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Plástico reciclado, vidas renovadas – Para a construção de um mundo sustentável –
Em agosto de 2012, a Braskem celebrou 10
anos de uma trajetória vitoriosa, sempre basea-
da em princípios do desenvolvimento sustentá-
vel. A organização nasceu da integração de
seis empresas no setor químico e petro-
químico e cresceu com aquisições
feitas inicialmente no Brasil e,
a partir de 2010, também
nos Estados Unidos e
na Alemanha, a fim
de contemplar a es-
tratégia de internaciona-
lização da empresa.
Tamanha expansão é re-
sultado do investimento em inova-
ção e tecnologia e da capacidade em
atender ao mercado interno e conquistar
espaços no cenário mundial. Ao final de sua
primeira década, a Braskem se posiciona como a
maior produtora de resinas termoplásticas nas Améri-
cas, a maior produtora mundial de biopolímeros, com
o polietileno verde, e a maior produtora de polipropi-
leno nos Estados Unidos.
A Braskem é uma empresa 100% brasileira,
tendo a Odebrecht e a Petrobras como suas contro-
ladoras.
Perfil
Integrantes: 7,6 mil
Unidades produtivas no Brasil: 28, distribuídas nos estados de Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo
Unidades produtivas na Alemanha e nos Estados Unidos: 7
Inovação e Tecnologia: 2 unidades do Centro de Inovação & Tecnologia, uma em Triunfo (RS), no Brasil, e outra em Pittsburgh (PA), nos Estados Unidos
Clientes: em mais de 60 países dos cinco continentes
Produtos: resinas termoplásticas polietileno (PE), polipropileno (PP), policloreto de vinila (PVC) e insumos químicos básicos – como eteno, propeno, butadieno, cloro, soda e solventes –, além de produtos com origem em matéria-prima renovável, como eteno e polietileno verdes
Apresentação
Plástico moído para reciclagem
O compromisso da Braskem com o Desenvolvimento
Sustentável está presente em todas as ações e iniciativas de-
terminadas a partir da visão empresarial e do planejamento
estratégico da organização até 2020. A Visão Empresarial
da Braskem é “ser a líder mundial da química sustentável,
inovando para melhor servir às pessoas”.
O Programa de Reestruturação e Capa-
citação em Centros de Reciclagem foi cria-
do pela parceria da Braskem, Funda-
ção Vonpar e Secretaria Estadual
da Justiça e do Desenvolvimen-
to Social/RS, com apoio
do Centro de Educação
Popular CAMP (Centro
de Assessoria Multiprofissio-
nal) e do Instituto Federal de Edu-
cação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-
-grandense (IFSul). Desde 2009, o projeto
promove a inclusão social dos recicladores e a
preservação do meio ambiente através da transfe-
rência de tecnologia, do investimento em equipamen-
tos e nas instalações das unidades de triagem e na capa-
citação dos integrantes das associações ou das cooperativas.
O projeto foi desenvolvido com o suporte técnico dos
professores Alessandro Luiz Alves Soares, coordenador do
CAMP, e Assis Francisco de Castilhos, autor da tese de douto-
rado em Engenharia Química, “Aplicação da Transesterifica-
ção do PET como um Método de Separação e Revalorização
da Mistura de Resíduos PET/PVC Pós-Consumo”.
Cenário
Linha de reciclagem reúne os cooperados
A tarefa de catar e triar resíduos sólidos tem sido
realizada por pessoas residentes na zona urbana, em
situação de vulnerabilidade social e, portanto, com ca-
rências nas mais diferentes áreas, como habitação, saú-
de, educação e cultura. Além disso, em decorrência da
própria pobreza econômica e do baixo nível de escola-
ridade, o tempo de permanência desses trabalhadores
nas unidades de triagem costumava ser curto, porque
muitos abandonavam a tarefa diante da possibilidade
de conseguir empregos temporários na indústria, na
construção civil ou como empregados domésticos.
