9
A revista do Grupo LET Recursos Humanos News CESAR MAIA N 0 5 | Setembro / Outubro | 2007 | Ano 1 www.grupolet.com Como o Pan 2007 elevou o nível de uma cidade chamada Rio de Janeiro – Pág. 12 PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA Chegando com qualidade ao mercado – Pág. 6

C cado DEFICIÊNCIA FÍSICAPESSOAS COM News LET n5.pdf · e comercializar imóveis de qualida-de para a classe média baixa. Com o apoio do Grupo LET, selecionou, recrutou e depois

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: C cado DEFICIÊNCIA FÍSICAPESSOAS COM News LET n5.pdf · e comercializar imóveis de qualida-de para a classe média baixa. Com o apoio do Grupo LET, selecionou, recrutou e depois

A revista do Grupo LET Recursos Humanos

News

CESAR MAIA

N0 5 | Setembro / Outubro | 2007 | Ano 1 www.grupolet.com

Como o Pan 2007 elevou o nível de uma cidade chamada Rio de Janeiro – Pág. 12

PESS

OAS COM

DEFIC

IÊNCIA

FÍS

ICA

A revista do Grupo LET Recursos Humanos

NewsPESS

OAS COM

PESS

OAS COM

DEFIC

IÊNCIA

FÍS

ICA

DEFIC

IÊNCIA

FÍS

ICA

Chegan

do com

quali

dade a

o mer

cado –

Pág. 6

Page 2: C cado DEFICIÊNCIA FÍSICAPESSOAS COM News LET n5.pdf · e comercializar imóveis de qualida-de para a classe média baixa. Com o apoio do Grupo LET, selecionou, recrutou e depois

“A Comunicação como Estratégia de Recur-sos Humanos”, de Fábio França e Gutem-berg Leite – Editoria Qualitymark

Como a área de Comunicação impacta na de RH e como uma depende da outra são as-pectos bem enfocados nesta obra que pode ser considerada uma Bíblia para jornalistas que desejam investir em RH ou para gesto-res modernos que queiram agregar jorna-listas em seu negócio. Os autores expõem com precisão como RH pode, por exemplo, entender a mídia do mercado de trabalho.

“A Nova Visão do Coaching na Gestão por Competências”, de Paulo Roberto Menezes de Souza – Editora Qualitymark

Uma explicação altamente didática sobre uma ferramenta em transformação: o coa-ching. Neste livro, Paulo Roberto Menezes, um mestre no tema, nos ensina a usar e a gostar do coaching na medida em que es-clarece alguns pontos sobre como mapear competências, como motivar e comprometer equipes e como manter a empresa apren-dendo e competindo. Também é um referen-cial para empreendedores.

ENTREVISTA ESPECIAL

Em apenas seis meses esta profi ssional de Recursos Hu-manos cumpriu o desafi o

de estruturar a recente fi lial Rio de Janeiro da Construtora Tenda, uma empresa especializada em construir e comercializar imóveis de qualida-de para a classe média baixa. Com o apoio do Grupo LET, selecionou, recrutou e depois treinou todos os cerca de 200 profi ssionais que hoje atuam em nove lojas espalhadas pelo Rio e Grande Rio. Aos 25 anos, nove deles no mercado de trabalho (começou como vendedora de loja e depois foi produtora de eventos), Re-nata Furtado não é graduada em RH. A “faculdade” da atual Coordenado-ra de Gente e Gestão da fi lial Rio da Construtora Tenda foi no dia a dia, na convivência com situações distintas, aprendendo a gostar de gente.

Graduada em Jornalismo (e de-pois em Publicidade também) pela Faculdade Hélio Alonso, ela che-gou a estagiar no jornal O Flumi-nense, de sua cidade natal, Niterói (RJ), onde cobria de horóscopo à editoria de polícia, passando pelos classifi cados. Mas não era isso o que exatamente desejava. Do jor-nalismo passou à área Comercial, época em que começou a se envol-ver com RH, lutando pelos benefí-cios das pessoas contra a visão do lucro pelo lucro.

Ao fi nal de 2004 ingressou na Co-municação Interna da fábrica de Sero-pédica (RJ) da AmBev. Ali teria o seu grande aprendizado em RH, fazendo um job rotation até fevereiro de 2007, quando deixou a fábrica de bebidas a fi m de negociar sua ida para a Cons-trutora Tenda, após um “namoro” de seis meses com esta empresa. “O tra-balho na Tenda intensifi ca muito esse valor que gosto de dar ao ser huma-no”, destaca Renata, que coordena junto com uma equipe de seis ges-tores a contratação de vendedores, advogados, arquitetos, engenheiros, entre outros profi ssionais.

NEWSLET – Hoje você percebe que atuando em RH a sua capaci-dade de “transformar” pessoas e empresas é maior do que se esti-vesse atuando como jornalista?

Renata Furtado – Sem dúvida alguma! Descobri na área de RH que poderia contribuir mais do que se estivesse sendo uma jor-nalista. Conseguir ajudar as pes-soas dentro de uma empresa sem passar por cima de ninguém sem-pre foi o meu objetivo, daí nascia a minha paixão por Recursos Hu-manos.

RENATA FURTADOContrutora TENDA Ltda.

“Vestindo a camisa da empresa que dá chance

a quem nunca teve”

Foto

: Ale

xand

re P

econ

ick

Setembro / Outubro | 2007 | 3

ENTREVISTA

Caros leitores,

Em nosso contato bi-mestral destaco a

palavra “oportunidade”. Simples, mas forte, ela está expressa aqui em três temas. Primeiro no legado que o Pan 2007 deixou ao Rio de Janeiro. Mais do que instalações

e infra-estrutura maravilhosas, amadureceu o comportamento do carioca em receber um mega-evento. Devemos agradecer isso ao be-líssimo trabalho do Prefeito César Maia e do seu Secretário Especial de Jogos Olímpicos 2016, Ruy Cezar. Também não posso deixar de enfatizar o trabalho incansável do Érico Edu-ardo Magalhães da TV Globo, que sensibilizou gestores e autoridades de norte a sul do Bra-sil, atuando como um apaixonado multiplicador dos benefícios do Pan e do esporte olímpico para a sociedade.

Não menos importante, mesmo porque dedi-camos cinco páginas de nossa edição, é o enga-jamento do Grupo LET na inserção de pessoas com defi ciência física no mercado. Associamo-nos à ABBR, ao Instituto Benjamin Constant e a quantas mais instituições queiram se unir a nós para realizar um trabalho autêntico. Queremos ser o suporte ideal a todas as empresas que de-sejem não apenas cumprir cotas, mas ter um re-lacionamento sério, respeitoso e qualitativo com esses profi ssionais.

