionada ao Objeto de Aprendizagem “Forças” foi 3,82 (três vírgulaoitenta e dois); e na avaliação final foi 5,89 (cinco vírgula oitenta e nove)com um aumento de 2,07 (dois vírgula zero sete).

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9 C9 C9 C9 C9 Cooooonnnnnsssssideideideideiderações finaisrações finaisrações finaisrações finaisrações finais

A semelhança entre os resultados da aplicação dos dois Objeto deAprendizagem apresenta-se como um dado positivo da coerência daintervenção desses instrumentos como ferramenta cognitiva facilitadorada aprendizagem significativa; e seria realmente plausível esperarresultados muito próximos, pois existiu a intencionalidade na:

i. Construção de Objeto de Aprendizagem utilizando as mesmastécnicas de design e fundamentados nos mesmos princípiospedagógicos;

ii. Construção de dois instrumentos equivalentes para a avaliaçãoformativa; e

iii. Aplicação dos Objeto de Aprendizagem e dos instrumentosavaliativos em grupos de alunos que fazem parte de mesmouniverso estatístico.

A construção do conhecimento se dá de maneira mais efetiva comintervenções de médio e longo prazo.

A nossa intervenção instrucional foi pontual, pois entramos trêsvezes em contato com determinada turma, nos três momentos (pré-teste,aplicação do OA e pós-teste). Mesmo diante dessa breve intervenção,conseguimos mensurar a melhora na compreensão dos conceitosdiscutidos. E deve-se ressaltar que utilizamos instrumentos de avaliaçãopouco utilizados no cotidiano desses estudantes e, portanto, podemosconcluir que eles se adaptaram rapidamente à nova situação e conseguiramtirar proveito dela.

Como já comentamos em outros trabalhos (TAVARES, 2005a;TAVARES, 2005 b), o objeto de aprendizagem que usa texto conceitual,animação interativa a mapa conceitual é uma ferramenta cognitivainclusiva. Pois grande parte dos alunos conseguiu aumentar suas notas,significando uma melhor compreensão de questões qualitativas econceituais apresentadas. Esses OA configuram-se como umorganizador prévio e, desse modo, funcionam como andaime cognitivo;eles servem de esteio e facilitam a construção do conhecimento dosalunos.

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