Por isso, em um primeiro momento, o Progra-
ma de Reestruturação e Capacitação em Centros de
Reciclagem precisava conquistar a confiança desses
trabalhadores a partir da possibilidade de aumento
da renda familiar. E assim foi feito. A fidelização se
deu diante dos ganhos, não somente econômicos,
mas também de educação.
Análise de Potencialidades, Fragilidades, Oportunidades e AmeaçasFragilidades
Integrantes das associações ou das coope-rativas que atuam nos centros de reciclagem vivem em situação de vulnerabilidade socialBaixo nível de escolaridadeAlta rotatividadeLideranças frágeisAusência do poder público
PotencialidadesConsolidar as cooperativas e as unidades de benefi ciamento do resíduo plástico e o grupo de trabalhoA construção de uma sociedade sustentávelO desenvolvimento da Cultura da ReciclagemA possibilidade (e a necessidade) de dar me-lhor destino ao plástico, reduzindo o “lixo” plás-tico dos aterros100 toneladas de plástico reciclado evita a ex-tração de 1 tonelada de petróleo
OportunidadesCrescimento do mercado de resíduos sólidos na Região Metropolitana de Porto AlegreCentros de reciclagem existentes em comuni-dades próximas de unidades da BraskemPrograma de Reestruturação e Capacitação em Centros de Reciclagem criado pela Secre-taria Estadual da Justiça e do Desenvolvimen-to Social/RSEvolução em iniciativas de trabalho em rede entre duas ou mais cooperativas a partir do Fórum dos Recicladores do Vale dos SinosAplicação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
AmeaçasA concorrência do mercado de trabalho tempo-rário que atrai os associados e os cooperados, interrompendo o processo de capacitaçãoO aquecimento do mercado de trabalho que oferece novas vagas, levando o cooperado a procurar novas oportunidadesCatadores desorganizados concorrem pelos materiais de melhor qualidade, reduzindo o valor total dos resíduos sólidos benefi ciados e diminuindo a receita das cooperativas e as-sociaçõesMunicípios sem uma política e/ou uma atuação consistente de apoio a unidades de triagemCidadão pouco atuante na cadeia da reci-clagem
Objetivo
Galpão na unidade em Nova Santa Rita antes do início do programa
A Braskem desenvolve o Programa de Rees-
truturação e Capacitação em Centros de Recicla-
gem com o objetivo de impulsionar a mudança
de patamar nas atividades econômicas realiza-
das nas unidades de triagem e, assim, pro-
mover a inclusão social sustentável. Os
trabalhadores beneficiados pela no-
va estrutura ganham condições
de valorizar e dar continui-
dade à cadeia de recicla-
gem, beneficiando to-
da a sociedade.
Todo o proje-
to é implantado
e desenvolvido até
que os cooperados ou
associados tenham plenas
condições de dar continuidade
às atividades de forma autônoma.
O prazo de implantação do
programa, portanto, é determinado pelo
seu próprio andamento, porque depende das
características e da realidade de cada uma das
associações e cooperativas e também do relaciona-
mento com as respectivas Prefeituras Municipais na
adesão a estes projetos.
Foto Arquivo / SMAMA - Nova Santa Rita
Centro de Reciclagem em Campo Bom após os investimentos
Estratégias
O Programa de Reestruturação e Capacitação
em Centros de Reciclagem está contemplado na Visão
2020 da Braskem está baseado em dois eixos da Políti-
ca de Sustentabilidade da organização:
- Desenvolvimento Social, que, em relação
às populações das comunidades onde a empresa atua,
determina o apoio às cadeias produtivas locais, permi-
tindo que o trabalho seja o impulsionador do desenvol-
vimento pessoal e profissional e do processo de inclu-
são social.
- Responsabilidade Ambiental, que determi-
na, entre outros compromissos, o aporte de tecnologias
e soluções para promover a preservação do ambiente.