O Grupo LET se harmoniza com aqueles que abrem oportunidades. Por isso, em nos-sa entrevista da edição abrimos espaço para que a profi ssional Renata Furtado mostre a fi losofi a inovadora da Construtora Tenda, em-presa focada em oferecer moradias de quali-

dade e quem nunca pode tê-las. Boa leitura!

Joaquim LauriaDiretor Executivo do Grupo LET

EDITORIAL - PAPO COM O LEITOR DICAS NEWSLET - LIVROS

“A palavra é...OPORTUNIDADE”

Foto: Alexandre Peconick

EXPEDIENTE

Grupo LET Recursos Humanos

Matriz

Centro Empresarial Barra Shopping

Av. das Américas 4.200, Bloco 09, salas 302-

A, 308-A, 309-A – Rio de Janeiro – RJ

tel: (21) 3416-9190 - CEP – 22640-102

Site: http://www.grupolet.com

e-mail: [email protected]

Filial São Paulo - Rua James Watt 84,

2º andar - Brooklin – Cep: 04576-050 -São

Paulo (SP) – Tel: (11) 5505-2509

Filial Macaé - Avenida Rui Barbosa 698,

sala 110 - Tropical Shopping –

Centro - Cep: 27910-362 - Macaé (RJ)

– Tel: (22) 2772-6232

Filial Curitiba - Av. Winston Churchill 2.370,

sala 406, 4o andar - Pinheirinho -

Cep: 81150-050 - Curitiba (PR) -

Tel: (41) 3268-1007

Diretor Executivo: Joaquim Lauria

Diretor Adjunto: Kryssiam Lauria

Planejamento: Guilherme Vidal

Comercial: Julio César Mauro

E-mail: [email protected]

Revista

Publicação bimestral– Setembro / Outubro 2007

Ano I – Nº 05 – Tiragem 1.500 exemplares

Jornalista responsável (redação e edição):

Alexandre Peconick (Comunicação

Grupo LET) - Mtb 17.889 / e-mail para

[email protected]

Diagramação e Arte:

Murilo Lins ([email protected])

Envie para nós suas sugestões, idéias e

críticas e leia as respostas às suas

solicitações no site www.grupolet.com

Impressão: Walprint Gráfi ca e Editora Ltda.

Endereço: Rua Frei Jaboatão 295,

Bonssucesso – Rio de Janeiro – RJ

E-mail: [email protected]

Tel: (21) 2209-1717

News

Capa: Eliane Carvalho / Prefeitura do Rio

2 | Setembro / Outubro | 2007

INSTITUCIONAL

Page 3: C cado DEFICIÊNCIA FÍSICAPESSOAS COM News LET n5.pdf · e comercializar imóveis de qualida-de para a classe média baixa. Com o apoio do Grupo LET, selecionou, recrutou e depois

NEWSLET – Em 2006 a Tenda foi re-eleita pela revista Exame como uma das “100 Melhores Empresas para se Trabalhar no Brasil”. Como a área de Gente e Gestão do Rio trabalha para não deixar a “peteca cair”?

Renata Furtado – Somos uma empresa de origem familiar (funda-da em 1969 por José Olavo Mourão Alves Pinto), que há 12 anos vem partindo para o aspecto de cres-cimento organizacional (implanta-do por seu fi lho e hoje Presidente, Henrique Alves Pinto). Fui chama-da para a Construtora Tenda para montar a fi lial Rio de Janeiro com o desafi o de aprimorar o sentido de satisfação dos funcionários. A todo momento contrato gente e a eles damos todo o suporte, como fl exi-bilidade de horários, vale combus-tível, remuneração fi xa e remunera-ção variável (comissão por vendas), bom treinamento e o melhor plano de saúde. Se o funcionário não tem a casa própria pode adquirir conos-co por desconto de até 30%. Tudo isso porque quando um funcionário nosso está satisfeito e seguro ele tem mais prazer em realizar uma venda.

NEWSLET – Como se compra um imóvel pela Tenda?

Renata Furtado – Nosso lema “Construir felicidade” não é um cli-chê, mas algo realmente vivenciado. Oferecemos oportunidades de cres-cimento às pessoas, com segurança, avaliando a situação de cada um. Para a compra há uma entrada mínima de R$ 2 mil. Só que o nosso diferencial é o valor mais baixo do que outro imóvel similar: um dois quartos em prédio que tenha piscina, playground e churrasqueira, por exemplo. Aqui o

cliente realmente sabe o quanto ele vai pagar até o fi nal do plano. Damos possibilidade de compra de imóvel a quem não tem carteira assinada. É um crédito real às pessoas.

NEWSLET – Vocês trabalham com venda de imóveis para um públi-co mais simples. Como Gente e Gestão enfoca o treinamento com os vendedores que vão lidar com esse público?

Renata Furtado – Além das infor-mações institucionais da empresa (histórico), passamos aos vendedo-res a “Forma Tenda de Pensar” que inclui ter jogo de cintura, carinho e fl exibilidade na conversa com pes-soas de culturas muito diversifi ca-das. Tem que se envolver com o seu produto, como eu estou envolvida.

NEWSLET – Você trabalhou em uma empresa como a AmBev e agora está em uma área de vendas de imóveis. Qual foi o grande desa-fi o em sua vinda para a Tenda?

Renata Furtado – Meu maior de-safi o foi o de montar as lojas que temos hoje com toda a estrutura organizacional necessária. Todos os vendedores foram treinados por mim e eu também montei uma boa equipe de profi ssionais para me ajudar a treinar outros colegas. Superei todas as expectativas da empresa. Não tenho problemas em

trabalhar MUITO, ao contrário. Ter a Tenda como minha segunda pele fa-cilita isso. Já houve dia em que saí daqui do escritório à meia noite.

NEWSLET – Você é a primeira jor-nalista que NEWSLET descobre em cargo de ponta em RH de em-presa. Que importância tem a Co-municação para o trabalho do RH na Construtora Tenda?

Renata Furtado – A faculdade de Jornalismo abre sua cabeça para o mundo, ajuda a ter um olhar mais crí-tico. Em RH oriento meus funcioná-rios sobre a força das palavras, sobre o cuidado em usar cada uma do jeito certo e no momento certo. Também peço para terem cuidado quando o assunto for religião, ainda mais por-que em um público de baixa renda encontramos pessoas de todas as tendências religiosas. E também para aceitarem todo o tipo de visão de mundo, da mais simples à mais arrogante. Precisamos saber lidar com isso e uma boa Comunicação é fundamental, pois ensina que não se pode criticar sem antes verifi car to-dos os detalhes de cada situação.

NEWSLET – Para onde você vê o RH caminhando e que papel esta área terá no futuro?

Renata Furtado – Está cami-nhando para o aumento da função estratégica, da sinergia e da ênfase às pessoas que geram resultados. Quem não planeja não vai à frente. Por isso RH está englobando gen-te de todas as áreas, em especial as que têm facilidade em planejar, como Comunicação. Porque RH tem que dar suporte a todas as áre-as, entendendo o que infl ui no ne-gócio da empresa.

