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FREIRE, Eleta de Carvalho. História e Gênero na História da Educação Brasileira. In: AMORIM, Roseane Maria; NETO, José Batista. Memórias e Histórias da Educação: debates sobre a diversidade cultural no Brasil. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2012. O texto aponta as questões históricas no contexto da educação brasileira no que se diz respeito aos gêneros. A mulher era ligada intimamente ao trabalho doméstico e família, coube a elas, por muito tempo, a criação apenas para ocupações do lar, enquanto os homens tinham o direito de trabalhar fora de casa e estudar. Entende-se que inicialmente a trajetória profissional feminina era desvalorizada por vários motivos, sejam eles especulações sobre a incapacidade de ensinar, o ensino em função do sacerdócio ou a obrigação da mulher apenas como serva do lar e da família, explicado pelos baixos salários. Hoje, a submissão das mulheres foi reduzida e a educação é quase exclusividade feminina, tratando o magistério. A autora explica como se deu a inclusão das mulheres no magistério. Inicialmente, nos primeiros séculos datados do Brasil, a educação jesuíta como caráter catequizador, excluía mulheres e filhos primogênitos das classes inferiores. A educação para a mulher surgia para a submissão à Igreja, ao pai e marido, o ensino tinha com base os discursos moralmente religiosos.

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FREIRE, Eleta de Carvalho. História e Gênero na História da Educação Brasileira.

In: AMORIM, Roseane Maria; NETO, José Batista. Memórias e Histórias da

Educação: debates sobre a diversidade cultural no Brasil. Recife: Editora

Universitária da UFPE, 2012.

O texto aponta as questões históricas no contexto da educação brasileira no que se

diz respeito aos gêneros. A mulher era ligada intimamente ao trabalho doméstico e

família, coube a elas, por muito tempo, a criação apenas para ocupações do lar,

enquanto os homens tinham o direito de trabalhar fora de casa e estudar.

Entende-se que inicialmente a trajetória profissional feminina era desvalorizada por

vários motivos, sejam eles especulações sobre a incapacidade de ensinar, o ensino

em função do sacerdócio ou a obrigação da mulher apenas como serva do lar e da

família, explicado pelos baixos salários. Hoje, a submissão das mulheres foi

reduzida e a educação é quase exclusividade feminina, tratando o magistério.

A autora explica como se deu a inclusão das mulheres no magistério. Inicialmente,

nos primeiros séculos datados do Brasil, a educação jesuíta como caráter

catequizador, excluía mulheres e filhos primogênitos das classes inferiores. A

educação para a mulher surgia para a submissão à Igreja, ao pai e marido, o ensino

tinha com base os discursos moralmente religiosos.

Nos séculos XVI e XVII, a alternativa educativa que as mulheres recebiam era pelo

convento. No século XVII, os currículos dessas instituições tinham também os

trabalhos domésticos. Um século mais tarde, os conventos foram dificultados pelo

risco de diminuição na população da Colônia.

A educação laica para as mulheres parte com a vinda da Corte, onde o gênero

obtinha conhecimentos de línguas e aritméticas, mas ainda ensinamentos que

ficaram ligados unicamente às mulheres.

Com a Independência o país deveria perder o aspecto arcaico, introduzindo assim

mulheres às escolas como uma obrigação legal, mas que dependia da vontade

masculina. As primeiras escolas eram em sua grande parte para meninos, além de

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ser separadas por sexo, para terem diferenças no ensino, o texto menciona que as

professoras recebiam menos que os professores.

Pode-se notar, no começo, a exclusão das mulheres nas escolas normais, que

formavam docentes, porém, logo após os homens procuravam outros setores e

abandonavam o magistério, tornando-o feminizado. Mesmo depois do grande

número de mulheres entrarem no magistério, elas eram tratadas como fruto de

desordem e incompetência, além de a profissão está afastando-as de sua natureza:

o cuidado, o amor. É nessa época que a docência começa a ser ligada ao

sacerdócio, e os trabalhadores seriam então pouco reivindicadores.

Eleta Freire propôs mostrar as dificuldades da entrada das mulheres ao magistério,

suas lutas, e como foi sendo criada a imagem de desqualificação e desvalorização

que se têm atualmente em torno dos gêneros.