Além disso, o Programa de Reestruturação
e Capacitação em Centros de Reciclagem no Rio
Grande do Sul contempla uma das preocupações da
Braskem com o pós-consumo dos materiais plásticos.
Tanto que iniciativas para a inclusão social de catado-
res de material reciclável são também apoiadas em
Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, estados
onde a organização está presente. Todos esses proje-
tos promovem a melhoria na infraestrutura das associa-
ções ou das cooperativas de reciclagem, a capacitação
profissional, o planejamento e a gestão e, em conse-
quência, o aumento na renda familiar. A Braskem bus-
ca atuar em um número menor de entidades, mas de
forma a provocar um resultado mais perene. Em 2011,
por exemplo, nos cinco estados, assistiu a 15 coopera-
tivas, beneficiando diretamente 655 pessoas.
A Braskem tem o compromisso de colaborar e
apoiar projetos que aumentem a reciclagem de plásti-
cos pós-consumo. A meta é contribuir para que o Bra-
sil alcance índices semelhantes aos de países desen-
volvidos, que estão em torno de 35%.
Parte de aglutinação de plásticos flexíveis
Plano de Ação e Ferramentas
O Programa de Reestruturação e Capacitação em
Centros de Reciclagem no Rio Grande do Sul, desenvol-
vido pela Braskem em parceria com a Fundação Vonpar
e a Secretaria Estadual da Justiça e do Desenvolvimen-
to Social/RS, com apoio do CAMP e do IFSul, partiu de
diagnóstico realizado em 37 galpões de triagens de resí-
duos sólidos. A partir desta avaliação, foram selecionadas
as unidades com potencial para receber o projeto. Tal se-
leção foi feita após uma criteriosa análise com base em
quatro itens:
1º - Compromisso do Poder Público
2º - Infraestrutura
3º - SSMA (Saúde, Segurança e Meio Ambiente)
4º - Potencial dos trabalhadores para capacitação
técnica e de gestão
O Programa é desenvolvido paralelamente em
três segmentos:
Tecnologia – que define, a partir da estrutura exis-
tente, a compra dos equipamentos e as melhorias a serem
realizadas no local. A aquisição desse maquinário é feita
em conjunto com os associados e cooperados, a partir de
encontros e de estudos.
Capacitação técnica – os trabalhadores são trei-
nados para manejar de forma adequada e eficiente os
equipamentos.
Capacitação em gestão – cursos e treinamentos
são realizados a fim de preparar os associados e coope-
rados para gerenciar a entidade, com elaboração e análi-
se de planilhas como controle do trabalho realizado e pa-
ra comercialização do produto.
As melhorias desses centros, portanto, permitem
que o plástico passe pelo processo de moagem, lavagem
e secagem, agregando valor ao resíduo que é vendido
como matéria-prima no mercado. Se antes, os catado-
res vendiam o plástico oriundo da coleta seletiva a um de-
terminado preço, agora, os recicladores vendem o plás-
tico reciclado por um preço bem mais alto. Estes valores
variam de acordo com os mercados com os quais as co-
munidades se relacionam. Por exemplo, em Campo Bom,
uma tonelada de filme colorido “in natura” é vendida a
R$ 250. Depois da primeira etapa do beneficiamento, o
valor sobe para R$ 1.750. Após a última etapa de extru-
são, o preço da tonelada chega a R$ 2.400. O ganho,
portanto, é de 10 vezes mais.
O programa foi implantado em cinco unidades de
triagem. Em Campo Bom, Dois Irmãos, Nova Hartz e No-
va Santa Rita, os resultados já alcançados comprovam o
sucesso do trabalho. No entanto, a experiência realizada
a partir de um consórcio formado com quatro unidades
em Canoas e uma em Esteio não foi satisfatória, tanto que
o equipamento já comprado, uma aglutinadora, está sen-
do instalado em Guajuviras para dar reinício ao projeto.