“Não tenho problemas em trabalhar MUITO, ao

contrário. Ter a Tenda como minha segunda pele facilita isso. Já houve dia em que

saí daqui do escritório à meia noite”

4 | Setembro / Outubro | 2007

ENTREVISTA

Brasil, China, Índia e Rus-sia irão dominar a eco-nomia mundial nas próxi-mas décadas, mas para

que esse crescimento crie raízes em nosso país se faz necessário amplo investimento na Educação não ape-nas básica mas, sobretudo, no âm-bito empresarial. A previsão é fruto de um estudo criterioso de Thomas Mallnight, Professor de Estratégia do IMD (Instituto Internacional para o Desenvolvimento Gerencial), tra-zidos dos EUA pela ABRH-Nacional para abrir o 33º Congresso Nacio-nal Sobre Gestão de Pessoas (CO-NARH 2007), que movimentou nada menos do que 19 mil profi ssionais entre os dias 21 e 24 de agosto em São Paulo, capital.

Fazendo uma ampla análise do conteúdo de todas as conferências, um dos coordenadores do Comitê de Criação do CONARH, Luís Ed-mundo Rosa (Diretor de RH do Gru-po Accor para a América Latina), ex-plica que o universo empresarial já tomou consciência de que este mo-mento de crescimento sustentável nos move a evoluir continuamente sem destruirmos a sociedade que fi cará para nossos fi lhos. “É vital re-fl etirmos que essa fl exibilidade exi-gida pela globalização representa para nós repensarmos e reformar-

mos todo o modelo educacional para aproveitarmos essa tendência global da qual se refere o Thomas”, esclarece Luís Edmundo.

Esse esforço concentrado, se-gundo a Antropóloga, Presidente da ONG Comunitas e ex-primeira dama, Ruth Cardoso não nos permite ego-ísmo. “A competição move as em-presas, mas são os mecanismos de cooperação aqueles que realmente trarão progresso; se não dissemi-narmos nossos modelos positivos, a energia da evolução vai morrer conosco”, prevê ela, que também abrilhantou o evento. A sacudida no mercado já se verifi ca em algumas empresas como Banco Real e Orga-nizações Globo. No caso do banco, o seu Presidente Fábio Barbosa, mostrou no CONARH como uma empresa pode vencer investindo no respeito interno entre as pessoas e na motivação das lideranças. Já Eri-co Magalhães da TV Globo, em talk show ao lado de Oscar Schimidt, Bernardinho Flavio Canto, entre ou-tros atletas, reforçou a idéia de que o chamado “Projeto Pan” foi apenas o primeiro passo rumo ao desafi o maior de formar cidadãos por meio da educação esportiva. “Precisamos que os gestores multipliquem em suas empresas ideais sustentáveis por meio do esporte”, pede Erico.

Educação é o melhor caminho para crescimento das organizações

Setembro / Outubro | 2007 | 5

PARCEIROS LET

Aeducação é o combustível dos talentos. Saturadas em suas eco-

nomias, as grandes potências estão demandando trabalho de emergentes como o Brasil. Para Luís Edmundo Rosa, alguns modelos deste CONARH deixam claro como a falta de investi-mentos na Educação cria abismos. “Al-gumas empresas brasileiras deixam de assumir trabalhos no exterior por não disporem de talento sufi cientes; uma questão curiosa, pois o Brasil tem mui-tos talentos em formato bruto, que pre-cisam de lapidação para se transforma-rem em talentos empresariais”, avalia o integrante da ABRH-Nacional.

Até por isso, o CONARH debateu como evoluir na questão dos talentos. Uma das soluções mais viáveis é a cria-ção de ambientes com climas inovado-res, ou seja, espaços livres nas empre-sas para experimentação sem medo de errar e fl exibilidade de procedimentos para se alcançar metas. “Essa fábrica de talentos também se alcança com conceitos que mesclem o trabalho à distância e uma rotina de escritório”, exemplifi ca Luís Edmundo.

Uma das maiores tendências nacio-nais que o CONARH 2007 refl ete para o mercado parece ser a de que não se trabalha para um negócio, para um cliente, mas para uma sociedade intei-ra, que é crítica, ávida por novidades e volúvel por natureza.

TALENTOS

Da esquerda para a direita – Érico Magalhães, Ruth Cardoso e Fábio Barbosa Fotos: Divulgação ABRH - Nacional

Page 4: C cado DEFICIÊNCIA FÍSICAPESSOAS COM News LET n5.pdf · e comercializar imóveis de qualida-de para a classe média baixa. Com o apoio do Grupo LET, selecionou, recrutou e depois

Aos 10 anos, Leandro Fer-reira Malaquias perdeu as pernas ao ser atropelado por um ônibus perto de

sua casa, em Belfort Roxo (RJ). Fim de linha para ele? Não. Ao contrário; era o começo de uma trajetória de empreendedorismo de quem garante nunca ter tido medo de obstáculos. Há pouco mais de um ano ele co-meçou a procurar emprego. Depois de alguns “nãos” participou de um processo seletivo e obteve êxito. Em agosto de 2006 ele já trabalhava como Operador de Telemarketing na Tivit. “Na nossa vida as coisas acontecem de repente; temos que aproveitar as oportunidades, por isso pretendo fa-zer carreira aqui embora ainda queira investir na música, minha paixão”, conta Leandro, hoje com 22 anos. Até entrar no mercado, Leandro fa-zia natação, basquete, musculação e tocava guitarra. Na empresa está plenamente integrado aos colegas, participando de todas as atividades sociais e motivacionais que o RH da Tivit promove.

“Não me deram oportunidade ape-nas por uma cota, mas porque sou realmente útil ao mercado e se preo-cupam comigo”, defi ne Leandro, que tem o 2º grau completo e ainda pre-tende cursar Administração.

Cota. Essa palavra ainda assusta muitas empresas. Em julho de 1991 o Congresso Nacional aprovou a Lei 8.213/91 que estabelece cotas míni-mas de trabalhadores com defi ciência

julho de 2007, 64.177 pessoas com defi ciência foram inseridas no merca-do de trabalho pela fi scalização.

“Sabemos que o principal entrave para a contratação das pessoas com defi ciência é o desconhecimento das potencialidades delas ou a alta exigência de qualifi cação do traba-lhador, por isso pedimos e dissemi-nação de atitudes de inclusão”, pede Roberto Lopes Costa, Assessor da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) ligada ao MTE. A sugestão vem em bom momento: no último dia 21 de setembro foi comemorado o “Dia Nacional de Luta das Pessoas com Defi ciência”.