O município de Campo Bom qua-
druplicará o beneficiamento de plásticos du-
rante 2012, passando de 5 toneladas/mês para
29 toneladas/mês. O crescimento tem a marca do
empreendedorismo da Cooperativa de Reciclagem
Coolabore, que, em fevereiro, inaugurou a nova li-
nha de beneficiamento de polietileno e polipropile-
no. Com investimento de R$ 232 mil por parte da
Braskem, os novos equipamentos permitem o bene-
ficiamento também de plásticos rígidos e não só fle-
xíveis, como ocorria.
Campo Bom - Empreendedorismo na reciclagem
“Para nós não existe o não dá para fazer. A gente vê o que o cliente precisa e vai atrás da qualificação. Antes, só ouvíamos falar em agregar valor ao produto. Hoje sabemos a diferença e continuamos trabalhando para aumentar a qualidade e a sustentabilidade do nosso produto.”Geraldo Simmi, coordenador da Cooperativa de Reciclagem Coolabore
Armazenamento na Coolabore
O projeto da Braskem incluiu treinamento
operacional para aumentar a produtividade com
a nova linha de produção (composta por equipa-
mentos como moinhos, agitador para lavagem, se-
cadores, gaiola de estoque e aglutinador) e ca-
pacitação em gestão de processo. A Braskem,
juntamente com o CAMP, continua moni-
torando o projeto tecnológico e as me-
lhorias em gestão até o final de
2012.
O efeito na geração
de renda foi imediato
para os 37 coopera-
dos. Com faturamen-
to mensal de cerca de
R$ 70 mil, as sobras financei-
ras da Coolabore elevaram a ren-
da mensal de R$ 1.200, em junho,
para R$ 1.500, em julho, complementa-
da com vales alimentação e transporte.
A capacitação em gestão ampliou a vi-
são empreendedora do grupo e levou a um novo
relacionamento com os clientes. Hoje, são mantidos
estoques para atender às necessidades do merca-
do, independente da coleta diária. Ainda assim, a
Coolabore tem coleta seletiva própria para receber
material direto dos catadores. A agilidade é garan-
tida com as filiais no centro de Campo Bom e em
Novo Hamburgo (Centro e Roselândia).
“Aprendo muito aqui e tenho certeza de que a minha renda corresponde ao meu trabalho na Coolabore.”Andrei Luís de Oliveira, de 20 anos e um dos mais jovens cooperados da Coolabore
Reconhecida como modelo em reciclagem
de resíduos, a Cooperativa de Recicladores de Dois Ir-
mãos, exporta conhecimento. Ao mesmo tempo, pre-
para-se para ampliar a produção e, como consequên-
cia, a renda dos cooperados. Entre os 37 cooperados,
vários são destacados para prestar treinamento e mos-
trar que o sonho de crescimento é possível em outros
centros de triagem do Rio Grande do Sul e de outros
Estados brasileiros.
Dois Irmãos – Exemplo para outros Estados
“A gente aprendeu nos cursos de gestão que produtividade e qualidade geram renda mais alta. Em casa, isso significa conforto e educação para a família. As escolas trazem seus alunos para que eles conheçam o nosso trabalho. Nós explicamos a cadeia de reciclagem do plástico e eles passam a ter mais responsabilidade no descarte dos resíduos.”Sandra Mallmann (de preto), recicladora em Dois Irmãos
Parte da equipe dos recicladores em Dois Irmãos
O investimento de R$ 99
mil feito pela Braskem, no se-
gundo semestre de 2011, possi-
bilitou a compra de novos equi-
pamentos e alavancará melhores
condições de trabalho qualifica-
do. Os cooperados tiveram for-
te participação na escolha do
maquinário (moinho, secadora
centrífuga, plataforma e arraste
arranha), que permitirá au-
mentar a produtividade e
as vendas no mercado
de beneficiamento de
plásticos. Estes equipamen-
tos estão sendo adicionados à
linha existente. O produto final fi-
cou menos sujo e mais seco, aumen-
tando consideravelmente o valor agregado
de venda. A nova tecnologia inclui a transfor-
mação até mesmo de isopor, resíduo raramente re-
ciclado no Estado.
Hoje, o faturamento da cooperativa chega a
R$ 59 mil/mês, com a geração de aproximadamen-
te 115 toneladas de resíduos/mês. A renda média
mensal de cada cooperado alcança de R$ 1.500 a
R$ 1.600. No primeiro semestre de 2011, o valor es-
tava no patamar de R$ 1 mil por pessoa.
“No ano que vem, vamos conseguir construir a casa própria. A renda é suficiente para o financiamento da Caixa Econômica.”Elisabete Proença Martins, recicladora em Dois Irmãos, à direita na foto
O modelo de transferência de tecnologia so-
cial implantado na Cooperativa de Recicladores Nas-
cente do Vale, em Nova Hartz, entre 2010 e 2011,
propiciou novos projetos de crescimento. O sonho de
uma vida melhor dos cooperados está se transfor-
mando em realidade com a ampliação da uni-
dade de tratamento. Os próximos passos in-
cluem a construção de um novo galpão
e a instalação de novos equipamen-
tos, entre os quais, um moinho e
uma extrusora.
Nova Hartz – Renda triplicada em três anos
“Hoje estamos andando sozinhos e sonhando alto.” Sinécio Finger, reciclador e tesoureiro em Nova Hartz
A melhoria das instalações faz parte do programa apoiado pela Braskem
O investimento feito pela Braskem, no valor
de R$ 127 mil, permitiu o processo de beneficiamen-
to completo dos resíduos sólidos urbanos. Hoje, a Coo-
pervale, com 20 associados, detém a cadeia produtiva
completa, iniciada com a coleta do lixo do município,
de 18 mil habitantes, e finaliza com a venda total dos
poliolefínicos para indústrias de Farroupilha, São Leo-
poldo e Estância Velha.
Em 2008, foi feita a primeira ampliação da
área da unidade de tratamento com a aquisição de
mais uma esteira para triagem. Ainda assim, o mate-
rial era comercializado apenas enfardado, com baixo
valor agregado. O modelo implantando e acompa-
nhado pela Braskem durante quase dois anos incluiu
a avaliação do espaço físico, a implantação, a escolha
da tecnologia e a aquisição de equipamentos, além do
acompanhamento do processo produtivo. Além da ca-
pacitação técnica, a equipe recebeu treinamento para
vendas, reavaliando, inclusive à reestruturação organi-
zacional da Cooperativa. Hoje, todos participam das
decisões e reconhecem que o uso de equipamentos de
segurança (luvas, máscaras, protetores auriculares, bo-
tas) são indispensáveis para as suas atividades.
O resultado foi o aumento da produtividade e
da qualidade com a crescente venda dos produtos be-
neficiados. Em agosto de 2012, o faturamento foi de
R$ 30 mil, propiciando uma renda média de R$ 1.200
por associado, o dobro de três anos atrás. Nesta épo-
ca, o processo incluía a quebra, a lavagem, a moagem,
a secagem e aglutinação dos plásticos. Ainda assim,
era antiquado e de baixa produtividade, com a divisão
por associado não ultrapassando R$ 600 por mês.
Renda mensal dos cooperados aumentou para R$ 1.200
Inaugurados em janeiro de 2012, os dois novos
galpões de reciclagem da Associação dos Trabalhado-
res e Prestadores de Serviços, Catadores e Reciclagem
de Nova Santa Rita, no bairro Caju, são apenas as par-
tes mais visíveis da incansável história dos trabalhado-
res da entidade. A equipe de 11 recicladores passou de
um centro de triagem improvisado sob uma lona preta
para o galpão de 300 metros quadrados, além de ba-
nheiros e refeitório com cozinha própria.