Consultoria de Recursos Humanos sempre voltada ao que há de mais moderno e abrangente no mercado, o Grupo LET está abrindo suas por-tas às pessoas com defi ciência, que podem cadastrar seus currículos no site www.grupolet.com e ali também estar concorrendo a vagas específi -cas para eles. Duas parcerias já fo-ram contatadas: ABBR (ofi cializada) e Instituto Benjamin Constant (pré-ofi cializada). “Estamos buscando am-pliar e aprimorar parcerias no sentido de desenvolver a nossa capacidade em atender pessoas com defi ciên-cias otimizando o potencial de cada uma”, explica a Coordenadora de RH do Grupo LET, Silvia Souza.

Potencializar talentos é rotina na Tivit. Empresa de ponta em Telema-rketing e cliente do Grupo LET, a Tivit abraçou a causa das pessoas com de-

fi ciência graças ao trabalho de imer-são realizado pela sua Superintenden-te Regional de RH, Débora Monteiro. Em 2003, Débora viu sua madrinha sofrer um coágulo no cérebro e per-der da noite para o dia sua energia de trabalho. “Isso me sensibilizou muito, desde então comecei a estudar e co-nhecer diversas instituições que tra-balham com defi cientes”, conta Débo-ra que pretendia inserir um projeto de coração e alma na Tivit. “Não queria trabalhar com defi cientes como sim-ples negócio ou apenas para pregar diploma de responsabilidade social na parede”, revela a Superintendente do RH na Tivit.

O primeiro passo de Débora foi o de transformar a mentalidade das pes-soas. “Não adianta inserir defi cientes na empresa sem conscientizar quem

está ao lado, isso cria desgaste”, jus-tifi ca. Por isso a Tivit promoveu inú-meras palestras sobre o tema. Após quatro meses de um trabalho árduo a empresa já se encontrava pronta a re-ceber profi ssionais com defi ciência. Hoje a Tivit tem, somente no Rio de Janeiro, 60. A empresa é um case no tema e ganhou em 2005 um prêmio nacional de telemarketing pelo proje-to que chama com toda a proprieda-de de “Muito Além do Dever”.

Antes de se preocupar com o tra-balho em si, a Tivit foca em recupe-rar a auto-estima de pessoas com defi ciência (PCDs). E já no processo seletivo todos os profi ssionais são preparados para lidar com defi cien-tes físicos. Os PCDs fazem o mesmo tipo de treinamento, cumprem a mes-ma carga horária e ganham o mesmo

MERCADO se abre aos profi ssionais

com defi ciência

6 | Setembro / Outubro | 2007

Setembro / Outubro | 2007 | 7

TRABALHO E EMPREGO

que cada empresa com 100 ou mais empregados precisa ter. A cota em 100 funcionários começa em 2% e vai aumentando até o total de 5% para empresas com pelo menos mil funcio-nários. A empresa que descumprir a Lei 8.213/91, quando autuada, pode pagar multa que varia de R$1.195,13 a R$119.512,33 conforme a Portaria 1.199 de 28 de outubro de 2003. Se-gundo dados do Ministério do Traba-lho, apenas entre o início de 2000 e

Leandro Ferreira Malaquias constrói

sua carreira na empresa que lhe

abriu portas

O Ministério do Trabalho mostra o número de pessoas com defi ciência inseridas no mercado entre 2000 e 2006 por meio da fi scalização

Com suor e talento, o defi ciência visual Alexandre Campanha busca sua recolocação no mercado

Foto

s: A

lexa

ndre

Pec

onic

k

PCD’s empregados pela ação do MTE

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

14.000

16.000

2006

13.793

2005

12.786

2004

3.072

2003

1.828

2002

14.351

2001

11.231

2000

2.965

PCD’s inseridosno emprego

Page 5: C cado DEFICIÊNCIA FÍSICAPESSOAS COM News LET n5.pdf · e comercializar imóveis de qualida-de para a classe média baixa. Com o apoio do Grupo LET, selecionou, recrutou e depois

salário que os demais colaboradores da empresa. Em um dos projetos da Tivit, o Geração Futura, há participa-ção ativa de profi ssionais com defi ci-ência. “Meu sonho é ter um dia um profi ssional com defi ciência em car-go de direção, e podemos chegar a ter”, aposta Débora.

Apostar no talento do defi ciente físico é algo que já vem sendo feito também pela HP (Hewlet Packard), em São Paulo, empresa que paga a Erick Leornardi de Brito, de 38 anos, um salário quase 25% maior do que o anterior que este profi s-sional de Ciências Contábeis rece-bia. “Mas dar o primeiro passo foi complicado”, reconhece ele que sofreu uma paralisia cerebral pou-co após nascer. A falta de oxigênio atingiu apenas a fala e a coordena-ção motora. O cérebro, capaz de realizar várias operações ao mes-mo tempo, não foi atingido. Focado em sua carreira, ele já esteve em outras seis multinacionais. E ainda quer “voar mais alto”.

Quem também pretende voltar a “voar” é o engenheiro Alexandre Campanha, de 38 anos. Casado e tendo um fi lho de cinco anos, fi cou cego há dois anos e meio de uma das vistas por causa do diabetes e na outra conta com 15% de visão. Ele já trabalhou na Carioca Enge-nharia e depois em empresa própria (com sócios) a FCK Projetos, Enge-nharia e Construções.

Alexandre perdeu parte da agili-dade e, como o mercado exige ve-locidade no cumprimento de tare-fas, ele se viu afastado de funções que exercia. Hoje atua como um consultor de sua empresa e rece-be proventos do INSS. Mas busca recolocação no mercado. Com esta intenção foi ao Instituto Benjamin Constant (IBC) atrás de ferramentas

8 | Setembro / Outubro | 2007

TRABALHO E EMPREGO

Setembro / Outubro | 2007 | 9

TRABALHO E EMPREGO

“Estamos buscando ampliar e aprimorar parcerias no sentido de desenvolver a nossa capacidade em atender pessoas com

defi ciências”, explica Silvia Souza do Grupo LET.

TV GLOBO oferece oportunidades para superação de limites

Mais do que atingir um sonho, o “Programa Sem Limites” abre opor-tunidades aos profi ssionais com defi ciência e lhes ensina que “nem o céu é o limite”. O local? TV Glo-bo: empresa líder de audiência e de competitividade no mercado. Heloi-sa Machado, Diretora de Desenvol-vimento e Benefícios da TV Globo,

diz que o programa é o amadureci-mento de um trabalho iniciado ain-da em 2002, quando foram estrutu-radas sólidas parcerias, uma delas com o IBDD (Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Defi ciên-cia). “Iniciamos o trabalho pedin-do ao IBDD para fazer a análise da compatibilidade dos nossos cargos, cruzando-os com os tipos de defi ci-ência existentes e determinando as possibilidades deles realizarem fun-ções específi cas”, esclarece.