Os resultados práticos foram rápidos e anima-
dores e deixam a perspectiva de outras ações de me-
lhorias. A renda média de cada trabalhador pulou de
R$ 200, em maio, para R$ 600, em setembro de 2012,
com a reciclagem (triagem e prensagem) de 16 tonela-
das/mês de resíduos. O próximo passo é a instalação
da máquina de moagem. Com a venda de produtos
moídos, o preço por quilo deverá subir de R$ 0,30 pa-
ra R$ 1,30.
As oficinas e os encontros de capacitação já
permitem que o grupo comece a refletir sobre gestão
administrativa e segurança do trabalho. Seguindo o
exemplo de outras associações de recicladores, que se
transformaram em cooperativas, a de Nova Santa Rita
poderá trilhar o mesmo caminho. Entre os aspectos po-
sitivos na mudança de razão social, estão a contribui-
ção individual para o INSS e a emissão de notas fiscais.
A Braskem, como parceira tradicional da comu-
nidade de Nova Santa Rita em projetos socioambien-
Nova Santa Rita – Futuro construído
Equipe de associados ganhou galpão para desenvolver seu trabalho
tais, foi procurada pela Secretaria Municipal do Meio
Ambiente para viabilizar o projeto social Recicladores.
A construção dos novos galpões ocorreu paralelamente
à mobilização da Prefeitura e da Associação da Indús-
tria e Comércio local para instituir a coleta seletiva nas
empresas, ainda em março de 2011. Sete meses depois,
iniciou-se a coleta seletiva também nas residências. Fo-
ram passos decisivos na criação de um destino susten-
tável para os resíduos e na qualificação dos processos
de seleção de materiais, levando a uma melhor quali-
dade de vida dos trabalhadores da unidade de recicla-
gem. O processo envolveu também a Unilasalle, por
meio do Tecnosocial/Incubadora de Empreendimentos
Solidários, responsável pela capacitação do grupo, e o
CAMP.
O investimento da Braskem de R$ 220 mil foi
utilizado na construção do galpão com estrutura de
concreto e telhas de aço e na transferência para o local
de um galpão de madeira, além de cursos de capacita-
ção da equipe. Os bons resultados alcançados deverão
levar a ampliar os investimentos da empresa com a Pre-
feitura.
Os dois galpões foram construídos com investimentos da Braskem
Vida e alma da associação, Gabriel Garcia, aos 63 anos, continua incansável na luta pela sustentabilidade do meio ambiente. Líder da Associação dos Trabalha-dores e Prestadores de Serviços, Catadores e Recicla-
gem de Nova Santa Rita, participa de todas as tare-fas, das oficinas de capacitação ao recolhimento
de resíduos nas ruas de Nova Santa Rita.
“Para manter meus filhos comigo, come-cei a coletar de bicicleta o lixo seco
nas ruas da cidade”, lembra o pai dos gêmeos Marcelo e
Maurício, de nove anos, que estudam em horá-rio integral. A bicicleta
foi trocada por uma car-roça, a coleta aumentou e
os amigos começaram a ver a atividade com bons olhos. “A buro-
cracia para criar a Associação foi tanta que a maioria perdeu a esperança e saiu”,
conta Gabriel.
Quase 10 anos depois, a Associação funciona em um terreno doado pela Prefeitura, recebe resíduos de 26 empresas e faz a coleta seletiva semanal em três bairros. Gabriel planeja avançar mais alguns passos na cadeia de reciclagem de plástico, o que permitirá a venda de produtos com maior valor agregado. “Já aprendi que te-mos comprador. Basta termos produção de qualidade. Qualidade para nós significa melhorar a separação e a moagem dos resíduos”, ensina Gabriel.
Uma vida sustentável
Aplicação de Recursos
Desde 2009, a Braskem já investiu quase
R$ 700 mil no programa de reestruturação e capaci-
tação de quatro centros de reciclagem no Rio Gran-
de do Sul.