Paralelamente, a TV Globo es-truturou o seu RH e as lideranças de cada área para lidar com defi -cientes e ambientá-los. O passo seguinte foi a criação dentro da empresa de um trabalho de ca-pacitação de profi ssionais com algum tipo de defi ciência. “De-senvolvemos de 2002 até hoje ofi -cinas para as funções de Auxiliar Administrativo, Operador de Vide-ografi smo, Camareiro, Ajudante de Instalações, Auxiliar de Mate-riais e agora em 2007 iniciaremos a de Alfaiate”, informa Heloisa. Por meio dessas ofi cinas, o Programa Sem Limites prepara os profi ssio-nais antes mesmo da abertura de oportunidades, acelerando o pro-cesso de adaptação das pessoas com defi ciência à empresa.

“Esse programa abre o leque da empresa para enxergar e dar opor-tunidade ao talento não importando sua origem, sua condição ou suas delimitações. Ser competitivo hoje é isso: abrir horizontes” conclui He-loisa. Hoje a TV Globo já está plane-jando novas ofi cinas para pessoas com defi ciência com foco em áreas como Engenharia, Tecnologia e Pro-dução, por meio de parceria com a Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro).

Há também o trabalho que a TV Globo realiza com os reabilitados – pessoas que adquiriram alguma defi ciência em função de acidente ou ação violenta de terceiros. Para todos os casos (defi ciência física ou reabilitação) a empresa oferece amplo espaço para o desenvolvi-mento das carreiras. “O Grupo LET é parceiro muito importante da TV Globo na divulgação de todos es-ses projetos”, reafi rma a Diretora de Desenvolvimento e Benefícios da Emissora.

“Heloísa Machado, da TV Globo”

“Débora Monteiro, Superintendente

de RH da Tivit”

“Na ABBR o atendimento é realizado com carinho e atenção às necessidades

das pessoas em reabilitação”

“Natalia Anachoreta, José Francisco de Souza e Dinorah

Gama: a equipe do DOA - Instituto Benjamin Constant”

para se readaptar à nova realidade. No IBC conheceu o Magic 9.2, um programa que amplia a tela permi-tindo visualização a uma pessoa de baixa visão. “Meu campo de visão é limitado, então o trabalho é mui-to maior com o raciocínio; por ou-tro lado esse problema me ensinou a enxergar melhor com a cabeça, abrindo meus conhecimentos para outros sentidos”, admite Alexandre.

O mercado de trabalho precisa de mais Leandros, Ericks e Alexandres. Eles não podem ser só exemplos. Precisam ser a regra nos quesitos determinação das pessoas com defi -ciência e atitude das empresas.

Foto: Divulgação / TV Globo

Foto

s: A

lexa

ndre

Pec

onic

k

Page 6: C cado DEFICIÊNCIA FÍSICAPESSOAS COM News LET n5.pdf · e comercializar imóveis de qualida-de para a classe média baixa. Com o apoio do Grupo LET, selecionou, recrutou e depois

Algumas instituições que recebem e encaminham pessoas com defi ciência

A implantação do siste-ma de folha on line no Grupo LET é o passo decisivo para agilizar o

atendimento ao serviço de admi-nistração de mão-de-obra temporá-ria, pois aprimora a capacidade da Administração de Pessoal (AP) em dar um retorno preciso e imediato às dúvidas dos clientes sobre o pro-cesso de admissão, cálculos de pa-gamentos e descontos. Além disso, acelera a produção dos relatórios e descentraliza o trabalho da matriz desta consultoria de RH. “A folha on line nos permite visualização clara sobre cada detalhe, com isso pode-mos dar explicações sem interrom-per serviços como rescisões, fazer cálculo e produção de folha de pa-gamento, FGTS, INSS, e outros”, explica Andrea Barreto, Auxiliar de

AP do Grupo LET. “Sem a folha on line o nosso tempo para fazer esses serviços era cerca de 30% menor, o que aumentava a chance potencial de falhas”, admite Thais Ramos, ou-tra colaboradora da Administração de Pessoal. “Minimizamos a pos-sibilidade de dados divergentes”, confi rma Renan Gouveia, da fi lial LET em São Paulo.

O Grupo LET acredita que quan-do as informações são transparen-tes, rápidas e o atendimento é feito com prazer conquista-se a confi an-ça do prestador de serviço. Mesmo um trabalhador temporário quer es-tar seguro para render aquilo que pode e vestir a camisa da empresa.

Também é um objetivo da folha on line dar agilidade aos profi ssionais do Grupo LET que trabalham loca-dos em clientes. “Uma prestadora

mensalista estava com dúvidas em seu contra cheque; na mesma hora abri a fi cha fi nanceira e expliquei os descontos”, conta Danielle Falbo, Auxiliar de AP do Grupo LET locada em um de nossos clientes.

10 | Setembro / Outubro | 2007

TRABALHO E EMPREGO

Setembro / Outubro | 2007 | 11

SERVIÇOS LET

O Grupo LET é especialista na fer-ramenta administração de mão-de-obra temporária (lei nº 6.019). Com a novidade da folha on line, contratar pessoal temporário com o Grupo LET passa a ser mais do que nunca uma solução econômica, prática e flexível para manter a organização voltada ao foco de seu negócio. A duração permita por lei para este tipo de con-tratação é de 90 dias ou três meses, prorrogáveis automaticamente por mais 90 dias mediante simples notifi-cação ao Ministério do Trabalho.

O QUE DIZ A LEI

ABBR (Associação Brasileira Benefi cente de Reabilitação)

– site www.abbr.org.br Esta nova parceira ofi cial do Grupo

LET tem foco no trabalho de reabilita-

ção física, mas encaminha defi cientes

físicos ao mercado de trabalho como

parte de sua fi losofi a de qualidade de

vida. “Estimulamos nossos pacientes

a realizar atividades que os ajudem a

recuperar sua auto-estima, mas, con-

forme o tratamento evolui, eles perce-

bem que têm capacidade para fazer

muito mais do que imaginavam”, reve-

la Cristiane Isidoro, do Serviço Social.

Localizada no bairro carioca do Jardim

Botânico, a instituição mantém ofi ci-

nas terapêuticas além dos diversos

serviços de reabilitação, ministrados

por fi sioterapeutas, psicólogas e peda-

gogas. “Queremos trazer profi ssionais

para fazer palestras de esclarecimen-

to aos defi cientes que ainda temem

o mercado de trabalho”, conta Odete

Coutinho, Coordenadora do Serviço

Social da ABBR.