“Alguns produtos triplicaram de preço com a instalação da tecnologia. Toda a nossa produção tem mercado garantido.”Roberto Araújo da Silva, um dos coordenadores da Cooperativa de Recicladores de Dois Irmãos, lembrando que já esteve em Assis, no interior de São Paulo, a fi m de falar sobre o mercado de benefi ciamento de plásticos
Investimentos realizados
Centros de Reciclagem InvestimentosCampo Bom R$ 232 milDois Irmãos R$ 99.200,00Nova Hartz R$ 127 milNova Santa Rita R$ 220 mil
Dentro do objetivo da Braskem de impulsionar
o desenvolvimento sustentável na cadeia da reciclagem
do plástico e de promover a inclusão social nas comu-
nidades próximas, os resultados já alcançados pelo
Programa de Reestruturação e Capacitação em
Centros de Reciclagem são significativos. Im-
portante destacar que tais re-
sultados aparecem tanto no
cenário econômico como no
da Educação.
Nos quatro cen-
tros de reciclagem, o
Programa benefi-
cia 105 associados
e cooperados, dire-
tamente. No total, englo-
bando os beneficiários indire-
tos, o projeto atinge mais de
400 pessoas.
Atualmente, a renda
mensal dos recicladores nos centros onde a
cadeia de reciclagem já está totalmente implanta-
da varia de R$ 600 a R$ 1.600.
Em Campo Bom, o beneficiamento do plástico
quadriplicou em um ano, passando de 5 toneladas/
mês para 29 toneladas/mês, aumentando a produtivi-
dade.
O processo de triar, moer, lavar e secar o plásti-
co faz com que o produto tenha maior valor agregado.
Resultados
Centros de Número de Volume Renda média HorasReciclagem associados material mensal do de e cooperados processado reciclador treinamemto*
Dois Irmãos 37 115 t/mês De R$ 1.500 72 horas a R$ 1.600
Campo Bom 37 50 t/mês R$ 1.500 144 horas
Nova Hartz 20 33 t/mês R$ 1.200 80 horas
Nova Santa Rita 11 16 t/mês R$ 600 220 horas
(*) carga horária total de formação e acompanhamento
Outros resultados, não mensuráveis, também
são observados no Programa de Reestruturação e
Capacitação em Centros de Reciclagem:
Redução da rotatividade de pessoal a partir do au-mento da renda e da melhoria do sistema de ges-
tão das cooperativas, o que gera sentimento de orgulho de ser trabalhador da reciclagem e
de contribuir para o meio ambiente.
Aprendizagem de trabalho em equipe, estabelecendo rela-
ções formais na produção e comercialização.
Capacitação na área de gestão leva ao uso de
instrumentos importantes, co-mo planilhas de controle, livro cai-
xa, livro ponto e fichas cadastrais dos associados.
Cuidados com o ambiente de trabalho, incluin-do aspectos de saúde e de segurança.
Demanda junto ao poder público e à sociedade para realização de coleta seletiva de qualidade, garantindo matéria-prima nos centros de reciclagem.
O ambiente de trabalho organizado e produtivo aumenta a autoestima dos recicladores.
Educação ambiental, buscando maior sustentabilida-de e levando para as famílias e comunidade o apren-dizado conquistado nos Centros de Reciclagem.
“Trabalho de olho nos resultados. Acabou o tempo em que só fazíamos força e não víamos a renda aumentar. Hoje, o nosso produto tem valor agregado. Lá em casa, até o meu filho já sabe o que significa trabalhar com qualidade e com responsabilidade pelo meio ambiente.”Hildo Weide, cooperado da Coolabore, de Campo Bom
Coordenação: Relações Institucionais Braskem - RS Edição de conteúdo: Formatexto Jornalistas Associados
Design gráfi co: Carolina Porto RuwerFotos: Tempo Real / Mathias Kraemer