Em 2003 a ABBR começou a mon-

tar um banco de currículos e também

a fazer análise das empresas que so-

licitam pessoas com defi ciência para

preencher suas vagas. Na percepção

de Odete Coutinho as ofertas de em-

pregos são bem distribuídas em todos

os setores. “Na década de 90 era mais

concentrada em Telemarketing, mas

com o passar dos anos aumentou a

demanda para defi cientes em áreas

que pedem graduação e até pós-gra-

duação”, informa. Neste mês de outu-

bro a ABBR conta com 100 currículos e

60 empresas cadastrados. Alguns pa-

cientes se cadastram, são indicados,

começam a trabalhar, mas mesmo

assim pedem para continuar no ban-

co de currículos. “É uma consciência

madura de mercado que nos orgulha”,

admite Odete.

Instituto Benjamin Constant – site www.ibc.gov.br

Reabilitando e preparando defi cien-

tes visuais com cegueira e baixa visão

o IBC conta com 70 professores na área

de Educação e 12 na de Reabilitação.

Há 10 anos existe no IBC a Divisão de

Orientação e Encaminhamento, (Doa)

dirigida por José Francisco de Souza,

para buscar parcerias, inserir defi cientes

e acompanhar o desenvolvimento deles

no mercado de trabalho. No prédio da

Avenida Pasteur na Urca são ministrados

cursos de massoterapia, cerâmica, shiat-

su, informática, refl exologia, música, en-

tre outros. A instituição também capacita

professores da rede federal para atuar

com alunos defi cientes visuais.

Segundo o Diretor da DOA-IBC, mui-

tas empresas desistem de aceitar os

defi cientes por achar que necessitam

de muitos recursos fi nanceiros para

adaptar seus ambientes a uma nova

realidade. “Para um defi ciente visual

você não precisa de grandes adap-

tações, a empresa deve ter portas de

correr ao invés de portas de abrir, ex-

tintores de incêndio sempre no chão e

o número da sala ao lado da porta, por

exemplo,”, explica Francisco.

Os profi ssionais do IBC sugerem

que as empresas visitem esta institui-

ção e conheçam as reais capacidades

dos defi cientes visuais. “Os processos

seletivos precisam saber do defi ciente

quais as suas necessidades e que fer-

ramentas realmente dominam”, pede o

Diretor do DOA, que convida gestores

de empresas a conhecer o trabalho

do IBC de capacitação também a car-

go de Natalia Anachoreta (Terapeuta

Ocupacional) e de Dinorah Gama (As-

sistente Social). O trabalho precisa de

parcerias, mesmo porque entre setem-

bro de 2006 e setembro de 2007 dos

54 defi cientes visuais encaminhados

seis fi caram nas empresas.

Secretaria Municipal da Pes-soa com Defi ciência –

site www.rio.rj.gov.br/defi -cientecidadao

Esta secretaria da Prefeitura do Rio investe na orientação profissional e na inserção social das pessoas com deficiência e de seus familiares. “Fa-zemos capacitação comportamental e não técnica, por isso é importante que o deficiente chegue bem à em-presa, saiba como se vestir, como se portar e como trabalhar a melhoria de sua auto-estima”, enfatiza Leda Aze-vedo, Secretária Municipal da Pessoa com Deficiência.

Leda Azevedo esclarece que tam-bém é realizado um criterioso tra-balho desta instituição com as em-presas por meio de palestras e da exibição do vídeo “Mitos e Realidade da Pessoa com Deficiência”. Hoje há mais de 6 mil currículos de pes-soas com algum grau de deficiência cadastrados na Secretaria, que tem ainda o programa “Reabilitação Ba-seada na Comunidade”, capaz de abranger nada menos do que 634 co-munidades em toda a cidade do Rio de Janeiro.

IBDD (Inst. Brasileiro dos Direitos da Pessoa cpm Defi ci-ência) – site www.ibdd.org.br

Tem foco na capacitação profi ssional e no encaminhamento de pessoas com defi ciência às empresas ferramentas como o sistema E-Hunter de cadastra-mento online aquele que permite à pes-soa com defi ciência cadastro do currí-culo sem a necessidade da assistência de terceiros. No ano de 2005, foram encaminhados mais de três mil profi s-sionais para o mercado de trabalho. A inserção do defi ciente no mercado de trabalho é considerada pelo IBDD um pilar necessário à construção da cida-dania das pessoas com defi ciência.

up grade na admistração de mão-de-obra temporária

FOLHA ON LINE

Fotos: Alexandre Peconick

Page 7: C cado DEFICIÊNCIA FÍSICAPESSOAS COM News LET n5.pdf · e comercializar imóveis de qualida-de para a classe média baixa. Com o apoio do Grupo LET, selecionou, recrutou e depois

Não se alcança o suces-so em um evento de porte internacional sem uma autoridade mergu-

lhando de cabeça em sua estrutura. Os Jogos Pan Americanos Rio 2007 foram um marco para o Rio de Ja-neiro, sobretudo, face à obstinação de seu prefeito Cesar Maia.

Carioca de Copacabana, Cesar Epitácio Maia viveu sua adolescên-cia na época da bossa nova. Depois de estudar no Colégio Sto. Inácio e no Padre Antônio Vieira, cursou Engenharia em Ouro Preto (MG) e Economia em Santiago (Chile).

Apaixonado pelo Rio, ele está em seu terceiro mandato como prefeito – o primeiro entre 1993 e 1996 e o segundo de 2001 a 2004. Otimista, assegura que “estamos com tudo” para sediarmos os Jogos Olímpicos de 2016.

NEWSLET – De que forma o Pan 2007 projetou o Rio de Janeiro?

Cesar Maia – Só o fato que no site es-pecializado Games Bid (nota: maior site especializado em apostas rela-cionadas aos Jogos Olímpicos indi-ca, até o momento desta reportagem, que o Rio tinha 52% da preferência, contra 28% de Chicago - EUA e 8% de Tóquio - Japão) Rio seja o favori-

to para os Jogos Olímpicos de 2016, mostra o sucesso do Pan 2007.

NEWSLET – Quais são os pontos mais positivos deste Pan Rio 2007?

Cesar Maia – O fato da cidade não ter vivido um caos que muitos es-peravam e a avaliação nota 10 das pessoas a respeito de todas as áre-as (segurança, estrutura, atendi-mento, transportes etc.).

NEWSLET – Que pontos precisam ser aprimorados para que possa-mos sediar os Jogos Olímpicos?

Cesar Maia – Precisamos ainda despoluir as lagoas da Barra da Ti-

juca e aprimorar o sistema de trans-portes da cidade.

NEWSLET – Aprimorar transpor-tes passa pela ampliação do me-trô, o que está sendo feito nesse sentido?

César Maia – O metrô do Rio está sendo duplicado com a ligação São Cristóvão - Central. Além disso, o corredor Barra - Penha está sendo licitado em corredor dos mesmos moldes daquele que já existe em Curitiba (PR).

NEWSLET – O que nós ganhamos em segurança fruto do esforço re-alizado para o evento?

Cesar Maia – Ganhamos a demons-tração de que a Barra da Tijuca (nota: base principal dos eventos) é uma área fácil de se garantir segurança.

NEWSLET – Que legado deixa este Pan 2007 em capacitação e gera-ção de empregos?

Cesar Maia – Este Pan colocou o Rio de Janeiro como a cidade de maior rede de equipamentos de entreteni-mento de toda a América Latina.

NEWSLET – Em bairros de baixa renda é comum ouvir que “esse Pan foi só para os ricos”. O que o Sr. tem a dizer às classes de média e baixa renda em relação ao que o Pan Rio 2007 deixou efetivamente a eles?

Cesar Maia – As baixas taxas de desemprego a partir dos meses de julho e agosto (nota: representam redução drástica em relação aos meses anteriores) deste ano mos-tram que o Pan Rio 2007 chegou a todos os bairros do Rio de Janeiro.

NEWSLET – Qual é o seu maior desa-fi o em gerir esta renovada cidade?

Cesar Maia – O meu maior desa-fi o é o de preparar gerentes para as funções intermediárias (funções entre os secretários municipais e os funcionários – exemplo: gerentes de programas da prefeitura) da ad-ministração municipal.

NEWSLET – Que importância a área de Recursos Humanos tem para a administração do Rio de Janeiro?

Cesar Maia – Tudo o que fazemos na cidade do Rio são Recursos Hu-manos. Nada podemos fazer sem ter esse foco.

12 | Setembro / Outubro | 2007

PERSONAGEM - CAPA

Setembro / Outubro | 2007 | 13

PERSONAGEM - CAPA

“Pan 2007 alavanca

o Rio”

Não há hoje atividade humana que tenha mais ligações e multiplicadores econômicos que o esporte....

Quando os eventos ocorrem, multi-plica-se a demanda de transporte cole-tivo e individual com seus respectivos trabalhadores e uso de combustíveis, aumenta a procura por bares e restau-rantes, por brindes, lembranças e fotos ou por material similar àquele usado pelos atletas. O esporte tem sido a cada dia mais um ativador da indústria de confecções. Infl uencia de tal forma a produção de roupas e seu design que esta passou a adotar modelos esporti-vos independente da atividade esporti-va em si.

O mesmo acontece com a indústria de calçados. Tanto a indústria de calça-dos quanto a de vestuário exigem uma permanente atualização e novos lança-mentos, sejam eles inspirados por pes-quisas voltadas ao esporte ou devido à competitividade do mercado para todo tipo de uso.

...O espaço urbano tem que ser re-construído para abrigar atividades es-portivas e outras de desdobramento es-portivo. A Educação Física como prática educacional leva às escolas muito mais do que recreação. A profi ssionalização exigiu também a multiplicação de facul-dades e de cursos de extensão.

O multiplicador sobre o setor de Saú-de vai desde a proliferação de práticas fi sioterápicas e reabilitadoras, com toda a sua permanente renovação, até os di-versos campos da medicina esportiva, que geram impacto em outras áreas médicas, como a ortopedia.

A imprensa escrita e eletrônica cria um vetor de jornalistas esportivos cada vez mais amplo, que vai de repórteres e

colunistas a editores e comentaristas... A propaganda e a publicidade têm no esporte seu nicho mais apetitoso, que contamina toda a produção e associa a atividade esportiva a uma cultura jo-vem, sabendo que, seja qual for, o re-sultado de jogos e campeonatos não afetará o patrocinador.

A centralidade esportiva de certos países em determinadas modalidades é um elemento ativador do conheci-mento sobre aquela nação, dos fl uxos de eventos e, conseqüentemente, do turismo. Os levantamentos feitos so-bre o valor econômico do esporte, com todos esses multiplicadores, mostram que nenhuma atividade econômica tem expressão maior sobre o PIB de uma nação. Alguns estudos comprovam ser uma atividade que ultrapassa os 10% do PIB em economias maduras.

Por estas razões, os Jogos Pan-Ame-ricanos de 2007 e a possível conquista dos Jogos Olímpicos de 2016 pelo Rio de Janeiro não podem ser vistos como a conquista de eventos que mobilizam pessoas e atenções por 15 ou 30 dias. Devem ser vistos como uma oportuni-dade para que a economia do Rio de Janeiro seja revertida em vários sen-tidos e através de diversifi cados mul-tiplicadores sobre outras atividades, gerando investimentos diretos e indire-tos e atraindo investidores para tantas atividades que se ligam ao esporte. Esses eventos devem ser trabalhados pela sociedade e pelos empresários como um vasto campo de oportunida-des auto-sustentáveis e crescentes em função do pólo ativador que eles repre-sentam e que se traduzem em muitos recursos, muitas empresas e empregos que vão além desses acontecimentos.

“O ESPORTE E A ECONOMIA DO RIO”Cesar MaiaCESAR MAIA Publicamos trechos do artigo do Sr. Prefeito sobre o esporte como

elemento fundamental na economia do Rio de Janeiro.

Cesar Maia vistoria as obras do Engenhão

Foto

: Div

ulga

ção

/ COB

Foto

: Elia

ne C

arva

lho

/ Pre

feitu

ra d

o Ri

o

Page 8: C cado DEFICIÊNCIA FÍSICAPESSOAS COM News LET n5.pdf · e comercializar imóveis de qualida-de para a classe média baixa. Com o apoio do Grupo LET, selecionou, recrutou e depois

Asalvação das áreas ver-des do planeta é tão vital quanto à ingestão de ali-mentos verdes pelo nos-

so organismo: verduras e legumes. Devemos ingerir o quanto pudermos a qualquer hora do dia, de acordo com a nossa consultora na área, a nutricionista Sandra Mendonça.

Passa pelos alimentos verdes um importante atalho para o equilíbrio do organismo e a prevenção de males como o infarto, a diabetes e as úlce-ras. “Todos os verdes contém fi bras que chegam primeiro à corrente san-güínea impedindo a passagem do excesso de gorduras e açúcares que podem obstruir vasos, veias e arté-rias”, esclarece a Dra. Sandra, espe-cialista no combate à obesidade. Ela indica a ingestão de alimentos verdes na forma mais natural: inteiros, pica-dos ou batidos no liquidifi cador para facilitar sua absorção no sangue. Para o melhor aproveitamento de todos os nutrientes de uma refeição, ela orien-ta seus pacientes para que comam a salada antes do prato quente.

Além de regular as funções do organismo a salada tem um aspec-to calmante expresso por alguns de seus ingredientes. O alface, por exemplo, acalma o estômago e evi-ta o problema do refl uxo. “Salada rica em verdes quebra a ansiedade da fome responsável por salivação excessiva e má digestão”, acres-centa a Dra., sugerindo que o ideal é combinar alimentos verdes claros (cuja vitamina E combate o envelhe-cimento precoce), com verdes es-curos (que têm ferro e cálcio, ideais para os ossos e músculos). Alface e chicória, com brócolis e agrião é um bom exemplo de salada equilibrada.

Verdes fazem bastante por nós. Dons tons claros aos escuros, ali-mentos como alface, couve, agrião, ervilha, brócolis, entre muitos ou-tros são ideais para regular as ativi-dades do intestino.

Ricos em vitamina A, o brócolis, o espinafre, a couve e outros vege-tais verde-escuro contribuem para preservar a acuidade visual, reno-vam a pele, a gengiva e fortifi cam os dentes. O brócolis contém ainda o selênio, mineral anti-oxidante que atua nas funções neurológicas (ex-celente para a memória) e na elasti-cidade dos tecidos do corpo. Outra vitamina imprescindível é o com-plexo B encontrado na ervilha, que atua como formador dos glóbulos vermelhos do sangue, das células

do intestino e sistema nervoso, sen-do indicada para tratar enxaquecas e dores de cabeça.

Já o espinafre contém o zinco, que ajuda na cicatrização e aumen-ta a imunidade, o que evita uma série de doenças. Misturar suco de laranja com espinafre aumenta a vi-talidade para cumprir as tarefas do dia. Sucos são, aliás, uma excelente forma de absorção para os verdes no organismo. A couve, que possui propriedade farmacológica ideal para o combate à gastrite, pode ser ingerida em um suco com beterraba e laranja ou ainda, em casos mais graves, adicionada à meia batata inglesa crua e o mesmo suco de la-ranja. Tudo batido no liquidifi cador.

A dieta verde tem outras vanta-gens, como predisposição à prática de exercícios, melhora da energia sexual e o aprimoramento da meta-bolização. A Dra. Sandra Mendonça alerta, no entanto, que uma alimen-tação deve ser completa, somando os verdes às proteínas (carnes, fei-jões, queijos) e/ou aos carboidratos (massas e pães).

VERDEQUE TE QUERO VER E COMER

14 | Setembro / Outubro | 2007

SAÚDE

A Doutora Sandra Mendonça é a consultora dessa reportagem O mercado não busca “o empre-

endedor”, mas “um tipo de empreen-dedor para cada negócio”. O teste de Gabriela Canella, Analista de RH do Grupo LET, ajuda você a descobrir seu perfi l de empreendedor e aprimo-rar seu foco. Envie o resultado para o e-mail [email protected]

Dê uma resposta a cada pergunta. Ao fi nal, conte a maior incidência de A,B ou C. Confi ra em seguida traços e dicas sobre seu perfi l!

1) Antes de começar o ano você:A - Nunca faz um planejamento, uma previ-são de gastos, receitas e investimentos.B - Faz o levantamento e anotação dos principais gastos que terá em boa parte dos meses do ano.C - Faz um planejamento, previsão de gastos e investimentos, atingindo seus objetivos.

2) Você se sentiria mais motivado a:A - Ajudar alguém a resolver uma questão.B - Convencer alguém a fazer algo.C - Preparar uma embalagem para presente.

3) Você foi convidado para uma festa a fan-tasia com três opções: qual escolhe?A - Uma fantasia de médico.B - Uma fantasia de engenheiro.C - Uma fantasia de vendedor.

4) Uma equipe da qual você faz parte neces-sita dividir tarefas. Você escolhe para si:A - Selecionar, treinar e orientar pessoas em atividades.B - Pesquisar, selecionar e comprar mate-rial para produzir.C - Deslocar, arrumar e oferecer produtos para clientes.

5) As atividades profi ssionais nas quais você adquiriu mais conhecimento e expe-riência foram...A - ...realizadas no setor de serviços.B - ...realizadas no setor de comércio.C - ...realizadas no setor de indústria.

6) Diante da necessidade de tomar uma decisão, você se sente tentado a:

A – Consultar amigos e parentes sobre o caminho a seguir.

B - Consultar a opinião de uma pessoa de confi ança para complementar suas per-cepções.

C - Avaliar todos os pontos da questão e optar pelo que julgar mais adequado.

7) Um novo projeto vai ser implantado por sua equipe, seu pensamento é:

A - Será que daremos conta deste desa-fi o?

B - Faremos o possível para cumprir esta responsabilidade.

C - Somos competentes e dedicados, certa-mente vamos realizar um ótimo trabalho.

8) Uma boa oportunidade seria:

A - Ser chamado para trabalhar em outra empresa, por um salário maior.

B - Descobrir como conseguir o capital para abrir sua empresa.

C - Identifi car uma necessidade de um gru-po de pessoas dispostas a pagar por uma forma de satisfazê-las.

9) Com relação aos seus investimentos, os ditados que representam seu compor-tamento são:

A - Mais vale um passarinho na mão do que dois voando / macaco velho não mete a mão em cumbuca.

B - Nem oito nem oitenta / nem tanto ao mar nem tanto à terra.

C - Nem sempre sardinha, nem sempre ga-linha / nem só de pão vive o homem.

10) Você considera pessoas ou empresas que atuam no mesmo segmento que o seu...A - Concorrentes, devo superá-los.B - Concorrentes, mas posso aprender com elesC - Concorrentes, mas podemos estabele-cer parcerias para ir mais longe

Que tipo de perfi l

Setembro / Outubro | 2007 | 15

TESTE

EMPREENDEDORvocê tem...?

CONFIRA SEU “ESTILO

EMPREENDEDOR” – MAIORIA DE...

A – EMPREENDEDOR DUVIDOSO - Tendência ao setor de serviços. No-ções básicas sobre empreendedo-rismo. Aprimore-as em sites e livros. Desenvolva confi ança e capacidade de assumir riscos. Treine habilidades para controle de fi nanças, gestão de qualidade e marketing. Conheça o mercado em que vai se lançar. Ela-bore um plano de negócios para abrir seu empreendimento.

B – EMPREENDEDOR EM PO-TENCIAL - Tendência para atuar no comércio e/ou indústria. Razoável domínio sobre empreendimento e traços de um empresário de suces-so. É necessária lapidação. Desen-volva técnicas de negociação para aprimorar autodisciplina, criativida-de e habilidade de relacionamento com clientes. Realize treinamentos e cursos de capacitação.

C – EMPREENDEDOR DE SU-CESSO - Características de um em-presário de sucesso! Chances de obter êxito em empreendimentos. Estude e se capacite, pois o merca-do muda e é preciso acompanhá-lo para continuar tendo resultados positivos. Trabalhe a criatividade, o espírito de liderança e a capacidade de negociar e assumir riscos quan-do possível e necessário.

Foto

: Ale

xand

re P

econ

ick

Foto: Site sxc.hu

Page 9: C cado DEFICIÊNCIA FÍSICAPESSOAS COM News LET n5.pdf · e comercializar imóveis de qualida-de para a classe média baixa. Com o apoio do Grupo LET, selecionou, recrutou e depois

16 | Setembro / Outubro | 2007

NONONO